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VALE TUDO nas ELEIÇÕES Em época de eleição, os candidatos resolvem aparecer e estender as mãos ao elei- torado. Um sério problema que surge, nesse momento, é o fato de os eleitores não conhecerem a função específica de cada político. Eles aproveitam o espaço, enchem o povo de esperança e fazem promessas que nem sempre serão cumpridas. Saiba como as redes sociais na internet intensificaram as campanhas políticas e trouxeram bom resultados tanto para os candidatos como para a sociedade. Para aumentar a audiência das propagandas eleitorais gratui- tas, marqueteiros usam e abusam de criatividade para falar dos candidatos e incorporar um conteúdo mais abrangente, com estilo de reportagem. O movimento dos anos 60, que levou jovens a expressar na música e na arte sua revolta pelo status quo, até hoje, ainda é lembrado, fazendo inclusive com que cresça ações para reinventá-lo ainda este ano. Ilustração: Novaes 4 10 6 8 Mídias Sociais nas Eleições Horário eleitoral versátil Era de Aquários 3 Jornal Laboratório do curso de Jornalismo - Ano 2 - Edição 10 - Outubro de 2010 Atualmente filiado ao Partido Verde (PV-AM), ele fala sobre o cenário atual da política no AM. Entrevistamos Marcus Barros Foto: StockPhoto Ìlustração: Google Foto: José Monteiro Foto: Ricardo Oliveira

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Page 1: Jornal Expressão 10 ed. Outubro de 2010

VALE TUDO nasELEIÇÕES

Em época de eleição, os candidatos resolvem aparecer e estender as mãos ao elei-torado. Um sério problema que surge, nesse momento, é o fato de os eleitores não conhecerem a função específica de cada político. Eles aproveitam o espaço, enchem o povo de esperança e fazem promessas que nem sempre serão cumpridas.

Saiba como as redes sociais na internet intensificaram as campanhas políticas e trouxeram bom resultados tanto para os candidatos como para a sociedade.

Para aumentar a audiência das propagandas eleitorais gratui-tas, marqueteiros usam e abusam de criatividade para falar dos candidatos e incorporar um conteúdo mais abrangente, com estilo de reportagem.

O movimento dos anos 60, que levou jovens a expressar na música e na arte sua revolta pelo status quo, até hoje, ainda é lembrado, fazendo inclusive com que cresça ações para reinventá-lo ainda este ano.

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Atualmente filiado ao Partido Verde (PV-AM), ele fala sobre o cenário atual da política no AM.

Entrevistamos Marcus Barros

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Artigo: Ídolos nas eleições

Para que serve Política?

“O povo brasileiro vota pelo carisma do candidato, temos como prova a eleição de Lula e o alto grau de aprovação de sua gestão. Como os candida-tos dessa eleição são pouco carismáticos, o eleitor sente essa falta de opção”.

Quando alguém toca no assunto, muitas pessoas se abstêm à falar, porque consideram que a Política não serve para nada, se não para “encher lingüiça”. Mas as coisas nem sempre são assim.

Política é a arte de governar, de gerir, de organizar. De qualquer forma, todos estão inseridos neste contexto, pois o homem quer queira quer não, é um ser político. Por esse motivo, a equipe do Expressão de-senvolveu uma série de reportagens, a fim de desmistificar a questão.

Nesta edição, se você NÃO sabe, ou não conhece as competências de cada cargo eletivo, disputado em 2010, chegou a hora de se inteirar sobre a função do Presidente da Re-pública, do Governador, Senadores e Deputados (estaduais e federais).

Além disso, você, leitor, vai saber como os mais jovens se compor-tam nessa época eleitoral, quais são suas perspectivas e interesses.

Outro aspecto abordado é a par-ticipação juvenil nos pleitos. Qual o perfil dos jovens candidatos? Quais são suas proposta de governo? Será que a mudança no cenário po-lítico amazonense está em ascen-são? Essas e outras perguntas se-rão respondidas, tudo para que você não fique com dúvidas.

Para os amantes de mídias so-ciais, tem uma reportagem que fala sobre a incorporação dessas novas ferramentas nas campanhas e mos-tra como o método alcançou maio-res proporções.

E o que falar então do formato das propagandas eleitorais gratui-

tas de rádio e televisão? Este ano os marqueteiros resolveram inovar, o que gerou uma mudança de 360 graus. Saíram da mesmice, e ago-ra, os horários parecem mais com grandes reportagens, mostrando a história dos candidatos, principal-mente dos presidenciáveis.

E não para por aí. A entrevista Ping-Pong desta edição é com o doutor Marcus Barros, um influente militante político do Estado. Barros fala da sua visão das Eleições 2010, conta experiências e dá dicas para que haja outras mudanças no ce-nário político atual. Enfim, ele vai co-mentar sobre tudo um pouco.

Então, não pare por aqui! Exis-te muito mais para você. Aproveite bem e boa Leitura!

Essa é a eleição dos artistas. Cantores, apresentadores e humo-ristas são candidatos de Norte ao Sul do Brasil. Alguns vieram juntar-se ao grupo daqueles que fazem da política um palco de teatro. Tudo com direito a máscaras e a palha-çadas. O grupo desses políticos di-ferencia o comportamento em três momentos: antes, durante e depois das eleições.

Antes do ano de eleição surgem os apresentadores com pinta de ad-vogados do povo. São verdadeiros “Robin Hoods”, que tiram dos ricos para saciar os pobres. Eles provam que para ser o mais votado basta fa-zer sensacionalismo com a miséria. As eleições no Amazonas apontam que esses são candidatos de peso.

Durante a campanha, alguns po-líticos revelam todo o talento teatral. Afinal, qualquer artista que se preze distribui beijos e abraços, posa para fotos e, hoje, possui Twitter. Até os mais sérios arriscam um sorriso de-sengonçado. Nesse mesmo período os candidatos se lançam como jor-nalistas. Eles capricham nos textos

e escolhem a melhor paisagem para gravar.

