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Siga-nos no facebook 6 “JULGO QUE A RESPOSTA À CRISE ESTÁ, FUNDAMENTALMENTE, NA REDUÇÃO DO PESO DO ESTADO” PEDRO MOTA SOARES ESPECIAL ANIVERSÁRIO ROSTOS DA FRONTLINE GRANDE PRÉMIO DE MACAU 60.ª EDIÇÃO ANDRÉA NATAL COPACABANA PALACE JOÃO CUPERTINO PAIXÃO PELA FOTOGRAFIA ABRIL 2013 | ANO VI | N.º51 | MENSAL | €5 TOP TEN O MELHOR DOS MELHORES SALÃO AUTOMÓVEL DE GENEBRA NOVIDADES SOBRE RODAS

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“JULGO QUE A RESPOSTA À CRISE ESTÁ, FUNDAMENTALMENTE, NA REDUÇÃO DO PESO DO ESTADO”

PEDRO MOTA SOARES

ESPECIAL ANIVERSÁRIOROSTOS DA FRONTLINE

GRANDE PRÉMIO DE MACAU60.ª EDIÇÃO

ANDRÉA NATALCOPACABANA PALACE

JOÃO CUPERTINOPAIXÃO PELA FOTOGRAFIA

ABRIL 2013 | ANO VI | N.º51 | MENSAL | €5

TOP TENO MELHOR DOS MELHORES

SALÃO AUTOMÓVEL DE GENEBRANOVIDADES SOBRE RODAS

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EDITORIAL

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Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade e da Seguran-ça Social, revelou em entrevista à FRONTLINE que, para si, a política é “um compromisso” em que, numa “perspetiva de missão”, se empenha francamente. Ciente de que, até este momento, “Portugal não acautelou o futuro”, Mota Soares acredita que se o tivéssemos feito, teríamos percebido que “não nos podíamos manter num rumo em que o que gastávamos hoje não teria cabimento, sequer, com o que produzíamos amanhã”. O ministro refere ainda que “a reforma do sistema [Segu-rança Social] está a ser estudada precisamente para que a sua sustentabilidade seja assegurada e a continuidade acautelada”. É necessário “um sistema que permita mais liberdade de organização do futuro, especialmente para os mais jovens”, sublinha.Para Pedro Mota Soares, é agora tempo de “resgatar esse mesmo futuro” e para tal é necessário “agir em consonância, não cedendo às tentações das gerações anteriores, e não desejando um Estado que nunca conseguiremos suportar”.

Rostos da FRONTLINEAo longo das últimas 10 edições, a política foi, sem dúvida, um tema sobre o qual nos debruçámos, prova disso são as di-versas capas que lhe dedicámos. Dando protagonismo tanto ao Governo como à oposição, entrevistámos António José Seguro, secretário-geral do PS, o principal partido da oposi-ção; Teresa Morais, secretária de Estado dos Assuntos Parla-mentares e da Igualdade; Cecília Meireles, a então secretária de Estado do Turismo; Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia e do Emprego; Carlos Zorrinho, líder parlamentar da bancada do PS; Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, e Álvaro Beleza, dirigente nacional do PS e responsável pela área da Saúde.Por outro lado, é de referir ainda uma preocupação espe-cial com a economia, nomeadamente com a entrevista a Luís Mira Amaral, atual CEO do Banco BIC, e com a justiça, com a entrevista ao bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto.Outra das áreas abordadas foi o desporto, com destaque para a entrevista a Luís Filipe Vieira, presidente do Sport Lis-boa e Benfica.

Grande Prémio de MacauRealizado pela primeira vez em outubro de 1954 como uma corrida para amantes locais do desporto automóvel, o Gran-de Prémio de Macau transformou-se naquela que muitos consideram a melhor prova em circuito urbano do mundo. A competição automóvel foi a fórmula encontrada pelas autoridades locais para promoverem Macau enquanto des-tino turístico, em contraponto com a vizinha Hong Kong. As corridas tornaram-se assim um dos ex-líbris macaenses. Celebrando no presente ano a sua 60.ª edição, este evento promete, como sempre, não desiludir.

Copacabana Palace, hotel maravilhosoAndréa Natal assumiu, recentemente, as funções de ge-rente geral do Copacabana Palace. Revelando, em entre-vista à FRONTLINE, que este é um cargo “muito exigente”, refere que conta com “uma equipa muito boa, a dar su-porte em todas as áreas”.Para a gerente geral, o hotel clássico, quase a celebrar 90 anos, “é um oásis na cidade”, talvez por isso seja capaz de atrair tanta gente jovem, que procura um ser-viço diferenciador.Alvo de um processo de remodelação onde foram investi-dos cerca de 12 milhões de euros, o Copacabana Palace está preparado para receber eventos como o Mundial de Futebol e os Jogos Olímpicos.

AniversárioMantendo o compromisso de levar até aos leitores in-formações relevantes e atualizadas sobre diversas áreas, a FRONTLINE orgulha-se de completar mais um ano de exis-tência. Nesta edição de aniversário, incluímos um Top Ten baseado nas escolhas de toda a equipa, que viajou nestes seis anos por vários destinos no mundo. Agradecendo a todos os que connosco têm percorrido esta estrada, no-meadamente anunciantes, parceiros e leitores, promete-mos continuar sempre na linha da frente.Uma vez mais, toda a equipa da FRONTLINE está de parabéns!

ESPERANÇA NO FUTURO

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8/ NEWS

14/ GRANDE ENTREVISTA Pedro Mota Soares

26/ OPINIÃO José Caria

Isabel Meirelles Carlos Zorrinho Fernando Santo Adalberto Campos Fernandes

32/ EM FOCO Especial Aniversário

44/ GRANDE ANGULAR Recuperação de Portugal

48/ ESPECIAL Grande Prémio de Macau

54/ DOSSIER João Cupertino

60/ HOTELARIA Andréa Natal

66/ MAGAZINE Marketing Olfativo

SUMÁRIO

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FICHA TÉCNICADiretor: Nuno Carneiro | Diretores Adjuntos: João Cordeiro dos Santos e Casimiro Gonçalves | Editora: Ana Laia | Chefede Reda ção: Patrícia Vicente | Colaboradores: Fernanda Ló, Filomena G. Nascimento, Isabel Meirelles, José Caria, M. Sardinha,Maria João Matos, Rui Calafate, Rui Madeira | Revisão: Helena Matos | Fotografia: David Pisco, Eduardo Grilo, Fernando Piçarra, João Cupertino, Luis Filipe Catarino/Presidência da República, Nuno Madeira, Vítor Pires | Diretor Comercial: Miguel Dias | Consultor de Publicidade: Carlos Tavares | Sede: Airport Business Center Avenida das Comunidades Portugue-sas Aerogare, 5º piso–Aeroporto de Lisboa 1700 – 007 Lisboa - Portugal | Tel. 210 998 039 | E-mail: [email protected] | Registada no ICS com o n.º 125341 | Depósito Legal n.º 273608/08 Impresso num país da U.E. | www.revistafrontline.com | Facebook: RevistaFRONTLINE

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70/ TOP TEN FRONTLINE

72/ EM DESTAQUE Salão Automóvel de Genebra

76/ MOTORES BMW

82/ ON THE ROAD

86/ SOCIAL International Club of Portugal

88/ LIVROS

90/ JOIAS 92/ RELÓGIOS

94/ EXPOSIÇÃO

96/ MÚSICA

98/ AGENDA

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NEWS

8/FRONTLINE

Terraço BA prepara-se para a primavera O Terraço BA, no Bairro Alto Hotel, repensou a sua carta e apresenta novas propostas para a primavera, que reforçam as opções de quem escolhe este espaço para um almoço no centro da cidade, sempre acompanhado de uma vista única internacionalmente reconhecida. Salada vegetariana de papaia e queijo fresco e sanduíche vegetariana são algumas das novidades mais leves e saudáveis da carta que se apresentam como agradáveis opções para almoços descon-traídos e rápidos. E para que desfrute ao máximo da experiência, o Terraço lança também novos cocktails: Challenge (Gin com sementes de cardamomo, alfazema e sumo de lima), Daiquiri de Mo-rango e Caipirinha de Maracujá. Na carta, apesar das novidades, será possível encontrar as referências de sempre, como o prego do lombo em bolo de caco e queijo da ilha, o hambúrguer Bairro Alto e, como não podia deixar de ser, o Mojito, considerado um dos melhores da cidade. Eleito, em 2011, o 4.º Melhor Terraço de Hotel do Mundo, o Terraço BA é um espaço único e acolhedor.

Grant’s True Tales está de volta O maior evento de storytelling em Portugal, o Festival Grant’s True Tales, está de volta para a segunda edição, com muitas novidades.A decorrer nos dias 11, 12 e 13 de abril, no Teatro São Jorge, em Lisboa, o festival vai contar com um cartaz re-pleto de personalidades nacionais que se destacam em diferentes áreas, da música à representação, passando pela escrita e televisão, que vão partilhar com o público histórias verdadeiras, contadas na primeira pessoa.Nesta edição do Festival Grant’s True Tales, o ator Joaquim de Almeida será o anfitrião do evento e, juntamente com muitos outros storytellers, vai contar algumas histórias verdadeiras. Ana Bacalhau, Carlos do Carmo, Herman José, Nuno Markl, Sandra Barato Belo e Valter Hugo Mãe estão também já confirmados no cartaz.

MSC Preziosa em Lisboa Lisboa recebeu no passado dia 16 de março, o MSC Preziosa, o 12.º navio da frota da MSC Cruzeiros, com capacidade para 4345 passageiros e 1390 tripulantes. Lisboa foi a primeira cidade a receber o navio após a saída do estaleiro em St. Nazaire, França.Na cerimónia estiveram presentes cerca de 180 pessoas, convidados da companhia e imprensa, que assistiram à habitual troca de placas entre o comandante do navio, Giuliano Bossie, e as autoridades portuárias de Lisboa. Após a capital portuguesa, o MSC Preziosa fez escala em Cádis e Casablanca, e ainda em Valência, Marselha e Génova. Aqui decorreu a cerimónia de batismo do navio, no dia 23 de março, com a presença de Sophia Loren, num grandioso e exclusivo evento na companhia de cele-bridades internacionais, convidados especiais e ilustres artistas.

Grande Real Villa Itália Hotel & Spa lança brunch O Grupo Hotéis Real acaba de criar, no Grande Real Villa Itália Hotel & Spa, o Brunch à Boca do Mar, inspirado na qualidade e tradição da gastronomia portuguesa.O conceito reflete o próprio posicionamento do Grupo, que prima pela tradição e os elemen-tos tipicamente portugueses. Ao melhor da gastronomia nacional, junta-se o cenário do mar de Cascais. A oferta é completa e diversificada, numa refeição que conjuga dois momentos que se fundem num só: o pequeno-almoço e o almoço.

No primeiro momento, destacam-se o pão de Mafra, os pastéis de nata, as compotas de frutos caseiras, a charcutaria portuguesa e os sumos naturais. No segundo momento, é de realçar a variedade de entradas e saladas, tais como os pastelinhos crocantes de bacalhau, a morcela assada com maçã e a salada de polvo. Nos pratos de peixe primam o pica-pau de peixe com lâminas de amêndoa tostada e espetada do mar com três variedades de peixe. Já na oferta de carnes, a alheira é o ingrediente chave no prato de almôndegas. O chef Paulo Pinto oferece ainda pica-pau salteado à portuguesa ou crocante de leitão. Para finalizar, entre as sobremesas estão os tradicionais arroz-doce, leite-creme, travesseiros, pratas de Cascais, entre muitos outros.Os visitantes poderão também selecionar a sua combinação de ingredientes e assistir à confeção dos seus pratos de risotto e massas no show cooking, descobrindo os segredos do chef para as melhores receitas de domingo.

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NEWS

10/FRONTLINE

Zenith patrocina exposição de pintura e esculturaA Zenith patrocina a exposição de pintura e escultura do artista Agostinho Santos, que está patente de 23 de março a 7 de maio, na Marcolino Art Gallery, no Porto.A exposição intitulada Confidências da cor da palavra apresenta mais de 20 trabalhos, de conceção recente, em tela, acrílico e guache.A Zenith apoia esta iniciativa que visa a promoção dos artistas e da cultura da cidade do Porto e tem também em exposição algumas peças excecionais, como o El Primero Turbilhão, o novo Pilot Doublematic em ouro rosa, e outras peças de alta relojoaria da manufatura suíça.Confidências da cor da palavra pretende ser uma reflexão/homenagem à fusão da palavra com a imagem, através de textos e de personagens como José Saramago, Manuel António Pina, Pedro Abrunhosa, Álvaro Magalhães,

Valter Hugo Mae, Gonçalo M. Tavares, Ilda Figueiredo, Albano Martins, Manoel de Oliveira, Mário Cláudio e Miguel Miranda, entre outros.

Escola Nacional de Saúde Pública promove cursoA Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa, apresenta o curso de Ex-tensão Universitária - Políticas e Estratégias de Sistemas e Organizações de Saúde (PESOS), que se realiza de 10 de maio a 15 de novembro de 2013. A coordenação está a cargo de Adalberto Campos Fernandes, Carlos Costa e Paulo Sousa.Neste contexto de mudança e, simultaneamente, oportunidade, é pertinente a apresentação de um curso com esta natureza (curso de extensão universitária destinado a licenciados que exercem funções na área da saúde, preferencialmente, em lugares de chefia/coordenação/dire-

ção intermédia) e conteúdos, onde são abordados temas como: a organização e governação dos sistemas de saúde; o financiamento e modelos de gestão, planeamento e gestão estratégica; acesso, equidade e avaliação económica; produção e desempenho das organi-zações de saúde; e qualidade, segurança do doente e governação clínica.O Curso de PESOS tem como finalidade a aquisição, aprofundamento e desenvolvimento de conhecimentos e de competências avan-çadas para o estudo e análise de temas e realidades no domínio das políticas e estratégias de saúde.

Lisboaeleita o segundo “Melhor Destino Europeu 2013”Lisboa foi eleita o segundo “Melhor Destino Europeu 2013”, com base nos resultados da vota-ção numa lista de 20 cidades propostas pela Associação dos Consumidores Europeus.Com apenas 439 votos de diferença da cidade vencedora, Istambul, a capital portuguesa ficou à frente de Viena, Barcelona, Amesterdão, Madrid, Valeta, Nice, Milão e Estocolmo. A posição alcançada por Lisboa atribui-lhe o direito de utilização do logo “European Best Destinations 2013” nas suas comunicações, site e documentos oficiais. O posicionamento de Lisboa enquanto destino turístico de eleição tem vindo a consolidar-se, de forma sustentada, e o reconhe-cimento dessa mesma evolução confirma-se através dos diversos prémios atribuídos pelas mais prestigiadas entidades do setor do Turismo a nível mundial.

Lisboa Marriott Hotel com nova diretora de Vendas & Marketing Maria Manuela Durão é a nova diretora de Vendas & Marketing do Lisboa Marriott Hotel. Com formação em Turismo e Gestão pelo Instituto de Novas Profissões, Maria Manuela Durão é uma das muitas mulhe-res que ajudam a afirmar a qualidade da hotelaria que se faz por cá, mesmo quando se trata de cadeias internacionais.Com 13 anos de experiência na indústria hoteleira e na área de vendas e marketing, ao longo da sua carrei-ra passou por várias cadeias nacionais e internacionais. Começou o seu percurso profissional em 1990, no departamento de Reservas Individuais e Grupos, no Hotel Penta Courbevoie – Paris, transitando um ano depois para promotora de vendas Corporate do Hotel Sofitel Lisbon Liberdade.Desempenhou ainda funções de direção de vendas em diversas cadeias hoteleiras, nomeadamente Grupo Accor (1994-2000), Le Meridien Park Atlantic Lisboa (2004-2008), Tiara Hotels & Resorts (2008-2010), Sleep Hotels (2012-2013).

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NEWS

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Hotel Cascais Miragem apresenta nova carta Os chefs de cozinha do Hotel Cascais Miragem, Peter Beckers e Elias Silva, criaram um de-licioso menu de primavera-verão, inspirado em sabores frescos, texturas leves e muita cor como a época sugere.De entre as principais sugestões, destacam-se o lombo de lavagante salteado em caramelo de citrinos; dueto de linguado e polvo com xarém de amêijoas; magret de pato roti com pera rocha e fricassé de cogulemos selvagens.A partir de junho, regressam os famosos jantares “Brisas Tropicais”, num mundo de sensa-

ções gastronómicas interessantes, criativas e deliciosas. O Restaurante Gourmet está aberto diariamente para jantares das 19h30 às 22h30. Reservas para 210 060 600 ou para [email protected]

Chef Executivo da Fortaleza do Guincho distinguidoVincent Farges, chef executivo da Fortaleza do Guincho, que conta já com uma estrela Michelin, foi distingui-do pela Academia Internacional de Gastronomia com o “Prix du Chef de l’Avenir”. O prémio, decidido em Assembleia-Geral da Academia, em França, visa reconhecer os talentos emergentes da cozinha internacional e é uma das categorias dos “Grands Prix et Prix”, atribuídos anualmente por este organismo.Ao lado do chef Vincent Farges estão outros nomes de peso da alta cozinha mundial: o sueco Magnus Nilsson, do restaurante Fäviken, considerado um dos melhores do mundo; e o catalão Jordi Cruz, do ABAC, com duas estrelas Michelin, entre outros.Mas não é a primeira vez que a equipa da Fortaleza do Guincho é distinguida pela Academia Internacio-nal de Gastronomia. No ano passado, Inácio Loureiro, o escanção do restaurante, recebeu o “Prix du Sommelier”, que destaca profissionais do setor pelos seus conhecimentos e habilidade na harmonização dos vinhos com a comida.No ano do seu 15.º aniversário, a Fortaleza continua em grande e com motivos para celebrar!

The Beautique Hotel Figueira abre portas Situado no coração de Lisboa, em plena Praça da Figueira, o The Beautique Hotel Figueira abriu as suas portas no passado dia 7 de março, numa inauguração oficial conduzida pelo presidente da Câmara, António Costa.Com um conceito único na Baixa lisboeta, este hotel de categoria de quatro estrelas superior, assinado por Nini Andrade e Silva, oferece uma experiência de visita única. Pensado e desenvolvido ao pormenor, tem como fonte de inspiração a Figueira, alma do espaço que se reflete em todos os pisos.Como se de uma escultura se tratasse, a “Figueira” nasce no piso -1 e cresce até ao topo do hotel. Todo o espaço é envolvido por elementos da árvore, presentes nos detalhes e pormenores decorativos: nos tons das paredes e mobiliário em castanho e verde, alusivos às cores da natureza; nos 50 quartos onde se encontram grandes foto-grafias de folhas de figueira, figos e troncos; nos corredores onde existem projeções multimédia com imagens de figos e paredes esculpidas; ou no piso -1 onde está uma das mais bonitas peças desenhadas por Nini Andrade e Silva, um grande lavatório em forma de figo aberto, esculpido de forma magistral, que será sem dúvida uma referência deste novo espaço.O conforto, o requinte, a elegância e o serviço são o cartão de visita desta unidade que, além de um ginásio exclusivo para hóspe-des, conta ainda com um restaurante tipicamente português, o Honra – com assinatura de Olivier –, um bar e um spa com banho turco, sauna e duas salas de massagem, com uma vista privilegiada sobre a cidade de Lisboa.O The Beautique Hotel Figueira é um hotel orgulhosamente chique, contemporâneo, confortavelmente moderno, nascido para o estilo e para o luxo sustentável.

24 Horas de Le Mans: revelado o Alpine N.º 36 Depois do anúncio, no passado dia 8 de março, da participação da equipa Signatech-Alpine nas 24 Horas de Le Mans e no European Le Mans Series, foi revelado, no Atelier Renault em Paris, o protótipo que ostentará o número 36 ao longo da temporada de 2013. O regresso da Alpine às provas de resistência, depois de 35 anos de ausência, representa mais um capítulo no processo de ressurgimento da marca antes da comercialização, em 2016, do primeiro modelo desenvolvido pela Société des Automobiles Alpine-Caterham.Anunciada foi também a formação que participará nas 24 Horas de Le Mans: Nelson Panciatici e Pierre Ragues – que disputarão todo o campeonato ELMS –, aos quais se juntará Tristan Gommendy para a prova no mítico circuito de la Sarthe.

