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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Sergio Gross TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Higiene e Segurança no Trabalho: Um programa para a empresa Contactsul Ltda. Administração de Recursos Humanos ITAJAÍ (SC) 2008 - I

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Sergio Gross

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Higiene e Segurança no Trabalho: Um programa para a empresa Contactsul Ltda.

Administração de Recursos Humanos

ITAJAÍ (SC) 2008 - I

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SERGIO GROSS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO: UM PROGRAMA PARA A EMPRESA

CONTACTSUL LTDA

Trabalho de conclusão de estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2008 - I

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Agradeço a Deus, por ter me resgatado de uma vida fúti l e ter dado um novo sentido ao meu viver, pela família maravi lhosa que me concedeu. A minha esposa Liège Faraco Gross a quem devo todo meu amor por seu incentivo e apoio, e aos meus amados f i lhos André e Gisele que compreenderam mais este desafio. A professora Justina da Costa Rodrigues , a quem eu admiro pela sua dedicação e prof issionalismo.

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“...quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás f icam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo,...”. Palavras do Apóstolo Paulo.

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Sergio Gross

b) Área de estágio

Administração de Recursos Humanos

c) Supervisor de campo

Mário José Moritz

d) Orientador de estágio

Professora Justina da Costa Rodrigues

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Professor Eduardo Krieger da Silva

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social

Contact Condutores Elétricos Ltda.

b) Endereço

Rua Biguaçú, 685 – Bairro dos Municípios – Balneário Camboriú - SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Administração de Recursos Humanos

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do orientador de campo

Mário José Moritz - Diretor

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAÍ, 02 de junho de 2008.

A Empresa CONTACTSUL LTDA, pelo presente instrumento,

autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua

biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o

Estágio Supervisionado, pelo acadêmico Sergio Gross.

_______________________________

Mário José Moritz

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RESUMO A saúde e a segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a preservação da força de trabalho das organizações. A empresa Contctsul Ltda. preocupada em buscar informações e programas de desenvolvimento para proporcionar integridade física e mental para seus colaboradores, oportunizou a realização deste estudo com o objetivo geral de Elaborar um Programa de Higiene e Segurança no Trabalho e como objetivos específicos: Diagnosticar as práticas de segurança da empresa; levantar os acidentes ocorridos nos últimos dois anos; verificar que setores são mais suscetíveis a acidentes; levantar o número de dias de afastamento por acidente; identificar a percepção que os funcionários têm em relação às práticas de higiene e segurança do trabalho; apresentar um plano com as ações para a implantação da CIPA. A tipologia do trabalho caracterizou-se como proposição de planos, com delineamento qualitativo. Para o levantamento dos dados, foram utilizados entrevista semi-estruturada, não estruturada e observação. Os dados foram tratados mediante análise de conteúdo e apresentados por meio de quadros e textos descritivos. A pesquisa possibilitou identificar aspectos positivos como: a satisfação dos funcionários quanto ao ambiente de trabalho, o acompanhamento médico, a existência de programas como o PCMSO e o PPRA e a preocupação com o uso dos EPIs. Mas também identificou pontos que deverão ser corrigidos como: realizações de campanhas de prevenção de acidentes, registro e tratamento das não-conformidades que causaram os acidentes. O resultado permitiu a elaboração de um plano com as ações para a implantação da CIPA, contribuindo para alcançar os objetivos propostos. Palavras-chave: Administração de recursos humanos, CIPA, higiene e segurança do trabalho.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Categorias e significados........................................................................17

Figura 1 – Interligação das atividades de higiene do trabalho...................................28

Quadro 2 – Dimensionamento da Cipa......................................................................32

Quadro 3 – Descrição da atividade............................................................................33

Quadro 4 – Agrupamento de setores econômicos.....................................................34

Quadro 5 – Práticas de segurança do trabalho..........................................................57

Quadro 6 – Treinamento de segurança do trabalho..................................................58

Quadro 7 – Exames médicos.....................................................................................59

Quadro 8 – Ambiente de trabalho..............................................................................59

Quadro 9 – Campanhas de prevenção......................................................................60

Quadro 10 – Utilização de equipamento de proteção................................................61

Quadro 11 – Acidentes e afastamentos.....................................................................61

Quadro 12 – Condições de higiene e segurança no trabalho....................................63

Quadro 13 – Dados pessoais.....................................................................................66

Quadro 14 – Escolaridade e residência.....................................................................67

Quadro 15 – Trabalho................................................................................................68

Quadro 16 – Treinamento de segurança do trabalho................................................69

Quadro 17 – Exames médicos...................................................................................70

Quadro 18 – Campanhas de prevenção....................................................................70

Quadro 19 – Segurança na atividade de trabalho......................................................71

Quadro 20 – Utilização de equipamentos de proteção..............................................72

Quadro 21 – Ambiente de trabalho............................................................................73

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LISTA DE SIGLAS

AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

AIT - Agentes de Inspeção do Trabalho

CAT - Comunicação de Acidentes do Trabalho

CANPAT - Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho

CE - Comissão Eleitoral

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

NR - Norma Regulamentadora

OIT - Organização Internacional do Trabalho

OMS - Organização Mundial de Saúde

PAT - Programa de Alimentação do Trabalhador

PCMSO - Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional

PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e

Medicina do Trabalho

SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho

SSST - Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13

1.1 Problema de Pesquisa ......................................................................................14

1.2 Objetivos.............................................................................................................15

1.3 Aspectos metodológicos...................................................................................16

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio..............................................................16

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa...............................................................17

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados..........................................17

1.3.4 Tratamento e análise dos dados.......................................................................19

2 REVISÃO BIBLIOGÁFICA.....................................................................................21

2.1 Administração.....................................................................................................21

2.2 Administração de Recursos Humanos.............................................................24

2.3 Contrato psicológico..........................................................................................25

2.4 Higiene e segurança do trabalho......................................................................27

2.5 Políticas de Segurança do Trabalho.................................................................31

2.6 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (NR 5)....................................33

2.6.1 Organização da CIPA........................................................................................36

2.6.2 Funcionamento da CIPA...................................................................................41

2.6.3 Treinamento dos membros da CIPA.................................................................42

2.6.4 Processo eleitoral da CIPA................................................................................43

2.6.5 Contratantes e contratadas e a CIPA................................................................45

2.7 Ergonomia NR 17................................................................................................46

2.8 Normas legais relacionadas à segurança do trabalho...................................48

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO..............................................53

3.1 Histórico..............................................................................................................53

3.1.1 Missão, Visão e Valores....................................................................................53

3.1.2 Estrutura Organizacional...................................................................................55

3.1.3 Área de Atuação................................................................................................56

3.1.4 Principais Clientes.............................................................................................57

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3.1.5 Principais Fornecedores....................................................................................57

3.1.6 Principais concorrentes.....................................................................................58

3.2 Resultado da Pesquisa......................................................................................58

3.2.1 Diagnóstico das práticas de segurança do trabalho da empresa.....................58

3.2.2 Levantamento dos acidentes ocorridos por setor nos últimos dois anos..........65

3.2.3 Verificação dos setores mais suscetíveis a acidentes......................................66

3.2.4 Levantamento do número de dias de afastamento por acidente nos

setores da empresa...........................................................................................67

3.2.5 Identificação da percepção dos funcionários em relação às práticas de higiene

e segurança do trabalho....................................................................................67

3.2.6 Apresentação do plano com as ações necessárias para a implantação

da CIPA.............................................................................................................76

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................81

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................83

APÊNDICE.................................................................................................................86

ANEXO.......................................................................................................................90

DECLARAÇÃO DA EMPRESA...............................................................................100

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS....................................................................101

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1 INTRODUÇÃO

Para as empresas atingirem a produtividade e eficácia desejada, uma de suas

prioridades é a apresentação de boas condições no ambiente de trabalho, o que

certamente proporcionará aos seus colaboradores um equilíbrio entre condições de

vida e hábitos saudáveis.

O desenvolvimento e crescimento de uma organização estão relacionados ao

nível de comprometimento de seus colaboradores, que, mediante seu desempenho

e talento agregam valor ao seu ambiente de trabalho.

No contexto social também há uma conscientização a respeito da importância

do conceito de qualidade de vida no seu âmbito mais geral, aplicado à vida como um

todo, pelo fato de exigir das organizações uma visão mais ampla e percepção do

que pode ser feito para melhorar as condições de vida e bem-estar dos empregados

e até da sociedade. Estas exigências são refletidas por meio de uma crescente

melhoria na aplicação das normas que orientam o empregador e o empregado a

buscar estas condições de trabalho estável. Dentro do enfoque das necessidades do

ser humano, a qualidade de vida no trabalho se manifesta na preocupação com a

higiene e segurança do trabalho.

A área de Recursos Humanos é responsável pela integração e relação do

homem no trabalho, procurando o equilíbrio dos interesses entre empresa e

funcionários. É uma área imprescindível para alinhar os objetivos estratégicos da

organização aos objetivos dos Recursos Humanos, que tem como uma de suas

preocupações o alcance dos resultados. Para tanto precisa estabelecer ações que

garantam principalmente a integridade física e psíquica dos funcionários.

A conscientização das empresas em proporcionar melhores condições de

trabalho aos seus colaboradores veio da adaptação de muitos modelos utilizados em

países desenvolvidos, o que possibilitou atingir resultados significativos em nosso

país.

Acredita-se, pela observação que se faz do desenvolvimento nas áreas que

contextualizam as organizações, que a partir da década de setenta, quando foram

oficializadas as profissões nas áreas da engenharia da segurança e medicina do

trabalho, as atividades prevencionistas cresceram, e a legislação específica

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conquistou uma nova dimensão, culminando com a edição das Normas

Regulamentadoras.

Diante deste contexto que tem se desenvolvido cada vez mais, é fundamental

compreender a importância das práticas e políticas de segurança do trabalho para o

desenvolvimento das organizações no aspecto da prevenção de riscos, afinal,

anormalidades sempre são vistas de maneira negativa na imagem da empresa e no

seu processo produtivo.

A empresa Contactsul, preocupa-se em buscar informações e programas de

desenvolvimento para oferecer melhor integridade física e mental no que se refere à

segurança de seus colaboradores, o que justificou este estudo.

Este trabalho de conclusão de estágio foi desenvolvido com a finalidade de

verificar como um programa de segurança do trabalho poderá contribuir para a

melhoria dos processos e para qualidade de vida dos colaboradores da empresa

situada em Balneário Camboriú, onde são desenvolvidas atividades de fabricação de

fios, cabos e condutores elétricos isolados para o setor automotivo.

1.1 Problema de pesquisa

Apesar da necessidade de um entendimento maior por parte de muitas

empresas, existe uma preocupação com os colaboradores na área da segurança do

trabalho, por este motivo tem-se desenvolvido políticas e práticas prevencionistas

que tem possibilitado a ampliação dos investimentos neste aspecto, com a finalidade

de melhorar o ambiente de trabalho e contribuir para empresa alcançar seus

objetivos.

Este trabalho foi realizado em Balneário Camboriú, na empresa Contactsul

Ltda., que atua no mercado na área de fabricação de fios, cabos e condutores

elétricos isolados para o setor automotivo.

A preocupação com a segurança do trabalho tem se mostrado uma excelente

ferramenta para empresa atingir metas de produção, podendo proporcionar ao

mesmo tempo conforto e integridade para a saúde física e mental de seus

colaboradores.

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Desta forma, este trabalho de conclusão de estágio se propôs em levantar

“que aspectos deverão ser considerados para elaboração de um programa de

segurança na empresa Contactsul Ltda.?”.

A importância deste trabalho se caracterizou pela oportunidade que a

empresa teve em conhecer suas forças e fraquezas na área da higiene e segurança

do trabalho, buscando a partir daí um aperfeiçoamento no que for necessário por

meio de melhorias e acompanhamentos, proporcionando maior segurança para os

empregados que trabalham com algum grau de risco para sua integridade física.

Para o acadêmico foi a oportunidade de testar seus conhecimentos numa

realidade empresarial, o que condiz com a opinião de Roesch (1999, p. 19), onde

afirma que o estágio “proporcionará uma oportunidade de testar seus

conhecimentos”. Levando-se em conta o que foi observado pela autora, a

oportunidade de colocar em prática os conhecimentos recebidos, permite também

transformá-los em vantagem competitiva para as partes envolvidas.

Este trabalho teve caráter singular na empresa Contactsul Ltda., e se

diferencia dos programas já implantados referente à segurança do trabalho, como

também contempla uma área ainda não pesquisada na organização.

Quanto à viabilidade de execução, obteve-se apoio e interesse da empresa e

sua abertura em disponibilizar as informações necessárias para o seu sucesso, bem

como o fato de que não acarretou custos para a mesma.

1.2 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho de conclusão de estágio foi Elaborar um

programa de higiene e segurança no trabalho para a empresa Contactsul Ltda.

Considerando o objetivo geral proposto acima, definiram-se os seguintes

objetivos específicos:

� Diagnosticar as práticas de segurança do trabalho da empresa.

� Levantar os acidentes ocorridos por setor nos últimos dois anos.

� Verificar que setores estão mais suscetíveis a acidentes.

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� Levantar o número de dias de afastamento por acidente nos setores da

empresa.

� Identificar a percepção que os funcionários têm em relação às práticas de

higiene e segurança do trabalho.

� Apresentar um plano com as ações necessárias para a implantação da CIPA.

1.3 Aspectos metodológicos

Este tópico apresenta os aspectos metodológicos para a realização do

trabalho de estágio, envolvendo os itens de caracterização do trabalho de estágio,

contexto e participantes da pesquisa, procedimentos e instrumentos de coleta,

tratamento, e análise dos dados.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

O delineamento deste trabalho de estágio utilizou o método qualitativo,

considerando que a pesquisa qualitativa possui um caráter distinto da quantitativa,

conforme sustenta Richardson (1999), a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada

como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características

situacionais apresentados pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas

quantitativas de características comportamentais.

Quanto à tipologia de estágio, utilizou-se uma proposição de planos, e como

ressalta Roesch (1999, p. 71), “a preocupação é apresentar soluções para

problemas já diagnosticados pela organização”. Em uma proposição de planos a

autora orienta que seja estudada e apresentada à viabilidade de um plano

alternativo e apresentada sua proposta final, apresentando sugestões para sua

implementação.

A estratégia adotada classificou-se como estudo de caso, em razão de ser

uma “estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno dentro de seu

contexto”. (YIN, 2001, p. 19).

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17

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa

Como ressalta Mattar (2001, p. 67), “a participação da pesquisa consiste no

questionamento, oral ou escrito, dos respondentes, para a obtenção do dado

desejado, que será fornecido por declaração oral ou escrita do projeto”.

Neste trabalho de estágio os participantes foram agrupados em duas classes

distintas, aqueles que controlam os processos e práticas de segurança do trabalho,

como o setor de recursos humanos, e aqueles que utilizam equipamentos de

proteção (EPI). Sendo que estes que utilizam equipamentos de proteção formaram

uma população de 14 funcionários.

Em comentário a essa questão, o autor aborda que a população é o conjunto

de elementos que possuem determinadas características. (RICHARDSON, 1999).

Neste sentido, Marconi e Lakatos (1999), ressaltam que a pesquisa censitária

é aquela que envolve toda população, sendo assim, para efeito deste trabalho foi

utilizado este tipo de pesquisa, porque o processo de implantação da CIPA envolveu

todos os funcionários da empresa Contactsul.

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Coleta de dados nada mais é do que uma análise feita por uma equipe que

verifica o processo de pesquisa em dados separados no tempo.

Os dados foram coletados por meio de fontes primárias e secundárias, as

fontes primárias de acordo com Richardson (1999, p. 253), “são aquelas que têm

uma relação física direta com os fatos analisados, existindo um relato ou registro da

experiência vivenciada”. Uma pessoa que observa um acontecimento é considerada

uma fonte primária.

Os dados primários foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada

e não estruturada com o dirigente da empresa e com os funcionários, para

diagnosticar as práticas de segurança da empresa e a percepção dos colaboradores

com relação às práticas de Higiene e Segurança do Trabalho. A entrevista semi-

estruturada com o dirigente foi realizada na primeira quinzena de fevereiro/2008,

conforme disponibilidade do gestor, no período da tarde, contemplou treze perguntas

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direcionadas as práticas de higiene e segurança no trabalho, considerando as

categorias dos autores Celinski (1994), Prado (2002), e Zocchio (2001), relacionadas

no quadro 1.

CATEGORIAS SIGNIFICADOS Práticas de segurança Práticas que a empresa utiliza Treinamento de segurança Investimento em treinamentos Exames médicos Realização de exames periódicos Ambiente de trabalho Limpeza, iluminação, ventilação Campanhas de prevenção Conscientização dos funcionários Utilização de EPIs Orientação, controle, necessidade Acidentes e afastamentos Levantamento dos acidentes Condições de Higiene e segurança Inspeção, reclamações, tratamento Quadro 1: Categorias e Significados Fonte: Adaptado com base nos autores Celinski (1994), Prado (2002) e Zocchio (2001).

A pesquisa com os funcionários ocorreu por meio de uma entrevista semi-

estruturada, utilizando-se também as categorias citadas no quadro 1, contendo

dezessete perguntas, onde nas primeiras sete tratou-se do perfil dos funcionários e

as outras da percepção que os funcionários têm em relação a estas práticas. Os

funcionários foram chamados um a um, sendo explicado o motivo da pesquisa, cada

entrevista foi realizada no tempo médio de uma hora, na segunda quinzena de

fevereiro de 2008, sendo entrevistado um a dois funcionários por dia, conforme

disponibilidade de tempo dos mesmos.

A entrevista não estruturada, sem uso de roteiro, permite ao entrevistador

maior flexibilidade e um melhor aproveitamento das falas do entrevistado,

proporcionando um bom desenvolvimento da entrevista e um aprofundamento no

foco do estudo. (RICHARDSON, 1999)

A entrevista semi-estruturada como explica Marras (2002, p. 148) “é a

entrevista cujo processo pode ser ou não planejado o que e como fazer ao longo de

todo o tempo da entrevista”.

Para um melhor entendimento sobre fontes secundárias, Mattar (2001, p. 48),

assinala, que “as fontes secundárias são aquelas que já foram coletadas, tabuladas,

ordenadas e às vezes até analisadas e que estão catalogadas à disposição dos

interessados”.

