20
Escola Cooperativa V.S. Cosme - Didáxis Número 76 Outubro 2009 ENTREVISTA Paulo Oliveira O sonho de ser... Jogador de Futebol p. 05 p. 15 DIA DO DIPLOMA Descobrir a Minha Escola Feira do Livro p. 03 Semana do Movimento p. 12 A semana de 13 a 16 de Julho foi especial para to- dos os alunos que em Setembro entraram para o 5º ano de escolaridade. Esta iniciativa sob o mote “Des- cobrir a minha escola” permitiu aos futuros alunos da Didáxis um primeiro contacto com a nossa Escola. p. 17 11 de Setembro, o dia em que os nossos ex-alunos do 12º ano comecaram a concretização dos sonhos.

Jornal O Vale - Número 76

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal O Vale - Número 76

Citation preview

Page 1: Jornal O Vale - Número 76

Esco

la C

oope

rativ

a V.

S. C

osm

e - D

idáx

isN

úmer

o 76

Out

ubro

200

9

ENTREVISTA

Paulo Oliveira

O sonho de ser...Jogador de Futebol

p. 05

p. 15

DIADO DIPLOMA

Descobrir a Minha Escola

Feira do Livro p. 03

Semana do Movimento p. 12

A semana de 13 a 16 de Julho foi especial para to-dos os alunos que em Setembro entraram para o 5º ano de escolaridade. Esta iniciativa sob o mote “Des-cobrir a minha escola” permitiu aos futuros alunos da Didáxis um primeiro contacto com a nossa Escola.

p. 17

11 de Setembro, o dia em que

os nossos ex-alunos do 12º ano

comecaram a concretização

dos sonhos.

Page 2: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale02

O VALE está mais uma vez de regresso ao serviço da comunidade. Foi editado em Novembro de1988, no primeiro aniversário da Escola, sob o título “ Janela Aberta”. Era uma edição experimental, com três folhas A3 dobradas, capa verde-alface, impressão preto e branco. Tiragem: 300 exemplares. Longos anos se passaram e sobretudo sob a orientação da professora Fátima Andrade (que daqui vivamente saúdo), e o Jornal so-freu uma metamorfose: registou novo título “ O Vale”, desenvolveu-se e progrediu, tor-nou-se mais atractivo e abrangente. Hoje, é parte integrante do quotidiano da nossa comunidade, permanece um símbolo e a voz da Escola. No momento em que assu-mo a responsabilidade editorial, com todos os colaboradores, reafirmo: queremos pros-seguir com a ascensão de “O VALE”; quere-mos que, naturalmente, os nossos leitores vejam a Escola pelos nossos olhos e deixar também a nossa marca; queremos informar, suscitar reflexão, a participação e contribuir para a formação de cidadãos livres, cultos, responsáveis e activos.

REGRESSO ÀS AULAS, quer dizer regresso à Escola, nossa segunda casa e regresso ao trabalho. Numa escola com organização e rumo, o ano lectivo começou, diria, muito depressa e bem. Importante também é que os alunos tenham delineado o seu projecto pessoal de vida e as estratégias que lhes permitam alcançar resultados de excelência. Venham com gosto de adquirir conhecimen-tos, competências e atitudes que permitam o desenvolvimento de ideias, de iniciativas e de projectos que visem criar e inovar e que certamente vão moldar, enquanto cida-dãos no activo, o seu modo de ser, de estar e de fazer. Que os professores, abertos a novas formas de trabalho, proporcionem aprendizagens pela prática e experiências concretas que desenvolvam nos jovens um espírito empreendedor. Com efeito, no ac-tual quadro de crise e no contexto de uma globalização mal assimilada, os portugue-ses, em geral, e os jovens, em particular, não têm grandes motivos para sorrir. Portu-gal precisa de mudança e nós “acreditamos (com Gary Hamel, em Lead the Revolution) que o futuro é algo que criamos e não algo que nos acontece”. Estamos convictos de que tal só será possível numa escola mais empreendedora e comunitária …

P.S: Temos um Plano de Contingência para a Gripe A, elaborado pelo nosso Gabi-nete de Saúde. Vamos, pois, cumprir tran-quilamente com todas as recomendações e esperar que a pandemia talvez não passe de uma exagerada ficção mediática!

Alcino Faria

A Escola Cooperativa de Vale S. Cosme – Didáxis, em Vila Nova de Famalicão, vai reali-zar um seminário, integrado no Curso de Téc-nicos de Segurança e Higiene do Trabalho, Nível III, subordinado ao tema “ Avaliação dos Riscos Profissionais” em colaboração com a ANTESHT – Associação Nacional de Técnicos de Segurança e Higiene do Trabalho, a Agên-cia Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, e a CESPU – Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário, e com o patrocínio da ACT (Autoridade para as Condi-ções do Trabalho).

Pretendemos, com a realização deste even-to, proporcionar um espaço de reflexão sobre a temática da Avaliação de Riscos nos conteú-dos técnicos das actividades da Segurança no trabalho, no biénio em que a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho,divulga a campanha “Locais de trabalho Seguros e Saudáveis”.

Este evento decorrerá no auditório da CES-PU, em Vila Nova de Famalicão, no próximo dia 7 de Novembro, a partir das 9 horas, com

Propriedade: Escola Cooperativa de Vale S. Cosme (DIDÁXIS), Avenida de Tibães, nº 1199, Vale S. Cosme – 4770 568 - V.N. de Famalicão, telf. 252910100 / Fax 252910109

Direcção: Alcino Faria

Paginação e arranjo gráfico: José Azevedo

Fotografia: Nuno Marinho, Paulo Silva e alunos do Clube Multimédia

Redacção: Núcleo Multimédia

Co-responsável pela redacção: Helena Dias Pereira

Assessor de imprensa para o exterior: Pedro Reis Sá

Impressão: Empresa do Diário do Minho

Colaboração:

Professores:Ana Maria Costa; Alcino Faria; Vanessa Marques; Nuno Moinhos; Mário Oliveira; Maria João Drumond.

Dep. Língua Portuguesa; Dep. Línguas Estrangeiras; Alunos: João Gonçalves; Patrícia Guimarães 12.1; Ana Rita Ferreira 12.2; Rita Carvalho 12.3; Ana Filipa Costa 12.3; Ãngela Mendes 12.2; Cátia 12.2; Vera Ferreira 3. TCOM;

Eva Neves 3.TCOM; João Brandão.

EDITORIAL

O Vale: Como é que reagiu quando soube que ia ficar tetraplégico?

Salvador Castro: Reagi muito mal, pensei em morrer.

O Vale: De que modo mudou a sua vida?

Salvador Castro: A minha vida mudou em tudo, porque eu era uma pessoa que gostava de andar para trás e para frente para ver a minha mãe e o resto da fa-mília, ir de férias até Espanha, Lisboa… Nunca gostei de depender de ninguém e sempre quis fazer as coisas por mim,

sem ajudas. Actualmente, estou a ser se-guido por um psicólogo, para me ajudar a ultrapassar o que sinto.

O Vale: De que modo é que a comunidade o pode ajudar?

Salvador Castro: Como necessito de uma cadeira de rodas para me poder deslocar e para ser mais autónomo, peço que se proceda à recolha de tampas de águas, da manteiga, do leite, todo o tipo de tam-pas de plástico. Preciso de sete tonela-das para adquirir a cadeira de rodas.

Venho por este meio solicitar a vossa compreensão e colaboração para uma campanha de solidariedade (recolha de tampinhas de plástico). Salvador Castro é um rapaz de 41 anos que num acidente de trabalho ficou tetra-plégico e necessita de uma cadeira de ro-das para ter uma vida mais facilitada.Colabora connosco e ajuda-nos a juntar tampinhas necessárias para lhe oferecer-

mos uma cadeira de rodas adequada as suas necessidades.Atentamente: Prof: Quitéria Campos Aluna: Marina Veloso

Contactos: D. Gabriela Costa – 252997466D. Maria Gonçalves – 252647772

Avaliação dos Riscos Profissionais

CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE

» » EntrevistaO Jornal O Vale fez uma entrevista a Sal-vador Manuel Magalhães de Castro, um tetraplégico de 41 anos, residente em Joane, que sofreu um acidente de traba-

lho no dia 2 de Setembro de 2002, caindo abaixo de um poste de alta tensão com cerca de 24 metros de altitude.

Implantação da RepúblicaNo dia 2 de Outubro de 2009, a Escola de Vale S. Cosme comemorou a Im-plantação da República, com a reali-zação de uma entrevista ao Presidente da República da altura, o famalicense Bernardino Machado. Os alunos da turma 9.4 foram os prota-gonistas desta actividade, organizada pelo Grupo de História, com a preciosa colaboração do Professor Carlos Silva da disciplina de Oficina de Teatro.

Departamento de Ciências Socias e Humanas

Page 3: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale 03

A semana que marcou a nossa entrada no mês de Outubro e fez jus à época ou-tonal, também se tornou emblemática pelo desenrolar da Feira do Livro da Didáxis, subordinada ao tema: “Palavras de Encan-tar”. Das palavras à memória dos contos de infância, das histórias contadas de boca em boca e que, sofrendo as variações po-pulares, se imortalizaram no nosso pensa-mento, fomos presenteados, logo no dia de abertura oficial da Feira do Livro, com uma encenação de um trecho do conto “A Gata Borralheira”. Entrou-se, definitivamente, no mundo mágico e encantado das palavras e dos livros. Livros e mais livros, histórias e ainda outras histórias que fazem sonhar, acreditar, viver, amar, arrepender, mudar…

O “carpe diem”, celebrizado pelo filme “Clube dos Poetas Mortos”, tornou o segun-do dia deste evento um ponto de partida para uma forma diferente de encarar a vida, as pessoas e as palavras. Estas enclausu-ram todo um mundo por descobrir mas, quando conseguimos aceder a esse tesou-ro, permitem o despertar de novas consci-ências, o formar de novas mentalidades, abrindo caminho para a imensidão contida nas palavras. Criatividade e fantasia!

Todavia, “A vida não se aprende (só) nos livros”, como demonstrou o Professor Doutor António Carvalho da Silva quando

nos presenteou com uma (re)visão da vida e dos livros. Principiou por realçar que «a Atitude é uma pequena coisa, que faz uma grande diferença.» (Anónimo). Esta atitude

deve estar presente em tudo, na família, na escola, no trabalho… E também, como fez realçar, na nossa relação com os livros, pois, como destacou “Livros. Ler e gostar é só começar.” É esta a atitude a tomar em re-lação à leitura e ao nosso enriquecer como leitores. Alimentar o ávido desejo pelo sa-ber, pelo conhecer e pelo descobrir. Citan-do Almada Negreiros, focou a intrínseca im-portância que os livros podem assumir na nossa vida: «Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria. Deve certa-mente haver outras maneiras de se salvar uma pessoa, senão estou perdido.» Termi-nando a sua explanação, de forma muito pessoal, deixou a mensagem que, como seres activos, empreendedores, determina-dos e criativos, devemos assumir sempre uma postura pessoal e dotar as histórias e os mundos que habitam os livros da nossa

pessoalidade: «Os livros, as peças, a arte enfim só vale pelo que nos sugere. O que lá está em regra não presta para nada, o que cada um de nós constrói sobre a linha,

a cor e o som, é que é verdadeiramente superior.» (De um folheto a anunciar uma peça.)