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GRANDE ENTREVISTAPedro Mota Soares

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Natural de Lisboa, Pedro Mota Soares é licenciado em Direito e especializado em legislação laboral. Foi presidente da Juventude Popular entre 1996 e 1999. Entre 2002 e 2005 ocupou o cargo de secretário-geral do CDS-PP, fazendo também parte da sua Comissão Diretiva. Na Assembleia da República, foi deputado, vice-presidente e presidente do Grupo Parlamentar do CDS. Foi ainda deputado municipal de Oeiras e de Cascais.Par ticipou nas negociações entre o CDS e o PSD que conduziram à formação da coligação que permitiu a formação do XIX Governo Constitucional, que viria a integrar como ministro da Solidariedade e da Segurança Social. Para Pedro Mota Soares, este é um compromisso que assumiu “numa perspetiva de missão” e no qual se empenha “francamente”.Na sua opinião, e até este momento, “Por tugal não acautelou o futuro”, pois se o tivesse feito, “teria percebido que não nos podíamos manter num rumo em que o que gastávamos hoje não teria cabimento, sequer, com o que produzíamos amanhã”, afirma. Para o ministro, é agora tempo de “resgatar esse mesmo futuro”.

por Nuno Carneiro

“É IMPORTANTE QUE O AJUSTAMENTO TENHA EM

CONSIDERAÇÃO O ESFORÇO QUE O POVO PORTUGUÊS

TEM VINDO A ASSUMIR HEROICAMENTE”

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GRANDE ENTREVISTAPedro Mota Soares

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Em 1996, foi eleito presidente da Juventude Centrista/Popular e desempenhou essas funções até ao final de 1999. De que forma a sua militância e, em especial, a sua presidência na Juventude Popular contribuíram para o ho-mem e para o político que é hoje? Em resultado de muitos quadros de reco-nhecida craveira que por ali passaram ou a influenciaram, a Juventude Popular (JP) é hoje, e tem sido, uma escola de valores extremamente positiva. Muitos são aque-les que cresceram com referências como Adriano Moreira. E a este propósito, dizia o professor sobre a necessidade da escala de valores a adotar: “a realidade é como a roda que está sempre em andamento e mudança e cujo eixo são os valores que acompanham a roda mas não andam. Sem valores, o poder da palavra não é suficien-te nem eficaz”. Parte dos meus valores foram consolidados na JP e identifico-me bastante com estas palavras.

Para si a política é...Servir. Citando o recentemente eleito Papa Francisco, “o verdadeiro poder é servir”. A política tem de ser um serviço e um compromisso. Um compromisso que

assumi e em que, numa perspetiva de missão, me empenho francamente. Hoje estou ministro, não “sou” ministro. Mas a atitude de serviço será sempre total.

Como surgiu o seu interesse pela política?Resultante de um processo de constan-te e gradual compromisso a que tive de ir respondendo e que me agrada bas-tante. Quando se gosta do que se faz, a motivação é outra e a entrega também.

Antes de iniciar funções como ministro, ganhou notoriedade sendo a face mais visível do Gru-po Parlamentar do CDS. Como classifica e descreve o trabalho desse grupo parlamentar, quer ao longo dos anos de oposição ao Governo de José Sócrates, quer neste contexto em que o CDS faz parte do Governo?Os nossos deputados sempre se pau-taram pela qualidade das intervenções e pela capacidade de trabalho. Enquan-to fui líder parlamentar, sempre contei com a dedicação de todos para que o CDS fosse sempre o grupo parlamentar mais produtivo. Este espírito de entrega

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GRANDE ENTREVISTAPedro Mota Soares

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aliado à massa crítica é para mim uma mais-valia. É algo que deve continuar a ser uma marca CDS. Mas confesso que tenho saudades de quando só trabalhava 12 horas por dia (risos).

Foi precisamente enquanto lí-der parlamentar que se desta-cou como uma das vozes mais visíveis do CDS na crítica à go-vernação socialista. Entre as principais “vítimas” desses anos encontram-se os jovens. De que forma é que, em sua opinião, as gerações futuras se viram preju-dicadas pelas políticas seguidas pelos governos PS? O que está a ser feito pelo atual Governo para minimizar os efeitos pro-vocados por esses governos?Durante esse período, Portugal não acau-telou o futuro. Se o tivesse feito, teria percebido que não nos podíamos man-ter num rumo em que o que gastávamos hoje não teria cabimento, sequer, com o que produzíamos amanhã; um rumo em que a insustentabilidade era crescente e o futuro era hipotecado; um rumo em que o pagamento da fatura e as reformas que se impunham eram sistematicamente

adiadas. Esse rumo hipotecou as gera-ções futuras. Cabe-nos agora o trabalho de resgatar esse mesmo futuro.

O país atravessa uma grave cri-se financeira que tem provocado significativos problemas a nível social. O momento que vivemos provocará profundas mudanças na nossa forma de viver. Como é que os jovens deverão perspeti-var o seu futuro tendo em conta o que se passa em Portugal e no mundo?O momento constitui um enorme de-safio e apela ao melhor de cada um de nós. Portugal deverá saber reinventar-se e restruturar-se para ultrapassar este pe-ríodo. Certas reformas, nomeadamente na Administração Pública, terão de ser estruturais e abrangentes por forma a ga-rantir que no futuro não voltemos a pa-decer dos erros do passado. As rescisões amigáveis no Estado têm esse objetivo e estamos muito focados na necessidade de encontrar francos pontos de equilíbrio que permitam uma redução estrutural. Os jovens deverão agir em consonância, não cedendo às tentações das gerações anteriores, e não desejando um Estado

que nunca conseguirão suportar. Só as-sim melhorarão o seu futuro e não dei-xarão para a geração seguinte a mesma herança que receberam.

Os portugueses são capazes de suportar mais medidas de aus-teridade?Julgo que a resposta à crise está, funda-mentalmente, na redução do peso do Es-tado, numa transformação daquelas que são hoje as atribuições do Estado e numa mudança das suas responsabilidades. Uma reforma do Estado é desejável. Mais do que uma dieta, é preciso reformular o Es-tado. Até para assegurar o modelo social europeu que desejamos manter.

O seu ministério é a principal face daquilo a que o Governo chama de “ética social na austeridade”. O exemplo mais notório dessa ética social está evidenciado no Programa de Emergência Social. De que forma esse programa é capaz de contrabalançar a auste-ridade com que os portugueses têm de viver?O Programa de Emergência Social ins-crito nestes dois últimos orçamentos

“JULGO QUE A RESPOSTA À CRISE ESTÁ, FUNDAMENTALMENTE,

NA REDUÇÃO DO PESO DO ESTADO”

Os portugueses são capazes de suportar mais medidas de austeridade?

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GRANDE ENTREVISTAPedro Mota Soares

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Quais as maiores dificuldades que encontrou no exercício do seu cargo?Desde o início que tinha a perceção de que este ajustamento iria ter um forte impacto social e, nesse sentido, defini-mos políticas que o mitigassem junto do público mais vulnerável. Quis des-de cedo trazer à colação as entidades europeias, para que acompanhassem este processo, por forma a evitar um aumento da exclusão social, sobretudo resultante da questão do desemprego. A resposta ainda me parece insuficiente, embora alguns sinais já se vejam. É tem-po de a União Europeia perceber que não pode ser rápida a salvar bancos e lenta a salvar as pessoas.

Acha viável começar a pensar em reformar o sistema, nomea-damente libertando os cidadãos de parte das contribuições para a Segurança Social e conferindo--lhes mais liberdade de escolha?Este Governo já arrancou com um es-tudo que permita obter resposta para problemas que sabemos existirem e que devem ser assumidos. Durante muitos anos foram ignorados. A sustentabilidade

do Estado, com uma verba de cerca de 630 milhões de euros, foi desenha-do para o combate à exclusão social, para proteger aqueles que têm mais dificuldades e mitigar ou salvaguar-dar dos sacrifícios aqueles que a eles não podem responder. Nesse sentido definiram-se cinco pilares prioritários: famílias, idosos, pessoas com deficiên-cia, instituições sociais e voluntariado. O conjunto de medidas que visam res-ponder a estas prioridades já está em andamento e a sua execução financeira no ano de 2012 rondou os 100%. Foi por via do Programa de Emergência Social que atualizámos as pensões mí-nimas, sociais e rurais para um milhão de portugueses, para 40% do universo dos pensionistas, quando no Governo anterior tinham sido congeladas; que criámos a majoração no subsídio de desemprego para casais sem trabalho com filhos a cargo; que avançámos com o Programa Nacional de Microcrédito, com as tarifas sociais de energia e de transportes, o Banco de Medicamentos ou com a Rede de Cantinas Sociais. São perto de 50 medidas que estão a ser-vir de para-choques da austeridade que nos foi imposta.

“É TEMPO DE A UNIÃO EUROPEIA PERCEBER QUE NÃO PODE SER RÁPIDA A SALVAR BANCOS

E LENTA A SALVAR AS PESSOAS”

Quais as maiores dificuldades que encontrou no exercício do seu cargo?

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da Segurança Social é afetada pela dimi-nuição da natalidade, mas também, resul-tante do aumento do desemprego, pela diminuição das receitas contributivas e do aumento da despesa com subsídios e outras prestações sociais. Importa pois encontrarmos soluções que mais uma vez devolvam o futuro às gerações se-guintes. Dele também depende o futuro.

Referiu que “o aumento da taxa de desemprego em Portugal é muito preocupante” e exige “re-formas estruturais que possam efetivamente relançar a econo-mia” e “devolver a esperança” a quem se encontra nesta situa-ção e “desonerar o esforço para a segurança social”. O que é que pode ainda ser feito fazer para minimizar esta situação? A construção de uma resposta concertada a nível europeu parece-me fundamental. A necessidade de uma atenção particular a uma maior eficácia ao investimento que promova o emprego, enquanto se finaliza um processo de consolidação financeira que permita passar a uma segunda fase da legislatura menos onerosa do ponto de vista fiscal, deve ser a via a seguir.

Passada esta fase, terá de existir uma política fiscal mais favorável à família e às empresas, que promova o crescimen-to e a empregabilidade.

Até quando está assegurada a continuidade do pagamento das reformas através do organismo da Segurança Social? A reforma do sistema está a ser estudada precisamente para que a sua sustentabi-lidade seja assegurada e a continuidade acautelada. As reformas ditas “douradas” deverão ser evitadas pelo ónus que co-locam no sistema. Nesse sentido, um sistema que permita mais liberdade de organização do futuro, especialmente para os mais jovens, poderá ser uma resposta adequada, muito embora o seu timing deva ser acautelado dentro do panorama económico-financeiro que Portugal atravessará nos próximos anos.

Depois dessa meta, como fica-rá o moral dos portugueses que sempre descontaram parte do seu vencimento para a Seguran-ça Social? O que lhes resta? A base do sistema deve ser salvaguar-dada pelo sistema público. A salvaguarda

dos direitos adquiridos para medidas fu-turas deverá ser prevista para que seja garantido o princípio de contrato social e solidariedade entre gerações que lhe foi conferido na sua génese.

Como ministro, tem dado segui-mento a propostas antigas do CDS para um aprofundamento das relações entre o Estado e as instituições sociais. Que impor-tância têm, afinal, estas insti-tuições para a eficácia do apoio social que é prestado no nosso país?Hoje a Economia Social tem uma forte influência no PIB português – estima-se que represente cerca de 5% – e no mer-cado de trabalho nacional, empregando cerca de 250 mil empregos diretos, 5,5% do emprego remunerado, mais do que a totalidade do emprego do sistema finan-ceiro.Este setor tem potencial para, mesmo em contraciclo, crescer e passar a representar tanto para a economia portuguesa quan-to o Turismo, que tem sido visto como o futuro do país. É tempo também de pas-sarmos a enquadrar a Economia Social da mesma forma e trabalharmos para que

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à fraude e ao abuso. O RSI deve ter um carácter transitório, que não estimule a permanência ou dependência da presta-ção, para que a pessoa possa regressar ao mercado de trabalho o mais breve-mente possível. Em 2004, o tempo de permanência no RSI era de 8 meses. Em 2011 encontrava-se nos 32 meses.

Considera que o RSI, desde logo na situação atual, poderá ser contraproducente no que toca a uma procura mais ativa de em-prego por parte de muitos be-neficiários?Com a criação da Atividade Socialmente Útil, em que estes beneficiários prestam apoio às autarquias, bibliotecas, museus ou instituições sociais, mantêm-se hábi-tos de trabalho e valorização pessoal, aproximam-se beneficiários de possíveis agentes empregadores futuros e esti-mula-se o seu regresso ao mercado de trabalho. Assim diminui-se o risco moral de que falava há pouco.

Segundo o presidente da Cári-tas, existem muitos portugue-ses que recusam receber o RSI devido ao estigma que existe em torno desta medida. Con-corda com esta afirmação? Em sua opinião, por que motivo é que tal acontece?O RSI, como qualquer outra prestação social, terá de chegar a quem, efetivamen-te, dela precisa. O estigma não existirá no dia em que assim for, pois a confiança na justiça social da sua atribuição foi reforça-da e a solidariedade nunca é questionada.

Instituições como a Cáritas, o Banco Alimentar e até as pró-prias autarquias têm falado num aumento do número de pessoas que recorrem à ajuda alimentar. É previsível que a procura au-mente ainda mais em 2013?Cientes do impacto deste período de ajustamento económico-financeiro a que

chegue aos 10% do PIB, até porque são as instituições deste setor que, muitas vezes, por nunca se deslocalizarem, promovem a economia local, combatem a desertifica-ção e contribuem para o saldo positivo da balança comercial.A Lei de Bases da Economia Social, agora aprovada por unanimidade, tem os alicerces para edificarmos um setor vencedor, economicamente competitivo, e uma rede de solidariedade mais abran-gente e de malha mais fina.

De que forma pensa racionalizar a atribuição do Rendimento So-cial de Inserção (RSI) e que me-canismos propõe para uma fis-calização mais eficaz?As prestações sociais têm sempre um risco moral associado: apesar de se ter condições para trabalhar, ser preferível ficar a recebê--las encostado ao Estado. Esse risco deve ser diminuído. Bem como também deverá ser diminuída a permeabilidade das pres-tações sociais à fraude e ao abuso. É nisso que temos vindo a fazer alterações, por forma a dar o apoio a quem efetivamente precisa. Foi essa lógica que imperou quan-do tratámos de avançar com um verdadeiro contrato de inserção, em que para além dos direitos passaram a existir deveres: sejam mínimos de frequência escolar e cuidados de saúde dos filhos, seja a participação em atividades socialmente úteis. Quem quebrar estas, entre outras regras, perde o direito à prestação. Além de que não tem direito a ela quem tiver 25 mil euros de património imo-biliário ou bens móveis, ou esteja em prisão preventiva ou a cumprir pena de prisão. Um euro mal gasto nos sistemas sociais é um euro que é retirado a quem é mais fraco e mais pobre. É por isso que é tão importan-te combater a fraude e o abuso que certas prestações podem gerar.

Quando o CDS estava na oposição criticava o RSI. Agora considera que a sua existência se justifica?O problema principal do RSI é o seu es-tímulo à dependência e permeabilidade

“UM EURO MAL GASTO

NOS SISTEMAS SOCIAIS É UMEURO QUE É RETIRADO A

QUEM É MAIS FRACO E

MAIS POBRE”

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Pedro Passos Coelho afirmou re-centemente “que todas as previ-sões apontam para que em 2014 a economia portuguesa recupe-re em termos de crescimento”. Concorda com estas previsões? É importante que o ajustamento tenha em consideração o esforço que o povo português tem vindo a assumir heroica-mente e que, nesse sentido, possa acom-panhar as necessidades promotoras da economia que permitam evitar a degra-dação de emprego. Só para dar um exem-plo de áreas com que lido diretamente, a aposta na economia social, como já há pouco referia, pode muito bem ser um vetor para promover essa empregabili-dade e esse crescimento. Hoje 5,5% do PIB, amanhã, quem sabe 10%, sem que no futuro se deslocalize o que garante a sus-tentabilidade económica de um país.

Portugal foi submetido, acautelámos a criação de um programa de emergência alimentar, mais comummente conhecido por Rede de Cantinas Sociais. Eram cer-ca de 60 cantinas e hoje ultrapassam já as 770 de norte a sul do país, rentabilizando estruturas já existentes. De uma dotação de 2 milhões de euros, este Governo re-forçou a resposta em 50 milhões de eu-ros, precisamente para amparar o impacto da crise junto dos mais desfavorecidos. Foi uma resposta criada por antecipa-ção. E é isso que se exige de um Gover-no. Mas assumimos também que quere-mos que esta resposta seja transitória e excecional, para tempos que são ex-cecionais e também transitórios. Esta resposta deve manter-se nos anos mais difíceis da crise e ser reduzida quando tivermos crescimento económico e re-dução do desemprego.

“É POR ISSO QUE É TÃO IMPORTANTE

COMBATER A FRAUDE E O

ABUSO QUE CERTAS PRESTAÇÕES

PODEM GERAR”

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OPINIÃOJosé Caria

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[email protected]

criticar do que empreender, é preferível justificar do que reconhecer. Se calhar está na hora de ar-ranjarmos um Juan Carlos, mesmo que não seja rei, que diga a toda esta gente: “Porque não se calam?”Passos Coelho devia começar por aí. Mandar calar todos os que andam a falar de mais e saber rodear--se daqueles que sabem o que falar e quando falar. Porque, na verdade, este é o único problema que este Governo tem. Porque, na verdade, pese embo-ra tenham existido opções políticas erradas, que se chegue à frente quem, no quadro de condicionantes externas em que o país se encontra, revele cora-gem para agarrar “o boi pelos cornos”.Os portugueses não querem políticas cegas, discur-sos ocos ou promessa vãs. O descontentamento que grassa no país não é um ciclo de erosão virtual, é real. E é tão perigoso para o PSD como o é para socialistas, bloquistas ou comunistas. E todos estes estão cumpli-cemente a alinhar num jogo de oportunidade política que pode redundar na sua perdição e deixar clivagens sociais que poderão levar décadas a regenerar. O esforço exigível, a uma pessoa, a um grupo, a um povo, para ver reconhecida a generosidade dessa en-trega, implica sempre um caminho comum, uma meta temporal e uma clara compreensão do que está em jogo. Passos Coelho ainda está a tempo de dialogar com os portugueses, mesmo que tenha de recorrer a um qualquer Juan Carlos para mandar calar quem está apostado em não ver este país avançar.

“PASSOS COELHO DEVIA COMEÇAR POR AÍ. MANDAR CALAR TODOS OS QUE ANDAM A FALAR

DE MAIS E SABER RODEAR-SE DAQUELES QUE SABEM O QUE FALAR E QUANDO FALAR”

PORQUE NÃO TE CALAS?

As mais recentes declarações de António Borges sobre a necessidade de baixar o salário mí-nimo nacional trouxeram-me à memória a célebre tirada do rei Juan Carlos, na XVII Cimeira Ibero--Americana, perante o despropósito verbal do ma-logrado presidente venezuelano, Hugo Chávez: “Porque não te calas?”Não me interessa aqui discutir a validade económi-ca do consultor governamental, mas sim assinalar a falta de sentido de oportunidade que o mesmo tem revelado, num ciclo de intervenções que nem os opositores deste Governo teriam conseguido melhor se o objetivo fosse desgastar politicamente Passos Coelho.Mas a culpa de Borges é repartida. Por um lado, é de quem o deixa falar, e aí reside o calcanhar de Aqui-les deste Governo – a total ausência de estratégia política e de uma estratégia de comunicação. Até no plano tático as falhas são de palmatória, quadro que só contribui para adensar um clima de “mistério” sobre o que se passará nos bastidores da entourage política do atual primeiro-ministro.Por outro lado, a culpa é do Borges, porque padece, num grau já avançado, do mal ancestral e epidémico duma franja esclarecida de povo que povoa Portu-gal – a compulsiva necessidade de opinar, a qual, pela sua própria natureza cultural, é castradora da iniciativa do fazer.De facto é mais fácil falar do que fazer, é mais fácil

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OPINIÃO Isabel Meirelles

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Advogada, Especialista em Assuntos Europeus

VISA GOLD, INVESTIMENTO ESTRANGEIRO PARA PORTUGAL?

