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Micrografia da luz imunofluorescente de células cancerosas HeLa. A célula no centro da foto encontra-se no estágio de prófase da divisão celular mitótica. Os cromossomos condensaram-se antes de se dividir para originar dois núcleos. As células estão marcadas para mostrar os microfilamentos de actina e os microtubos do esqueleto celular, os quais aparecem como estruturas filamentosas ao redor do núcleo da célula. Os núcleos das células são visualiza- dos pela exposição das mesmas a anticorpos fluorescentes de estrutura específica, preparados conectando-se cova- lentemente as moléculas fluorescentes aos anticorpos normais. Os anticorpos se aglomeram no núcleo de forma que, quando são expostos à radiação UV, brilham como mostrado na foto. Uma química similar é empregada na dosagem imunológica descrita no Destaque 11-2. Espectroscopia de Fluorescência Molecular CAPÍTULO 27 A fluorescência é um processo de fotoluminescência no qual os átomos ou moléculas são excitados por absorção de radiação eletromagnética (ver Figura 24-6). As espécies excitadas então relaxam ao esta- do fundamental, liberando seu excesso de energia como fótons. Uma das características mais relevantes da fluorescência molecular está na sua sensibilidade intrínseca, a qual freqüentemente é de uma a três vezes maior que a da espectroscopia de absorção. De fato, para determinadas espécies sob condições con- troladas, a presença de uma única molécula pode ser determinada pela espectroscopia de fluorescência. Outra vantagem está na faixa linear de concentração dos métodos de fluorescência, a qual é signi- ficativamente maior que aquela encontrada na espectroscopia de absorção. Contudo, os métodos de fluorescência são muito menos aplicados que os métodos de absorção em razão do número limitado de sistemas químicos que fluorescem com intensidade apreciável. A fluorescência está também sujeita a muitos outros efeitos de interferência ambiental que os métodos de absorção. Neste capítulo, conside- ramos alguns dos mais importantes aspectos dos métodos de fluorescência molecular. 27A TEORIA DA FLUORESCÊNCIA MOLECULAR A fluorescência molecular é medida excitando-se a amostra no compri- mento de onda de absorção, também conhecido como comprimento de onda de excitação, e medindo-se a emissão a um comprimento de onda mais alto denominado comprimento de onda de fluorescência. Por exemplo, a forma reduzida da coenzima nicotinamida adenina dinu- cleotídeo (NADH) pode absorver radiação a 340 nm. A molécula exibe fluorescência com emissão máxima a 465 nm. Geralmente, a emissão fluorescente é medida em ângulo reto em relação ao feixe incidente para evitar a interferência desse feixe (ver Figura 25-1b). A emissão de curta A emissão por fluorescência ocorre em 10 5 s ou menos. Em contraste, a fosforescência pode durar muitos minutos ou mesmo horas. A fluorescência é muito mais empregada em análise química que a fosforescência.

[Fluorimetria] Capítulo Skoog

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Micrografia da luz imunofluorescente de clulas cancerosas HeLa. A clula no centro da foto encontra-se no estgiodeprfasedadivisocelularmittica.Oscromossomoscondensaram-seantesdesedividirparaoriginardoisncleos. As clulas esto marcadas para mostrar os microfilamentos de actina e os microtubos do esqueleto celular,os quais aparecem como estruturas filamentosas ao redor do ncleo da clula. Os ncleos das clulas so visualiza-dos pela exposio das mesmas a anticorpos fluorescentes de estrutura especfica, preparados conectando-se cova-lentementeasmolculasfluorescentesaosanticorposnormais.Osanticorposseaglomeramnoncleodeformaque,quandosoexpostosradiaoUV,brilhamcomomostradonafoto.Umaqumicasimilarempregadanadosagem imunolgica descrita no Destaque 11-2.Espectroscopia deFluorescncia MolecularCAPTULO 27Afluorescncia um processo de fotoluminescncia no qual os tomos ou molculas so excitados porabsoro de radiao eletromagntica (ver Figura 24-6). As espcies excitadas ento relaxam ao esta-do fundamental, liberando seu excesso de energia como ftons. Uma das caractersticas mais relevantesda fluorescncia molecular est na sua sensibilidade intrnseca, a qual freqentemente de uma a trsvezes maior que a da espectroscopia de absoro. De fato, para determinadas espcies sob condies con-troladas, a presena de uma nica molcula pode ser determinada pela espectroscopia de fluorescncia.Outravantagemestnafaixalineardeconcentraodosmtodosdefluorescncia,aqualsigni-ficativamentemaiorqueaquelaencontradanaespectroscopiadeabsoro.Contudo,osmtodosde fluorescncia so muito menos aplicados que os mtodos de absoro em razo do nmero limitadode sistemas qumicos que fluorescem com intensidade aprecivel. A fluorescncia est tambm sujeita amuitosoutrosefeitosdeinterfernciaambientalqueosmtodosdeabsoro.Nestecaptulo,conside-ramos alguns dos mais importantes aspectos dos mtodos de fluorescncia molecular.27A TEORIA DA FLUORESCNCIA MOLECULARA fluorescncia molecular medida excitando-se a amostra no compri-mento de onda de absoro, tambm conhecido como comprimento deonda de excitao, e medindo-se a emisso a um comprimento de ondamaisaltodenominadocomprimentodeondadefluorescncia.Porexemplo, aformareduzidadacoenzimanicotinamidaadeninadinu-cleotdeo (NADH) pode absorver radiao a 340 nm. A molcula exibefluorescncia com emisso