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1 AGOSTO DE 2009 | DOMÍNIO FEI

FEI - Dominio FEI 01 en-us

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FEI 2009

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  • 1AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

  • 2 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

  • 3AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    EDITORIAL

    Alma Materuniversitria

    Pe. TheodoroPaulo Severino

    Peters, S.J.Presidentedo Centro

    Universitrioda FEI

    Chegou o momento, e agora, para concretizar o desejo de aprofundar o relaciona-mento atual da Alma Mater universitria com seus formados plenamente inseridos naSociedade do Conhecimento profissionalmente. A escola superior visa apoiar a forma-o continuada de sua comunidade acadmica (docente, discente, funcional) atravsdas propostas curriculares. O aluno da FEI engenheiro, informata, administrador diferencia-se pelo respeito e dignidade com que recebido, acolhido para avanar pro-fundamente na ventura do conhecimento terico e de sua aplicao prtica. A dignida-de, ser a pessoa centro referencial da Pedagogia Inaciana, para a gerao de todas assuas atividades, envolve o estudante plenamente na vida e ao comunitria.

    Pessoas formam-se, apoiam-se, estimulam-se reciprocamente. A FEI, no agir pre-sente visa o futuro, vislumbrando o desempenho de seus parceiros. No procedere na atuao dos ex-alunos, a assinatura da FEI reconhecida: homens e mulheres ca-pazes de decidir, de propor a melhor soluo, de argumentar com pertinncia, de rela-cionarem-se como pessoas, refletindo a imagem e semelhana com Deus (Gen. 1,27).A expresso institucional do relacionamento forjado no tempo de estudos permite acada pessoa sentir-se parte de uma comunidade viva, atuante, trilhando caminhosnovos e referenciando-se em sua Identidade, Misso e Vocao.

    A Identidade da FEI, forjada desde seus incios, cooperar para que os altos valo-res humanos, espirituais e cientficos impregnem cada elo de nossa comunidade in-telectual, a partir da viso otimista crist sobre a pessoa humana e toda a natureza:Deus viu que tudo era muito bom e descansou (Gen.1,31 e 2,2.3). A Misso refe-renciada pela Companhia de Jesus, desejosa de que a situao alcanada seja a plata-forma para visar melhor qualidade. Santo Incio de Loyola expressava: Tudo paraa Maior Glria de Deus AMDG Ad Maiorem Dei Gloriam. A glria de Deus formu-lada em servio da f, da qual a promoo da justia constitui uma exigncia absolu-ta. (C.G.XXXII, Decreto 4 n 2). O Padre Roberto Sabia de Medeiros, fundador daFEI, adotou como lema o que me falta me atormenta (quod deest me torquet).

    A Vocao da FEI para formar uma comunidade viva, testemunhando continua-mente que bom ser bom em todos os empreendimentos: aulas tericas e prticas,competies, argumentaes, avaliaes. A cada hora, a FEI melhora pela qualidadede sua comunidade acadmica de Ensino, Pesquisa e Extenso, agora envolvendovoc e outros colegas na construo do futuro almejado por todos e cada um dos quefazem e refazem a FEI de nossos sonhos e reais expectativas.

  • 4 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    ESPAO DO LEITOR

    Fale com a redaoA equipe da revista Domnio FEI quer saber a sua opinio sobre a publicao, assim como recebersugestes e comentrios.Escreva para Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972, Bairro Assuno - S.B.Campo - SP -CEP 09850-901, mande e-mail para [email protected] ou envie fax para o nmero (11) 4353-2901.

    Em virtude do espao, no possvel publicar todas as cartas e e-mails recebidos. Mas a coordenaoda revista Domnio FEI agradece a ateno de todos os leitores que escreveram para a redao.

    A revista Domnio FEI importante paramostrar sociedade e aos ex-alunos que aFEI continua inovadora e na vanguarda dodesenvolvimento cientfico e tecnolgico.

    Prof. Dr. Flavio TonidandelCoordenador do curso de

    Cincia da Computao FEI

    A iniciativa da revista Domnio FEI umaprova de que o Centro Universitrio estacompanhando as mudanas do mundo edo mercado, pois atualmente no basta seruma excelncia em tecnologia, pois tantoalunos e profissionais interagem com sereshumanos e cada vez mais a unio entrecompetncia e convivncia marca porcompleto todo o resultado de um processo,tanto de formao quanto profissional.

    Marcio ManzioneGerente comercial Tekbra do Brasil Ltda

    A FEI o primeiro canal entre o futuroengenheiro e o competitivo mercado detrabalho. E a revista uma excelenteferramenta de divulgao do srio ecomprometido trabalho para com seus alunose ex-alunos. Quem leva no currculo o nomeFEI j tem um diferencial no mercado.

    Rodrigo Foratto Campeo da 38 ExpoMecAut 2006 Eng. de Validao de

    Subsistemas Iluminao Externa

    Todos os meios de comunicao soimportantes. Mas aqueles que desempenhamum papel na educao e no desenvolvimentode novas tecnologias sempre tm um papelde destaque, pois trazem tona novos meiose caminhos a serem seguidos. Como ex-

    aluna, acho que ser de grande importnciapara a FEI divulgar os novos cursos, novosprojetos, professores, inovaes. J estna hora de abrir mesmo as portas paramatarmos as saudades e para saber comoanda o meio acadmico e a instituio deensino que nos graduou.

    Ana Elisa Carvalho PontesTechnical Applications EngineerKHS Indstria de Mquinas Ltda

    A revista Domnio FEI oferece mais umcanal de informao e oportunidade deatualizao, aproximando a instituio desua comunidade. Muito h de benefciosque podem ser colhidos desta iniciativa:troca de informaes, transferncia decontedo, aproximao de pessoas e,o mais importante, aprendizado econhecimento. Quanta riqueza decondies de aprendizagem e gestodo conhecimento pode ser gerada pormeio deste veculo de comunicao.

    Prof. Dr. Theodoro A. Peters FilhoCoordenador do curso de Administrao FEI

    "Sou filho adotivo da FEI. Conheci a FEIdepois de formado, atravs de seus ex-alunos,na antiga CMW, cuja competente equipeera feiana, em sua maioria. Lembro quefiquei impressionado de quanto as pessoasse orgulhavam dessa escola. Fazer bemfeito d mesmo orgulho. Neste sentido, achegada da Domnio FEI importante, poisrefora um vnculo natural, afetivo eprofissional, e cria um novo espao de troca."

    Prof. Dr. Renato Camargo GiacominiCoordenador do curso de Eng. Eltrica da FEI

    REVISTA DOMNIO FEIPublicao do Centro

    Universitrio da FEI

    Centro Universitrio da FEICampus So Bernardo do CampoAv. Humberto de Alencar CasteloBranco, 3972 Bairro Assuno

    So Bernardo do Campo SP BrasilCEP 09850-901

    Tel: 55 11 4353-2901Telefax: 55 11 4109-5994

    www.fei.edu.br

    PresidentePe. Theodoro Paulo Severino Peters, S.J.

    ReitorProf. Dr. Marcio Rillo

    Vice-reitor de Ensino e PesquisaProf. Dr. Fbio do Prado

    Vice-reitora de Extenso eAtividades ComunitriasProf. Dr. Rivana Basso

    Fabbri Marino

    Coordenao geralAndressa Fonseca

    Departamento de Comunicaoe Marketing da FEI

    Equipe de Comunicao FEIFabrcio Fernando Bomfim (Mtb 55.265)

    Silvana Vieira Mendes Arruda

    Produo editorial e projeto grficoCompanhia de Imprensa

    Diviso Publicaes

    Edio e coordenao de redaoAdenilde Bringel (Mtb 16.649)

    ReportagemAdenilde Bringel, Juliana Fernandes,

    Karina Candido

    FotosRafael Guadalupe e Setor

    de Audiovisual da FEI

    Programao visualMaicon Silva

    ColaboraoFelipe Gonalves

    Eramir Neto

    EXPEDIENTE

    CENTRO UNIVERSITRIO DA FEIInstituio associada ABRUC

  • 5AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    CARTA DO REITOR

    Caros leitores, Com o lanamento da revista Domnio FEI, que chega s suas mos a partir de

    agora, o Centro Universitrio da FEI pretende ficar ainda mais prximo de ex-alu-nos, empresrios, professores, empreendedores, gestores do setor empresarial e ins-tituies. Com esta publicao pretendemos levar a vocs informaes sobre tecno-logia, cincia, mercado, pesquisa, gesto e inovao, que so produzidas dentro denossa instituio por professores especializados em diferentes reas, pesquisadorese tambm pelos nossos alunos, ou mesmo pelos nossos egressos, que atuam comoprofissionais em posies de destaque no mundo corporativo.

    Nossa inteno com esta publicao , tambm, mostrar como a FEI tem evolu-do ao longo dos anos e de que forma domina o conhecimento. Ao mesmo tempo,queremos incentiv-los a utilizar todo o conhecimento do Centro Universitrio comoinstrumento para seu prprio aperfeioamento, seja por meio desta publicao oude uma forma mais abrangente, participando do desenvolvimento e da produodeste conhecimento na pesquisa e na extenso, os quais esto inseridos, na sua es-sncia, nos cursos de graduao, ps-graduaco lato sensu especializao e MBA estricto sensu e mestrado. Gostaramos que, a partir desta iniciativa, estivssemoscada vez mais juntos, incentivando e estimulando mutuamente a integrao empresa-escola, a fim de contribuirmos para a formao das novas geraes de profissionais,para o desenvolvimento social e para a cincia, a tecnologia e a inovao em nosso Pas.

    Nesses 68 anos de histria, a FEI conseguiu se firmar como sinnimo de exceln-cia no ensino superior de Engenharia, Administrao e Cincia da Computao epassou por vrias transformaes (veja matria nas pginas 26 a 29). No entanto,nunca perdeu o foco da sua misso principal, que a formao de profissionais alta-mente capacitados para o setor empresarial e com fortes valores humansticos, sus-tentados pela tica, respeito ao prximo e justia.

    Tambm estamos investindo fortemente na formao profissional de alta qualida-de voltada pesquisa, e passamos a incentivar, cada vez mais, a criao do conheci-mento por meio da pesquisa cientfica. A cada edio da revista Domnio FEI vocsconhecero alguns dos projetos que demonstram nossa atuao e evoluo nesta rea.A FEI vem aprimorando seus meios de comunicao com toda a comunidade e, com olanamento da revista Domnio FEI, resgata tambm o contato com seus ex-alunos. Sen-timos muito orgulho de saber que mais de 40 mil profissionais inseridos no mercado, eque ocupam posio de destaque em empresas e instituies, foram formados pela FEI.

    Sejam muito bem-vindos!Um abrao.

