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Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento Um jornal a serviço do agronegócio Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 14 - N o 152 | janeiro de 2013 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br PÁGINA 18 PÁGINAS 14 e 15 PÁGINA 24 PÁGINA 12 PÁGINA 13 Crescimento da demanda estimula produção de batata no país Frutas Geral Legumes Verduras Diversos 0,27 % -0,12 % -8,94 % 11,08 % 6,33 % -0,18/% Alta Baixa Baixa Alta Alta Baixa Índice Ceagesp - dezembro 2012 Pescado Agrícola| Economia| Produção| Evento | Brazilian Fruit participa da Fruit Logistica em Berlim Ceasa| Artigo| PÁGINA 23 PÁGINA 16 São Paulo 459 anos Alimentos puxam alta da inflação Os pequenos no agronegócio paulista Impactos globais da mudança do uso da terra serão estudados Produção de caminhões deve crescer em 2013 Fiesp projeta crescimento de 3% para PIB Lavouras produzirão R$ 305,3 bi este ano Ceasa de Campinas recebe flor desenvolvida no Japão PÁGINA 20 PÁGINA 4 PÁGINA 22 A capital do estado completa 459 anos no próximo dia 25. Conheça mais dessa grandiosa cidade.

Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

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Um jornal a serviço do agronegócio

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Page 1: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

Associação Brasileira dasCentrais de Abastecimento

Um jornal a serviço do agronegócio

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 14 - No 152 | janeiro de 2013 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

PÁGINA 18

PÁGINAS 14 e 15PÁGINA 24

PÁGINA 12 PÁGINA 13

Crescimento da demanda estimula produção de batata no país

FrutasGeral Legumes Verduras Diversos0,27 %-0,12 % -8,94 % 11,08 % 6,33 % -0,18/%AltaBaixa Baixa Alta Alta Baixa

Índice Ceagesp - dezembro 2012

Pescado

Agrícola|

Economia| Produção|

Evento | Brazilian Fruit participa da Fruit Logistica em Berlim

Ceasa|

Artigo|

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São Paulo 459 anos

Alimentos puxam alta da inflação

Os pequenos no agronegócio paulista

Impactos globais da mudança do uso da terra serão estudados

Produção de caminhões deve crescer em 2013

Fiesp projeta crescimento de 3% para PIB

Lavouras produzirão R$ 305,3 bi este ano

Ceasa de Campinas recebe flor desenvolvida no Japão

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A capital do estado completa 459 anos no próximo dia 25.Conheça mais dessa grandiosa cidade.

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Turismo no siteAcesse e leia as dicas para Itanhaém - SP : www.jornalentreposto.com.br/turismo

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013

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Page 3: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

março de 2011 03Editorial 03janeiro de 2013Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

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04 Mercado e ProduçãoJORNAL ENTREPOSTO

Um jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013

Fundada em 1997, compos-ta por cerca de 100 produtores – que são responsáveis por mais de 50% da produção nacional – a ABBA, Associação Brasileira da Batata, é uma entidade que tem como missão adequar e modernizar o setor, visando à produção de alimentos sadios e preservação do meio ambiente.

Para Natalino Shimoyama, gerente geral da ABBA, forma-do em Engenharia Agrônoma pela Escola Superior de Agri-cultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo, USP, “o processo associativista ou qualquer forma de organização de cadeias produtivas é vital para sua sustentabilidade”.

Jornal Entreposto - Na Europa a batata se disseminou espe-cialmente durante as guer-ras, por ser um alimento que resistia ao frio e tropas que pisoteavam plantações. Como ocorreu sua introdução na cultura brasileira?Natalino Shimoyama - Apesar de a batata ser originária de al-gumas regiões da Cordilheira dos Andes, localizadas no Peru, Bolívia e Chile, foi introduzida no Brasil por imigrantes euro-peus há, provavelmente, mais de 300 anos. Eles a produziam em seus quintais para consumo doméstico. Inclusive, a denomi-nação ‘batata inglesa’ usada até hoje, se deu quando técnicos ingleses, vindos ao País para a construção de ferroviais, exigi-ram que a batata fosse incluída em suas refeições, ou seja, ‘ba-tata inglesa’ virou sinônimo de ‘batata para os trabalhadores ingleses’.

JE - E o papel dessa solanácea na nossa alimentação?Shimoyama – Enquanto em muitos países a batata é a base, consumida diariamente, aqui se divide por conta do clima favorável para outras produ-ções. Mas é um dos principais

alimentos de nossa população, principalmente das pessoas mais pobres.

JE - Quantas toneladas foram produzidas em 2012 em solo brasileiro? Shimoyama - O Brasil está em 20º lugar no ranking mundial. Produzindo uma média de 2 a 2,5 milhões de toneladas por ano. As exportações são excep-cionais, e ocorrem em quanti-dades insignificantes.

JE - Quais são os principais estados responsáveis por essa produção?Shimoyama - Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

JE - E consumidores?Shimoyama - Devido à di-mensão territorial e a grande diversidade genealógica da po-pulação brasileira, a batata é consumida em maior quantida-de em regiões cujas populações são de origem europeia, Sul do país, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. São Paulo também está entre os maio-res consumidores. Atualmen-te, com a produção realizada próxima ao Norte e Nordeste, o consumo ocorre em todas as regiões.

JE - Como se dá o avanço tec-nológico na produção?Shimoyama - Basicamente por iniciativa e recursos econômi-cos de produtores e empresas privadas. Infelizmente o setor público não valoriza a maioria das cadeias produtivas destina-das ao abastecimento da popu-lação. Ultimamente os recursos para pesquisas estão cada vez mais escassos até para outras culturas agrícolas como soja, milho e cana-de-açúcar. Vale destacar que a falta de pesqui-sas fragiliza a cadeira nacional e gera oportunidades aos con-correntes externos.

JE - Quais são os principais problemas enfrentados pela bataticultura?Shimoyama - Elevadíssimos custos de produção, aumento de problemas fitossanitários, legislações excessivas, inade-quadas e abusivas tanto am-bientais quanto trabalhistas, tributárias e outras. Além polí-tica de comercialização dos su-permercados, ou seja, pagar o mínimo e vender pelo máximo. Em geral ofertam produtos de baixa qualidade e determinam o valor baseado em uma pro-porção de 1x5, ou seja, pagam R$0,70 por quilo ao produtor e vendem ao consumidor por R$3,50. E profissionais leigos da mídia que divulgam a batata como nociva. Como no caso das frituras em que a colocam como principal exemplo. Será que é a batata ou o óleo? Também in-sistem em divulgar que a bata-ta sempre contém agrotóxico, mas segundo o Programa de Análise de Resíduos de Agrotó-xicos de Alimentos (Para), rea-lizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tem sido o produto mais livre de agrotóxicos. A batata contri-bui para a existência da huma-nidade há mais de oito mil anos e é uma alternativa viável para alimentar a população.

Gerente geral da Associação Brasileira da Batata aponta os problemas na cultura do tubérculo e enfatiza sua importância na alimentação

Setor público não valoriza abastacimento, alerta produtor

A falta de pesquisas

fragiliza a cadeia nacional e gera oportunidades

aos concorrentes externos

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janeiro de 2013 05Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO Mercado e Produção

Reforma na loja é promessa de bons negócios na Aquilino e Jura

Por volta do ano 2000, Aqui-lino Oliveira da Silva, teve a opor-tunidade de adquirir um box que não estava indo bem. Aprovei-tando o fato de uma grande em-presa do entreposto ter recém abandonado o ramo de tempe-ros, Aquilino e o sócio Jura, en-traram para tapar esse buraco.

O empresário conta que co-meçou a trabalhar na Ceagesp em 1989, fornecendo mercado-rias, vendendo e trabalhando como empregado para outros permissionários. “Só em 2000 apareceu alguém ofertando uma loja que estava praticamente fa-lida. Não perdemos tempo e pe-dimos autorização da Ceagesp para comercializar temperos”, explica Aquilino.

Como todos no pavilhão BP vendem batata, Aquilino e Jura incluíram esse produto. “A bata-ta é vendida internamente, para boxes que estão com o estoque reduzido, mas o nosso forte é

coco seco. Resolvemos oferecer batatas por exigência do merca-do”.

Restaurantes, sacolões e fei-rantes são os maiores compra-dores das especiarias vendidas por Aquilino. Especiarias, aliás, famosas por toda a Ceagesp. “As vezes passo lá só para beliscar uma castanha”, entrega D. Maria, funcionária da limpeza.

Além de ofertar batata, ce-bola e tempero, o box tem uma pequena mercearia que funciona como conveniência para a popu-lação do entreposto. “Os cami-nhoneiros que trazem a família nas férias, se abastecem aqui para passar uns dias na capital enquanto carregam o caminhão”, explica Aquilino. “Temos um pouquinho de tudo”, completa.

Foi pensando no bem estar dos funcionários e na evolução da empresa que os empresários resolveram fazer uma grande re-forma na loja. “Renovamos o es-

paço e nos adaptamos às exigên-cias da Vigilância Sanitária. Hoje temos um ambiente agradável e que funciona dentro das normas”, comemora orgulhoso e acrescen-ta que as ações da Vigilância Sani-tária são essenciais para a moder-nização do mercado.

Com o fim das obras no box, Aquilino pretende dedicar mais tempo aos negócios em 2013. Apesar de lamentar o setor de logística brasileiro, ele entende que as restrições que acontecem no trânsito de São Paulo são es-senciais para o bom andamento da cadeia de abastecimento de hortifruti.

Aquilino garante trabalhar apenas com produtos de quali-dade e a boa localização do en-treposto é uma aliada. “Os clien-tes não precisam se deslocar até o caos que é o centro da cidade para comprar especiarias. Te-mos tudo aqui. Do bom e do me-lhor”, finaliza.

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06 Mercado e Produção JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013

Com apenas 25 anos, Rita de Cássia Aguiar e Barbosa, sócia da atacadista Barbosa, tem orgulho de dizer que tra-balha na Ceagesp desde 2005. Apesar de ser antropóloga por formação, Rita se identifi-ca com o ambiente e gosta da simplicidade das pessoas com quem trabalha. “Já tive outros empregos, mas aqui é onde me sinto melhor”, explica.

A empresa começou com o pai de Rita, que ajudava o ir-mão num armazém na zona ce-realista de São Paulo, no Brás. “Quando meu tio resolveu ir plantar batatas no Paraná, dei-xou meu pai tomando conta da loja. Em 2000, ele comprou um box na Ceagesp e, aos poucos, focou o comércio no entrepos-to, centralizando o processo aqui e aumentando o espaço”, esclarece. “Hoje, temos a área de comercialização e a área da seleção, que conta com máqui-na selecionadora”, completa.

Antigamente, o processo de seleção de batatas era feito “na banca”, ou seja, manualmente. Em decorrência dos pedidos de clientes que exigiam uma re-seleção, a atacadista resol-

veu investir em uma máquina para agilizar o processo. “O retorno foi rápido. A máquina poupa muita mão de obra”, co-memora a empresária.

O tio de Rita, que inseriu o pai no comércio atacadista de batatas, continua colaborando com a família fornecendo o tu-bérculo nos primeiros meses do ano. “Tenho certeza que se faltar batatas no mercado, meu tio vai nos dar preferên-cia”, brinca.

A Barbosa Batatas é uma empresa familiar. Além de Rita, o pai, a mãe e o irmão também trabalham na compa-nhia. E foi justamente sua mãe que conseguiu convencer o pai a modernizar e atualizar os processos da empresa. “Minha mãe começou a cobrar limpeza e organização. Ainda no Brás, ela arrumou toda a papelada e deixou o espaço com cara de escritório”, lembra Rita. Hoje, o espaço localizado no meza-nino do box, é confortável e funcional.

“Há três anos resolvemos fazer uma grande reforma. De-pois de uns quatro meses que começamos a mexer e quebrar

Barbosa Batatas evolui em família

Louro e Quadros segue bom exemplo da Ceasa Campinas

O pai de José Aparecido Au-gusto comercializou produtos hortifruti nas ruas de Campinas e Americana. Já ele, trabalhou

na Ceasa de Campinas desde a adolescência. Aos poucos oportunidades surgiram e eles souberam aproveitá-las. Desde

tudo, recebemos a visita da Co-visa. Felizmente já tínhamos nos adequado a maioria das exigências”, conta, acrescen-tando que aquilo que não es-tava nos padrões exigidos, foi ajustado nos meses seguintes.

A maior lição de adminis-tração de empresas que apren-deu com o pai foi ser justa com

clientes, produtores e funcio-nários. “Eu considero esse o nosso grande diferencial. Pre-cisamos ser justos e propiciar o bem para que consigamos viver bem. Trabalhando direi-tinho, tudo se acerta”, explica.

Apesar de buscar a evolu-ção da empresa de maneira correta, Rita reclama que a

questão fiscal é um empecilho. “A cobrança em cima dos

permissionários é muito gran-de, mas nem todos da cadeia de abastecimento de hortifruti trabalham emitindo nota fiscal eletrônica. Isso atrapalha um pouco o processo de comercia-lização de companhia idône-as”, alerta a empresária.

2004 a Louro e Quadros vende batata, cebola, e alho no entre-posto de São Paulo.

Os maiores clientes da ata-

cadista são os supermercados. A batata lavada ágata que co-mercializam segue a safra do país: “Nessa época do ano, está vindo do Paraná. Mas também vem de Minas e Goiás”, explica José. O alho importado, com o qual trabalham a mais de 40 anos, vindo de países como Chi-le, China, Argentina e Espanha, são vendidos, também, para outros distribuidores e Ceasas.

A experiência de José na Ce-asa de Campinas contribuiu no atendimento ao mercado, que está cada vez mais exigente: “Procuramos fornecedores que já sigam o padrão determinado pelos supermercados. Fazer seleção de produtos dentro do box é muito difícil porque não temos espaço físico suficien-te”. Além disso, o comerciante elucida a importância de um ambiente de trabalho melhor e mais saudável: “Lá em Cam-pinas, o padrão mais moderno já é seguido há alguns anos. Quando vamos a um sacolão, padaria ou supermercado, nor-malmente, encontramos um lo-cal limpo e confortável. É o que deveria acontecer aqui”, alerta.

As visitas da Agência Na-cional de Vigilância Sanitária, Anvisa, também colaboraram com o progresso da atacadista: “Apontaram as falhas e apre-sentaram um relatório com as transformações que deveriam ser feitas. Unimos o útil ao agradável e deixamos a loja no padrão do segmento”.