Foi também utilizada a análise documental, conforme sustenta Richardson

(1999, p. 230), esta análise “consiste em uma série de operações que visam estudar

e analisar os vários documentos para descobrir as circunstâncias sociais e/ou

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19

econômicas com as quais podem estar relacionadas”. Esta análise foi utilizada para

atender os objetivos de levantamento e verificação de dados para a pesquisa.

O pesquisador também utilizou o método de observação participante para a

complementação dos dados, que de acordo com Marconi e Lakatos (1999), consiste

na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo. O pesquisador se

incorpora ao grupo com o objetivo de conquistar confiança e fazer os indivíduos

compreenderem a importância do trabalho. Neste trabalho a observação ocorreu nos

meses de agosto a novembro de 2007 e março a junho de 2008, período em que

foram cumpridas as horas de estágio, mediante uma freqüência na empresa de dois

dias por semana, por tempo de duas horas em cada dia.

O referencial teórico para a elaboração do instrumento considerou os autores

Zocchio (2001), Celinski (1994) e Prado (2002).

1.3.4 Tratamento e análise dos dados

Os dados foram organizados de duas maneiras distintas: por tipo de

acidentes e por área de trabalho. Este processo conforme Richardson (1999),

representa um nível de análise que permite identificar as características dos

fenômenos, possibilitando também a ordenação e classificação destes.

Os dados foram tratados por meio da análise de conteúdo e apresentados por

quadros e textos descritivos.

A análise de conteúdo como assinala Richardson (1999, p. 223), “é um

conjunto de instrumentos metodológicos cada dia mais aperfeiçoados que se

aplicam a discursos diversos”.

Já Roesch (1999), conceitua análise de conteúdo como sendo o “método que

busca classificar palavras, frases, ou mesmo parágrafos em categorias e

conteúdos”.

Sendo assim, as análises foram definidas de acordo com o referencial teórico

utilizado.

Em consonância com o acatado por Mattar (2001, p. 192), “o objetivo principal

da análise de dados é permitir ao pesquisador, o estabelecimento das conclusões, a

partir dos dados coletados”.

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20

A partir destes dados coletados os resultados foram apresentados por meio

de quadros, utilizando textos explicativos, que segundo Roesch (1999), cabe ao

pesquisador interpretar e explicar o conteúdo e dessa forma expor os resultados

obtidos.

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21

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo fundamenta o conhecimento necessário para execução da

proposta de estudo, abordando os seguintes assuntos: funções e princípios da

administração, funções do administrador, áreas da administração, administração de

recursos humanos, e temas relacionados à Higiene e Segurança do Trabalho.

2.1 Administração

A administração revela-se nos dias atuais como uma das áreas do

conhecimento humano que mais apresenta complexidade e desafios. O profissional

que utiliza a administração como sua área de atuação, pode trabalhar nos mais

variados níveis de uma organização, desde o nível hierárquico de supervisão

elementar até o nível de dirigente máximo da organização.

A administração norteia diversas áreas de especialização, e em cada uma

destas áreas as contingências são altamente diversificadas.

A administração conforme sustenta Daft (2005, p.5), “é o alcance das metas

organizacionais de maneira eficaz e eficiente por meio de planejamento,

organização, liderança e controle dos recursos organizacionais”. A administração,

portanto, trata do planejamento, da organização, da direção e do controle de todas

as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorrem dentro de uma

organização.

Para Drucker (2001), a administração é uma ciência eminentemente

orientadora, buscando equacionar como as coisas podem ser feitas de maneira

correta, em quais circunstâncias ou ambientes e por que. A administração é o ato de

pensar e, sobretudo, raciocinar a partir de uma bagagem de conceitos e idéias que

trazem ferramentas que viabilizam a maximização dos resultados.

O administrador de empresas é a pessoa que irá dirigir um negócio, seja ele

grande ou pequeno, estabelecendo metas e objetivos, e por meio da utilização de

ferramentas de trabalho atingir os objetivos propostos.

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22

Uma das tarefas da administração como ressalta Drucker (2001, p. 32), “é

tornar o trabalho produtivo e transformar o trabalhador em realizador. A empresa só

possui um recurso verdadeiro: o homem”. Percebe-se que a administração atinge

seus objetivos quando torna produtivos seus recursos humanos, de maneira que

este alcance suas metas por intermédio do trabalho.

As organizações, cada vez mais buscam diversos objetivos, sendo na sua

área de atuação ou até mesmo na prospecção de novos nichos de mercado e para

cada uma delas, devem ser buscadas as respostas certas para cada tipo de ação.

Com relação a este assunto, Chiavenato (2001), salienta que, não existem

duas organizações iguais, como também não existem pessoas idênticas. Cada

organização tem seus objetivos próprios, ramo de atividades, gestores e pessoal,

suas dificuldades internas e externas, seu mercado, tecnologia e políticas de

negócio.

Nesse sentido a administração sofre transformações com o objetivo de

facilitar o modo de obter resultados por meio das pessoas, apresentando

abordagens de acordo com necessidades do meio onde as organizações estão

inseridas.

As áreas de atuação da Administração incluem Administração de Produção,

Administração de Marketing, Administração Financeira, Administração de Materiais e

Administração de Recursos Humanos.

A administração de produção como ressalta Moreira (1998, p.16), “diz

respeito àquelas atividades orientadas para a produção de um bem físico, ou à

prestação de um serviço”. Entende-se ainda que a administração de produção seja

subdividida em sistemas que fazem com que os processos produtivos funcionem

adequadamente. Como salienta o mesmo autor, sistema de produção é um conjunto

das atividades e operações inter-relacionadas e envolvidas na produção de bens ou

serviços.

Em comentário a essa questão Silva (1997, p.10), aponta que a

“administração de produção é a especialização administrativa que trata do

planejamento, organização, direção e controle do setor de produção de uma

empresa”.

A Administração de Marketing busca realizar determinados objetivos

mediante programas voltados à comercialização de produtos e serviços.

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23

Conforme dispõe Kotler e Armstrong (1998, p.8), “a administração de

marketing, envolve uma demanda administrativa que, por sua vez, envolve

relacionamentos administrados com o cliente”. Analisando a Administração de

Marketing, verifica-se que os objetivos que envolvem esta área de atuação dividem-

se em: implementação e controle de programas, destinados a criar, desenvolver e

manter trocas de benefícios com os compradores-alvo, a fim de atingir objetivos

organizacionais.

De acordo com Silva (1997, p.120), “administração de marketing é o

planejamento administrativo que trata do planejamento, organização, direção e

controle do setor de comercialização de uma empresa”.

A Administração Financeira é uma das áreas da administração cuja

finalidade é a melhor utilização possível de recursos financeiros, bem como sua

maximização, para prover a maior rentabilidade e liquidez para a organização.

A função financeira, como salienta Archer e D’Ambrosio (1969, apud

SANVICENTE, 1987, p. 367), compreende:

[...] os esforços despendidos, objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à maximização dos retornos dos proprietários das ações ordinárias da empresa, ao mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de certo grau de liquidez.

A administração financeira tem como função primordial à análise de equilíbrio

entre o investimento e o retorno das empresas, objetivando assim, a sua

sobrevivência dentro do mercado. De acordo com Silva (1997, p.157),

“administração financeira é a especialização administrativa, que trata do

planejamento, organização, direção e controle do setor de finanças de uma

empresa”.

A Administração de Materiais é outra importante área da administração,

responsável pelo abastecimento e controle de produtos, e como observa Gurgel

(2000, p. 15), é uma ”atividade que planeja, executa e controla, nas condições mais

eficientes e econômicas, o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos

a comprar até a entrega do produto, terminando no cliente”.

Acerca do tema em apreço, Dias (2005, p. 13), enfatiza que “a administração

de materiais compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a

coordenação dessa atividade com a demanda de produtos ou serviços da empresa”.

Finalmente, pretende-se abordar a área de recursos humanos e sua

importância nas organizações, e a respeito deste tema Daft (2005, p. 293), salienta

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24

que, “a administração de recursos humanos tem papel importante em encontrar e

desenvolver as pessoas da organização como recursos humanos que contribuem

para o seu sucesso” isto quer dizer que, para o sucesso de uma organização é

necessário encontrar as pessoas certas para desempenhar as funções certas, bem

como saber desenvolvê-las para alcançar os objetivos da empresa. Sendo esta uma

das responsabilidades da administração de recursos humanos.

2.2 Administração de Recursos Humanos

A área de Recursos Humanos é de fundamental importância para o

desenvolvimento das organizações. Marras (2002), enfatiza que as

responsabilidades primordiais da área responsável pelos Recursos Humanos é

cuidar da qualidade de vida dos empregados e melhorar os resultados

organizacionais por meio de programas que visam implementar e manter a

qualidade e a produtividade destes empregados, bem como integrar o colaborador

aos objetivos da empresa e ao seu contexto, com o fim de atingir metas.

O ambiente empresarial é altamente competitivo, e para que alcance o

sucesso desejado é necessária uma administração eficaz de recursos humanos,

desta forma Chiavenato (1999, p. 103), salienta que:

[...] como os recursos humanos constituem o elemento crítico em cada componente da organização de RH se fundamenta na responsabilidade de cada gerente em cada área funcional da organização, seja ela finanças, contabilidade, marketing, produção, compras e inclusive a ARH. Administrar pessoas é uma responsabilidade gerencial, isto é, de linha, embora seja uma função de staff.

Entende-se então, que independente da área escolhida, o futuro

administrador necessita ter uma visão holística, principalmente no que se refere aos

recursos, ou ativos da organização.

Portanto, os recursos humanos das organizações, são as pessoas

participantes de todos os processos e da continuidade desta, desde o nível mais

baixo ao mais alto da empresa. São recursos que aprendem, crescem e

desenvolvem-se, ao contrário de máquinas e equipamentos.

A administração de Recursos Humanos tem então, um papel muito importante

dentro das organizações, onde trabalham pessoas completamente diferentes, de

culturas diversas. Desta forma, Milkovich e Boudreau (2000, p. 19), entendem a

Page 25: HST Brasil

25

administração de recursos humanos como, “uma série de decisões integradas que

passam as relações de trabalho, sua qualidade e influência diretamente na

capacidade da organização e de seus empregados em atingir seus objetivos”.

A administração de recursos humanos pode fazer com que as pessoas

cresçam e sejam beneficiadas pelo seu trabalho mediante a integração entre

pessoas com a empresa. De acordo com Daft (2005, p. 293), a administração de

recursos humanos refere-se ao “projeto e à aplicação de sistemas formais em uma

organização para garantir o uso eficaz e eficiente do talento humano na realização

das metas organizacionais”.

A administração de recursos humanos é responsável pela integração entre as

pessoas e a organização, para que por meio desta união possa ocorrer um ambiente

saudável, desenvolvendo uma força de trabalho eficaz dentro da organização, de

maneira que seus objetivos sejam atingidos.

Os processos da administração de RH são ferramentas para que o

administrador tome decisões adequadas, de como integrar, coordenar e até

satisfazer os próprios funcionários. Conforme enfatizam Tachizawa, Ferreira e

Fortuna (2001, p. 61), “é por em prática uma estratégia tanto no nível microssocial

quanto no nível macrossocial, ou seja, operacionalmente, as estratégias devem

direcionar a gestão da organização”. Não basta somente possuir uma estratégia, é

necessário muito mais do que documentos que se tornam obsoletos sem uma

gestão que direcione a organização à prática de seus conhecimentos, sendo um

deles a prática da higiene e segurança do trabalho.

2.3 Contrato psicológico

É importante conceituar contrato psicológico, bem como sua ligação com as

expectativas dos indivíduos, considerando que ao abordar o tema segurança do

trabalho percebe-se que, assim como o empregador espera que os indivíduos

alcancem os objetivos da organização, estes por sua vez esperam um ambiente

seguro no trabalho de maneira que possam desempenhar suas funções com

tranqüilidade.

Page 26: HST Brasil

26

Para França (2006, p. 11), “o Contrato Psicológico é um fenômeno

psicossocial que ocorre sempre que se constroem vínculos, em que entra em jogo a

satisfação das necessidades de duas ou mais partes”. Os vínculos psicossociais têm

sua origem nas necessidades individuais e coletivas. (HANDY, 1978).

No relacionamento entre um funcionário e a organização, cada uma das

partes só participa pelo que espera em troca de sua participação. Um indivíduo,

assim como a organização, constitui um sistema com necessidades específicas.

Esses dois sistemas só se unem em um relacionamento cooperativo quando ele

oferece oportunidade para satisfação de suas respectivas necessidades. A

organização emprega o indivíduo porque seus serviços são essenciais para a

conquista de suas metas; da mesma forma, o indivíduo só contribui com seus

serviços quando isso proporciona a satisfação de suas necessidades pessoais.

O contrato psicológico pode ser entendido como o conjunto dos termos

altamente subjetivos e específicos para cada empregado, termos estes que podem

ser elementos concretos (salário, condições de trabalho), ou abstratos (segurança,

desafio pessoal), de uma relação de troca entre empregado e empregador. A

formação desta relação de troca tem início desde o processo de recrutamento e

seleção do empregado e se prolonga durante todo o vínculo do empregado com a

organização.

De acordo com Rousseau (1993, apud MENEGON, 2004), o contrato

psicológico dentro das organizações faz referência às crenças individuais sobre

termos de troca entre o empregador e o empregado.

O conceito de contrato psicológico do trabalho subentende a existência de

duas partes: a organização e o individuo que nela trabalha. A relação entre os dois

componentes deste contrato é interativa e possui influência mútua, e mútuo ajuste,

para que seja funcional. Esse contrato não se dá formalmente e rege o que a

organização espera dos indivíduos que nela trabalham e o que esses indivíduos

esperam dessa organização. Assim, o contrato psicológico do trabalho é um

conjunto de expectativas de ambas as partes sobre as ações da outra parte ou seu

modo de se comportar. Essas expectativas inerentes aos dois participantes desse

tipo de contrato acabam sendo um forte determinante no comportamento de ambos.

A respeito deste assunto Chiavenato (2004, p. 117), salienta que “a interação

psicológica entre empregado e organização é basicamente um processo de

reciprocidade”. Neste processo a organização realiza a parte dela pelo participante,

Page 27: HST Brasil

27

remunerando-o e oferecendo segurança; reciprocamente, o participante cumpre sua

parte trabalhando e desempenhando suas tarefas. A essa reciprocidade o autor

comenta que alguns psicólogos chamam de contrato psicológico, ou seja, aquilo que

vai além do contrato formal, que é um entendimento tácito entre indivíduo e

organização.

Em relação a isto, pode-se dizer que existe uma expectativa entre as duas

partes no que se refere à segurança do trabalho, onde o empregado espera

encontrar um ambiente seguro e estável, para desenvolver suas habilidades e

desempenhar as tarefas; por outro lado e empregador também espera que este

empregado tenha o cuidado e a atenção no trabalho de modo a não acarretar

nenhum tipo de acidente, seja ele físico ou material, evitando com isto prejuízos com

o afastamento do empregado e falta de mão-de-obra para atingir seus objetivos.

Para que as expectativas sejam atingidas neste caso é necessário que o

empregador seja responsável oferecendo os equipamentos de segurança ao

empregado, e este por sua vez faça uso dos mesmos para o seu próprio benefício,

bem como para atingir metas da empresa relacionadas à segurança e saúde.

2.4 Higiene e Segurança do trabalho

A higiene e segurança do trabalho é outra forma onde as organizações

estabelecem um plano de manter condições adequadas à saúde e ao bem-estar dos

funcionários. Para Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001, p. 229) a higiene no

trabalho “é uma ciência voltada para o conhecimento, avaliação e controle dos riscos

para a saúde dos funcionários, visando à prevenção das doenças ocupacionais,

aquelas relacionadas à profissão”.

Para se conhecer melhor o histórico da segurança do trabalho, é necessário

voltar um pouco no tempo e observar que o homem primitivo teve sua integridade

física e capacidade produtiva diminuída pelos acidentes da caça, da pesca e da

guerra, que eram consideradas as atividades mais importantes de sua época.

Depois, quando o homem das cavernas se transformou em artesão, descobrindo o

minério e os metais, estes puderam facilitar seu trabalho pela fabricação das

Page 28: HST Brasil

28

primeiras ferramentas, conhecendo também, as primeiras doenças do trabalho,

provocadas pelos próprios materiais que utilizava. (ALBERTON, 1996).

A partir daí, grande parte das atividades às quais o homem tem se dedicado

ao longo dos anos, apresentam uma série de riscos em potencial, freqüentemente

concretizados em lesões que afetam sua integridade física ou sua saúde.

Conforme afirmam Ansell e Wharton (1992, apud ALBERTON, 1996, p. 67), “o

risco é uma característica inevitável da existência humana”. Entende-se então que o

homem, as organizações e a sociedade se quiserem atingir novos patamares de

crescimento, não conseguem sobreviver por um longo período sem a existência de

tarefas perigosas, ainda que planejadas.

Nesse contexto Alberton (1996, p. 34), comenta a respeito da evolução do prevencionismo:

O início da Revolução Industrial em 1780, a invenção da máquina a vapor por James Watts em 1776 e do regulador automático de velocidade em 1785, marcaram profundas alterações tecnológicas em todo o mundo, permitindo a organização das primeiras fábricas modernas e Indústrias, o que significava uma revolução econômica e social também acarretou os primeiros acidentes de trabalho e as doenças profissionais, que se alastravam e tomavam proporções alarmantes.

Este avanço tecnológico permitiu a organização das primeiras fábricas

modernas, a extinção das fábricas artesanais e o fim da escravatura, significando

uma revolução econômica, social e moral.

Contudo, foi com o surgimento das primeiras indústrias que os acidentes de

trabalho se alastraram, tomando proporções alarmantes. Os acidentes eram, em

grande parte, provocados por substâncias e ambientes inadequados, dadas às

condições subumanas em que as atividades fabris se desenvolviam, e grande era o

número de doentes e mutilados.

Esta situação continuou até a Primeira Guerra Mundial, apesar de apresentar

algumas melhoras com o surgimento dos trabalhadores especializados e mais

treinados para manusear equipamentos complexos, que necessitavam cuidados

especiais para garantir maior proteção e melhor qualidade.

Durante a Segunda Grande Guerra, o movimento prevencionista toma forma,

pois foi quando se pôde perceber que a capacidade industrial dos países em luta

seria o ponto crucial para determinar o vencedor, capacidade esta, mais facilmente

adquirida com um maior número de trabalhadores em produção ativa. (ALBERTON,

1996).

Page 29: HST Brasil

29

A partir daí, a Higiene e Segurança do Trabalho transformou-se,

definitivamente, numa função importante nos processos produtivos e enquanto nos

países desenvolvidos este conceito já é popularizado, os países em

desenvolvimento lutam para implantá-lo.