As atuais lacunas de investimento nacional e, em especial, estrangeiro fizeram com que, legislativamente, se aprovasse, de forma muito inteligente, pelo menos em tese, uma legislação no sentido de atrair esta seiva da economia para Portugal.Assim, o artigo 90.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, conforme alterada pela Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, prevê a concessão de uma autorização de residência a nacionais de Estados terceiros, para efeitos do exercício de uma atividade de investimento, uma vez verificado o preenchimento de determinados requisitos.As condições para a aplicação do regime especial de conces-são e renovação de autorização de residência, com dispen-sa de visto de residência, para atividade de investimento em território nacional, conhecido por ARI, ou Visa Gold, preveem determinados requisitos quantitativos.Com efeito, se houver uma transferência de capitais no montan-te igual ou superior a um milhão de euros, ou a criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho, ou, finalmente, a aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros, o cidadão de um país terceiro pode obter, de forma quase automática, a autorização de residência em Portugal, extensível à sua família. O pensamento que subjaz a este raciocínio é que as vantagens de Portugal pertencer à União Europeia e ao espaço Schengen são enormes e capazes de atrair pessoas de nacionalidades que têm dificuldades de obter vistos para exercer a sua atividade empresarial e que por vezes passam longos dias nas embaixadas a mendigá-los, com obstáculos inultrapassáveis.Por outro lado, ao contrário das outras autorizações de residência em que há a vinculação de estada durante seis meses consecutivos ou oito meses interpolados, a ARI apenas implica a obrigatorieda-

de de permanecer sete dias por ano em território nacional.Contudo, e pelo menos para já, a teoria não se tem revelado bem-sucedida e a prática tem gorado as expetativas criadas. As causas estão, desde logo, nas elevadas taxas que cada inves-tidor ou membro da sua família deve pagar, no caso 500 euros para apreciação do processo e mais 5 mil euros aquando do seu deferimento. Com efeito, estes montantes são discutíveis, inclusive sob o ponto de vista da sua designação, pois aparen-tam-se mais a um imposto, considerando que a taxa é o exato valor de um serviço prestado ao operador económico.Porém, o pior é a concorrência de outros países como a Ir-landa e o Chipre, que adotaram legislações semelhantes, mas com valores menores de aquisição, respetivamente de 400 mil e 300 mil euros. Contudo, o pior está para vir com a Espanha a fazer quase dumping e a colocar a fasquia em montantes que se presu-me, aquando da aprovação da legislação prevista para abril, que rondem os 160 mil euros! Isto significa que se não queremos, por um lado, ter o tão ne-cessário investimento desviado para os nossos vizinhos e ser invadidos, na mesma, graças à livre circulação, pelos detentores de autorização de residência espanhola, temos que tomar me-didas rápidas e firmes. E elas são claras e equitativas, bastando uma pequena alteração legislativa no sentido de baixar os valo-res, pelo menos, para o nível dos adotados pela Espanha.Talvez, assim, tenhamos os almejados charters de chineses de que, noutro contexto, falava um conhecido futebolista, mas que representam aquilo que Portugal precisa para sair desta situação de apagada e vil tristeza.

“AS VANTAGENS DE PORTUGAL PERTENCER À UNIÃO EUROPEIA E AO ESPAÇO

SCHENGEN SÃO ENORMES”

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OPINIÃOCarlos Zorrinho

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Professor universitário e deputado do PS

Quem diria há alguns anos, ou mesmo meses, que as réstias de esperança que ainda vão flamejan-do na União Europeia no momento em que escrevo este texto seriam provenientes não dos decisores europeus, cada vez mais controlados pela cegueira tecnocrata dos mercados, mas de um Papa que veio de Buenos Aires e que com uma simplicidade de-sarmante mostrou ao mundo um novo caminho de desapego, humildade e empatia.A partir duma crise financeira iniciada nos Estados Unidos da América, Merkel e os seus seguidores, entre os quais se destacaram sempre na cabeça do pelotão Passos Coelho, Vítor Gaspar e Carlos Moe-das, imbuídos dum facciosismo ideológico quase de-mencial, feriram a identidade humanista e solidária da União Europeia, garante de mais de meio século de integração exemplar à escala global.Será que um Papa não europeu poderá ser o guar-dião do templo, protegendo a chama da fraternida-de e da solidariedade, para a reacender no coração dos europeus e do mundo? Não sei. Talvez estejamos apenas a assistir a um “estado de graça” mais forte do que o habitual. No entanto, só a admissão racio-nal desta hipótese já merece reflexão. É um enorme clarão que contrasta com o cinzento forte que nos chega de Berlim e Bruxelas.A Estratégia de Lisboa, concebida em 2000 na nossa capital, estava inspirada num sonho cosmopolita e

na vontade de fazer do modelo social europeu um referencial de sustentabilidade para uma globaliza-ção amiga do ambiente, capaz de suster as altera-ções climáticas e de melhorar a qualidade de vida das populações usando o conhecimento e as novas tecnologias. Passaram apenas 13 anos e desse sonho nada ou quase nada resta.A Europa é hoje um território de recessão e desi-lusão, comandada pelos mercados, com milhões de desempregados e uma juventude cada vez mais pri-sioneira duma armadilha que não merecia. Francisco é portador de mais esperança para uma Europa de paz e desenvolvimento do que todos os funcionários das instituições europeias tomadas de assalto pela frieza dos poderosos sem compaixão e treinados para não sentir ou pelo menos para não mostrarem que sentem. Funcionários que deveriam ser políticos e que deixam a revolta política a alguns que sendo funcionários ainda remam contra a maré. Não esperemos de Francisco mais do que ele nos pode dar. Todos conhecemos os trabalhos de Hércu-les que esperam o novo Papa. A esperança legítima é que os líderes europeus per-cebam a força que pode ter a liderança quando exer-cida com convicção, determinação e propósito, e que se inspirem no novo Papa para se despojarem das vestes da submissão, devolvendo a alegria ao povo e o progresso às nações.

“A EUROPA É HOJE UM TERRITÓRIO DE RECESSÃO E DESILUSÃO, COMANDADA PELOS

MERCADOS, COM MILHÕES DE DESEMPREGADOS E UMA JUVENTUDE CADA VEZ MAIS PRISIONEIRA”

FRANCISCO E A UNIÃO EUROPEIA

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OPINIÃOFernando Santo

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Secretário de Estado da Administração Patrimonial e Equipamentos do Ministério da Justiça

FRANCISCO E A UNIÃO EUROPEIA

Os períodos de crise obrigam a tomar cons-ciência de que o Estado, entendido como entidade abstrata com recursos ilimitados, afinal depende das receitas obtidas junto das empresas e dos cidadãos, o que obriga a controlar a despesa. Durante as últimas décadas, a pressão para mais e me-lhores serviços, num desejo legítimo e crescente, ra-ramente foi condicionada pela limitada capacidade em produzir riqueza e cobrar impostos. Gerimos ao con-trário, primeiro a despesa conveniente, depois a receita e, porque nunca chegava, contraíamos empréstimos para financiar o défice.Cada grupo, mais ou menos organizado, reivindicou direitos e interesses, e quem teve mais capacida-de para impor pressão e exigir contrapartidas, mais conseguiu. Muitos destes interesses começaram por, a pretexto da demagógica defesa do interesse públi-co, que sempre mobilizou apoios, conseguir legislação que obrigasse a mais e mais exigências, mais serviços privados para os satisfazer, mais organização pública e mais despesa. O que era simples passou a complexo, com teias legislativas, custos de contexto e dificulda-des acrescidas para concretizar qualquer investimen-to ou atividade.O recente pedido de apoio externo e o corte nos ren-dimentos fez-nos recordar igual pedido na década de 80 do século passado. Para comparar é preciso recordar que a elevada desvalorização da moeda entre 1980 e 1989 reduziu brutalmente o poder de compra dos por-tugueses. Devido às elevadas taxas de inflação, 100 escu-dos em 1980 valiam apenas 23 em 1989, implicando uma

significativa desvalorização dos salários e aumento dos encargos com dívidas. O euro deu-nos o que nunca tínhamos tido, estabilidade cambial, juros reduzidos e estatuto de país com moeda forte e capacidade de endividamento.Infelizmente foi preciso a crise para percebermos a composição da despesa, como é financiada ou reduzida através de cortes, o peso dos impostos e a dimensão da dívida pública e dos juros. Foi um choque conhecer esta realidade e a situação a que chegámos.Apesar de todas as dificuldades nos últimos 18 meses a despesa pública reduziu mais de 12.000 milhões de euros, as dívidas do Estado às empresas também dimi-nuíram substancialmente, pese embora o corte nos or-çamentos. No caso específico do Ministério da Justiça, apesar do orçamento de 2012 ter uma dotação com menos 25% do que em 2011, foi possível reduzir a dívida a mais de 90 dias de 53,5 milhões de euros no final de 2011, para 7,3 milhões de euros no final de 2012 e encerrar o ano com um saldo positivo de 42,4 milhões de euros, sem ter sido posto em causa o serviço público.A crise obrigou-nos a um rigor orçamental e a uma ra-cionalização que nunca deveriam ter desaparecido, ques-tionando a despesa antes de se assumir o compromisso, de forma direta ou com parcerias. A redução da despesa e do défice são condições essenciais para credibilizar o país e diminuir os encargos com os juros da dívida públi-ca. O nosso problema não é o euro, mas a necessidade de aumentar a produção de riqueza para suportar a des-pesa que assumimos. É esse o grande desafio.

O ESTADO SOMOS NÓS

“A CRISE OBRIGOU-NOS A UM RIGOR ORÇAMENTAL E A UMA RACIONALIZAÇÃO

QUE NUNCA DEVERIAM TER DESAPARECIDO”

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Docente da ENSP UNL

OPINIÃOAdalberto Campos Fernandes

“ESTE CONTEXTO DE ABERTURA E DE COMPARABILIDADE, ENTRE SISTEMAS DE SAÚDE E

ENTRE PAÍSES, PODE CONTRIBUIR, IGUALMENTE, PARA CLARIFICAR O ACESSO À INFORMAÇÃO, EM SAÚDE”

Um dos aspetos mais sensíveis tem que ver com o aces-so desigual à informação, por parte dos cidadãos, ge-rador de desequilíbrios nas condições de acesso e de utilização. Por outro lado, a diretiva parece induzir uma lógica individualizada de consumo, preterindo os prin-cípios da integração de cuidados nas suas diferentes fases – prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Do ponto de vista das oportunidades, a implementação da diretiva de livre circulação de doentes contribuirá para submeter os sistemas de saúde a uma mais inten-sa comparação internacional, induzindo, deste modo, uma mais exigente orientação para a qualidade e um enquadramento da “competição” mais focado nos cri-térios da excelência clínica, do rigor e da segurança dos cuidados.Este contexto de abertura e de comparabilidade, entre sistemas de saúde e entre países, pode con-tribuir, igualmente, para clarificar o acesso à infor-mação, em saúde, estabelecendo pontos nacionais de contacto e melhorando a resposta às necessida-des, em saúde, dos cidadãos, reforçando a coope-ração entre os diferentes países da União Europeia no interesse dos seus doentes.Um aspeto adicional, muito importante, será a elimi-nação progressiva dos riscos de insegurança jurídica, nomeadamente no que se refere aos direitos de prote-ção dos cidadãos face às necessidades de cuidados de saúde fora dos seus países de residência.

A UNIÃO EUROPEIA E A LIVRE CIRCULAÇÃO DE DOENTES

A União Europeia aprovou uma diretiva – que terá de ser transposta para os Estados-membros até 25 de outubro de 2013 – que permite aos cidadãos europeus recorrerem aos serviços de saúde em qualquer Estado--membro, sendo reembolsados pelo país de origem.Este documento vai no sentido de aprofundar os prin-cípios comunitários, facilitando uma maior integração de direitos, nomeadamente nas áreas que têm que ver com o acesso a cuidados de saúde de qualidade e em tempo útil.Embora o documento incorpore um quadro restrito de exceções, os seus princípios normativos têm como ob-jetivo fulcral fomentar a livre circulação de doentes no espaço comunitário.A nova diretiva prevê que os doentes que optem pelo tratamento noutros países possam ser acolhidos em unidades que integrem uma rede europeia destinada a fazer cumprir este objetivo. No entanto, está prevista a possibilidade de os Estados introduzirem mecanis-mos de pré-autorização, particularmente nos casos de maior complexidade ou que impliquem um risco elevado para o doente.Esta nova forma de mobilidade específica dos cidadãos utilizadores de cuidados de saúde tem aspetos positivos, suscitando, ainda assim, algumas preocupações no que diz respeito à salvaguarda da segurança e da qualidade dos cuidados de saúde dos doentes que procuram cui-dados transfronteiriços.

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AF_EDP_Ener_Front_23x32_Wind.pdf 1 01/02/13 14:42

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OS ROSTOS DA

Mais um ano cumprido e mais 10 personalidades marcantes da nossa vida política, económica e social, da esfera empresarial e da sociedade civil voltaram a dar rosto à FRONTLINE.São testemunhos que marcam e moldam a nossa realidade. Teste-munhos de pessoas, cujas ideias, projetos e paixões assumiram, na conjuntura em que foram produ-zidos, determinados significados que hoje provavelmente já po-derão ter outra leitura, mas cujo efeito não se diluirá no tempo.Aqui ficam, em síntese, traços e afirmações expressas por todos eles nas suas entrevistas à revista.

por José Caria

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EM FOCOEspecial Aniversário

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“AS PESSOAS NÃO AGUENTAM MAIS SACRIFÍCIOS”

Em abril de 2012, António José Seguro afirmava em entrevista à FRONTLINE que as-sumia um compromisso de “fazer política de forma diferente” e que o PS estava a fazer uma oposição “honesta e construtiva ao atual Go-verno”, apresentando “uma alternativa política merecedora da confiança e do entusiasmo dos portugueses”. Para o líder da oposição, a tónica do seu discurso político nessa altura, de que o Governo funcionava mal e não estava a contri-buir para a resolução dos problemas, não era diferente do que afirma hoje, nem tão-pouco a convicção já expressa de que “as pessoas não aguentam mais sacrifícios”, ou a preocupação com o “aumento brutal do desemprego”. Chegar à liderança do Partido Socialista não era um sonho antigo mas sim um imperativo que o atual líder do partido descreveu como o dever cívico de se candidatar à liderança do PS, em nome de uma ideia para Portugal e pelas cau-sas e pelos princípios por que sempre se bateu. O passado, mesmo o seu passado político, é algo que remete para outros momentos de conversa, preferindo focar sempre o discurso no futuro, no futuro de um país que, nas suas palavras, “precisa de viver um novo ciclo políti-co com políticos que não prometam uma coisa

antes de eleições e façam o contrário quando chegam ao Governo. O futuro Governo tem que ganhar a confiança dos portugueses”.António José Seguro não esconde que assu-mir uma liderança nos tempos em que o fez era um desafio de grande risco, desafio esse que mesmo alguns amigos tentaram dissuadi--lo de enfrentar. Mas a consciência dos tem-pos difíceis que vivemos foi um dos motivos mais fortes que o fizeram avançar: “Ser líder de um partido que perdeu as eleições, su-ceder a um líder que foi primeiro-ministro durante seis anos e fazer oposição a um Go-verno com maioria absoluta nunca foi tarefa fácil para ninguém, em qualquer partido de-mocrático. Meti-me ao caminho sabendo que iria enfrentar tempestades, umas previsíveis, outras inesperadas. Estou preparado para enfrentar todas as dificuldades, pois sei onde quero chegar e qual o caminho a percorrer.”Não revelou surpresas, e mesmo em relação ao estado a que o país chegou, António José Seguro foi taxativo ao afirmar que chamou a atenção para essa possibilidade, em vários momentos, através de várias intervenções, e o seu maior receio para um futuro próximo veio inevitavelmente a concretizar as palavras

então proferidas: “O aumento brutal do de-semprego. Atualmente, há mais de 1 milhão e 200 mil portugueses desempregados. Em cada dia que passa, há cerca de 900 portu-gueses que ficam desempregados. Se o atual Governo teimar na sua política ‘do custe o que custar’, temo por mais desemprego e agravamento da nossa economia.”E a reboque caiu o tema da austeridade, dei-xando Seguro um recado amargo: “Quando assumi a liderança do PS, remei contra a maré. Chamei a atenção para se olhar para a economia e o emprego. Na altura foi mui-to criticado. Felizmente, hoje, o caminho que defendo faz parte de um consenso muito alargado: a necessidade de uma agenda para o crescimento e o emprego.”Em toda a entrevista, apenas uma resposta poderá ter hoje, um ano depois, interpreta-ções diferentes. Quando questionado sobre a possibilidade de o Governo cumprir o seu mandato até ao fim, António José Seguro foi inequívoco: “O atual Governo tem todas as condições para cumprir o mandato. Tem uma maioria absoluta no Parlamento. Se terminar mais cedo o seu mandato, a responsabilidade é do PSD e do CDS-PP.” Tudo a seu tempo.

António José Seguro

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EM FOCOEspecial Aniversário

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A afirmação de que faltam mulheres nos cargos de liderança em Portugal não é nova, mas a atual secretária de Estado dos As-suntos Parlamentares e da Igualdade confessa “que a possibilidade de realmente contribuir para mudar a situação das mulheres, no sen-tido de lhes ser reconhecida a participação igualitária a que têm direito na vida pública e privada”, é muito motivante.O desafio, aceitou-o por gostar do trabalho parlamentar e também por pensar que, no mo-mento que o país atravessava, ninguém deveria recusar a oportunidade e o dever de partici-par na vida pública do seu país. Não é propria-mente uma novata na política e cumpriu o seu primeiro mandato entre 2002 e 2005, quando integrou as listas do PSD a convite de Durão Barroso, tendo regressado ao Parlamento em 2009, pela mão de Manuela Ferreira Leite, por quem expressa uma admiração convicta e não esconde que tem pena de não a ter visto chegar ao cargo de primeiro-ministro: “Com a eleição de Manuela Ferreira Leite teríamos ganho uma governante competente e íntegra, que teria sabido interromper o ciclo de endi-vidamento e de incapacidade de cumprimento dos compromissos que nessa altura já se vivia,

apesar dos esforços do então Governo para iludir a situação. Portugal teria entrado mais cedo no caminho de rigor e de contenção que, em minha opinião, tem necessariamente de percorrer; acredito mesmo que se teria evitado o pedido de ajuda externa.”Em relação ao atual primeiro-ministro, a sua convicção também não é abalada, revelando total confiança no “projeto do líder do PSD para regenerar Portugal”, assim como sempre destacou que tem particular gosto em poder dizer que tem tido do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares total apoio nas inicia-tivas que lhe tem proposto.Quanto à sua visão do Parlamento, pouco mudou na opinião que trazia de fora, mas não deixa de enfatizar que, enquanto deputada, “aquilo que me surpreendeu no Parlamento, relativamente à visão que o cidadão comum tem dele, foi o volume de trabalho que os deputados muitas vezes têm e que o cidadão comum desconhece ou não valoriza”.Partilha da opinião de que o número de de-putados deveria ser reduzido e que 180 depu-tados, conforme consta da proposta do PSD, seriam suficientes para assegurar a represen-tação do país. Outro facto ao qual não foge

na resposta prende-se com a atual presidência da Assembleia estar nas mãos de uma mulher. Mas Teresa Morais é taxativa na sua resposta: “O facto de serem duas mulheres não pro-duz automaticamente o resultado de uma boa relação. Neste caso concreto, estas duas mu-lheres relacionam-se muito bem. Tenho uma grande admiração pela sua inteligência e foi para mim um momento muito especial, o da eleição de Assunção Esteves como presidente da Assembleia da República.”E as mulheres caem inevitavelmente neste di-álogo, particularmente no que respeita à falta (ou não) de mulheres nos cargos de liderança em Portugal. Para a secretária de Estado, essa falta é notória, considerando que se a situação evoluiu em termos de liderança política e de representação das mulheres nos órgãos de soberania, o mesmo não aconteceu com os cargos de liderança económica, onde as mu-lheres estão sub-representadas nos conselhos de administração das empresas públicas e pri-vadas, apresentando Portugal números muito inferiores à média europeia.Tudo isto sem esquecer aquela que tem sido, desde sempre, uma das suas bandeiras, a luta contra a violência doméstica.