Em Manaus, as fachadas dos hospitais, os terminais de ônibus e as grandes avenidas estão entre os cenários preferidos. O horário eleito-ral gratuito mais parece um jornal com informações históricas e dados estatísticos.

O inverso acontece quando os “artistas” conseguem se eleger. No período do mandato a divulgação é mínima. Muitos desconversam, ou-tros se negam a dizer como e onde são empregados os recursos públi-cos. Eles se esquecem que um dos princípios da Administração Pública é a publicidade. Ora, se é para divul-gar, porque não se faz isso em todas as etapas?

A mídia é um ótimo investimento. Provavelmente os “artistas” abiscoi-

tarão uma considerável parcela de votos nesta eleição também. Pena que os Tribunais Regionais Eleitorais só cassam o registro de quem faz campanha até três meses antes do dia do pleito.

Na democracia, os cidadãos, se-jam eles artistas ou não, têm direito de representar a população. Mas

deveria ser crime utilizar os meios de comunicação como palanque. A propaganda antecipada representa uma deslealdade não só com o elei-tor, mas também com os adversá-rios que tentam se eleger sem tal popularidade.

Enquanto não se toma nenhuma providência, quem almeja ser eleito deve ficar atento, pois, no cenário político é perceptível que antes de ser candidato, é preciso ser um ído-lo.

| Eliena Monteiro, é acadêmica do 7º período de Jornalismo no UniNorte.

Diretor ExecutivoJosemir Silva

ReitoraMaria Hercília Tribuzy de

Magalhães Cordeiro

Pró-Reitora AcadêmicaLeny Xavier Louzada

Pró-Reitor AdministrativoJosé Frota

Diretor FinanceiroFernando Martins

Diretora de Ensino e deGraduação

Maria Izolda de Oliveira Barreto

Diretor de Pós-Graduação e Pesquisa

Tristão Sócrates BaptistaCavalcante

Diretora de ExtensãoJúlia Cristina Silveira

Camilotto

Coordenadores Curso deComunicação

Prof. Gustavo Soranz GonçalvesProf. Márcio Pessoa

Jornalista ResponsávelProf. Leila Ronize

Mtb 179-AM

EdiçãoKelly Melo

Projeto Gráfico e DiagramaçãoKleiton Renzowww.r3nzo.com

RedaçãoBruno Tadeu

Camila HenriquesDiácara Ribeiro

Karina EmmanuelleLarissa VelosoThiago Freire

Willian Pereira

FotografiaSaleyna Borges

Bruno LimaAna Beatriz Bezerra

EXPRESSÃOé o Jornal Laboratório do curso

de Jornalismo do UniNorte, elaborado pela Agência Experi-mental de Comunicação (Agex).

EndereçoRua Hauscar de Figueiredo, 290

- Centro Manaus AmazonasCEP 06020-190

Fone (92) 3212-5053

Edição nº 10 - Outubro de 2010

Jornal Expressão

Editorial

Manaus 19 de Outubro de 20102

Expediente

Izabelly Costa, 21 anos, jornalista. Em referência às estratégias de marketing para convencer os eleitores a votarem.

“Na democracia, os cidadãos, sejam eles artistas ou não, têm direito de representar a população. Mas deveria ser cri-

me utilizar os meios de comunicação como palanque”.

Page 3: Jornal Expressão 10 ed. Outubro de 2010

Jornal Laboratório Expressão - Pela sua vivência na política, até que ponto um político pode atuar sem ‘ferir’ a ideologia de um parti-do?

Marcus Barros: Todo partido tem uma disciplina interna que deve ser cumprida desde que (e aí é uma visão estreitamente pessoal) essa disciplina não melindre a sua integri-dade físico-moral e de relação entre os seres humanos.

JE – Em sua opinião, os filiados devem fazer só o que o partido quer? O senhor já sofreu algum tipo de “pressão” por onde passou?

MB: Não posso fazer tudo o que um partido quer, quando tenho uma individualidade. O PT-AM tentou me pressionar quando deixou de apoiar o Serafim Corrêa, para apoiar o Pra-ciano, na candidatura à prefeito de Manaus, em 2008. Eu me insubor-dinei quanto a isso, o PT me proces-sou, eu recorri, ganhei e fui absolvi-do.

JE - Como o senhor avalia o uso das mídias sociais durante as campanhas políticas? Isso ajuda o eleitor a tirar suas a formar opi-nião sobre os candidatos?

MB: Não. Isso é alienante para o eleitor. É uma compra de votos indireta. É como se eu tivesse uma clínica em um determinado local e buscasse dinheiro do Estado para financiá-la e daí, faço uma central de captação de votos. Para mim, isso é crime eleitoral e aético. Eu ainda tenho o sonho de que na eleição, a captação do voto se dê pelo conven-cimento em cima de propostas. O resto é compra de votos!

JE - Na sua opinião, os candida-

tos mais jovens estão preparados para assumir cargos políticos?

MB: Podem nem estar prepara-dos, mas eles enchem de esperança para a renovação. Entretanto, desde que tragam consigo uma vertente ética e uma perspectiva de mudan-ça. Nós temos que buscar essa al-ternativa na juventude, porque são poucos os políticos que não são jo-vens e que têm o ímpeto da mudan-ça. Então, é mais fácil acreditar nos jovens, nessa idéia de mudar para melhor, de reformar a política e de ter ética política.

JE - A presença de candidatos com vínculo familiar com outros, nos pleitos eleitorais, significa tra-dição política ou mero oportunis-mo?

MB: Oportunismo. Ou seja, o em-preguismo direto. Isso é uma arma-ção familiar, quase uma organização esdrúxula da política. É uma forma de captar votos pela via familiar. Não vejo isso com simpatia, nem um caminho ético. Acho uma armação muito bem programada, mas não deve prestar para política.

JE - A cada eleição surgem no-vas regras do Tribunal Regional

Eleitoral (TRE) para garantir a legi-timação do pleito. Elas são neces-sárias ou restringem a liberdade?