A atividade de higiene e segurança do trabalho ou higiene industrial, no

contexto da gestão de RH, segundo Carvalho e Nascimento (1998, p.296), ”inclui

uma série de normas e procedimentos”. Ela tem por objetivo a proteção da saúde

física e mental do empregado, procurando resguardá-lo dos riscos de saúde

relacionados com o exercício de suas funções e com o ambiente físico onde o

trabalho é executado.

Nos países da América Latina, a exemplo da Revolução Industrial, a

preocupação com os acidentes do trabalho e doenças ocupacionais também ocorreu

mais tardiamente, sendo que no Brasil os primeiros passos surgem no início da

década de 30 sem grandes resultados, tendo sido inclusive apontado na década de

70 como o campeão em acidentes do trabalho. (CARVALHO E NASCIMENTO,

1998).

“Um dos primeiros e significativos avanços no controle e prevenção de

acidentes foi à teoria de Controle de Danos concretizada nos estudos de Bird e

complementada pela teoria de Controle Total de Perdas de Fletcher”. (ALBERTON,

1996, p. 42). Com a Engenharia de Segurança de Sistemas introduzida por

Hammer, surgem as técnicas de análise de riscos com o que hoje se tem de melhor

em prevenção. Colocando o homem num patamar onde se torna figura central,

sendo então rodeado por todos os outros componentes que compõe um sistema,

como: equipamentos, materiais, instalações e hoje, numa visão mais moderna de

qualidade de vida, o meio ambiente e a preservação à natureza.

Com relação à Legislação em Segurança do Trabalho no Brasil, as leis que

começaram a abordar a questão da segurança no trabalho só surgiram no início dos

anos 40. De acordo com Lima Jr. (1994), o qual fez um levantamento desta

evolução, o assunto só foi mais bem discutido em 1943 a partir do Capítulo V do

Título II da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). A primeira grande

reformulação deste assunto no país só ocorreu em 1967, quando se destacou a

necessidade de organização das empresas com a criação do SESMT (Serviços

Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho). O grande

salto qualitativo da legislação brasileira em segurança do trabalho ocorreu em 1978

Page 30: HST Brasil

30

com a introdução das vinte e oito normas regulamentadoras (NR) do Ministério do

Trabalho.

A Legislação atual de Segurança do Trabalho no Brasil compõe-se de

Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis

complementares, como portarias e decretos e também as Convenções

Internacionais da OIT - Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo

Brasil.

Diante de tantos conceitos e afirmações dos autores estudados, entende-se

que do ponto de vista da administração de RH, a saúde e a segurança dos

empregados se constitui em uma das principais bases para a preservação da força

de trabalho qualificada de uma organização.

Desta maneira o conceito de Higiene do trabalho é descrito por Saliba, Corrêa

e Amaral (2002, p. 11), como:

A ciência e a arte dedicada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e que podem causar enfermidades, prejuízos para a saúde ou bem-estar dos trabalhadores, também tendo em vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral.

Portanto, os objetivos de um programa de higiene do trabalho consistem

reconhecer, avaliar e controlar os riscos ambientais presentes nos locais de

trabalho.

Dos ensinamentos de Carvalho e Nascimento (1998), a Higiene e Segurança

do Trabalho são atividades interligadas que repercutem diretamente sobre a

continuidade da produção e sobre o moral dos empregados. Segurança do Trabalho

é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas,

empregadas para prevenir acidentes, seja eliminando as condições inseguras do

ambiente, ou instruindo e convencendo as pessoas para implantação de práticas

preventivas.

Referente às colocações expostas pelos autores acima, a figura abaixo

possibilita melhor compreensão da interligação das atividades da higiene e

segurança do trabalho:

Figura 1 – Interligação das atividades de higiene do trabalho. Fonte: Saliba, Corrêa e Amaral (2002, p. 11).

Decorrentes

É a ciência que atua no campo da saúde ocupacional

Dos riscos ambientais

Prevenir Doenças do trabalho

Aplicando os recursos da engenharia e medicina

Page 31: HST Brasil

31

As empresas se aperfeiçoam cada vez mais na área de qualidade de vida de

seus funcionários, criando ferramentas e serviços de segurança. De modo genérico

a Higiene e Segurança do Trabalho constituem duas atividades intimamente

relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e materiais de trabalho,

capazes de manter certo nível de saúde dos empregados.

2.5 Políticas de segurança do trabalho

A administração de qualquer atividade exercida numa empresa será sempre

mais fácil e mais eficaz quando estiver alicerçada em uma política cuidadosamente

definida com o assunto a ser administrado. A segurança e a saúde no trabalho estão

entre as atividades que devem ter o respaldo de uma política que esteja em

conformidade com as obrigações legais e sociais da empresa e com os princípios

fundamentais de combate aos infortúnios de trabalho; acima de tudo, pela

importância sócio-econômica dessas atividades e pela sensibilidade administrativa

que requerem. (CAMPOS, 2007).

A política prevencionista deve fazer parte do conjunto de políticas de uma

empresa, segundo Zocchio, (2000, p. 13), ela trata “de algo indispensável ao pleno

êxito das demais atividades, a segurança e a saúde dos trabalhadores, fatores de

inegável valor para a qualidade de vida dos empregados e produtividade da

empresa”.

A política que trata da prevenção de acidentes se difere de outras políticas

empresariais somente no conteúdo, os conceitos são os mesmos, pois se trata de

um documento normativo que estabelece uma linha de conduta a ser observada por

pessoas e setores da empresa, pois, conforme ressalta o mesmo autor, (2000, p.13),

estão incluídos nessa definição de conduta:

“Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho (SESMT), como órgão da empresa, e a Comissão Interna de Prevenção e

Acidentes (CIPA), como comissão legalmente constituída”.

Esta política abrange principalmente atividades da engenharia de segurança e

da medicina do trabalho e pode ser descrita num mesmo texto ou num texto

individual para cada área, pois, na opinião de Campos, (2007, p. 28), “tanto faz um

Page 32: HST Brasil

32

texto comum como um individualizado, desde que leve ambas as atividades a se

encontrarem nos pontos em que devem complementar-se e caminharem juntas”.

Uma política de segurança possibilita cobertura normativa e apoio logístico a

alguns assuntos administrativos e operacionais das atividades destinadas à

prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, para assegurar o

sucesso das atividades. De acordo com Zocchio, (2000, p. 21), existem seis ramos

principais da política prevencionista, como estão em destaque abaixo:

• Tipo de organização.

• Definição de responsabilidades.

• Ações em casos de acidentes e de doenças.

• Ações nas várias atividades do controle de riscos.

• Plano de educação e treinamento.

• Plano de promoção e divulgação.

As vantagens de uma política de segurança e saúde no trabalho bem definida

mantém estável a operacionalidade das atividades, evitando-se riscos de mudança

de rumo em determinadas ocasiões, o que não é conveniente, pois causam

instabilidade as atividades prevencionistas. O autor faz menção de exemplos como à

troca de dirigentes que realizam tudo a sua maneira, sem se preocuparem com o

que pode acontecer, o que importa é sua satisfação pessoal, ou ainda, a

substituição da chefia do SESMT, por profissional de fora que passa a fazer as

coisas a sua moda.

Cabe principalmente ao grande escalão da empresa, diretoria ou

administração, segundo salienta o mesmo autor, (2000, p. 61), algumas

responsabilidades como: “Definir a política a ser aplicada as atividades

prevencionistas da empresa; assinar o texto da política a ser cumprida por todos os

empregados e setores da empresa; e cobrar pelo cumprimento da política”.

Administrar uma atividade tão importante como segurança e saúde no

trabalho sem a base de uma política que defina os rumos que a empresa deseja dar

a essa atividade e os objetivos que espera alcançar é no mínimo difícil de

compreender, portanto, ter uma política bem elaborada nesta área, contribuirá na

redução dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais.

Page 33: HST Brasil

33

2.6 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Esta sessão secundária tratará de maneira sucinta e objetiva a respeito da

CIPA, baseada na Norma Regulamentadora 5 (NR 5).

A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) é um programa

implantado junto ao departamento de segurança que objetiva diminuir ou até

extinguir os acidentes e doenças causadas pelo trabalho utilizando-se de técnicas

apropriadas.

Partindo-se para legislação da CIPA, no dia 1° de maio de 1943 foi criado o

Decreto-Lei nº. 5.452, que aprovou a CLT e em seu Capítulo V, que tratou da

questão da Segurança e da Medicina do Trabalho, na Seção III, dos Órgãos de

Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas, em seu artigo 163, tornou

obrigatório a constituição da CIPA, de conformidade com instruções expedidas pelo

MTE, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas, e em seu artigo

165, relatou que os titulares da representação dos empregados nas CIPA's de não

poderem sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar

em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro (GONÇALVES, 2000).

Segundo a Portaria n° 3.214 de 8 de junho de 1978, aprovaram as NR's, e

dentre as trinta e uma, conforme a última revisão desta portaria encontra-se aquela

que rege a CIPA, que é a NR-5 (MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS, 2005).

A CIPA é um grupo constituído por representantes do empregador e dos

empregados, que "tem por objetivo prevenir os acidentes e doenças decorrentes do

trabalho, de modo a tornar compatível permanente o trabalho com a preservação da

vida e preservação da saúde do trabalhador", conforme a NR-5, item 5.1 (MANUAIS

DE LEGISLAÇÃO ATLAS, 2005, p. 64).

Fica claro que o objetivo da CIPA é envolver tanto os empregados como o

empregador de uma empresa, para proporcionar um ambiente seguro de trabalho

por meio da prevenção de acidentes.

A NR-5, em seu item 5.2, que trata da constituição, relata que:

Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-Ia em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, bem como outras instituições que admitem trabalhadores como empregados. (MANUAIS DE LEGISLAÇÂO ATLAS, 2005, p. 64).

Page 34: HST Brasil

34

Portanto a CIPA não se restringe somente a empresas de grande porte e

privadas, senão a todas aquelas que admitem trabalhadores diretos, sejam elas

privadas ou públicas, beneficentes ou recreativas, a preocupação com a saúde deve

estar em todos os setores que envolvem pessoas. A CIPA é imposta somente as

empresas com vinculo empregatício de acordo com a Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT), mas a segurança é responsabilidade de todos.

A NR-5, em seu Quadro I, relata o Dimensionamento da CIPA , e é bem clara

quando afirma que somente é consolidada quando o número de empregados de

uma organização for de vinte ou mais.

O resumo do quadro da NR-5 é apresentado abaixo para visualizar-se em que

grupo a empresa, objeto do estudo, se encontra e qual seu dimensionamento para

implantação da CIPA:

*GRU-

POS

N° de Empregados

no Estabele cimento

N° de Membros

da CIPA

0 a

19

20

a

29

30

a

50

51

a

80 81 a

100 101

a

120 121 a

140 141

a

300 301 a

500 501 a

1000 1001 a

2500 2501 a

5000 5001 a

10.000

Acima de

10.000

para cada

grupo de 2.500

acrescentar

C-7 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1

C-7a Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2

C-8 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1

Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1

C-9 Efetivos 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1

Suplentes 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1

C-10 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2

C-11 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2

Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2

C-12 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2

Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2

C-13 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2

Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2

C-14 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2

Quadro 2: Dimensionamento da CIPA Fonte: Adaptado da NR-5 (Parte do anexo A)

Page 35: HST Brasil

35

De acordo com Araújo (2002), o quadro acima determina o dimensionamento

da CIPA no qual se encontra o número de membros para a comporem em efetivos e

suplentes referentes ao número de funcionários do estabelecimento e grupo de

classificação e atuação da empresa de C1 a C35, para que se realize a eleição e

indicação de seus componentes. O grupo de classificação da empresa em questão é

C-14, sendo necessário um mínimo de 20 empregados para compor a CIPA, com

um efetivo e um suplente, o que não representa a realidade da empresa que possui

em seu quadro 19 funcionários, não sendo isto impedimento para implantar a CIPA.

Os representantes dos empregados, titulares e suplentes serão por eles

designados mediante votação secreta e individual, os mais votados serão os

titulares e seus suplentes serão aqueles com voto imediatamente inferior aos

titulares.

A NR-5, nos itens 5.4 e 5.5, cita que:

5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos deverá garantir a integração da CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho. 5.5 As empresas instaladas em centros comerciais ou industriais estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com o objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo. (MANUAIS DE LEGISLAÇÂO ATLAS, 2005, p. 64).

Isto quer dizer que, se uma organização possuir vários pontos de atuação

diferentes dentro da mesma cidade, deve envolver cada estabelecimento segundo

sua classificação de atividade econômica, o que é especificado pela CNAE –

Classificação Nacional de Atividades Econômicas.

O quadro abaixo apresenta a descrição da atividade da empresa em pauta

conforme a classificação da CNAE:

CNAE DESCRIÇÃO Grupo

27.32-5 Fabricação de material elétrico para instalações em circuito de consumo C-14

27.33-3 Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados C-14

27.40-6 Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação C-14

27.51-1 Fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico

C-14

27.59-7 Fabricação de aparelhos eletrodomésticos não especificados anteriormente

C-14

27.90-2 Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente

C-14

Quadro 3 – Descrição da Atividade Fonte: Adaptado da NR-5

Page 36: HST Brasil

36

Em relação à classificação para o dimensionamento e implantação da CIPA, a

empresa CONTACTSUL classifica-se na atividade econômica – CNAE, conforme

número 27.33-3, na fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados,

fazendo parte do grupo C-14.

O quadro abaixo apresenta o setor em que a empresa se encontra, que é de

Equipamentos/ Máquinas e Ferramentas.

C-14 - EQUIPAMENTOS/MÁQUINAS E FERRAMENTAS

25.12-8 25.21-7 25.22-5 25.41-1 25.42-0 25.43-8 25.91-8 25.93-4 25.99-3 26.10-8 26.21-3

26.22-1 26.31-1 26.32-9 26.40-0 26.51-5 26.52-3 26.60-4 26.70-1 27.10-4 27.31-7 27.32-5

27.33-3 27.40-6 27.51-1 27.59-7 27.90-2 28.11-9 28.12-7 28.13-5 28.14-3 28.15-1 28.21-6

28.22-4 28.23-2 28.24-1 28.25-9 28.32-1 28.33-0 28.40-2 28.51-8 28.52-6 28.54-2 28.61-5

28.62-3 28.63-1 28.64-0 28.65-8 28.66-6 28.69-1 29.45-0 31.02-1 31.03-9 32.30-2 32.40-0

32.50-7 33.11-2 33.12-1 33.13-9 33.14-7 33.19-8 33.21-0 38.31-9 95.12-6 95.21-5

Quadro 4 – Agrupamento de Setores Econômicos Fonte: Adaptado da NR-5

Neste quadro está sendo apresentado somente o item C-14, que se refere ao

setor específico ao que a empresa, objeto do estudo está enquadrada.

Caso a empresa não tenha o número de empregados especificado no quadro

2 desta norma, e quiser constituir a CIPA, poderá designar um responsável pelo

cumprimento dos objetivos desta Norma Regulamentadora, podendo ser

empregado, desde que ocorra uma negociação coletiva. Como previsto no mandato

dos membros da CIPA, este tem a duração de um ano, com direito a uma reeleição.

2.6.1 Organização da CIPA

A organização da CIPA é composta por representantes do empregador e do

empregado, conforme o Quadro 2 - Dimensionamento de CIPA - exposto no Anexo

A: efetivos e suplentes.

Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão indicados

por eles mesmos, diferentemente dos representantes dos empregados, que serão

eleitos por voto secreto com posse no primeiro dia útil após o término do mandato

anterior da CIPA.

Page 37: HST Brasil

37

Quanto ao número de titulares e suplentes da CIPA, é considerada a ordem

decrescente de votos recebidos, segundo observação do Quadro 2 -

dimensionamento de CIPA (ver Anexo A), ressalvado as alterações disciplinares em

atos normativos de setores econômicos específicos. Caso, o estabelecimento não se

enquadre neste Quadro 2, à organização designa um responsável pelo cumprimento

dos objetivos da NR-5, no qual pode ser adotados mecanismos de participação dos

empregados, mediante negociação coletiva.

O tempo de duração do mandato dos membros eleitos da CIPA será de um

ano e sua reeleição é permitida.

É proibida a dispensa arbitrária ou mesmo por justa causa do empregado

eleito para o cumprimento da direção da CIPA durante o seu mandato.

Serão garantidas aos membros da CIPA condições de que não

descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo proibida a

transferência destes para outros estabelecimentos sem a sua concordância,

ressalvado do disposto nos parágrafos 1° e 2° do artigo 469 da CLT, conforme

citado abaixo:

Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência para localidade diversa da que resultar do contrato. Não considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. §1° - Não estão compreendidos na proibição deste artigo os empregados que exerçam cargos de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. § 2° - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado. (GONÇALVES, 2000, p. 875).

O empregador garantirá que seus indicadores tenham a representação

necessária para a discussão e encaminhamento das soluções da segurança e saúde

das atividades laborais avaliadas pela CIPA.

Ao empregador cabe indicar dentre seus representantes, o presidente da

CIPA, e aos representantes dos empregados cabe escolher o vice-presidente dentre

seus titulares.

Os membros eleitos da CIPA serão empossados no primeiro dia útil após o

fim do mandato anterior.

Os componentes da CIPA indicarão, em consenso, um secretário e seu

substituto, que poderão ou não estar entre os membros da Comissão, e se

estiverem nesse último caso, deverão contar com a aprovação do empregador.

Page 38: HST Brasil

38

Depois que os membros da CIPA forem empossados, a empresa deverá

protocolizar as cópias das atas de eleição e posse, na unidade descentralizada do

MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), no prazo de dez dias. Após esse ato não

será permitida a redução do número de representantes, bem como a desativação

dos mesmos pelo empregador até que termine o mandato, mesmo que o número de

empregados seja reduzido.

Para o bom funcionamento da Cipa é fundamental que cada componente

conheça suas atribuições. Para isto procurou-se salientar as responsabilidades dos

membros da Cipa, que é constituída por: presidente; vice-presidente e secretário.

Segundo a legislação NR-5, citada nos Manuais de Legislação Atlas (2005),

as seguintes atribuições para a CIPA e seus constituintes são estabelecidas, como a

seguir:

2.6.1.1 Atribuições dos cipeiros

Quando se fala em atribuições dos cipeiros está se fazendo menção do

conjunto de pessoas que compõe a Cipa, ou seja, todos os seus membros ou

componentes.

