95
Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo outubro de 2008 1 Instituto Mises Brasil mises.org.br

Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

  • Upload
    kaspar

  • View
    35

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

mises.org.br. Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo. As origens da crise do crédito. Como o Fed e os bancos criam dinheiro do nada?. Banco Solidus *– Balanço Patrimonial. *Exemplo de um único banco na economia – mais à frente será generalizado para n bancos. Dinheiro do nada! Eba!. - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Page 1: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

outubro de 2008 1Instituto Mises Brasil

mises.org.br

Page 2: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

As origens da crise do crédito

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 2

Page 3: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Como o Fed e os bancos criam dinheiro do nada?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 3

Ativo Passivocaixa 1,000 1,000 patrimônio líquidoTotal do ativo 1,000 1,000 Total do passivo e PL

Banco Solidus *– Balanço Patrimonial

*Exemplo de um único banco na economia – mais à frente será generalizado para n bancos.

Page 4: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Dinheiro do nada! Eba!

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 4

Ativo Passivocaixa 1,000 empréstimo para AIESEC 300 300 depósito c/c - AIESECempréstimo para Natan 300 300 depósito c/c - Natan 1,000 patrimônio líquidoTotal do ativo 1,600 1,600 Total do passivo e PL

Banco Solidus – Balanço Patrimonial

Page 5: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Dinheiro do nada! Eba!

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 5

Ativo Passivocaixa 1,000 empréstimo para AIESEC 300 200 depósito c/c - AIESECempréstimo para Natan 300 100 depósito c/c - Natan 100 depósito c/c - Clay Hemlin 200 depósito c/c - restaurante B.O.M. 1,000 patrimônio líquidoTotal do ativo 1,600 1,600 Total do passivo e PL

Banco Solidus – Balanço Patrimonial

Page 6: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Dinheiro do nada! Eba!

Ativo Passivocaixa 1,000 empréstimo para AIESEC 300 200 depósito c/c - AIESECempréstimo para Natan 300 100 depósito c/c - Natanempréstimo para X 800 100 depósito c/c - Clay Hemlinempréstimo para Y 700 200 depósito c/c - restaurante B.O.M.empréstimo para Z 750 100 depósito c/c - X 150 depósito c/c - Y 200 depósito c/c - Z 1,800 depósitos c/c - VÁRIOS 1,000 patrimônio líquidoTotal do ativo 3,850 3,850 Total do passivo e PL

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 6

Banco Solidus – Balanço Patrimonial

Page 7: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Dinheiro do nada! Eba!

Ativo Passivocaixa 1,000 empréstimo para AIESEC 300 200 depósito c/c - AIESECempréstimo para Natan 300 100 depósito c/c - Natanempréstimo para X 800 100 depósito c/c - Clay Hemlinempréstimo para Y 700 200 depósito c/c - restaurante B.O.M.empréstimo para Z 750 100 depósito c/c - X 150 depósito c/c - Youtros empréstimos - VÁRIOS 6,150 200 depósito c/c - Z 7,950 outros depósitos c/c - VÁRIOS 1,000 patrimônio líquidoTotal do ativo 10,000 10,000 Total do passivo e PL

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 7

Banco Solidus – Balanço Patrimonial

Page 8: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Dinheiro do nada

O exemplo de um único banco na economia (ex Banco Solidus), permanece válido para n bancos.

Se alguns tomadores de empréstimo optarem por depositar no Banco Facilitas, por exemplo, este último terá dinheiro sobrando, que voltará via empréstimo de 1 dia para o Banco Solidus (que ficou com “furo” de caixa) .

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 8

Page 9: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O sistema é baseado em...

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 9

Page 10: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A bolha da internet (Nasdaq)

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 10

(1994-presente)

Page 11: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A taxa básica de juros - Fed funds

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 11

(1994-presente)

Estouro da bolha da internet

Page 12: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A base monetária (1994-presente)

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 12

Page 13: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A quantidade de moeda M1 (1994-presente)

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 13

Page 14: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A base monetária (2005-presente)

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 14

Page 15: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

As reservas internacionais mundiais (2003-presente)

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 15

Page 16: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A bolha do crédito

A bolha tem como causa principal: o dinheiro injetado pelo Fed (também via bancos) para aliviar o estouro da bolha de internet.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 16

Page 17: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A bolha do crédito

Outra causa importante foi (e continua sendo) a promessa do Fed de salvar bancos e evitar que investidores tenham perdas com as bolhas.