MB: Elas são normativas e aper-feiçoam o processo. A urna eletrô-nica, por exemplo, representa esse aperfeiçoamento. Em 1998 foi feito um estudo comparativo com uma urna eletrônica, na cidade, e uma de pano, no interior. Quando compara-ram, viu-se que surgiram mais votos que eleitores no interior. Quer dizer, foi uma corrupção deslavada. Então, o modelo brasileiro está, cada vez, mais apurado. Prova disso é o movi-mento na televisão contra a compra de votos, o que é bom para a forma-ção da cidadania.

JE – A revolução que o marke-ting proporcionou na maneira de ver os horários eleitorais gratui-tos, com programas muito bem elaborados, traz vantagens ou des-vantagens para o eleitor?

MB: Às vezes essas campanhas criam mentiras, mas o eleitor é sá-bio. Ele pode não ser informado, po-rém, lentamente ele passa por um processo de aprimoramento na sua escolha. Assim, ele consegue sepa-rar o joio do trigo, no caso, a propa-

ganda enganosa. Como já dizia um presidente americano: “Ninguém pode enganar a todos por todo o tempo (...)”. É uma boa maneira de fa-zer política e o eleitor olha para isso. Na medida em que as condições do Brasil melhoram, ele não vai vender o voto e as coisas vão mudar. Na de-mocracia, eu acredito na educação para votar correto.

JE - E quanto a polêmica do hu-mor na política. O senhor acredita que isso pode ser prejudicial aos candidatos?

MB: Isso é ridículo. Existe o se-guinte ditado: “o humor é a expres-são máxima da inteligência”. Logo, não existe humorista burro! Como pode alguém, que tem poder e se sente ridicularizado, colocar como um obstáculo, a expressão máxima da inteligência? Ainda bem que nós conseguimos reverter a mobilização dos humoristas e dos artistas no Rio de Janeiro, que forçou o STF a voltar atrás. O Brasil ficou melhor.

JE - De uma forma geral, o que o senhor acredita ser o fator prin-cipal para o Amazonas despontar, de uma vez por todas, como um Estado de qualidade, em termos políticos?

MB: Educar e informar. Não exis-te outra saída. Tem que educar as pessoas e passar essa informação como educação, mostrando que o voto é uma arma e que isso não se vende, nem se empresta. É o passa-porte para liberdade. Quando você se dá conta dessa importância, você muda o quadro. Votei pela primeira vez há 27 anos, devido a ditadura e, hoje, com 62 anos, vejo uma dife-rença chocante de como as coisas melhoraram.

Jornal Expressão

EntrevistaEducar e informar: esta é a saída para um Amazonas melhor

“Educar e informar. Não existe ou-tra saída. Tem que educar as pessoas e passar essa informação como edu-cação, mostrando que o voto é uma arma...

3Manaus 19 de Outubro de 2010

| Bruno Tadeu

O Amazonense Marcus Luiz Barroso Barros, 62, é um dos mais conhecidos militantes da política local. Formado em Medicina, pela Universidade Federal do Amazonas

(UFAM), é portador de um invejável currículo. Médico, pesquisador, professor universitário há mais de três décadas, Marcus Barros é um referencial. Já liderou Instituições de peso como Universida-de Federal do Amazonas (UFAM), Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (INPA), Fundação de Medina Tropical do Amazonas (FMT-AM), entre outras. No Amazonas, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) e atualmente é filiados do Partido Verde (PV-AM).

Em entrevista à equipe do Expressão, Barros fala sobre as elei-ções 2010 e comenta sobre o atual cenário político local. Ele não exita em fazer críticas, mas também dá sugestões para que haja mudanças. Quer saber mais? Confira agora mesmo:

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Umas das datas mais im-portantes do Brasil, a

eleição 2010 já tem dia definido: 3 de outubro. É nesta data que os cidadãos vão decidir quais se-rão seus representantes políti-cos pelos próximos anos.

Mas nem todos conhecem as responsabilidades dos candi-datos, que vão assumir uma ca-deira, seja na Assembleia Legis-lativa, Congresso Nacional ou no Palácio do Governo. Além disso, milhares de brasileiros ainda não sabem em quem vão votar.

A estudante universitária Amanda Paes, 22, acompanha as eleições pelos telejornais no-turnos, mesmo assim, faltam-lhe informações. “Estou displicente com relação às propostas dos candidatos. Preciso me informar mais”, confessa ela, que trabalha oito horas diárias como auxiliar de cadastramento de carteiras estudantis.

No trabalho, Amanda observa os comentários dos estudantes e afirma que na maioria dos casos o assunto é política. “O que mais ouço dos adolescentes e jovens é que estão sem esperança e vão votar apenas por votar”, con-ta. “Mas eu vou votar consciente e, para isso, quero me informar melhor, porque tenho esperança de governos sérios, que façam algo pela população”, concluí a estudante.

Eleição é uma extensão da democracia

Pela Constituição Federal do Brasil, existem três poderes es-tabelecidos: Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Ju-diciário. No caso do Legislativo, uma pessoa só pode assumir um cargo, se escolhido via votação popular.

O Cientista Político Jack Sera-fim, explica que os três poderes trabalham juntos. Do fruto des-

se trabalho, dependo o futuro do país. “O Presidente é quem exe-cuta todas as políticas públicas, veta ou promulga leis, e pode de-clarar guerra, em caso de ame-aça estrangeira. Para auxiliá-lo nessas decisões, cada estado escolhe três representantes, os Senadores. Eles autorizam ou não as indicações do Presiden-te, para cargos estratégicos e podem, ainda, julgar ou conde-nar, tanto o Presidente quanto o vice, se necessário”, disse.

Para criar ou ajustar as leis, que conduzem as decisões no país, estão os Deputados Fede-rais. O direcionamento de ver-bas para os Estados depende, especialmente, da atuação des-ses representantes.

Já Deputados Estaduais atu-am semelhante aos Federais, mas no âmbito do Estado. “Tan-to os Federais quanto Estaduais são, teoricamente, representan-

Jornal Expressão

Deputados, senador e presidente: que bichos são esses?