“FALTAM MULHERES NOS

CARGOS DE LIDERANÇA”

Teresa Morais

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FRONTLINE/35

Na sua entrevista à FRONTLINE, o atual CEO do Banco BIC Português reve-lou o que muitos esperavam ouvir da sua boca: muito poucas expetativas positivas para o futuro imediato no que toca ao crescimento económico de Portugal; me-didas exageradas de austeridade vão pre-judicar gravemente a economia e “sérias dúvidas” sobre a “capacidade reformista” deste Governo, uma vez que em termos de reformas estruturais a única que foi feita, e que se deveu essencialmente ao espírito de negociação da CIP e à coragem política da UGT, foi a do mercado de trabalho, em sede de concertação social. Em Mira Amaral é difícil encontrar uma li-nha de separação entre o antigo ministro da Indústria e o atual CEO do Banco BIC, tal é a consistência do seu discurso, onde ressalta sobretudo um pessimismo angustiante para quem quer continuar a tapar o sol com a peneira: “Eu não sei se a Europa está num beco sem saída, a verdade é que está numa situação muito difícil. Mas neste caso, devo dizer-lhe que quem culpa os programas da troika e a senhora Merkel pelo que aconte-ceu está a ver o filme ao contrário. O que

aconteceu foi que, no tempo das vacas gor-das, alguns países como Portugal foram alta-mente indisciplinados, gastaram demasiado, endividaram-se muito e, depois, quando veio a crise financeira, essa dívida pública que já existia não permitiu mais financiamento ex-terno e chegámos a um impasse.”A austeridade acabou aqui por ser tema central, mas balançando entre o essencial e o inevitável, que outras opções haveria? Para Mira Amaral a questão da austeridade era inevitável, mas o problema é que ago-ra estamos a perceber que o objetivo de redução do défice era demasiado rápido, o aumento de impostos foi excessivamen-te violento, o que pôs em causa a própria economia. E aqui, nas suas palavras, abrem--se as portas para uma crítica contundente: “O que é que este Governo fez? Chegou e foi muito lesto a cortar vencimentos e pensões! Foi muito lesto a aumentar im-postos (...) Para citar uma declaração pre-sidencial, ‘o Governo mudou mas eu não mudei’, continuo a dizer o mesmo que dizia no Governo anterior, e tenho fortes dúvi-das de que o atual, passado um ano, exe-cute efetivamente as reformas estruturais

necessárias. Quanto a tudo isto, estou real-mente muito preocupado.”Outra preocupação bem expressa pelo ex-ministro da Indústria foi a notória falta de articulação entre Finanças e Economia, principalmente quando se assiste a um en-deusamento do ministro das Finanças e uma total incapacidade de intervenção pelo atual ministro da Economia.Para último fica o seu projeto, o Banco BIC Português, onde o grande desafio, depois da compra do extinto BPN, passa por refor-çar o código genético da instituição a que preside. Nas suas palavras: “Nós respeita-mos o nosso código genético, apostamos em ter agências de retalho de baixo custo oferecendo um bom serviço aos nossos de-positantes. Não nos estou a ver fazer, mas-sivamente, crédito à habitação ou ao con-sumo – o contexto português também não está para isso neste momento –, mas sim a apoiar as boas empresas exportadoras para Angola e para outros mercados. Con-vém não esquecer que a grande surpresa da economia portuguesa foi a performance do setor exportador, que ultrapassou tudo o que se previa.”

“PREOCUPA-ME O ENDEUSAMENTO

DO MINISTRO DAS FINANÇAS”

Luís Mira Amaral

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Aos 35 anos de idade, Cecília Meire-les, secretária de Estado do Turismo do Go-verno de Pedro Passos Coelho, foca o prin-cipal objetivo da sua legislatura em dar maior destaque ao destino Portugal, mas reconhece que é necessário mudar mentalidades e so-bretudo optar por outras estratégias neste setor. Mas o essencial da sua mensagem aca-ba por ter uma forte componente política quando afirma que “este Governo tem feito um enorme esforço para identificar os erros e as mudanças estratégicas e corrigir a traje-tória no que toca ao turismo”.Nesta linha de pensamento, as ideias e priori-dades estão bem identificadas e isso mesmo expressou na sua entrevista à FRONTLINE sobre a definição dessas mesmas prioridades para o setor: “Nas últimas décadas o olhar esteve muito centrado sobre a oferta, sobre aquilo que nós construíamos. A ideia era: se construirmos um bom resort, depois apare-cerão os turistas para o encher… surgirá a procura. O que se passou foi que a realidade comprovou que não era exatamente assim. A grande reforma é olhar para as coisas ao contrário. É ir buscar os turistas. É ir aos nos-sos mercados tradicionais e perceber como

é que nos podemos adaptar àquilo que eles querem. É ir a mercados inovadores e perce-ber que tipo de oferta é que temos e o que é que pode corresponder àquilo que eles pro-curam. E depois temos de trazer esses turis-tas para Portugal. Esta forma de ver as coisas, ao contrário daquela como eram vistas, é a principal mudança.”Mas o reverso da medalha também acaba por estar presente neste desejo de mudança, so-bretudo num setor que muito está a sofrer com os efeitos da crise que se vive atualmen-te. Cecília Meireles reconheceu que neste ano (2012), em concreto, o turismo tem desafios particulares, mas que é importante salientar que, mesmo no ano anterior, contrariamente ao que infelizmente aconteceu com grande parte dos setores da economia portuguesa, o do Turismo cresceu e cresceu até a um ritmo bastante simpático. Mas a secretária de Estado vai mais longe, tentando passar uma mensa-gem de otimismo nas suas palavras: “Quando estamos a falar de crise, é preciso distinguir as coisas. O setor do Turismo é um setor que tem mostrado uma enorme resistência à crise. É também evidente que o período de insegu-rança e incerteza que estamos a viver na Eu-

ropa, do ponto de vista dos nossos principais mercados emissores, que são Espanha e Rei-no Unido, também tem, obviamente, impacto. Por um lado, combate-se com promoção de mensagens-chave e indo à procura de novos mercados. O Brasil iniciou-se como um mer-cado de aposta e hoje está consolidado.”E com a Espanha aqui ao lado, faria sentido falar numa estratégia de colaboração turística benéfica para os dois países? Aqui, como diz o povo, a receita de Cecília Meireles é a de que cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém ao afirmar que em alguns casos essa colaboração poderia ser benéfica. Mas, mais uma vez, a tónica do seu discurso volta a enfatizar a necessidade de mudança ao afir-mar que também aqui temos de olhar ao con-trário, de olhar para novos mercados como a China, a Índia ou a América Latina, e perguntar o que é que cada turista destes sítios pode achar mais interessante ao ver dois países em vez de ver só um.E no fim tudo se resume a uma premissa sim-ples sobre a marca que gostaria de deixar no Turismo: “deixar o setor reconhecido como um setor em que temos excelentes profissio-nais e a mudança de mentalidades que referi”.

“PORTUGAL É EUROPA”

Cecília Meireles

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FRONTLINE/37

“AINDA BEM QUE SOU

INCÓMODO”

T rocou a cidade de Vancouver, no Ca-nadá, para regressar a Lisboa, porque achou que o seu contributo “era importante” para ajudar o país a “ultrapassar as dificuldades” e assim, convidado por Pedro Passos Coelho, assumiu a pasta da Economia.O ministro, que conta com uma vasta expe-riência académica nessa área, implementou até à data diversas reformas importantes, como, por exemplo, a reforma da lei labo-ral, mas as opiniões, sejam da oposição, de críticos, até de alguns mais próximos, não o têm poupado ao apontarem-lhe grande fra-gilidade política e um papel secundário face ao ministro das Finanças, quando Portugal precisa de ter uma aposta forte nesta área.Mesmo assim, Álvaro Santos Pereira não de-sanima e reconheceu à FRONTLINE que, em apenas um ano, o Governo conseguiu eliminar “constrangimentos à competitividade da eco-nomia”, bem como aumentar “a capacidade de financiamento das empresas e suprimir os obstáculos que estavam a impedir que a eco-nomia crescesse”.Aos críticos, o ministro afirma que responde sempre da mesma maneira, com trabalho e com as reformas que já foram feitas e mantém

a mesma postura que o motivou a aceitar o desafio que lhe foi lançado por Passos Coe-lho, sintetizada em poucas palavras: “Sempre tive uma postura muito ativa e crítica sobre a forma como Portugal estava a ser governa-do ao longo dos últimos anos. Achei que era importante, para além de ter essa postura crí-tica, contribuir para uma mudança profunda e estrutural do país, senti que era meu dever, enquanto português, dar a minha ajuda. Tenho três filhos pequenos e quero que eles possam ter um futuro em Portugal.”O desânimo também nunca pareceu fazer parte do seu quotidiano, mesmo quando confrontado, na entrevista à FRONTLINE, com o facto de alguma vez ter pensado que nesta altura a situação do país, apesar de tudo o que o Governo tem feito, ainda fosse tão má. As palavras são elucidativas, porque alinhadas no discurso oficial do PSD, quando refere que é preciso ver que, nos últimos anos, a atuação do Governo (PS) esteve mais virada para a retórica e para a propaganda do que para a resolução dos problemas estruturais da eco-nomia portuguesa: “Foi com esse cenário que começámos a trabalhar. É na inversão deste modelo que temos vindo a trabalhar. Com a

implementação de reformas estruturais, com o redirecionamento do investimento público, com o fim das obras faraónicas de rentabili-dade duvidosa.”E é nesta lógica que Álvaro Santos Pereira es-trutura o seu pensamento e o sucesso da sua ação política quando reconhece que é funda-mental que os efeitos das medidas de austeri-dade sejam colmatados com reformas estru-turais. E aqui chamou a atenção para o facto de um terço das medidas do Memorando de Entendimento terem sido aplicadas pelo Mi-nistério da Economia e do Emprego. Se é ób-vio que têm sido pedidos grandes sacrifícios aos portugueses, o ministro aponta no sentido de que também o Governo provou já que está também empenhado em adotar medidas que estimulem o crescimento da economia, seja através do redirecionamento do investimento público para o tecido produtivo, gerador de ri-queza e de postos de trabalho; seja através da criação de medidas que reduzam os constran-gimentos ao crescimento das empresas, reco-nhecendo que o Estado não se pode substituir às empresas na sua atividade, mas pode e deve criar as condições para que estas cresçam e, assim, façam crescer a economia.

Álvaro Santos Pereira

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Há cerca de oito meses atrás, na sua entrevista à FRONTLINE, o líder par-lamentar da bancada do PS ainda defendia que Portugal “precisava de visão e estabi-lidade” e as crises políticas eram sempre algo a evitar. Defendia mesmo que se a queda/demissão do Governo se viesse a confirmar, seria “um péssimo sinal” e que a aposta socialista era a construção de uma alternativa que implicava “uma mu-dança de paradigma e uma regeneração da forma de fazer política e de fomentar a cidadania e a participação”.Hoje, a realidade é diferente com este mesmo Partido Socialista a abrir portas para essa demissão, mas, à parte desta exceção, o pensamento de Carlos Zorri-nho mantém-se atual ao falar da crise e do que Portugal precisa neste momento: “Portugal precisa de visão e estabilidade. A estabilidade por si só é um valor incom-pleto. A estabilidade na mediocridade ou na ausência de soluções torna-se foco de estagnação e de desesperança. Por isso é importante recuperar uma perspetiva am-biciosa de posicionamento económico e político de Portugal no mundo. Um país

de média dimensão, bem relacionado, mul-ticultural e com uma localização geoes-tratégica privilegiada deve assumir-se não como uma periferia irrelevante da União Europeia, mas antes como uma ponte en-tre potências regionais, fazendo da rede e da combinação criativa uma fonte de cria-ção de riqueza.”Nesta mesma lógica, as palavras já são amar-gas perante um egoísmo europeu que nunca acreditou que pudesse pôr em causa a ma-triz essencial de solidariedade que presidiu ao aprofundamento da União Europeia e à criação da União Monetária.Mas quanto a prioridades, aí as palavras já expressavam profunda convicção: “Do maior partido da oposição os portugueses esperam responsabilidade, e o PS tem sido absolutamente responsável, só não poden-do evitar que a deriva ideológica obsessiva do Governo tenha levado o PSD e o CDS--PP a afastarem-se cada vez mais do PS e das soluções necessárias para o país (...) O Governo teve todas as condições nacio-nais e internacionais para atingir as metas da consolidação orçamental sem flagelar as famílias e a economia. Infelizmente, escolheu

outra política que se tem vindo a revelar de-sastrosa.”E os portugueses aguentariam mais austeri-dade? Aqui, Carlos Zorrinho apelou à cau-tela discursiva, colocando o enfoque numa ambivalência entre os “muitos portugueses que já não aguentam a austeridade que têm e outros que poderão fazer mais sacrifícios, mas enfatizando a conclusão óbvia: para além de provocar um sofrimento escusado, a aus-teridade excessiva esmaga a procura, destrói emprego e não contribui para resolver os problemas estruturais da nossa economia”.O Presidente da República também mere-ceu um reparo vivo, mas de uma forma ins-titucionalmente correta, para quem respeita a sua magistratura mas discorda do tom e do timing das suas intervenções.Quanto ao futuro, não é o imediato que preocupa Carlos Zorrinho, mas sobretudo aquele que está para vir para os seus filhos: “O meu maior receio é que um conjunto de equívocos e de infelicidades circunstan-ciais retirem à geração dos meus filhos as condições que a minha geração beneficiou. A geração que cresceu com abril tem um enorme desafio imediato.”

“AS CRISES POLÍTICAS NUNCA SÃO DESEJÁVEIS”

Carlos Zorrinho

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Irreverente, controverso, incómodo e mais mil palavras haveria para caracterizar o atual bastonário da Ordem dos Advogados que, sem papas na língua, afirma que “a Ordem está a ser alvo, por parte do Governo e da atual ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, de uma vingança mesquinha, própria de quem não tem visão de Estado, embora preste um serviço público de inegável valor, ao participar na administração da justiça”.E é este mesmo Marinho e Pinto que, ao mesmo tempo, conforme reconheceu à FRONTLINE, se mostra orgulhoso por po-der afirmar que a Ordem dos Advogados está agora “mais empenhada na cidadania, menos voltada para os seus interesses cor-porativos e mais para os direitos e interes-ses legítimos dos cidadãos”, e que não está dependente do Governo, embora seja “uma associação pública, que exerce competências delegadas pelo Estado”.O cargo que exerce, define-o como muito tra-balhoso e exigente de uma disponibilidade to-tal e de uma capacidade de combate e de luta bastante superior àquilo que ele próprio pen-sava antes de o ter assumido, onde são muitas as frentes em que a ação de um bastonário se

desenrola, nomeadamente no relacionamento institucional com órgãos do Estado, com o Governo, com a Assembleia da República, mas também com o Presidente da República, com os Tribunais, com os magistrados.Mas o sentido acutilante que sempre o ca-racterizou também se fez logo sentir quan-do afirmou que se é normal que existam várias advocacias dentro da Ordem, que geram interesses próprios, possuem aspira-ções próprias, uma delas “tem uma grande influência no aparelho do Estado, no Gover-no, na Assembleia da República, onde tem os seus deputados, os seus sócios, e que tem vindo a modelar, progressivamente, ao longo das últimas décadas, a advocacia, a configura-ção legal da advocacia, em favor dos seus inte-resses específicos, que não são propriamente os interesses da maioria dos advogados”.Quanto à ministra Paula Teixeira da Cruz, a quem acusa de ter demonstrado uma pro-funda e perigosa ignorância sobre as ques-tões da Justiça, sintetizou a sua posição em parcas palavras, considerando que não está “nem a servir os seus interesses nem os dos portugueses, seguramente só sabendo ela que interesses está a servir, mas que não são

certamente os da Justiça e os dos cidadãos”.Na mesma lógica de crítica acutilante cai o Presidente da República, a quem o bastonário recomendou menos uso do Facebook: “O Presidente da República deveria falar menos pelo Facebook e atuar mais a partir do Palá-cio de Belém, deveria ser mais interventivo. O Presidente é o principal garante do regular funcionamento das instituições democráticas e elas não estão a funcionar bem.”Por fim, a necessária mudança na Justiça, tema capital que não poderia fugir às palavras do bastonário, para quem é imperativo começar por aqueles que têm poder nos tribunais, os magistrados, reconhecendo que não se pode ser juiz aos 26, 27 ou 28 anos: “Não se pode, em sítio nenhum do mundo. Quando há juí-zes com estas idades, a justiça é má, de certe-za, porque não se tem a maturidade e o bom senso, nem a experiência de vida necessária para julgar os outros.”Salta ainda o problema da sindicância, e aí, mais uma vez as palavras de Marinho e Pin-to não oferecem dúvidas quando afirma que não se pode ser titular de um órgão de so-berania, como são os Tribunais, e ao mesmo tempo estar organizado em sindicatos.

“A ORDEM ESTÁ A SER

ALVO DE UMA VINGANÇA

MESQUINHA”Marinho e Pinto

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O atual presidente do Sport Lisboa e Benfica, eleito pela primeira vez a 3 de no-vembro de 2003, tem sido um homem no relançamento do clube e um dos responsá-veis pela construção do novo Estádio da Luz e pelo novo centro de estágios do Seixal. “Anos difíceis em que conseguimos superar enormes obstáculos e inúmeras dificulda-des”, relembrou Luís Filipe Vieira na sua en-trevista à FRONTLINE, ao falar de um Benfica que é a instituição com o maior número de sócios e, como faz questão em sublinhar, “somos, como costumo dizer, uma pátria de muitos países, em que a lusofonia tem parti-cular destaque”.A primeira pergunta era inevitável, o que é ser-se presidente do Benfica? Orgulho, mui-to trabalho e sentido de missão ressaltam com alguma modéstia do discurso de Luís Filipe Vieira, para quem não se contabilizam horas nem os sacrifícios que se fazem na de-dicação ao clube.Um clube que, pese embora o pendão de vitória do seu presidente, só conseguiu ga-nhar dois campeonatos nos nove anos de exercício dos seus mandatos. Mas o presi-dente não se deixou intimidar: “Essa é uma

pergunta típica de quem desconhece o que era o Benfica há pouco mais de uma déca-da. Se o ponto de partida quando cheguei ao clube fosse o que temos hoje, garanto--lhe que o equilíbrio a nível de resultados desportivos seria totalmente diferente. Di-ficilmente se consegue ganhar quando não há dinheiro, quando não há infraestruturas, quando temos que lutar com um sistema vi-ciado que anula qualquer tipo de mérito. Foi contra tudo isto, em momentos diferentes e durante anos, que lutámos e tivemos de contrariar. A nossa primeira prioridade foi, como não podia deixar de ser, salvar o Ben-fica e foi – é bom nunca o esquecer – uma tarefa colossal. Depois foi necessário denun-ciar uma série de práticas criminosas que viciavam os resultados desportivos. Foram duas duríssimas batalhas travadas de forma contínua. No futebol nada é imediato.”Anos difíceis em que o problema da corrup-ção na arbitragem foi certamente tema do-minante, mas que o presidente do Benfica contorna de uma forma hábil, escusando-se, nas suas palavras, a “entrar por aí”, sem no entanto deixar de referir que “às vezes ain-da há demasiadas coincidências, mas a ver-

dade é que toda a gente ficou a saber como é que se construíram durante décadas al-guns resultados desportivos em Portugal”.Quanto à Seleção Nacional, Luís Filipe Vieira reconhece que fazem falta mais jogadores do Benfica e que hoje o clube começa a es-tar em condições para inverter essa situa-ção: “Só no ano passado tivemos 42 atletas do Benfica convocados para as várias sele-ções jovens de Portugal. Algo inédito e que nunca antes outro clube tinha conseguido. Temos 309 atletas na nossa formação e ape-nas quatro estrangeiros, o que é um bom indicador do nosso trabalho.”Para o futuro, do presidente ficam duas no-tas, o facto de em 2015 o Benfica receber a final da Champions no Estádio da Luz, o que significa o reconhecimento da UEFA pelo trabalho desenvolvido pelo clube e por um estádio... e a promessa de que os sócios e simpatizantes podem esperar por um Benfi-ca que entre em campo em todos os jogos com a ambição de os ganhar: “Espero sin-ceramente um Benfica campeão, mas, como já expliquei atrás, não vou ser demagogo e prometer algo que não depende apenas do nosso trabalho.”