José notou que a entrada de carros menores no entreposto paulista restringida para após as 16:30h, diminuiu a presença de pequenos comerciantes no local: “Eles deram uma fugida da Ceagesp. Muitos utilizam carros de passeios para fazer as compras. Como o horário é muito tarde, já não compen-sa tanto vir aqui e eles estão achando outros distribuido-res”.

Além de depender de um clima favorável, o trabalho re-alizado na maior metrópole do país enfrenta alguns percalços, especialmente de logística em relação ao trânsito da cidade. “Ainda assim, normalmente, a Louro e Quadros consegue es-coar o estoque sem problemas”, comemora o comerciante.

José Aparecido se inspirou na Ceasa de Campinas para modernizar a loja no Entreposto de São Paulo

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Máquina selecionadora da Barbosa Batatas que separa os tubérculos por tamanho

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janeiro de 2013 07Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO Mercado e Produção

Capanema investe em batatas selecionadas

Paulo Shigueo Yama trabalha na Ceagesp desde a adolescên-cia. Depois de 30 anos atuando como vendedor numa atacadis-ta, ele teve a oportunidade de adquirir a empresa do antigo patrão junto com outros sócios. “Eu era feirante em Guarulhos e vinha ao entreposto fazer com-pras. Foi aí que me convidaram para trabalhar em um dos bo-xes. Três décadas se passaram até que o dono da loja já estava ficando idoso e não conseguia acompanhar as novas tendên-cias do mercado e me ofereceu o ponto”, explica Paulo.

Foi aí que nasceu a Capane-ma, há três anos e meio. Apesar da pouca idade, a empresa já se destaca no pavilhão das ba-tatas. Paulo Shigueo é bastan-te conhecido dos clientes pelo tempo de atuação e a maneira como trabalha. “Meu patrão só vendia caminhões fechados. Fui eu quem começou a selecionar as batatas no mercado”, garante orgulhoso. “Como eu fui feiran-te, eu tenho uma visão diferen-te de outros vendedores e sei o que o cliente está buscando”.

Assim, Paulo percebeu que se selecionasse antes de repas-sar para o varejo poderia ven-der muito mais. “O nosso dife-rencial é a seleção. Temos uma máquina selecionadora que separa por tamanho enquanto funcionários descartam manu-almente aquelas batatas sem valor comercial”, explica Fátima Correia, funcionária e cunhada de Shigueo. “O que estiver pró-prio para o consumo humano é enviado para o Banco de Ali-mentos da Ceagesp, o que não estiver em condições é recolhi-

do por alguns produtores para alimentar a criação de porcos”, completa.

Além de batatas, a Capane-ma vende alho, cebola e coco. “O nosso forte é a batata, mas sempre deixamos estas opções para que o cliente não precise sair daqui para adquirir esses produtos. Além disso, consegui-mos rastrear 98% dos nossos hortifrutis”, comenta Fátima.

Shigueo explica que cresci-mento da cidade e falta de in-vestimento em logística fizeram com que a distribuição de bata-tas fosse descentralizada. “Anti-gamente, o estoque todo ficava em São Paulo. Hoje em dia, com as dificuldades para circular nas vias paulistanas, os agricul-tores encontraram outras ma-neiras de escoar a produção. As vendas diretas (produtor-vare-jista)é uma realidade”, reclama o comerciante, enfatizando que as vendas caíram após as restri-ções ao trânsito de caminhões.

Uma crescente preocupação de Fátima está relacionada com a gestão de pessoal, tanto que os funcionários dispõem de copa e banheiro dentro da loja. “Esta-mos sempre nos modernizando e isso inclui a forma como trata-mos nosso funcionário. Dispo-nibilizamos uniformes novos de tempos em tempos e estamos sempre preocupados com o seu bem-estar”, garante.

Apesar de achar que a co-mercialização no entreposto está estagnada, a expectativa da Capanema para 2013 é crescer. “Por isso, procuramos fazer o melhor para conseguirmos nos destacar. Este ano será melhor para todos”, torce Paulo.

“O nosso diferencial é a seleção”, garante Paulo Shigueo Yama

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08 Mercado e Produção JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013

Antes de comprar seu pri-meiro box na Ceagesp, há sete anos, Antônio Teixeira iniciou suas atividades no ramo na rua, vendendo de porta em porta. Aos poucos, fidelizando clientes, o negócio começou a crescer e, dois anos atrás, o em-presário adquiriu mais lojas no entreposto.

A ideia de comercializar batatas surgiu através de via-gens que fazia para a região sul de Minas Gerais, onde notou a existência de muitas planta-ções do tubérculo. “Atualmente, nosso forte é a cozinha indus-trial, batatas destinadas à fritu-ra. Essas batatas não são para

Roberto Kussaka, proprie-tário da atacadista Santa Ma-ria, trabalha comercializando batatas há 32 anos. “Comecei com o meu pai, que começou com o meu avô”, explica. O avô de Roberto produzia batatas. O pai vendia no Mercado da Can-tareira.

“Eu já nasci nesse negócio e sempre busquei me diferenciar oferecendo um ótimo atendi-mento, além de produtos de qualidade”, garante.

O comerciante cita as restri-ções ao transito de caminhões na cidade como um gargalo na

Santa Maria une experiência e

tradição

Teixeira é referência em batatas para frituracongelamento. Os clientes uti-lizam-na na hora. Temos como cliente, por exemplo, o restau-rante The Fifhties”, comemo-ra o proprietário da empresa Teixeira que comercializa seus produtos também para alguns mercados, indústrias de batata chips e outros revendedores.

Observando a escassez de produtos em determinadas épocas, Antônio passou a pro-duzir na região de Munhoz, MG: “A lavoura não é o carro

Adriano Freire de Sá traba-lhava no Grupo Tavares quando surgiu a oportunidade de em-preender no entreposto. “Um tio me ofereceu o direito de uso de um de seus boxes. Ele já esta-va cansado e os filhos não se in-teressaram pelo negócio”, expli-ca. Como Adriano trabalha na Ceagesp desde os 14 anos, ele já tinha experiência com alho e cebola, por isso, resolveu con-tinuar nesse ramo. “Conforme fomos contratando o pessoal, fomos agregando experiência e conseguimos incluir batatas na lista de produtos oferecidos. E eu sabia que quantos mais pro-dutos eu pudesse agregar, me-lhor seria para a empresa”.

Para vender no varejo, a Marvi seleciona as batatas de acordo com os padrões do cliente. Mas os maiores clientes são distribuidoras que não exi-gem seleção. “Não trabalhamos com supermercados. Muitos já negociam direto com os pro-dutores”, esclarece Freire, ex-plicando que o mercado dispõe de uma rede de informações e sabe onde estão os melhores produtos.

Um grande problema cita-do pelo empresário na comer-cialização de hortifruti, são as empresas que não são idôneas. “Trabalhamos com produtos perecíveis e, com medo de jo-gar mercadoria fora, muitas empresas vendem para clientes que estão com o nome sujo no mercado e não pagam corre-tamente, ou então para com-panhias que não estão em dia

com os tributos do governo”, reclama. “Outra dificuldade são os produtores e atravessadores que conseguem entrar na Ce-agesp com notas duvidosas e utilizam o estacionamento para negociar diretamente com os nossos clientes. São as chama-das vendas de caminhão para caminhão. Esse problema que a fiscalização tenta combater a muito tempo, mas parece não ter fim”, desanima.

Por outro lado, Adriano já percebe uma grande mudança na postura dos permissioná-rios. “Muitos boxes foram mo-dernizados e estão tomando mais cuidado com a higiene. Apesar da Ceagesp ficar deven-do em infra-estrutura, a cada

Marvi acompanha mudanças do setor

ano estamos vendo o mercado evoluir e se mostrar cada vez mais profissional. A mentalida-de está mudando. Culturalmen-te o mercado vem mudando”, observa.

O escritório da Marvi reflete essas mudanças. O ambiente é moderno, confortável e seguro. “Não dá para esperar os outros mudarem. Minha experiência de vida me levou a construir um espaço bacana. Quando eu estou na posição de consumi-dor, eu quero ser bem atendido em lugares confortáveis. E eu acredito que os meus clientes esperam isso também quando chegam a minha loja. Eles bus-cam algo além do preço”, afirma o permissionário.

chefe. É uma garantia de que quando tiver em falta, possuir nosso próprio produto, que foi exatamente o que aconteceu hoje. Não encontrávamos bata-ta para fritura e recorremos a nossa produção”, explica. Já no ano passado, ser produtor ge-rou bastante prejuízo, especial-mente por problemas sazonais como falta ou excesso de chuva.

Contudo, a expectativa para 2013 é positiva: “Oferecemos um bom custo e qualidade. Só quando o preço cai muito fica difícil comercializar. Mas nesse começo de ano o preço do pro-duto tem se recuperado”, con-clui aliviado.

distribuição de hortifruti. “A logística está defasada. Mes-mo assim, conseguimos fazer nosso trabalho de maneira ex-celente”, comemora acrescen-tando que os produtos vêm, em sua maioria de São Paulo, Para-ná e Minas.

Quando o cliente exige, Ro-berto seleciona as batatas por tamanho. “A seleção do campo nem sempre é o que o super-mercado está querendo, por isso nos organizamos e faze-mos uma nova apuração, de acordo com o pedido”, afirma Roberto.

Antônio Teixeira comercializa batatas especialmente para fritar

“O mercado está mais moderno e organizado”, afirma Adriano Freire

Roberto Kussaka trabalha comercializando batatas há 32 anos

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janeiro de 2013 09Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

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10 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013

América do Norte – Foi preciso os europeus descobrirem este continente, no século XVII, para que a batata fosse aí introduzida. Isto não obstante a proximidade geográfica entre a América do Norte e a região de onde o tubérculo é originário: a América do Sul.

Batata Doce – Esta é a “verdadeira” batata, assim chamada pelos índios sul-americanos e de uma família totalmente distinta da batata comum.

Cheiro – É difícil descrever o cheiro das batatas. Este depende essencialmente do tipo de cozido a que tenha sido submetida. Por exemplo as batatas fritas à inglesa (chips) têm uma estrutura crocante e um sabor tipicamente salgado por ter sido acrescentado sal de cozinha. As batatas que acompanham certos cozidos adquirem novos aromas derivados dos outros componentes da mistura e dos possíveis condimentos que se adicionem.

Digestão – A batata é um legume rico em amido, o que a torna de fácil digestão e simultaneamente bastante comestível, sendo essencial na dieta de quem despende grandes esforços. Contém algumas proteínas e bastante vitamina C e sais minerais.

Estudo – Antoine Augustin Parmentier, um jovem agricultor e cientista do século XVIII, convenceu, após minuciosos estudos, o rei Luís XIV do valor nutritivo da batata.

Fécula – Da batata se extrai um amido, vulgarmente conhecido pelo nome de fécula, possuindo uma larga aplicação na indústria, sobretudo no fabricação de açúcar de amido.

“Grande”- Frederico “O Grande”, da Prússia, forçou os seus súbditos a comerem batata, como forma de suprir as carências alimentares da época.

Lisa - Na escolha das batatas, cuja cor pode ir do claro ao avermelhado, devem preferir-se as de pele lisa. Devem rejeitar-se as batatas com a pele manchada de verde, germinadas, picadas e, evidentemente, podres.

Maléfica – Durante um longo período, até se desenvolverem estudos aprofundados sobre a batata, este vegetal era tido como maléfico, considerado mesmo venenoso e carregado de magia negra.

Origem – América do Sul nas regiões andinas dos atuais Peru e Bolívia

Piedro Cieza - Aventureiro espanhol e autor da primeira referência ao tubérculo em 1533, quatro décadas após a descoberta do continente americano por Cristóvão Colombo.

Qualidades – No Brasil diversas variedades de cultivares nacionais já estão sendo pregadas, como a "Baronesa" ou a "Contenda" ou ainda a "Itararé", mais ainda há muito o que se pesquisar, e somente através da pesquisa genética poderemos associar em uma variedade as características necessárias.

Vitaminas – Além de ser uma fonte importante de hidratos de carbono complexos, as batatas também proporcionam vitamina C e potássio e, quantidades consideráveis.

O abcda batata

A

B

C

D

E

F

G

Irlanda – Actualmente este país é o principal consumidor de batata na Europa, com uma média de 143 kg anuais, por habitante.I

L

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O

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Q

V

Pouco a pouco, o seu cultivo foi-se espalhando pelo chegou à metade Norte via Europa. Desde o início do Potatoes (em inglês), etc. Um erro hoje impossível de resto do continente europeu, chegando a países tão século XVII que os emigrantes europeus que partiam corrigir. Mas que interessa o nome delas desde que remotos como a Irlanda (hoje o principal consumidor para a América do Norte levavam consigo exemplares sejam apetitosas.europeu por habitante, com 143 quilos por ano) e a da planta, mas o cultivo nessa zona do mundo só Rússia (um dos principais produtores). Em Portugal não começou a ser em grande escala a partir de 1720 com a Apesar de ser um alimento de origem sul-americana, a se sabe ao certo a data da introdução da batata, mas chegada dos irlandeses e numa primeira fase batata chegou ao Brasil pelos europeus. Portugueses deve ter acontecido relativamente cedo no Norte do destinado essencialmente à alimentação animal. imigrantes a cultivavam em pequena escala, em hortas país, pois a vizinha Galícia foi uma das primeiras familiares.regiões espanholas a cultivar o tubérculo recém Na Irlanda, então sob ocupação inglesa, a história e a trazido da América, continente descoberto em 1492 batata estão estreitamente ligadas. Com um clima Com a chega dos ingleses, para construção das pelo navegador Cristóvão Colombo. pouco propício ao cultivo dos cereais, a população da ferrovias, o alimento se popularizou a ponto de ser

ilha dedicou-se quase exclusivamente à produção de conhecido por aqui como batata inglesa, termo usado Curiosamente, mesmo tendo alto valor nutritivo e fácil batatas nas escassas parcelas de terra não perten- até hoje. Mas a produtividade do Brasil é baixa, se digestão, a batata tardou a afirmar-se no consumo dos centes aos lordes ingleses. Em 1780, cada irlandês comparada com as lavouras europeias: não passa de 15 europeus. O fato da parte comestível crescer debaixo comia em média 3,6 quilos de batatas por dia. No início toneladas de batata por hectare, enquanto lá a média é de terra alimentou especulações sobre o carácter do século XIX, o tubérculo assegurava 80% das calorias de 40 toneladas por hectare.maléfico da planta, havendo mesmo quem a da dieta dos irlandeses que o usavam ainda para considerasse venenosa ou carregada de magia negra. alimentar os animais que lhes garantiam alguma carne Na Rússia, no tempo de Pedro, “O Grande”, chamavam- e leite. A dependência quase total do cultivo da batata lhe a “maçã do diabo”. Por outro lado, o sabor das teria efeitos desastrosos meio século depois, quando primeiras variantes de batata chegada à Europa não um fungo de nome Phytophora Infestans destruiu era exatamente igual ao que hoje conhecemos, pois quase toda a colheita irlandesa, provocando a Grande eram bastante mais amargas. Quem a cultivava e comia Fome de 1845-1846.eram, sobretudo, as famílias dos marinheiros que traziam a batata-semente do Novo Mundo, mas Dos oito milhões de habitantes da ilha, um milhão mesmo assim há provas históricas de que, por volta de morreu de fome e dois milhões foram obrigados a 1600, o tubérculo constituía já parte integrante da imigrar para os Estados Unidos. Na mesma altura, um dieta dos habitantes de várias partes de Espanha. pouco por toda a Europa, as colheitas perderam-se. Na

ilha da Madeira, a falta de semilha (o regionalismo para Foi, porém, o início do seu cultivo na Prússia, em 1620, batata) teve graves consequências no Inverno de 1846-que levou finalmente, ao reconhecimento das 1847, com muita gente morta. Valeu a pronta propriedades nutritivas da batata. intervenção do governador da ilha, José Silvestre

