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9 772237 558005 00066 ISSN 2237-5589 A moda R$ 10,00 ano 11 | n o 66 Cláudia Gaigher, Renata Malenza Viajando sem GPS, com uma repórter além da notícia O estilo pessoal e intransferível de Bündchen Gisele quer chegar feliz aos 90 anos manifto Vivian Coser

Hype - edição 66

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Edição 66 da Revista Hype

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9 A moda

R$ 1

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ano

11 |

no 66 Cláudia

Gaigher,

Renata Malenza

Viajando sem GPS, com

uma repórter além da notícia

O estilo pessoal e intransferível de Bündchen

Giselequer chegar feliz

aos 90 anos

manifesto

Vivian Coser

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Loja Dressy apresenta:

Rua Comissário Octávio Queiroz • 750Lojas 8 e 9 • Galeria Santarém • Jardim da Penha

Telefone: 27 2142.6716dressy @lojadressy

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EditoraBetty Feliz

Editora adjunta Ariani Caetano

Fotografada por João Araújo, a modelo Dayanne Souhait (Andy Models) usa casaco de tricô Dressy, calça Dotz, cinto Novitá, colar e anéis Morana. Stylist: Carlos Faria. Make up: Pablo Lima

A Revista Hype é uma publicação bimestral da Preview Editora Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do editor. Todos os direitos reservados.

» O que têm em comum, além do fato de serem mulhe-res, a modelo Gisele Bündchen, a atriz Juliane Moore, a jornalista Cláudia Gaigher, a arquiteta Vivian Coser e a advogada Ana Paula Morbeck? Suas ideias, projetos e realizações recheiam as páginas desta edição, reve-lando a forma como cada uma delas dá sua contribui-ção para tornar este país – e o mundo – melhor. A re-ceita mistura talento, engajamento e solidariedade, com trabalho sério e responsável, atitudes que fazem a dife-rença nestes tempos de descaso, indiferença e violên-cia que vivemos nos dias atuais.

O momento não poderia ser mais propício para le-vantar bandeiras propositivas que, aliás, estão presentes até mesmo no nosso ensaio de moda, produzido e inspi-rado em clima de manifesto feminista. Sim, o feminismo voltou à cena, depois de um bom período mergulhado nas sombras, mas antes que você fique imaginando que encaramos o tema com a raiva e o ranço machista rea-cionário de décadas passadas, saiba que, ao contrário, nesta seara, defendemos o humanismo, com toques de bom humor e leveza.

A revista está cheia de outras ótimas novidades, trazendo, como sempre, preciosas dicas de consumo, arte, cultura, decoração, comportamento e gastronomia. Você vai conferir tudo isso e ainda deliciar-se com os textos de André Andrès, Sylvia Lis, Antonio Carlos Félix das Neves e Marcelo Netto, que também fazem a diferença em Hype.

Boa leitura!

Betty Feliz

Nossa capa

ColaboradoresAndré AndrèsAntônio Carlos FélixAriani CaetanoEster Jacopetti

Luis TaylorMarcelo Netto Sylvia Lis

Redação Rua Prof. Sarmento, 41/Lj 01, Ed. Eller, Praia do Suá, Cep 29.052-370, Vitória, ES. Telefax: 27 3225.6119 [email protected]

Comercial 27 3225.0184 [email protected]

Projeto gráfico e diagramaçãoLink Editoração 27 3337.7249

Impressão Gráfica e Editora GSA 27 3232.1266

Site www.hypeonline.com.br

Editorial hype

Fazendo a diferença

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A voz do leitor

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hypeonline.com.br

Pelo FacebookSimplesmente, amei o resultado do editorial de moda da última edição.Ticyana Motta

Hype sempre arrebentando...Letícia Cariello Ruschi

Hype é um luxo de chic.Lucia Oliveira

Textos, entrevistas e edição perfeitos.Antonio Nicola

Parabéns por todo o sucesso!Penha Nonato

Por e-mailSempre que leio Hype me surpreendo com a qualidade da revista e me pergunto como uma publicação desta consegue sobreviver, por tanto tempo – e com tanta qualidade –, em um estado onde tudo parece conspirar contra o crescimento, a criatividade e o progresso. Para mim, vocês são heróis!Virgínia S. Amorim

Adorei o ensaio do fotógrafo Eduardo Negrão publicado na última edição. O fato de ele trabalhar com não modelos mostrou que vê a moda com um olhar democrático e, ao mesmo tempo, ousado. É disso que a moda precisa.Jenyffer Nogueira

Sinto falta de ler mais matérias sobre literatura em Hype. Acho que a revista tem muitas qualidades, mas falta abrir mais espaço para a cultura.José Antonio Goulart

NR- Sua sugestão é muito bem-vinda, José Antonio. Prometemos analisá-la com carinho.

•••

O fotojornalista Gabriel Lordêllo,

da Mosaico Imagem, é um

profissional que, decididamente,

curte seu ofício. Ele assina a

seção Hype End desta edição

com um belo flagrante

do mar de Camburi.

Presente no Facebook, onde

sempre nos surpreende

com imagens captadas

por suas sensíveis lentes,

Lordêllo fala mais sobre sua

carreira no nosso site

O ensaio de moda do fotógrafo Eduardo Negrão, publicado na edição n° 65, movimentou as redes sociais.

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8Entrevista

» Top das tops, Gisele Bündchen encara a fama com a serenidade de quem pratica ioga e meditação e diz que quer chegar, feliz, aos 90.

Sumário hype

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» Conversar, mesmo que de forma hipotética, com Juliane Moore, é um desafio. A premiada atriz fez por merecer seu Oscar em “Para Sempre Alice”.

TurismoPersonagem» A empresária Renata Malenza, da Brasigran, é daquelas mulheres que não temem desafios. Ao con-trário: “A rotina me mata”, garante.

» A jornalista capixaba Cláudia Gaigher se diz apaixonada pelo que faz, o que não é pouco: repór-ter de TV engajada, ela exibe be-lezas e mazelas do país.

» Mãe orgulhosa de Arthur e casada com o senador Ricardo Ferraço, a arquiteta Vivian Coser faz questão de separar vida pessoal da profissional.

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Cidada

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Tudo

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Casa

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Cinema

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Final

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Divã

18E mais

Zoom

» As mulheres estão, de novo, levan-tando bandeiras em defesa de seus direitos. Nosso ensaio revela o lado fashion/feminista das ruas.

26Moda

» A revista reuniu, profissionais do mercado publicitário durante um encontro, no Café Carnielli, regado a delícias e troca de infor-mações editoriais.

3416

» É hora de cuidar dos cabelos. Sejam eles secos, espetados, li-sos ou encaracolados, há sempre uma solução sejam eles sem vida ou indomáveis.

Narciso

Café comHype

7hypeonline.com.br

20Papo Surreal

Som

Feliz B

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Gisele BÜndchen

Entrevista hype

A modelo brasileira mais famosa e uma das mais bem pagas do mundo diz que não tem mais pressa de chegar a “algum lugar”. Adepta da ioga e da meditação, nesta entrevista ela revela seus truques de beleza, mas diz que seu segredo é estar bem consigo mesma

E leita, em 2013, pela revista americana “Forbes”, uma das 100 mulheres mais poderosas do mundo, a top model brasileira Gisele Bündchen conquistou o título após acumular 42 mi-

lhões de dólares em 12 meses (entre junho de 2012 e junho de 2013).No mesmo ano, foi escolhida pela revista “Época” uma das 100 personalidades mais influentes do Brasil. Com mais de 500 capas de revistas em seu currículo, Gisele é a segunda personalidade feminina do planeta com mais capas com sua imagem, depois da princesa Diana e, durante sete anos consecutivos, foi a modelo mais bem paga do mundo.

Mas quem é de fato Gisele Caroline Bündchen, a garota nascida em 1980, em Horizontina, Rio Grande do Sul, que despontou nas passarelas aos 15 anos e acabou se tornando símbolo internacional de beleza, sucesso e riqueza? Casada desde 2009 com o jogador de futebol americano Tom Brady, mãe de dois filhos, Benjamin (cinco anos) e Vivian (dois), 34 anos, ela revela que seu projeto de vida inclui aproveitar cada momento e “chegar aos 40, 50, 60 ou 90 anos de idade felicíssima”.

Por Ester Jacopetti | Fotos: Divulgação

"Espero chegar aos 90 felicíssima"

Você já tem 20 anos de carreira representando a mulher brasileira mundo afora. Como encara essa responsabilidade? » Sinto-me muito honrada em poder repre-sentar a mulher brasileira fora do país. Sou o tipo de pessoa que levanta a bandeira do Brasil, e olha que já estou trabalhando fora há um tempão. Sinto-me muito feliz porque vejo a mulher brasileira, forte, guerreira, determinada e, ao mesmo tempo, feminina e

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sensual. É uma honra poder representar essas mulheres lá fora. Nestes 20 anos de carreira conheci muitas mulheres lindas e incríveis.

Qual é o seu conceito de beleza?» Para mim, é algo muito diferente. Quando a pessoa está bem consigo mesma e se sentindo feliz e completa, ela brilha. Esse é o tipo de beleza que não se descreve. Não importa se você é alta, magra, mais cheinha, baixinha, tem cabelo crespo ou liso. Não se trata disso. Algo que irradia na pessoa é quando ela está bem e saudável. Ela entra no lugar e as pessoas falam: ‘Uau!’. É bom termos um tempo para nos cuidarmos, cuidarmos do nosso corpo e também da mente, de dentro para fora... é muito mais importante. Por isso, precisamos de um tempo para nos cuidar.

Pois é, mas o que todas as mulheres querem saber (inclusive as leitoras de Hype) é o seu segredo. Porque quanto mais o tempo passa, mais linda você fica. Conte para nós...» Bem, isso depende muito da ocasião. Porque, se eu vou a uma festa, é bacana fazer cabelo e maquiagem, mas, insisto, sentir-se bonita ajuda muito na autoesti-ma e nos faz mais alegres. É importante todo mundo se cuidar e se paparicar um pouquinho de vez em quando.

