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Guia de campo da IX RCC que ocorreu no Acre de 12 a 17 de setembro de 2010.

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2IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

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4IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

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COORDENAÇÃO GERALLucielio Manoel da Silva (Embrapa Acre)

Paulo Guilherme Salvador Wadt (Lincenciado)

VICE-COORDENADORESLúcia Helena Cunha dos Anjos (UFRRJ)

Amaury de Carvalho Filho (Embrapa Solos)Falberni de Souza Costa (Embrapa Acre)

TESOURARIA Lucielio Manoel da Silva (Embrapa Acre)

Paulo Guilherme Salvador Wadt (Embrapa Acre - licenciado)

COORDENAÇÃO DE LOGÍSTICAFrancisco de Assis Correa Silva (Embrapa Acre)

Neutemir de Souza Feitoza (Embrapa AcreEufran Ferreira do Amaral (SEMA)

Edson Alves de Araújo (SEMA)

CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS Lúcia Helena Cunha dos Anjos (UFRRJ)Paulo Klinger Tito Jacomine (UFRPE)

Virlei de Oliveira (IBGE)

EDITORAÇÃO DO GUIA DE CAMPOLúcia Helena Cunha dos Anjos (UFRRJ)Lucielio Manoel da Silva (Embrapa Acre)

Paulo Guilherme Salvador Wadt (Embrapa Acre - licenciado)

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APRESENTAÇÃO

AcomissãoorganizadoradaIXReuniãoBrasileiradeClassificaçãoeCorrelaçãodeSolos (RCC) trabalhou para que esta primeira reunião do gênero, realizada na Amazônia, incorporasseosprincipaisavançosobtidosnasreuniõesanteriores. Foi assim que se optou por adotar novamente as pesquisas coligadas, que haviam ocorridoumaúnicavez,naIVRCC.Aimportânciadessaspesquisasestátantonaqualidadedos resultados pedológicos como na possibilidade de aplicar sobre os mesmos ambientes uma grande série de estudos de química, física, mineralogia, aptidão agrícola, entre outras áreas.Representam,todavia,acooperaçãoinformaleespontâneadepesquisadoreseestu-dantesdevárioslaboratóriosdepedologiadoBrasil,quesededicamvoluntariamenteaessastarefas.Adisposiçãodedezenasdecolaboradores,muitosdosquaisnemmesmopoderãoparticipardareuniãodadososelevadoscustosenvolvidosealimitaçãodevagas,representaparaestaRCCsuaprincipalrealização. Que nas próximas RCCs as pesquisas coligadas passem a fazer parte integrante doprocesso,aindamaisque,àmedidaqueoSistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos(SiBCS)evolui,maisdetalhamentoerespostasanovasquestõessefarãonecessárias. OutroaspectoquemerecedestaquenestaRCCtratoudademocratizaçãodoprocessodeinscriçãoparaosinteressadosemparticipardoevento.Dadaalimitaçãoderecursosedevagasparaa realizaçãodasRCCs, sempre foinecessárioqueoComitêExecutivodoSiBCSfizesseumatriagemparaidentificar,dentreosinteressados,quaisiriamefetivamenteparticipardoevento.NaRCCanterior,jáhouveavanço,àmedidaqueessalistagemfoiab-ertamentediscutidanoblogdoSiBCS. NaIXRCC,optamosportornaroprocessoaindamaisdemocrático.Primeiro,mes-moconsiderandoas limitaçõesde logísticade transporte,alimentaçãoehospedagemqueháatualmentenoEstadodoAcre,decidimosdobraronúmerodevagasdisponíveisparaosparticipantesdaRCC. Comosegundamedida,optamospornãorealizaraseleçãopréviadenenhumpartici-pante,emfunçãodesuamaioroumenorcontribuiçãoaoSiBCS.Criamosinicialmenteumalistadepré-inscritos,osquaistiveraminicialmenteaoportunidadedeconfirmarainscriçãoe,depois,nãohavendoaconfirmação,ainscriçãofoiabertaaosdemaisinteressados. Emfunçãodessescritérios,algunspesquisadoresimportantes,cujacontribuiçãoaoSiBCSfoimuitorelevantenopassado,nãoparticipamdestaRCC.Entretanto,nuncahouveumnúmerotãovastodeparticipantesdediferentesregiõesdoPaíscomoagora,alémdeseterviabilizadoaparticipaçãodeprofessoresdoensinosuperiorepesquisadoresdeinstitu-içõesqueatéagoranãopodiamparticipardevidoàrestriçãodevagas. OresultadofoiqueaRCC,apartirdeagora,deixadeserumeventodevalidaçãounicamente do Comitê Executivo do SiBCS para se tornar uma Reunião Brasileira de Clas-sificaçãoeCorrelaçãodeSolos,recebendo,emfunçãodissoepelaprimeiraveznahistóriadasRCCs,apoiofinanceirodoCNPqedaCapes,alémdoapoiojáexistentedaEmbrapaedediversasuniversidadespúblicasbrasileiras. OutroavançoimportantedestaRCCestánaproduçãodevideoaulas.EmtodasasRCCsanteriores,oregistrodoevento,eemespecialdaapresentaçãodosperfisedosde-bates,foifeitopormeiodefotografiasedarelatoria.NestaRCC,aproduçãodevideoaulas,aseremdistribuídasgratuitamenteparauniversidadesecentrosdepesquisa,terácomofi-nalidade propiciar que detalhes do evento, não adequadamente registrados nos outros meios, sejam preservados, além de transferir para o sistema de ensino de ciência do solo uma nova dimensãodemateriaisdidáticos.

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Masatéaquifalamosdopassadooudopresente.AimportânciadestaRCCpodeestarnofuturoqueelarepresenta. Trata-se da primeiraRCC a ser realizada naAmazônia e poderá, logo de início,demonstrarquãodiversosedesconhecidosaindasãoossolosdaAmazônia.Eseconsiderar-mos que a Amazônia não representa apenas o Brasil, mas também a Bolívia, Peru, Equador, Colômbia,Venezuela,Suriname,GuianaFrancesaeInglesa,ficalançadoodesafioparaquemaioratençãosejadadaàintegraçãodoconhecimentoentretodosessespaíses. ÉnecessárioqueaCiênciadoSoloBrasileira,umaáreanaqualtemosreconheci-mentointernacionalpeloníveldeexcelênciaalcançado,sejaumadaslocomotivasdainteg-raçãosocialeeconômicadaAmazôniaedessapartedaAméricaLatina. Precisamospensargrandeaalémdenossasfronteiras.OSiBCSnecessitaromperomuroqueseparaasdiversasamazôniassul-americanasecaminharparaaintegraçãodoconhecimento e dos recursos naturais, inclusive caminhar em direção a sua integraçãodentro de um sistema internacional que inclua, além do sistema taxonômico americano (USDAsoil taxonomy), o sistemapedológico francês e russo (RéférentielPédologiqueand Russian concepts) e a legenda do mapa de solos da FAO (FAO Soil Map of the World 1988),tambémoSiBCS. Paraisso,precisamosdemaisRCCsnaAmazôniaetambémdeaçõescoordenadasdepesquisaedetreinamentodepesquisadoreslatino-americanosparautilizaçãodoSiBCS. Nomundoglobalizadonãohaverálugarparaváriossistemasdeclassificação,porisso, o SiBCS necessita olhar para o futuro e se internacionalizar para continuar se perpetu-ando.EaAmazôniarepresentahojeaoportunidadedeinternacionalizaçãodoSiBCS,dadaagrandedemandadeobservaçõeseaofertaderecursosparaapesquisacientíficanestaregião. ÉnessesentidoqueaIXRCCpretendeserumdivisordeáguas.Nãoporconsolidaroeventocomonacional,masporchamaraatençãodaCiênciadoSoloBrasileiraparaaAmazôniaeanecessidadedenossaintegraçãocientíficacomosdemaispaísesdetentoresdesseBioma.

Comissão OrganizadoraIX RCC

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..............................................................................................................07

CARACTERÍSTICASGERAISDOACRE

Geologia ..................................................................................................................12

Geomorfologia.........................................................................................................14

Solos ........................................................................................................................16

Vegetação.................................................................................................................18

PALESTRAS

DesafiosdaIXRCC:Objetivos,MetaseasExpectativasdeUsuáriosdoSiBCS............21

ACoberturaVegetalsobreaFormaçãoSolimõesnoAcre.......................................33

SolosdaFormaçãoSolimões...................................................................................40

DESCRIÇÕESDOSPERFIS

PerfilAC-P01..........................................................................................................67

PerfilAC-P02 ..........................................................................................................69

PerfilAC-P04 ..........................................................................................................71

PerfilAC-P05 ..........................................................................................................74

PerfilAC-P06 ..........................................................................................................77

PerfilAC-P07 ..........................................................................................................80

PerfilAC-P08 ..........................................................................................................83

PerfilAC-P09 ..........................................................................................................86

PerfilAC-P10 ..........................................................................................................89

PerfilAC-P11...........................................................................................................92

PerfilAC-P13 ..........................................................................................................95

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CARACTERÍSTICAS GERAIS DO ACRE

João Batista Martiniano Pereira1; Edson Alves de Araújo2; Nilson Gomes Bardales3

(1)PesquisadordaEmbrapaAcre,[email protected].(2)PesquisadordaSecretáriaAgropecuáriadoEstadodoAcre,[email protected].(3)Pesquisadorda

SecretáriadeMeioAmbientedoEstadodoAcre,[email protected]

O Estado do Acre, antes território pertencente à Bolívia, foi incorporado ao Brasil em1903,comaassinaturadoTratadodePetrópolis.EstásituadonoextremosudoestedaAmazôniabrasileira,entreaslatitudesde07°07”Se11°08”Seaslongitudesde66°30We74°W(Figura1e2).Suasuperfícieterritorialéde164.221,36Km2(16.422.136ha)cor-respondentea4%daáreaamazônicabrasileiraea1,9%doterritórionacional.Suaextensãoterritorialéde445Kmnosentidonorte-sule809Kmentreseusextremosleste-oeste.OEstado faz fronteiras internacionais com o Peru e a Bolívia e, nacionais com os Estados do AmazonasedeRondônia(Figura1).

Figura 1 - Localização do Acre na América do Sul e Brasil

O relevo é composto, predominantemente, por rochas sedimentares, que formam umaplataformaregularquedescesuavementeemcotasdaordemde300mnasfronteirasinternacionaisparapoucomaisde110mnoslimitescomoEstadodoAmazonas.Noex-tremo ocidental situa-se o ponto culminante do Estado, onde a estrutura do relevo se modi-ficacomapresençadaSerradoDivisor,umaramificaçãodaSerraPeruanadeContamana,apresentandoumaaltitudemáximade734m.Ossolosacreanosdeorigemsedimentar,abri-gam uma vegetação natural composta basicamente de florestas, divididas em dois tipos:TropicalDensaeTropicalAberta,quesecaracterizamporsuaheterogeneidadeflorística,

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constituindo-se emgrandevaloreconômicoparaoEstado.Oclimaédo tipoequatorialquenteeúmido,caracterizadoporaltastemperaturas,elevadosíndicesdeprecipitaçãoplu-viométricaealtaumidaderelativadoar.Atemperaturamédiaanualestáemtornode24,5ºC,enquantoamáximaficaetornode32ºC,aproximadamenteuniformeparatodooEstado.Suahidrografiaébastantecomplexaeadrenagem,bemdistribuída.ÉformadapelasbaciashidrográficasdoJuruáedoPurus,afluentesdamargemdireitadorioSolimões.Apopula-çãodoEstadoéde669.736habitanteseatualmente66%estáconcentradanasáreasurbanas,notadamentenaregiãodoBaixoAcre,emfunçãodacapital,RioBranco.Comvistasaumamelhorgestão,oEstadodoAcredivide-se,politicamente,emregionaisdedesenvolvimento:AltoAcre,BaixoAcre,Purus,Tarauacá/EnviraeJuruá(Figura2),quecorrespondemàsmicrorregiõesestabelecidaspeloIBGEeseguemadistribuiçãodasbaciashidrográfcasdosprincipaisriosacreanos.

Geologia

No Estado do Acre, a principal unidade geotectônica é a Bacia do Acre, que se en-contra delimitada pelo Arco de Iquitos (a leste e ao norte) e pela Faixa Andina (a oeste e a sul).A bacia é formada principalmente pormaterial sedimentar pouco consolidado deidadecenozóica,queocupaquasetodaaextensãodoterritórioacreano.Predominamrochasmaciçasdotipoargilitossílticosesiltitosourochasfinamentelaminadascomconcreçõescarbonáticasegipsíticasearenitosfinos,micáceos,eníveisoulentescommatériavegetalcarbonizada,emgeralfossilíferos. Entreasunidadesgeológicas,aFormaçãoSolimõessedestacaocupando85%doterritórioacreano(Figura4).Essaformaçãooriginou-sedesedimentosvindosdosriosdoperíodoCretáceoquecederamlugaragrandeslagosdeáguadoceerasa,poucomovimenta-dos,alimentadosporumsistemafluvialmeandrantedebaixaenergiacomconexãoestreitacomomaraoeste(paraoladodoOceanoPacífico)eárea-fontevindadeleste(noarcodeIquitos).Nesseambientelacustre,foramdepositadossedimentosessencialmenteargilososdaFormaçãoSolimõese,nosmeandrosabandonados,restosvegetaiseconchasdemolus-cos.Nosmomentosdesaídadomardepositavam-semateriaismaisarenosos(porçõesareno-sasnaFormaçãoSolimões).

Figura 2 - Regionais de Desenvolvimento do Estado do Acre

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EntreasbaciashidrográficasdoEstado,aqueapresentamaiordiversidadegeológicaéadoJuruáeademenordiversidade,adoTarauacá.Pelahistóriageológicadaregiãoécompreensívelqueissoocorra,poisapartemaisaoestedoEstadoestáincluídanafaixadedobramentosdaCordilheiradosAndes.ComexceçãodoJuruá,hácertauniformidadege-ológicanorestantedaárea,ondeocorremvariaçõesdediferenciaçãodaFormaçãoSolimões(SuperioreInferior)edaFormaçãoCruzeirodoSul.AsdiferenciaçõesficamporcontadaocorrênciadediferentesníveisdeterraçosfluviaisnasregionaisdoPuruseBaixoAcre.

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Geomofologia

O Estado do Acre mostra-se dividido em nove unidades geomorfológicas (Figura 5):aPlanícieAmazônica,aDepressãodoEndimari-Abunã,aDepressãodoIaco-Acre,aDepressãodeRioBranco,aDepressãodoJuruá-Iaco,aDepressãodoTarauacá-Itaquaí,aDepressãoMarginalàSerradoDivisor,aSuperfícieTabulardeCruzeirodoSuleosPlanal-tosResiduaisdaSerradoDivisor. AplanícieAmazônicaéconstituídadeáreasplanascomaltitudesquevariamde110a270meestásituadaaolongodasmargensdosprincipaisrios.ADepressãodoEndimarí-Abunãapresentaaltitudevariandoentre130e200m.Trata-sedesuperfíciesuavementedissecada,comtopostabularesealgumasáreasplanas.Notrechoqueacompanha longitudinalmente o rio Abunã ocorrem relevos um pouco mais dissecados e de toposconvexos(limitelestedoEstado). ADepressãodoIaco-Acrecomaltitudevariandoentre160e290m,compadrãodedrenagemdendrítico22,compreendeumasuperfíciemuitodissecadaecomdeclivesmuitoexpressivos.Asáreasdetopoaguçadocomdeclivesforteseasdetopoconvexocomde-clivesmedianosrefletemapresençadefáciesarenosadaFormaçãoSolimões.Eaindaumconjunto de formas de relevo de topos estreitos e alongados, esculpidas em sedimentos, denotandocontroleestrutural,definidasporvalesencaixados. ADepressãodeRioBrancoéumaunidadecompadrãodedrenagemangular, re-fletindocontroleestrutural.Varianaaltimetriade140a270m.Caracteriza-seporumrelevomuito dissecado, com topos convexos e densidade de drenagem muito alta, e apresenta de-clivesmedianosnapartecentro-norte,diminuindoparasul,ondesetornasuaveondulado. ADepressão do Juruá-Iaco possui atitude variável entre 150 e 440m.Apresentamodeladosdetoposconvexos,porvezesaguçados,comdeclivesquevariamdemedianosafortes.Suasprincipaisformasdedissecaçãosãoaconvexaeaaguçada. ADepressãodoTarauacá-Itaquaíéumaunidadecomvariaçãoaltimétricade220a300m.Trata-sederelevosdetoposconvexos(comdissecaçãoconvexa)comaltadensidadededrenagemdeprimeiraordemorganizadosemumpadrãoessencialmentesubdendrítico. ADepressãoMarginalàSerradoDivisoréumaunidadecomaltitudevariandode230a300m.Caracteriza-seporrelevodissecadodetoposcon¬vexos,comportandodeclivessuaves.Adisseca¬çãodessaunidadenaáreasedádeformatabular,aguçadaeconvexa.ASuperfícieTabulardeCruzeirodoSulpossuirelevocomaltitudemédiaentre150e270m.Predominamrelevostabularescomdeclivessuaves,àexceçãodealgunstrechos,comosuabordaoeste,nosquaisosdeclivessãomaisacentuados. OsPlanaltosresiduaisdaSerradoDivisortêmaltitudevariandoentre270e750m,apresentandopadrãodendríticoeparalelo(fortecontroleestrutural).Asserrasconstituemestruturas anticlinais assimétricas, com escarpas voltadas para leste e reverso para oeste, intensamentedissecadaspeladrenagematual.Denorteparasul tem-seasserrasdoJa-quirana,doMoa,doJuruá-MirimedoRioBranco,compreendendoasmaioresaltitudesdaAmazôniaOcidental.

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Solos

Os solos do Acre apresentam características próprias principalmente por serem de uma região de acúmulo de sedimentos oriundos da Cordilheira dos Andes - daí a diversidade dessessolosecaracterísticasvérticasedeeutrofismopoucocomunsparaaAmazônia. OsprincipaissolosdoAcre,emordemdecrescentedeexpressãoterritorial,são:AR-GISSOLOS, CAMBISSOLOS, LUVISSOLOS, GLEISSOLOS, LATOSSOLOS, VERTIS-SOLOS,PLINTOSSOLOSeNEOSSOLOS(Figura6). Analisandoadistribuiçãodos solospor regional, identifica-sequena regionaldoBaixo Acre os Argissolos se distribuem em mais da metade do território, ocorrendo em grandesextensõesnosmunicípiosdeRioBranco,Bujari,PortoAcreeSenadorGuiomard. OsLatossolosocupamcercade21%doterritório,distribuídosprincipalmentenosmunicípiosdePlácidodeCastro,Acrelândia,SenadorGuiomardeCapixaba.Essasáreassãoas que possuem melhor potencial agrícola do território acreano no que se refere ao cultivo intensivodegrãoseemgrandesescalas.Nessasmanchas,ocorremsolosmaisdesenvolvidosequesuportamumprocessodemecanizaçãoeummanejointensivoparaousocomculturasanuais. A regional do Alto Acre é mais homogênea que a regional do Baixo Acre no que se refereàdistribuiçãodasordensdesolos.OsArgissolossedistribuemporcercade90%doterritório,ocorrendoemgrandesextensõesnosmunicípiosdeAssisBrasil,Brasiléia,XapurieEpitaciolândia,quecompõemaregional.OsArgissolosrequeremummanejomaisdeli-cadoemfunçãodorelevoaqueestãoassociadoseaoganhodeargilaemprofundidade. AregionaldoPuruscaracteriza-sepelapresençadesoloscomargilasativasequi-micamenteférteis,imprimindoàregiãocertopotencialagrícola.Entretanto,astécnicasdemanejo devem ser bem desenvolvidas, evitando problemas de ordem física irreversíveis, principalmenteerosãoeperdasdesoloviaescoamentosuperficialemfunçãodassuascar-acterísticasfísicasdebaixaprofundidadeedaspropriedadesdeexpansãoecontração.OsCambissolossedestacamnessaregionalcomdistribuiçãode45%doterritório,abrangendoquase totalmente os municípios de Santa Rosa do Purus e Manuel Urbano e parte sul do municípiodeSenaMadureira.OutroaspectoimportantedessaregionaléaocorrênciadosVertissolos,atéentãodesconhecidosparaascondiçõesacreanasepoucoprováveisparaoambienteamazônicoEssaordemdesolopredominaemSenaMadureira,com9%da re-gional.TambéméprecisodestacarosArgissolosnessaregional,com33%detodaaárea,recobrindograndepartedessemunicípio. Na regional do Tarauacá/Envira, ocorrem os Cambissolos, que abrangem grandepartedostrêsmunicípiosquecompõemessaregional,comdestaqueparaFeijó,comcercade80%deseuterritórioocupadoporessaordem.Nostrabalhosdecampo,foiverificadaaocorrênciadeconcreçõesdecálcionessaárea. AregionaldoJuruáapresentaumagrandediversidadedesolos,desdemaisjovens(Vertissolos)atémaisintemperizados(Latossolos).Comoordemdesolopredominantenaregional,háosArgissolos,com65%,seguidospelosLuvissolos,com19%.OsGleissolose Neossolos Flúvicos também se destacam na região, principalmente nos municípios de CruzeirodoSuleMâncioLima,comsuasextensasáreasdevárzeaseograndedomíniodeLuvissolosemMarechalThaumaturgo.

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18IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Vegetação

NoAcre,predominamduasgrandesRegiõesFitoecológicas:aFlorestaOmbrófilaDensaeaFlorestaOmbrófilaAberta(Figura7).Emumapequenaextensãoexistetambémuma terceira Região Fitoecológica, a da Campinarana, restrita à parte noroeste do Estado (Figura7). TantonoDomíniodaFlorestaOmbrófilaDensaquantonoDomíniodaFlorestaOm-brófilaAberta,coexisteumagrandediversidadedeformaçõesvegetais,asquaissãodiferen-ciadasprincipalmentepelaqualidadedossolos.Aclassificaçãodessesdomíniosgeralmenteébaseadaemaspectosfisionômicoseestruturaismaisdoqueemaspectosflorísticos.Asclassesdevegetaçãosãoaseguirsinteticamentedescritas. As Campinaranas são encontradas no extremo norte dos municípios de Cruzeiro do SuleMâncioLima.Esse tipodevegetaçãosedesenvolvesobresolosarenososextrema-mentepobres(oligotróficos),namaioriadoscasoshidromórficos,ericosemácidohúmico.O termo“campinarana”englobaumcomplexomosaicode formaçõesnão-florestaiscomsub-bosquedeportebaixoe irregularmenteaberto,densidadealtadeárvorespequenasefinaseescassezdeárvoresemergentes. AFlorestaAbertacomBambuemÁreasAluviaisocorreemáreasadjacentesàsman-chasdevegetaçãocomdominânciadeFlorestaAbertacomBambu,ondesãoencon-tradasasespéciesdogêneroGuadua.SãopredominantesaolongodorioJuruá,naregiãodeCruzeirodoSul,PortoWaltereMarechalThaumaturgo.NaregiãodeTarauacáeFeijóessaformaçãoocorresecundariamenteeaFlorestadePalmeirasocupaos terraçosaluviais.NaFlorestaDensadosterraços,aflorestaécaracterizadaporumgrandenúmerodeárvoresemergentesdealtoporte. A Floresta Aberta com Bambu + a Floresta Aberta com Palmeiras ocorre em quase todooEstadodoAcre,sendobemrepresentadanosinterflúviostabulares.Amaiorocorrên-ciadetipologiascomdominânciadebambuénasáreaspróximasaosriosPurus,Tarauacá,Muru,Juruá,LiberdadeeAntimary.Essatipologiaapresentaumamisturadefisionomias,entreasquaispodemserencontradasaFlorestaAbertacomgrandeconcentraçãodeBambueaFlorestaAbertacomPalmeiras,bemcomopequenasmanchasdeFlorestaDensa.Apre-sençadecipóspodeserobservadanasáreaspróximasaosigarapés. AFlorestaAbertacomBambu+aFlorestaAbertacomPalmeiras+FlorestaDensaéumatipologiaexistentenosmunicípiosdeTarauacá,Feijó,SenaMadureira,Bujari,RioBranco, Xapuri e Assis Brasil, na qual ocorrem a Floresta Aberta com Bambu dominando a comunidadeemanchasdeFlorestaAbertacomPalmeiraseFlorestaDensa. AFlorestaAbertacomBambu+FlorestaDensaOcorrenosmunicípiosdeTarauacá,Feijó,MâncioLima,SenaMadureira,RioBrancoeBujariemmanchasrelativamentepeque-nas.ÉcaracterizadaporáreascomgrandeconcentraçãodebambusemanchasdeFlorestaDensa,podendoapresentartambémpequenasmanchasdeFlorestaAbertacomPalmeiras. AFlorestaAbertacomBambuDominanteéumatipologiaondeaconcentraçãodebambuségrande,sendoquemuitasvezesessaespéciealcançaodossel,dominandoaveg-etação.Podem tambémocorrermanchasdeFlorestaAberta commenor concentraçãodebambus e maior número de indivíduos arbóreos, bem como pequenas manchas de Floresta Densa.Nessafisionomia,osub-bosqueédenso,comárvoresdepequenoporte,sendoqueosindivíduosarbóreoscomDiâmetroàAlturadoPeito(DAP)iguala20cmsãoesparsosepoucofreqüentes.Aspalmeirastambémsãopoucofreqüentes. AFlorestaAbertacomPalmeiraségeralmenteencontradaemáreaspróximasaplaní-ciesaluviaisderioscomgrandevazãonaépocadascheias.Essafisionomiasecaracterizaporumaflorestadedosselabertocompresençadepalmeiras,podendotambémserencontra-dasáreascomcipós.