mxima a 465 nm. Geralmente, a emisso fluorescente medida em ngulo retoem relao ao feixe incidente para evitar a interferncia desse feixe (ver Figura 25-1b). A emisso de curtaA emisso por fluorescnciaocorre em 105s ou menos. Emcontraste, a fosforescncia podedurar muitos minutos ou mesmohoras. A fluorescncia muitomais empregada em anlisequmica que a fosforescncia.durao que ocorre chamada fluorescncia, enquanto a luminescncia de maior durao denominadafosforescncia.27A-1 Processos de RelaxaoA Figura 27-1 apresenta um diagrama parcial de nveis de energia para uma espcie molecular hipottica.Trs nveis eletrnicos de energia so mostrados, E0, E1e E2; E0 o estado fundamental e E1e E2so esta-dos excitados. Cada um dos estados eletrnicos apresentado com quatro nveis vibracionais excitados. Airradiao dessa espcie com a radiao de banda de l1a l5(Figura 23-12a) resulta na populao momen-tnea dos cinco nveis vibracionais do primeiro estado eletrnico excitado, E1. De forma similar, quandoas molculas so irradiadas com uma banda de radiao mais energtica constituda por comprimentos deonda mais curtos de l1 a l5, os cinco nveis vibracionais de maior energia eletrnica E2tornam-se momen-taneamente populados.UmavezexcitadaparaE1ouE2, muitosprocessosquecausamaperdadoexcessodeenergiadamolculapodemocorrer.Doisdosmecanismosmaisimportantes,relaxaono-radiativa eemissofluorescente, soilustradosnaFigura 27-1b e c. Osdoismtodosderelaxaono-radiativaquecompetemcomafluorescncia so ilustrados na Figura 27-1b. A relaxao vibracional,indicadapelassetascurtasonduladasentreosnveisdeenergiavibra-cionais, ocorreduranteascolisesentreasmolculasexcitadaseasmolculas do solvente. A relaxao no-radiativa entre os nveis vibra-cionaismaisbaixosdeumestadoeletrnicoeosnveisvibracionaismais altos de outro estado eletrnico tambm pode ocorrer. Esse tipo derelaxao, algumasvezesdenominadoconversointerna, apontadopelas duas setas onduladas longas na Figura 27-1b. A converso interna muito menos eficiente do que a relaxao vibracional de forma que otempodevidamdiodeestadoeletrnicoexcitadoestentre109e106s. O mecanismo exato pelo qual esses dois processos de relaxaoocorrem est, no momento, sob investigao, porm, o resultado lquido um pequeno aumento na temperatura do meio.SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH CAP. 27 Espectroscopia de Fluorescncia Molecular 783Figura 27-1 Diagrama de nveis de energia mostrandoalguns dos processos queocorrem durante (a) absoro deradiao incidente, (b) relaxaono-radiativa e (c) emissofluorescente por espciesmoleculares. A absorotipicamente ocorre em 1015s,enquanto a relaxao vibracionalacontece na escala de tempoentre 1011e 1010s. Aconverso interna entre estadoseletrnicos diferentes tambm muito rpida (1012s), ao passoque os tempos de vida para afluorescncia esto tipicamenteentre 1010e 105s.4 3 2 1 04 3 2 1 04 3 2 1 04 3 2 1 0E2E1E015 151 E2E1E0E2E1E04 3 2 1 0RelaxaovibracionalConversointernaFluorescncia(a) Absoro molecular (b) Relaxao no-radiativa (c) Fluorescncia4 3 2 1 04 3 2 1 04 3 2 1 04 3 2 1 0EnergiaA converso interna um tipo derelaxao que envolve a transfernciado excesso de energia das espciespresentes no estado vibracional demais baixa energia de um estadoeletrnico excitado para as molculasdo solvente e a converso das espcies excitadas para um estadoeletrnico mais baixo.A relaxao vibracional envolve atransferncia do excesso de energiade uma espcie excitada vibracionalmente para as molculasdo solvente. Esse processo ocorreem menos de 1015s e deixa asmolculas no estado vibracionalmais baixo de um estado eletrnico excitado.AFigura27-1cilustraoprocessoderelaxaoquesedeseja: oprocesso fluorescente. Quase sempre, a fluorescncia observada a par-tir do estado excitado eletrnico mais baixo E1para o estado fundamen-talE0.Tambm, geralmente, afluorescnciaocorresomentedonvelvibracionalmaisbaixodeE1paravrios nveis vibracionais de E0. Isto porque os processos de converso interna e a relaxao vibracionalso muito rpidos quando comparados com a fluorescncia. Portanto, um espectro de fluorescncia con-siste normalmente em uma nica banda com muitas linhas prximas que representam as transies do esta-do vibracional mais baixo de E1para os muitos nveis vibracionais diferentes de E0.AlinhamostradanaFigura27-1cquedefineoladodabandadefluorescncianocomprimentodeondamaiscurto, oudeenergiamaisalta, (l1)idnticaemenergialinharotuladadel1nodiagrama de absoro apresentado na Figura 27-1a. Uma vez que as linhas de fluorescncia nessa banda originam-senoestadovibracionalmaisbaixodeE1, todasasoutraslinhasnabandasodemenorenergia, oudemaior comprimento de onda, que a linha correspondente a l1. As bandas de fluorescncia molecular soconstitudasporlinhasqueapresentamcomprimentodeondamaior,menorfreqncia, eassimdemenorenergia, queabandaderadiaoabsorvida para sua excitao. Esse deslocamento para os comprimentosde onda mais longos denominado deslocamento Stokes.Relao entre os Espectros de Excitao e de FluorescnciaEm razo do fato de as diferenas de energia entre os estados excitados vibracionais serem as mesmas paraambos os estados fundamental e excitado, o espectro de absoro, ou espectro de excitao, e o espectrode fluorescncia para um composto freqentemente se mostram como imagens aproximadamente especu-lares (de espelho) um do outro com sobreposio ocorrendo prximo transio de origem (nvel