“PROMETER VITÓRIAS É

DEMAGÓGICO”

Luís Filipe Vieira

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Entrou na política muito novo quando, por influência dos seus pais – fundadores do PSD – participou na fundação da JSD, mas apesar de ter passado por várias empresas dentro e fora do país, é na política “enquanto exercício de cidadania” que o atual presiden-te da Câmara Municipal de Cascais se sente “sinceramente realizado”.Quanto às eleições autárquicas, marcadas para este ano, está confiante de que vai sair vitorioso, admitindo como natural que a “avaliação positiva” feita pelos mu-nícipes se transforme “numa vitória em outubro próximo”.A aposta em obras que façam a grande dife-rença na vida das pessoas, a aposta na com-ponente social e ao mesmo tempo a neces-sidade de criar garantias para que Cascais continue a ser o mais atrativo e o mais com-petitivo possível, de modo a que, por isso mesmo, se mantenha como uma referência de desenvolvimento económico, têm sido as linhas de orientação estratégica que marca-ram este seu mandato à frente do município. E mesmo apesar do contexto da atual crise económica e financeira em que um dos pro-blemas muitas vezes referenciados é o gran-

de endividamento das autarquias, o autarca revela toda a sua tranquilidade, elogiando o trabalho sempre feito pelas diversas forças políticas: “Em Cascais, o endividamento da autarquia nunca foi um problema – e não é um mérito desta maioria, é algo que já está enraizado. Todos os governos locais que foram passando tiveram sempre a preocu-pação de não suportar níveis de endivida-mento elevados. Cascais, para aquilo que é a sua capacidade de endividamento, está na ordem dos 40% – tomara que o país estives-se nos 60%, que é o objetivo europeu. Nesta perspetiva, estamos bem, o que não implica que não estejamos preocupados com a evo-lução das receitas.”Mas esta relativa tranquilidade não esconde aquilo que considera ser “o estado de guer-ra” que o país vive atualmente, onde não se sabe quem são os exércitos, quais são as suas armas, onde se situam. Uma guerra que considera que se desenvolve em duas frentes, uma externa e outra interna, mas onde a vitória já esteve mais longe: “Quanto à frente externa, estamos a conseguir ven-cê-la. Passou pela credibilidade de Portugal junto do exterior, quando este Governo

assumiu que estávamos completamente de-sacreditados, ao ponto de termos de pedir resgate contra a entrega da soberania nacio-nal, e neste ano e meio, o esforço que tem sido feito pelo Governo e, muito especial-mente, pelos portugueses tem levado a que a frente externa desta guerra esteja a ser ganha.” Quanto à frente interna, o seu oti-mismo já se desvanece, onde acredita que, neste momento, os portugueses precisam, mais do que refundar o Estado, refundar o movimento da esperança.Mas apesar deste reconhecimento também nunca escondeu as palavras de crítica ao atual Governo. Chegou mesmo a pedir a de-missão do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, a quem acusou de insen-sibilidade política quando anunciou o quadro de medidas impostas pela troika: “Foi uma ati-tude que não foi pensada, e para quem está nestas funções tem que ser pensada.”Quanto a Cascais, sempre evocou o slo-gan “Um lugar, mil sensações”, para reafir-mar a sua convicção de autarca vencedor, como deixou bem expressa na sua entre-vista à FRONTLINE: “Cascais é acima de tudo um compromisso.”

“CASCAIS É ACIMA DE TUDO UM

COMPROMISSO”Carlos Carreiras

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Álvaro Beleza, dirigente nacional do Partido Socialista e responsável pela área da Saúde, onde tem como função “apre-sentar propostas que garantam a defesa e sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, não poupou a críticas o atual Governo na sua entrevista à FRONTLINE.Ao mesmo tempo que enfatiza que estar na política tem de ser para “contribuir para um país melhor”, acusa o Executivo de Passos Colho de revelar uma total “in-sensibilidade social para com o sofrimen-to dos portugueses” e de estar apenas preocupado em “levar por diante a sua política ultraliberal e a sua receita de aus-teridade a qualquer preço”.O pessimismo é mesmo amargo quando confrontado com a visão que o seu par-tido tem da situação económica, social e política de Portugal: “A visão é ater-radora. E, por isso, o PS tem muito para melhorar quando for Governo. Portugal é neste momento um país governado por meros técnicos mercantilistas sem sensi-bilidade para os problemas sociais e eco-nómicos do país, sem capacidade de fazer reformas profundas, mas apenas cortes

cegos, sem experiência na economia pro-dutiva, sem engenho nem arte para gerar crescimento e emprego.”Nesta lógica refuta a política de redução do Estado Social que está a ser seguida, particularmente na área da Saúde, con-siderando que é claramente uma opção ideológica e não uma imposição dos nos-sos credores: “Por exemplo, em 2011, o novo Governo de Portugal travou o cres-cimento da despesa em saúde em relação ao ano anterior 10 vezes acima da média de corte da OCDE de 2010 para 2011; em 2012 continua ávido de cortes cegos, a cor-tar na despesa da saúde o dobro do que a troika lhe pediu, segundo a própria OCDE afirma. A este ritmo não vai haver SNS quando a troika daqui sair e não há regresso aos mercados que nos valha na saúde.”Acabar com as taxas moderadoras nos cuidados primários de saúde, tendo por objetivo imediato cortar em 50% as taxas moderadoras nos cuidados primários e in-centivar a ida ao médico de família e não ao hospital, a extinção da ADSE e a con-sequente fusão dos diversos subsistemas na área da saúde foram igualmente temas

quentes da temática da sua entrevista, mas as questões políticas acabaram por assumir maior relevância no atual contexto político.Para Álvaro Beleza é inequívoco que se o Governo não levar o mandato até ao fim, a culpa será “apenas da sua incompetência e sobranceria”, mas a acontecer, o Partido Socialista está preparado para enfrentar um cenário de eleições antecipadas e sem dúvida que sairá vencedor: “o PS está sem-pre à altura de qualquer desafio e estou certo de que, seguindo a máxima do nosso secretário-geral, não prometendo o que não poderemos cumprir, falando verdade, isto é, se formos sérios e com sentido de serviço público, os portugueses confiarão de novo no PS, para que Portugal tenha um futuro de esperança”.Mas conseguirá António José Seguro “unir esse PS” para esse futuro? A res-posta do dirigente, do político, do médi-co, do professor universitário, foi inequí-voca: “Já conseguiu e entre outros sinais ele foi o elo de reconciliação entre Mário Soares e Manuel Alegre, duas referências da democracia. Quer exemplo mais elo-quente de liderança?”

“A VISÃO (DO PAÍS) É

ATERRADORA”

Álvaro Beleza

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GRANDE ANGULARRecuperação de Portugal

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GRANDE ANGULARRecuperação de Portugal

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Regresso aos mercados antes do previsto, alargamento dos prazos das maturidades do empréstimo europeu e flexibilização das metas do défice. Algumas notas positivas para uma economia em sofrimento.

FINALMENTE, BOAS NOTÍCIAS

por M. Sardinha

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GRANDE ANGULARRecuperação de Portugal

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Com a perspetiva de um 2013 ainda difícil para Portugal e para os portugueses, o ano começou com al-gumas boas notícias que ajudam a manter viva a esperança de que a inversão das tendências negativas, que vêm sen-do regra nos últimos anos, finalmente aconteça.Um inesperado regresso aos mercados por parte de Portugal foi a primeira dessas boas notícias. Com a aju-da do Banco Central Europeu, o Governo de Passos Coelho conseguiu emitir dívida de longo prazo, a cinco e a 10 anos, o que levou a uma elevada procura por parte dos investidores e permitiu uma baixa dos custos soberanos. BESI, Barclays, Morgan Stanley e Deustche Bank participaram nesta emissão de 2,5 mil milhões de euros, em que a procura ultrapassou 4,8 vezes a oferta.

Emissão de dívidaO presidente do BCE tinha avisado, logo no início do ano, que “as nuvens mais negras que assombravam a zona euro ficaram para trás” e esta emissão de dívida, que teve igual resultado em Espanha, foi uma das provas dessa realidade.Entretanto, Portugal juntou-se à Irlanda e negociou com os restantes países da zona euro uma possível extensão

das maturidades dos empréstimos financiados pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira e pelo Mecanismo Eu-ropeu de Estabilidade, de modo a facilitar o seu regresso aos mercados de dívida secundária, previsto para este ano. Na última reunião do Eurogrupo, em início de fevereiro, os ministros das Finanças europeus chegaram a um acordo de princípio sobre esse prolongamento do prazo dos emprés-timos de assistência financeira concedidos a Portugal e à Irlanda, o que acabou por ditar um olhar mais otimista por parte dos mercados a estas economias.Também foi a vez da troika alargar num ano o prazo para Portugal reduzir o défice para valores abaixo dos 3%, pas-sando de 2014 para 2015. A decisão acabou por ser ditada pelo facto de se antecipar que a degradação da economia europeia gerará uma maior recessão no país. Fonte citada pela Reuters dizia que a troika reconhecia os esforços feitos por Lisboa para atingir as metas estabelecidas no plano de resgate, assegurando que “este objetivo [do défice] será atingido em 2015. A recessão neste ano de 2013 será maior, cerca de 2%, o que fará com que a execução orçamental seja mais difícil”, adiantou. Com este prolongamento do prazo, Portugal fica também em melhores condições para

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GRANDE ANGULARRecuperação de Portugal

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regressar de forma autónoma aos mercados e financiar--se sem constrangimentos. Com todas as notícias de que Portugal continua a ser um “bom aluno” da troika e que terá direito a alguma flexibilidade, as agências de notação financeira foram rápidas a manifestar-se.A primeira foi a Standard & Poor’s, que melhorou mesmo a sua perspetiva sobre a conjuntura económica nacional. A agência deixou cair a classificação de perspetiva “nega-tiva” para adotar uma perspetiva “estável” sobre a solva-bilidade nacional a longo prazo da economia portuguesa. O rating ficou ainda assim classificado como BB, o que equivale a um nível de investimento especulativo dois de-graus abaixo da classificação “lixo”.Esta notícia levou de imediato o primeiro-ministro Pe-dro Passos Coelho a falar num “sinal de recompensa” para os portugueses e a olhar para ela como um “estí-mulo” para o processo de ajustamento económico. Mas a agência deixou um alerta, assumindo reservas face aos riscos sociais do avanço do corte de 4 mil milhões de euros na despesa do Estado que o Governo negociou com a troika durante a sétima avaliação do memorando de entendimento. Para a Standard & Poor’s existe o ris-co deste corte anular os benefícios do alargamento dos prazos dos empréstimos europeus e das alterações no ajustamento orçamental.

Quanto à Moody’s, preferiu não mexer para já no outlook do rating português, mas veio dizer que via com bons olhos a extensão dos prazos de reembolso dos empréstimos a Portugal e à Irlanda, porque isso irá facilitar o regresso em pleno aos mercados. Ainda assim, sugeriu que uma redução da taxa de juro dos financiamentos contribuiria para me-lhorar ainda mais a situação financeira dos dois países.Nesta agência, o rating nacional continua no nível “Ba3”, já na categoria considerada “lixo”, com perspetivas de evolu-ção negativas.

Capacidade líquida de financiamentoA fechar o mês de março, os portugueses ficaram a saber que o país teve uma capacidade líquida de financiamento equiva-lente a 0,4% do PIB no ano passado, o que não acontecia, pelo menos, desde 1995. Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) tiveram em conta uma subida das exportações e uma queda das importações, que acabou por ser determinante para esta evolução positiva das contas externas. Além desta melhoria, o INE salientou também “que se verificou um aumento do saldo das transferências de ca-pital e do saldo das transferências correntes”.Algumas notas positivas para uma economia que continua a destruir emprego e em que os impostos sobre as famílias e as empresas prometem não dar tréguas em 2013.

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ACELERAR PARA A METARealizado pela primeira vez em outubro de 1954 como uma corrida para amantes locais do desporto automóvel, o Grande Prémio de Macau transformou-se naquela que muitos consideram a melhor prova em circuito urbano do mundo. Celebrando no presente ano a sua 60.ª edição, este evento promete não desiludir.

ESPECIALGrande Prémio de Macau

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ACELERAR PARA A META

ESPECIALGrande Prémio de Macau

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O primeiro Grande Prémio de Macau reali-zou-se pela primeira vez nos dias 30 e 31 de outubro de 1954 e contou com 15 participantes numa prova de 51 voltas ao circuito da Guia (6,2 km), que du-rou quatro horas. O Triumph TR2 de Eddie Carvalho venceu na prova inaugural, enquanto Gordon “Dinga” Bell estabeleceu a volta mais rápida ao comando de um Morgan. No entanto, o circuito deixava muito a desejar e os comissários relataram que a parte inte-rior “era muito má – muito suja e com areia solta”.A competição automóvel era a fórmula encontrada pelas autoridades locais para promoverem Macau enquanto destino turístico, em contraponto com a vizinha Hong Kong, mas só na década seguinte é que as corridas se tornaram o “ex-líbris” macaense.

Em 1960, o Grande Prémio de Macau fez pela pri-meira vez parte do calendário internacional de pro-vas automobilísticas na qualidade de “corrida nacio-nal com participação estrangeira”, sendo, também pela primeira vez, realizado de acordo com os regu-lamentos da FIA relativos a automóveis de desporto e grande turismo. O piloto escocês Martin Redfern, no seu Jaguar XK SS, venceu o 7.º Grande Prémio de Macau. O segundo lugar foi para o americano Grant Wolfkill, num Porsche Spyder, enquanto o tercei-ro foi para o inglês Jan Bussell, num Ferrari Monza. Na prova, o recorde da volta foi batido 11 vezes – quatro por Redfern, duas por Bussel e cinco por Wolkill, que veio a estabelecer a volta mais rápida com 3:17.20.

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ESPECIALGrande Prémio de Macau

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Circuito obrigatórioO Grande Prémio de Macau atingiu a sua maioridade internacional quando a Fórmula 3 se tornou viveiro de grandes pilotos e, em especial, patamar para su-bir à Fórmula 1 (F1). Assim, o circuito passou a ser obrigatório no portefólio de um jovem piloto, com aspirações a Campeão do Mundo de F1. O ano de consagração da prova foi 1983, quando um “desconhecido”, de seu nome Ayrton Senna, foi o vencedor. Depois de Senna, quase todos os pilo-tos que inscreveram o seu nome no pódio da prova do circuito da Guia chegaram à F1. Destaque para nomes como Michael Schumacher, em 1990; David Coulthard, no ano seguinte, e Ralf Schumacher, em 1995. Os últimos pilotos que venceram o Grande Prémio de Macau e chegaram depois à F1 foram Takuma Sato, em 2001, e Lucas di Grassi, em 2005. Por se tratar de um circuito muito difícil, vencer nes-

ta pista citadina significa, muitas vezes, bastante mais que ser campeão num qualquer campeonato local. Em 2013, o Grande Prémio de Macau irá decorrer em dois fins de semana para assinalar os 60 anos do even-to, à semelhança do que aconteceu na 50.ª edição.

Cores nacionaisAs cores da nossa bandeira foram também represen-tadas, primeiro, por Pedro Lamy, que ficou em segun-do lugar em 1993, ano em que enfrentou Jorg Muller e perdeu. Em 2000, André Couto subiu ao lugar mais alto do pódio, depois de várias tentativas anteriores frustradas. Tiago Monteiro foi outro nome luso que brilhou na Guia, mas o melhor que conseguiu foi um 9.º lugar, também em 2000. Em 2012, António Félix da Costa venceu o Grande Prémio de Macau de Fórmu-la 3, entrando para a história ao vencer esta impor-tante e carismática prova do automobilismo mundial.

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ESPECIALGrande Prémio de Macau

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TEDDY YIP Como piloto, dono da lendária Theodore Racing Team ou como patrocinador, Teddy Yip deu um contributo incalculável ao Grande Prémio de Macau, desempenhando um papel primordial para o atual reconhecimento internacional do evento no palco do desporto motorizado. Por tudo isto, o seu nome ficará, para sempre, associado ao Grande Prémio. Desde 1955, e apesar do acidente nos treinos que o impediu de participar na prova, a sua presença deixaria uma marca indelével neste acontecimento automobilístico. Em 1983, ano da estreia da F3 em Macau, a sua equipa incluía o então jovem piloto Ayrton Senna, que veio a alcançar uma impressionante vitória, consagrando-se mais tarde como um dos maiores pilotos de F1. A elevada estima e consideração com que Teddy Yip contava na competição automóvel levá--lo-ia, em 1978, à organização da Corrida dos Gigantes, em comemoração do 25.º Grande Prémio de Macau, com a participação de alguns pilotos mundiais bem conhecidos, como Jackie Stewart e Jacy Ickx. Uma década mais tarde, Yip assumiu de novo o papel principal na organização da Corrida dos Campeões, incluindo nomes lendários como os de Al e Bobby Unser e Geoff Lees. A motivação, entusiasmo e perícia da condução de Teddy ficarão para a história do círculo de corridas de automóveis de Macau e em todo mundo.

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DOSSIERJoão Cupertino

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DOSSIERJoão Cupertino

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Sempre muito ligado à arte de fotografar, João Cupertino mostrou, desde cedo, o seu interesse pela fotografia. Contudo, foi através da sua outra paixão, a música, que despertou verdadeiramente para a fotografia e para o retrato.

UM ESTILO MUITO PRÓPRIO

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EM FOCOJoão Cupertino

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João Cupertino nasceu em Lisboa, onde frequentou

os cursos de Direito e de Línguas e Literaturas Mo-dernas da Universidade Clássica de Lisboa. Concluiu o curso de Fotografia no IADE, seguindo depois para o Spéos Institute, em Paris, onde continuou a es-tudar fotografia e onde foi assistente do fotógrafo Michel Vernet.Foi editor de fotografia da revista Valor, entre 1991 e 1997, do jornal Académico, entre 1993 e 1994, da revista PM - Política Mesmo, entre 1997 e 1998, e consultor de Fotografia do grupo Euronotícias en-tre 1999 e 2003. Em 1996, decidiu abrir um estúdio próprio e desde então tem colaborado com diversas publicações nacionais e conta com vários trabalhos publicados no estrangeiro.Desde cedo que este profissional ganhou o gosto pela fotografia, porém, foi graças à música, a sua outra pai-xão, que aprendeu a gostar realmente da fotografia e do retrato. “No início dos anos 80, com o movimento do rock português, comecei a tocar guitarra em algu-mas bandas e era preciso fazer fotos dos músicos e das bandas. Essa tarefa acabou por recair sobre mim, pois tinha uma máquina reflex de 35 mm, alguma ex-periência a fotografar e sobretudo muitas noções de enquadramento e perspetiva”, recorda.

Para João Cupertino, é muito importante estar con-centrado “no olhar e no sentir” enquanto fotografa. Para isso, tal como revela, “é necessário dominar a técnica e o equipamento, de forma a que sejam uma extensão natural do fotógrafo e não uma barreira en-tre o fotógrafo e o seu objeto fotográfico”, conclui.

Áreas de interessePara além da área editorial e de moda, João Cupertino tem trabalhado em áreas como a fotografia publicitá-ria e institucional, para clientes como a Nike, a De-loitte, a Siemens, a Nokia, a TMN, a PT, a Sonae e a BP, entre outros. Paralelamente, e ao longo dos anos, tem também desenvolvido trabalho de autor, contando já com várias exposições em nome individual.Dono de um estilo muito próprio, que dá a conhecer um pouco da sua grande paixão pelo cinema e pela pintura, assegura que não segue nenhuma tendência, já que, tal como revela, o seu trabalho tem acompa-nhado a sua “evolução pessoal e profissional”. Con-tudo, não pode deixar de referir nomes como Yousuf Karsh, Annie Leibovitz ou Helmut Newton, fotógrafos que muito admira.No futuro, espera poder continuar o seu percurso artístico e criativo, pois só assim se sente realizado.

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“O COPACABANA PALACEÉ UM OÁSIS NA CIDADE E UM BELO REFÚGIO”

HOTELARIAAndréa Natal

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HOTELARIAAndréa Natal

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Andréa Natal assumiu, recentemente, as funções de gerente geral do Copaca-bana Palace. Revelando que este é um cargo “muito exigente”, conta-nos que tem uma equipa “muito boa” que permite que seja feito um ótimo trabalho.Para a gerente geral, o hotel clássico, que celebra este ano 90 anos, “é um oásis na cidade”, talvez por isso seja capaz de atrair tanta gente jovem, que procura um serviço diferenciador.De modo a estar pronto para receber dois grandes eventos, como o Mundial de Futebol e os Jogos Olímpicos, o Copacabana Palace investiu cerca de 12 milhões de euros na renovação de vários espaços. O próximo grande projeto é o Teatro, que será uma sala multifuncional capaz de receber “temporadas de teatro, de música e também congressos e convenções”, conclui Andréa Natal.