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A Floresta Aberta Aluvial com Palmeiras ocorre ao longo dos principais rios e alguns deseusafluentes,estandodistribuídapor todooEstado.Emalgumasáreas,essaflorestapodeocorrerassociadaamanchasdeFlorestaDensacomárvoresemergenteseemoutrasáreasassociadaamanchasdeFlorestaDensacomdosseluniforme. AFlorestaAbertaAluvialcomPalmeiras+FormaçõesPioneirasfoimapeadaapenasnaregiãodeCruzeirodoSuleMâncioLima.ÉcaracterizadapelaFlorestaAbertacomPal-meirasdominandoafisionomiaeapresentaagrupamentosdepalmeirasdogêneroMauritiaflexuosa(buriti)nasáreaspioneiras. AFlorestaAbertaAluvialcomPalmeiras+VegetaçãoSecundáriaapresentaasmes-mascaracterísticasdaFlorestaAbertacomPalmeirasemáreasaluviais,diferindoapenascomrelaçãoàsmanchasdevegetaçãosecundáriaealgumaspequenasáreasantropizadas. A Floresta Aberta com Palmeiras + Floresta Aberta com Bambu é uma tipologia dominadapelaFlorestaAbertacomPalmeiras,nasquaispodemserencontradasváriasespé-ciesdepalmeirascommanchasdeflorestacomsub-bosquedebambu. AFlorestaAbertacomPalmeiras+FlorestaDensaapresentadominânciadaFlorestaAberta com Palmeiras, bem como manchas de Floresta Aberta com Bambu e manchas de FlorestaDensa. AFlorestaAbertacomPalmeiras+FlorestaDensa+FlorestaAbertacomBambuéumatipologiaflorestalqueocorrenosmunicípiosdeAssisBrasil,Feijó,MarechalThauma-turgo,JordãoeTarauacá. AflorestaAbertacomPalmeiras+FormaçõesPioneiraséumatipologiasóencon-tradanoextremooestedoEstado,naregiãodaSerradoMoa.Essafisionomiaapresentacar-acterísticasdeFlorestaAbertacomPalmeiras,enasáreasondeolençolfreáticoésuperficialsãoencontradososburitizais. AFlorestaDensaéumatipologiaencontradanaáreadoParqueNacionaldaSerradoDivisornosmunicípiosdeCruzeirodoSul,MâncioLimaeAssisBrasil.Nela,ascomu-nidadesapresentamárvoresemergentes,comaproximadamente50metrosdealtura.Nosdissecados em cristas e colinas, o estrato superior ocorre em grupamentos arbóreos menores ebastanteuniformes,atingindoaproximadamente30metrosdealtura.Apresentabastanteregeneraçãoarbóreanasdiferentessituaçõestopográficas.Nostalvegues,existeummaiornúmerodeespéciesdeportearbustivoepalmeiras. AFlorestaDensaSubmontanaocorrenaregiãodaSerradoDivisor,nosmunicípiosdeMâncioLima,RodriguesAlvesePortoWalter.Essacomunidadeapresentaárvoresdegrande porte, com indivíduos densamente distribuídos quando a altitude é de aproximada-mente600metros.Ocorremgrupamentosdeárvoresemergentes,comalturaaproximadade35metros.Nassuperfíciesdissecadas,aflorestaémaisbaixadecoberturauniforme,comalturaaproximadade30metros.Osub-bosqueapresenta-semaisabertonasáreasmenosdissecadasemaisdensonosvales.Temcomoprincipalcaracterísticaapre¬sençadeumaespécie do gênero Tachigalia, da qual freqüentemente são encontrados indivíduos mortos aindaempénafloresta. FlorestaDensa+FlorestaAbertacomPalmeiraséumaflorestaqueapresentatrêsestratosdefinidos:i)odosselapresentandoindivíduosemergentescomalturaaproximadade35a40metroseaspectoaberto,ii)oestratomédiocompredominânciadaespéciebreu-ver-melhoapresentandoestruturafechadaeiii)oestratoinferiorcomaspectoabertooulimpo.NasmanchasdeFlorestaAbertacomPalmeirasforamidentificadasváriasespéciesdepalmá-ceas com pouca densidade, exceto o tucumã (Astrocarium sp), que se apresenta em concen-traçãomaisexpressiva,sendoapalmeirapredominante.Apresentatambémgrandeconcent-raçãodemarantáceasnosub-bosque,juntamentecomubimeubim-galope(Geonomaspp).

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Desafios da IX RCC: Objetivos, Metas e as Expectativas de Usuários do SiBCS

Paulo Guilherme Salvador Wadt1; Lúcia Helena Cunha dos Anjos2; Humberto Gon-çalves dos Santos3; Paulo Klinger Tito Jacomine4; Falberni de Souza Costa5

(1)PesquisadordaEmbrapaAcre,[email protected];(2)ProfessoradaUniversidadeFederalRuraldoRiodeJaneiro;(3)PesquisadorEmbrapaSolos,

[email protected];(4)ProfessordaUniversidadeFederalRuraldePernambuco,[email protected];(5)PesquisadordaEmbrapaAcre,[email protected]

1. Introdução

AReuniãoBrasileiradeClassificação eCorrelaçãodeSolos (RCC)éumeventopatrocinado pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) em conjunto com diver-sasinstituiçõesdepesquisaeensinosuperiorcomatuaçãonaáreadeCiênciasAgrárias.NaSBCS,aRCCéumeventodecaráterregulardaDivisão“SolonoEspaçoenoTempo”,queincluiascomissõesespecializadasdeGêneseeMorfologiadoSolo,LevantamentoeClas-sificaçãodoSoloePedometria. Oeventoédegrandeimportânciacientíficaetécnicaparaavalidaçãoedesenvolvi-mentodoSistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos(SiBCS),atravésdecorrelaçõesinsitu entre ocorrências no território brasileiro das classes de solos e suas características geo-ambientaisevulnerabilidadesepotencialidadesparausoagrícola. A RCC é realizada ao longo de um roteiro de viagem e no campo, que foi estab-elecidopelaimportânciadeumdadopedoambiente.Elasecaracterizapelapré-seleçãodelocaiseambientes,ondesãopreviamenteidentificadosexemplaresdesolos(perfis)quesãodescritoseamostradosporpedólogoscomaltograudeespecializaçãoemembrosdoComitêNacionale/ouRegionalparadesenvolvimentodoSiBCS.Nestaetapa,queocorrecercadeumanoantesdarealizaçãopropriamenteditadoevento,omaterialdesoloécaracterizadonolocaldacoleta(morfologiadosolo),classificadopreliminarmenteedepois,amostrassãoenviadaspara laboratóriosde solosparaanálisesquímicas, físicasemineralógicas.Apósaconclusãodasanáliseserevisãodealgumascaracterísticasmorfológicas(designaçãodehorizontesesubscritos,porexemplo),osolodecadalocalamostradorecebeaclassificaçãodeacordocomasnormasvigentesnoSistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos.Ocon-juntodasinformaçõespedológicas,osdadosanalíticoseoscomponentesdogeoambiente(geologia,geomorfologia,clima,vegetação)éorganizadoemumRoteirodeViagem,dis-ponibilizadoatodososparticipantesnoiníciodaRCC. Nasegundaetapa,duranteaviagemdecorrelaçãoecomapresençadosprofissionaisdaáreadetodooBrasil,osparticipantesdoeventovisitamcadalocaldecoleta(perfisdesolosselecionados)e,nestemomento,inicia-seodebatesobreaclassificaçãoepropõem-senovasclassesoumodificaçõesnoscritériosvigentes.Inicialmente,osperfisdesolosãofotografadosportodospararegistropessoalefuturasreferênciasematividadesdidáticas;segue-seaapresentaçãodecadaperfil,comasprincipaiscaracterísticaseatributosdiag-nósticospara a classificaçãodo referido solo e sua classificação.Logo após, outro apre-sentador (debatedor) enfatiza a inserção do solo em seu ambiente, potencialidade e vul-nerabilidadequantoaosaspectosambientaiseusoagrícola.Paraestasetapassãoindicadosdentre os participantes e a Comissão Organizadora membros para atuarem como palestrantes (apresentadores), debatedores emoderadores para cada perfil, os quais são comunicadosantecipadamentesobresuafunção.Concluídaestafase,osparticipantesobservamoperfil

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dosolo,examinando-odetalhadamenteecomparandosuasimpressõescomasdescritasnacaracterizaçãomorfológica (realizadapreviamente) e tambémcomosdadosdas análisesfísicas,químicasemineralógicas. Apósoexamedoperfildosolo,éabertoodebate,momentonoqualqualquerpar-ticipantetemaprerrogativadecomentar,sugerircorreçõeseinclusãodenovosatributoseclassesnoSiBCSoupropornovasabordagensmetodológicasparaomaterialexaminado.Nesta fase, o moderador controla o tempo de debate e a ordem de discussão dos temas, havendotambémumrelatorqueanotaospontosdiscutidosesugestõesapresentadaspelosparticipantes.Normalmente,atravésdasdiscussõesetrocadeinformações,consegue-se,ai-ndanocampo,nosexames“insitu”dosperfisedosdadosanalíticos,alcançarumconsensosobreaclassificaçãodosolo. Todasas sugestõese recomendaçõesderivadasdodebatenocamposãoanotadaspelorelator,paraque,aofinaldoperíododevisitaaosperfisdesolos,emreuniãocomto-dososparticipantes, possamserdefinidosquais aprimoramentos serão recomendados aoComitêExecutivodeClassificaçãodeSolos(CECS)parapossívelincorporaçãoaoSistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos. O exercício do examedos perfis de solos no seu ambiente de formação e a pos-sibilidadedesediscutirasdiferentesinterpretaçõescompedólogosdemaiorexperiência,permite aos estudantes e, principalmente, a jovens professores do ensino superior, um meio para consolidar, revisar e normatizar conceitos pedológicos e de taxonomia de solos e da identificaçãovisualdosatributosmorfológicos. ComarealizaçãodaprimeirareuniãodogêneronaAmazônia,espera-secontribuirparaavalidaçãodoSistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos,promovermaiorintegra-çãoentreosprofissionaisdaregiãoSul-Sudeste-NordesteeosdaregiãoNorte,estimulandofuturasparceriasparapesquisasinterinstitucionais,alémdecontribuirparaaampliaçãodoconhecimentosobreossolosdaFormaçãoSolimões,noEstadodoAcre,resultandonamel-horcompreensãodacomplexidadedainteraçãodeambientesesolosdediferentesecossiste-masdoBiomaAmazônico.

2. Breve Histórico das RCCs

AprimeiraReuniãodeClassificaçãoeCorrelaçãodeSolosfoirealizadainteiramentenoEstadodoRiodeJaneiro,noperíodode1a8deagostode1978(Reunião...,1979),etevecomoobjetivounificarconceitosecritériosdeclassificaçãodesoloseinterpretaçãodelevantamentosdesolosparautilizaçãonaagricultura,visandouniformizarostrabalhosemexecuçãonopaís,tendosidodenominada,àépocade“ReuniãodeClassificação,CorrelaçãoeInterpretaçãodeAptidãoAgrícoladosSolos”,abreviadacomoIRCC. Somente onze anos após a primeira RCC foi realizado o próximo evento, quando foi adotadaamesmadenominaçãonosdoiseventosseguintes.AIIRCCabrangeuperfisdesolosdosEstadosdoRiodeJaneiro,SãoPauloeMinasGerais(Reunião...,1983).JáaIIIRCC,abrangeuosEstadosdoRiodeJaneiro,MinasGerais,SãoPauloeParaná(Reunião...,1988). O quarto evento foi realizado nos nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia,tevesuadenominaçãoalteradapara“ReuniãodeClassificação,CorrelaçãoeAplica-çãodeLevantamentosdeSolos”,mantendo-seaidentificaçãodeIVRCC,nasequênciadoseventosanteriores(Reunião...,1995). AVRCCcompreendeuperfisdesolosdaregiãoNordeste,principalmenteemambi-entesemiárido(Reunião...,1998),mantendo-seonomeatribuídoàIVRCC.Nesteperíodode19anos,foramrealizadoscincoeventos. AVIRCC,primeiraaserrealizadanoséculoXXI,manteveamesmadenominação

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doNordeste,eabrangeuperfisdesolosdosEstadosdoRioGrandedoSul,SantaCatarinaeParaná(Reunião...,2000). A VII RCC foi realizada no Estado de Minas Gerais, quando recebeu nova denomi-nação(ReuniãodeCorrelaçãoeClassificaçãodeSolos)(Reunião...,2005)e,trêsanosde-pois,noEstadodeSantaCatarinaocorreuaVIIIRCC(Reunião...,2008). Segue-seagora,em2010,noEstadodoAcrearealizaçãodaIXRCC,aqualincluinotítulodoeventoaabrangêncianacional(ReuniãoBrasileiradeCorrelaçãoeClassificaçãodeSolos),justificadapelaelevadarepresentatividadedeparticipantesdetodoopaís. Doisaspectossãodestacadosnestehistórico.Primeiro,quenoperíodoinicial(1979a1998),asRCCsocorriamcomoeventodeperiodicidadeirregulare,emmédia,acada3,8anos. Já no segundoperíodo (2000 a 2010), embora ainda ocorrendo comperiodicidadeirregular,amédiadetempoentreumeventoeoutropassouaserde2,5anos.Sugere-se,portanto, que o evento seja promovido regularmente, a cada dois anos, nos anos onde não ocorraoCongressoBrasileirodeCiênciadoSolo,comarespectivaviagemdesolos. OutroaspectoimportanteéaevoluçãoemudançagradualdofocodaRCC.Cadavezmaisdirecionadaàdefiniçãooudiscussãodetemasprioritáriosesuarelaçãocomospedoambientes, comoos solos doquadrilátero ferrífero emMinasGerais (VIIRCC), ossolos brunos de Santa Catarina (VIII RCC) e, nesta RCC, os solos de origem sedimentar da Amazônia(IXRCC).Assim,substituindo,aênfaseanterioremquestõesgenéricasrelacio-nadasàpadronizaçãoeanormatizaçãodaclassificaçãodesolos.OqueéumaconseqüênciadodesenvolvimentodoSiBCS. Esta segunda tendência também ressalta a necessidade constante de aprimoramento doSistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos,comodetalhamentodeníveiscategóricosdemenorhierarquiaeadequadaclassificaçãoeinterpretaçãodeaspectoslocaisouregionaisnadistinçãodasclassesdesolosepotencialidades.

3. Objetivos da IX RCC

A“IXReuniãoBrasileiradeClassificaçãoeCorrelaçãodeSolos– IXRCC”éaprimeirarealizadanaAmazôniabrasileira. AcaracterísticapeculiardaRCCcomoeventoéadiretrizdevalidaçãoeoapri-moramentodoSistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos(SiBCS)(Embrapa,2006),através de correlações in situ entre ocorrências no território brasileiro das classes desolos e suas características geo-ambientais e estudos sobre as vulnerabilidades e poten-cialidadesparausoagrícola. Nestesentido,aIXRCCtemcomofinalidadegeralaprimoraroSistemaBrasileirodeClassificaçãoeCorrelaçãodeSoloseampliarosconhecimentossobresolossedimentaresdosudoestedaAmazônia,tendocomoobjetivosespecíficos: -AprimoraroSistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos,aovalidaretestarcon-ceitosecritériosparadefiniçãoeclassificaçãodasclassesdesolosdesenvolvidosapartirdaFormaçãoSolimõesnoEstadodoAcre. - Reunir e apresentar o estado do conhecimento em Pedologia na região para pedólo-gos,professores,pesquisadoreseestudantesqueatuamnestaáreadaCiênciadoSolo. -Contribuirparaoaprendizado,conhecimentoeuniformizaçãodecritériosenormasdeclassificaçãodossolosnoBiomaAmazônico. As metas estabelecidas para esta reunião visam atender a cada um destes objetivosespecíficos.

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4. Metas e desafios da IX RCC

AprimeirametaconsisteemestabelecerrelaçõesentreapaisagemeadistribuiçãodeclassesdesolosnaFormaçãoSolimões,emespecial,oefeitoconjugadodomaterialdeorigememdiferentestoposseqüências.NaAmazônia,aclassificaçãodesolostemsidofeitaapartirderelaçõesmuitasvezesobtidasem outros ambientes, ou ainda por pequenas equipes de campo com dois ou três pedólogos experientes.Modelospedogenéticosdetoposseqüênciasdeoutrosambientes,aplicadosnoAcre por vezes são inadequados quando avaliada a distribuição dos solos nas diferentespaisagensemateriaisdaFormaçãoSolimões.NaFormaçãoSolimões,anaturezadomaterialdeorigemnazonadeinfluênciapedogenéticapodevariardesdearenitos,siltitosouargilitos,emfunçãodaenergiadoagenteerosivoqueresultounasdeposições,nadinâmicadosprocessoserosivosatuaisoudeforçastectônicasrecentes,alémdeinfluenciasdevidasàgeomorfologiaregional(Figura1e2).

Figura 1. Corte de estrada, na BR-364, município de Tarauacá (AC). (Foto: Marcos Gervasio Pereira).

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Figura 2. Corte de estrada, na BR-364, município de Tarauacá (AC) (Foto: Marcos Gervasio Pereira).

Isto implicaqueo solo formadoemdeterminadaposiçãodo relevoémuitomaisdependentedanaturezadomaterialdeorigem,quepropriamentedesualocalizaçãonatopo-seqüência.Assim,écomumnoEstadodoAcreaocorrência,emummesmorelevo,deso-loscomdrenagemmais restritaemáreasde topos,emcontrastecomsolosdedrenagemmaislivreemlocaisdebaixadas,unicamente,pelavariaçãodomaterialdeorigemnestasposições. Ainda,emrelaçãoaoprimeiroobjetivodeaprimoraroSistemaBrasileirodeClas-sificaçãodeSolos,hánecessidadedereverosconceitosdosatributosdiagnósticosparaclas-sificaçãodesoloscomhorizontesB-texturaleB-incipiente,quandoocorremargilasdealtaatividade. QuantoàpotencialidadedossolosnoEstadodoAcre,écomumobservarperfiscomaltosteoresdealumíniotrocável,identificadoscomofortementeácidosamoderadamenteácidos,portantoconsideradosdebaixafertilidadenaturalpelocritériodeacidez.Noentanto,estes solos, algumas vezes, apresentam simultaneamente elevados teores de bases (Ca e Mg) (Marquesetal.;2002;Gama,1986)enãoseobservarespostaàcorreçãodosoloindicadapelaneutralizaçãodoalumíniotrocávelouelevaçãodopHdosolo(Gama&Kiehl,1991). Tambémnãoéincomumaocorrênciadeelevadosteoresdealumíniotrocável(10cmolckg-1)mesmocomvaloresde saturaçãoporbasesdaordemdegrandezade60%(Wadt,2002). PoucoseconhecesobreagênesedossolosdoEstadodoAcre.Porém,entreostrabal-hosjárealizados,algunssolosqueapresentavamcaracterísticasdeelevadaacidezconcomi-tanteapresençadealtosteoresdebases(CaeMg)tenhampresençamarcantedeesmectitasevermiculitasnafraçãoargila(Volkoffetal.,1989;Marquesetal.,2002).Estesmineraisforamtambémidentificadosnosprimeirosestudosdesolosnaregião,deMöller&Katagima(1982)eMölleretal.(1982). Deve-sedestacarqueométodousadoparadeterminaroalumíniotrocávelémaisapropriado para solos com predomínio de minerais de argila do grupo dos óxidos de ferro e alumínio ou argilas silicatadas do grupo das caulinitas, haloisitas e similares, não sendo

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indicadoparasoloscomdomíniodeargilasdo tipo2:1ou interestratificadas (Kamprath,1970). Por outro lado, o ambiente úmido e quente que predomina na Amazônia proporciona intensaatividadebiológicaeproduçãodeCO2nasoluçãodosolo,quepassaaagircomofontedeacidez,resultandonaintensaacidificaçãoe,comgrandefreqüência,devaloresdepHdosoloabaixode5.0.Assim,osargilominerais,comoamontmorillonita, tornam-setermodinamicamenteinstáveisnestesvaloresdepH,estandosuscetíveisaointensointem-perismoquímico,comadissoluçãodasargilassilicatadasmaisinstáveis,precipitaçãocon-gruenteeformaçãodenovosprodutos. Oalumínio,presenteemgrandesquantidadesnossolosdaFormaçãoSolimões,éumdosprodutosdadissoluçãodosargilominerais,epodeviraocuparosespaçosnaentreca-madasdosmineraisrecém-formados(Marquesetal.,2002).Oqueresultaemtênueequilí-briocomasoluçãodosolo,portanto,baixaatividadedoAlpróximoarizosferadasplantas(Gama&Kiehl, 1991), devida à distribuição desigual doAl na dupla camada difusa nainterfacesolo-soluçãodesteambiente(Wadt,2002).Oefeitonosoloécomoseoalumínioestivesseretidofortementepróximoàsuperfícieadsorvente,expulsandoosoutroscátionsdacamadadifusa(magnésioecálcio)paraposiçõesmaisdistantesdasuperfíciee,portanto,paraasoluçãodosolo.Estadistribuiçãodoalumínionãoocorreemsoloscomargilo-min-eraisdebaixaatividade(Wadt,2002),logo,nestessolos,mesmoemrelativamentepequenasquantidades(0,3a1,0cmol(+)kg-1),afitotoxicidadedoAléelevada. DadoocomportamentoquímicodoalumínionossolosdaFormaçãoSolimõescomaltaamédiaatividadedeargila, faz-senecessário reverousodoscritériosbaseadosnosteoresdeAl,comodiagnósticosparaosníveishierárquicosmaiselevados.Porexemplo,sedopontodevistaagronômicoemesmopedogenético,hápoucadiferençaentreocomporta-mento dos solos com argilas de alta atividade, sejam estes alíticos ou não, porque adotar este critério como diagnóstico para distinguir Luvissolos de Argissolos? Outrameta,aindarelacionadaaoprimeiroobjetivoespecífico,éoestabelecimentodecritériosparaadistinçãotaxonômicadesoloscomocorrênciadeplintitaorigináriosdemateriaisdaFormaçãoSolimões(Figura3). DiferentespedólogospodemclassificarummesmosolocomoPlintossolosoucomoArgissolos,emfunçãodecritériosadotadosparareconheceraintensidadedoprocessodeplintitização.Comoconsequência,hádificuldadenoenquadramentotaxonômicodossoloscomplintitanosmateriaisdaFormaçãoSolimões.Oquepodedecorrertantodapequenaexpressãodoprocessodeplintitizaçãoquantodaindefiniçãodasuarelaçãocomfeiçõesher-dadasdomaterialdeorigem,portantoanterioresapedogênesedoperfil.Ouseja,enquantoalgunspedólogosaoavaliarosperfisconcluemqueasegregaçãodoferroesuaprecipitaçãonoperfildosoloéumacaracterísticadomaterialdeorigem,semrelaçãocomagêneseatualdestessolos;outrosargumentamque,noambientededrenagemrestrita,abaixapressãodeoxigêniofavoreceareduçãodoferroe,subseqüentemente,suaprecipitaçãoempontosespe-cíficosdoperfil,logo,emumprocessopedogenéticoatuantedeplintitização.

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Figura 3. Perfil de solo, apresentando indícios de possível formação de plintita no material de origem (Foto: Marcos Gervasio Pereira).

Emrelaçãoaestestrêsdesafiosemetas(correlaçãoentreomaterialdeorigemeagênesedossolos,validadedousodoteordealumíniotrocávelcomoatributodiagnósticonossolosdaFormaçãoSolimõesedeterminaçãodaintensidadeeorigemdoprocessodeplintitização),espera-seobter,comoprodutodaIXRCC: a)recomendaçõesparaclassificaçãodestessolos,comconsideraçõessobreograudeinfluênciadomaterialdeorigemnadistinçãodosambientes,deformaqueosmapeamentoseascorrelaçõesentresoloseomaterialdeorigempossamseraprimoradosnoEstadodoAcre; b)condiçõesparaaaplicaçãodoteordealumíniotrocávelcomoatributodiagnóstico;e c)identificaçãoseguradoprocessodeplintização. AquartametaaseralcançadanaIXRCC,éasíntesedoestadodoconhecimentoemPedologia no Estado do Acre em um sitio eletrônico, permitindo o amplo acesso as informa-ções,classificando-assegundocritériostecnológicos. AsinformaçõessobreossolosesuarelaçãocomapaisagemnoAcreestãodispersasemváriasbibliografias,taiscomo:levantamentosdesolosemníveldereconhecimentoouaindademenorescala;tesesedissertações;algunsartigoscientíficoselivrosdemenorcir-culação;alémdeboletinserelatóriostécnicosdeacessorestrito. Estameta,emboraindependentedarealizaçãodaRCC,éimportantenosentidode

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organizarasinformaçõesexistentes,ampliandosuadivulgação.OpapelindutordaRCC,neste sentido,écentralizar todoomaterialbibliográficoemumúnicosítioda internet,através da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, para que este conhecimento possa ser delivreacesso. Desta forma, espera-se que a visão e o conhecimento gerado localmente possamse tornar objeto de outros estudos por pesquisadores e professores de diferentes regiõesbrasileiras,alémdedivulgarumpanoramamaisrealistadoambienteamazônico. Oeventotambémserevestedeimportânciaacadêmicanoprocessodeaprendizagemeuniformizaçãodecritériosenormasparadescriçãoecaracterizaçãodesolosentrepedólo-gos,professores,pesquisadoreseestudantesqueatuamnasáreasdegênese,morfologiaeclassificaçãodesolosedemanejoeconservaçãodosolo.Benefícioadicionaldoeventosedáaopermitiraosprofissionaisconheceremdiversosambientesesolosnopaís. Especificamenteparaestametadedivulgação,pretende-sefazeramanutençãodeportalsobresolosdaAmazôniaOcidental,reunindoasinformaçõesbibliográficasedocu-mentaçãotécnicaecientífica,peloperíodomínimodecincoanos,emsítiodeinternetdoNúcleoRegionalAmazôniadaSociedadeBrasileiradeCiênciadoSolo.Espera-se,assim,estimularqueoutrosestadosdaAmazôniacontribuamparaesteprocesso. Aquintaeúltimametaconsisteeminformarsobreadistribuição,naturezaeproprie-dadesdesolosdaFormaçãoSolimõesnoAcre,difundindoesteconhecimentoparaoutrasregiõesdopaís. O conhecimento dos solos da Amazônia ainda é incipiente e esparso, seja pelos le-vantamentosemescalasmuitopequenas(1:250.000oumenores),ouporseremestescon-centradosemalgumasregiões.Ouainda,oconhecimentoresultadevisitaseestudoses-porádicos,paraatenderaquestõesespecíficas.Portanto,emgeral,sãoinadequadosparadarumavisãoapropriadaeabrangentesobreanaturezaeaspropriedadesdossoloserelaçõescomospedoambientes. EstalimitaçãoémaiornossolosdaáreadeinfluênciadaFormaçãoSolimões,ondeosestudossãoempequenonúmeroemuitasvezes,baseadosunicamenteemavaliaçõesex-peditasoucomaplicaçãodemétodossimples.Aproduçãodeconhecimentosobreossolosdaregião,semensuradanaformadepublicaçõesporkm2deárea,éinfinitamenteinferiormesmoadeoutrosestadosdaAmazônia.Alémdisto,avivênciadepesquisadoreseprofes-soresdeoutras regiõesdoBrasil sobre as potencialidadesdaAmazônia é,muitasvezes,distorcidaedistantedarealidade. É neste sentido que a IX RCC pretende, ao reunir pesquisadores e professores do ensinosuperiordasdiversasregiõeseinstituiçõesdopaís,alcançarnovopatamar,noqueserefereaoconhecimentodosolo,paraasdiscussõessobreousodosrecursosnaturaisnaAmazônia. Alémdisto,aIXRCCpromove,comoapoiovoluntáriodediversoslaboratóriosqueatuamnaáreadeCiênciadoSoloecorrelatas,estudosinéditossobreosperfisdesolosin-cluídosnoroteirodoevento.Portanto,técnicasdeestudorelevantesserãoaplicadasemummesmoconjuntodemateriaisdesolo.Espera-se,assim,lançarnovaluzsobreosprocessospedogenéticosnosmateriaisformadosapartirdaFormaçãoSolimõesnoEstadodoAcre.Este conjuntode informações será sintetizadoemdocumentodenominadode“PesquisasColigadasdaIXRCC”.4.