    Prof. Dr. Marcio Rillo Reitor do Centro Universitrio da FEI

    Orgulho esatisfao

  • 6 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    SUMRIO

    12

    7

    10

    16

    22

    24

    26

    30

    32

    34

    DESTAQUESEm 11 anos, a FEI inscreveu seu nome em13 misses, tanto brasileiras quanto da NASA

    Estudantes de Engenharia participam decompeties e se destacam pelo talento

    PESQUISA & TECNOLOGIAProjetos em nanotecnologia da FEI envolvemsegmentos de interesse da indstria nacional

    GESTO & INOVAOInovao a palavra de ordem no mercadoe profissionais devem estar bem preparados

    Sustentabilidade socioambiental fatorfundamental para as empresas na atualidade

    ARQUIVOHistria do Centro Universitrio comeaem 1941, com um padre jesuta vanguardista

    PS-GRADUAOCursos em parceria com a SGS propiciamqualificao em Gesto Ambiental e Qualidade

    QUALIDADE DE VIDAEstresse em excesso pode trazer consequnciasdanosas sade de indivduos de todas as idades

    SUSTENTABILIDADEProjeto Reciclagem de Resduos d destinaomais nobre ao material reciclvel da FEI

    ENTREVISTACEO da VotorantimNovos Negciosconta trajetriade sucesso

    INTELIGNCIAARTIFICIAL

    Pesquisadores da FEIdesenvolvem inmeros

    estudos com recursos de IA19 AconteceuAgenda

    DicasArtigo

    SEES

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    Capa

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  • 7AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    Experimentosno espaoFEI a nica instituioprivada do Pas aparticipar do programade microgravidade da AEB

    esde 1957, ano em que o primei-ro satlite entrou em rbita o so-vitico Sputnik , a humanidade

    busca oportunidades fora do planeta quecontribuam para avanos cientficos. O am-biente de microgravidade, em que a aogravitacional quase nula, ajuda nessa em-preitada. Os estudos a respeito do compor-tamento de reaes bioqumicas em ambien-te de microgravidade podem contribuir paraa melhoria de processos industriais, qumi-cos e biolgicos, realizados em solo. Atentosa esse nicho, os departamentos de Engenha-ria Mecnica, Eltrica e Qumica da FEIpesquisam, desde 1998, o comportamentoem microgravidade de algumas enzimas deinteresse industrial, por meio do envio de ex-perimentos em voos suborbitais e espaciais.

    A FEI a nica instituio privada brasi-leira a participar do programa de microgra-vidade da Agncia Espacial Brasileira (AEB).Em 11 anos, a universidade inscreveu seunome em 13 misses, tanto de foguetes desondagem brasileiros quanto em voos do ni-bus espacial Discovery, da NASA, em 1998,e a bordo da nave russa Soyuz TMA-8, queseguiu rumo Estao Espacial Internacio-nal (ISS, na sigla em ingls) durante a MissoCentenrio, em 2006, e teve entre os tripu-lantes o astronauta brasileiro Marcos Pon-

    D

    tes. Os prximos embarques esto previstospara o segundo semestre deste ano e parti-ro do Centro de Lanamento de Alcntara,no Maranho. Em 2010, experimentos daFEI devem seguir em outra misso ISS, par-tindo do Cazaquisto, na sia. Com o traba-lho, a equipe formada por professores, pes-quisadores e alunos do Centro Universitrioda FEI pretende conhecer os agentes que maisinfluenciam, em microgravidade, reaesbioqumicas envolvendo a enzima invertase.

    Posteriormente, espera-se que as infor-maes obtidas permitam ajudar no melhorentendimento dos mecanismos de ao des-sas enzimas em solo para, se possvel, po-tencializar a catlise (acelerao) das reaesqumicas na indstria, assim como pensarem futuras aplicaes de processos enzim-ticos no espao. Porm, as respostas obtidasat o momento no so conclusivas. Os en-saios devem ser repetidos em nmero sufi-ciente de vezes, tanto em solo como no es-pao, para verificar se h confirmao dosresultados. S assim poderemos tirar con-cluses, explica Alessandro La Neve, pro-fessor titular do Departamento de Enge-nharia Eltrica da FEI e coordenador do Pro-jeto Microgravidade. O professor ressaltaque a experincia tem sido positiva com re-lao ao desenvolvimento dos dispositivos,minilaboratrios dentro dos quais os expe-rimentos embarcam. Temos desenvolvidoequipamentos cada vez mais sofisticados,como resultado do conhecimento especficoadquirido pela equipe nesta rea, que dacompetncia de poucos, atestando seu ama-durecimento, ressalta.

    Veculo de sondagemVSB-30, na operaoCum II, uma dasmisses que teveparticipao da FEI

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    DESTAQUES

  • 8 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    Por que estudar enzimas?No corpo humano ou na natureza, as enzimas so protenas que promovem e aceleram reaes

    bioqumicas. A no-toxicidade e as vantagens diante de catalisadores qumicos, como menor consumo

    energtico e maior velocidade de reao, so caractersticas que tambm conferem s enzimas um

    importante papel na indstria. Entre as diversas enzimas existentes, a lipase e a invertase foram

    escolhidas pela FEI para os estudos pela farta literatura existente sobre o comportamento em

    solo, o que proporciona um parmetro importante de comparaes com resultados obtidos em

    microgravidade. No entanto, somente a invertase embarcar nos prximos lanamentos. As duas

    enzimas encontram uso nos setores alimentcio, farmacutico, de cosmticos e de limpeza.

    A invertase, por exemplo, pode transformar sacarose (acar da cana) em frutose (acar das frutas),

    que tem alto valor comercial devido ao poder adoante 20% maior, aponta Adriana Lucarini.

    O mercado mundial de enzimas industriais movimenta mais de US$ 2 bilhes anuais.

    Da esq.:O aluno

    Renato LuizAlves Cabral,

    os professoresMaurcio Silva

    Ferreira,Alessandro

    La Neve eMarcello

    Bellodi, e ofuncionrio do

    Laboratriode Eltrica

    Accio Nunes

    Projetados e construdos de acordo com requisitospr-definidos, os dispositivos so submetidos, antesda aprovao para embarque, a testes rigorosssimosem laboratrios do CTA (Comando Geral de TecnologiaAeroespacial) e do INPE (Instituto Nacional de Pes-quisas Espaciais), ambos especializados na homologa-o de equipamentos que atendam ao padro de quali-dade espacial. No caso dos foguetes de sondagem na-cionais, que so lanados da base de Alcntara, so rea-lizados diversos ensaios de ordem mecnica, eltrica equmica para garantir que os equipamentos possamsuportar as condies severas e adversas a que so sub-metidos, tanto durante o lanamento como em voo.Os ensaios incluem, entre outros, testes de presso,

    Trabalho minucioso e testes vibrao, vcuo, variaes extremas de temperatura eumidade, estanqueidade, impacto e interferncia ele-tromagntica. Os equipamentos devem funcionar sa-tisfatoriamente em ambiente de microgravidade, semsofrer nem causar qualquer tipo de dano aos outrosexperimentos ou equipamentos embarcados.

    Nas misses realizadas a bordo da ISS, outras exi-gncias so observadas pelos avaliadores brasileiros erussos a fim de garantir a segurana, tanto da navecomo dos astronautas. Entre outros, so verificadosos tipos e a concentrao de gases emitidos para o in-terior da nave, pelo experimento ou pelo equipamen-to, a fim de que no provoquem contaminaes ouexploses. A complexidade oferece uma dinmicamultidisciplinar e enriquecedora, pois envolve vriasreas da FEI e pesquisadores do INPE, destaca AdrianaClia Lucarini, professora do Departamento de Enge-nharia Qumica da instituio, tambm envolvido nosestudos. Atualmente, a equipe da FEI trabalha noDMLM III (Dispositivo de Mistura de Lquidos emMicrogravidade) e no CIM (Cintica da Invertase emMicrogravidade), dispositivos presentes nas prximasmisses no foguete brasileiro e na Estao Espacial In-ternacional, respectivamente.

    Outro projeto da FEI que embarcar no segundosemestre deste ano para a realizao de experimentosdentro do Programa Microgravidade da AEB envolveum cabo eltrico recoberto por nanotubos de carbonodepositados sobre uma superfcie de alumnio. O obje-tivo confrontar os resultados obtidos em solo por ou-tra frente do trabalho j concluda na FEI (veja pg. 16).

    DESTAQUES

  • 9AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    rigorosos ESTMULO NACIONALAs experincias da FEI no espao so possveis devido ao Pro-

    grama de Microgravidade da Agncia Espacial Brasileira (AEB). Coma iniciativa, criada em 1998, a AEB abriu espao para que gruposde pesquisa em instituies nacionais, como universidades, tenhamacesso ao ambiente de microgravidade para a realizao de estu-dos em voos suborbitais e orbitais. Enquanto os primeiros so decurta durao os experimentos ficam expostos microgravidadepor menos de 10 minutos os orbitais, como os da ISS, permitemum tempo de exposio maior, de dias e at de meses. Alm da FEI,o grupo de instituies brasileiras presentes no programa inclui aUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a UniversidadeFederal de Pernambuco (UFPE), entre outras.

    Esperamos obter perdas ainda menores de energia emambiente de microgravidade, ressalta Marcello Bello-di, do Departamento de Engenharia Eltrica da FEI,ao afirmar que o experimento com nanotubos em mi-crogravidade uma iniciativa pioneira em nvel inter-nacional. O estudo alavancar novas linhas de pesqui-sa e trar grandes benefcios comercialmente, como areduo da espessura de fios eltricos e da dimensode transformadores em linhas de transmisso de ener-gia, alm da criao de equipamentos eletrnicos commaior portabilidade, entre outros. A participao deuniversidades como a FEI, que foi a pioneira, em ope-raes como essa muito interessante, enfatiza Fl-vio de Azevedo Corra Junior, membro do Grupo deEngenharia de Sistemas do Instituto de Aeronuticae Espao (IAE) e integrante do Programa Microgravi-dade da Agncia Espacial Brasileira. O especialista acre-dita que esse tipo de iniciativa incentive outras pes-quisas voltadas no s microgravidade, mas tecnologia aeroespacial.

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  • 10 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    Frmula entre os 10 melhores do mundoA outra categoria em que estudan-

    tes da FEI tm feito histria a Fr-mula, cujos prottipos, semelhantes acarros de Frmula 1, so preparadospara rodar no asfalto. Apesar de as pro-vas dessa modalidade serem disputa-das nacionalmente h apenas cincoanos, a FEI j acumula dois ttulos bra-sileiros, conquistados em 2006 e 2008,e um 10 lugar, indito para o Brasil,na etapa mundial deste ano no SAEMichigan, o que colocou a equipe en-

    tre as 10 melhores do mundo. A competi-o reuniu 92 prottipos de equipes uni-versitrias de oito pases, em maio, na ci-dade de Brooklyn, nos Estados Unidos. Oprottipo da FEI, o RS4, foi um dos 33carros a completarem todas as provas.

    Um intenso trabalho de desenvolvi-mento nos ajudou a alcanar essa marca,indica o capito da equipe Jean Horcaio.Para exemplificar, o estudante do ltimoano de Engenharia Mecnica destaca ospneus, desenvolvidos em parceria com a

    Pirelli. A inovao resultou em ganhos develocidade e estabilidade, e destacou aequipe como a nica da competio a ro-dar com pneus fabricados exclusivamen-te para o prottipo. Neste ano, o time Fr-mula FEI tentar o tricampeonato na 6SAE Brasil-Petrobras, que ser realizadaem novembro, na cidade de Americana,interior de So Paulo. Se vencer novamen-te, a equipe ganha o direito de represen-tar outra vez o Brasil na etapa mundial,em 2010.

    Apren Alunos de Engenhariademonstram talentoem competiesuniversitrias

    aproximao de estu-dantes com a realidadedas empresas um desa-

    fio para as universidades. Em se-tores como a indstria automobi-lstica, por exemplo, os nveis deexigncia de qualidade, inovaoe atendimento de prazos tornamesse contato ainda mais impor-tante. Para integrar o futuro en-genheiro ao competitivo mercadode trabalho, provas entre univer-sidades so vitrines para apresen-tao de ideias materializadas emprottipos projetados e constru-dos pelos prprios estudantes. Afrequente participao nessas ini-ciativas, o investimento realiza-do, o acompanhamento dos pro-fessores, a tecnologia e o talento

    A

    TRADIOCom a colocao nos Estados Unidos, os futuros engenheiros rea-

    firmam a tradio de bons resultados da FEI que, somente na cate-goria Baja, detm cinco ttulos nacionais (2001, 2002, 2005, 2007 e2009) e trs mundiais (2004, 2007 e 2008). O esforo ensina a divi-dir tarefas, estabelecer cronogramas e lidar com as falhas que sur-gem ao longo do processo, afirma o capito da equipe, Pedro Luiz.