Os dias que se seguiram foram enchen-do as páginas da nossa curiosidade com os encontros com diferentes escritores: Pedro Seromenho, Manuela Monteiro e Maria do Céu Nogueira. Pedro Seromenho, escritor e ilustrador, conversou com os alunos so-bre “900”, a história que criou sobre o pri-meiro rei de Portugal, tendo deixado todos com vontade de saber mais sobre a nossa história; Manuela Monteiro, uma escritora muito conhecida dos famalicenses, mais uma vez brindou alunos e professores com tudo aquilo que se aprende quando se lê os seus livros; Augusto Canetas, também ele famalicense, conversou tranquilamen-te com os alunos das turmas de Educação de Formação de Adultos no fim da tarde de quarta-feira; e Maria do Céu Nogueira, escritora bracarense, com muitos livros já

publicados, apresentou as várias facetas presentes nos seus outros tantos livros. Da partilha de experiências, motivações e criações, encontros e realizações, a expe-riência de cada um no que ao prazer pela escrita concerne marca a individualidade e delineia os diferentes objectivos que sus-tentam o “porquê escrever?” e a importân-cia dos livros e da leitura. A diversidade de temas e de escritas convergiram numa mensagem comum que tem no ler por pra-zer o seu apogeu.

Vitória Triães, nossa sobejamente co-nhecida contadora de histórias, e o recital de poesia protagonizado pelo Núcleo de Poesia Experimental, dinamizados pela professora Ana Maria Costa, condimenta-ram, de igual forma, o encanto das palavras e o baú das riquezas literárias vividas até ao momento. E com o famigerado “vitória, vitória, acabou-se a história”, a professora Isabel Rebelo, num contar que é só seu, animou a plateia com a Hora do Conto, dei-xando na memória de todos nós a beleza e o encanto das histórias de sempre…

Continuação de boas leituras!Departamento de Língua Portuguesa

FEIRA DO LIVROPALAVRAS DE ENCANTAR

“Livros. Ler e gostar é só começar.”

Cursos EFAna Feira do Livro

Foi o tema da Feira do Livro que decor-reu, entre os dias 28 de Setembro e dois de Outubro, na Sala de Eventos, na Didáxis - Escola Cooperativa Vale S. Cosme.

Augusto Canetas, pseudónimo de José Augusto Faria da Costa, “ex-empresário, autodidacta, músico compositor e intérprete cantautor, actor de poesia a tempo inteiro, saltimbanco, escola da vida, utópico, so-nhador com muita estrada no coração”, foi um dos nossos convidados, congratulando-nos com a sua presença no passado dia 30 de Setembro, pelas 20.00h.

Publicou a sua primeira obra literária aos 51 anos, Flashes, seguindo-se Choque, Na Cronologia o sonho, Compromissos, es-tando previsto a publicação de mais quatro obras.

Este encontro iniciou com a declamação de poemas, de Sophia de Melo Breyner, pelos formandos António, João, Paulo e Olinda dos Cursos EFA – NS, tendo o poeta Augusto Canetas encerrado este momento com a declamação de um poema de Miguel Torga.

Aceitou o desafio de partilhar connosco o seu “saber”. Segundo Augusto Canetas, “Ler é a sublime leveza no peso de cada coisa”, acrescentando que “a vida é feita de pequenos nadas e são as palavras que nos encantam, porque de facto são mais do que aquilo que achamos ser. Enfim, ganhamos personalidade, carácter, descobrimos como somos.”

Para percebermos a profundidade da importância da leitura, citou Miguel Torga: “Entre parêntesis, ao contrário do que se julga, não são os economistas, os tecnocra-tas, os homens de negócios ou sequer cer-tos políticos que conhecem a essência de um país, são os escritores, os homens de cultura e pensamento, porque têm memó-ria e não se envergonham de a ter. Aqueles que a têm pelo menos!”, excerto do texto

“Um português à antiga”.Acrescentou que “Escrever é um acto

de coragem, um acto de coragem para co-municar com os outros, porque tudo é efé-mero. Escrever é a aventura para partir e voltar. […] É parte da minha alma, porque os outros são como eu e gosto de partilhar com os outros.”

Assistimos, também, a um momento único, vermos um escritor a ler um excer-to de uma obra sua. A leitura, orientada por uma voz calma, demonstrou uma sonorida-de invulgar retratando momentos de subli-me beleza acompanhados por sentimentos interiores, vindos sabe se lá de onde.

Para terminar, agradecemos a presen-ça de Augusto Canetas que, com a sua disponibilidade, criatividade e imaginação, promoveu um ambiente de pura tertúlia, de reflexão e partilha dos desafios intelectuais neste mundo de Novas Oportunidades.

O escritor Augusto Canetas

O prazer de ler...

Page 4: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale04

Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples facto de terem cruzado o nosso caminho. Algumas caminham ao nosso lado, vemo-las passar a toda a hora, outras apenas vemos entre um passo e outro. A todas elas chamamos de amigos. Há muitos tipos de amigos. Tal-vez cada folha de uma árvore caracterize um deles. O primeiro que nasce em crian-ça é o amigo pai e mãe. Mostram o que é ter vida. Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós. Passamos a conhe-cer toda a família de folhas, a qual respei-tamos e desejamos o bem. Mas o destino apresenta- nos outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho. Muitos desses denominados amigos do peito, do coração. São sinceros, são verdadeiros e trazem-nos muitas alegrias.

Há também aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Esses costumam colocar-nos muitos sorrisos na face, durante o tem-po que estamos perto. Falando em perto, não podemos es-quecer dos amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre apare-cem novamente entre uma folha e outra. O tempo passa, o Verão vai-se, o Outono aproxima-se, e perdemos algumas dessas nossas folhas. Algumas nascem num outro Verão e outras permanecem por muitas estações. Mas o que nos deixa mais felizes é que os que caíram continuam por perto, continu-am alimentando a nossa raiz com alegria através das lembranças dos momentos maravilhosos enquanto cruzavam o nosso caminho.

Cada pessoa que passa na nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Esta é a maior responsa-bilidade de nossa vida e a prova evidente de que as pessoas não se encontram por acaso. Foi em tudo isto que pensei quando resolvi escrever algumas palavras para homenagear o meu caro colega Manuel Baptista, que nos deixou em Agosto último. Lembrei-me da minha chegada à Escola, das suas palavras avisadas, da sua pre-ocupação constante com os seus alunos, com os seus colegas, com os seus filhos, na altura ainda jovens e dos inúmeros tra-balhos para se corrigir, das planificações para elaborar, das críticas, das noites mal dormidas para terminar tudo a horas… Tudo isso não foi o suficiente para o fazer desistir do seu maior sonho: tornar possíveis os sonhos dos outros. Que bom

que essa sua vocação ter despertado a vo-cação de muitos. Alguns que hoje são pro-fessores na escola, passaram pelas”mãos ” do Professor Baptista, outros, não tendo sido seus alunos, ainda o recordam com respeito e veneração! O Professor Baptista partiu, de forma inesperada, deixando saudades, mas tam-bém a certeza de que de nos deixa tam-bém o seu exemplo de homem justo, res-ponsável e acima de tudo, do exemplo do professor carinhoso, empenhado e amigo dos seus alunos. Encontrei, um dia, este poema, algu-res na internet, de um autor desconhecido, que coloco aqui por achar que o Professor Baptista, certamente, iria gostar. È a minha singela homenagem, ao colega, ao amigo, ao professor. Ana Maria Costa

Conheci o Baptista em 1981, quando comecei a traba-lhar, na Didáxis – Riba D`Àve. O Batista foi desde sempre um bom companheiro, uma espécie de irmão mais velho. Era um professor dedicado e como Delegado de Grupo Disciplinar, sabia corrigir e incentivar. Lembro-me de um curto episódio que vos vou desvendar.

Nos primeiros anos de trabalho eu não tinha carro (ain-

da não havia facilidades no crédito como hoje – em - dia) e por isso, dava grande jeito aproveitar as boleias, se as houvesse. …. Certo dia, talvez num dia mais cansativo, ouvi vezes repetidas “Espera aí que já vamos”. Enervei-me e desandei, rumo à paragem, onde agarrava a camioneta do “ Abílio”…Não tardou nada, surgiu um carocha, abran-dou, parou e, escancarada a porta, ouço lá de dentro a voz

do Baptista: “ Anda, meu malandro que não te devia levar”. Meio envergonhado, entrei, sentei-me, e, acto espontâneo, desatamos a rir…

Há algum tempo que não ia vê-lo. Várias vezes disse para mim” um dia destes passo por lá (casa dele-Baptista), mas não basta dizer ou pensar… E tenho pena!

Alcino Faria

Professor BaptistaNum percurso de ascensão movido pela força, sabedoria, fé e amor, encontramos toda a tua obra…definida com o toque da tua peculiar personalidade.Vitoriosos são os seres que traçam a sua linha com um segmento de verdade, justiça e honra, como habituaste todos aqueles que privi-legiaram do teu convívio e que souberam aprender por ti o significado racional e espiritual que a vida possui.Obrigado pelos ensinamentos, a tua atitude continuará em nós. A família

Ser professor é professar a fé e a certeza de quetudo terá valido a pena se o aluno se sentir felizpelo que aprendeu consigo pelo que lhe ensinou…Ser professor é consumir horas e horas pensandoem cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendotodos os dias, a cada dia é única e original…Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e,diante da reacção da turma, transformar o cansaçonuma aventura maravilhosa de ensinar e aprender…Ser professor é importar-se com o outro numadimensão de quem cultiva uma planta muito rara quenecessita de atenção, amor e cuidado.Ser professor é ter a capacidade de “sair de cena,sem sair do espectáculo”.Ser professor é apontar caminhos, mas deixar queo aluno caminhe com seus próprios pés…Ser professor é professar a fé e a certeza deque tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se felizpelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou…Ser professor é consumir horas e horas pensandoem cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendotodos os dias, a cada dia é única e original…Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e,diante da reação da turma, transformar o cansaçonuma aventura maravilhosa de ensinar e aprender…Ser professor é importar-se com o outro numadimensão de quem cultiva uma planta muito rara quenecessita de atenção, amor e cuidado.Ser professor é ter a capacidade de “sair de cena,sem sair do espetáculo”.Ser professor é apontar caminhos, mas deixar queo aluno caminhe com seus próprios pés…

Page 5: Jornal O Vale - Número 76

Jornal O Vale- Com que idade começaste a jo-gar futebol?

Paulo Oliveira-Comecei a jogar com 7 anos.

JV-Começaste como? Era um sonho, um objec-tivo ou apenas par ate divertires?

PO- Eu comecei a jogar por diversão. Aos 7 anos comecei a jogar futsal no clube da minha freguesia (ADESPO) e quase simul-taneamente o meu pai inscreveu-me nas escolas do FC Famalicão, com a ajuda de um amigo.

JV-Lembras-te da primeira vez que jogaste um jogo oficial?

PO-Sinceramente não. Lembro-me apenas de vários torneios que fiz enquanto era muito novo.

JV - Deste um salto para o Vitória de Gui-marães. Como te sentiste na altura?

PO - Na altura fiquei um pouco desorientado. A minha equipa em Famalicão não era só de futebol, dávamo-nos todos muito bem mesmo fora disso! Mantenho contacto com a maioria deles. Mas depois de ir lá com os meus outros dois colegas, que também foram contratados, vimos que aquilo era outra dimensão.

JV - O facto de jogares numa posição onde os adeptos não comentam tanto como comentam os avançados, por ex, nunca foi algo que qui-sesses mudar? Quando somos pequenos qua-se todos queremos é ser avançados...

PO - Quando comecei a jogar nem sabia muito bem o que eram posições. O que queria era jogar. Claro que o que queria era marcar golos! Mas com o passar do tem-po, os meus treinadores foram percebendo que isso não era bem para mim. É com-preensível que os avançados dêem mais nas vistas e sejam mais falados. Para os adeptos o Futebol vive dos golos, e são os avançados que os fazem. Felizmente mes-mo no futebol de alto nível já se valoriza mais os defesas, e prova disso foi o prémio de melhor jogador do mundo atribuído ao Cannavaro.

