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Jornal Mensal de Educação Ano 08 | Agosto de 2010 | . 84 distribuição gratuita A técnica de coaching tem contribu- ído para que professores consigam mi- nistrar aulas em busca de melhores re- sultados. O método consiste em trans- formar o ambiente escolar em um gran- de fórum de discussões. Embora alguns possam considerar a técnica utópica, muitos têm registrado situações posi- tivas. A palavra coach foi emprestada do meio esportivo e significa técnico ou treinador. A sua função é de incentivar e ajudar os atletas a alcançarem melhores resultados. É como se, em sala, o téc- nico fosse o professor e os atletas, os alunos. Páginas 8 e 9. Professores utilizam técnicas de coaching para dar aulas O que é de valor? Ética no trabalho [e na vida] Ranking das escolas. Bom ou ruim? colunistas Pág. 04 Pág. 13 Pág. 14 Esther Cristina Pereira Teo Pereira Neto Jacir J. Venturi Desvios na Secretaria de Educação PODEM ULTRAPASSAR R$ 1 MILHÃO A novela IESDE/VIZIVALE Veja quais as últimas novidades so- bre o caso Iesde/Vizivali. MEC aprova complementação de 1.300 horas, por meio de polos da Universidade Aberta do Brasil. Os professores que fizeram a capacitação não gostaram. Página 12. Nuvens negras pairam sobre o prédio colorido da Secretaria de Estado da Educação, no bairro Água Verde, em Curitiba. O valor dos desvios de diárias de viagens pode ultrapassar a casa de R$ 1 milhão, bem maior que o total já descoberto pela auditoria, que é de R$ 800 mil. O trabalho deve apontar também o envolvimen- to de mais servidores. Até agora dois foram exonerados e quatro afastados de suas funções admi- nistrativas. O secretário especial de Corregedoria e Ouvidoria Ge- ral, Antonio Comparsi de Mello, diz que, por enquanto, não pode precisar o valor total, “mas com certeza” é bem maior que o já di- vulgado. O relatório final sai até o final deste mês. Página 3.

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Jornal Mensal de Educação

Ano 08 | Agosto de 2010 | N°. 84distribuição gratuita

A técnica de coaching tem contribu-ído para que professores consigam mi-nistrar aulas em busca de melhores re-sultados. O método consiste em trans-formar o ambiente escolar em um gran-de fórum de discussões. Embora alguns possam considerar a técnica utópica, muitos têm registrado situações posi-tivas. A palavra coach foi emprestada do meio esportivo e significa técnico ou treinador. A sua função é de incentivar e ajudar os atletas a alcançarem melhores resultados. É como se, em sala, o téc-nico fosse o professor e os atletas, os alunos. Páginas 8 e 9.

Professores utilizam técnicas de coaching para dar aulas

O que é de valor? Ética no trabalho[e na vida]

Ranking das escolas. Bom ou ruim?

colunistas

Pág. 04 Pág. 13 Pág. 14

Esther Cristina Pereira Teo Pereira Neto Jacir J. Venturi

Desvios na Secretaria de EducaçãoPODEM ULTRAPASSAR R$ 1 MILHÃO

A novelaIEsdE/VIzIVAlE

Veja quais as últimas novidades so-bre o caso Iesde/Vizivali. MEC aprova complementação de 1.300 horas, por meio de polos da Universidade Aberta do Brasil. Os professores que fizeram a capacitação não gostaram. Página 12.

Nuvens negras pairam sobre o prédio colorido da secretaria de Estado da Educação, no bairro Água Verde, em Curitiba. O valor dos desvios de diárias de viagens pode ultrapassar a casa de R$ 1 milhão, bem maior que o total já

descoberto pela auditoria, que é de R$ 800 mil. O trabalho deve apontar também o envolvimen-to de mais servidores. Até agora dois foram exonerados e quatro afastados de suas funções admi-nistrativas. O secretário especial

de Corregedoria e Ouvidoria Ge-ral, Antonio Comparsi de Mello, diz que, por enquanto, não pode precisar o valor total, “mas com certeza” é bem maior que o já di-vulgado. O relatório final sai até o final deste mês. Página 3.

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E EnvOLvER MAIS SERvIDORESFraude na Educação deve ser maior

Ovalor desviado da secre-taria de Estado da Edu-

cação (seed) deve atingir cifras bem maiores que os R$ 800 mil anunciados pela auditoria que apura irregularidades com diárias de viagens. de acordo com o secretário especial de Corregedoria e Ouvidoria Ge-ral, Antonio Comparsi de Mello, não é possível ainda precisar o montante, “mas, com certeza,” é bem maior. “Os R$ 800 mil se referem apenas aos anos de 2009 e 2010, mas já encontra-mos irregularidades em 2007 e 2008”, diz.

A sindicância já levantou o nome de seis servidores envol-vidos. dois foram exonerados, por terem cargos em comissão, e quatro afastados de suas fun-ções, por serem servidores de carreira no serviço público. O secretário acredita que outras pessoas possam estar envol-vidas. “Estamos levantando in-formações, mas ainda não pos-so falar sobre isso”, disse ao Nota 10, no dia 18 deste mês de agosto.

Na avaliação de Mello é possível que entre os dias 25 e 30 deste mês o relatório da au-ditoria esteja concluído. “Pode ser que não tenhamos tudo pronto, mas uma prévia sim”. O trabalho na secretaria de Educação está mais adiantado, mas a Corregedoria trabalha

O secretário diz que o relatório sobre as irregularidades fica pronto até o final deste mês.

Alguns servidores acusados de envolvimento nas irre-gularidades de desvios de diárias têm alegado inocência e buscado se defender por meio de advogados. O secretário Antonio Comparsi de Mello diz que será dado o direito de defesa a todos os acusados, mas as evidências de fraude até agora levantadas são claras. “Não acredito em inocên-cia”, ressalta. Para ele, tecnicamente falando, está muito claro que houve desvios.

Os nomes dos acusados já foram informados pela im-prensa, mas o Nota 10 opta em não os divulgar até o fim das investigações.

“ Não acredito em iNocêNcia ”

também em busca de fraudes em outras secretarias.

Apesar de adiantado, o tra-balho para levantar informações na documentação da seed é grande, já que 17 toneladas de documentos da secretaria de-sapareceram misteriosamente de um barracão onde estavam arquivados, em Piraquara, mu-nicípio da região metropolita-na. Um delegado foi designa-do para acompanhar o caso e também deve dar um parecer nos próximos dias.

Para Mello o sumiço, que teria ocorrido em janeiro deste ano, mas só foi tornado público no mês passado, não atrapa-lhou as investigações. “Fomos buscar os dados no sistema, temos tudo em formato digital”, disse. Ao todo seis auditores analisam os papéis.