    DESTAQUES

  • 11AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    Oportunidadeinternacional

    Graduado no curso de Engenharia Txtil em

    2008, Caio Amaral Sado (foto) venceu o RieterAward 2009, organizado desde 1989 pela empresaRieter Textile Systems, diviso da multinacionalsua produtora de mquinas e sistemas para afabricao de fios e notecidos. A iniciativa, quedestaca os melhores trabalhos universitrios narea, oferecer a Caio e a outros estudantes dandia, Cazaquisto e Bangladesh uma viagem Sua, entre 28 de setembro e 3 de outubro, comvisita matriz da Rieter na cidade de Winterthur.A oportunidade ser enriquecedora na aquisiode experincias para minha qualificao comoum profissional cada vez melhor, ressalta oengenheiro de 22 anos, melhor aluno da turmade formandos 2008 da FEI, de acordo compremiao concedida pelo Conselho Regionalde Engenharia, Arquitetura e Agronomia de SoPaulo (CREA-SP), pelo Instituto de Engenharia (IE)e pelo Conselho Regional de Qumica (CRQ).

    Caio Amaral, que analista de qualidade daDalila Txtil, em Santa Catarina, concorreu aoprmio com dois trabalhos enviados ao concursoem novembro de 2008, quando cursava o ltimosemestre na FEI. Um deles abordava a influnciano produto final das alteraes de regulagens dasmquinas presentes na fabricao de notecidos.O segundo que foi o trabalho de concluso decurso comparava uma anlise de fios e tecidosde malha produzidos a partir de fibras de viscosede bambu com a viscose tradicional. O ex-alunoconsidera a graduao na FEI fundamental paraa conquista. a faculdade quem escolhe ocandidato que ir represent-la e, com o status queo curso de Engenharia Txtil da FEI tem no Brasil,certamente a indicao conta bastante, avalia.

    Projetos como o Baja e o Frmula contribuem muito para onosso desenvolvimento, pois nos propiciam uma vivncia prticaque no temos em sala de aula, afirma o capito Jean Horcaio.

    der na prticados alunos fazem do Centro Uni-versitrio da FEI uma das insti-tuies brasileiras com o maiornmero de ttulos e colocaes dedestaque em competies nacio-nais e internacionais promovidaspela Sociedade de EngenheirosAutomotivos SAE (Society of Au-tomotive Engineers).

    Na mais recente participao,14 estudantes de Engenharia Me-cnica, Mecnica Automobilsticae Eltrica retornaram ao Brasilcom o vice-campeonato na SAEWisconsin, prova mundial da ca-tegoria Baja, cujos carros so pro-jetados em estrutura tubular deao para ambiente off-road. Lide-rada por Pedro Luiz Souza PintoFilho, estudante de EngenhariaMecnica Automobilstica, a equi-pe conquistou 937,19 pontos como prottipo Dipton, ficando mui-to prxima dos campees da Ore-gon State University, dos EstadosUnidos, que fecharam o campeo-nato com 942,92 pontos. Fica-

    mos muito satisfeitos com a colo-cao. A diferena mnima de pon-tos para a primeira colocada mos-tra que o campeonato foi bemcompetitivo, avalia Pedro Luiz,capito do time h dois anos.

    O grupo obteve o segundo lu-gar no enduro de resistncia e nasprovas de acelerao e velocidademxima, a terceira posio em re-latrio de custos do prottipo e foio melhor na apresentao do pro-jeto. Neste ltimo item, PedroLuiz destaca que as inovaes naparte eltrica, como o uso de pla-cas de aproveitamento da energiasolar para carregar baterias e ali-mentar faris, agradaram os jura-dos. A competio foi disputadaem junho em Burlington, nos Es-tados Unidos, com mais de 100equipes de nove pases das Am-ricas, frica, sia e Europa. O pr-ximo desafio da equipe Baja FEI a prova SAE Brasil Etapa Sudes-te, nos dias 12 e 13 de setembro,em Minas Gerais.

  • 12 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    engenheiro de ProduoPaulo Henrique de OliveiraSantos, formado pelo Centro

    Universitrio da FEI (na poca Faculdadede Engenharia Industrial) em 1983,alcanou sucesso na carreira graas sua competncia, dedicao e formao.Depois de alguns anos de atuao nosetor bancrio, Paulo Henrique recebeua misso de estruturar uma novaempresa para o Grupo Votorantim e crioua Votorantim Novos Negcios (VNN),da qual diretor-presidente desde2000. O executivo, que ps-graduadoem Administrao de Empresas e temespecializao na Harvard BusinessSchool, conta nesta entrevista exclusivacomo obteve sucesso na carreira epara onde caminham os negciosda empresa que dirige.

    APESAR DE J TER UMA CARREIRA CONSOLIDA-DA NO BRASIL E NO EXTERIOR, ASSUMIR A RES-PONSABILIDADE DE CRIAR A VOTORANTIM NO-VOS NEGCIOS FOI UM GRANDE DESAFIO?

    Sem dvida foi meu maior desafio,porque comeamos do zero, com um peda-o de papel em branco. Alm disso, na po-ca em que criamos a empresa havia a ex-pectativa dos acionistas do Grupo Voto-rantim de criar algumas opes de inves-timento no mundo da internet. A bolhada internet explodiu logo depois que cria-mos a empresa e, por sorte, e por umaquesto de viso estratgica tambm, notnhamos muitos investimentos em inter-

    Talento O

  • 13AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    net, ento no perdemos muito dinheiro.No quero dizer que no poderamos tercriado valor investindo na internet, squero dizer que quando estvamos mon-tando a VNN j sentamos que estvamosatrasados para aproveitar aquela onda.

    A VOTORANTIM NOVOS NEGCIOS FOI CRIA-DA COM QUAL OBJETIVO?

    Os objetivos basicamente so dois:criao de valor acima dos negcios tra-dicionais do Grupo, e expor aos executi-vos e acionistas do Grupo Votorantimnovos modelos de negcios, novas ideiase novas tecnologias para criao de op-es estratgicas de negcios futuros.Montamos e compramos algumas empre-sas no decorrer desses nove anos quecriaram muito valor para os acionistas, etambm empresas novas e diferentes,que trouxeram novos conhecimentos enovas opes, tanto para os acionistasquanto para os executivos do Grupo. Po-deria dizer que os dois objetivos traa-dos foram, at agora, alcanados.

    AS NOVAS EMPRESAS PASSAM A FAZER PARTEDO GRUPO VOTORANTIM?

    As empresas fazem parte do GrupoVotorantim, mas embaixo da estrutura daVotorantim Novos Negcios. O Grupotem trs grandes holdings: a VotorantimIndustrial, que tem os principais ativos co-mo cimento, papel, celulose, metais; a Vo-torantim Finanas, com o Banco Votoran-tim, que agora tem parceria com o Banco

    do Brasil; e a Votorantim Novos Negcios.So trs holdings que respondem ao Con-selho do Grupo Votorantim. As empresasda carteira da Votorantim Novos Negciosso parte do Grupo, mas respondem nos-sa empresa.

    ESSES NOVOS NEGCIOS SO ADQUIRIDOS PARASEREM NEGOCIADOS OU FICAM DENTRO DOGRUPO VOTORANTIM?

    O fim que as novas empresas sejamnegociadas, tanto para o prprio Grupocomo para terceiros ou por abertura decapital. uma estrutura de transio. Seo negcio crescer e ficar bem interessan-te, o Grupo pode adquirir. Se o Grupoachar o negcio interessante, mas um de-safio muito distante da sua rea de com-petncia, temos a possibilidade de ven-der para um terceiro. A abertura de capi-tal dessas empresas tambm faz parte domandato da VNN.

    O SENHOR AFIRMOU RECENTEMENTE QUE A CRI-SE ECONMICA MUNDIAL PODERIA CRIAR MUI-TAS OPORTUNIDADES DE NEGCIOS, PRINCIPAL-MENTE PARA AQUISIO DE EMPRESAS POR UMPREO MAIS JUSTO. ESSAS OPORTUNIDADESFORAM EFETIVAMENTE CRIADAS?

    No vimos muitos ajustes de preonas empresas com a crise econmica.Acho que isso est acontecendo, mas deuma maneira mais lenta do que esper-vamos. Mas acredito que ainda teremosalgumas oportunidades no decorrer des-te e do prximo ano.

    para encarar desafios

    No vimos muitos ajustes de preo nas empresas coma crise econmica. Acho que isso est acontecendo,

    mas de uma maneira mais lenta do que espervamos

    AS EMPRESAS DA VOTORANTIM NOVOS NEG-CIOS SO DIVERSIFICADAS OU DE UM SEGMEN-TO ESPECFICO?

    So ativos diversificados. Temos em-presas na rea de biotecnologia, Tecno-logia da Informao (TI), distribuio eminerao. Atualmente, a empresa commais peso no portflio a Tivit, que darea de TI. A Tivit, de certa forma, foi umbom resultado do boom da internet. Em2002, logo aps o estouro da bolha dainternet, compramos um ativo que esta-va quebrando, desenvolvemos um novomodelo de negcio e consolidamos a Tivitcom a compra de outros ativos. At que,em 2007, em uma fuso com outra em-presa que era do nosso portflio tambm,criamos a Tivit atual. Estamos crescen-do como estava programado. O cresci-mento da Tivit beira 40% ao ano. Hoje, aTivit uma empresa de aproximadamen-te R$ 1 bilho de faturamento.

    COMO POSSVEL ADMINISTRAR EMPRESAS DESEGMENTOS TO DISTINTOS?

    Dividimos o portflio em reas de co-nhecimento, reas de afinidade entre osexecutivos da VNN. No meu caso, sou umgeneralista, porm, desenvolvi conheci-mento especfico em algumas indstrias,como a de TI.

    COMO EST O TRABALHO DA VNN NA REA DEBIOTECNOLOGIA?

    Ns tnhamos duas empresas focadasem biotecnologia onde desenvolvamos

    ENTREVISTA PAULO HENRIQUE DE OLIVEIRA SANTOS

  • 14 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    variedades transgnicas e no-transgni-cas de cana-de-acar, mas vendemos emoutubro passado por entender que essenegcio, sob nossa administrao, j ti-nha atingido o seu valor mximo. Hoje,temos um investimento na rea, que aparticipao em uma empresa chamadaAmyris, que desenvolve diesel a partir domelao do acar. uma tecnologia pa-tenteada pela companhia, que j mostraresultados bastante promissores. J te-mos diesel sendo produzido, mas aindaem uma escala no industrial. Mas estindo muito bem, melhor do que estva-mos esperando.

    QUAIS SERO OS PRXIMOS PASSOS DA EMPRESAA PARTIR DE AGORA?

    No sairemos muito dessas reas. Nosegundo semestre deste ano discutire-mos a incluso de uma ou outra rea. Masno nossa inteno abrir muito o lequede indstrias.

    A FORMAO EM ENGENHARIA FOI IMPORTAN-TE PARA QUE O SENHOR SEGUISSE ESSA TRAJE-TRIA DE SUCESSO?

    Muito importante. A formao foifundamental para que eu seguisse essatrajetria. Acredito que foi a Engenhariaque me deu essa base para chegar aondecheguei. Sem dvida foi importante.

    O SENHOR SE FORMOU EM 1983 EM ENGENHA-RIA, MAS NO EXERCEU A PROFISSO...

    Formei-me engenheiro em uma po-ca durssima, em que era muito difcil ar-rumar emprego como engenheiro. Amaioria dos engenheiros acabava indotrabalhar nas instituies bancrias e foimais ou menos o que eu fiz. Fiz um est-gio no quarto ano da faculdade na antigaMetal Leve hoje Mahle e vi que noera com Engenharia que queria trabalhar.Mas o curso d uma base muito forte emMatemtica e na FEI era preciso ter mui-ta disciplina e dedicao nos estudos parapassar de semestre. E isso me deu a basemuito forte para chegar aonde eu che-guei. Depois de formado, surgiu a opor-

    tunidade de trabalhar em um banco bra-sileiro que tinha participao de um ban-co estrangeiro e eu fui. Trabalhei comotesoureiro, gerente de relacionamentos.Fui para os Estados Unidos como cola-borador desse banco, onde fiquei trsanos, voltei ao Brasil em 1992 e fui parao Banco Votorantim. Dentro do GrupoVotorantim atuei tambm na rea de me-tais, minerao e metalurgia, fiz priva-tizaes e, por fim, montei a VotorantimNovos Negcios.