Essa doutrina foi implementada em duas ocasiões relevantes: a) quando o Fed arquitetou o salvamento do

LTCM – fundo repleto de prêmios Nobel em 1998, b) ao injetar maciça quantidade de dinheiro após

o estouro da bolha da internet.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 17

Page 18: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A bolha do crédito

E como terceira causa não podemos deixar de ressaltar as regras determinadas pelo obscuro Secretariat do Comitê da Basiléia, que incentiva alavancagens irresponsáveis dos bancos do mundo todo ao determinar capital muito aquém do necessário segundo a prudência.

Atualmente são considerados aceitáveis níveis da capital da ordem de apenas 6% dos ativos ajustados a risco. Em apenas um dia de variação de preços como temos tido nesse mês, o capital de um banco pode evaporar.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 18

Page 19: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A bolha do crédito

O dinheiro injetado poderia ter causado inflação ao consumidor, mas isso não aconteceu.

Por que não houve inflação? As empresas chinesas têm tido uma espantosa

produtividade nos últimos 15 anos, fazendo com que os preços de computadores, eletrônicos, e outros produtos de exportação tivessem contínua queda de preços. Esse efeito deflacionário da China mascarou a inflação de ativos criada pelo Fed.

21 de abril de 2023Instituto Mises Brasil 19outubro de 2008 19Instituto Mises Brasil

Page 20: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A bolha imobiliária

Por que o setor imobiliário foi o preferido dos bancos para o repasse do dinheiro injetado pelo Fed e bancos?

A existência de agências como a Fannie Mae e Freddie Mac, que contavam com o aval implícito (agora confirmado) do governo americano. Estas têm como missão prover crédito para expandir a propriedade de casas pelos americanos. É um mercado de $13 trilhões, do tamanho do PIB americano.

Outro contribuidor para a bolha foi o Community Reinvestment Act (CRA), que obriga os bancos a emprestarem para indivíduos de baixa capacidade de pagamento, mesmo que não apresentem documentação comprobatória de renda.

21 de abril de 2023Instituto Mises Brasil 20outubro de 2008 20Instituto Mises Brasil

Page 21: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A tal da alavancagem

Os dólares criados pelo Fed e pelo sistema bancário americano são enviados aos montes para o resto do mundo ao ritmo do déficit em conta-corrente (US$3 bilhões/dia útil!).

Esse é o genial sistema de troca de “fotos do George Washington” por DVDs, carros, etc.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 21

Page 22: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A tal da alavancagem

Boa parte de tais dólares “exportados” são multiplicados por 10-20x no mercado de dólares offshore – mais conhecido como eurodollars – cujo centro nervoso é a City londrina. Lá forma-se o preço mais importante do planeta – a taxa Libor.

Com a brutal abundância de dólares desde 2000*, todas as classes de ativos subiram de preço.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 22*também conhecida como “liquidez internacional”

Page 23: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Case-Shiller Home Price Index

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 23

(2000-presente)

Page 24: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Mortgage Finance Index

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 24

(2000-presente)

Page 25: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

CRB Index (Commodities)

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 25

(1994-presente)

Page 26: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

MSCI emerging markets index

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 26

(1994-presente)

Page 27: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Treasury Bonds 10 year

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 27

(1994-presente)

Page 28: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A Libor vs Fed Funds (2004-presente)

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 28

Page 29: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

21 de abril de 2023Instituto Mises Brasil 29

A Libor vs Treasury Bills 3 meses (2004-presente)

outubro de 2008 29Instituto Mises Brasil

Page 30: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A alavancagem inflando ativos

Com o dinheiro fácil desde 2001, esgotaram-se os bons pagadores a quem os bancos preferem emprestar. Os bancos, portanto, passaram a conceder empréstimos mais arriscados.

O empréstimo típico foi o chamado NINJA* – para pessoas com “No Income, No Job, or Assets”.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 30

* também conhecido como subprimes e Alt-A.

Page 31: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O empacotamento...

Os empacotamentos de mortgages – os mortgage-backed securities do tipo CDO e CMOs – já existiam desde a década de 80, porém os volumes atingiram níveis estratosféricos nos últimos anos.

Devido à falta de transparência dos empacotamentos, os bancos vislumbraram uma forma de vender lixo pelo preço de ouro.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 31

Page 32: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O empacotamento...