O secretário diz que, pela análise que se pode fazer até agora, dá para concluir que houve falta de gestão na libe-ração das diárias e que haveria necessidade das concessões terem sido acompanhadas mais de perto. “Em alguns ca-sos houve abuso, quando um servidor viajava, muitas vezes, sem necessidade”. segundo ele, pode ser que haja proble-mas também em anos anterio-res a 2007, mas o trabalho de investigação irá ser feito deste ano até agora, em 2010.

Helio Marques

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Psicopedagoga, Diretora da Escola AtuaçãoContatos: [email protected] • (41) 3274-6262

Esther Cristina Pereira

O que é de valor?Certa vez li um texto de Ítalo Calvino, um

importante escritor do século XX, que tece um parâmetro sobre o valor das coisas. Dizia mais ou menos que, às vezes, o espelho aumenta o valor das coisas e, às vezes, o anula. E é com essa ideia que gostaria de começar este artigo. Volto ao título deste texto: O que é de valor? É uma boa pergunta para iniciarmos o segundo semestre.

Gostaria de abordar a realidade escolar e a visão da verdadeira educação. Será que tudo que vemos e ouvimos tem valor? Ou o valor é dado em boa parte pela mídia, que valori-za algo para segurar audiência. Ou será que o que tem valor é a ideia marqueteira de al-guma empresa, para valorizar seu produto? Nossas crianças, que ficaram tantos dias em casa, viram muitas imagens na televisão e no computador que normalmente não viriam se estivessem na escola. Tantas coisas ruins, que permeiam os noticiários. São tantas mortes,

atropelamentos, vazamento de petróleo, assal-tos, guerras, fome, desmatamentos. São tantas possibilidades enchendo a cabeça dos estudan-tes, durante o período de férias.

Seria necessária uma tomada de decisão ur-gente, uma mudança de postura geral, para evi-tarmos e pouparmos nossas crianças de terem acesso a tanta coisa inútil. E, além disso, muito desse lixo é impróprio para a idade de muitos. Será que nós, adultos, não temos condições de discernir o que é bom ou ruim para elas? Ou até sabemos, mas não temos condições de lutar contra todo esse emaranhado de sujeira? Como fica, então, a noção de valor das coisas que elas veem? Como justificar que um adulto mate, rou-be, engane, minta. Se o adulto é o mentor dessa criança, referência para a vida?

Muitas vezes queremos e buscamos que a criança nos respeite, mas como se dar ao respei-to se nós, adultos, estamos envoltos com tanta barbaridade? Como querer que essa criança seja

diferente se ela vê situações tão negativas e, muitas vezes, copia isso... Precisamos, com urgência, de um posicionamento mais eficaz do papel de educar, com um governo que re-aja às inconsequências de uma mídia perver-sa com leis à altura. Que escolas possibilitem mostrar às crianças aquilo que realmente va-lha à pena. Que a escola faça verdadeiramente o seu papel. Que as famílias percebam que fi-lho é para sempre. Que é um tipo de contrato que não pode ser rescindido, em que todas as cláusulas serão, verdadeiramente, cobradas, mais cedo ou mais tarde.

Vamos pensar nisso. E bom semestre de aulas a todos.

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Da Redação Professores e estudantes poderão

visitar a 1.ª Bienal do livro Paraná de graça. Para isso basta se inscrever para a Visitação Escolar. A atividade permite uma participação especial para estu-dantes de escolas públicas e particula-res, com idade entre 7 e 14 anos.

serão seis dias reservados para que os alunos do ensino fundamental conheçam a feira. Tudo isso para es-timular a imaginação e aproximar os estudantes do mundo dos livros. O pro-fessor precisa ter em mãos os dados da sua escola, entre eles o endereço com-pleto com CEP e o CNPJ e um projeto com até 1.000 caracteres explicando os objetivos da ida ao evento.

A Bienal tem capacidade para re-ceber 30 mil alunos e as datas das visi-tas serão 1.º, 4, 5, 6, 7 e 8 de outubro, das 14h às 17h no dia 1.º e das 9h às 17h nos demais dias. Para professores, bibliotecários e profissionais do livro, a participação é gratuita.

“Com essa ação oferecemos aos professores a oportunidade de dina-mizar suas aulas e incentivar o hábito da leitura em seus alunos, propiciando a eles um contato mais íntimo com o livro fora do ambiente escolar”, garan-

te Tatiana zaccaro, gerente do Núcleo Bienal do livro da Fagga | Gl events – empresa responsável pelo evento.

Os estudantes participantes da Visitação Escolar terão acesso gratuito ao evento. Os demais estudantes se-rão encaminhados para a bilheteria. Os professores têm entrada gratuita, mas devem levar comprovante de profissão, juntamente com a carteira de identida-de e o CPF.

A escola deverá levar professores

EM TEMPO...Mostra de Talentos

A Associação Paranaense dos Administradores Escolares (Apade), com sede em Curitiba, irá realizar, dias 1.º e 2 de setembro, o proje-to Talentos da Apade. A finalidade é reunir, na sede da instituição, os associados que desenvolvem tra-balhos manuais, como artesanato, bijuterias etc.

O evento será das 14h às 17 horas, na Rua Ermelino de leão, 15, 8.º andar, no Centro, e outras ativi-dades ocorrerão sucessivamente.

Os interessados em participar podem procurar a professora Mi-rian Mattar, pelo telefone (41) 3323-6493.

Em breve novas mostras serão realizadas, ligadas à música, literatu-ra, artes plásticas etc.

para o acompanhamento dos alunos, sendo recomendados seis professores para 40 alunos.

A 1.ª Bienal do livro Paraná será de 1.º a 10 de outubro, no Estação Embra-tel Convention Center, em Curitiba. Além da visitação escolar, a programação da Bienal inclui: Café literário, Atividades Infantis e sessões de Autógrafos.

As inscrições para a Visitação Es-colar podem ser feitas pelo site www.bienaldolivroparana.com.br

UM PAssEIO de graça pela Bienal

literatura

Os estudantes que se inscreverem poderão visitar toda a Bienal sem pagar nada.

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07literatura

Da Redação Colaboração Fabiane Melo

Bárbara Malcut, estudante de Tec-

nologia em Comunicação Institucional na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), quer ser reconhecida como escritora. Tem um livro escrito e diversas peças de teatro. determinada e com ideias bem moldadas na cabeça, almeja montar uma editora ano que vem e uma produtora de vídeo futuramente.

A mãe de Bárbara, Marilina, con-ta que quando estava grávida ganhou o livro Como Multiplicar a Inteligência de seu Bebê e, a partir dele, começou a entender as maneiras de despertar conhecimento e curiosidade em uma criança. A intenção não era criar um pro-dígio ou um robô, como os amigos que a viam lendo falavam. Ela queria exerci-tar a menina para que se interessasse por brinquedos didáticos e aprendesse com eles. Com 1 ano de idade Bárbara sabia o que fazer com todos os pas-satempos que a mãe lhe dava, desde apertar botões até montar peças.