E quanto a envelhecer, esse é um tema que lhe preocupa?» Sabe, em relação à idade, estou gostando, porque estou ficando mais madura. A vida só tem ficado melhor. Já faz tempo que eu decidi prestar mais atenção nesse aspecto do amadurecimento. Comecei a praticar ioga e há uns dez anos pratico meditação diariamente. Com isso, ganhei uma nova consciência, principalmente sobre o que eu estava colocando no meu corpo, em todos os sentidos, dentro e fora do meu organismo; sobre como estava me alimentando e como estava encontrando espaço para mim mesma

na vida intensa que estava levando por causa do meu trabalho. Como eu conseguia ter um momento de tranquilidade e realmente estar presente, porque, de vez em quando, a gente engata a quinta marcha e, quando vê, o ano passou e não percebemos. Depois a gente não sabe direito nem o que aconteceu...

Além da ioga, você pratica outras atividades físicas?» Sim, pratico exercícios diariamente. Aprendi a entender que, realmente, nos-so corpo é o nosso tempo. Assim, o que exigirmos dele, ele estará pronto para nos oferecer. No dia em que fico sem meditar ou como algo diferente já me sinto descon-fortável, outra pessoa, entende? É incrível quando você está consciente e presente em todas essas atividades de se exercitar, se alimentar, meditar... Como é importante fazer escolhas mais saudáveis que a façam sentir-se melhor! Espero chegar aos meus 40, 50, 60 ou 90 anos felicíssima! Este é o meu projeto de vida.

Falando em futuro, você costuma estabelecer metas?» Escrevo uma carta para mim mesma. Faço isso há um bom tempo e guardo todas elas. Tem sido fantástico porque, quando eu leio o que escrevi no passado, é legal observar as metas que eu me propus a conquistar, principalmente como pessoa, porque a gente tem também o lado pessoal, de como eu posso ser uma filha melhor, uma mãe melhor, uma amiga e um ser humano melhor também. Esses detalhes são importantes para mim. É bom porque a gente vai evoluindo e crescendo. Você acha que é natural, mas é algo que a gente precisa trabalhar. É muito bom! Eu reflito sobre tudo o que passei e coloco minhas metas para o próximo ano. Faço isso em forma de oração e isso tem me ajudado muito. Ajuda a renovar as esperanças. É uma oportunidade de fechar as portas para o que não quero mais na minha vida. Eu adoro. Espero que, neste ano, as pessoas tenham mais amor no coração.

... de vez em quando, a

gente engata a quinta marcha

e, quando vê, o ano

passou e não percebemos

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Entrevista hype

1010

Já aconteceu de você pegar uma de suas cartas, relê-la e achar que aquela ideia não era tão importante no momento em que a escreveu, mas que agora é?» Acredito que os valores vão mudando de acordo com os anos. Hoje eu sei que o mais importante para mim é viver o meu momento, porque a vida é isso, é o que eu tenho. Não simplesmente pensar que vou chegar a algum lugar. Quando eu era mais jovem, eu pensava e desejava chegar a algum lugar. Era importante ter um destino. Hoje penso em como aproveitar a minha vida em todos os sentidos, é claro, chegar a algum lugar, mas o mais importante é o momento.

Qual foi o melhor ano da sua vida? » O melhor ano da minha vida foi 2005, quando fui com alguns amigos para um retiro e lá ficamos por três dias em absoluto silêncio. Foi incrível! Adoro participar desses rituais. Percebi que tudo o que aconteceu na minha vida foram escolhas minhas. Por isso, achei importante me dedicar a esse momento de reflexão. Foi algo que marcou a minha vida e me deu um clique.

Qual o seu desejo para este ano?» Tenho vários desejos, mas não posso contar nenhum deles, porque, senão, não acontece... (risos)

Como você se define?» Sou uma mulher de ação! Eu faço! É importante ter foco e clareza dos nossos objetivos, do que a gente quer para a nossa vida. Para mim, é tudo uma questão de atitude. Tudo o que acontece na nossa vida, eu não julgo como positivo ou negativo, mas simplesmente enxergo como situações que servem para aprender algo. Não foco nas coisas que me colocam para baixo. Para mim, gratidão

É importante olhar para

dentro do nosso

coração, ver se estamos cuidando

de nós mesmos e

do próximo, da nossa família...

é a palavra que deve ser uma constante. Eu tenho gratidão por tudo que acontece comigo, sejam coisas alegres ou tristes. É importante praticar o autoconhecimento, olhar para dentro de cada um de nós. É importante olhar para dentro do nosso coração, ver se estamos cuidando de nós mesmos e do próximo, da nossa família...

Com tantas viagens para fora do país, a trabalho, como é a Gisele no dia a dia? » Como disse, procuro ter um estilo de vida equilibrado, que envolve boa alimentação, exercícios e bastante água. Acredito que tudo isso ajuda no nosso bem-estar e, con-sequentemente, na nossa aparência. Mas é claro que, se eu vou a uma festa, gosto de me cuidar, arrumar o cabelo, fazer maquiagem... Estar bonita contribui para a alta autoestima, né?! Eu gosto de me paparicar e ficar bonita.

Seus cabelos são bastante copiados. O que você faz para mantê-los sedosos?» Acho importante usar produtos de qualidade, que reparem e protejam os fios, já que o meu trabalho danifica bastante meus cabelos. Com o passar do tempo, estou percebendo algumas diferenças nele.

Tem muitos fatores que contribuem para essa mudança: maternidade, processo químico, estresse... Tudo isso pode nos afetar e deixar os cabelos mais finos. Os hormônios ficam enlouquecidos.

Tudo acontece quando a gente se torna mãe. Se eu tenho cabelo até hoje, acredite, devo à Pantene. Porque você não faz ideia do que eu já passei na minha vida... Imagine, 20 anos de carreira e incontáveis mudanças nos cabelos. Uso muito aquelas ampolinhas milagrosas da marca, porque são super prá-ticas, rápidas e garantem um

resultado incrível. Sem falar nos xampus com tecnologia antioxidante. Adoro!

Page 11: Hype - edição 66

11hypeonline.com.br

Para que a nossa cidade seja o melhor lugar para cada um de nós, dê a sua contribuição

e participe do Minha Vitória, uma iniciativa para tornar a cidade mais desenvolvida,

organizada, justa, sustentável e voltada para as pessoas por meio de uma gestão

compartilhada. Venha discutir, pensar, propor e planejar Vitória para a próxima década,

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Cidadania hype

D esde 2005, a Associação Renascer, fundada pelo casal Fabíola e Vandeir Camilo

Bourguignon, seu atual presidente, cuida de famílias de crianças, adolescentes e adultos com algum tipo de deficiência, física ou intelectual. A associação conta com cerca de 90 famílias cadastradas, que recebem dela doações de cadeiras de roda e de banho, fraldas, roupas e leites especiais, além de ajudar com encaminhamentos médicos.

A associação é uma organização social sem fins lucrativos e não possui apoio de nenhuma entidade ou ins-tituição governamental ou religiosa. Por isso, a Renascer conta apenas com doações, que geralmente chegam do trabalho de telemarketing. “Essas famílias têm muito pouco auxílio. Somos filantrópicos, e tem meses que temos para repassar, tem meses que não temos. Mas como se tratam de famílias muitas vezes de extrema carência, tudo o que vem é bem-vindo e é encaminhado de acordo com as necessidades de cada uma delas”, conta a assistente social da Associação Renascer, Geziane Rasseli.

Segundo ela, duas iniciativas re-centes da associação têm tido resul-tados bastante positivos. Uma delas é a realização de oficinas de costura,

pintura e confecção de bolsas para as mães das famílias atendidas. Assim, elas transformam o que aprendem nas aulas, que são gratuitas, em uma pro-fissão e conseguem ganhar uma renda extra. “Isso mudou a vida de várias famílias. O aprendizado se transfor-ma em renda, e, mais do que isso, as mães se ocupam com outras coisas, trocam experiências e conseguem se desligar um pouco dos problemas”, avalia a assistente social.

Outra ação que tem contribuído muito para a Associação Renascer é a parceria com o Ceasa, por meio do projeto Mesa Brasil. Todas as sextas-feiras, ele envia um caminhão de doações para a associação. São frutas, verduras, legumes, sucos e iogurtes, que são repassados no mes-mo dia às famílias cadastradas. Com isso, a entidade consegue viabilizar melhores condições de alimentação às pessoas atendidas.

As famílias, aliás, passam por um cadastro antes de começarem a ser au-xiliadas pela instituição. São realizadas entrevistas e visitas domiciliares para comprovar as informações fornecidas. As doações para a Associação Renascer podem ser feitas em espécie ou na forma de algum dos itens que mais são necessários às famílias.

Instituição filantrópica de Vila Velha atende famílias carentes de pessoas com deficiência fornecendo alimentos

e outros itens. Sem apoio de outras entidades ou do governo, para fazer as doações, ela também precisa recebê-las

Recebendo e doando

Por Ariani Caetano

Como ajudar

Associação Renascer

Rua Santa Apolônia, 211,

Ibes, Vila Velha/ES

27 3149.1100

www.associacaorenascer.com.br

[email protected]

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Feminismo hype

Elas são minoria nos departamentos de criação de agências e não estão

satisfeitas com as campanhas, mas decidem as compras de um lar. Ser mulher e ficar exposta a propagandas

criadas por homens – e, em algumas vezes,

de cunho machista – não é fácil. Nem precisa

ser. Foi a partir dessa constatação que nasceu a Cerveja Feminista.

Por Ariani Caetano

S essenta e cinco por cento das mulheres dizem não se identificar com propaganda e apenas 10% do

mercado criativo são formados por elas. Não, os dados não são antigos, mas con-temporâneos, coisa quase impensável em pleno século XXI. O primeiro foi extraído de um estudo que a Sophia Mind realizou com 3.500 mulheres no ano de 2011; o segundo é de uma pesquisa feita por três publicitárias que tiveram a coragem de começar a pensar sobre o assunto, debatê--lo e, quem sabe, ajudarão a transformar essa realidade.

Larissa Vaz, de 25 anos; Thaís Fabris, de 32, e a capixaba Maria Guimarães, de 28, é que são as responsáveis pelo coletivo 65 | 10, cujo nome foi pensado justamente a partir das estatísticas apresentadas anteriormente. Seu objetivo é questionar a publicidade, enquanto mídia de massa, principalmente com relação ao machismo que existe tanto nas campanhas quanto dentro das agências.