O santo graal do mercado financeiro são os títulos considerados AAA pelas agências de rating (S&P, Moodys, e Fitch)

Os “gênios” estatísticos do MIT & Cia – contratados a peso de ouro por Wall Street – bolaram modelos sofisticados que “comprovariam” a ínfima chance de inadimplência de pacotes com pequena porcentagem de hipotecas NINJA.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 32

Page 33: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O lixo tóxico embaladinho...

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 33

99% de água 1% de lixo tóxico 100% garantido

E rendendo 1% ao ano a mais que os outros AAA!

Page 34: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 34

Page 35: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O marketing do lixo...

Os bancos de Wall Street mostraram às agências de rating (usando o boom entre 2000 e 2006 como histórico), que os pacotes eram de alta qualidade.

As agências, ganhando fees cada vez maiores, fecharam os olhos e concordaram.

As seguradoras de títulos (os monolines MBIA e Ambac & cia), que não reclamaram ao entrar na onda de coletar fees garantindo os pacotes.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 35

Page 36: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

As seguradoras e os subscritores de CDS’s

Se comportaram como o sujeito que cata moedinhas na linha do trem...um dia o trem passa...

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 36

Page 37: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A distribuição do lixo tóxico...

Wall Street distribuiu os pacotes para investidores institucionais e outros do mundo todo.

Todos se surpreenderam quando a cidade de Narvik na Noruega anunciou perdas gigantescas em setembro de 2007.

Mas os próprios bancos de Wall Street passaram a encantar-se com sua criação, e compraram os CDOs para seus fundos, para si próprios, e para clientes.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 37

Page 38: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A criação de Wall Street...

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 38

Page 39: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A probabilidade improvável

David Viniar, o CFO da Goldman Sachs, declarou em agosto de 2007 depois que seus fundos* perderam mais de 30% , que: “Estamos sofrendo eventos de 25 desvios-padrão, em vários dias seguidos”.

Um evento de 25 desvios-padrão acontece a cada 100.000 anos! Será que o Viniar estava coletando dados do mercado de tacapes na bolsa da Idade da Pedra?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 39

*entre os principais, Global Equity Opportunities Fund e Global Alpha

Page 40: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Trader da Goldman

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 40

Page 41: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A crise chega em 2007

As perdas NINJA começaram a se espalhar no início de 2007.

Em junho de 2007, dois fundos do Bear Stearns, com os nomes mais elegantes do mercado - High-Grade Structured Credit Fund e o High-Grade Structured Credit Enhanced Leveraged Fund, perderam quase todo seu patrimônio.

No dia 5 de agosto de 2007, quebrou a segunda maior companhia de mortgage americana – a AHMIC, mas houve 70 outras que quebraram nos meses anteriores.

No dia 9 de agosto de 2007, o Banco Central Europeu injetou US$130 bilhões, como resposta às perdas dos fundos do BNP-Paribas.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 41

Page 42: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A quebradeira mostrou a cara já em 2007

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 42

Page 43: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Mas os investidores não acreditaram na dimensão do problema.

Em outubro de 2007 as bolsas bateram seu all-time high.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 43

Page 44: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O exemplo da Lehman Brothers

Na semana em que quebrou (setembro de 2008) a Lehman Brothers publicou balanço em que mostrava cerca de US$650 bi de ativos para US$20 bi de patrimônio – uma alavancagem de 32x (típica dos bancos de investimento).

Alguns dias depois do pedido de falência os bonds (US$630 bi de valor de face) estavam sendo negociados a 30%.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 44

Page 45: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Pergunta...

Quanto valiam nesta data os ativos da Lehman?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 45

Ativo Passivo

valor real dos ativos ? 200 valor de mercado dos passivos

(cujo valor de face era $650bi)

- patrimônio líquido

Total do ativo ? 200 Total do passivo e PL

Page 46: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Resposta final...

Mas na semana passada os ativos foram liquidados por apenas 8.625% do valor de face!

Onde foram parar os outros $600 bilhões?!?!

21 de abril de 2023Instituto Mises Brasil 46

Ativo Passivo

valor real dos ativos 56 56 valor de mercado dos passivos

(cujo valor de face era $650bi) (@ 8.625% do valor de face)

- patrimônio líquido

Total do ativo 56 56 Total do passivo e PL

outubro de 2008 46Instituto Mises Brasil

Page 47: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 47

Page 48: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O que vem por aí? Nos U.S.A. – $700 bilhões não são suficientes! O sistema bancário americano carrega

cerca de US$18 trilhões de ativos (valor de face) para US$1.2 trilhões de patrimônio.