JV - Agora conta-me detalhadamente o teu per-curso.... PO - Como disse, comecei com 7 anos em Famalicão. Quando podia ia ao clube da minha freguesia , porque também gosta-va ( e gosto) de futsal. Entretanto tive de abandonar o futsal e continuar apenas no Famalicão. Joguei lá dos 7 aos 13. Só nos últimos 2 anos é que comecei a ter uma maior aprendizagem, e a evoluir mais. No último ano (infantis), em Famalicão, fomos campeões quando os principais candidatos eram o Vitoria de Guimarães e o Sporting de Braga. Assim, eu e mais dois jogadores fomos contratados para o Vitória de Gui-marães. Era um clube que eu não gostava. Sempre que jogava contra o Vitória havia picardias…mesmo com 12 e 13 anos! As

primeiras duas semanas foram complica-das… éramos tantos que até impressio-nava. Finalmente depois ficamos um gru-po “só” de 60 jogadores, mais ou menos. Fizeram então duas equipas e fui sempre chamado a titular e capitão de equipa. A partir daí fui-me sempre conseguindo impor e jogar. Entretanto, já vão fazer 5 anos que estou lá.

JV - Como chegas a capitão do Vitória?

PO - Ser capitão do Vitória ao início até a mim me surpreendeu. Ser capitão no pri-meiro ano num clube como o Vitoria não é muito habitual. Mas felizmente correu bem esse ano. Nos anos seguintes fizeram-se votações, sempre com o consentimento da equipa técnica, e fui ficando a capitão. O ano passado fomos novamente a votação e em vez de termos um único capitão, tive-mos 3.Eu e mais dois jogadores. Este ano foi o treinador que decidiu os capitães de equipa. Apesar de ser de primeiro ano, o treinador nomeou-me sub-capitão.

JV -O facto de conseguires conciliar os estudos com o futebol faz de ti especial (já que é costu-me serem “futeboleiros”)

PO - É frequente associarem os jogadores de futebol à falta de inteligência dos mes-mos lol. O meu mister diz e é verdade “no futebol de hoje, jogador burro não joga”. O facto de não ser muito dotado na escola não significa entender bem o jogo e vice-versa. Acho que tive a sorte de nascer com facili-dade de aprender. Se consigo conciliar as duas coisas bem, maravilha. A minha mé-dia não é nada de fantástico, mas para já dá-me garantias. Ao tempo que tenho livre, sinto-me minimamente feliz nesse campo.

JV -Alguem que te tenha marcado de uma forma mais especial neste percurso

PO -A minha família sempre me ajudou e apoiou em tudo! Na escola, os professores

estiveram sempre disponíveis em me aju-dar, mas destaco a professora Carina. Foi incansável para tentar arranjar sempre as melhores opções. A nível da de futebolís-tico, todos os meus treinadores foram im-portantes e me ensinaram, mas destaco o Mister Zé Luís, que foi o meu treinador nos últimos dois anos em Famalicão e o que me deu grande parte das bases que ainda hoje tenho.

JV - Como é ser reconhecido pelos teus colegas e amigos pelo facto de seres jogador de fute-bol ? PO -Eles são fantásticos! Estão sempre dis-poníveis para, quando falto, me ajudarem com apontamentos, explicações…tudo. Eles sabem que o que faço é mesmo o que gosto, e por isso apoiam-me sempre. É bom saber que caso alguma coisa corra mal, eles estão lá para animar e ajudar. JV - Conta-nos a tua rotina diária...

PO -Treino de segunda a sexta, jogo sába-do e folgo no domingo. Durante a semana, acordo por volta das 7.10, e algum tempo depois saio para a escola. Só dois dias por semana, para aproveitar o máximo de au-las possível, o meu pai me leva directo da escola ao treino, por volta das 15.45. Quan-do saio às 13.15, vou para casa, almoço e às 14 horas apanho o autocarro para Gui-marães. Chego por volta das 14.45 ao cen-tro e volto a apanhar outro autocarro para o Complexo Desportivo. Dois dias por sema-na tenho ginásio das 15 às 16.15. O treino começa as 16.30 e termina por volta das 18.30/19.00 horas. Em seguida apanho um autocarro para a central de camionagem, e, mediante os autocarros que conseguir apanhar, posso chegar a casa entre as 20 e as 20.30. Janto às 21, e só a partir das 21.30 estou livre. A hora para me deitar é que é sempre incógnita. Depende dos com-promissos que tenha. Se não tiver nada, 23.30, se tiver, tenho de ficar a madrugar.Ao sábado, sendo convocado, tenho de es-tar a meio da manhã em Guimarães para almoçar com a equipa, e depois jogo ás 15.00. Normalmente, sábado á noite é para descansar e recuperar o mais rápido possí-vel. Domingo, é a folga. :D

JV -E quando eras mais novo, quem eram os teus ídolos no futebol? PO -Gostava do Roberto Carlos.

JV - E agora? PO -Admiro o Figo, o Ricardo Carvalho e o Bruno Alves.

JV - E quem são esses jogadores com quem te identificas em algumas coisas? Forma de jo-gar, por ex... PO -Da minha posição, gosto do Bruno Al-ves, e não me importava de ser como ele. Lol. A impulsão dele é impressionante!

JV - Sei que já alinhaste na selecção. Explica-

nos essa sensação?

PO -Fui à selecção sub-15, sub-17 e sub-18. Já fiz vários estágios de preparação e estreei-me no dia 4-12-2008, frente á Dinamarca. Uma das fases mais impres-sionantes é o hino nacional. Sentimo-nos responsáveis em representar muita coisa. É muito gratificante poder vestir uma cami-sola da selecção e penso que é um sonho que todos os jogadores têm.

JV - Defender é mais dificil que atacar?

PO -Defender exige mais concentração que atacar. Uma equipa que defenda bem, ga-nha mais jogos do que uma equipa que ataca bem. Parece estranho, mas é assim mesmo. O dever dos defesas é anular os ataques adversários, e aí a concentração é o factor mais importante. Não pode haver falhas.

JV -Tens tido algumas restrições, algumas coi-sas que não podes fazer por ser futebolista?

PO -Isso é do que mais há. Estou constante-mente a perder visitas de estudo, jantares, festas, encontros, etc. … até a viagem de final do secundário… Mas foi uma esco-lha que já foi tomada há muito tempo. Não posso ter tudo. Mas sem dúvida que prefiro o futebol e não trocava de maneira nenhu-ma.

JV - Julgas ser um “ídolo”, uma referência para os mais pequenos?

PO -Penso que não. Normalmente costumo ser discreto e tento não dar muito nas vis-tas, mas é normal que alguns miúdos mais pequenos que sabem o que faço me olhem com uma certa “admiração”.

JV - Para terminar, como te defines? PO-Sou uma pessoa simples, discreta, cal-ma, divertido e minimamente responsável. Como jogador sou mais sério, agressivo, relativamente rápido e com um bom jogo aéreo.

Ao primeiro toque...» Sonho Chegar à elite do futebol mundial

» Rapidez Indispensável

» Jogo de cabeça Fundamental

» Melhor golo na vida Ao Braga este ano

» Filme Treinador Carter

» Musica Mad World

» Jogar com amigos ou com profissionais Os dois

» Clube Vitoria de Guimarães

» Clube de sonho Manchester United

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale 05

O sonho de ser... Jogador de Futebol

sobre a selecção

“Estreei-me no dia 4-12-2008, frente à Dinamarca”

Frequenta o 12º Ano, iniciou-se na ADESPO, joga actualmente no Vitória de Gimarães e até já representou as nossas cores. Paulo Oliveira continua a perseguir o seu sonho...

Page 6: Jornal O Vale - Número 76

O ano de 2001 foi considerado pelo Conselho da Europa o "Ano Europeu das Línguas". Após esta data, o "Dia Europeu das Línguas" passou a celebrar-se anual-mente nos 45 países membros do Conse-lho da Europa.

Todos os anos, o dia 26 de Setembro passou a ser uma forma de juntar as pes-soas, através da Europa inteira, na cele-bração da diversidade linguística, riqueza inestimável da Humanidade.

Numa sociedade cada vez mais globa-lizada, o domínio de línguas estrangeiras subentende mais possibilidades de encon-trar um emprego, de levar uma vida melhor no seu país de origem e noutras partes do mundo.

Ao comunicarmos em uma outra lín-gua, estamos a elevar a nossa vida a um nível onde pertencemos a uma maior par-te do mundo. Vejamos os seguintes exem-plos: falar Português deixa-nos em contac-to com um mundo composto por Portugal, obviamente, Brasil, Angola e alguns outros países de menor expressão; falar Espa-nhol amplia-nos para um contacto com toda a América Latina, além da Espanha, e outros países onde o Espanhol é ensinado

como segunda língua; já com o Francês, é possível atingir o Canadá, França, além de países como Marrocos; o Italiano e o Ale-mão seguem o mesmo princípio, ajudan-do a ampliar cada vez mais os horizontes. E com o Inglês? Então, nem se fala! Não estou a puxar a brasa à minha sardinha (ou se calhar, até estou); mas o Inglês … O Inglês leva-nos a todo o mundo. É uma língua internacional; a língua das viagens, dos negócios, dos estudos, da música e do cinema; enfim, a língua da comunica-ção com todo o mundo. A língua da glo-balização!

O "Dia Europeu das Línguas" visa ce-lebrar toda esta diversidade linguística na Europa e promover o conhecimento de um cada vez maior número de línguas por parte dos cidadãos. Aprender línguas não só favorece a comunicação entre as pes-soas, como afasta muitas barreiras inter-culturais.

Por toda a Europa são organizados vários eventos, visando incrementar as competências linguísticas dos cidadãos. A nossa escola não fugiu à regra e, no dia 25 de Setembro, um dia antes, porque o 26 era um sábado, levou a cabo uma série de

actividades comemorativasA celebração deste dia iniciou-se, en-

tão, com uma declamação de um poema pelo aluno Kevin Rodrigues da turma 10.3, ao que se seguiu um sempre bem-vindo momento musical, protagonizado, à viola, pelo Professor António Campos e, na voz, pela aluna Carina Araújo. De seguida os alunos Luís Horácio e Diana Ferreira da turma 11.2 deram o seu contributo relati-vamente à importância da aprendizagem das línguas estrangeiras, nomeadamente o Inglês.

“Competências Linguísticas na For-mação Global” foi o mote para o segundo momento desta celebração: uma palestra dinamizada pelas professoras Alda Afon-so, Lara Guimarães, Fátima Andrade, Odília Silva, Raquel Vasques e António Campos. Para uma plateia composta por alunos de várias idades, estes professo-res partilharam as suas opiniões sobre a cada vez mais imperiosa necessidade de domínio da língua estrangeira e revelaram como surgiu a sua paixão pelo estudo das línguas estrangeiras e que os levou a en-veredarem por uma carreira nesta área.

Visto que os nossos alunos estavam

ansiosos por demonstrarem os seus co-nhecimentos de línguas estrangeiras, con-tinuámos … desta vez, com o Concurso Euro-Línguas, dinamizado pelos profes-sores Susana Costa, Eduarda Fernandes, Hélder Rodrigues e Carlos Silva e do qual saiu vitoriosa a turma 8.7.

Este dia não poderia ter terminado, naturalmente, sem as participações do Dr. José Fernandes e Dr. Alcino, os quais salientaram a necessidade da aprendiza-gem de uma ou mais línguas estrangeiras, aprendizagem esta que pode e deve ser também um prazer e uma vontade própria, como forma de auto-valorização e de va-lorização para o mercado de trabalho, que está cada vez mais competitivo.

