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Jornal da SBD Ano XIII n. 5 1 Diretoria 2009-2010 Presidente - Omar Lupi - RJ Vice-presidente - Bogdana Victória Kadunc - SP Secretária-geral - Maria de Lourdes Viegas - RJ Tesoureira - Maria Fernanda Gavazzoni - RJ 1 a secretária - Célia Luiza P . Vitello Kalil - RS 2 o secretário - Emerson de Andrade Lima - PE Jornal da SBD Esta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, dirigida a seus associados e órgãos de imprensa. Publicação bimestral - Ano XIII - n. 5 - setembro-outubro - 2009 Coordenador médico - Paulo R. Cunha Conselho editorial - Omar Lupi, Bogdana Victória Kadunc, Maria Fernanda Gavazzoni, Célia Kalil e Emerson de A. Lima Coordenação editorial - Approach Edição - Tatiana Gentil - Reg. MT n. 22.375 Redação - Erika Drumond Editoração eletrônica - Nazareno N. de Souza Versão On-lin - Samuel Peixoto Contato publicitário - Priscila Rudge Simões A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Correspondência para a redação do Jornal da SBD Av. Rio Branco, 39/17 o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003 E-mail: [email protected] Assinatura anual: R$ 100,00 Número avulso: R$ 20,00 Tiragem: 7.000 exemplares Impressão: Sol Gráfica Na estrada com o Tour da prevenção Sociedade Brasileira de Dermatologia Afiliada à Associação Médica Brasileira www.sbd.org.br Editorial Sumário O Congresso da SBD realizado em setembro em Belém, no Pará, foi um grande sucesso, tanto no aspecto científico quanto no de número de participantes. Com a experiência adquirida nos 64 congressos já realizados, temos aprendido muito sobre a organização desses eventos, de modo que, num futuro próximo, certamen- te a SBD será capaz de organizar, ela própria, seu congresso anual. Isso traria mui- tas vantagens administrativas e econômicas, resultando em mais recursos financei- ros e, logo, em maiores verbas para os diferentes projetos da SBD. Em última aná- lise, essa economia deverá reverter em mais serviços de qualidade para todos os membros e, consequentemente, na evolução da dermatologia brasileira. Como parte do programa de ações de responsabilidade social do Congresso, a SBD patrocinou atividades voltadas para pescadores de áreas ribeirinhas do Pará. Na oportunidade foram dadas orientações com palestras e distribuição de material edu- cativo informando como se prevenir e cuidar de lesões causadas por animais aquá- ticos da região.Trata-se de outra ação que contribui para ampliar as atividades da SBD e aproximar dermatologistas e população.Veja a matéria completa na página 22. Após muitas discussões em assembleia, foi finalmente aprovado o novo estatuto da SBD.As reformas introdu- zidas são o resultado de longo período de “gestação” e do excelente trabalho desenvolvido pela comissão designa- da para esse fim. Sabemos que não há estatuto perfeito ou imutável, porém, o que foi aprovado em Belém permi- tirá evoluirmos ainda mais no desenvolvimento da vida democrática de nossa Sociedade. Confira no site da SBD o texto do estatuto aprovado. Como sabemos, já estava estabelecido que o Congresso da SBD de 2010 acontecerá no Rio de Janeiro, e o de 2011, em Florianópolis. A novidade, anunciada em Belém, é que, em 2012, novamente o Rio será a sede do congres- so brasileiro. A decisão se justifica pelas comemorações do centenário da entidade, fundada na Cidade Maravilhosa em 1912, por iniciativa de dez dermatologistas. Foi aprovada pelo Conselho Deliberativo da SBD, durante o Congresso de Belém, a candidatura das doutoras Bogdana Victória Kadunc para presidente da SBD, e Sarita Martins como vice-presidente para o biênio 2011/2012. A eleição ocorrerá no início de 2010. Para descontrair, leia a entrevista “Fafá falando de Belém”, que a cantora nos concedeu logo após o memorável show de abertura do Congresso. Deixando a bela Belém, partimos para os assuntos internacionais: as ações de relações internacionais da SBD têm-se desenvolvido com sucesso.O simpósio de Dermatologia Tropical da SBD no Congresso da EADV-Berlim 2009 foi uma demonstração de que alianças e colaborações internacionais resultam em grandes benefícios para ambos os lados. As palestras apresentadas por 13 professores brasileiros mostraram de forma clara a posição de destaque que o Brasil ocupa no domínio das dermatoses tropicais. O evento permitiu que dermatologistas de diversas partes do mundo pudessem aprofundar seus conhecimentos nessa área. Leia as notícias e novidades do simpósio na página 32. Completando as boas notícias internacionais, fato inédito e de grande repercussão no campo de intercâmbio internacional foi a parceria da SBD com o Laboratório RoC, que já disponibilizou três bolsas de aprimoramento para residentes brasileiros em grandes centros dos Estados Unidos e Europa. Em 2010, há expectativa de que outras 15 bolsas sejam oferecidas nas mesmas condições. Aguarde e prepare-se.Veja essa matéria na página 14. Por meio de premiação de trabalhos, julgados pelas professoras Regina Casz Schechtman e Maria Fernanda Gavazzoni, duas dermatologistas receberão bolsas no valor de 2.500 dólares e inscrição para participar do Congresso da AAD em Miami em 2011. Com essa visão globalizada da atual diretoria, cumprimos um dos grandes objetivos da SBD: a troca de experiências com colegas de outras sociedades e de outros países e, por conseguinte, a expansão de nossos horizontes. Mostrando força, organização e inovação, a SBD traz em 2009 uma novidade na Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele: um caminhão adaptado para consultório vai percorrer o país de norte a sul ofere- cendo atendimento gratuito à população. Leia o texto na página 18. Não posso deixar de comentar a descontraída conversa que tive com o professor Olivier Chosidow. Durante a entrevista ele nos explica a situação atual da dermatologia na França. Confira na coluna “De Olho no Mundo”. Por fim, agradeço, em nome de toda a equipe do JSBD, os comentários positivos referentes às matérias que vêm sendo publicadas e as várias solicitações para que o jornal, cada vez mais, seja o órgão de divulgação dos assuntos rele- vantes e de interesse dos associados da SBD. Durante a reunião do Conselho Deliberativo, pudemos constatar mais uma vez o valor e a importância do nosso Jornal. Isso nos motiva e nos estimula a trabalhar com ainda mais afinco. Boa leitura. 20 02 Palavra do Presidente 03 Direto de Paris: Ana Beatris Rossi 04 De Olho no Mundo 07 Congresso da SBD 13 Prêmio Fide 14 Projeto Residentes 17 Ombudsman 21 Questão de Pele 22 Dermação 26 Campanha Nacional de Psoríase 29 Nova diretoria CFM 30 Profissões e Dermatoses Ocupacionais 32 Congresso EADV 37 Grandes Mulheres da Humanidade 38 Departamentos 39 Regionais 40 Serviços Credenciados Matéria de capa Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD Prof. Dr. Paulo R. Cunha Capa alternativa

Jornal da SBD - Nº 5 Setembro / Outubro 2009

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Page 1: Jornal da SBD - Nº 5 Setembro / Outubro 2009

Jornal da SBD � Ano XIII n. 5 � 1

Diretoria 2009-2010

Presidente - Omar Lupi - RJ

Vice-presidente - Bogdana Victória Kadunc - SP

Secretária-geral - Maria de Lourdes Viegas - RJ

Tesoureira - Maria Fernanda Gavazzoni - RJ

1a secretária - Célia Luiza P. Vitello Kalil - RS

2o secretário - Emerson de Andrade Lima - PE

Jornal da SBDEsta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia,

dirigida a seus associados e órgãos de imprensa.

Publicação bimestral - Ano XIII - n. 5 - setembro-outubro - 2009

Coordenador médico - Paulo R. Cunha

Conselho editorial - Omar Lupi, Bogdana Victória Kadunc,

Maria Fernanda Gavazzoni, Célia Kalil e Emerson de A. Lima

Coordenação editorial - Approach

Edição - Tatiana Gentil - Reg. MT n. 22.375

Redação - Erika Drumond

Editoração eletrônica - Nazareno N. de Souza

Versão On-lin - Samuel Peixoto

Contato publicitário - Priscila Rudge Simões

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de

Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou

serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade

única e exclusiva dos anunciantes.

As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade

de seus autores.

Correspondência para a redação do Jornal da SBD

Av. Rio Branco, 39/17o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ

CEP: 20090-003

E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 100,00

Número avulso: R$ 20,00

Tiragem: 7.000 exemplares

Impressão: Sol Gráfica

Na estrada com o Tour da prevenção

Sociedade Brasileira de DermatologiaAfiliada à Associação Médica Brasileirawww.sbd.org.br

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O Congresso da SBD realizado em setembro em Belém, no Pará, foi um grandesucesso, tanto no aspecto científico quanto no de número de participantes. Com aexperiência adquirida nos 64 congressos já realizados, temos aprendido muitosobre a organização desses eventos, de modo que, num futuro próximo, certamen-te a SBD será capaz de organizar, ela própria, seu congresso anual. Isso traria mui-tas vantagens administrativas e econômicas, resultando em mais recursos financei-ros e, logo, em maiores verbas para os diferentes projetos da SBD. Em última aná-lise, essa economia deverá reverter em mais serviços de qualidade para todos osmembros e, consequentemente, na evolução da dermatologia brasileira.

Como parte do programa de ações de responsabilidade social do Congresso, aSBD patrocinou atividades voltadas para pescadores de áreas ribeirinhas do Pará. Naoportunidade foram dadas orientações com palestras e distribuição de material edu-cativo informando como se prevenir e cuidar de lesões causadas por animais aquá-ticos da região.Trata-se de outra ação que contribui para ampliar as atividades da SBD e aproximar dermatologistase população.Veja a matéria completa na página 22.

Após muitas discussões em assembleia, foi finalmente aprovado o novo estatuto da SBD. As reformas introdu-zidas são o resultado de longo período de “gestação” e do excelente trabalho desenvolvido pela comissão designa-da para esse fim. Sabemos que não há estatuto perfeito ou imutável, porém, o que foi aprovado em Belém permi-tirá evoluirmos ainda mais no desenvolvimento da vida democrática de nossa Sociedade. Confira no site da SBD otexto do estatuto aprovado.

Como sabemos, já estava estabelecido que o Congresso da SBD de 2010 acontecerá no Rio de Janeiro, e o de2011, em Florianópolis.A novidade, anunciada em Belém, é que, em 2012, novamente o Rio será a sede do congres-so brasileiro. A decisão se justifica pelas comemorações do centenário da entidade, fundada na Cidade Maravilhosaem 1912, por iniciativa de dez dermatologistas.

Foi aprovada pelo Conselho Deliberativo da SBD, durante o Congresso de Belém, a candidatura das doutorasBogdana Victória Kadunc para presidente da SBD, e Sarita Martins como vice-presidente para o biênio 2011/2012.A eleição ocorrerá no início de 2010.

Para descontrair, leia a entrevista “Fafá falando de Belém”, que a cantora nos concedeu logo após o memorávelshow de abertura do Congresso.

Deixando a bela Belém, partimos para os assuntos internacionais: as ações de relações internacionais da SBDtêm-se desenvolvido com sucesso. O simpósio de Dermatologia Tropical da SBD no Congresso da EADV-Berlim 2009foi uma demonstração de que alianças e colaborações internacionais resultam em grandes benefícios para ambos oslados. As palestras apresentadas por 13 professores brasileiros mostraram de forma clara a posição de destaque queo Brasil ocupa no domínio das dermatoses tropicais. O evento permitiu que dermatologistas de diversas partes domundo pudessem aprofundar seus conhecimentos nessa área. Leia as notícias e novidades do simpósio na página 32.

Completando as boas notícias internacionais, fato inédito e de grande repercussão no campo de intercâmbiointernacional foi a parceria da SBD com o Laboratório RoC, que já disponibilizou três bolsas de aprimoramento pararesidentes brasileiros em grandes centros dos Estados Unidos e Europa. Em 2010, há expectativa de que outras 15bolsas sejam oferecidas nas mesmas condições. Aguarde e prepare-se.Veja essa matéria na página 14.

Por meio de premiação de trabalhos, julgados pelas professoras Regina Casz Schechtman e Maria FernandaGavazzoni, duas dermatologistas receberão bolsas no valor de 2.500 dólares e inscrição para participar doCongresso da AAD em Miami em 2011. Com essa visão globalizada da atual diretoria, cumprimos um dos grandesobjetivos da SBD: a troca de experiências com colegas de outras sociedades e de outros países e, por conseguinte,a expansão de nossos horizontes.

Mostrando força, organização e inovação, a SBD traz em 2009 uma novidade na Campanha Nacional dePrevenção ao Câncer da Pele: um caminhão adaptado para consultório vai percorrer o país de norte a sul ofere-cendo atendimento gratuito à população. Leia o texto na página 18.

Não posso deixar de comentar a descontraída conversa que tive com o professor Olivier Chosidow. Durantea entrevista ele nos explica a situação atual da dermatologia na França. Confira na coluna “De Olho no Mundo”.

Por fim, agradeço, em nome de toda a equipe do JSBD, os comentários positivos referentes às matérias que vêmsendo publicadas e as várias solicitações para que o jornal, cada vez mais, seja o órgão de divulgação dos assuntos rele-vantes e de interesse dos associados da SBD. Durante a reunião do Conselho Deliberativo, pudemos constatar maisuma vez o valor e a importância do nosso Jornal. Isso nos motiva e nos estimula a trabalhar com ainda mais afinco.

Boa leitura.

2200

02 � Palavra do Presidente03 � Direto de Paris: Ana Beatris Rossi04 � De Olho no Mundo07 � Congresso da SBD13 � Prêmio Fide14 � Projeto Residentes17 � Ombudsman21 � Questão de Pele22 � Dermação26 � Campanha Nacional de Psoríase29 � Nova diretoria CFM30 � Profissões e Dermatoses Ocupacionais32 � Congresso EADV37 � Grandes Mulheres da Humanidade38 � Departamentos39 � Regionais40 � Serviços Credenciados

Matéria de capa

Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD

Prof. Dr. Paulo R. Cunha

Cap

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É hora de colocarmos o pé na estrada. O Tour dePrevenção ao Câncer da Pele será lançado oficialmente empoucos dias.Teremos a oportunidade de cortar o Brasil denorte a sul, literalmente. Vamos passar do Rio Grande doNorte ao Rio Grande do Sul, levando nossa CampanhaNacional de Prevenção ao Câncer da Pele a um patamarnunca antes alcançado.

A ocasião não poderia ser melhor: o filme Bye bye Brasil,dirigido por Cacá Diégues está fazendo 30 anos em 2009.Para melhor expressar esse momento tão sublime, tomoemprestado os belos versos de Chico Buarque e RobertoMenescal,

Oi, coraçãoNão dá pra falar muito não

Espera passar o aviãoAssim que o inverno passar

Eu acho que vou te buscar...Tomei a costeira em Belém do Pará

Puseram uma usina no marTalvez fique ruim pra pescar

Meu amor...

O Congresso Brasileiro ocorreu em Belém do Pará, terragenerosa e próspera. A reunião do Conselho Deliberativo daSBD teve formato inovador. Reestruturada e organizada por

bancadas estaduais, contou com votação ele-trônica para agilizar as deliberações.

Fizemos uma reunião extrema-mente proveitosa e eficaz, res-

guardando os interes- ses dosassociados da SBD e da der-

matologia brasileira.

No TocantinsO chefe dos parintintins

Vidrou na minha calça LeeEu vi uns patins pra você

Eu vi um Brasil na tevêCapaz de cair um toró

Estou me sentindo tão só...

A SBD está chegando ofi-cialmente a Tocantins e Rondônia,

onde fundaremos, ainda esteano, duas novas regio-

nais de nossaS o c i e d a d e .

Palmas e RioB r a n c oserão assedes dasr e g i on a i s

Caro dermatologista,

Omar Lupi Presidente da SBD

�� Palavra do Presidente

2 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 5

SBD-TO e SBD-RO e receberão equipamento básico deque necessitam para nos representar. Hoje levantamos abandeira de “uma regional para cada estado da federação”até o centenário da SBD, que será comemorado em 2012.