Como é ser-se gerente geral de um hotel mítico como o Copacabana Palace e suce-der a uma figura tão emblemática como Philip Carruthers?É muito bom porque este é um hotel onde tudo acon-tece, é como se fosse uma cidade ou uma casa, nós não fechamos, estamos abertos 24 horas. Temos uma equipa muito grande, dividida em três turnos – manhã, tarde e noite –, com quase 600 funcionários. É uma superes-trutura, uma equipa de manutenção imensa, uma equipa de segurança enorme, comparada com outros hotéis no Brasil e no exterior.O cargo de gerente geral é muito exigente porque temos não só de tratar da parte operacional, como fazemos um grande trabalho de relações públicas, pois todos os cario-cas, todos os brasileiros, se sentem donos deste hotel. To-dos querem participar no que acontece no hotel e querem opinar, então, temos de ter um cuidado muito grande, que outros hotéis não têm, com a sociedade, com os brasileiros. Temos uma equipa muito boa a dar suporte em todas as áreas, para que consigamos fazer um trabalho bem feito.

Como define o Copacabana Palace?Como um respeitável senhor de 90 anos – que comemo-ramos este ano. Mas muito atualizado, preocupado com o conforto, com a qualidade do serviço. É um hotel muito clássico, um palácio, é o único palácio que se encontra aberto e a funcionar no Rio de Janeiro, no qual

se descobre todo o tipo de clientes, desde os muito jovens aos mais velhos. O Copacabana Palace é uma unidade que apesar de ter 90 anos atrai muita gente jovem.

O Copacabana Palace celebra, a 13 de agos-to, 90 anos. Têm algum evento preparado?Queremos realizar um evento parecido com o que fi-zemos na reinauguração do prédio principal. Queremos criar uma agenda onde possamos ter, durante dois ou três dias, visitas ao hotel. O Copacabana Palace é muito desejado por todos, pelo que iremos ter a colaboração de um historiador e agen-dar visitas. As pessoas vão poder ligar para o hotel e agendar uma visita guiada para conhecer a unidade, até nos bastidores.

O que distingue o Copacabana Palace das outras unidades hoteleiras de cinco estre-las existentes no Rio de Janeiro?O que nos diferencia é o espaço que ocupamos. Este é um hotel praticamente horizontal. Temos campos de té-nis, dentro da zona Sul, uma piscina semiolímpica, alguns serviços que outros hotéis não conseguem ter porque a sua estrutura é outra.Quando sobrevoamos a praia de Copacabana, vemos este edifício maravilhoso, com uma fachada linda, bem conservada.O que mais nos diferencia, além deste produto, são os investimentos que são feitos incessantemente, desde

por Nuno Carneiro

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HOTELARIAAndréa Natal

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que a Orient-Express comprou o hotel, não só no pro-duto como na mão de obra. Investimos muito na for-mação de novas equipas. Temos bastantes portugueses nos restaurantes, na área de guest relations, e o nos-so atual gerente operacional é também português. A equipa está sempre em renovação, estamos sempre a contratar novos profissionais. Também temos pessoas que já estão cá há muito tempo, mas que continuam a receber formação e a prestar um bom serviço.

O que mais aprecia nesta unidade? Sempre que viajo para a Europa, visito vários hotéis, al-guns até mais antigos do que o Copacabana. E embora sejam unidades de luxo, quando volto, normalmente no inverno, entro no Copa e sinto que estou num oásis. Considero este espaço muito especial porque nos re-mete para outros lugares. Estamos no Rio de Janeiro e a desfrutar de um ambiente muito europeu. Este é um oásis na cidade. O Copacabana Palace é um grande e belo refúgio.

Com a sua promoção a gerente geral, tem início um novo ciclo nesta unidade hotelei-ra. Que novidades podemos esperar?Desde que a Orient-Express comprou o Copacabana Palace, a pessoa que esteve sempre presente em todos

os processos foi Philip Carruthers. Sinto-me muito o braço direito dele, sempre o acompanhei muito na par-te operacional. Hoje estou a avançar para o outro lado, com uma nova equipa. As novidades vão surgir, contudo muitas coisas vão ser mantidas porque é assim que deve ser. Outras, como é natural, requerem mudança. Vamos fazer algumas alte-rações na equipa, nós queremos atrair os brasileiros e os jovens. Queremos que eles continuem a descobrir o Copa como destino no Rio de Janeiro.

Em 2014 o Rio de janeiro vai receber um dos eventos mais importantes no que ao fute-bol diz respeito. O que é que o Copacabana fez para se preparar para receber o Mundial de Futebol? O que falta ainda fazer?O Copa apoia todos os grandes eventos. Quando a cidade foi candidata a receber os Jogos Olímpi-cos, todas as decisões foram tomadas aqui dentro e o projeto de candidatura do Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos foi apresentado tam-bém aqui. A FIFA elegeu a nossa unidade como o FIFA Family Hotel e durante todos os jogos do campeonato do mundo, a FIFA vai estar estabelecida aqui. Para nós este é um evento muito importante, uma vez que os

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HOTELARIAAndréa Natal

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área que nunca foi alterada desde a compra do ho-tel. Nós temos um projeto pronto e devemos con-seguir realizá-lo em 2015.

Isso é mais uma questão social do que propriamente um negócio...Nós apoiamos muito a área cultural do Brasil como um todo e queremos voltar a ter o teatro, mas que-remos que esta seja também uma sala multifuncio-nal. Queremos ter temporadas de teatro, de música e também receber congressos e convenções.

Como vê a tentativa de compra do Copa-cabana Palace por parte do indiano Ra-tan Tata? Isso são especulações, contudo houve uma tentativa mais agressiva ultimamente.

Houve uma OPA hostil em bolsa?Sim, é verdade.

Este negócio poderá vir a realizar-se?Não. O hotel não está à venda.

Mas fez subir as ações...Ele queria oferecer 11,8 quando as ações estavam a 6.

brasileiros adoram futebol. Acho que vão ser dias e dias de festa na cidade.Durante esse período, temos o hotel praticamente todo ocupado. Vamos receber executivos, e o nosso trabalho vai ser acomodá-los, preparar alguns even-tos paralelos – que vão acontecer aqui no hotel – e prestar um bom serviço.

O mesmo se vai passar durante os Jogos Olímpicos?Sim, exatamente.

O processo de remodelação do Copacabana já está concluído? O que falta ainda fazer? Falamos de que valores, em termos de in-vestimento?No ano passado investimos 30 milhões de reais, cer-ca de 12 milhões de euros, na reforma de 60 quar-tos. Todo o 1.º andar e o 2.º, e parte dos 3.º e 4.º andares, onde existiam salas de banho que ainda não tinham sido remodeladas, sofreram alterações. O 6.º andar, por seu lado, foi todo decorado. Ou seja, no Prédio Principal, ou foram feitas obras de reforma ou de decoração. O nosso próximo grande projeto é fazer o Teatro, a grande obra desde a geração Guinle. Esta é a única

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A cadeia Orient-Express está cotada em bolsa. O que mudou?Nós temos mais acionistas, mas acho que para a nos-sa rotina, como hoteleiros, não mudou muito. Exis-tem conferências de três em três meses, nas quais participam banqueiros e qualquer pessoa pode ouvir a conference call da Orient-Express. Existem muitas pessoas interessadas em saber como vai a saúde da companhia, que vai muito bem.

Este hotel é um dos mais importantes no panorama do grupo Orient-Express. O que é que isto representa para si?Os três primeiros meses do ano são muito impor-tantes para nós, isto porque alguns hotéis estão fe-chados e o peso cai muito sobre os nossos resul-tados aqui no Brasil, que nesses meses são muito bons. Então a nossa responsabilidade é muito gran-de, somos um hotel muito rentável, sempre. A nossa contribuição é muito grande.

Para si o Copacabana é…Para mim o Copa é parte integrante da minha vida. Estou aqui há 17 anos. Tenho um carinho muito gran-de pelo hotel e pela sua história. Esta unidade é, para mim, motivo de orgulho.

PRIMEIRA PESSOA ANDRÉA NATAL

Viagem inesquecívelAlasca

Hotel de sonho?Fazenda da Lagoa

Restaurante preferido?O room service Copacabana Palace

O que valoriza nos outros?Generosidade

É apaixonada por…Pela vida

Um livro que tenha lido mais do que uma vezVozes do Deserto

Teatro ou cinema?Cinema

Poema da sua vida“Tens o dom”

Férias na praia ou na cidade?Praia

A cidade da sua infância?Petrópolis

Sente saudades de...Da minha vida nas Seychelles

Viveu tudo o que queria?Acho que todos querem viver sempre mais alguma coisa

Figura pública que admira?Joaquim Barbosa (Presidente do Supremo Tribunal Federal do Brasil)

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Louça e mobiliário de sala de banho, bases de duche, banheiras, sistemas de hidromassagem e bem-estar, acessórios: Duravit é a solução ideal para a sala de banho completa. Para mais informações contacte: Duravit Portugal, Rua Antoine de Saint-Exupéry, Alapraia, 2765-043 Estoril, [email protected], Telefone 21 466 71 10, www.duravit.com

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MAGAZINEMarketing olfativo

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FRAGRÂNCIA EMOCIONALPromover a experiência de sensações inesquecíveis através de fragrâncias é uma arte que se consegue com muita ciência. Uma fórmula perfeita é capaz de recriar, com apenas uma gota, um campo inteiro de flores, como diz Patrick Suskind no seu livro O Perfume. Conheça melhor o marketing olfativo.

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MAGAZINE Marketing olfativo

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Por que razão o cheiro de um creme protetor solar lembra as férias? E porque é que o cheiro de lenha quei-mada lembra as magníficas noites de Natal em família? Até há bem pouco tempo nunca ninguém tinha parado para pensar nisto, e as empresas não se tinham apercebido do efeito positivo que determinada fragrância pode ter nos clientes. A maior parte das empresas baseia a sua identida-de corporativa na imagem (logótipo, patrocínio ou mobili-ário) e também no som (música nas lojas ou a melodia de um anúncio televisivo). Contudo, a emoção que um odor evoca pode ser decisiva na hora de adquirir determinado produto e é possível identificá-lo com os valores que a marca pretende transmitir. Por tudo isto, a assinatura ol-fativa de um empreendimento, de uma marca ou de um produto é cada vez mais importante.O marketing olfativo é, desta forma, um fantástico recurso que tem como objetivo criar empatia entre os clientes,

transformando um espaço num ambiente único. Por ex-plorar o nosso sentido mais fiel, o olfato é uma ferramen-ta que tem sido utilizada em vários países e os resultados têm sido muito positivos. A Disney, por exemplo, utiliza essa ferramenta há 15 anos nos seus parques temáticos.

Um caso de sucessoA i-sensis Perfume Design é uma empresa especializa-da na criação de fragrâncias como assinaturas olfativas que traduzam, de forma diferenciadora, a mensagem que os clientes pretendem transmitir. Na essência, a i-sensis cria emoções que resultam numa envolvência com a marca e que seja uma ligação afetiva positiva, criadora de bem-estar e de felicidade. A i-sensis pratica metodologias de briefing adequa-das a cada caso, para a obtenção de um produto fi-nal que se adapta às exigências de uma determinada

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MAGAZINEMarketing olfativo

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dade inerente ao espaço, que comunica sofisticação e promove uma atmosfera de bem-estar, atrativa, em sintonia com o ambiente, cores e texturas, reforçando as qualidades do produto e marca.Localizada no dinâmico concelho de São João da Ma-deira, a i-sensis é uma empresa jovem e inovadora, que foi criada a partir de um spin-out académico de base tecnológica. Na i-sensis a investigação e pesquisa das essências que seguem as tendências de moda mundial na área da perfumaria e a criação de novas soluções perfumadas representam um trabalho contínuo, que tem como objetivo final proporcionar aos nossos parceiros um serviço inovador, eficaz e de alta qualidade.

marca e sirvam para elevar ainda mais o seu prestígio. O processo de briefing é iterativo e interativo, no qual se traduz o desejo do cliente em fragrância, e que só é dado por terminado quando os clientes se sentem surpreendidos e se identificam completamente com a fórmula desenvolvida como o seu aroma. Esta assinatura olfativa pode ser então aplicada em vários suportes, tais como perfumes de uso corpo-ral, velas, reed diffusers e produtos perfumados, sendo estes suportes presentes numa grande variedade de escolhas ao nível de design, acabamento e embalagem.Todos estes produtos são produzidos em regime de private label e sob uma política de “chave na mão”.

A importância desta apostaA assinatura olfativa pode ser utilizada por empresas ou marcas, para a aromatização dos espaços corpora-tivos e/ou comerciais, usando uma tecnologia própria patenteada – MySensis e XLSense. A aromatização de espaços apela aos sentidos e define uma personali-

Contactosi-sensishttp://www.i-sensis.com/[email protected]

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TOP TENFRONTLINE

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HOTÉIS NACIONAIS

HOTÉIS INTERNACIONAIS

TOP TEN- Reid’s Palace- The Yeatman Hotel - Fortaleza do Guincho- Fontana Park Design Hotel- Tiara Park Atlantic Lisboa

TOP TEN- Copacabana Palace- MGM Macau- The Plaza Hotel- Mandarin Oriental Hyde Park- The Peninsula Hong Kong

- Farol Design Hotel- Grande Real Villa Itália Hotel e Spa- Vila Vita Parc- Bairro Alto Hotel- Corinthia Hotel Lisbon

- Hotel Cipriani Venice- Hilton Millennium Bangkok Hotel- Hotel Ritz Madrid- Four Seasons George V Paris- Sport Hotel Hermitage & Spa

MELHOR HOTEL NACIONAL Cascais Miragem

MELHOR HOTEL INTERNACIONAL Four Seasons Koh Samui

Depois destes seis anos a viajar e a conhecer vários destinos, unidades hoteleiras, spas e restaurantes de topo, a equipa da FRONTLINE apresenta aos seus leitores as suas escolhas.

O MELHOR DOS MELHORES

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TOP TENFRONTLINE

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DESTINOS

RESTAURANTES

SPAS

TOP TEN- Veneza- Rio de Janeiro- Paris- Lisboa- Nova Iorque

TOP TEN- Restaurante Fortaleza do Guincho- Restaurante Gourmet (The Yeatman)- Blue Elephante (Banguecoque)- Ocean (Vila Vita Parc)- Cantinho do Avillez- Sacramento do Chiado

TOP TEN- Sport Hotel Hermitage & Spa- The Yeatman Hotel Caudalie Vinothérapie Spa- Blue Lagoon Geothermal Spa- Chiva-Som Spa Hua Hin- Four Seasons Koh Samui- Mandarin Oriental Kuala Lumpur

- Banguecoque- Dubrovnick- Londres- Madrid- Porto

- Restaurante Gourmet (Cascais Miragem)- António (Taipa - Macau)- The Mix (Farol Design Hotel)- Grill Four Seasons (Palácio Estoril Hotel)

- Corinthia Hotel Lisbon Longevity Medical Spa- Christopher St. Barth Sisley Spa- Marina Real Spa Grande Real Villa Itália- Banyan Tree Spa Estoril

MELHOR DESTINO Macau

MELHOR RESTAURANTE Robuchon au Dôme (Grand Lisboa Macau)

MELHOR SPA Altira Macau

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MOTORESSalão Automóvel de Genebra

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PAIXÃO PELAS QUATRO RODAS

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PAIXÃO PELAS QUATRO RODAS

Velocidade, potência e dinamismo foram as palavras de ordem de mais um Salão Automóvel de Genebra. Neste certame, onde os construtores de automóveis de todo o mundo competem em pé de igualdade, não faltaram novidades.

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Com o recinto da PalExpo ampliado, foram mais de 700 mil os visitantes que este ano não quiseram dei-xar de conhecer as novidades do Salão Automóvel de Genebra. Mesmo com a crise que atinge o setor a não deixar margem de manobra para que as várias marcas apresentem muitas novidades, a verdade é que os fabri-cantes automóveis não perdem uma oportunidade para exibirem os seus novos modelos.Numa luta constante pelo baixo consumo, a Audi voltou uma vez mais a marcar pontos, com o A3 e-tron, com emissões de CO2 de apenas 35 g/km. O hatchback de cinco portas, ainda sem data de lançamento, promete uma autonomia de quase 1000 km, com 50 km em modo 100% elétrico.Por seu lado, a BMW apresentou o série 3 GT, um coupé de cinco portas com mais mala e habitabilidade que a berlina.Já a Honda exibiu a recuperação da carroçaria de car-rinha que o Civic não dispunha desde a sua 6.ª geração. O Tourer deverá ser lançado ainda este ano, chegando ao mercado em janeiro de 2014.Em estreia europeia, a Mercedes apresentou o muito aguardado CLA, um coupé de quatro portas posicionado abaixo do CLS.Graças a alterações na aerodinâmica e à redução de atri-to dos componentes internos, o Nissan Leaf brilhou em

Genebra, com a extensão da autonomia para 199 km. Já a bagageira cresceu em 40 litros, atingindo os 370.

O sonho tornado realidade Apenas acessíveis para multimilionários, o La Ferrari, uma produção limitada a 499 unidades, conta com siste-ma HY-KERS (similar ao dos carros da F1) e é animado por um motor 6.26 V12 atmosférico de 800 cv acoplado a um motor elétrico de 163 cv, num total de 963 cv. Este acelera dos 0 aos 100 km/h em menos de três segundos e atinge mais de 350 km/h. A MCLaren contrapõe, com 913 cv debitados por um motor V8 biturbo com 737 cv e um motor elétrico de 176 cv, que também acelera dos 0 aos 100 em menos de três segundos. Únicos são também o Lamborghini Veneno, com motor V12 6.5 de 750 cv, 2,8 segundos dos 0 aos 100 km/h, atingindo os 355 km/h, e o Agera S Hundra da Koenigsegg, que conta com um motor V8 5.5 biturbo de 1040 cv de potência.Destaque ainda para as superluxuosas limusinas, cuja estrela foi o novo Rolls-Royce Wraith, com motor 6.6 V12 com 632 cv, que será lançado no final de 2013. Menção ainda para os Bentley Flying Spur, com motor 6.0 V12 biturbo de 625 cv; a estreia mundial do Mase-rati MC Stradale, com motor V8 de 460cv; e o Aston Martin Rapide S (motor 6.0 V12 atmosférico, 558 cv e 306 km/h de velocidade máxima).

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UM CABRIO PARA CADA OCASIÃOA sensação de liberdade, o desfrutar do sol quente e do ar fresco, sem esquecer o infinito prazer de conduzir a céu aberto, tudo são boas razões para comprar um cabrio. Mas se ainda não está totalmente convencido, a BMW acrescenta mais quatro razões: o Série 1, o Série 3, o Série 6 e o Z4. Boa viagem!

Diferentes entre si, mas iguais no que toca ao prazer de condução, os quatro modelos cabrio que lhe apresentamos contam com um fantástico comporta-mento dinâmico, elegância e beleza. Por exemplo, o BMW Série 1 Cabrio apresenta um sensacional design e uma enorme intensidade desportiva. Já o BMW Série 3 Cabrio, com a capota rígida retráctil, oferece o mais puro prazer de condução 365 dias por ano. O BMW Série 6 Cabrio é a síntese perfeita de formas claras, mo-vimentos fluidos e comportamento dinâmico isento de compromissos. E o BMW Z4 é a perfeita reencarnação do clássico roadster. Equipado com uma atraente capota rígida retráctil, garante o mais puro prazer de condução com a capota aberta ou fechada.