São eles, em conjunto, que farão à identificação dos riscos presentes no

ambiente de trabalho e a elaboração do mapa de riscos (Portaria n° 25, de 29 de

dezembro de 1994), que deve contar também com a participação do maior número

possível de trabalhadores e ter a assessoria dos Serviços Especializados em

Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) ou empresa

especializada e autorizada para tal. As atribuições conjuntas dos membros da Cipa

estão abaixo relacionadas:

• Elaborar um plano de trabalho, no intuito de viabilizar ações preventivas nas

áreas de segurança e saúde do trabalho;

• Participar da prática e do controle da qualidade dos métodos de prevenção

necessários e eleger os locais de trabalho que devem ter prioridade de ação;

• Verificar, periodicamente, os ambientes e condições de trabalho, procurando

identificar situações que sejam danosas à saúde e segurança do trabalhador;

• Avaliar, em cada reunião, se as metas fixadas no plano de trabalho estão

sendo cumpridas e debater sobre as atuais situações de riscos;

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39

• Disseminar todo tipo de informação que diga respeito à segurança e saúde do

trabalho entre os empregados;

• Avaliar, juntamente com o SESMT, os impactos de alterações no ambiente de

trabalho e processo de trabalho relacionado à segurança e saúde dos

empregados;

• Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de

máquinas ou setor da empresa onde há presença de risco grave e iminente à

segurança e saúde dos empregados;

• Colaborar para o desenvolvimento de programas que promovam o bem-estar

dos trabalhadores, tais como Programa de Controle Médico em Saúde

Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

(PPRA) e outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

• Divulgar e promover o cumprimento das NR's, assim como cláusulas de

acordo e convenções coletivas de trabalho, referentes à segurança e saúde

no trabalho;

• Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da

análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de

soluções de problemas identificados;

• Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que

tenham interferido na segurança e saúde dos empregados;

• Requisitar à empresa as cópias das Comunicações de Acidentes do Trabalho

(CA T) emitidas;

• Promover, todo ano, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana

Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT);

• Participar, todo ano, em conjunto com a empresa, de Campanhas de

Prevenção da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). (NR 5 – item

5.16)

Como se pode ver, as atribuições da CIPA exigem uma sinergia de seus

integrantes para que possa realmente cumprir com seu objetivo, por isto, de acordo

com Araújo (2002), cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os

meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente

para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.

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40

Compreende-se portanto, que estas são as atribuições dos componentes da

CIPA, para que mediante um trabalho conjunto alcancem os objetivos propostos

para seu funcionamento, e que deverão ser cumpridas por seus componentes.

2.6.1.2 Atribuições do empregador e dos empregados

É indispensável, quando se deseja implantar um programa de higiene e

segurança do trabalho, que o empregador e os empregados estejam comprometidos

com os objetivos de conquistar uma melhor qualidade de vida e buscar a integridade

física.

Para tanto cabe ao empregador realizar em tempo hábil o cumprimento das

tarefas estabelecidas no plano de trabalho, sendo para isso necessário que

forneçam meios adequados ao perfeito desempenho das atribuições delegadas aos

membros da CIPA. (NR-5 – item 5.17)

Os empregados devem participar das eleições dos seus representantes;

colaborar com a administração da CIPA; indicar à CIPA, ao SESMT e ao

empregador situações de riscos e sugestões para melhoria das condições de

trabalho; observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à

prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. (NR 5 – item 5.18)

2.6.1.3 Atribuições dos membros da Cipa

Neste item pretende-se salientar as responsabilidades de cada membro da

Cipa, considerando que além das atividades desempenhadas em conjunto, existem

responsabilidades individuais relacionadas ao cargo que cada componente ocupa.

Cabe portanto, ao presidente, solicitar a todos os membros para participarem

das reuniões da CIPA; coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao

empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão; manter

informado o empregador sobre os trabalhos da CIPA; coordenar e supervisionar as

atividades do secretário e delegar atribuições ao vice-presidente da CIPA. (NR 5 –

item 5.19)

É responsabilidade do vice-presidente, executar atribuições que lhe forem

delegadas; substituir o presidente da CIPA nos seus impedimentos eventuais ou nos

seus afastamentos temporários. (NR 5 – item 5.20)

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41

São atribuições do presidente e vice-presidente da CIPA, em conjunto, zelar

para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de

seus trabalhos; coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, cuidando para que

os desígnios propostos sejam alcançados; delegar atribuições aos membros da

CIPA; promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver; divulgar

as decisões da CIPA a todos os empregados da empresa; encaminhar os pedidos

de reconsideração das decisões da CIPA; constituir a comissão eleitoral. (NR 5 –

item 5.21)

É atribuição do secretário acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas

apresentando-as para aprovação e assinatura dos membros presentes; preparar as

correspondências e outras atribuições que lhe forem delegadas. (NR 5, item 5.22)

Como relatado nas atribuições acima, nota-se que este é um projeto que

exige o envolvimento e comprometimento de todas as pessoas envolvidas direta e

indiretamente com a CIPA, para que possa atingir seus objetivos de prevenir,

informar e criar um ambiente seguro no trabalho.

2.6.2 Funcionamento da CIPA

Para que a Cipa funcione é necessário uma sinergia de todos os seus

componentes e principalmente do patrocínio do empregador. Seu funcionamento

deverá estar pautado no comprometimento de seus componentes e para isto deverá

convocar mensalmente reuniões ordinárias, segundo calendário preestabelecido e

estas deverão dar-se durante o expediente normal de trabalho da empresa em um

local apropriado.

As decisões adotadas pela CIPA serão tomadas de preferência em comum

acordo, contudo quando isso não for possível, deverá se recorrer à votação e tal

acontecimento deve ser registrado em ata, que ficará à disposição dos Agentes de

Inspeção do Trabalho, (Campos, 2007).

Há alguns casos em que serão necessárias reuniões extraordinárias na CIPA,

tais como: em casos de denúncia de situações que levem risco grave e que por isso

precisam da tomada de medidas urgentes de correção; quando ocorrer acidente do

trabalho grave ou fatal ou quando uma das representações solicitar expressamente,

As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso, conforme (NR 5,

item 5.28), porém, se não houver concordância e frustradas as tentativas de

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42

negociação direta ou com mediação, será instalado processo de votação,

registrando-se a ocorrência na ata da reunião.

Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante

requerimento justificado, (NR 5, item 5.29).

É relevante ressaltar que se o membro titular faltar a mais de quatro reuniões

ordinárias e não justificar será desligado da CIPA e substituído pelo suplente. No

caso de vacância definitiva do cargo, o suplente que tiver obtido maior número de

votos na eleição, obedecendo à ordem decrescente de votação, (NR 5, item 5.30).

Caso haja afastamento definitivo do presidente, caberá ao empregador indicar

um substituto, que de preferência participe da CIPA, num prazo de dois dias. Se o

mesmo ocorrer com o vice-presidente, caberá aos membros titulares dos

empregados escolherem um substituto que esteja entre seus titulares, respeitando

também o prazo de dois dias.

2.6.3 Treinamento dos membros da CIPA

Antes dos membros da CIPA tomarem posse de seus cargos, deverão passar

por treinamento, se for o caso de mandato inicial, o treinamento deverá ocorrer em

até trinta dias a partir da data da posse. Neste aspecto, Oliveira e Minicucci (2001),

fazendo uma análise do perfil psicológico e da personalidade do trabalhador

brasileiro, afirmam que a conclusão que chegaram é que uma das ferramentas mais

importantes na prevenção de acidentes no trabalho são o treinamento e o

desenvolvimento de pessoal.

É imprescindível salientar, de acordo com a afirmação dos autores acima, que

todo novo desafio exige preparo e aquisição de ferramentas para que cada membro

da equipe possa desempenhar com eficiência seu papel, tendo como propósito

atingir os objetivos definidos por um novo programa.

O treinamento voltado aos membros da Cipa deverá ter por objetivo a

abordagem dos seguintes temas, conforme citado no Manual de Legislação Atlas

(2005), tratando a respeito da NR 5, item 5.33 :

• estudo das condições de trabalho e do ambiente, enfocando os riscos que

podem ser originados por eles;

• metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

• noções sobre os tipos de acidentes e doenças do trabalho mais comuns;

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43

• incluindo-se também conceitos sobre a AIDS, além das, medidas para sua

prevenção;

• conhecimentos sobre as legislações trabalhistas e previdenciárias relativas á

segurança e saúde do empregado;

• noções gerais de higiene do trabalho e métodos de controle de riscos;

• a estruturação da CIPA e sua organização e outros temas que forem

necessários, além das atribuições que cabem a Comissão.

Os treinamentos deverão ser ministrados pelo próprio SESMT da empresa,

entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional habilitado,

obedecendo a carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas

diárias durante a jornada de trabalho.

2.6.4 Processo eleitoral da CIPA

O processo eleitoral é fundamental para instalação da Cipa, considerando que

a participação de todos os funcionários da empresa na escolha do seu

representante, fará com que se sintam envolvidos e responsáveis pela higiene e

segurança de seu ambiente de trabalho. O processo eleitoral deve envolver

transparência e as informações relacionadas a ele devem chegar ao conhecimento

de todos os colaboradores.

Neste processo o empregador tem papel importante, em virtude de ser sua

responsabilidade convocar eleições para escolha dos representantes dos

empregados da CIPA, que devem atender ao prazo de sessenta dias antes do

término do mandato em curso.

Caberá à empresa promover a divulgação do início do processo de eleição ao

sindicato da categoria profissional.

A Comissão Eleitoral (CE) deverá ser constituída pelo presidente e vice -

presidente da CIPA, que deverão obedecer ao prazo de cinqüenta e cinco dias antes

do encerramento do mandato em curso, em casos de não existir CIPA, a CE será

constituída pela empresa.

O processo eleitoral será realizado, conforme NR 5, (Item 5.38 e 5.40)

observando as seguintes condições:

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44

Publicação e divulgação de edital, em local de fácil acesso e visualização, no

prazo máximo de quarenta e cinco dias antes do término do mandado em curso;

inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para a inscrição será de

quinze dias; liberdade de inscrição para todos os empregados, independentemente

do setor ou local de trabalho, com fornecimento de comprovante; garantia de

emprego para todos os inscritos até a eleição; realização da eleição no prazo

mínimo de trinta dias antes do término do mandato da CIPA, quando houver;

realização da eleição em dia normal de trabalho, respeitados os turnos e horários

que viabilizem a participação da maioria dos empregados; voto secreto; a apuração

dos votos será realizada em horário normal de expediente e deverá contar com a

fiscalização de representante do empregador e dos empregados, que terão seu

número definido pela CE; facultado a eleição por meio eletrônico; guardar, pelo

empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período mínimo de

cinco anos.

É valido lembrar que a eleição só será válida se contar com a participação de

pelo menos a metade mais um do número de empregados, caso contrário, outra

votação deverá se realizar no prazo de até dez dias.

Quando se tratar de denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser

protocolizadas na unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da

posse dos novos membros da CIPA.

Compete à unidade descentralizada do MTE, confirmadas irregularidades no

processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder à anulação quando for o

caso.

No caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco

dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.

Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará

assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a

complementação do processo eleitoral.

Serão designados membros titulares e suplentes da CIPA, aqueles que

obtiverem mais votos e nos casos de empate, aquele que tiver maior tempo de

serviço na empresa. Aqueles que não forem eleitos serão relacionados na ata de

eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, para uma possível nomeação

em caso de vacância de suplentes.

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45

2.6.5 Contratantes e contratadas e a CIPA

A Cipa também estará presente quando se tratar de empreiteiras ou

empresas prestadoras de serviços, neste caso considera-se o estabelecimento em

que está sendo realizado o serviço para fins de aplicação desta Norma

Regulamentadora, ou seja, o local em que seus empregados estiverem exercendo

suas atividades, (NR 5, ITEM 5.46).

As empreiteiras ou empresas prestadoras de serviço devem realizar o

dimensionamento da Cipa baseadas no número de empregados que estarão

atuando em cada estabelecimento separadamente, não levando em conta os

empregados do estabelecimento onde prestam serviço, ou dos demais locais onde

estejam trabalhando outras equipes da mesma prestadora, sendo considerado

estabelecimento o local onde os empregados de uma prestadora de serviço estejam

exercendo suas atividades.

No caso de duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento,

a Cipa ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das

contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e de

participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes

no estabelecimento, (NR 5, ITEM 5.47).

Sempre que ocorrer esta integração de duas ou mais empresas em um

estabelecimento para prestação de um serviço, se faz necessário à sinergia entre

contratante e contratada para estabelecer ferramentas de integração entre os grupos

e orientação com relação às normas que regem a Cipa do estabelecimento onde

está sendo realizado o serviço.

Para garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde

de todos, a NR 5, item 5.48, recomenda que a contratante e as contratadas que

atuam em um mesmo estabelecimento, programem, de forma integrada, medidas

que irão auxiliar na prevenção de acidentes e doenças do trabalho.

A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas

contratadas, suas CIPA’s, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele

estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes

de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas, (NR 5, ITEM

5.49).

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46

Com relação às providências necessárias para acompanhar o cumprimento

das medidas de segurança e saúde no trabalho das empresas contratadas, a NR 5,

item 5.50, prevê que esta atividade é de responsabilidade da empresa contratante.

Pode-se dizer que os itens relacionados acima, tratam das responsabilidades

de contratantes e contratados, na elaboração de ferramentas de integração para

gerar, enquanto estiverem atuando juntas, um ambiente seguro e garantir o mesmo

nível de proteção a todos os trabalhadores do estabelecimento. Para isto deve haver

uma boa sinergia entre contratante e contratada; as informações devem ser claras

para todos os envolvidos e devem ser implementadas medidas de proteção

adequadas aos riscos existentes. Sendo que o cumprimento destes itens deverá ser

definido pela empresa ou estabelecido em acordos e convenções coletivas.

2.7 Ergonomia (NR 17)

Em 1960, a Organização Internacional do Trabalho - OIT define ergonomia

como sendo a "aplicação das ciências biológicas conjuntamente com as ciências da

engenharia para lograr o ótimo ajustamento do homem ao seu trabalho, e assegurar,

simultaneamente, eficiência e bem-estar". Miranda (1980, apud MORE, 1997, p. 46).

Em concordância com esta definição, Gonçalves (2000, p. 393) salienta que a

ergonomia pode ser entendida como uma “ciência que estuda a adaptação do

trabalho ao homem no ambiente de trabalho, visando propiciar uma solicitação

adequada ao trabalhador, evitando o desgaste prematuro de suas potencialidades

profissionais”.

Entende-se com isto que esta norma estabelece os parâmetros que permitem

a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas,

máquinas, ambiente, comunicações dos elementos do sistema, informações,

processamento, tomada de decisões, organização e conseqüências do trabalho, na

opinião do mesmo autor.

Isto significa que a ergonomia procura adaptar e estabelecer parâmetros para

que as máquinas e equipamentos proporcionem condições para o homem trabalhar

de maneira adequada as suas necessidades físicas e psíquicas.

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47

Em concordância com isto está Ferraz, (2000, apud LIMONGI-FRANÇA,

2004, p. 34), quando afirma que “a adaptação do trabalho ao ser humano tem sido

vista pela ergonomia com base nos meios físicos, cognitivos, ambientais e

psicossociais”. Pode-se concluir disto que a ergonomia não visa somente o cuidado

com os meios físicos, pois com o avanço da tecnologia e da complexidade do

trabalho, a preocupação está também relacionada ao impacto na vida e no bem-

estar do trabalhador no que se refere a sua integridade psíquica e social.

A importância da ergonomia no universo da segurança e saúde no trabalho se

tornou tão vital que o Ministério do trabalho e da Previdência Social, por meio da

Portaria MTPS n. 3.751, de 23.11.1990, procedeu a uma reestruturação da norma

regulamentadora NR-17:

Ergonomia, ampliando os seus tópicos de abordagem, antes resumidos a três – levantamento, transporte e descarga de materiais; bancadas, mesas, escrivaninhas e papéis; e assentos ajustáveis – para cinco temas mais bem definidos e detalhados: levantamento, transporte e descarga individual de materiais; mobiliário dos postos de trabalho; equipamentos dos postos de trabalho; equipamentos dos postos de trabalho; condições ambientais de trabalho; e organização do trabalho. (GONÇALVES, 2000, p. 393).

Com isto, quanto às condições ambientais de trabalho está configurada a

obrigatoriedade de que devem ser adequadas às características psicofisiológicas

dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

Para se compreender a relação da Cipa com a ergonomia é fundamental

lembrar que foi implantado pela portaria n.º 5 de 17/08/92 junto à NR-9 – O

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o qual passou a ser obrigatório para

todas as empresas que precisam constituir a CIPA.

Sabendo que a CIPA se constitui em um espaço legalmente instituído, em

que os trabalhadores podem não apenas reconhecer os riscos a sua segurança e

saúde relacionados ao trabalho, como também sentar-se à mesa de negociações a

fim de solicitarem as mudanças que se fizerem necessárias no ambiente e nas

condições de trabalho, de forma a torná-los mais saudáveis e seguros e,

consequentemente, altamente eficazes nos processos da produtividade.

Isto é reforçado por Taveira Filho (1993, apud MORE 1997, p. 47), quando

salienta que "a ergonomia participativa caracteriza o usuário final como uma valiosa

fonte para a solução de problemas e, conseqüentemente, reconhecendo sua

competência alimenta a auto-estima do trabalhador como pessoa". Isto quer dizer

que por meio do que o autor considera ergonomia participativa, a Cipa proporciona

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48

condições para solução de problemas ergonômicos na empresa, mediante a

participação dos funcionários que, pelo seu conhecimento, auxiliam a melhorar as

condições do ambiente de trabalho.

Desta forma verifica-se que a ergonomia não está somente preocupada em

adaptar o trabalho ao homem, com o estudo da máquina, do ambiente, da tarefa e

do local de trabalho, ou estudar as características fisiológicas do trabalhador, mas

em compreender toda a organização do trabalho, por meio de todo o seu processo

de trabalho e sua estruturação, utilizando-se da ergonomia participativa, que visa o

envolvimento do trabalhador no reconhecimento e resolução dos problemas

existentes no local de trabalho.

2.8 Normas legais relacionadas à segurança do trabalho

A responsabilidade do empregado e do empregador encontra-se definida na

legislação citada a seguir, aclarada pela Norma Regulamentadora (NR1), conforme

suas disposições gerais (101.000-0).