No TabarizO som é que nem os Bee Gees

Dancei com uma dona infelizQue tem um tufão nos quadrisTem um japonês trás de mim

Eu vou dar um pulo em ManausAqui tá quarenta e dois graus...

Pintou uma chance legalUm lance lá na capital

Nem tem que ter ginasialMeu amor...

A recém-terminada eleição do CFM e a posse da novadiretoria em Brasília, com candidatos apoiados de formaorganizada e efetiva pela SBD, já dão os primeiros frutos.Essa ação, coordenada pela diretoria nacional e com apoiode todos os presidentes de regionais do Brasil, é fato his-tórico para nossa Sociedade e sinaliza o caminho político aser adotado pela SBD no futuro.

Baby, bye byeAbraços na mãe e no paiEu acho que vou desligar

As fichas já vão terminar...Bye bye, Brasil

A última ficha caiuEu penso em vocês night and day

Explica que tá tudo okayEu vi um Brasil na tevê...

Estamos prontos para certificar nossa Campanha dePrevenção ao Câncer da Pele pelo Guiness Book, como maiorcampanha de atendimento médico do mundo, realizada emum único dia. As providências estão sendo tomadas, com aampliação do horário de atendimento e com a certificação decada um das centenas de postos de atendimento em todo oBrasil. Queremos muito comemorar essa outra conquista.

Aquela aquarela mudouNa estrada peguei uma cor...

Eu tenho tesão é no marAssim que o inverno passar

Bateu uma saudade de tiTô a fim de encarar um siri

Com a benção de Nosso SenhorO sol nunca mais vai se pôr...

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 5 � 3

Legislação: A indústriacosmética tem responsabili-dade legal de produzir pro-dutos seguros nas condi-ções normais de uso.As exi-gências variam entre países

e regiões. Na Europa, não existe obrigação de realizar tes-tes de segurança. O atestado de um expert, em geral toxi-cologista, é o suficiente. Os estudos clínicos de eficácia nãoconfiguram exigência legal e não existem guidelines com omínimo necessário (exceto para filtros solares, que precisamdemonstrar o índice de proteção UVB e UVA). Não háregistro de dossiê de eficácia para produtos cosméticos, esó em caso de intimação (em geral, por intermédio deorgãos de publicidade, e não pelas autoridades sanitárias), aindústria deve mostrar a evidência para justificar sua reivin-dicação publicitária. Se a evidência não for suficiente, a publi-cidade é retirada ou ganha um ‘asterisco’: recentemente, naInglaterra, um produto antienvelhecimento ganhou um aste-risco que remete à informação, em letras mínimas: “esteproduto não demonstrou redução de rugas”.

Tipos de estudo: Os medicamentos devem cumprir exi-gências precisas para demonstrar eficácia e segurança,seguindo guidelines fiéis e incluindo estudos em animais e clí-nicos randomizados duplo cego e controlados. Para a indústriacosmética são indispensáveis tanto a pesquisa de mercado,para conhecer as aspirações e os desejos dos consumido-res, quanto os estudos de percepção de consumidores(preferência e aceitação da formulação) – junto com estu-dos in vitro, muitas vezes são o suporte de declarações deeficácia. Com a concorrência acirrada e o consumidor cadavez mais exigente, que procura o aval do dermatologista, aindústria cosmética busca nesse especialista um tipo de cau-ção científica e oferece cada vez mais resultados de estudosclínicos. Seguem alguns pontos que ajudarão a definir a qua-lidade de um estudo clínico de cosméticos:

Desenho do estudo: Idealmente randomizado controla-do e duplo cego. O controle é indispensável para quantifi-car o benefício do produto. Não precisa ser necessariamen-te o veículo, mas deve ser uma formulação do mesmo tipo,como creme, gel, loção, ou idealmente um produto conhe-cido que seja comercializado. Nada justifica que o paciente

Ana Beatris Rossi é dermatologista formada pela Unicamp, com título deespecialista pela SBD e mestrado em clínica médica. Ocupa hoje a posição dediretora médica mundial de pesquisa e desenvolvimento na divisão de produ-tos de prescrição dermatológicos e dermatologia estética do grupo Johnson& Johnson, em Paris, França. É membro da Academia Americana deDermatologia (AAD) desde 1998 e da Academia Europeia de Dermatologia(EADV) desde 2000.

Com o surgimento dos “cosmecêuticos” e o desenvolvimento de life-style drugs, as diferenças entre cosméticos e medicamentos parecem cadavez menores. Entretanto, do ponto de vista legal e científico elas são evidentes:

pague dez vezes mais por um benefício que poderia obtercom um simples emoliente.

Amostra da população: O número de voluntários ésuficiente? Houve um cálculo de tamanho amostral? Qual ahipótese estatística? Quais as características da populaçãoem que o produto foi testado?

Investigador: Idealmente independente e cego. O ideal éter mais de um avaliador.

Resultados: Os resultados apresentados são os melhoresou considerados na média? Quais são a variabilidade e odesvio-padrão? Muitas vezes, mais de 20 variáveis são avalia-das, embora só as que apresentam resultado positivo sejamdivulgadas. Peça os dados de todas as variáveis relativas aoproduto e ao controle em cada tempo avaliado.

Métodos e relevância clínica: Um estudo baseado ape-nas em observação subjetiva é pouco convincente. Poroutro lado, com o uso de métodos de avaliação não invasi-vos cada vez mais sensíveis, as diferenças que são detecta-das e estatisticamente significativas não têm relevância clíni-ca. Se você não for íntimo do método, peça um estudo decorrelação com método conhecido (por exemplo, a bióp-sia). Se vários métodos foram utilizados, verifique se osresultados com os diferentes métodos são consistentes.

Aprovação de um comitê de ética e/ou revistaindexada: A aprovação de um comitê de ética, assimcomo de revista indexada, mostra revisão de protocolo edados fornecidos por um comitê científico.

Conclusão: Como não existe legislação regulamentadorapara estudos de eficácia de cosméticos, a melhora da quali-dade dos estudos clínicos realizados pela indústria dependedo nível de exigência dos médicos.

�� Direto de Paris Por Ana Beatris Rossi

Diferença entre cosméticos e medicamentos

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DE OLHO NO MUNDODE OLHO NO MUNDO

Paulo Cunha: Por favor, fale-me brevemente sobresua carreira, onde o senhor trabalha, qual é seucargo atual.Olivier Chosidow: Meu cargo mais recente é de chefe doDepartamento de Dermatologia em Créteil, que é muitofamoso pelo tratamento dermatológico. Tenho 53 anos eestou envolvido na área de doenças infecciosas da pele emedicina baseada em evidências, realizando estudos clínicos.Há uma lista de estudos... Sou membro da SociedadeFrancesa de Dermatologia, da Academia Europeia deDermatologia e do quadro do Blue Journal, e desde o iníciode setembro sou assistente e editor da seção de medicinabaseada em evidências do Archives of Dermatology.

PC: Fale-me de algum estudo que tenha publicadonos últimos anos.OC: É bastante difícil selecionar – eu publiquei alguns arti-gos originais, mas, em 2006 fiquei bastante orgulhoso pelapublicação de uma revisão de práticas clínicas no NewEngland Journal of Medicine sobre escabiose.

PC: Como é a formação de jovens médicos na áreade dermatologia na França?OC: Todos os médicos recém-formados devem passar porum exame. Mas para ser dermatologista, deve-se fazer residên-cia em dermatologia, pois as vagas são bastante disputadas...

França

De 21 de abril a 15 de novembro, o país celebrou o Ano da Françano Brasil. O evento marcou a proximidade cultural e o forte relaciona-mento das duas nações. Na dermatologia, a relação entre as sociedadesbrasileira e francesa também é marcada por respeito e cordialidademútuos.Aproveitamos este grande momento para entrevistar o derma-tologista francês Olivier Chosidow, um dos experts da especialidadenaquele país. Membro da Sociedade Francesa de Dermatologia – tendoatuado como secretário-geral de 2002 a 2006 – e vice-presidente doCongresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia, em2008, em Paris,Chosidow tem como áreas de interesse as doenças infec-ciosas e inflamatórias, a terapêutica dermatológica e a medicina baseadaem evidências.Publicou cerca de 220 artigos disponíveis na base de dadosPubmed. É professor de dermatologia da Université de Paris 6, da EscolaMédica Pierre et Marie Curie e do Hôpital Tenon.Acompanhe a entrevis-ta que ele concedeu ao Dr. Paulo Cunha durante o 64o Congresso deDermatologia, em Belém, para o Jornal da SBD.7

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Dermatologia na

Moeda: euro

População: 64,4 milhões de pessoas

Idioma: francês

Dermatologista: 3.500

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PC: Quantos dermatologistas a França formaanualmente?OC: Não há mais de 100 novos dermatologistas por ano.

PC: Quantos centros oferecem residência naFrança?OC: Há vários... Paris, Bordeaux, Marselha, Lyon, no total creioque cerca de 20. Mas só os melhores alunos podem escolhera dermatologia.Temos em geral alunos brilhantes – todos têma formação básica em medicina geral, depois devem realizarpelo menos quatro semestres em dermatologia. Feito isso, pas-sam por um exame, em geral a apresentação de um estudopublicado e então estão prontos para atuar na área.

PC: O senhor sabe quantos dermatologistas há naFrança?OC: Aproximadamente 3.500 dermatologistas.

PC: Com relação às condições de trabalho... Osdermatologistas franceses trabalham em consul-tório privado ou serviço público?OC:Vamos começar com o serviço público: é claro que édifícil, pois não há muitas vagas. Em consultório particular,não é muito difícil, mas há muita pressão sobre o derma-tologista, e, infelizmente, para ganhar dinheiro, alguns têmque fazer mais dermatologia cosmética do que clínica.

Porém, devo dizer que a maioria dos dermatologistas fran-ceses tem conseguido bom equilíbrio entre dermatologiaestética e clínica. Mas poucos fazem apenas dermatologiaclínica. Há alguns em clínica privada que também traba-lham em hospitais. Na França, diferentemente do Brasil, eusou professor de dermatologia em tempo integral, nãotenho consultório privado. Eu poderia trabalhar em clínicaprivada uma vez por semana, mas decidi não fazê-lo.

PC: O senhor trabalha em Paris, certo?OC: Sou professor da Universidade de Paris 6, mas estoume mudando para a Universidade de Créteil, que é Paris 12.Os cargos da academia se dividem pelas diferentes univer-sidades: Paris 4, Paris 5, Paris 6 etc.

PC: Este ano comemora-se o ano da França noBrasil. Esta é sua primeira visita ao Brasil? Quaissão suas impressões?OC:Vou lhe contar um segredo: a primeira vez que vim aoBrasil foi para Salvador, Bahia e Itaparica, em dezembro de2008. Coincidiu com a primeira vez que o presidenteNicolas Sarkozy veio ao Brasil. Fui novamente convidado,decidi vir, e cá está o Sarkozy novamente!

PC: Ambos famosos e muito importantes! Muito obrigadopor sua entrevista.

Entrevista com Olivier Chosidow Por Paulo Cunha

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6 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 5

Congresso da Sociedade Europeia deDermatologia e Psiquiatria

O 13o Congresso da Sociedade Europeia de Dermatologiae Psiquiatria (ESDaP) ocorreu em Veneza, Itália, entre os dias 17e 22 de setembro. Estiveram presentes no evento as doutorasLuciana Conrado (SP), Márcia Senra (RJ) e Andréa Fetter (MT),esta última especialista em psiquiatria e que está concluindo suaresidência em dermatologia. Especialistas nas disciplinas de der-matologia, psicologia e psiquiatria tiveram a oportunidade deapresentar seus trabalhos sobre a conexão pele e psique. OCongresso incluiu sessões plenárias, workshops, apresentaçõesde resultados de pesquisas, além de tópicos clínicos e científicosrelevantes para os psicodermatologistas, como dermatopsiquia-tria, psoríase e outras condições crônicas; significado das doen-ças cutâneas; condutas com o "paciente dificil", entre outros. Opróximo Congresso será em 2011, em Zaragoza, Espanha.

Professor eméritoO presidente da SBD-Resp, João Roberto Antonio,

recebeu no dia 16 de outubro o título de Professor Eméritoda Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp).

A cerimônia de titulação ocorreu naquela cidade dointerior paulista, que é referência médica no país emdiversas especialidades. “Sinto-me privilegiado em sermédico e professor. Aprendi nos 45 anos de trabalhoininterruptos, que a melhor cura é aquela que une a arte de

�� Notas

� É com grande pesar que anunciamos o falecimento dos der-matologistas Antônio de Souza Marques, em 24 de julho, na cida-de de Búzios, no Rio de Janeiro, e de Alexis Lima Leão, no dia 26de abril, no Rio de Janeiro.

O Professor Marques, como era conhecido, nasceu no Riode Janeiro e foi referência em dermatopatologia no Brasil, tendodeixado vários discípulos. Professor da Universidade Federal doRio de Janeiro (UFRJ), livre-docente em medicina, com várias ati-vidades acadêmicas, ele trabalhou no Hospital Central do Iaserjcomo assistente do Serviço de Anatomia Patológica e consultordo Serviço de Dermatologia. Teve formação médica na Mayo

Clinic e no The Skin and Cancer Hospital of Philadelphia.Membro de várias sociedades científicas no Brasil e no exterior,deixa uma lacuna no seio da família dermatológica, que seencontra enlutada.

� O Dr. Alexis Lima Leão, natural de Alagoas, ex-sócio efetivo daSBD, concluiu sua formação no Serviço de Dermatologia doHospital Central do Iaserj, onde cumpriu a residência médica econtinuou como médico assistente. Foi ainda médico daSecretaria de Saúde do município do Rio de Janeiro e ocupoucargo no Sindicato dos Médicos.

Notas de falecimento

Prêmio JabutiDois livros escritos por dermatologistas ficaram entre os dez finalis-

tas da 51a edição do Prêmio Jabuti na categoria de Ciências Naturais eCiências da Saúde. Editado pela Atheneu, a obra Fundamentos de derma-tologia, de Márcia Ramos-e-Silva e Maria Cristina Ribeiro de Castro, con-quistou o primeiro lugar do concurso.

O livro Animais Aquáticos potencialmente perigosos do Brasil – guiamédico e biológico, de Vidal Haddad Jr., também colaborador deFundamentos de dermatologia, esteve entre os finalistas. De acordo com aCâmara Brasileira do Livro, este ano o Jabuti recebeu 2.573 obras, 20%mais do que em 2008.

JAADO artigo "Tropical

dermatology: Marineand aquatic dermato-logy", de autoria deVidal Haddad (SP) eOmar Lupi (RJ) emparceria com autoresdo Chile e dos EstadosUnidos, é a capa denovembro do Journal ofthe American Academyof Dermatology (JAAD). O texto selecionado fala sobreas lesões cutâneas após exposição a ambientes mari-nhos, incluindo infecções bacterianas e fúngicas, elesões causadas por plantas aquáticas.

ser médico com a ciênciaaprimorada e que o segredo dotratamento de um paciente é ocuidado a ele proporcionando”,afirma o Dr. João.

No total, 293 docentesreceberam títulos de mestre,doutor, livre-docente e professor emérito. Destes, apenas oitoprofissionais receberam o título de Professor Emérito, que é oreconhecimento maior da Famerp à formação de profissionaishumanizados, preparados e conceituados.Atualmente, a Famerpocupa o terceiro lugar no ranking efetuado pelo Inep/MEC.

Feridas e curativosFoi lançado em outubro a primeira edição do livro Curativos,

estomias e dermatologia: uma abordagem multiprofissional,organizado pelo dermatologista Cristiano Tárzia Kakihara e oenfermeiro William Malagutti. A obra, editada pela Martinari,conta com a participação dos dermatologistas Bogdana Kadunc,Maria da Gloria Martin Sasseron e outros, além de especialistasrenomados de diversas áreas e países.