vibra-cional0deE1paraonvelvibracional0deE0).Esseefeitodemonstradopeloespectrodoantracenoexposto na Figura 27-2. H muitas excees a essa regra da imagem especular, particularmente quando os784 FUNDAMENTOS DE QUMICA ANALTICA EDITORA THOMSONAs bandas de fluorescncia consistem em um nmero grande delinhas prximas umas das outras.A fluorescncia com deslocamento Stokes apresentacomprimento de ondamais longoque aquele que causou a excitao.Figura 27-2 Espectro de fluorescncia para uma soluo a 1 ppm de antraceno emlcool: (a) espectro de excitao; (b) espectro de emisso.300 350Comprimento de onda de excitao, nmComprimento de onda de emisso, nm400300 350(b)(a)Intensidade de fluorescnciaIntensidade de fluorescncia400Modelo molecular para o antraceno.estadosexcitadoefundamentalapresentamgeometriasmolecularesdiferentesouquandoasbandasdefluorescncia se originam de partes diferentes da molcula.27A-2 Espcies FluorescentesComo mostrado na Figura 27-1, a fluorescncia um dos muitos mecanismos pelos quais a molcula retor-na ao seu estado fundamental original aps ter sido excitada pela absoro de radiao. Todas as molcu-lasabsorventesapresentampotencialparafluorescerem, contudo,muitoscompostosnoofazemporquesuasestruturasprovemcami-nhosparaarelaxaono-radiativamaisrpidaqueaemissofluo-rescente. O rendimento quntico de fluorescncia molecular simples-mente a razo entre o nmero de molculas que fluorescem e o nmerototaldemolculasexcitadas, ouarazoentreosftonsemitidoseosftons absorvidos. As molculas que fluorescem intensamente, como afluorescena, apresentameficinciasqunticasqueseaproximamdaunidade sob certas condies. As espcies no fluorescentes apresentameficincias essencialmente iguais a zero.Fluorescncia e EstruturaOscompostosquecontmanisaromticosapresentamemissofluo-rescente mais intensa e mais til. Enquanto certos compostos carbonli-cosalicclicosealifticos, bemcomoasestruturasdeligaesduplasaltamente conjugadas, tambm fluorescem, existem muito pouco dessescompostoscomparando-secomonmerodecompostosquecontmanis aromticos e que fluorescem.Muitos hidrocarbonetos aromticos no substitudos fluorescem emsoluo com uma eficincia quntica que aumenta com o nmero de anise seu grau de condensao. Os heterocclicos mais simples, como a piridi-na, o furano, o tiofeno e o pirrol, no apresentam fluorescncia molecular(Figura 27-3), porm as estruturas com anis fundidos que contm essesanisfreqentementefluorescem(Figura27-4).Asubstituionoanelaromtico causa um deslocamento do comprimento de onda mximo deabsoroealteraescorrespondentesnospicosdefluorescncia. Almdisso, a substituio no anel geralmente afeta a eficincia da fluorescn-cia. Esses efeitos so demonstrados pelos dados da Tabela 27-1.Efeito da Rigidez EstruturalExperimentos mostram que a fluorescncia particularmente favorecidaem molculas rgidas. Por exemplo, sob condies similares, a eficinciaquntica do fluoreno aproximadamente igual a 1,0, enquanto aquela dabifenila de cerca de 0,2 (Figura 27-5). A diferena de comportamentooresultadodoaumentoderigidezdeterminadopelogrupopontemetilenopresentenofluoreno.Essarigidezdiminuiavelocidadedarelaxaono-radiativa ao ponto em que a relaxao por fluorescnciatenha tempo de ocorrer. Existem muitos outros exemplos similares dessetipo de comportamento. Alm disso, freqentemente, uma intensificaodafluorescnciaresultadaabsorodecorantesfluorescentessobresuperfcies slidas; nesse caso, novamente, o acrscimo de rigidez incor-porado pelo slido pode ser responsabilizado pelo efeito observado.A influncia da rigidez tambm explica o aumento da fluorescncia decertosagentesorgnicosquelantesquandoestessocomplexadoscomSKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH CAP. 27 Espectroscopia de Fluorescncia Molecular 785Figura 27-3 Molculas aromticastpicas que no fluorescem.HOSpiridina furanoNNtiofeno pirrolFigura 27-4 Compostosaromticos tpicos que fluorescem.quinolinaNHNisoquinolinaindolNAs molculas ou complexosrgidos tedem a fluorescer.Muitos compostos aromticosno-substitudos fluorescem.A eficincia quntica descritapelo rendimento quntico de fluorescncia, F.Fem que kF a constante de velocidade de primeira ordem paraa relaxao por fluorescncia e knrcorresponde constante de velocidade para a relaxao no-radiativa. Ver o Captulo 29para uma discusso sobre as constantes de velocidade.kFkF knronsmetlico.Porexemplo, aintensidadedefluorescnciada8-hidroxi-quinolina muito menor que a do seu complexo com zinco (Figura 27-6).Efeito da Temperatura e do SolventeEmmuitasmolculas, aeficinciaqunticadafluorescnciadecrescecomoaumentodatemperatura, porque, atemperaturaselevadas, oaumento da freqncia de colises leva maior probabilidade de relaxa-ocolisional.Umadiminuiodaviscosidadedosolventelevaaomesmo resultado.EFEITO DA CONCENTRAO NA 27B INTENSIDADE DE FLUORESCNCIAA potncia da radiao fluorescente F proporcional potncia do feixede excitao absorvido pelo sistema:F K(P0P) (27-1)emqueP0apotnciadofeixeincidentesobreasoluoeP, asuapotncia aps ter percorrido um comprimento b do meio. A constante Kdependedaeficinciaqunticadafluorescncia.ParacorrelacionarFcomaconcentraoc dapartculafluorescente, escrevemosaleideBeer na seguinte forma10ebc(27-2)na qual e a absortividade molar da espcie fluorescente e ebc, a absor-bncia A. Substituindo-se a Equao 27-2 na Equao 27-1, obtemosF KP0(1 10ebc) (27-3)A expanso do termo exponencial da Equao 27-3 leva aF KP02,3ebc (27-4)Quando ebc A 6 0,05, o primeiro termo dentro dos colchetes, 2,3ebc, muito maior que os termos subseqentes e podemos escreverF 2,3KebcP0(27-5)ou, quando a potncia incidente P0for constante,F Kc (27-6)Assim, um grfico da potncia de fluorescncia de uma soluo versus aconcentrao das espcies emissoras deve ser linear para baixas concen-traes.Quandoc torna-sealtaosuficienteparaqueaabsorbnciasejamaiorque0,05(ouatransmitnciamenorquecercade0,9), arelaorepresentada pela Equao 27-6 torna-se no-linear e F situa-se abaixo daextrapolaodapartelineardogrfico.Esseefeitoresultadaabsoroprimria, na qual a radiao incidente absorvida to intensamente queafluorescncianomaisproporcionalconcentraocomomostradodp(2,3ebc)33!