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Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 12 - N o 136 | setembro de 2011 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento Um jornal a serviço do agronegócio Mercado de flores deve crescer 10% este ano O consumo de frutas e hortaliças no Brasil Avanços tecnológicos da cadeia do frio Site facilita identificação de pragas agrícolas |Entrevista | pág. 12 |Floricultura | pág. 6 | Qualidade| pág. 22 | Refrigeração| pág. 4 |Tecnologia| pág. 14 Frutas Geral Legumes Verduras Diversos Pescado 3,49% 3,38% 5,21% -7,82% -1,31% 6,69% Alta Alta Alta Baixa Baixa Alta Índice Ceagesp - setembro 2011 pág. 17 pág. 16 Variedades do abacaxi smooth cayenne no ETSP Produtor já pode adquirir novas variedades de citros da Embrapa pág. 2 Parlamentar defende mudança da Ceagesp Proposta do deputado Junji Abe apresentada ao novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, in- clui a implantação de um complexo do agronegócio para juntar, num único local, as operações de comercialização e distribuição de produtos agrícolas Crisântemo Spash Sunrise, lançamento da Expoflora TCU arquiva processos contra Miguel Appolonio

Jornal Entreposto | Setembro de 2011

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Um jornal a serviço do agronegócio

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Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 12 - No 136 | setembro de 2011 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Associação Brasileira dasCentrais de Abastecimento

Um jornal a serviço do agronegócio

Mercado de flores deve crescer 10% este ano

O consumo de frutas e hortaliças no Brasil

Avanços tecnológicos da cadeia do frio

Site facilita identificação de pragas agrícolas

|Entrevista | pág. 12

|Floricultura | pág. 6

| Qualidade| pág. 22

| Refrigeração| pág. 4

|Tecnologia| pág. 14

FrutasGeral Legumes Verduras Diversos Pescado3,49%3,38% 5,21% -7,82% -1,31% 6,69%AltaAlta Alta Baixa Baixa Alta

Índice Ceagesp - setembro 2011

pág. 17

pág. 16

Variedades do abacaxi smooth cayenne no ETSP

Produtor já pode adquirir novas variedades de citros da Embrapa

pág. 2

Parlamentar defende mudança da Ceagesp

Proposta do deputado Junji Abe apresentada ao novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, in-clui a implantação de um complexo do agronegócio para juntar, num único local, as operações de comercialização e distribuição de produtos agrícolas

Crisântemo Spash Sunrise, lançamento da Expoflora

TCU arquiva processos contra Miguel Appolonio

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201102

Ministro avalia proposta de criação de novo complexo agrícola

Durante audiência realizada no último dia 13 de setembro em Brasília, o deputado federal Junji Abe (DEM/SP) apresen-tou ao ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, uma proposta de implantação de uma nova central de abastecimento na Grande São Paulo. A ideia do parlamentar é viabilizar um mega complexo do agronegócio para juntar, num único local, as operações de comercialização e distribuição de produtos agrí-colas e também de insumos – sementes, fertilizantes, defensi-vos, embalagens e afins – a todo Brasil, entre outras atividades.

Segundo Abe, o ministro foi ‘bem receptivo’. “Por não ter ligação com o setor agrícola [é advogado], Mendes Ribeiro preferiu tomar nota de tudo e comprometeu-se a estudar o assunto com a equipe técnica do Ministério”, diz.

Para o deputado, a concre-tização de sua proposta seria a redenção de produtores rurais,

permissionários, comercian-tes, transportadores e outros profissionais que atuam na Ceagesp. “O entreposto ficou obsoleto em meio século e em-perra a comercialização, preju-dicando todos os segmentos da cadeia produtiva, do agricultor ao consumidor”, opina. “Além disso, a cada chuva forte, as en-chentes tomam conta do local e boa parte da mercadoria é per-dida”, ressalta.

Lembrando que o governo federal detém a gestão da Cea-gesp, Abe pediu especial aten-ção do ministro para solucionar os problemas estruturais que afetam o entreposto paulistano. “Não há como reformar e muito menos ampliar as instalações, até porque a área sofre inun-dações frequentes”, observou o deputado. Segundo ele, o as-sunto já havia sido tratado com o ex-ministro Wagner Rossi, antecessor de Mendes Ribeiro, mas em função da mudança no comando da Pasta, o parlamen-

tar decidiu reapresentar o ape-lo. Na avaliação de Junji Abe, a melhor alternativa seria a im-plantação de uma nova central, dotada de estruturas física e operacional, incluindo sistemas para leilões eletrônicos, entre outros dispositivos. Segundo ele, a unidade poderia ficar próxima do Rodoanel. “Precisa de uma localização privilegiada para facilitar os deslocamentos, onde haja conexões com as vias mais importantes e malha viá-ria, preparada para o elevado volume de tráfego”, afirma.

A ideia do deputado vai além de uma unidade de abas-tecimento. Inclui ainda a insta-lação de um centro de formação técnica de lideranças e mul-tiplicadores no segmento da policultura; o treinamento de profissionais especializados na difusão de técnicas de plantio; estratégias de comercialização, organização em cooperativas e outros temas relacionados à atividade.

Neno Silveira

O ministro Mendes Ribeiro recebe o deputado Junji Abe

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201104 Climatização e Refrigeração

Avanços da cadeia do frioTecnologias mais efi cientes e refrigerantes inofensivos à camada de ozônio consolidam tendências no setor de refrigeração

O emprego do frio na con-servação de alimentos remonta à Antiguidade, quando a civili-zação já usava o gelo para esse �im. Os gregos, os romanos e, sobretudo, os árabes arma-zenavam a neve retirada de montanhas em compartimen-tos subterrâneos isolados com palha.

O processo de refrigeração mecânica foi desenvolvido so-mente a partir do século 19. Ao longo de seu trabalho sobre resfriamento de gases, Thad-deus Lowe – inventor que tam-bém se envolveu com a quími-ca, a aeronáutica e a engenharia – interessou-se pelo dióxido de carbono e criou, em 1865, a sua “máquina de fazer gelo por compressão”.

A nova tecnologia o levou a apostar, junto com outros in-vestidores, num ambicioso pro-jeto e, assim, um velho navio a vapor dotado de unidades refri-geradoras passou a transportar frutas frescas e carnes do Texas para Nova York.

A falta de conhecimento so-bre o ramo e o receio dos con-sumidores, entretanto, levaram o empreendimento à bancarro-ta, mas tornou a refrigeração extremamente popular e re-volucionou a preservação dos produtos alimentícios. No �im dos anos 1890, metade do gelo vendido nos EUA era destinada a uso doméstico – a outra meta-de ia para as indústrias de ali-mentos e bebidas, grupos far-macêuticos e demais atividades que demandavam frio.

Em 1922, outro impulso para fortalecer esse mercado foi dado por Baltzar von Platen e Carl Munters, quando am-bos estudavam no Instituto de Tecnologia de Estocolmo e de-senvolveram um refrigerador fundamentado no princípio da absorção. Mas o equipamen-to, que não tinha compressor e se baseava num engenhoso processo de mudança contí-

nua de estado da amônia, não conseguiu impedir o sucesso da geladeira elétrica, que fora desenvolvida na mesma época com muito mais publicidade e investimento. Assim, foi decre-tado, praticamente, o �im da era do gelo.

No entanto, a grande revo-lução que alavancou o desen-volvimento da cadeia do frio aconteceu mesmo quando o ex-plorador Clarence Birdseye in-ventou a comida congelada. Pa-tenteado em 1925, seu freezer resfriado por salmoura tinha duas esteiras de aço inoxidá-vel que congelavam pescados, frutas e hortaliças quase que instantaneamente, evitando a formação de grandes cristais de gelo nos alimentos e per-mitindo que a comida fosse ar-mazenada durante vários me-ses, desde que acondicionada a uma temperatura constante não superior a -18ºC.

“O processo de congela-mento rápido é a maravilha da nossa época. O tempo deixa de existir para os alimentos”, dizia um artigo publicado na edição de setembro de 1930 da revista norte-americana Better Homes and Gardens.

Pouco antes, em 1928, Thomas Midgley desencadeou outra revolução no campo da refrigeração doméstica, ao in-troduzir o cloro�luorcarbono como substituto da amônia e do dióxido de enxofre nos aparelhos residenciais, já que ambas as substâncias são no-civas à saúde humana. Inerte e atóxico, o novo gás refrigerante foi batizado como fréon – mar-ca registrada da DuPont – e possibilitou o armazenamento seguro de alimentos resfriados e congelados em praticamente todas as residências do mundo ocidental.

Desde então, a indústria ali-mentícia, atenta às tendências do mercado, passou a estimular o consumo de produtos cada

vez mais práticos e so�isticados. Nos dias atuais, supermercados, açougues, padarias e outros es-tabelecimentos do gênero ofe-recem muito mais que frutas, carnes, aves, pescados, laticínios e vegetais resfriados ou conge-lados. Massas, empanados, do-ces e salgados, hambúrgueres e uma ampla variedade de pratos prontos têm amplo espaço re-servado nessas lojas.

Paulo FernandoDe São Paulo

Clarence Birdseye aprendeu com

os esquimós que o resfriamento

rápido mantinha a qualidade dos peixes e inventou o túnel de

congelamento

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 05

Cenário atual

Nos últimos 17 anos, esse grande nicho explorado pela in-dústria da refrigeração mudou radicalmente. “A alteração do perfil de consumo do brasilei-ro, impulsionada pela estabili-dade econômica conquistada a partir do Plano Real e pelo cres-cimento da renda, contribuiu para a especialização da cadeia do frio”, analisa o economista e técnico em abastecimento Neno Silveira, lembrando que só o se-tor supermercadista, respon-sável por abastecer 85% das famílias brasileiras, registrou expansão de 7,5% em 2010 e faturou R$ 201,6 bilhões.

“A praticidade fez dos ali-mentos que já vêm cortados, limpos e pré-cozidos uma pre-ferência do consumidor mo-derno, que, em função da rotina agitada dos dias atuais, não tem tempo de preparar suas refei-ções da maneira convencional na maior parte da semana”, sa-lienta o especialista.

“Por exigirem condições ambientais específicas durante as etapas de produção, arma-zenagem, distribuição e con-servação no ponto de venda, salas de processo, galpões e armazéns climatizados, trans-porte refrigerado e outras tec-nologias de última geração são indispensáveis, o que justifica os grandes investimentos feitos pelas agroindústrias e produto-res rurais”, acrescenta.

Controlar, portanto, as eta-pas pelas quais passam e mo-nitorar a temperatura dos ali-mentos nessa complexa rede frigorífica constituem um de-safio imenso para os operado-res logísticos. A conservação inadequada ou o manuseio incorreto da carga interferem diretamente nas propriedades organolépticas e nutricionais dos produtos frescos ou indus-trializados, o que compromete a sua qualidade e segurança microbiológica.

“O mercado mundial, in-clusive o brasileiro, está em constante desenvolvimento. No quesito controles, cada vez mais são pesquisados e de-senvolvidos dispositivos que proporcionam melhor desem-penho energético, apesar dos custos ainda elevados dessas tecnologias no País”, destaca o engenheiro Eduardo Alves Gus-mão, do departamento técnico da EG Climatização.

Outra tendência consolida-da na cadeia do frio é a apli-cação de fluidos refrigerantes que não destroem a camada de ozônio nem agravam o aqueci-

mento global. Esse aspecto con-tribuiu, decisivamente, para o retorno do dióxido de carbono como gás de refrigeração.

“Estamos vendo o uso mais frequente de válvulas de ex-pansão eletrônicas no lugar das tradicionais termostáticas e o crescimento dos sistemas de refrigeração à base de CO2”, confirma o tecnólogo em auto-mação industrial Eduardo de Castro Drigo.

Esse novo cenário, lem-bra o profissional da área de food retail da Danfoss do Bra-sil, favorece a implantação de políticas de sustentabilidade corporativa. “Do ponto de vista de adequação regulatória, essa alternativa também é positiva, uma vez que as propriedades do CO2 fazem com que seu uso esteja de acordo com todas as normas de proteção ambien-tal, o que evita a necessidade futura de se fazer modificações em estruturas de refrigeração”, explica.

Além de softwares feitos exatamente para o controle do frio no varejo, a multinacional dinamarquesa também desen-volveu recentemente uma solu-ção tecnológica específica para açougues, padarias, lojas de conveniência e supermercados, segmentos que devem crescer gradativamente e ganhar ainda mais impulso com a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Trata-se de um conjunto de contro-ladores e válvulas eletrônicas alinhadas com variadores de frequência por meio de um so-fisticado algoritmo de controle.

“A instalação que fizemos em alguns supermercados da rede mineira Super Nosso proporcio-nou 12% de redução no consu-mo de energia elétrica, 42% de redução de perdas de perecíveis por problemas de refrigeração e 35% de redução do número de chamados de manutenção emergencial”, exemplifica.

Embora não haja incentivos governamentais para a aplica-ção de tecnologias ecologica-mente corretas no Brasil, o eco-nomista Neno Silveira diz que a eficiência energética assegurada pela modernização da cadeia do frio compensa os investimentos iniciais elevados.

“Além disso, a proteção cli-mática e a redução do desper-dício de energia e de alimentos interessam a todos os setores da sociedade contemporânea. Afinal de contas, uma economia mais verde e preocupada com o futuro do planeta faz-se urgente e necessária”, arremata.

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201106 Floricultura

O movimento do mercado de �lores e plantas ornamentais deve atingir de R$ 4,18 bilhões a R$ 4,4 bilhões, impulsionado pela abertura de novos pontos de vendas, pelo emprego de tecnologia no desenvolvim-ento de produtos e pelo aper-feiçoamento do sistema de re-frigeração durante o transporte e entrega.

O crescimento deve ser 10% maior neste ano em rela-ção a 2010. O desempenho do setor é bem acima do PIB (Produto Interno Bruto) nacio-nal, previsto para crescer até 4% ao �im de 2011. Com esse desempenho, a movimentação �inanceira gerada por �lores e plantas deve �icar entre R$ 4,18 bilhões (estimativa da Ibra�lor)

e R$ 4,4 bilhões (cálculo da Câ-mara Setorial Federal de Flores e Plantas).