Manaus 19 de Outubro de 20104

Educação política

| Diárcara Ribeiro

- Pessoas condenadas por crimes graves como: racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas. No entanto, podem pedir a suspensão da liminar de inelegibilidade. Neste caso, o processo a que responde será julgado com prioridade pelo tribunal responsável.

- A lei inclui também parlamentares que renunciaram ao cargo para evitar abertura de processo por quebra de decoro, ou por desrespei-to à Constituição e fugir de possíveis punições. O período que impede a candidatura passou a ser de oito anos.

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Você sabe qual a função dos candidatos eleitos em 2010?

Quem não pode ter o registro de candidato?

“Vê se está sendocompridas as normas e as

leis. Um Deputado Estadual

verifica o que ocorre dentro

do Estado e o federal é em

nível nacional, né?”

“Sou um pouco leiga no

assunto. O deputado que vai

batalhar na Assembléia pelo

direito do povo, os senadores

vão trabalhar no senado”

“No caso dos deputados estaduais é fiscalizar o poder público para melhor dirigir os recursos do governo e, aplicá-los em prol dapopulação”

“Não conheço não.Mas já ouvi falar o quecada um deles faz”

Mircilene Martins, Nutricionista Manuel Araújo, Comerciante Roberta Ketlen, Professora Maria do Carmo, Comerciante

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tes do povo no Governo, que nor-matiza e viabiliza os interesses do país ou do Estado”, esclarece.

De acordo com o cientista, o voto é importante porque deter-minará quem vai organizar o país, o estado e o município. “O voto deve ser consciente, motivado por ideais. Mas é claro que quem possuir mais aliados fortes, leva a melhor”, opina Serafim.

Ficha Limpa para garantir transparência

Criado a partir da iniciativa popular, o projeto Ficha Limpa, surgiu de uma necessidade ex-pressa na própria Constituição Federal de 1988, que determina a inclusão de novos critérios de inelegibilidades, considerando a vida pregressa dos candidatos.

Assim, o objetivo da Ficha

Limpa é garantir a transparência das ações dos candidatos, tanto na aquisição de bens, quanto em gastos em campanhas, envolvi-mento em processos, e outros aspectos. Essa lei aumenta as si-tuações que impedem o registro de uma candidatura.

Para o funcionário público Re-

gino Rodrigues, 47, “esse projeto foi um dos melhores já votados”. Ele conta que só não assinou a favor porque desconhecia o caso. “Essa lei veio para beneficiar mais ainda o cidadão”, conclui.

Para Cientista Político Jack Serafim, a Ficha Limpa e a Fide-lidade Partidária representam avanços significativos para o pro-cesso eleitoral. “O Brasil é uma democracia jovem, que começa a moralizar um momento, onde os interesses coletivos devem reger as decisões”, acredita.

“Quando for votar, atente para sua primeira impressão, porque o resto será publicidade. E não esqueça de analisar bem as propostas de seu candidato”, aconselha o cientista.

Em 2010, o cidadão precisa estar atento a quantidade de nú-meros que terá que teclar. Para Presidente e Governador, são dois dígitos; Senador, três; Depu-tado Federal, quatro, e Deputado Estadual, cinco dígitos.

Além de contribuir para eleger o cacique do país e do estado, o Amazonas ainda deve eleger mais dois senadores, sendo que cada estado possui três repre-sentantes nessa esfera, o que totaliza 81 no Senado Federal.

Junte-se a isso, a escolha dos Deputados Federais que depen-de do tamanho populacional de cada estado. Atualmente, o Ama-zonas tem oito deputados Câ-mara Federal, que por sua vez, possui 513 representantes. Na esfera estadual, a quantidade de Deputados passa para 24.

Deputados, senador e presidente: que bichos são esses?

Jornal Expressão 5Manaus 19 de Outubro de 2010

É o chefe de estado. Atua em todo terri-tório nacional, sendo o representante do Brasil para os demais países. Aprova, ou não, as ações do Senado, da Câmara Federal e dos Estados. Nomeia Ministros e Embaixa-dores, como também comanda as Forças Armadas.

Fica reservado às funções de exercer a Lei do Estado, formar equipe técnicas de se-cretários em diversas pastas, além de tomar decisões sobre obras, projetos e programas vinculados ao governo estadual

Tem mandatos de oito anos, e estão no Congresso Nacional para representar a sociedade. A Lei, para ser aprovada, tem que passar tanto pelo Senado quanto pela Câmara dos Deputa-dos.

Elaborando leis para todos os municípios do estado. Deve fiscali-zar as atividades do governador do estado, e aprovar ou não, o orçamento estadual que será empregado para projetos e ações nas áreas de educa-ção, saúde, trabalho, emprego e infra-estru-tura.

Tem a mesma função dos Deputados Esta-duais, mas na esfera nacional, ou seja, fiscalizam e elaboram projetos e leis para os estados brasileiros e fiscalizam os recursos da Presidência da República.

PRESIDENTE GOVERNADOR SENADOR DEP. ESTADUAL DEP. FEDERAL

Apesar de ter acesso às informações sobre de propostas de governo, muitas famílias ainda não sabem em quem irão votar no dia 3 de outubro

Você sabia que a função do político após eleito, é cargo público, e portanto é subordinado ao povo que o elegeu? Saiba o que cada deve fazer:

A esperança de um futuro melhor esbarra na falta de conhe-cimento sobre as responsabilidades dos candidatos que vão assumir uma cadeira, seja na Assembleia Legislativa, Con-

gresso Nacional ou no Palácio do Governo”.

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Jornal Expressão Manaus 19 de Outubro de 20106

“Todos nós queremos mudar o mundo”. A famosa frase da música Revolution, dos The Beatles, retrata bem o inconformismo dos jovens no final dos anos 60, que motivados pelo cerceamento da liberdade, cria-ram um sentimento de revolta, que se manifestou em diversos campos da arte, especialmente na música.