As Normas Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do trabalho,

são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos

públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes

Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das

Leis de Trabalho – CLT. Estas normas definem condições seguras de trabalho,

medidas corretivas, responsabilidades e punições. Sua obrigatoriedade foi definida e

é parte integrante da CLT.

As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras, aplicam-se, no que

couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o

serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.

A observância das Normas Regulamentadoras, não desobriga as empresas

do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas

em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos estados ou municípios, e

outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.

A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST é o órgão de âmbito

nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as

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49

atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a

Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT, o

Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do

cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do

trabalho em todo o território nacional.

Compete, ainda, à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST

conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das decisões

proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e

saúde no trabalho.

A Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, é o

órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a

segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção

dos Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador -

PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares

sobre segurança e medicina do trabalho.

Compete, ainda, à Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou à Delegacia do

Trabalho Marítimo - DTM, nos limites de sua jurisdição:

• adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e

regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

• impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e

regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

• embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra,

frente de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;

• notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização

de insalubridade;

• atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e

medicina do trabalho nas localidades onde não houver médico do trabalho ou

engenheiro de segurança do trabalho registrado no MTb.

Podem ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais e municipais,

mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização

e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e

regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

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50

Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR considera-se:

• empregador, a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da

atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de

serviços. Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as

instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições

sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como empregados;

• empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a

empregador, sob a dependência deste e mediante salário;

• empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de

obra, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a

organização de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos;

• estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em

lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina,

depósito, laboratório;

• setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional

compreendida no mesmo estabelecimento;

• canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem

operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma

obra;

• frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se

desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou

reparo de uma obra;

• local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos.

Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,

personalidade jurídica própria, estiver sob direção, controle ou administração de

outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade

econômica, serão, para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR,

solidariamente responsáveis à empresa principal e cada uma das subordinadas.

Para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, a obra de

engenharia, compreendendo ou não canteiro de obra ou frentes de trabalho, será

considerada como um estabelecimento, a menos que se disponha, de forma

diferente, em NR específica.

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51

Responsabilidades do empregador:

• cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre

segurança e medicina do trabalho; (101.001-8 / I1)

• elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando

ciência aos empregados, com os seguintes objetivos: (101.002-6 / I1)

I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e

cumprir;

III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo

descumprimento das ordens de serviço expedidas;

IV - determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do

trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;

V - adotar medidas determinadas pelo MTb;

VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições

inseguras de trabalho.

• informar aos trabalhadores: (101.003-4 / I1)

I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;

II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;

III - os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico

aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;

IV - os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.

• permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização

dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do

trabalho. (101.004-2 / I1)

Responsabilidades do empregado:

• cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina

do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;

• usar o EPI fornecido pelo empregador;

• submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras -

NR;

• colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR;

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52

Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do

disposto no item anterior.

O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre

segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das

penalidades previstas na legislação pertinente.

As dúvidas suscitadas e os casos omissos verificados na execução das

Normas Regulamentadoras - NR serão decididos pela Secretaria de Segurança e

Medicina do Trabalho - SSMT.

As normas acima descritas são deveres do empregado e do empregador, com

relação a isto Zocchio (2001, p. 30), declara que “prevenir acidentes é dever de

todos”. Sendo assim, a conclusão a que chegamos em relação a estas obrigações é

que todos têm suas obrigações a cumprir na prevenção de acidentes, não importa o

cargo ou a função que ocupe.

Quando se trata de normas, indispensavelmente está se tratando de direitos e

deveres, considerando que as normas não estão unilateralmente direcionadas, mas

destinam-se tanto ao empregador quanto ao empregado. Cabe portanto a ambos o

conhecimento de seus direitos e deveres, para poder cumpri-los e também para

requere-los.

Pela observação e senso comum, percebe-se que muitas são as dificuldades

para o cumprimento de normas em nosso país, considerando que quando se trata

de cumpri-las, sempre há muitos rumores de insatisfação e argumentos negativos,

porém, os resultados do não cumprimento quase sempre trazem consigo suas

conseqüências desastrosas, ainda mais em se tratando da saúde e da segurança

daqueles que pelo não cumprimento das normas sofre os prejuízos.

As empresas como pessoas jurídicas assumem uma ampla obrigação no

dever de cumprir as normas que regulamentam a higiene e segurança no trabalho,

mas cabe às pessoas físicas, componentes da sua hierarquia administrativa, como

presidência, diretoria, gerência, supervisão, técnicos e operadores de produção, o

papel de promover o seu cumprimento no dia-a-dia.

É necessário uma sinergia, um comprometimento de todos os recursos

humanos de uma organização, para que normas relacionadas a programas de

higiene e segurança no trabalho alcancem com sucesso seu objetivo e

proporcionem resultados no aspecto financeiro, físico e moral.

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53

3. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

No presente tópico são abordados as características da empresa e o

resultado da pesquisa de campo realizada na CONTACT Condutores Elétricos Ltda.

3.1 Histórico da empresa

Quando iniciou suas atividades em maio de 2002 na cidade de Biguaçú,

Santa Catarina, a empresa já sabia exatamente qual seria seu mercado de atuação

e qual o perfil dos seus clientes.

A Contact Condutores Elétricos Ltda. é um caso típico, em que partindo de

um conhecimento de mercado vai em busca de um produto que seja uma

oportunidade nesse mercado.

Com a produção de cabos flexíveis singelos e paralelos passou a participar

do mercado de fios automotivos atendendo distribuidores de autopeças, seu cliente

preferencial.

Em maio de 2004 transferiu-se para Balneário Camboriú, estado de Santa

Catarina, para poder prosseguir com seu projeto de crescimento em instalações

mais amplas e mais modernas.

Em outubro de 2004 passou a comercializar seus produtos com a marca

ContactSul.

Em maio de 2005 iniciou a elaboração de seu primeiro Planejamento

Estratégico anual e complementou a linha de cabos automotivos iniciando a

produção de cabos de bateria e cabos pp.

3.1.1 Missão, Visão e Valores

As pessoas passam grande parte de suas vidas vinculadas às organizações

em que trabalham, e é muito importante que elas saibam o que estão fazendo e para

onde estão caminhando, mesmo que isto lhes seja apresentado de maneira informal,

mas este senso de direção é fundamental para alcançar os objetivos.

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Para que estes objetivos sejam alcançados, são necessárias pessoas

capazes de definir-lhes a missão, visão e os valores, escolher estruturas e

estratégias, administrar recursos financeiros, estabelecer metas de produção, entre

muitas outras ações (VERGARA, 2003).

Alguns autores analisando a cultura de organizações bem sucedidas,

verificaram que estas têm uma particularidade, os seus três pilares de sustentação,

que são: missão, visão e valores. A missão define qual o negócio da organização,

seus objetivos e estratégia a ser adotada para alcançá-los; a visão descreve a

posição a que a organização visa no futuro; e os valores quando identificados

definem, claramente, os padrões de comportamentos de seus quadros. (COLLINS e

PORRAS, 2000).

Com relação à missão, Oliveira (2007, p. 116), salienta que “missão é uma

forma de se traduzir determinado sistema de valores em termos de crenças ou áreas

básicas de atuação, considerando as tradições e filosofias da empresa”.

Missão portanto é a razão de ser ou de existir da empresa, onde ela

estabelece sua função orientadora.

A empresa Contactsul não possui a missão, visão e valores especificados

formalmente, mas em sua política da qualidade faz a seguinte declaração:

“Ser o principal fornecedor de fios e cabos para o setor automotivo, por meio do

atendimento às necessidades de nossos clientes, do comprometimento das pessoas

e da melhoria continuada do sistema de gestão da qualidade”.

Pode-se dizer que esta declaração define seu negócio e os objetivos a serem

alcançados, ainda que conhecido somente pela direção da empresa.

A política foi definida e homologada pela direção e está pautada nos

seguintes aspectos:

• Propósito da CONTACTSUL.

• Compromisso com o atendimento aos requisitos.

• Compromisso com a melhoria contínua do SGQ.

A política é analisada criticamente com periodicidade anual a fim de verificar a

sua adequação, sendo revisada quando necessário. O controle da revisão da

Política da Qualidade é equivalente à revisão do plano estratégico.

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55

3.1.2 Estrutura Organizacional

Muitos foram os autores que externaram seu ponto de vista e suas definições

a respeito de organização e estrutura organizacional. Citam-se aqui algumas delas

para compreender-se melhor a importância da estrutura para a empresa.

Conforme salienta Vasconcellos (1989), a estrutura de uma organização

pode ser definida como resultado de um processo mediante o qual a autoridade é

distribuída, as atividades desde os níveis mais baixos até a alta administração são

especificadas e um sistema de comunicação é delineado, permitindo que as

pessoas realizem as atividades e exerçam a autoridade que lhes compete para

atingir os objetivos organizacionais.

Toda empresa tem seus objetivos, definidos formalmente ou não, e para

cumpri-los é necessário que cada um saiba o seu papel dentro da estrutura

organizacional, isto facilita o fluxo de tarefas e de comunicação por meio do

exercício da responsabilidade e autoridade de cada pessoa.

Sobre isto Oliveira (2000), também comenta, declarando que a estrutura

organizacional é o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades,

comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa.

A empresa CONTACTSUL é atualmente administrada pelo sócio titular, sendo

assistido diretamente por uma equipe que auxilia nos negócios relacionados ao

comércio de cabos e condutores elétricos isolados para o setor automotivo.

Está dividida em diversos setores, entre eles: setor pessoal, financeiro,

comercial e produção.

Os setores administrativos apuram as informações diárias por meio do

controle de documentos e mantém contatos com clientes e fornecedores. Estas

informações geram os relatórios gerenciais mensais, utilizados pela gerência.

O setor comercial é responsável pelo contato com clientes, emissão das notas

fiscais e pelo controle das vendas de cabos e condutores que são efetuadas.

O setor de produção é responsável por produzir os cabos e condutores

elétricos de acordo com os pedidos e especificações recebidas conforme o prazo de

entrega solicitado pelo cliente.

Para operacionalizar toda esta dinâmica de vendas, produção e entrega, o

setor de suprimentos executa as compras buscando estabelecer parcerias com

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56

fornecedores. A idéia é comprar bem, com qualidade, custo competitivo, entrega

rápida e trabalhar com o mínimo de estoque possível. Isto favorece a boa venda

neste mercado competitivo.

3.1.3 Área de atuação

A empresa CONTACTSUL produz e comercializa condutores elétricos

automotivos.

Sua infra-estrutura para assegurar a conformidade do produto inclui espaço

físico e instalações para realização do produto, por meio de uma disposição

adequada à fabricação dos Produtos, garantido também a segurança das pessoas.

Todos os equipamentos são mantidos por meio de manutenção corretiva e

preventiva de forma a garantir os compromissos de produção. A descrição do

processo de manutenção está descrita no procedimento PS-10.

Os processos de comunicação e tecnologia da informação são mantidos para

dar suporte ao SGQ e gestão da empresa. A infra-estrutura para estes processos

inclui: telefonia, Internet, Software de Gestão (ERP – Mosimax), hardwares e

softwares diversos.

Quando é identificada a necessidade de alguma alteração na infra-estrutura,

incluindo instalações, equipamentos e serviços de apoio, o Comitê analisa a

situação e conseqüente viabilidade da alteração, tomando as ações cabíveis. Nas

reuniões de análise crítica e de análise de dados são discutidas estas situações.

A empresa trabalha em parceria com representantes autorizados por ela, nas

principais cidades do Brasil, sendo algumas delas: Santa Catarina, Rio Grande do

Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Rio

Grande do Norte, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Nordeste em Geral, sendo

as que mais se destacam em vendas, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio

de Janeiro.

O contato com os clientes é efetuado por meio dos representantes, que

efetuam a venda e enviam o pedido via internet, com exceção dos principais

clientes, com quem a própria empresa por meio do proprietário mantém contato

regular.

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57

Os produtos são embalados de acordo com sua especificação e devidamente

identificados com etiquetas, sendo feita a sua entrega por meio de transportadora

que se localiza na cidade de Itajaí.

Os processos de comunicação e tecnologia da informação são mantidos para

dar suporte na gestão da empresa. A infra-estrutura para estes processos inclui:

telefonia, Internet, Software de Gestão (ERP – Mosimax), hardwares e softwares

diversos.

3.1.4 Principais clientes

Houve um tempo em que se produzia um produto ou se oferecia um serviço e

bastava colocá-lo no mercado, e esperar que os clientes surgissem. Atualmente, de

uma concepção baseada no produto, passou-se a uma orientação para o cliente.

Saber o que querem os clientes a qualquer hora, quais as suas preferências e os

seus gostos são questões fundamentais para qualquer administrador. Mas poder

antecipar-se ao que serão as necessidades latentes destes clientes é ainda mais

importante e mais proveitoso para a empresa.

A contacsul consciente disto, procura manter um relacionamento próximo com

seus clientes para poder atendê-los com a qualidade e a atenção que merecem,

tendo como principais clientes:

� Pegasus Auto Peças Ltda.

� WF Distribuidora Ltda.

� Minas Automotive Ltda.

� Bordin Distribuidora de Auto Peças Ltda.

3.1.5 Principais fornecedores

A contatcsul entende que seus fornecedores são parceiros importantes, pelo

fato de que a escolha dos fornecedores certos permite também oferecer produtos de

qualidade para seus clientes. A parceria com fornecedores pode alinhar prazos e

preço de maneira de a empresa seja mais competitiva no mercado. Por isso a

Contactsul mantém um relacionamento cada vez mais estreito com seus

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fornecedores, com objetivo de oferecer produtos de qualidade para seus clientes.

Seus principais fornecedores de matéria-prima são:

� Karina Ind. E Comércio de Plásticos Ltda.

� Plasinco Ltda.

� Dacarto Benvic Ltda.

� Microfio Ind. de Condutores Elétricos Ltda.

3.1.6 Principais concorrentes

Quanto mais o país abre as portas para o mercado externo, mais acirrada é a

competição. Pode-se dizer que esta competição inicia na busca por vagas na

faculdade, por bolsas de estudo, por empregos, por promoções, melhores parcerias,

enfim, poder-se-ia enumerar tantas outras. E para aqueles que competem contra

uma pessoa ou organização, chama-se concorrente.

Seria ingenuidade pensar que uma empresa não terá concorrente, por isto, a

Contactsul vê a concorrência de forma salutar, e com base nisto é possível fazer

análises e projeções que podem levar a mesma a se destacar no mercado e

comparar tecnologicamente o desenvolvimento e qualidade do seu produto.

Destacam-se como principais concorrentes da Contatcsul:

� DNI Ltda.

� ECOFEL Ltda.

3.2 Resultado da pesquisa

Este tópico apresenta o resultado de pesquisa de campo realizada na

empresa Contactsul Ltda., com o objetivo de elaborar um programa de segurança do

trabalho.

3.2.1 Diagnóstico das práticas de segurança do trabalho da empresa

Visando diagnosticar as práticas de segurança do trabalho da empresa, foi

realizada uma entrevista semi-estruturada e não estruturada com os seus dirigentes.

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Os itens selecionados na entrevista foram baseados nos roteiros de Celinski (1994),

Prado (2002) e Zocchio (2001), e contemplam tópicos como: práticas de segurança

do trabalho, treinamentos, qualidade de vida, exames admissionais e demissionais,

ambiente de trabalho, registro de acidentes, condições de higiene e segurança do

trabalho.

Os quadros de número 5 a 12, mostram as respostas do entrevistado que

representa a empresa.

O quadro 5 apresenta a resposta da pesquisa referente às práticas de

segurança.

PRÁTICAS DE SEGURANÇA RESPOSTA DA EMPRESA

Quais as principais características das práticas da empresa referente à segurança do trabalho?

● A empresa não tem uma política referente à segurança do trabalho, porém suas práticas consistem em fornecer os equipamentos de segurança necessários para cada posição operacional, orientando verbalmente o funcionário quanto às situações de risco. A Contactsul conta também com uma empresa de segurança do trabalho terceirizada que coordena o PPRA e o PCMSO.

Quadro 5: Práticas de segurança do trabalho Fonte: Dados primários

Conforme salientado no quadro 5, a empresa não tem uma política de

segurança do trabalho, sendo que a política prevencionista deveria fazer parte do

conjunto de políticas de uma empresa, considerando a posição de Zocchio, (2001),

que trata sobre temas indispensáveis ao sucesso das atividades relacionadas à

segurança e a saúde dos trabalhadores, fatores de inegável valor para a qualidade

de vida dos empregados e produtividade da empresa.

Observa-se porém práticas relacionadas à segurança do trabalho, que

consistem em orientar verbalmente os funcionários quanto ao uso de EPIs, e em

contar com os serviços de uma empresa terceirizada que orienta a empresa no

mapeamento de riscos, por meio do PPRA, que desde 1994 se tornou obrigatório

para as empresas. O PPRA é o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais,

definido pela Portaria nº 25, de 29 de dezembro de 1994, alterando a NR-5 e

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prevendo a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte dos

empregadores, de um programa que se preocupe com a saúde e integridade dos

trabalhadores, monitorando e mapeando os agentes físicos (ruído, calor,...),

químicos (gases, poeiras, vapores,...), biológicos (vírus, bactérias,...). (CAMPOS,

2007).

Ainda na visão do mesmo autor, o PCMSO é o Programa de Controle Médico

de Saúde Ocupacional, criado pela Portaria nº 24, de 29 de dezembro, que alterou a

NR-9, prevendo a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PCMSO por

parte dos empregadores, com o objetivo de promover e preservar a saúde de seus

colaboradores.

A resposta da empresa com relação ao treinamento de segurança do trabalho

é visualizada no quadro 6.

TREINAMENTO DE SEGURANÇA RESPOSTA DA EMPRESA

A empresa realiza algum treinamento voltado à segurança do trabalho? Com que freqüência?

● Não. A empresa não realiza nenhum tipo de treinamento voltado à segurança do trabalho para os funcionários. ● Não há uma freqüência.

Quadro 6: Treinamento de segurança do trabalho Fonte: Dados primários Apesar de não haver nenhum tipo de treinamento na área de segurança do

trabalho, a empresa tem consciência da importância deste treinamento para seus

colaboradores, porém como toda empresa que está iniciando sua entrada no

mercado a segurança do trabalho, ainda que necessário, acaba permanecendo em

segundo plano. Fazendo uma análise do perfil psicológico e da personalidade do

trabalhador brasileiro, Oliveira e Minicucci (2001), afirmam que a conclusão que

chegaram é que uma das ferramentas mais importantes na prevenção de acidentes

do trabalho são o treinamento e o desenvolvimento de pessoal. Pode-se dizer que

este trabalho vem impulsionar um ensejo da empresa em colocar a segurança no

patamar que ela deve estar, integrada com todos os outros processos da empresa.