Estimo que os ativos necessitam de um ajuste para cerca de 70% do valor de face (de acordo com os últimos balanços), ou seja, um ajuste de US$5.4 trilhões.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 48

Page 49: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Nos U.S.A. – $700 bilhões não são suficientes!

Fazendo a conta de outra forma, só de ativos de mortgage nos U.S. há $13 trilhões, dos quais $10tri são prime, $1.5tri Alt-A, e $1.2 subprimes.

Estimamos perdas de 10% em primes, 20% em Alt-A, e 30% em subprimes, para um total de $1.6 trilhão somente em mortgages.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 49

Page 50: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Nos U.S.A. – $700 bilhões não são suficientes!

Além disso, o governo americano já estatizou US$8 trilhões de ativos e dívidas (Fannie, Freddie, Lehman, Bear Stearns, AIG, Wamu, IndyMac e CountryWide). Estimamos que tais ativos valham apenas metade desse valor, ou seja, uma perda de US$4 trilhões.

Esse valor será agregado à dívida pública americana, que hoje está em 43% do PIB ($6tri) e deve passar em três anos para cerca 80% do PIB ($11tri).

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 50

Page 51: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Nos U.S.A. – $700 bilhões não são suficientes!

Adicionalmente, a dívida das empresas é cerca de US$8trilhões. Segundo o S&P, os defaults devem ser de 23% até 2010, ou seja, $1.8trilhões.

Além disso os bancos estenderam linhas de crédito – ainda não sacadas – de cerca de US$6 trilhões. Os bancos não terão esse dinheiro.

A crise do crédito ainda vai revelar perdas nos empréstimos: a) de cartão de crédito, b) de imóveis comerciais, c) a estudantes, d) automóveis, e) empréstimos pessoais gerais.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 51

Page 52: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O que vem por aí? No mundo...

Segundo estimativas de especialistas, a quantidade de crédito no mundo é de 4x o PIB mundial. Nos parece razoável que nos próximos doia anos tal alavancagem diminua para cerca de 2x*.

Ou seja, se os números estiverem corretos, cerca de $100 TRILHÕES devem desaparecer do sistema financeiro.

*De 1930 a 1950 o total de crédito nos U.S. caiu de 2.6x para 1.3x do PIB.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 52

Page 53: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O que o Secretariat da Basiléia tem a dizer sobre isso?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 53

Banco (1)

Patrimônio (2)

Ativos Alavancagem

Barclays $24.7 $2378 96xDeutsche 31.3 2706 86xBank America

24.8 1831 74xUBS 27.2 1827 67xCitibank 42.0 2100 50xING 38.1 1862 49x

(1)Em US$ bilhões. (2) O patrimônio é o tangível, excluindo ágio de aquisições. Exclui arranjos off-balance-sheet

Page 54: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

As próximas vítimas?

Os hedge funds possuem cerca de US$3 trilhões de ativos, e têm em média uma alavancagem estimada de 15 a 20x.

Uma queda de apenas 5% nos seus ativos pode aniquilar o patrimônio dos quotistas.

Segundo a Hedge Fund Research, o valor do patrimônio declarado dos hedge funds do mundo caiu 17% neste ano (até setembro).

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 54

Page 55: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Empurrando a sujeira para debaixo do tapete

Não é à toa que as autoridades defendem a eliminação ou flexibilização das regras de “marcação a mercado”, bem como regras que limitem as vendas a descoberto (apostas nos mercados em baixa).

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 55

Page 56: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O resto é história...

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 56

Page 57: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Em suma...

Estamos vivendo a maior crise deflacionária de ativos de todos os tempos.

Não acreditamos que a economia real escapará das consequências da derrubada deste castelo de cartas da alavancagem.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 57

Page 58: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O efeito riqueza será devastador

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 58

Valor de mercado das bolsas mundiais (2003-presente)

Page 59: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Que duração terá a recessão?

Qualquer estimativa é no máximo um chute, ainda que seja fundamentado.

Nossa estimativa é de que a recessão será forte nos US e na Europa, e uma forte desaceleração no resto do mundo, e levará: cerca de 2 anos , caso haja poucas

intervenções adicionais pelos governos e bancos centrais, ou

de 3 a 5 anos, caso as intervenções continuem.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 59

Page 60: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Obrigado!