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5. Expectativas de usuários do SiBCS

OSistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos(SiBCS)consolidou-senomeiotéc-nicoeprofissional,sendoadotadoeminúmerasáreasdoconhecimento,desdeaagronomiaeáreasafins,biologia,meioambiente,asmaisdiversasengenhariasenagestãopública.Nosúltimosdezanos,paralelamenteàimplantaçãodoSiBCS,foramfeitosestudosdezo-neamentoeconômico-ecológicoemváriosestadosdaAmazônia,nosquaismapasdepedo-logia(distribuiçãoeclassificaçãodossolos)foramgeradoscomoumdosprodutosfinais.Es-tesmapasforamutilizadosparafundamentaroutrasclassificações,comoaaptidãoagrícoladasterraseadefiniçãodeáreascommaiorvulnerabilidadeambientaledemaiorpotencialeconômico. Muitosdestestrabalhostécnicosforamconduzidosporespecialistasdaáreadesolos,que, embora altamente capacitados, tinham menor experiência adquirida em outros levanta-mentos,ounãoparticiparamativamentedodesenvolvimentodoSiBCS.Destefatoresultam,porexemplo,informaçõescontraditóriasnaclassificaçãoedistribuiçãodossolosnoEstadodoAcre,quandosecomparamoslevantamentosfeitospeloServiçodeLevantamentoeClassificaçãodeSolosdoIBGEeasclassificaçõesregistradasemdocumen-tosdaSecretariadeMeioAmbientedoEstadodoAcre. Por exemplo, enquanto no IBGE (IBGE, 2010) o mapa pedológico aponta pre-domínio de Luvissolo na região entre Manoel Urbano e Feijó, no mapa de solos do Zo-neamento Econômico-ecológico do Estado do Acre, Fase II, é registrado o predomínio de Cambissolos (Acre, 2009).Mesmo se consideramosque ambas as indicações referem-seapenasaclassedesolodominanteemunidadedemapeamentodotipoassociação,ouseja,com diferentes ordens de solos, por serem produtos pedológicos desenvolvidos no mesmo período, utilizando a mesma metodologia e com os mesmos materiais de solo, deveria ser menoradiscrepância. O conhecimento sobre a paisagem, vulnerabilidades e processos genéticos dos solos Amazônicosaindasãoincipientes,secomparadosàsdemaisregiõesdopaís,principalmenteemrelaçãoaonordeste, sudesteesul.Portanto,podemocorrernosambientesamazônic-os pedoambientes ainda não completamente estudados, criando inconsistências no SiBCS quandoeleéaplicadoaestascondições. Outra questão relevante é a vulnerabilidade e a resiliência destes pedoambientes di-antedasalteraçõesdeusodaterra. Wadtetal(2007)observaramprocessoerosivointenso,comdeslizamentodeterra,antesmesmoda formaçãode sulcosdeerosãooudo iníciodoprocessode formaçãodevoçorocas,nossoloscomargilasdealtaatividade.Principalmente,emrelevosuaveondula-do ou ondulado e em solos formados sobre material sedimentar não consolidado, sendo este de textura mais grosseira ou de menor atividade da argila que o material de solo suprajacente (Figuras4e5). Emespecial,nasáreasdepastagem,noperíodomaissecodoano,háressecamentodosolocomaberturadelongasfendasnoperfildosolo,atravésdasquaisacondutividadehidráulicaéextremamenteelevada,conduzindoaáguarapidamenteparaascamadassub-superficiais,bastandoqueocorraalgumaprecipitaçãonesteperíodo.Jánoshorizontessu-perficiais,emgeraldemaiorcondutividadehidráulica,háacúmulodeágua.Assim,devidoao peso exercido por estes horizontes, podem ocorrer pequenos movimentos de terra, que umaveziniciados,favorecemodeslizamentodomaterialdesoloemmaiorintensidade. Aobservaçãodestefenômeno(deslizamentos)noslevaaconclusãodeque,mesmoparaordensdesolossemelhantesàquelasexistentesemoutrasregiõesdopaís,osprocessoserosivospodematuardeformadistinta.Porexemplo,osArgissolos,CambissoloseLuvis-

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solosformadosapartirdossedimentosdaFormaçãoSolimõesnoAcre,tendemaapresentarmaior vulnerabilidade aos deslizamentos e menor vulnerabilidade à erosão em sulcos ou a formaçãodevoçorocas,exigindomedidasdecontroledeerosãobastantediferenciadas.AspectotambémrelevantequantoainteraçãosoloambienteéaassociaçãodeLatossoloscomNeossolosQuartzarênicos/EspodossolosnaregiãodoValedoRioJuruá,emcondiçãodelençolfreáticoelevadoecomvegetaçãodeburitizaisecampinaranas. O potencial agrícola e as vulnerabilidades ambientais destes solos são pouco con-hecidos.Relatoslocaisindicamamaiorprodutividadedeplantiosdecoqueiros(Cocosnu-cifera)nosLatossolos,mesmosemaplicaçãodefertilizantes,einformamqueestefatoseriafavorecidopelacondiçãodelençolfreáticomaisaltoqueocomumenteobservadoemoutrosLatossolos. Ainda,outrasquestõessobrepotencialidadeevulnerabilidadedossolosnoEstadodoAcrepodemserdespertadasapartirdoconhecimentodossolosnoroteirodeviagem. Assim,aexpectativadosusuáriosdoSiBCSedosparticipantesda IXRCCéderespostaaosproblemasdeclassificação,aperfeiçoamentodemetodologiaseusosustentáveldos solos.Sabemos, entretanto,queas explicaçõespara estesprocessosdemandammaisestudosepesquisas,queesperamossejamestimuladasatravésdaIXRCC. Destaforma,seaomenosforalcançadaaconscientizaçãodacomunidadedeCiênciadoSolopresenteaoevento,dequeaAmazônianãoétãosimplesmenteum“infernoverde”,que quando desmatado se transforma emum “deserto vermelho”,mas sim, uma imensacomplexidadede ambientes e biomas, já teremosdado importante passo para o entendi-mentodestesprocessosedesuarelevânciaparaodesenvolvimentosustentáveldaregião.

Figura 4. Deslizamento de terra em pastagens ao longo da BR 364, entre as sedes ds municípios de Feijó e Tarauacá (Foto: Paulo Wadt).

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6. Agradecimentos

A CAPES, por meio do Programa de Apoio a Eventos, e ao CNPq, por meio do Edital de ApoioaEventosCientíficos,peloapoiofinanceiro.Aos vários professores, pesquisadores, laboratórios e estudantes, que voluntariamente,apoiaramarealizaçãodesteeventonaelaboraçãodosmateriaisdidáticos.

7. Literatura Citada

ACRE.MapadePedologia–ZoneamentoEcológico-Econômico,FaseII,1:250.000.Gov-ernodoAcre,SecretariadeEstadodeMeioAmbiente,2009.EMBRAPA-SNLCS.Reuniãodeclassificação,correlaçãoeinterpretaçãodeaptidãoagrí-coladossolos.1.Anais.RiodeJaneiro,SNLCS-SBCS,1979.276p.il.EMBRAPA-SNLCS.ReuniãodeClassificação,CorrelaçãoeInterpretaçãodeAptidãoAgrí-cola,2.,ANAIS.RiodeJaneiro,EMBRAPA/SNLCS-SBCS,1983.138p.ilust(EMBRAPA-SNLCS.Documentos,5).EMBRAPA-SNLCS.ReuniãodeClassificação,CorrelaçãoeInterpretaçãodeAptidãoAgrí-cola,3.,ANAIS.RiodeJaneiro,EMBRAPA/SNLCS-SBCS,1988.425p.ilust(EMBRAPA-SNLCS.Documentos,12).EMBRAPA.CentroNacionalePesquisaemSolos..SistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos.Brasília:Embrapa-SPI;RiodeJaneiro:Embrapa-Solos,2006.306p.EMBRAPA.ReuniãodeClassificação,CorrelaçãoeAplicaçãodeLevantamentosdeSolos,5.,GuiadeExcursãodeEstudosdesolosnosEstadosdePernambuco,Paraíba,RioGrandedoNorte,CearáeBahia.Embrapa-CNPS.1998.124p.Ilust.EMBRAPA.ReuniãodeClassificação,CorrelaçãoeAplicaçãodeLevantamentosdeSolos,RS/SC/PR,6,GuiadeExcursãodeEstudosdesolosnosEstadosdoRioGrandedoSul,San-taCatarinaeParaná.GUIADEEXCURSÃO:Colombo-PRCNPF;RiodeJaneiroCNPS;CAMPINAS,ISC.2000.222p.EMBRAPA.ReuniãodeCorrelação,ClassificaçãoeAplicaçãodeLevantamentodeSolosdaRegiãoCentroOeste-RCC–GO/MT,2004,Goiânia.RiodeJaneiro:EmbrapaSolos,2004.104p.(EmbrapaSolos.BoletimdePesquisaeDesenvolvimento;n.55).EMBRAPA.VIIReuniãodeCorrelaçãoeClassificaçãodeSolos -MG, 7,GuiadeEx-cursão:SBCS/UFV/UFMG/CNPS,2005.153p.EMBRAPA/SNLCS-SBCS.ReuniãodeClassificação,CorrelaçãoeAplicaçãodeLevanta-mentosdeSolos,4.,ANAIS.RiodeJaneiro,EMBRAPA/SNLCS-SBCS,1995.157p.ilust(EMBRAPA-SNLCS.Documentos,12).GAMA,J.F.N.F.CaracterizaçãoeformaçãodesoloscomargiladeatividadealtanoestadodoAcre.Itaguai:UFRRJ,1986.150f.(TesedeMestrado)GAMA,J.F.N.F.;KIEHL,J.C.Influênciadoalumíniodeumpodzólicovermelho-amarelodoAcresobreocrescimentodasplantas.RevistaBrasileiradeCiênciadoSolo,Viçosa,v.23,p.475-482,1999.GAMA,J.R.N.F.;KUSUBA,T.;AMANO,Y.InfluênciadematerialvulcânicoemalgunssolosdoEstadodoAcre.RevistaBrasileiradeCiênciadoSolo,Viçosa,v.16,p.103-106,1992.IBGE–InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística.Mapasinterativos:MapasdeSolos.http://mapas.ibge.gov.br/,acessoem03/08/2010.KAMPRATH,E.J.Exchangeablealuminumasacriterionforlimingleachedmineralsoil.SoilSocietyofAmericanProceedings,Madison,v.34,p.252,1970.MARQUES,J.J.;TEIXEIRA,W.G.;SCHULZE,D.G.;CURI,N.Mineralogyofsoilswith

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32IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

unsuallyhighexchageableAlfromthewesternAmazonRegion.ClayMineralogy,v.37,p.651-661.2002MÖLLER,M.R.F.;KITAGAMA,Y.Mineralogiadeargilasemcambissolosdosudoestedaamazôniabrasileira.Belém:EmbrapaCPATU,1982.19p.(EmbrapaCPATU.BoletimdePesquisa,34).MÖLLER,M.R.F.;KITAGAMA,Y.;COSTA,M.P.DistribuiçãoaproximadademineraisargilososnafolhaSC-19RioBranco.In:ENCONTRODEPROFISSIONAISDEQUÍMI-CADAAMAZÔNIA,3.,1982.Manaus,AM.Anais....Manaus:[s.ed.],1982.p.291-306.SBCS.VIIIReuniãodeCorrelaçãoeClassificaçãodeSolos-SC, 8,GuiadeExcursão:EPAGRI/UDESC/SBCS/CNPS,2008.181p.VOLKOFF,B.;MELFI,A.J.;CERRI,C.C.SolospodzólicosecambissoloseutróficosdoaltorioPurus(EstadodoAcre).RevistaBrasileiradeCiênciadoSolo,v.13,n.?,p.363-372,1989.WADT,P.G.S.;PEREIRA,M.G.;SOUZA,L.F..Práticasparaocontroledaerosãohí-drica.In:Wadt,P.G.S..(Org.).SistemaPlantioDiretoeControledeErosãonoEstadodoAcre.1ed.RioBranco,AC:EmbrapaAcre,2007,v.1,p.19-78.WADT,P.G.S.ManejodesolosácidosdoEstadodoAcre.RioBranco,AC:EmbrapaAcre.2002.28p.(EmbrapaAcre.Documentos,79).

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33SBCS

A Cobertura Vegetal sobre a Formação Solimões no Acre

Marcos Silveira1; Cleber Ibraim Salimon1

Biólogos,Drs.,UniversidadeFederaldoAcre,CentrodeCiênciasBiológicasedaNatureza,BR364,Km04,69910-900,RioBranco,Acre,[email protected]

1. Introdução

LadeadopelosAndesaoesteeoEscudoBrasileiroaosul,oAcreestálocalizadonoSudoestedaAmazônia,umaregiãogeográficacujahistóriageológicaécomplexaecontro-versa(Räsänenetal.1987,Räsänenetal.1995,Frayleyetal.1988,Hoorn1993,Latrubesseetal.1997,Gingrasetal,2002,Wesselingh2002,Westaway2006),equetemimplicaçõesdiretassobreaocorrênciaeadistribuiçãodosdiferentestiposdevegetaçãoqueformamacoberturaflorestalnoestado,assimcomo,sobreacomposiçãoflorística,estruturaedinâmi-cadosmesmos. Deumamaneirageral,aorogeniaandinamoldoue,aliadaaoutrosprocessos,aindamoldaorelevo,ossoloseasbaciashidrográficas.DuranteoTerciário,aorogeniaoriginounoAcre,aregiãomontanhosadoComplexoFisiográficodaSerradoDivisor(Acre2006).NofinaldoTerciário,principalmenteentreofinaldoMiocenoeoiníciodoPlioceno,sedi-mentos andinos argilo-arenosos foram depositados em uma grande parte do Acre, originando aFormaçãoSolimões(Petri&Fúlfaro1988,Westaway2006,Latrubesseet.al.2010).E,noQuaternário,sobinfluênciadasmarésdastransgressõesoceânicasedopulsodeinundaçãodosriosegrandeslagosdopassado,sedimentostambémforamdepositadosnasáreasaluvi-ais(Acre2006). Nessetempo,ounosúltimosdoismilhõesdeanos,oclimanaAmazôniafoimaissecoquenaatualidade(Absy1985,Martinetal.1997,Ledruetal.2001).Devidoàsuaposiçãonabaciaamazônicaeàprováveldiminuiçãodaevapotranspiração,desdeasuafoznoAtlânticoatéasproximidadesdosAndes(devidoàdiminuiçãodecoberturaflorestal),osíndicespluvio-métricosnoAcredeveriamseraindamenores.Umagrandequantidadedefósseisdeanimaiscaracterísticosdeambientesabertosecomdentiçãoadaptadaparapastarfoiencontradanestaregião,sugerindoaexistênciapretéritadesavananessapartedaAmazônia(Ranzi2000). EmboraaaridezdoQuaternário seja freqüentementecontestada (Colinvauxetal.1996), nesta porçãomais sul-ocidental daAmazônia, devido tanto à baixa pluviosidadequantoascaracterísticasgeomorfológicasede tiposdesolo,émuitoprovávelque tenhahavidoumpredomíniodevegetaçõesabertastiposavana,duranteosperíodosglaciais,nãoobstanteosimpactosemoutraspartes. Assim, a cobertura vegetal ora encontrada no Acre, resulta de um processo evolutivo dapaisagemedaaçãodefatoresqueconferiramumasingularidadeàcoberturavegetalatualdoEstado,quevariaatémesmodiantedepequenasalteraçõesedáficas,naaltitudeounadrenagem(Daly&Silveira2008).ComumaestaçãosecapronunciadanaregiãolesteeumamaisúmidanoextremonoroestedoEstado,avegetaçãoregionalabrigaumafloraquerevelaafinidadesflorísticasfortes,respectivamente,comformaçõesperi-AmazônicasmaissecasestudadasporPrado&Gibbs(1993)eatémesmocomoBrasilCentral,eafinidadescomosAndesedemaispartesperiféricasdaAmazôniaocidental. OAcrepossuiumadiversidadegrandedetiposflorestais(VelosoEuleretal.2005)que variam tanto em estrutura como em composição.Onúmero de árvores, palmeiras elianascomdiâmetromedidoaalturadopeito(DAP)>10cm,registradoemparcelasperma-nentesde1havariade297-632indivíduoseariquezaarbóreaencontradanessasflorestas

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variade97-201espéciesporhectare (Silveira&Daly,dadosnãopublicados).EmboraariquezaarbóreanãosejatãoelevadaemrelaçãoàquelasencontradasemManaus(Oliveira&Mori1999),elaésuperioràriquezadocumentadaemmaisde50%dosinventáriosreal-izadosnaAmazônia. AocontráriodaAmazôniaCentraleOriental,ondepredominamasflorestasdensas(IBGE1993),asflorestasdeterrafirmeencontradasnoAcresãocaracterizadaspelodosseldescontínuo (abertas) e subosque com maior disponibilidade de luz e dominado por pal-meiras, bambus arborescentes do gênero Guadua, lianas e, em alguns casos, por manchas dePhenakospermumamazonicum,abananeirabrava.Asflorestasdensastambémocorremnoestado,massãomenosrepresentativas.OutrasformaçõesvegetaisexistentesnoAcre,comoaFlorestaOmbrófilaDensaSubmontanaeocomplexoformadopordiferentestiposdevegetação sobre areiabranca, consistindodeCampinas eCampinaranasouCaatingasamazônicas,cujosoloecomposiçãoflorísticasãocaracterísticosdaAmazôniaCentral,nãofazempartedaFormaçãoSolimões,portanto,nãoserãoaquiabordadas.

2. Tipos de vegetação da Formação Solimões

SobreossedimentosdaFormaçãoSolimõesdesenvolvem-sesolosextremamentear-gilosos a extremamente arenosos, e ricos em nutrientes a quase estéreis, cujas características advêmdanaturezadomaterialdeorigem,mastambémsãodeterminadaspelatopografia,pelotempodeexposiçãoepelasvariaçõesclimáticas. NossolospredominantementeargilososdaFormaçãoSolimõesInferior,porexem-plo,desenvolve-seaFlorestaOmbrófilaAberta,enquantoquesobreossolosmaisarenososdaFormaçãoSolimõesSuperior,recentementediscriminadanapartemaiscentraldoestado(Latrubesseetal.2010),predominaaFlorestaOmbrofilaDensa.Emestreitasfaixas,sobrealuviõesholocênicosdepositadosnoscanaisecalhasdosprincipaisrios,comoPurus,JuruáeAcre,entreoutros,ocorreaFlorestaOmbrófilaDensaAluvial.

2.1 Floresta Ombrófila Aberta com Bambu

AsflorestasabertascombambudogêneroGuadua,chamadasde“tabocais”noBra-sile“pacales”noPerucontíguo, são incomunsnaAmazônia,masnosudoestedabacia,cobremáreasextensas.Asmanchasdessasflorestassãofacilmenteidentificadaspormeiodeimagensdesatélite,poisadensafolhagemdosbambusrefleteoinfravermelhopróximoemédio(bandas4e5)maisqueoutrasespécies(Nelson1994). Através da interpretação visual de 22 cenas de imagens LandsatTM entre 7-11ºe66-74º,Nelson(1994)eB.W.Nelson&R.Kalliola(dadosnãopublicados)estimaramem180.000km2aextensãodasflorestasdominadasporbambunosudoestedaAmazônia(Brasil,PerueBolívia).Maisrecentemente,combasenainterpretaçãovisualdosmosaicosLandsatGeocoverobtidosem1990e2000edeimagensMODIS,Bianchini(2005)estimouaáreatotalem161.000km2,quasequeomesmotamanhodoAcre,sendoqueumagrandeporçãodelaocorresobreaFormaçãoSolimões. Entreasonzetipologiasflorestaisdiscriminadasparaoestado,obambuocorreemcincodelas:florestacombambudominando,florestacombambumaisflorestacompalmei-ras,florestacombambumaisflorestadensaeflorestacombambuemáreaaluvial,repre-sentando38%dacoberturaflorestaldoAcre,enquantoaflorestacompalmeirasmaisflorestacombamburepresenta21%davegetação(Acre2000). As Poaceae-Bambusoideae, ou os bambus em geral, são plantas adaptadas a inva-dir áreas perturbadas (Burman&Filgueiras 1993), afetando a estrutura e a dinâmica da

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comunidade invadida (Veblen 1982,Kiyoshi et al. 1996). Essa capacidade de invasão éfavorecidaempartepelocrescimentoaéreorápidodoscolmos,oqualemGuaduaeoutrosbambusapresentamumincrementomédiomensalnaalturatotalde3,4m,oumaisde10cmpordiaduranteaestaçãochuvosa.Essecrescimentoprodigioso,mediadopelohábitosarmentoeramosescandentes,danificaplântulaselimitaaregeneraçãodasárvores,influen-ciandoasucessãoecológica(Griscom2003,Griscom&Ashton2003).Odesenvolvimentodorizoma,oprincipalórgãoresponsávelpelapropagaçãovegetativadessaplanta, revelamecanismosdebuscaecompartilhamentoderecursosecapturadeespaço,queconferemaosbambushabilidadescompetitivas. Guaduaweberbaueri,umadasespéciesdebambumaisamplamentedistribuídasnoSudoestedaAmazônia(Londoño1992),éumaplantasemelparaemonocárpica,ouseja,cada indivíduo apresentaumúnico evento reprodutivo emorre apósoflorescimento e afrutificação,eapresentaumciclodevidaquevariade29-32anos(Silveira1999,Nelson&Bianchini2005).Essebamburevelaumcrescimentooportunista,ocupaasclareirasexis-tentesentreasárvoresescassasdodossel,formamumatramaquaseimpenetráveldecolmose ramos repletosdeespinhosealcançamodossela20-25mdealtura.Essadominânciaafetaaestruturadacomunidadeflorestalreduzindoadensidadedeárvoreseaáreabasaldafloresta,causandoumadiminuiçãode30a50%nopotencialdearmazenamentodecarbono(Oliveira2001).Issotambémprovocaumareduçãodequase40%nariquezadeespécies(paraindivíduoscomDAP>10cm)ouaté60%(paraindivíduoscomDAP>5cm),deter-minandoumdosmenoresvaloresdediversidadealfaparaárvoresnaAmazônia(Silveira2005,Griscometal.2007). A taxademortalidadearbóreaanualde3,4%sugerequeestaéumadasflorestasmaisdinâmicasdaAmazônia (Silveira2005),poismuitasflorestasneotropicaismostramumataxademortalidadequevariaentre1e2%(Lang&Knight1983,Liebermanetal.1985,Hartshorn1990,Miltonetal.1994).Astaxasaltasdemortalidadeedesubstituição,provavelmente estão relacionadas ao impacto do bambu sobre as demais espécies, uma vez que omesmo favorece o crescimento de espécies características dos estágios iniciais dasucessão ecológica, que demandam clareiras para o seu desenvolvimento e cujo ciclo de vida curtotemimplicaçõesdiretassobreadinâmicaflorestal(Silveira2005).EntreoutrosfatoresedadaàsingularidadedestafitofisionomianosudoesteAmazônico,emparticularnoestadodoAcre,porsediarocentrodedistribuiçãodostabocaisnaregiãoem2004foielaboradoumestudoparaacriaçãodeumaUCparaprotegeresteambienteeasfitofisionomiasassociadas.Esteestudofoirealizadoem2002eresultounacriaçãodoParqueEstadualdoChandless,noAltoRioPurus,fronteiracomoPeru.