Aos 6 anos a menina se interessa-va por esportes. “só não fiz esgrima”, brinca. Foi com essa idade que também fez um solo de ballet no Teatro Fernan-da Montenegro.

ELA qUER SERuma escritora famosa

Quando falam a ela que não teve infância, responde que sua mãe não lhe obrigava a nada. “Eu lia brincando. Com 8 anos pedi um livro do Harry Potter de aniversário”.

Marilina queria que a filha fosse médica porque admirava pessoas com uniformes brancos, mas percebeu logo o talento que a menina tinha para escre-ver. “Mesmo com condições financeiras restritas, comprei um computador pra ela. Não tinha como pagar um curso de informática e, mesmo com 7 anos, aprendeu rapidinho sozinha”.

sempre muito interessada por lei-tura, aos 12 anos ela redigiu sua primei-ra peça de teatro “Tênis ou salto Alto?”, mas não conseguiu produzí-la. Nesse momento pensou em desistir de es-crever e achou que só grandes nomes conseguiam publicar textos e ser reco-nhecidos. Porém, com o apoio de sua mãe e convicções fortes, Bárbara redi-giu outras três peças: “Quem disse que eu tô a fim”, “Felincidade” e “dramas da Vida”, estas produzidas e aplaudidas no teatro lala schneider.

A ESCRITORA - Aos 15 anos a

adolescente começou a escrever seu primeiro livro, intitulado “Ilhas das Pedras Verdes”. Escrito em apenas um mês,

conta uma história de ficção e aventu-ra em Atlântida, onde a escritora inseriu teorias de Platão e conceitos de Freud. “Meu objetivo é sempre agregar conhe-cimentos ao meu leitor, seja ele qual for”. A garota não tem um público-alvo com seus textos, só pensa em transmitir conhecimento e suscitar reflexões nas pessoas.

Bárbara passou por muitas dificul-dades e já ouviu coisas desanimadoras. Porém, acredita que para ser escritora tem que ter dom e não idade, como muitos já falaram. “Pra ser engenheira é necessário uma faculdade, pra ser escritora precisa ter dom. As pessoas não entendem. Querem idade mínima, experiência, nome e não criatividade.”

logo depois de terminar a edição de “Ilha das Pedras Verdes” ganhou uma cortesia de 300 exemplares da es-cola onde estudava. Porém queriam re-escrevê-lo aumentando a história, de 64 para 300 páginas. Bárbara foi contrária à ideia e manteve a história original.

A garota tem planos de montar uma editora justamente para apoiar escritores jovens. “Há livrarias que têm uns projetos bem bacanas para escrito-res independentes e eu vou criar alguns porque sei o quanto é difícil para quem está começando e não sabe nem como registrar um livro”.

Quando ela disse à sua mãe que iria escrever um livro recebeu o maior apoio. “No íntimo não acreditava que fosse realmente sair um livro, mas me

surpreendi à medida que ela me dava os capítulos para ler”, explica Marilina.

Bárbara conta que não tem um estilo próprio ou livros como base, ape-nas estuda certos conteúdos que vai abordar, inventa uma história, dispõe em tópicos e depois os desenvolve. Com essa atitude de mesclar realidade e ficção recebe elogios de pessoas que aprenderam a teoria de forma dinâmica e interessante. “Uma amiga minha diz que pra ler da primeira página até a 17 ela demorou 2 dias e para terminar a lei-tura levou só 2 horas.”

Ela afirma que não tem uma prefe-rência entre escrever livros ou peças de teatro, apenas relata o quão mais difícil é um roteiro. “O mais difícil de produzir uma peça de minha autoria é conseguir a confiança do diretor e do teatro. Tenho que atrair várias pessoas para gerar lucro para eles e muitas delas vêm pelo nome do autor. Eu ficava com receio no início, mas estou conquistando meu espaço”.

A PALESTRANTE - Para divulgar

o livro, mostrar as dificuldades que teve e, incentivar a leitura e escrita, Bárbara dá palestras em colégios do Paraná. depois de conversar com alunos da 5.ª série ao 3.º ano, vendia o livro a R$ 16 Mas a partir de agora o custo baixou para R$ 10 e é pré-requisito para ver a palestra.

Ela conta que visita colégios para motivar os alunos a escreverem e os que leem “Ilha das Pedras Verdes” sem-pre lhe perguntam se esteve mesmo em Atlântida. “Meu objetivo é convencer o público. Eu gosto de inventar coisas e brincar com a imaginação, porque se a pessoa não acreditar que existe o reino de Atlântida não tem como provar que não existe também”. A escritora ressalta que a continuação do livro já está pron-ta em sua cabeça e com plano de lan-çamento para o ano que vem.

A mãe a acompanha sempre que pode, principalmente se a palestra não é realizada em Curitiba. “sou uma es-pectadora e gosto das palestras, assim como a maioria. Quando ela se empol-ga e fala muito rápido eu faço um sinal pra diminuir o ritmo”, explica.

Bárbara também quer escrever seriados, novelas, roteiro de programas curtos, porém reclama que no Brasil não há tanta abertura para isso. “se eu não conseguir aqui, vou tentar nos Estados Unidos e em Hollywood, conta”. Então, guarde este nome: Bárbara Malcut.

Nome de escritora ela já tem. Agora quer vencero preconceito, principalmente das editoras e produtores

de peças teatrais, e se tornar conhecida do grande público. O sonho já começou a se concretizar.

Bárbara escreveu a primeira peça quando tinha 12 anos. Hoje tem 18.

A escritora dá palestra em diversos colégios do estado. Na foto está no Colégio Spei, em Curitiba.

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Alguns paradigmas precisam ser quebrados a partir do momento que o profissional passa a atuar como coa-ching (veja box abaixo). Um dos pontos mais difíceis apontados é ser capaz de ouvir, em vez de dar conselhos. sair da posição de “tudo sabe”, para facilitador da aprendizagem, sabendo que não vai perder status por isso. “É realmente uma mudança de paradigma e de hábi-tos. A questão é acreditar e avaliar se vale a pena sair da zona de conforto”, diz susana.

Uma das mudanças, nesta virada de paradigma pessoal, é deixar de apontar os pontos fracos e passar a reconhe-cer pontos fortes e valorizá-los. “Todos nós temos pontos fortes ou fortalezas e pontos fracos ou vulnerabilidades. logo eu tenho que os conhecer para poder potenciá-los ao máximo. A questão é que não são os pontos fracos que nos fazem crescer, mas sim os fortes”, diz a couche susana.

No passado, explica ela, só se dava foco aos pontos fracos e atuava-se com

08 ensino

Coaching,UMA nOvA fORMA DE EnSInAR

O aluno de hoje não é mais o mesmo de dez anos atrás. Ele é mais exigente e quer entender os porquês, não aceita ordens com facilidade e quer obter informações diferentes

daquelas que encontram todo dia na internet.