Os hippies, são os principais sím-bolos da contracultura.Também co-nhecido como Underground, o senti-mento psicodélico, o naturalismo, a filosofia do ‘cair fora’, a cultura mu-sical, as roupas e adornos exóticos permanecem, até hoje, no cotidiano dos jovens atuais.

Mas porque, ainda hoje, há tanto encantamento pela Era de Aquarius? Para Daniel Cohn Bendit, político ale-mão e um dos líderes de movimento estudantil, a contracultura é um mo-vimento permanente.

De acordo com o historiador Ri-cardo Gomes, o movimento norteia o jeito de ser da juventude. “A filo-sofia hippie quebrou os parâmetros

impostos pela sociedade. E o ser hu-mano tem sede por mudanças e por movimentos de caráter revolucioná-rio”, fala o historiador.

Segundo ele, os jovens têm a ten-dência de querer melhorar tudo em sua volta e por isso, o movimento in-flui no comportamento deles.

Para Vanussa Homobono, psicó-loga, a oposição é que gera a atra-

ção. “Os movimentos culturais da juventude ocorreram em prol de mudanças. Isso atrai os jovens atu-ais a se inspirarem nesse comporta-mento. Assim, surgem também os modismos”, afirma a especialista.

A história

Em meado dos anos 60, nos Es-tados Unidos, surge um movimento liderado por jovens de classe média contra a sociedade vigente da épo-ca, o que os analistas sociais deno-minaram de contracultura.

O tradicionalismo familiar, que delimitava as atitudes dos jovens, a sociedade repressora em que vi-

viam e os conflitos que ocorriam no mundo, despertou atitude de rom-per com a ordem.

“Historicamente, o movimento representou uma nova forma de perceber o mundo e de interagir com os elementos construtores da

cultura”, afirma Gomes. A guerra do Vietnã, o preconceito e violência ra-cial criaram nos jovens o desejo de “eu quero cair fora”. Cair fora da fa-mília, da sociedade, do materialismo, da realidade e viver em um mundo alternativo, diferente do comum.

Foi a partir da contracultura que as pessoas passaram a questionar seus valores, enquanto seres políti-cos e sociais. A contracultura con-quistou adeptos de todas as partes do mundo, como os estudantes de Paris, que com a frase “é proibido proibir”, expressavam seus idéias perante a sociedade.

O hippie de hoje

A sede de mudanças, o espírito revolucionário e, principalmente, o status social do hippie parece ter mudado de postura nos dias atuais. Eles continuam por aí, mas com pen-samentos e atitudes que ora lem-bram aqueles que viveram no fim dos anos 60, ora fogem do contexto em que eram inseridos.

Comportamento

500 mil pessoas foram ao Woodstock Music & Art Fair realizado entre 15 e 18 de agosto de 1969 na fazenda Bethel, no estado de Nova York (EUA)

Viva a Sociedade ALTERNATIVA| Geísa FrohlichEspecial para o EXPRESSÃO

Além de ser um movimento de oposição a cultura da época, a contracultura também pode ser considerada uma questão política

“A filosofia hippie quebrou os parâmetros im-postos pela sociedade. E o ser humano tem sede por mudanças e por movimentos de cará-

ter revolucionário”

Page 7: Jornal Expressão 10 ed. Outubro de 2010

Cleudson Souza, 34, vive como andarilho há 10 anos. “Depois de ter sido monge, encontrei na filo-sofia hippie, meu modo de viver. Já percorri muitos lugares do Brasil e do mundo, produzindo e vendendo artesanato, esculturas de gesso, fazendo malabarismo e vivendo em total liberdade”, conta

“Continuamos como uma cultura a parte da sociedade. Mas o cabelo, o modo de falar e a aparência cau-sam espanto nas pessoas. Mesmo assim, tenho orgulho de ser fruto de uma geração que teve a coragem de sair do meio da sociedade e criar sua própria filosofia de vida. Viva a sociedade alternativa”, completa.

Francinete de Almeida, 50, se diz uma ex-hippie. “Minha família era desestruturada. Então, aos 13 anos, decidi cair na estrada”, lem-bra. A dona de casa diz que chegou a vender artesanatos para sobrevi-ver.

E se não vendesse nada, quando sentia fome, o jeito era “sair mange-ando”. Francinete pedia ou trocava seus artesanatos por um prato de comida. “Quando o dono do restau-rante não queria, o jeito era lavar as louças em troca de alimento”, asse-gura.

De acordo com os autores Anto-nio Carlos Brandão e Milton Feman-des Duarte, no livro “Movimentos culturais de juventude”, a contracul-tura foi como um sonho que durou apenas uma noite, mas também um dispositivo que despertou as pessoas.

Outros movimentos revolucioná-rios surgiram como o movimento feminista, que permitiu que as mu-lheres tivessem mais espaço na sociedade, as questões ecológicas, os assessórios e as roupas que tive-ram suas idéias transformadas em mercadorias e o desenvolvimento da indústria fonográfica e cinema-tográfica.

No Brasil, o grupo Opinião se ex-pressava no teatro. Na música, os Novos Baianos, Mutantes e Rita Lee cantaram a repressão. A imprensa alternativa era representada pelo Pasquim e pela revista Rolling Sto-ne.

Jornal Expressão 7Manaus 19 de Outubro de 2010

Viva a Sociedade ALTERNATIVAAlém de ser um movimento de oposição a cultura da época, a contracultura também pode ser considerada uma questão política

Um dos principais marcos da contracultura foi o festival de Woodstock, em 1969. Embala-dos por Janis Joplin, Jimi Hendrix e outros importantes nomes da música, cerca de 500 mil pesso-as reunidas em uma fazenda na cidade de Bethel, em Nova York, comemoraram o anúncio da era de Aquarius. Foram três dias de paz, amor e muito rock’n’roll.