Ribeiro, que conseguiu disponibilizar verbas que Frederico, “O Grande”, forçou os seus súbditos a permitiram a compra de gêneros alimentícios capazes consumir batatas como forma de combater as fomes de suprir a falta de batata.endémicas da época, causadas pelas más colheitas cerealíferas. Apesar de muita resistência devido às Em Portugal, o consumo da batata é um hábito superstições infundadas, em meados do século fortemente enraizado em todo o território, apesar da seguinte já a batata fazia parte da alimentação básica cultura do tubérculo se localizar fundamentalmente dos prussianos. nas zonas de Entre-Douro-e-Minho, em Trás-os-

Montes e no Ribatejo Oeste. No Sul e Centro do país, Na França, a difusão do consumo deveu-se muito a um assim como nos arquipélagos dos Açores e Madeira, é jovem agricultor e cientista, Antoine Augustin Par- igualmente cultivada a batata doce. Esta é, aliás, a mentier, que convenceu o rei Luís XIV do valor nutritivo verdadeira batata, assim chamada pelos índios sul-da nova planta. Quando a nobreza começou a apreciar americanos, e de uma família totalmente distinta da a batata à sua mesa, não tardou muito para que o povo batata comum. Quando os espanhóis trouxeram para a também a quisesse experimentar. Inventaram-se Europa a planta a que chamamos hoje batata, então diversos pratos de batatas. pensaram que se tratava de uma variante da anterior e

confundiram a sua designação indígena de papas com Oriunda da metade sul do Novo Mundo, a batata patatas, de onde derivaram as palavras Batata,

História e origem

da batataA batata é cultivada desde os primeiros séculos da nossa era nas regiões andinas dos atuais Peru e Bolívia , provavelmente nas imediações do lago Titicaca. A batata foi trazida para a Europa no século XVI pelos conquistadores espanhóis.

Plantação de batatas no final dos anos 50

Page 11: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

janeiro de 2013 11Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

América do Norte – Foi preciso os europeus descobrirem este continente, no século XVII, para que a batata fosse aí introduzida. Isto não obstante a proximidade geográfica entre a América do Norte e a região de onde o tubérculo é originário: a América do Sul.

Batata Doce – Esta é a “verdadeira” batata, assim chamada pelos índios sul-americanos e de uma família totalmente distinta da batata comum.

Cheiro – É difícil descrever o cheiro das batatas. Este depende essencialmente do tipo de cozido a que tenha sido submetida. Por exemplo as batatas fritas à inglesa (chips) têm uma estrutura crocante e um sabor tipicamente salgado por ter sido acrescentado sal de cozinha. As batatas que acompanham certos cozidos adquirem novos aromas derivados dos outros componentes da mistura e dos possíveis condimentos que se adicionem.

Digestão – A batata é um legume rico em amido, o que a torna de fácil digestão e simultaneamente bastante comestível, sendo essencial na dieta de quem despende grandes esforços. Contém algumas proteínas e bastante vitamina C e sais minerais.

Estudo – Antoine Augustin Parmentier, um jovem agricultor e cientista do século XVIII, convenceu, após minuciosos estudos, o rei Luís XIV do valor nutritivo da batata.

Fécula – Da batata se extrai um amido, vulgarmente conhecido pelo nome de fécula, possuindo uma larga aplicação na indústria, sobretudo no fabricação de açúcar de amido.

“Grande”- Frederico “O Grande”, da Prússia, forçou os seus súbditos a comerem batata, como forma de suprir as carências alimentares da época.

Lisa - Na escolha das batatas, cuja cor pode ir do claro ao avermelhado, devem preferir-se as de pele lisa. Devem rejeitar-se as batatas com a pele manchada de verde, germinadas, picadas e, evidentemente, podres.

Maléfica – Durante um longo período, até se desenvolverem estudos aprofundados sobre a batata, este vegetal era tido como maléfico, considerado mesmo venenoso e carregado de magia negra.

Origem – América do Sul nas regiões andinas dos atuais Peru e Bolívia

Piedro Cieza - Aventureiro espanhol e autor da primeira referência ao tubérculo em 1533, quatro décadas após a descoberta do continente americano por Cristóvão Colombo.

Qualidades – No Brasil diversas variedades de cultivares nacionais já estão sendo pregadas, como a "Baronesa" ou a "Contenda" ou ainda a "Itararé", mais ainda há muito o que se pesquisar, e somente através da pesquisa genética poderemos associar em uma variedade as características necessárias.

Vitaminas – Além de ser uma fonte importante de hidratos de carbono complexos, as batatas também proporcionam vitamina C e potássio e, quantidades consideráveis.

O abcda batata

A

B

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Irlanda – Actualmente este país é o principal consumidor de batata na Europa, com uma média de 143 kg anuais, por habitante.I

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Pouco a pouco, o seu cultivo foi-se espalhando pelo chegou à metade Norte via Europa. Desde o início do Potatoes (em inglês), etc. Um erro hoje impossível de resto do continente europeu, chegando a países tão século XVII que os emigrantes europeus que partiam corrigir. Mas que interessa o nome delas desde que remotos como a Irlanda (hoje o principal consumidor para a América do Norte levavam consigo exemplares sejam apetitosas.europeu por habitante, com 143 quilos por ano) e a da planta, mas o cultivo nessa zona do mundo só Rússia (um dos principais produtores). Em Portugal não começou a ser em grande escala a partir de 1720 com a Apesar de ser um alimento de origem sul-americana, a se sabe ao certo a data da introdução da batata, mas chegada dos irlandeses e numa primeira fase batata chegou ao Brasil pelos europeus. Portugueses deve ter acontecido relativamente cedo no Norte do destinado essencialmente à alimentação animal. imigrantes a cultivavam em pequena escala, em hortas país, pois a vizinha Galícia foi uma das primeiras familiares.regiões espanholas a cultivar o tubérculo recém Na Irlanda, então sob ocupação inglesa, a história e a trazido da América, continente descoberto em 1492 batata estão estreitamente ligadas. Com um clima Com a chega dos ingleses, para construção das pelo navegador Cristóvão Colombo. pouco propício ao cultivo dos cereais, a população da ferrovias, o alimento se popularizou a ponto de ser

ilha dedicou-se quase exclusivamente à produção de conhecido por aqui como batata inglesa, termo usado Curiosamente, mesmo tendo alto valor nutritivo e fácil batatas nas escassas parcelas de terra não perten- até hoje. Mas a produtividade do Brasil é baixa, se digestão, a batata tardou a afirmar-se no consumo dos centes aos lordes ingleses. Em 1780, cada irlandês comparada com as lavouras europeias: não passa de 15 europeus. O fato da parte comestível crescer debaixo comia em média 3,6 quilos de batatas por dia. No início toneladas de batata por hectare, enquanto lá a média é de terra alimentou especulações sobre o carácter do século XIX, o tubérculo assegurava 80% das calorias de 40 toneladas por hectare.maléfico da planta, havendo mesmo quem a da dieta dos irlandeses que o usavam ainda para considerasse venenosa ou carregada de magia negra. alimentar os animais que lhes garantiam alguma carne Na Rússia, no tempo de Pedro, “O Grande”, chamavam- e leite. A dependência quase total do cultivo da batata lhe a “maçã do diabo”. Por outro lado, o sabor das teria efeitos desastrosos meio século depois, quando primeiras variantes de batata chegada à Europa não um fungo de nome Phytophora Infestans destruiu era exatamente igual ao que hoje conhecemos, pois quase toda a colheita irlandesa, provocando a Grande eram bastante mais amargas. Quem a cultivava e comia Fome de 1845-1846.eram, sobretudo, as famílias dos marinheiros que traziam a batata-semente do Novo Mundo, mas Dos oito milhões de habitantes da ilha, um milhão mesmo assim há provas históricas de que, por volta de morreu de fome e dois milhões foram obrigados a 1600, o tubérculo constituía já parte integrante da imigrar para os Estados Unidos. Na mesma altura, um dieta dos habitantes de várias partes de Espanha. pouco por toda a Europa, as colheitas perderam-se. Na

ilha da Madeira, a falta de semilha (o regionalismo para Foi, porém, o início do seu cultivo na Prússia, em 1620, batata) teve graves consequências no Inverno de 1846-que levou finalmente, ao reconhecimento das 1847, com muita gente morta. Valeu a pronta propriedades nutritivas da batata. intervenção do governador da ilha, José Silvestre

Ribeiro, que conseguiu disponibilizar verbas que Frederico, “O Grande”, forçou os seus súbditos a permitiram a compra de gêneros alimentícios capazes consumir batatas como forma de combater as fomes de suprir a falta de batata.endémicas da época, causadas pelas más colheitas cerealíferas. Apesar de muita resistência devido às Em Portugal, o consumo da batata é um hábito superstições infundadas, em meados do século fortemente enraizado em todo o território, apesar da seguinte já a batata fazia parte da alimentação básica cultura do tubérculo se localizar fundamentalmente dos prussianos. nas zonas de Entre-Douro-e-Minho, em Trás-os-

Montes e no Ribatejo Oeste. No Sul e Centro do país, Na França, a difusão do consumo deveu-se muito a um assim como nos arquipélagos dos Açores e Madeira, é jovem agricultor e cientista, Antoine Augustin Par- igualmente cultivada a batata doce. Esta é, aliás, a mentier, que convenceu o rei Luís XIV do valor nutritivo verdadeira batata, assim chamada pelos índios sul-da nova planta. Quando a nobreza começou a apreciar americanos, e de uma família totalmente distinta da a batata à sua mesa, não tardou muito para que o povo batata comum. Quando os espanhóis trouxeram para a também a quisesse experimentar. Inventaram-se Europa a planta a que chamamos hoje batata, então diversos pratos de batatas. pensaram que se tratava de uma variante da anterior e

confundiram a sua designação indígena de papas com Oriunda da metade sul do Novo Mundo, a batata patatas, de onde derivaram as palavras Batata,

História e origem

da batataA batata é cultivada desde os primeiros séculos da nossa era nas regiões andinas dos atuais Peru e Bolívia , provavelmente nas imediações do lago Titicaca. A batata foi trazida para a Europa no século XVI pelos conquistadores espanhóis.

Plantação de batatas no final dos anos 50

Page 12: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 201312 Expansão

Em 2012, a taxa básica de juro Selic chegou a 7,25%, o menor patamar da história. O governo administrou o câmbio para um patamar mais compe-titivo para a indústria, na faixa de R$ 2, e aprovou a Resolução 72, que coloca fim na chamada guerra dos portos – mecanis-mo usado por diversos estados brasileiros para conceder in-centivos fiscais a produtos im-portados.

Essas e outras ações deixa-ram a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mais otimista com relação à ati-vidade manufatureira em 2013. “De repente, vimos acontecer tudo na direção daquilo que achávamos que era necessário”, diz o diretor-titular do Depar-tamento de Pesquisas e Estu-dos Econômicos (Depecon) da entidade, Paulo Francini.

“Estaríamos errados hoje ao não acreditar que isso pro-mova consequências. Por causa disso, tem toda a base de es-tarmos otimistas e animados”, acrescenta.

O Depecon estima que em 2013 o crescimento do Produto

Interno Bruto (PIB) deve ser de 0,9%, enquanto o da indústria deve registrar uma desacelera-ção de 0,5%.

Para 2013, no entanto, os economistas da Fiesp proje-tam uma expansão de 3% para o PIB do país e também para a indústria. O Índice de Nível de Atividade (INA) do Depecon – termômetro para o desempe-

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC--S), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), iniciou o ano em alta de 0,77% ante a taxa de 0,66% registrada no fechamento de dezembro. Sete dos oito grupos pes-quisados apresentaram au-mentos de preços, entre eles o de alimentação (de 1,26% para 1,57%), com destaque para hortaliças e legumes (de 2,91% para 5,35%).

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ga-rantiu que o desconto de 20% na conta de luz come-çará a ser aplicado em feve-reiro. Ele disse que, embora a produção de energia tér-mica seja mais cara do que a hidrelétrica, não haverá redução do percentual de desconto.

As usinas termelétricas foram ativadas para cobrir a produção menor das hidre-létricas, em função da falta de chuva.

Entretanto, o ministro diz que o Brasil tem energia suficiente para cobrir as ne-cessidades do país. “Não há, não houve, e espero que não haja, no futuro, o desabaste-cimento”, afirma.

Edson Lobão espera que os níveis de água dos reser-vatórios das hidrelétricas voltem ao normal no curto prazo, porque voltou a cho-ver em várias partes do país neste início de 2013.