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 60

mises.org.br

Page 61: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Anexo I

A Economia “Austríaca”

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 61

Page 62: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Perguntas e respostas

Você não acha que há algo de errado: na prescrição keynesiana de o governo mandar

cavar buracos e em seguida tapá-los caso a economia entre em recessão?

que todos os governos do mundo façam questão de ter o monopólio da moeda, mas divirjam sobre outros monopólios (correios, estradas, siderurgia)?

que tenhamos bolhas , crises e depressões sem que haja uma explicação satisfatória sobre as causas?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 62

Page 63: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Perguntas e respostas

Você não acha que há algo de errado: que a queda de preços de produtos seja

excelente para seu bolso, mas considerada inaceitável para os economistas mainstream?

que nos livros e na teoria os economistas defendam o livre comércio, mas na prática sempre defendem um amplo leque de “exceções” e “salvaguardas”?

que o aumento de salário mínimo seja defendido como benéfico para a “economia” ou para os assalariados de baixa renda?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 63

Page 64: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Perguntas e respostas

Você não acha que há algo de errado: que “monopólios” privados sejam

considerados nefastos e inaceitáveis, mas que monopólios governamentais sejam aceitos sem questionamento (da moeda, do tráfego aéreo, da justiça, do espectro eletromagnético, do subsolo, das jazidas minerais , dos rios, estradas e ruas, da segurança pública) ?

que seja um crime em quase todos os países alguém espalhar um rumor sobre um banco em dificuldades, mas não sobre empresas?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 64

Page 65: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Perguntas e respostas

Você não acha que há algo de errado: que o ouro seja considerado uma “relíquia

bárbara”, mas seja o ativo financeiro preferido em momentos de crise?

que o valor do dólar em 1900 (pouco antes da criação do Fed) era o mesmo que em 1800, mas que o valor do dólar hoje é apenas 4% daquele de 1900?*

que a roda tenha sido inventada mesmo sem a proteção da lei de patentes?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 65* De acordo com o Consumer Price Index calculado pelo BLS.

Page 66: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Perguntas e respostas

Não há algo errado quando se tenta obter uma visão coerente e integrada do funcionamento da economia, porém tal visão (não obstante os anos de estudo) parece uma tela do Jackson Pollock?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 66

Page 67: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 67

Page 68: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Perguntas e respostas

Não há algo errado no comportamento dos economistas de plantão, que se portam como “arquitetos” do mundo ideal?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 68

Page 69: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Economista do governo

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 69*Mural de Diego Rivera - Palacio de Bellas Artes (Mexico)

Page 70: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

E que a política seja assim...

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 70

Page 71: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O Governo, por Fréderic Bastiat

“Aposto 10 para 1 que nos últimos 6 meses o leitor vislumbrou utopias, e imaginou que o governo seria o canal de realizá-las.”

“O governo é a grande ficção pela qual todos tentam viver às custas de todos os outros.”

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 71

Page 72: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Sugestão

Há uma maneira de sair desse mundo estranho e incoerente...

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 72

Page 73: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Tome a pílula vermelha!

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 73

Page 74: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O que é a “Economia Austríaca”?

É a economia de livre-mercado.

Baseia-se na propriedade privada e na liberdade individual e de trocas (comércio).

outubro de 2008 74Instituto Mises Brasil

Page 75: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Liberdade

“Liberdade de fazer o que quiser com si próprio e com o fruto do seu trabalho.”

OU

“Liberdade de fazer o que quiser com os outros e com o fruto do trabalho deles.”

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 75

Page 76: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Liberdade

São definições opostas!

Uma melhor definição é: “Condição humana na qual há total ausência de coerção”

Ver “Filosofia da liberdade” no Youtube.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 76

Page 77: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Escola Austríaca

As “leis” econômicas são universais: Toda O indíviduo procura melhorar seu bem-

estar e diminuir sua inquietude através da ação. (ver Praxeologia – Mises)

Mas a escala de valores de cada um é diferente, e não pode ser traduzida em números, apenas colocada em ordem de preferência. Isso explica a “revolução marginal” (escolhas na margem). Ex: Homem trocar ouro por água no deserto, pagar 10 euros por um café na Piazza San Marco - Veneza.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 77

Page 78: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Escola Austríaca

As “leis” econômicas são universais: Toda ação consciente de um indivíduo tem por

objetivo melhorar seu “bem-estar” ou “satisfação”. (ver Praxeologia – Mises)

Mas a escala de valores de cada um é diferente, e não pode ser traduzida em números, apenas colocada em ordem de preferência. Isso explica a “revolução marginal” (escolhas na margem). Ex: Homem trocar ouro por água no deserto, pagar 10 euros por um café na Piazza San Marco - Veneza.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 78

Page 79: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Escola Austríaca

Só há troca quando cada uma das partes tem um “ganho” – você só aceita abrir mão de um bem caso obtenha um outro bem de “valor” (a seu critério) maior.