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As avenidas Dr. Freitas e Brigadeiro Protázio Lopes, emBelém, capital do Pará, estiveram apinhadas dedermatologistas entre os dias 5 e 9 de setembro para o 64o

Congresso da SBD. Mais de 2.100 especialistas participaramda programação científica, que incluiu 66 simpósios, 20sessões “Tire Suas Dúvidas com os Departamentos”, 14conferências, 24 “Temas em foco”, entre outras atividades.Em área de 3.200 metros quadrados, o moderníssimoCentro de Feiras e Convenções da AmazôniaHangar foi palco de um show de organização e deinfraestrutura, com tecnologia de ponta emclima de total cordialidade promovido pelacomissão organizadora do evento.

“O que se viu concretizar foi o melhorcenário e que ainda ultrapassou seuslimites. Não ouvi de ninguém qualquertipo de reclamação ou desinteresse peloevento. Ao contrário, recebi muitos elogios equero compartilhá-los com todas as equipesque nos ajudaram, com a SBD e, em especial,com todo o povo do Pará. Essa é uma vitória nossa,é uma vitória da dermatologia”, afirma MarioMiranda, presidente do 64o Congresso.

Além de Belém – que sediou pela terceira vez oCongresso da SBD –, com 249 dermatologistas inscritos, osestados de São Paulo e Rio de Janeiro foram os que maislevaram seus dermatologistas, 578 e 369, respectivamente.Minas Gerais ficou logo em seguida, com 160 participantes.Para Bernardo Gontijo, da Comissão Científica do Título deEspecialista em Dermatologia, o Hangar foi um diferencial doevento. “O ponto alto do Congresso é, sem dúvida, o Centrode Convenções. Não conheço nenhum outro tão eficiente etão bem planejado como este. Uma das queixas doscongressos anteriores era que havia muitas áreas de exposiçãotumultuadas; aqui temos uma área de exposição ampla”, opina.

A programação científica também atraiu grandenúmero de pessoas. Um exemplo foi a sessão “Tire SuasDúvidas” sobre cosmiatria dermatológica, que teve salalotada. A sessão “Dermatologia de baixo custo”,coordenada por Ival Peres Rosa e Marcus Antonio Maia,também teve muita procura. A vice-presidente da SBD,Bogdana Kadunc, a primeira palestrante, falou sobre o uso

de enxerto degordura parapreenchimento comoopção de baixo custo.

Entre os conferencistase coordenadores de mesaestavam 893 especialistasnacionais e sete estrangeiros. Como destaques do exterior,estiveram presentes o professor de dermatologia epatologia Omar Sangüeza, diretor de dermatopatologia daWake Forest University School of Medicine,Winston-Salem,nos Estados Unidos, e o professor de dermatologia daUniversité de Paris 6, Escola Médica Pierre et Marie, HôpitalTenon, Olivier Chosidow, entrevistado da coluna “De Olhono Mundo”.“Quando planejamos um evento, consideramosvários cenários futuros e a possibilidade de fracasso, aindaque parcial. Em nenhum momento considerei isso, atéporque eu contava com uma equipe coesa e comprometidacom a execução desse projeto. Superamos todas as

64o Congresso da SBD dálição de organização emodernidadeBelém, PA cumpre com louvor a missão de sediar o maior evento de dermatologia do país

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dificuldades com muito esforço, com a ajuda de todos oscolegas da SBD, das entidades que nos apoiaram e nosfinanciaram apesar do período de grande dificuldadefinanceira internacional. Passamos pelo olho do furacão”,diagnostica Miranda.

O evento também foi pautado pela responsabilidadeambiental. Um painel de 30 mil garrafas pet compradas decooperativas de catadores decorou a secretaria doCongresso. O material, que teria o lixo como destino certo,teve o reaproveitamento adequado no evento. Osparticipantes do Congresso também receberam bolsasfeitas de garrafas pet e pastas em couro ecológico. Alémdisso, as mesas que apoiavam os computadores foram feitascom tubos de creme dental. Todo o trabalho foi realizadoem parceria com a ONG Noolhar.

Reunião do Conselho Deliberativo inova com a implementação de voto eletrônico

A reunião do Conselho Deliberativo mostrou-sebem dinâmica e com recursos mais modernos. Autilização do voto eletrônico foi uma das modificaçõesestabelecidas em 2009 e mais comentadas pelos quase100 associados que acompanharam a reunião ao longode todo o dia 4 de setembro. A mudança, por todosobservada e apontada como positiva, garantiu eficiênciatanto na contagem de votos quanto na rapidez daapuração. “Considero esta a melhor reunião do conselhonos últimos 20 anos. A mais organizada e civilizada,permitindo que as pessoas tivessem mais oportunidadede expor suas ideias sem limitação da quantidade deouvintes.

O que se observava nos últimos anos é que, àmedida que o dia avançava, o número de conselheiros iacaindo, e nos Assuntos Gerais, geralmente discutidos emtorno das 18h, havia três ou quatro pessoas dentro dasala”, comenta Pedro Trindade Neto.

Na opinião de Arthur Antonio Duarte, o modelo dareunião agradou, e, caso se mantenha desse jeito daquipara a frente, quem tem a ganhar são os associados. “Areunião teve um modelo diferente; eu, que participo hámais de duas décadas, acho que foi uma reuniãoextremamente produtiva, bem organizada, em formatoperfeito e muito bem conduzida também”. Para manter aordem e reduzir a dispersão, as bancadas foramorganizadas com os nomes em ordem alfabética porregionais. Todos os delegados de cada estado estiveramjuntos, o que permitiu que discutissem com maisprofundidade as questões das regionais e facilitou oquórum para as decisões deliberativas.

Deliberações aprovadasOs conselheiros presentes aprovaram todos os

relatórios encaminhados pelas comissões e diretoria.Foram definidos como sócios honorários CarlosFernando Gatti, da Argentina, e Luiz Salazar Gomes, daEspanha. Quase 85% dos aprovados para a obtenção doTítulo de Especialista eram oriundos dos serviçoscredenciados da SBD. A assembleia também realizouvotação para a renovação dos membros de algumascomissões. São eles: da Comissão Científica, AntonioMacedo D’Avila (RJ); de Ética e Defesa Profissional,Francisca Estrela (PB); de Ensino, Arival Cardoso de Brito

Luiz Roberto Terzian, Paulo Cunha e esposa, Andréia Mateus, Fafá de Belém e Omar Lupi

Maria de Fátima Palha Figueiredo, ou simplesmenteFafá de Belém, é dona de gargalhada inconfudível e deincrível alto-astral. Por trás da cantora espetacular com famainternacional há uma mãe orgulhosa do rumo que tomou avida profissional da filha, Mariana de Belém.A menina seguiua carreira dos pais e, aos poucos, vem conquistando seuespaço no cenário artístico. Acompanhe a entrevista dePaulo Cunha com Fafá de Belém, logo após o espetáculo deabertura do Congresso.

Paulo Cunha: Como é a sensação de ser uma figuraextraordinária e estar na sua terra com os dermatologistas?

Fafá de Belém: Bom, eu fiquei muito honrada como convite por vários motivos. Primeiro por estar numCongresso de prestígio como este e por Belém poderreceber hoje um evento desse porte.Tudo isso mexe coma gente. Em relação à questão da dermatologia, nós aqui daAmazônia temos uma base e a essência de muitos

Fafá fala de Belém

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 5 � 9

(PA); de Título de Especialista, Elemir Macedo de Souza(SP); e Conselho Fiscal, Heitor de Sá Gonçalves (CE),Abdiel Figueira Lima (RJ) e Dilhermando Calil (SP).

Na opor tunidade, Rober to Amorim Filho foiconfirmado para presidir o 66o Congresso da SBD, emFlorianópolis. A criação do Departamento de CirurgiaMicrográfica de Mohs, o descredenciamento do HospitalIpiranga (SP), a inscrição de chapa única candidata para obiênio 2011-2012, tendo como presidente BogdanaKadunc (SP) e vice-presidente Sarita Martins (PE) foramoutras definições acertadas na reunião do Conselho.

SBD cria regionais Tocantins e RondôniaO Conselho Deliberativo aprovou a criação de duas

regionais, ambas da Região Norte do Brasil. Foram algunsanos de tentativas e persistência para que hoje Tocantins eRondônia passem a fazer parte das regionais da SBD.“Isso éum compromisso feito pela atual diretoria e que foiprofundamente estudado e implementado conformeproposto no último Conselho”, diz Omar Lupi, completandoque o objetivo é que se tenha uma regional para cada estadona federação até o centenário da Sociedade em 2012.

“É uma satisfação hoje ter sido aprovada a formaçãoda Regional TO. Estamos nessa luta há sete anos no

estado de Tocantins, e eu fico mais feliz ainda porque nãosó o nosso estado como o de Rondônia terárepresentatividade na SBD”, comemora Nilo Fernandesda Costa. O associado Cipriano Ferreira da Silva Júniortambém compartilha sua satisfação. Em sua opinião, avitória é de todos. “Rondônia agradece; isso é verdadeiroexemplo de democratização do acesso à SBD”.

Sócio eletrônico no ano que vemEntrará em vigor, a partir de 2010, uma nova

modalidade de associado da SBD: o sócio eletrônico.Inspirada nas academias Europeia e Americana deDermatologia, a proposta foi um compromisso dediretoria durante a eleição e que se efetivou noConselho Deliberativo.

O serviço dará ao associado que aderir, desconto de10% na anuidade. Além de colaborar com omeio ambiente – tanto o Jornal da SBD comoas revistas Anais Brasileiros de Dermatologiae Surgical Cosmetic & Dermatology estarãodisponíveis para leitura apenas no site, oque significa menos páginas impressas –,a economia se estenderá em gráficae postagem.

Diretoria da SBD durante reunião do Conselho Deliberativo

remédios, e muita coisa nos foi levada daqui. Eu acho quetemos que estar muito atentos à biopirataria, porque émuito complicado isolar o princípio ativo, sem deixar nadapara a terra. Temos que pensar sempre como um todo, oBrasil, assim como a Índia, é um celeiro de ervas, plantas esoluções "mágicas", mas que não podem se perder da gente.

PC: Sua beleza e sua energia são notáveis; além dagenética, que suponho ser fator preponderante, o que vocêfaz para manter toda essa energia, alegria e beleza?

FB: Sou muito natureba, tenho o cuidado de tirar amaquiagem todos os dias. Se eu não tenho um bom cremepara eliminá-la, recorro à vaselina líquida ou pego umatoalha, molho na água morna e vou aplicando emmovimentos circulares como um peeling. Acredito que aqualidade da pele depende fundamentalmente daalimentação e boa hidratação. Sou adepta da boa água, daboa massagem, do bom trabalho muscular, não gosto de

toxina botulínica. Prevenir é o melhor caminho.PC: Qual é a sensação de ter uma filha que vem

percorrendo caminho semelhante ao seu? FB: Quando a Mariana optou por esse caminho eu

fiquei muito apreensiva porque surgem comparações. Elarala há um tempão, corre atrás do caminho dela, e ficomuito feliz por se ter encontrado ao escrever o show“Projeto Árvore”. Lá ela conta a história da música brasileiraatravés da família dela, que começa no avô por parte de pai,que é o Raul Mascarenhas, grande acordeonista, na avó,Carminha Mascarenhas, que é grande cantora do rádio, echega em mim e no pai dela. Quando a Mariana descobriua MPB, ela foi pesquisar nos livros esses nomes todos, avô,avó, pai e mãe estavam nos compêndios da músicabrasileira, e montou um espetáculo que fala um pouco damemória. Ver minha filha cantar é muito emocionante; eufico babando. Choro e tudo!

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Minicomunicação – Prêmio Marcio Lobo Jardim

PRIMEIRO LUGAR – PM 397SSíínnddrroommee ddee AAppeerrtt –– rreellaattoo ddee ccaassooAAuuttoorreess:: Muriel Matias Melo, Raquel Bissacotti Steglich, Eoda MariaBissacotti Steglich, Lauro Barreto Neto, Leonardo Souza de Carvalho Univille, Universidade da Região de Joinville – SC

SEGUNDO LUGAR – PM 097SSíínnddrroommee ddee eeccttrrooddaaccttiilliiaa,, ddiissppllaassiiaa eeccttooddéérrmmiiccaa ee ffeennddaa llaabbiiooppaallaattiinnaa:: rreellaattoo ddee ccaassoo ccoomm qquuaattrroo ffaammiilliiaarreess aaccoommeettiiddoossAAuuttoorreess:: Beatriz Moritz Trope, Jaline Noronha Salomão, VioletaDuarte Tortelly Costa, Renata Brandão Villa Verde, Deiseluci SantanaBarros UFRJ, Serviço de Dermatologia/Faculdade de Medicina – Niterói – RJ

TERCEIRO LUGAR – PM 348AAssppeerrggiilloossee ccuuttâânneeaa pprriimmáárriiaa eemm llooccaall ddee ffiixxaaççããoo ddee eelleettrrooddooss ddeemmoonniittoorriizzaaççããoo ccaarrddííaaccaa eemm ccrriiaannççaa ccoomm aappllaassiiaa ddee mmeedduullaa iiddiiooppááttiiccaaAAuuttoorreess:: Juliana Cabral Nunes, Karina Colossi, Fernando Luiz TeixeiraDantas, Priscila Kakizaki e Mario Cezar Pires Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

Trabalhos de investigação – Prêmio Prof. Sebastião deAlmeida Prado Sampaio

PRIMEIRO LUGAR – PI 087AAvvaalliiaaççããoo ddoo aapprreennddiizzaaddoo ddooss ppaacciieenntteess ssoobbrree aa rreeggrraa ddoo AABBCCDD:: uumm eessttuuddoo rraannddoommiizzaaddoo nnoo SSuull ddoo BBrraassiillAAuuttoorreess:: Renan Rangel Bonamigo, Karen Reetz Müller, GiseleChiaradia,Thayse Crestani, Maria Carolina Widholzer Rey UFCSPA (Universidade Federal da Ciência da Saúde de POA),Serviço de Dermatologia – Porto Alegre – RS

SEGUNDO LUGAR – PI 076CCéélluullaass--ttrroonnccoo mmeesseennqquuiimmaaiiss ddeerriivvaaddaass ddee aaddiippóócciittooss ((AADDSSCC))::eeffiicciiêênncciiaa ddee iissoollaammeennttoo,, ccaarraacctteerriizzaaççããoo ee ddiiffeerreenncciiaaççããoo pprréé ee ppóóss--ttrraannssdduuççããoo vviirraall ppaarraa eexxpprreessssããoo ddee pprrootteeíínnaa vveerrddee ""GGFFPP""AAuuttoorreess:: Marco Andrey Cipriani Frade, Anand Iyer, Kinga Kocemba,Karene Mahtouk e Pranab Kumar Das FMRP-USP, Dermatologia/Faculdade Medicina de Ribeirão Preto –SP e AMC-UvA, Patology/Academic Medical Center – University ofAmsterdan

TERCEIRO LUGAR – PI 082LLeessõõeess ccuuttâânneeaass aaccttíínniiccaass ee rriissccoo ddee ccaarrcciinnoommaa bbaassoocceelluullaarr ddoosseeggmmeennttoo cceeffáálliiccooAAuuttoorreess:: Mariana Rezende,Valquíria Pessoa Chinem, Hélio A. Miot FMB – Unesp, Departamento de Dermatologia e Radioterapia –Botucatu – SP

MMeellhhoorreess ttrraabbaallhhooss ddee ppeessqquuiissaa aaccaaddêêmmiiccaa

“A resolução foi aprovada pelo Conselho Deliberativodurante o Congresso de Belém e será devidamente instituída.Acredito que todos ganham com essa nova modalidade: oassociado, com desconto na anuidade, a Sociedade, com adiminuição dos custos, e o planeta, com a redução de papeldescartado”, comenta o presidente Omar Lupi.

O associado que aderir ao programa poderá fazê-lono site da SBD de 15 de novembro a 15 de dezembro.Os que não fizerem a opção até a data-limitecontinuarão recebendo em casa as publicaçõesimpressas. Ao preencher o cadastro de adesão, oassociado receberá a confirmação online da escolha. Esse“protocolo de confirmação” é a garantia de que aoperação foi bem-sucedida. Os novos associados querealizarem o cadastramento no decorrer do ano nãoterão a opção do sócio eletrônico. O Jornal da SBD

estará disponível em PDF, enquanto as matérias dasrevistas poderão ser consultadas em links separados, deacordo com a preferência do internauta.