Brisa TeixeiraEspecial para o Nota 10

O professor necessita criar um vín-culo com os alunos em que a sala de aula se torna mais que um fórum de apresentação de matéria, um fórum de discussão sobre a mesma, suas aplica-ções, sua integração com o restante do curso e também com o que o aluno quer e necessita.

Esse ambiente pode parecer utópi-co para alguns professores, mas muitos vêm buscando uma técnica, chamada coaching, que os têm ajudado a con-quistar um espaço e uma postura dife-renciada com os alunos.

Coaching não é um termo novo, seu significado é, simplesmente, desen-volvimento e crescimento focado em metas e objetivos. A palavra coach foi emprestada do meio esportivo e signi-fica técnico ou treinador. A sua função é de incentivar e ajudar os atletas a al-cançarem os melhores resultados, por meio do desenvolvimento de novas ha-bilidades. “Quase tudo já existia como conceito, só que agora é colocado de uma forma estruturada, que faz sentido e capacita as pessoas”. A explicação é da especialista em coaching, susana Azevedo, formada pelo Integrated Coa-ching Institute (ICI) e certificada pelo In-

ternational Coaching Federation (ICF).A aplicação da abordagem-coa-

ching, segundo susana, vem transfor-mando e modificando a relação profes-sor/aluno. Para susana, o professor-co-ach é alguém, que para além de ensinar a matéria, procura criar um ambiente de confiança, domina estilos de comunica-ção e aprendizagem e com isso pode questionar os alunos sobre o que re-almente é importante a médio e longo prazos, respeitando cada um. “Este pro-fessor tenta incutir no aluno o conceito de que ele é o único responsável pela sua vida e que o que ele fizer hoje tam-bém tem um impacto para o amanhã”, diz susana.

LIDERANÇA - O que mudou, com-pleta susana, foi que hoje o professor já não é assumido e tido como “intocá-vel”, ou seja, os alunos não entram na aula com aquele respeito “imposto”. “O professor tem que se ‘impor’, não pela força, mas pela argumentação e sua capacidade de liderança”, destaca. O professor, continua ela, tem que ser o primeiro a dar o exemplo, a ser o “que-brador de paradigmas”, sob o risco de ser posto de lado. A sociedade mudou, mas na realidade necessitamos também resgatar algumas coisas do passado, que é sobretudo o falar e discutir (no bom sentido) – como sócrates já fazia.

Para Suzana o professor tem que se impor, não pela força, mas pela argumentação e liderança.

DE 1. Foco em resultado

2. Controlar

3. Apontar pontos fracos

4. Descobrir erros

5. “Resolvedor” de problemas

Para1. Engajar colaboradores para criar resultados sustentáveis

2. Dar poder aos colaboradores para decidirem e agirem

por si só (empowering)

3. Reconhecer pontos fortes e valorizá-los

4. Valorizar o esforço e o desenvolvimento

5. Dar apoio na busca de soluções

virada de paradigma pessoal

Fonte: International Coaching Federation (ICF)

PENsAR AlÉM dA sAlA dE AUlA

muitos treinamentos para amenizar as deficiências, mas na maioria das vezes isso não trazia resultados tão eficazes. “No coaching trabalha-se, em primeiro plano, as forças e em paralelo os pon-tos fracos, que estão limitando o cresci-mento, ou seja, levá-los a um nível que não causem danos ou me incomodem”. Esses pontos fracos, explica susana, para a maioria das pessoas nunca se-rão pontos fortes, mas poderão chegar a um nível médio.

Silvi

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richi

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Uma das mudanças,nesta virada de paradigma

pessoal, é deixar de apontar os pontos fracose passar a reconhecer

pontos fortes e valorizá-los.

Page 9: Jornal - agosto - 2010

Vivemos hoje uma crise na educação. No passado, o professor e as bibliotecas das escolas eram as grandes fontes

de informação. Hoje podemos encontrar na internet aulas filmadas com animações e explicações tão bem construídas que é impossível um professor ter habilidade para explicar o mesmo conteúdo apenas com um quadro-negro e giz.

Luciano Diniz, fundador da ONG Gente de Bem

ensino 09

Mudança dE CUlTURA E dE VIdA

A técnica ajuda os alunos a buscarem seus próprios caminhos e não dá respostas prontas.

Adotar uma abordagem-coach é uma mudança cultural e também uma competência para a vida profissional e pessoal. O conhecimento é muito va-lioso para aumentar a performance, a produtividade, mas também auxilia no desenvolvimento de pessoas sendo apli-cada, inclusive, na mudança de carreira e mesmo na gestão da vida pessoal (leia quadro abaixo).

O fundador da ONG Gente de Bem, luciano diniz, conta que sua vida mu-dou completamente desde que realizou a primeira formação em coaching, em 2006. “Em dois momentos de transição na minha vida eu recorri a este proces-so e tive resultados muito interessantes, como a minha mudança de profissão e a criação da ONG”, diz.

A decisão por buscar formação ocorreu quando diniz começou a ver os resultados que outros facilitadores tinham com essa abordagem. Ele perce-beu que a técnica ajudava as pessoas a encontrar seus próprios caminhos e não dava as respostas prontas. Hoje, depois de quatro anos utilizando esta técnica na sua vida pessoal e profissional, diniz considera o coaching uma das melhores ferramentas para o professor lidar com as necessárias mudanças do sistema educacional.

A técnica, conta ele, é usada em to-dos os trabalhos realizados pela ONG, que atua com educação voltada para a formação integral de jovens, aliando desenvolvimento pessoal e profissional. Os resultados são imediatos, conta ele,

pois a turma responde à forma como o professor atua desde o primeiro conta-to. As aulas naturalmente passam a ser mais prazerosas e divertidas, pois está conectada com o contexto de vida do aluno. “Eles percebem a importância do conteúdo para a sua vida. Isso não quer dizer que seja mais fácil para os alunos, pois eles precisam se adaptar e entender o fato de não darmos a resposta pronta, Eles não vão apenas ter que repetir em uma prova o que foi falado. Eles passam de agentes passivos para protagonistas do seu próprio aprendizado. dividimos as responsabilidades e eles precisam assumir a parte deles”, diz.

Nesta nova relação, diniz diz que quem atua como coaching não se co-loca em uma posição superior aos seus alunos. “sinto que eu não preciso saber, ou fingir, que sei tudo. Existe troca, tenho que escutar também e não apenas falar. Isso gera uma relação de respeito entre nós e não tenho problemas com indis-ciplina e o comprometimento do aluno aumenta”, exemplifica o educador.