2.2 Florestas Ombrófila Aberta com Palmeiras

Asflorestas abertas compalmeiras compreendemoutro tipo de cobertura vegetalpredominantenaFormaçãoSolimões.Asflorestascompalmeirasocorremdeformaquasehomogêneaouestãoassociadascommanchasdeflorestadensaoucommanchasdeflorestacombambu,ocorrendotantoemterrafirmecomoemáreasaluviais. Aspalmeirascaracterizamesse tipodevegetaçãomaispelaabundânciadecertasespéciesquepeladiversidade,eelassãoexcelentesindicadoresdosváriosmicrohabitats.Algumaspalmeirasocorrememterrenosmaiselevados,comoAttaleaspp. (ouricuri, jaciecocão),Astrocaryumspp.(tucumã)eGeonomaspp.(ubim),enquantooutraspreferemosfundosdevaleeosbaixios,comoOenocarpusbataua(patauá),Socrateaexorrhiza(paxi-ubinha),Iriarteadeltoidea(paxiubão),Euterpeprecatoria(açaí),Mauritiaflexuosa(buriti)eoutrasainda,preferemasvertentes,comoPhytelephasmacrocarpa(jarina). Algumaspalmeirasrealmentedeterminamocaráter“aberto”dodosseldessasflorestas,

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como as espécies do gênero Attalea e Astrocaryum que, mesmo na fase juvenil, possuem folhas muito grandes, com até cinco metros de comprimento e promovem o sombreamento do solo e a diminuiçãonadensidadedaregeneraçãodocomponentearbóreo.Emoutroscasos,adensidadealtadeespéciescomo,Iriarteadeltoidea,nãoimprimeomesmoefeitosobreavegetaçãocomoumtodo,emfunçãodasuaocorrênciapreferencialnofundodosvales.Damesmaforma,mesmosendoabundanteemalgunstiposdevegetação,Euterpe,ocupaosub-bosque. Em áreas de solomal drenado, especialmente nos terraços baixos, essa tipologiaémarcadapelapresençado“brocotozal”, “babocal”ou“pula-pula”,que se constitui emumambientebastantecomum,caracterizadopelapresençademuitas linhasdedrenagemquepermanecemencharcadas,mesmoduranteoperíodomaissecodoano.Essasáreassãodominadas por plantas adaptadas a solos encharcados e palmeiras como Attalea que também ocorrenasvárzeas.

2.3 Florestas Aluviais e ambientes associados

Asflorestasaluviaisoualagadas,regionalmentechamadasdevárzeas,ocorremaolongodosrios,sofreminfluênciadadinâmicademigraçãodosleitosdosrioseformamumaparte conspícua da paisagem, embora não alcancem a largura extensa encontrada nos baixos cursos dos tributários doAmazonas.Elas revelamestágios sucessionais discretos depen-dendodaidade–ouseja,otempodeacúmulosazonaldesedimentos–eoseudesenvolvim-ento,estruturaecomposiçãoflorísticasão,emgrandeparte,umafunçãodaprofundidadeeduraçãodascheiassazonaisdosrios;estapodeocorrerdeformasupra-anualouanualmenteepodeperdurarporalgumassemanasatédiversosmeses(Saloetal.1986). A instabilidade dos depósitos, mesmo dos antigos, também pode ser observada quan-do o rio erode o lado externo de uma curva, retirando a cobertura vegetal e o solo, e deposita sedimentosnoladointerno,dandoorigemàspraias.Esseprocessoserepeteanualmentecomoaumentoeadiminuiçãonovolumedaságuasetemfortesimplicaçõessobreapaisagemdasáreassujeitasainundação,criandoummosaicodediferentestiposdevegetaçãoquesesucedemnoespaçoenotempo(Silva2000).Umpadrãodasflorestasinundadaséqueelasusualmenteapresentamumadensidadeediversidadedeepífitasmaisaltasquenasflorestasdeterrafirme. Naspraias formadasporsedimentosmais jovens,as formaçõessucessionaismaisrecentes correspondema grupamentos quasemonoespecíficos deAlchornea castaneifoliaouSalixhumboldtianaou,àsvezesAdenariafloribunda,todaschamadaso(u)rana,seguidasporTessariaintegrifolia,Gyneriumsagittatum,Cecropiaspp.,Acalyphae/ouUncarianasfaixasposteriores,emdepósitosmaisantigos.SobosgrupamentosdeCecropiaeTessariagradativamente vão sendo incorporados outros elementos, como, Mollia, Mabea, Margari-taria,Ficus,Guarea, Inga,Byttneria eCedrela, configurandoumaestruturapropriamenteflorestal.Aspraiasricasemnutrientesebemdrenadasrepresentamumhabitatchaveparaascomunidades ribeirinhas, pois quando da vazante nelas são cultivados arroz, feijão, melan-cia,jerimume(aolongodealgunsrios)amendoim. Osbaixiosoubaixosocorrematrásdebarrancos,massãoatingidospelasenchentesemintervalosirregulares,enessehabitatocorrempopulaçõesdensasdaspalmeirasBactris(marajá),Astrocaryumjauari(joari),Attalea(jaci),Iriarteadeltoidea(paxiubão)eSocrateaexorrhiza(paxiubinha),assimcomoespéciesdistintasdebambusarborescentes(Guadua).NospontosmaisaltosocorremasMyristicaceae,Virolasurinamensis(ucuúbadavárzea)eIryanthera juruensis (ucuúba-puna) e palmeiras comuns, incluindo duas espécies de Attalea (jaci),Iriarteadeltoidea(paxiubão)eSocrateaexorrhiza(paxiubinha). OprimeiroestudosobrediversidadearbóreanasvárzeasdoAcrefoifeitoporCamp-belletal.,(1992),emumacronosseqüênciadevárzeapróximadomunicípiodeRodrigues

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Alves.Paraárvorescommaisde10cmdediâmetromedidoa1,30mdosolo,osautoresencontraram20,73e106espécies,emvárzeascom14,14-50e50anos,respectivamente.AolongodosriosmaiorescomooJuruá,TarauacáePurusexistemmeandrosabandonados,masqueaindaguardamumarelaçãodiretacomosrios.Essesmeandrosoriginamlagosdediferentestamanhoseprofundidadeseotipodeligaçãoentrelagoeriodeterminaoisola-mentototalouparcial,avelocidadedeocupaçãodoambienteaquáticopelasplantaseafor-macomoocorreacolonização.Lagosfechadosequerecebemmaterialdasáreasadjacentessãopassíveisdeocupaçãoporvegetaçãoterrestre,enquantoqueoslagosabertoseligadosao rio abrigamumavegetação aquática caracterizadapelapresençadeplantasherbáceasflutuantescomoAzollacaroliniana,Pistiastratiodes,alémdeEichornia,olírioaquáticodaAmazônia,Vitoriaamazonica,ediversasgramíneasaquáticas(Poaceae). Onossolevantamentoflorísticotambémtemreveladoaexistênciadeumaforma-çãoespecializadaassociadaàsmargensestreitasebarrancosíngremesexistentesaolongodosriosJuruá,Tejo,Moa,PuruseAcre,localmentedenominadossalão.Amaiorpartedossalõessofreinundaçõesanuaiseasuavegetaçãodesenvolve-sesobreumsubstratopoucoprofundo,duro,frágileconstantementeúmidoqueéresistenteàerosãoerepresentaumafontedeáguacristalinaefiltradaparaosribeirinhos.Emlocaisdeinclinaçãomaissuavee com algum acúmulo de sedimentos, ocorrem arbustos, fetos arborescentes, trepadeiras e,ocasionalmente,árvorespequenas,masnamaiorpartedossalões,osubstratoépoucoespessoesuportaapenasvegetaçãoherbáceadominadaporgruposdepteridófitas,briófitase mais uma gramínea, Arundinella berteroniana, enquanto as angiospermas congregam a maiorpartedadiversidadedeespécies.MuitasespéciesdossalõesrevelamafinidadescomosAndesououtrasflorasmontanas(Dalyetal.2006). Dentre66taxadocumentadosnossalõesaté2005,21espécieseoitogêneros(Arun-dinella, Arthrostemma, Eirmocephala, Lobelia, Phenax, Rorippa, Setaria e Torenia) são con-hecidosnoAcre,somentenessaformação.Maisdametadedasespéciesdafloradocumen-tadanossalõesocorreforadoAcreemflorestasmontanasounebulosasapelomenos1100m,e13alcançam2000mdealtitudeoumais,incluindoDumortierahirsuta,PterisaltissimaePiperheterophyllum.Muitasbriófitastêmdistribuiçãogeográficaampla,masCephalan-tolejeunea temnanthoides (Lejeuneaceae) é uma endêmica rara que foi primeiramente cole-tadaporErnstUleem1901enovamenteapenasem2000,nossalõesaolongodoaltoJuruáedoRioAcre.Entreasangiospermas,JusticiapilosaeCaladiumsp.nov.aparentementesãoendêmicas ao Sudoeste da Amazônia, enquanto outras espécies também são encontradas na costaPacíficadosAndes(Dalyetal.2006). OssalõesdoAcresãohabitatsparticulares,ocupadosporplantasespecializadasnosentidoquecrescememcondições exigentes,masamaiorianão se restringenemaestaregiãonema estehabitat.Umconhecimentomelhordos salões requerum levantamentomais completoda suaocorrênciageográfica, análisesgeoquímicasdo substrato, relaçõescomopulsodeinundaçãodosrios,identificaçãodetodoomaterialbotânicojácoletadoeestudosquantitativosparadeterminarafreqüênciarelativaeadensidadedeespécies.

3. Considerações finais

Osdadosdisponíveisdeinventáriosflorísticosrealizadosemváriaspartesdoestadopermitirão,numfuturopróximo,oestabelecimentodecorrelaçõesentrecaracterísticasedá-ficaseascaracterísticasflorísticas,estruturaisedinâmicasdasflorestasdaregião.Porém,salvoalgumasexceçõeseestudosmaisespecíficos,anuvemdeparcelasestabelecidasnoAcreaindaéinsuficienteparaadetecçãodepadrõesdedistribuiçãodavegetaçãorelaciona-dosaostiposdesolo. Destaforma,apropostadesteeventopodecontribuirparaoreconhecimentodepa-

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drõesmaisgrossosdeassociaçãoeadiminuiçãoderuídosnasinterpretaçõesdosresultadosdeestudosqueabordamarelaçãovegetação-soloaindacombasenaescalade1:1.000.000.

4. Referências Bibliográficas

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40IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

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SOLOS DA FORMAÇÃO SOLIMÕES

Eufran Ferreira do Amaral1, Edson Alves de Araújo2, João Luiz Lani3, Tarcísio Ewerton Rodrigues4, Henrique de Oliveira4, Antonio Willian Flores de Melo5, Emanuel

Ferreira do Amaral6, José Ribamar Torres da Silva7, Manuel Alves Ribeiro8

1.Agrônomo.D.Sc.PesquisadorEmbrapa-Acre.AtualmenteaserviçodaSecretariaEstadu-aldeMeioAmbiente–SEMA.RuaBenjaminConstant,856–Centro.CEP.69900-160-RioBranco–Acre–Brasil.E-mail:[email protected];2.Agrônomo.D.Sc.SecretariadeEstadodeAgropecuária.AtualmenteaserviçodaSecretariaEstadualdeMeioAmbiente–SEMA.RuaBenjaminConstant,856–Centro.CEP.69900-160-RioBranco–Acre–Brasil.E-mail:[email protected];3.Agrônomo.D.Sc.UniversidadeFederaldeViçosa,Cen-trodeCiênciasAgrárias,DepartamentodeSolos.Av.P.H.Rolfss/n,CampusUFV,36571-000 -Vicosa,MG–Brasil.E-mail: [email protected];4. InMemorian;5.Agrônomo.Msc.UniversidadeFederaldoAcre.CentrodeCiênciasBiológicasedaNatureza-CCBNLaboratóriodeFertilidadedoSoloRodoviaBR364,Km4,n.6637,DistritoIndustrialRioBranco,Acre,Brasil,69915-900.E-mail:[email protected];6.Agrônomo.EspecialistaemGestãoAmbiental.VectraEngenhariaeTecnologiadaInformação.RuaAntônioPinheiroSobrinho,471,Bairro,SantaQuitéria.CEP69.914-610–RioBranco–Acre.Email:[email protected];7.Agrônomo.Dsc.UniversidadeFederaldoAcreCentrodeCiênciasBiológicasedaNatureza-CCBNLaboratóriodeFertilidadedoSoloRodoviaBR364,Km4,n.6637,DistritoIndustrialRioBranco,Acre,Brasil,69915-900.E-mail:[email protected];8.Agrônomo.Msc.UniversidadeFederaldoAcre,DepartamentodeCiênciasAgrárias.BR364,km5.DistritoIndustrial.69915-900-RioBranco,AC–Brasil.E-mail:[email protected]

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1. GÊNESE DOS SOLOS DO ACRE

A formaçãogeológicademaiorexpressãonoAcre,presenteemmaisde80%doEstado,éaformaçãoSolimões,deidadecenozoica,queocupaquasetodososinterflúvios,exceçãofeitaapenasàregiãodaSerradoDivisoreSerradoMoa,nafronteiracomoPeru(ACRE,2000),extremooestedoEstado,ondepredominamrochasmaisantigas(paleozo-icasemesozoicas).Estaformaçãoapresentaváriaslitologias,nasuamaiorparteargilitoscomconcreçõescarbonáticasegipsíferas,ocasionalmentecommaterialcarbonizado(turfoelinhito),concentraçõesesparsasdepiritaegrandequantidadedefósseisdevertebradoseinvertebrados.Subordinadamenteocorremsiltitos,calcáriossilticos-argilosos,arenitosfer-ruginosos,conglomeradosplomíticoseáreascompredominânciadesedimentosarenosos.Estagrandevariedadelitológica,combinadacomaaçãodoclima,condiciona,porsuavez,umagrandediversidadedesoloserelevoassociados. Os solos do Acre são, na maior parte, originados de materiais pelíticos muito ricos emsilte,daíagrandepresençadestapartículaemsuagranulometria.Diferençasentresolosocorrememfunçãodomaioroumenorgraudeintemperismoedanaturezaeintensidadedosprocessospedogenéticos.Nasvárzeas,emfunçãodacapacidadedetransportedacor-rente,estabelece-seumadistribuiçãodepartículassegundoumgradienteenergético,ouseja,háumatendênciadeseprocessarumdepósitoseletivodepartículasmaisgrosseirasmaispertodocanaldorioepartículasmaisfinas,inclusiveosilte,emzonasmaisafastadas.Maispróximodoscanaisdosriosossolossão,portanto,menossiltosos. AscondiçõesclimáticasdoAcresãofrancamentefavoráveisaoestabelecimentodeumaflorestadensa.Odomíniodeflorestaabertacompalmáceasecombambuindicamenordisponibilidadedeágua,oquetalvezestejarelacionadocomalimitadacapacidadedosso-losemabsorver,reterecederáguaoquepoderiasercondicionadopelapequenaespessuraefetiva,pelopredomíniodeargiladeatividadealtaepelabaixapermeabilidade.Aatividadeantrópicatendeafavoreceraexpansãodaspalmáceas. NoAcreosCambissolossãomaiscomunsnointerflúvioentreosriosIacoeTarauacá.Essessãosolosrasos,ricosemnutrientesecomargiladeatividadealta.EssascaracterísticassãoanômalasparaascondiçõesbioclimáticasdoAcre.Narealidadeopedoclimaémaissecodoqueoprevistopelomacroclima.Hámuitaperdadeáguaedesedimentospelasenxurradas.Ataxadepedogêneseatépodeserrelativamentealta,masadaerosãotambémé. Emprincipio,pelasuaposiçãoreceptadoranapaisagemossolosdevárzeasdade-pressãocentraldeveriamsermaisricosdoqueosoutros,masossolosdevárzeaspodemterseussedimentosvindosdemuitodistante.EsseéocasodossolosdevárzeasdorioAmazo-nas,influenciadosporsedimentosvindosdosAndes. ApresençadeVertissolossobcondiçõesacrianasédopontodevistapedogenético,umtantoquantoinesperada,umavezqueabissialitização,ouseja,agênesedasargilasderetículo2:1, quepredominamnestes solos, está condicionada aos locaisdemaiordéficithídricoeaumsistemamaisfechadoparaondeocorrammigraçãoeacumulaçãodebasesesílica.UmadashipótesesparaaocorrênciadestefatoéadequeospelitosdaformaçãoSolimões,alémdericosembasesedeliberaremmuitasílica,originamsoloscomdrenagemdeficiente,emqueébaixaataxadelixiviação,jáquegrandepartedaáguaprecipitadaes-correpelasuperfícieresultandoemumabaixainfiltraçãooubaixaprecipitaçãoefetivalocal.Seaprecipitaçãoefetivaqueéaquemaisinteressaemtermosdepedogênese,dependedanatureza do solo, não se pode prever, necessariamente, as características do solo pelos fa-toresdeformaçãodosolo. NocasodoAcreasrelaçõesdegêneseforampercebidasapartirdossolos,enãode-duzidasapartirdecorrelaçõescomseusfatoresdeformação.Conclui-se,portanto,quepara

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ascondiçõesdoAcrenãoépossívelsubstituirolevantamentodiretodasinformaçõespe-dológicasdiretaspormodelosquesebaseiamapenasnaintegraçãodeinformaçõestemáti-cascomovegetação,morfologiadesuperfície,substratogeológicoetc.

2. PRINCIPAIS CLASSES DE SOLOS

As principais classes de solos do Acre, tendo como referência o primeiro compo-nentedasunidadesdemapeamentosãoemtermosde1ºnívelcategórico(ordem)eemor-demdecrescentedeexpressãoterritorial:Argissolos,Cambissolos,Luvissolos,Gleissolos,Latossolos, Vertissolos, Plintossolos, Neossolos Flúvicos e Neossolos Quartzarênicos (Ta-bela1).Emtermosde2ºnívelcategórico(subordem),predominamosCambissolosHápli-cos,abrangendocercade32%daáreaestadualeArgissolosVermelho-Amarelos,ocupandocercade23%(Tabela2). EmfunçãodaevoluçãodoSistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos(SiBCS),comapublicaçãodenovaversãoem2006,aosecompararas informaçõesdomapape-dológicoatualdoAcrecomosanteriormenteapresentados(ACRE,2000eMELO,2003),algumasdiferençassãoevidentesemerecemumbrevecomentário.OsLuvissolos,atual-mente aqui considerados, estavam, em sua maioria, incluídos na classe dos Argissolos Eutró-ficos.AordemAlissolofoiextinta,sendoossolosalianteriormenteincluídos,distribuídosemoutrasordens.PlintossolosjáhaviamsidoidentificadosedescritosnoEstado,porém,em virtude da pequena escala do mapa então disponível, ainda não haviam sido mapeados comocomponentesdominantesdeunidadesdemapeamento.Nomapaatualobserva-seumincrementodaáreadeLatossolosemrelaçãoaostrabalhosanteriores,oquesedeveaomaiordetalhamentocartográfico. Combasenomapa1:250.000(Figura1)pode-sedividiroEstadoemtrêsgrandespe-doambientes:umsituadoaolestedoEstado,outronaregiãomaiscentraldoEstadoeoutronoextremooeste. No pedoambiente do leste encontra-se a maioria dos Latossolos e Argissolos com característicasintermediáriasparaLatossolos.Avegetaçãonativadominanteédotipoflo-restadensacomsub-bosquedemusácease,porvezes,bambu.Orelevoémenosmovimenta-do,emsuamaioria,planoasuaveondulado.Nessaregião,próximoacidadedeRioBranco,ocorretambémáreasdePlintossoloseoutrossoloscomcaráterplíntico. O pedoambiente da região central compreendida entre os municípios de Sena Madu-reiraeTarauacá,correspondeaumaáreaabaciada,compredomíniodesolosmais rasos,de argila de atividade alta, originados de sedimentos argilosos que imprimem a estes solos sériasrestriçõesdedrenagem.NessaáreapredominamCambissoloseVertissolos,sendoavegetaçãodominantedotipoflorestaabertacombambu.

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Fonte:ZEE, ACRE, 2006, Fase II. 1Desconsiderando área referente à água. Fonte: Amaral et al. (2006)

Tabela 1. Expressão geográfica e distribuição relativa de classes de solos no nível de ordem no Estado do Acre, de acordo com o mapa de solos na escala de 1:250.000 do ZEE Fase II.

Tabela 2. Expressão geográfica e distribuição relativa de classes de solos no nível de subordem no Estado do Acre, de acordo com o mapa de solos na escala de 1:250.000 do ZEE Fase II.

Fonte: ZEE Acre, 2006, Fase II.1Desconsiderando a área referente à água. Fonte: Amaral et al. (2006)

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Figura 1. Mapa de solos em nível de ordem do Estado do Acre. Fonte: ZEE, 2006, Fase II

O pedoambiente do extremo oeste é constituído por solos desenvolvidos a partir de sedimentos,relacionadosàbaciadorioJuruácujatexturamaisgrosseiraconfereaosmes-mos,boascondiçõesdedrenagemapesardecontribuirparasuaevidentepobrezaquímica.PredominamnessaregiãoArgissolos,Gleissolos,LuvissolosepequenasáreasdeLatossolo.A seguir são apresentadas as principais classes de solos do Estado, suas características físi-casequímicas,potencialprodutivo,principaislimitaçõesaousoeáreadeocorrência.

ARGISSOLOS

São solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B textural ime-diatamenteabaixodoAouE,comargiladeatividadebaixaoualtaconjugadacomsaturaçãoporbasesbaixae/oucaráteralíticonamaiorpartedohorizonteB,podendoapresentarhori-zonteplínticoouhorizonteglei,desdequenãosatisfaçaosrequisitosparaPlintossolosouGleissolos(EMBRAPA,2006). OsArgissolos - emalgumas regiões - apresentamdrenagem internanaturalmentedeficienteebaixaoumédiafertilidadenatural.Porocorremmuitasvezesemcondiçõesderelevomaismovimentado,sãotambémbastantesuscetíveisàerosão.Apresençadecaráterplínticoempartedestessolosevidenciaproblemaspordeficiênciadedrenagem.Ascoresdohorizonte Bt variam de acinzentadas a avermelhadas e as do horizonte A, são sempre mais escurecidas.Aprofundidadedossolosévariável,masemgeralsãopoucoprofundosepro-fundos(IBGE,2005). NoAcreosArgissolosocupammaisde6milhõesdehectares,cercade38%daáreadoEstado(AMARALetal.,2006),constituindo,noníveldeordem,aclassequeocupaamaiorextensãoterritorial(Tabela1). Quanto ao nível de subordem, o Argissolo Vermelho-Amarelo é segunda classe

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emtermosdeextensãoocupandomaisde3milhõesdehectares,ouseja,23%daáreadoEstado(Tabela2). Encontra-se distribuída em todas regionais do Estado, principalmente no Alto Acre (89%),Juruá(65,9%)eBaixoAcre(60,5%),e,emmenorárea,naszonasdoPurus(33%)eTarauacá/Envira(2,7%)(Figura2).

Figura 2. Perfil modal de Argissolos no estado do Acre. (A) Prisma pedológico, em escala e com a indicação dos horizontes. (B) Padrão fisiográfico na imagem de satélite LANDSAT TM 5. (C) Paisa-

gem de ocorrência. (D) Localização no estado do Acre. Fonte: ZEE, 2006, Fase II

Estes solos apresentam seqüência de horizontes A, Bt, C ou A, E, Bt, C , com hori-zonteAsubdivididoemA/BouA/E,ehorizonteBemBA,B1,B2....ouBtf1,Btf2,Btf3.Em nível categórico mais baixo têm-se os Argissolos Vermelho-Amarelos (maior ocorrên-cia),ArgissolosAmarelos(segundoemocorrêncianoEstado)eArgissolosVermelhos.Emníveis logoabaixo(3ºe4°níveis)ocorremnoestado,ArgissolosVermelho-AmarelosTaDistrófico,ArgissolosVermelho-AmarelosAlíticoDistróficotípico,ArgissolosVermelho-AmarelosAlumínicotípicos,ArgissolosVermelhosDistróficostípicos,ArgissoloVermelhoAlítico(típico?),ArgissoloVermelhoDistróficoplíntico,ArgissoloAmareloTaalumínico,Argissolo(Amarelo)Alíticotípico(MARTINS,1993;AMARAL&ARAÚJONETO,1998;SILVA,1999;AMARAL,2000;ARAÚJO,2000;AMARAL,etal.,2001a;ARAÚJO,etal.,2004;BARDALES,2005). Em termos de Argissolos Vermelho-Amarelos, morfologicamente apresentam hori-zontesA,AB,BA,B1t,B2t,ouA,AE,BE,B1t,B2t,B3t....(GAMA,1986;GAMA,1992;MARTINS,1993;AMARAL&NETO,1998;SILVA,1999;AMARAL,2000;ARAÚJO,2000;AMARAL,etal.,2001a;MELO2003;BARDALES,2005). Os Argissolos Vermelho-Amarelos (PVA) são solos que apresentam cores em matiz-es5YRoumaisvermelhoemaisamarelosque2,5YRnamaiorpartedosprimeiros100cmdohorizonteB,inclusiveBA.Sãosolosbemamoderadamentedesenvolvidos,quepodemapresentar deficiênciadedrenagem interna em razãodo acúmulode argila emprofundi-dade.Regionalmente,ohorizonteAdestessolosémoderado,podendoocorrertambémAfraco.Sãocaracterizadospelapresençadehorizontesuperficialdetexturamédiaehorizontesub-superficialdetexturamaisargilosa(MARTINS,1993;ARAÚJOetal.,2004).Acolo-