Por causa da polêmica envolvendo uma campanha da Skol para o Carna-val, as publicitárias pensaram em uma maneira de não deixar o assunto sobre

o machismo na publicidade morrer e criaram a Cerveja Feminista. Trata-se de uma cerveja artesanal red ale, produzida por uma cervejaria de São Paulo, vendi-da a preço de custo. A ideia é trazer o tema do feminismo para a mesa do bar, de modo a ser discutido por mulheres e homens. O primeiro lote da Cerveja Feminista, 1.200 garrafas de 600 ml, foi todo vendido em poucas semanas. O coletivo pretende vender outro, para o qual é possível fazer um cadastro no site www.cervejafeminista.com.br.

Segundo Maria, que trabalha em uma agência de publicidade, é raro ver mulheres ocupando cargos no departamento de criação, uma in-coerência se observarmos que 80% das decisões de compra de um lar são tomadas pela mulher, segundo o Censo/IBGE 2009-2010.

A Cerveja Feminista é apenas uma ação mas, para aumentar o número de mulheres nos departamentos de criação das agências, só mesmo com mudança de consciência.

Vamos tomar uma cerveja para debater o assunto?

polêmica

Cervejacomsabor de

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» A Mahogany anuncia uma nova linha de produtos premium: Perfect Hair. São cinco produtos, que contêm ativos como os óleos de argan, que penetra

na fibra capilar e a melhora instantaneamente; de ojon, que potencializa a recuperação e a nutrição dos cabelos danificados, e de crambe, que auxilia na flexibilidade dos fios e redução da quebra.

Narciso hype

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Cabelo,cabeleira...

É hora de cuidar das madeixas. E se os fios estão maltratados, ressecados ou desbotados, não se

desespere. Para tudo há solução, até para cabelos indomáveis que parecem ter vontade própria

» A Cosmezi Itália trouxe para o Brasil o Riduttori Pró, da linha Tratto

Milano. O produto alinha os fios, reduz o volume, protege a queratina, recupera e mantém o brilho e tem sistema antiamarelamento, além de proteger os lipídios naturais do cabelo.

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» Tons vibrantes exigem proteção e tratamento constantes. O xampu e o condicionador da linha True Hue Violet, da Senscience, específicos para cabelos loiros, cinzas e brancos, evitam o amarelado dos

fios, enquanto as cápsulas de tratamento e proteção da cor fixam a coloração do cabelo, impedindo seu desbotamento.

» E por falar em cabelos coloridos, os fios vermelhos estão na cabeça de muitas mulheres e também merecem linhas de produtos específicas para eles. O xampu Safe Red, da Macpaul Professional, mantém

a cor vibrante, com brilho e sedosidade, enquanto a linha Intensive Red, da Trattabrasil Professional, evita o desbotamento, restaura e protege os fios.

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Tenho que matar o“tenho que”!!!

Divã hype

T odo mundo, de uma forma ou de ou-tra, tem um “tenho que”! Tenho que fazer isso, tenho que fazer aquilo,

tenho que... Por mais que essa obrigação nos atormente com a crueldade do seu impera-tivo categórico, ela se faz necessária, pois aderimos resignadamente aos seus preceitos.

As exigências dos tempos atuais, movidas pelos ideais de consumo constante, só refor-çam os ditames do “tenho que”. Por incrível que pareça, não conseguiríamos viver sem as ordens desse imperativo. Por quê? Porque é ele quem, no fundo, nos diz o que e como temos que fazer. Cumprimos automaticamente as suas ordens, não nos perguntamos por que fazemos isso ou aquilo e, ao final, nunca acha-mos que estamos à altura de suas exigências. Daí, o nosso familiar sentimento de culpa.

Com a culpa, nos autopunimos por nunca satisfazermos o “tenho que”. E nos autopu-nimos de várias maneiras: engordando, se ferindo, se endividando, se sabotando, adoe-cendo, enfim, damos um jeito de fazer um mal a nós mesmos, nos castigando por não termos sido tão obedientes ao “tenho que”.

Ora, se é o “tenho que” que nos diz o que temos que fazer, não precisamos, então, pen-sar no que temos que fazer, já que ele, apesar de toda severidade de seus mandamentos, nos diz o que tem que ser feito. Não precisamos dar sentido à nossa existência, pois o “tenho que” o faz pela gente. Assim, não temos que nos responsabilizar pelas nossas escolhas, se elas estão certas ou erradas, uma vez que o “tenho que”, por sua constante exigência, não deixa espaço para refletirmos sobre o nosso

destino, sendo o responsável anônimo pelas consequências dos nossos atos.

Se ficássemos sem o “tenho que”, o que faríamos? É nesse momento que nos vemos angustiados, quando nos deparamos com o fato de não termos nada para fazer. Por isso tem gente que precisa estar sempre ocupado: comendo, trabalhando, pensando... correndo não sabe do quê.

Podemos também encontrar pessoas que precisam do esforço da obrigação, que gos-tam de coisas difíceis, como se precisassem passar por um sacrifício para se sentirem me-recedoras de uma consideração. E, mesmo assim, ainda são capazes de dizer, num tom de autopunição: “Não fiz mais do que minha obrigação!”, renunciando, dessa maneira, ao prazer pelo trabalho realizado.

O “tenho que” não considera o feriado, o final de semana e o tempo livre com a família. Ele sempre nos faz arrumar alguma coisa para fazer, para atender, que nos ocupe o dia, não nos permitindo ficar em falta. Ficar em falta ou deixar o outro em falta, sem culpa... Eis o nosso maior desafio!

“Eu tenho que matar o ‘tenho que’!”, me dizia uma jovem mulher. Ela que dava conta de tudo, que não recusava demandas e que queria estar em todos os lugares, se possível, ao mesmo tempo. Como matar o “tenho que”? Uma boa pergunta que eu não tenho que responder! Mas posso pelo menos adverti-los para que “o tenho que matar...” não seja mais uma de suas obrigações, relativizando o seu imperativo categórico: “tenho que” matar, talvez, contudo, todavia, entretanto...

Antônio Carlos Félix das Neves Psicólogo, psicanalista e professor

[email protected]

Ilustração: Fernando Augusto

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Papo surreal hype

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Julianne Moore

A elegemos para figurar em Papo Surreal antes do prêmio (justíssi-mo!) porque, acima de tudo, adora-

mos esta linda e competente ruiva, escritora engajada em nobres causas que têm as crian-ças como alvo. Mas, como você sabe, nossa conversa com Julianne é pura ficção, uma brin-cadeira de assumidos fãs de carteirinha. No entanto, grande parte das respostas que apa-recem no texto foram extraídas de entrevistas que a atriz concedeu a diversas publicações.

Protagonista de “Para Sempre Alice” (“Still Alice”), que deu a ela o Oscar de Melhor

Atriz por sua performance no papel de uma professora de Psicologia na prestigiada

Universidade de Harvard, Julianne Moore encarnou com competência uma

especialista em aquisição de linguagem, casada e mãe de três filhos, que, aos 50 anos, é surpreendida com o diagnóstico

de Alzheimer de Instalação Precoce

talentosaSolidária e

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21hypeonline.com.br

Você declarou que, apesar da complexidade do papel, não foi “nada difícil” viver Alice...» O filme que fizemos não foi no espírito da perda ou degradação, mas sim sobre o que você valoriza, quem você ama e o que você quer fazer com o tempo que você tem. Eu voltava para casa todo dia após as filmagens me sentindo tão grata pelo meu marido, meus filhos e meus terríveis cães... Tudo isso era algo que fazia com que eu me sentisse feliz.

Mas, convenhamos, interpretar o papel de uma mulher com Alzheimer não é tarefa fácil...» É verdade! Eu não sabia nada sobre a doença, mas tive uma enorme ajuda da co-munidade de pacientes de Alzheimer e de uma das maiores especialistas no mal, Mary Sano, professora de Psiquiatria e diretora do Centro de Pesquisas de Alzheimer na Escola de Medicina Mount Sinai, de Nova York.

Você visitou grupos de apoio para mulheres com a doença?» Sim! E elas foram tão colaborativas, realmente me explicaram como se sen-tiam, e muito da linguagem da minha personagem inspirou-se nesses encon-tros. Há muita vergonha nos pacientes de

Alzheimer, e a maioria deles sente que não está sendo compreendida.

Esperava ganhar o Oscar?» Não criei expectativas, mas... adorei!

Entrando um pouquinho em sua intimidade... O fato de seu marido ser mais jovaem a incomoda?» Em absoluto! Por que homens po-dem se relacionar com mulheres mais jovens, mas não o contrário? Você não acha isso muito preconceituoso?

Com certeza! Você se considera feminista?» Claro que sim! E adorei quando, duran-te a entrega do Oscar, Patrícia (Arquette, que conquistou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Boyhood”) disse que as atri-zes precisam ser equiparadas aos atores em termos salariais. E não é só isso: atrizes que envelhecem são esquecidas por Hollywood.

Você posou nua, em 2009, para uma campanha da Bulgari...» Não tenho problemas com a nudez, des-de que o contexto a justifique e que seja feito com arte e elegância.

Atriz e escritora angloamericana, Julianne Moore (nome artístico de Julie Anne Smith) nasceu em 3 de dezembro de 1960 e come-çou sua carreira em 1983, depois de formar--se em Arte Dramática pela Universidade de Boston. Mas foi somente com sua performan-ce em “Boogie Nights” (1997) que ela con-quistou atenção e diversas indicações nos principais prêmios de cinema internacionais.

É casada com o diretor Bart Freundlich – dez anos mais jovem do que ela –com quem tem dois filhos: Caleb, de 18 anos, e Liv Helen, de 13 anos. Ele a dirigiu em “Cidadão do Mundo” e” Totalmente Apaixonados”.

Julianne já foi indicada quatro vezes ao Oscar, como Melhor Atriz por “Fim de Caso” (2000) e “Longe do Paraíso” (2002) e como

Quem é elaMelhor Atriz coadjuvante por “Prazer Sem Limites” (1998) e “As Horas” (2002).

Embaixadora na União Europeia da or-ganização Save the Children, que traba-lha com crianças e famílias em áreas ru-rais, com foco em alfabetização e educa-ção na primeira infância, ela lançou com sucesso o programa de Save the Children em 2008, na qual os ilustradores de livros infantis doaram obras de arte para car-tões, com o objetivo de beneficiar a po-breza nos Estados Unidos.

Julianne Moore também é membro do Reach Out and Read, uma organização dedicada à alfabetização das crianças e a educar os pais sobre a importân-cia da leitura para os filhos.