Não podermos encerrar este artigo sem agradecer todo o trabalho da profes-sora Maria José Reina, responsável pela decoração da Sala de Eventos, e a cola-boração dos professores Vítor Machado, Nuno Marinho e Paulo Silva.

Para que melhor possam recordar es-tes momentos, deixamos aqui algumas imagens!

Departamento de Línguas Estrangeiras

Dia Europeu das Línguas

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale06

Page 7: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale 07

14 NOVEMBRO

DIA DO ANTIGO ALUNO

Alunos de Sempre da Didáxis do Vale A Associação Alunos de Sempre, criada em Abril do corrente ano, tem mobiliza-do esforços no sentido de restabelecer os elos de ligação entre a Escola Coo-perativa Vale S. Cosme e os seus anti-gos alunos, fortalecendo, deste modo, a Comunidade Didáxis. Para atingir esse propósito, as activi-dades desta primeira direcção têm sido pensadas de modo a divulgar o nome da Associação, através de convívios entre antigos alunos, protocolos com associações congéneres e outras insti-tuições. A presente associação está na

fase de implementação de vários pro-jectos e realizou já várias actividades: uma tarde de paintball, a 6 de Junho, a 1ª Recepção ao Aluno de Sempre, a 26 de Junho, o cicloturismo da comunida-de escolar, a 28 de Junho, uma Sessão de Esclarecimento sobre Gripe A, a 22 de Setembro, entre outras. A Associação tem já um número signi-ficativo de associados, Alunos de Sem-pre da Didáxis, pessoas, hoje, já adul-tas, que olham para a sua adolescência e recordam os velhos tempos passados nesta escola. E quem não se lembra das velhas festas de magusto ao sá-bado à tarde? As fogueiras no antigo pátio de terra, as castanhas a crepitar e nós, Alunos de Sempre, ainda crian-ças, a correr à sua volta! E quem não

se lembra das velhas festas de Natal e Carnaval à entrada do velho pavilhão? E as grandes festas de final do ano? Começavam de manhã e terminavam já à noitinha também no velho pátio de terra! Estes e muitos mais são os mo-mentos que, sem dúvida, complemen-tam a nossa memória. E é por tudo o que a Didáxis significou e continua a significar para os seus Alunos de Sem-pre que existe esta Associação. No próximo dia 14 de Novembro, a as-sociação irá promover o dia do Antigo Aluno Didáxis, um dia para voltar às ori-gens e conviver com aqueles que mar-caram um capítulo das nossas vidas.As inscrições estão abertas no site www.didaxis.org.

Presidente da ASDVVanessa Marques

Cicloturismo da Comunidade Escolar

Actividades realizadas

Paintball

1º Encontro de Verão

Page 8: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale08

No dia 7 de Setembro, no Centro de Estudos Camilianos, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão organizou um encontro intitulado “Desafios educativos para a Excelência”, com o propósito de reflectir sobre os projectos que se desenvolvem a nível concelhio e que visam a promoção de uma maior literacia.

A abertura do encontro esteve a cargo de Leonel Rocha, vereador da Cultura, que ele-geu “desafios” e “excelência” como as duas palavras-chave para o momento de reflexão que aquele colóquio proporcionava. Reconhe-cendo que a escola não se limita às aulas e que há nos projectos concelhios a ambição de trabalhar para a excelência, Leonel Rocha salientou a importância dos protocolos que a Câmara tem realizado com as escolas, o que faz com que o município seja pioneiro na área do desenvolvimento da literacia. A doutora Iolanda Ribeiro, professora da Universidade do Minho e supervisora científica do Projecto Litteratus, destacou as diversas iniciativas que a Cooperativa Didáxis tem feito para dar cum-primento ao desafio a que se propôs (Projecto Ler Por Prazer, Oficinas de Leitura e Escrita,

Oficinas Como Escrever Melhor, Tempos de Escola-2º ciclo e 9º ano) e salientou o trabalho fundamental que tem sido feito pelos Jardins de Infância e escolas do 1º ciclo.

Ainda durante a manhã, foram ainda apre-sentados dois projectos: o Projecto Fénix, pela coordenadora do projecto Fénix do agrupa-mento de escolas de Beiriz e pelo professor doutor Matias Alves, e o Projecto Turma Mais, da escola Secundária/3 Rainha santa Isabel, de Estremoz. A tarde foi preenchida com a apresentação do Projecto PmatE, pelo Mestre Amaral, da Universidade de Aveiro e respon-sável pela implementação deste programa de ensino da matemática na Cooperativa Didáxis. Seguiu-se a intervenção de Cristina Soutinho, da Direcção Regional de educação, que rele-vou o papel das escolas na sociedade, uma vez que são um espaço fundamental para a implementação de ideias inovadoras e empre-endedoras. Marta Sá, responsável pelo projec-to Junior Achievement Portugal, demonstrou como o empreendedorismo pode contribuir para o desenvolvimento de uma região. N.M.

Desafios Educativos para a Excelência

No dia 23 de Outubro, pelas 17 horas, teve lugar, na Sala de Eventos, a apresentação pública e solene de De-legados de Turma, na presença de Directores de Turma, Coordenadores de Ciclo e Direcção Pedagógica.

As “Boas-vindas” foram dadas pela voz da professo-ra Emília Cardoso que, suscitando uma breve reflexão sobre a importância do cargo, referiu a necessidade de os Delegados constituírem uma parceria com a Escola, com vista ao sucesso educativo. A intervenção do Direc-tor Pedagógico, Dr. José Fernandes, avançou no mesmo sentido: “uma vez que mereceram a confiança dos vos-sos colegas, devem desenvolver cabalmente as vossas funções, discutir, com o Director de Turma e nas reuni-ões com a Direcção, todos os assuntos pertinentes, com abertura e responsabilidade. Uma Escola”, explicou, “é uma organização complexa, e só pode ter sucesso e ser um local onde todos possam viver melhor, quando todos dão a sua colaboração e cada um dá de si o seu melhor”. Este primeiro encontro incluiu a já habitual fotografia para a posteridade.

À recepção aos Representantes dos Pais / Encar-regados de Educação das Turmas, presentes em gran-de número, seguiu-se um momento cultural, vivamente aplaudido, a cargo dos promissores talentos Francisco Carvalho e Daniel Oliveira, da Turma 7.1.

O Dr. Amaral Carvalho, da Universidade de Aveiro, procedeu à apresentação prática do Projecto Plataforma de Ensino Assistido (P.E.A.), tendo explicado que as Tec-nologias da Informação e Comunicação (T.I.C.) devem ser um instrumento de trabalho facilitador dos processo de aprendizagem, de avaliação, de comunicação e de partilha de informação, promovendo o envolvimento de todos os actores do sistema educativo. No entanto, as T.I.C. não devem andar isoladas dos conteúdos digitais. Esta plataforma é um meio de os Pais acompanharem as actividades dos seus educandos, saberem os seus resul-tados, de os incentivar na realização das tarefas escola-res e de compreenderem as competências ou lacunas na Matemática, Língua Portuguesa, Biologia e Física. Para acederem à P.E.A., os Pais terão de ter na sua posse um nome de utilizador e uma palavra – chave fornecidas pela Escola.

Na sua intervenção, o presidente da Direcção Pedagó-gica referiu que se tem “ trabalhado para criar condições favoráveis à realização do Projecto de Vida dos alunos. Daí o nosso investimento na P.E.A e noutros projectos, como o Litteratus, porque ainda é grande o deficit na edu-cação em Portugal, porque não há conhecimento sem lei-tura. Estas causas requerem o empenho de todos e todos temos de acreditar nas nossas capacidades”, concluiu.

O Presidente da Associação de Pais / Encarregados de Educação, Sr. Teixeira, por sua vez, mostrou toda a disponibilidade da Direcção da Associação para colabo-

rar na resolução de eventuais problemas e incentivou os Pais /E. de Educação a participar nas actividades promo-vidas pela Associação.

Uma emocionante representação d` “ A Castro”, pelos brilhantes alunos da Oficina de Teatro, terminou este pri-

meiro encontro dos Representantes a que se seguiu um jantar volante e um salutar convívio.

Alcino Faria

APRESENTAÇÃO DE DELEGADOS E REPRESENTANTES DOS PAIS / ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

Page 9: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale 09

No passado dia 29 de Se-tembro, 8 alunos da turma 9.3 da nossa escola deslo-caram-se a Santa Maria da Feira para aí receberem o Galardão Bandeia Verde, do Programa Nacional Eco-Escolas, que decorreu no Europarque.

A nossa escola foi pre-miada com este galardão, devido ao seu empenho e dedicação na realização de actividades que visam pro-mover a educação ambiental nos alunos.

Durante o dia, participa-mos em várias actividades como a escalada, equitação, kartings ecológicos, palestras relacionadas com o ambien-

te, entre outras. Procurámos, ao longo do dia, participar no maior número de actividades possível, no sentido de tirar-mos proveito desta oportu-nidade de demonstrarmos os nossos conhecimentos relacionados com o Mundo Verde.

Agradecemos às nossas professoras Dália Liberato e Ana Rita Sousa a oportuni-dade de participação neste evento. Continuaremos a trabalhar no sentido de nova atribuição deste galardão.

A turma 9.3

A ESCOLA COOPERATIVA DE VALE SÃO COSME RECEBE GALARDÃO BANDEIRA VERDE, EM SANTA MARIA DA FEIRA

No passado dia 24 de Outubro rea-lizou-se na Escola Cooperativa de Vale S.Cosme – Didáxis um Festival de Músi-ca que contou com a participação de três bandas (Os Tais, Artleak e Scream of The Soul). O evento foi realizado com o intuito de angariar fundos para a viagem de fina-listas da turma 12.2. Desde cedo o espec-táculo prometeu e os bilhetes começaram a ser vendidos em bom número, mas nada previa a venda de mais de 300 ingressos! A verdade é que tal número foi ultrapassado e todas as expectativas foram superadas.

O primeiro concerto começou com meia hora de atraso (como mandam as leis da boa organização musical portuguesa) e Os Tais abriram de forma eficaz a noi-te, tocando covers sonantes como “Getting Away With It (All Messed Up)” dos James,

“Another Brick In The Wall” dos Pink Floyd ou “Keep on Rocking in a Free World” de Neil Young e mostrando a sua originalidade através dos temas “Mundo” e “Undercover” de autoria própria. Sendo a banda menos reconhecida do cartaz, não desiludiram e conseguiram mesmo pôr o público a saltar e a entoar alguns dos temas. Estava a noi-te a começar!

De seguida entraram em palco os Artle-ak, grupo que já possui “nome” no distrito de Braga e arredores. “Ruela da Morte” ar-repiou os presentes na sala e iniciou aque-le que viria a ser um belo concerto. Tocan-do apenas músicas de autoria própria, os Artleak demonstraram enorme diversidade e cultura musical, sempre aliados a uma mistura entre instrumentos acústicos e eléctricos que já lhes é conhecida. Temas

como “Freedom of an Unborn” “Artleak” e “Ashtrail” levaram o público ao rubro, ha-vendo ainda tempo para momentos hila-riantes como breves interpretações da mú-sica d’Os Patinhos e “Satan Is My Friend”.

Em último lugar tocaram os cabeça de cartaz: Scream of The Soul. O seu “favori-tismo” foi confirmado assim que se notou a audiência a aumentar mal se aproximava a hora do concerto. Uma entrada impetuosa no meio de distorção e “headbangs” foi se-guida pela primeira música da noite, “The Final Countdown” dos Europe. Um repor-tório vasto de originais baseado no Rock Clássico fez as delícias dos espectadores, com especial atenção para os temas “Casa do Fim”, “Medo” e “The Curse”. Houve ain-da tempo para saltar ao som de “Mr.Crow-ley” de Ozzy Osbourne e “Smoke On The

Water” dos Deep Purple. Foi um final de noite em êxtase!