Em comemoração aos 40 anos do festival, Eduardo Fisher, publicitário e proprietário do gru-po TotalCom, tentou (e quase conseguiu), em 2010, os direi-tos para a realização do Woods-tock no Brasil. Segundo Liliane Cavalcante, assessora da Total-Com, além de reviver a famosa época, o evento abraçou o lema da sustentabilidade. As inúmeras reuniões realizadas no exterior e postadas no twitter de Fisher acabaram não tendo sucesso. O festival de Woodstock acontece-rá, mas não com esse nome.

Em outubro, o Start With You: Começa com você (SWU) coloca-rá o lema da conscientização em

ação. O pensamento voltado para cuidar do planeta e diminuir os estragos feitos pelo homem, es-tar próximo a natureza e ao som de nomes como Link Park, Joss Stone e Kings of Lion, relembram a união e a vontade de mudanças dos jovens da década de 60/70.

De acordo com informação do site do festival, o SWU quer mo-bilizar o maior número de pesso-as, para uma atitude sustentável, através da música. Mesmo quem não vai ao festival, em ltú (SP), pode participar do movimento pelo Twitter, Facebook, Orkut e pelo site da SWU.

Curiosidades

# A vida da cantora Janis Jo-plin está em pré-podução para ser encenada no cinema. Ferna-do Meirelles é o mais cotado para dirigir o longa. A revista america-na Rolling Stone anunciou que a atriz Amy Adams viverá a roquei-ra nas telas. Os produtores pre-tendem iniciar as gravações em 2011.

# Baseado em fatos reais, o

filme “Aconteceu em Woodsto-ck”, conta a história da fazenda de Ëlliot, que serviu de palco para o festival.

# O site da revista Bravo, apon-ta que boa parte dos jovens atu-ais, tem como preferência musi-cal ícones da década de 60 e 70, como The Beatles, Jim Morrison, e Secos e Molhados, símbolo mu-sical do movimento no Brasil.

# Bob Dylan: estava nego-ciando para tocar, mas desistiu depois que seu filho ficou doente. Ele também estava insatisfeito com o número de hippies acam-pando perto de sua casa, no local onde o festival ocorreria original-mente.

# The Doors: considerado como uma alternativa, cancelou sua aparição no último momento; de acordo com o guitarrista Rob-bie Krieger, eles recusaram pois pensaram que aquela seria mais uma “imitação de segunda cate-goria do Monterey Pop Festival”, mais tarde se arrependendo da decisão.

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O Horário Eleitoral Gratuito é uma das principais manei-

ras para candidatos apresentarem suas propostas de governo. O pro-blema é que nem todos os eleito-res se dispõem a assistir o que os partidos ou coligações oferecem. Para mudar essa idéia, as agências de publicidade investem, cada vez mais, na qualidade e na criativida-de das propagandas. Hoje em dia, ao ligar a tevê no horário político, o telespectador se depara com ver-dadeiras reportagens, que mais parecem ter saído do Fantástico do que uma simples proposta de governo. Mas será que isso influen-cia no voto do eleitor? Será que o candidato, com uma propaganda atraente e bem produzida, tem vantagem sobre aquele que conta apenas com um “bordão” de efeito? E qual o impacto do marketing nas campanhas presidenciais?

Muitos eleitores não conside-ram essa exposição midiática como determinante em uma eleição. É o

caso da jornalista Izabelly Costa, 21 anos. Para ela, o horário político não faz diferença alguma em seu voto, definido por outros critérios.

A cada dois anos, novos perso-nagens e velhos conhecidos apare-cem no horário nobre da televisão e do rádio pedindo votos. Para evitar o marasmo e o distanciamento dos

eleitores, os candidatos, por meio de suas Coligações e partidos, bus-cam o que há de melhor na publi-cidade. Afinal, uma boa imagem é meio caminho andado para o su-cesso nas urnas. Porém Izabelly não se deixa levar por esse lado da campanha política – ela vota em

candidatos cujos antecedentes co-nheça e que já tenha escolhido para outros cargos anteriormente, sem se decepcionar.

Para o publicitário Daniel da Silva, o marketing pessoal é funda-mental em uma campanha: “Um dos principais adjetivos que um po-lítico tem que ter é a simpatia, pois

isso torna qualquer conversa, entre ele e o seu futuro eleitorado, em uma persuasão de voto”, defende ao considerar que a ‘super produ-ção’ é uma arma para conseguir mais votos. De acordo com Silva, o marketing pessoal tem uma sé-rie de características como o bom

relacionamento com as pessoas, educação e sinceridade. Junte-se a isso, a forma de se apresentar, a postura e entonação da voz, que faz com que o conjunto desses itens o tornem mais sociável e próximo do eleitorado.

O exemplo mais bem sucedido, nesse sentido, é o do atual Presiden-te da República, Luís Inácio “Lula” da Silva, eleito duas vezes com grande trabalho dos marqueteiros do Partido dos Trabalhadores (PT). Se você procurar um vídeo de Lula em 1989, e outro dele em 2002, verá que a diferença é gritante no seu comportamento. Se antes, ele adotava uma postura radical e até mesmo anarquista, que limitava seu eleitorado, hoje sua imagem ganhou retoques – ternos Armani, discursos com conteúdo mais uni-versal e projetos mais realistas.

Agora Lula passa o bastão para um dos nomes de maior destaque em seu Governo, Dilma Rousseff. O programa da presidenciável fala

Jornal Expressão Manaus 19 de Outubro de 20108

Propaganda

| Camila Henriques

“Varre, varre, vassourinha”. Essa era a promessa de Jânio Quadros em 1960: “varrer” a corrupção. Porém, depois de eleito, ele foi “varrido” de Brasília

Grandes produções ganham espaço nas propagandas eleitorais 2010Agências de publicidade inovam a cada eleição com Jingles e Vídeos mais criativos e a história mostra que essa criatividade tem feito políticos vitoriosos e até perdedores

Se houver uma comparação de um vídeo do Lula de 1989, com outro de 2002, é possível ver a diferença no seu comportamento. Antes, ele adotava uma pos-

tura radical, hoje usa ternos Armani.