    O SENHOR ACHA QUE O MERCADO PARA FOR-MADOS EM ENGENHARIA APRESENTOU ALGUMAMELHORA NOS LTIMOS ANOS?

    Sim. Com a estabilidade da economiabrasileira e o consequente aumento de in-vestimentos, nacionais e estrangeiros,houve uma melhora sensvel nas oportu-nidades de emprego para engenheiros emvrias reas.

    QUAIS SO AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS PARASEGUIR UMA CARREIRA DE SUCESSO COMO A SUA?

    Hoje, mais do que antes, a competi-o muito acirrada. Vai se destacar,principalmente no incio da carreira,quem tiver uma boa formao, mas pre-ciso ter muita vontade e dedicao parase conseguir alguma coisa. Sorte tambm importante. Alm disso, fundamen-tal gostar do que se faz.

    DIFCIL ENCONTRAR PROFISSIONAIS BEM FOR-MADOS E QUALIFICADOS ATUALMENTE?

    Sempre difcil encontrar, atrair eprincipalmente reter bons profissionais.Mesmo em um perodo como o que esta-mos vivenciando no momento, em que aeconomia no est to aquecida, os bonsprofissionais so sempre muito disputados.

    OS JOVENS CHEGAM PREPARADOS OU PRECISAMSER LAPIDADOS NAS EMPRESAS?

    natural que o profissional recm-formado precise ser treinado para enfren-tar os problemas nessa nova fase da suavida. Na minha opinio, as faculdadestm por obrigao enfatizar a formaoterica, porm, deveriam ensinar semperder o foco na parte prtica. Entretan-to, a lapidao e o treinamento mais pro-fundo para a necessidade da empresa terde vir da prpria empresa e da experin-cia que se obtm no dia-a-dia.

    O QUE DIRIA PARA OS JOVENS QUE ESTO SEFORMANDO E QUEREM SEGUIR UMA CARREIRADE SUCESSO?

    Sempre procurar se atualizar, saberaonde quer chegar e planejar a carreira.Eu sempre planejei a minha carreira, des-de a sada da faculdade. Planejo a minhavida, em ciclos de cinco em cinco anos, eat agora tem dado razoavelmente cer-to. Claro que no uma linha reta, svezes preciso replanejar no meio, masnunca deixo de fazer esse exerccio. E assim tambm na minha vida particular.

    O SENHOR J CHEGOU AONDE QUERIA?J cheguei a uma posio bastante in-

    teressante, mas sempre bom sonharcom mais. No se pode parar de sonhar.Se pararmos de sonhar estamos fadadosa definhar. sempre bom ambicionar al-guma coisa a mais.

    O QUE O SENHOR FAZ PARA ELIMINAR O ES-TRESSE DA ROTINA DIRIA?

    Tenho uma atividade fsica intensa.Sempre fiz esportes. Corro quase todosos dias h pelo menos 15 anos. Tambm

    ENTREVISTA PAULO HENRIQUE DE OLIVEIRA SANTOS

    A Engenhariafoi fundamental

    para queeu seguisse

    essa trajetria

  • 15AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    tenho uma famlia muito bem estrutu-rada, o que importante para no estres-sar mais ainda. Tenho trs filhos e soucasado h 25 anos. Alm disso, gosto doque fao. O estresse maior quando fa-zemos aquilo que no gostamos.

    QUAIS SO SUAS MELHORES LEMBRANAS DAFACULDADE?

    A faculdade me trouxe um senso deresponsabilidade que eu no tinha. En-trei na faculdade com apenas 17 anos e,na poca, no era irresponsvel, masmuito desligado. Mas, na FEI no tinhaesse negcio de dar uma enroladinha namatria, e isso foi muito importante paraa minha formao. Quem no tinha dis-ciplina no conseguia se formar. Achoque as lies aprendidas e as experinciasvividas na faculdade foram fundamentaispara a minha vida pessoal e profissional.

    O SENHOR SE LEMBRA DE ALGUM CASO ENGRA-ADO DA POCA?

    Eu me lembro de uma prova de Dese-nho Industrial que pedia para duplicar otamanho de uma figura. Ento, vejo um

    amigo com a prova na mo j para entre-gar. Olhei no desenho e vi que ele tinhaerrado a escala e que, ao invs de multi-plicar por dois, tinha dividido por dois

    (risos). O desenho ficou minsculo, maldava para enxergar os detalhes. Isso vi-rou piada o resto do curso. A faculdadefoi uma poca boa. Foi uma poca muitogostosa e que me traz boas recordaes.

    Se fossecomear denovo a minhavida no farianada diferente

    No se podeparar de sonhar.Se pararmos desonhar estamos

    fadados a definhar

    POR QUE A ESCOLHA PELA FEI?Sinceramente, eu era muito jovem e

    no sabia direito o que queria fazer. Achoque isso continua sendo o problema damaioria dos jovens. Sabia que gostavamuito de Matemtica. Ento resolvi quequeria fazer uma faculdade de Engenha-ria com uma boa reputao e, como v-rios amigos estavam entrando na FEI,tambm prestei vestibular na FEI.

    ATUALMENTE, A FEI TEM CURSOS NAS REASDE ENGENHARIA, CINCIA DA COMPUTAO EADMINISTRAO. QUAL A SUA OPINIO SOBREESTAS REAS?

    A Cincia da Computao, sem dvi-da, uma das reas mais promissoras hojee ser daqui a 20, 30 anos. J Engenhariae Administrao so reas mais tradicio-nais que do uma abrangncia muito gran-de de conhecimento para os jovens. Con-sidero as trs reas muito interessantes.

    SE FOSSE PARA COMEAR NOVAMENTE, O SE-NHOR FARIA ENGENHARIA?

    Sem dvida. Se fosse comear de novoa minha vida no faria nada diferente.

  • 16 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    Nanotecnologia j uma realidadeno Centro Universitrio da FEI

    ssociada a reas de pesquisa e produo comoMedicina, Fsica, Qumica e Engenharia, entreoutras, a nanotecnologia surgiu com a propos-

    ta de formular novos produtos e trazer inovaes aosj existentes, por meio de tecnologias que tm emcomum o fato de manipularem materiais nanoes-truturados na ordem de tamanho de 10-9m. Os bene-fcios do desenvolvimento dessa cincia que estuda amanipulao de tomos e molculas que podem ser at70 mil vezes menores que um fio de cabelo so os maisvariados. Para a Medicina, a nanotecnologia traz grandesesperanas no tratamento de doenas como o cncer, graas possibilidade de dirigir uma partcula para um tipo de clulaespecfica, sem atingir as demais. Na rea de materiais, tanto possvel desenvolver novos produtos como torn-los maisresistentes, mais leves ou com propriedades diferenciadas.

    No Centro Universitrio da FEI, diversos trabalhos sodesenvolvidos com o uso da nanotecnologia. Em um dos estu-dos, intitulado 'Nanotubos de Carbono: reduzindo perdas em

    Mundo emminiatura

    A

    PESQUISA & TECNOLOGIA

    MarcelloBellodi integra oGrupo de Estudosda rea na FEI

    sistemas de transmis-so de energia', o estudan-te Eric Costa Diniz, do curso de En-genharia Eltrica, conseguiu reduzir em 65% asperdas de energia eltrica durante transmisso feita por cabosde alumnio usados na construo civil. O trabalho envolveuum cabo eltrico recoberto por monocamadas de nanotubosde carbono depositadas sobre fios de alumnio. Com o dep-sito dos nanotubos, a resistncia eltrica do material metlico,no caso o alumnio, menor, o que facilita a passagem da cor-rente eltrica e gera economia no gasto de energia, explica o

    16 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

  • 17AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    Estudos incluemproduo de biodiesel

    RicardoBelchior

    Trres, daEngenharia

    Qumica,desenvolve

    pesquisa comcatalisadores

    Em um dos projetos do curso de Engenharia Qumicada FEI h um estudo sobre o uso de nanopartculascomo catalisadores heterogneos na produo debiodiesel. O objetivo das pesquisas favorecer, no futuro,o aprimoramento dos processos e a reduo de custospara a produo de biodiesel em escala industrial. Emboraainda estejam no comeo das pesquisas, alguns resultadoscom leo de soja j so considerados promissores.Segundo Ricardo Belchior Trres, professor doDepartamento de Engenharia Qumica da instituio,nos estudos preliminares em laboratrio o uso denanopartculas de xido de alumnio dopado com magnsiocomo catalisador na reao de transesterificao do leode soja tem se mostrado uma possvel alternativa noprocesso, em substituio aos catalisadores convencionaiscomo hidrxido de sdio e hidrxido de potssio. Um projetoem colaborao do professor Ricardo Trres e o professorRicardo Castro, da Universidade de Davis, na Califrnia,est sendo submetido National Science Foundation(NFS) com o objetivo de desenvolver nanopartculasque possam ser utilizadas como catalisadores.

    Realizados preliminarmente em escala laboratorial, osestudos tm como objetivo avaliar as diferentes variveisde processo para produo de biodiesel, como tempoe temperatura de reao. Em reaes de produo debiodiesel utilizando catalisadores homogneos comdiferentes oleaginosas, como leo de mamona e girassol,alm de leo de fritura reciclado, os projetos desenvolvidosno departamento tm obtido um grau de converso acimade 90%. A viabilidade tcnica da reao usando catliseheterognea pode levar ao desenvolvimento decatalisadores que podero reduzir custos de produono futuro, informa Ricardo Trres.

    professor do Departamento deEngenharia Eltrica e integrante do

    Grupo de Estudos sobre Nanotecnologia daFEI, Marcello Bellodi. Eric conquistou o primeiro lu-

    gar da categoria Estudante Novas Ideias Energia, na tercei-ra edio do Prmio Werner von Siemens de Inovao Tecno-lgica, em dezembro de 2008. O projeto foi escolhido entre253 trabalhos inscritos por alunos de graduao e ps-gradua-o do Brasil. O projeto de nanotubos pode ter vrios desdo-bramentos nas reas de Engenharia Eltrica, Qumica e Mec-nica, entre outras.

    17AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    Dav

    id F

    reun

    d

  • 18 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    Francisco Ambrozio Filho,coordenador de Metalurgia e Materiais

    Nanotecnologiacontra o cncer

    Um dos maiores desafios dos especia-listas que atuam na rea de nanotecno-logia descobrir como determinadasubstncia que j existe em escala macroir se comportar em escala nanomtri-ca, j que as propriedades podem sermuito diferentes. O coordenador do De-partamento de Fsica da FEI, VagnerBernal Barbeta, e o professor Roberto Ba-ginski estudam o comportamento denanopartculas magnticas como a mag-netita (xido de ferro), com objetivo decompreender as propriedades do mate-rial em diferentes escalas para futuro de-senvolvimento de novas tecnologias paradiversas aplicaes.