No final de contas tudo correu como esperado (se não melhor) e a turma 12.2 alcançou os objectivos que pretendia com este evento. Gostaríamos de aproveitar a situação para agradecer a todos os que nos apoiaram, tanto na organização do evento, como pelo facto de terem aparecido, bem como às bandas que aceitaram o convite e todo o staff técnico que trabalhou para fazer deste espectáculo o mais aprazível possível. Esperemos que tenham desfru-tado e quem sabe se não haverá espaço para uma reedição.

João Gonçalves

FESTIVAL DE MÚSICAcom a participação das bandas Os Tais, Artleak e Scream of The Soul

Page 10: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale10

Um dos “mais emblemáticos” equipa-mentos sociais construído no âmbito do PARES nasceu em Gavião, pelas mãos da Cooperativa Mais Plural e foi assim referido pelo Ministro do Trabalho e da Solidarieda-de Social, Vieira da Silva.

“Este é o mais emblemático e o que melhor exprime o espírito do programa que o Governo lançou para o alargamento das redes de equipamentos sociais, o PARES”.

Inserida num vasto espaço verde, com 23.450 m2, na Rua do Azevinheiro, em Ga-vião, com uma área de construção de 3.520 m2,, a Mais Plural aposta no convívio e na partilha de saberes das crianças e dos ido-sos, na intensificação das actividades ao ar livre, na educação ambiental, no lazer e no desporto, em suma, no gozo de melhor qualidade de vida para todos os seus uten-tes.

Instalada num edifício com espaços amplos e luminosos, com salas de activida-des equipadas com excelentes materiais, num ambiente tranquilo e familiar, rodeado de verde, com bons acessos, parque de estacionamento, cozinha e lavandaria, e dinamizada por uma equipa pluridisciplinar, competente e empenhada, a Mais Plural começa, assim, a concretizar o seu lema “Um tempo e um espaço para ser Feliz”.

Depois de “todas as caminhadas terem começam num pequeno passo” ter sido a frase escolhida para o lançamento da pri-

meira pedra onde esteve presente José Sócrates, Primeiro Ministro, a Mais Plural concretizou o objectivo de abrir as portas e continuar a caminhar. A prova disso mesmo

são as frases que podemos ler nas insta-lações – De muitos passos se fez o cami-nho… até este Espaço…até este Tempo de ser feliz!

Com inúmeros serviços em actividade, a Mais Plural é desde já uma exemplo de interacção com a comunidade e de, com um sorriso é sempre mais simples ajudar e ser ajudado num espaço onde a felicidade reina no brilho de cada olhar.

Oferecendo serviços como uma Creche (dos 4 meses aos 3 anos), que funciona em salas amplas com acesso directo ao espa-ço exterior, equipadas com os mais diver-sos materiais e equipamentos para cada idade; o Jardim de infância (dos 3 aos 6 anos) em salas coloridas e luminosas, com acesso ao parque exterior bem como ao parque infantil, actividade física e inglês; o CATL em sala composta por diversas áre-

as de interesse - área de estudo e apoio aos trabalhos de casa, área da plástica, da informática, da multimédia, dos jogos de mesa e matraquilhos, da leitura, dos jogos electrónicos; o Lar de Idosos, com 10 quar-tos individuais e 10 quartos duplos, amplos, luminosos, com excelente exposição solar, e um ambiente tranquilo e familiar, e acti-vidades lúdicas e recreativas; o Centro de Dia, com salas de actividades amplas, com luz natural, com ateliers de culinária, can-to, teatro, manualidades, costura, pintura, música, entre outros; o Serviço de Apoio Domiciliário, com uma excelente equipa de proximidade e com uma gama de serviços alargada à disposição dos utentes.

O espaço exterior constitui, sem dúvi-da, uma mais-valia que será aproveitada ao máximo. Desde logo, o parque infantil para as crianças, uma zona de estar e de desporto para jovens, um circuito de ma-nutenção para os mais idosos, uma horta pedagógica para crianças e idosos.

Não fica por aqui este projecto e por isso mesmo a Cooperativa de solidariedade social espera conseguir cumprir um sonho da instituição que ainda continua «inacaba-do», atentando que a instituição pondera novos investimentos como uma Unidade de Cuidados Continuados, que dê resposta às necessidades dos idosos, entre outros.

N.M.

MAIS PLURAL de portas abertas em Gavião

Vieira da Silva inaugura instalações

“Este é o mais emblemático e o que me-lhor exprime o espírito do programa que o Governo lançou para o alargamento das redes de equipamentos sociais, o PARES”

Page 11: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale 11

Esta Inauguração contou com a presença de ilustres convidados, como o Secretário de Estado e da Segurança Social, Pedro Marques, o presidente da Câmara de VN Famalicão, Armin-do Costa e António Vieira da Silva, ministro do trabalho e da solidariedade social que falou à reportagem do Jornal “O Vale”:

JV (Jornal O Vale) - Quais os benefícios para as famílias depois da criação deste tipo de cen-tros?

AS (António Vieira da Silva) - As famílias pre-cisam bastante de locais como este es por isso mesmo o Governo lançou o programa PARES que permite que estes locais sejam uma rea-lidade. É importante para as crianças de todas as idades . É importante especialmente pela socialização.

JV - E benefícios para o Estado?

AS - São muitos. Ganhamos muito em apoiar estes centros que na verdade são quatro em um. A interacção com as crianças e os idosos juntos é uma mais valia para to-dos eles. É vantajosa para todos.

JV - Quanto ao projecto Novas Oportunidades que a nossa escola também possuí, existem be-nefícios para o Estado?

AVS - É claro que sim. Aprender é sem-pre uma mais valia, seja quando for, em que idade for. É importante para o País todos estes centros de novas oportunidades e não deixa de ser relevante podermos for-mar mais pessoas, ganhando novas com-petências em todos os aspectos e enrique-cendo o País.

Patrícia Guimarães 12.1 Ana Rita Ferreira 12.2

Page 12: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale12

Nos dia 22, 23 e 24 de Outubro de 2009 o Departa-mento de Educação Física e Desporto Escolar, organizou e realizou para toda a Comunidade Escolar da Escola Co-operativa Vale S. Cosme, Semana da Saúde e Movimento, actividade que esta inserida no plano de actividades do ano lectivo 2009/2010.

A actividade realizou-se de manhã e de tarde, na quinta-feira e na sexta-feira estiveram presentes alguns ginásios do Concelho de V. N. Famalicão. Esteve tam-bém presente na quinta-feira das 9h às 17h a Faculdade Fernando Pessoa com diversos rastreios e experiências que vieram enriquecer o programa da Semana da Saúde e Movimento. No sábado de manhã recebemos o Ginásio

Clube de Santo Tirso que apresentou alguns esquemas de Ginástica Rítmica, que antecederam o Corta – Mato escolar e que permitiu o Departamento de Educação Físi-ca concentrar todos os alunos no pavilhão para posterior-mente distribuir os dorsais para a prova que se iria seguir.

De salientar o sucesso enorme da actividade que pode ser quantificado tanto pela adesão dos alunos, bem como pela adesão dos pais que estiveram a acompanhar os seus educandos num sábado de manhã na nossa escola. É de realçar o facto de pela primeira vez, o nosso Corta-Mato Escolar, ter contado com a participação na corrida dos Pais e pela segunda vez com a presença de alunos do 1º ciclo do nosso agrupamento.

O objectivo para o próximo ano é conseguir que a par-ticipação de Docentes nesta actividade seja em número superior, nomeadamente no Corta-Mato Escolar, para que esta actividade se torne também um convívio e um exem-plo dado pelos Professores de uma actividade de promo-ção da saúde e bem estar.

A Semana da Saúde e Movimento, tendo em conta o número de participantes, cerca de 600, passa desta forma a ser já uma actividade de relevo nas actividades da Esco-la Cooperativa Vale S. Cosme.

Saudações DesportivasNuno Moinhos

Semana da Saúde e Movimento

Page 13: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale 13

Os jovens atletas famalicenses, Inês Machado Oliveira e Luis Miguel Silva, bri-lharam na 3ª edição do Torneio de Xadrez Internacional de Beja obtendo 3 pontos em cinco possíveis classificando-se em 9º e 12º lugares, respectivamente.

Este evento contou com a participa-ção de 32 atletas e teve como vencedor o Mestre Internacional Paulo Dias (Grupo Desportivo Diana de Évora) que na últi-

ma sessão empatou com o novo Mestre FIDE matosinhense, Jorge Viterbo Ferrei-ra (Grupo Desportivo Dias Ferreira) que alcançou o 2º lugar. O pódio foi completo pelo, também, Mestre FIDE algarvio, Vas-co Diogo (Núcleo de Xadrez de Faro).

De destacar que estas classificações são fruto da integração destas promessas escaquisticas na Selecção Nacional de Jovens na passada época desportiva.

O Clube Campismo Caravanismo de Bar-celos A sagrou-se na passada Sexta-feira, dia 16 de Outubro, Campeão Distrital Absoluto por Equipas 2009 de partidas lentas (ritmo 90 mi-nutos K.O. para cada um dos jogadores). Este feito é uma conquista assinalável, pois este tí-tulo foi revalidado e constitui-se como uma das provas de maior importância do calendário anu-al de competições distrital.

As equipas A e B do NXVSC-Didáxis con-

quistaram o 2º e 3º lugares, respectivamente, completando pódio final.

Os resultados obtidos pelo clube famalicen-se são fruto do empenho, dedicação e apoio dos alunos deste Núcleo, vertente Federada e de Desporto Escolar, bem como do contributo dos professores responsáveis, Encarregados de Educação e Direcção Pedagógica da Didá-xis (Vale S. Cosme).

Mário Oliveira

CAMPEONATO NACIONAL DE RÁPIDAS DE XADREZ 2008/2009NXVSC-DIDÁXIS TOP-TEN NacionalIvo Dias, Inês Machado Oliveira e Rui Pedro Gomes vencem prémios individuais

A Associação de Xadrez do Distrito de Braga, em parceria com a Federação Por-tuguesa de Xadrez, organizou o Campeo-nato Nacional Absoluto na vertente Rápidas (5 minutos para cada jogador completar a partida). Este Torneio decorreu nos dias 3 e 4 de Outubro nas instalações do Pavilhão Multiusos de Guimarães. Com arbitragem a cargo de Vitorino Ferreira e direcção de prova da responsabilidade de Eduardo Via-na, este evento contou com a participação de 84 atletas provenientes de todo o país. Este Torneio contou com o apoio de várias entidades do Distrito sendo de destacar a

Câmara Municipal de Guimarães e a Coo-perativa Vimaranense Tempo Livre.

A abertura deste evento realizou-se no dia 2 de Outubro através da iniciativa, Fes-tival de Xadrez do Minho, visando a promo-ção do Xadrez às camadas mais jovens do Distrito de Braga reunindo duas centenas de crianças do 1º e 2º ciclos de Ensino Bá-sico. O Núcleo de Teatro da Escola Coope-rativa Vale S. Cosme – Didáxis apresentou o “Reencontro de Kasparov e Karpov: 25 anos depois…” numa alusão à reedição do match entre dois ícones do xadrez Mundial que decorreu recentemente em Espanha

na cidade de Valência. Os jovens actores da turma 2 do 12º ano - José Ricardo Fer-nandes, João Nuno Gonçalves, Sónia Sil-va e Ivânia Silva – abrilhantaram este dia com a sua participação.