Fiesp projeta crescimento de 3% para PIB em 2013

ECONOMIA ECONOMIA

Atividade e emprego na indústria devem reverter quadro negativo no próximo ano, segundo estimativas da entidade

Alice AssunçãoDa Agência Indusnet

nho da indústria paulista, que representa mais de 40% da produção manufatureira na-cional – deve fechou 2012 no vermelho, mas deve apresentar um crescimento 3,9% em 2013, com medidas como redução da Selic, administração do câmbio e pacotes de incentivo à produ-ção entrando em curso.

No caso do emprego indus-

trial, o cenário é o mesmo, de acordo com o Depecon/Fiesp. O nível de emprego da indús-tria de São Paulo deve ficar negativo em 2,3% em 2012 na comparação com 2011, mas a situação deve melhorar em 2013 e o mercado de trabalho do setor manufatureiro deve registrar um ganho de 1,6% na leitura anual.

Governo mantém desconto na conta de luzPor causa da falta de chuva, usinas termelétricas foram ativadas para cobrir a produção menor das hidrelétricas

Inflação acelera no início do anoMarli MoreiraDa Agência Brasil

DESENVOLVIMENTO

A Sede Provisória do Go-verno do Estado de Pernambu-co foi o local escolhido para o anúncio do início das operações da montadora XCMG no Brasil. O encontro entre o governador Eduardo Campos com a direto-ria da Êxito Importadora & Ex-portadora e com o presidente mundial da fabricante chinesa

Êxito e XCMG vão iniciar produção de máquinas pesadas no paísUnidade em Suape (PE) consolida a parceria com a chinesa XCMG

XCMG, Wang Min, selou oficial-mente o compromisso para a montagem de máquinas pesa-das voltadas para a construção civil.

A montadora, que será construída no Complexo Por-tuário Industrial de Suape, terá 90 mil m² e deve entregar a primeira máquina montada no Brasil em 2014. Inicialmente, serão fabricados os produtos da chamada Linha Amarela – pás carregadeiras e escavadei-ras. Posteriormente, a intenção do grupo chinês é expandir as

atividades trazendo fábricas sistemistas de porte mundial para produção de motores e transmissão de eixos. Além de realizar parcerias com empre-sas locais para fabricação de componentes de tecnologia.

“A exemplo do polo auto-motivo, esse empreendimento será um centro irradiador de desenvolvimento e geração de emprego e renda. Vamos deci-dir, juntos, a melhor estratégia para a captação das fábricas que vão fazer com que produ-zamos todos os componentes

de máquinas pesadas para a construção civil”, observou Eduardo Campos. O governa-dor ainda recebeu um convite para conhecer a fábrica-sede do Grupo XCMG, na cidade de Xuzhou, na China.

Além da reunião, o governa-dor e a comitiva de executivos visitaram as instalações do cen-tro logístico, situado no Porto do Recife, e viram as obras de ampliação no local. Foram tam-bém até o terreno, em Suape, onde será construída a monta-dora.

Page 13: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

janeiro de 2013 13Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Agrícola

PRODUÇÃO

O ano de 2012 foi marca-do por importantes avanços para o setor de abastecimento agroalimentar do país. Entre as principais conquistas, destaque para a criação, pelo Ministério da Agricultura, de um grupo de trabalho responsável por arti-cular ações de modernização

das centrais de abastecimento. A iniciativa foi alavancada pela apresentação ao ministério, no primeiro semestre, do Pla-no Nacional de Abastecimento (PNA), documento coordenado e apresentado pela Associa-ção Brasileira de Centrais de Abastecimento (Abracen), com

participação de técnicos da Ce-asaMinas. O grupo de trabalho é formado por representantes da Abracen, Companhia Nacio-nal de Abastecimento (Conab) e do próprio ministério. Pela Abracen, atuam o diretor Téc-nico-Operacional da Ceasa Rio Grande do Sul, Gerson Madru-

ga da Silva e os presidentes das Ceasas de São Paulo (Ceagesp), Mário Maurici; do Distrito Fede-ral, Wilder Santos; e do Paraná, Luiz Gusi.

As estratégias a serem pro-postas serão baseadas no PNA, plano elaborado por técnicos das Ceasas de todo o país, en-

tre eles da CeasaMinas, cujo presidente, João Alberto Paixão Lages, também está à frente da Abracen. Um dos principais pontos sugeridos pelo PNA é a criação de um órgão capaz de articular as ações das Ceasas, a partir de diretrizes estratégicas em nível nacional.

Avanços marcam setor de abastecimento em 2012

O Valor Bruto da Pro-dução (VBP) das prin-cipais lavouras do país deve atingir R$ 305, 3 bilhões neste ano, o que representa um acréscimo de 26,3% sobre 2012.

“Esse resultado se deve em grande parte ao valor da produção de soja, que combina safra elevada e preços altos”, afirma José Garcia Gas-ques, coordenador de planejamento estratégi-co do Ministério da Agri-cultura.

Em 2013, a soja re-presentará 34% do valor da produção das lavou-ras pesquisadas. Este ano, aliás, a maioria dos produtos deve obter me-lhores resultados do que em 2012. Com exceção de algodão e café, todos os demais apresentam aumentos expressivos no valor da produção.

Após a soja, os maio-res destaques são: to-mate, 72,0%; laranja, 70,9%; maçã, 36,3%; feijão, 31,6%; cebola, 31,2%; trigo, 25,8% e milho, 22,3%. Em níveis pouco mais abaixo des-tes encontram-se o arroz, batata inglesa, cana-de--açúcar e fumo.

Lavouras produzirão R$ 305,3 bi em 2013

Laranja, tomate, soja, cana e milho serão as culturas de maior destaque

Page 14: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

Agrícolajaneiro de 201314 15Parabéns, São Paulo Parabéns, São PauloJORNAL ENTREPOSTO

Um jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013 Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

São Paulo da cultura, da comida, do lazer, do trabalho. Da garoa, das tempestades. Da política, da luta, da emoção. São Paulo do mundo! Do imigrante, da coragem, do novo. Do brasileiro, da beleza, da diversidade. Da festa!

São Paulo faz história, ontem e hoje: 459 anos

Bonde de 1937

Estação da Luz 1920

Avenida Paulista 1902

Avenida São João 1970

Mosteiro São Bento 1920

A Vila Leopoldina, parte de Emboaçava, desde 1827 pertencia a João Correia da Silva, quando a região era conhecida como Várzea dos Correias.

Jesuítas de origem alemã adquiriram a área e nela residiram em uma grande casa. Em 1894, para loteá-la, os seus novos proprietários, E. Richter & Company, resolveram, em uma jogada publicitária, colocar barcos à disposição dos interessados à compra. Um grande piquenique para 500 convidados foi organizado e a região recebeu o nome em homenagem a uma das sócias do empreendimento, dona Leopoldina Kleeberg, mas a região pantanosa não obteve sucesso de vendas.

No final de 1926, a incorporadora Siciliano & Silva com parceria do empresário Antônio Vilares loteou 500 mil m². Por 40 anos a região hibernou, até a década de 50 quando o Centro Industrial Miguel Mofarrej deu nova vida à localidade, as antigas Olarias deram espaço aos grandes indústrias. A chegada do Ceagesp também deu um novo impulso à região.

História do bairroSão Paulo comemora 459 anos no próximo dia 25 de Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre — e internacional.janeiro e continua a ser a capital mais cosmopolita 1,6 milhão de outros países, com destaque para do Brasil. Com influências de imigrantes de diversos Estados Unidos, Argentina, Espanha e Itália. Os números do comércio não ficam atrás. Existem países e brasileiros de Estados variados que vivem 240 mil lojas, 79 shoppings, 59 ruas especializadas na cidade, é possível encontrar o mundo em São Mais da metade dos turistas viajam a negócios. Os em mais de 51 segmentos de produtos e 900 feiras Paulo e passar 24 horas, 1 mês ou até mesmo anos demais dirigem-se à cidade para participar de livres semanais.sem um minuto sequer de monotonia. Quem eventos, a lazer, para estudar, visitar parentes e conhece certamente já se rendeu aos encantos e amigos e por motivos de tratamento de saúde. São Paulo carrega vários orgulhos como ter metrô, peculiaridades da cidade e quem não conhece tem terminal rodoviário, Parque do Ibirapuera, Theatro ótimos motivos para visitar e se apaixonar. Mesmo quem procura São Paulo em épocas de Municipal, entre tanto outros. Temos também o

grande movimento sempre encontra onde ficar. A Ceagesp, o maior, ou um dos maiores centros de cidade reúne as principais redes hoteleiras nacionais abastecimento do mundo.e internacionais, com mais de 400 hoteis e mais de 40 mil apartamentos disponíveis. A Ceagesp e suas atrações têm atraído o interesse de São Paulo: cidade de números

empresários, turistas, pesquisadores e estudantes grandiososNa hora de se alimentar, não faltam opções. Existem de países como Holanda (campeã de visitas), Japão, 12,5 mil restaurantes que oferecem 52 tipos de China, Peru, Costa do Marfim, entre outras nações.

Referência na economia nacional e culinária representando praticamente todo o Isso sem contar os visitantes de todo o Brasil.polo de turismo mundo. A cidade conta com 15 mil bares, 3,2

milhões de padarias, 500 churrascarias, 1,5 mil Quem estiver na cidade de São Paulo, no próximo Com mais de 11 milhões de habitantes, a maior pizzarias — são servidas 1 milhão de pizzas por dia, feriado tem a opção de conhecer diversos pontos cidade da América do Sul é bastante conhecida por 720 por minuto — e 250 restaurantes japoneses. turísticos. Aproveite para ver, rever, levar a família e sua posição de liderança na economia nacional — Quem prefere comer em casa têm à sua disposição 2 contemplar a cidade que abriu os braços para todos participa com 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do mil serviços de delivery. brasileiros e estrangeiros.Brasil — e é, também, um destaque no turismo.

Para se divertir, a metrópole oferece 260 salas de Segundo dados da SPTuris, empresa de turismo de cinema, 280 salas de teatro, 110 museus, 294 salas São Paulo, a cidade recebeu 11,7 milhões de para shows e concertos, 40 centros culturais, 64 visitantes em 2010, sendo que 10,1 milhões eram parques e áreas verdes, mais de uma dezena de

Fonte: SP-Turisbrasileiros — principalmente Rio de Janeiro, clubes, sete estádios de futebol e um autódromo

v i v a s a m p a !

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Agrícolajaneiro de 201314 15Parabéns, São Paulo Parabéns, São PauloJORNAL ENTREPOSTO

Um jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013 Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

São Paulo da cultura, da comida, do lazer, do trabalho. Da garoa, das tempestades. Da política, da luta, da emoção. São Paulo do mundo! Do imigrante, da coragem, do novo. Do brasileiro, da beleza, da diversidade. Da festa!

São Paulo faz história, ontem e hoje: 459 anos

Bonde de 1937

Estação da Luz 1920

Avenida Paulista 1902

Avenida São João 1970

Mosteiro São Bento 1920

A Vila Leopoldina, parte de Emboaçava, desde 1827 pertencia a João Correia da Silva, quando a região era conhecida como Várzea dos Correias.

Jesuítas de origem alemã adquiriram a área e nela residiram em uma grande casa. Em 1894, para loteá-la, os seus novos proprietários, E. Richter & Company, resolveram, em uma jogada publicitária, colocar barcos à disposição dos interessados à compra. Um grande piquenique para 500 convidados foi organizado e a região recebeu o nome em homenagem a uma das sócias do empreendimento, dona Leopoldina Kleeberg, mas a região pantanosa não obteve sucesso de vendas.

No final de 1926, a incorporadora Siciliano & Silva com parceria do empresário Antônio Vilares loteou 500 mil m². Por 40 anos a região hibernou, até a década de 50 quando o Centro Industrial Miguel Mofarrej deu nova vida à localidade, as antigas Olarias deram espaço aos grandes indústrias. A chegada do Ceagesp também deu um novo impulso à região.

História do bairroSão Paulo comemora 459 anos no próximo dia 25 de Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre — e internacional.janeiro e continua a ser a capital mais cosmopolita 1,6 milhão de outros países, com destaque para do Brasil. Com influências de imigrantes de diversos Estados Unidos, Argentina, Espanha e Itália. Os números do comércio não ficam atrás. Existem países e brasileiros de Estados variados que vivem 240 mil lojas, 79 shoppings, 59 ruas especializadas na cidade, é possível encontrar o mundo em São Mais da metade dos turistas viajam a negócios. Os em mais de 51 segmentos de produtos e 900 feiras Paulo e passar 24 horas, 1 mês ou até mesmo anos demais dirigem-se à cidade para participar de livres semanais.sem um minuto sequer de monotonia. Quem eventos, a lazer, para estudar, visitar parentes e conhece certamente já se rendeu aos encantos e amigos e por motivos de tratamento de saúde. São Paulo carrega vários orgulhos como ter metrô, peculiaridades da cidade e quem não conhece tem terminal rodoviário, Parque do Ibirapuera, Theatro ótimos motivos para visitar e se apaixonar. Mesmo quem procura São Paulo em épocas de Municipal, entre tanto outros. Temos também o

grande movimento sempre encontra onde ficar. A Ceagesp, o maior, ou um dos maiores centros de cidade reúne as principais redes hoteleiras nacionais abastecimento do mundo.e internacionais, com mais de 400 hoteis e mais de 40 mil apartamentos disponíveis. A Ceagesp e suas atrações têm atraído o interesse de São Paulo: cidade de números

empresários, turistas, pesquisadores e estudantes grandiososNa hora de se alimentar, não faltam opções. Existem de países como Holanda (campeã de visitas), Japão, 12,5 mil restaurantes que oferecem 52 tipos de China, Peru, Costa do Marfim, entre outras nações.

Referência na economia nacional e culinária representando praticamente todo o Isso sem contar os visitantes de todo o Brasil.polo de turismo mundo. A cidade conta com 15 mil bares, 3,2

milhões de padarias, 500 churrascarias, 1,5 mil Quem estiver na cidade de São Paulo, no próximo Com mais de 11 milhões de habitantes, a maior pizzarias — são servidas 1 milhão de pizzas por dia, feriado tem a opção de conhecer diversos pontos cidade da América do Sul é bastante conhecida por 720 por minuto — e 250 restaurantes japoneses. turísticos. Aproveite para ver, rever, levar a família e sua posição de liderança na economia nacional — Quem prefere comer em casa têm à sua disposição 2 contemplar a cidade que abriu os braços para todos participa com 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do mil serviços de delivery. brasileiros e estrangeiros.Brasil — e é, também, um destaque no turismo.