Na avaliação do presidente do Ibra�lor (Instituto Brasileiro de Floricultura), Kees Schoen-maker, como é conhecido no setor, uma sequência de fatores impulsionam o mercado e jus-ti�icam a estimativa de cresci-mento. A melhoria genética das plantas, a utilização de melhor tecnologia no plantio e o aper-feiçoamento do processo de acondicionamento e entrega, com câmaras refrigeradas, pos-sibilitaram colocar no mercado produtos de melhor qualidade e com maior tempo de vida. As-sociado a isso, surgiram novos pontos de vendas, instalados em supermercados, postos de gasolina e lojas de conveniên-cia, entre outros.

Segundo dados da Câmara Setorial de Flores e Plantas Or-namentais, no Brasil existem 7,2 mil produtores registrados. De acordo com a presidente da Câmara, Sílvia van Rooi-jen, o mercado produtor deve movimentar cerca de R$ 700 milhões nesse ano, o mercado atacadista mais R$ 1,1 bilhão e, o varejista, R$ 2,6 bilhões.

Chegada da primavera movimenta mercado de �lores e plantas ornamentaisNegócios do setor devem registrar crescimento de 10% neste ano

Vendas

São produzidas, no país, mais de 350 espécies com cer-ca de 2,5 mil diferentes varie-dades e o setor é responsável pela geração de aproximada-mente 194 mil empregos di-retos, dos quais 49,5% estão ligados à produção, 3,1% à distribuição, 39,7% ao varejo e 7,7% em outras funções.

A Cooperativa Veiling Hol-ambra (CVH), responsável pela comercialização anual de 35% a 40% das �lores e plantas or-namentais produzidas no país prevê um movimento da or-dem de R$ 300 milhões para este ano. Segundo a gerente de corte da área comercial da cooperativa, Rachel Ozório, a movimentação está calcada no alto grau de con�iabilidade dos produtos brasileiros, con-quistado graças ao empenho dos produtores e dos pro�is-sionais especializados. Para Rachel Ozório, a mídia digital é um fator que contribui para o aumento das vendas. “No ano passado a venda de �lores on-line cresceu cerca de 50% e es-

timamos o mesmo índice para este ano”, diz.

Segundo a Ceagesp (Com-panhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Pau-lo) , o setor de �lores já reg-istra, neste ano, crescimento médio de 7% no volume de vendas em relação ao mesmo período de 2010. Todos os me-ses passam pelo entreposto paulistano cerca de quatro mil toneladas de �lores de corte e de vaso, gerando uma receita mensal de R$ 20 milhões. “Com o início da primavera, a tendência é de mais varie-dades ofertadas, excelente qualidade e preços atrativos para o consumidor”, analisa o economista da estatal, Flávio Godas.

O termômetro comporta-mental do mercado começa a funcionar em setembro, com a chegada da estação das �lores e da realização de grandes eventos do setor, como a Ex-po�lora, que acontece todos os anos em Holambra, interior de São Paulo e é cnosiderada vitrine para o lançamento de diversos produtos.

FOTOS: PAULO FERNANDO

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 07

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201108 Artigo

A �loricultura é uma das ati-vidades do agronegócio brasi-leiro que apresenta um grande potencial econômico. Além das condições climáticas favorá-veis, o país possui um mercado interno promissor, sem falar no mercado internacional. Dados da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais apontam um fa-turamento de todo o segmento de aproximadamente R$ 4,4 bi-lhões.

Embora o país apresente evoluções signi�icativas, o vo-lume produzido ainda é peque-no, considerando o potencial existente. Isso é fruto da falta de coordenação das ações dos agentes envolvidos no processo produtivo. O não entendimen-to do comportamento de cada agente envolvido no agrone-gócio da �loricultura possibi-lita ações descoordenadas e mesmo oportunista de alguns. Somado a esse fato, a falta de corresponsabilidades para atri-butos como garantir a qualida-de, padronização, otimização no transporte, entre outros, re-duz a competitividade de todos os elos envolvidos na cadeia produtiva.

Frente a essa realidade, a

Pesquisa quer traçar per�il do comércio atacadista de �lores e plantas ornamentais

Silvia van Rooijen*

principal condição a ser identi-�icada pelas lideranças do setor é a de conhecer o papel de cada envolvido na cadeia produti-va - fornecedores de insumos, produtores, organizações de apoio, setores de �iscalização, de�inidores de políticas para o setor, distribuidores e, tam-bém, do consumidor �inal. De posse dessas informações será possível de�inir uma estrutura/mecanismo de coordenação de ações que ampliem e garantam a competitividade da cadeia.

A pesquisa “Per�il do comér-cio atacadista de �lores e plan-tas ornamentais no Brasil”, está sendo realizada, em nível na-cional, pela Universidade Fede-ral de Lavras em parceria com o Ibra�lor e conta com o apoio da Câmara Setorial e de diver-sas entidades que representam o setor.

Acreditamos que essa apro-

ximação inédita com a univer-sidade pode suprir uma impor-tante lacuna existente e trará muitos e bons frutos a todos os elos da cadeia. Além disso, a pesquisa, pretende levantar questões ligadas à comercia-lização de �lores e plantas or-namentais no país, de forma a orientar as ações institucionais, identi�icar gargalos e preparar para importantes discussões sobre, por exemplo, a reforma tributária.

É importante ressaltar que, como pesquisa cientí�ica deve obedecer ao método e rigor cientí�icos. O questionário foi submetido às lideranças do se-tor, que puderam sugerir novas questões, o que enriqueceu o trabalho, agregando não ape-nas novas ideias mas também uma linguagem adequada ao comércio do setor.

A pesquisa será aplicada a

todos os atacadistas de �lores e plantas ornamentais e é extre-mamente importante a partici-pação de todos e a consciência da importância do trabalho.

A pesquisa consiste em um questionário em que os envol-vidos no comércio atacadista responderão a todas as per-guntas para que, com as infor-mações obtidas, seja traçado o per�il do comércio atacadista, com a identi�icação de algumas características, demandas e

Os interessados em res-ponder o questionário online podem acessar o link :https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?pli=1&hl=pt_BR&formkey=dGc0cERiNDh5YWRjWnZhdllHNFpiWmc6MA#gid=0

*Silvia van Rooijen é presidente da Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas Ornamentais

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Considerada uma vitrine para o lançamento de produtos da �lo-ricultura no mercado nacional, a Expo�lora, maior feira do gênero na América Latina chega a 30ª edição e destaca esse ano a tendência de cores intensas, predominantemen-te as nuances do vermelho, das claras às mais escuras, até chegar ao roxo. Entre as novidades estão agerato, lírios e crisântemos, entre diversos outros lançamentos. Na parte de ornamentação, o sucesso deve �icar por conta da exótica rosa do deserto, do trevo de quatro fo-lhas e das coloridas pimentas orna-mentais.

Os produtores de Holambra (SP) apostam nas cores fortes que deverão dominar as �loriculturas a partir deste mês, quando as novi-

dades e os lançamentos do merca-do são apresentados ao consumi-dor �inal. Não é por acaso que, em junho desse ano, a cidade, maior produtor nacional de �lores e plan-tas, foi reconhecida o�icialmente pela presidente Dilma Rousseff como a Capital Nacional das Flores.

As rosas com cores mais vibran-tes ainda estão em fase de testes de aclimatação nos campos e, portan-to, chegarão ao mercado apenas em 2012. Para essa estação apenas três novas variedades já testadas e adaptadas ao clima brasileiro che-gam às �loriculturas. Apesar da ten-dência das variantes do vermelho, os produtores de crisântemos tam-bém apostam no amarelo e trazem duas novidades nesse tom: o bree-ze yellow e o spash sunrise.

Novidades

Embora produzidas em Rondô-nia, as rosas do deserto, originárias da Arábia e Norte da África, foram trazidas à Expo�lora para ganhar projeção nacional. Elas chegam com variedade de formatos e cores de suas �lores, variando do branco ao vermelho intenso.

O trevo de quatro folhas é ou-tra novidade da exposição. O único produtor no Brasil, André Boersen, está em Holambra e cultiva cer-ca de dois milhões de bulbos por ano. Existem na natureza cerca de 10 mil trevos de três folíolos por um de quatro folhas. Daí a grande di�iculdade de encontrá-los nos campos. Os bulbos com quatro fo-lhas são extraído da natureza e re-produzido num trabalho que exige muita técnica. Depois de colhidos, eles passam por uma fase de seca-gem durante uma semana e perma-necem em uma área fechada, den-tro de um barracão, onde recebem ventilação forçada e em tempera-tura acima da ambiental. O ciclo de produção é de, aproximadamente, um ano e meio e todo o trabalho de cultivo é manual, sendo o plantio feito em campo aberto.

Serviço:30ª Expo�loraDe 1° a 25 de setembroDe quinta a domingo, das 9h às 19hLocalização: Holambra, SP 340, rodovia Campinas-Mogi Mirim, saída 140.Na bilheteria, os ingressos custarão R$ 28,00. Crianças de até cinco anos, acompanhadas dos pais ou responsá-veis, não pagam.Informações: (19) 3802-1421 e www.expo�lora.com.br

Expo�lora lança �lores e plantas em cores fortes

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 09

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201110 Artigo

Antonio Hélio Junqueira

Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

O Brasil experimenta uma situação particularmente desta-cada no cenário internacional ao constituir-se em sede dos dois maiores macro-eventos esporti-vos mundiais: a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, na cidade do Rio de Janeiro, em 2016.

Como já tivemos oportuni-dade de destacar em colunas anteriores, tais fatos produzi-rão importantes impactos sobre a cadeia produtiva de �lores e plantas ornamentais do Brasil, particularmente, nos setores envolvidos com as indústrias do paisagismo e dos serviços de decoração e ornamentação de eventos, cerimoniais e equi-pamentos ligados ao turismo receptivo.

Para além do consumo ma-terial imediato tanto das merca-dorias, quanto dos serviços seto-riais, esses eventos constituirão oportunidades ímpares de pro-jeção da imagem internacional do Brasil como destino susten-tável e seguro para a realização de novos negócios e investimen-tos. Entre esses, os empreendi-mentos imobiliários internacio-nais se projetam entre os mais promissores, o que, certamente, resultará na implantação de no-vos e importantes complexos turísticos, residenciais, comer-ciais e urbanísticos no País, nos próximos anos. Tudo isso sinali-za para uma realimentação vir-tuosa permanente dos produtos e serviços ligados ao paisagismo urbano, tanto nos segmentos institucionais e empresariais, quanto nas áreas comercial, re-sidencial e condominial.

Como exemplo desse enor-me potencial, não se pode deixar de relembrar o cenário vivido pela China por ocasião das Olim-píadas de 2008, no qual aquele país encantou o mundo com seus magní�icos jardins e topia-rias �lorais especialmente cons-truídos para os eventos esporti-

vos. Os chineses �ixaram, assim, a imagem da sua capacidade de planejamento, organização e coordenação das atividades de ambientação e ornamentação urbana e, sem dúvida, contabi-lizaram incríveis números de produção de �lores e plantas ornamentais, de consumo de se-mentes, mudas e insumos a�ins e de ocupação de mão de obra.

Naquela oportunidade, fo-ram envolvidos na atividade produtiva chinesa das �lores e plantas ornamentais 30 mil camponeses, os quais geraram 70 milhões de unidades de va-sos com esses produtos. Desse total, 40 milhões de unidades foram dispostas no Estádio Olímpico de Pequim – que �icou internacionalmente conhecido como “ninho de pássaro” – e na Vila Olímpica, da qual 40% de seu espaço total de 66 hecta-res permaneceram totalmente ornamentados com �lores na-turais durante todo o período de duração dos jogos. Porém, muito mais importante do que a magnitude e a majestade desses eventos para Pequim, o que realmente conta são os le-gados culturais e urbanísticos dessas iniciativas, que não ape-nas informam e educam para o consumo, mas que criam e consolidam novos hábitos de relacionamento humano com o meio ambiente, com a natureza

e com as ornamentações �lorais e paisagísticas. Estes, sim, serão os verdadeiros impulsionadores permanentes de uma indústria �lorícola potente e sustentável.

No caso brasileiro, especial-mente em relação à Copa 2014, é altamente recomendável que os projetos paisagísticos e de ornamentação �loral contem-plem as diferentes naturezas identitárias das �loras nativas regionais, das culturas e das he-

ranças paisagísticas das cinco macrorregiões geográ�icas do país. A�inal, estes são entendi-dos como os principais eixos desejáveis da dinâmica do de-senvolvimento da arte �loral e do paisagismo contemporâne-os. Tudo isso trará, seguramen-te, inúmeros bene�ícios para a imagem e a economia nacional, tanto na promoção do turismo – centrado na promoção das diversidades natural e cultural

Identidades regionais do paisagismo:Oportunidades de negócios na Copa 2014

brasileiras-, quanto do ponto de vista da sustentabilidade am-biental e ecológica. Neste caso, ao incentivar a expressão das diferentes feições e repertórios �lorísticos e paisagísticos regio-nais - valorizando o cultivo e a exploração econômica sustentá-vel das �loras nativas e/ou exó-ticas cultural e historicamente adaptadas-, se estará atuando favoravelmente no sentido de conferir proteção à biodiversi-dade nacional e favorecendo as economias produtivas locais.

No bojo de todas essas con-quistas, o aumento da demanda por �lores e plantas ornamen-tais deverá acompanhar de per-to toda a evolução do mercado, gerando novas e signi�icativas oportunidades de negócios para as quais convém que os pro-dutores e demais agentes em-preendedores estejam atentos e preparados. No entanto, �ica a mensagem: para que desfru-temos todos desse potencial, o momento de pensar, avaliar, pla-nejar, decidir e investir é agora. O Ibra�lor, as câmaras setoriais de �loricultura nacional e esta-duais, as associações e coopera-tivas do setor são os fóruns por excelência para esse encontro.