(2,3ebc)22!cPP0786 FUNDAMENTOS DE QUMICA ANALTICA EDITORA THOMSONTABELA 27-1Efeito da Substituio sobrea Fluorescncia de Derivadosdo Benzeno*Intensidade RelativaComposto da FluorescnciaBenzeno 10Tolueno 17Propilbenzeno 17Fluorbenzeno 10Clorobenzeno 7Bromobenzeno 5Iodobenzeno 0Fenol 18on fenolato 10Anisol 20Anilina 20on anilnico 0cido benzico 3Benzonitrila 20Nitrobenzeno 0*Em soluo de etanol. Extrado da obrade W. West, Chemical Applications ofSpectroscopy, Techniques of OrganicChemistry, v. IX, p. 730. Nova York:Interscience, 1956.Figura 27-5 Efeito da rigidezmolecular sobre o rendimentoquntico. A molcula do fluoreno mantida rgida pelo anel central, osdois anis benznicos da bifenilapodem girar um em relao ao outro.fluoreno 1bifenila 0,2CH2Figura 27-6 Efeito da rigidez norendimento quntico em complexos.As molculas livres de 8-hidroxiquinolina em soluo sofacilmente desativadas por meio decolises com as molculas do solventee no fluorescem. A rigidez docomplexo Zn-8-hidroxiquinolinaintensifica a fluorescncia.no-fluorescenteOHNfluorescenteZn2ON ) (pela Equao 27-4 mais completa. A concentraes muito altas, F atingeum mximo e pode mesmo comear a decrescer com o aumento da con-centraodevidoabsorosecundria.Essefenmenoocorreporcausadaabsorodaradiaoemitidaporoutrasmolculasdoanalito.Um grfico tpico de F versus a concentrao exibido na Figura 27-7.Observe que os efeitos primrios e secundrios, algumas vezes denomi-nadosefeitosdefiltrointerno, podemtambmocorreremrazodaabsoro por outras molculas presentes na matriz da amostra.27C INSTRUMENTOS PARA FLUORESCNCIAExistemmuitostiposdiferentesdeinstrumentosparamedidasdefluo-rescncia. Todos seguem o diagrama de blocos da Figura 25-1b. Os dia-gramaspticosdeinstrumentostpicossoapresentadosnaFigura 27-8.Seosdoisseletoresdecomprimentodeondaforemmonocro-madores, o instrumento um espectrofluormetro. Alguns instrumentosso hbridos e empregam um filtro de excitao com um monocromador120 100 80 60 40 200 2 4Concentrao, (mol L1) 1076 8Potncia fluorescente relativa, FSKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH CAP. 27 Espectroscopia de Fluorescncia Molecular 787Figura 27-8 Instrumentos tpicospara fluorescncia.Um fluormetro defiltro mostrado em (a). Observe queas emisses so medidas em nguloreto em relao fonte da lmpada dearco de mercrio. A radiao fluorescente emitida em todas asdirees e a geometria de 90oevita aobservao da fonte pelo detector. O espectrofluormetro (b) empregadois monocromadores com grades etambm observa a emisso em nguloreto. Os dois monocromadores permitem a varredura do espectro deexcitao (o comprimento de onda de excitao varrido a um comprimento de onda de emissofixo), do espectro de emisso(varredura do comprimento de onda de emisso a um comprimento de onda de excitao fixo) ou de umespectro sncrono (varredura de ambosos comprimentos de onda com uma diferena fixa entre os dois monocromadores).Lmpada de arcode mercrioLentes dequartzo ou vidroAberturas paraa definio do feixe de luzFiltro deexcitaoSuperfcie absorvedorade luzMonocromador de excitaoFiltro deemissoFeixe defluorescncia (a)(b)Dispositivo de leituraDispositivode leituraClulaFeixe de excitaoFonteTransdutorClula daamostraMMonocromador de excitaoFigura 27-7 Curva de calibraopara determinao espectrofluorimtricade triptofano em protenas solveis deum cristalino de olho de mamfero.para a emisso. Os instrumentos para fluorescncia podem incorporar um esquema de feixe duplo para com-pensar por flutuaes na potncia da fonte radiante com o tempo e com o comprimento de onda. Os instru-mentos que corrigem pela distribuio espectral da fonte so denominados espectrofluormetros corrigidos.As fontes para fluorescncia so geralmente mais potentes que as fontes tpicas para a absoro. Emfluorescncia, apotnciaradianteemitidadiretamenteproporcionalintensidadedafonte(Equao 27-5), masaabsorbncia, pelofatodeestaserrelacionadarazodaspotncias, comomostradonaEquao 27-7, essencialmente independente da intensidade da fonte.c kA k log(27-7)Como resultado dessas diferenas sobre a dependncia da intensidade dafonte, os mtodos de fluorescncia so geralmente de uma a trs ordensdegrandezamaissensveisqueosmtodosbaseadosemabsoro. Aslmpadas de arco de mercrio, as lmpadas de arco de xennio-mercrioe os lasers so as fontes tpicas para a fluorescncia. Os monocromadores e os transdutores so tipicamentesimilares queles empregados nos espectrofotmetros de absoro, exceto pelo fato de que as fotomultipli-cadoras so empregadas invariavelmente nos espectrofluormetros de alta sensibilidade. Os fluormetros e osespectrofluormetrosvariamamplamentenascaractersticasdesofisti-cao, de desempenho e de custo, como o fazem os espectrofotmetros