Para se divertir, a metrópole oferece 260 salas de Segundo dados da SPTuris, empresa de turismo de cinema, 280 salas de teatro, 110 museus, 294 salas São Paulo, a cidade recebeu 11,7 milhões de para shows e concertos, 40 centros culturais, 64 visitantes em 2010, sendo que 10,1 milhões eram parques e áreas verdes, mais de uma dezena de

Fonte: SP-Turisbrasileiros — principalmente Rio de Janeiro, clubes, sete estádios de futebol e um autódromo

v i v a s a m p a !

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 201316 Artigo

O cooperativismo paulista voltado ao agronegócio, com o apoio marcante da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado (SAA), fechou o ano de 2012 com avanços conside-ráveis. Isso, tanto pelos núme-ros atingidos em um ano difícil, reflexo da crise internacional, como pela magnitude das ini-ciativas implementadas em favor dos pequenos e médios agricultores.

Ressalte-se que essa aten-ção aos pequenos empreende-dores é a essência do cooperati-vismo. No estado de São Paulo, mais de 170 mil pequenos e médios produtores rurais con-seguem se manter na atividade porque estão juntos em coope-rativas.

São as cooperativas que lhes dão condições de competir no mercado. São as cooperativas que lhes abrem as portas da tecnologia, diminuem os custos de produção e agregam valor aos seus produtos. Unidos em cooperativas, os pequenos se tornam grandes.

Os avanços no agronegócio paulista foram consequência direta da estreita colaboração entre a Organização das Coope-rativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e a SAA.

A secretária Mônica Berga-maschi, enfatiza que o foco é a “promoção do desenvolvimen-to rural sustentável, principal-mente dos pequenos e médios agricultores, com o objetivo de gerar trabalho e renda e, com isso, garantir qualidade de vida no campo e desenvolvimento contínuo do agronegócio” no estado.

Como exemplo dessa deter-minação do governo de evitar o assistencialismo puro e simples e substituí-lo por condições reais de geração de negócios temos o Pró-Implemento, lan-çado em maio passado e ope-racionalizado desde agosto. Ele oferece ao produtor a possibi-lidade de financiar seu equipa-mento ou implemento agrope-cuário a juros zero.

Pelo programa, podem ser adquiridos desde arados, carre-tas, aplicadores de calcário, de fertilizantes, grades nivelado-

no agronegócio paulista

ras até lâminas de tratores, pás carregadeiras, plantadeiras, pulverizadores e roçadeiras, entre tantos outros implemen-tos destinados a dar ao agri-cultor condições de plantar e colher mais.

O prazo de amortização é de seis anos. A única exigência para obter o financiamento, de até R$ 150 mil por CPF, é o pro-dutor estar enquadrado como beneficiário do Fundo de Ex-pansão do Agronegócio Paulis-ta (Feap).

Outro dado animador en-volve o seguro rural, uma das maiores reivindicações de nos-

sos agricultores cooperados, sempre às voltas com proble-mas climáticos, como venda-vais ou períodos de seca, ou mesmo com a instabilidade de preços, como a que afetou neste ano os plantadores de laranja.

Somente por meio do Feap, foram disponibilizados, em 2012, R$ 22 milhões para sub-venção ao prêmio do seguro rural. De janeiro a novembro já haviam sido utilizados mais de R$ 14 milhões, atendendo a 7.510 produtores.

O esforço da SAA para faci-litar e desburocratizar a ativi-dade rural, viabilizando o aces-

exportador nacional de carne bovina (30,3% em 2011).

De acordo com os dados do Instituto de Economia Agrícola e da SAA, o agronegócio pau-lista é responsável por 30% do PIB do estado e por 21,6% das exportações do agronegócio brasileiro.

Mesmo com decréscimo de 6,2% em relação a 2011, as exportações do agronegócio paulista atingiram US$ 18,22 bilhões de janeiro a outubro deste ano. As importações ca-íram (-5,7%), somando US$ 7,91 bilhões, o que resultou em saldo de US$ 10,31 bilhões na balança comercial do setor nos três primeiros trimestres.

Todos esses números mos-tram que os horizontes se am-pliam quando existe vontade política, dedicação e determi-nação de ajudar nossos peque-nos e médios produtores a se tornarem grandes.

O estímulo às nossas coope-rativas é um caminho, como foi reafirmado ao longo de 2012 nos eventos marcantes do Ano Internacional das Cooperati-vas, com efetiva participação da SAA.

A crise na economia mun-dial, que obviamente nos afeta, pode ser minimizada com mais qualidade e competitividade de nossos produtos. De mais tec-nologia e inovação, ao lado de recursos para plantio, colheita, comercialização e seguro, é o que precisa o agronegócio, seja pequeno ou grande.

Para tanto, é fundamental a sensibilidade e o empenho de órgãos como a SAA. A Ocesp e as cooperativas continuam a trabalhar pelo bem-estar de seus produtores cooperados, o que acaba refletindo inclusive na melhoria do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) em inúmeros municípios.

Para estender os benefícios sociais a mais e mais pessoas, é necessário que o apoio e a parceria da SAA também con-tinuem.

Edivaldo Del Grande*

so a mercados e promovendo projetos que adicionem valor à produção, aparece traduzido nos números do agronegócio paulista.

O estado é responsável por 56% da produção nacional de etanol, 61% da produção nacio-nal de açúcar e 80% da produ-ção nacional de laranja – é tam-bém o maior produtor mundial dessa fruta e detém 53% da produção mundial de suco de laranja.

São Paulo é ainda o tercei-ro maior produtor mundial de café, o quarto maior produtor de carne de frango e o maior

* Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP)

OS PEQUENOS

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janeiro de 2013 17Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Agrícola

O pesquisador apo-sentado da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) Odo Prima-vesi acaba de lançar o livro “Manejo Ambien-tal Agrícola - para agri-cultura tropical agronô-mica e sociedade”, pela Editora Agronômica Ceres. A obra é uma contribuição do agrô-nomo para o equilíbrio entre ciência agronômi-ca, agricultura e socie-dade. Ricas em detalhes do ambiente natural e agrícola do Brasil, as 840 páginas reúnem todos os resultados e ideias publicados pelo autor em suas duas dé-cadas como pesquisa-dor da Embrapa.

O livro aborda de forma global e integra-da os aspectos ambien-tais mais importantes para os cidadãos ru-rais e urbanos, e traz aspectos ecológicos de manejo (solo, água e ár-vores) que servem tan-to para áreas urbanas como rurais. Primavesi argumenta no livro em favor do desenvolvi-mento construtivo, um caminho para chegar ao sucesso socioeconô-mico por meio de boas práticas de manejo am-biental. “Todo leitor en-contrará algum aspecto de interesse para sua vida e atividade diária, de forma holística e in-tegrada, e que afeta seu ambiente e, com isso, seu modo de agir”, afir-ma o autor.

A obra traz infor-mações essenciais tan-to para empresários rurais que praticam os sistemas de produ-ção intensivos de alta tecnologia, como para a agricultura familiar produtiva e os sistemas agroflorestais, ou para a agricultura urbana. Também dá suporte ao programa de Agricul-tura de Baixo Carbono (ABC), do Ministério da Agricultura, e estimu-la também o cidadão urbano a repensar seu ambiente e a forma de manejá-lo.

Em sintonia com as novidades na área ambiental, Primavesi aborda conceitos como os de pegada ecoló-gica, de água, de car-bono e de nitrogênio; mudanças climáticas e aquecimento global, economia verde e azul; desenvolvimento cons-trutivo; entre outros. Traz também diversos exemplos práticos, que podem servir de refe-rência para novas ações nas diversas áreas rela-cionadas.

O livro apresenta ainda alternativas de manejo ambiental, den-tro do conceito de boas práticas, com base em conhecimentos agro-nômicos e ecológicos, criando a possibilidade de se montar sistemas de produção duradou-ros, praticáveis em pequena e em grande escala.

Embrapa apresenta obra sobre manejo ambientalLivro traz informações essenciais tanto para grandes empresários rurais como para agricultores familiares

LEITURACIÊNCIAS

Editora: Ceres www.livroceres.com.br (vendas online)Preço: 168,00

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa) e a Universidade Esta-dual de Campinas (Unicamp) assinaram um contrato de cooperação que prevê a geração de tecnologias genéticas e biotecnológicas para o desenvolvimento de plantas melhor adaptadas às mudanças climáticas.

“Vamos descobrir os genes que existem nos mais diversos organismos, que possam ser de alguma forma introduzidos em plan-tas para que elas possam tolerar os ambien-tes estressantes”, disse o professor titular do Instituto de Biologia da Unicamp e pesquisa-dor do Centro de Biologia Molecular e Enge-nharia Genética, Paulo Arruda.

A tecnologia genética está em uso no país por meio da inserção de genes em plan-tas que conferem resistência a insetos ou à seca. “A grande ênfase será descobrir meca-nismos e artigos de base biológica que pos-

Inserção de genes deve proporcionar resistência a pragas e estiagem

Com aumento de 44% em apenas um mês nos financiamentos adquiridos para aquisição de máquinas agrícolas, equipa-mentos de irrigação e estruturas de arma-zenagem, o Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK) registrou recorde entre julho e novembro de 2012, atingindo R$ 3,6 bilhões. Em outubro, esse valor foi de R$ 2,5 bilhões.

Comparando com os mesmos cinco meses de 2011, quando alcançou R$ 2,6 bi-lhões, o acréscimo foi de 36,2%. A redução da taxa de juros do PSI-BK de 5,5% para 2,5% ao ano é o principal motivo, segundo o governo federal, para o aumento das con-tratações. O valor especial vigorou até o dia 31 de dezembro;

De acordo com o Departamento de Eco-nomia Agrícola do Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao todo, os produtores contrataram no perío-do 60,3% dos R$ 6 bilhões previstos para a atual safra, que termina em junho de 2013.

A avaliação atualizada mensalmente das contratações do crédito agrícola é rea-lizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa.

AGRONEGÓCIO

Financiamentos de equipamentos agrícolas batem recorde

Pesquisadores estudam plantas adaptadas às mudanças do clima

sam ajudar a agricultura a se adap-tar a uma realidade de ambientes cada vez mais desafiadores”, disse o presidente da Embrapa, Maurício Lopes.

O convênio prevê a construção de um laboratório (Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplica-da a Mudanças Climáticas), que

ocupará uma área no Parque Cien-tífico da Unicamp.

“Não vamos esperar pela im-plantação do laboratório para ini-ciar os trabalhos. Eles começarão imediatamente, pois vamos usar a infraestrutura e o ferramental já disponíveis tanto na Embrapa como na Unicamp”, declarou.

Bruno BocchiniDa Agência Brasil

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18 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013Especial

Elton AlissonDa Agência Fapesp

A disponibilidade de terra arável e para pecuária deverá diminuir globalmente nas próxi-mas décadas, ao mesmo tempo em que será preciso aumentar a produção de alimentos para atender ao crescimento da de-manda mundial e melhorar a conservação e a sustentabilidade dos recursos não renováveis, que são essenciais para atingir esse objetivo.

Um grupo de pesquisadores de diferentes países, incluin-do do Brasil, iniciará uma série de estudos colaborativos com o objetivo de aumentar a com-preensão e gerar conhecimento científico para enfrentar esses três desafios concomitantes e inter-relacionados em escala mundial.

Nos dias 17 a 19 de dezem-bro, eles se reuniram em São Paulo, na Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), para participar do “Belmont Forum International: Call Scoping Workshop on Food security and land use change”.

Organizado pela Fapesp em parceria com o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo (USP) e o Belmont Forum, o objetivo do evento foi definir áreas prioritá-rias de pesquisa, relacionadas à segurança alimentar e mudan-ças no uso da terra, que poderão integrar a segunda chamada de propostas do Belmont Forum.

Entidade criada pelas prin-cipais agências financiadoras de pesquisa sobre mudanças am-bientais do mundo, o Belmont Forum foi formado em 2009 du-rante uma conferência realizada pela National Science Founda-tion (NSF), dos Estados Unidos, e o Natural Environment Research Council (Nerc), do Reino Unido, na cidade norte-americana de Belmont.

O objetivo do fórum, coorde-

nado pelo International Group of Funding Agencies for Global Change Research (IGFA), é tentar influenciar os rumos da colabo-ração internacional em estudos sobre mudanças globais por meio de chamadas conjuntas de pesquisas.

Como membro do Belmont Forum, a Fapesp foi convida-da a formatar uma proposta de chamada de projetos de pesqui-sa sobre segurança alimentar e mudanças no uso da terra que irá submeter para aprovação da entidade em uma reunião em fe-vereiro de 2013, na Índia.

Para balizar a proposta, a Fa-pesp convidou para participar do encontro em São Paulo pes-quisadores que integram alguns dos principais projetos interna-cionais sobre segurança alimen-tar e mudanças no uso da terra para relatar as ações realizadas nos últimos anos.

“O objetivo foi conhecer as ações realizadas por essas inicia-tivas internacionais para que a proposta que submeteremos ao Belmont Forum não seja repeti-tiva ou represente uma duplica-ção de esforços de pesquisa já existentes no mundo”, disse Rey-naldo Luiz Victoria, coordenador do Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Glo-bais (PFPMCG) e representante da Fundação no Belmont Forum.

“A ideia é que os estudos re-alizados no âmbito da chamada possibilitem explorar novos te-mas de pesquisa relacionados à segurança alimentar e mudanças no uso da terra que ainda não são abordados por outros pro-gramas de pesquisa internacio-nais”, acrescentou.

Durante o encontro, cien-tistas de países signatários do Belmont Forum apresentaram iniciativas e prioridades de pes-quisa relacionadas à segurança alimentar e mudanças no uso da terra implementadas em seus respectivos países.

Entre eles marcaram pre-sença Samuel Scheiner, da NSF,

Ryohei Kada, do Instituto de Pes-quisa para Humanidades e Natu-reza, do Japão, e Sheryl Hendri-cks, da Universidade de Pretória, África do Sul.

Do lado do Brasil, André Nassar, do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações In-ternacionais (Icone), Carlos Joly, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Gilberto Câmara, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apre-sentaram resultados de pesqui-sas sobre, respectivamente, bio-combustíveis, biodiversidade e monitoramento de mudanças no uso da terra realizadas no âmbi-to dos programas BIOTA, BIOEN e PFPMCG da Fapesp, de cujas coordenações fazem parte.