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 11

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A produção nacional de ca-na-de-açúcar a ser moída pela indústria sucroalcooleira na safra 2011/2012 deve chegar a 588,915 milhões de tonela-das. O número é 5,6% menor que a safra anterior que foi de 623,905 milhões de toneladas. O resultado é do segundo le-vantamento da safra, divulga-do no �im de agosto, pela Co-nab (Companhia Nacional de Abastecimento). A queda da produção se deve à baixa na produtividade, causada por di-versos fatores, principalmente climáticos, como a estiagem de abril/outubro/2010, a escas-sez de chuva em maio deste ano, a ocorrência de geada nos estados de SP, MT e PR, além do �lorescimento excessivo.

A falta de renovação dos ca-naviais e o uso de insumo em escala menor também colabo-raram para a queda.

Do total de cana a ser es-magada, 51,05% (300,628 milhões t) são destinados à produção de 23,687 bilhões de litros de etanol. Deste volume, 14,550 bilhões de litros são do tipo hidratado e 9,137 bilhões do anidro. Os 49,95% (288,28 milhões t) restantes vão para a produção de 37,069 milhões t de açúcar, inferior em 2,88% à safra passada, quando foram produzidas 38,168 milhões de toneladas.

No que se refere à área destinada ao setor, a pesquisa chega a 8,434 milhões de hec-tares ou ao equivalente a 4,7%

a mais que a da safra anterior. O estado de São Paulo ocupa a maior parte, com 4,436 mi-lhões hectares ou 52,6% do to-tal nacional. Em seguida, vêm Minas Gerais (0,759 milhões ha), Goiás (0,672 milhões ha), Paraná (0,612 milhões ha), Mato Grosso do Sul (0,481 milhões ha), Alagoas (0,455 milhões ha) e Pernambuco (0,325 milhões ha).

Redução de etanolA incerteza sobre a safra da

cana levou o governo a anun-ciar a redução do álcool anidro que é misturado à gasolina. A partir do dia 1º de outubro, o percentual vai cair de 25% para 20%. A decisão foi to-mada pela presidente Dilma Roussef no �inal de agosto.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a medida é uma pre-caução por causa da incerteza sobre a futura safra de cana-de-açúcar. “Temos que garan-tir o abastecimento olhando para este ano e para o próximo ano. Veri�icamos que a safra do próximo ano também não será muito melhor que a atual, en-tão temos que tomar providên-cias desde logo para garantir o presente e o futuro. Essa é uma medida de precaução, uma se-gurança a mais”.

Segundo o ministro, a re-dução do percentual do ál-cool será adotada por tempo indeterminado. “Depois nós calibraremos modi�icando a resolução no momento em que

acharmos que já temos segu-rança de suspender a [redução da] mistura”.

No ano passado, o governo reduziu o percentual da mistu-ra de 25% para 20% por três meses, por causa do aumento do preço do álcool combus-tível aos consumidores e de problemas de abastecimento em alguns estados. Segundo o Ministério da Agricultura, o corte representou cerca de 100 milhões de litros de etanol a mais disponíveis no mercado por mês. Em abril deste ano, o governo ampliou a margem da mistura do álcool anidro na ga-solina.

O intervalo, que variava en-tre 20% e 25%, passou para 18% a 25%.

Safra de cana cai e leva governo a reduzir percentual de álcool misturado à gasolina

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201112 Entrevista

Paulo FernandoDe São Paulo

FOTO:PAULO FERNANDO

Diretor operacional da Cea-gesp entre 1998 e 2001, Miguel Appolonio deixou a direção da empresa sob a alegação de ter sofrido perseguições políticas no período em que ocupava o cargo. À época, o executivo era um dos responsáveis por pla-nejar a privatização da com-panhia, que integrava o PND (Programa Nacional de Deses-tatização).

“Viemos preparar a estatal para ser privatizada. Isso come-çou a mexer com interesses es-cusos”, afirma. Após a instaura-ção de uma sindicância interna, um tiroteio de acusações culmi-nou com a saída de Appolonio do cargo.

“Eles [a sindicância] não queriam que as coisas mudas-sem para melhor, ou seja, que-riam manter o feudo político arcaico que aqui se encontrava quando da minha chegada à companhia”, explica.

Depois de sair da direção da empresa, Appolonio impetrou uma série de ações contra os membros da sindicância que o tirou da Ceagesp.

“O tiro saiu pela culatra”, ressalta Appolonio, referindo-se às causas ganhas e às senten-ças que, por sua vez, condena-ram os membros da sindicância formada a ressarcirem os co-fres da empresa.

Após 10 anos de disputas na justiça, o TCU (Tribunal de Con-tas da União), em dezembro de 2010, mandou arquivar todos os processos contra Appolonio, justificando que não houve ne-nhuma irregularidade adminis-trativa durante sua gestão na empresa. “Tenho a consciência tranquila do dever cumprido”, afirma.

Ao visitar a Ceagesp duran-te este mês, o ex-diretor ope-racional passou pela redação do JE e concedeu a entrevista a seguir:

Jornal Entreposto – Depois de 10 anos fora da empresa, que avaliação o senhor faz do mercado hoje?Appolonio – O mercado preci-sa ser modernizado para se tor-nar mais competitivo, mesmo porque continua sendo o maior entreposto da América Latina e o terceiro do mundo. Portanto, o que se espera é que a Ceagesp se torne cada vez mais um mer-cado moderno, eficaz, dinâmico e lucrativo para seus permis-sionários.

JE – Quais realizações da sua gestão o senhor considera mais relevantes?Appolonio – Foram várias. Mas posso citar que, no pri-meiro mês de gestão, fizemos um trabalho de limpeza de bueiros e galerias e, com isso, não houve nenhuma enchente

durante minha administração. O departamento de armaze-nagem, que vinha acumulando déficits havia 10 anos, passou a ser superavitário nos pri-meiros seis meses da minha administração. Montamos uma estratégia específica da inicia-tiva privada para recuperar o setor. Deu tão certo a estrutura que, hoje, há um departamento comercial na companhia. Re-estruturamos a segurança do entreposto, contratamos uma nova empresa de limpeza, re-gularizamos as permissões de uso, diminuímos o número de permissionários inadimplen-tes renegociando suas dívidas, trouxemos o pequeno produtor para a Ceagesp, reformamos todos os sanitários do mercado que, até então, não atendiam às necessidades de compradores, carregadores e permissioná-rios, fizemos obras nas unida-des do interior, recuperamos a unidade de Cananeia, entre tan-tas outras durante os três anos que administramos a empresa. Nós soubemos administrar o

dinheiro dos permissionários sem contar com recursos do go-verno federal. E o mais impor-tante: nunca gastamos mais do que a companhia arrecadava.

JE – Na sua opinião, qual se-ria o modelo ideal de abas-tecimento a ser adotado nas grandes metrópoles como São Paulo?Appolonio – Quando se fala em abastecimento, a Ceagesp sempre vem à nossa mente. Mas central de abastecimento moderna, dinâmica e que aten-da os reais interesses da cadeia produtiva e dos consumidores ainda não existe no Brasil. Vai existir a partir do dia em que os administradores de uma cen-tral como a Ceagesp realmente pensarem como gente grande, criando mecanismos para esco-ar com competência a produção agrícola brasileira e atendendo os interesses de quem vende e de quem compra. Definitiva-mente, esse é o mercado em que qualquer permissionário sonharia estar comercializando

Ex-diretor recupera R$ 6 milhões desviados da CeagespExecutivo que denunciou esquemas de fraudes na companhia prova inocência e consegue trazer de volta recursos para a estatal

seus produtos. Mas eu acredito que sem uma liderança autôno-ma, sem vínculos políticos, que brigue pelos permissionários, não haverá esse mercado que tanto sonhamos.

JE – Nesses 10 anos de dispu-tas judiciais, quem esteve ao seu lado?Appolonio – Muitos amigos que fiz na Ceagesp e que man-tenho até hoje, mas principal-mente uma pessoa que teve papel fundamental nessa ca-minhada jurídica, que é o dr. Paulo Murad, um profundo co-nhecedor do mercado e um dos advogados mais competentes que tive a honra de conhecer e me tornar até hoje seu amigo.

JE – Depois de ser perseguido como o senhor alega ter sido, o senhor voltaria a dirigir a empresa?Appolonio – Eu fui perseguido, mas virei o jogo e ainda recupe-rei mais de R$ 6 milhões para a Ceagesp na justiça. Quem tiver dúvida, basta entrar na internet e digitar meu nome no Google, que os processos ganhos vão aparecer. Tenho tido muito apoio para voltar ao setor público e, se houver um convite formal, eu vou estudar com muito carinho. Entretan-to, posso participar do merca-do sem ter cargo público. Com certeza,eu poderia ajudar mui-to esse mercado que conheço muito bem.

JE – O que o senhor diria aos permissionários da Ceagesp hoje, depois de todos esses anos?Appolonio – Torço para que a Ceagesp fique cada vez mais perto do modelo como os mer-cados de Paris ou de Madri, mo-derna e que atenda aos anseios dos permissionários. Para que isso aconteça, volto a repetir: os permissionários deveriam eleger uma liderança autôno-ma, sem vínculos políticos, para que pudesse lutar pelos inte-resses da comunidade. Seria necessária uma liderança forte, que cobrasse das autoridades mais empenho e mais interesse pelas coisas públicas, de forma a atender todas as legítimas ne-cessidades do maior mercado latino-americano. Esse seria o cenário ideal para a Ceagesp.

Miguel Appolonio: processos contra sindicância que o tirou da Ceagesp reverteram-se em recursos para a companhia

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 13

Um pequeno pedaço da fo-lha do maracujá é suficiente para se proceder ao diagnósti-co precoce da presença da bac-téria Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae, responsável por uma doença que ataca os ma-racujazeiros e traz prejuízos aos produtores. A pesquisa foi realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq) pela bióloga Carla de Freitas Munhoz, que avaliou a diversidade genética de isola-dos da bactéria patogênica do maracujazeiro e desenvolveu-se um protocolo para a identi-ficação e o diagnóstico desse patógeno.

O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial do fruto, porém a cultura tem registra-do significativas perdas pela bacteriose, doença de difícil controle e de ocorrência gene-

Diagnóstico precoce evita bacteriose do maracujá

ralizada. “O patógeno causa a mancha oleosa ou bacteriose do maracujazeiro, doença que além de acarretar a baixa pro-dução de frutos, pode causar a morte das plantas”, revela a pesquisadora.

Assim, a pesquisa orientada por Maria Lúcia Carneiro Viei-ra, do Departamento de Genéti-ca, teve esforços concentrados para o desenvolvimento de um kit de diagnóstico que indica a presença da bactéria ainda em estágio inicial da doença e pode evitar a disseminação do pató-geno e o avanço dos sintomas.

A diversidade genética de uma coleção de 87 isolados bacterianos, coletados em 22 cidades de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Distrito Fede-ral, foi analisada utilizando-se perfis moleculares gerados pela técnica denominada AFLP.

Nove isolados que atacam ou-tras lavouras (uva, alho, man-dioca e feijão, por exemplo) foram incluídos nas análises genéticas, mostrando perfis moleculares distintos do pato-var passiflorae.

Nos pomares de Bauru, Len-çóis Paulista, Piratininga, Avaí, Fernão e Limeira, as plantas es-tavam doentes, possibilitando a coleta do patógeno. Nos poma-res de Lins, Guaimbê, Analân-dia e Corumbataí não havia incidência da doença. No Vale do Ribeira, percebeu-se que lá não havia incidência da doença, o que pode ser explicado pelo clima da região que, apesar de úmido, não apresenta tempe-raturas muito elevadas, favorá-veis ao patógeno.

Foram detectadas diferen-ças genéticas, associadas à re-gião geográfica aonde o isolado

bacteriano foi coletado. “Parte do genoma da Xanthomonas do maracujá foi analisada, com-parando-se com os demais pa-tovares e notou-se que existia uma base nucleotídica que di-ferenciava os isolados que ata-cam os maracujás dos demais das outras lavouras”, explica Maria Lúcia. “O protocolo mo-lecular desenvolvido para a de-tecção da bactéria se mostrou eficiente, ou seja, é específico para a detecção da bactéria do maracujá”, ressalta a orientado-ra. O protocolo é fundamentado na reação em cadeia da polime-rase (PCR), que amplifica uma seqüência específica do DNA do patógeno, permitindo se desen-volver um kit que diagnostica a presença da bactéria. “Isso é importante para os produto-res e viveiristas, ou seja, dispor de uma metodologia rápida de

diagnóstico do patógeno antes do aparecimento dos sintomas. O conjunto de primers (Xapas), desenhado a partir da seqüên-cia intergênica 16S-23S rRNA, se mostrou específico para o patovar passiflorae, que foi de-tectado em toda a nossa cole-ção”, afirma Carla.

Enfim, as pesquisadoras concluem que o protocolo de-senvolvido para o diagnóstico do patógeno é útil aos proprie-tários de viveiros que podem fazer uma triagem em suas mudas antes de distribuí-las aos produtores, evitando a dis-seminação da doença. Também, pode ser útil aos pesquisadores que trabalham com a bacterio-se do maracujá para certifica-rem-se ou da presença (ou não) do patógeno em seus ensaios ou ao coletarem plantas assin-tomáticas.

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201114 Fitossanidade

A cada safra, os profissionais envolvidos nas produções agrí-colas enfrentam grandes desa-fios para identificação e contro-le de pragas, plantas daninhas e doenças. Movido pelo objetivo de auxiliá-los nessa tarefa, o agrônomo Henrique Moreira, especialista no assunto, criou o site Pragas Agrícolas (www.pra-gasagricolas.com.br), que reúne informações específicas sobre insetos, plantas daninhas e do-enças de praticamente todas as lavouras cultivadas no Brasil, além de fornecer informações sobre como combatê-las.

O portal tem tudo para se tornar fonte de referência entre os agricultores – a exemplo da coletânea de manuais de iden-tificação impressos já lançados por Moreira. A vantagem, com o site, é a busca facilitada e as orientações de manejo. Antena-do com as últimas tendências, o portal é formato também para

Site viabiliza identificação de pragas agrícolas

ser acessado por celular e ta-blets.