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raçãovariadebruno-escuroabruno-forteemsuperfícieebruno-forte,vermelho-amareloavermelhoemsubsuperfície,apresentandoàsvezes,mosqueados.Aestruturapredominanteno horizonte B, de grau moderado a forte, é do tipo blocos angulares e sub-angulares, que podemounãocomporprismasemfunçãodaatividadedaargila. Os Argissolos Amarelos (PA) diferem dos PVA basicamente pelas cores mais amare-ladas,commatiz7,5YRoumaisamarelonamaiorpartedosprimeiros100cm(EMBRAPA,2006),enquantoosArgissolosVermelhos(PV)apresentamcoresnomatiz2,5YRoumaisvermelho. Os PA e os PV apresentam diversas características morfológicas comuns, como pro-fundidade (são solos profundos), relevo suave ondulado a ondulado, estrutura em blocos angularesesub-angulares,moderadaaforte.Atexturaéargilosa,oqueevidenciaoprocessodetranslocação(AMARAL,2003).Podeounãoapresentarcerosidade,geralmentesãobemdrenadosedistróficoscomaltosteoresdealumínio,podemapresentardeficiênciaemdre-nagem,quandoocorrerhorizonteplíntico.Ascoresvermelhasnemsempreindicamsoloseutróficos.OhorizonteBtexturaldoArgissoloVermelhoseassemelhaemalgunsaspectosao horizonte B latossólico, deste se diferindo, porém, ante ao expressivo aumento do teor de argilaemrelaçãoaohorizonteA. OsArgissolos,deatividadedeargilaaltaoubaixa,podemserdistróficos(V<50%),alíticos,oualumínicos,àsvezesepieutróficos Tanto os PVA quanto os PA apresentam valores de soma de bases elevados principal-menteemsuperfície(Tabela3),comvaloresmáximosde94,8cmolc.dm-3e28,0cmolc.dm-3respectivamente.Emsubsuperfícieosteoressãomaisbaixos,comteoresmáximos6,2cmolc.dm-3paraosPVAe41,9cmolc.dm-3paraosPA.Osvaloresmaiselevadosconstata-dosparaosArgissolosAmareloscorrespondemàmaiorriquezaemcálcioemagnésio. Osteoresdecálcioemagnésiotrocáveissãoelevadosemambasàsclasses(Tabela3),principalmenteemsuperfície.Observa-seumdecréscimodosteoresdestescátionsemprofundidade,oquedenotaumacombinaçãodaperdadestes cátionspor lixiviaçãoe/ouerosão com a reciclagem biológica, em que parte dos nutrientes extraídos das camadas mais profundas do solo pelas raízes das plantas é adicionada à superfície na forma de resíduos vegetais,que,apósdecomposiçãobiológica,sãoincorporadosàcamadasuperficialdosolo.Os teoresdeAl3+ trocáveisnosPVAePAvariaramde0a12,1cmolc.dm-3e0,2a4,8cmolc.dm-3respectivamenteemsuperfícieeemsubsuperfície0,6a14,1cmolc.dm-3e4,2a15,0cmolc.dm-3. Osteoresdealumíniotrocávelaumentamcomumentecomaprofundidade,apesardapresençadeteoressignificativosdecálcioemagnésio,oque,entretanto,aparentementenão se traduz em toxidade para as plantas, não devendo, por isso, ser utilizado como índice deacideznossolosacrianos.Casooutrascondiçõesnãoforemlimitantes,épossívelqueacorreçãodosolonãosejanecessária(WADT,2002). Areaçãodestessolosvariade4,1a5,2nosPVAe3,3a4,8nosPA,aumentandoemprofundidade,caracterizandoumaacidezextremamenteacidaamédia.EstesvaloresdepHestão coerentes com os teores de alumínio, que tendem a aumentar em profundidade, e com abaixadisponibilidadedenutrientes(ARAÚJO,2000). Osteoresdematériaorgânicanoshorizontessuperficiaisvariamentre0,6e11,7dag.kg-1nosPVAeentre3,3e7,0dag.kg-1nosPA,enquantonoshorizontessub-superficiaisvariamentre0,2e6,2dag.kg-1eentre0,0e6,9dag.kg-1paraosPVAePA,respectivamente(Tabela5).Estesteores,médiosemsuperfícieebaixosemsub-superfície,contribuemparaumamenorcapacidadedetrocadecátionstotal(CTC),oquesugere,porsuavez,umaaltapossibilidadedelixiviaçãodebasestrocáveis. A capacidade de troca catiônica (CTC)dosArgissolos estudados (Tabela 3) é nogeralmuitobaixa,jáqueaCTCestáintimamenteligadaafertilidadedeumsolo,umavez

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queindicaacapacidadedesteparaabsorvercátionsemformatrocável,osquais,emgeralirãoservirdenutrientesàsplantas. Face à grande diversidade de características que apresentam no que se refere à satu-raçãoporbaseseporalumínio, textura,profundidade,atividadedeargilaevariedadederelevo,osArgissolossãotambémmuitovariáveisquantoaoseupotencialdeusoagrícola. Comrelaçãoàfertilidade,osArgissolosálicosoudistróficos,apresentamumbaixopotencial nutricional, normalmente mais acentuado no horizonte B (ocorre nos solos acria-nos),requerendo,paraseuusoagrícola,práticasdecorreçãodeacidezeadubação. AdeficiênciadeáguaésignificativaprincipalmentequandoatexturadohorizonteAforarenosa,melhorandoumpoucoquandoformédia.Poroutrolado,oaumentodoteordeargilaelevaapossibilidadedecompactaçãodosoloquandosobusointensivo. Demaneirageral,osArgissolossãosolosbastantesusceptíveisàerosão,sobretudoquandohácombinaçãodegrandediferençadetexturadohorizonteAparaohorizonteBerelevoacidentado,nestecasonãoé recomendávelparaagricultura,sendomais indicadosparapastagensbemmanejadas,reflorestamentooupreservaçãodafaunaeflora. Comopotencialidadespodemserfavoráveisaodesenvolvimentoradiculardealgu-masculturas,entretanto,deveserfeitaumacorreçãodaacidezeumaadubação,jáqueestessãosolosdistróficos.

Tabela 3. Atributos físicos e químicos de horizontes superficiais e subsuperficiais de Argissolos Amarelos (PA) e ArgissolosVermelho-Amarelos (PVA), do Estado do Acre.

Fontes: Gama (1986); Martins (1993); Silva (1999); Araújo (2000); Amaral (2003); Melo (2003) & Bardales (2005). Obs.: Os valores estatísticos foram retirados a partir de vários perfis estudados pelos autores acima citados.

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48IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

CAMBISSOLOS

Solos constituídos por material mineral com horizonte B incipiente subjacente a qualquertipodehorizontesuperficial,excetohísticocom40cmoumaisdeespessura,ouhorizonte A chernozêmico quando o B incipiente apresentar argila de atividade alta e satu-raçãoporbasesalta.Plintitaepetroplintita,horizontegleiehorizontevértico,sepresentes,não satisfazem os requisitos para Plintossolos, Gleissolos e Vertissolos, respectivamente (EMBRAPA,2006). OsCambissolosdoEstadosãoemsuamaioriaháplicoseeutróficoseapresentamargila de atividade alta (Ta), característica esta que resulta na alternância de expansão econtraçãosignificativasdamassadosoloemfunçãodavariaçãodeumidade.Noperíodoseco estes solos tornam-se muito duros e cheios de fendas sendo, por outro lado, difíceis detrafegarduranteaestaçãochuvosaporsetornaremaderenteseescorregadios.Sãosolosnormalmenterasosoupoucoprofundosapresentandorestriçãodedrenagemprincipalmenteem razãodapresençademineraisde argila expansíveis (argilas2:1).QuandoEutróficosapresentamaltosteoresdecálcio(Ca),magnésio(Mg)esurpreendentementealumínio(Al).Quandodistróficosapresentambaixosteoresdecálcioemagnésio,situaçãoemqueasatu-raçãoporalumínio,muitasdasvezesésuperiora50%,ouseja,apresentamrestriçõesnotocanteafitotoxidezporalumínio(AMARALetal.,2006). OsCambissolosocupammaisde5milhõesdehectares,ou31,56%das terrasdoAcre,condicionandosituaçõesdistintasdemanejo(AMARALetal.,2006).Emnívelcat-egórico mais baixo (subordem) os Cambissolos até o momento, descritos no Acre, se en-quadramcomoHáplicos,apresentandoos3ºe4ºníveis,argiladeatividadealta(Ta)oubaixa(Tb),eutróficos,distróficosedecarátervértico(GAMA,1986;AMARAL,2003;MELO,2003;BARDALES,2005). OsCambissolossãoencontradosemmaiorproporçãonopedoambienteda regiãocentraldoEstado(Figura3)sobcondiçõesderelevosuaveonduladoeondulado.Grandeparte apresenta argila de atividade alta (Ta), sendo desenvolvidos de sedimentos pelíticos de origemandina.Estessolossãosubmetidosàintensapluviosidadeequasetodaaáguaqueseperdeofazforçosamenteporfluxosuperficial.Constituem,portanto,umsistemaquetendeaexportarmuitopelaerosão(RESENDEetal.,1988). Sãosolospoucoespessos (30a50cm),queoenquadracomosolo raso,ouseja,poucaprofundidadeefetiva.Comoherançadomaterialdeorigem,sedimentospsamíticos,apresentamcommaisfreqüênciaclasses texturaisfrancasiltosaouarenosa.Aestruturaéem geral granular com grau fraco de desenvolvimento quando de argila de atividade baixa (AMARAL,2003).Atexturanoshorizontessuperficiaisémédia,nossubsuperficiaisfrancoargilosaemédia(Tabela4). OsCambissolosHáplicosTaeutróficos,típicosnaregiãocentraldoEstado,apresen-tamnohorizontesuperficialumaestruturaforte,detamanhomédioagrande,emblocosan-gularesesub-angulares.Aconsistênciaémuitoduraaextremamenteduradesdeasuperfícieatéascamadasmaisprofundasdosolo,quandosecoe,plásticoepegajosoamuitopegajosoquandoúmidos(BARDALES,2005). AdrenageminternadosCambissolosHáplicoscomTaéemgeralrestrita,correspon-denteàsclassesmaldrenadoeimperfeitamentedrenado.JánosCambissolosHáplicosTb,adrenagem é moderada a bem drenada, prevalecendo na massa do solo cores acinzentadas e brunadasnosmatizes7,5YR,10YRe5YR,comvaloresde3a5ecromasde2a6paraosoloúmido(GAMA,1986;AMARAL,2003eBARDALES,2005). OsCambissolosvérticosdasregiõesdeSenaMadureiraeManoelUrbano,sãomalou imperfeitamente drenados, com elevada saturação de bases, devido principalmente àpresençadeelevados teoresdeCa2+eMg2+(Tabela4),com teoresnulosoubaixosde

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alumíniotrocável.ApresentafendasnoperfileseqüênciadehorizontesA,Biv,C.Amin-eralogiadominantedessessoloségeralmenteconstituídapormineraisprimáriossilicatadoscomestrutura2:1oquelhesconfereacaracterísticadiagnósticadeargiladeatividadealta(CTCsemcorreçãoparacarbono>27cmolc.kgdeargila(EMBRAPA,2006). NossolosestudadososvaloresdepHemáguavariaramentre3,5a6,9noshorizon-tessuperficiaiseentre4,2a6,8nossub-superficiais(Tabela4),caracterizandoemambososcasosumaacidezentreelevada(<5,0)emédia(<7,0).Namaioriadosperfisestudadossempreaacidezelevadaocorreunoshorizontessuperficiais,provavelmentedevidoaoestá-giodeevoluçãodosCambissolos,jáquesãosolospoucosdesenvolvidos. Apesar dos Cambissolos do Acre apresentar em geral boa fertilidade natural (eu-trofismo)emtodooperfil,comvaloresaltosdesaturaçãoporbases(Tabela4),noentanto,existemsolosdistróficos,cujosvaloresdesaturaçãoporbases(SB)variamentre9,6cmolc.dm-3e94,4cmolc.dm-3noshorizontessuperficiaiseentre1,7cmolc.dm-3e97,6cmolc.dm-3nossub-superficiais, sendoqueosvaloresmédiosdosperfisestudadososcilamemtornode61,3cmolc.dm-3emsuperfíciee50,6cmolc.dm-3emsubsuperfície OsteoresdeCa2+variaramentre0,5a20cmolc.dm-3eentre0,1a40cmolc.dm-3, respectivamente nos horizontes superficiais e sub-superficiais enquanto os de Mg2+variaramentre0,2a4,3cmolc.dm-3ede0a10,4cmolc.dm-3.Estesaltosvaloresdecálcioe magnésio estão, possivelmente, relacionados com a maior riqueza do material de origem e aclimasecopretéritoquecondicionaramaprecipitaçãodesais. Osteoresdealumíniotrocávelvariaramde0,0a8,6cmolc.dm-3noshorizontessu-perficiaisede0,0a13,4cmolc.dm-3nossub-superficiais,oquedevepossivelmenteàmenorinterferênciadematériaorgânicaemprofundidade,complexandomenosalumíniotrocávelemantendoassimosaltosteoresnoshorizontessub-superficiais.MesmocomaltosteoresdeAl3+nocomplexodetroca,espera-sequeosmesmosnãointerfiramdeformaacentuadano desenvolvimento mineral das plantas, uma vez que se constataram altos teores de bases trocáveisnosperfisestudados.Issodevedecertaformalimitaraatividadedoalumínionocomplexodetroca,diminuindoasuafitotoxidez. ACTC,namaiorpartedasvezesémuitoalta,superiora10cmolc.dm-3,tendendoaaumentaraindamaisemprofundidade,podendoatingirvaloresmédiosde23,9cmolc.dm-3,refletindoosaltosteoresdesomadebaseseH+Al(Tabela4). Osteoresdematériaorgânica(MO)variaramde0,8a19,1dagkg-1nasuperfícieede0,1a0,7dagkg-1emprofundidade.Essesvaloresmuitobaixosnoshorizontessub-super-ficiaisjáeramesperados.Principalmentepelascondiçõesdosoloemreteráguaecoberturavegetal,propiciandooacúmulodematériaorgânicaemsuperfície,alémdaaltacapacidadedeexpansãoquandoseco)econtração(quandoúmida)daargila(BARDALES,2005). Emfunçãodavariabilidadedomaterialdeorigemedorelevo,principalmente,aspossibilidadesdeusoagrícola tambémsãobastantevariáveis.Aalta fertilidadedamaiorparte destes solos no Acre potencializa seu uso, enquanto a profundidade exígua do solo e sua ocorrência em relevo movimentado, condicionam grande risco à erosão, exigem, sobre-tudo,napartecentraldoEstado,aadoçãodepráticasintensivasdeconservaçãodesolos.Adrenageminternadeficiente-nocasodesoloscomargiladeatividadealta–constituifatorlimitanteadicionalparaoseuaproveitamentoagrícola. NocasodosCambissolosVérticosasprincipais limitaçõesdecorremdas físicasextremasqueconferemaestessolosbaixaspermeabilidadeecondutividadehidráulicaeelevadasplasticidadeepegajosidadequandoúmidos,oquedificultasobremaneiraoseumanejo, sobretudo no que tange à utilização de implementos agrícolas. Quando secostornam-se extremamente duros e fendilhados, o que prejudica sensivelmente o sistema radiculardasplantas.

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50IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Tabela 4. Atributos físicos e químicos de horizontes superficiais e subsuperficiais de Cambissolos do Acre.

Fontes: Gama (1986); Martins (1993); Silva (1999); Araújo (2000); Amaral (2003); Melo (2003) e Bardales (2005). Obs.: Os valores estatísticos foram retirados a partir de vários perfis estudados pelos autores acima citados.

Figura 3. Perfil modal de Cambissolo no Estado do Acre. (A) Prisma pedológico, em escala e com a indicação dos horizontes. (B) Padrão fisiográfico na imagem de satélite LANDSAT TM 5. (C)

Paisagem de ocorrência. (D) Localização no Estado do Acre. Fonte: ZEE, 2006, Fase II

PLINTOSSOLOS

São solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte plíntico, lito-plínticoouconcrecionário,emumadasseguintescondições:começandodentrode40cmdasuperfície;oucomeçandodentrode200cmdasuperfíciequandoprecedidodehorizontegleioudehorizonteA,ouE,oudeoutrohorizontequeapresentecorespálidas,variegadasoucommosqueadosemquantidadeabundante.Quandoprecedidosdehorizonteoucamadadecoloraçãopálida(acinzentadas,pálidasouamareladoclaras),estasdeverãotermatizesecromasdeconformeositensaebdefinidosabaixo,podendoocorrerounãomosqueadosdecoloraçãodesdeavermelhadasatéamareladas.Quandoprecedidosdehorizontesoucama-

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dasdecoloraçãovariegada,pelomenosumadascoresdevesatisfazerascondiçõesdositensaebdefinidosabaixo.a-matiz5Y;oub-matizes7,5YR,10YRou2,5Ycomcromamenorouiguala4(EMBRAPA,2006).

Aplintita,cujaocorrênciaemquantidadesignificativacaracterizaohorizonteplín-tico, submetida a diversos ciclos de umedecimento e secagem e após o rebaixamento do lençolfreático,desidratairreversivelmentetornando-seextremamentedura. OsPlintossolosnoEstadoocupamcercade361milhectares,ou2,3%detodaárea,dentreosquais2,02%,ou330milhacorrespondemaPlintossolosHáplicose0,18%,ou30milha,aPlintossolosArgilúvicos(AMARALetal.,2006).Emníveiscategóricosmaisbaixos(3ºe4ºníveis)ocorremPlintossolosHáplicosDistróficostípicos,PlintossolosHá-plicosEutróficostípicosePlintossolosArgilúvicosDistróficosabrúpticos.Ocorremprinci-palmente na região leste do Estado, no município de Rio Branco, e no extremo oeste (Figura 4).Sãosolossujeitosaexcessodeágua(encharcamento)temporário,apresentandoclassededrenagemimperfeitamenteoumaldrenado.Issoresultanumavariabilidademorfológicaeanalítica,oquedificultasuacaracterização.Tendohorizonteplínticodecoloraçãovariegadacomcoresacinzentadas,alternadascomcoresavermelhadaseintermediáriasentreelas. OsPlintossoloslocalizadosemterraçosdesedimentaçãorecente(ambientesconser-vadores),têmopredomíniodecoresmaisclarasnohorizonteplíntico(2,5Y),ovalorvariade6a7eocromaentre1e2. Emambientesdemenorsedimentação,ouseja,emníveismaiselevadosnapaisa-gem,estessolosapresentamcoresmaisavermelhadascommatizes5YRe2,5YR,oqueindicaumambientedemaioroxidaçãoemenorflutuaçãodolençolfreático.

Figura 4. Perfil modal de Plintossolo no Estado do Acre. (A) Prisma pedológico, em escala e com a indicação dos horizontes. (B) Padrão fisiográfico na imagem de satélite LANDSAT TM 5. (C)

Paisagem de ocorrência. (D) Localização no Estado do Acre. Fonte: ZEE, 2006, Fase II

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EstessolosapresentamnoEstadograndediversificaçãodetextura,tendosidocon-statados solos desde arenosos até argilosos, sendo uma característica marcante dos Plintos-solosArgilúvicosagrandediferençadetexturadohorizontesuperficialAouEparaosub-superficialBàsvezes,configurandomudançatexturalabrupta. A estrutura, em blocos angulares e sub-angulares, apresenta grau de desenvolvim-entofracoamoderado,enquantoaconsistênciaasecovariadeduraamuitodura.Nogeralapresentamboaprofundidadeefetiva. Quanto às características químicas, solos normalmente são de argila de atividade baixae,menosfrequentemente,deargiladeatividadealta.OpHvariade4,6a4,9noshori-zontessuperficiaisede4,7a5,2nossub-superficiais(Tabela5),evidenciandoadominânciadesolosácidos. OsteoresdeAl3+oscilamde3,0a6,0cmolc.dm-3emsuperfícieede3,2a30,0cmolc.dm-3,ouseja,estessolosexibemcaráteralíticooualumínicodependendodaativi-dadedaargila.São,portanto,emconsonânciacomasobservaçõesdeOliveiraeAlvarenga(1985),solosácidosedistróficoscujasaturaçãoporbasesvariaemtornode41,3cmolc.dm-3noshorizontessuperficiaisede19,6cmolc.dm-3emprofundidade. Emrazãodarestriçãodedrenagemtípicadessessolos,seuusocomcultivodeplan-tassuscetíveisaoencharcamentoéproblemático.Nessecaso,deve-sepriorizarocultivodeplantascomsistemaradicularpoucoprofundoequeseadaptemàscondiçõesdeexcessodeáguacomo,porexemplo,oAçaí.Emcondiçõesatuaissãomaisutilizadoscompastagemnatural, devendo ser, o seu manejo, entretanto, direcionado no sentido de evitar o processo dedegradaçãodossolosedaspastagens,alémprocuraresclareceresanaroproblemare-centementeidentificadocomrelaçãoamortedaspastagensemPlintossolos.

Tabela 5. Atributos físicos e químicos de horizontes superficiais e subsuperficiais de Plintossolos do Estado do Acre.

Fontes: Gama (1986); Martins (1993); Silva (1999); Araújo (2000); Amaral (2003); Melo (2003) & Bardales (2005). Obs.: Os valores estatísticos foram retirados a partir de vários perfis estudados pelos autores acima citados.

LATOSSOLOS

Solosmineraisnãohidromórficos,queapresentamhorizonteBlatossólicoimediata-menteabaixodequalquertipodehorizonteA,dentrode200cmdasuperfíciedosolooudentrode300cm,seohorizonteAapresentamaisque150cmdeespessura(EMBRAPA,2006). NoAcresãoencontradosprincipalmentenaregiãolesteeemalgumasáreasdoex-tremooeste(Figura5),ondeocorrememáreasderelevoplanoasuaveonduladoecorre-spondendoaossolosmaisvelhosdapaisagem.Apresentamuniformidadedecoretexturaao

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longodoperfil,sendoemgeralpobresquimicamente,profundosebemdrenados.Possuemacidezelevadaebaixosteoresdecálcio,magnésioepotássio. OsLatossolos recobrem515,489milhectares, ou3,15%da área total do estado(Tabela1),sendo1,65%correspondentesaLatossolosVermelhos(LV);1,29%aLatossolosVermelho-Amarelos(LVA)e0,20%aLatossolosAmarelos(LA)(Tabela2).Sãoprofundos,bemdrenadoscomtexturaargilosa,muitoargilosaoumédia.Ossolosdetexturaargilosaoumuitoargilosadeconstituiçãomaisoxídica,possuemdensidadedosolobaixa(0,86a1,21g/cm3)eporosidadetotalaltaamuitoalta(56a68%).Ossolosdetexturamédianormalmentepossuemdensidadeaparentepoucomaioreporosidadetotalmédia.Emtermosdecaracterísticasquímicas,sãosolosácidos,comsaturaçãodebasesbaixa(dis-tróficos)porvezesalíticos.

Figura 5. Perfil modal de Latossolo no Estado do Acre. (A) Prisma pedológico, em escala e com a indicação dos horizontes. (B) Padrão fisiográfico na imagem de satélite LANDSAT TM 5. (C) Paisa-

gem de ocorrência. (D) Localização no Estado do Acre. Fonte: ZEE, 2006, Fase II

Os LV apresentam cores vermelho escuras, vermelhas ou bruno-avermelhado escu-ras,emmatiz2,5YRoumaisvermelhonamaiorpartedosprimeiros100cmdohorizonteB(inclusiveBA).Aatraçãomagnéticaé fracaou inexistente.Sãomuitoprofundos,bemdrenados,friáveisoumuitofriáveis,detexturaargilosaemédia.Ossolosmaisoxídicosdetexturaargilosaoumuitoargilosasãobastanteporosos,indicandoboascondiçõesfísicas. OsLAtêmcoresamareladasdematizmaisamareloque5YRnamaiorpartedosprimei-ros100cmdohorizonteB(inclusiveBA).ApresentambaixosteoresdeFe2O3,geralmenteinferioresa7%.Afraçãoargilaéconstituídaessencialmentedecaulinitaeumaporcentagempequenadegoethita.Sãobemdrenados,profundosamuitoprofundos,compredominânciadetexturamédia,baixarelaçãotexturalepoucadiferenciaçãoentreoshorizontes. Soboaspectoquímico,apresentambaixosteoresdesaturaçãoporbases,paraoquecontribuemtambémosbaixosteoresdecálcioemagnésiotrocável(Tabela6).SãoácidoscomvaloresdepHemáguaentre3,8e5,0nohorizontesuperficialeentre4,2a4,9nohori-

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zonteB.EstesbaixosvaloresdepHinfluenciamodesenvolvimentodasplantas,interfer-indo negativamente na disponibilidade de bases e alguns micronutrientes, além de induzir amaiordisponibilidadedealumínio,cujaconcentraçãonãoraroatingeníveistóxicos.OsteoresdeAl3+sãoumpoucomaiselevadosemsuperfíciedoqueemsubsuperfície(Tabela6).Esteaspectopodeserfavorecidopelalixiviaçãodesílicaebasesnoperfil. Como os Latossolos têm uma baixa CTC, têm-se valores mais baixos de matéria orgânica,principalmenteemsub-superfície.Osteoresdematériaorgânica(MO)sãomaio-resemsuperfície,comojáeradeseesperarnossolostropicaisemgeral(Tabela6).AsboascondiçõesfísicasinerentesdosLatossolosfazemcomqueestaclassedesolosapre-sentebompotencialagrícola.Noentanto,emvirtudedesuascondiçõesquímicasdeficientestorna-senecessáriaaadoçãodepráticasdecalagemeadubaçãosistemáticasparaaobtençãodeboasprodutividadesdasculturas. AsprincipaislimitaçõesdosLVAdecorremdaacidezelevadaedafertilidadebaixa,maispronunciadasnossolosdetexturamédia,naturalmentemaispobres.Adeficiênciademicronutrientes pode ocorrer, sobretudo, nos solos de texturamédia. Requerem, portan-to,ummanejoadequado,comcorreçãodaacidezefertilizaçãocombaseemresultadodeanálisesdossolos.Práticasdecontroledeerosãosãonecessárias,sobretudo,nossolosdetexturamédiaquesãosusceptíveisàerosão. OsLVapresentamótimascondiçõesfísicasasquais,aliadasaorelevoplanoousuaveonduladoondeocorrem,favorecemsuautilizaçãocomasmaisdiversasculturasadaptadasàregião.Porseremácidosedistróficos,ouseja,combaixasaturaçãodebases,estessolosrequeremcorreçãodeacidezefertilizaçãobaseadaemanálisesdesolos. Os solos argilosos e muito argilosos possuem melhor aptidão agrícola que os de tex-tura média tendo em vista que estes são mais pobres e mais susceptíveis à erosão, porém, em contraposição,osargilososestãomaissujeitosàcompactaçãopeloempregoinadequadodeequipamentosagrícolas. AsprincipaislimitaçõesdosLAsolosdecorremdaforteacidez,altasaturaçãocomalumínio extraível (caso dos alumínicos), e a pobreza generalizada em nutrientes, o que in-evitavelmenteimplicaránousointensivodeadubaçãoepráticadecalagem,objetivandoaneutralizaçãodoefeitotóxicodoalumínioparaasplantas.

Tabela 6. Atributos físicos e químicos dos horizontes superficiais e sub-superficiais de Latossolos do Estado do Acre.