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Personagem hype

Por Ariani Caetano | Fotos: arquivo pessoal

Destemida e

Ela não quer só informar, mas ajudar a mudar a realidade. A jornalista Cláudia Gaigher é daquelas pessoas que a gente ama só de saber que existem. Há 15 anos morando em Campo Grande, esta capixaba sempre que pode vem ao Estado abastecer-se de amor, moqueca e maresia. “Eu sou uma apaixonada pela vida e pelas pessoas. Busco o olhar de encantamento, como se fosse a primeira vez sempre! Acredito que o jornalismo tem de estar sempre ligado à vida das pessoas e aos lugares onde as notícias estão acontecendo.”

Cláudia Gaigher

engajadaQ uem diria que ela, uma apaixonada confessa pelo mar,

fosse se embrenhar nas terras do Centro-Oeste? Pois foi. Há 15 anos, a jornalista Cláudia Gaigher, nascida e cria-

da em Cachoeiro de Itapemirim, deixou a TV Gazeta para traba-lhar como repórter do Jornal Nacional em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. “Eu queria conhecer um Brasil diferente. Sou do litoral e sempre vivi no litoral. Vir para o Centro-Oeste foi uma escolha e gosto demais de viajar por esses biomas. Me surpre-endo sempre e não me canso de percorrer esses lugares”, afirma.

A paixão de Cláudia pelo meio ambiente não nasceu em Cam-po Grande, mas pode-se dizer que foi lá que virou amor de verda-de. “Sempre fui ligada à natureza. Cresci em Cachoeiro e ia pas-sear nas serras de Vargem Alta, Burarama, Venda Nova do Imi-grante. Minha família tem uma forte ligação com a natureza. O estilo de vida mais simples e as questões ambientais faziam par-te dos assuntos das conversas dentro de casa. A natureza e seus encantos são minhas paixões desde sempre. E em Campo Gran-de já vivi experiências lindas. Mergulhei com jacarés, piranhas e sucuris”, conta a jornalista.

Por conta dessa paixão pela natureza, Cláudia dedica-se mais a reportagens de denúncia de agressões ao meio ambiente e também sobre as populações indígenas e ribeirinhas. É dela, por exemplo,

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a matéria sobre crianças que viviam à bei-ra de rios pantaneiros em regiões isoladas e que passavam as madrugadas no meio dos alagados, disputando espaço com cobras e jacarés, para pescar um peixe chamado tu-vira, usado pelos turistas como isca. Gra-ças a sua denúncia, o governo construiu 12 escolas das águas e mais de 200 crianças estão estudando, fora do ambiente insalu-bre e sem trabalhar. Cláudia também de-nunciou as péssimas condições de aldeias indígenas onde crianças morriam por fal-ta de comida e água, e o Governo Federal teve que mudar toda a política de assistên-cia aos índios, de modo que hoje a desnu-trição não está tão crítica. “Sinto que o jor-nalismo não é só informar; é também levar meios para melhorar a vida das pessoas. Por isso, a sensação de dever cumprido é muito boa. Visito todo ano as escolas e as aldeias para ver se de fatos as medidas implanta-das estão surtindo efeito”, conta.

A jornalista também integrou a primei-ra equipe a visitar uma região original da Amazônia, no Parque Nacional do Tumu-cumaque, na fronteira com a Guiana Fran-cesa. No Pantanal, foram inúmeras repor-tagens, assim como na Serra da Bodoque-na, que levaram à criação de medidas e re-gras de conservação, culminando, inclusi-ve, na criação do Parque Nacional da Ser-ra da Bodoquena. “Fora do Brasil, destaco a cobertura da reconstrução do Haiti após o terremoto de 2010. Foi uma das mais im-pressionantes e marcantes.”

Foram tantas matérias e prê-mios por elas que Cláudia só não se orgulha das re-portagens sobre insegurança e tráfico nas fron-teiras. “O jorna-lista tem o papel de informar, levar o co-nhecimento sério, bem apurado e com responsabilidade. Assim, podemos aju-dar nosso povo a desenvolver um olhar crítico e um sentimento de pertencimen-to, de modo a se envolver nas questões de sua comunidade, cidade e país. Quero sempre poder levar comigo as pessoas em lugares que elas talvez não tenham con-dições de ir e revelar a elas esse Brasil especial em que vivemos.”

Foram tantas aventuras que parece que não falta nada a Cláudia Gaigher. De fato, seus sonhos são modestos, mas também audaciosos, na medida em que não são só seus. “Quero ter saúde, ser feliz nas mi-nhas escolhas, ver meu filho vivendo em um país com gestões voltadas para o bem--estar do povo e com a preocupação de cui-dar do próximo e da natureza. Se a gente não souber enxergar nas coisas simples a importância para a realização de nossos projetos, de nada adianta sonhar. Viver é ser feliz a cada dia com as escolhas e es-tar sempre pronto a mudar de rota, melho-rar e lutar pelo que acreditamos.”

Sinto que o jornalismo

não é só informar; é também

levar meios para melhorar a vida das pessoas

» Cláudia cobriu a reconstrução do Haiti, após

o terremoto que atingiu o país em 2010

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Café por quem entende

Ela deixou para trás os Estados Unidos para

dedicar-se à consultoria empresarial e à gestão de

mídia social. Proprietária da Cafeteria Carnielli, Camila

Carnielli descende de uma família de imigrantes

italianos que saiu da agricultura de subsistência

para galgar o posto de pioneira no agroturismo

no Espírito Santo

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C om todos esses ingredientes em sua história de vida, Camila não poderia dedicar-se a outro

negócio. “Café está na moda e senti falta, em Vitória, de um local onde pudesse conversar com especialistas, uma cafeteria que conhecesse o café em todas as fases: plantio, extração, torra...” Foi assim que nasceu a Cafeteria Carnielli, no Hortomercado.

Tudo conspirava a favor. Afinal, além de pioneira do agroturismo em Venda Nova do Imigrante, a família Carnielli se destaca, no Espírito Santo, na produção de cafés finos e queijos. E mais: a Fazenda Carnielli ganhou o primeiro concurso de café arábica do Estado, enquanto o café arábica capixaba conquistava paladares em todo mundo por seu sabor exótico e seu toque aromático.

Mas antes de abrir a cafeteria no Hortomercado, Camila estudou Gestão Empresarial e Marketing e Turismo nos Estados Unidos, onde conheceu mui-tas cafeterias que são referências no mercado, especialmente na Califórnia. “Sempre trabalhei com atendimento ao público. Dediquei-me a diversos cursos para me tornar especialista em café, leio e estou sempre em contato com uma rede de especialistas do país para ficar por dentro do que acontece nas feiras

internacionais e nas cafeterias de São Paulo”, assegura a jovem empresária.

O diferencial da Cafeteria Carnielli consiste exatamente no domínio do co-nhecimento na área por parte de quem a comanda. “Garantimos o controle do café que servimos, desde o plantio até a xícara. Além disso, nosso espaço já se tornou um point de encontros, seja uma celebração entre amigos, seja uma reunião de negócios. Observo que muitos profissionais têm preferido reunir-se em locais mais informais, e o conforto das cafeterias se encaixa nessa tendência. Além disso, temos wi-fi, estacionamento, lanches sem glúten e sem lactose, somos, enfim, referência em atendimento, oferecen-do, em nossa delicatessen, produtos que vêm direto da fazenda.”

Animada com as perspectivas do mercado, Camila vê o futuro com otimis-mo. “O consumo de cafés finos cresce no mundo, e o hábito do brasileiro, de tomar café em vários momentos do dia é uma realidade incontestável. Diariamente, recebemos um público novo, interessado em aprender sobre café e métodos de extração, além de pessoas que gostam de experimentar bebidas à base de café. Nosso cardápio contempla tudo isso,” garante ela.

Horto Mercado, Vitória/ES 27 3014-1533

HortoMercado

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Moda hype

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fashionManifesto

» Vestido Dressy, colar e pulseiras Metal Nobre, anéis Morana e bota Arezzo

» Tricô Salú Boutique, saia Dressy, pulseiras Diferolla, colares Morana, anéis Metal Nobre e bota Clube Melissa

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» Quimono Novitá, blusa Dressy, cinto Salú Boutique, colar Diferolla e pulseiras Metal Nobre

» Macacão e lenço Dotz, colar Diferolla, pulseiras Morana e sandália Sonho dos Pés

E m tempos de protestos e manifestações contra a corrupção reinante, Hype

não poderia deixar de dar a sua contribuição.Mesmo porque, nes-te momento tão emblemático para o país, falar de moda é falar de ati-tude e comportamento, elementos

presentes neste belo ensaio, que é pura provocação.

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Moda hype

» Casaco de tricô Dressy, calça Dotz, cinto Novitá, colar e anéis Morana

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» Vestido e cinto Salú Boutique, colares Diferolla, anéis Morana e bota Arezzo

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Moda hype

» Blusa Salú Boutique, calça Novitá, lenço Stroke, colores Metal Nobre e bracelete Diferolla

» Blusa Dotz, cinto Metal Nobre, saia Salú Boutique, pulseiras e bracelete Morana, brinco Diferolla e bota Arezzo

» Quimono Dotz, blusa Stroke, calça Salú Boutique, cinto Diferolla, colar e anéis Morana e sandália Sonho dos Pés

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hypeonline.com.br

» Vestido Achei Meu Vestido, jaqueta Novitá, braceletes Metal Nobre, anéis Diferolla, brinco Morana e bota Arezzo

» Blusa Dressy, calça Dotz, colares Morana, pulseiras e bracelete Metal Nobre

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Page 32: Hype - edição 66

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» Vestido Achei Meu Vestido, pulseiras Metal Nobre, anéis Morana, brinco Diferolla e bota Arezzo

Moda hype

» Vestido Salú Boutique, camisa Stroke, cinto Novitá, colar Metal Nobre, pulseiras Diferolla e bota Clube Melissa

» Casaco de tricô Dressy, calça Dotz, cinto Novitá, colar e anéis Morana

» Blusa e Saia Salú Boutique, colares Diferolla, sandália Sonho dos Pés e meia acervo

» Jaqueta Salú Boutique, cropped Dressy, saia Salú Boutique, colar Morana, bracelete Diferolla e sandália Sonho dos Pés

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33hypeonline.com.br

» Vestido Achei Meu Vestido, jaqueta Dotz, colar Diferolla, pulseira Metal Nobre, anel Diferolla e bota Arezzo

Ficha Técnica» Fotos: João Araújo

» Styling e edição: Carlos Faria

» Make up: Pablo Lima

» Assistente: Ciro Rocha

» Modelos: Adelara Armani, Dayanne Souhait, Beatriz Schwan, Naira Lilian e Nathália Schaefer (Andy Models)

» Macacão Salú Boutique, brinco Metal Nobre, bracelete Morana e sandália Sonho dos Pés

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Gente hype

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Encontro regadoa ideias

D epois de recebidos carinho-samente pela anfitriã, Cami-la Carnielli, apresentamos

nossos projetos e o calendário para 2015, que contemplará, no total, cinco edições de Hype. A editora Betty Feliz discorreu sobre algumas das bem su-cedidas ações que a revista promove, anualmente, como o Clube Hype, Hype Hour e o Prêmio Hype, além de talk--shows temáticos. Falou também sobre o trabalho de assessoria de imprensa que a jornalista desenvolve, de forma pioneira, há mais de duas décadas.