No dia 3 de Outubro teve lugar a compe-tição colectiva onde a favorita Associação Recreativa de Vale De Cambra não deixou os seus créditos por mão alheias vencendo categoricamente. O pódio foi completado pelo Moto Clube do Porto e Grupo de Xa-drez do Porto que se classificaram em 2º e 3º lugares, respectivamente.

De destacar, que a jovem equipa do Núcleo de Xadrez Vale S. Cosme - Didáxis posicionou-se em 8º lugar, melhor equipa do Distrito de Braga, em 18 equipas par-ticipantes.

No dia 4 de Outubro decorreu a compe-tição individual onde o Grande Mestre An-tónio Fernandes (Grupo Desportivo Diana de Évora) impôs o seu favoritismo cedendo apenas 1,5 pontos em 15 jornadas. O Mes-tre Nacional José Padeiro (Moto Clube do Porto, 2º classificado – 12,5 pontos) e An-tónio Caramez Pereira (Grupo Desportivo Dias Ferreira, 3º classificado – 11,5 pon-tos) completaram o pódio.

O prémio feminino foi conquistado pela vimaranense Ana Meireles (Amiguinhos do Museu Alberto Sampaio) e por escalões tem que se destacar a conquista de três

prémios individuais de atletas famalicenses do NXVSC-Didáxis: Ivo Dias (Sub-12, 24º lugar), Inês Machado Oliveira (S-14, 25º lugar) e Rui Pedro Gomes (S-16, 7º lugar absoluto). Nas restantes categorias etá-rias os vencedores foram Beatriz Rasteiro (S-08, Amigos de Urgeses), Hugo Ferreira (S-10, Clube Desportivo Ferroviários do Barreiro), Simão Pintor (S-18, GDDF) e Carlos Novais (S-20, AMAS).

A cerimónia de encerramento contou com a presença do Sr. Governador Civil de Braga, José Lopes, que manifestou re-gozijo pela realização desta competição no Distrito de Braga prometendo “apoiar continuamente todo tipo de iniciativas (le-vadas a cabo leva AXDB) que enobrecem quem as promove e organiza”. Concluiu o seu discurso dirigindo-se aos responsáveis de Clubes de Xadrez, bem como, aos En-carregados de Educação por “acreditarem nos benefícios que esta modalidade confe-re aos seus alunos/educandos”.

Com esta competição nacional deu-se por encerrada a época desportiva do ca-lendário da Federação Portuguesa de Xa-drez.

Mário Oliveira

Da esquerda para a direita:O professor responável pelo NXVSC-Didáxis, Mário Oliveira, o capitão da equipa, Bruno Go-mes, vencedores das categorias S16, S12 e S14: Rui Pedro Gomes, Ivo Dias e Inês Machado Oliveira, respectivamente.

III TORNEIO ABERTO DE XADREZ INTERNACIONAL CIDADE DE BEJA Inês Machado Oliveira e Luis Miguel Silva brilha

Inês Oliveira e Luis Miguel Silva

Campeonato Distrital de Xadrez Equipas 2009CCCBarcelos sagra-se bi-campeãoEquipas A e B do NXVSC-DIDÁXIS ocupam o pódio

Campeonato Distrital Semi-Rápidas Individual 2008.2009 Vimaranense Francisco Castro vence Luis Silva sagra-se Vice-Campeão Distrital Absoluto

O Núcleo de Xadrez de Vale S. Cosme - Di-dáxis (N.X.V.S.C. - Didáxis) voltou a entrar em competição no início deste ano lectivo, partici-pando no Campeonato Distrital Absoluto de Xa-drez – vertente Semi-Rápidas (20 minutos de reflexão para cada jogador acabar a partida).

Este Torneio decorreu no passado dia 26 de Setembro, organizado e arbitrado pela As-sociação de Xadrez do Distrito de Braga e pelo clube anfitrião GDR Amigos de Urgeses. Este Campeonato contou com o apoio da AXDB e da Junta de Freguesia de Urgeses.

Dos 62 participantes, 18 atletas pertenciam ao N.X.V.S.C. – Didáxis.

O vimaranense Francisco Castro (A.M.A.S. - Guimarães) venceu, com 7 vitórias e uma derrota, beneficiando de um melhor desempa-

te que Luis Silva (NXVSC-Didáxis), segundo classificado, e Carlos Novais (A.M.A.S. - Gui-marães), terceiro classificado, que totalizaram o mesmo número de pontos.

Desta forma, este torneio mostrou o eleva-do nível de competitividade e combatividade denotando uma considerável evolução dos atle-tas famalicenses do NXVSC-Didáxis sendo de destacar, ainda, as classificações de Yaroslav Minakov (4º classificado; 6 pontos), Rui Pedro Gomes (5º classificado; 6 pontos), Bruno Go-mes (9º classificado, 5 pontos), Inês Machado Oliveira (12º classificado, 5 pontos), Ivo Dias (17º classificado, 5 pontos) e Nuno Campos (18º classificado, 5 pontos).

Mário Oliveira

Page 14: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale14

Ingredientes:

Massa folhada ou quebrada1 Lata de Cogumelos 6 Fatias de fiambre1 Pacote de natas ou 1 Chávena de leite3 OvosCebola picada Sal q.b.

AS RECEITAS DA CATARINAQuiche de fiambre e cogumelos

Preparação:

1. Forra-se a tarteira com a massa folhada ou quebrada. Pica-se com um garfo a massa.

2. Num tacho deita-se um pouco de azeite e cebola picada e coloca-se ao lume até a cebola ficar transparente.

3. Corta-se o fiambre em tiras e adiciona-se ao azeite com a cebola, juntam-se os cogumelos depois de escorridos e mexe-se tudo.

4. Numa tigela batem-se os ovos temperados com sal, em seguida juntam-se as natas ou o leite e adiciona-se ao preparado anterior.

5. Deita-se tudo na tarteira já forrada. 6. Vai ao forno quente (180º) duran-te cerca de 35 minutos.

7. Fica com este aspecto delicioso…

Falar de gripe, e principalmente de gri-pe A, é tarefa complicada quando parece que há pouco de novo para dizer. Os cen-tros de saúde e os meios de comunicação social empenharam-se na tarefa de alertar, informar e educar para este momento, novo para muitos de nós. No fundo é simples. Trata-se somente de um vírus que, à se-melhança do que já aconteceu no passado (ex: 1918 – gripe Espanhola; 1957 – gripe Asiática; 1968 – gripe de Hong Kong), e do que voltará a acontecer no futuro, sofreu uma mutação que o transformou em algo completamente novo para o nosso organis-mo que ainda não sabe como se defender dele. Assim, todos nós podemos ficar do-entes ao contactarmos com o vírus H1N1. Basta a tosse/espirro de alguém que não cumpre as normas da etiqueta respiratória, ou o simples tocar da mão numa superfície (mesa, cadeira, corrimão, balcão, porta...) onde o vírus pode estar, e em seguida, sem querer, tocarmos nos olhos, boca ou nariz.

Ambientes fechados... estar a menos de um metro de uma pessoa infectada... já to-dos sabemos!!! E sabemos também os cui-dados que devemos ter. Não vou, por isso, alongar-me muito mais nestas explicações. Vou antes passar ao que me parece mais importante neste momento: a análise dos efeitos da pandemia na nossa Escola.

Como é do conhecimento geral, no mo-mento em que foi declarada a fase 5-6 da pandemia, o nosso plano de contingência estava a ser ultimado. Em Julho foi con-cluída a 1ª versão de um plano que se quer em constante actualização, face às orien-tações técnicas da O.M.S. (Organização Mundial de Saúde) e, particularmente, da D.G.S. (Direcção Geral de Saúde). Neste momento, a 2ª versão do Plano de Contin-gência, datada de Agosto, encontra-se dis-ponível para consulta no site da Escola, es-tando já a 3ª versão a ser preparada para em breve ser apresentada à comunidade.

Em Setembro, alunos, professores e

restantes funcionários aprenderam rapida-mente as medidas, previstas no plano de acção, para minimização dos efeitos da pandemia na comunidade educativa. Esta fácil interiorização de novos comportamen-tos ao nível da etiqueta respiratória, pas-sando pelos hábitos de higiene, atenção à sintomatologia gripal e cumprimento das medidas de isolamento, terá sido factor determinante de um início de ano lectivo calmo, sem sobressaltos, face a possíveis casos de gripe A. De Setembro até à data, foram isolados 12 alunos e verificou-se um caso de gripe A confirmado pela Delegada de Saúde Pública de Vila Nova de Fama-licão. Paralelamente, temos tido diversos casos de gripe em que é cumprido o isola-mento/repouso de sete dias, para que o re-gresso à Escola não constitua perigo para os restantes elementos da comunidade. Existem motivos para estarmos confiantes, mas temos também a obrigação moral e cí-vica de permanecer atentos e cumpridores

das normas. Não nos podemos esquecer que qualquer gripe, tenha ou não origem no H1N1 (e prevê-se que este permaneça em circulação durante cerca de 2 anos), obriga a um período de repouso/tratamento de aproximadamente 7 dias. Num momen-to pandémico, em que todos estamos sem defesas perante este novo vírus, num mo-mento em que a vacinação ainda não está ao alcance de todos, podemos facilmente imaginar as consequências dramáticas se determinados serviços fecharem por os funcionários estarem doentes. Imaginem um país sem hospitais, centros de saúde, recolha de lixos, empresas de transporte, hipermercados, serviços de comunica-ção...

Vamos continuar a agir com responsabilidade. Pela nossa saúde. Pela saúde de todos.

Falar de gripe....

IMPORTANTE: Faltas de alunos por gripeSempre que um aluno apresente sin-tomatologia gripal, o período de afas-tamento escolar será de sete dias a contar do primeiro dia de aparecimen-to da febre. Este afastamento deve ser respeitado mesmo que o aluno se sinta melhor. Caso os sintomas continuem, o período de afastamento deve ser alar-

gado até alta clínica. O aluno só pode regressar às aulas antes de terminado o período de sete dias se apresentar de-claração médica. Não há necessidade de declaração médica para justificar o regresso à escola desde que cumprido o período de afastamento de sete dias. A falta deve, no entanto, ser justificada na caderneta escolar.

Sintomas de alerta:

- Febre (temperatura corporal superior a 38ºC)

E pelo menos mais 2 dos seguintes:

- Cefaleias (dores de cabeça)- Mialgias (dores musculares) - Artralgias (dores associadas às articulações)- Odinofagia (dor ao engolir)- Rinorreia (corrimento nasal)

BOMAPTITE!BOM

APETITE!BOMAPETITE!

Page 15: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale 15

Dia do Diploma

Jornal O Vale: Quais as tuas expectativas em relação ao futuro?

Rita Carvalho: Espero que o futuro me traga muita saúde, para que possa alcançar os meus sonhos e para que consiga enfrentar os desafios que se atra-vessem no meu caminho. Creio, também, poder aju-dar no crescimento da nossa sociedade, melhorando a qualidade de vida no nosso País, usando as ferra-mentas alcançadas nesta escola.

JV: Que recordações da vida escolar e das actividades realizadas guardas com mais saudade?