No quadro 7, a empresa responde sobre os procedimentos de exames

médicos.

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EXAMES MÉDICOS RESPOSTA DA EMPRESA

A empresa realiza exames médicos? Com que periodicidade?

● Sim. São realizados exames médicos admissionais, periódicos e demissionais conforme exigência da legislação. ● Quanto a periodicidade, também são realizados exames conforme determinação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), conforme a NR-9.

Quadro 7: Exames médicos Fonte: Dados primários

Conforme já mencionado no quadro 5 a empresa tem o Programa de Controle

Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que é realizado por uma empresa

terceirizada (Servmed), que emite um relatório anual onde constam todas as ações

de saúde que foram executadas. No que se refere à prevenção de doenças, o

PCMSO prevê a realização obrigatória dos seguintes exames médicos: admissional

(funcionário novo), periódico (manutenção da exposição), retorno ao trabalho (volta

do funcionário após afastamento), mudança de função (sempre que os riscos forem

diferentes daqueles inerentes à função anterior) e demissional (saída do funcionário

da empresa), (CAMPOS, 2007). Estes exames são definidos pelo coordenador do

PCMSO, e são realizados pela empresa.

Apesar de ser obrigatório a realização destes exames, o que a princípio

parece ser algo incomodo, tem a finalidade de proporcionar o bem-estar aos seus

colaboradores, beneficiando também a empresa no que se refere a problemas

futuros, como possíveis doenças causadas pela função que ocupam e que exigem

repetição de movimentos, uso de força física inadequada ou até mesmo o excesso

de ruído, sendo que os exames podem identificar os problemas com antecedência,

podendo-se orientar o colaborador com relação à postura, cuidados na higiene e uso

dos EPIs.

Quanto ao ambiente de trabalho, o quadro 8 destaca as respostas da

empresa neste sentido.

AMBIENTE DE TRABALHO RESPOSTA EMPRESA

Há controle efetivo de ruído, iluminação, temperatura nos ambientes de trabalho?

● Sim, há um controle e mapeamento por local de trabalho e categoria de risco, que é realizado pela empresa terceirizada.

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Quem faz?

(Servmed), a qual obedece as normas do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) de acordo com a NR-9.

Quadro 8: Ambiente de trabalho Fonte: Dados primários A empresa Servmed realiza um controle e mapeamento de riscos conforme

determinação da NR-9 e do PPRA, e pela medição por meio de equipamentos

específicos verifica o nível de ruído, o tempo que se pode permanecer exposto sem

protetor auricular, o grau de luminosidade para cada setor, o nível de calor e os

equipamentos de proteção necessários para cada função no processo produtivo.

Proporcionando com isto bem-estar nas atividades dos colaboradores e em

conseqüência maior segurança na execução das atividades, podendo também gerar

influencia positiva no processo produtivo e na qualidade do trabalho.

O quadro 9 apresenta as respostas relacionadas a campanhas de prevenção

de acidentes.

CAMPANHAS DE PREVENÇÃO RESPOSTA DA EMPRESA

Com que freqüências são realizadas campanhas de prevenção de acidentes?

● De acordo com o entrevistado “a empresa tem entendimento da importância das campanhas de prevenção de acidentes para conscientizar os funcionários, porém não utiliza este recurso”.

Quadro 9: Campanhas de prevenção Fonte: Dados primários

Não são realizadas campanhas de prevenção de acidentes na empresa

Contactsul, apesar do entendimento da sua importância. Um dos objetivos da CIPA

é realizar ações pró-ativas na prevenção de acidentes, como salientado por Campos

(2007), que orienta a empresa a participar de campanhas de prevenção sobre temas

como Aids, vacinação, trabalho seguro, cuidados no trânsito, etc. A realização

destas campanhas podem gerar maior conscientização na vida do trabalhador, o

que virá a refletir nos objetivos da empresa relacionados a prevenção de acidentes,

bem como no dia-a-dia do colaborador, pois acidentes não ocorrem somente na

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63

empresa, e prevenção e saúde não estão relacionados somente a pessoas que

trabalham em frente à uma máquina, mas em suas ações cotidianas.

No quadro 10 são apresentadas as respostas relacionadas a utilização de

Equipamentos de proteção individual.

UTILIZAÇÃO DE EPIs RESPOSTA DA EMPRESA

Os funcionários utilizam normalmente o EPI? Espontaneamente ou compulsoriamente?

● Conforme resposta do entrevistado “sim, de modo geral os funcionários utilizam seus EPIs”. ● Seu uso porém é compulsório, ou seja, ainda é necessário obrigá-los a usar os EPIs.

Quadro 10: Utilização de equipamentos de proteção Fonte: Dados primários

Ter uma cultura que dispensa a necessidade de obrigar é o ideal que uma

empresa almeja com relação ao uso dos EPIs por parte de seus colaboradores,

porém, pela observação entende-se que ainda não se atingiu este patamar, sendo

portanto necessário a realização das cobranças. Como observado, os funcionários

utilizam normalmente seus EPIs, mas ainda carecem de uma conscientização maior

nesta área. Verifica-se certo “relaxamento” em alguns momentos do dia-a-dia de

trabalho, considerando-se a observação do pesquisador, nem todos os funcionários,

apesar de orientados, tem a mesma consciência da importância do uso do EPI.

O quadro 11 apresenta as causas de acidentes, registros e afastamentos.

ACIDENTES E AFASTAMENTOS RESPOSTA DA EMPRESA

Quais as causas mais freqüentes de acidentes? Existem registros dos acidentes? Há registro de dias de afastamento?

● As principais causas de acidentes, como salienta o entrevistado, são “a falta de atenção e falha humana”. ● A empresa não tem registro dos acidentes de trabalho nem registro de afastamento por acidente.

Quadro 11: Acidentes e afastamentos Fonte: Dados primários

Como salientado na resposta, as principais causas de acidentes estão

relacionadas a falta de atenção e a falha humana, que na opinião de Oliveira e

Minicucci (2001, p. 14), “causa é tudo aquilo que faz com que alguma coisa venha a

acontecer ou existir”, compreendendo-se com isto que um dos principais causadores

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de acidente é o próprio homem. Isto também é confirmado pelos autores no estudo

das empresas brasileiras, onde identificaram que em 33,2% dos acidentes ocorridos

o causador é o homem, pela falta de atenção, autoconfiança e outros fatores psico-

sociais.

A empresa não tem registro dos acidentes ocorridos, apesar de se constatar

pela observação participante que no período de seu funcionamento só tiveram dois

acidentes mais graves e com afastamento, os outros acidentes de menor gravidade,

ou seja, sem afastamento não são registrados ou tratados por meio de um plano de

ação que se tenha conhecimento.

Observando-se no quadro 9 que a empresa não realiza campanhas de

prevenção de acidentes, e relacionado com este quadro, pode-se dizer que os

acidentes mais graves que ocorreram, e aqueles que ocorrem sem registro,

poderiam ser minimizados ou até evitados, se, por meio de campanhas, os

colaboradores fossem alertados, orientados e conscientizados.

Com relação a condições de higiene e segurança do trabalho, o quadro 12

salienta as respostas da empresa.

CONDIÇÕES DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

RESPOSTA DA EMPRESA

Que tipo de inspeção é feita para averiguar as condições de higiene e segurança? Com relação às condições de trabalho seguro, quais são as principais reclamações recebidas? Como são tratadas estas reclamações?

● O único tipo de verificação realizado oficialmente é por meio do PPRA que faz o mapa de risco, mas não é feito nenhum tipo de auditoria periódica para verificar as condições de trabalho e do ambiente, a inspeção se restringe a percepção do coordenador de produção e dos próprios funcionários, que muitas vezes é ineficiente. ● As principais reclamações estão relacionadas a uma melhor ventilação em alguns pontos de trabalho e a falta de proteção em alguns equipamentos. ● As reclamações são averiguadas , e de acordo com o entrevistado “ao se verificar o problema são resolvidos de acordo com o planejado”. Segundo observação do entrevistador este planejado é verbal, não sendo realizado um plano de ação.

Quadro 12: Condições de higiene e segurança do trabalho Fonte: Dados primários

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A empresa não realiza nenhum tipo de verificação rotineira, como é aquela

orientada pela CIPA por meio de seus componentes, que realizam periodicamente

um check list, isto é reforçado por Campos (2007), quando salienta que este método

permite avaliar se as situações a serem observadas oferecem condições de

segurança ou não. Observa-se nas respostas dos funcionários que trabalham

próximos a extrusora e em alguns pontos onde há mais emissão de calor uma

insatisfação quanto à ventilação e a falta de proteção de alguns equipamentos.

Outro aspecto a ser destacado é a ineficiência no tratamento das

reclamações, sendo o principal fator a falta de um modelo adequado de solução de

problemas que envolva um plano de ação com responsável, prazo de realização e

prioridade. Quando o respondente afirma que as reclamações são resolvidas

conforme o planejado, na verdade este planejamento se refere somente a uma

afirmação verbal, ou seja, a uma intenção de resolver determinada situação, sabe-

se, porém, que intenções não solucionam problemas, e sim uma ação prática.

Considerando esta observação, entende-se que atualmente as empresas têm

acesso a uma vasta gama de ferramentas para solução de problemas, como: o

PDCA, que é um método de análise e solução de problemas; o 5W 2H, que

contempla a elaboração de um plano de ação, apontando as atividades a serem

realizadas, objetivo, responsável, data, custo, enfim, são muitas as formas de se

tratar não-conformidades e mais especificamente as relacionadas a higiene e

segurança no trabalho.

3.2.2 Levantamento dos acidentes ocorridos por setor nos últimos dois

anos

A empresa não apresenta registros sobre acidentes de trabalho, sejam eles

de maior ou menor gravidade, ocorridos durante os dois últimos anos. Para

compreender-se melhor o acidente de trabalho e como se caracteriza, Araújo (2002),

descreve quatro situações em que o acidente pode ocorrer:

Pode ser decorrente das atividades profissionais exercidas pelo trabalhador,

chamado de acidente típico; pode ocorrer no trajeto entre a residência e o local de

trabalho, conhecido como acidente de trajeto; Ocasionado por qualquer doença

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profissional ocasionada pelo exercício do trabalho; e ocasionado por doença de

trabalho adquirida em função de condições especiais em que o trabalho é realizado

e com ele se relacione diretamente.

A CIPA tem papel fundamental nas empresas, sendo uma de suas atribuições

analisar os acidentes, ou seja, segundo Campos (2007, p. 175), “para cada acidente

ocorrido, deve haver acompanhamento de um membro da CIPA, junto à comissão

de investigação”. Cabe portanto aos cipeiros estudar as doenças e acidentes de

trabalho, analisando cada situação, procurando descobrir suas causas e realizando

um plano de ação para eliminar as causas ou minimizá-las. Portanto, é de grande

importância para uma empresa manter um registro dos acidentes ocorridos para

atuar sobre suas causas.

Durante o período de estágio utilizou-se a entrevista não estruturada, para

buscar as informações relacionadas aos acidentes que ocorreram nos últimos dois

anos, já que não havia nenhum tipo de registro, a não ser a recordação dos

funcionários.

Obteve-se a informação que nestes dois últimos anos ocorreram dois

acidentes mais graves, exigindo atendimento médico e vários outros de menor

gravidade, como pequenas queimaduras, cortes e pequenas lesões, que na maioria

das vezes não são informadas ao coordenador de produção nem ao setor pessoal,

portanto não são registrados, tratados, e por isto não há precisão quanto ao período.

3.2.3 Verificação dos setores mais suscetíveis a acidentes

Como salienta Araújo (2002), os riscos de acidentes, variam para cada ramo

de atividade econômica, em função de tecnologias utilizadas, condições de trabalho,

mão-de-obra empregada, medidas de segurança e outros fatores. Na empresa

contactsul o ramo de atividade não apresenta riscos altos, porém todas as atividades

exigem cuidado e atenção. De acordo com as informações levantadas por meio da

pesquisa com os funcionários, utilizando-se a observação participante e a entrevista

não estruturada, verificou-se que o setor mais suscetível a acidentes é a

manutenção, sendo o principal motivo disto o fato de manusear equipamento de

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67

solda, torno horizontal, esmeril e atividades mais propensas a ferimentos caso não

haja atenção nas suas realizações.

3.2.4 Levantamento do número de dias de afastamento por acidente nos

setores da empresa

Por meio de entrevistas não estruturadas com os funcionários da produção e

do setor pessoal e também por meio da observação, detectou-se nestes dois últimos

anos apenas dois acidentes com afastamento. O setor de manutenção apresentou

um acidente com quinze dias de afastamento. Este acidente ocorreu quando o

mecânico de manutenção manuseava o esmeril, e por descuido esmerilhou o dedo,

precisando ser atendido em um pronto socorro. E o setor de produção apresentou

um acidente com mais de trinta dias de afastamento, ocorrido no mês de janeiro/08,

quando um funcionário foi retirar rolos de fio de uma prateleira e caiu por não utilizar

o equipamento correto. Os dois acidentes ocorreram por falha humana, mais

especificamente falta de atenção, conforme relataram os próprios acidentados.

3.2.5 Identificação da percepção dos funcionários em relação às práticas

de higiene e segurança do trabalho

Com o objetivo de identificar a percepção que os funcionários têm em relação

às praticas de higiene e segurança do trabalho, procurou-se inicialmente identificar o

perfil dos mesmos, sendo para isto, aplicado uma entrevista semi-estruturada com

todos os funcionários, baseado no roteiro de Celinski (1994), Zocchio (2001) e Prado

(2002).

3.2.5.1 Perfil dos funcionários

Os quadros a seguir apresentam o perfil dos funcionários da empresa,

permitindo identificar aspectos relacionados a sexo, idade, escolaridade, função que

ocupa e tempo de serviço.

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68

A finalidade de conhecer o perfil dos funcionários está diretamente

relacionado às futuras ações na implantação do programa de higiene e segurança

no trabalho. O conhecimento do perfil pode identificar potencialidades que venham

contribuir com a implantação do programa e identificar fragilidades, para que

possam ser tratadas. Como exemplo de uma fragilidade pode-se usar o nível de

escolaridade e a rotatividade, que pode ser observada no tempo de serviço.

O quadro 13 apresenta os dados pessoais dos colaboradores da empresa

relacionados a sexo, faixa etária e estado civil .

DADOS PESSOAIS

Sexo Freqüência

Masculino 16

Feminino 3

Faixa etária

18 anos a 23 anos 6

24 anos a 28 anos 8

29 anos a 33 anos 1

44 anos a 48 anos 2

49 anos a 53 anos 1

54 anos a 58 anos 1

Estado Civil

Solteiro 13

Casado 6

Quadro 13: Dados pessoais Fonte: Dados primários

Verifica-se a predominância do sexo masculino entre os colaboradores

porque as atividades da produção exigem maior esforço físico e pela qualificação

exigida nesta atividade que normalmente contempla o sexo masculino.

A faixa etária apresenta uma variação de 18 a 58 anos, sendo que a grande

maioria encontra-se na faixa dos 18 aos 28 anos, o que justifica o fato da grande

maioria ser ainda solteira.

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69

O quadro 14 apresenta as respostas dos colaboradores quanto ao grau de

escolaridade e o local de residência.

ESCOLARIDADE E RESIDÊNCIA

Escolaridade Freqüência

1º grau incompleto 2

1º grau completo 1

2º grau incompleto 3

2º grau completo 7

Superior incompleto 3

Superior completo 3

Residência

Balneário Camboriú 9

Camboriú 3

Outra cidade 7

Quadro 14: Escolaridade e residência Fonte: Dados primários

Conforme o quadro acima se observa que a maioria dos funcionários tem o

ensino médio completo, e dentre estes alguns com o terceiro grau incompleto e três

com o terceiro grau completo. Apesar de dois respondentes não terem o primeiro

grau completo e outros 4 somente com o primeiro grau completo, a empresa não faz

uma exigência de escolaridade para função operacional, já que estes casos se

relacionam a colaboradores que atuam no processo produtivo. Sabe-se que o nível

de escolaridade contribui na assimilação de novas tecnologias e inovações que

ocorrem no trabalho, portanto o investimento e incentivo nesta área auxilia o

trabalhador a estar mais bem preparado para os novos desafios.

Muitas empresas têm se preocupado com a educação de seus funcionários, e

estão conscientes das constantes mudanças do mercado e da vulnerabilidade do

emprego formal, sendo assim, os colaboradores de uma empresa que tiverem

preparados podem ter espaço no mercado de trabalho. Por isso da importância das

empresas incentivarem o estudo de seus colaboradores.

Quanto à cidade onde residem os funcionários, observa-se que sete moram

em outras cidades, o que confirma o fato da falta ou necessidade de mão-de-obra

qualificada nas cidades de Camboriú e Balneário Camboriú, acredita-se que apesar

Page 70: HST Brasil

70

da empresa contar com a maioria dos funcionários da cidade de Camboriú e

Balneário Camboriú, existem dificuldades de encontrar pessoas qualificadas para

atender a necessidade do mercado, o que justifica o fato de sete funcionários serem

de outra cidade.

O quadro 15 apresenta o setor de trabalho, que foi dividido em área produtiva

e administrativa, e o tempo de trabalho dos colaboradores.

TRABALHO

Setor de trabalho Freqüência

Produção 14

Administração 5

Tempo de trabalho

Período de experiência 2

6 meses a 1 ano 1

1 ano a 2 anos 5

2 anos a 3 anos 7

3 anos a 5 anos 1

Mais de 5 anos 3

Quadro 15: Trabalho Fonte: Dados primários

O setor de produção exige um número maior de mão-de-obra devido à

diversidade de operações e equipamentos necessários no processo de confecção

de cabos e condutores elétricos. Portanto o maior número de pessoas está

relacionado diretamente ao processo produtivo, enquanto o administrativo é

composto por cinco funcionários que coordenam os setores em que a empresa está

dividida na área administrativa, que são: setor pessoal, financeiro, e comercial.

Os setores administrativos apuram as informações diárias por meio do

controle de documentos e mantém contatos com clientes e fornecedores. Estas

informações geram os relatórios gerenciais mensais, utilizados pela gerência.

O setor comercial é responsável pelo contato com clientes, emissão das notas

fiscais e pelo controle das vendas de cabos e condutores que são efetuadas,

permitindo assim uma integração harmoniosa entre todos os setores com a

finalidade de atingir os objetivos da empresa.