deabsoro.Emgeral, osinstrumentosparafluorescnciasomaiscarosque os instrumentos de absoro de qualidade correspondente.APLICAES DOS MTODOS27D DE FLUORESCNCIAAespectroscopiadefluorescncianoconsideradaumaferramentaimportanteparaaanliseestruturalouqualitativa, poisasmolculascompequenasvariaesestruturaisfreqentementeapresentamespec-tros de fluorescncia similares. Tambm, as bandas de fluorescncia emsoluosorelativamentelargastemperaturaambiente.Contudo, afluorescncia tem demonstrado ser uma ferramenta valiosa na identifi-cao de derramamentos de petrleo. A fonte de um derramamento de pe-trleopodesvezesseridentificadaporcomparaodoespectrodeemisso de fluorescncia de uma amostra do derramamento com um dafonte suspeita. A estrutura vibracional dos hidrocarbonetos policclicospresentes no petrleo torna esse tipo de identificao possvel.Os mtodos de fluorescncia so empregados para se estudar equi-lbriosqumicosecinticadamesmaformaqueosmtodosespec-tromtricos de absoro. Freqentemente possvel estudar-se as reaesqumicas a menores concentraes em decorrncia da alta sensibilidadedos mtodos de fluorescncia. Em muitos casos, nos quais a monitoraoda fluorescncia no exeqvel de forma ordinria, as sondas fluores-centes ou marcadores podem ser ligados covalentemente a stios espec-ficos em molculas, como as protenas, tornando-as assim detectveis viafluorescncia.Essesmarcadorespodemserutilizadosparafornecerinformaes sobre a energia de processos de transferncia, sobre a polari-dadedaprotenaesobreadistnciaentreosstiosreativos(ver, porexemplo, o Destaque 27-1).aP0Pb788 FUNDAMENTOS DE QUMICA ANALTICA EDITORA THOMSONOs mtodos baseados em fluorescncia so 10 a 1.000 vezesmais sensveis que os mtodos de absoro.Figura 27-9 Alguns agentes quelantes fluorimtricos para ctionsmetlicos. A alizarina garnet R podedetectar Al3+em nveis to baixosquanto 0,007 mg/mL. A deteco deFcom a alizarina garnet R baseadana supresso da fluorescncia do complexo com o Al3+. O flavanol podedetectar o Sn4+no nvel de 0,1 mg/mL.H8-hidroxiquinolina(reagente para Al, Be eoutros ons metlicos)alizarina garnet R(reagente para Al, F)NC COOOOH OHOH HOSO3NaHOHO N Nflavanol(reagente para Zr e Sn)benzona(reagente para B, Zn, Ge e Si)SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH CAP. 27 Espectroscopia de Fluorescncia Molecular 789Osindicadoresfluorescentestmsidoampla-menteempregadoscomosondasdeeventosbiolgicos em clulas isoladas. Uma sonda parti-cularmenteinteressantea, assimdenominada,sonda de on, que altera seu espectro de emisso ede excitao quando ligada a ons como o Ca2+ouNa+. Esses indicadores podem ser utilizados pararegistrar eventos que ocorrem em diferentes partesdeneurniosisoladosouparamonitorarsimul-taneamente a atividade de um grupo de neurnios.Em neurobiologia, por exemplo, o corante Fura-2temsidoempregadoparamonitoraraconcen-traodeclciolivreintracelularqueacompa-nhaumestmulofarmacolgicooueltrico.Acompanhandoasmudanasdefluorescnciacom o tempo em stios especficos no neurnio, ospesquisadores podem determinar quando e onde oevento eltrico dependente do clcio ocorre. UmaclulaquetemsidoestudadaadoneurnioPurkinjedocerebelo, queumdosmaioresdosistema nervoso central. Quando essa clula car-regadacomoindicadorfluorescenteFura-2, asalteraes bem definidas de fluorescncia podemser medidas em correspondncia ao do poten-cialindividualdeclcio.Asmudanassocor-relacionadascomstiosespecficosnaclulapormeiodetcnicasdefluorescnciadeimagem. AFigura27D-1mostraaimagemdefluorescncia direita juntamente com os transientes de fluores-cncia, registradoscomoaalteraonafluo-rescnciarelativafluorescnciaestacionria F/F, correlacionadacomasvariaesabruptasnaaodopotencialdosdio.Ainterpretaodesse tipo de padres pode ter importantes impli-caes na compreenso dos detalhes da atividadesinptica.Uso de Sondas Fluorescentes em Neurobiologia: Investigando a Mente IluminadaDESTAQUE27-150%F/F50 mV01 sddpp ssFigura 27D-1 Transientes de clcio em uma clula cerebelar Purkinje. A imagem direita da clula preenchida com ocorante fluorescente, que responde concentrao de clcio. Os transientes de fluorescncia so mostrados acima, esquerda,como registrados para as reas d, p e s na clula. Os transientes na regio d correspondem regio do dendrito da clula. Os sinais especficos para clcio podem ser correlacionados com a ao do potencial apresentado esquerda, embaixo. (De V. Lev-Ram, H. Mikayawa, N. Lasser-Ross, W. N. Ross, J. Neurophysiol., 1992, v. 68, p. 1170. Com permisso daAmerican Physiological Society).Josmtodosquantitativosbaseadosemfluorescnciatmsidodesenvolvidosparaasespciesinorgnicas, orgnicas e bioqumicas. Os mtodos fluorescentes inorgnicos podem ser divididos em duasclasses: mtodos diretos, que so baseados na reao do analito com um agente complexante para formarum complexo fluorescente; e indiretos, que dependem do decrscimo da fluorescncia, tambm denomi-nado supresso (quenching), resultante da interao do analito com o reagente fluorescente. Os mtodosdesupressosousadosprimariamenteparaadeterminaodenionseoxigniodissolvido.Algunsreagentes fluorescentes para ctions so mostrados na Figura 27-9.Arelaxaono-radiativadequelatosdemetaldetransiotoeficientequeessasespciesrara-mente fluorescem. importante notar que a maioria dos metais de transio absorve na regio do UV evisvel, enquanto os ons de metais que no so de transio no o fazem. Por essa razo, a fluorescncia freqentemente