As trocas são situações ganha-ganha.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 79

Page 80: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A falácia da vitrine quebrada

“O que se vê, e o que não se vê” (Frédéric Bastiat)

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 80

Page 81: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

A falácia da vitrine quebrada

Um menino quebra a vitrine de um lojista com uma pedra. Isso é bom para a “economia”? O menino pode ter feito uma boa ação?

A pessoas tendem a ver somente o que está visível aos olhos.

“A arte da economia consiste em observar não somente os efeitos imediatos, mas principalmente os efeitos posteriores de qualquer ato ou política; consiste em traçar as conseqüências de tal política não somente para um grupo, mas para todos os grupos.” (Henry Hazlitt)

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 81

Page 82: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Como acontece o crescimento econômico?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 82

Page 83: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Crescimento econômico

Os “Losties” não tinham nenhum “capital” quando chegaram à ilha.

Por não possuir capital, eles consumiam bens – ex: água de coco e frutas – que estavam disponíveis prontamente.

Para melhorar seu padrão de vida eles precisavam de capital – bens que permitem obter mais água e frutas em menos tempo, ou que permitem o consumo de bens não disponíveis antes.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 83

Page 84: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Crescimento econômico

Os Losties podem ter decidido fazer um pedaço de pau para apanhar mais coco e frutas.

Para isso eles tiveram que abrir mão de seu tempo de lazer, ou de tempo de apanhar frutas à mão para fazer o aparato.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 84

Page 85: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Crescimento econômico

Os Losties precisaram investir tempo e trabalho em algo que não teria benefício imediato para eles.

E para isso precisaram poupar comida, para que tivessem suficiente durante a produção do aparato.

O preço do capital é a “taxa natural de juros” -- aquela que equilibra o desejo de alguns de investir e a poupança acumulada por outros (reflete a preferência temporal).

Após o aparato estar pronto, os Losties passaram a ter uma produtividade maior, resultando em maior tempo livre.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 85

Page 86: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Crescimento individual?

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 86

Page 87: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Lei das conseqüências não-previstas

A economia de mercado é uma teia bem estruturada de interações; uma intervenção em qualquer ponto da teia irá provocar problemas em algum outro ponto.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 87

Page 88: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Lei das conseqüências não-previstas

Com o “problema” surgindo, o governo tem um dilema: a) intervir mais para “resolver” o problema, ou b) repelir toda a estrutura de intervenções.

Com a atual crise de crédito, o governo americano escolheu a opção a) – um clássico.

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 88

Page 89: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

O dinheiro

Injeções de dinheiro não aumentam a quantidade de poupança real da economia!

Na forma clássica de inflação os reis tiravam pedaços das moedas de ouro e prata (ou as raspavam) para fazer mais moedas, e com isso roubar seus súditos.

Hoje há formas mais modernas de roubo.outubro de 2008Instituto Mises Brasil 89

Page 90: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Tecnologia avançada...

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 90

Page 91: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Ciclos econômicos (Mises)

Quando o governo injeta dinheiro na economia (via mesa de open market do BC), artificialmente a taxa de juros cai abaixo da taxa natural de juros.

Por sua vez os empreendedores entendem que há mais poupança do que realmente há, e a demanda por investimento de longo prazo será maior do que deveria (“boom”).

Os investimentos em excesso se revelerão perdedores, e a conseqüente recessão e desalavancagem “purificará” e “liquidará” tais excessos (o “bum” onomatopéico)

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 91

Page 92: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Bum!

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 92

Page 93: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Economia Austríaca

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 93

Page 94: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Anexo II

Balanço do Banco Central

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 94

Page 95: Fundação Getulio Vargas / AIESEC – São Paulo

Os bancos funcionam como “agências” do Banco Central, que é o criador master de dinheiro.

Balanço do Banco Central do Brasil

Ativo Passivocaixa (títulos governo USA) 320,000 94,000 papel-moedatítulos do Tesouro 66,000 35,000 depósitos bancos (reservas bancárias)títulos do Tesouro vinculados 332,000 313,000 obrigações de recompra de títulosoutros ativos 82,000 208,000 depósitos do Tesouro 136,000 outros depósitos e obrigações 14,000 patrimônio líquidoTotal do ativo 800,000 800,000 Total do passivo e PL

outubro de 2008Instituto Mises Brasil 95

Em milhões de Reais – julho de 2008