“O Pragas Agrícolas é fruto de anos de trabalho e pesquisa. A ideia é que faculdades e cur-sos técnicos possam utilizá-lo como ferramenta de estudo. No futuro, queremos abrir espaço para que os visitantes possam postar imagens e informações também, gerando um grande fórum de informações na rede”, afirma Moreira.

Para o professor doutor da Esalq, José Otávio Machado Mentem, “o portal é muito prá-tico, ilustrado e fácil de ser uti-lizado. Uma ferramenta muito útil, pois a identificação correta da praga é fundamental para definir as medidas de manejo/controle”. Mentem acrescenta ainda que “o portal é de extrema importância para professores, já que poderá ser utilizado para ilustrar diversas aulas, para os estudantes de Ciências Agrárias,

pois colocará à disposição infor-mações essenciais ao aprimora-mento dos conteúdos estudados em sala de aula, e também para os profissionais de campo, que fazem assistência técnica e ex-tensão rural”.

Outro profissional que tes-tou e aprovou a ferramenta foi José Annes Marinho, geren-te de educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal. “A iniciativa vem ao encontro das novas tendências na agricultura. A agilidade na troca de conheci-mentos será de grande valor es-tratégico na busca da maior por maior eficiência técnica para recomendação adequada para cada alvo e cultura. Todo este processo busca utilizar e im-plantar as boas práticas, que re-sultam em uma agricultura forte e sustentável. O site é excelente”, resume. Para conhecer o portal acesse: www.pragasagricolas.com.br

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201116 Agrícola

Pinta preta é uma das doenças que mais afetam os pomares

Segundo dados do Depar-tamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Bra-sil é responsável por 38% da produção mundial de laranja (19,1 milhões de toneladas) e 61% da produção mundial de suco de laranja (1,33 milhão de toneladas), com exportações chegando a 98%. Para a safra 2011/2012, a estimativa é de que sejam contabilizadas 387 milhões de caixas de 40,8 qui-los.

No entanto, um dos prin-cipais riscos à evolução da ci-tricultura brasileira ainda é o avanço de doenças, a exemplo da mancha preta dos cítricos, mais conhecida como pin-ta preta e causada pelo fun-go Guignardia citricarpa. Por afetar os frutos, não provoca

Os citricultores brasileiros já podem adquirir mudas de duas novas variedades de frutas recomendadas pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Depois do pro-cesso de adaptação para o cultivo em grande escala, as mudas da laranja Navelina e da tangerina Ortanique estão disponíveis no escritório de negócios da Em-brapa em Capão do Leão (RS). Segundo a empresa, as novas variedades apresentam caracte-rísticas atrativas ao consumidor e ao produtor.

A laranja Navelina possui de 10 a 12 gomos e não tem se-mentes. O rendimento do suco da fruta varia entre 35% e 45%. A Ortanique, híbrida natural en-tre laranja doce e tangerina, tem casca resistente, o que favorece o transporte em longas distâncias. O suco da tangerina é abundante e tem sabor agradável devido aos elevados índices de ácidos totais e açúcares.

O Brasil é o maior produtor mundial de citros, com mais de 250 milhões de plantas cultiva-das. Além disso, laranjas e tange-rinas estão entre as frutas mais consumidas no país. A projeção de produção de laranja e expor-tação do suco da fruta é cres-cente. O estudo do Ministério da Agricultura aponta que mais de 19 mil t serão produzidas neste ano. Em 2020, o número sobe para 23,5 mil t. A exportação de suco de laranja, que hoje é de 2,1 mil t, tende a crescer 2,5% nos próximos 10 anos.

Informações sobre a aquisi-ção das mudas podem ser obti-das no site da Embrapa Transfe-rência de Tecnologia: http://snt.sede.embrapa.br/noticias/noti-cia_completa/149/

De acordo com o diretor de Po-lítica Agrícola da Conab (Compa-nhia Nacional de Abastecimento), Silvio Porto, as culturas de laranja e café vêm perdendo áreas de pro-dução devido ao aumento da área de plantio da cana-de-açúcar. “A competição entre essas culturas e a cana tem acontecido por causa

Produção de laranja perde áreas de plantioda expectativa de crescimento do setor sucroalcooleiro”, explicou o diretor na coletiva para apresen-tação do terceiro levantamento da safra 2011/2012 de laranja realiza-do pela Conab, no último dia 1º de setembro.A perda de áreas no norte no estado, no entanto, não provo-cou queda na produção. “Há uma

Citricultura avança, mas ainda requer atenção para manejo de doenças

o apodrecimento direto, mas gera uma grande extensão de lesões na casca, sendo respon-sável pela depreciação comer-cial, principalmente para pro-duções destinadas ao mercado in natura. Já quando o destino é industrial, embora os frutos não �iquem imprestáveis, a se-veridade da doença provoca queda prematura, ocasionando prejuízos em quantidade.

O produtor Paulo Okuma

Embrapa apresenta novas variedades de citros

compensação pela perda de área, que é a migração para o centro-sul do estado, onde o clima é até mais favorável, o solo é novo e a incidên-cia de doenças deve ser menor, por se tratar do primeiro ciclo de plan-tio na região”, a�irmou Porto.

O estado de São Paulo é maior produtor de laranja do país, com

participação de aproximadamente 75% da plantação da fruta. Duran-te a safra 2010/2011, a produção de laranja no estado deverá atingir 377 milhões de caixas de 40,8 kg, o que representa um aumento de cerca de 17% em relação à safra passada, que foi de 322,2 milhões de caixas.

conta que destina 700 hectares à citricultura e 90% da produ-ção têm como destino o merca-do in natura, que exige frutos com alta qualidade. “Já tivemos muitos problemas com a pinta preta. Hoje fazemos um moni-toramento minucioso, que co-meça antes mesmo da abertura das pétalas.

Com a prevenção, diminu-ímos a perda de frutos pre-judicados pelas doenças e

conseguimos aumentar a pro-dutividade em 15%”, explica.

“O controle da pinta preta está baseado no manejo ade-quado e preventivo. Como as infecções ocorrem no chum-binho da planta, não existe tratamento que consiga deter o posterior desenvolvimento das lesões”, ressalta Ricardo Baldassari, Agrônomo de De-senvolvimento de Mercado da Bayer CropScience.

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Page 17: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 17Qualidade

A variedade é a mais produzida mundialmente, porém seu volume de comercialização diminuiu no entreposto

O abacaxi ‘Smooth Cayenne’ comercializado na Ceagesp

O abacaxi (Ananas comosus (L.) Merril) é uma das fruteiras tropicais mais produzidas, �i-cando atrás somente da banana e dos citros. É muito apreciado não só pelo aspecto sensorial, mas também por suas qualida-des nutricionais. Apenas seis países detêm mais de 50% da produção mundial e o Brasil é um dos principais produtores, porém com pequena participa-ção nas exportações.

De acordo com o IBGE, no Brasil a produção está concen-trada principalmente nas regi-ões Nordeste, Sudeste e Norte e os cultivares comerciais para consumo in natura mais produ-zidos são o ‘Pérola’ com maior área de cultivo predominante-mente nos estados da região Nordeste, e o ‘Smooth Cayenne’ com grande importância eco-nômica nos estados do Sudeste, principalmente em São Paulo e Minas Gerais.

A comercialização de abaca-xi em 2010 nas centrais ataca-distas brasileiras movimentou R$ 301 milhões com oferta de 184.081 mil toneladas. No En-treposto Terminal de São Paulo (ETSP) da Ceagesp o abacaxi é a décima fruta em volume de comercialização, com 45,7 mil toneladas de ‘Pérola’ e 22,9 mil toneladas do cultivar ‘Smooth Cayenne’ comercializadas em 2010.

O ‘Smooth Cayenne’ é o cul-tivar mais produzido mundial-mente, porém o seu volume de comercialização no ETSP vem diminuindo ao longo do tempo quando comparado ao cultivar ‘Pérola’, cujas regiões de pro-dução estão mais distantes e as estradas de acesso são piores. A principal razão da diminuição é devida a acidez acentuada do

Figura 1 – Evolução da proporção entre o volume de comercialização do abacaxi ‘Smooth Cayenne’ e do ‘Pérola’, entre 1998 e 2010

Existe uma grande variação de valor no mesmo dia para o mesmo produto e cultivar no mercado atacadista de frutas e hortaliças frescas. O valor do produto está relacionado a sua qualidade, frescor e tamanho. O conhecimento das caracte-rísticas qualitativas do ‘Smooth Cayenne’ mais valorizado pelo atacadista possui grande im-portância por re�letir a deman-da do varejo e do consumidor.

A caracterização qualitativa do cultivar ‘Smooth Cayenne’, de origens paulista e mineira, do fruto mais valorizado do dia, foi realizada, semana a semana, entre outubro de 2007 a feve-reiro de 2010, nos atacadistas mais representativos em volu-me de comercialização (74%). A caracterização foi realizada através de medidas simples e objetivas que podem ser utili-zadas pelo produtor na época da colheita para a garantia de frutos mais valorizados pelo consumidor.

O ‘Smooth Cayenne’ consi-derado o ‘mais valorizado’, foi caracterizado por: procedên-cia, época de comercialização, avaliação visual da coloração da casca; tamanho (massa, comprimento e maior circunfe-rência dos terços), acidez titu-lável e teor de sólidos solúveis.

Foi considerado ‘saboroso’

cultivar ‘Smooth Cayenne’ co-lhido no inverno, que induz os consumidores ao consumo do cultivar ‘Pérola’ que possui me-nor acidez. A �igura 1 represen-ta a proporção entre os volu-mes de comercialização do dos dois cultivares que passou de 4,5 em 1988 para 0,5 em 2010. Hoje o volume do ‘Pérola’ é o dobro do volume do ‘Smooth Cayenne’.

o abacaxi que apresentou nos três terços (apical, mediano e basal) teor de sólidos solúvel maior ou igual a 12º Brix e a relação SS/AT maior ou igual a 20. Um abacaxi com teor de sólidos solúveis de no mínimo 12 º Brix, para possuir uma re-lação SS/AT, de no mínimo 20

Figura 2 – Representação esquemática dos terços do abacaxi

Foi possível observar que o mercado atacadis-ta considera como ‘mais valorizado’ os frutos com maior tamanho. Guara-çaí, o município paulista maior produtor de abaca-xi, apresentou um número maior de frutos conside-rados os ‘mais valoriza-dos’. O abacaxi mineiro se mostrou superior em apa-rência comparado ao pau-lista, característica que se mostrou mais importante que o sabor no processo de valoração do ‘Smooth Cayenne’ pelo atacadista. Novembro e dezembro foram os melhores meses de compra em relação ao sabor (relação entre o teor de sólidos solúveis e acidez titulável). Os frutos ‘saborosos’, mostraram-se menores e mais leves do que os ‘não saborosos.

A maior parte dos fru-tos considerados ‘mais valorizados’ pelos ataca-distas não atendeu as exi-gências de um fruto ‘sabo-roso’ nos três terços, o que pode ser uma das razões da perda de mercado do abacaxi ‘Smooth Cayenne’. Somente 11% das amos-tras caracterizadas alcan-çaram os requisitos de um fruto saboroso nos três terços (apical, mediano e basal).

Fabiane CâmaraEngenheira de alimentosCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

deverá possuir uma acidez ti-tulável de 0,6% expressos em porcentagem de ácido cítrico. Portanto foi estabelecido para os abacaxis ‘saborosos’ o limite máximo de acidez titulável de 0,6% expressos em ácido cítri-co. A �igura 2 representa a divi-são do abacaxi em terços.

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201118 Qualidade

O código de barras presente nas etiquetas é parte da nossa rotina diária de compras, de pagamentos em bancos, de emissão de duplicatas. Ele per-mite a identi�icação do produto, do seu fornecedor, da sua data de embalamento e a preci�ica-ção do produto, como é feito na saída dos supermercados.

Cerca de cinco bilhões de códigos de barra são lidos dia-riamente em todo o mundo, se-gundo a GS1 Global Language of Business ou Associação Brasileira de Automação, orga-nização responsável pela ad-ministração de ferramentas de automação de comunicação de dados. www.gs1.org.br.

O Ministério da Indústria e Comércio, através da Portaria 143 de 1984, conferiu à GS1 Brasil, a responsabilidade de implementar e administrar o “Código Nacional de Produtos”.

O código de barras é uma das várias simbologias que po-dem ser adotadas. As frutas e hortaliças frescas comercializa-

Adote a automação no seu negóciodas a granel no supermercado só recebem o seu código de barras na sua embalagem, de-pois de pesadas.

Uma grande parte dos su-permercados já exige dos seus fornecedores de frutas e hor-taliças frescas, embaladas em unidades de consumo, a coloca-ção do código de barras.

O fornecedor precisa se as-sociar e cadastrar cada item no Banco de Dados da GS1, para que o seu código de barras pos-sa ser lido internacionalmente.

Nos últimos anos foram de-senvolvidos outros sistemas de identi�icação como o Data Bar e o Data Matrix. O primeiro é uma simbologia de espaço re-duzido, que permite a isenção de todas as informações de um código de 13 itens como o EAN 13, num espaço muitas vezes menor. Agora é possível, com a leitura do Data Bar, caracteri-zar o produtor e seu endereço, e itens do produto, como var-iedade, classi�icação e data de embalamento em cada unidade de fruta ou hortaliça.

Já o Data Matrix é uma sim-bologia que leva o consumidor à origem da sua fruta e hortaliça, com ferramentas já disponíveis no seu celular. É só fotografar o símbolo para ser direcionado

Anita de Souza Dias GutierrezLisandro Michel Barreiros CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Marcos Ujie NogueiraCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

CQH ajuda a elaborar cardápio de merenda escolar

A escolha dos produtos hortícolas destinados às prepa-rações das merendas servidas nas escolas ainda é encarada por muitos como um grande de-sa�io a ser vencido, pois de uma gama de escolhas, o responsável pela elaboração do cardápio, precisa optar por alimentos que supram a necessidade dos es-tudantes, ou seja, é preciso que haja um conhecimento mínimo do que e quanto cada alimento é capaz de fornecer de um deter-

minado nutriente.Sabe-se que o cardápio de

alimentos servidos aos alunos deve ser elaborado por um nu-tricionista, porém há relatos que somente 14% desses cardá-pios são produzidos por esses pro�issionais. Os demais 86%, 56% e 30% são feitos por me-rendeiras e outras pessoas, re-spectivamente.