Série 1 Cabrio: singular prazer de conduçãoA luz do sol reflete no capot alongado do Série 1 Cabrio e os últimos raios solares perdem-se, lentamente, nos marcantes contornos da robusta carroçaria. O encanta-dor design exterior do BMW Série 1 Cabrio deixa trans-parecer uma harmoniosa linguagem de formas, inspirada na atlética dinâmica.Com a capota fechada, o BMW Série 1 Cabrio ostenta as suas linhas claras, que destacam o seu carácter pura-mente desportivo. Com a capota aberta, o veículo apre-senta um visual mais achatado e longo, com uma traseira alongada e elegante. Alojando-se automaticamente na bagageira em apenas 22 segundos, a capota oferece ao

condutor e aos passageiros o singular prazer de viaja-rem a céu aberto. À noite, as luzes da cidade brilham nas superfícies côn-cavas e convexas da carroçaria, envoltas pelas luzes de destaque LED e pelos farolins traseiros. Desportivo, vigoroso, dinâmico, o BMW Série 1 Cabrio exibe toda a sua potência logo no primeiro confronto visual. A forma e o design são a consequência lógica das inovações técnicas e da potência que caracterizam o co-biçado veículo. Não é por acaso que o condutor se sente bem a bordo do BMW Série 1 Cabrio, logo desde o primeiro momen-to. Todas as superfícies, todas as linhas, todos os botões e demais elementos de comando do painel de instru-mentos do BMW Série 1 Cabrio estão posicionados no sítio certo e perfeitamente orientados para o condutor.Os engenheiros da BMW estabelecem novos critérios em cada nova geração de motorizações para obte-rem uma maior dinâmica e eficiência, como provam os motores a gasolina e diesel do BMW Série 1 Cabrio. O motor de seis cilindros em linha BMW TwinPower Turbo do BMW 135i Cabrio combina um turbocom-pressor TwinScroll com o comando variável das válvulas, Valvetronic, e a injeção direta a gasolina. O evoluído pro-pulsor debita 225 kW (306 cv) de potência, um vigoroso binário de 400 Nm com um consumo médio de com-bustível de 8,6 litros aos 100 km percorridos. Já o BMW 125i Cabrio convence através da velocidade máxima de

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238 km/h, debitando uma potência de 160 kW (218 cv) e cumprindo os 0 a 100 km/h em 6,8 segundos. Os motores de quatro cilindros em linha dos BMW 120i e 118i Cabrio ostentam um comportamento particu-larmente eficiente. A injeção direta a gasolina de alta precisão, o comando das válvulas e o comando variável do veio de excêntricos, duplo-VANOS, permitem baixar consideravelmente o consumo médio de combustível. O BMW 120i Cabrio consome 6,8 litros e o 118i apenas 6,5 litros aos 100 km.O motor diesel de quatro cilindros do BMW 123d Cabrio, dotado de Twin Turbo de geometria variável e sistema de injeção Common Rail da terceira geração, convence pelo espontâneo desdobramento de potência. Debita uma po-tência de 150 kW (204 cv) e um sumptuoso binário com um consumo bastante moderado de apenas 5,3 l/100 km. Mais económicos são os motores dos BMW 118d e 120d Cabrio que apresentam fantásticos níveis de consumo de 4,8 e 5,0 l/100 km, respetivamente. O ímpeto do BMW 135i Cabrio com injeção direta a gasolina, TwinScroll Turbo e transmissão automática de sete velocidades com dupla embraiagem, impressiona

logo nos primeiros quilómetros percorridos. O condu-tor decide se deve desfrutar da aceleração do potente propulsor com a capota aberta ou fechada. A singular combinação entre a extraordinária dinâmica e a inédita sensação de condução a céu aberto no BMW Série 1 Cabrio entusiasma sobretudo em percursos sinuosos.

Série 3: linhas fluidas e desportivasA capota rígida retráctil do BMW Série 3 Cabrio abre--se e o sol inunda todo o habitáculo em menos de 23 segundos. O para-brisas de design perfeito permite ao condutor e aos passageiros desfrutarem do bonito pa-norama a céu aberto. Se o tempo mudar, a capota fecha muito rapidamente. O teto é composto por três elementos que ao abrir deslizam uns sobre os outros, quando se prime o res-petivo botão no comando remoto, mesmo a partir do exterior do veículo. Graças a esta compacta construção foi possível conceber as fluidas linhas desportivas e a elegante traseira.O BMW Série 3 Cabrio convence pela longa distância entre eixos, capot alongado e generosa grelha em forma

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de rim. Com a capota fechada, destacam-se as dinâmicas linhas do tejadilho em forma de coupé. Quando aberta, a traseira apresenta-se mais lisa e o para-brisas mais cur-to, aumentando a agradável sensação e prazer de viajar a céu aberto.No interior, o BMW Série 3 Cabrio oferece uma tem-peratura agradável, mesmo em dias de calor intenso, graças à tecnologia SunReflective que evita que a pele dos bancos e forros aqueça em demasia. A pele reflete os raios infravermelhos do sol, tornando agradável a temperatura dos bancos mesmo nos dias mais quen-tes de verão.Como é possível melhorar um motor que já foi seis ve-zes premiado com o apetecido galardão Engine of the Year Award? A resposta é o turbocompressor Twin- Scroll, o comando variável das válvulas Valvetronic e a injeção direta de alta precisão. Cada uma destas três tecnologias foi especialmente de-senvolvida em conjunto, complementando-se de forma revolucionária. Assim, formam um conjunto no âmbito do BMW TwinPower Turbo, que equipa o BMW 335i. Resultado: uma invejável potência de 225 kW (306 cv),

com 400 robustos Nm disponíveis em quase todo o re-gime de rotação e um funcionamento particularmente suave da unidade motriz, que oferece um consumo bas-tante comedido de 8,8 l/100 km.Por outro lado, os potentes propulsores de seis cilin-dros em linha a gasolina, instalados no modelos BMW 325i e BMW 330i debitam uma potência de 160 e 200 kW (218 e 272 cv) respetivamente. Estes dois modelos oferecem um desdobramento de potência ideal e uma eficiente combustão. O motor de quatro cilindros a ga-solina do BMW 320i é particularmente eficiente, graças à injeção direta de alta pressão a gasolina e à construção de baixo peso em alumínio. O motor de 125 kW (170 cv) garante a necessária propulsão, acelera dos 0 aos 100 km/h em 9,1 segundos e atinge a velocidade máxima de 228 km/h. O consumo combinado ronda os 6,8 litros por cada 100 km percorridos. O motor diesel de seis cilindros em linha que anima o BMW 330d oferece um robusto desdobramento de potência com um arranque forte, sendo bastante econó-mico em termos de consumo. O bloco diesel de 3 litros de cilindrada dotado de um turbocompressor TwinScroll

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acelera dos 0 aos 100 km/h em apenas 6,4 segundos e atinge a velocidade máxima de 250 km/h, eletronicamen-te limitada.

Série 6: formas vigorosasFormas vigorosas e linhas fluidas estendem-se por todo o exterior do BMW Série 6 Cabrio, como uma irresistí-vel corrente de água. O design do BMW Série 6 Cabrio promete, logo à primeira vista, isto porque a alongada carroçaria e a larga traseira acentuam a aparência vigo-rosa e o carácter desportivo do BMW Série 6 Cabrio. As generosas superfícies fundem-se com o fluido vivo das linhas distintas, formando um elegante jogo de luz e sombras. Com a capota aberta, o BMW Série 6 Cabrio põe a descoberto todo o esplendor e exclusividade do seu distinto interior. Quando está fechada, a alongada ca-pota em lona acentua as já de si vistosas formas da carroçaria, salientando as elegantes linhas em forma de coupé e o impressionante e exclusivo carisma do BMW Série 6 Cabrio. Também os faróis de xénon distinguem a presença caris-mática do BMW Série 6 Cabrio. Os inconfundíveis aros das luzes LED acentuam a marcante secção frontal do veículo com a generosa grelha em forma de duplo rim levemente inclinada para a frente e o alongado capot, que realçam a aparência dinâmica e desportiva do elegante BMW Série 6 Cabrio, sempre pronto para arrancar.

Com o BMW Série 6 Cabrio não custa percorrer lon-gas distâncias, isto porque basta um pequeno toque no acelerador para mobilizar toda a força do potente pro-pulsor BMW V8 TwinPower Turbo a gasolina. Sinta em todas as curvas o contacto do BMW Série 6 Cabrio com a estrada. Conduzir transforma-se no seu desporto favorito. O motor de oito cilindros com dois turbocompresso-res duplo-VANOS e injeção de alta precisão debita uma potência de 407 cv (300 kW), exibindo um binário má-ximo de 600 Nm. O BMW Série 6 Cabrio acelera dos 0 aos 100 km/h em 5,0 segundos e apresenta um consumo médio de apenas 10,7 l/100 km, com emissões de CO2

combinadas de 248 a 249 g/km. São valores bastante co-medidos se levarmos em conta a generosa potência do propulsor V8 a gasolina.A transmissão automática desportiva de oito velocidades Steptronic garante um regime ótimo de rotações perma-nente e oferece uma engrenagem das mudanças pratica-mente impercetível e um excelente conforto em viagem. A BMW EfficientDynamics engloba um conjunto de me-didas inteligentes que permitem reduzir sensivelmente o consumo de combustível e as emissões de CO2, aumen-tando ao mesmo tempo a performance do BMW Série 6 Cabrio e o prazer de conduzir. O objetivo é simples: evitar perdas de energia utilizan-do-a eficazmente – por exemplo através da regeneração da energia de travagem. A bateria é carregada durante a

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fase de desaceleração ou travagem com a energia que antes serviu para acelerar o BMW Série 6 Cabrio. Jun-tam-se ainda muitas outras inovações como a direção assistida elétrica e uma apurada aerodinâmica. É pos-sível aumentar sensivelmente a potência dos motores do BMW Série 6 Cabrio e reduzir consideravelmente o consumo de combustível, através do TwinPower Turbo e da injeção direta a gasolina.

Z4: exigências do condutorO Z4 é um roadster que só a BMW sabe fabricar. Este apresenta proporções clássicas, capot alongado, para--choques compactos e uma posição de condução baixa, próxima do eixo traseiro, que permite um contacto per-feito com a estrada. Desde a moderna linguagem estéti-ca, passando pelas linhas marcantes e contornos suaves, até às poderosas cavas das rodas traseiras, tudo define este automóvel único. O primeiro roadster BMW com capota rígida retrác-til apresenta uma sofisticada mecânica que viabiliza a construção de um descapotável com uma trasei-ra esguia e elegante, típica de um roadster. Os dois componentes do tejadilho em alumínio são alojados automaticamente na mala em escassos segundos. Com a capota fechada, o tejadilho assume a forma de um coupé. Os generosos vidros laterais e o óculo traseiro garantem uma visibilidade perfeita em redor do veículo.

Os motores de quatro cilindros a gasolina que equipam o BMW Z4 Roadster utilizam a mais inovadora tecnologia BMW TwinPower Turbo, impressionando pela sua eleva-da dinâmica e reduzido consumo. Este pack tecnológico permite reduzir o consumo, fruto do comando variável das válvulas e da injeção de elevada precisão. Simultanea-mente, o turbocompressor TwinScroll e o duplo-VANOS aumentam a potência e a capacidade de resposta. Os fac-tos falam por si: o BMW Z4 sDrive28i debita uma po-tência de 245 cv (180 kW) com um binário de 350 Nm, acelerando dos 0 aos 100 km/h em 5,5 segundos. O con-sumo atinge os 6,8 l/100 km, com emissões de CO2 de 159 g/km. O motor BMW TwinPower Turbo do BMW Z4 sDrive20i debita valores igualmente admiráveis: o propulsor que o alimenta ostenta uma potência de 184 cv (135 kW), consumindo apenas 6,8 litros de com-bustível aos 100 km, acelerando dos 0 aos 100 km/h em apenas 6,9 segundos. O nível de emissões de CO2 atinge os 159 g/km. O BMW Z4 sDrive18i é um veículo simul-taneamente económico no consumo. Já os motores a gasolina de seis cilindros em linha que ani-mam o BMW Z4 Roadster oferecem a combinação ideal entre peso e potência, a par de um perfeito equilíbrio de massas e um rolamento confortável e suave. O bloco BMW TwinPower Turbo montado no BMW Z4 sDrive35i, dota-do de dois turbocompressores, duplo-VANOS e injeção de alta precisão, exibe uma generosa potência de 225 kW (306 cv) e tem um funcionamento extremamente suave.

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ON THE ROADSuzuki Swift

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ON THE ROADHonda Insight

O Honda Insight, cujo ciclo de vida se iniciou, no nosso país, em 2009, foi alvo de uma série de melhorias, que em conjunto per-mitem que este modelo se torne mais eficiente, aerodinâmico, prático e muito elegante. No conjunto das alterações, destaque para um design exterior renovado, interior melhorado e ainda algumas modificações mecânicas. Tudo isto permite a este mo-delo ser o primeiro da Honda com emissões de CO2 abaixo de 100 g/km, a que se juntou, já este ano o novo Civic 1.6 diesel.Em termos de alterações exteriores, são de referir a nova gre-lha IMA (em cinza e com lente azul), os novos para-choques dianteiro e traseiro, as novas jantes, a antena em formato bar-batana, o novo spoiler traseiro, a alteração das cores dos faróis traseiros agora melhor integrados, a nova moldura da matrícu-la, o novo formato do portão da bagageira com friso na cor da grelha dianteira, ou os novos deflectores de roda. Já no inte-

QUALIDADE SUPERIORrior, o condutor e os ocupantes descobrem um novo odómetro com escalas de maior precisão para leitura facilitada e aspeto sofisticado, um painel navi com formato renovado, bem como um novo apoio de braço mais largo e confortável.Mantendo as especificações do sistema IMA, os melhores con-sumos de combustível obtêm-se através de melhores índices aerodinâmicos (conseguidos pelos novos designs de para--choques e otimização de componentes) conjugados com a redução de consumos de energia (na bomba de combustível e controlo do motor de combustão) e maior eficiência da rela-ção motor de combustão/transmissão (ao nível da redução de atrito do motor e eficácia da caixa CVT).O Insight tem como principal destaque o motor 1.3 i-VTEC, que conjugado com o motor elétrico reclama consumos na ordem dos 4,4 l/100 km.

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ON THE ROADBMW Série 3

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BAIXOS CONSUMOS E EMISSÕES REDUZIDAS

O construtor alemão apostou em mais um modelo familiar hí-brido, falamos do Mercedes-Benz E 300 BlueTEC HYBRID, o primeiro veículo de passageiros premium que une a tecnologia elétrica a uma unidade a gasóleo. De referir que, ao contrário do S400 Hybrid, o E 300 BlueTEC HYBRID pode circular so-mente no modo inteiramente elétrico. Os consumos baixos e as emissões bastante reduzidas permitiram-lhe obter, no seu país de origem, a Alemanha, o cobiçado certificado ambiental da TÜV Süd, tornando-se assim no modelo de luxo mais económico do mundo, com a classe de eficiência A+. O Mercedes-Benz E 300 BlueTEC HYBRID apresenta uma po-tência combinada de 231 cv e está disponível na carroçaria mais executiva (limousine) com quatro portas e na versão carrinha (station). A parte térmica utiliza o conhecido bloco a gasóleo de 2143 cc com 204 cv às 4200 rpm e um binário máximo de

500 Nm disponíveis a partir das 1600/1800 rpm. A parte elétrica é assegurada por um motor de 27 cv, instalado no eixo da frente (a transmissão do E “convencional“ é traseira), que funciona com uma tensão nominal de 120 V.O motor elétrico é geralmente utilizado na fase de arranque (altura em que normalmente ocorre uma elevada emissão de gases), sendo que, entre os 15 e os 20 km/h, entra em funciona-mento o motor diesel.A velocidade máxima deste automóvel é de 242 km/h, o qual acelera dos 0 aos 100 km/h em 7,5 seg. Apesar destes excelentes valores, o consumo combinado é de 4,2 litros e as emissões de CO2 homologadas são de 109 g/km.A caixa de velocidades é automática, tem sete velocidades (7G-tronic) e é servida por uma embraiagem multidisco, capaz de efetuar transferências mais suaves entre as relações.

ON THE ROADMercedes-Benz E 300 BlueTEC

HYBRID

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ON THE ROADBMW X3

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ON THE ROADNissan Leaf

Com um design totalmente novo, o Nissan Leaf foi construído com base numa plataforma única. No seu coração está a avan-çada bateria laminada de iões de lítio desenvolvida pela Nissan, uma tecnologia que, finalmente, faz do veículo elétrico uma premissa real. A bateria resulta de décadas de investigação e desenvolvimento: a Nissan utilizou baterias de iões de lítio, pela primeira vez, no protótipo elétrico Prairie Joy, em 1996.Desenvolvida pela Automotive Energy Supply Corporation (AESC), uma joint-venture entre a Nissan e a NEC, a nova ba-teria tem capacidade para armazenar o dobro da energia da geração anterior. Ao contrário das convencionais baterias ci-líndricas, as células laminadas finas e compactas utilizadas ofe-recem maior flexibilidade em termos de conceção e design do veículo. O Nissan Leaf armazena a sua energia em 48 módulos da bateria de iões de lítio, com quatro células de bateria dentro de cada módulo. O avançado design laminado permite a fácil integração sob o piso do veículo, otimizando assim o espaço do habitáculo e proporcionando ao Nissan Leaf um centro de gravidade baixo para uma condução estável e tranquila.O desempenho dinâmico provém do motor elétrico de 80 kW (108 cv) que gera, instantaneamente, o binário máximo de 280 Nm – equivalente ao binário de um convencional motor V6 2.5 a gasolina – desde o arranque. O resultado é uma rápida aceleração, em harmonia perfeita com o habitat natural urbano e suburbano do Nissan Leaf. Extremamente fácil de conduzir, de referir que o motopropul-sor elétrico não “entra em ralenti” e apenas roda quando o veículo está em movimento. Para iniciar o motor, o condutor apenas tem de pressionar o botão de arranque e a eletricidade começa a fluir para o motor. Utilizando um comando elétrico, o condutor seleciona a posição “D” (Condução) e o veículo inicia a deslocação. Tão simples como isto.Uma carga completa proporciona uma autonomia potencial de 175 km, uma distância que satisfaz as exigências de condução diária da maioria dos automobilistas.

CONDUÇÃO ESTÁVEL E TRANQUILA

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SOCIALInternational Club of Portugal

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O International Club of Portugal promoveu mais um almoço-debate no Fontana Park Hotel. O orador convidado foi Maria de Belém, depu-tada do PS, que apresentou um debate subordinado ao tema “Saúde – Coesão Social e Economia”.Maria de Belém falou da importância do sistema de saúde para a coesão social num momento de profundas desigualdades. A deputada do PS e

A SAÚDE EM ANÁLISEantiga ministra da Saúde aproveitou o evento para dizer que “o país passa a vida a deitar malas de dinheiro pela janela” e recordou a im-portância “do sistema de saúde que construímos”, referindo que “o debate dos custos nunca está adiado”. O evento contou, como já é habitual, com a participação de várias personalidades das mais diversas áreas da nossa sociedade.

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1. Camilo Lourenço e José Gabriel Chimeno | 2. Maria de Belém e Manuel Ramalho | 3. Ana Moura | 4. Fátima Roque | 5. Joaquim Pina Moura e Embaixador de Espanha

| 6. Maria Adelaide Lucas Pires | 7. Andreia Mano | 8. Maria de Belém e José Zaluar | 9. Maria de Belém

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Inserido no primeiro design hotel de Lisboa, o Fontana Park Hotel, situado junto ao Saldanha, o Restaurante Saldanha Mar assume-se como um dos restaurantes de eleição em Lisboa. Um espaço com identidade própria, pleno de luz natural e com

uma decoração moderna onde poderá saborear o melhor da gastronomia portuguesa. É o local ideal para dar a conhecer os sabores de Portugal a quem vem de fora ou a quem é amante da nossa gastronomia.

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“Os regimes que reprimem a liberdade da palavra, por se incomodarem com a verdade que ela difunde, fazem como as crianças que fecham os olhos para não serem vistas.

HISTÓRIA DA MEDICINA PORTUGUESA DURANTE A EXPANSÃOGermano de SousaTemas e Debates

Sou de opinião que a chamada pequena história, a história do quotidiano, a história de uma ciência ou de um determinado setor da sociedade, torna mais percetível e esclarece melhor a grande História. Sou também dos que se honram da sua profissão e, como tal, gosto de investigar e divulgar o seu passado, seguindo aliás, e com humildade, o exemplo maior de notáveis médicos historiadores que desde o século XIX têm abordado aspetos diversos da história da medicina portuguesa ao tempo da Expansão, como Maximiano de Lemos, Luís de Pina, Augusto Silva Carvalho, Ferreira de Mira, Mário Carmona, José de Vasconcelos e Menezes e outros.Com este livro procurei fazer uma reflexão sobre o que foi a história da atividade médica e assistencial em Portugal e nas terras descobertas durante um período tão intenso.

MORTE COM VISTA PARA O MARPedro Garcia RosadoTopSeller

Nas traseiras de uma moradia isolada nas Caldas da Rainha, um professor de Direito reformado aparece morto à machadada na casa onde vivia sozinho. Patrícia, inspetora-coordenadora da PJ, pede ajuda ao seu ex-marido Gabriel Ponte, antigo inspetor da Polícia Judiciária, que assim regressa ao mundo da investigação criminal.Meses antes, o professor tinha contactado Patrícia, sua antiga aluna e amante, para denunciar a existência de um esquema de corrupção e de lavagem de dinheiro em torno do projeto de um empreendimento turístico gigantesco nas falésias da costa atlântica.As primeiras provas apontam para que este homicídio seja resultado de um affair com uma mulher casada, mas poderá o professor ter sido assassinado por saber demais?