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do óbvio com criatividade, fugindo da mesmice e não se prendendo aos paradigmas característicos do horário eleitoral. A forte presença de Lula também foi pensada pela sua equipe de divulgação. O cien-tista político Gilson Gil, professor de mestrado na Ufam, reconhece que Lula é fundamental na estraté-gia de Dilma: “Lula tem alto índice de aprovação – isto é o ponto de partida na campanha da candidata do PT. Tudo é feito para apagá-la, e mostrar apenas Lula. Se fosse pos-sível, botariam apenas ele no ar.” Izabelly concorda: “O povo brasileiro vota pelo carisma do candidato, te-mos como prova a eleição de Lula e o alto grau de aprovação de sua gestão. Como os candidatos dessa eleição são pouco carismáticos, o eleitor sente essa falta de opção. Nesse sentido se apadrinhar e aproveitar o carisma de uma outra

figura política (que tenha se legiti-mado) é uma boa estratégia políti-ca, e podem conseguir votos impor-tantes.”

E os ataques pessoais nas pro-pagandas? Daniel e Izabelly concor-dam que são desnecessários e sina-lizam desespero tanto do candidato quanto da sua equipe. A desembar-gadora Maria Socorro Guedes faz coro com os dois “O ataque pessoal ao invés de melhorar o discurso, o empobrece. Esse tipo de atitude vem muitas vezes do fato de que o candidato A não está muito bem (nas pesquisas), então age dessa maneira com o intuito de diminuir o percentual em relação ao outro.” Para Maria, o programa eleitoral dos candidatos deve conter propos-tas concretas, ao invés dessa tática tão usada a cada 2 ou 4 anos.

Mas será que uma campanha pautada apenas em propostas dá

certo? Uma grande parcela da po-pulação assiste as propagandas eleitorais apenas para rir, seja do nome do candidato, seja de seu bor-dão ou de seu jingle. Daniel da Sil-va afirma que uma frase de efeito não susbstitui uma campanha bem produzida, e Maria Socorro diz que uma campanha sem propostas “é uma casa sem alicerce, é um con-junto”.

E, no final das contas, o horário eleitoral gratuito (que na verdade, é pago) é necessário? Izabelly Costa vê sua utilidade em auxiliar os indecisos, porém não se deixa influenciar pelo que é dito em alguns segundos na televisão, em um cenário escolhido a dedo pelo grupo responsável pelo ma-rketing do candidato. Afinal, é sempre bom lembrar que propaganda eleitoral é, como o nome diz, uma propaganda. É um produto a ser vendido. Portanto, senso crítico é fundamental.

Trocando em miúdosApesar de ser chamada Propa-

ganda Eleitoral Gratuita, ou Horário Eleitoral Gratuito, para os cofres públicos, o investimento custa caro. Para se ter uma ideia, em 2010, a Receita Federal prevê que todas as emissoras de rádio e televisão do país deixem de pagar mais de R$ 851 milhões em impostos. Isso acontece porque os veículos de co-municação recebem isenção fiscal, para fazer a transmissão da propa-ganda partidária, que não é paga pelos partidos, coligações ou can-didatos. Dessa forma, o governo compensa as perdas das empre-sas de comunicação que deixam de receber anunciantes para veicu-larem as propagandas. É como se cada brasileiro pagasse R$ 4,44 para se manter informado sobre os candidatos e os partidos.

Jornal Expressão 9Manaus 19 de Outubro de 2010

Grandes produções ganham espaço nas propagandas eleitorais 2010Agências de publicidade inovam a cada eleição com Jingles e Vídeos mais criativos e a história mostra que essa criatividade tem feito políticos vitoriosos e até perdedores

Linha do tempo: Bordões que marcaram eleições

“Brasília nunca mais será a mes-ma” – Clodovil Hernandes deixou seu recado em 2006, quando foi eleito deputado federal.

“Meu nome é Enéas!” – O mítico candidato do PRONA tinha apenas alguns segundos no horário eleito-ral para “grudar” seu nome.

“Pior que tá não fica” – O slogan de Tiririca é a epítome da ironia, e precisou de pouco tempo para “pegar”.

“Deixa o homem trabalhar!” – Frase usada como mote para a reeleição de Lula, em 2006.

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Jornal Expressão Manaus 19 de Outubro de 201010

Eleiçoes 2.0

As eleições deste ano serão marcadas, no Brasil, pela

entrada da internet como recurso comunicativo dos candidatos e um meio de contato direto com os elei-tores. As campanhas feitas através das redes sociais ganham mais im-portância e abrangência, porém, não foi aqui nas terras tupiniquins que tudo isso começou.

Se um jovem de 16 a 24 anos, tem a internet como principal veícu-lo de comunicação, qual meio vai lhe criar maior impacto? Este é o pen-samento dos marqueteiros, que pre-tendem obter ganhos significativos, por meio da internet.

Enquanto na televisão um candi-dato a Deputado Federal dispõe ape-nas de segundos para falar aos elei-tores e pedir votos, no espaço online, não é da mesma maneira, pois não há limite de tempo.

No online, o candidato expõe seu projeto, interage com o eleitor e pode dizer porque se considera apto para assumir o cargo que disputa. Ou seja, este ano os jovens participarão mais ativamente sobre nas campanhas, tendo mais acesso as propostas e ainda opinando em relação a elas.

“São diversos de internautas, en-tre eles blogueiros, twiteiros e todos esses outros ‘eiros’ que surgiram com os novos sites. Sei que tem muita gente estudando sobre como nós nos relacionamos e encaramos esses tipos de decisões, mas quem você acha que entende mais da nos-sa vida online, se não nós, que esta-mos ali todos os dias e presenciando tudo o que acontece?”, indaga a es-tudante Adriane dos Santos, 19, que se diz “viciada” em internet.