Uma planilha contendo os alimentos hortícolas e seus re-spectivos nutrientes segundo a Tabela Brasileira de Com-posição dos Alimentos, que permite a consulta do valor nu-tricional e a comparação entre os produtos, foi construída pelo Centro de Qualidade em Hor-ticultura da Ceagesp com o in-tuito de auxiliar as pessoas que preparam os cardápios.

Os alimentos foram caracter-izados pelo seu nome cientí�ico, família botânica, grupo e, quan-

do disponíveis, variedade e tipo de preparo. Além do conteúdo de nutrientes, a planilha fornece os valores recomendados de in-gestão de nutrientes por grupo etário, por sexo e por atividade que devem ser utilizados no planejamento e avaliação de di-etas para pessoas saudáveis.

Confrontando os dados de necessidade diária e o conteúdo de nutrientes fornecidas por 100 gramas e por uma porção de cada alimento, a planilha cal-cula a porcentagem da necessi-dade de cada nutriente atendida por cada produto, permitindo uma melhor comparação entre as diferentes frutas e hortaliças.

Os interessados na planilha podem procurar o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp ou entrar em contato pelo telefone (11) 3643-3827 ou pelo e-mail [email protected]

Escolha dos alimentos hortícolas pelo seu valor nutricional

para uma página da internet que contém as informações do produto.

É possível encontrar esse sistema ou o QR Code em algu-mas embalagens de frutas no entreposto paulistano da Ceag-esp, destinadas aos supermer-cados do Grupo Pão de Açúcar. O trabalho é administrado pela empresa Pari Passu (www.paripassuaplicativos.com.br), responsável pelo programa de rastreabilidade das frutas e hortaliças do Pão de Açúcar.

A adoção da simbologia de automação é um grande avanço na comercialização, mas exige a identi�icação completa e corre-ta dos seus produtos para que todos os agentes, da produção ao consumo, sejam bene�icia-dos. O Centro de Qualidade em Horticultura (CQH) da Ceagesp está desenvolvendo em coop-eração com a GS1, um cardápio com a descrição das frutas e hortaliças para facilitar a iden-ti�icação correta e completa de cada item.

Mais informações podem ser obtidas em www.gs1.com.br ou no CQH, através dos tele-fones (11) 3643-3825 e (11 ) 46433890 e do e-mail: [email protected]

Page 19: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 19Qualidade

A Ceagesp, dando conti-nuidade ao monitoramento de resíduos de agrotóxicos, con-cluiu no mês de junho a pro-gramação do período da safra 2010/2011, com a coleta e aná-lise de 450 amostras coletadas no entreposto paulistano, dos seguintes produtos: abacaxi, alface, banana, batata, laranja, limão, maçã, mamão, manga, melão, morango, pimentão, to-mate e uva. O monitoramento é executado em convênio com o Ministério da Agricultura, dentro do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Conta-minantes (PNCRC) .

As análises de resíduos de agrotóxicos realizadas em 30 amostras de pimentão, cole-tadas entre maio e junho, re-velaram 53 % de ocorrências de resíduos de pesticidas não autorizados para o pimentão, que, em sua grande maioria, são registrados para o tomate. Frente a essa situação, o Centro de Qualidade em Horticultura (CQH) da Ceagesp, com o apoio do Sincaesp, resolveu convocar os atacadista e, através destes, as associações de produtores de pimentão, que em grande medida destinam suas produ-ções para o entreposto de São Paulo.

Na primeira reunião, reali-zada no dia 4 de agosto contou com a presença de 40 pessoas, entre atacadistas, produtores e representantes das associa-ções e cooperativas. Durante o encontro foram apresentados os resultados das análises de resíduos no pimentão e da ne-cessidade de regularização da situação atual de utilização de agrotóxicos sem registro para esse produto, através de ações

que possibilitassem a requisi-ção aos regulamentadores da extensão de uso para o pimen-tão, dos ingredientes ativos utilizados e registrados para o tomate, dentro do espírito e das diretrizes da Instrução Norma-tiva Conjunta Mapa/Anvisa/Ibama Nº1, de 23/02/2010, que trata do registro de pestici-das para culturas com suporte fitossanitário insuficiente.

A partir daí, os engenhei-ros agrônomos que dão apoio técnico aos produtores em suas respectivas regiões, das associações e cooperativas e da CATI, passaram a discutir quais pesticidas deveriam ser indicados para a solicitação de extensão de uso e os seus alvos biológicos: praga e doenças.

A segunda reunião, realiza-da no último dia 6 no Escritó-rio de Desenvolvimento Rural de Bauru, contou com a par-

ticipação de técnicos do CQH, da CATI, de pesquisadores da APTA, de representantes das cooperativas de produtores ru-rais de Lins e Pirajuí e das as-sociações de produtores rurais de Reginópolis, Piraju, Arealva e Iacanga, somando mais de 40 pessoas.

Nesta reunião foram conso-lidadas as indicações de pes-ticidas que, na avaliação dos técnicos e produtores presen-tes, deveriam ser registrados para utilização no pimentão. Ficou definida uma estratégia de atuação para a melhoria da situação atual como a de trei-namentos dos produtores, em parceria com o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural, para restringir e melhorar as aplicações dos pesticidas no cultivo do pimentão.

A nota técnica, com os resul-tado da reunião, foi subscrita

Extensão de uso de pesticidas do tomate para o pimentão

pelos representantes das enti-dades presentes e acompanha-da pela lista de 15 ingredientes ativos de pesticidas, propostos para extensão de uso, será en-caminhada ao Ministério da Agricultura, através da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças, no próximo dia 21 de setembro. Caberá ao Minis-tério da Agricultura a avaliação da solicitação e a consulta do interesse das indústrias fabri-

Ossir Gorenstein CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

cantes dos registros solicitados. Caso as empresas não queiram comprometer-se com os encar-gos estabelecidos pelas dispo-sições da Instrução Normativa, agrônomos do Mapa têm insi-nuado a intenção do próprio Ministério de determinar a re-alização dos testes de resíduos para a definição dos valores dos Limites Máximos de Resí-duos, para a regularização dos registros.

Page 20: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201120 Qualidade

Guilherme CarraraMarcos Ujiie NogueiraThiago de OliveiraCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O trabalho de caracteriza-ção das frutas e hortaliças fres-cas do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp deve ser feito para todos os produ-tos, começando pelos produtos de maior volume.

No caso do cará, a confusão começa com o nome. No mun-do inteiro, o que os paulistas chamam de cará é denominado inhame. Para tentar diminuir a confusão o I Simpósio Nacional sobre as culturas do inhame e do cará, em 2001, estabeleceu que, no meio técnico cientí�ico nacional, a partir daquela data, o termo cará (Dioscorea spp.) seria substituído por inhame e o termo inhame (Colocasia es-culenta) por taro.

A denominação utilizada em São Paulo e na Região Cen-tro Oeste do Brasil tem origem na língua Tupi (ká rá). Para aumentar a confusão os ame-ricanos de algumas regiões dos Estados Unidos chamam a ba-tata doce de Yam (inhame). A palavra “igname”ou “inhame”é de procedência americana e é a tradução dos termos “yam” e “igname” utilizados nas co-lônias inglesas e francesas na África.

O cará é um alimento muito importante para os países afri-canos. A sua utilização foi regis-trada desde 8000 anos a.C., na África e na Ásia.

As raízes tuberosas do cará podem ser armazenadas por seis meses em refrigeração e podem pesar até 70 quilos cada uma. O mundo produziu 54 mi-lhões de toneladas de cará em 2008, sendo 65% na Nigéria e 96% em todos os países africa-nos. O Brasil é o 11º maior pro-dutor do mundo, logo depois da Colômbia, com 0,45% da produção mundial.

O cará (Dioscorea spp) per-tence á família botânica Diosco-reaceae que se caracteriza por possuir caule herbáceo, escan-dente (trepador) e armazena reservas em suas raízes. É rico em minerais (Ca, P e Fe), carboi-dratos, aminoácidos essenciais, pro-vitamina A, pro-vitamina D, vitaminas C e do complexo B e é utilizado na farmacologia, na síntese de cortisona e hor-mônios esteróides.

Os estudos com o cará, desenvolvidos pelo Centro de Qualidade em Horticultura já levantaram:

1. Sazonalidade

O cará no entreposto pau-listano da Ceagesp apresenta forte sazonalidade, com preços mais baixos entre a segunda quinzena de março até a pri-meira quinzena de outubro ( em média 21,45 % mais baixo que o preço médio do ano).

2. Equivalência entre denominações de classifi cação e uma característica mensurável de tamanho

O trabalho de caracteriza-ção do cará começou com o estudo das características das diferentes denominações de classi�icação do cará pelo mer-cado atacadista, pela Cotação de Preços da Ceagesp e a cons-trução de uma tabela de equi-valência e a melhor caracterís-tica mensurável de tamanho. Foram medidos de todas as classi�icações o comprimento,

3. O estabelecimento dos defeitos graves do cará, defeitos que impedem a boa utilização do produto e que não devem ser entregues pelo fornecedor. Entre eles estão a podridão, o �ibroso (passado) e o cortado.

4. O índice histórico de valo-ração por classi�icação – com-paração diária durante vários anos entre os preços das dife-rentes classi�icações.

Os resultados mostraram que os tamanhos, graúdo e mé-dio, apresentam valores seme-lhantes e que eles custam 41% mais caro que a classi�icação miúda.

o maior diâmetro e o peso. O peso da unidade é a caracte-rística que melhor representa o tamanho do cará. O peso é utilizado como parâmetro no comércio internacional de cará. O tamanho do cará foi dividido em miúdo, médio e graúdo.

O miúdo tem peso máximo de 300 gramas, o médio de 300 a 600 gramas e o graúdo acima de 600 gramas. A tabela abaixo mostra a equivalência entre as denominações de classi�icação utilizadas pela Cotação de Pre-ços da Ceagesp, do mercado atacadista e o peso.

COTAÇÃO

CEAGESP

EXTRA

EXTRA A

NÃO POSSUI

COTAÇÃO

ATACADISTA

1 A

2 A

3 A

EQUIVALÊNCIA

EM PESO (g)

MÍUDO (até 300 g)

MÉDIO (de 300 a 600 g)

GRAÚDO (acima de 600 g)

O Centro de Qualidade em Horticultura gostaria de receber sugestões e criticas sobre o trabalho que está sendo desenvolvido com o cará.

Agora falta levantar o Índice de Aproveitamento por classi�i-cação (Produto pronto no pra-to/ produto bruto), o cálculo do Índice de Escolha (que informa a classi�icação de melhor custo-bene�ício) e a �inalização das normas de classi�icação.

Agora é a vez do cará

Page 21: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 21

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Page 22: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201122 Qualidade

Anita de Souza Dias GutierrezCláudio Inforzato FanaleCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O consumo de frutas e hortaliças no Brasil

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 do IBGE teve por objetivo fornecer informações sobre a composi-ção dos orçamentos domésti-cos, a partir da investigação dos hábitos de consumo, da aloca-ção de gastos e da distribuição dos rendimentos, segundo as características dos domicílios e das pessoas. A POF investigou, também, a autopercepção da qualidade de vida e as caracte-rísticas do per�il nutricional da população brasileira.

O IBGE apresenta na POF, uma análise do consumo ali-mentar da população brasileira com 10 anos ou mais de ida-de. Para sua elaboração, foram utilizados os registros obtidos através do Bloco de Consumo Alimentar Pessoal, onde cada morador anotou, para dois dias não consecutivos, todos os alimentos consumidos no do-micílio ou fora dele, nas áreas urbana e rural de todo o país, ao longo das 24 horas do dia. A metodologia empregada uti-lizou várias fontes de consulta para a construção dos resulta-dos, como a Tabela de Medidas Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil e as Ta-belas de Composição Nutricio-nal dos Alimentos Consumidos no Brasil, ambas decorrentes da POF 2008-2009, além de pu-blicações técnico-cientí�icas.

As estimativas das médias de consumo de alimentos, energia e nutrientes são apre-sentadas para o total da popu-lação, segundo sexo, grupos de idade, região geográ�ica, situ-ação do domicílio e classes de rendimento. São apresentadas, também, as prevalências de inadequação de consumo de macro e micronutrientes, cal-culadas com base em parâme-tros nacionais e internacionais, como por exemplo, o EAR (es-timated average requirement) proposto pelo Institute of Me-dicine - IOM, para a população dos Estados Unidos e Canadá. O estudo foi realizado em parce-ria com o Ministério da Saúde. Para a avaliação, compilação e estruturação dos resulta-dos ora apresentados, o IBGE contou com a contribuição de técnicos do órgão parceiro e,

também, com especialistas em nutrição, de reconhecida expe-riência e competência, mobili-zados por aquele ministério.

O consumo de frutas e hor-taliças no Brasil não cresceu entre 2002 e 2008. O consumo de frutas tropicais e tempera-das, o de hortaliças folhosas e �lorosas e de castanhas e nozes cresceu 15%, 37%, 29% e 33%, respectivamente e o consumo das outras hortaliças caiu. O consumo de ovo e de misturas industriais cresceu 87% e 50% respectivamente.

O comportamento e o vo-lume do consumo na Região Sudeste foi semelhante ao bra-sileiro. O consumo de frutas tropicais e temperadas, o de hortaliças folhosas e �lorosas e de castanhas e nozes cresceu 5%, 29%, 37% e 39%, respec-tivamente e o consumo das ou-tras hortaliças caiu. O aumento do consumo de ovos e outros produtos foi muito grande, 2.866% e 1450%, respectiva-mente.