Fontes: Gama (1986); Martins (1993); Silva (1999); Araújo (2000); Amaral (2003); Melo (2003) & Bardales (2005). Obs.: Os valores estatísticos foram retirados a partir de vários perfis estudados pelos autores acima citados.

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LUVISSOLOS

Sãosolosmineraisdeargiladeatividadealta,altasaturaçãoporbasesehorizonteBtextural imediatamente abaixo de horizonte A fraco, moderado ou proeminente ou horizonte E,equesatisfazemosseguintesrequisitos:

•horizontesplíntico,gleieplânico, sepresentes,nãosatisfazemoscritériosparaPlintossolos,GleissolosePlanossolos,respectivamente;nãoécoincidentecomapartesu-perficialdohorizonteBtextural; •horizonteglei, seocorrer inicia-seapós50cmdeprofundidade,nãocoincidindocomapartesuperficialdohorizonteBtextural(EMBRAPA,2006).

OsLuvissolos,normalmenteassociadosasolospoucoprofundos,ocorrememáreasde relevo mais movimentado, o que lhes confere certo grau de susceptibilidade à erosão, o que,aliadoaofatodeapresentaremdrenagemdeficiente,restringeseuusoagrícola,apesardaelevadafertilidadenatural(AMARALetal.,2006). OsLuvissoloseramanteriormenteclassificadoscomoBrunoNãoCálcico,PodzólicoVermelho-Amareloeutróficocomargiladeatividadealta(Ta)ePodzólicoVermelho-Escuroeutróficocomargiladeatividadealta(LuvissoloCrômico).PodzólicoAcinzentadoeutróficocomargiladeatividadealta,partedoPodzólicoVermelho-AmareloeutróficocomargiladeatividadealtaePodzólicoBruno-Acinzentadoeutróficocomargiladeatividadealta(Luvis-soloHáplico). Ocorrem preferencialmente na parte oeste e central do Estado, podendo ser con-statadas também algumas ocorrências esparsas nos municípios de Rio Branco, Porto Acre eMâncioLima(Figura6).OsLuvissolosocupammaisde2milhõesdehectares,ouseja,cercade14,6%doEstado,sendoque14,5%correspondemaLuvissolosHipocrômicose0,1%aLuvissolosCrômicos(tabela4)(AMARALetal.,2006).

Figura 6. Perfil modal de Luvissolo no Estado do Acre. (A) Prisma pedológico, em escala e com a indicação dos horizontes. (B) Padrão fisiográfico na imagem de satélite LANDSAT TM 5. (C) Paisa-

gem de ocorrência. (D) Localização no Estado do Acre. Fonte: ZEE, 2006, Fase II

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56IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Os Luvissolos no Acre apresentam horizonte B textural ou B nítico, com argila de atividadealtaesaturaçãodebasesalta,imediatamenteabaixodohorizonteAfracooumod-erado,ouhorizonteE. Os Luvissolos no Acre variam de bem a imperfeitamente drenados, normalmente, poucoprofundos(60a120cm),comseqüênciadehorizontesA,BteC,enítidadiferen-ciaçãoentreoshorizontesAeBt,devidoaocontrastedetextura,core/ouestruturaentreosmesmos.AtransiçãodohorizonteAparaoBtexturaléclaraouabrupta,sendoquegrandepartedossolosdestaclasseapresentamudançatexturalabrupta,conformedefinidoemEM-BRAPA(2006). Sãosolosmoderadamenteácidosaligeiramentealcalinos,comteoresdealumínioextraível baixos ou nulos e com valores elevados de Ki no horizonte Bt, normalmente entre 2,4e4,0,denotandopresençadeargilomineraisdotipo2:1(AMARALetal.,2001). OsvaloresdepHvariamde4,5a6,6noshorizontessuperficiaisede4,6a7,5evi-denciandooquefoiacimacomentadocomrelaçãoàacidezdestessolosdoAcre.OsteoresdeAl3+sãomuitobaixosemsuperfíciescomvalormáximode0,6cmolc.dm-3eemsubsu-perfícieapresentateoresmaiselevados,comvaloresmédiosde4,3cmolc.dm-3. Estes solos apresentamaltaCTC, comvaloresmáximosde67,1 cmolc.dm-3noshorizontessuperficiaise60,6cmolc.dm-3noshorizontessub-superficiais,evidenciandoariquezaemnutrientes,principalmentecálcioemagnésio(Tabela7). Em termos de fertilidade natural estes solos são os que apresentam maior potencial agrícoladoEstado.Porém,devemserconsideradas,noentanto,suaslimitaçõesfísicasquan-to à profundidade, exígua, e o predomínio de argila expansiva, aspectos estes que elevam oriscodeerosão.Ofendilhamentoocasionadopelosfenômenosdecontração-expansãodamassadosolopodecomprometerosistemaradiculardasculturas.Partedestessolosapre-sentamudançatexturalabruptadohorizonteAparaohorizonteBoqueocasionaproblemasdeinfiltraçãodeáguanosolo.

Tabela 7. Atributos físicos e químicos de horizontes superficiais e sub-superficiais de Luvissolos, no Estado do Acre.

Fontes: Gama (1986); Martins (1993); Silva (1999); Araújo (2000); Amaral (2003); Melo (2003) & Bardales (2005). Obs.: Os valores estatísticos foram retirados a partir de vários perfis estudados pelos autores acima citados.

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GLEISSOLOS

Sãosolosmineraiscomhorizontegleiiniciando-sedentrode150cmdasuperfície,imediatamenteabaixodehorizontesAouE,oudehorizontehísticocommenosde40cmdeespessuraenãoapresentandohorizontevérticoouhorizonteB texturalcommudançatextural abrupta acima ou coincidente com horizonte glei, tampouco qualquer outro tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte glei, ou textura exclusivamente areia ou areia francaemtodososhorizontesatéaprofundidadede150cmdasuperfíciedosoloouatéumcontatolítico.Horizonteplínticosepresentedeveestaràprofundidadesuperiora200cmdasuperfíciedosolo(EMBRAPA,2006). Sãocaracterísticosdeáreasalagadasou sujeitasa alagamento temporário (mar-gensderios,ilhas,grandesplanícies,etc.).Apresentamcoresacinzentadas,azuladasouesverdeadas,dentrode50cmdasuperfície.Podemserdealtaoubaixafertilidadenaturaletêmnascondiçõesdemádrenagemasuamaiorlimitaçãodeuso.Ocorremempratica-mentetodasasregiõesbrasileiras,ocupandoprincipalmenteasplaníciesdeinundaçãoderiosecórregos(IBGE,2005). NoAcreocorremàsmargensdosprincipaisrioseigarapésquecompõeabaciahi-drográficadoEstado(Figura7),ondeestãopermanentementeouperiodicamentesaturadosporágua.Caracterizam-sepelafortegleização(coresacinzentadas),emdecorrênciadoregimedeumidadequefavoreceascondiçõesredutorasdosolo.Geralmenteapresentamargilasdealtaatividadee,emboracaracterizadosporelevadosteoresdealumíniotrocável,nãoapresentamgrandesproblemasdefertilidade(AMARALetal.,2001;AMARALetal.,2006). OcupanoAcreumaáreademaisdenovecentosmilhectares,ouseja,cercade5,98%doEstado(AMARALetal.,2006).Emtermosdesub-ordem,foramdescritoseclassificadosatéomomentoGleissolosMelânicoseGleissolosHáplicos,comdestaqueparaoprimeiro,querepresentatodaáreadeGleissolosmapeadasatéomomento.Emníveiscategóricosmaisbaixosdestacam-senoEstado,GleissolosMelânicosTaouTbEutróficostípicos,GleissolosMelânicosTaAlítico(típicos?),GleissolosMelânicosTbAlumínicostípicoseGleissolosHáplicos(TbdistróficosouTadistróficosouTbeutróficosouTaeutróficos?)típicos. SãosolosmaloumuitomaldrenadoseapresentamseqüênciadehorizontesA/Cg,A/Big/Cg,A/Btg/Cg,A/E/Btg/Cg,A/Eg/Btg/Cg,Ag/Cg,H/Cg,tendooAcoresdesdecinzen-tasatépretas,espessuranormalmenteentre10e50cmeteoresmédiosaaltosdecarbonoorgânico.Apresentamocasionalmentetexturaarenosanoshorizontessuperficiais,aosquaisseseguemumhorizontegleidetexturafrancoarenosaoumaisfina. GrandepartedaáreamapeadacomodeGleissolospeloProjetoRadambrasil(BRA-SIL,1976e1977),incluinaverdadeoutrasclassesdesolo,comoosNeossolosFlúvicoseVertissolos.Provadissoéareduçãoemcercade1,4%daáreadeGleissoloseincrementode1,1%daáreadeNeossolosFlúvicosnomapeamentorealizadoemACRE(2000),emrelaçãoaotrabalhodoRADAM. AocorrênciadeGleissolos emáreasde aluviões, pode ser explicadapela grandeoscilaçãodascotasfluviométricasdosrioseigarapésentreoperíododechuvaseestiagem(RESENDEePEREIRA,1988),oquefazcomquegrandepartedessessolospermaneçaemcondiçõesdeanaerobioseportempoprolongado.oEsteprocessofavoreceagênesedePlintossolos,NeossolosFlúvicoseoutros.

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58IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Figura 7. Perfil modal de Gleissolo no Estado do Acre. (A) Prisma pedológico, em escala e com a indicação dos horizontes. (B) Padrão fisiográfico na imagem de satélite LANDSAT TM 5. (C) Paisa-

gem de ocorrência. (D) Localização no Estado do Acre. Fonte: ZEE, 2006, Fase II

Em termos de características químicas destaca-se a convivência de altos teores de cálcioemagnésiotrocávelcomaltosteoresdeAl3+noshorizontessuperficiais.Emprofun-didadeosteoresdeCa2+eMg2+diminuemsubstancialmenteenquantooAl3+mantémeaumentaseuteor(Tabela8). Aacidezpraticamentenãosealteraaolongodoperfil,comopHvariandode4,0a4,3emsuperfícieede4,5a5,0nohorizonteCg.Asaturaçãoporbases(V)ébastanteelevadanosperfisestudados,comvaloresacimade80%,demonstrandoaestreitarelaçãodosolocomomaterialdeorigem. Osteoresdematériaorgânicavariamentre6,2e7,8dagkg-1nohorizonteAeentre0,2e0,6dagkg-1(tabela8)nohorizonteCg.Ascondiçõesdeencharcamentofreqüentepropiciamoacúmulodematériaorgânicaporlimitaraatividadedosorganismosdecompositores. ACTCapH7,0apresentouvaloresentre52,7e72,0cmolc.dm-3noshorizontessu-perficiaiseentre19,3e73,4cmolc.dm-3nossub-superficiais(tabela10).Estesvaloresaltosdevem-seprincipalmenteaosteoresdecálcio,magnésioeaalumíniotrocável. Asprincipaislimitaçõesaousoagrícoladestessolosdecorremdamádrenagemnatu-ralemfunçãodapresençadelençolfreáticopróximoàsuperfícieedosriscosdeinundação,quesãofreqüentes.Aadoçãodepráticasdedrenageméimprescindívelparatorná-losaptosàutilizaçãocomummaiornúmerodeculturas.Hálimitaçõestambémaoempregodemá-quinasagrícolas,sobretudonossoloscomargiladeatividadealta. Apósdrenagemecorreçãodasdeficiênciasquímicas,sobretudonossolosalíticosedistróficos,estessolosprestam-separapastagens,capineirasediversasculturas,principal-mentecana-de-açúcar,bananaeolericultura.Emáreaspróximasaosgrandescentroscon-sumidores,estessolospodemserusadosintensivamentecomolericultura.

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Tabela 8. Atributos físicos e químicos de horizontes superficiais e sub-superficiais de Gleissolos do Estado do Acre.

Fontes: Gama (1986); Martins (1993); Silva (1999); Araújo (2000); Amaral (2003); Melo (2003) & Bardales (2005). Obs.: Os valores estatísticos foram retirados a partir de vários perfis estudados pelos autores acima citados.

NEOSSOLOS

SolospoucoevoluídosesemqualquertipodehorizonteBdiagnóstico.Horizontesglei,plínticoevértico,quandopresentes,nãoocorrememcondiçãodiagnóstica(EMBRA-PA,2006).

Apresentam como principais características:

•Ausênciadehorizonteglei,excetonocasodesoloscomtexturaareiaouareiafran-ca,dentrode50cmdasuperfíciedosolo,ouentre50cme120cmdeprofundidade,seoshorizontessobrejacentesapresentaremmosqueadosdereduçãoemquantidadeabundante; •AusênciadehorizontevérticoimediatamenteabaixodehorizonteA; •Ausênciadehorizonteplínticodentrode40cm,oudentrode200cmdasuperfícieseimediatamenteabaixodehorizontesA,Eouprecedidosdehorizontesdecoloraçãopálida,var-iegadaoucommosqueadosemquantidadeabundante,comumaoumaisdasseguintescores: •Matiz2,5You5Y;ou •Matizes10YRa7,5YRcomcromasbaixos,normalmenteiguaisouinferioresa4,podendoatingir6,nocasodematiz10YR; •AusênciadehorizonteAchernozêmicoconjugadoahorizontecálcicoouCcarbon-ático(IBGE,2005).

Congregamsolosrasos,NeossolosLitólicos(antigosSolosLitólicos);ouprofundosearenososNeossolosQuartzarênicos(antigasAreiasQuartzosas);oucompresençaconsid-eráveldemineraisprimáriosdefácilintemperização,NeossolosRegolíticos(antigosRegos-solos); ou ainda, solos constituídospor sucessãode camadasdenatureza aluvionar, semrelaçãopedogenéticaentresi,NeossolosFlúvicos(antigosSolosAluviais)(IBGE,2005). Assim como os Gleissolos, geralmente ocorre nas margens dos rios e igarapés, sendoquesuafertilidadeestádiretamenterelacionadacomaqualidadedosedimentode-positado(Figura8).

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60IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Figura 8. Perfil modal de Neossolo Flúvico no Estado do Acre. (A) Prisma pedológico, em escala e com a indicação dos horizontes. (B) Padrão fisiográfico na imagem de satélite LANDSAT TM 5. (C)

Paisagem de ocorrência. (D) Localização no Estado do Acre. Fonte: ZEE, 2006, Fase II

No Acre os Neossolos ocupam uma extensão territorial de aproximadamente 189 mil hectares,ou1,16%daáreatotaldoEstado.Emtermosdesubordem,destacam-seosNeosso-losFlúvicoscomumaextensãoterritorialdemais180milhectares(1,12%)eosNeossolosQuartzarênicoscomumaáreadepoucomaisde4milhectares(AMARALetal.,2006).Emseus3ºe4ºníveiscategóricosdestacam-seosNeossolosFlúvicosTbEutróficotípico,Neos-solosFlúvicosTbEutróficos(?),NeossolosQuartzarênicosHidromórficosespódico. Apresentam horizonte A sobre um pacote sedimentar subdividido em horizontes C, comcoresbrunadasemtodoperfil,commatiz10YR,valoresde4a5,eocromade3a6.A textura dos horizontes é em geral franca arenosa e a estrutura em blocos e granular com graufracodedesenvolvimento. No Neossolo Flúvico e no Neossolo Quartzarênico, o pH apresenta valores desde inferioresa5até6,4,configurando,portantoumaacidezentreelevadaafraca(Tabela9).SegundoAmaral(2003),osmaioresvaloresdepHnoAcreestãoassociadosasolosmenosdesenvolvidos. Osteoresdecálcioemagnésiosãobastantealtosnoshorizontessuperficiais,tendosidoencontradovaloresmaiselevadosnosNeossolosFlúvicos(34,3comolc.dm-3e11,0cmolc.dm-3respectivamente,decrescendobruscamenteemprofundidade(Tabela9),princi-palmentenoNeossoloQuartzarênico. Osteoresdesaturaçãoporbasessãotambémbastantealtoscomvalormáximode96,0cmolc.dm-3,noshorizontessuperficiaisede90,9cmolc.dm-3noshorizontessub-su-perficiais,oqueestárelacionadoàriquezadossedimentosandinos.OsteoresdeAl3+sãobaixos,comvalormáximode0,5cmolc.dm-3noshorizontessuperfi-ciaisede2,3noshorizontessub-superficiais. Asprincipaislimitaçõesdestessolosdecorremdosriscosdeinundaçãoporcheiasperiódicasoudeacumulaçãodeáguadechuvasnaépocadeintensapluviosidade.Deumamaneira geral, em quase todo mundo, os solos aluviais são considerados de grande poten-cialidadeagrícola,mesmoosdebaixasaturaçãodebases.Asáreasdevárzeasondeocorrem

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sãoderelevoplano,semriscosdeerosão,favorecendoapráticademecanizaçãoagrícolaintensiva.Pelaprópriaorigemestessolossãoheterogêneosnoquedizrespeitoàscaracter-ísticasfísicasequímicas,oquecertamentevaiinfluenciarseuuso.Ossoloseutróficosdetexturamédiasãoosmaisapropriadosparadiversasculturas. AsvárzeasdorioAcreapresentamemgeralgrandepotencialagrícola,emborasujei-tasáinundaçõessazonais,sendoqueoplanejamentodeusofeitodeformacriteriosapode,entretanto,permitiramanutençãoadequadadascomunidadesribeirinhas.

Tabela 9. Atributos físicos e químicos de horizontes superficiais e sub-superficiais de Neossolos Flúvicos e Quartzarênicos do Estado do Acre.

Fontes: Gama (1986); Martins (1993); Silva (1999); Araújo (2000); Amaral (2003); Melo (2003) & Bardales (2005). Obs.: Os valores estatísticos foram retirados a partir de vários perfis estudados pelos autores acima citados.

VERTISSOLOS

São solos minerais com horizonte vértico, cores desde escuras a amareladas, acinzen-tadasouavermelhadas,profundosapoucoprofundos,geralmentecompresençadefendasnoperfil,comoconseqüênciadaexpansãoecontraçãodomaterialargiloso,superfíciesdefricção(slickensides)eestruturafortementedesenvolvidadotipoprismática(IBGE,2005). Os Vertissolos, que não foram registrados no Estado pelo levantamento de recursos naturaisdoProjetoRADAMBRASIL(BRASIL,1976),ocorrem,emgeral,emáreascomaltitudesmédiasde170m,estandorestritosaregiãoentreosmunicípiosdeSenaMadureirae Manuel Urbano, às cabeceiras do rio Iaco e ao extremo oeste do Estado, nos municípios deRodriguesAlveseMâncioLima(Figura9),ocupandocolinassuavescombaixograudedissecação.Ocorremsobflorestasabertascombambuecompalmeiras(ACRE,2000),con-stituindoáreaspoucoalteradas,devidoàdificuldadedeacesso. OsVertissolosocupamumaextensãoterritorialdeaproximadamente500milhect-ares,ouseja,3,04%daáreadoEstado.DentreestesosVertissolosHáplicos,descritosan-teriormentecomoVertissoloCromadoporAmaraletal.(2006),ocupamcercade3,04%daárea,OutraclassenoníveldesubordemdescritanoEstadofoioVertissoloHidromórficoregistradanomunicípiodeSenaMadureira(BARDALES,2005). Emníveiscategóricosmaisbaixosdestacam-se,osVertissolosHáplicosÓrticostípi-cos,VertissolosHáplicosCarbonáticoseVertissolosHidromórficosCarbonáticostípicos.

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62IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Figura 9. Perfil modal de Vertissolo no Estado do Acre. (A) Prisma pedológico, em escala e com a indicação dos horizontes. (B) Padrão fisiográfico na imagem de satélite LANDSAT TM 5. (C) Paisa-

gem de ocorrência. (D) Localização no Estado do Acre. Fonte: ZEE, 2006, Fase II

Sãosolosrasos,imperfeitamentedrenados,comhorizonteAmoderado.AscoresnohorizonteAtêmmatiz7,5YR,valor5ecroma2.OhorizonteCapresentacoresdemesmomatizporémcomvaloresecromasmaisaltos,conferindo-lhecoloraçõesmaisacinzentadas.Oescurecimentosuperficialédevidoaosmaioresteoresdematériaorgânica.Aconsistênciaa seco é extremamente dura e a textura do horizonte A é, geralmente, argilo-siltosa (Tabela 10).Aestruturamaciçasedesfazemfortepequenaemédia,blocosangularesesub-angula-rescomoresultadodosprocessosdeexpansãoecontração. Apresentaelevadarestriçãodeuso,oqueéinclusivesugeridopelapredominânciaatualdepastagensextensivas,mesmonosprojetosdeassentamento. BARDALES (2005) estudou estes solos detalhadamente através de um levanta-mentodesolosnumaescalade1:100.000nosarredoresdeSenaMadureira,oquepermitiuentenderasrelaçõesespaciaiscomoutrasclassesaelesassociadas. OsVertissolosatéentãoestudadosnoestadoapresentamvaloresdepH(3,5)queindicamextremaacidificaçãoemsuperfície,atéalcalinidadeemsubsuperfíciecomvaloresmáximosde8,3(BARDALES,2005).Comampladominânciadecálcionocomplexodetroca(Tabela10).Combaixosteoresdealumínioemsuperfície,maspodendoapresentarva-loresmuitoaltosemsubsuperfície,comonossolosdoentornodacidadedeSenaMadureira.ComojácomentadoacimaedeacordocomWadt(2002),estesaltosteoresdealumínioemprofundidadeaparentementenãocausamefeitofitotóxicoparaasplantas. Aelevadaacidezsuperficial,observadanãosónosVertissoloscomotambémemgrandepartedossolosmenosdesenvolvidosdoEstado,reforçaaidéiadequeointemper-ismonoAcreéumfenômenodefracoaprofundamento,possivelmentepelocaráterhori-zontalizadoealgoimpermeáveldosestratossedimentaresdaformaçãoSolimões(BAR-DALES,2005). OsVertissolosapresentamaltosvaloresdesomadecátionstrocáveisealtacapacid-adedetrocacatiônicaassociadosàpresençadequantidadesrazoáveisdemineraisprimárioscomo o quartzo e até mesmo sulfatos, como a gipsita, esta provavelmente herdada do mate-

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rialoriginárioeformadaemcondiçõespaleoclimáticasessencialmentediferentesdasatuais.Suascaracterísticasdeconsistência,muitoduraquandosecos,firmequandoúmidoseplásti-coepegajosoquandomolhados,fazemcomqueointervalodeumidadeemqueascondiçõessejamadequadasparaopreparodosolosejamuitoestreito.Abaixapermeabilidadefazcomque os Vertissolos, assim como os Luvissolos, sejam muito susceptíveis a erosão, principal-mentelaminar.

Tabela 10. Atributos físicos e químicos de horizontes superficiais e sub-superficiais de Vertissolos Háplicos e Hidromórficos, do Estado do Acre.

Fontes: Gama (1986); Martins (1993); Silva (1999); Araújo (2000); Amaral (2003); Melo (2003) & Bardales (2005). Obs.: Os valores estatísticos foram retirados a partir de vários perfis estudados pelos autores acima citados.

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64IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

ApartirdosesforçosdospesquisadoresquetrabalhamcomossolosdoAcre,houveumgrandeincrementodeinformaçõessobreascaracterísticasmorfológicas,químicas,físi-casemineralógicas.Entretanto,permaneceanecessidadedeestudosmaislocalizados,prin-cipalmentenapartecentraldoEstado,queaindacarecedeinformaçõesmaisdetalhadasemtermos pedológicos, visto que esta região apresenta muitas peculiaridades pedológicas, que requeremcertoscuidados,sobretudo,comrelaçãoaousodaterra. Deacordocomosestudosdisponíveis,oAcreéconstituído,predominantementeporsolosdotipoArgissoloseCambissolose,emmenoresproporções,Luvissolos. Quantoàfertilidade,alimitaçãoparaautilizaçãoracionaldossolosdoAcrerelacio-na-sebasicamenteaobaixoníveldefósforodisponíveleaoelevadoteordealumínio,jáqueoníveldepotássioéaltoeosteoresdecálcioemagnésiosãoordinariamentesuficientes. Por serem originados de sedimentos oriundos dos Andes, os solos acrianos apresen-tam características bastante peculiares, entre elas a ocorrência de características vérticas e eutrofismoacentuado, incomunsnaAmazônia.Baseadonos trabalhosde levantamentoeclassificaçãodesolosrealizadosprincipalmenteapartirde2001comointuitodesubsidiaraelaboraçãodomapadesolosdoEstadonaescalade1:250.000,foipossívelummaiorde-talhamentodossolosquecompõemoambientepedológicodoEstado. AcaracterizaçãodosVertissolos(solosdealtafertilidadenaturalecomsériosprob-lemas físicos relacionados ao elevado conteúdode argilas 2:1 expansivas) foi de grandeimportânciadevidoaoseuelevadopotencialagrícolaenecessidadedeadoçãodeummanejobastanteespecíficoparaoseuaproveitamento. Outra ordem caracterizada também em estudos recentes foi a dos Luvissolos (solos que apresentamgrandepotencial agrícola e/ou agroflorestal para oEstado) devido a suariquezaquímicanaturalconjugadacommelhorescondiçõesfísicasqueadosVertissolos.Ressalta-se que, apesar de todos os trabalhos realizados até o momento e do ganho em con-hecimentopedológicoobtidocomostrabalhosmaisrecentes,énecessáriaamanutençãodeumesforçonosentidodarealizaçãodelevantamentosmaisdetalhados,emescalasmenores,de modo a permitir orientar o melhor uso da terra em nível de propriedades rurais e projetos deassentamentosvisando,emúltimaanálise,apromoçãodeummaiordesenvolvimentoregionalconsonantecomproteçãoambientale,consequentemente,amelhoriadascondiçõesdevidaparaapopulaçãodoEstado.