“Considero o sócio eletrônico um grande avanço nadinamização do processo”, ressalta Celso Sodré. “Se forpara tentar diminuir o envio de material gráfico e reduzircustos, considero um bom caminho, o que não significaque pode ser instituído abruptamente. Acho que a ideiapara ser aceita por todos demanda algum tempo”, opinaVitor Manoel Silva dos Reis. Para João Roberto Antonio,o sócio eletrônico é um bom negócio. “Parabenizo oineditismo com que está sendo feita a reunião e adecisão da divulgação do jornal pela mídia. O descontoé bom, e acho que a ideia veio muito a calhar”, finaliza.O projeto está sendo implementado, e seus resultadosserão avaliados após um ano.

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65o

Congresso da SBD em 2010Após quase 20 anos, o próximo estado a sediar o

Congresso da SBD será o Rio de Janeiro. Segundo LunaAzulay, presidente do 65

oCSBD, a comissão científica

coordenada por Marcio Rutowitsch vem desenvolvendoum programa educacional abrangente, que atenderá atodos os aspectos da dermatologia, englobandonovidades no formato e no conteúdo. O evento serárealizado entre os dias 4 e 7 de setembro em um dosmaiores centros de convenções e exposições da Américado Sul, o Riocentro. Segundo Luna, espera-se público deseis mil pessoas. Mais de 100 pessoas se inscreveram noCongresso de Belém e ganharam como brinde sandáliasHavaianas com a logo da SBD. “Estamos muito animados,pois queríamos muito que o Congresso viesse para o Riode Janeiro. Estamos organizando com o maior carinho,como se viu que o Mario Miranda organizou aqui ecomo, de maneira geral, todos os presidentes decongresso organizam e se dedicam. O segredo é quetrabalhamos em equipe”.

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 5 � 13

Quem tem fome de conhecimento tem pressa. Após algunsmeses de espera, Renata Zac, de Belo Horizonte, e Josie Eiras, deBelém,puderam finalmente respirar, aliviadas. É que elas enviaram àSBD trabalhos para concorrer ao prêmio da Foundation forInternational Dermatological Education (Fide), órgão vinculado àInternacional Society of Dermatology, e foram contempladas coma participação no Meeting da Academia Americana deDermatologia (AAD) de 2010,em Miami.As duas ganharam aindabolsa de 2.500 dólares e a inscrição em um dos cursos do congres-so. A implementação do projeto estende oportunidades de estu-dos e intercâmbio no exterior para outras categorias de sócios daSBD, além dos residentes, já atendidos pelo projeto SBD/RoC.

A dermatologista Josie Eiras, de 28 anos, ex-residente daFundação Alfredo da Matta, foi contemplada com um traba-lho sobre lobomicose (lacaziose).“O Alfredo da Matta é umcentro de referência nacional em hanseníase e colaboradorda OMS/OPAS no controle, treinamento e pesquisa em han-seníase para as Américas. Com isso, recebemos muitos casosatípicos da doença que, vistos por outros especialistas nãohabituados, acabam passando despercebidos. Recebemostambém vários casos de lacaziose e outras doenças tropicais,tanto em suas apresentações clássicas quanto atípicas. Ostrabalhos demonstram casos com manifestações clínicas nãohabituais, bem como a importância de o dermatologistalevantar suas suspeitas clínicas”, relata Josie.

Onicomicose foi o tema escolhido por Renata Zac, e lherendeu a estada nos Estados Unidos.“O diagnóstico foi feito emuma criança com menos de dois meses de vida, o caso maisprecoce já relatado na literatura. E a mãe descreve o início dadoença ainda mais cedo, na segunda semana de vida”, ressaltaRenata, que faz um agradecimento especial a Maria EsterMassara Café, cujo incentivo levou-a a escrever o trabalho. Naavaliação da dermatologista mineira, um bom médico deve inte-

ressar-se verdadeiramente pela doença do paciente e fazertodo o possível para esclarecer o diagnóstico correto e tratá-lo.

Os 12 trabalhos recebidos foram analisados por ReginaCasz Schechtman e Maria Fernanda Reis Gavazzoni Dias.“Nossa intenção é estimular a produção científica em áreasprioritárias para o país. Além disso, a Bolsa Fide visa estimu-lar o jovem dermatologista que nunca tenha participadodesse congresso e demonstre conhecimento clínico, vonta-de e liderança”, explica Regina Shechtman, acrescentandoque a ideia da realização do prêmio surgiu de uma conver-sa entre ela, o presidente da SBD, Omar Lupi, o coordena-dor médico do JSBD, Paulo Cunha, e o presidente da Fide,Sigfrid Muller, durante o Meeting deste ano, em SãoFrancisco. Segundo, Muller, a Fide “vem ampliando seus obje-tivos e missões junto com o renascimento da dermatologiaglobal e a expansão da tecnologia provinda da globalizaçãoque incrementou a necessidade por maiores conhecimen-tos médicos.”

Ponto em comum entre as duas premiadas é a satisfaçãoprofissional e pessoal em participar de um evento dessagrandeza.“Acredito que vou aprender muito, pois sei que osmelhores dermatologistas do mundo dão palestras nessecongresso. Quero em especial assistir às palestras sobrecabelos e dermatoscopia, área que tenho estudado e pelaqual venho me interessando bastante ultimamente”, declaraRenata Zac. A participação no evento, sem dúvidas, seráuma bela oportunidade para aprimorar o conhecimento.“Imagino que todo dermatologista sinta vontade de partici-par desse grande evento que acrescenta tanta experiênciaa nossa especialidade”, complementa Josie Eiras.

Prêmio Fide leva dois dermatologistas ao

Meeting da AAD Associadas da SBD comemoram resultado e garantem que o esforçovaleu a pena

Agraciadas pelo Prêmio Fide irão participarpela primeira vez do Meeting da AAD

Sigfrid Muller e Regina Shechtman

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14 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 5

Jornal da SBD:A ideia para o tema do trabalho devocês surgiu facilmente?

Letícia Contin: Com a intenção de fazer um trabalho deinvestigação para publicar futuramente, no início do segundoano, eu e algumas colegas de residência tivemos uma conversacom nosso orientador,Dr. Jaison Barreto, sobre a ideia. Iniciamos,então, a formação de um banco de dados sobre os pacientescom hanseníase atendidos no serviço. Analisando o banco dedados pensamos em escrever sobre a utilidade dos examescomplementares, incluindo o ML-Flow, um novo recurso disponí-vel no Instituto Lauro de Souza Lima, para o auxílio ao diagnós-tico.Também ao analisar o polimorfismo da doença, a dificuldadede classificação no dia a dia e o número de pacientes a nós enca-minhados e que foram tratados por menos tempo do que onecessário, tivemos a ideia de comparar as classificações depacientes em pauci e multibacilares. Quando soube do prêmioda SBD/RoC achei uma ótima oportunidade de inscrever o tra-balho e, além de publicá-lo, ter uma experiência no exterior.

Laura Furlani: Somos muito incentivados e cobrados

quanto realização de trabalhos, pesquisas e publicação denossos casos. Graças a essa metodologia, assim que entrei naresidência de Dermatologia da Faculdade de Medicina deJundiaí, o chefe do serviço, Prof. Dr. Paulo Cunha, me orien-tou a realizar um estudo que, baseado na semelhança histo-patológica, buscasse associação entre estrias e distopia uroge-nital, ambas alterações muito frequentes na população femi-nina. Desenvolvemos esse trabalho em conjunto com a disci-plina de ginecologia da FMJ. Quando soube, através do site daSBD, do programa para residentes da RoC, pensei na possi-bilidade de concorrer e fui muito apoiada por Dr. Paulo. Porsaber da importância e repercussão desse concurso nacional,concorrendo a bolsas de estudo no exterior e em importan-tes universidades, sabia que a batalha seria muito difícil.

Vanessa Lucília de Medeiros: A ideia surgiu da neces-sidade de formular hidratantes mais apropriados à pele dospacientes atópicos. As formulações comuns apresentam altoPH e podem irritar a pele desses pacientes. Decidiu-se entãocomparar loções iguais, mas com PHs baixos, próximos ao PHda pele para verificar se havia diferença entre a influência queexerceriam na xerose, prurido e irritação na pele dos atópicos.

JSBD: Como foi saber que estavam entre as trêsganhadoras?

Letícia Contin: Fiquei muito feliz por ter meu traba-lho reconhecido.

Laura Furlani: Quando obtive a vitória senti umafelicidade imensa, já que conquistei meu sonho de fazerum estágio no exterior, e fiquei muito grata a Deus e atodos que me ajudaram: meu chefe, preceptores, colegasde residência, minha família e principalmente à SBD e àRoC por proporcionar esse importante incentivo a nós,residentes.

Vanessa Lucília de Medeiros: A felicidade foi imensa.Estou cursando o quinto ano de residência e foi como um pre-

Projeto Residentes premia três dermatologistas

com bolsas no exteriorJornada no exterior vai durar dois meses

As dermatologistas Letícia Contin (PR), Laura Furlani(MS) e Vanessa Lucília de Medeiros (SP) foram as vence-doras do "Trabalho de Investigação", do ProjetoResidentes SBD/RoC. O concurso, válido para residentesde terceiro ano de serviços credenciados da SBD, conce-deu três bolsas de estudos em instituições de renome noexterior aos autores dos melhores trabalhos nas áreas decosmiatria, fotoproteção e dermatologia tropical. Letícia eLaura embarcaram em outubro, rumo à Universidade deMunich (Alemanha) e Universidade do Texas (EUA),respectivamente, e Vanessa partirá em janeiro para umatemporada no Henry Ford Medical Center, em Detroit(EUA). A empreitada vai durar dois meses.

Disciplina e curiosidade para elaborar pesquisas que tra-gam diferentes abordagens para o tratamento de doençasdermatológicas são as motivações que definem o espíritodas premiadas. Leia a entrevista abaixo e saiba o que elastêm a dizer sobre o momento especial que vivem.

LETICIA ARSIE CONTIN LAURA DE A. FURLANI VANESSA L. S. DE MEDEIROS

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 5 � 15

sente de conclusão de curso, uma sensação que recompensatodo o esforço e dedicação empregados ao longo desse tempo.

JSBD:A rotina no serviço é atribulada? Letícia Contin: Bastante. Estou no último ano da resi-

dência no Instituto Lauro de Souza Lima, em Bauru. Vimpara São Paulo em 2007, quando comecei o primeiro anode residência. A rotina do serviço é de 12 horas diárias einclui atividades de enfermaria, ambulatórios, centro cirúrgi-co, procedimentos, patologia e micologia. Ao final do dia, hásempre uma atividade teórica.

Laura Furlani: A Residência de Dermatologia da FMJ éantiga e conta com apenas quatro residentes, portanto, servi-ço não falta e sobra muito pouco tempo livre. Nossos ambu-latórios funcionam na Faculdade de Medicina em Jundiaí e noComplexo Hospitalar Juquery, em Franco da Rocha.

Vanessa Lucília de Medeiros: Curso o último anoda PUC Campinas. Neste ano há três blocos de estagiários,um de ambulatório geral e estágio opcional, um compostopor cosmiatria, histologia e cirurgias eletivas, e um último depsoríase, colagenoses e dermatoscopia e cirurgia avançadade tumores. Geralmente começamos com um semináriopela manhã, antes do ambulatório, que começa às oitohoras e vai até as quatro e meia da tarde, diariamente.Temos também as responsabilidades normais da residência,como separar casos para as reuniões semanais e congres-sos, apresentação de artigos etc.

JSBD: Qual é a importância do intercâmbio noexterior para a carreira profissional?

Letícia Contin: A experiência é muito enriquecedora,possibilita contatos importantes e oportunidade de conhe-cer diferentes pontos de vista.

Laura Furlani: Estou decidida a aproveitar o máximo pos-sível essa oportunidade e trazer as experiências, novidades e atémesmo um pouco das técnicas de procedimentos e da meto-dologia científica para meus colegas da FMJ.O Brasil possui umapopulação extremamente vaidosa, preocupada com a boa apa-rência, levando ao atual boom das clínicas de estética. Portanto,cabe a nós, dermatologistas brasileiros, nos diferenciarmos,intensificando as pesquisas na área de estética e abandonandoo hábito de fundamentar nossas condutas apenas na experiên-cia pessoal. É necessário nos basearmos em evidências científi-cas reprodutíveis e confiáveis, validando tratamentos acessíveis atodos os dermatologistas e, dessa forma, beneficiando, se possí-vel, toda a população.

Vanessa Lucília de Medeiros: Acho o intercâmbiouma excelente oportunidade de conhecer outra organiza-ção de serviço e de condutas médicas em geral.

* O Departamento de Comunicação

da SBD criou uma conta no Twitter

para que todos acompanhem as expe-

riências vivenciadas por elas lá fora.

O endereço é:

www.twitter.com/SBDresidentes.

PRIMEIRO LUGAR

LETICIA ARSIE CONTIN

Curitiba/PR

Formada pela Universidade Federal do

Paraná (UFPR)

SERVIÇO: Instituto Lauro de Souza Lima –

Bauru, SP

Tema: Classificação operacional e teste de

ml-flow como auxiliar na correta abordagem

e tratamento de pacientes com hanseníase -

Universidade de Munich

SEGUNDO LUGAR

LAURA DE ALBUQUERQUE

FURLANI

Jundiaí/SP

Formada pela Universidade Federal de Mato

Grosso do Sul

SERVIÇO:Faculdade de Medicina em Jundiaí, SP

Tema: Fator de Risco para Distopia -

Universidade do Texas – Houston

TERCEIRO LUGAR

VANESSA LUCILIA SILVEIRA DE

MEDEIROS

Campinas/SP

Formada pela Universidade de Campinas

(Unicamp)

SERVIÇO: PUC-Campinas

Tema: Comparação entre duas loções hidra-

tantes de diferentes phs na melhora da hidra-

tação da pele e na redução do prurido -

Henry Ford Medical Center - Detroit

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 5 � 17

Prezados associados,

Em janeiro, assumi o cargo de ombudsman desta Sociedade, a convite daatual diretoria, e hoje sou encarregado de receber sugestões, críticas e elo-gios dos colegas dermatologistas. Serei uma espécie de ouvidor de vocês.Para isso, conclamo todos a usufruir o direito e participar desta coluna.

Neste primeiro momento, decidi abordar dois assuntos correlatosque têm sido sistematicamente colocados por vários grupos em nos-sos encontros científicos: a medicina estética e o surgimento de cur-sos particulares ministrados por colegas membros da SBD. Essas ques-tões não poderiam ser discutidas sem que se entenda sua origem,que, a meu ver, começou com a mudança ocorrida nos últimos anosno modo de se exercer a medicina. À medicina pura, exercida comosacerdócio, adicionaram-se o lucro e a competição; enfim, o que paramuitos é visto como sacrilégio é tão somente lei de mercado.

Em relação a outras especialidades médicas, a nossa, especificamen-te, com o advento de novas tecnologias e procedimentos estéticos(cosmiatria), começou a ser mais lucrativa, pois esses procedimentos,em sua maioria, não são cobertos pelos planos de saúde. As leis docapitalismo são bem distintas das que regem o sacerdócio.Talvez, sementender essas mudanças, a dermatologia subestimou a poderosa leide oferta e procura, assim como a lei do lucro. Em atitude de reservade mercado, restringimos o número de vagas de residência. O discur-so é o de que não precisamos de mais dermatologistas e de que nãoaumentamos as vagas a fim de manter a qualidade do ensino.

Se não é a competição que nos preocupa, mas, sim, a qualidade doserviço oferecido pelos colegas que “se tornam” dermatologistas, nãoseria o caso de a eles abrirmos nossa Sociedade, criando uma catego-ria de sócio interessado na dermatologia e oferecendo acesso aos Anaise aos eventos da SBD? Dobraríamos nosso número de sócios, de leito-res dos Anais e de plateia para nossos eventos, e formaríamos melho-res profissionais, que fizessem andar juntos o sacerdócio, o empreende-dorismo e a ciência.