Page 71: HST Brasil

71

Quanto ao tempo de trabalho, percebe-se que um grupo maior se enquadra

no período até 3 anos, ou seja, um total de 12 funcionários. Um grupo menor, 4

pessoas, está trabalhando na empresa entre um período de 4 a 5 anos, o que

demonstra certo nível de rotatividade, justificado pelo fato de que nas cidades de

Camboriú e Balneário Camboriú falta mão-de-obra qualificada.

3.2.5.2 Percepção dos funcionários quanto às práticas de higiene e

segurança do trabalho

Com o mesmo objetivo com que foi realizado uma entrevista com o dirigente

da empresa visando diagnosticar as práticas de segurança do trabalho exercidas

pela empresa, foi realizada uma entrevista semi-estruturada com os funcionários. Os

itens selecionados na entrevista foram baseados nos roteiros de Celinski (1994), e

Prado (2002), e contemplam tópicos como: treinamento de segurança, exames

médicos, campanhas de prevenção, utilização de EPIs e ambiente de trabalho.

Realizaram-se entrevistas individuais com cada funcionário para identificar

sua percepção quanto às práticas de higiene e segurança do trabalho. O resultado

das entrevistas é apresentado nos quadros 16 a 21.

Para facilitar o entendimento, os funcionários foram classificados de A a S.

O quadro 16 apresenta as respostas dos funcionários quanto ao treinamento

de segurança do trabalho.

TREINAMENTO DE SEGURANÇA RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS

A empresa oferece algum tipo de treinamento voltado a segurança do trabalho? Quais?

● A resposta da maioria dos funcionários foi não, a empresa não oferece nenhum treinamento em segurança do trabalho. Por meio da entrevista foi constatado porém, que somente o funcionário N, que trabalha no setor de manutenção, já recebeu treinamento de primeiros socorros e identificação de áreas de risco oferecido pela empresa, todos os demais entrevistados alegaram que nunca receberam treinamento nesta área.

Quadro 16: Treinamento de segurança do trabalho Fonte: Dados primários

Page 72: HST Brasil

72

Em conformidade com a resposta da empresa, os funcionários alegam não

haver recebido nenhum tipo de treinamento voltado a segurança do trabalho durante

o período em que trabalham na Contactsul, com exceção de um único funcionário

que trabalha no setor de manutenção, que já recebeu treinamento de primeiros

socorros e identificação de áreas de risco.

A seguir, o quadro 17 refere-se aos exames médicos admissionais, periódicos

e demissionais realizados com os funcionários.

EXAMES MÉDICOS RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS

São realizados exames médicos, como exames admissional, periódico ou demissional?

● A resposta de todos os funcionários foi unânime com relação a esta questão, declarando que todos passaram pelo exame admissional, e que são realizados exames periódicos.

Quadro 17: Exames médicos Fonte: Dados primários

Todos os funcionários responderam que realizaram exames admissionais e

aqueles que já estão a mais tempo também declaram que há exames periódicos

médicos e auriculares, conforme também já foi citado pela empresa no quadro 07,

de acordo com as normas da NR-9 conforme Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional (PCMSO). Conforme se observou, a realização destes exames

admissionais e periódicos gera nos funcionários um sentimento de bem-estar e

demonstra para eles a preocupação que a empresa tem com a saúde de cada um.

O quadro 18 apresenta a resposta da percepção dos funcionários quanto às

campanhas de prevenção realizadas pela empresa.

CAMPANHAS DE PREVENÇÃO RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS

São realizadas campanhas de prevenção de acidentes?

● A resposta de todos os entrevistados foi, não, a empresa nunca realizou nenhuma campanha abordando temas relacionados a prevenção de acidentes. Confirmando a resposta do representante da empresa que afirma a mesma coisa no quadro 9.

Quadro 18: Campanhas de prevenção Fonte: Dados primários

Page 73: HST Brasil

73

Confirmando a posição da empresa, os funcionários afirmam que não são

realizadas campanhas de prevenção de acidentes na empresa. Acredita-se que as

campanhas de prevenção de acidentes podem ser de grande utilidade na

conscientização sobre acidentes do trabalho e também daqueles acidentes que

podem estar sujeitos a acontecer no trajeto casa-trabalho e vice-versa, bem como

outras situações do cotidiano que exigem cuidados relacionados a integridade e

saúde. Portanto do ponto de vista do pesquisador as campanhas de prevenção de

acidentes seriam muito bem vindas na empresa.

O quadro 19 aborda a percepção de segurança na atividade em que o

funcionário desenvolve suas atividades.

SEGURANÇA NA ATIVIDADE RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS

Você considera seu trabalho seguro? Por que?

● Nesta questão pode-se observar pontos de vista diferentes considerando o tipo de atividade que o funcionário exerce e a conscientização que ele tem ao realizá-la. Por exemplo, os entrevistados H e K que trabalham na expedição declaram “sim, considero seguro porque os equipamentos manuseados não oferecem riscos”. Enquanto outro que trabalha com maquinário que oferece maior risco, como o funcionário C, declarou que dependendo do equipamento em que se trabalha o grau de risco aumenta, mas é minimizado pelo uso de EPIs.

Quadro 19: Segurança na atividade de trabalho Fonte: Dados primários

Conforme as diretrizes sobre sistemas de gestão da segurança e saúde no

trabalho (FUNDACENTRO), fatores de risco ou perigo, é aquilo que é

intrinsecamente suscetível de causar lesões ou danos à saúde das pessoas

(FUNDACENTRO, 2005), portanto todo trabalho apresenta um grau de risco, em

alguns casos maiores em outros menores. A resposta dos funcionários verificada no

quadro acima está relacionada ao tipo de serviço que é realizado, porém todas as

funções exigem seu cuidado e atenção ainda que seja a descida da escada do

mezanino para quem trabalha no escritório. Portanto, todo trabalho apresenta algum

Page 74: HST Brasil

74

grau de risco, o que pode ser amenizado pelo uso dos EPIs e pela devida atenção e

cuidado com cada atividade realizada.

O quadro 20 apresenta as respostas dos funcionários com relação à

percepção que tem da importância do uso dos EPIs.

UTILIZAÇÃO DE EPIs RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS

Para o exercício de sua profissão é necessário o uso de EPIs? A empresa oferece os EPIs? Você sabe como utilizá-los? Como aprendeu?

● Todos os funcionários que trabalham na área produtiva responderam “sim, é necessário o uso do EPI em minha função”. Já os funcionários da área administrativa não necessitam utilizá-los. ● Sim. A empresa oferece todos os equipamentos necessários para o desenvolvimento das atividades. ● Muitos funcionários já trabalharam em outras empresas e por isto já sabiam utilizar o protetor auricular, e aqueles que nunca haviam utilizado foram orientados pelo coordenador da produção no primeiro dia de trabalho.

Quadro 20: Utilização de equipamentos de proteção Fonte: Dados primários

Quanto à utilização de EPIs, todos os funcionários que trabalham na

produção necessitam utilizar o protetor auricular pois estão expostos a um nível de

ruído acima do limite, portanto, conforme avaliação de profissionais da empresa

Servmed, aplicando o PPRA é recomendado o uso deste equipamento para não

haver risco de perda de audição, o que também é reforçado por Campos (2007),

quando declara que se não houver controle das fontes de ruído, ou se não for

providenciado o uso de protetor auricular, após algum tempo os funcionários

expostos a estas fontes podem perder a audição. Além disto são recomendados

outros tipos de equipamentos de proteção de acordo com a atividade, como: luvas,

óculos de proteção, sapatos de couro. O que não é necessário para quem trabalha

no setor administrativo.

A empresa visando o bem-estar de seus funcionários e ciente das leis que

regem este aspecto do cuidado com a segurança e saúde de seus funcionários,

disponibiliza todos os tipos de EPIs necessários para seus funcionários e

Page 75: HST Brasil

75

atualmente, por meio do coordenador de produção, orienta como utilizá-los de forma

adequada.

O quadro 21 trata da percepção dos funcionários quanto ao ambiente de

trabalho.

AMBIENTE DE TRABALHO RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS

A seu ver, como é o ambiente físico de seu trabalho?

● Metade dos funcionários declarara que sente necessidade de um ambiente mais ventilado. Quanto à limpeza, todos são responsáveis pela limpeza de seu setor de trabalho, portanto, não há reclamações quanto a isto. Segundo o funcionário D, “a cozinha e banheiros estão dentro da expectativa”. Todos concordam que há boa iluminação, e quanto ao ruído, é amenizado pelo uso do protetor auricular.

Quadro 21: Ambiente de trabalho Fonte: Dados primários

Apesar de a empresa não utilizar a ferramenta dos 5S, há uma

conscientização dos funcionários com relação à limpeza de seus equipamentos e de

seu ambiente de trabalho, sendo a solicitação da grande maioria a instalação de

ventiladores em alguns pontos onde há maior emissão de calor proveniente dos

equipamentos. A NR-24 trata das condições sanitárias e de conforto nos locais de

trabalho, determinando requisitos básicos a serem observados nos locais de

trabalho para estas instalações, especialmente no que se refere a: banheiros,

vestiários, cozinhas, alojamentos e água potável (ARAÚJO, 2002). Entende-se

portanto que para o bem-estar dos funcionários é necessário que uma empresa

ofereça um ambiente limpo e em bom estado de asseio e higiene. Na percepção dos

funcionários a empresa oferece um ambiente que atende suas expectativas no que

se refere a limpeza de banheiros, refeitório e local de trabalho, estando conscientes

que eles são participantes ativos para a manutenção deste ambiente.

Os quadros com os comentários das respostas dos funcionários, permitem a

empresa fazer uma análise dos pontos fortes e fracos relacionados a percepção que

os mesmos têm do ambiente de trabalho e da segurança para realizar suas

atividades. Podendo servir como ferramenta para potencializar os pontos fortes e

minimizar os pontos fracos.

Page 76: HST Brasil

76

3.2.6 Apresentação do plano com as ações necessárias para a

implantação da CIPA

Este item apresenta um plano de ação para implantação da CIPA na empresa

Contacsul Ltda. Para isto utilizou-se o 5W 2H, que inicialmente estabelece a

atividade a ser realizada e em seguida o objetivo da atividade, determinando prazos,

responsáveis, locais onde será realizado, a forma como será feito e finalizando com

o custo de cada atividade. Portanto permitindo ao planejador uma visão passo-a-

passo do que será feito, e a possibilidade de acompanhar toda implantação do

programa.

Para conduzir a organização do estado inicial, observado com base no

resultado da pesquisa e nas normas que regem a implantação da Cipa, até o estado

almejado, foi elaborado um plano de ação que, sendo aplicado auxiliará na

qualidade do ambiente de trabalho e na qualidade de vida dos funcionários.

Um dos objetivos específicos estabelecidos para elaborar um programa de

higiene e segurança do trabalho foi diagnosticar as práticas de segurança do

trabalho da empresa. Com relação a isto Cardella (2007, p. 33), salienta que

“diagnóstico de segurança é o resultado do estudo que tem por objetivo conhecer o

estado de segurança da organização, devendo abranger a organização e o ambiente

de trabalho”. Sendo realizado este diagnóstico das práticas de segurança no

trabalho, e verificando que as práticas se restringem somente àquilo que a lei exige,

ou seja, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e o Programa de Controle

Médico de Saúde Ocupacional, foi elaborado um plano que ação que contempla a

implantação da Cipa, para que a empresa amplie sua visão relacionada a segurança

do trabalho.

Relacionado a visão voltada à segurança do trabalho e ao plano de ação

elaborado para isto, Cardella (2007, p. 35), ressalta que “um plano de ação

abrangente é, na realidade, um movimento. Esse movimento deve ser orientado por

uma estrela guia, a visão de futuro”. Com isto o autor quer dizer que a empresa deve

ter uma visão global, mas uma atuação local para atingir os objetivos, e isto só é

alcançado quando uma das atuações da empresa estiver voltada para um ambiente

de trabalho que ofereça segurança e bem-estar no desenvolvimento do trabalho de

seus colaboradores.

Page 77: HST Brasil

Plano de ação para implantação da CIPA na empresa ContactSul Ltda.

O que

Atividade

Por que

Objetivo

Quem

Responsável

Quando

Prazo

Onde

Local

Como

Form

a

Quanto

Custo

Dimensionamento da

CIPA conforme NR-5 Enquadramento da

empresa perante o

CNAE

Empregador

Agosto/08

NR -5

Consultando o Quadro III

constante na NR 5, que

indica

a

qual

grupo

pertence

a

empresa.

Transportar

o

código

encontrado para o Quadro I

da NR 5, que definirá se a

empresa deverá ou não

constituir uma CIPA.

Custos

amortizados

já orçados

Definição dos repre-

sentantes do

empregador para

constituir a CIPA

Implantar um

progama de

higiene e

segurança do

trabalho

Empregador

Agosto/08

Empresa

Por meio de indicação do

empregador.

Custos

amortizados

já orçados

Constituição de uma

comissão eleitoral

Formação

da

equipe responsável

para

realizar

publicação

e

divulgação

de

edital e promover a

inscrição individual

dos interessados.

Empregador

Agosto/08

Empresa

O empregador constitui

esta comissão designando

pessoas a seu critério, que

farão parte da comissão

eleitoral.

Custos

amortizados

já orçados

Publicação

e

divulgação do edital

de convocação para

as eleições

Informar funcio-

nários sobre a

implantação da

CIPA e a

convocação para

eleição

Comissão

eleitoral

Agosto/08

(45 dias antes

da data da

eleição)

Empresa

Por meio de edital conforme

modelo do Anexo B,

utilizando os meios de

comunicação da empresa

(jornal, murais)

Custos

amortizados

já orçados

77

Page 78: HST Brasil

O que

Atividade

Por que

Objetivo

Quem

Responsável

Quando

Prazo

Onde

Local

Como

Form

a

Quanto

Custo

Realização

de

inscrições

para

eleição da CIPA

Atender os regula-

mentos e normas

da Cipa

Comissão

eleitoral

Agosto/08

(15 dias antes

das eleições)

Empresa

Procurando a comissão

eleitoral e realizando sua

inscrição

Custos

amortizados

já orçados

Divulgação de edital

com o nome dos

candidatos inscritos

para eleição da

CIPA.

Informar a toda

empresa o nome

dos candidatos que

concorrem a CIPA

Comissão

eleitoral

Agosto/08

Empresa

Pelos meios de

comunicação da empresa

(jornal, murais)

Custos

amortizados

já orçados

Realização de

eleição da CIPA

Eleger

representantes dos

empregados

Comissão

eleitoral

Setembro/08

Na empresa,

respeitando

os horários

de turno que

possibilite a

participação

da maioria

dos

funcionários.

Utilizando cédula conforme

modelo em Anexo

Custos

amortizados

já orçados

Apuração dos votos

Verificar o

resultado da

votação, quem foi o

empregado mais

votado e o segundo

mais votado para

conhecer o titular e

suplente da CIPA

Comissão

eleitoral

Setembro/08

Empresa

Comissão eleitoral, com

acompanhamento de um

representante dos

empregados e do

empregador, em nº a ser

definido pela comissão.

Custos

amortizados

já orçados

Divulgação dos

resultados da eleição Apresentar o em-

pregado mais

votado (efetivo) e o

segundo mais

votado (suplente)

Comissão

eleitoral

Setembto/08

Empresa

Pelos meios de

comunicação da empresa

(jornal, murais)

Custos

amortizados

já orçados

78

Page 79: HST Brasil

O que

Atividade

Por que

Objetivo

Quem

Responsável

Quando

Prazo

Onde

Local

Como

Form

a

Quanto

Custo

Realização da

reunião de instalação

e posse da CIPA

Empossar os

membros da CIPA

e definir calendário

de reuniões

mensais

Empregador

Setembro/08

Empresa

Reunindo as pessoas

envolvidas e efetivando a

posse dos membros da

CIPA

Custos

amortizados

já orçados

Preencher

documentação da

CIPA: Ata de eleição,

Ata de instalação e

posse, Calendário

anual das reuniões

ordinárias da CIPA

Para registrar os

acontecimentos e

decisões da CIPA,

ficando a dispo-

sição dos Agentes

da Inspeção do

Trabalho - AIT

Secretário da

CIPA

Setembro/08

Empresa

Conforme modelos no

Anexo C (Ata de eleição) e

Anexo D ( Ata de insta-

lação)

Custos

amortizados

já orçados

Protocolo CIPA

Regulamentar as

atribuições, a

composição e o

funcionamento da

CIPA.

Empregador

Setembro/08

(Até 10 dias

após a posse)

Ministério do

Trabalho

Preencher o registro da

CIPA conforme Anexo E, e

protocolizar junto ao

Delegado Regional do

Trabalho.

Custos

amortizados

já orçados

Disponibilizar os

membros para

participar do curso de

CIPA – treinamento

com carga horária de

20horas.

Capacitar os

membros da CIPA

para realizar suas

atividades voltadas

a higiene e

segurança do

trabalho na

empresa.

Empregador

Setembro/08

(Até 30 dias

contados após

a data da

posse)

Na empresa

ou local a ser

designado

Disponibilizando o tempo

necessário para os

funcionários que fazem

parte da CIPA, realizarem o

treinamento dentro de seu

horário de trabalho.

R$ 1.100,00

79

Page 80: HST Brasil

80

De acordo com o plano de ação apresentado, foram estabelicidas todas as

atividades necessárias à implantação da Cipa.

Com relação aos custos das atividades, deve-se levar em consideração a

particularidade de cada empresa administrar seus recursos. Neste caso específico

os custos já estão amortizados, considerando que já foram orçados e realocados na

unidade de resultado da medicina e segurança do trabalho.

Após a composição da CIPA, a empresa efetuará a posse de seus membros,

conforme modelo. Contados dez dias, após a posse, a empresa deverá protocolar

no Ministério do Trabalho cópia das atas de eleição, cópia das atas de posse e o

calendário anual de reuniões ordinárias da CIPA.

Quanto ao treinamento, caberá à empresa promover treinamento para os

membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. O treinamento de CIPA

em primeiro mandato deverá ser realizado no prazo máximo de trinta dias, contados

a partir da data da posse. O treinamento terá carga horária de vinte horas e deverá

contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

• estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos

originados do processo produtivo;

• metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

• noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição

aos riscos existentes na empresa;

• noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medidas

de prevenção;

• noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança

e saúde no trabalho;

• princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;

• organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das

atribuições da Comissão.