Câmara falou sobre os de-safios para as políticas de uso da terra no Brasil que, segundo ele, representam o maior expe-rimento de mudanças no uso da terra e seus efeitos realizado no mundo nas últimas décadas.

“Desde 1980, foram desma-tados 720 mil km² da Amazônia e 400 mil km² do Cerrado. Isso representa uma transição de uso da terra que não aconteceu nes-sa magnitude, nesse intervalo de tempo e nessa época em nenhum outro país do mundo e é um mar-co significativo do que acontece hoje no planeta”, avaliou.

Segundo Câmara, parte da transição do uso da terra na Amazônia e no Cerrado para cul-tivo de soja e pastagem de gado está relacionada ao aumento da demanda interna por alimento. Mas outra parte significativa – principalmente no Cerrado – foi devida ao aumento das exporta-ções de carne e grãos para aten-der ao crescimento da demanda mundial por alimentos.

Lições do Brasil

Nos anos de 1980, de acordo com Câmara, a mudança de uso da terra no Brasil ocorreu de for-ma desordenada e sem nenhuma espécie de controle. Mais recen-

Impactos globais da mudança do uso da terra serão estudadosCientistas de diversas nacionalidades definem temas prioritários para uma das maiores pesquisas sobre o problema que tende a se agravar em função das alterações climáticas

CIÊNCIA AGRÍCOLA

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janeiro de 2013 19Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Os financiamentos para a agricultura empresarial na sa-fra 2012/13 continuam que-brando recordes. Entre julho e novembro deste ano, os produ-tores contrataram R$ 45,8 bi-lhões, alta de 18,1% sobre igual período de 2011. Os dados fo-ram divulgados nesta quinta--feira (20) pelo Ministério da Agricultura.

O destaque entre as linhas de financiamento continua sendo o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), com crescimento de 592% nos cinco meses de safra até novembro.

Nesse período, foram R$ 1,2 bilhão em empréstimos, valor que se aproxima do volume total de crédito concedido no Programa ABC ao longo dos 12 meses da safra passada, de R$ 1,5 bilhão.

O Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK) tam-bém teve um bom desempenho

e somou em cinco meses R$ 3,6 bilhões para a aquisição de má-quinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de ar-mazenagem.

Já pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), os financia-mentos de custeio atingiram R$ 3,7 bilhões, enquanto as aplica-ções para operações de inves-timento totalizaram R$ 960,7 milhões.

Pelo Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), foram adquiridos R$ 921,7 mi-lhões, o que representa aumen-to de 25% sobre o total entre julho e novembro de 2011. O setor cooperativista também ampliou a contratação de re-cursos no período – em 41% sobre o ano passado, obtendo R$ 298,6 milhões por meio do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop).

Empréstimos à agricultura sustentável disparam na safra 2012/13Programa ABC liberou em cinco meses R$ 1,2 bilhão e já se aproxima do valor total da safra passada

temente, com o amplo acesso às informações sobre desmata-mento disponibilizadas na inter-net por instituições de pesquisa como o Inpe e pressões interna-cionais e da sociedade brasileira, foi possível implementar uma política de desmatamento da Amazônia que obteve muito êxi-to ao ser baseada na tríade com-posta por transparência, gover-nança e instituições de pesquisa com boa reputação.

“Alguns aprendizados que o Brasil teve com a criação de ins-tituições de pesquisa capazes de produzir informações sobre des-matamento – disponibilizadas de forma transparente e acessível na internet, que resultaram em mecanismo de governança que tem funcionado muito bem – po-dem servir de lição para outros países que também pretendem conseguir implementar uma po-lítica de uso da terra ampla. O Brasil precisa liderar o mundo nessa capacidade de ter um sis-tema de informação de uso da terra”, afirmou. De acordo com o pesquisador, um dos gargalos no sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia é produzir informação com maior nível de detalhe.

Atualmente, os sensores dos satélites utilizados no Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) no Inpe têm resolução espacial moderada, de 250 metros, o que impossibilita detectar desmatamentos e mu-danças no uso da terra em áre-as menores do que 25 hectares. “Precisamos de informação com maior detalhe”, afirmou Câmara.

Mas, segundo ele, as maiores lacunas no sistema de monitora-mento de mudanças de uso da terra no Brasil se referem a bio-mas como o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica, o Pampa e o Pantanal, os quais ainda não dis-põem de um sistema de informa-ção sobre desmatamento similar ao existente para a Amazônia.

“O Brasil precisa ter em todo o seu território o mesmo nível de informação diária sobre mu-danças no uso da terra que pos-sui hoje para a Amazônia. Isso é essencial para um país que tem esse tamanho de área, que quer balancear a produção agrícola e de biocombustíveis com o equi-líbrio ambiental”, destacou Câ-mara.

Questões fundamentais

O equilíbrio entre uso da ter-ra e mitigação dos impactos am-bientais causados pela atividade agropecuária foi apontado pelos pesquisadores participantes do workshop na Fapesp como um dos principais desafios para os próximos anos.

De modo a contribuir na bus-ca de soluções para o problema, as propostas de pesquisa que se-

O governo autorizou repas-se de mais de R$ 500 milhões para os agricultores e empre-endedores atingidos pela estia-gem nos estados do Nordeste e em parte de Minas Gerais, na região do semiárido brasileiro.

O total de recursos disponi-bilizados pela linha emergen-cial de crédito chegará à marca de R$ 2,4 bilhões até fevereiro. A informação é do Ministério da Integração Nacional. Os recursos fazem parte de uma linha emergencial de crédito operada pelo Banco do Nordes-te do Brasil (BNB). O limite de crédito varia de R$ 12 mil a R$ 100 mil, com juros de até 3,5% ao ano.

A maioria dos créditos con-templa pequenos produtores rurais enquadrados no Pro-grama de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), em operações com juros de 1% ao ano e prazo de 10 anos para pagamento, com até três anos de carência. Para o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, os recursos autorizados pela presidenta Dilma Rousseff vão contribuir para redução dos prejuízos dos agricultores e pecuaristas.

“A prioridade do governo é apoiar os agricultores familia-res na manutenção de suas ati-vidades mesmo nessa situação adversa”, ressaltou o ministro.

DESASTRE CLIMÁTICO

FINANCIAMENTOS

Agricultores atingidos pela seca terão R$ 500 milhões de créditoMaioria das liberações contempla pequenos produtores rurais enquadrados no Pronaf

Luciano NascimentoDa Agência Brasil

Sou Agro

rão apoiadas na segunda chama-da do Belmont Forum deverão tentar responder, entre outras questões fundamentais, como os atuais padrões de demanda por alimentos afetam o uso da terra, a biodiversidade e a segurança alimentar.

Outra pergunta é quais serão as consequências das mudanças no uso da terra sobre os servi-ços dos ecossistemas e da bio-diversidade e como irão afetar a disponibilidade e o acesso aos alimentos.

“Seguramente, a competição entre serviços de ecossistemas e a produção de alimentos é um tema que deverá ser abordado e discutido nas pesquisas que se-rão financiadas nessa chamada de projetos”, disse Victoria.

Para definir quais os temas de pesquisa inter e transdiscipli-nares relacionados à segurança alimentar e mudanças no uso da terra que devem ser contempla-dos nas pesquisas colaborativas financiadas pelo Belmont Forum, os participantes do evento foram divididos em quatro grupos de trabalho.

Ao final do encontro, eles produziram um rascunho de um documento que sintetiza as dis-cussões científicas estabelecidas durante os três dias do evento e apresenta uma proposta de cha-mada que será submetida para aprovação no Belmont Forum. A proposta deverá ter a partici-pação de, no mínimo, três países signatários do grupo.

“No âmbito da chamada, será possível realizar projetos con-juntos de países em que três ou mais países se propõem a res-ponder uma ou mais questões que serão colocadas. Será possí-vel realizar estudos comparati-vos sobre segurança alimentar no Brasil, África do Sul e Ásia, por exemplo”, disse Victoria.

Chamada em 2013

A primeira chamada de pro-postas do Belmont Forum foi lançada em abril de 2012 e con-tou com recursos de cerca de 20 milhões de euros, dos quais 2,5 milhões foram investidos pela Fapesp, sendo 1,5 milhão de eu-ros para projetos de pesquisa sobre segurança hídrica e um milhão de euros para pesquisas sobre vulnerabilidade costeira.

Os projetos serão executados por pesquisadores do estado de São Paulo nessas áreas em parceria com pesquisadores de, pelos menos, outros dois países participantes do fórum.

Os valores para a segunda chamada serão definidos duran-te reunião do Belmont Forum em fevereiro de 2013. Pesqui-sadores ligados a instituições paulistas de ensino superior e de pesquisa, públicas e privadas, poderão participar da chamada.

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20 Evento JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013

O projeto ‘Brazilian Fruit’, desenvolvido desde 1998, em parceria pelo Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas) e a Apex--Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e In-vestimentos), com a finalidade de promover e divulgar a qua-lidade e diversidade da produ-ção brasileira de frutas frescas e processadas, irá participar de mais uma edição da Fruit Logística - evento considera-do o maior e mais importante encontro de oportunidades de negócios do mundo para o se-tor de FLV (frutas, legumes e verduras).

A feira acontecerá em Ber-lim, na Alemanha, entre os pró-ximos dias 6 e 8 de fevereiro e contará com a presença de mais de 2.400 expositores do mundo inteiro, que apresen-tarão uma série de novidades em produtos e serviços. O es-tande Brazilian Fruit, em um espaço de 300 m², contará com a presença confirmada das se-guintes empresas brasileiras: Agrícola Famosa, Caliman/HLB, Fermac Cargo, GBI, GSI/Daehler, Itacitrus, ITEP, Rigesa, Salute, UGBP e a Central Expor-taminas que levará uma missão de 30 empresários do Estado de Minas Gerais.

“A Fruit Logistica é o ponto de encontro de todos os agen-tes do setor, por isso o Ibraf vem apoiando desde 2003 a parti-cipação intensa das empresas brasileiras, a fim de mostrar neste importante evento toda a diversidade e qualidade dos nossos produtos” comenta Lu-ciana Pacheco – gerente do pro-jeto Brazilian Fruit.

Empresas

Este é o 4º ano consecuti-vo de participação da Central Exportaminas para apresen-tar os produtos e empresas do Estado para este importante

evento. É o caso da ABANORTE que estará presente no evento, divulgando as frutas do Norte de Minas, como a banana, man-ga e limão, por meio do Proje-to Jaíba. O Sistema Ocemg, que trabalha com monitoramento e promoção das cooperativas de Minas Gerais, também estará na Fruit Logistica representan-do cinco cooperativas minei-ras; assim como o Ceasa Minas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S/A), que atua como centro de comercializa-ção de hortigranjeiros, cereais e produtos industrializados ali-mentícios e não alimentícios.

A HBL Tropical Food que atua há 24 anos como impor-tador e distribuidor de frutas tropicais, participará do estan-de Brazilian Fruit com a empre-sa brasileira Caliman Agricola sua parceira no suprimento do mamão Golden. “Participamos há quase 20 anos da Fruit Lo-gistica e estamos felizes em fa-zer parte de mais uma edição” afirma Levy de Barros, diretor da HBL.

Brazilian Fruit participa da Fruit Logistica 2013 em BerlimAtacadistas da Ceagesp estão entre as empresas que confirmaram presença

PRODUÇÃO BRASILEIRA

A empresa GSI/Daehler, produtor de mamão de Linha-res-ES participará pela primei-ra vez do evento. “Sem dúvida, um evento internacional tão importante como a Fruit Logís-tica, possibilita a aproximação de novos mercados e a conso-lidação de parcerias cada vez mais fortes; essas são as nossas perspectivas para a feira neste ano de 2013”, comenta Wilson Coutinho, diretor da empresa.

Exportações 2012

Em 2012 foram exportadas 693 mil toneladas de frutas frescas do Brasil para 50 paí-ses. As principais frutas foram: melão, manga, limão, uva, ba-nana, mamão e maçã. A Alema-nha está em 5º lugar no ranking dos países compradores, com 12 mil toneladas exportadas di-retamente para o país em 2012. O principal país comprador é a Holanda, que atua como centro reexportador para toda a Euro-pa, seguido pelo Reino Unido, Espanha e Estados Unidos.

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janeiro de 2013 21Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

ARTIGO

Vamos pensar na pala-vra terroir (pronun-cia-se “terroar”), tão importante para nós,

comedores do mundo inteiro. Recebi uma revista muito fa-mosa na Inglaterra na qual um cientista vai contra a ideia de que há uma ligação profunda entre o lugar e o gosto.

Um dos primeiros autores e entendidos de cozinha, Brillat Savarin nos conta que os roma-nos gulosos provavam um pei-xe do Rio Tibre e sabiam de que lado do rio ele fora pescado. Confesso que aqui não conheço gente tão afiada de paladar.

Mas a pergunta é esta: há uma conexão vital entre um lugar específico e a comida des-se lugar? A resposta de todos é sempre um “sim” vigoroso. Todo lugar tem variáveis com-binadas entre si – a composição do solo, a chuva, o sol, o clima - que juntas se esforçam para dar à comida do lugar um certo gosto.

É muito romântico e bonito, concorda o cientista que fez a pesquisa, mas não é verdade. As pessoas que acreditam mui-to em terroir respondem então que ele não contou com a mão de obra, com a cultura, com a tradição, etc.

Pois o cientista continua a dizer que não é verdade e que toda essa noção de terroir foi feita por motivos comerciais e controladores. E pergunta: “vocês acham que o queijo par-mesão que fazemos agora tem o mesmo gosto do parmesão de antigamente?”. É difícil datas certas para saber como tudo começou, mas os monastérios beneditinos provavelmente co-meçaram a tirar leite de vaca lá pelo ano 1000, antes só usavam leite de cabra e ovelha. Os cam-poneses da região de Parma e

Por Nina Horta

O sabor de cada lugarReggio Emilia faziam um queijo delicioso que entrou até para a literatura, e a região deles era pintada como uma monta-nha inteira de queijo, com os cozinheiros sentados no topo rolando os produtos redondos montanha abaixo.

E o queijo parmesão de hoje se parece com o deles? Não muito. Para começar, não são negros. Os queijos antigos eram cobertos com cera preta até 1964. Antes, nos 1800, usavam ferrugem com óleo. O queijo era colorido com açafrão, o sal era das minas mais próximas, e hoje é de sal marítimo.