O diretor executivo da Preview, Rodol-fo Feliz, discorreu sobre as publicações assinadas pela editora – leia-se Lorenge In, Empreenda Jovem, Proeng 25 anos, Destino ES, Hype, jornais de empresa e diversos produtos similares – e apresen-tou a mais nova aquisição profissional da empresa, Wanusa Almeida, responsável pelo atendimento comercial.

Além de uma ótima oportunidade para conhecer profissionais que fazem a diferença no mercado, o café da manhã oportunizou uma revitalizante troca de ideias, em clima de perfeita interação.

Confira nas fotos!

Hype reuniu um animado grupo de profissionais do mercado

publicitário para degustar, no simpático e acolhedor Café

Carnielli, as deliciosas iguarias que a casa oferece, em mesa

farta, com excelente atendimento e produtos de qualidade

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3535hypeonline.com.br

» Aloisio, Camila e Ana Maria Carnielli» Caroline Chisté e Stephanie de Faro

» Chef Luiz Felipe Silva Dias

» Daniele Freitas, Camila Carnielli e Edvany Souza » Gabriela Galvão e Rose Frizera

» Wanusa Almeida e Grazi Fiorese » Renata Santos, Anna Vieira, Luana Fyhn e Marlon Pagoto

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Gente hype

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» Betty Feliz, Roges Morais e Ariani Caetano

» Ana Paula Barbosa Freitas e Marila Oliveira

» Mayara Junquilho e Gabriel Torobay

» Gabriela Galvão, Renilda Uliana de Carvalho e Regina Aparecida Pereira

» Luana Fyhn, Marila Oliveira e Cynthia Binda

» Julio Cesar Vasconcelos, Cynthia Binda e Rodolfo Feliz

» Fernanda Batalha, Evaldo Salera e Marlon Pagoto

» Olivia Mendonça, Renilda Uliana de Carvalho e Grazi Fiorese

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37hypeonline.com.br

» Laís Hofmann e Polyanna Policarpo

» Izabella Medri e Kátia Moreira

» Rafael Torezani e Igo Duarte

» Mirella Orseti e Ana Luísa Boechat

» Regina Aparecida Pereira e Lorena Vago» Renata Santos, Anna Vieira, Luana Fyhn, Marlon Pagoto,

Eliz Bonadiman e Renilda Uliana de Carvalho

» Mayara Junquilho, Luana Abreu, Ana Paula Gusmão e Kaylla Bottoni

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Consumo hype

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desejadosOs mais

» Karl Lagerfeld e Alexandre Herchcovitch

são alguns dos estilistas que assinam os modelos da coleção de outono/inverno do

Clube Melissa, que tem como inspiração a saga Star Wars.

Dos pés à cabeça, os acessórios são poderosos complementos de qualquer look. Se eles forem carregados

de design e conceito, melhor ainda. Nosso garimpo desta edição apresenta uma seleção bastante eclética

» Repetindo sua parceria com a Farm, a Havaianas entra na onda black retrô e lança seis modelos com estampas de referências africanas.

2 3 » O brinco Raios, de

Jéssica Puziol Somijoias, possui

banho de ródio negro e cravação de

microzircônias negras. Para conferir glamour.

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» Chamada Rainha, a coleção de outono/inverno de Nádia Gimenes

tem como referência grandes rainhas que marcaram época e são

símbolo de força e feminilidade.

» As criações de Rosa Leal estão sendo apresentadas mundo afora, como é o

caso destes braceletes italianos, que fazem parte da coleção Versailles.

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» Maxi acessórios poderosos são a aposta da Morana, que, para a coleção de inverno, traz à cena um visual étnico e poderoso.

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Viajando.com

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Turismo hype

Renata Malenza

Jornalista, pós-graduada em moda, ela atua no setor de marketing da Brasigran, empresa da família ligada ao ramo de granito. Conhecida por seu estilo comunicativo e determinado, Renata Malenza se diz “extremamente detalhista e exigente” em tudo o que faz. “Gosto de desafios e mergulho de corpo e alma neles. A rotina me mata! Por isso, invento coisas novas a cada dia. Sou mãe, amiga, dona de casa, trabalhadora, remadora e desempenho todas as minhas funções muito bem, obrigada!” diz ela, com seu jeito despachado e bem-humorado de ser

R enata começou a viajar ainda pequena. O pai, de origem italiana, sempre que podia a envia-va para seu país de origem, ao encontro da

família. “A primeira vez que viajei para fora do Brasil foi em 1981, com cerca de cinco anos de idade. Mas a viagem que me marcou, em todos os sentidos, foi aos 13 anos, quando fui morar em Milão e lá fiquei por oito meses”, lembra a jovem empresária. Na Itália, Renata estudou italiano, ficou “mocinha” e amadureceu bas-tante com a experiência, longe da proteção dos pais. ”Nunca fui do tipo dependente”, confidencia.

Para quem, como ela, “viajar é alimentar a alma, o cére-bro e a vida”, o mundo é pequeno e sem fronteiras. Confira.

Por Betty Feliz / Fotos: arquivo pessoal

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A primeira vez que eu vi Paris...» ... eu tinha uns 16 anos. Ver Paris é como o primeiro beijo: a gente nunca esquece. Era inverno, a cidade estava toda enfeitada e me lembro de caminhar por aquelas avenidas enormes, de comer o autêntico croissant francês e ver a Torre Eiffel, toda iluminada. Até hoje vou a Paris sempre que posso para andar de bicicleta e conhecer a cidade.

Um roteiro dos sonhos.» Sem dúvida, a Tailândia.

Cartão postal inesquecível.» O sul da Italia: Sicilia, Cinque Terre e Grécia.

Melhor companhia para viajar.» Minhas amigas e meus filhos.

Pior parceiro de viagem.» Sapato apertado.

Um mico em trânsito.» Caí no vão, entre o trem e a calçada, na hora de saltar do vagão!

Tropeçou na língua.» Na França e na Alemanha, nem língua tenho! (risos)

País que ainda não conhece e quer visitar.» China.

Voltaria mil vezes...» ... a Trancoso, na Bahia.

Um prato de comer de joelhos.» Todos os da França e da Itália.

Uma comida que detestou.» A culinária inglesa, em geral.

A mala perfeita.» Na ida, vazia, e na volta... cheia! (risos)

Um souvenir irresistível.» Imã de geladeira! Sempre compro, em todos os lugares que visito.

Uma descoberta.» Não gosto de GPS. Sou apaixonada por mapas. A viagem flui muito melhor quando estou com mapas nas mãos. Marco todos os lugares e os restaurantes que vou para indicá-los depois, e até mesmo voltar quando quiser. Além disso, tenho meu caderno onde anoto a viagem e coloco notas de “gostei” e “não gostei”.

Dicas de viagem.» As minhas melhores viagens acontecem quando passo alguns dias em uma região, indo do início ao fim sem marcar hotel e diárias. Se gosto, fico; se não gosto, vou embora.

Onde comprar.» Estados Unidos, sem dúvida. Talvez, neste momento, não seja bom comprar em lugar nenhum, apenas conhecer...

Perfeito para uma lua de mel.» Grécia.

» A Itália é um dos destinos preferidos

de Renata, que prefere mapas

à GPS e sempre acompanhada

de seu caderno de anotações

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Quando irEvite o período do Ramadã, quando é proibido comer ou beber em locais pú-blicos durante o dia, entre outras restri-ções seguidas pelo povo muçulmano. O período do Ramadã varia de ano para ano, porque é baseado no calendário lunar. Durante os meses de novembro a abril, as temperaturas costumam ser mais amenas, e o calor dá uma trégua.

Onde ficarMuitos turistas dizem que só querem um hotel para dormir e tomar banho, mas em Dubai muitos hotéis são a própria atração. O Burj Al Arab é o único hotel 7 estrelas do mundo e sua diária custa, aproximadamente, US$ 1.500,00. Em Dubai Marina, os hotéis ficam de fren-te para a praia e existem muitos bares e restaurantes na região. Bur Dubai é pró-xima de algumas das principais atrações.

O que fazerEm Dubai não faltam atrações para todo tipo de viajante: leia-se praias de águas calmas, hotéis de luxo, esportes de aventura, compras etc.• Burj Kalifa: prédio mais alto

do mundo, tem 818 metros. Recomenda-se reservar com antecedência.

• The Palm Jumeirah: uma das três ilhas artificiais em formato de palmeiras construídas em Dubai. Concentra hotéis e mansões.

• Mercado do Ouro (Gold Souk): expõe, diariamente, uma quantidade avaliada em 20 toneladas de joias.

• Safári no deserto: passeio de 4 x 4 no deserto, com ou sem

emoção, finalizado com um jantar nas dunas, onde se pode apreciar as estrelas no céu.

• Dubai Mall: reúne 1.200 lojas, inclusive das principais grifes do mundo, e 150 restaurantes, além do maior parque de ski indoor do mundo, o Dubai Aquarium, com show de águas dançantes, que acontece após as 18 horas, na área externa do shopping.

• Ferrari Experience: localizado em Abu Dahbi, vale a pena para quem é apaixonado por carros e corridas.

DocumentaçãoPassaporte válido por seis meses, após a data da viagem, e visto para os Emirados Árabes.

Quanto custaA partir de R$ 430,00 de entrada + 9 parcelas de R$ 144,00, por pessoa. O pacote inclui quatro noites em hotel ca-tegoria 4 estrelas, com café da manhã + traslado aeroporto/hotel/aeroporto regular + city tour + seguro viagem.

* Valores sujeitos à alteração e disponibilidade no momento da reserva. Câmbio de referência: R$ 3,25 em 12/03/2015.