    O m, em sua forma macro, tem pro-priedades conhecidas, mas sabe-se queem escala nano as propriedades se alte-ram. Nesta escala, cada nanopartcula se

    Trabalhoscentralizados

    Em 2008, o CentroUniversitrio da FEI criou o Grupode Nanotecnologia. Coordenadopor Francisco Ambrozio Filho,coordenador do Departamentode Engenharia Metalrgica e deMateriais, o grupo tem por objetivounificar todas as iniciativas emnanotecnologia existentes nainstituio, independentementeda rea qual esteja vinculada.Nossa inteno gerar incentivopara que mais alunos e professoresse envolvam no desenvolvimentode pesquisas em nanotecnologia,um segmento to promissor,enfatiza Ambrozio Filho. At 2015,estudos indicam que o mercadode produtos nanotecnolgicosvai superar US$ 1 trilho e quemetade dos produtos a seremlanados, independentementedo setor econmico, tero basenanotecnolgica.

    comporta como um pequeno m que rea-ge a um campo magntico de modo muitomais intenso do que em escala macros-cpica, explica Roberto Baginski. Tal ca-racterstica traz grandes benefcios, porexemplo, no tratamento do cncer, pois asnanopartculas magnticas inseridas nacomposio do medicamento so capazesde gui-lo especificamente at as clulascancergenas, sem afetar as saudveis.

    Muitos pesquisadores acreditam que,uma vez injetadas no organismo, as na-nopartculas traro ainda mais avanosna luta contra a doena. A expectativa sejustifica porque, submetidas a um cam-po magntico oscilante, as nanopartcu-las sero capazes de aumentar a tempe-ratura do tecido de clulas cancergenas,que no costumam resistir a temperatu-ras superiores a 41C.

    Dig

    ital

    Vis

    ion

  • 19AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    Recursos deInteligncia

    Artificialenvolvem

    dezenas deprojetos

    na FEI

    Da fico paraPESQUISA & TECNOLOGIA

    resente em filmes como '2001 Umaodisseia no espao', de Stanley Kubrick,no qual uma equipe de astronautas en-

    viada a Jpiter totalmente sob controle do com-putador HAL 9000; e o prprio 'A.I. ArtificialIntelligence', de Steven Spielberg, que conta a his-tria de um cientista que cria um rob-meninocom sentimentos e feies humanas, a Intelign-cia Artificial (IA) sempre foi alvo de muitas espe-culaes e debates. Digna de grandes expectati-vas, essa rea de pesquisa ligada Cincia daComputao visa a criao de sistemas que apren-dem a tomar decises corretas e de forma auto-mtica, para resoluo de problemas em curtoperodo de tempo. Basicamente, o que diferenciaum sistema com inteligncia artificial dos outros

    a realidade a presena de alguma funo que soluciona o queas tcnicas existentes no conseguem resolver.

    Novidades com recursos da IA esto cada vezmais presentes no dia-a-dia das pessoas do mun-do inteiro embora muitas nem percebam e ins-tituies de ensino e pesquisa tambm dedicamgrandes esforos no sentido de desenvolver ino-vaes na rea. No Centro Universitrio da FEI,os ltimos anos tm sido de importantes avan-os em estudos de inteligncia artificial. Alm daevoluo das tcnicas utilizadas, o que j reali-dade na FEI, a IA desperta cada dia mais interes-se em professores e alunos. Muitos trabalhos comuso de ferramentas da IA tambm tm sido pu-blicados em forma de artigos tcnicos e cientfi-cos nacionais e internacionais.

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  • 20 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    PESQUISA & TECNOLOGIA

    RosngelaGin, do

    Departamentode Fsica, atua

    no estudo

    ProjetoRelmpago

    Com objetivo de avaliar o comportamento de descargas at-mosfricas na regio de So Bernardo do Campo, seis estudan-tes dos cursos de Engenharia Eltrica, Mecnica e Cincia daComputao da FEI, juntamente com os professores ReinaldoBianchi e Mario Kawano, do Departamento de Engenharia El-trica, e Rosangela Gin, do Departamento de Fsica, desenvolve-ram sensores eltricos e ticos que ficam espalhados pelo campusda FEI, para monitoramento de tempestades. Capazes de captu-rar e armazenar informaes como tipo de relmpago de lon-ga ou curta durao, alta ou baixa periculosidade , quando ocor-reu e outras caractersticas, os sensores ticos identificam e clas-

    sificam os fenmenos por meio do recurso de viso computa-cional de inteligncia artificial.

    Conhecer os fenmenos nos permite saber quais tempesta-des podem provocar enchentes, qual o perodo de maior ativida-de e quais as reas de maior risco, para auxiliar rgos de DefesaCivil, enfatiza Rosangela Gin. Um dos membros da equipe, o alu-no de mestrado em Engenharia Eltrica Marcelo Bianco, estdesenvolvendo um sistema que aplica diversas ferramentas de umadas reas da inteligncia artificial Viso Computacional para,usando algoritmos de processamento e classificao de imagens,realizar a captura e anlise de imagens de forma automtica.

    Um passo no futuroDoenas psiquitricas ereconstruo de faces

    O projeto visa a criao de modeloscomputacionais de anlise de neuroimagem docrebro humano para deteco de desordenscerebrais. O programa submetido a modelosmatemticos de IA, que decidem se aquela imagem de um crebro com Alzheimer ou no e por quaiscaractersticas, exemplifica o professor do Departamento de EngenhariaEltrica da FEI, Carlos Eduardo Thomaz, que coordena o trabalho juntocom o professor Paulo Eduardo Santos. O programa desenvolvidocom a ajuda de radiologistas e psiquiatras da Faculdade de Medicina daUniversidade de So Paulo e recebe apoio financeiro da Fundao deAmparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP). Carlos EduardoThomaz coordena, ainda, projeto apoiado pelo Conselho Nacional deDesenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) que prope a criaode um programa para modelagem e reconstruo de imagens de facede crianas e pessoas desaparecidas. Por meio de ferramentas dereconhecimento de padres, o programa faz o envelhecimento automticoda face do indivduo, baseado nas caractersticas dos familiares, parainformar, por exemplo, como a criana estaria cinco anos depois.

    Mais confortoe simplicidade

    Um sistema de automao residencial inteligentebaseada em comportamentos, desenvolvido peloprofessor Flavio Tonidandel, utiliza IA e identificaos habitantes por meio das combinaes deroupas e acessrios, alm de aprender os hbitosde cada morador para que possa desempenharautomaticamente aes repetitivas, proporcionandocomodidade sem exigir nenhuma adaptao nomodo de vida. Outro projeto da FEI que visa facilitar avida das pessoas o Interface Adaptativa Inteligente,que utiliza a IA para identificar perfis e criar umainterface WEB mais dinmica e que se adapteautomaticamente para o tipo de perfil do usurio,seja avanado ou novato. Em todos esses projetos,a inteligncia artificial serve para identificar perfise comportamentos e tomar decises. Apenas coma aplicao de IA isso possvel, caso contrrio,teramos apenas um sistema padro rgido e compouca adaptabilidade, enfatiza Flavio Tonidandel.

    20 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

  • 21AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    Flavio Tonidandel coordena o curso de Cincia da Computao

    Robs capazes de interagir para alcanar um objetivo, que marcar gols e evitar gols do adversrio, outro projeto de IAdesenvolvido na FEI. Desde 2003, um grupo de alunos de Cin-cia da Computao, Engenharia Eltrica e Engenharia Mec-nica, junto com o coordenador do curso de Cincia da Compu-tao e professor da disciplina de IA, Flavio Tonidandel, de-senvolve o projeto Futebol de Robs. Projetados e construdospelos estudantes, os robs so comandados por um programaexecutado em tempo real no computador. Duas cmeras, ins-taladas a uma altura de trs a quatro metros, captam as ima-gens da partida e enviam ao computador que, via radiofre-quncia, controla os robs.

    Dentre os recursos de IA utilizados esto algoritmos de vi-so computacional, que fornecem informaes sobre a posi-o da bola e dos jogadores; planejamento, para que o robsaiba fazer uma jogada e marcar gol; e sistemas multiagentesde raciocnio, baseados em aes do ser humano. A equipe par-ticipa de competies nacionais e mundiais, o que incentivaainda mais o envolvimento dos estudantes. Paralelamente, oprofessor do Departamento de Engenharia Eltrica, ReinaldoBianchi, desenvolve projeto de aprendizado para futebol derobs que visa ensinar quais algoritmos de viso um rob deveusar para desempenhar melhor as tarefas.

    Futebol inteligente

    Conhecimento espaciale cirurgias robticas

    O projeto trabalha a aplicao de um sistema deraciocnio espacial em robs a partir de dados de visoestreo (com duas cmeras, o que permite ver em trsdimenses), para interpretao e atuao em ambienteque qualquer agente inteligente est inserido. Apartir da informao visual, os robs conhecem osmovimentos dos objetos e seu prprio movimento,comeam a explorar outras informaes, interpretamos dados e definem aes para mudar aquele mundo,diz o coordenador do projeto e professor adjunto doDepartamento de Engenharia Eltrica da FEI, PauloEduardo Santos. O professor tambm coordena umtrabalho de soluo automtica para problemasespaciais que envolvem materiais flexveis. O problemaespacial transformado em frmula com linguagemque o computador possa entender, resolver e associarao objeto real. O conhecimento pode ser aplicado,por exemplo, na movimentao da agulha ao realizarsutura no estmago em cirurgias robticas.

    Modelagem craniofaciale diagnstico preciso

    Um software desenvolvido na FEI capaz de analisardados e modelar prteses craniofaciais personalizadaspara pessoas com defeito na face. O software conseguedistinguir o que osso e o que prtese, e classifica partesdo crnio humano com recursos da IA, como redes neurais,afirma o coordenador do projeto, Paulo Srgio Rodrigues,professor do mestrado de Engenharia Eltrica e especialistaem viso computacional. Desenvolvido para auxiliarradiologistas a realizarem um diagnstico mais preciso,outro projeto coordenado pelo professor prope acriao de um software que, ao encontrar um tumor naimagem de ultrassom da mama, saiba, automaticamente,se h maior probabilidade de ser maligno ou benigno. Oprograma possui recursos de IA para tomar decises a partir de umbanco de dados com todas as caractersticas dos tumores. A realidadeaumentada mais uma tecnologia trabalhada na FEI, na qual ocomputador capaz de reconhecer e codificar um smbolo, por meio deum marcador artificial. A novidade que o sistema combina iluminao,textura e cor de modo a tornar a composio final mais realista.

    21AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

  • 22 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    Mercadoexigeinovao importante se renovar paraatender s necessidades domundo globalizado, que precisade gestores com diversidadetnica, cultural e tecnolgica

    GESTO & INOVAO

    Perspectiva social e ambientalAs empresas inovadoras so capazes

    de se transformar, desenvolvendo novascompetncias e negcios com visovoltada para o futuro. Mas, sobretudo,so companhias que avaliam o impactosocial e ambiental de suas aes, o queexige dos gestores, alm de competncia,sensibilidade a esses fatores. Os maisrecentes conceitos pregam que uma

    organizao inovadora sustentveldeve estar em constante processo deaprendizagem e pautar seus negciosbaseada em trs frentes: social, ambientale desenvolvimento econmico.

    A professora de graduao e mestradode Administrao da FEI, IsabellaVasconcelos, afirma que as aes devemser internas (direcionadas aos funcionrios)

    e externas (voltadas comunidade). Essemodelo pressupe respeito s comunidadese s culturas locais, insero de minoriase parcerias com rgos e entidades paraprogramas de desenvolvimento regional.No adianta ser inovador se essa aogera depredao ao meio ambiente eprejuzos sociais. No h como separarsustentabilidade de inovao, avalia.

    22 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    Bart C

    oender

    s

  • 23AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    RobertoBernardes:empresasbuscamprofissionaismais bempreparados

    cada ciclo de desenvolvimen-to surge a exigncia de umnovo perfil de profissional,

    que deve estar alinhado com as necessi-dades das empresas e da sociedade den-tro de um contexto mundial. Se at a d-cada de 1990 o mercado precisava degestores com experincia tcnica, quali-ficados para difuso de novas prticas degesto aliadas eficincia, critrios dequalidade e produtividade, atualmenteh necessidade de profissionais capaci-tados com as novas competncias de ges-to, liderana de projetos inovadores,conscincia e tica financeira, responsa-bilidade ambiental e social e habilidadede formao de pensamento estratgicoglobal. Alm disso, os gestores devem es-tar amplamente alinhados com as novasvises de inovao e sustentabilidade.