O leite nunca foi pasteuri-zado, mas, com certeza, com menos higiene, a contaminação dava aos queijos naturais mais gosto, ou pelo menos um gosto diferente. Pensem nas cinzas da fogueira embaixo dos caldei-rões, a lata dos baldes em que

se coletava o leite e que hoje não existem mais. E o que co-miam as vacas antigamente e o que comem hoje? Alimentação muito diferente.

Não contente com tudo isso, o cientista descobriu que os campos irrigados trazem com a água muitos minerais que mu-dam o tipo de solo e acontece o mesmo com a fertilização, que mudaria totalmente o que hoje é chamado de terroir. Ah, e mu-daram as vacas... as raças...

Tudo isso é ruim? Não. O queijo a partir de uns 50 anos atrás é provavelmente melhor, tem um gosto padronizado, é seguro para se comer. Mas o ponto do cientista é que um queijo semelhante ou igual po-deria ser feito nos Estados Uni-dos ou no Brasil e que os espe-cialistas não descobririam que não fora fabricado nem perto da região de Parma.

Para que serve essa pesqui-sa? O autor dela acha que essas distinções imaginadas só fazem aumentar o preço da mercado-ria. Que nos esqueçamos dessas mitologias, que não precisemos de mapas de terroir. Existe no mundo muita comida boa para se provar, cheia de nuances, de gostos mais fortes e mais fra-cos, e deixemos que o nosso paladar decida, não uma lei de que a comida ou o vinho daque-le lugar seja melhor por conta de uma lenda engendrada para se dar ordem a um projeto co-mercial. O lugar onde uma coisa é feita é importante, mas não é tudo. Sempre de olhos abertos comemos melhor.

Nina Horta é cozinheira, escritora e proprietária do bufê Ginger. É autora do livro Não é sopa (uma mistura saborosa de crônicas e receitas) e Vamos comer

No período de 22 de fevereiro a 22 de junho, a Funep realiza o II Curso de Atualização em Defesa Sani-tária Vegetal. O curso acon-tece na Faculdade de Ciên-cias Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Unesp, Câmpus de Jaboticabal, e tem como público-alvo engenheiros agrônomos e estudantes de agronomia.

O objetivo do curso é atualizar o participante por meio do conhecimento e ex-periências práticas de pro-fissionais e docentes ligados ao setor, para as atividades de Defesa Sanitária Vegetal e Fiscalização Agropecuá-ria.

A atualização visa tam-bém auxiliar na preparação aos concursos públicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e dos serviços es-taduais de defesa sanitária vegetal.

A grade do curso abor-dará conhecimentos especí-ficos da área, como “Análise de sistema de manejo de riscos”, “Legislação federal sobre defesa sanitária vege-tal” e “Fiscalização de Insu-mos Agrícolas”.

DEFESA VEGETAL

Unesp promove

atualização profissional

Curso abordará conhecimentos

específicos da área

Page 22: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

22 Ceasas do BrasilJORNAL ENTREPOSTO

Um jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013

A Unidade Noroeste das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES), loca-lizada no município de Colatina, encerrou o ano de 2013 com saldo positivo nas vendas, o vo-lume comercializado superou em 30% a oferta de 2011. Foram 24.355.543 quilos de produtos hortifrutigranjeiros que circula-ram nos últimos doze meses no mercado, o que gerou uma mo-vimentação financeira superior a R$ 40 milhões.

Segundo o gerente das Uni-dades Técnicas e Regionais da Ceasa/ES, Marcos Antônio Cos-setti Magnago, além dos núme-ros favoráveis apresentados, algumas obras importantes também foram concluídas em 2012.

“Através do apoio da Secre-taria de Estado da Agricultura, conseguimos finalizar uma obra

Comercialização na Ceasa Noroeste (ES) cresceu 30%

importante que foi a extensão da cobertura dos pavilhões, dando mais conforto a todos os usuários e protegendo os veícu-los de carga do sol e da chuva. Além disso, está em andamen-to a aquisição de oito climati-zadores que serão instalados no Pavilhão do Produtor (PP), diminuindo o calor, evitando perdas na comercialização dos produtos. Esperamos um 2013 promissor para a unidade, com a conclusão de algumas obras, como o muro, a portaria, o cal-çamento do restante da área que falta e outras medidas que deve-rão ser tomadas para garantir mais eficiência e um serviço de qualidade”, disse Magnago.

Análise do último mês

O mês de dezembro apre-sentou variação positiva de

3,71% em relação ao mês de novembro de 2013. Foram 2.232.861 quilos vendidos, o que somou uma movimentação fi-nanceira de R$ 3.638.393,43. Os produtos mais comercializados na unidade foram a batata co-mum, proveniente da região de Cariacica, com 181 mil quilos e a melancia, do município de Cola-tina, com 105 mil quilos.

Em relação a procedência, Santa Maria de Jetibá teve maior participação no mercado com 763.206 quilos, sendo o repolho híbrido responsável por 14,01% desse total, o que corresponde a 107 mil quilos. A região de Caria-cica contribuiu com 363.740 qui-los e o município de Santa Teresa com 238.310 quilos. O Estado de Minas Gerais também participou da comercialização com 5.600 quilos, e a movimentação finan-ceira foi de R$ 6.720,00.

O Mercado Permanente de Flores e Plantas Ornamentais da Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa Campi-nas) iniciou este mês a comer-cialização da SunPatiens - uma nova variedade de Impatiens-Nova Guiné, popularmente conhecida como Maria-sem--vergonha. A novidade é re-sultado do melhoramento ge-nético realizado no Japão pela maior produtora de sementes de flores e plantas do mundo, a Sakata, e foi lançada no país no ano passado.

Segundo a assistente de de-senvolvimento da Sakata, Már-cia Guimarães Kobori, a prin-cipal característica da nova planta é que ela pode ser man-tida em qualquer condição de insolação, principalmente a sol pleno. Já a Impatiens tradi-cional é uma planta recomen-dada apenas para situações de meia sombra e sombra.

A SunPatiens também cres-ce mais, chegando a atingir 1,2 metros de altura, contra 40 centímetros da outra va-riedade, e tem uma evolução do arbusto mais vigorosa no sentido horizontal. “Com isso é necessário menos plantas para compor um jardim. Da SunPatiens usa-se até 9 unida-des por metro quadrado, en-quanto que da Impatiens são necessárias 12 para o mesmo espaço”, conta a assistente.

A assistente garante tam-bém que a nova variedade tem uma floração contínua, ou seja, ela não tem períodos sem flores. “Enquanto uma flor está sendo abortada, há uma aberta e uma em forma de bo-tão. Com a outra não é assim, primeiro uma flor é abortada para depois outra nascer”, ex-plica.

A Sakata levou três anos para realizar testes e estudos antes de lançar a planta aqui no Brasil. Nestas análises os técnicos da empresa percebe-ram que a SunPatiens é tam-bém mais resistente a doenças e parasitas do solo como os nematóides porque tem um

sistema radicular (de raízes) muito vigoroso.

A planta está sendo dispo-nibilizada pelo viveiro BioPlu-gs. O consultor da empresa, Jo-hnny Van Der Bruggen, explica que sua manutenção é simples. “Por ser de sol pleno ela preci-sa de bastante água com regas diárias em dias mais quentes e intercaladas nos mais frescos. Também é necessária boa adu-bação para mantê-la vigorosa”, conta ele.

Comercialização

A SunPatiens é comerciali-zada em sete opções de cores em tons de branco, vermelho e rosa e é encontrada em três séries (tipos). A Compact que atinge até 90 centímetros de altura e é indicada para vasos, cuias, jardineiras e paisagis-mo. A Vigorousque é maior e pode chegar a 1,2 metros sen-do ideal para paisagismo. A Spreading varia entre 75 cen-tímetros e 1 metro de altura e tanto pode compor jardins quanto ser utilizada na deco-ração em vasos e jardineiras.

Os permissionários da Cea-sa Campinas Flora Yokonuki e Flora Okuyama são os primei-ros a comercializar aSunPa-tiens no Mercado de Flores da Central. Além deles a venda da planta só está sendo feita em outros dois lugares do país, ambos no estado de São Paulo. A Sakata e a BioPlugs implan-taram um quiosque de exposi-ção da SunPatiens que fica até o dia 14 de janeiro, no Merca-do de Flores da Ceasa.

O Mercado da Ceasa-Cam-pinas fica na Rodovia Dom Pedro I, km 140,5, em Campi-nas/SP. O funcionamento para o público em geral é as segun-das e quintas feiras, das 13h às 16h30; as terças, quartas e sextas-feiras, das 8h às 16h30 e aos sábados das 8h às 13h. Clientes cadastrados como empresas e profissionais da área têm horário especial de compras as segundas e quin-tas-feiras, das 6h30 às 13h.

Ceasa de Campinas recebe flor desenvolvida

no JapãoNova variedade possui floração contínua e resistência contra doenças e parasitas do solo

Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT

Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP

Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais.

Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

Programas exigidos por lei:

Entre em contato com nossos representantesFábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)www.jornalentreposto.com.br

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Page 23: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

janeiro de 2013 23Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO Ceasas do Brasil

ECONOMIA

INCLUSÃO DIGITAL

Melancia

71,8%Tomate

18,5%

Alface crespa

59,4%

Batata Comum

80,6%

Pescada branca

-17,7%

A variação de preços no ata-cado dos principais produtos comercializados na Ceagesp apontou aumento de 12,95% no ano passado. Com exceção do primeiro bimestre, os alimentos in natura apresentaram eleva-ções de preços durante prati-camente todo o ano, influen-ciando, inclusive, a variação da maioria dos índices que medem a inflação no Brasil.

“Problemas sazonais e cli-máticos prejudicaram algumas culturas importantes como to-mate, batata, cebola, alho e pi-mentão, interferindo no volume e na qualidade ofertada. Com a demanda aquecida pelo aumen-

Alimentos puxam alta da inflaçãoÍndice Ceagesp encerrou 2012 em elevação. No período, somente o setor de pescados registrou baixa de preços

to da renda da população, houve majorações de preço sem prati-camente todos os setores”, expli-ca economista Flávio Godas.

Neste cenário, cabe ressaltar que 2011 fechou com queda de 0,33%, ou seja, janeiro, base da comparação, apresentava pre-ços bastante reduzidos.

O setor de frutas encerrou o ano registrando alta de 12,66%. A laranja-pera, mesmo com a pressão negativa exercida du-rante quase todo o ano, fechou janeiro com alta de 16,42% em relação a janeiro. Principais altas no comparativo entre ja-neiro e dezembro de 2012: li-mão (196,1%), maracujá azedo

SETOR

FRUTASLEGUMESVERDURASDIVERSOSPESCADOSCEAGESP

JAN

-7,41%1,60%0,32%

11,79%-2,44%-4,59%

FEV

1,72%-13,23%12,33%2,66%

-5,93%-0,67%

MAR

2,11%14,55%12,46%3,86%4,05%4,61%

ABR

-1,84%-3,22%-7,00%3,17%

-2,29%-1,68%

MAI

-1,69%19,47%33,65%-0,90%2,72%4,17%

JUN

3,80%6,09%6,04%6,60%1,19%4,06%

JUL

-1,10%27,63%5,74%

-2,12%-9,27%2,57%

AGO

6,41%8,20%

-24,21%12,92%1,39%3,34%

SET

6,41%-15,26%-17,80%

8,48%3,49%0,29%

OUT

-1,46%-2,81%2,97%

-3,97%4,21%

-0,82%

NOV

4,45%-10,69%

8,81%2,57%

-6,05%0,92%

DEZ

0,27%-8,94%11,08%6,33%

-0,18%-0,12%

ACUMULADONO ANO

(85,1%), melancia (71,8%) e mamão formosa (62,1%).

Também registram alta os legumes (18,49%), verduras (36,94%) e os alimentos di-versos (63,13%). As principais altas destes setores do mer-cado foram verificadas no pi-mentão verde (47%), tomate (18,5%), alface crespa (59,4%), couve-flor(44,89%), bróco-lis (36,54%), batata comum (80,6%), batata lisa (35,9%) e cebola (52,6%).

O setor de pescados recuou 4,15% influenciado principal-mente pelas queda de preços da sardinha (-56,23%), cava-linha (-26,6%), pescada maria

mole (-24,7%)e pescada bran-ca (-17,7%) no comparativo do mesmo período. No acumulado do ano, somente o setor de pes-cado registrou retração dos pre-ços praticados, conforme mos-tra a tabela.

Tendências Com a chegada do verão,

época de chuvas quase diárias e altas temperaturas, a previsão é de preços elevados durante praticamente todo o primeiro trimestre, principalmente, nos setores de legumes e verduras. “Além da diminuição do volume ofertado, a qualidade dos pro-

dutos destes setores fica bastan-te prejudicada nesta época do ano, contribuindo para a eleva-ção dos preços”, avalia Godas.

O setor de frutas deve apre-sentar ligeira retração em ja-neiro, impulsionado pelos ex-cedentes de produção do mês de janeiro e pela diminuição do consumo, reflexo das férias.

No âmbito geral, os maiores preços registrados em 2012 de-vem estimular produtores ru-rais a investirem nas lavouras em 2013. Assim, estima-se que os preços não deverão sofrer al-terações bruscas durante o ano, exceto pelas condições climáti-cas negativas já destacadas.

O projeto “Ceasa de Bolso”, desenvolvido pelas Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa), está concorrendo ao Prêmio Ceará de Cidadani@ Eletrônica 2013. O Projeto, resultado das atividades de pesquisa e implementação da Divisão de Informática (DIN-FO), tem como objetivo possi-bilitar o acesso rápido e práti-co às informações de mercado

Ceasa de Bolso concorre ao Prêmio Cidadani@ EletrônicaO Projeto foi aprovado para 2ª fase do concurso e disputa com mais cinco órgãos na categoria “Inclusão Digital”

à cadeia de comercialização de hortigranjeiros, por meio de equipamentos móveis, como celulares, smartphones e ta-blets.

O concurso é promovido pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria do Planejamento e Gestão (Se-plag), no sentido de fomentar, divulgar e reconhecer a quali-dade dos projetos públicos. Ao

todo, 39 projetos concorrem em quatro categorias: Inova-ção; Inclusão Digital; TI Verde e Governança de TI.