considerada complementar absoro para a determinao de ctions.O nmero de aplicaes dos mtodos de fluorescncia a problemas orgnicos e bioqumicos impres-sionante. Entre os tipos de compostos que podem ser determinados por fluorescncia esto os aminoci-dos, protenas, coenzimas, vitaminas, cidosnuclicos, alcalides, porfirinas, esterides, flavonidesemuitos metablitos.1Em razo de sua sensibilidade, a fluorescncia amplamente empregada como tc-nicadedetecoemmtodosdecromatografialquida(verCaptulo32), em anlise em fluxo e em eletroforese. Alm dos mtodos que es-tofundamentadosnaintensidadedefluorescncia, hmuitosoutros queestobaseadosnamedidadotempodevidadafluorescncia.Muitosinstrumentosforamdesenvolvidosparafornecerimagensmi-croscpicas de espcies com base no tempo de vida de fluorescncia.227D-1 Mtodos para Espcies InorgnicasOs reagentes mais bem-sucedidos para a determinao de ctions so oscompostosaromticoscontendodoisoumaisgruposfuncionaisqueformam quelatos com o on metlico. Um exemplo tpico a 8-hidro-xiquinolina, cujaestruturadadanaSeo12D-3.AlgunsoutrosreagentesfluorimtricosesuasaplicaespodemserencontradosnaTabela27-2.Comamaioriadessesreagentes, octionextradoemuma soluo do reagente em um solvente orgnico imiscvel, tal como790 FUNDAMENTOS DE QUMICA ANALTICA EDITORA THOMSON1Ver, por exemplo, O. S. Wolfbeis, in Molecular Luminescence Spectroscopy: Methods & Applications Parte I, Captulo 3, S. G. Schulman, Ed.Nova York, Wiley-Interscience, 1985.2Ver J. R. Lakowicz, H. Szmacinski, K. Nowacyzk, K. Berndt e M. L. Johnson, in Fluorescence Spectroscopy: New Methods and Applications,Captulo 10, O. S. Wolfbeis, Ed. Berlim: Springer-Verlag, 1993.Alguns dos hidrocarbonetosaromticos policclicos encontradosem derramamentos de petrleo soo criseno, o perileno, o pireno, ofluoreno e o 1,2-benzofluoreno. A maioria desses compostos carcinognica.Modelo molecular do pireno.TABELA 27-2Mtodos Fluorimtricos Selecionados para Espcies Inorgnicas*Comprimento de onda, nmsensibilidade,on Reagente Absoro Fluorescncia mg/mL InterfernciasAl3Alizarina garnet R 470 500 0,007 Be, Co, Cr, Cu, F, NO3, Ni, PO34, Th, ZrFComplexo de alizarina 470 500 0,001 Be, Co, Cr, Cu, Fe, Ni, PO34, Th, Zrgarnet R com alumnio(supresso)B4O72Benzona 370 450 0,04 Be, SbCd22-(o-Hidroxifenil)- 365 Azul 2 NH3benzoxazolLi8-Hidroxiquinolina 370 580 0,2 MgSn4Flavanol 400 470 0,1 F, PO34, ZrZn2Benzona Verde 10 B, Be, Sb, ons coloridos*De J. A. Dean, Analytical Chemistry Handbook, Nova York, McGraw-Hill, 1995, p. 5,605,62.o clorofrmio. A fluorescncia da soluo orgnica , ento, medida. Para um resumo mais completo sobreos mtodos fluorimtricos para a determinao de substncias inorgnicas, ver o manual escrito por Dean.3Arelaxaono-radiativadequelatosdemetaldetransiotoeficientequeessasespciesrara-mente fluorescem. importante observar que a maioria dos metais de transio absorve na regio do UVe visvel, enquanto os ons de metais que no so de transio no o fazem. Por essa razo, a fluorescn-cia freqentemente considerada complementar absoro para a determinao de ctions.27D-2 Mtodos para Espcies Orgnicas e BioqumicasO nmero de aplicaes de mtodos fluorimtricos a problemas orgnicos impressionante. Dean resumeasaplicaesmaisimportantesemumatabela.4Maisde200entradassoencontradassobocabealhoEspectroscopiadeFluorescnciade AlgunsCompostosOrgnicos, incluindovrioscompostoscomoadenina, cido antranlico, hidrocarbonetos policclicos aromticos, cistena, guanina, isoniazida, naftis,gasesdenervosarinetabun, protenas, cidosaliclico, escatol, triptofano, cidoricoevarfarina(Coumadin).Muitosagentesmedicinaisquepodemserdeterminadosfluorimetricamentesolistados,incluindo a adrenalina, morfina, penicilina, fenobarbital, procana, reserpina e cido lisrgico dietilamida(LSD). Sem sombra de dvida, a mais importante aplicao da fluorimetria est na anlise de produtos ali-mentcios, frmacos, amostras clnicas e produtos naturais. A sensibilidade e seletividade do mtodo o tor-namumaferramentaparticularmentevaliosanessescampos.Umaquantidadenumerosadecompostosfisiologicamente importantes fluorescem.27E ESPECTROSCOPIA DE FOSFORESCNCIA MOLECULARA fosforescncia um fenmeno de fotoluminescncia bastante similar fluorescncia. A compreenso dadiferena entre esses dois fenmenos requer a compreenso do spin eletrnico e da diferena entre o estadosingleto e o estado tripleto. As molculas comuns que no sejam radicais livres existem no estado funda-mental com seus spins de eltrons emparelhados. Um estado eletrnico molecular no qual todos os spins doseltronsestoemparelhadosdenominadoestadosingleto.Oestadofundamentaldeumradicallivre, poroutro lado, um estado dubleto, porque o eltron pode assumir duas orientaes em um campo magntico.Quando um eltron de um par de eltrons excitado em uma molcula para um nvel de energia maisalto, um estado singleto ou tripleto pode ser produzido. No estado excitado singleto, o spin do eltron pro-movido ainda oposto quele do eltron que permaneceu no nvel fundamental. No estado tripleto, contu-do, os spins dos dois eltrons tornam-se desemparelhados, sendo ento paralelos. Esses estados podem serrepresentados como ilustrado na Figura 27-10. O estado excitado tripleto menos energtico que o estadoexcitado singleto correspondente.SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH CAP. 27 Espectroscopia de Fluorescncia Molecular 7913J. A. Dean, Analytical Chemistry Handbook, p. 