RC: Ao longo destes sete anos, vários foram os mo-mentos vividos de forma intensa, e todos eles tiveram muita importância, pois, graças a eles, cresci como ser humano e como profissional. Contudo, há três momentos que, de certa forma, foram vividos mais intensamente, talvez por isso considerados “espe-ciais”. As palavras do Professor Joaquim Ferreira, na primeira aula de Matemática do 5º ano, “Agora, vamos todos para a Biblioteca resolver um teste diagnóstico”. Esta é a frase mais marcante da minha vida enquanto estudante. A apresentação no 7º ano também ficará para sempre como um momento es-pecial, pois, por azar, o autocarro da escola sofreu uma avaria e, como tal, chegámos atrasados cerca de 30 minutos, pondo a Professora Carla Sá, com o seu rigor inquestionavel, a enumerar as regras do regulamento interno da escola, onde constavam as faltas por atraso. Por fim, a tão aguardada e especial apresentação de Área de Projecto, no 12º Ano, não só pelo trabalho que deu e pelo esforço que provo-cou, mas também pelo momento inesquecivel que se tornou. Entre as diversas actividades proporcionadas pela escola, aquela que obteve um maior impacto na mi-nha vida foi a organização de um jantar para os Pais e Familiares da turma 12.3, no ano lectivo transacto, com o propósito de angariar dinheiro para a viagem de finalistas que se avizinhava. Talvez pelo interesse com que foi desenvolvida, esta actividade permitiu, além de obter fundos, mostrar a união e a força que persistia naquele grupo de trabalho e que espero que continue a persistir por muitos e muitos anos.

JV: Em que medida a Didáxis contribuiu para o teu cresci-mento pessoal?

RC: Esta escola, esta instituição, esta casa, foi e sempre será a escola da minha vida. Foi aquela que me viu crescer, que me fez superar desafios, que me permitiu as melhores condições, que me fez cruzar com um grupo de professores excelentes, que me deu a conhecer colegas e amigos para toda a vida e, sobretudo, me ensinou a lei da vida. Graças a ela, a todos os orgãos de gestão, a todo o corpo docente e não docente, pude aprender, participar em activida-des, em visitas de estudo, em eventos e pude chegar ao patamar que atingi, ao de universitária. Pude, por intervenção desta escola, estar presente no Parla-mento dos Jovens em 2008, na Feira de Exposições do Porto, entre tantas outras actividades. Por isso, e apesar de não enumerar as restantes oportunida-des, só me resta agradecer.

JV: Que conselhos gostarias de dar aos novos alunos?

RC: A todos aqueles que estudam, e àqueles que fu-turamente o farão, desejo, desde já, as maiores fe-licidades e muito sucesso. Podem ter a certeza que tudo o que se passa atrás destas portas é esforço para que possamos ter as melhores condições de ensino e os melhores resultados. Acreditem, pois a saudade começa a apertar… Assim, não posso deixar de agradecer a todos os professores que, ao longo destes anos, se “intersectaram” no meu cami-nho. A todos, Obrigada!

Rita Carvalho 12.3

Alunas do 12º ano deixam o seu testemunhoJornal O Vale: Quais as tuas expec-tativas em relação ao futuro?

Ana Filipa Costa: Sinceramen-te, não sou pessoa para fazer grandes planos para o futuro, preocupo-me mais com um pre-sente recheado de saúde, pros-peridade, sucesso e paz. Neste momento, só espero ser bem sucedida no tão exigente ensino superior e ser bem recebida na nova cidade.

JV: Que recordações da vida esco-lar e das actividades realizadas guardas com mais saudade?

AC: Em relação a esta escola fico com boas recordações. Guardo na memória o primeiro dia de aulas no 5º ano, o nervoso miu-dinho, o sorriso tímido de alguns colegas novos, outros com sor-risos malandros, o carinho da directora de turma, a troca das primeiras palavras com o nos-so colega do lado, a confusão no autocarro da escola, a cam-painha, o peso dos livros e de-pois a felicidade com que contei aos meus pais como tinha sido o meu primeiro dia na escola “grande”. Ficam também como lembrança o brilho dos natais da escola, as interessantes visitas de estudo onde se podia des-contrair um pouco e, ao mesmo tempo, aprender coisas novas, e os originais saraus culturais, que todos os anos mostram a proeza desta instituição. Claro que foi com todos estes momentos que a escola fez de mim aquilo que sou hoje, primeiro era a menina inofensiva, receosa e sossega-

da, depois tornei-me lutadora, persistente, paciente até que mais tarde vi o resultado posi-tivo de todo o trabalho feito ao longo destes anos. Não fui só eu a protagonista desta história de sucesso, foi graças ao rigoroso corpo docente, aos acolhedores funcionários e à qualidade de ensino desta escola que cresci.

JV: Que conselhos gostarias de dar aos novos alunos?

AC: Para os novos alunos deixo uma mensagem de esperança. Estudem, sejam persistentes, não se deixem ir abaixo quando as coisas correm menos bem. Empenhem-se, sejam originais, brinquem nos momentos certos e, acima de tudo, respeitem a escola, porque todos os que cá trabalham fazem de vocês a vida deles. Força!

Ana Filipa Costa 12.3

As alunas Marisa Sá e Sara Borges no momento da entrega dos Certificados de Mérito

No dia 11 de Setembro, os alunos que frequen-taram o 12º ano viram, no final de curso, reco-nhecidos e valorizados o mérito, a dedicação e o esforço no trabalho e desempenho escolares. Na presença dos Pais e Encarregados de Educação, do Director-Adjunto da DREN, Dr. António Leite, do Vereador da Cultura da Câmara Municipal, Dr. Leonel Rocha, do Director Pedagógico da Esco-la, Dr. José Fernandes, da presidente da Junta de Freguesia, Manuela Costa, do presidente da Associação de Pais, José Sousa, Dra. Vanessa Marques, presidente da Associação Alunos de Sempre da Didáxis do Vale (ASDV), e dos pro-fessores, aqueles alunos, que agora iniciam uma nova e determinante fase da sua vida, receberam os seus diplomas.

A ocasião foi marcada pelos discursos do Dr. Leonel Rocha que salientou a importância da edu-cação e o papel determinante que a nossa Escola teve na formação de todos os que ali estavam. O Director-Adjunto da DREN salientou como a es-cola assume particular relevância na construção de um país e, em particular, de uma região. Con-tinuou dizendo que o que os esperava era mais uma caminhada rumo à concretização dos seus sonhos. Após a intervenção de todos os que apa-drinharam a iniciativa, teve lugar a entrega dos Certificados de Mérito do Ministério da Educação às alunas Sara Borges e Marisa Sá. O acto solene foi abrilhantado pelo Coro da Didáxis que propor-cionou a todos os presentes alguns momentos de descontracção.

Page 16: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale16

Quem sou eu é uma questão difícil de responder, pois basear a nossa vida em momentos que nos tornam únicos é bastante complicado. Por isso deci-di basear-me neste momento em que penso no que me torna eu, no que é importante para mim.Considero-me uma pessoa bastante feliz. Tenho uma família de que me orgulho e de quem gosto de falar. A pessoa mais importante para mim é a minha irmã. Tudo que sou hoje é devido a ela; agradeço-lhe tudo que fez por mim e tudo que me ensinou. Ela é o exemplo de como quero ser. E penso que ela é que me torna eu, ela é quem me faz pensar na vida, ques-tionar e raciocinar sobre tudo o que me rodeia. O que também me faz tornar eu, é o facto de querer sempre ajudar toda a gente. Acho que não tenho muitos dos problemas que os meus amigos têm, então torno meus os problemas dos outros. Se algo não acontece a favor dos outros, eu asseguro que tal acon-teça; e se não consigo, acabo por fi-car bastante desiludida. Defendo com unhas e dentes quem me retribui com um sorriso porque o que mais gosto é de ver todos felizes à minha volta.Posso concluir que sou uma revolu-cionária num mundo quase impossí-vel de revoluções porque, na minha

cabeça, eu imagino um mundo me-lhor e penso que o consigo realizar, mas não é tão fácil como o idealizo.

Ana Rita Fernandes, 12.2

Se pensar em tudo o que fui, não consegui-ria definir exactamente uma pessoa, mas sim várias e cada uma delas escreveria um texto diferente deste. Já fui uma crian-ça, uma adolescente e agora estou quase a ser uma mulher adulta; mas tudo o que aconteceu durante estes dezassete anos da minha existência é a razão pela qual sou como sou.Houve muitos acontecimentos que me mar-caram, mas dois foram essenciais e ines-quecíveis. Ambos em idades diferentes, com mentalidades diferentes, mas que me fizeram evoluir e amadurecer. Por isso é que saliento a sua importância: eles influencia-ram tudo o que sou agora.Era uma criança, sim, mas uma criança dife-rente das outras, nessa época. Sentia medo de tudo e de todos, triste, angustiada. Pen-sava que toda a gente estava contra mim. Queria que tudo o que me fazia sentir assim

desaparecesse e nunca mais voltasse. Esta foi uma época marcante, pois fez-me pen-sar sobre o mundo, sobre as pessoas e que, afinal, o mundo não era uma “historinha de princesas” como eu pensava que era.Afastarmo-nos das pessoas que mais ama-mos, marca-nos. A saudade, a preocupação, o stress que somos obrigados a gerir ator-mentam a nossa vida. Se daqui a uns anos voltar a ler este texto, certamente que farei alterações. Terei mais momentos importan-tes da minha vida para reflectir. Até posso perguntar a mim mesma, nessa altura, se fui eu própria que escrevi isto, mas sei perfeita-mente os sentimentos e razões pelas quais cada uma das palavras que escrevi aqui es-tão ligadas.

Ângela Mendes 12.2

O chão desaba e o mundo que me sustenta cai. «Não podes cair também» - digo eu aos meus botões - «tens que sustentar o que resta do tecto sobre a tua cabeça». Sinto-me triste, sinto-me sozinha… As dúvidas enchem-me a cabeça e pesam-me. Tenho de analisar e decidir o que fazer.Facilmente me adapto e rapidamente me modelo. Cresço em tempo record; a tristeza e as dúvidas que rapidamente se transfor-mam em revolta ajudam-me a reconstruir tudo o que foi danificado. Reconstruir…. Re-construção esta que apenas solidifica com a dissolução da revolta em aceitação e com-preensão; e ergo-me! Ergo-me em força, em luta, em maturidade e em coerência. Apesar de tudo isto, há fendas que não fe-

cham e todo o peso suportado veste-se de coerência e perco, e perco-me. E a contras-tar com a força está o medo de nova queda; e a contrastar com a luta, a prisão em que me sinto estar e o medo de desiludir; e a contrastar com a maturidade e a autonomia, a constante necessidade de mimo e carinho e o exagerado apego a quem me sustenta.E esta sou eu: as paredes levantadas e for-talecidas de quem já fui.

Cátia, 12.2

Quem sou eu?

Para Karl Popper, da mesma maneira que existe uma teoria evolucionista para os seres vivos, também há uma teoria evolucionista para as teorias científicas. Defende também que as teorias “se aproximam cada vez mais da reali-dade”, o que não significa que estejam comple-tamente certas.

O Homem sempre olhou ao seu redor, ques-tionando o seu papel no mundo e no universo, pois se o ser humano é racional, então pensa, e se pensa, questiona. Na Grécia Antiga, abando-naram-se as respostas mitológicas, surgindo os primeiros filósofos e cientistas. Com o avançar das mentalidades e das tecnologias foi possível observar que algumas teorias estavam erradas e assim novas teorias se desenvolveram.

Dessa forma, a teoria geocêntrica, defendi-da por Ptolomeu, que afirmava que a Terra se encontrava no centro do Universo, foi substitu-ída pela teoria heliocêntrica, defendida por Co-pérnico (o sol no centro do universo).

Também a teoria de que o Universo é es-tático, defendida durante séculos e mesmo por Einstein, foi posta em causa quando Hubble observou que o Universo se encontrava em expansão, ideia completada pela Teoria do Big Bang, defendida por Gamow, Friedman e Le-maitre.