Roteiro

Um dos sete Emirados Árabes, Dubai ficou mundialmente conhecida por suas construções modernas e de formas arrojadas e, principalmente, pelo luxo da cidade. Localizada no meio do deserto, no Oriente Médio, sua economia se baseia na atividade portuária e, cada vez mais, no turismo, que vem crescendo muito nas últimas décadas. Preparada para atender aos viajantes mais

exigentes e quem busca

aventuras, compras, boa comida e diversão, é um roteiro imperdível

Dubai é um sonho

Mais informações

www.topviagem.com.br 27 3207-4777

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EU TREINO COM DIEGO TELAROLI

DIEGO_TELAROLI_PERSONAL_HYPE_18,5X25CM.pdf 1 07/04/15 18:06

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Tudo hype

Design único» Acessórios de cozinha precisam de funcionalidade, mas se tiverem um design diferenciado, o ato de cozinhar fica até mais prazeroso. As cores atraentes e o design sofisticado dos produtos são as marcas registradas da Le Creuset, cuja linha de chaleiras ganha um reforço com o lançamento de novas cores no Brasil. Produzidas a partir de materiais de alta qualidade e duráveis, elas são muito úteis no preparo de café, chá, chimarrão ou qualquer outra necessidade do dia a dia. Com forte apelo visual, o produto está disponível nas cores pink, amarelo dijon, kiwi, cassis, azul Caribe e black onix. A chaleira apita quando a água ferve.

Exclusivíssimo» A Vacheron Constantin comemora 260 anos em 2015 e, para celebrar, lança a coleção Harmony. Elegante, o relógio Harmony Cronógrafo Tour-billon é composto por um novo Cali-bre 3200 de carga manual da marca. Combinando a elegância do cronógrafo monobotão e o prestígio de um tour-billon esculpido com a forma da Cruz de Malta, esse modelo é lançado em uma série exclusiva de 26 peças, individu-almente numeradas.

Quente ou frio?» A graça das xícaras Fun Café, da Wheaton Brasil, está no pigmento termocrômico. É ele que permite que elas mudem de cor em contato com líquidos quentes. A novidade, anunciada na Gift Fair 2015, incorpora uma tecnologia inédita para produção de utensílios domésticos em vidro no mercado brasileiro, ao investir na

pintura termossensível. As xícaras Fun Café são comercializadas em conjuntos com seis peças, nas cores

magenta com turquesa, azul com roxo e preto

com laranja.

Artesanato valorizado» Especializada em acessórios feitos à mão, a marca cearense Catarina Mina foi criada em 2005 pela designer Celina Hissa. Desde o início, carrega como base os princípios da economia criativa e sustentabilidade, além da valorização do artesa-nato, buscando maneiras de torná-lo atrativo e econômico. Neste ano, a marca inaugurou um novo modelo de negócio, em que as artesãs traçam o jeito de ser da Catarina Mina e participam efetivamente dos ganhos da empresa. Para isso, a marca se tornou a primeira no Brasil a apresentar em seu e-commerce, de maneira clara e direta. As coleções da Catarina Mina são lançadas duas vezes ao ano e costumam incluir 25 modelos.

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PapaleO tinto foi feito pela vinícola Varvaglione para homenagear o Papa Bento XII, nascido na Puglia, onde ele é feito. Mas ficou famoso após a escolha do cardeal argentino Jorge Bergoglio para ser o sumo pontífice. O vinho escolhido pelo Vaticano para festejar o encerramento do concla-ve foi o Papale. Pouco encontrado na Itália, teve de ser comprado de uma loja, a The Red Collection, nos Estados Unidos. O Primitivo passa oito meses em carvalho francês. E fica excelente.

PazziaA palavra italiana significa loucura. Mas também tem a ver com extravagância. O Pazzia, produzido pela Lucarelli, também

na Puglia, é realmente um pouco mais ex-travagante que seus pares. Também passa seis meses em barricas de car-valho. Não se sabe se pela condução do mosto ou pelo fato de ele ser pro-duzido a partir de videiras muito anti-gas, o tinto fica um pouco mais adocica-do. É uma característica da uva cuja in-tensidade se altera conforme o produtor. De qualquer forma, é um vinho delicioso.

Vinho hype André Andrès [email protected]

N uma de suas letras mais divertidas, Chico Buarque brinca com as origens das coisas. Quem criou a ampulheta? E quem inventou

o alfabeto, como o ensinou ao professor? Quem foi o arquiteto a fazer o primeiro teto, e mais: quem foi o primeiro morador, sem dúvida um homem valente? O surgimento de objetos, de alimentos, de bebidas é sempre muito curioso. O processo de elaboração do café, por exemplo, é sofisticado demais para ter surgi-do de uma só vez. A semente é plantada; seus frutos, colhidos depois de alguns anos, são torrados, moídos e entram numa infusão com água quente. Complicado, não? Outros casos foram bem mais simples. Um milharal ou um paiol deve ter pegado fogo e o resultado foi uma montanha de pipoca, à espera de punhados de sal (e, lógico, da invenção do cinema)… O surgimento do vinho é impreciso, embora exista quem defina até hora e local para seu nascimento. Já o surgimento de algumas castas, não. A famosíssima Cabernet Sauvignon, por exemplo, é resultado de um curioso cruzamento da tinta Cabernet Franc e da Sauvignon Blanc. A Pinotage, casta ícone da África do Sul, é filha da Pinot Noir com a Hermitage, como é chamada a uva francesa Cinsault pelos sul-africanos.

Nem sempre é assim. Enólogos espanhóis e franceses vivem às turras por conta da Cariñena ou Carignan: cada um chama para suas terras o nascimento da casta. O mesmo ocorre com a Syrah ou Shiraz, de origens várias. O sucesso de uma uva até pouco tempo considerada

italianíssima chamou a atenção para as divergências sobre seu surgimento. Muitos garantem ser a Primitivo originária da Puglia, na ponta do salto da “Bota”. Outros juram ter ela surgido na Croácia, onde é conhecida pelo singelo nome de Plavac Mali. Não se sabe exatamente quem tem razão. Certo mesmo é o excelente resultado alcançado pelos produtores dessa uva na região italiana de Mandúria. Esse sucesso tem se refletido em vinhos cada vez mais consumidos por aqui. São tintos potentes, robustos, com enorme capacidade de envelhecimento, mas, ao mesmo tempo, muito macios, com um leve toque adocicado, bastante frutado. Enfim, merecem ser provados. Até para poder participar da discussão sobre a origem da uva. Mesmo porque a parte mais recente de sua trajetória é relativamente conhecida: a casta foi levada da Europa para os Estados Unidos, onde é chamada de Zinfandel. E ainda mais recentemente, alguns estudiosos começaram a fazer uma ligação entre a Primitivo e a Jaen, como é conhecida em terras lusitanas a espanhola Mencia. Ou seja, a Mencia é a mesma Jaen, que, por sua vez, pode ser a Primitivo, que é conhecida nos Estados Unidos como Zinfandel, mas que pode ter nascido como Plavac Mail. Ufa! Que confusão. Talvez seja melhor respirar, ouvir Chico Buarque e saborear uma pipoca. Bem mais simples. Mas qual vinho combina com pipoca? Talvez um Tempranillo. Mas qual a origem da Tempranillo? Talvez um almanaque nos responda como tudo começou…

As origens

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Chocolate, chocolate...

Comer bem hype

O riginário da floresta amazônica, o cacaueiro não mereceu de Cristóvão Colombo a atenção

que devia por sua riqueza nutricional. Por volta dos anos 1500, os olmecas, maias e astecas, povos do México e da Guatemala, passaram a torrar as sementes do cacau e acrescentá-las a iguarias como pimentas e um base de milho fermentado, bem di-ferente do chocolate que se conhece hoje.

Foram os espanhóis que levaram o ca-cau para a Europa; mas foram os suíços que o misturaram com leite e açúcar, dando origem ao chocolate do qual nos tornamos verdadeiros adictos!

Países diversos produzem hoje seu próprio chocolate, tendo como base, em grande parte, a pasta de cacau produzi-da no Brasil, maior produtor de cacau da América Latina. Recentemente, conheci na Espanha os chocolates Valor, cuja marca se espalhou por todo o país e cuja matéria--prima é, na sua maioria, produzida no nosso querido Estado do Espírito Santo. Com produtos maravilhosos, a Valor tem ainda lojas onde são vendidos os famosos churros espanhóis, diferentes dos argen-tinos e que vêm acompanhados de uma xícara de escaldante chocolate derretido com 75% de cacau. Uma perdição!

Há tempos, chefs de todo país tentaram acrescentar a seus pratos salgados molhos de chocolate com pimenta, a exemplo do Mole Poblano mexicano. Mas, sincera-mente, não “colou”! Gostamos mesmo de vê-lo escorrendo de dentro de um, ainda procurado, petit gâteaux, descendo so-bre um bolo também de chocolate ou de qualquer outra coisa, contanto que tenha a calda que fez a fama de muitas docerias, como a Bee, em Vitória.

A Páscoa é o paraíso dos chocólatras, termo criado para identificar o vício que provoca o chocolate. O comércio descobriu que esse público ávido já poderia ter sua ansiedade saciada bem antes da Semana Santa e, assim, incrementar as vendas. Dessa forma, logo após o Carnaval, os su-permercados já estão repletos de ovos de chocolate e os pobres chocólatras já têm uma boa desculpa para chafurdar nessa lama untuosa, aromática e voluptuosa!

Descobertas científicas associam o con-sumo moderado do chocolate à prevenção do entupimento das artérias e ao controle da TPM. “Melhor do que nada”, diz meu pai de 90 anos de idade, que não passa sem o seu pedacinho de 75% de cacau após o jantar.

O fato é que, sob qualquer formato ou receita, a chocolatria é contagiosa e uni-versal. E, por um bom naco de chocolate, por uma mousse, um ovo de Páscoa, um bolo ou um rocambole, ou sob qualquer forma que se nos apresente, a paixão nos leva à loucura!