5,60-5,62. Nova York: McGraw-Hill, 1995.4J. A. Dean, Analytical Chemistry Handbook, p. 5,63-5,69. Nova York: McGraw-Hill, 1995.Figura 27-10 Estados de spin eletrnico dasmolculas. Em (a) apresentado o estado eletrnico fundamental. No estado de menor energiaou fundamental, os spins so sempre emparelhados eo estado dito ser do tipo singleto. Em (b) e (c) somostrados os estados eletrnicos excitados. Se osspins permanecem emparelhados no estado excitado,a molcula est no estado singleto (b). Se os spinstornam-se desemparelhados, a molcula est em umestado excitado tripleto (c).Estado excitadosingleto(b)Estado excitadotripleto(c)Estado fundamentalsingleto(a)Afluorescnciaemmolculasenvolveatransiodeumestadoexcitadosingletoparaoestadofundamentalsingleto.Essatransioaltamente provvel e, assim, o tempo de vida do estado excitado single-tomuitocurto(105soumenos).Afosforescnciamolecular, poroutrolado, envolveatransiodeumestadoexcitadotripletoparaoestado fundamental singleto. Em virtude de essa transio alterar o spineletrnico, ela menos provvel. Portanto, um estado tripleto apresentaum tempo de vida mais longo (tipicamente, 104a 104s). As substn-cias fosforecentes slidas so empregadas para recobrir a tela de tubosderaioscatdicos, sendoresponsveispelahabilidadedeseobservaraaodefeixesdeeltronsemmuitos osciloscpios, televisores e monitores de computadores.Otempodevidalongodafosforescnciatambmumadesuaslimitaes.Emdecorrnciadesselongotempo, osprocessosno-radiativospodemcompetircomafosforescnciaparadesativaroestadoexcitado. Assim, a eficincia do processo fosforescente e a intensidade correspondente da fosforescnciasorelativamentebaixas.Paraaumentaressaeficincia, afosforescncianormalmenteobservadaabaixastemperaturasemmeiorgido, comovidros.Nosanosmaisrecentes, a fosforescncia temperatura ambiente tem-se tornado popu-lar.Nessatcnica, amolculaabsorvidasobreumasuperfcieslidaou encerrada em uma cavidade molecular (micela ou em uma cavidadede ciclodextrina), a qual protege o frgil estado tripleto.Por causa de sua fraca intensidade, a fosforescncia muito menosaplicada que a fluorescncia. Contudo, a fosforimetria tem sido empre-gada para a determinao de uma variedade de compostos orgnicos ebioqumicos, incluindo cidos nuclicos, aminocidos, pirino, pirimidi-na, enzimas, hidrocarbonetos policclicos e pesticidas. Muitos compos-tosfarmacuticosexibemsinaisdefosforescncia.Ainstrumentaopara fosforescncia tambm um pouco mais complexa que para fluo-rescncia.Geralmenteuminstrumentoparafosforescnciapermiteadiscriminaoentreafosforescnciaeafluorescnciapeloatrasodamedidadafosforescnciaatqueafluorescnciatenhadecadoprxi-moazero.Muitosinstrumentosparafluorescnciaapresentamumacessrio, chamadofosforoscpio, quepermitequeomesmoinstru-mento seja empregado para as medidas de fosforescncia.27F MTODOS DE QUIMIOLUMINESCNCIAA quimioluminescncia produzida quando uma reao produz uma molcula eletronicamente excitada,a qual emite luz para retornar ao estado fundamental. As reaes quimioluminescentes so encontradas eminmerossistemasbiolgicos, nosquaisoprocessofreqentementedenominadobioluminescncia.Exemplosdeespciesqueexibembioluminescnciaincluemovaga-lume, opepino-do-mar, algumasmedusas, bactrias, protozoriosecrustceos.Umacaractersticainteressantedaquimioluminescnciaparafinsanalticosestnasimplicidadedainstrumentao.Umavezquene-nhuma fonte externa necessria para a excitao, o instrumento podeserconstitudosomenteporumfrascodereaoeporumtubofoto-multiplicador.Emgeral, nenhumdispositivodeseleodocompri-mento de onda necessrio porque a nica fonte de radiao a reaoqumica.792 FUNDAMENTOS DE QUMICA ANALTICA EDITORA THOMSONNo-polarNo-polarMicela em solvente no-aquosoPolarPolarMicela em solvente aquosoO vaga-lume produz luz por meio do fenmeno de bioluminescncia. As espciesdiferentes de vaga-lumes piscamcom ciclos de tempo ligado-desligado diferentes. Os vaga-lumesse cruzam somente com os de suaespcie. A reao bioluminescenteque nos mais familiar ocorrequando um vaga-lume est procurando por um parceiro.Estrutura das micelas.Na fosforescncia temperaturaambiente, o estado tripleto do analito pode ser protegido por suaincorporao em um agregado tensoativo denominado micela. Em solues aquosas o agregadoapresenta um ncleo no-polardevido repulso dos grupospolares. O oposto ocorre em solventes no-polares.Osmtodosdequimioluminescnciasoconhecidospelasuaaltasensibilidade. Os limites de deteco tpicos esto na faixa de partes pormilhoapartesporbilhooumenores.Asaplicaesincluemade-terminaodegases, taiscomoosxidosdenitrognio, oznio, com-postosdeenxofre;adeterminaodeespciesinorgnicas, comooperxidodehidrognioealgunsonsmetlicos;tcnicasdeimunoen-saio; sondas para a dosagem de DNA; e mtodos para a reao de cadeiade polimerase.5SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH CAP. 27 Espectroscopia de Fluorescncia Molecular 793Utilizeseunavegadorde Webparaconectar-sepginadolivronositehttp://www.thomsonlearning.com.br. Noitemmaterialsuplementarparaestudantes, cliqueemResources eescolhaWeb Works.LocalizeaseoChapter 27ecliquenaconexocomoUKNationalPhysicalLaboratorysNationalReferenceSpectrofluorimeter Esseinstrumentoempregaummonocromadordevarreduraparaexcitao.Oqueeleusaparaaemisso?Qualavantagemdessearranjo? Aqualngulo, comrespeito radiao incidente, a emisso da amostra coletada? Qual aresoluo do detector em nanmetros por elemento? Para qual propsito oUKNPLutilizaessefluormetro?UseoGoogleparaencontraroutrosespectrofluormetros na Web e compare suas especificaes e caractersti-cas com aquelas do instrumento do UK NPL.EXERCCIOS NA WEB5 Ver, por exemplo, T. A. Nieman, in Handbook of Instrumental Techniques for Analytical Chemistry, Captulo 27, F. A. Settle, Ed. Upper SaddleRiver, NJ: Prentice-Hall, 1997.Muitos analisadores comerciaispara a determinao de gases sobaseados em quimioluminescncia.O xido ntrico (NO) pode serdeterminado pela sua reao com o oznio (O3). A reao converte oNO em NO2, excitado, com a subseqente emisso de luz.27-1. Descreva brevemente ou defina*(a) fluorescncia de ressonncia.