A relação entre consumo e renda per capita é impressio-nante. A diferença de consu-mo em 2008, entre a classe de maior renda levantada (30 sa-lários mínimos) e a de menor renda (até dois salários míni-mos), vai de 19Kg para 48 Kg nas hortaliças, de 20 Kg para 80 Kg nas frutas e de 66 gramas para 202 gramas nos cocos, castanhas e nozes. O grá�ico mostra a variação de consumo em relação ao consumo médio de cada classe de renda. Pode-mos supor que a melhoria da renda do brasileiro implicará maior consumo de frutas e hor-taliças.

A evolução de consumo, en-tre 2002 e 2008, é muito dife-rente entre as classes de renda maior e menor. Na maior clas-se de renda (30 SM ou mais) o consumo de frutas cresceu 47%, o de hortaliças tuberosas 14%, o consumo de hortaliças folhosas e �lorais caiu 29%. Na menor classe de renda (até 2 SM), o consumo de hortali-ças folhosas e �lorais cresceu 353%, e o consumo de horta-liças frutosas, tuberosas e das frutas caiu bastante: 32%, 39% e 20% respectivamente.

As tabelas e grá�icos ajudam a entender os resultados. Ou-tras informações estão disponí-veis em http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/pof/de-fault.asp.

Evolução da aquisição domiciliar em kg/per capita no Brasil2002

293131324223220

2.112

2008273131129254110

2.122

%-729-6-14181537-22-23330

HortaliçasHortaliças folhosas e fl oraisHortaliças frutosasHortaliças tuberosas e outras

Frutas de clima tropicalFrutas de clima temperado

Cocos, castanhas e nozes CocosCastanhas e nozes

Total

Grupo e subgrupo

Frutas

Evolução da aquisição domiciliar em kg/per capita na Região Sudeste2002

323151428244000

2.123

2008284131130255000

2.124

%-1437-15-218529-11-20390

HortaliçasHortaliças folhosas e fl oraisHortaliças frutosasHortaliças tuberosas e outras

Frutas de clima tropicalFrutas de clima temperado

Cocos, castanhas e nozes CocosCastanhas e nozes

Total

Grupo e subgrupo

Frutas

Evolução da aquisição domiciliar em kg/per capita no Brasil, da classe de renda de 30

2002 2008 %

HortaliçasHortaliças folhosas e fl oraisHortaliças frutosasHortaliças tuberosas e outras

Frutas de clima tropicalFrutas de clima temperado

Cocos, castanhas e nozesCocos

Total

Grupo e subgrupo

Frutas

48,8710,8721,4016,5954,7145,559,160,290,29

2.209,74

48,087,7121,3819,0080,2364,9615,270,200,20

2.265,02

-2-29014474367-29-293

Page 23: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 23

Gisele Souza LimaCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Os casos de doenças como diabetes, hipertensão e coleste-rol alto, inclusive em crianças, estão cada vez mais comuns no Brasil. Essas doenças, rela-cionadas ao excesso de peso, que também tem crescido en-tre crianças, são consequência do consumo de alimentos de grande densidade energética, com altos teores de açúcares e gorduras. O consumo de frutas e hortaliças, consumidas em quantidades adequadas, redu-zem o risco dessas doenças.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica o consu-mo de 400 gramas de frutas e hortaliças diariamente, o que equivalem, em média, a cinco porções desses produtos. Con-tudo, um estudo realizado em 2006 mostrou que apenas 24 % da população consomem frutas e hortaliças regularmente.

A alimentação inadequada está relacionada à mudança do hábito alimentar e a menor presença dos pais no lar. Nos últimos anos a obesidade in-fantil cresceu e a desnutrição diminuiu e a obesidade está presente nas diferentes faixas econômicas. Os dados do IBGE mostram, em adolescentes de alta renda e em crianças me-nores de cinco anos em regi-ões menos desenvolvidas, o crescimento da obesidade. A ocorrência da obesidade está relacionada também à inativi-dade �ísica: longos períodos em frente à televisão, vídeo game e computador; e à alimentação onde predominam os produtos industrializados ricos em gor-duras, sal e açúcar.

A formação de pessoas com hábitos alimentares saudáveis acontece na infância. A escola é o ambiente apropriado para a educação e para uma alimenta-ção saudável.

O projeto Escola do Sabor, parceria entre a Ceagesp e a ONG Nossa Turma, tem como objetivos:

• o desenvolvimento de me-todologia lúdica para a introdu-ção de frutas e hortaliças fres-cas no cardápio de crianças;

• a aproximação entre a criança a agricultura;

• a introdução do conceito e da compreensão da cadeia de produção do produto e do papel desempenhado por seus diferentes agentes de produção e comercialização;

• tornar as frutas e hortali-ças, fontes de prazer e de diver-são no aprendizado da criança e -promover a melhoria dos hábitos alimentares e conse-qüente prevenção de doenças e melhoria da saúde.

Um produto novo é traba-lhado a cada três meses. Os pri-meiros foram mandioca, beter-raba e batata doce. O chuchu foi trabalhado entre maio e agosto.

O primeiro passo foi a ava-liação da aceitação do chuchu preparado como salada e como refogado, servido no almoço das crianças. Somente 25% das crianças apreciaram o chuchu.

O segundo passo foi o de-senvolvimento de atividades com o produto: colorir, somar e subtrair, jogos lúdicos, plan-tio na horta da Nossa Turma. As crianças puderam conhecer detalhadamente o chuchu pre-parar diversas receitas. Depois

Crianças aprovam o chuchu na Escola do Sabor

desses procedimentos, consta-tou-se que a aceitação apresen-tou crescimento a cada preparo. Eles prepararam e consumiram chuchu na forma de su�lê, pu-dim, ao forno, recheado e doce. Nos dias de preparação do chu-chu, cada criança levou para casa um livreto com receitas e algumas unidades para serem consumidos em sua casa.

No �inal dos três meses de trabalho, foi servida novamen-te salada de chuchu e avaliada a aceitação e a e�iciência do sis-tema em introduzir o chuchu na alimentação cotidiana das crianças.

O paradigma “não gosto desse verde” foi quebrado e as crianças passaram a comer chuchu, ou a experimentá-lo nas refeições habituais. Portan-to, pode-se constatar que a me-todologia se mostrou e�iciente.

A ilustração mostra a dife-rença de aceitação antes e de-pois do trabalho com chuchu – 25% de aceitação no começo e 75% de aceitação no �inal.

A empresa Iguape tem sido a grande parceira no projeto, doando chuchu, batata doce, mandioca e beterraba toda semana para alimentação das crianças da Nossa Turma.

Nos próximos três meses será a vez da goiaba na Escola do Sabor. Dessa vez, o projeto contará com o apoio do ataca-dista Val Frutas.

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2012

Rua Marcos Arruda, 729 • Bairro Belém - São Paulo - SP

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Qualidade

Page 24: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201124 Ceasas do Brasil

Limão

68,2%

Pimentão amarelo PescadosMorango

6,1% 6,69%-11,8%Repolho 6,4%

(*) cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos

Índice Ceagesp agosto 2011

Geral

Frutas

Legumes

Verduras

Diversos*

Pescados

3,38%

3,49%

5,21%

-7,92%

-1,31%

6,69%Fonte: Ceagesp

Setor de frutas puxa elevação e Índice Ceagesp tem alta de 3,38% em agosto

Crescimento foi de mais de 12% no volume de comercialização

Os preços no atacado dos principais produtos comercia-lizados na Ceagesp registraram alta de 3,38%, em agosto. “Os aspectos climáticos negativos, como frio intenso com ocorrên-cia de geadas nas regiões Sul e Sudeste e chuvas no Vale do Ri-beira, somados com o início do período de entressafra de algu-mas frutas contribuíram signi-�icativamente para o aumento dos preços praticados”, avalia o economista da estatal, Flá-vio Godas. No ano, o indicador apresenta elevação de 3,62% e, nos últimos 12 meses, cresci-mento de 4,07%.

O setor de frutas regis-trou alta de 3,49%. Os princi-

pais aumentos foram do limão (68,2%), do �igo (50,3%) e do abacate (37,9%). Já os produ-tos que mais sofreram queda de preço foram ameixa e uva estrangeiras, seguidas pelo mo-rango (-11,8%). “A tendência é de que apenas os produtos em entressafra deverão apresen-tar elevação dos preços. Porém, com a expectativa de entrada dos frutos de caroço [pêssegos, ameixas, nectarinas, etc] nesta época do ano e a manutenção do dólar em patamares baixos, a probabilidade é que os preços atuais sejam mantidos”, a�irma Godas.

Outro setor a apresentar au-mento nos preços foi o do pes-

cados, com 6,69%. As principais altas foram do atum, da pescada e do cação, e as principais baixas foram da cavalinha e pintado. “Para o próximo mês, espera-mos que setor de pescados tam-bém apresente ligeira elevação do volume extraído e com isso, redução dos preços praticados”, prevê o economista.

Já o setor de legumes con-tinua registrando elevação e os preços cresceram 5,21%. As principais altas foram do pi-mentão amarelo, do pepino ja-ponês e do tomate. As principais quedas foram do quiabo, da va-gem e do pepino comum.

Os setores de verduras e de diversos (ovos, batata, cebola,

coco seco e amendoim) apre-sentaram diversas opções de preços baixos. Nas verduras, a retração foi de 7,82% e as prin-cipais quedas foram do almeirão (-21,1%), da escarola (-20,9%) e da couve (-20,8%). As altas no setor �icaram por conta do repo-lho (6,4%), da salsa (6,1%) e do milho verde (5,1%).

Em diversos, o recuo foi de 1,31% e os principais preços baixos foram da batata comum, cebola do estado São Paulo e do coco seco. Amendoim e ovos fo-ram os responsáveis pelas prin-cipais altas do setor.

“Com a expectativa de clima mais ameno e ainda com pouca incidência de chuvas nas regi-

ões produtoras, os setores de legumes, verduras e diversos deverão apresentar elevação do volume ofertado e recuo dos preços praticados em setem-bro”, antecipa Godas.

A Ceagesp fechou o primeiro semestre com alta de 2,7% no volume de produtos comercia-lizados, em comparação com o mesmo período do ano passado. As 12 centrais atacadistas admi-nistradas pela estatal movimen-taram 2,2 milhões de toneladas de frutas, verduras, legumes, diversos (batata, cebola, amen-doim, coco seco e ovos) e pes-cados. Somente no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), principal unidade na rede, fo-ram negociados pouco mais de 1,8 milhão de toneladas de pro-dutos frescos, 0,4% a mais que o computado em 2010.

Considerado a maior central de abastecimento da América

A Ceagesp retomou em agosto as operações da unidade armaze-nadora de São Joaquim da Barra, lo-calizada na região oeste do estado, para atender a demanda de usinas açucareiras e da concessionária da Ferrovia Centro-Atlântica que atu-am na região.

Segundo a estatal, nesse primei-ro momento, a unidade vai armaze-

Entrepostos da Ceagesp fecham primeiro semestre em alta

Latina, o ETSP mais uma vez foi o recordista de comercializa-ção, com participação de 79,3% do acumulado em tonelada e 81,5% em volume �inanceiro. No acumulado em volume de tonelada do primeiro semestre laranja (9,7%), tomate (9,5%) e batata (7,8%) seguem no topo da lista dos produtos campeões de vendas.

As 11 unidades localizadas no interior paulista registraram crescimento de 12,5% no volu-me de comercialização, supe-rando as 474 mil toneladas, com destaque para Ribeirão Preto, Sorocaba e São José do Rio Pre-to, que juntas negociaram 266 mil toneladas.

Armazém de São Joaquim da Barra é reativado

nar somente açúcar, com estimativa de 15 mil t mês nesta safra, recebi-das em caminhões e embarcadas para o porto de Santos através da linha ferroviária. Com área total de 101.442 m², a unidade armazena-dora de São Joaquim da Barra tem capacidade estática de 110 mil t e está preparada para operar com padronização e movimentação de produtos agrícolas diversos à gra-nel, além da armazenagem.

A rede de armazenagem da Ce-agesp é composta por 34 unidades, sendo 20 ativas e tem capacidade para estocar, simultaneamente, mais de um milhão de toneladas de produtos agrícolas.

Todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria da qualida-de do seu produto numa embala-gem mais atraente e na construção de uma marca podem ser facilmen-te destruídos na gôndola do super-mercado.

O atacadista da Ceagesp pode melhorar essa situação oferecendo

Ofereça a seu varejista

o treinamento ministrado pelo Cen-tro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp aos seus clientes varejistas e a seus funcionários. O primeiro módulo é de quatro horas e forne-ce noções de �isiologia pós-colheita e as principais regras de recepção, conservação, manuseio e exposição das frutas e hortaliças.Procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp(11) 3643-3825/ 3643-3827/ [email protected]

Page 25: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 25Ceasas do Brasil

Na primeira etapa, apenas produtores de tomate e banana terão que adotar as novas regras adotadas pelo entreposto mineiro

Depois de quatro décadas de uso das caixas de madeira para acondicionar frutas, verduras e legumes, o entreposto de Conta-gem da CeasaMinas passa a con-tar, desde o início de setembro, com o banco de caixas plásticas. O serviço vai implantar as em-balagens plásticas higienizáveis e irá modernizar o acondiciona-mento dos produtos. Na avalia-ção da estatal, as caixas plásti-cas contribuem para reduzir as perdas, aumentar a qualidade dos produtos, diminuir o custo de produção e evitar a contami-nação cruzada nas lavouras.

Com a instalação do banco de caixas, os produtores de to-mate e banana passam a ter que obedecer as regras da Instrução

Normativa 009 do Ministério da Agricultura, Anvisa e Inmetro. O texto prevê que as caixas de madeira e papelão utilizadas para transportar e armazenar os hortifrutícolas devem ser no-vas e servir para um único uso, enquanto as de plástico devem ser retornáveis, higienizadas e esterilizadas a casa uso.

O presidente da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages, con-ta que a decisão de implantar o programa de forma gradati-va deve-se à complexidade do mercado. “Nosso mercado não é regional como os do interior. Aqui, chegam produtores de di-versos estados e também saem produtos para diversos estados. Vamos começar com o tomate e

a banana, mas acredito que em dois anos possamos fazer a vira-da de todo o mercado”, explica.