Sylvia Lis | [email protected]

Confira no site www.hypeonline.com.br a receita do Rocambole de Chocolate da chef Sylvia Lis

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Casa hype

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1Uma mesinha lateral ali, uma de centro aqui. Cadeiras

e poltronas estilosas e pronto. A sala está montada. Confira nesta seleção de Hype peças capazes de tornar seu ambiente aconchegante e exclusivo

» Para dar um clima descontraído à sua sala, que tal apostar em alguma peça bem kitsch? Cores vibrantes e divertidas não faltam a esta cômoda da Elo7.

personalidadeCheia de

2 » Unindo estilo e conforto, a poltrona Bells, da Obravip.com, tem design moderno e confere ao ambiente um ar contemporâneo.

» A indústria de móveis Schuster lançou a coleção Origo, em homenagem às suas origens. Nas peças, predomina a madeira, que

aparece associada a materiais como latão envelhecido, cobre, fibras naturais, tecidos orgânicos e vidro soprado.

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» A Lum, da La Lampe, além de iluminar, tem efeito de escultura. Criada pelo designer Hugo Sigaud, a peça mistura alumínio e madeira.4

» Este baú da Teakstore é produzido com o cerne da teca e serve para guardar aquelas coisinhas que a gente não sabe onde colocar. Seu fechamento lateral é de venezianas vedadas com telas, o que permite a ventilação, mas impede a entrada de insetos.

» Inspirada no art nouveau, a Sierra traz a coleção Nouveau, composta por peças como sofás, cadeiras, poltronas, mesas de centro, cristaleiras, bancos e pufes.5

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ZoOm hype

Vivian Coser

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para criarLiberdade

Por Betty Feliz Capixaba, arquiteta com mais 550 projetos desenvolvidos nas principais capitais brasileiras, nos Estados Unidos e em alguns países europeus, casada com o senador Ricardo Ferraço e mãe de Arthur, Vivian Coser não costuma misturar assuntos pessoais com trabalho. “Exerço minha vida profissional de forma extremamente intensa e independente, assim como meu marido. A admiração e o respeito nos motiva a batalhar diariamente por nossas realizações”, garante

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para criarR esponsável por projetos ar-

quitetônicos, urbanísticos e de design de interiores,

Vivian diz que suas obras são mar-cadas por um estilo contemporâneo e minimalista, com conceito atem-poral. “Sempre priorizo soluções tecnológicas e sustentáveis”, as-segura a arquiteta.

Sua formação inclui um mestrado na Universidade Presbiteriana Ma-ckenzie e o curso de extensão Interior and Shop Design no Instituto Europeu de Design (IED), em Milão, Itália.

“Nunca cogitei exercer outra profissão. Desde cedo tracei mi-nhas metas profissionais como arquiteta e procuro cumpri-las, incansavelmente, diz Vivian sobre sua escolha. “Finalizar a execu-ção de meus projetos, vendo meus clientes satisfeitos e realizando seus sonhos, é uma das minhas maiores gratificações no trabalho”. Ela diz realizar-se com os projetos que lhe possibilitaram mais liberdade para criar. “Isso me motiva a inovar e a me dedicar intensamente.”

Na vida particular, sua realiza-ção inclui “ver a família feliz e com saúde”, mas Vivian admite que não é fácil dividir-se entre os papéis de mãe e profissional. “É uma luta diária em busca do equilíbrio, porque tenho que me dividir entre minha profissão,

pela qual sou apaixonada, e meu filho Arthur, com quem tanto sonhei… Admito que administrar meu tempo é uma tarefa muito complexa.”

Em compensação, Vivian diz não saber o que é rotina. “Desde que ini-ciei minha vida profissional, me dedi-quei a traçar objetivos e a superar de-safios. Com isso, cada dia é diferente do outro. Mas, mesmo tendo uma vida extremamente corrida, procuro fazer meus exercícios diários e ter uma alimentação bastante equilibrada. Isso me deixa de bom humor.” Mas se alguém quer tirá-la do sério, basta agir com “falsidade e incompetência”.

Incompetência, aliás, que Vi-vian vê, de sobra, no governo bra-sileiro, cujo atual momento político reputa como “vergonhoso e revol-tante.” “Nosso país está vivendo o maior escândalo político do mundo. Como eleitora e cidadã brasileira, não consigo aceitar que o Brasil seja governado improvisadamente. Nosso retrocesso se deve à ab-surda corrupção, manipulação da economia e de números estatísti-cos, subestimando a inteligência dos brasileiros. Estamos pagando a conta pela incompetência do atual governo. Precisamos lutar por mudanças. Ninguém aguenta mais tanta mentira e amadorismo”, desabafa a arquiteta.

Mais de pertoLivros de cabeceira“Feliz por nada” e “Um lugar na janela”, de Martha Medeiros

Filme inesquecível“Uma linda mulher”

Viagem de sonhosTodas para a Itália

Prato preferidoRisoto

Blues ou jazz?Amo jazz!

Peça coringaRegatinhas de seda

Inverno ou verão?Inverno

Dia ou noite?Dia

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Feliz Betty

» Lucia Caus, Ana Coeli Piovesan, Neusa Mendes e Iacy Rampazzo

» Bianca Romano e Regina Caus

» Elisa Lucinda comemora a gra-vação do DVD “Parem de Falar Mal da Rotina”, cujo espetáculo já contabiliza 13 anos de sucesso em cena. O projeto tem a parce-ria de Ana Carolina e a grava-ção foi realizada no Teatro Muni-cipal de Niterói, no Rio de Janei-ro, tendo na plateia fãs da poe-ta, escritora, atriz e cantora de várias partes do Brasil, inclusive do Espírito Santo. Hype deseja sucesso à querida Elisa.

» O desfile de abertura da 16ª edi-ção primavera-verão 2016 do Mi-nas Trend, evento realizado pela Federação das Indústrias do Es-tado de Minas Gerais, no início de abril, contou com um casting de primeira. Foram 35 looks, com styling de Paulo Martinez e be-leza de Ricardo dos Anjos. Entre as tops, destacamos as belas Re-nata Kuerten e Isabeli Fontana.

» Vem aí mais uma edição do Vi-tória Moda. O evento, que retor-nou para o Centro de Convenções de Vitória, também retomou o for-mato business e fashion no mes-mo espaço. A oitava edição está prometida para o início de julho.

» Por falar no Centro de Conven-ções de Vitória, após deixar o ce-rimonial do Governo do Estado, espaço que ocupou com discrição e eficiência por 32 anos, a elegan-te e querida Hilda Cabas é quem está respondendo agora pela as-sessoria interna do CCV.

Hypidinhas A arte celebra o feminino

A Galeria Ana Terra movimentou a cidade com um evento que marcou a temporada de homenagens ao

Dia Internacional da Mulher, com uma bela exposição coletiva e o talk-show “O que as mulheres querem?”

» Rebeca e Cíntia Duarte» Rainer Castello e

Rosindo Torres

» Marita Bicalho, Ana Coeli Piovesan e Pedro Goes

» Gabriel Jacobem e Giulia Tancredi

» Jaqueline e Maria Carmen Devens com Denise Vieira

Foto: Leonardo Gurgel

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Advogada formada em 1966, há dez anos compondo a equipe do escritório Bastos, Mendonça e Tovar Advogados Associados, nos últimos tempos Ana Paula Protzer Morbeck engajou-se em questões relativas ao Direito de Família, área pela qual diz ter se apaixonado

Ana Paula Morbeck10 questões para

Uma decisão jurídica que mudou a história do Brasil.» Todas em prol da evolução da sociedade e que resguardam direitos já adquiridos.

Sua biografia teria ingredientes de suspense, drama ou comédia?» Drama.

Se pudesse recuar no tempo, de quem gostaria de ser contemporânea?» Michelângelo. Gostaria de ter vivido a época do Renascimento.

Se arrependimento matasse...» Não costumo relembrar o que deixei de fazer. Meus focos são o presente e o futuro.

Motivo de orgulho.» Minha família e meu trabalho.

Em outra encarnação, você gostaria de ser... » Um ser mais evoluído.

O que é pior: homofobia, xenofobia ou a miopia dos nossos governantes?» Homofobia e xenofobia são repugnantes demais, pois são formas de preconceito. Já a miopia das autoridades... podemos corrigi-la escolhendo melhor os governantes.

Se pudesse escolher outra profissão, você seria...» ... advogada novamente, pois amo o que faço.

Um jurista que é inspiração profissional.» Maria Berenice Dias. Atualmente, ela tem sido uma grande fonte de inspiração para o meu trabalho.

Se sua vida rendesse um filme, você seria ré, promotora ou advogada de defesa?» Advogada de defesa.

“Todos temos família e cada dia mais nos deparamos com seus diversos formatos. Adequarmos esses novos modelos à sociedade tornou-se essencial”, diz ela, que comemorou, recentemente, decisão inédita do Judici-ário capixaba sobre o registro de dupla maternidade de um bebê, fruto de inseminação artificial. As mães comprovaram que vivem em união homoafetiva há mais de dez anos, e a inseminação foi realizada através da implantação do óvulo de uma das mães, fecundado por sêmen de um doador anônimo, no útero da outra.

Vitoriosa na defesa da causa, Ana Paula diz ter sido uma honra obter uma decisão judicial, confir-mada por sentença, que dá às mães e ao bebê os mesmos direitos assegurados a um casal formado por um homem e uma mulher.

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Som hypeLuis [email protected]

Sofrimento pouco é bobagem

Noel Gallagher’s High Flying Birds – Chasing Yesterday» Depois que o Oasis estourou com seu primeiro álbum, toda a crítica especiali-zada esperava pela famosa prova do se-gundo álbum. Com “What´s the Story” e “Morning Glory”, a banda fincou o pé entre os principais nomes da música britânica de todos os tempos. Então não é de se espantar que o segundo disco do cabeça do Oasis seja ainda melhor que seu primeiro voo solo. Em “Chasing Yesterday”, Noel passeia com desenvoltura por baladas, rock de arena, britpop e coloca até um inusitado, segundo o próprio, solo de sax em uma de suas novas músicas. Um dos pon-tos altos é a parceria com o guitarrista dos Smiths, Johnny Marr, em “Ballad of the Mighty I”. Além dessa faixa, “The Mexican” e “While the Song Remains the Same” farão muito fã deixar de ter saudades da antiga banda de Noel. Por que ficar caçando o passando, quando o presente pode soar tão bem?