Sob esse prisma, qual seria o problema de os colegas dermatologistasorganizarem cursos com fins lucrativos em suas áreas de expertise e dividi-rem seu conhecimento com os colegas que estejam dispostos a fazê-lo? ASBD condena tais cursos a ponto de recomendar a seus membros a nãoparticipação em seus eventos, que, acredita, visam a interesses lucrativosindividuais, o que se configura bem diferente do lucro obtido por entidadesmédicas e serviços de dermatologia,que revertem o lucro obtido com seuseventos à cobertura de suas despesas com pessoal, revistas científicas, ensi-no e pesquisa. Apesar de a SBD condenar essa prática, vários de nossosmembros nela estão envolvidos. Seria o caso de os excluir dos quadros, jáque transgridem uma diretriz de nossa Sociedade? Não estariam eles secomportando como outros profissionais que tanto combatemos?Novamente, devemos sempre nos modernizar e nos adequar aos novostempos. A ética, porém, tem que ser mantida e igual para todos! Está emnossas mãos a formulação de novas políticas para a adequação de nossacentenária e respeitável instituição ao novo século.

�� Ombudsman�� Painel do leitor

Dermatologia x Medicina Estética

Gilvan Alves

Olá, Dr. Omar!Que honra receber sua resposta e de forma tão rápida!Primeiramente quero parabenizá-lo pelo vídeo exce-

lente disponibilizado no site da SBD, Manchas do Sol, bemcomo pela propaganda da SBD que será veiculada emcanais televisivos. Vi a propaganda no Simpósio deDermatite de Contato da SBD-Resp, em que o senhor fezo anúncio em primeira mão. A SBD sob sua presidênciaalcançou um nível de excelência sem igual! Muito obrigadopor tudo que o senhor tem feito por nós, dermatologistas!

Fico feliz pelo fato de a diretoria estar tomando asprovidências possíveis e cabíveis perante absurdos comocurso preparatório para a prova do título de especialistada SBD/AMB que a Fundação Pele Saudável está desenvol-vendo. É muita ousadia eles mandarem e-mail para os asso-ciados efetivos da SBD.Vale ressaltar a existência de outrasinstituições, além da citada, que estão preparando cursossimilares e mandando material de divulgação por e-mail...

Grande abraço e grato mais uma vez pela atenção,Cristiano Kakihara - Dermatologista de São Paulo

Esta seção está aberta para receber opiniões,sugestões, elogios e críticas dos leitores do Jornalda SBD. Mande seu e-mail para [email protected].

Simpósio Online de Psoríase

Achei muito boa a palestra “Fototerapia na Psoríase eTratamento Sistêmico Tradicional”, ministrada pelosdoutores Jesus Santamaria e Ricardo Romiti. Parabenizopela iniciativa e espero que esse tipo de aulas seja mantido,pois facilita muito a vida de quem trabalha no interior e temdificuldades de participar dos congressos e jornadas.

Carla Cecília Magalhães MancusoDermatologista do Rio Grande do Sul

Tendo em vista o recente envio por e-mail de propagan-da da Fundação da Pele Saudável, referente à existência decurso preparatório para o exame do Título de Especialistaem Dermatologia, a diretoria da SBD encaminhou newslettera todos os associados com alguns esclarecimentos impor-tantes. Segundo o texto, a SBD não apoia, patrocina ou con-corda com a realização do referido curso.Além disso, reco-nhece seus Serviços Credenciados existentes em todo oBrasil como o meio apropriado para formar com excelên-cia os dermatologistas. Lamentavelmente, esses cursos con-tinuam a proliferar-se. No entanto, medidas jurídicas cabíveisestão sendo estudadas para conter esse avanço.

Diretoria Nacional da SBDTodos os presidente de Regionais da SBD do Brasil

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A primeira temporada do “Questão de Pele”, quadrocriado pela SBD para a Campanha de Valorização doDermatologista, estreou no dia 28 de setembro no progra-ma Happy Hour, do GNT. O projeto, que tem o apoio daTheraskin, consta de 20 episódios inéditos com duas exibi-ções semanais e vai discutir temas como alergia, micose,herpes, celulite e rugas, apresentando medidas de preven-ção e tratamentos apropriados. No quadro, o dermatolo-gista sai do consultório e vai conversar com o público nasruas ou locais que tenham a ver com o tema do dia.

Apresentado pelo presidente da SBD, Omar Lupi, o“Questão de Pele” traz ainda a participação dos membrosdos departamentos especializados da SBD.Temas e colabo-radores foram escolhidos por meio de sugestões apresen-tadas pela comissão científica da SBD e por seus diversosdepartamentos. O desafio de todos os envolvidos é investi-gar os assuntos de forma séria e científica, mas sem abando-nar a linguagem leve e coloquial.

– O quadro é uma forma de mostrar para a populaçãoa importância de procurar um dermatologista associado daSBD. Trata-se de modelo inovador, que passa a mensagemde forma clara, simples e direta, mas com projeção nacional.É importante mencionar que os departamentos da SBD eas comissões científicas nos ajudaram a escolher os temasexibidos no programa – diz Omar Lupi.

O primeiro episódio abordou o tema manchas de pele,dermatose que é a terceira maior reclamação das mulheres –

independente da idade – que vão ao dermatologista. Em segui-da, foram tratados os assuntos beleza infantil, cabelos, rugas epsoríase – na mesma semana do Dia Nacional da Psoríase.

– A ideia é ter uma grade temática coerente para darmais visibilidade às campanhas sociais da SBD. Por isso, osepisódios sobre fotoproteção e câncer de pele, tambémserão exibidos na mesma semana dos eventos – comple-menta Lupi.

Todos os assuntos exibidos tiveram excelente reper-cussão também nos sites do GNT(www.gnt.com.br/happyhour) e da SBD (www.sbd.org.br/medico), em que o pro-grama é reproduzido. Pela internet, os usuários podemmandar perguntas para a SBD sobre os temas discutidos.Além do quadro, a entidade também está veiculandoanúncio institucional nos intervalos do programa. Navinheta, uma mulher analisa cuidadosamente a pele dorosto diante de um espelho. Após um close, vem a men-sagem: “Tem coisas que só um dermatologista sabe”, exi-bida na pele da moça. O intuito é esclarecer a populaçãosobre a importância da escolha de um profissional legiti-mamente habilitado a diagnosticar e tratar problemas rela-cionados à pele, bem como a cabelos e unhas.

O “Questão de Pele” vai ao ar todas as segundas e quar-tas-feiras a partir das 19h com reprise às terças, às 2h e às12h30.

Programa “Questão de Pele” é uma das principais vertentesda SBD na Campanha deValorização do Dermatologista

Novo formato dacampanha inclui filmeinstitucional nosintervalos do programa.Ações fortalecem aindamais o nome da SBD

Jornal da SBD � Ano XIII n. 5 � 19

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�� Capa

ACampanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Peleda SBD cresce a cada ano. Em sua 11a edição, a partir do dia5 de dezembro, a entidade apresentará algumas inovações.Aprincipal delas é o lançamento do Tour de prevenção emparceria com o laboratório La Roche Posay: um caminhãovolante vai percorrer o país para oferecer atendimentogratuito à população. Outra novidade é a extensão do tempode atendimento da campanha, que passará de seis para oitohoras em todos os postos credenciados.A medida deve-se àtentativa pioneira de certificação da campanha pelo GuinnessWorld Records – líder global do setor de recordes mundiais.

A expectativa é de que mais de 45 mil pessoas sejamatendidas. A mobilização envolverá cerca de 1.500associados da SBD, contribuindo para que a especialidadeganhe mais visibilidade em meio ao público leigo.“Queremos atestar a campanha da SBD como a maiorcampanha médica do mundo

realizada em um único dia; para isso precisamos do auxíliode cada dermatologista brasileiro”, destaca o Omar Lupi,presidente da SBD. Das 8h às 16h, equipes médicas divididasem dois turnos prestarão atendimento à população emhospitais públicos credenciados, postos de saúde e emtendas montadas em pontos de grande circulação. Ospacientes que apresentarem suspeitas de câncer da peleserão encaminhados para tratamento gratuito nos serviçoscredenciados da SBD em todo o país. Nos postos estãoprevistas atividades educativas, como aulas expositivas quetrazem orientações sobre fotoproteção e dicas paraidentificar o câncer da pele. Até o fechamento destamatéria, 174 postos haviam feito o cadastro.

Segundo dados da Campanha Nacional de Prevenção aoCâncer da Pele do ano passado, 65% das pessoas examinadasrevelaram tomar sol sem qualquer proteção, e em 11% delasfoi diagnosticado câncer da pele. Cerca de 0,8% dos casosforam de melanomas malignos. De acordo com Selma

Cernea, coordenadora nacional da campanha, odiagnóstico precoce é determinante para

garantir a cura desses casos, assimjustificados pela coordenadora:

“A exposição excessivaao sol e a presença depele clara, intolerante aosraios ultravioleta, são os

principais fatores derisco para o câncerda pele.”

Caminhão volante percorrerá o litoral do país durante o verão garantindoatendimento gratuito à população de 13 cidades

Tour de prevenção é o destaque da 11a Campanha Nacional de Prevenção aoCâncer da Pele

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JANEIRO

FEVEREIRO

DEZEMBRO

ROTEIRO DO TOUR DE PREVENÇÃODezembro 2009 05 Arpoador (RJ) 06 Copacabana (RJ) 12 São Paulo (SP) 13 Santos (SP) 19 e 20 Calçadão do Rio Guaíba, Porto Alegre (RS)

Janeiro 2010 02 Florianópolis (SC) 03 Camboriú (SC) 09 Vitória (ES) 10 Vila Velha (ES) 16 Maceió (AL) 17 Aracaju (SE) 23 e 24 Recife (PE) 30 Natal (RN) 31 João Pessoa (PB)

Fevereiro 2010 06 e 07 Salvador (BA)

Na estrada com o Tour de prevençãoO caminhão volante fará uma viagem por 13 cidades da costa

brasileira entre os dias 5 de dezembro de 2009 e 7 de fevereirode 2010, sempre nos finais de semana. O Tour de prevençãocontará com equipes locais de dermatologistas da SBD e tempor objetivo realizar diagnósticos de câncer da pele e estimulara conscientização sobre cuidados com a exposição solar,prevenção e detecção precoce da doença.

As consultas serão realizadas no próprio caminhão, que terátotal autonomia de fonte de energia e água. Dividido em trêscompartimentos internos, é equipado com duas salas deatendimento e uma de suporte, além de televisão que exibiráfilme com informações para a população. O caminhão percorreráaproximadamente 10 mil quilômetros, parando no Rio de Janeiro,em São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Camboriú, Vitória, VilaVelha, Maceió, Aracaju, Recife, Natal, João Pessoa e Salvador.

Banco de dadosComo nas campanhas anteriores, no encerramento de todas

as atividades programadas para este ano, os números deatendimento de cada estado serão computados e passarão aintegrar um banco de dados nacional, dividido por regiões,incluindo informações sobre as variáveis sexo, idade e cor. “Aoliberar esses números, a SBD contribui para abastecer entidadesmédicas, autoridades e a sociedade em geral com subsídios parao conhecimento epidemiológico do câncer da pele no país, bemcomo fornece instrumentação para novas ações preventivas”,afirma Selma Cernea.

Natal

ParaíbaPernambuco

AlagoasSergipe

Bahia

Espírito Santo

Rio de Janeiro

São Paulo

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

Jornal da SBD � Ano XIII n. 5 � 21

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Ações de responsabilidadesocial marcamCongresso da SBD

Ações de responsabilidadesocial marcamCongresso da SBD

Pescadores ribeirinhos de Belém e de 38 ilhas dosarredores da cidade estão hoje mais bem informados sobre osriscos com animais aquáticos venenosos. Eles ouviram, no dia29 de agosto, a palestra “Acidentes com animais peçonhentos”,ministrada por Vidal Haddad Jr., coordenador do Depar-tamento de Doenças Infecciosas da SBD, sobre medidasterapêuticas e prevenção de ferimentos causados por peixes.A atividade ocorreu na Escola Bosque, em Outeiro, na capitalparaense, e fez parte das ações de responsabilidade social do64

oCongresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia.Vidal esclareceu as dúvidas dos pescadores e listou os

principais animais peçonhentos da bacia hidrográfica daAmazônia, como o bagre e a arraia, responsáveis pelosferimentos mais graves. O professor da UniversidadeEstadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) emédico colaborador do Hospital Vital Brazil – InstitutoButantan (SP) explicou também quais são as primeirasmedidas em casos de acidente. “Nenhum desses animaisataca; eles se defendem”, informou. No entanto, segundoele, algumas medidas de prevenção e de tratamento deacidentes ocorridos durante a pesca podem ser tomadas.A área atingida por ferroada de arraia deve ser imersa emágua quente por mais ou menos uma hora e meia. Oprocedimento é simples e minimiza bastante a dor, pois ocalor neutraliza a ação das toxinas. Para prevenir

acidentes em praias ou rios, ao entrar na água deve-searrastar os pés ou levantá-los o mínimo possível.

Fundada há quase dois anos, a Casa Escola de Pesca,realiza curso de formação de pescador profissional parajovens de 15 a 24 anos – especialmente filhos depescadores das ilhas de Belém – voltado para o mercado depeixe, principal produto de exportação do Pará. “Dar essaaula foi uma experiência emocionante. A Escola de Pesca éum projeto revolucionário da Prefeitura de Belém que visapreservar e melhorar os valores dos pescadores das ilhas dabaía do Guajará e fornecer valores e formação aos filhosdos pescadores. Eles passam 15 dias na escola e o resto dosdias trabalham com os pais e colocam em prática todos osconhecimentos”, explica Vidal.

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�� DermAção

Vidal Haddad orienta as comunidades ribeirinhas do Pará e alerta a

população sobre o risco de acidentes, que na maioria das vezes ocorrem

por descuido

A experiência nas ilhas que visitou o fez comprovar quea formação educacional e a qualificação profissional darãoàquelas famílias chance de crescimento. “Tive a opor-tunidade de fazer uma viagem com dois alunos e o pai delesaté as ilhas e acabei visitando várias casas de ribeirinhos. Oque vi: pobreza com dignidade e vontade de crescer. Ecrescerão, os caminhos estão sendo apontados. Foi bomajudar”, complementa.

A presidente da SBD-PA, Elizabeth Constante, aposta naredução dos acidentes que, se tratados de forma incorreta,podem até causar gangrena da pele.“Acho que a populaçãoribeirinha ficou esclarecida, pois ao longo da palestra elesfizeram perguntas interagindo com o palestrante. Creio quecom a ajuda dos alunos da Escola de Pesca, que também

participaram da palestra, esses acidentes diminuirão. Esse foinosso objetivo ao planejarmos a aula.”

Durante a atividade, as comunidades das ilhasreceberam a cartilha “Os ribeirinhos: na água o bichopega...” e cartazes com orientações e dicas sobre oscuidados a tomar para evitar complicações, principalmenteentre pessoas alérgicas. “O folheto explicativo em formatode história em quadrinhos provocou discussão, reflexões emostrou aos meninos o quanto existe de imprudência emsua profissão”, ressalta Vidal.

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Intitulado “Hanseníase, esta causa pode ser sua”, o seminárioeducativo sobre hanseníase para enfermeiros e agentescomunitários do Programa de Saúde da Família, ocorrido no dia 2de setembro, reuniu mais de 900 pessoas que atuam no controleda doença. De acordo com a coordenadora de ações deresponsabilidade social do 64o Congresso Dermatológico,Rosemary Góes, “a escolha do tema justifica-se pela graveendemia que a região apresenta”. Dados do Ministério da Saúdeapontam que dos 8.000 casos de hanseníase no Brasil, 4.000 sãodiagnosticados no estado do Pará, ou seja, um número abissal. Otratamento da hanseníase é realizado gratuitamente em qualquerposto de saúde do SUS.