Pesquisa sobre os benefícios do coaching:

Melhor gestão do tempo ......................... 84,5%

Orientação de carreira ............................ 74,3%

Aperfeiçoamento como líder ................... 73,8%

Melhora nos relacionamentos ................. 58,6%

Melhora na qualidade de vida ................. 51,9%

Desenvolvimento pessoal ....................... 5,2%

Orientação financeira .............................. 38,1%

Fonte: International Coaching Federation (ICF)

Aluno satisfeito, professor valorizadoAqueles que conseguem supe-

rar os paradigmas têm tidos bons resultados, tanto em termos de participação e avaliação dos alunos do seu trabalho, como mesmo das notas dos alunos. Este é o caso da professora adjunta da Universidade Positivo, Fátima Carvalho. O fato de ela obter uma média baixa avaliada pelos seus alunos de graduação a incomodava e a solução foi buscar capacitação na técnica coaching.

Como as disciplinas que ministra na universidade são técnicas, o gran-

de desafio da docente sempre é o de conscientizar o aluno sobre a importân-cia daquela disciplina na vida profissio-nal de seus alunos. segundo ela, é pre-ciso primeiro levá-los a uma autorrefle-xão ao fazer perguntas básicas como: O que vocês estão fazendo aqui? Por que vocês precisam fazer essa disci-plina? Você enxerga essa disciplina na profissão que vocês escolheram?

dessa maneira, Fátima vai con-duzindo a sua aula e com o tempo aproximando a distância entre aluno e professor. “O aluno hoje não pode sim-

plesmente ficar parado recebendo a matéria, ele deve aprender a pensar sobre como irá aplicar estas informa-ções em sua vida profissional e qual a importância disso para o seu sucesso profissional”, explica.

Para Fátima, a técnica coaching é uma forte tendência no sistema de educação e uma solução para o baixo aproveitamento escolar. “Não é um diploma que vai fazer dele mais capaz, mas sim a capacidade dele se conhecer, de aprender e focar nos seus objetivos”.

A técnica coaching é considerada uma forte tendência no sistema educacional e uma possível solução para o baixo aproveitamento escolar.

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literatura

10

Papel de PaiSala de aula é lugar de aprendizagem e formação, e não apenas para os alunos, mas também para os profes-sores. Cada dia é um novo desafio, uma nova experi-ência... e por que não um novo olhar para a prática educacional? Essa é a proposta das autoras neste livro que enfatiza aos educadores a atual necessidade de um ambiente escolar que agregue valores, e não apenas ensine conteúdo. O livro também aborda a questão dos alunos indisciplinados, que, em muitos casos, não querem ser desobedientes, mas apenas se comunicar para pedir ajuda. As autoras ilustram essa atitude ao contar a história de um garoto visto como “proble-mático”, que escutava música durante a explicação da professora. Porém, em vez de brigar, ela escutou, juntamente com ele, a música da banda “The Doors”. Quando acabou, ela disse: “Você sabia que Jim Mor-rison, compositor e vocalista desse grupo, era um poeta?” Com essa atitude a professora conseguiu se aproximar do aluno, sem brigar e nem confiscar o seu objeto, apenas dando-lhe atenção.

Paulus Editora - Lucy Silva e Regina Mara de Oliveira Conrado

Baseado inteiramente em fatos reais, o jornalista Renato Kaufmann conta com humor sincero e apaixonado como é atrapalhada e emocionante a gra-videz do ponto de vista masculino e o processo de tornar-se pai. Neste livro, ele fala sobre esse novo desafio, desde o pânico da primeira notícia até alguns dias após o nascimento de sua filha, Lúcia. “O livro traz uma perspectiva nova sobre um tema praticamente universal, afinal todo mundo veio de uma gra-videz e possivelmente passará por uma em sua vida”, afirma o autor. Para o publicitário Washington Olivetto, que assina o prefácio, trata-se de uma obra fundamental para futuros papais, que poderão se preparar, de modo correto e adequado, para uma gravidez confortável e sem surpresas.

Mescla Editorial - Renato Kaufmann

Editora adjunta do Jornal Nota 10Contato: [email protected]

Andréa Marques

Desconto em folha A Câmara dos Deputados analista o Projeto de Lei

7266/10, do deputado Eliene Lima (PP-MT), que permite o débito, em folha de pagamento, do valor de aluguel resi-dencial. A proposta cria a possibilidade ao inserir dispo-sitivos na Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-lei 5.452/43) para facilitar a assinatura de contratos de alu-guel sem fiador. De acordo com a Agência Câmara, a pro-posta limita o débito em folha para pagamento de aluguel residencial em 25% da remuneração líquida (remunera-ção total menos contribuição previdenciária e imposto de renda na fonte). O desconto pode ser suspenso a qualquer tempo, mas a empresa e o locador devem ser informados com 30 dias de antecedência. É vedada a cobrança de ta-xas pela empresa para efetuar o desconto. A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comis-sões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

fora Da ociosiDaDeEmpresas vencedoras de licitação pública no muni-

cípio de Curitiba poderão contratar adolescentes apren-dizes. É o que propõe projeto em trâmite na Câmara Municipal, que já passou pelas comissões e aguarda para ser colocado na pauta da votação em plenário. A iniciati-va pretende afastar os jovens da ociosidade, que conduz à violência e ao uso de drogas. A essência da propos-ta é a inclusão social pelo trabalho, com a finalidade de

oferecer ao adolescente e ao jovem a oportunidade de de-senvolver o aprendizado por meio do contato com novas tarefas, obter qualificação especializada, aumentar a renda familiar e dar a oportunidade para que possa desenvolver uma atividade profissional e seguir carreira. O número de adolescentes a serem admitidos pelas empresas vencedo-ras das licitações deverá ser equivalente a, no mínimo, 5% do pessoal alocado para o cumprimento de cada contrato, além do previsto na lei federal número 10.097/00, que ver-sa sobre a contratação de jovens para o Primeiro Emprego.

extensão Da licença-materniDaDeA prorrogação da licença-maternidade de quatro para

seis meses, prevista na Lei n.º 11.770/08, para mães que tra-balhem nas empresas inscritas no Programa Empresa Cidadã, pode deixar de ser facultativa e tornar-se obrigatória, de acor-do com o Senado, que votou, por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição que institui a obrigatoriedade de 180 dias de licença para as mamães. Em vigor desde o dia 25 de janeiro, a normativa concede benefício fiscal às empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadã, visto que estas podem deduzir do IRPJ os gastos extras com a remuneração dos dois meses adicionais de licença para a empregada.