Death Cab for Cutie – Kintsugi» Música de fossa. É assim que a gran-de maioria das pessoas vai classificar o novo trabalho do Death Cab for Cutie. O pior é que elas não estarão erradas. Imagina uma baita dor de cotovelo ou, se for mais fácil, imagine terminar um ca-samento com a Zooey Deschannel, musa de dez entre dez homens em qualquer lu-gar do mundo. Pois é. Ben Gibbard não deixou por menos e jogou toda a melan-colia dele nas canções do oitavo traba-lho da banda: “Kintsugi”. O nome vem da arte oriental de consertar peças de cerâmica com material dourado, dando destaque ao conserto, em vez de escon-dê-lo. Com isso, dizem, realçam a histó-ria do objeto e não sua perfeição. Mais didático impossível, não é?Junto do casamento desfeito, a banda também vai ter que aprender a se vi-rar sem um de seus principais nomes, o guitarrista e produtor Chris Walla. Apesar de participar das gravações de “Kintsugi”, Walla já havia comunicado à banda que deixaria o posto após 17 anos de dedicação. Como sofrimento pouco é bobagem, as letras do disco são de cortar os pulsos. E sua linha melódica não ajuda muito a levantar o ânimo. Quando a dor de cotovelo chega a ficar meio repetitiva, aparecem canções como “Good Help” e “El Dorado” para dar uma quebrada no clima. Mas nada muito animador. Um álbum para os fãs da banda e que, dificilmente, fará alguém que nunca os ouviu morrer de amores por eles. E isso é só mais um motivo para dar o play na trilha sonora das solitárias noites de fossa.

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Studio hype

Nosso garimpo resultou em peças e obras que passeiam

pela literatura e pela pintura, chegando à fotografia, ao design e à decoração, até aterrissar nos pés das fashionistas que apostam

no chique, com toque de classe

Aquisições cobiçadas

57hypeonline.com.br

» Coloridas almofadas assinadas por Simone Monteiro para Noble Savage

» “Guerra literária” reúne escritos encontrados no Brasil, em Portugal e no Uruguai

» Design e cor, por Manolo Blahnik, o mago dos sapatos femininos

» Obra de Beth Duarte, em

exposição na Galeria Ana Terra

» Foto de Alan Rizetto: litoral capixaba sob o olhar de um italiano

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Livros hype

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Empreender é para todos» Flávio Augusto sofreu todas as pressões normais da vida de um jo-vem, mas conseguiu sair da confor-midade bem cedo. De uma famí-lia simples da periferia do Rio de Janeiro, aos 23 anos, escolheu o ca-minho do empreendedorismo, criou uma escola de inglês que deu origem à rede Wise Up e logo se tornou um dos mais jovens bilionários brasilei-ros. Para difundir sua mentalidade vitoriosa e mostrar que é possível pen-sar diferente, criou o projeto Geração de Valor e começou a compartilhar seus conhecimentos nas redes sociais. O que ele mostra em “Geração de Valor” (Sextante) é que o empreen-dedorismo é para todos e que o su-cesso é uma ciência exata que qual-quer um pode aprender.

A infância de Modiano» “Remissão da Pena” (Record) é a autobiografia romanceada da infância de Patrick Modiano, vencedor do Nobel de Literatura em 2014. O livro aborda a história de Patrick e seu irmão, que são con-fiados a amigas de seus pais em Paris após a Segunda Guerra. Das mulheres responsáveis por eles pouco se sabe além do que revelam os trechos de conversas entreouvidas por Patrick. Nesse mundo in-tangível, os dois irmãos seguem de mãos dadas pela infância atra-vés da rue du Docteur-Dornaine e em meio a visitas a castelos, ex-cursões a Paris, leitura de histórias de aventura, tardes ouvindo rá-dio sempre à espera de que, um dia, alguém volte para buscá-los.

Cada dia uma nova mulher» Em “Para Sempre Alice” (Nova Fronteira), de Lisa Genova – que ins-pirou o filme de mesmo nome –, Alice sempre foi uma mulher de certezas que acreditou que poderia estar no contro-le. No entanto, perto dos 50 anos, ela começa a esquecer. Ironicamente, a professora com a memória mais afia-da de Harvard é diagnosticada com um caso precoce de mal de Alzheimer, uma doença degenerativa incurável. A

partir daí, poucas certezas a aguardam, e Alice terá que se reinventar a cada dia, abrir mão do controle, aprender a se deixar cuidar e conviver com o fato de que não será mais a mes-ma. Enquanto tenta aprender a lidar com as dificuldades, ela começa a enxergar a si própria, o marido, os filhos e o mundo de forma diferente.

Últimos contos» “Vida Querida” (Companhia das Letras) é a 14ª coletânea de contos de Alice Munro, e pode ser a última também, segundo ela pró-pria afirma. Com 83 anos, ela foi a 13ª mu-lher a ganhar o Nobel de Literatura e o pri-meiro contista a receber o prêmio na história. Na obra, como nas demais da autora, conside-rada mestre da forma breve, nos vemos dian-te de personagens que caminham nas beira-das da existência, arrancadas de seu cotidia-no por golpes incisivos do destino e da loucu-ra. A última parte do livro traz as quatro úni-cas narrativas autobiográficas já publicadas por Munro, que em-prega sua habilidade literária para rever sua vida, além de refle-tir sobre o ato de narrar, a ficção e os temas que regem sua obra: memória, trauma, morte e vida.

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Cinema hype

» Outro lançamento aguardado por Hype é O ano mais violento, filme de de J.C Chandor, diretor de “Até o fim”. A história se passa em 1981, época em que a ci-dade de Nova York era uma das mais violentas dos Es-tados Unidos. O imigrante Abel Morales (Oscar Isaac) e sua esposa, Anna (Jessica Chastain), tentam viver na legalidade para manter o negócio, mas a corrup-ção e a violência (qualquer semelhança com o Brasil é mera coincidência) acabam ameaçando sua família.

Uma das curiosidades desse filme é que Javier Bardem foi originalmente escalado para o papel do empresário

galáxia distante...Em uma

Morales, mas “por diferenças criativas”, dei-xou a produção. O nome de Oscar Isaac foi su-gerido por Jessica Chastain, que estudou com o ator na escola de artes Juilliard. Quanto a Jessica, ela foi convidada depois que Charlize Theron recusou-se a encarnar Anna, a mulher de Morales. Do elenco também fazem parte Albert Brooks e Alfred Molina.

» Comédia, suspense, ficção científica, aventura, drama, documentário... O que você gostaria de assistir até o final deste ano? Hype adora todos os gêneros, mas aposta em dois lançamentos prometidos para estrear ainda em 2015.

Um deles é Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força, que vem na esteira da trilogia lançada entre 1999 e 2005. A galáxia distante anos-luz, enfim, ganha uma nova dimensão, agora pelas mãos do cocriador da série “Lost”, J.J. Abrams. No elenco, John Boyega, Daisy Ridley, Adam Driver,Oscar Isaac, Andy Serkis, Domhnall Gleeson e Max von Sydow, além, é claro, de Harrison Ford, Carrie

Fisher, Mark Hamill, Anthony Daniels, Peter Mayhew e Kenny Baker reprisando seus papéis dos filmes anteriores.

Prometido para estrear no Brasil em dezembro de 2015, segundo a Disney – que está investindo pesado nas novas sequên-cias na tentativa de reviver a paixão dos fãs da ficção científica – este ainda não será o fim da famosa e interestelar saga. Vêm aí os espisódios VIII e IX.

J. J. Abrams, que criou um cartaz an-tispoiler para o Episódio VII, em recentes entrevistas, falava sobre “a loucura” que era produzir a continuação de Star Wars. Seu nome tem sido apontado como favorito para dirigir o último filme da trilogia.

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E ra o mais alto da família. Mui-tos diziam que deveria se sentir privilegiado. Não faltava quem

sentisse inveja daquele porte todo. Mas a verdade é que isso o fazia se sentir mal. Estava em evidência demais. Tanta altura chamava e roubava atenção.

O mundo podia ser bem cruel com gente alta. Era confortável ter somente uma altu-ra. Difícil era viver como ele, que tinha alti-tude. Por que teve de nascer dessa forma? Logo ele, o mais tímido de todos. Logo ele, que detestava todas aquelas expectativas que as pessoas depositavam em gente alta.

Se era corrida, começavam as provoca-ções: quero ver se você é rápido mesmo! Qualquer bate-boca e lá vinha o desafio: você é alto, mas não é dois! Se corria para o canto, a mãe não perdoava: um garoto alto, bonito, escondido como um frango! Podia ser muito difícil se preservar.

Talvez por isso andasse de cabeça bai-xa. Era melhor não cruzar olhares. Encarar, só se fosse olhando para cima, para alguém maior. Seria possível? Pois, quem sabe, do outro lado da rua, aquele sujeito ao longe pudesse ser mais alto. Sim, quem sabe. Seria mesmo possível? Só indo lá para ver.

E ele foi. Atravessou rua, faixa, sinal. Atropelou a lata de lixo, quase atropelou a senhora. Mil perdões. É que não podia perder de vista aquele vulto. Se bem que era tão alto que seria difícil. Não, melhor não correr o risco. Seria possível?, ele se perguntava. Seria mesmo possível?

Sim, era possível. O sujeito chegava a fazer sombra sobre sua cabeça, para seu deleite. Enfim, menor! Nada mais de

destaque, nada mais de desafios. Um alívio que poderia prolongar por toda a vida – ou, pelo menos, por alguns instantes a mais.

Nem se deu conta, mas estava seguindo o sujeito. Chegou a ter pena dele. Talvez devesse bater em suas costas e dizer que entende como era sofrível ser alto. Não, deixa para lá. Ele que fosse o mais alto. Ele que ficasse com a pobreza de roubar as atenções e as expectativas. Além do mais, olhe só o tamanho dele. Quem ele pensa que é? Acha que corre mais? Acha que é dois?

Ponto Final

Expectativas

Marcelo dos Santos NettoJornalista e escritor

www.msnetto.com.br [email protected]

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Hype end

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Fotojornalista, 37anos, Gabriel Lordêllo (Mosaico Imagem) é, além de apaixonado pelo filho Bento, um profissional comprometido com seu ofício. Basta acompanhá-lo no Facebook, onde ele posta sempre ótimas imagens captadas por suas lentes, como esta que fecha a edição. A foto, aérea, feita na Praia de Camburi, integra a série “O mar de cima”, onde Lordêllo reúne “imagens de uma outra perspectiva, de cima para baixo”. A ideia, segundo ele, “é capturar recortes do mar e cenas que não estamos acostumados a enxergar por meio desse ângulo”. Uma brincadeira com luz, sombras e proporções que ele exercita com ténica e sensibilidade.

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