Pode-se dizer que este trabalho constitui-se em um manual resumido e

disponível para todos que, preocupados com a qualidade de vida de seus

colaboradores, necessitam uma fonte de consulta para implantar um programa de

higiene e segurança em sua empresa ou estabelecimento.

Page 81: HST Brasil

81

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo elaborar um programa de higiene e segurança

do trabalho para a empresa Contactsul Ltda., com o propósito de propor um plano

de ação para implantação da Cipa, proporcionando a melhoria nos processos e na

qualidade de vida dos funcionários da empresa pesquisada. Para isto foram

considerados aspectos relacionados às práticas da empresa em segurança do

trabalho e a percepção que seus colaboradores têm a este respeito.

Por este motivo o trabalho sustentou-se na busca de elementos que

servissem de fundamentação para elaboração de um programa de higiene e

segurança no trabalho para a empresa em estudo. Considerando que a garantia da

segurança e saúde ocupacional, denota a necessidade mais básica dos seres

humanos, ou seja, garantir sua sobrevivência.

Para alcançar este objetivo, foram abordados de maneira sucinta

fundamentos teóricos sobre a administração e suas áreas de atuação, abrangendo a

área em estudo, que é Recursos Humanos e temas relacionados à higiene e

segurança do trabalho, como: políticas de segurança do trabalho; Comissão Interna

de Prevenção de Acidentes; organização da CIPA; atribuições dos envolvidos; seu

funcionamento; treinamento e processo eleitoral. Ainda foram abordados temas

relacionados a ergonomia e normas da CIPA.

O desenvolvimento da pesquisa apresentou as práticas da empresa em

relação à higiene e segurança do trabalho, mediante entrevista semi-estruturada e

não estruturada com o empregador, e por meio do mesmo tipo de entrevistas

obteve-se a percepção dos funcionários com relação a estas práticas, sendo suas

respostas apresentadas por meio de quadros explicativos. Foram levantados os

acidentes ocorridos nos últimos dois anos e os setores mais suscetíveis a acidentes,

assim como o número de afastamentos por acidente. Estes aspectos foram

levantados para elaborar um programa de higiene e segurança do trabalho para

empresa Contacsul Ltda.

A empresa já conta com aspectos positivos a seu favor, em virtude de já ter a

assessoria de uma empresa terceirizada que elaborou o mapa de riscos pelo PPRA

e o PCMSO que tem como objetivo acompanhar a saúde dos funcionários por meio

de exames periódicos. Estes aspectos contribuem bastante para implantação da

Page 82: HST Brasil

82

CIPA, porém observam-se outros aspectos que só serão desenvolvidos com a

efetivação da implantação, como: campanhas prevencionistas, registro de acidentes

e tratamento dos mesmos.

Do ponto de vista acadêmico, esta pesquisa possibilitou à oportunidade de ter

um envolvimento mais próximo com a realidade de uma organização e suas práticas

voltadas a segurança do trabalho, permitindo fazer uma análise dos conhecimentos

adquiridos em sala de aula e da aplicação dos mesmos na organização pesquisada.

Para a organização foi uma oportunidade de avaliar suas práticas de

segurança, por meio da percepção de seus colaboradores e conhecer a viabilidade

de implantar um programa de higiene e segurança do trabalho.

Page 83: HST Brasil

83

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Page 85: HST Brasil

85

OLIVEIRA, C. L. de; MINUCUCCI, A. Prática da Qualidade da Segurança no Trabalho. São Paulo: LTr, 2001. OLIVEIRA, D. de P. R. de. Sistemas, Organizações e Métodos: Uma abordagem gerencial. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2000. OLIVEIRA, D. de P. R. de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias e práticas. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. PRADO, C. A. L. O Capital Humano na Empresa: do diagnóstico ao plano de ações. São Paulo: Vetor, 2002. RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio do curso de administração: guia para pesquisas, estágios e trabalho de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 1999. SALIBA, T. M.; CORRÊA M. A. C.; AMARAL, L. S. Higiene do Trabalho: Programação de Prevenção de Riscos Ambientais. 3. ed. São Paulo: LTr, 2002 SANVICENTE, A. Z. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1987. SILVA, A. T. da. Administração e controle. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1997. TACHIZAWA, T. et al. Gestão em pessoas: uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. São Paulo: FGV, 2001. VASCONCELOS, E. Estrutura das Organizações. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1989. VERGARA, S. C. Gestão de Pessoas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003. ZOCCHIO, Á. Política de Segurança e Saúde no Trabalho: Elaboração, Implantação e Administração. São Paulo: LTr, 2000. ________. Segurança e Saúde no Trabalho: Como entender e cumprir as obrigações pertinentes. São Paulo: LTr, 2001. YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

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86

APÊNDICES

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87

APÊNDICE A – Roteiro da entrevista aplicada com a empresa. 1) Quais as principais características das práticas e/ou políticas da empresa referente á segurança do trabalho? 2) A empresa realiza algum treinamento voltado à segurança do trabalho? Com que freqüência? 3) Quais as principais características das práticas de recursos humanos da empresa referentes à qualidade de vida que gere segurança no trabalho? 4) São realizados exames médicos admissionais, periódicos e demissionais? Para todos? Com que periodicidade? 5) Há controle efetivo de ruído, iluminação, temperatura, aeração, etc, nos ambientes de trabalho? Quem faz ? 6) Com que freqüências são realizadas campanhas de prevenção de acidentes? 7) Os funcionários utilizam normalmente o EPI? Espontaneamente ou compulsoriamente? 8) Quais são as causas mais freqüentes de acidentes? 9) Existe registro dos acidentes ocorridos na empresa, ainda que de menor gravidade? Qual setor tem apresentado maior índice de acidentes? 10) Há um registro de dias de afastamento por acidente e por setor na empresa? 11) Que tipo de inspeção é feita para averiguar as condições de higiene e segurança existente? 12) Com relação às condições de trabalho seguro, quais são as principais reclamações recebidas? 13) Como são tratadas as reclamações em relação às condições de higiene e segurança do trabalho?

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APÊNDICE B – Roteiro de entrevista aplicada com os Funcionários.

A presente entrevista esta sendo aplicado para identificar a percepção que os funcionários têm em relação às praticas da segurança do trabalho na empresa, para a implantação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA. 1) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2) Faixa etária: ( ) 18 anos a 23 anos ( ) 33 anos a 38 anos ( ) 48 anos a 53 anos ( ) 23 anos a 28 anos ( ) 38 anos a 43 anos ( ) 53anos a 58 anos ( ) 28 anos a 33 anos ( ) 43 anos a 48 anos ( ) 58 anos a 63 anos ( ) acima de 63 anos 3) Estado Civil: ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Outros 4) Escolaridade: ( ) 1ºgrau incompleto ( ) 2ºgrau incompleto ( ) superior incompleto ( ) 1ºgrau completo ( ) 2ºgrau completo ( ) superior completo ( ) especialização 5) Residência: ( ) Balneário Camboríu ( ) Camboriú ( ) outra cidade

6) Setor de trabalho: ( ) Produção ( ) Administração 7) Tempo de serviço: ( ) Período de experiência ( ) 6 meses a 1 ano ( ) 1 ano a 2 anos ( ) 2 anos a 3 anos ( ) 3 anos a 4anos ( ) 4 anos a 5 anos ( ) mais de 5 anos 8) A empresa oferece algum tipo de treinamento voltado a segurança do trabalho? Quais?

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9) Porque você acredita que deve haver algum tipo de treinamento relacionado a segurança? 10) São realizados exames médicos, como os exames admissional, periódicos ou demissional? 11) São realizadas campanhas para prevenção de acidentes? Quais? 12) Você considera seu trabalho seguro? Por que? 13) Para o exercício de sua profissão é necessária a utilização do equipamento de proteção individual (EPI). 14) A empresa fornece o equipamento de proteção individual (EPI)? 15) Você sabe como utilizar o equipamento de proteção individual (EPI)? Como você aprendeu? 16) A seu ver como é o ambiente físico de seu trabalho? (limpeza, temperatura, ruído, ventilação, espaço) 17) Em sua opinião, o que precisaria mudar para melhorar a segurança no seu local de trabalho?

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90

ANEXOS

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91

ANEXO A – Dimensionamento da CIPA

*GRU- POS

N° de Empregados no Estabelece-

mento

N° de Membros da CIPA

0 a 19

20 a 29

30 a 50

51 a 80

81 a 100

101 a

120

121 a

140

141 a

300

301 a

500 501 a 1000

1001 a

2500

2501 a

5000 5001 a 10.000

Acima de 10.000

para cada grupo

de 2.500 acrescentar

C-1 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2

Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2

C-1a Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2

Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2

C-2 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1

C-3 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 8 8 2

C-3a Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

C-4 Efetivos 1 1 1 1 1 2 2 2 3 5 6 1

Suplentes 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 1

C-5 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2

Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 5 7 7 9 2

C-5a Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1

Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

C-6 Efetivos 1 1 2 3 3 4 5 5 6 8 10 12 2

Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 4 6 8 10 2

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92

*GRU-

POS

N° de Empregados no

Estabelecimento

N° de Membros

da CIPA

0 a

19 20

a

29

30

a

50

51

a

80 81 a

100 101

a

120 121 a

140 141

a

300 301 a

500 501 a

1000 1001 a

2500 2501 a

5000 5001 a

10.000

Acima de

10.000

para cada

grupo de 2.500

acrescentar

C-7 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1

C-7a Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2

C-8 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1

Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1

C-9 Efetivos 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1

Suplentes 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1

C-10 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2

C-11 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2

Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2

C-12 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2

Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2

C-13 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2

Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2

C-14 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2

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93

*GRU-

POS

N° de Empregados no

Estabelecimento

N° de Membros

da CIPA

0 a

19 20

a

29

30

a

50

51

a

80 81 a

100 101

a

120 121 a

140 141

a

300 301 a

500 501 a

1000 1001 a

2500 2501 a

5000 5001 a

10.000

Acima de

10.000 para

cada grupo

de 2.500

acrescentar

C-14a Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1

C-15 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 5 6 8 10 12 2

Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 6 8 10 2

C-16 Efetivos 1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2

Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2

C-17 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2

C-18 Efetivos 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2

Suplentes 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2

C-18a Efetivos 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2

Suplentes 3 3 3 3 3 4 5 7 9 12 2

C-19 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1

C-20 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2

Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1

C-21 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

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94

*GRU-

POS

N° de Empregados no

Estabelecimento

N° de Membros

da CIPA

0 a

19 20

a

29

30

a

50

51

a

80 81 a

100 101

a

120 121 a

140 141

a

300 301 a

500 501 a

1000 1001 a

2500 2501 a

5000 5001 a

10.000

Acima de

10.000 para

cada grupo

de 2.500

acrescentar

C-22 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 6 8 10 12 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 3 5 6 8 9 2

C-23 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

C-24 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 8 10 2

C-24a Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1

C-24b Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2

Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2

C-25 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

C-26 Efetivos 1 2 3 4 5 1

Suplentes 1 2 3 3 4 1

C-27 Efetivos 1 1 2 3 4 5 6 6 1

Suplentes 1 1 2 3 3 4 5 5 1

C-28 Efetivos 1 1 2 3 4 5 6 6 1

Suplentes 1 1 2 3 4 5 5 5 1

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95

*GRU-

POS

N° de Empregados

no Estabele

cimento

N° de Membros

da CIPA

0 a

19 20

a

29

30

a

50

51

a

80 81 a

100 101

a

120

121

a

140

141

a

300

301

a

500 501 a

1000 1001 a

2500 2501 a

5000 5001 a

10.000 Acima de 10.000 para

cada grupo de 2.500

acrescentar

C-29 Efetivos 1 2 3 4 5 1

Suplentes 1 2 3 3 4 1

C-30 Efetivos 1 1 1 2 4 4 4 5 7 8 9 10 2

Suplentes 1 1 1 2 3 3 4 4 6 7 8 9 1

C-31 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

C-32 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

C-33 Efetivos 1 1 1 1 2 3 4 5 1

Suplentes 1 1 1 1 2 3 3 4 1

C-34 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2

Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 9 2

C-35 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1

Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

Anexo A – Dimensionamento da CIPA Fonte: Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalhador NR-5

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96

ANEXO B – Edital de convocação de eleição da Cipa

CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÃO DA CIPA

Ficam convocados os empregados desta empresa para eleição dos membros da

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), de acordo com a Norma

Regulamentadora – NR-5, aprovada pela Portaria nº......,de ................., baixada pelo

Ministério do Trabalho, a ser realizada, em escrutínio secreto, no dia .......,às

............... horas, no ................................................................................ .

Apresentaram-se e serão votados os seguintes candidatos (ou chapas) :

............................................................................................................... .

.............de ........................ de 2............

....................................................................

( Assinatura do empregador)

Anexo B: Edital de convocação de eleição da Cipa Fonte: Gestão de recursos humanos, (2003, p. 239)

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97

ANEXO C – Ata de eleição dos representantes dos empregados da Cipa

ATA DE ELEIÇÃO DOS REPRESENTANTES DOS EMPREGADOS DA CIPA

Aos ....... dias do mês ....................... de dois mil e ........... , no local designado no

Edital de Convocação (7) .................. , com a presença dos(as) Srs.(as)

......................................................... , instalou-se a mesa receptora e apuradora dos votos

às .............. horas, o Sr. Presidente da mesa declarou iniciados os trabalhos.

Durante a votação, verificaram-se as seguintes ocorrências: ....................(quando existirem

ocorrências anotar aqui). Às ...... horas, o Presidente declarou encerrados os trabalhos de

eleição, verificando-se que compareceram....... empregados e passando-se à apuração, na

presença de quantos desejassem.

Após a apuração, chegou-se ao seguinte resultado:

Titulares Suplentes

.................................... ............. votos ................................. ............. votos

.................................... ............. votos ................................. ............. votos

.................................... ............. votos ................................. .............. votos

Após a classificação dos representantes dos empregados por ordem de votação, dos

titulares e suplentes, esses representantes elegeram o ................................. para VICE-

PRESIDENTE.

Demais votados em ordem decrescente de votos:

.................................... ............ votos ..................................... ............ votos

.................................... ............ votos ..................................... ............ votos

E, para constar, mandou o Sr. Presidente da mesa fosse lavrada a presente ATA,

por mim assinada ....................................... Secretário, pelos Membros da mesa e pelos

eleitos

.................................................. ...............................................

Presidente da Sessão Secretário

Titulares Suplentes

............................................. ..............................................

............................................. ..............................................

............................................. ..............................................

Anexo C: Ata de eleição dos representantes dos empregados da Cipa Fonte: Gestão de recursos humanos, (2003, p. 40)

Page 98: HST Brasil

98

ANEXO D – Ata de instalação e posse da Cipa da empresa

ATA DE INSTALAÇÃO E POSSE DA CIPA DA EMPRESA

Aos ....... dias do mês de .................,do ano de dois mil e ........, no ................ nesta

cidade, presente(s) o(s) Senhor(es) Diretor(es) da Empresa, bem como os demais

presentes, conforme Livro de Presença, reuniram-se para Instalação e Posse da CIPA

desta Empresa, conforme o estabelecido pela Portaria nº .............. , o Senhor

.................................... representante da Empresa e Presidente da mesma, declarou

abertos os trabalhos, lembrando a todos os objetivos da Reunião, quais sejam: instalação

e Posse dos componentes da CIPA. Continuando, declarou instalada a Comissão e

empossados os Representantes do Empregador:

Titulares Suplentes

......................................................... ..................................................

......................................................... ..................................................

......................................................... ..................................................

Da mesma forma, declarou empossados os Representantes eleitos pelos

Empregados:

Titulares Suplentes

....................................................... ...................................................

........................................................ ...................................................

........................................................ ...................................................

A seguir, foi designado para Presidente da CIPA o Senhor........................... , tendo

sido escolhido entre os Representantes eleitos dos Empregados o Senhor ..................... ,

para Vice-Presidente. Os Representantes do Empregador e dos Empregados, em comum

acordo, escolheram também o Senhor ......................... para Secretário da CIPA, sendo seu

substituto o Senhor .................................. . Nada mais havendo para tratar, o Senhor

Presidente da Sessão deu por encerrada a reunião,lembrando a todos que o período de

gestão da CIPA ora instalada será de 01 (um) ano a contar da presente data. Para constar,

lavrou-se a presente ATA, que, lida e aprovada, vai assinada por mim, Secretário, pelo

Presidente da Sessão, por todos os Representantes eleitos e/ou designados inclusive os

Suplentes.

............................................................ ...........................................................

Presidente da Sessão Secretário

Titulares Suplentes

........................................................... ..........................................................

.......................................................... ..........................................................

Anexo D: Ata de instalação e posse da Cipa da empresa Fonte: Gestão de recursos humanos, (2003, p. 41)

Page 99: HST Brasil

99

ANEXO E – Requerimento de registro da Cipa

REGISTRO DA CIPA

Ilmo. Sr. Delegado .............................(Regional do Trabalho)..................................................

A ........................................................(Razão Social)................................................................

Situada....................................(Endereço)..................................................................................

Com atividade ...........................(Principal)............................................................ grau de

risco ............................ vem, mui respeitosamente, requerer a V. Sa. o registro da Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, de seu estabelecimento situado

.......(Endereço).......................(CEP).........................(Telefone)....................(CGC)...................

Com atividade ...................................... , de conformidade com o art. 163, da CLT e a NR-5,

da Portaria nº ............. , de ......./......./......... . Para tanto, anexamos os seguintes

documentos: cópias das atas da Eleição e da Instalação e Posse (ou as mesmas registradas

no livro de atas), livro de Atas para autenticação e Calendário Anual das Reuniões

Ordinárias da CIPA.

Nestes Termos

Pede Deferimento

.......................................... , ............. de ............................... de 20......

.........................................................

(assinatura do empregador)

Anexo E: Requerimento de registro da Cipa Fonte: Gestão de recursos humanos, (2003, p. 305)

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100

DECLARAÇÃO

A empresa CONTACT CONDUTORES ELÉTRICOS LTDA. declara, para

devidos fins, que o estagiário SERGIO GROSS, aluno do Curso de Administração do

Centro de Educação Superior de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do

Vale do Itajaí, cumpriu com a carga horária prevista para o período de 01/09/2008 a

30/04/2008, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e

respeitou nossas normas internas.

Balneário Camboriú, 02 de junho de 2008.

______________________________

Mário José Moritz

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101

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Sergio Gross

Estagiário

Mário José Moritz

Supervisor de campo

Prof. Justina da Costa Rodrigues

Orientadora de estágio

Prof. EduardoKriger da Silva

Responsável pelos estágios em Administração