4. REFERÊNCIAS

ACRE.GovernodoEstadodoAcre.ProgramaEstadualdeZoneamentoEcológico-Econômi-codoEstadodoAcre.ZoneamentoEcológico-Econômico:recursosnaturaisemeioambi-ente–1ºfase.RioBranco:SECTMA,2000.V.1.ACRE.GovernodoEstadodoAcre.ProgramaEstadualdeZoneamentoEcológico-Econômi-co do Estado doAcre. Zoneamento Ecológico-Econômico: documento Síntese – Escala1:250.000.RioBranco:SEMA,20006.356p.AMARAL,E.F.;VALENTIM,J.F.;LANI,J.L.;BARDALES,N.G.;ARAÚJO,E.A..Áreas de risco de morte de pastagens de Brachiaria brizantha cultivar Marandu, com o uso dabasededadospedológicosdozoneamentoecológico-econômiconoEstadodoAcre.In:RodrigoAmorimBarbosa. (Org.).Morte de pastos deBraquiárias.CampoGrande,MS:EmbrapaGadodeCorte,2006.p.151-174.AMARAL,E.F.do;LANI,J.L.;ARAÚJO,E.A.de;PINHEIRO,C.L..daS.;BARDALES,N.G.;AMARAL,E.F.do,OLIVEIRA,M.V.de,BEZERRA,D.C.F..Ambientescomên-

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fasenosolo:RioBrancoaMâncioLima,Acre.RioBranco/AC:EmbrapaAcre.2001.187p.AMARAL,E.F.&ARAÚJONETO,S.E.Levantamentode reconhecimentodossoloseavaliaçãodaaptidãoagrícoladasterrasdoprojetodeassentamentoFavodeMel,SenaMad-ureira-AC.RioBranco:EmbrapaAcre,1998.75p.Documentos,36).AMARAL,E.F.;LANI,J.L.;ARAÚJO,E.A.;PINHEIRO,C.L.S.;BARDALES,N.G.;AMARAL,E.F.;OLIVEIRA,M.V.&BEZERRA,D.C.F.Ambientescomênfasenosolo:RioBrancoaMâncioLima.RioBranco:Acre,2001a.CDRom.AMARAL,E.F.Ambientes,comênfasenossoloseindicadoresaousoagroflorestaldasba-ciasdosriosIacoeAcre,Brasil.Viçosa,2003.129p.Dissertação(Mestrado)-UniversidadeFederaldeViçosa.AMARAL,E.F.do.CaracterizaçãopedológicadasunidadesregionaisdoEstadodoAcre.RioBranco:Embrapa-Acre,2000.15p.(Embrapa-Acre.CircularTécnica,29).AMARAL,E.F.do;ARAÚJONETO,S.E.de.Levantamentodereconhecimentodossoloseavaliaçãodaaptidãoagrícoladas terrasdoprojetodeassentamentoFavodeMel,SenaMadureira-AC.RioBranco:Embrapa-CPAF/AC,1998.75p.(EMBRAPA-CPAF/AC.Doc-umentos,36).AMARAL,EufranFerreirado,etal.RelatóriosobreSolosdoEstadodoAcre. SolosdoAcre.RioBranco:SEMA/IMAC.(textointegrantedoeixorecursosnaturaisdoZEEFaseII).2006.ARAÚJO,E.A.Caracterizaçãodesolosemodificaçãoprovocadapelousoagrícolanoas-sentamentoFavodeMel,naregiãodoPurus-Acre.Viçosa,2000.122p.Dissertação(Mes-tradoemSoloseNutriçãodePlantas)-UniversidadeFederaldeViçosa.ARAÚJO,E.A.;LANI,J.L.;AMARAL,E.F.&GUERRA,A.Usodaterraepropriedadesfísicas e químicas de umArgissoloAmarelo distrófico naAmazônia Ocidental. RevistaBrasileiradeCiênciadoSolo,v.28,n.2,p.307-315,2004.BARDALES,N.G.Gênese,morfologiaeclassificaçãodesolosdoBaixoValedorioIaco,Acre,Brasil.Viçosa,2005.132p.Dissertação(Mestrado)–UniversidadeFederaldeViçosa.BRASIL.MinistériodasMinaseEnergia.DepartamentoNacionaldeProduçãoMineral.ProjetoRADAMBRASIL.FolhaSC.19RioBranco;geologia,geomorfologia,pedologia,vegetação,usopotencialdaterra.RiodeJaneiro:1976.458p.(LevantamentodeRecursosNaturais,12).BRASIL.MinistériodasMinaseEnergia.DepartamentoNacionaldeProduçãoMineral.ProjetoRADAMBRASIL.FolhaSC.18Javari/Contamana;geologia,geomorfologia,pe-dologia,vegetaçãoeusopotencialdaterra.RiodeJaneiro:1977.420p.(LevantamentodeRecursosNaturais,13).EMBRAPA.CentroNacionaldePesquisasdeSolos.SistemaBrasileirodeClassificaçãodeSolos.RiodeJaneiro:EmbrapaSolos.2006.306p.GAMA,J.R.N.F.Caracterizaçãoeformaçãodesoloscomargiladeatividadealtadoes-tadodoAcre.Itaguaí,RJ:UFRRJ,1986.150p.Dissertação(MestradoemCiênciadoSolo),UniversidadeFederalRuraldoRiodeJaneiro,1986.GAMA,J.R.N.F.;KUSABA,T.;OTA,T.;AMANO,Y.InfluênciadematerialvulcânicoemalgunssolosdoEstadodoAcre.Rev.bras.Ci.Solo,Campinas,16:103-106,1992.IBGE.Coordenaçãoderecursosnaturaiseestudosambientais:Manuaistécnicosemgeo-ciências.n4.Manualtécnicodepedologia,RiodeJaneiro–RJ.2ªedição,200p.2005.MARTINS,J.S.PedogênesedePodzólicosVermelho-AmarelosdoEstadodoAcre,Brasil.Belém:FaculdadedeCiênciasAgráriasdoPará.1993.101p.Dissertação (MestradoemAgropecuáriaTropical)–FaculdadedeCiênciasAgráriasdoPará,1993.MELO,W.F.AvaliaçãodoestoqueecomposiçãoisotópicadocarbonodosolonoAcre.Pi-racicaba:ESALQ,2003.118p.Dissertação(MestradoemEcologiadeAgroecossistemas),EscolaSuperiordeAgricultura“LuizdeQueiroz”,2003.

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66IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

OLIVEIRA,V.Hde,ALVARENGA,M.I.N.PrincipaisSolosdoAcre.RioBranco,EM-BRAPA-UEPAEdeRioBranco,1985.40p.ilust.RESENDE,M.&PEREIRA,R.CotasfluviométricasdorioAcre,suascausaseimplicaçõesnapolíticadacolonização.ActaAmazônica,v.18,n.3/4,p.85-92,1988.SILVA,J.R.T.SolosdoAcre:caracterizaçãofísica,químicaemineralógicaeadsorçãodefosfato.Viçosa,MG:UFV,1999.117p.(TesedeDoutorado).WADT,P.G.S.ManejodesolosácidosdoestadodoAcre.RioBranco:EmbrapaAcre,2002.30p.(EmbrapaAcre.Documentos,79).

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67SBCS

Perfil AC-P01

DATADACOLETA-06/10/09CLASSIFICAÇÃOATUAL – (SiBCS, 2006) - ESPODOSSOLOHUMILÚVICOÓrticoespessarênicofragipânicoCLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO – Estrada a oeste de Cruzeiro do Sul, sentidoMancioLima.MunicípiodeCruzeirodoSul,Acre.COORDENADAS:07036’02,01’’S;72042’52,01’’W

SITUAÇÃO,DECLIVEECOBERTURAVEGETALSOBREOPERFIL–Terçoinferiordeencostacomdeclivede3a4%,emáreadetopoplano,sobcoberturadegramíneas(Brachiaria).

ALTITUDE–211m.LITOLOGIA, UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA E CRONOLOGIA – SedimentosarenososdaFormaçãoSolimõesInferior.MATERIALORIGINÁRIO–Alteraçãodomaterialsupracitado.PEDREGOSIDADE–NãopedregosoROCHOSIDADE–NãorochosoRELEVOLOCAL–SuaveonduladoRELEVOREGIONAL–Planoesuaveondulado.EROSÃO–Laminarligeira.DRENAGEM–Imperfeitamentedrenado/maldrenado.VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Floresta tropical subperenifólia (Floresta ombrófila abertacompalmeiras-IBGE).USOATUAL–PastagemdeBraquiarão.DESCRITOECOLETADOPOR–PauloKlingerTitoJacomine,EdsonAlvesdeAraújo,MarcioRochaFrancelino.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Ap-0-35cm;bruno-escuro(10YR4/3úmido)bruno-amarelado-claro(10YR6/2,seco);areiafranca;fraca,pequenablocossubangularesegranular;maciafriável,nãoplásticaenãopegajosa;transiçãoabruptaeplana.

E1-35-80cm;cinzento-claro(10YR7/1,úmido);areia;grãossimples;solta,muitofriável,nãoplásticaenãopegajosa;transiçãodifusaeplana.

E2-80-152cm;cinzento-claro(10YR7/1,úmido);areia;grãossimples;solta,muitofriável,nãoplásticaenãopegajosa;transiçãoabruptaeirregular.

Bh - 152-159 cm; bruno-acinzentado-muito-escuro (10YR 3/2, úmido); franco-arenosa;maciça;friável,ligeiramenteplásticaenãopegajosa;transiçãoabruptaeirregular.

Bhsx-159-262cm+;variegadabruno-amarelada(10YR5/5,úmido)ebruno-amarelado-escuro(10YR4/4úmido);franco-argilo-arenosa;fraca,pequenaemédiablocossubangula-res;muitodura,extremamentefirme,ligeiramenteplásticaeligeiramentepegajosa.

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68IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

POROS–Muitosporos,pequenosemuitopequenosnoApenoE1eE2.

RAÍZES–Muitas,finasefascicularesnoAp,compredomíniode1a4mm.Ausêncianosdemaishorizontes.

OBSERVAÇÕES –A cor variegada (10YR 4/4) noBhsx é provavelmente resultante deatividadebiológicaemespecialpelaaçãodecupins.FoiobservadapenetraçãodematériaorgânicanoscanaisproduzidosporraízesouatividadedafaunanoBhsx.OperfilestavaminandoáguanaseçãoacimadoBh,comdesbarrancandonaparte inferiordoE2.Noshorizontescomtransição irregularnão foipossívelverificarolimiteinferiordatransiçãoporqueomaterialdesolodesmoronouecobriutodaaparteinferiordoperfil.

Análises Físicas e QuímicasPerfil: AC - P01 - Amostras de Laboratório: 09.1705-1709

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69SBCS

Perfil AC-P02

DATADACOLETA-06/10/09CLASSIFICAÇÃOATUAL–(SiBCS,2006)-LATOSSOLOAM-ARELODistróficotípicoCLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO–RodoviaAC-407.A22kmdeCruzeirodoSul,àesquerdadaestrada,sentidoCruzeirodoSul-MâncioLima.COORDENADAS:07037’15,72’’S;72053’41,94’W’

SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE OPERFIL–Terçosuperiordeencostacomtopoaplainadocom4a5%

dedeclive.Pendenteslongas.Perfilsobcoberturadegramíneas(pastagem).

ALTITUDE–205m.LITOLOGIA,UNIDADELITOESTRATIGRÁFICAECRONOLOGIA–Sedimentosargi-lo-arenososdaFormaçãoSolimõesInferior.MATERIALORIGINÁRIO–Alteraçãodomaterialsupracitado.PEDREGOSIDADE–Nãopedregosa.ROCHOSIDADE–Nãorochosa.RELEVOLOCAL–Suaveondulado.RELEVOREGIONAL–Suaveondulado.EROSÃO–LaminarLigeira.DRENAGEM–Bemdrenado.VEGETAÇÃOPRIMÁRIA – Floresta tropical subperenifólia (FlorestaOmbrófila abertacompalmeiras–IBGE).USOATUAL–PastagemdeBrachiaria.DESCRITOECOLETADOPOR–VirleiÁlvarodeOliveira,LúciaHelenaCunhadosAn-jos,NilsonGomesBardaleseFalbernideSouzaCosta.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Ap -0-9cm;bruno-avermelhado-escuro (5YR3,5/2,úmido) ebruno (7,5YR5/2, seco);franco-arenosa;moderadamédiaegrandegranular;ligeiramentedura,friável,ligeiramenteplásticaeligeiramentepegajosa;transiçãoplanaeclara.

AB-9-22cm;coloraçãovariegadacompostadebruno-amarelado-escuro(10YR4/4,úmi-do),bruno-amarelado-escuro(10YR4/6seco),amarelo-brunado(10YR6/6,úmido)eama-relo-brunado(10YR6/8,seco);franco-argilo-arenosa;fraca,pequenaemédia,blocossub-angulares;ligeiramentedura,firme,ligeiramenteplásticaeligeiramentepegajosa;transiçãoplanaedifusa.

BA-22-38cm;bruno-amarelado(10YR5/8,úmido);franco-argilo-arenosa;fraca,pequena,blocossubangularesefracapequenagranular;ligeiramentedura,friável,plásticaepegajosa;transiçãoplanaedifusa.

Bw1-38-68cm;amarelo-brunado(10YR6/8,úmido);franco-argilo-arenosa;fraca,pequena,blocos

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70IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

subangularesemoderadapequenagranular;macia,friável,plásticaepegajosa;transiçãoplanaedifusa.

Bw2-68-129cm;amarelo-brunado(10YR6/8,úmido);franco-argiloarenosa;fraca,peque-na,blocossubangularesemoderadapequenagranular;macia,friável,plásticaepegajosa;transiçãoplanaedifusa.

Bw3-129-166cm+;bruno-amarelado(10YR5/8,úmido);franco-arenosa;fraca,pequena,blocossubangularesemoderadapequenagranular;macia,friável,plásticaepegajosa.

RAÍZES–Finasefasciculares,comunsnoAp,poucasnoABerarasemBA,Bw1,Bw2eBw3.

OBSERVAÇÕES–Atividadebiológicaintensadetérmitasnaparededoperfil,comcanaisecâmarasrevestidaspormaterialorgânico.CorvariegadaemABpelaatividadedasraízesdasgramíneas.Possívelcompactaçãodoshorizontessuperficiaispelaconstruçãodaestrada.

Análises Físicas e QuímicasPerfil: AC - P02 - Amostras de Laboratório: 09.1710-1715

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71SBCS

Perfil AC-P04

DATADACOLETA-06/10/09CLASSIFICAÇÃO ATUAL – (SiBCS, 2006) - ARGISSOLOVERMELHO Alítico plíntico?CLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO–Ramal03.PASantaLuzia.Entradanokm30(Viavariante)daBR-364,sentidoCruzeirodoSul-Tarauacá.COORDENADAS:07049’02,36’’S;72026’13,05’’W

SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBREOPERFIL–Terçosuperiordeencostacom30%dedeclive,sob

coberturadegramíneas(pastagem).

ALTITUDE–215m.LITOLOGIA,UNIDADELITOESTRATIGRÁFICAECRONOLOGIA–Sedimentosargi-lo-arenososdaFormaçãoSolimõesInferior.MATERIALORIGINÁRIO–Alteraçãodomaterialsupracitado.PEDREGOSIDADE–Nãopedregosa.ROCHOSIDADE–Nãorochosa.RELEVOLOCAL–Forteondulado.RELEVOREGIONAL–Ondulado (paisagemdecolinascom toposarredondadosever-tentescôncavaseconvexas).EROSÃO–Laminarmoderada(algunssulcosepoucasravinasnasvertentes).DRENAGEM–Imperfeitamentedrenado.VEGETAÇÃOPRIMÁRIA–Floresta tropicalSubperenifólia. (Florestaombrófila abertacompalmeiras–IBGE)USOATUAL–PastagemdeBrachiariabrizantha.DESCRITOECOLETADOPOR–VirleiÁlvarodeOliveira,LúciaHelenaCunhadosAn-jos,NilsonGomesBardaleseFalbernideSouzaCosta.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Ap-0-10cm;bruno(7,5YR5/3,úmido),bruno(7,5YR5/4,seco),commosqueadocomum,pequenoedistinto,amarelo-avermelhado(5YR6/8,úmido);franco;moderadamédiablocossub-angularesemoderadagrandegranular;dura,firme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaeclara.

BA-10-23cm;vermelho(2,5YR4/6,úmido)commosqueadocomum,pequenoedistinto,bru-no(7,5YR5/4,úmido)erosado(7,5YR7/4,úmido);franco-argilosa;moderadamédiaegrande,blocosangularesesubangulares;dura,firme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaegradual.

Bt1-23-34cm;vermelho(2,5YR5/6,úmido)commosqueadocomum,pequenoemédio,distinto,bruno-claro(7,5YR6/4,úmido);franco-argilosa;forte,médiaegrande,blocosan-gularesesubangulares;cerosidadecomumemoderada;dura,muitofirme,muitoplásticaemuitopegajosa;transiçãoplanaegradual.

Bt2-34-64cm;vermelho(2,5YR4/7,úmido);argila;moderadapequenaprismática,com-

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72IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

postadefortemédiaegrandeblocosangularesesubangulares;cerosidadeabundanteemod-erada;muitodura,muitofirme,muitoplásticaemuitopegajosa;transiçãoplanaedifusa.

BCf1-64-109cm;variegadodevermelho(2,5YR4/8,úmido),vermelho(2,5YR5/6,úmi-do)evermelho-amarelado(5YR5/6,úmido);argila;moderadapequenaprismáticacompos-tademoderadamédiaegrandeblocosangulares;dura,firme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaedifusa.

BCf2-109-150cm+;variegadodevermelho(2,5YR5/8,úmido)eamarelo-avermelhado(7,5YR6/6,úmido); argila; fracamédiaprismáticacompostademoderadamédiablocosangularesesubangulares;dura,firme,plásticaepegajosa.

RAÍZES–Finasefasciculares,comunsnoApeBA,poucasnoBt1eBt2,rarasemBCf1eausentesemBCf2.

OBSERVAÇÕES–RemoçãodepartedoAp,comalteraçõesintensasnoAppelousoeativi-dadebiológica.FoiinseridosubscritonohorizontetransicionalBCparaindicarapresençadocaráterplíntico,oqueserásugeridoparaoseditoresdoManualdeCampo(SBCS,2006).

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73SBCS

Análises Físicas e Químicas

Perfil: AC - P04 - Amostras de Laboratório: 09.1716-1721

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74IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Perfil AC-P05

DATADACOLETA-06/10/09CLASSIFICAÇÃOATUAL– (SiBCS,2006) -ARGISSOLOVERMELHOAlítico(semdefiniçãodesubgrupo)CLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO–RodoviaBR364.EntreCruzeirodoSuleTarauacá.Km653darodovia,sentidoCruzeirodoSul–Tarauacá,municípiodeTarauacá.COORDENADAS:07052’08,56’’S;71044’27,29’’W

SITUAÇÃO,DECLIVEECOBERTURAVEGETALSOBREOPERFIL–Terçomédiodeencostaconvexa,comdeclivede15a20%,emcortedeestradalateral,sobcoberturadebrachiarão.

ALTITUDE–276m.LITOLOGIA,UNIDADELITOESTRATIGRÁFICAECRONOLOGIA–Sedimentosargi-lososdaFormaçãoSolimõesInferior.MATERIALORIGINÁRIO–Alteraçãodomaterialsupracitado.PEDREGOSIDADE–Nãopedregosa.ROCHOSIDADE–Nãorochosa.RELEVOLOCAL–Ondulado.RELEVOREGIONAL–Forteonduladoeondulado.EROSÃO–LaminarLigeira.DRENAGEM–Moderada/imperfeitamentedrenado.VEGETAÇÃOPRIMÁRIA–Florestatropicalsubperenifólia(Florestaombrófiladensacompalmeiras–IBGE).USOATUAL–PastagemdeBraquiarão.DESCRITOECOLETADOPOR–PauloKlingerTitoJacomineeoutros.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

A1-0-4cm;bruno-avermelhado-escuro(5YR3/2,úmido),cinzento-avermelhado-escuro(5YR4/2,seca);franco-argilosa;moderada,pequenaamédia,granular;ligeiramenteplásti-caeligeiramentepegajosa;transiçãoabruptaeplana.

A2-4-20cm;bruno-avermelhado(5YR4,5/3úmido),bruno-avermelhado(5YR5/4seco);franco-argilosa; fraca,pequena,blocossubangulares;muitodura,firme,muitoplásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

BA-20-40cm;bruno-avermelhado(5YR4/4úmido);franco-argilosa;fracaamoderada,pequena,blocossubangulareseangulares;muitoduro,firme,plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

Bt1-40-67cm;bruno-avermelhado(2,5YR4/4úmido);argila;moderadaaforte,pequena,subangulareseangulares;cerosidademoderadaecomum;firme,plásticaepegajosa;tran-siçãoclaraeplana.

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75SBCS

Bt2-67-87cm;variegadodebruno-avermelhado(2,5YR4/4úmido)ebruno-claro-acinzen-tado(10YR6/3);argila;moderadapequenablocossubangulareseangulares;firme,plásticaepegajosa;transiçãogradualeplana.

BC-87-116cm;variegadodevermelho-amarelado(5YR5/6,úmido)eamarelo-avermelha-do(7,5YR6/2úmido);muitoargilosa;fracaemoderada,muitopequenaepequenablocossubangulares e angulares; ligeiramente dura, firme, plástica e pegajosa; transição clara eplana.

C-116–128+cm;variegadodecinzento-brunado-claro(10YR6/2,úmido)ebruno-aver-melhado-escuro(2,5YR3/4úmido);muitoargilosa;fraca,pequenablocossubangulareseangulares;firme,firme,plásticaepegajosa.

POROS-Porospequenosemuitopequenos,comunsaolongodoperfil.

RAÍZES–Finasefasciculares,muitasnoAp,comunsnoA2eBA,poucasnoBt1erarasemBt2eBC.AusentesemC.

OBSERVAÇÕES–HorizonteA1poucoespessoresultantedaqueimaeuso,nãofoipossívelcoletar.Presençadecarvãoemmuitospontos.AtividadeintensadeformigasetérmitasnoA2eBAeduasraízesgrossasemdecomposiçãonotopoenaparteinferiordoBt1.Operfilfoidescritoúmido.

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76IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Análises Físicas e Químicas

Perfil: AC - P05 - Amostras de Laboratório: 09.1722-1728

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77SBCS

Perfil AC-P06

DATADACOLETA-0710/09CLASSIFICAÇÃO ATUAL – (SiBCS, 2006) - ARGISSOLOVERMELHOAlítico(semdefiniçãodesubgrupo)CLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO–RodoviaBR 364, sentidoCruzeiro do Sul -Tarauacá,a240kmdeCruzeirodoSul.MunicípiodeTarauacá.COORDENADAS:08007’56,25’’S;70054’18,73’’W

SITUAÇÃO,DECLIVEECOBERTURAVEGETALSOBREOPERFIL–Terçomédioasuperiordeencostaconvexacomdeclive

variandode20a40%,emcortedeestradalateral,sobcoberturadebraquiária.

ALTITUDE–251m.LITOLOGIA,UNIDADELITOESTRATIGRÁFICAECRONOLOGIA–Sedimentosargi-lososdaFormaçãoSolimõesInferior.MATERIALORIGINÁRIO–Alteraçãodomaterialsupracitado.PEDREGOSIDADE–Nãopedregosa.ROCHOSIDADE–Nãorochosa.RELEVOLOCAL–Ondulado,com20%dedeclivenoperfil.RELEVOREGIONAL–Forteondulado(morrosdeformatoarredondadoecommaiorel-evaçãoe algumas encostas côncavas commaiordeclive, porémemgeral osmorros têmtopossuavizados).EROSÃO–Laminarmoderadaaforte(comsulcosocasionaisealgumasravinasemencos-tasdemorrospróximos,commaiordeclividade).DRENAGEM–Moderadamentedrenado.VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Floresta tropical subperenifólia (Floresta ombrófila abertacompalmeiras–IBGE).USOATUAL–PastagemdeBraquiáriabrizantha.DESCRITOECOLETADOPOR–VirleiÁlvarodeOliveira,LúciaHelenaCunhadosAn-jos,NilsonGomesBardales,MarcioRochaFrancelinoeEdsonAlvesdeAraújo.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Ap-0-6cm;bruno-amarelado-escuro(10YR3/4,úmido),bruno-claro-acinzentado(10YR6/3,seco);franco-argilosa;moderadapequenagranularemoderadapequenablocosangula-resesubangulares;muitodura,firme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaeclara.

AB-6-17cm;bruno-avermelhado(5YR4/4,úmido);franco-argilosa;moderada,pequenaemédia,blocosangularesesubangulares;muitodura,firme,muitoplásticaemuitopegajosa;transiçãoplanaegradual.

BA-17-38cm;vermelho(2,5YR4/6,úmido); franco-argilosa; fracapequenaprismáticacompostademoderadapequenaemédiablocosangulares;muitodura,muitofirme,muitoplásticaemuitopegajosa;transiçãoplanaegradual.

Bt1-38-59cm;vermelho-escuro(2,5YR3/6,úmido);argila;fracamédiaprismáticacom-

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78IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

postademoderadaa forte,grandeemédia,blocosangulares;cerosidadecomumemod-erada;muitodura,muitofirme,muitoplásticaemuitopegajosa;transiçãoplanaedifusa.

Bt2 - 59-100 cm; vermelho-escuro (2,5YR 3/6, úmido); argila; moderada média e grandeprismáticacompostadefortemédiaegrandeblocosangulares;cerosidadeabundanteemod-erada;dura,muitofirme,muitoplásticaemuitopegajosa;transiçãoonduladaegradual(95-105).

Bt3-100-138cm;vermelho(2,5YR4/6,úmido),commosqueadocomum,pequenoedis-tinto,vermelho(10R4/8,úmido),comum,pequenoeproeminente,amareloclaro(2,5Y8/4,úmido);argila;moderadamédiaegrandeprismáticacompostadeforte,médiaepequena,blocos angulares; cerosidade abundante emoderada; dura,muito firme,muito plástica emuitopegajosa;transiçãoplanaeclara.

BC-138–150cm+;vermelho(2,5YR5/6),commosqueadocomum,pequenoedistinto,vermelho(10R4/8,úmido),comum,pequenoeproeminente,amareloclaro(2,5Y8/4,úmi-do)eamarelo(2,5Y8/8,úmido);argila;fracamédiaprismáticacompostademoderada,mé-diaepequena,blocosangulares;cerosidadecomumemoderadaafraca;dura,firme,muitoplásticaepegajosa.