Lages também ressalta que o sucesso da iniciativa depende de uma mudança de cultura e, por isso, é necessário ser �lexí-vel para conseguir a adesão dos produtores. “A estrutura do ban-co de caixas está pronta desde o início do ano, mas decidimos inaugurar somente agora para ter tempo de conversar com to-dos os atores envolvidos”, conta.

Como funcionaO sistema adotado pelo ser-

viço será de logística reversa, com o objetivo de promover a rotatividade das embalagens plásticas. Assim que entrar no

entreposto, o comprador deve passar no banco de caixas e en-tregar as suas caixas vazias. Em troca, ele receberá vales-caixa. Quando adquirir mercadorias no entreposto, o comprador re-passa os tíquetes ao fornecedor, que pode trocá-lo por novas cai-xas.

Além de promover o rodízio das embalagens, o serviço será responsável por armazenar, alugar, higienizar, estocar e en-tregar embalagens plásticas pa-dronizadas dentro das normas exigidas pela lei.

De acordo com a estatal, o in-vestimento será da ordem de R$ 15 milhões e será feito de forma escalonada. O contrato licitado é para 25 anos de operação.

CeasaMinas inaugura banco de caixas como aposta para modernizar embalagens

Page 26: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201126 Meio Ambiente

Em julho, a Amazônia per-deu 93 quilômetros quadrados de floresta, de acordo com le-vantamento do Imazon (Insti-tuto do Homem e do Meio Am-biente da Amazônia), divulgado no final de agosto. Em relação a julho de 2010, quando os satéli-tes observaram 155 km² de des-

com 21 km². Em Rondônia, os novos desmatamentos atingi-ram uma área total de 16,5 km² e, no Amazonas, 13 km². Amapá, Acre e Tocantins também regis-traram derrubadas.

Além do corte raso (desma-tamento total), o levantamento do Imazon também mede a de-gradação florestal, que conside-ra florestas intensamente explo-radas por atividade madeireira ou atingidas por queimadas. Em julho, a degradação avançou 116 km². O estado com maior área degradada no período foi Mato Grosso, com quase 60% do total registrado.

Considerando o calendário oficial do desmatamento, a de-gradação florestal atingiu 6.389 km² de áreas nativas, aumento de 241% em relação ao período anterior (agosto de 2009 a julho de 2010), quando os desmata-mentos destruiram 1.873 km² de cobertura florestal.

A presidente da Confedera-ção da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Ká-tia Abreu, disse que o projeto de reforma do Código Florestal deve ser votado em outubro no Senado.

“Eu acredito que até o final de outubro nós deveremos estar reenviando o texto para a Câma-ra”, disse a senadora, que acredi-ta que o projeto será modificado no Senado e, por isso, terá de ser novamente analisado pelos deputados antes de seguir para sanção presidencial.

Kátia Abreu defendeu a aprovação do projeto em deba-te na sede da Federação das In-dústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Para a senadora, o novo código dará segurança jurídica aos produtores rurais e manterá a agricultura brasileira susten-tável.

O deputado federal Aldo Rebelo, relator do projeto de reforma do código na Câmara dos Deputados, que também participou do debate, disse que houve um consenso na Câmara para aprovação do projeto. Se-gundo ele, o texto foi debatido exaustivamente e que projeto moderniza a legislação ambien-tal do país. Por isso, o deputado prevê que ele seja aprovado de novo, rapidamente, caso volte à Câmara dos Deputados.

Ainda segundo o deputado, até dezembro, o novo código será aprovado no Congresso. “Eu creio que o prazo de votação foi dado pela presidenta Dilma ao assinar o decreto que sus-pende as multas por desmata-mento até dezembro”, disse. “Se ela suspendeu até dezembro, é porque tem há expectativa de que até lá haja uma norma per-

Código Florestal deve ser votado no Senado em outubroAgência Brasil

manente,” completou. O desem-bargador José Renato Nalini, do Tribunal de Justiça de São Paulo, contudo, declarou que, se o pro-jeto for sancionado como está, ele pode ser questionado na Jus-tiça. Nalini é contra a proposta e diz que ela é um retrocesso em direitos fundamentais.

Segundo ele, a Constituição de 1988 veda retrocessos desse tipo. Portanto, caso a redução das areas de proteção perma-nente e as mudanças nas re-gras sobre as reservas legais da propriedade sejam aprovadas, por exemplo, a lei poderá ser questionada em uma ação de direta de inconstitucionalidade, julgada pelo Supremo Tribunal Federal.

“Esperamos que o Senado faça as correções necessárias porque, se não as fizer, só nos resta entrar na Justiça”.

Apesar de cair em julho, desmatamento será maior este ano

mate, a redução foi 40%. Apesar do desmatamento menor em um mês considerado crítico, por ser o auge do período de seca (o que facilita a derrubada), a ten-dência é que a taxa anual seja maior este ano.

A área desmatada entre agosto de 2010 e julho de 2011

(período de doze meses do calendário oficial do desmata-mento) ficou em 1.628 km², 9% maior que o total registrado no período de 12 meses imediata-mente anterior (agosto/2009 a julho/2010), de 1.488 km². Os números da organização não governamental repetem a ten-

dência apontada pelo sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que também registrou queda do ritmo de desmate em julho e aumento no acumulado dos últimos doze meses.

A taxa anual de desmate é calculada por outro sistema do Inpe, o Projeto de Monitora-mento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que é mais preciso por avaliar áreas menores. No entanto, apesar da metodologia diferente, a ava-liação do Deter costuma ante-cipar os resultados do Prodes. Em 2010, a área derrubada foi 6.451 km², a menor registrada pelo Inpe desde o começo do monitoramento, em 1988.

Em julho, segundo os dados do Imazon, o estado que mais desmatou foi o Pará, com 38,5 km² a menos de floresta no pe-ríodo, seguido por Mato Grosso,

Page 27: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 27Meio Ambiente

A aprovação do novo Código Florestal Brasileiro, ainda em tramitação no Senado Federal, “não fechará a questão da re-gulação no meio ambiente”, se-gundo entendimento da minis-tra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Mesmo depois de aprovado, a população, os investidores e os gestores ambientais precisa-rão compreender o alcance da política ambiental. “Há muito mais coisas que devem tam-bém ser visualizadas na políti-ca ambiental, que já conta com a compreensão da nova classe

Agricultores e pecuaristas mineiros interessados em ado-tar práticas de baixa emissão de carbono contarão com crédito de até R$ 1 milhão por produtor.

O Programa ABC (Agricultu-ra de Baixa Emissão de Carbo-no) financia projetos de inves-timentos voltados às atividades agropecuárias que permitem a redução da emissão de gases de efeito estufa, entre elas a re-cuperação de pastagem degra-dada, o plantio direto na palha, integração lavoura-pecuária-floresta, plantio de florestas e tratamento de resíduos animais.

De acordo com o secretá-rio da Agricultura do estado, Elmiro Nascimento, iniciativas como o Plano ABC, que possam ajudar Minas Gerais a manter a condição de referência na pro-dução agrícola e pecuária com

sustentabilidade, sempre serão bem acolhidas pelo governo estadual. Nascimento enfatizou que o plano terá a participação da Secretaria e de suas institui-ções vinculadas, principalmente a Emater-MG, por meio de suas unidades em mais de 700 muni-cípios.

“Podemos adiantar que um dos segmentos com a perspec-tiva de ser beneficiado pelas linhas de crédito vinculadas ao plano é a Integração Lavoura, Pecuária Floresta. O sistema de integração possibilita a obten-ção de produtos de alta qualida-de agregada à proteção ambien-tal”, disse o secretário.

Já o secretário adjunto da Agricultura, Paulo Romano, ob-servou que o plano ABC é apre-sentado num momento dife-renciado da produção agrícola,

Agência Brasil

média quanto à necessidade de sustentabilidade no uso dos re-cursos naturais”.

Será necessário, conforme Izabella Teixeira, promover a harmonização da política fede-ral com as políticas estaduais e municipais de meio ambiente.

Entre as questões recorren-tes do momento, a ministra cita os danos dcorrentes do uso de agrotóxicos, “com a agravante de que entram no país até mes-mo por contrabando, e que es-tão sendo repelidos por muitos agricultores.

Para ministra, novo Código Florestal não encerra o processo de regulação das questões

O Brasil é o país que mais consome esses produtos no mundo e são muito sérios os efeitos negativos que vêm cau-sando à saúde da população”.

O debate mundial que está acontecendo sobre o meio am-biente, de acordo com Izabella Teixeira, “tem a ver com o futu-ro do planeta, mais que com o futuro do meio ambiente em si, por isso, o assunto começa a ga-nhar espaço em todas as agen-das sociais no mundo”.

A Amazônia, segundo a ministra, é sempre lembrada como exemplo de patrimônio a ser cuidado, mas é preciso tam-bém que cada um conheça a re-alidade da sua própria cidade, o que está acontecendo com o lixo doméstico, com os rejeitos do comércio e da indústria, que também representam riscos para o meio ambiente.

Danos decorrentes do uso de agrotóxicos estão entre as questões mais recorrentes

Integração de lavoura, pecuária e floresta será beneficiada com linhas especiais de crédito

agora marcado pela sustenta-bilidade. “O que se deve fazer é induzir o produtor a buscar essa linha de crédito especial para ser quitado em condições espe-ciais”, ressaltou.

O crédito vinculado ao Plano ABC poderá dar suporte tam-bém à irrigação, neste caso com linhas específicas para aquisi-ção de equipamentos. Segundo as normas, os recursos vincu-lados às práticas previstas no plano atenderão aos produtores sem distinção de porte. Já os técnicos agrícolas serão os prin-cipais difusores das atividades agropecuárias que proporcio-nem a baixa emissão de carbo-no, além de responderem pelo acompanhamento dos produto-res em todos os estágios para a obtenção do crédito a ser utili-zado nas atividades.

Minas adere à agricultura de baixa emissão de carbono

WILSON DIAS/ABr

Page 28: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201128 Transporte

O transporte de carga por rodovias é algo que pode ser muito perigoso já que, em mé-dia, 35 caminhões tem a merca-doria roubada por dia; no ano passado, o prejuízo foi de qua-se R$ 880 milhões devido a este tipo de ocorrência. Os dados foram divulgados pela Associa-ção Nacional do Transporte de Cargas e Logística.

Para evitar este tipo de ocorrência que tem se tornado cada vez mais comum entre os

operadores logísticos; federa-ções e governo estão trabalhan-do em conjunto, além disso, os frotistas estão recorrendo a al-ternativas como blindagem.

“Para nós, transportadores, os gastos diretos com seguran-ça para evitar o roubo, escolta, isso fora o prejuízo operacional de ter que viajar em comboio e, às vezes, mudar de estra-da para evitar zonas de risco, custam de 10 a 12% de todo o nosso faturamento”, comentou

A Comissão de Viação e Transportes aprovou no iní-cio de setembro proposta que torna obrigatório o registro de tratores e de outros veículos agrícolas e de pavimentação de estradas nos departamentos estaduais de trânsito (Detrans). Atualmente, o registro e o licen-ciamento anual são obrigatórios sempre que esses veículos fo-rem transitar em vias públicas, como estradas e rodovias. A pro-posta altera o Código de Trânsi-to Brasileiro.

O texto aprovado pela comis-são é um substitutivo do relator, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), ao Projeto de Lei 4607/04, do deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR). O relator manteve as alterações previstas na proposta original, colocando-as em uma parte do código que já tratava do registro desses veículos.

A montadora sueca Volvo in-crementa seu portfólio de cami-nhões no Brasil. Acaba de chegar ao mercado a terceira geração da linha VM, tendo como principal característica o aumento das po-tências dos motores, adequados para atender o Proconve P7, lei ambiental que entra em vigor dia 1º de janeiro de 2012.

De acordo com a empresa, o VM que tinha um propulsor de 210cv passa agora a ter um novo, de 220cv. Este modelo, bastante usado em áreas urbanas e em tra-jetos regionais, ganhou um motor de seis cilindros, dois cilindros a mais que na versão anterior.

Já o propulsor do modelo rígi-do que antes tinha 260cv de seis cilindros, chega agora a 270cv. Por último, o motor de 310cv passa para 330cv, o maior aumen-to de potência da linha. No caso dos VMs 330cv 6x4, as mudan-ças proporcionam mais potência e torque, fundamentais, segundo a fabricante, para operações em canteiros de obras.

“Com novas potências e tor-que, o freio motor é mais potente nestas duas opções, garantindo maior velocidade média em desci-da, aumentando a produtividade com maior segurança”, observa Alvaro Menoncin, gerente de en-genharia de vendas da Volvo do Brasil.

A nova linha também oferece opções de caixa de câmbio e eixos traseiros. Além disso, a cabine do VM conta com um novo painel, com todos os comandos ao al-cance das mãos do motorista. No display do computador de bordo, localizado no painel, o condutor tem acesso informações, como o consumo do veículo e aviso de eventuais falhas.

Frotistas começam a blindar caminhõesPaulo Vicente Calef�i, presiden-te da Fetransul (da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Esta-do do Rio Grande do Sul) e da CIT (Câmara Interamericana de Transportes).

No entanto a solução encon-trada por alguns transportado-ras pesa no bolso, só para se ter uma ideia, no Brasil o custo da blindagem de um carro de pas-seio é em média R$ 48 mil, no caso de veículos comerciais o

gasto pode chegar a R$ 80 mil. Christian Conde, presidente da Associação Brasileira de Blin-dagem, con�irmou que há um aumento de procura pelo servi-ço. “A gente não pode dizer que é uma demanda muito grande, mas vem crescendo. Algumas blindadoras estão se especia-lizando neste tipo de trabalho (com caminhões) e já têm uma procura constante”, a�irma.

De acordo com a entidade no ano passado, 7.332 veículos

Comissão da Câmara aprova registro obrigatório para tratores

foram blindados no Brasil, esta quantia inclui todos os tipos de veículos e demonstra um avan-ço de 5,86% em relação a 2009. São Paulo é o Estado com maior índice de roubos de cargas, bem como maior número de blindagem, 66% dos blindados estão em terras paulistas, em segundo aparece Rio de Janeiro com 20% dos veículos, seguido por Pernambuco (3%), Paraná (2%), os outros Estados repre-sentam 9%.