    O conceito de inovao surgiu na dca-da de 1980 nos pases da Unio Europeia eganhou relevncia com a publicao do Ma-nual de Oslo, lanado em 1992 pela Orga-nizao para Cooperao Econmica e De-senvolvimento do Departamento Estats-tico da Comunidade Europeia, com diretri-zes sobre inovao tecnolgica. Entre ou-tras afirmaes, o manual destaca que odesenvolvimento tecnolgico e a inovaoso cruciais para o crescimento da produ-tividade e do emprego. No Brasil, o con-ceito comeou a ser adotado com a aber-tura da economia, na dcada de 1990,quando ocorreu a expanso das operaesde investimento estrangeiro no Pas.

    Para ser considerada uma organizaoinovadora sustentvel tambm precisoque a empresa mantenha aberto o debate,de forma a estimular o confronto criativoe a diversidade de opinies e metas. Paratanto, o principal executivo deve saberpromover o confronto criativo sem deixarrecair para o lado pessoal, o que nem sempre uma tarefa fcil, opina a professora.

    Durante aproximadamente 10 anos,entretanto, as inovaes estavam dire-cionadas tecnologia, e foi somente apartir do ano 2000 que as corporaesperceberam que havia uma fragilidade nagesto de negcios. Foi a partir da queo empresrio brasileiro incorporou estra-tgias inovadoras como modelo do ne-gcio, explica o professor de graduaoe do Programa de Mestrado de Adminis-trao da FEI, na rea de Estratgia eGesto da Inovao, Roberto Bernardes.Com isso, as empresas passaram a procu-rar profissionais mais bem preparadospara atuarem seguindo o contexto danova realidade empresarial, que exigiamais sintonia com as melhores prticasmundiais de gesto.

    A maior prova da necessidade de pro-fissionais comprometidos com a gestoinovadora dos negcios a quantidade deprogramas de ps-graduao em Admi-nistrao e MBA (Master Business Ad-ministration), que surgiram no Brasil apartir de 2000. Atualmente, so 80 pro-gramas de ps-graduao e 3 mil cursosde MBA no Brasil, alm de 3.420 cursosde graduao em Administrao, reforaBernardes. Entre os fatores que influen-ciam na formao de um bom gestor esta diversidade tnica, cultural e tecnolgi-ca, e princpios de diplomacia empresarial.Alm disso, o mercado busca profissionaisque tenham experincia na rea social,exeram a tica nos negcios e saibam to-mar decises com perspectiva global.

    Estimuladas a se enquadrarem nesse novoconceito, muitas organizaes j buscamprofissionais com diferentes formaespara o papel de gestor, como engenheiros,administradores e especialistas em RH,alm de contratarem consultores formadosem Filosofia para estimular o debate dealto nvel. Se todos pensam de maneiraigual o debate fica mediocrizado, diz.

    IsabellaVasconcelosafirma quediferentesformaestornam odebate dealto nvel

    InovadorUm gestor que pretenda

    gerenciar projetos inovadores deveter competncia para criar o projeto,desenvolver o plano de negcio,adquirir competncias em P&D,captar recursos de financiamento,interagir com o sistema nacionalde inovao e gerir processos deconhecimento e co-propriedadeintelectual. Tudo isso aliando umconjunto de interesses de vriosparceiros para sua viabilizao,porque os fluxos de investimentose de conhecimento podem vir dediferentes pases, com realidadespolticas e caractersticas econmicasdistintas. O novo perfil do profissionalde Administrao exige, ainda,conhecimento, capacidade deliderana e vocao empreendedoracom sensibilidade social. Gestoresdevem ser lderes transformadorese no executivos por detrs de umamesa, diz Roberto Bernardes.

    23AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    A

  • 24 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    GESTO & INOVAO

    o fim dadcada de 1980,as empresas de todo o

    mundo passaram a se preocuparcom a qualidade de forma mais sis-temtica depois da criao da nor-ma ISO 9000, que estabeleceu di-retrizes mundiais para produtos eservios. Em seguida foi a vez de omeio ambiente ser contempladocom uma norma especfica ISO14000 , com procedimentos paraa padronizao dos processos dasindstrias que utilizassem recur-sos tirados da natureza ou provo-cassem algum dano ambiental comsuas atividades. Neste comeo desculo 21, a sustentabilidade so-cioambiental a palavra de ordemem empresas de todos os segmen-tos e tamanhos, que devem repen-

    sar suas prticas degesto para manter uma rela-o mais tica com a sociedade ecom o meio ambiente.

    A sustentabilidade socioam-biental surgiu da evoluo da res-ponsabilidade social, que envolveprticas corporativas direcionadas sociedade com objetivo de pro-piciar bem-estar, qualidade de vi-da, sade e educao, entre outrasaes. Sustentabilidade e respon-sabilidade social so gmeas siame-sas afirma Andr Mascarenhas,professor do curso de graduao emestrado em Administrao daFEI. Para o especialista, no entan-to, a sustentabilidade que garan-te a perenidade das aes das em-

    AdministradAdministradAdministradAdministradAdministradoresoresoresoresorescom viso globalcom viso globalcom viso globalcom viso globalcom viso global

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    TheodoroAgostinhoPeters Filhocoordenao curso deAdministraoda FEI

    Comprometida com as necessidades de ummercado cada vez mais exigente e inovador, aformao em Administrao na FEI abrange todas asreas da atividade empresarial, sempre direcionada atualidade dos negcios. O curso tem como principalobjetivo formar lderes com viso global, propostade valores e foco no mercado. Voltada formaocompleta dos alunos, marca registrada da FEI, ainstituio prepara profissionais capazes de lidar coma gesto de pessoas e problemas com flexibilidade,ao mesmo tempo em que recebem formaotcnica em cada rea especfica da Administrao.

    Na vida precisamos ao mesmo tempo deflexibilidade e padronizao para executarinmeras tarefas, o que um desafio para aadministrao e gesto, afirma o professor doutorTheodoro Agostinho Peters Filho, coordenador docurso de Administrao da FEI. O curso de graduaoacaba de passar por realinhamento do planopedaggico que incluiu disciplinas como GestoSocioambiental e conceitos de ResponsabilidadeSocial, Inovao e Empreendedorismo. O cursotambm inclui aulas de tica, Filosofia e Sociologia,consideradas fundamentais para desenvolver umaviso mais ampla e abrangente da sociedade.

    O professor refora que o mercado precisa deadministradores com habilidades e conhecimentosdiversificados, pois as exigncias para as organizaes,sejam pblicas ou privadas, com ou sem fimlucrativo, so crescentes. Para formar um gestorsocioambiental preciso estar em uma organizaode carter humanstico, resume a professoraIsabella Vasconcelos. Alm disso, o profissionaldeve investir constantemente na carreira, comaprimoramento contnuo, que pode ser conquistadopor meio de cursos de ps-graduao e mestrado.

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  • 25AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    Sustentabilidadeenvolve toda

    a sociedadeGestores devem estar preparados

    para promover o crescimento aliadoao desenvolvimento sustentvel

    presas, mas essaao depende de uma postu-

    ra de responsabilidade socioam-biental, geralmente assumida pe-los gestores da corporao.

    Mascarenhas lembra que, em-bora fundamental no nvel ideo-lgico, no h um sistema que exi-ja o cumprimento de metas de sus-tentabilidade socioambiental e,por isso, as aes ainda dependemda exigncia do mercado e dos con-sumidores. No mestrado da FEIteremos uma linha de trabalhovoltada exatamente a formar ges-tores mais comprometidos com asustentabilidade socioambiental.Na graduao j h uma disciplinadirecionada a isso, que est em

    processo dereformulao,

    anuncia a profes-sora do curso de gra-

    duao e mestrado Pa-trcia Mendona, que pes-

    quisa questes de desenvolvi-mento e responsabilidade social

    h mais de 10 anos.O conceito envolve aes volta-

    das a funcionrios, clientes, forne-cedores e consumidores, e pressu-pe que todas as partes envolvidassejam devidamente atendidas emsuas necessidades. Para Patrcia, asustentabilidade socioambiental uma questo de sobrevivncia dasempresas e muitas j se adianta-ram, inclusive no Brasil, para ade-rir e enquadrar os negcios a essasprticas de gesto. A professoraressalta que as organizaes que sepropem a trabalhar com essa novaviso de negcio tero de mudar agesto e se renovar. Em muitossegmentos, como o de minerao,por exemplo, s mudando as pr-ticas j possvel causar um im-pacto positivo, tanto ambientalcomo social, ensina.

    REVOLUOAndr Mascarenhas lembra que h cerca de 10

    anos vem ocorrendo uma verdadeira revoluo naadministrao, e que o conceito atual de desenvol-vimento exige uma mudana qualitativa na socie-dade, com impactos gerados por aes que tm opoder de transformar o modo de vida das pessoasde forma positiva. Essas aes podem ser gover-namentais, sociais ou empresariais, pois tm rela-o com todo o conjunto da sociedade organiza-da. Antes, as corporaes geravam emprego e,com isso, beneficiavam as pessoas. Hoje, tm deter profissionais pensantes e voltar os olhos paraas pessoas, o que muito diferente, analisa.

    As corporaes tambm tm papel proativo nodesenvolvimento e na gerao de transformaese, por isso, atualmente h uma variedade de novosdesafios na gesto de pessoas, que devem ser assu-midos pelos profissionais que atuam nas reas deadministrao e recursos humanos. Mascarenhaslembra que, para acompanhar essa tendncia, osgestores tero de gerar desenvolvimento e provo-car transformaes, e os profissionais de recursoshumanos precisaro ter mais de um parmetro parasuas atividades. A tendncia alargar o escopo deresponsabilidades empresariais, o que trar umasrie de novos desafios para os quais os gestoresainda no esto totalmente preparados, alerta.

  • 26 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    ARQUIVO

    m 1941, o Brasil ainda era tipica-mente agrcola e tinha nos gran-des fazendeiros os principais

    agentes econmicos. Na poca, o Pas eragovernado pelo presidente Getlio Vargase os estados de So Paulo e Minas Geraisabrigavam as suas principais economias,especialmente por serem os grandes pro-dutores de caf e de leite, respectivamen-te. Mas foi exatamente neste ano que umpadre vanguardista e visionrio, o jesutaRoberto Sabia de Medeiros, anteviu oprocesso de industrializao e o progres-so tecnolgico e fundou a primeira insti-tuio de ensino de Administrao do Bra-sil: a Escola Superior de Administrao deNegcios (ESAN), no Bairro da Liberda-de, em So Paulo. Para viabilizar o sonho,o padre conseguiu doaes de importan-

    tes empresrios da poca, que compreen-deram os objetivos do jesuta e concorda-ram com a importncia da iniciativa.

    Para ser a mantenedora da instituiosem fins lucrativos que havia planejado,em 1945 o Pe. Sabia institui a Fundaode Cincias Aplicadas (FCA) e, um anodepois, criou a Faculdade de EngenhariaIndustrial (FEI), com o curso de Engenha-ria Industrial modalidade Qumica, tam-bm em So Paulo. Na sequncia foi cria-do o curso de Engenharia Mecnica e, pos-teriormente, todas as demais reas con-sideradas industriais, como Eletrotcni-ca, Eletrnica, Metalurgia, Txtil e Produ-o. A Engenharia Civil foi implementadaanos depois para completar o leque deopes. No incio da dcada de 1960, aoperceber que a regio do ABC estava setransformando em um grande polo indus-trial paulista, que passava a abrigar asprincipais indstrias que se instalavam noPas, a FEI transferiu as instalaesdos cursos de Engenharia paraSo Bernardo do Campo, ondea instituio est at hoje.