Belém contra a hanseníase

O presidente do Congresso de Belém, Mário Miranda ladeado da Comissão de Responsabilidade Social

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Mais do que uma entidade médica que defende asatividades e interesses dos dermatologistas, a SBD prezaa saúde da população. Mantendo o compromisso com asboas práticas do exercício da medicina, os representan-tes da SBD, Marcus Maia e Nilton Nasser, estiveram nodia 22 de setembro na sede da Agência Nacional deVigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília, para discutir emaudiência pública os riscos, a fiscalização e a atual situa-ção das câmaras de bronzeamento artificial no Brasil. Aproposta da Anvisa – que esteve em consulta pública atéo começo de outubro – prevê a proibição do uso dosequipamentos para fins estéticos, bem como de seucomércio, aluguel, importação e doação. A medida nãoserá aplicada aos equipamentos com emissão de radia-ção ultravioleta destinados a terapias médicas, como otratamento de psoríase e vitiligo.

Segundo a Agência Internacional para Pesquisa sobreCâncer (IARC, em inglês), órgão vinculado à OrganizaçãoMundial de Saúde, a prática de bronzeamento artificialaumenta em 75% as chances de desenvolver melanoma empessoas com até 35 anos. A radiação ultravioleta das cabi-nes de bronzeamento foi considerada pela OMS carcinogê-nica grau I. “Além de todos os riscos de aumento da inci-dência de câncer de pele, a exposição aos raios UVA tam-bém afeta o sistema imunológico e pode acarretar outrosmales, como o desenvolvimento de herpes simples, fotoa-lergias, fotodermatoses, bem como promover interaçõesmedicamentosas graves”, afirmou Nilton Nasser, coordena-dor do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD.Segundo ele, trata-se de procedimento invasivo e não deveser realizado por leigos. “Como podemos aprovar um pro-cedimento invasivo prejudicial à saúde do cidadão para finsestéticos?”, questionou.

Marcus Maia salientou que o câncer de pele não podeser considerado fatalidade porque se conhecem as causas

e quem poderá desenvolvê-lo. E acrescentou que atual-mente os mecanismos para evitar sua ocorrência são tam-bém bastante conhecidos. “Não é possível que o mundonão se mobilize em relação a isso.Teoricamente, o câncerde pele não era para existir visto que conhecemos as cau-sas e a prevenção”. Maia ressaltou a importância do câncerde pele do ponto de vista epidemiológico, considerando aelevada incidência no Brasil e o custo que isso determinaao tratamento.“Para o tratamento de carcinoma basocelu-lar de pequeno porte é necessário pelo menos oito idas aohospital. Já um paciente portador de melanoma cutâneometastático chega a custar cerca de 30 mil dólares por anopara o Estado.”

O diretor Dirceu Barbano destacou que a Anvisa, comoórgão regulador, deve procurar avaliar os riscos, reduzi-los e,se possível, eliminá-los. Em sua opinião, muitas vezes o cida-dão comum não consegue decidir o que é melhor para suasaúde. Após a audiência, a assessoria de imprensa da Anvisaesclareceu que no Brasil há registro válido e autorizaçãopara comercialização de apenas uma marca desse tipo deequipamento, em diferentes modelos. Houve a solicitaçãode registro de aproximadamente nove marcas diferentes,das quais apenas cinco foram concretizadas. Contudo, aolongo do tempo, os registros não foram renovados por faltade interesse dos fabricantes.

Representantes da Anvisa, do Instituto Nacional doCâncer (Inca), da Associação Brasileira dos Profissionais deBronzeamento (ABPB) e a médica Emilie Van Deventer, daOrganização Mundial de Saúde, também participaram daaudiência.A expectativa é de que até o final de 2009 a deci-são sobre o futuro do bronzeamento artificial no Brasil sejadefinida.Vale ressaltar a participação efetiva que a SBD vemexercendo nesse processo, servindo como apoio técnico ecientífico à Anvisa, de acordo com o novo projeto institu-cional de nossa Sociedade.

SBD participa de reunião com a Anvisa paradiscutir câmaras de bronzeamento artificial no Brasil

Dermatologistas apoiam Anvisa na proibição do usa da radiação ultravioleta para fins

estéticos. Representantes da SBD debatem ativamente o tema em audiência pública

Page 22: Jornal da SBD - Nº 5 Setembro / Outubro 2009

Conheça as etapas

✔ Em junho de 2009, a IARC publicou monografia em The Lancet, considerando que a exposição à radiação

ultravioleta emitida pelas cabines de bronzeamento é considerada de risco e classificada no Grupo I, ou

seja, algo carcinogênico em humanos. A decisão significa elevação do reconhecimento do risco de

ocorrência de cânceres da pele causados pela prática do bronzeamento artificial.

✔ Tais notícias acionaram imediatamente a Anvisa, que colocou em discussão a pertinência das normas

sanitárias brasileiras a respeito do registro sanitário dos equipamentos, e autoriza seu uso em serviços que

oferecem o bronzeamento artificial no país, mediante os critérios estabelecidos em 2002.

✔ A Diretoria Colegiada da Anvisa, após avaliação das informações, deliberou pela publicação de consulta

pública que propõe a proibição em todo território nacional da importação, doação, comercialização, bem

como aluguel e uso dos equipamentos para bronzeamento artificial com finalidade estética baseada na

emissão de radiação ultravioleta.

✔ Essa consulta pública foi ampliada com audiência pública em 22 de setembro, em Brasília, na qual, a convite

da própria Anvisa, estiveram presentes os dermatologistas Nilton Nasser e Marcus Maia, representando

a SBD.

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No Dia Mundial de Conscientização da Psoríase, 29 deoutubro, a SBD promoveu ampla Campanha Nacional paraa comunidade e a mídia. Com programação bem variada –que incluiu, por exemplo, inserção do tema no quadro"Questão de Pele", no GNT, veiculação de filme institucionalde 30 segundos sobre a doença em cinemas da redeKinoplex, na rede televisiva nacional e postos de atendimen-to em cinco regiões brasileiras –, a SBD quis esclarecer apopulação sobre o que é a psoríase, diminuir o preconcei-to e melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença.Hoje a psoríase acomete duas entre cada 100 pessoas emtodo o mundo.

A campanha aconteceu em 45 postos de orientação de19 estados, e as regionais da SBD aderiram em peso, mon-tando, em pontos de grande circulação, tendas para distribui-ção de folhetos explicativos. “Aproximadamente 50 mil pes-soas foram abordadas e aprenderam a identificar a doença,que não é contagiosa e não tem cura, mas que pode sercontrolada com tratamento junto ao dermatologista”, expli-ca Claudia Maia, coordenadora nacional da campanha, aolado de Maria Denise Takahashi e Ricardo Romiti, responsá-veis pela parte científica.

Os serviços credenciados realizaram ações informativasem ambulatórios, hospitais e espaços públicos. Todos devi-damente identificados com a camiseta do Dia Nacional daPsoríase. “Percebemos grande mobilização entre as regio-nais, algo que contribuiu muito para que a campanha atin-gisse todo esse sucesso. Atribuo também ao empenho daequipe que desde o Fórum de Psoríase, realizado em feve-reiro deste ano, trabalhou com afinco para que tudo dessecerto”, complementa.

Quarta edição da campanha contempla ações que visam, entreoutros aspectos, desmitificar a doença, que tem tratamento enão é contagiosa. Simpósio inédito em Brasília conta com a pre-sença de representantes do Ministério da Saúde

Campanha Nacional de Psoríase da SBD mobiliza o país

26 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 5

A atualização do Consenso Brasileiro de Psoríase, de2006, é outra vertente da campanha. A edição foi enviada apartir de outubro a bibliotecas médicas de todo o país,secretarias de Saúde, entidades médicas e serviços creden-ciados. “A versão atualizada do Consenso deve ser ferra-menta de apoio para todos aqueles que clinicam, estudame pesquisam no campo da psoríase em todo o Brasil.Todoesse empenho visa ao bem-estar dos pacientes com psoría-se, bem como à melhoria da qualidade de vida de todos osacometidos”, completa Ricardo Romitti.

Paulo Cunha é o idealizador do projeto que, desde2006, colocou o Dia da Psoríase no calendário oficial daSBD. A Campanha Nacionalde Psoríase caminha a passoslargos para se tornar, depois da Campanha Nacional dePrevenção ao Câncer da Pele, a segunda maior atividade daSBD junto ao público e mídia e tem sido priorizada pelaatual diretoria da entidade.

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 5 � 27

Promover amplo debate sobre a doença e discutirquestões como regulamentação, captação de recursospara apoio a pacientes, essas foram as principais metas do1o Simpósio Nacional de Psoríase, que aconteceu no dia14 de novembro, no Mercure Hotel – Eixo Monumental,em Brasília, Distrito Federal.

Pela primeira vez em sua história a SBD agregou seusesforços ao de associações de pacientes com psoríasepara promover um workshop que discutiu temas comogestão e planejamento estratégico. "Nossa ideia é queelas tenham maior força de atuação junto ao paciente.Isso é importante no nível político, pois facilita aobtenção de tratamento. A força do paciente fica muitopoderosa quando eles se unem", salienta Claudia Maia.

Nos Estados Unidos e na Europa, ela continua, as asso-ciações de pacientes são extremamente fortes, ao contrário das brasileiras que, emgrande parte, não têm como se manter e costumam funcionar na residência dopaciente. Essas associações receberam aulas de gestão, captação de recursos, rela-cionamento com autoridades médicas e da área de saúde em geral.

Participaram da oficina renomados especialistas brasileiros, o canadense Yves Poulin, coma palestra Biologics for Psoriasis: Update and Recent Advances, e representantes doMinistério da Saúde.“A SBD continua empenhada em ser parceira das autoridades gover-namentais de saúde nas tomadas de decisão em políticas de saúde em dermatologia”,garante Claudia Maia.

1o Simpósio Nacional de Psoríase

Veja algumas ações que a SBD tem tentado realizar junto ao Ministério da Saúde� Incorporação de imunobiológicos no tratamento de psoríase grave pelo SUS;� Incorporação de fototerapia no tratamento de psoríase pelo SUS;� Incorporação da lista de medicamentos tópicos para a psoríase pela Farmácia Popular do SUS.

SBD de 2006, estima-se que 3% da população tem adoença, o equivalente a 190 milhões de pessoas. O fatomais preocupante é a maioria não se saber portadora damoléstia.

Simpósio Online

As ações da SBD tiveram continuidade com a reali-zação de um simpósio online. Durante quatro dias osassociados assistiram a oito palestras ministradas peloGrupo de psoríase e par ticiparam de discussão sobre otema com expoentes no assunto. As palestras foramtransmitidas em dois blocos de 30 minutos, seguidos deum terceiro, de igual duração, para discussão. Após asaulas os associados responderam ao questionário onli-ne, pontuado pelo CNA. "Essa forma de aproximaçãocom os associados é pioneira e um importante meiopara atualização a distância dos dermatologistas de todoo Brasil. Além disso, o grande diferencial é não havercustos com inscrição, hospedagem e passagem", ressaltaClaudia Maia.

Após o simpósio, todas as palestras ficarão disponíveisna videoteca da SBD.

De acordo com dados do Censo Dermatológico da

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28 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 5

A SBD sempre procura apoiar ini-

ciativas que levam esclarecimento à população e às

demais sociedades médicas. No mês de setembro, a

Sociedade engajou-se na campanha “Juntos contra o lin-

foma”. Idealizado pela Sociedade Brasileira de

Hematologia e Hemoterapia (SBHH) e realizado pela

Roche, o projeto visa alertar os médicos para os sin-

tomas dessa neoplasia. O objetivo é o diagnóstico pre-

coce da doença, aumentando, assim, as chances de sobre-

vivência ou cura do paciente. “Diversas especialidades

médicas estão participando da campanha, e, dada a

importância do assunto em questão, a SBD não poderia

deixar de estar presente.Também estamos, aliás, em busca

de parcerias com sociedades afins, como a Associação

Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), Academia

Americana de Dermatologia (AAD), Academia Europeia

de Dermatologia e Venereologia) (EADV), e o Colégio

Iberolatinoamericano de Dermatologia (Cilad)”, entre

outras, enfatiza Omar Lupi, presidente da SBD.

SBD apoia campanha Juntos contra o linfoma

A campanha começou a ser divulgada em abril deste

ano e, além da dermatologia, pretende atingir os médicos da

infectologia e da clínica médica, os cirurgiões de cabeça e

pescoço, ginecologistas e geriatras. “Das especialidades que

participam da ação, os dermatologistas são os que melhor

conhecem os linfomas que acometem a pele, além de os

mais experientes na detecção da doença”, ressalta o presi-

dente da SBHH, Carlos Chiatonne.

Segundo a Associação Brasileira de Linfoma, aproxi-

madamente três mil pessoas morrem por ano de linfoma

no Brasil, e grande parte desses cidadãos não sabe que tem

a doença, que é considerada a quinta neoplasia de maior

incidência no mundo. Os principais sintomas do linfoma são

aumento dos linfonodos, perda de peso, febre, fadiga,

sudorese noturna e prurido. Segundo o Inca, em 2009, exi-

stirão 9.100 casos de linfoma no país. Outras informações

podem ser obtidas no site oficial da campanha

(www.juntoscontraolinfoma.com.br).

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Nova diretoria do CFM tem representantes apoiados pela SBD

Tomaram posse no dia 1o de outubro, em Brasília, os56 novos conselheiros federais efetivos querepresentarão a entidade no próximo quinquênio (2009-2014). Mais de 90% dos candidatos vencedores de 22estados tiveram o apoio engajado e organizado daSociedade Brasileira de Dermatologia. O fato reforça aeficácia da política institucional da SBD ao apoiarformalmente, e pela primeira vez em sua história,representantes que pretendam dar voz aos interesses dadermatologia brasileira. Omar Lupi, presidente da SBD,acredita que este é um momento histórico: “Políticainstitucional deve ser corajosa e eficaz, visando ao bem damaioria e à defesa dos preceitos éticos”, enfatiza. A partirdeste momento a SBD e todos os dermatologistasbrasileiros têm voz ativa na condução da política médicano Brasil”, conclui. No mesmo dia também tomou possea nova diretoria da entidade. O médico catarinenseRoberto Luiz d’Avila teve votação unânime para aPresidência. O vice-presidente, Carlos Vital, do estado dePernambuco, fez questão de afirmar que espera retribuirà altura a vitória por unanimidade, dedicando-se comempenho às questões da dermatologia. “Sem dúvida oapoio da SBD foi de grande valia para todo o processo,ao participar e buscar consenso no sentido da valorizaçãoe preservação do trabalho do médico e de suaespecialidade”, comenta.

Não é de hoje que a classe médica vem enfrentandoproblemas quanto à expansão de cursos não reconhecidosespalhados de ponta a ponta do país. O problema, que searrasta há anos, ganha grandes chances de ser sanado coma parceria entre SBD e CFM. Segundo Vital, há grandespossibilidades de o CFM contar com a SBD em câmarastécnicas do Conselho. Essa participação seria umimportante meio para auxiliar o Conselho nos principaispontos defendidos pela especialidade. Ele afirma ainda quea busca de melhorias deve ser constante. “Muitosprofissionais sem formação especializada em dermatologiafazem tratamentos de risco que trazem malefícios àpopulação. A SBD será convidada a participar de câmaras

técnicas para que possam desenvolver conosco umtrabalho mais consciente nesse sentido. Vemos combastante interesse essa possibilidade e levaremos a ideiapara discussão plenária. Esperamos que isso possa se tornarum fato concreto”, explica. E acrescenta que o Conselhovem agendando reuniões com o Ministério da Saúde pararegulamentar cursos idôneos e rechaçar profissionais quecolocam a população em risco. Alerta ainda para os cursosde qualidade. “Somos a favor da melhoria do ensino.”

Práticas recorrentes no dia a dia da SBD, acooperação e a integração entre as regionais foramprimordiais para a obtenção do resultado. Podemos dizerque, em escala de zero a dez, o índice de satisfação dosdermatologistas alcançou o número máximo. A relaçãode confiança entre o médico Carlos Vital e a diretoria daSBD-PE foi determinante na escolha do candidato. “ASBD Pernambuco apoiou o Dr. Carlos Vital porque jáconhecia suas condutas de luta em defesa da ética, doexercício digno e responsável da medicina e por já terdemonstrado compromisso com a dermatologia. Estoucerto de que sua presença na diretoria do CFM serátraduzida por atitudes coerentes e trabalho efetivo emdefesa das especialidades médicas”, ressalta Emerson deAndrade, segundo secretário da SBD.