NÓS PODEMOS!Jacques GénéreuxClube do Autor

Segundo João Ferreira do Amaral, economista e professor catedrático, este livro é uma crítica lúcida do processo europeu de integração económica e monetária e uma contribuição muito valiosa para o debate cada vez mais intenso e alargado, que vai fazendo o seu caminho, sobre a sustentabilidade da zona euro e a refundação da União Europeia.Pedro Adão e Silva, professor universitário e comentador político, vai mais longe: em democracia, o soberano somos todos nós. Pelo que, como bem demonstra Jacques Généreux, “nós podemos” negociar a arquitetura da zona euro e não devemos aceitar nem o discurso da culpa moral sobre a crise, nem tomar como fatalidade a austeridade que nos é imposta.

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“Os regimes que reprimem a liberdade da palavra, por se incomodarem com a verdade que ela difunde, fazem como as crianças que fecham os olhos para não serem vistas.

BREVE HISTÓRIA DA EUROPAJohn HirstDom Quixote

A civilização europeia não é a mais antiga da história universal, porém é única e irrepetível porque soube impor-se como nenhuma outra antes. Navegou, lutou, conquistou, evangelizou. Agiu quando mais ninguém arriscou, pelo que a história da evolução humana confunde-se com a europeia. Hoje, todos os países à face da Terra usam as descobertas científicas e as tecnologias de origem europeia. Este livro expõe – resumidamente como poucos –, toda a História da Europa. É um livro obrigatório em qualquer biblioteca.John Hirst é professor emérito do departamento de História da Universidade La Trobe, em Melbourne, Austrália. Escreveu várias obras de referência, nomeadamente Looking for Australia e Breve História da Europa.

GRANDES CHEFES DA HISTÓRIA DE PORTUGALErnesto Castro Leal, José Pedro ZúqueteTexto Editores

Numa altura em que Portugal atravessa mais um momento conturbado, erguem-se vozes clamando por alguém que lidere o país na direção da prosperidade. Alguém que se destaque pelas qualidades de autoridade, competência, poder de decisão e capacidade de liderança; em suma, um “chefe”.Mas a chefia não se limita a ações, traduz-se, também, por ideias, que, embora nem sempre vencendo no tempo em que foram pela primeira vez formuladas, acabarão por marcar o nosso destino. Ao longo da nossa História várias foram as figuras que, em determinado momento ou área, personificaram os valores que associamos a um bom líder. Este livro aborda os temas da chefia e da liderança e a figura do chefe, o seu trajeto, influência e simbolismo, em várias áreas humanas, sociais e políticas.

O DIÁRIO SECRETO DE VÍTOR GASPARAntónio RibeiroA Esfera dos Livros

“Há anos que sigo com particular curiosidade e assaz entusiasmo o singular percurso político da chanceler. Guardo todos os discursos que a Senhora Chanceler faz e tenho um vasto arquivo em vídeo com todas as suas visitas por este mundo… confesso que tenho uma coleção de Barbies vestidas com os diferentes guarda-roupas que a chanceler utilizou nas suas viagens… e sou até o autor de um blogue amador dedicado exclusivamente a enaltecer as grandes qualidades de líder e de senhora da Excelentíssima Chanceler Angela Merkel (achei que era respeitosamente adequado dar ao meu blogue o título de: “A Chanceler Mais Doce”).” Tem nas suas mãos O Diário Secreto de Vítor Gaspar. O mais temido ministro das Finanças alemão… Perdão, português, desde António de Oliveira Salazar.

Karl Ludwig Borne (1786-1837, Escritor alemão)”

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F ranco Pianegonda faz obras de arte em forma de joias. Para que nada falhe, o artista faz questão de ser ele próprio a desenhar cada uma das joias e supervisiona pessoalmente a produção, realizada nas peque-nas oficinas da região de Veneto.Nas suas novas criações o designer volta a usar pedras preciosas do Amazonas, para sublinhar o crescente poder das mulheres, sublinhando a sua sensualidade e mistério.My Heart é uma declaração pessoal de Franco, que acredita que o amor une todos os corações do mundo. My Revelations é uma coleção muito especial, pois é inspirada no desejo de Franco ver todas as pessoas, especialmente as mulheres, a viverem o potencial de felicidade na vida. Em termos de materiais, as joias da coleção My Revelations são produ-zidas em prata conjugada com pedra jaspe vermelha e amarela e pedra sodalite azul.

Com as novas coleções de joias, o conhecido designer italiano Franco Pianegonda pretende inspirar as mulheres a florescerem e a lidera-rem o seu caminho. Atreva-se a descobri-las e sinta-se verdadeiramente mulher.

INSPIRADAS NA MULHER

JOIASFranco Pianegonda

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Rua de São Nicolau, 106 1100-549 LisboaTel.: 213 477 347 Tlm. 913 023 182E-mail: [email protected]

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RELÓGIOSOfficine Panerai

UMA HISTÓRIA MARCANTELançados em 1936, os modelos Radiomir, da Officine Panerai, são hoje apresentados com as mesmas formas, mas numa versão mais fina. Os novos modelos são dotados de uma força e de um fascínio conferidos pela história da marca.

A Officine Panerai nasceu em Florença, onde o artesão Giovanni Pa-nerai abriu a primeira relojoaria da cidade em 1860. A Orologeria Svizzera funcionava como oficina ao mesmo tempo que se converteu na primeira escola de aprendizes de relojoaria da cidade.Foi depois Guido Panerai, neto do fundador, quem expandiu o negócio e lhe deu novo impulso, especializando-se em instrumentos de alta precisão e tornando-se fornecedor de mecanismos para a Marinha Real Italiana. Em vésperas da II Guerra Mundial estes instrumentos desempenharam inclu-sive um papel mais estratégico. Foi, então, desenvolvido o protótipo do relógio Radiomir, criado para operações subaquáticas.Este tornou-se o primeiro relógio da marca e também o primeiro modelo subaquático da história da relojoaria, que permitia mergulhar até uma pro-fundidade de 200 metros. Em 1993 foi apresentada a primeira coleção dirigida ao público, com três modelos de edição limitada, inspirada nos relógios produzidos para as ope-rações militares da II Guerra Mundial. Hoje, a Officine Panerai conta já com uma história de mais de 150 anos, sempre com uma profunda ligação ao mar. Os Radiomir apresentam-se agora renovados, mas com uma importân-cia que só o peso da história lhes pode dar.

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S A B O R E I E O M E L H O R DA V I D A,

CO M V I S TA S O B R E O O C E A N O.

Life with a new view

O Hotel Farol inaugurou uma nova esplanada sobre o mar, onde pode degustar o melhor da cozinha Japonesa, no restaurante Sushi Design ou o melhor prato mediterrânico, no The Mix.

O terraço foi criado para poder usufruir em qualquer época do ano, da melhor vista, da melhor refeição, com umambiente acolhedor e um serviço personalizado, ondecada cliente é um amigo!

O Sushi Design e o The Mix, oferecem aos seus clientes, durante a semana, ao almoço, o Menu executivo, pelovalor de 28€ por pessoa.

A equipa do Hotel Farol espera por si!

Av. Rei Humberto II de Itália, 7 2750-800 Cascais-Portugal • T: 214 823 490 • [email protected][email protected] • www.farol.com.pt

S A B O R E I E O M E L H O R DA V I D A,

CO M V I S TA S O B R E O O C E A N O.

Life with a new view

O Hotel Farol inaugurou uma nova esplanada sobre o mar, onde pode degustar o melhor da cozinha Japonesa, no restaurante Sushi Design ou o melhor prato mediterrânico, no The Mix.

O terraço foi criado para poder usufruir em qualquer época do ano, da melhor vista, da melhor refeição, com umambiente acolhedor e um serviço personalizado, ondecada cliente é um amigo!

O Sushi Design e o The Mix, oferecem aos seus clientes, durante a semana, ao almoço, o Menu executivo, pelovalor de 28€ por pessoa.

A equipa do Hotel Farol espera por si!

Av. Rei Humberto II de Itália, 7 2750-800 Cascais-Portugal • T: 214 823 490 • [email protected][email protected] • www.farol.com.pt

S A B O R E I E O M E L H O R DA V I D A,

CO M V I S TA S O B R E O O C E A N O.

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O Hotel Farol inaugurou uma nova esplanada sobre o mar, onde pode degustar o melhor da cozinha Japonesa, no restaurante Sushi Design ou o melhor prato mediterrânico, no The Mix.

O terraço foi criado para poder usufruir em qualquer época do ano, da melhor vista, da melhor refeição, com umambiente acolhedor e um serviço personalizado, ondecada cliente é um amigo!

O Sushi Design e o The Mix, oferecem aos seus clientes, durante a semana, ao almoço, o Menu executivo, pelovalor de 28€ por pessoa.

A equipa do Hotel Farol espera por si!

Av. Rei Humberto II de Itália, 7 2750-800 Cascais-Portugal • T: 214 823 490 • [email protected][email protected] • www.farol.com.pt

S A B O R E I E O M E L H O R DA V I D A,

CO M V I S TA S O B R E O O C E A N O.

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O Hotel Farol inaugurou uma nova esplanada sobre o mar, onde pode degustar o melhor da cozinha Japonesa, no restaurante Sushi Design ou o melhor prato mediterrânico, no The Mix.

O terraço foi criado para poder usufruir em qualquer época do ano, da melhor vista, da melhor refeição, com umambiente acolhedor e um serviço personalizado, ondecada cliente é um amigo!

O Sushi Design e o The Mix, oferecem aos seus clientes, durante a semana, ao almoço, o Menu executivo, pelovalor de 28€ por pessoa.

A equipa do Hotel Farol espera por si!

Av. Rei Humberto II de Itália, 7 2750-800 Cascais-Portugal • T: 214 823 490 • [email protected][email protected] • www.farol.com.pt

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ESPECIALFérias na neve

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O Museu de Artes Decorativas Portuguesas, no âmbito do seu projeto artístico “Um Outro Olhar”, recebe até 24 de junho a exposição i em pessoa, de Teresa Gonçalves Lobo, que pretende confrontar caminhos diferentes, interligar saberes e técnicas distintas, bem como inverter os espaços de criação.

CRIAÇÃO CONTEMPORÂNEA

EXPOSIÇÃOTeresa Gonçalves Lobo

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ESPECIALFérias na neve

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EXPOSIÇÃOTeresa Gonçalves Lobo

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Pretendendo dar especial atenção a projetos de criação contemporânea, “Um Outro Olhar” convida artistas portu-gueses a usarem a sua criatividade em articulação com os técnicos e os mestres das oficinas da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva - FRESS, tendo por fio condutor um tema ou técnicas específicas. Os resultados desse encontro de ar-tista e artesão são apresentados ao público no museu, no final de todo o processo criativo.A 4.ª edição deste projeto tem por tema o Desenho e ma-terializa-se em dois momentos: através dos desenhos téc-nicos de construção de mobiliário pertencentes ao espólio da FRESS e apresentados no MUDE; e no Museu de Artes Decorativas Portuguesas, através do convite feito à artista Teresa Gonçalves Lobo, que agora se apresenta com o título i em pessoa.

Síntese virtuosaO projeto i em pessoa parte da letra “i”, ora desenhada direita, ora inclinada, ora pintada, ora sombreada, ora gra-vada, ora sozinha, ora em grupo. E por fim construída em madeira, transformada em escultura para sentar. Do de-senho e traço delicado, sempre sobre papéis artesanais, passando pelas maquetas em 3D, e estudos apurados de ergonomia e equilíbrio das linhas, chegamos às cadeiras manufaturadas i chair e i chair-long, saídas das oficinas de serração, marcenaria, talha e polimento da FRESS, numa síntese virtuosa que une artista e mestres artesãos.

Do atelier de Teresa Gonçalves Lobo saíram também gravu-ras, produto de um processo íntimo de criação e execução, de técnica apurada e renovada, de fazer e refazer. O conjunto, 10 gravuras assinadas, feitas sobre papel japonês, fez nascer um álbum de família, família i, encadernado manualmente nas oficinas de encadernação e de passamanaria da Fundação.Este projeto faz parte de uma estratégia que se tem vindo a afirmar na FRESS, privilegiando sempre a manufatura, os materiais e as técnicas tradicionais das artes e ofícios, co-locando-os ao serviço de um conceito artístico inovador que vai ao encontro de um novo olhar sobre a imateriali-dade dos saberes e do seu valor patrimonial integrado. As obras produzidas deixam de ser simples objetos funcionais e decorativos, para transportarem consigo sinais de uma inovação conceptual.

A exposição é composta por desenho, gravura e mobiliário: - Quarenta e dois desenhos originais da artista; - Um álbum original de 10 gravuras, do qual foi feita uma edição assinada e numerada de 1 a 50, que es-tará à venda na loja do museu; - Duas peças de mobiliário que estarão expostas, enquanto resultado de todo o processo criativo e técnico: a i chair (venda mediante encomenda); a chaise-longue i chair-long (edição limitada de 25 uni-dades – venda mediante encomenda).

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MÚSICA

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DIDOGirl who got away

Uma das artistas britânicas mais bem sucedidas de sempre regressa agora com o seu álbum mais sólido até à data. O muito antecipado quarto disco de Dido, intitulado

Girl Who Got Away fará com que todos voltem a apaixonar-se pela cantora.Dido voltou a reunir-se com o seu irmão Rollo Armstrong – que produziu a maioria do álbum – e também

colaborou com nomes como Brian Eno, Jeff Bhasker, Rick Nowels e Greg Kurstin para criar um disco de 11 temas, caracterizado por uma excelente sonoridade eletro-pop reveladora e autobiográfica.

“O TEXTO DEVE SER

O SENHOR E NÃO O

SERVO DA MÚSICA”

Claudio Monteverdi

VÁRIOS ARTISTASGala Lirica 20th Anniversary Celebrando o aniversário do Gran Teatro de la Maestranza, esta gala lírica reuniu um conjunto de artistas incontornáveis no mundo da ópera. Monserrat Caballé, José Carreras, Pilar Lorengar, Teresa Berganza ou ainda Plácido Domingo dão a sua prestação a partir de Sevilha.Um conjunto de canções reunidas em CD e em DVD, num espetáculo a não perder.

JAY-JAY JOHANSONBest of 1996-2013

O cantor sueco Jay-Jay Johanson lançou o seu álbum de retrospetiva de carreira – Best of 1996-2013. O trabalho inclui grandes sucessos que marcaram a música eletrónica para sempre, como

“So tell the girls that I am back in town”, “It hurts me so”, “Because of you” ou ainda “On the radio”.O disco apresenta-nos ainda o inédito “Paris”, que Jay-Jay Johanson gravou para

participar no festival da canção em representação da Suécia, este ano.

ADRIANA PARTIMPIMPartimpim Tlês Adriana Calcanhotto, um nome consagrado da MPB, encanta e conquista crianças com a sua voz doce e canções educativas no projeto PARTIMPIM. Sob o pseudónimo de Adriana Partimpim, a artista cria um universo lúdico e inocente que atrai crianças e adultos.O Projeto Partimpim é inovador por ser um dos poucos produtos infantis voltados para o desenvolvimento cultural da criança. Partimpim Tlês é o terceiro álbum do Projeto Partimpim e segue a proposta dos primeiros: apresenta o que há de mais rico na MPB numa versão voltada para o público infantil mas que também apela ao público adulto. O álbum traz canções de compositores como Chico Buarque, Jorge Ben Jor, Dorival Caymmi, Gonzaguinha e outros nomes de peso da música brasileira.

HOW TO DESTROY ANGELSWelcome oblivion

How to Destroy Angels é o nome do projeto paralelo de Trent Reznor dos Nine Inch Nails, que se junta

à sua esposa, Mariqueen Maandig, e ainda a Atticus Ross. Rob Sheridan é ainda o diretor criativo da banda

e considerado o quarto membro do projeto.O primeiro avanço em single é o tema “How long”, que

apresenta um vídeo realizado por Shynola.

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AGENDA

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A Sagração da Primavera faz 100 anos (1913-2013) e este pro-grama da Companhia Nacional de Bailado celebra-os. Para isso contamos não só com a força da coreografia de Olga Roriz e com a excelência dos bailarinos da Companhia, como com a in-terpretação musical da Orquestra Sinfónica Portuguesa num raro encontro vivo entre música e dança.

O canadiano Danko Jo-nes traz a Portugal a sua máquina bem oleada de rock n’ roll para dois con-certos, dia 16 de maio no Hard Club e dia 17 de maio no TMN ao Vivo. Os concertos servem de apresentação ao novo álbum, Rock and Roll is Black and Blue, editado em setembro do ano passado.Com sete álbuns de originais já editados, Danko Jones repre-senta o rock n’ roll à antiga, direto, forte e intenso, sem contem-plações. Ao longo dos últimos anos, o músico canadiano estabe-leceu uma relação única com o público português, que acorre em massa aos seus concertos.No formato power trio, sempre acompanhado de um baixista e de um baterista, os concertos de Danko Jones são conhecidos pela intensidade máxima, capaz de fazer suar a sala, e pela atitu-de de palco do músico canadiano, que não deixa o espetáculo em mãos alheias.

16 e 17 de maioHard Club e TMN ao VivoDANKO JONES

31 de maioCentro Cultural de BelémCARTA BRANCA A SÉRGIO GODINHO

18 de maioCentro de Espetáculos de TroiaDEOLINDA

Após quatro anos em que dominaram os tops de vendas com os multiplatinados Canção ao Lado e 2 Selos e um Carimbo, acumu-lando distinções como dois Globos de Ouro, um prémio Amália Rodrigues e um Songlines Music Award, os Deolinda regressam à estrada para apresentar Mundo Pequenino, o seu terceiro disco de originais.O novo álbum é produzido pelos Deolinda e por Jerry Boys, prestigiado produtor e engenheiro de som inglês vencedor de seis Grammys, com uma carreira iniciada nos míticos Abbey Road Studios, em 1965. Mundo Pequenino é editado com o selo da Boom Studios, com distribuição da Universal Music Portugal. O primeiro single é o tema “Seja Agora”.

23 a 29 de maioTeatro CamõesLA VALSE

Para Sérgio Godinho cumpre-se, neste concerto, o desejo de fa-zer as canções do livro Caríssimas 40 Canções – Sérgio Godinho & As Canções dos Outros, porque são elas os seus “incentivos cria-dores e lúdicos, e nelas cabem todos os sentimentos, dos mais distendidos aos mais extremados”, e porque “uma versão tem de ser uma outra forma de ato criativo”. Das 40, o “escritor de can-ções” elegerá algumas “para essa função transformadora da sua vida no palco.” E acrescenta que, com essas, cruzará pontes para as suas próprias canções, das quais cantará algumas.

26 de maioPavilhão AtlânticoONE DIRECTION

A espera chegou ao fim! Os One Direction vão embarcar numa di-gressão europeia que passa por Portugal, dia 26 de maio, para a estreia da banda britânica em terras nacionais. Os bilhetes para o concerto esgotaram no primeiro dia em que foram colocados à venda.Após venderem 12 milhões em pouco mais de um ano, a maior banda pop do mundo anunciou uma digressão europeia para maio e abril. Com 18 datas marcadas, vai passar por França, No-ruega, Suécia, Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália, Espanha, Suíça, Portugal e Dinamarca.

29 de maioPavilhão AtlânticoIRON MAIDENA Maiden England Tour marca o terceiro capítulo na história dos Iron Maiden, uma viagem que começou em 2004 com o DVD “The Early Days” e a consequente “Early Days Tour”, de 2005. A segunda parte começou em 2008 com o DVD “Live After Death” e a inova-dora “Somewhere Back In Time World Tour”, de 2008/2009, onde atuaram para mais de 2 milhões de fãs em quase 40 países, voando entre concertos nos cinco continentes, no Boeing 757 da banda, chamado Ed Force One, todo personalizado com a imagem do DVD “Flight 666” e pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson.Agora com Maiden England, a banda vai recriar o espetáculo da “Seventh Son Tour”, de 1988, tocando muitas músicas dessa di-gressão lendária e do concerto em VHS de 1989, “Maiden En-gland”, que dá nome a esta digressão.

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