    Pioneiro no ensino superior,no ensino tcnico e nas Cin-

    Formao humanista Ao longo de 68 anos, FEImantm a credibilidadepor meio de aes e,antes de tudo, seguindoa misso de seu fundador

    E

    cias Sociais e Administrativas, o projetodo Pe. Sabia tinha por objetivo formarprofissionais altamente qualificados parao setor empresarial e com aptides para apesquisa cientfica. Desde que foi funda-da, a instituio sempre teve como mis-so oferecer meios para assegurar a reali-zao da educao e da ao social no maisalto nvel de qualificao. E, para isso, umdos pontos mantidos at os dias atuais o perfil humanista na formao acad-mica. Em praticamente todos os semes-tres os alunos tm aulas na rea de Hu-manas, como Sociologia, tica e Filoso-fia. Isso absolutamente irrenuncivel,enfatiza o reitor do Centro Universit-rio da FEI, professor doutor Marcio Rillo,ao acrescentar que transmitirvalores ticos aos estu-dantes uma das prin-cipais preocupaesda instituio.

  • 27AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    por excelnciaAUTONOMIA ACADMICA

    Consciente de que era preciso gerar cada vez mais conheci-mento para a sociedade, em 2002 a Faculdade de EngenhariaIndustrial (FEI), a Escola Superior de Administrao de Neg-cios (ESAN) e a Faculdade de Informtica (FCI) foram agrega-das em uma nica instituio com a criao do Centro Uni-versitrio da FEI, mantido pela Fundao Educacional InacianaPe. Sabia de Medeiros (FEI), nova denominao da FCA. Comisso, a instituio ganhou a autonomia acadmica necessriapara aliar o ensino, a pesquisa e a extenso universitria, oque favoreceu o trabalho interdisciplinar e multidepartamentalde docentes e estudantes. Essa mudana possibilitou a eleva-o dos nveis de graduao e das pesquisas em diversas reasdo conhecimento, por meio da ampliao da massa crtica cien-tfica de professores e pesquisadores.

    Desde o incio das atividades, a instituio estimula a pes-quisa e o desenvolvimento de projetos inovadores por alunose professores. Entre os exemplos esto os carros conceito cria-dos a partir de 1968, chamados de FEI X, que j esto na ver-so X-20. O ltimo modelo, apresentado em 2008 no Salo doAutomvel de So Paulo, alia tecnologia nas reas de mecni-

    ca, eletrnica e inteligncia artificial, alm de design arroja-do e futurista. Alunos de graduao tambm tm a

    oportunidade de fazer parte deuma rede de pesquisado-

    res e cientistas que trabalham para criar novas tecnologias emetodologias competitivas, que agreguem valor a produtos eprocessos destinados aos vrios setores empresariais. A quali-dade da produo cientfica da FEI ganha reforo, ainda, com ainstitucionalizao da pesquisa em redes internas e externas,nacionais e intercontinentais, e com laboratrios com equipa-mentos de ltima gerao. A criao do Centro Universitriopossibilitou FEI, alm de continuar formando profissionaisqualificados, aplicar ainda mais conhecimento em pesquisa edesenvolvimento, principalmente em reas que interessem aosetor empresarial, refora o reitor Marcio Rillo.

    O resultado dessa iniciativa pode ser comprovado pelos n-meros. A FEI j possui mais de R$ 2 milhes investidos emprojetos financiados pela Fundao de Amparo Pesquisa doEstado de So Paulo (FAPESP) e pela Financiadora de Estudose Projetos (FINEP). Entre as prioridades esto pesquisas nasreas de gesto de inovao, processos de inovao, metodo-logias aplicadas s organizaes, automobilstica, robtica, in-teligncia artificial, engenharia de produo, logstica, novosmateriais e nanotecnologia, biocombustveis e energia. Os re-sultados dessa poltica tm sido considerados brilhantes, poisa FEI j contabiliza o registro de trs patentes e a proposta deoutras 10 em andamento, enfatiza o Pe. Theodoro Paulo Se-verino Peters, presidente da FEI-Fundao Educacional Ina-ciana Pe. Sabia de Medeiros.

    Acompanhando a necessidade de oferecer aosprofissionais especializaes voltadas s necessidades domercado, a FEI vem ampliando as atividades de pesquisae ps-graduao stricto sensu por meio dos programasde mestrado e de cursos lato sensu desenvolvidos peloInstituto de Especializao em Cincias Administrativase Tecnolgicas (IECAT). Essa preocupao de formar eaperfeioar profissionais para atender o setor empresarialconfere instituio uma posio privilegiada, com aparticipao de representantes da FEI no Conselho deTecnologia da Federao das Indstrias do Estado de SoPaulo (FIESP) e na Agncia de Desenvolvimento do GrandeABC. Nosso objetivo desenvolver uma familiaridadecom o profissional do mercado, para que ele sinta que aqui o centro gerador de atitudes, o que chamamos de AlmaMater, reflete o Pe. Theodoro Paulo Severino Peters.

    Especializao

  • 28 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    ARQUIVO

    Um pouco da histria1941 a 1951

    1941 - O padre jesutaRoberto Sabia deMedeiros criou aEscola Superior deAdministrao deNegcios (ESAN), noBairro da Liberdade, emSo Paulo, que se baseavano modelo de ensinoda Graduate School ofBusiness Administrationda Universidadede Harvard, nosEstados Unidos.

    1951 Em 20 de janeiro foirealizada sesso solene daCongregao para a Colaode Grau da primeira turma daFaculdade de Engenharia Industrial.

    1947 A FEI d incio ao cursode Engenharia Mecnica.1945 - O Pe. Sabia instituiu

    a Fundao de CinciasAplicadas (FCA), instituiosem fins lucrativos vinculada Companhia de Jesus, paraser mantenedora da escola.

    1946 Com objetivo de atendera indstria que comeava a seinstalar no Pas foi fundada aFaculdade de EngenhariaIndustrial (FEI), em So Paulo.

    1961 O presidenteda Repblica, JuscelinoKubitschek de Oliveira,assinou o decreto quetornou a ESAN-SP aprimeira Escola Superiorde Administraode Empresas do Pasa ser reconhecidae oficializada pelospoderes pblicos.O mesmo decretoreconheceu a validadedos diplomas dosalunos formadosa partir de 1941.

    1957 - O professor Lucas NogueiraGarcez, ex-governador do Estado deSo Paulo, foi diretor da FEI.

    1998 - No mbito dos projetos acadmicos foicriado um programa amplo de concesso de bolsaspermanentes para apoio a projetos de iniciaocientfica (P-BIC), iniciao didtica (PRO-BID)e de aes sociais de extenso (PRO-BASE),totalmente financiadas pela mantenedora.

    2002 As marcas FEI,ESAN-SP, ESAN-SBC e FCIpassaram a compor o CentroUniversitrio da FEI, mantidopela Fundao EducacionalInaciana Pe. Sabia de Medeiros.

    2003 Com a reestruturaodas matrizes curricularesforam extintas as modalidadesde Engenharia Metalrgica,Produo Mecnica, ProduoEltrica, Produo Metalrgica,Produo Qumica e ProduoTxtil. Foram criados os cursosde Engenharia de Materiaise Engenharia de Produo.O curso de EngenhariaMecnica Automobilsticacomemorou 40 anos.

    1999 - A Faculdade deInformtica (FCI) iniciou suasatividades em So Bernardo doCampo, oferecendo o curso deCincia da Computao.

    1998 e 1999 2002 a 2008

    1957 a

  • 29AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    2009 O Centro Universitrio da FEI oferece cursos de graduaoem Administrao, Cincia da Computao e Engenharia nas reasda Mecnica, Mecnica com nfase em Automobilstica, Automao eControle, Qumica, Eltrica com nfase em Eletrnica, Telecomunicaese Computadores, Txtil, Produo, Civil e Materiais. Alm de cursosde especializao, aperfeioamento e extenso, e trs cursos deps-graduao stricto sensu (mestrado) nas reas de Administrao,Engenharia Eltrica e Engenharia Mecnica.

    2008 - Criaoda graduao emEngenharia deAutomao e Controle.O curso nasceu coma expertise que ainstituio detm noscursos de EngenhariaMecnica, EngenhariaEletrnica, Cinciada Computaoe Engenhariade Produo.

    2007 Criao dos cursos de mestradoem Engenharia Mecnica com reas deConcentrao em Materiais e Processos,Produo e Sistemas da Mobilidade; edo mestrado de Administrao na reade Gesto Estratgica da Inovao.

    2004 - Implantao do curso demestrado em Engenharia Eltrica,com reas de Concentraoem Dispositivos EletrnicosIntegrados e IntelignciaArtificial Aplicada Automao.

    1975 O Instituto de Pesquisas eEstudos Industriais (IPEI) foi criadopara promover o desenvolvimento e atransferncia de tecnologia para o setorprodutivo, prestar assessoria e executarservios tecnolgicos especializados,constituindo um elo com a indstria.

    1982 Criado o Instituto deEspecializao em CinciasAdministrativas e Tecnolgicas(IECAT), que desenvolve cursosde ps-graduao lato sensu ecursos de extenso.

    2011 A FEI comemora 70anos de atividades dedicados aoensino e formao de jovens.

    1975 a 1982

    FEI hoje

    1964 - Criada a Escola Superior deAdministrao de Negcios de SoBernardo do Campo (ESAN-SBC), como propsito de suprir as necessidadesgeradas pela industrializao, quecontinuava a se expandir na regio.

    1963 As instalaes da FEI foram transferidas pararea com 8.457m2, doada por Lauro Gomes, prefeitode So Bernardo do Campo. No novo local comearama funcionar os cursos de Engenharia de Operao nasmodalidades Mquinas Operatrizes e Ferramentas,Refrigerao e Ar-Condicionado, Eletrotcnica,Eletrnica, Qumica, Metalurgia, Txtil e Produo. Nomesmo ano foi criado o primeiro curso de EngenhariaMecnica com nfase em Automobilstica do Pas.

    1966

    1966 A FEId incio aocurso deEngenhariade Produo.

    70anos

    1978 Construoda Capela SantoIncio de Loyola emconcreto aparente,que possui 725m2.

  • 36 ingeniu fei | maro e abril de 200930 Domnio FEi | Agosto de 2009

    PS-GRADUAO

    o atual ambiente de negcios, todas as empresas querem ter asseguradas condies de conformidade a padres

    e requisitos internacionais como forma de pro-teo sua reputao. Na prtica, isso significa que a organizao precisa controlar e reduzir os riscos comerciais e institucionais, associados cadeia produtiva, nas questes que envolvem desde temas como a qualidade e o prprio impac-to da atividade industrial para o meio ambiente at questes sociais. Da produo estocagem, passando pela comercializao e distribuio, o valor de uma marca est necessariamente asso-ciado capacidade e habilidade da organizao em atender s demandas do consumidor. Nesse sentido, o papel de uma certificao voluntria fundamental, pois a demonstrao pblica do atendimento a essas demandas e, consequente-mente, do compromisso da empresa com os valo-res da sociedade que consome seus produtos.

    Segundo a multinacional prestadora de ser-vi os nas reas de inspeo, verificao, testes e certificao SGS, que atua no Brasil h 70 anos e parceira da FEI nos cursos de Estratgia para a Qualidade e a Competitividade e Gesto Am-biental Empresarial, o diferencial de empresas

    certificadas que, a partir do momento em que implementam um sistema de gesto, podem ter a viso real de cada processo produtivo, o que permite a sistematizao e gesto dos riscos ou impactos associados a cada atividade. Com isso, a organizao ganha competncia e profissiona-lismo, ressalta a gerente de Certificaes da SGS, Luciene Dias. Ao demonstrar eficincia na gesto e desempenho na ao, a partir de uma validao externa e independente, a organizao se diferen-cia de maneira real da concorrncia que no tem as mesmas prticas, criando valor em suas relaes de negcio e com o consumidor.