A presidente da Regional Pernambuco, Silvia Carvalho,salienta que a dermatologia pernambucana e a brasileiraganharam um aliado de peso. “A boa relação entreentidades que representam a categoria médica é bastantesalutar e só tem a oferecer benefícios. Para a candidatura aoCFM, a SBD-PE apoiou colegas de conduta ilibada e ética,que são respeitados em nosso estado pelo trabalhodesenvolvido ao longo dos últimos anos em defesa dacategoria médica e da sociedade. Estou convicta de que adermatologia pernambucana e brasileira serão contem-pladas em seus interesses”, garante.

Além do presidente, Roberto d’Avila, e do primeiro vice-presidente, Carlos Vital, foram eleitos Aloísio TibiriçáMiranda (segundo vice-presidente) e Emmanuel FortesCavalcante (terceiro vice-presidente).

Membros eleitos prometem desenvolver trabalho em parceria com a SBD

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Alice O. A. Alchorne

Acometem em geral adultos do sexo masculino detodos os tipos de pele, mas especialmente os atópicos.Operadores de máquina e galvanizadores são as vítimasmais frequentes. Os maiores riscos nesse setor sãoalguns metais, substâncias para higiene, lubrificantesanticorrosivos e sobretudo os chamados fluidos decor te de peças.

Os fluidos de corte são utilizados para o resfriamentode máquinas/ferramentas e peças para facilitar o corte,aumentando a produção e dando melhor acabamento àspeças metálicas. São classificados em: puros ou insolúveis(minerais, vegetais, animais ou sintéticos); solúveis (emulsõesde óleo em água com inúmeros aditivos); e sintéticos ousemissintéticos (aquosos com detergentes e emulsificantese que podem conter óleos). Frequentemente acarretamdermatites de contato pelos aditivos, principalmente osóleos solúveis.

Galvanoplastia é o recobrimento de metais por outrosmetais (cromeação, niquelação, douração etc.). Utiliza, alémdos banhos de metais recobridores, cáusticos potentesdesengorduradores e decapantes de oxidação das peças aserem galvanizadas e que podem ocasionar desde der-matites de contato irritativas, durante as lavagens das peças,até acidentes de trabalho (queimaduras químicas) pelo con-tato com os cáusticos potentes. Os metais recobridores(como níquel e cromo) são muito sensibilizantes e podemser responsáveis por dermatite de contato alérgica. Ocromo desencadeia também a dificuldade de cicatrização deferimentos, pois desnatura as proteínas da pele. Pode oca-sionar a perfuração do septo nasal quando inalado.

ClínicaDermatites de contato: são os quadros mais fre-

quentes, principalmente a irritativa, com lesõeseczematosas (agudas, subagudas ou crônicas), especial-mente nas mãos e antebraços ou disidrosiformes. Os irri-tantes mais comuns são solventes, higienizadores dasmãos, óleos lubrificantes, fluidos de corte e da gal-vanoplastia, hidróxido de sódio (nos banhos desengordu-radores) e ácidos decapantes de oxidação. Os sensibi-lizantes mais importantes são os metais da galvanização(cromo e níquel) e os aditivos dos óleos lubrificantes e

�� Profissões e Dermatoses Ocupacionais

Dermatoses ocupacionaisno setor metalúrgicoOs trabalhadores da metalurgia nos países industrializadosconstituem um dos grupos mais atingidos pelas dermatosesprofissionais. O contato persistente de agentes químicos na peledesses operários coloca sua ocupação entre as cinco maiscausadoras de dermatoses nas mãos

Dermatite de contatoalérgica por óleosolúvel

Elaioconiose

Elaioconiose com foliculiteestafilocócica

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fluidos de corte: emulsificantes (etanolamina), fragrâncias,corantes (parafenilenodiamina), colofônio, conservantesantimicrobianos (formol, liberadores de formol, metildibromoglutaronitrila), antioxidantes anticorrosivos, esta-bilizadores de fase, aditivos de extrema pressão (bis etilhexil ditifosfato de zinco), antiespumantes.

Acne ocupacional: menos frequente atual-mente. Ocorre por obstrução e infecção secundáriados folículos pilossebáceos. Pode ser dividida em elaio-coniose, que ocorre em áreas expostas ou de vestimen-tas sujas de óleos de cor te e óleos lubrificantes; e clo-racne, grave, com inúmeros cistos, causada por hidro-carbonetos clorados.

Melanodermias: pós-inflamatória ou em áreasfotoexpostas por fotossensibilidade a derivados dopetróleo ou antimicrobianos dos óleos.

Queratoses: lesões numerosas (queratoses sebor-reicas-símile) em áreas expostas aos óleos de corte puros,principalmente no dorso das mãos e antebraços. Há con-trovérsia quanto a seu possível caráter pré-canceroso.

Ferimentos: são frequentes principalmentepequenos traumas.

Granulomas de corpo estranho: causadosem geral por limalha de metais.

Câncer: difícil estabelecer o nexo ocupacional, e omais referido é o carcinoma espinocelular por derivados dopetróleo (contaminantes como nitrosaminas e benzopireno).

DiagnósticoGeralmente é clínico. O principal exame laboratorial é o

teste de contato com a bateria-padrão. Podem-se utilizartambém baterias específicas de fluidos de corte e metais emateriais próprios dos pacientes, porém é necessário certocuidado, pois podem ser irritantes. Os óleos puros ou inso-lúveis são testados em óleo de oliva a 50%, e os solúveistanto com os óleos originais (em solução aquosa a 5%),como com os já diluídos (como tal), pois nesses podem tersido acrescentados conservantes.

PrevençãoEm decorrência da automação e encapsulação de máquinas

no trabalho de metalurgia, o contato com as substâncias nocivasé menor. Nas empresas não automatizadas todas as medidasdevem ser tomadas para se evitar o contato do trabalhador comos riscos dessa atividade, como o uso de ventiladores, exausto-res,higiene do ambiente e instrumentos para manuseio de peças“contaminadas” com as substâncias lesivas. A utilização de luvasadequadas deve ser indicada, exceto para os trabalhos quedemandam a destreza manual, sua utilização potencializando ris-cos de acidentes.Também são indicados cremes emolientes.

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Comissão da SBD participa ativamente do Congresso Europeu

Mais de dez mil especialistas do mundo inteiro se

reuniram para o 18o Congresso da Academia Europeia de

Dermatologia e Venereologia (EADV) nos dias 7 e 11 de

outubro, em Berlim,Alemanha. O evento mostrou as últi-

mas descobertas em investigação dermatológica e as

opções terapêuticas atuais na dermatologia e venereolo-

gia. Quinhentos especialistas apresentaram sessões, pales-

tras, cursos e simpósios.

O coordenador médico do JSBD, Paulo Cunha, liderou

a comissão brasileira composta de 13 dermatologistas

que apresentaram o Simpósio de Dermatologia Tropical.

“Primorosas informações sobre doenças dermatológicas

associadas a ambientes tropicais foram transmitidas a

representantes de várias partes do mundo”. Em sua opi-

nião,“é oportunidade única de dermatologistas do mundo

inteiro conhecerem as doenças tropicais que acometem

indivíduos não só do nosso país”.

Acompanhe as informações que Omar Lupi, Izelda

Costa, Claudia Maia, João Roberto Antônio e Alice

Alchorne trouxeram de Berlim para o JSBD.

18o Congresso da EADVSBD participa do

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Mais visibilidade internacionalOmar Lupi

Durante o Simpósio oficial da SBD na EADV, tivemos aoportunidade de fazer um call for papers internacional,apresentando nossa revista hoje indexada e pronta parareceber artigos de diversos países. É a SBD “se interna-cionalizando” para o benefício de todos os associados. Nãose trata de projetos de cunho pessoal ou de determinadosserviços, mas sim, de abertura de oportunidades para todosos dermatologistas brasileiros: de intercâmbios, de publi-cações no exterior e de ampliação dos horizontes.

Vacina quadrivalente contra o HPV nosexo masculino Izelda Costa

O HPV é doença de transmissão sexual, sendo, portan-to, extremamente importante tratar o parceiro para a erra-dicação do vírus. Dos métodos terapêuticos, nenhum estáinteiramente consagrado e pode ser considerado curativo.A recorrência varia de 30 a 70%.

A vacina quadrivalente tem ação nos HPV 6, 11, 16, 18,que são responsáveis por 90% das verrugas genitais, 70%dos cânceres de colo de útero e anal, de cabeça e pescoço,e peniano associados ao HPV.

A imunogenicidade induzida pela vacina nos homens ésimilar ou mesmo maior do que a verificada na populaçãofeminina – e ainda leva benefícios indiretos às mulheres.Estudos recentes, em homens de 16 a 26 anos, têmdemonstrado a eficácia da vacina:

1.390 sujeitos vacinados x 1.400 tratados com placebo– a eficácia da vacina foi de 85,6%

HPV tipo 6 = 88%HPV tipo 11 = 93.4%HPV tipo 16 = 78,7%HPV tipo 18 = 96%

Em conclusão, a vacina quadrivalente preventiva do HPVtem-se mostrado eficaz na redução da incidência e preva-lência da infecção pelo HPV tipos 6, 11, 16 e 18.

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Qualidade do CongressoClaudia Maia

O tamanho da área de exposição – realmente grandio-sa, com mais de 180 expositores, entre laboratórios, estan-des institucionais e grandes editores de livros e revistascientíficos – foi um dos pontos altos do Congresso.

Os maiores estandes eram os dos imunobiológicos.Além dos já conhecidos Humira®, Enbrel® e Remicade®,havia também o do Estelara® – que em breve deverá serregulamentado no Brasil.

Os equipamentos de tratamentos estéticos faciais e cor-porais também se destacaram. A maior parte das tecnolo-gias concentrava-se nos lançamentos de multiplataformas,

congregando várias tecnologias em um sóaparelho.

Os equipamentos de tratamento corpo-ral ganharam impulso, com inúmerasopções em ultrassons focais e sistemas de

lipoescultura.Um estande, em particular,

chamou realmente a atenção: oda Microscopia Confocal a Laser.

Eram dois tipos de equipamentos: oVivascope®1500, permitindo o diagnósti-

co patológico in vivo – em tempo real, deforma rápida e não invasiva, e sem necessi-dade da retirada do tecido; e o Vivascope2500 em que se utiliza o diagnostico ex-vivo,ou seja, analisando o fragmento de tecidoimediatamente após a retirada para amonitorização de margens cirúrgicas detumores durante a excisão.Ambos cus-tam em torno de US$100 mil.

Achei inusitado o lançamento deum produto utilizado imediata-

mente após procedimentos comoLaser e peelings, que serve como

maquiagem e cicatrizante –Lycogel®, à base de sílica gel. Umavariação que já temos no Brasil éo Xamiol®, o tradicional calcipo-triol + betametasona, porém emgel para uso capilar e no trata-mento de psoríase.

- Novo despigmentante daMerck à base de rucinol – um ini-bidor da tirosinase – Iklen®.

- Já divulgado em outros even-tos, mas ainda indisponível no Brasil,o retinoide Alitretinoína (Toctino®)– Basilea farmacêutica – de uso oralpara tratar eczemas crônicos das

mãos, refratário à utilização de corticoide.- Simples, mas bastante prático: adesivo de ureia a 40%

– Onyster® da Pierre Fabre – usado como coadjuvante notratamento de onicomicoses.

PreenchimentosJoão Roberto Antônio

1- O dermatologista precisa conhecer a anatomiaindividual voltada para a interação da pele com o subcutâ-neo, músculos e ossos dos locais a corrigir, sem o que nãoalcança o resultado desejado. Existem preenchedores espe-cíficos para as diferentes profundidades anatômicas.

2- As indicações mais comentadas se referiram a cica-trizes da acne e ao redor dos olhos: como sulco nasojugal,sobrancelhas, rugas periorbitárias que não respondem àtoxina botulínica e linhas do couro cabeludo em homenscom calvície. Importante avaliar o grau dos sinais de enve-lhecimento pelo exame clínico e a fotografia, como parâme-tros de indicação. Em relação à hiperpigmentação periorbi-tária (olheiras), o mais importante é dominar a técnica paraevitar o efeito Tyndall (que corresponde ao aspecto azula-do pós-procedimento).

3- Comentada a aplicação do preenchimento emtoda a face, de maneira global, utilizando o ácido hialurôni-co, em suas várias apresentações lançadas no momento. Aassociação de lidocaína favorece a comodidade do procedi-mento.Técnica demonstrada no aumento das regiões mala-res consiste na introdução da agulha da seringa com opreenchedor por via intrabucal na altura dos caninos supe-riores e por retroinjeção ir fazendo o preenchimento doslocais a corrigir. Quanto ao sorriso “mona lisa”, indicadopara algumas pacientes, consegue-se preenchendo o ângu-lo da boca em posição aberta.

4- Os preenchedores mais comentados foram oácido hialurônico em suas várias apresentações e asso-ciações com a lidocaína, ácido poli-láctico, hidroxiapatitade cálcio e, em menor proporção, polimetilmetacrilato eoutros já não mais utilizados pelos dermatologistas bra-sileiros.

5- Para as perdas ou diminuição de volume dos glúteos,ou aumento das nádegas e correções corporais, pernas, pei-torais, aumento do volume dos seios e correção de defei-tos dos mamilos foram demonstradas técnicas com preen-chedor à base de ácido hialurônico de alta densidade, tipoMacrolane® (gel à base de ácido hialurônico para aplicaçãono contorno corporal, utilizando a tecnologia NASHA™ daQ-Med). Introduzido através de cânula nas regiões subcutâ-neas ou musculares, após abertura com pequenas incisões,pode ser feito em ambiente hospitalar ou em consultório,desde que haja condições técnicas adequadas.

6- A correção das atrofias profundas no dorso dasmãos e depressões nos braços foi demonstrada com ácido

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hialurônico, poliláctico e PMMA.7- Complicações: como evitar? Avaliando o paciente e

as medicações de que faz uso com regularidade (AAS, etc.).Avaliar expectativas reais ou ilusórias. Evitar a correção exa-gerada, formação de pápulas aparentes (granulomas), isque-mia e/ou necrose tecidual, infecção secundária, etc. Namaioria das vezes tem sido comprovado serem as compli-cações mais por erro de técnica, mas também por má indi-cação ou qualidade do produto utilizado.

Dermatite de contatoAlice Alchorne

Tivemos várias sessões sobre dermatite de contato ocupa-cional ou não. Foi abordada a facilidade de sensibilização pormedicamentos tópicos em pacientes com úlcera de perna –pela própria dermatose prévia que geralmente vem associadaa eczema de estase e o frequente uso de tópicos contendoantibióticos, fragrâncias, veículos, conservantes e emulsificantes.

Novos alérgenos foram apresentados, como o dimeltilfumarato (biocida para conservação de sofás) e isotazolinona(biocida de cosméticos). Foram apresentados também os prin-cipais alérgenos de medicamentos (anestésicos, antibióticos,antivirais, antissépticos, antimicóticos, anti-histamínicos, drogasantineoplásicas, antiparasitários, AINH, drogas antipsoriáticas,corticosteroides, drogas midriáticas e veículos, preservativos eantioxidantes dos produtos).

Comentou-se ainda os alérgenos mais frequentes nas der-matites de mãos. São eles: níquel, cobalto, fragrâncias, colofônio,cromo e formol.

Destacou-se o uso da alitretoína, um novo retinoide paradermatite crônica de mãos de difícil manejo, trazendo bonsresultados por mais de seis meses sem recidiva e com poucosefeitos colaterais, como secura de mucosas (menos evidentedo que por outros retinoides) e cefaleia de fácil controle, queapareceu em 20% dos pacientes. Pela teratogenia da droga, énecessária prevenção de gravidez um mês antes, durante eapós o tratamento.