Inscrito na categoria “In-clusão Digital” e aprovado para 2ª fase do concurso, o “Ceasa de Bolso” concorre com mais cinco projetos de outras vincu-ladas e Secretarias. De acordo com Valdecir Lima, gestor da DINFO, a inovação é o foco das

atividades, assim como a for-mação e a integração da equi-pe reflete na realização dos projetos desenvolvidos pela Ceasa. “É de extrema impor-tância uma participação como essa pelo fato de que a equipe, como profissionais, tem busca-do a inovação como estratégia de crescimento. A Ceasa tem uma equipe de TI harmoniosa e dedicada, essa é a fórmula

para chegarmos às produções inovadoras” Entre os benefí-cios da ferramenta, a oportu-nidade de levar ao agricultor rural os preços dos produtos comercializados, a possibili-dade do acesso rápido por to-dos os segmentos da cadeia de comercialização e a redução do impacto ambiental, com menor número de impressões, envios de e-mails e fax.

12,66%18,49%36,94%63,13%-4,15%12,95%

Page 24: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

24 Transporte JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013

A indústria automobilística nacional produziu 132.820 ca-minhões em 2013. O número é 40,5% inferior aos 223.388 fabricados no ano anterior. A maior queda foi registrada en-tre os caminhões semileves (-71,2%) e, a menor, entre os semipesados (-29,6%).

A produção de ônibus tam-bém caiu de maneira represen-tativa, 25,4% em relação ao ano passado. Os veículos rodoviá-rios somaram 5.055 unidades (baixa de 18,3%) e os urbanos, 31.789 (redução de 26,4%).

Os resultados vão na contra-

Desde o início do ano, quase quatro mil postos de combustí-veis em todo o país estão obriga-dos a vender o óleo diesel S10, menos poluente e com apenas 10 ppm (partes por milhão) de enxofre.

A mudança atende às exigên-cias de uma resolução da Agên-cia Nacional de Petróleo (ANP). A nova categoria entra no mer-cado para substituir o S50, que era uma etapa de transição obri-gatória desde 1º de janeiro de 2012. “Este é um processo mais tranquilo, sob o ponto de vista operacional. Onde havia o S50, todo o trabalho de adaptação já

Produção de caminhões deve crescer em 2013Aerton GuimarãesDa Agência CNT de Notícias

mão do que aconteceu com as vendas no país. Segundo o ba-lanço divulgado em 7 de janeiro pela Associação Nacional dos Fabricantes dos Veículos Auto-motores (Anfavea), o comércio de veículos cresceu 4,6%, sob a forte in�luência da redução do IPI.

Considerando apenas a pro-dução de automóveis e comer-ciais leves, a alta foi de 1,2%, com 3.172.953 novos veículos. No total, a produção no Bra-sil teve redução de 1,9%, com 3.342.617 milhões de unidades.

Os dados divulgados pela

Anfavea mostram ainda que as exportações também tiveram retração. Em 2013, 442.075 unidades foram enviadas ao exterior, contra 553.334 no ano passado, ou seja, baixa de 20,1%.

Para 2013, a expectativa é de crescimento entre 3,5% e 4,5% para as vendas e de 4,5% para a produção. Segundo o presidente da Anfavea, Cledor-vino Belini, o clima é favorável para a recuperação do setor neste ano, com o aumento da renda do brasileiro e com pos-síveis novas quedas de juros.

Novo diesel chega aos postos de combustíveisMudança do S50 para o S10 atende às exigências de uma resolução da Agência Nacional de Petróleo

Rosalvo StreitDa Agência CNT de Notícias

foi feito. Já estávamos receben-do o novo combustível desde janeiro passado”, ressalta o dire-tor de postos de rodovia da Fe-deração Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubri�ican-tes (Fecombustíveis), Ricardo Hashimoto.

Segundo o empresário, em razão do baixíssimo teor de en-xofre, o S10 exige mais cuidados durante o manuseio, para evitar a mistura com outros combus-tíveis. “É preciso ter atenção em relação, principalmente, ao transporte entre a base distri-buidora e o posto. Existe uma preocupação ambiental e temos que vender produtos com preço e qualidade”, explica.

Outra preocupação diz res-

peito ao treinamento dos fun-cionários, para não permitir o erro. “Quando chega ao posto [o combustível S10], é preciso descarregar o produto no tan-que certo. E, depois, na bomba, quando o caminhão chegar, é preciso ter a postura de pergun-tar qual o combustível desejado. Temos de primar por manter os equipamentos em ordem, ter disciplina”, a�irma.

Em relação ao preço do S10, Hashimoto garante que, até o momento, não há notícias de aumento. “Isso não quer dizer que não vai haver acréscimo”, adverte.

No entanto, ele explica que o S10 e o S50 têm preços diferen-ciados porque exigem mudan-

ças em relação ao custo logís-tico e à segregação de tanques, linhas, caminhões e bombas. “Tudo isso exigiu investimento”, resume.

Para o restante do ano, as ex-pectativas dos empresários são positivas. “Em 2013, a venda de veículos e caminhões deve voltar aos patamares normais e espera-mos que o mercado cresça ainda mais, que seja criado um círculo virtuoso. Com mais veículos, os clientes vão buscar e mais posto vão aderir”, avalia.

Bene�íciosEm nota, a ANP destaca os be-

ne�ícios do novo combustível no mercado. “Com a entrada do S10 no lugar do S50, haverá menos

emissões de partículas nocivas na atmosfera e, portanto, menos danos ambientais. Além disso, o S10 traz vantagens na partida a frio, na redução da fumaça bran-ca, na menor formação de depó-sitos e no aumento da vida útil do lubri�icante”, destaca.

Ainda de acordo com a ANP, à medida que a frota circulante for renovada haverá uma me-lhora gradativa na qualidade do ar dos grandes centros urbanos.

A agência garante que, por substituir integralmente o die-sel S50, os municípios antes abastecidos exclusivamente com o diesel S50 e as revendas varejistas, que comercializavam esse produto, também passarão a receber o S10.

Page 25: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

janeiro de 2013 25Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

A Iveco iniciou no final do ano passado, na sua fábrica de pesados em Sete Lagoas, MG, a produção do novo Iveco Stralis Hi-Way, que estará disponível para vendas já no primeiro tri-mestre do próximo ano. Eleito o Caminhão do Ano 2013 na Europa, o extrapesado é o pri-meiro veículo da empresa a ser lançado simultaneamente no velho mundo e no Brasil. De acordo com o presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, “o Stralis Hi-Way é um produto Premium que, além de oferecer o melhor custo opera-cional do seu segmento, reúne uma série de atributos tec-nológicos e de conforto que o tornam, seguramente, um dos caminhões mais desejados do mercado brasileiro”.

O Iveco Stralis Hi-Way che-ga ao Brasil em três versões (440, 480 e 560) e vai comple-mentar a nova linha Stralis Eco-line lançada no último mês de setembro. Entre as principais características do novo veículo estão a nova cabine com design renovado, o restyling externo desenhado para melhorar a performance aerodinâmica e, consequentemente, o desem-penho e a eficácia do produto. Os novos sistemas eletrônicos e o novo motor FPT Cursor 13 de 560 cavalos, equipará a versão mais completa da nova gama.

De acordo com o diretor da plataforma de veículos pesados

Iveco inicia a produção do novo Stralis Hi-Way em Sete LagoasExtrapesado eleito Caminhão do Ano 2013 na Europa será lançado no Brasil no primeiro trimestre do próximo ano

da Iveco Latin America, o enge-nheiro Marcello Motta, toda a tecnologia embarcada no Stra-lis Hi-Way trará aos clientes uma série de ganhos em todas as áreas. Do ponto de vista de economia de combustível, por exemplo, enquanto o Stralis Ecoline já representava uma redução de até 7,5% no con-sumo de diesel em relação aos veículos da geração anterior, o novo Stralis Hi-Way traz um ganho adicional de 3,1%. “Além disso, o caminhão tem custo de manutenção até 5% menor e ainda traz o melhor sistema de freio motor do segmento, o que aumenta de forma significativa a performance do produto na estrada”, completa.

Toda esta tecnologia está sendo produzida em uma das mais novas fábricas de cami-nhões do País. Com o sistema produtivo regido pelo WCM (World Class Manufacturing), todas as etapas industriais do Stralis Hi-Way, desde os proces-sos de funilaria e pintura das cabines, passando pelo proces-so de montagem dos chassis, até a montagem final e testes, são rigorosamente controladas do ponto de vista de qualidade.

“Todas as operações chave do processo são controladas por sistemas à prova de erros, também conhecidos como Er-ror Proofings ou Poka Yokes, que garantem a máxima con-fiabilidade industrial”, explica

Maurizio Emo, diretor indus-trial da fábrica de Sete Lagoas. Outro ponto de destaque no processo produtivo do Stralis Hi-Way é a produção persona-lizada de cada caminhão. “Os operadores recebem em seu posto de trabalho apenas o kit necessário para a montagem de cada produto, eliminando as-sim o excesso de caixas de pe-ças na produção. Assim o pro-cesso fica mais enxuto, seguro e preciso, garantindo ao cliente a entrega de um caminhão que possa superar suas expectati-vas em termos de qualidade e rentabilidade”, explica.

Transporte

Page 26: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

26 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojaneiro de 2013

A equipe da Padaria Nativa deseja a todos os seus clientes um 2013 repleto de sucesso e realizações.

Por Manelão

Como o mundo não acabou em 2012 e as contas devedo-ras não foram zeradas, então a esperança está em seguir o modelo dos comerciantes da Ceagesp: trabalhar cada vez mais e apoiar o produtor rurais a investir nos tratos culturais.

Também é preciso cuidar com carinho dos produtos no período pós-colheita e realizar campanha de propaganda e marketing, pois a população é sabe que frutas, verduras e le-gumes fazem bem à saúde, mas deve ser estimulada a consumir os produtos da maior fazenda a América Latina, a nossa queri-da Ceagesp.

No começo deste ano, a Nos-sa Turma reuniu sua diretoria para fazer o balanço de 2012 e o planejamento estratégico para 2013. Com apoio do corpo docente, educadoras, coorde-nação, limpeza, cozinha, a Esco-la do Sabor vai continuar com as estagiárias do CQH e o aval da dra. Anita Gutierrez.

A coordenadoria da susten-tabilidade da Ceagesp acom-panha de perto o trabalho, confere os relatórios e atenta para os índices de satisfação e de crescimento da comunidade atendida.

João Barossi, da empresa Campo Vitória, é nosso diretor para a capacitação de recursos e, neste ano, estará à frente

Esperança renovada

desse importante trabalho. Ele já tem a tarefa de ajudar a or-ganizar o Festival da Queima do Alho, que será realizado em 5 de maio, o�icializando a abertu-ra do circuito em São Paulo.

João espera o apoio do pre-sidente da Ceagesp, Mário Mau-rici, e todos os departamentos da companhia, além do respal-do maciço dos permissionários, colaboradores e produtores.

O Emílio, da Alpha Citrus, em Engenheiro Coelho (SP), disse que virá com a família e amigos para saborear a comida da Comitiva Capiau, que parti-cipará da última etapa do atual concurso culinário no próximo dia 3 de fevereiro na Estância Alto da Serra, em Riacho Gran-de.

E a dona Vera, sr. Aristides, Galo e o casal Tião e Fabiana do Berrante esperam ganhar a competição, que está embolada no momento, para cozinhar na Festa do Peão de Barretos. Se tudo der certo, a vitória será comemorada ao som das gar-gantas de ouro do Brasil, a du-pla Milionário e José Rico. (Ei, Capiau, vamos arroxar para ga-nhar!).

No dia 22 de janeiro, está marcada a volta às aulas do projeto Nossa Turma. Os pre-parativos estão a todo vapor para receber as crianças. Deus salve o Brasil.

CÁ ENTRE NÓS

FELIZ ANO NOVO!

CEAGESP - EDSED II - LOJA 9/10 - TEL.: 3643.7926

Page 27: Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

27janeiro de 2013Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Para intensi�icar as medi-das de vigilância, prevenção e controle da dengue, o Minis-tério da Saúde está repassan-do R$ 173,2 milhões a todos os municípios brasileiros. O Estado de São Paulo irá re-ceber R$ 25,9 milhões para a quali�icação das ações de com-bate ao mosquito transmissor da doença Aedes aegypti, com o aprimoramento dos planos de contingência.

Mais de 190 milhões de pessoas serão bene�iciadas com as medidas de controle e prevenção da dengue. O adi-cional representa um subsídio de 20% do valor anual do Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde e será repassado em parcela única.

Em contrapartida, os mu-nicípios precisam cumprir algumas metas, como dispo-nibilizar quantitativo adequa-do de agentes de controle de endemias; garantir cobertura das visitas domiciliares pelos agentes; adotar mecanismos para a melhoria do trabalho de campo; realizar o LIRAa (Levantamento Rápido de In-festação por Aedes Aegypti) com ampla divulgação nos ve-ículos de comunicação locais; noti�icar os casos graves sus-peitos de dengue, entre outras medidas.

CASOS DA DOENÇA

O Brasil registrou 77% de redução nos casos graves de dengue no período compara-tivo entre janeiro a dezembro 2010 e janeiro a dezembro de 2012. No ano passado, até 22 de dezembro, foram regis-trados 3.965 casos graves em todo o país, contra 17.475 no mesmo período de 2010.

Em São Paulo, os casos graves de dengue reduziram 97% entre dois anos (2010 a 2012). Em 2012, foram regis-trados 82 casos de dengue no Estado contra 2.905 em 2010.

ÓBITOS

O número de mortes por dengue, no Brasil também apresentou queda, de 57% em comparação com 2010. De ja-neiro até 22 de dezembro de 2012, foram con�irmados 283 óbitos, sendo que no mesmo período de 2010 foram 656.

Em São Paulo, a redução de óbitos foi de 89%, ou seja, foram 141 mortes por dengue em 2010 e 15 óbitos no ano passado.

Saúde repassa R$ 25,9 milhões para combate à dengue em São PauloNos últimos dois anos, houve redução de 97% nos casos graves da doença e 89% nos óbitos em São Paulo

Prevenção

Elimine os focos do mosquito da dengue.

Fique atento aoslocais que podemacumular água:

Melhorar sua vida, nosso compromisso.

MANTENHA A CAIXAD’ÁGUA FECHADA

MANTENHA A LIXEIRA FECHADA

NÃO DEIXE ÁGUA ACUMULADA SOBRE A LAJE

MANTENHA AS CALHAS LIMPAS

E não se esqueça: se sentir febre com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas, pode ser dengue. Procure uma unidade de saúde.

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