Segundo ela, diariamente a sua caixa de entrada fica lotada de men-sagem dos políticos. “Recebo várias propagandas por dia. Isso é bom, na medida em que nos ajuda a escolher um bom candidato e os deixam mais próximos da sociedade ”, afirma, ape-sar de, para ela, ainda ser uma forma de marketing em desenvolvimento no Brasil. “Acredito que futuramen-te as campanhas na internet terão mais peso nas eleições“, disse.

| Willian Pereira

As mídias sociais vieram com tudo nessas eleições e prometem ser um recurso a mais para os candidatos

A vez da internet: campanhas eleitorais onlineApesar de serem promissoras, as propagandas nas redes sociais, este ano, ainda não serão suficientes para colher sucesso nas urnas

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Nem tudo são flores

Mas nem todas as pessoas con-cordam com a nova forma de fazer política. Há também aqueles que criticam a propaganda, por acredita-rem que elas invadem um meio que deveria ser exclusivo para relaciona-mentos.

Markos Henrique, 21, é um des-ses. Ele explica que sendo permitida a propaganda pela internet é neces-sária mais fiscalização, por parte dos órgãos competentes. “Sem fis-calização fica muito fácil comprar vo-tos, fazer promessas e cometer vá-

rios outros crimes eleitorais”, avalia. Para ele, a facilidade de tirar do ar as promessas e as propostas feitas durante o período eleitoral é outro quesito que deve ser avaliado.

Apesar dos riscos, o poder de convencimento acaba é relativiza-do. Apenas candidatos presentes e “ligados” em seus espaços na web terão a preferência dos jovens inter-nautas, que buscam interatividade mútua. Em geral, a rede mundial de computadores caminha para se tor-nar um canal influente para as dis-putas políticas, que estão cada vez

mais acirradas.

Embora os cenários sejam pro-missores, estar presente nas redes sociais, este ano, ainda não será suficiente para colher sucesso nas urnas. Ainda é muito cedo para co-mentar sobre a real chance de as campanhas online serem responsá-veis por uma grande alteração no resultado final. Será preciso ama-durecer a idéia, montar estratégias criativas e inéditas e utilizar mensa-gens customizadas para cada tipo de público que se pretende atingir.

Jornal Expressão 11Manaus 19 de Outubro de 2010

Estima-se em 31,7 milhões de usuários de mídias sociais no Brasil (Fonte: Ibope Nielsen Online/Fevereiro)

Twitter de Tiririca, candidato mais votado para Deputado Federal (SP), com R$ 1 milhão de votos: social media

Canal de vídeo no YouTube do então candidato Barack Obama,

hoje presidente dos EUA

A vez da internet: campanhas eleitorais onlineApesar de serem promissoras, as propagandas nas redes sociais, este ano, ainda não serão suficientes para colher sucesso nas urnas

Não foi aqui na terra dos Tupi-niquins que tudo isso começou. Em 2008, nos Estados Unidos, Barack Obama usou a estraté-gia, o que lhe trouxe bons resul-tados. O candidato democrata investiu pesado na internet, con-tratando marqueteiros digitais renomados.

Mídias sociais como Facebook, Twitter e You tube, foram os principais meios de divulgação. A tática de Obama deu tão cer-to, que influenciou boa parte dos candidatos brasileiros, os quais estão de olho nos mais de 30 milhões de eleitores com acesso a internet.

Com a reforma na legislação eleitoral, aprovada no ano passa-do, os candidatos passam a ter a chance de usar recursos da web, para ampliar o alcance das suas propagandas e aumentar a participação do eleitorado nos debates políticos.

De acordo com a nova legisla-ção, a criação de perfis em sites de relacionamento e o envio de e-mails são livres. Contudo, as propagandas deverão conter um mecanismo que permita o descadastramento, em até 48 horas. Caso a solicitação não seja cumprida, o responsável po-derá pagar multa de R$ 100 por cada mensagem.

Onde tudo começou...

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Jornal Expressão Manaus 19 de Outubro de 201012

“A Dança dos Botos & ou-tros mamíferos”

Para quem deseja conhecer um pouco mais sobre a história política do Amazonas deve ler “A Dança dos Botos & outros mamíferos”, do jornalista Or-lando Farias, editor do Blog da Floresta.

Em sua obra, o Jornalista faz uma narrativa de fatos que marcaram a política Amazonen-se desde o maior movimento popular da Amazônia, em me-ados das décadas de 30 e 40 do século XVIII – A Cabanagem, passando pelo movimento te-nentista de 1924, liderado pelo Tenente Ribeiro Júnior.

O livro é rico em informa-ções da nossa história políti-ca, registra com precisão as pernadas e rasteiras dadas e sofridas pelos políticos da oli-garquia Baré. A maior ênfase fica por conta do período da maldição da rodela, época em que Gilberto Mestrinho e seu grupo, passam a comandar os destinos do Estado do Amazo-nas. O autor testemunha como reporter os fatos e bastidores dessa trama de rodízio, onde apenas três pessoas ocuparam o governo nos últimos 27 anos.

Kelly Jheniffer Santos de Melo

Estudante de Jornalismo

Seca

Morre um dos últimos cangaceiros pertencente ao grupo de Lampião, e sua mulher Maria Bonita, em Belo Horizonte. José Antonio Souto, mais conhecido como ‘Moreno’, tinha 100 anos e morava em BH desde 1940.

O Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (INPA) comemorou 56 anos de existência, promovendo, des-de o princípio, conhecimento cientí-fico em todas as áreas do conheci-mento. Na comemoração, houve um minuto de silêncio, homenagem aos servidores que faleceram no último ano, hasteamento da Bandeira Na-cional e a presença da Banda do Co-mando Militar da Amazônia (CMA).

Lampião

Aniversário

Dica de LeituraCangaço

Após um ano do registro da maior seca da histó-ria do Amazonas, agora o estado passa por umas das mais fortes estiagens registradas desde 1963 e 2005. Estima-se que mais de 3 mil pessoas isoladas.

Depois de muitas reivindicações, Supremo Tribu-nal Federal libera humor nos programas de Rádio e Televisão. A resposta positiva para os humoristas veio no dia 2 de setembro, após o Ministro do STF, Carlos Ayres Brito, considerar a restrição da Lei Elei-toral um cerceamento da liberdade de expressão.

Humor Liberado

Foto: Divulgação

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