    A especialista afirma que no existe limite mnimo ou mximo para a qualidade, e as certi-ficaes podem ser obtidas por qualquer tipo de organizao, de todos os tamanhos e setores. No entanto, muitas vezes a empresa opera sem se dar conta de que precisa ter pessoal capacitado, processos padronizados e instalaes adequadas para assegurar um bom produto final. Luciene Dias acrescenta que, quando a empresa parte para a busca de uma ISO 9001, por exemplo, e se d conta de que precisa formatar ou ajustar processos, treinar pessoas e, dependendo do caso, at adequar as instalaes, sabe que ter de sair

    Diferencial competitivo

    tem validade para as

    empresas e para o

    currculo

    Certificaes garantem valor marca

    N

  • 37maro e abril de 2009 | ingeniu fei 31Agosto de 2009 | Domnio FEi

    Fcil acesso avenida Paulista estimula participao nos cursos

    ISO9001-Qualidade

    ISO14001-MeioAmbiente

    ISO22000-SeguranadoAlimento

    OHSAS18000-SadeeSeguranadoTrabalho

    ISOTS16949-QualidadeAutomotiva

    ISO13485-EquipamentosMdicos

    SA8000-ResponsabilidadeSocial

    CERFLOReFSC-CertificaesFlorestais

    IECQHSPM080000-GestodeSubstnciasPerigosas

    Tipos de certificaes

    da zona de conforto e trabalhar duro no ajuste das condies que a levaro at o reconhecimento pblico da sua qualidade. Atualmente, o ambien-te de negcios exige um profissional que tenha capacidade de otimizar processos ou atividades a partir das melhores prticas do mercado. Para chegar na frente, as empresas precisam investir na capacitao dos profissionais com treinamentos cada vez mais prticos, que permitam um contato mais prximo com a operao, define.

    Saiba mais

    PARcERIA FEI E SGSEm maro deste ano, o Centro Universitrio da FEI firmou uma

    parceria com a SGS para realizao de cursos em conjunto. Inicialmente sero ministrados dois cursos de ps-graduao latu sensu: Gesto Ambiental Empresarial e Estratgia para Qualidade e a Competitivi-dade. A parceria uniu a excelncia de mais de 130 anos da SGS com a FEI, uma instituio de ensino tradicional, conceituada e focada no atendimento s necessidades da indstria. Alm disso, o mercado pre-cisa de profissionais qualificados nessas reas abordadas pelos cursos, comenta Erb Ubarana, coordenador de Educao da SGS Academy. Os cursos so realizados na unidade da avenida Paulista, n 807, conjunto 1701, em So Paulo.

    O curso Estratgias para a Qualidade e a competitividade tem como objetivo o aprofundamento na anlise crtica e na aplicao de princpios, mtodos e tcnicas que possibilitem uma gesto eficaz da qualidade. Estratgias para a Qualidade, Tcnicas e Ferramentas para a Qualidade, Qualidade Ambiental, Tcnicas Estatsticas Aplicadas Qualidade e Es-tratgias para a Competitividade so temas abordados.

    Em Gesto Ambiental Empresarial, os profissionais so capacitados para atuar em diversos segmentos relacionados ao meio ambiente, como assessoria ambiental de instituies privadas e rgos pblicos e avaliaes de impacto de novos projetos. Nas disciplinas so abordados temas como Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel, Legislao Ambiental, Adminis trao dos Recursos Ambientais, Gesto dos Recursos Hdricos e Agro florestais, Auditoria Ambiental e Qualidade Ambiental de Produtos.

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  • 32 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    QUALIDADE DE VIDA

    Para evitar o estresseagudo, a recomendao exerccio fsico, atividadede lazer ou hobby ealimentao balanceada

    rotina dos executivos e gesto-res no nada fcil. A agendasempre repleta de compromis-

    sos e a frequente presso pelo cumpri-mento de metas e pela tomada de deci-ses em curto espao de tempo so co-muns no dia-a-dia desses profissionais,em empresas de todos os segmentos etamanhos. Com o cenrio de crise eco-nmica dos ltimos meses, essas situa-es se tornaram ainda mais corriquei-ras, exigindo dos executivos um esforomaior em busca de estratgias que pos-sibilitassem driblar as dificuldades. Nes-sas horas, o estresse inevitvel.

    Reao orgnica natural diante de si-tuaes desafiadoras ou perigosas, nadose certa o estresse importante, poisaumenta a produtividade e a disposio.O problema ocorre no instante em que asdemandas ultrapassam as capacidades de

    Sobcontnuapresso

    A enfrentamento do indivduo. Neste mo-mento, o crebro envia descargas maio-res de hormnios de alerta (adrenalina ecortisol) ao organismo e interpreta, equi-vocadamente, que pequenos problemasdo cotidiano representam ameaas vida.O bombardeio hormonal contnuo podeproduzir desde nervosismo e inquietaoat falhas de memria, alergias, diabetese problemas cardiovasculares.

    Para reduzir as reaes advindas domau estresse, especialistas sugeremexerccios fsicos regulares, a prtica deatividades fora da rea profissional euma alimentao balanceada, entre ou-tras medidas. Segundo o mdico psiquia-tra e ortomolecular Cyro Masci, a recei-ta funciona porque as prticas como pin-tura, escultura e fotografia estimulamreas no-verbais do crebro e as ativi-dades fsicas liberam hormnios benfi-

    cos que do sensao de bem-estar. Almdisso, o consumo regular de nutrientes,entre os quais aminocidos e vitaminaspresentes na carne, no leite, nas frutas,verduras e nos legumes, atuam na for-mao de substncias qumicas envolvi-das no funcionamento de reas cerebraisresponsveis pelas emoes.

    Estudos tambm indicam que pausasperidicas durante o trabalho, de dois a cin-co minutos a cada hora ou hora e meia, tor-nam o dia mais produtivo. Aps a inter-rupo, saudvel respirar profundamen-te, pois nos momentos de tenso a respi-rao torna-se rpida e superficial, com-portamento que o crebro percebe comosinal de perigo. A entrada e sada do ar deforma lenta e controlada, ao contrrio, interpretada como um bom sinal. Melhorainda se o indivduo inspirar pelo nariz, fa-zendo com que o ar entre pelos msculos

  • 33AGOSTO DE 2009 | DOMNIO FEI

    Avalie o seu estresse

    do abdome em vez do trax. A respiraoabdominal libera hormnios antagonistasdo estresse, explica o mdico.

    PICE DO ESTRESSESe, de peridicas, as presses no tra-

    balho passam a prolongadas, abre-se ca-minho para a Sndrome de Burnout (doingls, algo totalmente queimado, calci-nado), cujos principais sinais so a des-

    motivao, a avaliao negativa de si mes-mo e a insensibilidade, respostas tpicasdo estresse crnico. Indivduos diagnos-ticados com Burnout geralmente so per-feccionistas ao extremo ou mantm ex-pectativas muito elevadas sobre a carrei-ra. Os sintomas do problema so cefa-leia, alteraes gastrointestinais e ins-nia, e as consequncias podem ser gra-ves, incluindo depresso e dependncia

    qumica. O desgaste se reflete tambmnas relaes familiares, com separaese brigas frequentes, e no trabalho, de-terminando diminuio do rendimentoe aumento do absentesmo, aponta Ma-ria Lcia Rossi, psicloga do Centro Psi-colgico de Controle do Stress (CPCS) deSo Paulo unidade Vila Olmpia. O tra-tamento inclui acompanhamento psico-lgico e medicao adequada.

    Exausto emocional

    Pode ser fsica ou

    psicolgica. O indivduo

    se sente sem energia

    e desgastado, no se

    sensibiliza com a dor

    alheia e torna-se

    irritvel e pessimista.

    O engenheiro mecnico formado pela FEI em 1988, Vladmir Stancati, h quatro anos

    promoveu alteraes na rotina para lidar melhor com as presses da vida profissional. Gerente de

    Desenvolvimento de Pessoas responsvel pelas unidades da Elevadores Atlas Schindler na Amrica

    Latina, o executivo de 42 anos tem reservado um tempo maior na agenda para atividades fora

    do trabalho. Depois de uma avaliao mdica retomei a caminhada e a corrida, praticadas na

    juventude. Hoje, acordo muito mais disposto e ainda eliminei oito quilos, comemora Vladmir,

    que tambm professor de ps-graduao na Fundao Getlio Vargas (FGV).

    Alm da prtica regular de atividades fsicas, tanto na academia quanto no Parque da

    Independncia, em So Paulo na pista que leva o nome de seu pai, Vincio Stancati o

    engenheiro, que filho de ex-maratonistas, relaxa com a observao de pssaros. Nas frias,

    sempre procuro locais de mata nativa para gravar os cantos das aves. Tambm gosto de msica,

    leitura e de estar na companhia de meus filhos, que so minhas vlvulas de escape, afirma.

    Para administrar bem o tempo, Vladmir aposta na equipe de profissionais com quem trabalha

    e se sente seguro ao delegar tarefas. Com o trabalho bem distribudo pela equipe, o gerente

    diminui a necessidade de permanecer na empresa alm do horrio e, consequentemente,

    sobra espao para o lazer e a famlia.

    Tenso controlada

    Despersonalizao

    O outro visto como um objeto que

    deve ser tratado com eficincia, mas

    no, necessariamente, com carinho ou

    compreenso. O profissional perde a

    capacidade de empatia, o que pode

    levar ao cinismo, irritabilidade, baixa

    tolerncia e falta de pacincia.

    Falta de realizao pessoal

    A autoestima sofre um rebaixamento.

    O indivduo sente que o trabalho no

    importante e fica desmotivado e

    indiferente. Em um primeiro momento,

    os sentimentos negativos se voltam

    para os clientes e colegas de trabalho e,

    depois, atingem a famlia e ele prprio.

  • 34 DOMNIO FEI | AGOSTO DE 2009

    m projeto social desenvolvidopelo Departamento de CinciasSociais e Jurdicas da FEI tem

    contribudo no s para a preservao domeio ambiente, mas tambm para atransformao de lixo reciclvel em umafonte de recursos destinada ao social.O projeto Reciclagem de Resduos,iniciado em abril de 2000, resultado delevantamento feito por uma comissoformada por professores e funcionriosda instituio, que definiu os tipos maiscomuns de lixos reciclveis dos campi econstatou que as 11 toneladas de mate-rial reciclvel, entre plsticos e papisproduzidos pela FEI, poderiam ter des-tinos mais nobres que os lixes pblicos.

    Aps trabalho de conscientizao comalunos, professores e funcionrios, coleto-res de resduos foram instalados nos campipara separao de papis, vidro, metais eplsticos. Por meio de um projeto realiza-do pela Prefeitura de So Bernardo, a Asso-ciao Crist Verdade e Luz, chamada porLar da Mame Clory, foi a escolhida parareceber o material. O Lar, fundado na d-cada de 1940 por Clory Fagundes Marques,atualmente com 92 anos de idade, desen-volve diversos trabalhos sociais, alm deoferecer abrigo a crianas e idosos, cursosde informtica, oficinas de capacitao pro-fissional a jovens entre 12 e 17 anos e cur-sos de artesanato, entre outras atividades.

    Segundo a Mame Clory, como pre-fere ser chamada, a ideia das oficinas fazer com que o jovem fique longe dasruas e aprenda uma profisso. A maio-ria dos jovens que passou por aqui estempregada, orgulha-se. Outro trabalhodesenvolvido pela entidade o de reci-clagem. O coordenador do centro de re-ciclagem da associao, Gilson IncioRodrigues, informa que mensalmente aentidade recebe cerca de 60 toneladas dematerial, como plstico e papelo. Equi-pe com 16 funcionrios faz a separaodos materiais, que so prensados, emba-lados e vendidos a empresas de recicla-gem. A verba da comercializao desti-nada ao pagamento dos funcionrios eajuda na manuteno d