Agência Câmara

Segundo o relator, a inscri-ção de veículos agrícolas e de pavimentação no Registro Na-cional de Veículos Automotores (Renavam) garante informações

sobre os atuais e antigos pro-prietários. “Essa possibilidade é de grande valor para a inves-tigação de furtos ou roubos des-ses veículos e para o controle da

sua revenda ilegal”, a�irmou.A proposta tramita em cará-

ter conclusivo e ainda será ana-lisada pela Comissão de Consti-tuição, Justiça e de Cidadania.

Volvo lança versão mais potente do modelo VM

Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT

Perfi l Profi ssiográfi co Previdenciário - PPP

Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais.

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Page 29: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 29Transporte

As vendas de veículos novos pelas montadoras no mercado interno em agosto foram as me-lhores em comparação com o resultado de igual período dos anos anteriores e em toda série histórica da indústria automo-bilística. Foram comercializadas 327.400 unidades, 6,9% a mais do que em julho e 4,7% acima

Agência Brasil

Produção e vendas de veículos atingem recordeVolume financeiro das exportações também obteve seu melhor desempenho

COMERCIALIZAÇÃO

de igual período do ano passa-do.

No acumulado desde janei-ro, as vendas aumentaram 8%. Esse avanço superou a meta de 5%, prevista pela Associação Nacional dos Fabricantes de Ve-ículos Automotores.

A produção foi 5,9% maior do que a do mês anterior, com

325.326 unidades. Esse volu-me representa um acréscimo de 5,5% em relação a agosto do ano passado e de 4,4% no acumulado do ano. A produção também ultrapassou a meta de expansão de 1,1%.

A indústria automobilísti-ca obteve ainda o melhor de-sempenho do ano em volume

financeiro exportado, com US$ 1,395 bilhão, uma alta de 7,5% na comparação com agosto de 2010 e de 22,2% ante o resulta-do de julho. De janeiro a agosto, as vendas externas movimenta-ram US$ 9,8 bilhões.

No que se refere à quantida-de de veículos exportados em agosto, no entanto, houve uma

queda de 3,5% em relação a ju-lho, com um total de 46.502 uni-dades comercializadas. Na com-paração com agosto de 2010, entretanto, houve elevação de 4,7%.

No acumulado de janeiro a agosto, as vendas externas cres-ceram 5,2% ante igual período do ano passado.

Os bons ares da primavera

CÁ ENTRE NÓS

Por Manelão

A primavera vem chegando e traz com ela a alegria das mulhe-res que visitam a Feira de Flores da Ceagesp, que acontece às ter-ças e sextas-feiras, e desfilam sua beleza na passarela mais perfu-mada e colorida da cidade de São Paulo. No pavilhão MLP é tempo de lírios, orquídeas e jasmins.

Já no pavilhão dos APs, o ver-melho predomina no tomate, na beterraba e no pimentão, mas quem está com o preço ardido mesmo é a pimenta vermelha. Nas frutas, o vermelho também é abundante nas maçãs nacionais e importadas, na goiaba cheia de vitamina C e no toque refinado da cereja da Califórnia. O moran-go também dá a sua contribui-ção, pois o preço está muito bom.

******

Na Escola do Sabor, da Nossa Turma, as crianças já tomaram conhecimento de quatro pro-dutos: mandioca, beterraba, ba-tata doce e chuchu. Este último está na fase final do trabalho. A

galerinha, junto com as estagiá-rias do CQH, já preparou salada de chuchu, suflê e até manjar. A garotada também plantou vários pés de chuchu, que estão se alas-trando cada vez mais pela tela que recobre a cerca da sede da associação.

No dia 12 de outubro, Oswal-do Batista, da empresa Iguape, apoiadora do projeto, é nosso convidado. Ele vai visitar a plan-tação da Nossa Turma e ouvir as crianças contarem histórias e lendas sobre o chuchu. Logo de-pois, Batista falará da importân-cia desse produto, cultivado há décadas por sua família.

*******

Após recebermos a visita da Anvisa, recebemos diversas re-comendações do que deveria ser feito para atender às exigências da vigilância sanitária. Por isso, fomos pedir orientação à nutri-cionista Alessandra, do Banco de Alimentos da Ceagesp. Com o maior carinho, ela foi à Facul-

dade São Camilo e nos conseguiu uma estagiária em Nutrição, que irá nos orientar para melhorar-mos os hábitos alimentares das crianças na Nossa Turma.

A metalúrgica Atlas, sabendo da nossa dificuldade, aparelhou uma parte da cozinha e, assim, vamos atendendo a todas as exi-gências.

********

No Dia das Crianças, o Rotary Club do Alto da Lapa vai preparar um delicioso lanche para a nos-sa garotada e os voluntários do banco HSBC cuidarão das brin-cadeiras. O Instituto da Criança, a Fundação Abrinq e toda a fa-mília de permissionários e ami-gos doarão brinquedos. E José Daniel, o poeta dos carregado-res, irá homenagear as crianças declamando uma poesia de sua autoria, feita especialmente para comemorar a data..

Que Nossa Senhora Apareci-da, padroeira do Brasil, abençõe a todos!

Page 30: Jornal Entreposto | Setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciosetembro de 201130 Apesp

Espaço ApespEspaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo

Apesp realiza assembleia para eleição de conselhos

A Apesp (Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo), estabelecida à Av. Dr. Gastão Vidigal no 1946 - Ed�icio Sede 2 – 2º Andar - Sala 30 - Município de São Paulo-SP, inscrita no CNPJ sob no 04.291.930/0001-00, convoca seus associados para assem-bleia geral a realizar-se no dia 25/10/2011

na sede da Apesp, às 15 horas em primeira chamada

As inscrições para os cargos poderão ser feitas na sede da Apesp no endereço acima, no horário de expediente, das 8h às 17h, através do preenchi-mento de formulário disponív-el na sede, devidamente assi-nado pelo candidato.

Poderão inscrever-se como candidatos todos os associa-dos que estivem em dia com suas contribuições mensais. As inscrições terão inicio no dia 08/10/2011 e encerrar-se-ão no dia 15/10/2011. A lista de candidatos será divulgada a todos os associados de acordo com a classe a que pertençam conforme tabela acima.

Os dados a serem informados na �icha de inscrição são os seguintes:

1. Nome completo do candidato.2. Endereco residencial completo com cep.3. Município e estado de residên-cia.4. Numero da Cédula de Identi-dade.5. Numero do Cadastro da pessoa �ísica.6. Estado civil.7. Empresa da qual é sócio no ETSP.8. Pro�issão.9. Nacionalidade.

com 50% mais um dos asso-ciados e em segunda chama-da, trinta minutos após, com qualquer número de associa-dos presentes, para eleição dos membros do Conselho de Per-missionários e do Conselho Fis-cal da entidade, para o mandato a iniciar-se em 01/01/2012 e a encerrar-se em 31/12/2013. Os cargos a serem preenchidos são os constantes da tabela a seguir:

CARGO

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

Conselheiro Titular

CLASSE

I

II

III

IV

V

VI

VII

VIII

IX

X

XI

XII

SETOR

MFE-A

MFE-B

MFE-C

HF-NAC

HF-IMP

AP’S

MLP - Verduras

AM’S

BP’S

MSC

AM’S-Distribuidoras

Atípicos

Conselho Fiscal

VAGAS

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

3

SETOR VAGAS

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio setembro de 2011 31

Mariana G. Marques

Turismo

Reino Selvagem

Para quem só teve oportuni-dade de ver jacarés e crocodilos pela televisão, tocar um animal desses e até segurá-lo, posando para fotos, pode parecer utopia ou parte de um roteiro de fi lme de aventura.

No entanto, isso é realidade em uma propriedade localizada a 230 quilômetros de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Em pleno Pantanal da região de Miranda/MS, a fazenda Cacimba de Pedra - Reino Selvagem vem se transformando em destino turístico de centenas de turistas estrangeiros que correm até lá periodicamente para ver de perto a criação, em regime de confi na-mento, de 12 mil cabeças de jac-arés-do-pantanal (Caiman crocodi-lus yacare).

Tudo começou em 1980, quando o produtor rural Gerson Bueno Zahdi iniciou seus inves-timentos em pesquisas de re-produção e criação do animal jun-to ao Projeto Jacaré-do-Pantanal Desenvolvendo. Após desenvolver uma tecnologia própria que gerou o surgimento do jacaré precoce (abatido com um pouco mais de um ano de idade e peso de até oito quilos). Na propriedade, além do acompanhamento científi co

nas várias fases do crescimento do animal, o turista tem a opor-tunidade de conhecer toda a ativi-dade do cultivo dos répteis, como a produção de carne e peles. Essa novidade fez com que milhares de visitantes fossem conhecer a cria-ção todos os anos.

A fazenda conta com recep-tivo, restaurante, parque aquático piscina (no formato de um jacaré), pomar, rendário e atividades de acompanhamento da lida com o jacaré e com o gado de corte, po-tencializando o turismo rural em torno das atividades econômicas ainda consideradas principais - a pecuária bovina e a produção de jacarés em cultivo.

A novela Alma Gêmea, exibida pela Globo em 2005, contou com cenas gravadas na fazenda. Nas cenas, a personagem vivida pela atriz Priscila Fantin conviveu com os jacarés de forma muito próxi-ma, assim como os turistas tam-bém podem fazer.

A imagem de local paradi-síaco, selvagem e de aventura atravessou as fronteiras brasilei-ras e ecoa em boa parte da Euro-pa. De acordo com Zahdi, dono da fazenda, atualmente 80% de seu fl uxo turístico são de europeus, principalmente vindos de países como Holanda, Portugal, França e Bélgica.

Para quem acha que visitar a Cacimba de Pedra é apenas ver jacarés, com certeza irá se sur-preender. Tudo começa com a facilidade de acesso. De Campo Grande até lá são duas horas e meia de viagem.

Os turistas têm opções diver-sas de atividades, como a visita ao matrizeiro e ao “berçário” ou células de desenvolvimento. No primeiro, ele tem contato bem próximo com os jacarés adultos, de aproximadamente três metros de comprimento. Na área das cé-lulas, o visitante acompanha as diferentes fases de desenvolvim-ento do animal a partir da eclosão dos ovos capturados na natureza. Neste local os jacarés crescem até por volta de um ano e um ano e meio de idade, quando são aba-tidos.

Também é possível fazer a fo-cagem noturna de jacarés, um es-petáculo fantástico, uma vez que os olhos dos animais refl etem com espantosa naturalidade as luzes emitidas por lanternas ou faróis de automóveis. Mas além do jacaré, o turista acompanha também a lida com o gado bovino (são cerca de duas mil cabeças na fazenda) e pode se aventurar em uma pescaria, porém não é permitida a captura dos peixes, todos eles são levados de volta para a água.

De volta à sede da fazenda é hora de matar a fome. O prato principal, como não poderia de-ixar de ser, é o jacaré. No entan-to, ao contrário do que se possa imaginar, sua carne possibilita o preparo de várias e diversifi cadas iguarias gastronômicas. Isso pelo fato de se aproveitar quase todo o animal: patas, coxas, sobrecox-as, fi lé da cauda, fi le ventral, fi lé dorsal e pescoço. Dos pratos que impressionam podem ser citadas

as “patinhas de jacaré” e “iscas de jacaré” (excelentes tira-gosto), jacaré ensopado, o fi lé grelhado e fl ambado além do exótico sashimi de jacaré.

cativeiroNas criações em cativeiro no

Brasil, hoje já são produzidas 300 toneladas de carne por ano. Em confi namento, aproveita-se toda a carcaça do animal, a pele e toda a carne de seu corpo.

No cativeiro, os jacarés não to-mam sol porque os raios solares estimulam a absorção de cálcio e isso endurece a pele, que perde valor de mercado. Um centímetro de pele de jacaré pode custar até US$ 3 no mercado internacional.

É um negócio que levou o Ib-ama a desenvolver um projeto de manejo sustentável do jacaré em fazendas pantaneiras em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Monitorando os nascimentos, os fazendeiros podem criar fi lhotes em cativeiro, que serão devolvi-dos à natureza. Depois, poderão capturar animais adultos. Para cada dez jacarezinhos soltos, poderão ser abatidos seis adul-tos.

A criação de jacarés também tem agregado valor à terra e valo-rizado o ambiente natural pan-taneiro com a utilização de uma espécie nativa que agora é trabal-hada de forma planejada e com a fi nalidade de lucro.

Dados da Embrapa Panta-nal demonstram que o Pantanal de Mato Grosso é hoje o maior produtor de jacaré do país com 51 fazendas investindo no negó-

cio. O projeto mais recente foi desenvolvido pela Embrapa em Poconé e reúne um grupo de 29 fazendas.

A comercialização dos produ-tos do jacaré - carne e pele - tem sido trabalhada a partir do concei-to de bio-negócio, alavancado pela crescente demanda por produtos orgânicos e ecologicamente inteli-gentes. A ideia é desenvolver a cadeia produtiva do jacaré dentro dos mecanismos de conservação da natureza e, ao mesmo tempo, promovendo o desenvolvimento sócio-econômico no Pantanal.

O bio-negócio é um conceito ligado à venda de produtos que trabalham dentro de normas con-servacionistas e que trabalham também dentro do conceito de produto orgânico, aquele produzi-do dentro de padrões rígidos sani-tários e com a menor interferên-cia possível de produtos tóxicos (para plantas) ou alopáticos (para animais).

O Brasil é hoje o segundo maior exportador de pele de jacaré do mundo. O primeiro é a Colômbia. A carne, no entanto, tem atendido basicamente o mer-cado interno porque só agora es-tão sendo providenciadas as cre-denciais para a exportação. Em breve, todo o Brasil poderá experi-mentar a carne que tem textura de frango, gosto de peixe e uma taxa de gordura que não chega a 2%.

Saiba mais: www.cacimbadepedra.com.br

Fazendas de Jacarés

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