Atualmente com quase quatro milhões de habitantes, acapital da Alemanha é uma cidade esplendorosa. Temmais de 170 museus, muitos dos quais fantásticos, querseja pela qualidade do acervo ou pela beleza das edifica-ções. A riqueza cultural é confirmada pela existência detrês óperas e uma filarmônica que, em regra, assim comoos museus, estão lotados e, certamente, não só de turis-tas. É também grande o número de monumentos histó-ricos, destacando-se também a arquitetura hipermoder-na das novas construções.

Isso tudo cria o ambiente para que Berlim representea vanguarda mundial da cultura, arte e criatividade numambiente mais jovial que também adveio da reunificação,ocorrida com a queda do muro, em 9 de novembro de1989.Talvez para facilitar a reintegração, o custo de vida érelativamente barato quando comparado ao de outrascapitais importantes.

A cidade é cheia de praças e parques, cabendo desta-car o Tiergarten, que de todos é o maior.A área verde dacidade corresponde a aproximadamente 30% de suasuperfície.

Berlim, a cidade da cultura por David Azulay

O comércio é feito em diversos shoppings e inclui duasmegalojas de departamentos, a KaDeVe e a GaleriaLafayette, que estão entre as maiores do mundo.

Poucos são capazes de entender a gravidade do trau-ma que gerou na vida dos berlinenses a construção de ummuro em 1961, separando a Berlim ocidental (setor dosaliados) da oriental (soviética). De repente, famílias seviram separadas, e a liberdade foi perdida. O muro tinhacerca de 175km de extensão, pois rodeava toda BerlimOcidental, que era um enclave dentro da AlemanhaOriental. Cerca de 170 pessoas morreram tentado fugirdo lado leste.

O sistema de transporte público é de impressionanteeficiência, pois combina metrô, trams (bondes), metrô quevai também para os arredores (então de superfície), trem eônibus, além de muitos táxis. De modo que mesmo na horado rush não há engarrafamento, visto que é absolutamentedesnecessário o uso de carro. Também não é má ideiaconhecer a cidade de bicicleta, que se aluga com facilidade.

Por todos esses motivos Berlim é cidade que valemuito a pena conhecer.

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�� Grandes Mulheres da Humanidade

Quando pensamos na artista plástica Tarsila do Amaral(1886-1973), é provável que a primeira coisa que nos venhaà mente seja a obra-prima Abaporu,* que ela pintou em1928. O quadro mostra um homem com imenso pé, senta-do sobre plano verde, com um braço de grande proporçãoestendido, e outro, de tamanho bem menor, repousando nojoelho. A mão sustenta o peso de uma cabeça minúscula.Um cacto e um sol completam a composição que inspirouo movimento antropofágico desencadeado pelos escritoresOswald de Andrade e Raul Bopp. A intenção do manifestoera “deglutir” a cultura europeia e transformá-la em algogenuinamente brasileiro.

Em suas obras Tarsila valoriza a paisagem ambiental ehumana brasileiras de um modo reflexivo e crítico, porémsem abandonar o tom lírico e delicado. As cores intensase os temas regionais seguiam o conceito nacionalista doModernismo. “Quero ser uma pintora da minha terra”,dizia ela.

O espírito interiorano sempre se fez presente nas pro-duções da pintora, nascida em uma propriedade rural emCapivari, no interior de São Paulo. Provinda de família tradi-cional e de posses, estudou em Barcelona, na Espanha, porquatro anos. Perto de completar 30 anos de idade, tomougosto pelas artes plásticas. Iniciou-se então por meio damodelagem no barro e da escultura em gesso. Estudouescultura com Zadig Mantovani e, depois, desenho e pintu-ra com Pedro Alexandrino.

Em 1917 conheceu Anita Malfatti, de quem se tornariagrande amiga. Antes de partir para a França, em 1920, foialuna do pintor expressionista Elpons. Mudou-se para aEuropa no mesmo ano, cursou a Academia Julians e o ate-liê do retratista de moda Émile Renard.

Em 1922, teve uma de suas telas expostas no Salão dosArtistas Franceses. No mesmo ano, voltou para o Brasil,expôs no I Salão da Sociedade Paulista de Belas Artes e jun-tou-se aos intelectuais modernistas. Embora não tenha par-ticipado da Semana de Arte Moderna de 1922 foi quandose converteu definitivamente ao Modernismo.

Um ano depois, voltou para a Europa e conviveu comintelectuais, pintores e poetas, dedicando-se à pinturamodernista e aprimorando sua arte. Em Paris, mais familia-

rizada com o mundo artístico e literário que se descortina-va, inicia-se no cubismo e estuda com Fernand Léger eAlbert Gleizes. Mantém contato com vários artistas, entreeles Picasso, Breton e Stravinsky. De volta ao Brasil, em1924, uma viagem às cidades históricas mineiras desenca-deia o início da fase conhecida como "Pau-Brasil".

No começo dos anos 30, em sua fase social, a produçãode Tarsila alinha-se às premissas do realismo socialista. Nasdécadas seguintes, a pintora retoma a fase "Pau-Brasil" eexplora temas brasileiros rurais.

Participou da I Bienal de São Paulo em 1951 e teve salaespecial na VII Bienal de São Paulo em 1963. No ano seguin-te, perto de completar 80 anos, participou da Bienal deVeneza.

A audaciosa invenção de formas, sempre inspiradas emfragmentos de suas memórias de infância, na observaçãoacurada da natureza e nos fatos que marcaram seu tempo,define a importância de Tarsila na história da pintura brasi-leira.

* Em tupi significa “homem que come”. O quadro foiofertado como presente de aniversário a Oswald deAndrade, seu marido na época. Sendo hoje a tela brasileiramais valorizada no mundo, alcançou um milhão e meio dedólares e foi comprada pelo colecionador argentinoEduardo Costantini.

Ideais modernistas e a brasilidade de Tarsila do Amaral

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�� Departamentos

São Paulo recebe Simpósios de AlergiaO 3o Simpósio Latino-Americano de Dermatite de Contato

e o 1o Simpósio de Alergia Dermatológica e DermatologiaOcupacional do Cilad ocorreram nos dias 25 e 26 de setembro,na Fecomércio, em São Paulo, contemplando os principais aspec-tos da alergia dermatológica e da dermatologia ocupacional.

Na tarde de sexta-feira, dia 25, foram realizados dois cur-

Teledermatologia No mês da Psoríase a SBD preparou programação diversificadaque incluiu, além das ações regionais e simpósio presencial emBrasília, oito palestras online. As aulas foram ministradas peloGrupo de psoríase, composto por dermatologistas especialistas notema, nos dias 5, 14, 19 e 26 de outubro. Transmitidos em doisblocos de 30 minutos, seguidos de um bloco de discussão, osassuntos abordados no Simpósio Online abrangeram desde osaspectos clínicos e diagnósticos da psoríase até o uso debiológicos, a fototerapia e o tratamento sistêmico tradicional.Fazem parte do Grupo de psoríase, Ida Duarte (SP) JacksonMachado (MG), Jesus Santamaria (PR), Lucia Arruda (SP), LunaAzulay (RJ), Maria Denise Takahashi (SP), Maria de Fatima Paim(BA), Paulo Oldani (RJ), Ricardo Romiti (SP) e Silvio Marques (SP).

Da esquerda para a direita: Omar Lupi (RJ), Lucie Puell (PER), Beatriz MezaMendez (PER), Marta La Forgia (ARG), Alice Alchorne (SP), Elena Kvitko

(ARG), Alicia Cannavó (ARG), Rodrigo Nuñez Rinta (COL), Natália Henandez(COL) e Carlos Consigli (ARG)

Alergia e Dermatologia Ocupacionalsos práticos sobre testes de contato. A grade de palestrasaconteceu à noite daquele mesmo dia e no sábado dia 26,pela manhã e à tarde. Vinte cinco renomados palestrantesbrasileiros e oito estrangeiros, sendo quatro da Argentina, doisda Colômbia e dois do Peru, prestigiaram o evento. Oitenta etrês participantes vieram de vários estados do país.

“As palestras, todas do mais alto nível, muito contribuirãopara o desempenho prático da especialidade. A presença de352 inscritos não só de São Paulo, mas também de quase todosos estados brasileiros e até do exterior, além dos convidadosestrangeiros e de residentes de dermatologia, foi surpreen-dente”, ressalta Alice Alchorne, coordenadora do evento e dodepartamento de Alergia e Dermatologia Ocupacional.

XXXVI Congresso Brasileiro de Alergia eImunopatologia

A Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai)realizou Congresso Brasileiro em Porto de Galinhas (PE) nos dia24 a 27 de outubro. O presidente da SBD, Omar Lupi, foi convi-dado a proferir conferência sobre "A pele como órgão imunoló-gico". A parceria entre a SBD e a Asbai tem se aprofundado bas-tante com a proposta de realização de consensos conjuntossobre dermatite atópica, eczema de contato e urticárias. Essaação envolverá o Departamento de Alergia e DermatologiaOcupacional da SBD.

Andréia Mateus, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da SBD, DirceuSolé, presidente da Asbai e Omar Lupi, presidente da SBD

Departamento de Cirurgia MicrográficaApós alguns anos de latência, no qual a cirurgia micrográfica no

Brasil cresceu a passos muito lentos, finalmente foi aprovada peloConselho Deliberativo da SBD, a criação do Departamento deCirurgia Micrográfica. Para o coordenador do Departamento, LuisFernando Kopke há um longo caminho a ser percorrido, pois,pelos dados até agora disponíveis, apenas uma ínfima parcelados cirurgiões dermatológicos no Brasil utiliza rotineiramente acirurgia micrográfica. “Dispomos de uma boa quantidade debons cirurgiões dermatológicos em todo o país, porém muitosdeles se apoiam no argumento da alta complexidade do pro-cedimento para não se habilitar adequadamente. Há que criarcritérios para essa habilitação, porém é necessário que eles nãosejam tão rígidos a ponto de estrangular a iniciativa da dissemi-nação do uso do método em todo o Brasil. É necessário com-bater o conceito de que cirurgia micrográfica é coisa para serrealizada apenas em grandes centros. Esse é o papel que oDepartamento de Cirurgia Micrográfica da SBD tem pelafrente”, afirma Kopke.

O secretário é Luiz Roberto Terzian, de São Paulo.

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Pará Rio de Janeiro Santa CatarinaMinas Gerais

Regionais

�� ParáA SBD Pará, a Liga Acadêmica de Hanseníase do Pará

– formada por docentes e alunos do curso de medicina daUniversidade Federal do Pará – e a Unimed Belém realizaramação de esclarecimento sobre hanseníase em praça pública nodia 24 de setembro. Durante toda a manhã houve a dis-tribuição de folders educativos à população. Participaram doevento alunos do curso de graduação de medicina e derma-tologistas sócios da SBD. Na ocasião foi lançada camiseta paraCampanha de Valorização do Dermatologista com o seguinteslogan: "Questão de pele é com o dermatologista".

�� Minas GeraisA Regional Minas Gerais vai promover a VII Jornada

de Diagnóstico e Terapêutica em Dermatologia nos dias 20 e21 de novembro em Juiz de Fora. Por ter grande número deassociados residindo na região, a cidade foi contemplada peladiretoria para sediar o evento. A programação será divididaem uma parte prática e outra teórica. No primeiro dia, osdermatologistas inscritos terão cursos práticos, como o de“Emergências em consultório”, ministrado por profissionaisda Sociedade Mineira de Terapia Intensiva, ligados à AmericanHeart Association. Transplante de melanócitos, abordagemdiagnóstica do prurido, tratamento de cicatrizes hipertróficase queloides, e controvérsias em depilação a Laser estão entreos temas que serão abordados no segundo dia de evento."Esperamos contar com pelo menos 200 associados, númeroque representa quase 40% da regional", afirma acoordenadora geral, Maria de Fátima Melo Borges.

�� FluminenseNo dia 3 de outubro foi realizado na cidade de

Petrópolis o curso “Dermatoses da infância e da gravidez”,primeiro evento realizado pela distrital serrana da SBDFluminense, criada em 2009 e composta pelos municípiosde Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Sobcoordenação de Ana Maria Mósca de Cerqueira, o cursoabordou temas como doenças sexualmente transmissíveisna gestação, dermatite atópica na infância, medicamentos ecosmecêuticos na gravidez, entre outros. “O curso foirealmente um sucesso em termos de participação econteúdo científico. Foram realizadas oito palestras degrande interesse e apresentados oito casos clínicos, além decinco posters. Houve grande interação entre osapresentadores, e a audiência contribuiu ativamente comperguntas e comentários. O sucesso desse evento é um

estímulo para a realização de outros no futuro, contandosempre com o apoio integral da SBD Fluminense”, salientaseu presidente, Leonardo Cerqueira.

�� Santa CatarinaA III Jornada Catarinense de Dermatologia ocorreu nos

dias 13 e 14 de novembro, no Hotel Plaza Itapema, em Santa

Catarina, e contou com rica programação coordenada por

Nilson Octávio Campos Lobo e Silva. O workshop Laser érbium

glass fracionado 1550 Sellas Evo iniciou o evento que teve par-

ticipações do presidente da SBD, Omar Lupi, Abodo Salomão

Júnior, Maria Cecília Rivitti e a coordenadora do Departamento

de Cosmiatria e Laser, Andréia Mateus Moreira. “A jornada

superou nossas expectativas. Isso aconteceu não só pela

manutenção do nível de professores convidados, mas também

pelos temas escolhidos. Cabe mencionar ainda a excelente par-

ticipação dos dermatologistas catarinenses e também de estados

vizinhos”, ressalta Nilson.

Page 36: Jornal da SBD - Nº 5 Setembro / Outubro 2009

�� Serviços Credenciados

Faculdade de Medicina de Ribeirão PretoO Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina deRibeirão Preto (USP) realizou, no dia 24 de outubro, o Simpósio deAtualização em Dermatologia. Sob coordenação de Marco Andrey eNorma Foss, o evento contou com a participação de professores edermatologistas da Divisão de Dermatologia do serviço, além deconvidados do Ministério da Saúde e das secretarias Municipal eEstadual de Saúde.

Centro de Estudos Especializados do RecifeFoi recredenciado por quatro anos o Centro de Estudos Especializadosdo Recife (Ceder) que conta agora com a concessão de mais uma vagaem seu serviço, totalizando três vagas. O processo seletivo serárealizado em novembro, e o pré-requisito é ter feito um ano em clínicamédica. “Isso para nós do serviço demonstra que nossos esforços eempenho na boa formação do dermatologista têm o aval ereconhecimento da SBD”, analisa a coordenadora do serviço, SílviaCosta Carvalho. Ela acrescenta que o Ceder participou do XXXIXCongresso Médico Estadual de Pernambuco – evento promovido pelaAssociação Médica de Pernambuco, afiliada à AMB, e que acontece acada dois anos, congregando temas de várias especialidades –, noperíodo de 21 a 23 de outubro, apresentando trabalhos em posters natemática de doenças infecciosas. “A dermatologia, assim, se faz presenteem evento abrangente no estado”, complementa.

Serviço de Dermatologia da Universidade deTaubatéAs 59a e 60a reuniões científicas da Unitau apresentaramdiferentes abordagens. Nas últimas reuniões do ano,realizadas nos dias 13 e 14 de novembro, houve workshopspráticos de fototerapia, preenchimento com gordura(células-tronco mesenquimais) e Laser de CO2 fracionado,além de aulas sobre a epidemiologia do câncer da pele emTaubaté e a experiência do Serviço de Taubaté com acirurgia micrográfica de Mohs. “Comemoramos também oinício das atividades do núcleo do Grupo Brasileiro deMelanoma – GBM no Vale do Paraíba, com sede no Serviçode Dermatologia da Fust – Unitau”, afirma o coordenadordo Serviço, Samuel Henrique Mandelbaum.

Universidade Federal do Estado do Rio deJaneiro (UniRio)"No mês de outubro, foi realizado concurso para professoradjunto no Serviço de Dermatologia da UniversidadeFederal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), tendo sidoaprovado e classificado em primeiro lugar, o Dr. Omar Lupi."

Carlos José Martins,chefe do Serviço - UniRio