(b) relaxao vibracional.*(c) converso interna.(d) fluorescncia.*(e) deslocamento Stokes.(f) rendimento quntico.*(g) auto-supresso (self-quenching).27-2. Porqueaespectrofluorimetriapotencial-mente mais sensvel que a espectrofotometria?27-3. Quais compostos dos seguintes pares espera-se que apresente maior rendimento qunticode fluorescncia? Explique.bis(o-hidroxifenil) hidrazinaNOH HONH Ho,o-diidroxiazobenzenoNOH HON(b)COHCO2HO OfluorescenaCOHCO2HOfenolftalena*(a)QUESTES E PROBLEMAS27-4. Porquealgunscompostosfluorescemeoutros no?*27-5. Descreva as caractersticas dos compostosorgnicos que fluorescem.27-6. Expliqueporqueafluorescnciamole-cularsempreocorreacomprimentosdeonda mais longos que o da radiao de ex-citao.27-7. Descrevaoscomponentesdeumfluor-metro.*27-8. Porqueamaioriadosinstrumentosdefluorescnciaapresentaodesenhodedu-plo feixe?27-9. Porqueosfluormetrossomaisteis queosespectrofluormetrosemanlisequantitativa?27-10. Aformareduzidadanocotinamidaadeni-na dinucleotdeo (NADH) uma coenzimaimportante e altamente fluorescente. Apre-sentaumaabsoromximaa340nmeummximodeemissoa465nm.AssoluespadrodeNADHforneceramasseguintes intensidades de fluorescncia:Concn NADH, Intensidademmol/L Relativa0,100 2,240,200 4,520,300 6,630,400 9,010,500 10,940,600 13,710,700 15,490,800 17,91(a) Construaumaplanilhaeuse-aparatraarumacurvadecalibraopa-ra NADH.*(b) Encontreainclinaoeointerceptodogrficoem(a)atravsdequadra-dos mnimos.(c) Calcule o desvio padro da inclinaoeodesviopadrosobrearegressopara a curva.*(d) Uma amostra desconhecida exibe umafluorescnciarelativade12,16.Em-pregueaplanilhaparacalcularasuaconcentrao de NADH.*(e) Calcule o desvio padro relativo parao resultado da parte (d).(f) Calcule o desvio padro relativo paraoresultadodaparte(d)sealeitura12,16 for a mdia de trs medidas.27-11. Os seguintes volumes de uma soluo con-tendo1,10ppmdeZn2+forampipetadosemfunisdeseparaocontendo5,00mLdeumasoluodesconhecidadezinco:0,00;1,00;4,00;7,00e11,00.Cadaumadelasfoiextradacomtrsalquotasde5mLdeCCl4, contendoexcessode 8-hidroxiquinolina.Osextratosforamdi-ludosa25,0mLeassuasfluorescnciasforammedidasemumfluormetro.Osresultados foram:Volume de SoluoLeitura do Zn2, mL Fluormetro0,000 6,124,00 11,168,00 15,6812,00 20,64(a) Construaumacurvaanalticaapartirdos dados.(b) Calcule a equao linear para os dadosatravsdaregressodequadradosmnimos.(c) Calculeodesviopadroparaaincli-nao e o desvio padro da regresso.(d) Calculeaconcentraodezinconaamostra.(e) Calculeodesviopadroparaoresul-tado da parte (d).*27-12. O quinino presente em um comprimido deantimalricodemassaiguala1,664gfoidissolvido em HCl 0,10 mol L1suficienteparafornecer500mLdesoluo.Umaalquotade15,00mLfoientodiludaa100,0mLcomocido. Aintensidadedefluorescnciaparaaamostradiludaa347,5 nm forneceu uma leitura igual a 288emumaescalaarbitrria.Umasoluopadro de 100 ppm de quinino registrou aleiturade180quandomedidasobcondi-esidnticasquelasdaamostradiluda.Calcule a massa em miligramas de quininono comprimido.27-13. AdeterminaodescritanoProblema27-12 foi modificada para empregar o mtododasadiesdepadro.Comoanterior-mente, um comprimido de 2,196 g foi dis-solvidoemHCl0,10molL1suficienteparafornecer1,000L. Adiluiodeumaalquotade20,00mLa100mLproduziuumasoluocomleituraiguala540a347,5 nm. Uma segunda alquota de 20,00mLfoimisturadacom10,0mLdeumasoluode50ppmdequininoantesdadiluio a 100 mL. A intensidade de fluo-rescncia dessa soluo foi 600. Calcule aconcentraoempartespormilhodequinino no tablete.794 FUNDAMENTOS DE QUMICA ANALTICA27-14. Problema Desafiador. Os seguintes volu-mesdeumasoluopadrodeconcen-trao 10,0 ppb de Fforam adicionados aquatroalquotasde10,00mLdeumaamostradegua: 0,00;1,00;2,00e3,00mL. Precisamente 5,00 mL de uma soluocontendo excesso do complexo absorventemuito intenso Al-Alizarina Garnet R cidaforamadicionadosacadaumadasquatrosoluese, ento, cadaumadelasfoidi-ludaa50,0mL. Asintensidadesdefluo-rescncia para as quatro solues foram:Vp, mL Leitura do medidor0,00 68,21,00 55,32,00 41,33,00 28,8(a) Expliqueaqumicadomtodoana-ltico.(b) Construa um grfico dos dados.(c) Useofatodequeafluorescnciade-cresce com o aumento do padro de FparaderivarumarelaocomoadaEquao26-1paraasadiespadromltiplas.Utilizearelaoparaobteruma equao para a concentrao des-conhecida cxem termos da inclinao edointerceptodogrficodeadiesdepadro, similar da Equao 26-2.(d) Use quadrados mnimos linear para en-contraraequaoparaalinhaquere-presenta o decrscimo da fluorescnciacomovolumedepadrodefluoretoVp.(e) Calcule o desvio padro da inclinao edo intercepto.(f) Calcule a concentrao de Fna amos-tra em ppb.(g) Calculeodesviopadroparaoresul-tado de (e).SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH CAP. 27 Espectroscopia de Fluorescncia Molecular 795