O Senado ainda aprovou, no final de 2009, proposta que aumenta a licença-paternidade para casos em que haja morte da mãe no pós-parto, em que ela fique gravemente doente, quando o pai for o responsável por cuidar do filho adotado ou se a mãe abandonar a criança. Desta forma, o período de

licença-maternidade que seria concedido para a mãe, passa a ser assumido pelo pai, contudo, a proposta aguar-da análise na Câmara dos Deputados.

aviso prévioProjeto de Lei 7239/10, do Senado, que obriga as em-

presas concessionárias e permissionárias de serviços pú-blicos a avisar aos cidadãos de baixa renda e aos estabele-cimentos educacionais, de saúde e de internação coletiva a interrupção de seus serviços em razão de inadimplência com, no mínimo, 30 dias de antecedência, está em análise na Câmara dos Deputados. O texto altera a Lei 8.987/95, que disciplina o regime de concessão e permissão de ser-viços públicos. O projeto não define qual a faixa salarial dos “cidadãos de baixa renda”, nem lista quais são os es-tabelecimentos de “internação coletiva”. Pela proposta, a notificação deverá ser feita por escrito e conter o valor consolidado da dívida e as parcelas referentes ao débito principal, aos juros, às taxas e aos demais encargos inci-dentes. O projeto será analisado pelas comissões de Defe-sa do Consumidor; de Trabalho, de Administração e Ser-viço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania; antes de ser votado pelo Plenário.

LEIgislativo notícias dos projetos que podem virar lei

O olho do coração - uma questão de inclusão social

Diário de um grávido

As relações paternas foram inspiração para o lançamento Papel de Pai. A autora Giselda Laporta Nicolelis conta em seu livro as desventuras de dois adoles-centes, Ludenor e Pétula, que se tornam pais precoces. O texto é narrado pelo garoto de 13 anos, filho único de uma família de classe média que engravida a namorada de 16 anos. O adolescente conta o impacto nas famílias, na escola, suas dúvidas, a reação da namorada, seus primeiros dias como pai e dá uma ideia sobre a responsabilidade de assumir o papel de pai.

Editora fTD - Giselda Laporta Nicolelis

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INFORME PUBLICITÁRIO

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Professores protestam e organizam manifestação para o dia 31 em Curitiba

12 ensino superior

Helio Marques A novela do caso Iesde/Vizivali, que teve início

em 2003 e que até hoje ainda não havia tido um final feliz, ganhou novos rumos este mês. No dia 16 de agosto, em Curitiba, uma reunião do Fórum Perma-nente de Apoio à Formação Docente, foi divulgado que os professores que fizeram a capacitação em Normal Superior terão que cursar mais 1.300 horas de complementação. Só assim poderão receber o diploma. Os professores não gostaram da solução (veja box nesta página).

Por acordos anteriores, envolvendo diversas instituições e representantes da área política, o pro-cesso seria de aproximadamente 300 horas, coor-denado pelo Instituto Federal do Paraná, o IFPR, que daria direito a um diploma de Pedagogia. Cerca de 35 mil professores fizeram a capacitação entre 2003 e 2005, oferecida em parceria entre a Faculdade Vi-zivali, do município de Dois Vizinhos, e pela empresa Iesde Brasil.

Uma das alternativas sugeridas para pôr fim ao problema foi o IFPR coordenar uma complementa-ção. Um recadastramento de professores interessa-dos foi feito. Para isso pagaram uma taxa de R$ 50, entregaram documentos e aguardaram o resultado de uma seleção, que teve como um dos critérios, o currículo. Outro critério foi o fato de o professor estar na ativa, em sala de aula. A lista saiu com o nome de 19.574 aprovados, dos 24 mil que se inscreveram.

Caso Iesde/VizivalePODE TER CHEGADO AO fIM

Mas na reunião todo o processo que vinha sendo desenvolvido pelo IFPR foi desconsidera-do e a proposta de se fazer a complementação de 1.300 horas anunciada pelo secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, respaldado por um parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE). “Ques-tões técnicas impediram que o IFPR continuas-

INsCRIçõEs COMEçARãO NO INíCIO dE sETEMBROUm grupo de professores trabalha na formulação de um currículo especial para a

complementação. O trabalho deve estar concluído até o dia 25 deste mês. Os profes-sores que participaram da complementação da Vizivali interessados devem se inscrever pela Plataforma Paulo Freire. O endereço é freire.mec.gov.br .

segundo o secretário lübke o período de inscrições deve começar no início do mês de setembro. “Iremos divulgar amplamente esse período de inscrições. O professor irá se inscrever para o polo mais próximo. se a capacidade de atendimento do polo for supera-da a prioridade será do professor que está em sala de aula.

Confira alguns comentários à matéria publicada no site Nota 10 quando a decisão da complementação foi anunciada. Uma manifestação contra a decisão está programada para o próximo dia 31 em Curitiba.

Lemos a matéria do dia 16 de agosto e ficamos mais furiosas com o descaso da situação dos alunos da Iesde/Vizivali. Só mesmo neste país para acontecer tudo isso, depois de ter feito colação de grau.Por: Maria - Quarta-feira, 18 de Agosto de 2010 - 09:29

Estão brincando com a nossa cara... Voto nulo nesses políticos.Por: Valdecir - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 23:25

Brincadeira o que estão fazendo com esses 35 mil professores. Estão achando que somos bobos da corte e na verdade somos profissionais capazes e que estão fazendo a diferença na educação do Paraná...Por: Roseni Macedo Benati - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 21:15

É brincadeira o que estão fazendo com os professores. Será que não temos valor nenhum para a sociedade?Por: irene - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 21:10

Porque a liminar da juíza Luciane e agora da desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná não está sendo respeitada, principalmente pelo Estado? A liminar está bem clara, todos têm plenos direitos de exercer o magistério, sem complementação.Por: Maria Eliza - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 16:16

Realmente é uma palhaçada... Moro em Ibiporã e o Polo mais perto, me parece, que é em Assaí. Será que eles pensam que estão resolvendo nosso problema? Acho que estão é criando outros maiores! Sinceramente...Por: Elisandra Teotonio - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 14:35

Uma pouca vergonha. Pura politicagem de indivíduos querendo levar van-tagens. Enquanto ficamos sem diplomas e gastamos um monte com deci-sões aqui e outras ali que não levam a nada.Por: Cleonice - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 13:50

Toda vez que se unem para ter uma solução nunca se tem algo concreto e certo. Estamos há anos esperando uma resposta definitiva.Por: Claci - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 12:44

Que absurdo. Nenhum representante dos alunos foi ouvido. O governo tem que entender que não está falando de adolescentes recém-formadas. Não ouvi-los é uma falta de respeito... Queremos que nos chamem para conversar...Por: Eunice Alberton - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 11:48

É pouco caso que estão fazendo. Já estudamos, gastamos, procuramos nos aperfeiçoar para exercer a profissão melhor capacitado... Agora vem com esse papo de esperar decisão, decisão; ainda mais em pleno ano eleitoral. Onde estão nossos representantes? Será que vão ter coragem de vir pedir votos?Por: cilesbinelo - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 11:14

É muito triste tudo isso! Que horror! Em minha cidade não há polo da UAB, e aí? Quem vai pagar a minha viagem de 70 quilômetros, toda se-

mana? Um absurdo! São 5 anos que espero. Agora mais 3 períodos? Tenham piedade!!Por: Regina Ferreira - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 10:46