Obs.IntensaremoçãodohorizonteAp.

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79SBCS

Análises Físicas e Químicas

Perfil: AC - P06 - Amostras de Laboratório: 09.1729-1735

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80IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Perfil AC-P07

DATADACOLETA-07/10/09CLASSIFICAÇÃOATUAL–(SiBCS,2006)–VERTISSOLO(?)HÁPLICOCarbonáticochernossólicoCLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO – Rodovia BR 364, sentido Cruzeiro do Sul-Tarauacá,distante252kmdeCruzeirodeSul,municípiodeTarau-acá.COORDENADAS:08008’11,34’’S;70050’13,44’’W

SITUAÇÃO,DECLIVEECOBERTURAVEGETALSOBREOPERFIL–Terçosuperiordeelevaçãocomdeclivede20%,emáreadepastagem.

ALTITUDE–217m.LITOLOGIA,UNIDADELITOESTRATIGRÁFICAECRONOLOGIA–SedimentosdaFormaçãoSolimõesInferior.MATERIALORIGINÁRIO–Alteraçãodomaterialsupracitado.PEDREGOSIDADE–Nãopedregosa.ROCHOSIDADE–Nãorochosa.RELEVOLOCAL–Forteondulado.RELEVOREGIONAL–Forteondulado.EROSÃO–Laminarligeiraemoderada;naspartesmaiselevadasocorremdeslizamentospormovimentodemassa.DRENAGEM–Imperfeitamentedrenado.VEGETAÇÃOPRIMÁRIA–Florestatropicalsubperenifólia(Florestaombrófilaaberta–IBGE).USOATUAL–PastagemdeBraquiarão(Bhachiariabrizantha).DESCRITOECOLETADOPOR–PauloKlingerTitoJacomineeoutros.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

A-0-25cm;bruno-acinzentado-muito-escuro(10YR3/2úmido),bruno-acinzentado-escuro(10YR4/2,seco);argilo-siltosa;forte,pequenaagrande,granularemédia,blocossubangu-lares;extremamentedura,muitofirme,plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

AB-25-40cm;bruno-escuro(10YR3/3,úmido),mosqueadopequenocomum,distinto,bru-no-amarelado-escuro(10YR4/4,úmido);muitoargilosa;moderada,médiablocossubangula-reseangulares;muitofirme,ligeiramenteplástica/plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

Bi-40-60cm;bruno-amarelado-escuro(10YR4/4,úmido),mosqueadopequeno,comum,distintobruno-forte(7,5YR4/5,úmido);muitoargilosa;moderada,pequenaemédia,blo-cosangularesesubangulares;muitofirme,plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

BC1(Bv1)-60-95cm;bruno-amarelado-claro(10YR6/4,úmido),mosqueadopequeno,mui-to,proeminentebruno-forte(7,5YR4/5,úmido);muitoargilosa;fracaamoderada,pequena,blocosangularesesubangulares;firme,ligeiram/plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

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81SBCS

BC2(Bv2)-95-130cm;bruno(10YR5/3,úmido),mosqueadopequeno,pouco,distintobrunoclaro(6,5YR6/3);muitoargilosa;fraca,pequena,blocosangularesesubangulares;muitofirme,plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

C - 130-147 cm; variegado de bruno-amarelado (10YR 5/4, úmido) e bruno-acinzenta-do-claro(10YR6/2,úmido);muitoargilosa;similaraestratificaçãodossedimentos;muitofirme,plásticoepegajoso.

RAÍZES–Finasefasciculares,comunsnoA,ABeBi;muitofinasepoucasnoBC1erarasnotopodoBC2(Bv2).

OBSERVAÇÕES–SolodescritoúmidocomapenasohorizonteAseco.Presençade´slick-ensides` a partir do BC1 (Bv1) e nos demais horizontes, sendo poucos no BC1 (Bv1) e com ligeiroaumentoemprofundidade.PresençadecarbonatosnoBC2(Bv2)eaumentodaquan-tidadenoC.Presençadecarvão(pontuaçõespretas)eescurecimentopeladecomposiçãoderaízesnoBC1(Bv1)eBC2(Bv2).Atividadebiológicaintensadeformigas,comgaleriasnoA.

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82IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Análises Físicas e Químicas

Perfil: AC - P07 - Amostras de Laboratório: 09.1736-1741

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83SBCS

Perfil AC-P08

DATADACOLETA-07/10/09CLASSIFICAÇÃOATUAL – (SiBCS, 2006) –LUVISSOLOCRÔMICOPálicovertissólico(propostadeinclusãosubgrupo)CLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO–RodoviaBR364,km14nosentidoTarau-acá-Feijó,distante19kmdabalsanorioTarauacá.FazendaFor-taleza,Sr.JoséFábioMaia.COORDENADAS:08010’37,57’’S;70038’49,68’’W

SITUAÇÃO,DECLIVEECOBERTURAVEGETALSOBREOPERFIL–Terçomédiodeelevaçãocomdeclivede18a20%,

cortenaentradadaFazendaFortaleza,sobcoberturadeBraquiária.

ALTITUDE–215m.LITOLOGIA,UNIDADELITOESTRATIGRÁFICAECRONOLOGIA–Sedimentosargi-lososdaFormaçãoSolimõesInferior.MATERIALORIGINÁRIO–Alteraçãodomaterialsupracitado.PEDREGOSIDADE–Nãopedregosa.ROCHOSIDADE–Nãorochosa.RELEVOLOCAL–Onduladocommorrosdevertentesconvexasetoposuniformesecon-tínuosdetopografiaaplainada.RELEVOREGIONAL–Onduladoeforteondulado.EROSÃO–Laminarmoderadaesulcosocasionais;naáreaocorresolapamentoemencostasmaisíngremesecabeceirasdedrenagem,sobpastagem.DRENAGEM–Moderadamente/imperfeitamentedrenado.VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Floresta tropical subperenifólia (Floresta ombrófila abertacom palmeiras-IBGE)USOATUAL–PastagemdeB.brizantha.DESCRITOECOLETADOPOR–PauloKlingerTitoJacomine,LúciaHelenaCunhadosAnjos,FalbernideSouzaCostaeEdsonAlvesdeAraújo.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Ap-0-10cm;bruno-cinzento-muito-escuro(10YR3/2,úmido),bruno-acinzentado-escuro(10YR 4/2, seco); franco-argilo-siltosa; forte, pequena, blocos subangulares e angulares,enosprimeiroscmdoAppequenagranular;muitodura,muitofirme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaeclara.

AB-10-22cm;bruno-amarelado(10YR5/4,úmido),bruno-muito-claro-acinzentado(10YR7/4,seco);argilo-siltosa;moderada,pequenaprismáticacommoderada,média,blocosangu-lares;extremamentedura,muitofirme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaeclara.

Bt1 - 22-60cm; bruno-amarelado (10YR 5/4, úmido); argilo-siltosa; moderada, médiaprismáticacom fraca,médiaegrandeblocosangulares;presençade superfíciesdecom-pressãoecerosidade(?)moderadaepouca;extremamentedura,firme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaegradual.

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84IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Bt2-60-81cm;bruno-amarelado(10YR5/4,úmido)commosqueadocomum,pequenoemé-dio,difusobruno-amarelado(10YR5/6,úmido);argilo-siltosa;moderada,médiaprismáticacommoderada,média e grande blocos angulares; presença de superfície de compressão(principalmentefacesverticais)ecerosidade(?)comumemoderada;extremamentedura,firme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaegradual.

BC-81-125cm;bruno-amarelado-escuro(10YR4/4,úmido),commosqueadocomum,mui-topequenoamédio,difuso,bruno-amarelado(10YR5/6,úmido);argilo-siltosa;moderada,médiaprismáticacommoderada,médiaegrandeblocosangulares;presençadesuperfíciesdecompressão(principalmentefacesverticais)ecerosidade(?)poucaemoderada;muitodura,firme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaeclara.

C - 125-144cm+; variegado de bruno-amarelado (10YR 5/6, úmido) e bruno-amarelado(10YR5/4,úmido);franco-argilo-siltosa;fraca,pequenablocossubangulareseangulares;presençadesuperfíciesdecompressão(principalmentefacesverticais);muitodura,friável,plásticaepegajosa.

RAÍZES–Comunsefinasfascicularesde1a3mmemApeAB;poucasefinasfascicularesemBt1eBt2;rarasefinasemBC.OBSERVAÇÕES–Presençadefendasverticaisdesdeasuperfície(comaté2cmdelarguranoAp)eestendendo-seaté50cmdeprofundidade.Rachadurascomunsnasuperfíciedoterreno.

AtividadebiológicaintensaemABeBt1.CanaiscomunsecomrevestimentocinzentoemABeBt1.CâmarasdeformigasnoBt1ealgumascrotovinas(pedotúbulos)preenchidasemABeBt1.Crescimentoderaízespredominantementeaolongodasfendasverticais.

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85SBCS

Análises Físicas e Químicas

Perfil: AC - P08 - Amostras de Laboratório: 09.1742-1747

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86IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Perfil AC-P09

DATADACOLETA-07/10/09CLASSIFICAÇÃOATUAL–(SiBCS,2006)-ARGISSOLOVER-MELHO-AMARELO Alítico típicoCLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO–RodoviaBR364,a28kmdeTarauacá,sentidoTarauacá-Feijó,municípiodeTarauacá.COORDENADAS:08011’09,74’’S;70030’42,76’’W

SITUAÇÃO,DECLIVEECOBERTURAVEGETALSOBREOPERFIL–Topodeelevaçãoemcortedeestradasobpastagem.

ALTITUDE–208m.LITOLOGIA,UNIDADELITOESTRATIGRÁFICAECRONOLOGIA–SedimentosdaFormaçãoSolimõesSuperiorMATERIALORIGINÁRIO–Alteraçãodesedimentosareno-argilososdomaterialsupra-citado.PEDREGOSIDADE–Nãopedregosa.ROCHOSIDADE–NãorochosaRELEVOLOCAL–Forteondulado.RELEVOREGIONAL–Forteonduladoeondulado.EROSÃO–LaminarLigeira(comravinasesulcosocasionais).DRENAGEM–Bemdrenado.VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Floresta tropical subperenifólia (Floresta ombrófila abertacompalmeiras-IBGE).USOATUAL–Pastagem.DESCRITOECOLETADOPOR–VirleiÁlvarodeOliveira,MarcioRochaFrancelinoeNilsonGomesBardales.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Ap-0-16cm;bruno-escuro(10YR4/3,úmido),bruno-claro-acinzentado(10YR6/3,seco);franco-argilo-arenosa;moderada,médiaegrande,granularefraca,pequena,blocossuban-gulares;muitodura,friável,plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

BA-16-31cm;bruno-escuro(7,5YR4/6,úmido)ebruno(7,5YR5/4,seco);argila;mod-eradaaforte,médiaegrande,blocosangularesesubangulares;muitodura,firme,plásticaepegajosa;transiçãogradualeplana.

Bt1-31-60cm;vermelho-amarelado(5YR4/6,úmido);argila;moderadaaforte,médiaegrande,blocosangulares;cerosidadecomumefraca;dura,firme,plásticaepegajosa;tran-siçãodifusaeplana.

Bt2-60-102cm;bruno-avermelhado(5YR4/4,úmido);franco-argilo-arenosa;fraca,peque-naemédiaprismática,compostadeforte,pequenaemédia,blocosangulares;cerosidadeabundanteemoderada;dura,firme,plásticaepegajosa;transiçãogradualeplana.

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87SBCS

Bt3 - 102-127cm; bruno-avermelhado (5YR 4/3, úmido); franco-argilo-arenosa; fraca,pequenaemédiaprismáticacompostademoderada,média,blocosangularesesubangu-lares; ligeiramente dura, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transiçãogradualeplana.

BC-127-180+cm;bruno-avermelhado(5YR4/3,úmido);franco-argilo-arenosa;moderada,pequenaemédia,blocosangularesesubangulares;ligeiramentedura,friável,ligeiramenteplásticaeligeiramentepegajosa.

RAÍZES–FinasfascicularesecomunsnoAp,finasfascicularesepoucasnoBAeBt1,finasfasciculareserarasnoBt2eBt3.

OBSERVAÇÕES–Propriedadesmorfológicasque indicammaioratividadedeargilaemsuperfície,porémemintensidademenorquenosperfisP6,P7eP8.

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88IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Análises Físicas e Químicas

Perfil: AC - P09 - Amostras de Laboratório: 09.1748-1753

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89SBCS

Perfil AC-P10

DATADACOLETA-08/10/09CLASSIFICAÇÃOATUAL–(SiBCS,2006)-LUVISSOLO(?)CRÔMICOÓrticoabruptícoCLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO–RodoviaBR364,sentidoFeijó-ManoelUrbano,próximoaoRioJurupari,municípiodeFeijó,AC.COORDENADAS:08°32`47,5”S;69°56`9,5”W

SITUAÇÃO,DECLIVEECOBERTURAVEGETALSOBREOPERFIL–Cortedeestradaemáreadepastagem.Terçosuperiordeencostacom6%dedeclive.

ALTITUDE–183m.LITOLOGIA,UNIDADELITOESTRATIGRÁFICAECRONOLOGIA–SedimentosdaFormaçãoSolimõesInferiorMATERIALORIGINÁRIO–AlteraçãodeargilitosnãoconsolidadosdaFormaçãoSolimões.

PEDREGOSIDADE–Nãopedregosa.ROCHOSIDADE–Nãorochosa.RELEVOLOCAL–Suave-onduladoRELEVOREGIONAL–Suaveonduladoeondulado.EROSÃO–Laminarmoderadaeemsulcosocasionais.DRENAGEM–Moderadaaimperfeitamentedrenado.VEGETAÇÃOPRIMÁRIA–Floresta tropical subperenifólia (Floresta ombrófila aberta-IBGE).USOATUAL–Pastagemdebrachiária(braquiarão).CLIMA:Tropicalúmidocomprecipitaçãoanualdecercade2.200mmDESCRITOECOLETADOPOR–PauloKlingerTitoJacomineeoutros.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Ap-0-5cm;bruno-acinzentado-escuro(10YR4/2,úmido),cinzento-brunado-claro(10YR6/2,seco),commosqueadomuitopequeno,comumedistintobruno-amarelado-claro(2,5Y6/4)epouco,pequenoeproeminentedecormaisescura;franco;maciça;muitodura,plásti-caepegajosa;transiçãoabruptaeplana.

AB-5-16cm;bruno-escuro (7,5YR4/3,úmido),bruno-forte (7,5YR5/4, seco), franco-siltosa;fraca,pequena,blocossubangulareseangulares;dura,plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

Bt1-16-53cm;vermelho-amarelado(5YR4/6,úmido);muitoargilosa;moderada,grande,prismáticacompostadeforte,pequenaemédia,blocosangularesesubangulares;cerosidadecomumemoderada;muitodura,plásticaepegajosa;transiçãogradualeplana.

Bt2-53-80cm;vermelho-amarelado(5YR4/6,úmido),mosqueadocomum,muitopequeno

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90IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

epequeno,distintobruno-amarelado(10YR5/4,úmido);franco-argilosa;moderada,médiaprismáticacompostadepequena,blocosangularesesubangulares;cerosidadepoucamod-erada;muitodura,firme,plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

BC-80-102cm;vermelho-amarelado(5YR4/6úmido,úmido),mosqueadocomum,peque-no e médio, proeminente, bruno-acinzentado-claro (10YR 6/3, úmido); franco-argilosa;fraca,moderada, pequena, blocos subangulares;muito dura, firme, ligeiramente plástica/plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

CB-102-122cm;variegadadevermelho(2,5YR4/6,úmido)ebrunomuito-claro-acinzen-tado(10YR7/3,úmido);argila;muitodura,firme,ligeiramenteplástica/plásticaepegajosa;transiçãoclaraeplana.

C-122-137cm+;variegadadevermelho(2,5YR4/6,úmido)ebruno-muito-claro-acinzen-tado(10YR7/3,úmido);argila;ligeiramenteplásticaepegajosa.

RAÍZES–MuitofinasfascicularesecomunsnoApeAB;poucasraízesc/3mmdediâmetro,distribuídashorizontalmentenotopodoBt1.PoucasraízesfinasnasfendasemBt1eBt2;poucasnoBCerarasnoCBetopodoC.

OBSERVAÇÕES–OshorizontesBt2,BCeCforamdescritosúmidos,bemcomoapartein-feriordoBt1.Presençadepontuaçõesescuras,possivelmenteMn.PoucocarvãonoApeAB.

Fendasnoperfildeaté3mmnoBt1.PoucosporospequenosnoAp,AB;comunsepequenosnoBt1eBt2;poucosnosdemais.

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91SBCS

Análises Físicas e Químicas

Perfil: AC - P10 - Amostras de Laboratório: 09.1754-1760

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92IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Perfil AC-P11

DATADACOLETA-08/10/09CLASSIFICAÇÃOATUAL – (SiBCS, 2006) - VERTISSOLO (?)HÁPLICO Órtico luvissólico (?) ou LUVISSOLO (?) CROMICOPalico vertissolico (?)CLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO–RodoviaBR364,sentidoFeijó-SenaMadureira,distante150kmdeFeijó.COORDENADAS:0902’43,20’’S;6846’18,12’’W

SITUAÇÃO,DECLIVEECOBERTURAVEGETALSOBREOPERFIL–Terçomédiodeelevaçãocomdeclivede3a4%,cortedeestradasobcoberturadegramíneas.

ALTITUDE–148m.LITOLOGIA,UNIDADELITOESTRATIGRÁFICAECRONOLOGIA–Sedimentosargi-lososdaFormaçãoSolimõesInferior.MATERIALORIGINÁRIO–Alteraçãodomaterialsupracitado.PEDREGOSIDADE–Nãopedregosa.ROCHOSIDADE–Nãorochosa.RELEVOLOCAL–Suaveondulado(commorrosdevertentessuavesetoposaplainados).RELEVOREGIONAL–Suaveonduladoeondulado.EROSÃO–Laminarmoderadaeforte.DRENAGEM–Imperfeitamentedrenado.VEGETAÇÃOPRIMÁRIA–Florestatropicalsubperenifólia(Florestaombrófilaabertac/bambuepalmeiras-IBGE).USOATUAL–PastagemdeBraquiária.DESCRITOECOLETADOPOR–VirleiÁlvarodeOliveira,LúciaHelenaCunhadosAn-jos, Falberni de Souza Costa e Edson Alves de Araújo

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Ap-0-20cm;cinzento-avermelhado-escuro(5YR4/2,úmido),cinzento(5YR5/1,seco),commosqueadopouco,pequenoedistinto,vermelho-amarelado(5YR5/6);argila;modera-da,média,blocosangularesesubangularesemoderada,médiaegrande,granular;extrema-menteduraamuitodura,muitofirme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaeclara.

BA-20-28cm;bruno-avermelhado(5YR4/4úmido);argila;forte,pequenaemédia,blocosangularesesubangulares;extremamentedura,firme,muitoplásticaemuitopegajosa;tran-siçãoonduladaeclara(26-30).

Bt-28-49cm;variegadodecinzento-bruno-claro(10YR6/2,úmido)evermelho-amarela-do(2,5YR5/8,úmido);muitoargilosa;forte,grande,blocosangulares;superfíciedecom-pressão e cerosidade comum e abundante emoderada; extremamente dura,muito firme,muitoplásticaemuitopegajosa;transiçãoplanaeclara.

Bv-49-77cm;cinzento-bruno-claro(10YR6/2,úmido),commosqueadocomum,pequeno

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93SBCS

eproeminentevermelho (2,5YR4/8,úmido);muitoargilosa;moderada,médiaegrande,prismática,compostademoderada,médiaegrandeblocosangularesesubangulares;super-fíciesdecompressãoe‘slickensides’comuns(principalmentesentidohorizontaldocontatoentreasestruturas)ecerosidadecomumemoderada;muitodura,firme,muitoplásticaemuitopegajosa;transiçãoplanaedifusa.

BCv-77-140cm+;cinzento-claro(10YR7/1,úmido),commosqueadocomum,pequenoemédio,proeminentevermelho(2,5YR4/8,úmido);muitoargilosa;fraca,média,prismática,compostademoderada,média,blocosangularesesubangulares;poucassuperfíciesdecom-pressãoe‘slickensides’comuns;muitodura,firme,plásticaepegajosa.

RAÍZES–ComunsefinasfasciculareserarasmédiasemApeBA;poucasefinasfascicu-laresemBt;rarasefinasfascicularesemBveBCv.

OBSERVAÇÕES–Presençadealgumasrachadurasnasuperfíciedoterreno.Fendasver-ticaisemsuperfície(com0,5–1cmlarguranoAp)estendendo-seatépartesuperiordoBv.Depósitodematerialmineralna superfíciedoperfil emváriospontos ao longodocortedeestrada.

Nocampo,aclassetexturaldohorizonteAp,foiidentificadanasclassesfranco/franco-argi-losaeadohorizonteBCvnaclassefranco-argilosa.

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94IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

Análises Físicas e Químicas

Perfil: AC - P11 - Amostras de Laboratório: 09.1761-1765

Page 95: ix rcc Acre Guia de campo

95SBCS

Perfil AC-P013

DATADACOLETA-12/02/2010CLASSIFICAÇÃOATUAL–(SiBCS,2006)–PLINTOS-SOLOHÁPLICO(?)/ARGISSOLO(?)CLASSIFICAÇÃOPROPOSTA:

LOCALIZAÇÃO – Rio Branco; campo experimental daEmbrapaAgroflorestaldoAcre,namargemdireitadarodo-viaBR364,notrechoRioBranco–PortoVelho(RO),dis-tante14kmdacidadedeRioBranco.COORDENADAS:10001’52,32’’S;67041’33,38’’W

SITUAÇÃO,DECLIVE–ECOBERTURAVEGETALSOBREOPERFIL,descritoemáreadetopoaplainadocom3a5%dedeclive,sobSistemaAgroflorestal(SAF),compre-sençadeleguminosa(puerária).

ALTITUDE–165mLITOLOGIA,UNIDADELITOESTRATIGRÁFICAECRONOLOGIA–Argilitos,siltitosargilososearenitoscommatrizargilosa,referenteaoPleistoceno.MATERIALORIGINARIO–Alteraçãodomaterialsupracitado.PEDREGOSIADADE–Nãopedregosa.ROCHOSIDADE–Nãorochosa.RELEVOLOCAL–Plano.RELEVOREGIONAL–Suaveondulado.EROSÃO–Semerosãoaparente.DRENAGEM–Imperfeitamentedrenado.FLORESTAPRIMÁRIA–Florestatropicalsubperenifólia(Florestaombrófilaabertacompalmeiras–IBGE).USOATUAL–SistemaAgroflorestal(SAF).DESCRITOECOLETADOPOR–NilsonGomesBardales,EdsonAlvesdeAraújo,PedroR.R.deAraújo.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Ap-0-15cm;cinzento-avermelhado-escuro(5YR4/2úmido);franco-argilo-siltosa;mod-erada,pequenaemédia,blocossubangulareseangulares;dura,muitofirme,ligeiramenteplásticaaplásticaeligeiramentepegajosaapegajosa;transiçãoplanaeclara.

AB-15-26m;brunoforte(7,5YR5/6úmido);argilo-siltosa;moderada,pequenaemé-dia,blocossubangulareseangulares;dura,muitofirme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaeclara.

BA-26-41cm;brunomuitoclaro-acinzentado(10YR7/3úmido),commosqueadopouco,pequenoedifuso,vermelho(2,5YR4/6úmido);muitoargilosa;pequenaemédia,blocossubangulares;dura,muitofirme;plásticaepegajosa;transiçãoplanaegradual.

B1-41-77cm;cinzentoclaro(10YR7/1úmido),commosqueadocomum,pequenoedifu-

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96IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

so,vermelho(2,5YR4/6úmido);argila-siltosa;fracaamoderada,pequenaemédia,blocossubangulares;dura,firmeamuitofirme,plásticaepegajosa;transiçãoplanaegradual.

B2-77-127cm;(10YR7/1úmido),commosqueadoabundante,médioeproeminente,ver-melho(2,5YR4/6úmido);argila-siltosa;fracaamoderada,pequenaemédia,blocossuban-gulares;dura,firmeamuitofirme,plásticaemuitopegajosa;transiçãoplanaeclara.

B3-127-177cm;cinzentoclaro(10YR7/1úmido),commosqueadoabundante,médioeproeminente,vermelho(2,5YR4/6);argila-siltosa;moderadaaforte,pequenaemédia,colu-nar;dura,muitofirme,plásticaemuitopegajosa;transiçãoplanaegradual.

BC-177-210+cm;acinzentadoclaro(10YR7/1úmido),commosqueadoabundante,médioeproeminente,vermelho(2,5YR4/6);argila-siltosa;fracaamoderada,pequenaemédia,prismática;muitodura,muitofirme,muitoplásticaemuitopegajosa.

POROS–PorosmuitopequenosepequenoscomunsemApeAB;porosmuitopequenosepoucosemBA,B1,B2,B3eBC.

RAÍZES–Muitas,muitofinas,finasemédiasnohorizonteAp;comuns,muitofinasefinasnohorizonteAB;poucasemuitofinasnohorizonteBA;rarasemuitofinasnoshorizontesB1,B2,B3eBC.

OBSERVAÇÕES–Perfildescritoemfevereiro(períododechuvas),oqueimpediuaaval-iaçãodacerosidade,pelaaltaumidadedoperfil.Emperíodossecospode-senotarnohori-zonteB2padrãodeestruturadotipocolunareouprismática.Presençade‘slickenside’noBC.Materialcarbonizado(carvão)nohorizonteAemanganêsnohorizonteB1.PresençadeconcreçõesnohorizonteBA.ApossívelocorrênciadeplintitanoshorizontesB1aB3enoBCseráavaliadaporocasiãodaIXRCC.

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97SBCS

Análises Físicas e Químicas

Perfil: AC - P13 - Amostras de Laboratório: 10.0032-0038

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98IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa

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100IX Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: Sistemas Amazônicos – Solos Sedimentares em Potencialidade e Demanda de Pesquisa