Em época de política é uma palhaçada.O CEE aprova o curso para ele-vação de nível, depois desaprova, tudo depois de muitas noites de sa-crifício. A proposta de validar pela IFPR, pagamento de taxas, memorial descritivo etc...Enquanto se espera, VIZIVALI e IESDE só crescem... e o nosso dinheiro, onde foi?Por: Ana Maria - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 10:44

Que é isso? Estão pensando que somos bobos e cair mais uma vez nessa história. Quem disse que queremos estudar?? Queremos o di-ploma já.Por: lenir kroth - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 10:17

Aguardamos ansiosamente um resultado do IFPR e agora não iremos fazer mais com eles. A carga horária para validar nosso diploma é bem superior ao colocado no início que era de 320 horas. Até o IFPR deve ter ficado revoltado com essa resolução.Por: Fabiana Pagnan Figueira - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 08:09

Isso quer dizer que a inscrição no IFPR foi mais um alarde que não deu em nada. Mais dinheiro gasto, um estresse com memorial, tudo em vão? As 310 horas viraram 1300?Por: rosa maria machado - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 07:45

Nota da Redação: Por motivo de espaço as mensagens foram resu-midas. Elas podem ser lidas na íntegra em www.nota10.com.br

se à frente dessa complementação”, disse ao Nota 10 o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nildo Lübke.

Da reunião participaram, além de Bielscho-wsky e Lübke, reitores de seis universidades estaduais; o reitor do IFPR, Alípio Santos Leal Neto; a secretária estadual de Educação, Yvelise Arco-Verde, dentre outros.

Pela fórmula proposta, as aulas serão ofer-tadas pelos polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) no Paraná, por meio da plataforma Paulo Freire, do MEC. Segundo o próprio site da UAB, ao todo são 45 polos no Paraná e o curso deverá ter duração de um ano. As universidades estaduais analisam que poderão abrigar, em cada turma, cerca de dois mil alunos, totalizan-do 14 mil vagas. Os demais interessados devem aguardar um segundo momento para fazer a complementação. Os reitores avaliam que duas turmas seriam suficientes para atender todos os alunos interessados em obter o diploma.

As aulas serão ofertadas gratuitamente, uma vez por semana, com duração de três horas. Ao final deste curso, os professores re-ceberão o diploma em Pedagogia Plena. “É por isso que há necessidade de uma carga horária

maior”, explica Lübke. A previsão é de que a 1.ª turma comece entre novembro deste ano e janeiro do ano que vem. E a 2.ª turma, tenha início em abril ou maio de 2011. O MEC vai se responsabilizar pela contratação de 200 pro-fessores necessários para as aulas. O número de polos da UAB não abrange todo o estado, e, consequentemente, os professores terão que se deslocar para poder assistir às aulas. No máxi-mo a distância que os professores terão que se deslocar para fazer a complementação será de 70 quilômetros e a média deve ficar entre 30 e 40 quilômetros, na maioria dos casos.

Para o reitor do IFPR, Alípio Neto, a diferen-ça entre a proposta inicial, da oferta da com-plementação de estudos feita pela plataforma de Educação a Distância (EAD) do IFPR, para a opção atual - que são as aulas ministradas pe-los polos da (UAB) – é o fato de que o curso de Pedagogia do IFPR estaria acessível a todos e não apenas aos professores que estiveram ma-triculados na Vizivali.

O reitor salienta que a decisão de aderir ao novo projeto talvez não seja a desejada, mas foi a possível neste momento. O valor da inscrição ao processo da IFPR será devolvido aos professores.

Para Nildo Lübke a complementação deve resolver definitivamente o problema dos professores.

Joka

Mad

ruga

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13palavra do especialista

Diretor de Comunicação do Instituto Opet Educação e Cidadania.Contatos: [email protected] • (41) 3021-4848

Teo Pereira Neto

Ética no trabalho [e na vida]Segundo os dicionários, ÉTICA é o estudo dos juízos

de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja rela-tivamente a determinada sociedade, seja de modo absolu-to. E MORAL é o conjunto de regras de conduta conside-radas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. Está difícil diferenciar?

A palavra ÉTICA vem do grego ethos, com o senti-do de caráter, o modo de ser. E MORAL vem do latim mos, moris, significando costumes. Palavras diferentes, com frequência usadas como sinônimas. Há quem afirme que a ÉTICA é a reflexão filosófica sobre a MORAL. E a MORAL é o costume, hábito e comportamento do ser humano, e as regras de comportamento definidas pela so-ciedade.

ÉTICA é permanente; MORAL é temporal, pode variar conforme a época. ÉTICA é princípio; MORAL é aspecto de conduta específica. ÉTICA é a própria regra;

MORAL é conduta da regra. ÉTICA é universal; MORAL está vinculada à cultura de cada povo. ÉTICA é a teoria; MORAL é a prática. O importante mesmo é viver a vida sem perder de vista a ética e a moral.

1 – A honra é tudo e não pode estar sujeita a conveni-ências e circunstâncias. 2 – Seja honesto com você, com os colegas e com a instituição onde trabalha. 3 – Simplicidade, altruísmo e tolerância são fundamentais nos relacionamen-tos. 4 – Reuniões produtivas começam com o cumprimento do horário [início e término] e o celular desligado. Chegar atrasado é falta de respeito e de consideração com os colegas. 5 – Mesmo não gostando de alguém, seja profissional. Tro-que cumprimentos, mantenha a distância necessária e não comente a antipatia que sente. 6 – O que você fala dos outros, diz quem é você. Por isso, não dê ouvidos e nem propague fo-focas. 7 – Todo mundo gosta de ser chamado pelo seu nome. Apelidos, somente no ambiente familiar e com amigos, desde que não ofendam. 8 – Nem pense em aceitar elogios pelo tra-balho ou ideia de outro colega. A verdade virá à tona e você

ficará com fama de mau-caráter. 9 – Não ponha lenha na fogueira, procure mediar conflitos e divergências entre colegas. 10 – Nada de criticar um colega ou subordinado sem a presença deles. Elogios em público e reparos em particular. 11 – Sempre que alguém precisar de apoio, não titubeie em ajudar. Trabalho em equipe é importante e um dia a situação poderá se inverter. 12 – Hierarquia, sempre tão criticada, tem as suas virtudes. Quem quebra a hierarquia, falta com o respeito e promove a desarmo-nia. 13 – Nem sempre a maioria é referência. Aja de acor-do com seus princípios e assuma suas decisões.

A honra é o nosso maior patrimônio. Faça tudo [dentro da ética e da moral] para preservá-la, mas sem esquecer o que disse o dramaturgo espanhol, Calderón de La Barca: “Ao rei tudo, menos a minha honra.”

mundo corporativo

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palavra do especialista14

Diretor de escola, foi professor da UFPR e da PUCPR e autor do livro Da Sabedoria Clássica à Popular.Contato: [email protected]

Jacir J. Venturi

Ranking das escolas: bom ou ruim?A cada ano, estamos enxugando mais e mais

gelo, quando se analisam as estatísticas do En-sino Médio. Embora tenha gerado polêmicas, a divulgação do desempenho de 25.484 escolas federais, estaduais e particulares, com fulcro nos exames do Enem, é uma atitude acertada, trans-parente e ratifica o que já se sabia: as escolas es-taduais apresentam um pífio resultado, pois das 1.000 escolas mais bem posicionadas, apenas 21 são geridas pelos governos estaduais. A que me-lhor se posiciona no Brasil ocupa a 115.ª coloca-ção e no Paraná a 1 560.ª.

Cabe a ressalva de que a prova, não sendo obrigatória, apenas parte dos alunos de cada es-cola nela se inscreve. Assim, há escolas (poucas) que direcionam os melhores alunos para obter uma boa figuração na lista. Porém, isto é irrele-vante quando se considera que o ranking provo-cou amplo debate na mídia, concedendo espaço para editorialistas, educadores, autoridades, pais, etc. Esses debates, provocados pelos resultados do Enem, Saeb, Ideb, geram calor, mas também

muita luz, projetando fachos luminosos sobre o espectro das mazelas da educação brasileira, es-pecialmente no Ensino Médio. Os problemas mais contundentes residem no conteúdo programático, falta de recursos, desigualdade social, gestão, capa-citação de professores, participação tíbia dos pais, corporativismo, inserção de ideologias e correntes pedagógicas alienígenas e não consentâneas com a nossa realidade.

Para a superintendente do Instituto Unibanco Wanda Engel, o Ensino Médio é uma bomba-re-lógio que pode comprometer o desenvolvimento econômico do país. Muito pouco se fez nas últimas décadas na ampliação do ensino técnico público, especialmente para atrair os jovens das classes mais baixas, sem perspectiva de ingresso no ensi-no superior.

Face ao exposto, a consequência é um índice de reprovação que atinge 12,7%, o dobro do percen-tual de 12 anos atrás. Dos 10,5 milhões de jovens na faixa etária de 15 a 17 anos, apenas 47,7% man-

têm adequada a relação idade/série. A cada pe-ríodo letivo, 1,9 milhão de jovens abandonam a escola.

Só a ação conjunta dos governos, escolas e famílias pode reverter essas estatísticas angus-tiantes. Além da ampliação das escolas técni-cas e agrícolas, é necessário reduzir o conteúdo da atual grade curricular do Ensino Médio. O currículo está contaminado pelo elevado nível de exigência das boas universidades – não ao alcance da maioria dos alunos –, e o MEC não se capacita em tomar a dianteira para melhor detalhar o programa do Enem e principalmen-te enxugá-lo em 20% a 30%. Sendo penduri-calhos desnecessários, não implica em abaixa-mento no nível de aprendizagem.

ensino&educação

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Associação Paranaense de Administradores Escolares - ApadeDeclarada de Utilidade Pública pela Lei nº. 7.527/81

INFORME PUBLICITÁRIO

Expediente: Jornal Nota 10 – Um veículo da Nota 10 Publicações. Circulação: Distribuição gratuita em escolas públicas e particulares do Paraná, sempre a partir do dia 10 de cada mês. Redação: R. Duílio Calderari, 122, Hugo Lange - CEP 80.040-250. Telefone/Fax: (41)3233-7533. E-mail: [email protected] Editor e jornalista responsável: Helio Marques - MTb 2524. Revisão: Andréa Maria de Carvalho Marques. Colaboração: Fabiane Melo. Diagramação: Marcos Mariano.

Professor Ivo Pitz

O ser humano é social por natureza; viver em grupo, em sociedade é a forma de melhor atingir o bem individual e o de todos. A for-ma de organização adquire, de acordo com a circunstância, vários tamanhos e formatos. O maior deles é o Estado. Segundo Aristóteles, a Política é a ciência suprema, à qual as outras estão subordinadas e da qual todas as demais se servem numa cidade. Para o mesmo filó-sofo, a maior felicidade está na Política, e o Estado constitui a expressão mais feliz da co-munidade em seu vínculo com a natureza.

Desde os antigos gregos, que inventaram a Política, busca-se a melhor forma de orga-nização. Ao longo da História nem sempre o bem comum foi o objetivo maior dos gover-nantes: na maioria das vezes, a organização priorizou o interesse de poucos em detrimen-to de muitos. E hoje não é diferente.

professor político?O professor é um ser político? O aluno o é

também? Sempre que se age tendo em vista o outro, é-se um ser político, pois cada atitude que repercute no outro tem a ver com o bem comum, ou com o mal.

O dia a dia do professor e do aluno é cheio de atos políticos. Especificamente na sala de aula, todo o relacionamento é político. O fato de o aluno gostar mais de uma aula, ou o fato de o professor se identificar mais com deter-minadas turmas, expressa claramente o resul-

R. Des. Ermelino de Leão, 15, Cjs, 81 e 82 - Fone: (41) 3323.6493CEP: 80.410-230 - Curitiba / Paraná

coluna da apade

Ao longo da História nem sempre o bem comum foi o objetivo

maior dos governantes: na maioria das vezes, a organização priorizou

o interesse de poucos em detrimento de muitos.

tado da política, da forma como um e outro agem em relação ao conjunto.

Isso é bom? É bom, porque a vida do ser humano está pautada pela diversidade. Diver-sidade de ideias também. É dali que se origina a discussão, o desenvolvimento. Na unanimi-dade o progresso está praticamente ausente. Na medida em que aluno e professor provo-cam o embate de ideias na sala de aula, estão contribuindo para a construção do sentido verdadeiro de política.

política é para mim?Infelizmente, para a grande maioria de nós,

política é “para os outros”. É uma herança que, segundo Hilário Franco Jr., nos veio através de repúblicas italianas e dos espanhóis, e consiste na supremacia do Príncipe. Os “políticos” são outras pessoas, encarregadas da “política”. Nós nada temos a ver com elas. Este raciocínio esd-rúxulo nos faz chegar a situações que vivemos hoje: muitos só pensam em política, quando se deparam com a necessidade de escolher os go-vernantes; situações como as apontadas por D. Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, para quem as eleições deste ano são uma oportunidade para “analisar nomes e tudo que está no limite da paciência”. “No limite da paciência” – explica ele, em artigo publicado por ZENIT (www.zenit.org) no último dia seis – “assim se define o sentimento das pessoas em relação à lista interminável de prioridades que estão no horizonte da sociedade brasileira – e que exigem atitudes e encaminhamentos rá-pidos e marcados por um aguçado sentido de utilidade.”

Quanto menos se estiver envolvido nas pe-quenas oportunidades de participar e discutir ideias, tanto mais se ficará ausente nos temas que afligem o país inteiro.

O ser social

Para Aristóteles, a política é a ciência suprema, à qual as outras estão subordinadas.

Professor Ivo Pitz é um dos Diretores da APADE e Professor de Filosofia.

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