A mesma evolução se verificou no que diz respeito ao relevo do nosso planeta: a teoria das massas terrestres imóveis foi substituída pela teoria de Wegener, que defende a ideia de deriva continental: os continentes teriam esta-do juntos há milhões de anos atrás, tendo-se separado. O que o levou a considerar esta hi-pótese foi a observação de que os continentes parecem encaixar-se, de que as cordilheiras do Brasil e da Nigéria parecem continuar e a des-coberta de fósseis de espécies iguais encontra-dos em diferentes continentes.

Mas o confronto que considero mais impor-tante e aquele que levanta mais e mais ques-tões é o que opõe Criacionismo e Evolucio-nismo. É uma oposição que nos faz pensar e relativamente à qual poderemos nunca saber a verdadeira resposta…

Na minha opinião, o Criacionismo não faz qualquer sentido: para além de não acreditar no que não posso ver, acho que Deus é a “histó-

ria mais bem contada do Mundo”, uma história que ensina o que está certo e o que está erra-do, mas que não passa de uma história. É-me impensável acreditar em algo que não vejo, ou acreditar em algo pela fé, ou acreditar só por receio do julgamento de um suposto deus. En-quanto no Evolucionismo temos provas cientí-ficas, no criacionismo não: só há fé, educação religiosa e supostas aparições.

Acredito que o Universo foi criado com uma explosão (a que chamamos Big Bang), que toda a vida surgiu a partir de um micro-organismo e que todas as espécies, animais e plantas foram evoluindo até aos dias de hoje a partir de es-pécies menos desenvolvidas, principalmente o Homem que descende de símios.

Os nossos antepassados fósseis são a prova disso: a Ardipitecos (recentemente en-contrada) é a nossa mais antiga antepassada, tendo dado origem a outras espécies, cada uma delas mais desenvolvida que a anterior: Australopitecus, Homo Habilis, Homo Erectus, Homo Neandertalis e Homo Sapiens Sapiens, até ao Homem como o conhecemos nos dias de hoje. Cada um tem as suas características. E mesmo os primatas têm grandes parecenças com o Homem, como a visão estereoscópica, os polegares oponíveis que lhes permite agar-rar, a vida em sociedade, entre muitas outras características.

Apesar desta grande oposição, há quem acredite que Deus criou o Universo e depois o deixou evoluir até como o conhecemos hoje. Estes são, na minha opinião, os “novos católi-cos” ou “novos criacionistas”.

De qualquer forma, provavelmente nunca saberemos coisas como se existe ou existiu Deus ou o que existia antes do Big Bang….

Eva Neves3.TCOM

Karl Popper diz que os cientistas são pes-soas que resolvem problemas e entende que a ciência está sempre a evoluir, e que, embora nunca se possa dizer que é realmente verdade o que os cientistas dizem, o importante é que estamos cada vez mais perto das verdadeiras respostas. Por exemplo, Cláudio Pto-lomeu sistematizou a teoria geocêntrica, defen-dendo que a Terra se encontrava no centro do Universo e que os restantes corpos celestes andavam à sua volta; foram precisos séculos até que Nicolau Copérnico, com novos instru-mentos científicos, viesse defender o contrário: Copérnico dizia que era o Sol que estava no centro do Universo e que os planetas andavam à sua volta (teoria heliocêntrica). Houve aqui uma evolução das ideias do Homem.

Mais tarde, Giordano Bruno e Galileu Gali-lei vieram confirmar a teoria de Copérnico, mas tiveram problemas com a Santa Inquisição: o primeiro foi mesmo condenado à fogueira. Mas se, por um lado, se comprovou a validade da teoria heliocêntrica, por outro lado, apareceram questões por resolver, como a de saber o que “aguentava” os planetas no Universo, se eles não tinham nada que os segurasse! Newton respondeu a esta pergunta com a teoria da gravidade, que se aplicava a todos os corpos celestes.

Mais tarde, Albert Einstein criou a teoria da relatividade, mas nela defendia que o Universo era estático. Ora, estudos posteriores mostra-ram que ele estava errado e que o Universo está em constante expansão. A partir desta te-oria, outros cientistas, como Gamow, tentaram explicar a origem do Universo, através da Teoria do Big Bang, que defende que, no início, houve uma explosão a partir de um núcleo inicial e que a partir daí as galáxias, os planetas e restantes corpos celeste nasceram.

Ainda no século XX, Alfred Wegener apre-sentou a teoria da deriva continental, defenden-do que os continentes, agora separados, tinham estado anteriormente juntos, formando um só continente (a Pangeia) e tendo um só oceano (a Pantalassa). No que diz respeito ao ho-mem, destaco Charles Darwin, que, no século XIX, defendeu que nós descendemos de uma espécie menos evoluída. Essa teoria chama-se

teoria evolucionista, e ele defendeu-a apesar de as pessoas, na altura, acreditarem numa teoria criacionista, que afirma que o ser humano foi criado por um ser omnipotente que nos criou tal e qual somos na actualidade. Não há dúvida de que a ciência se tem vindo a desenvolver e a encontrar algumas respostas para dúvidas que se colocam, mas discordo de Charles Darwin: acredito no criacionismo, porque faz-me um pouco de confusão e custa-me a crer que evolu-ímos de um símio. Embora tenhamos algumas parecenças com essa espécie, considero que é pura coincidência e parece-me que temos mais coisas que nos separam do que coisas que nos ligam. Acredito no criacionismo, porque acho que foi Deus que nos criou à sua semelhança e esta teoria parece-me a mais plausível. Na teo-ria evolucionista ainda há muitas questões por responder, como: “se os primatas evoluíram, porque não estão a evoluir agora?” ou “se nós evoluímos, o que iremos ser no futuro?” Estas são algumas das questões que se mantêm…

Acredito no criacionismo, principalmente porque tenho fé. E, na minha opinião, por mais pesquisas e estudos que se façam, acho que nunca vamos descobrir e perceber o início ou o fim do mundo. A ciência pode estar a de-senvolver-se cada vez mais, mas nunca se des-cobrirão as respostas para muitas perguntas…

Vera Ferreira3.TCOM

Área de Integração criacionismos vs evolucionismo

Page 17: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale 17

Duvido da quantidade de gente que leu a minha entrevista do início ao fim e não a percorreu apenas na vertical. Seja como for, para os segundos que não leram e para os primeiros que possivelmente não se lembram, referi que quando partia para uma viagem nunca sabia o que iria aproveitar dela, apenas sabia que algo iria aproveitar. A verdade é que isso voltou a confir-mar-se.

Tudo começou de forma bastan-te atribulada. Alguma falta de organi-zação exaltou os ânimos, mas, como tudo, é sempre importante manter a calma. Após a fome sentida e o cansa-ço acumulado, foi finalmente possível comer e descansar, animar um pouco os ânimos e sentir um cheirinho do que estava prestes a começar.

Já que falamos de comida, talvez começasse por explanar sobre isso. A comida africana é um tanto ou quan-to estranha e intragável. Até podemos ter a sorte de apanhar um frango ou uma bela duma costeleta, mas sere-mos sempre acompanhados por uma de duas coisas: comida insossa ou um peculiar molho cor-de-laranja com um sabor picante que se superiorizava a qualquer outro (se não apanharmos com as duas!)

Mas deixemo-nos de lamúrias e passemos ao que realmente interes-sa. Para quem quer saber, o dia-a-dia africano em Durban é bastante bipolar. Ou encontramos zonas ricas maio-ritariamente habitadas por turistas e emigrantes ou percorremos locais ur-banos que se assemelham a bairros perigosos. Não sei se um inevitável preconceito me assaltava sempre que passava por esses locais ou se a re-alidade era realmente “assustadora”, mas a verdade é que nem sempre me sentia seguro quando por lá passava.

Seja como for, a realidade que vivi

foi mais a primeira. Grande parte do tempo foi passado no Centro de Con-ferências de Durban, num ambiente magistral onde foram formados os la-ços realmente importantes. Desde o início, a organização tomou as medi-das necessárias para que os alunos pudessem conviver e essa foi mesmo a parte mais interessante da viagem. Convivi com pessoas de vários paí-ses (Brasil, Chile, Argentina, Espanha, E.U.A, África do Sul, Itália, Botswana, Finlândia, entre outros) e tive a possi-bilidade de explorar as suas culturas possibilitando um intercâmbio cultural fascinante. Tudo o que tive oportuni-dade de discutir enriqueceu-me de for-ma inimaginável e, ainda por cima fi-lo

em inglês, língua que adoro utilizar na comunicação. Houve também opor-tunidade para fazer parte de even-tos sociais extraordinários, como por exemplo, o Gala Dinner. Neste, apre-sentaram-nos um leque impressionan-te de momentos musicais e artísticos de deixarem qualquer um boquiaberto. Desde trapezistas a grupos africanos de percussão e saxofonistas de solo acompanhadas por orquestras, tudo foi possível ver e apreciar.

Em termos de competição, apesar de não ter ganho nenhum dos três pri-meiros prémios, tive todo o prazer em poder competir a nível mundial e em assistir a todas as palestras que nos foram fornecidas de forma gratuita.

Mais palavras para definir tudo o que passei são impossíveis de encon-trar. Posso-vos garantir que aquela semana foi uma das melhores e mais marcantes da minha vida. Ainda hoje me lembro de todos os momentos que partilhei, de tudo o que fiz e de tudo o que as pessoas à minha volta fizeram. Aconselho-vos a todos a participarem neste tipo de eventos, pois o aconteci-mento final é prestigiante demais para ser desvalorizado. Mesmo quando pensamos que não iremos tirar qual-quer tipo de proveito do que nos é pos-to à frente, acreditem, há sempre algu-ma coisa a retirar das experiências.

Eu em DurbanPor João Brandão

A semana de 13 a 16 de Julho foi espe-cial para todos os alunos que em Setem-bro entraram para o 5º ano de escolarida-de. Esta iniciativa sob o mote “Descobrir a minha escola” permitiu aos futuros alunos da Didáxis um primeiro contacto com a nossa Escola.

Com o objectivo de conhecer a nova escola, integrarem-se na futura turma, ter

conhecimento das mais diversas regras, promover o convívio entre alunos e en-carregados de educação, e de tomar co-nhecimento com as diversas disciplinas, esta semana tornou-se numa iniciativa de sucesso garantindo e repetível nos próxi-mos anos.

Os actuais alunos do 5º ano conhe-ceram por dentro a escola, o seu espaço

físico e humano, e tiveram oportunidade de conhecer diversos projectos que se realizam na Didáxis de Vale S. Cosme, demonstrando os seus diversos conheci-mentos nas disciplinas que encontraram neste novo ano e nesta nova realidade que é o 2º Ciclo.

Os pais e encarregados de educação foram também convidados para conhe-

cerem a nova realidade onde os seus educandos vão estar ao longo do dia. De forma a contribuir para uma maior proxi-midade entre os encarregados de educa-ção e a Escola, a Didáxis permitiu que os encarregados de educação fossem parte integrante nesta descoberta, podendo participar em algumas actividades.

N.M.

Descobrir a minha escola

Page 18: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale18

Quando li pela primeira vez a poesia de Flor-bela Espanca era ainda muito nova, e, apesar de achar aqueles versos muito complicados, logo os achei tristes e sofridos. Por isso depressa aban-donei a sua leitura e não voltei a requisitar o livro na biblioteca, esquecendo-me dele junto a tantos outros que só mais tarde voltei a requisitar.

Anos mais tarde, e, então, com mais algu-ma maturidade voltei a pegar nos “Sonetos”: a sua leitura fez-me reflectir de uma forma mais profunda, sobre a dor intensa que daquelas pa-lavras emergia, e a sua releitura fez-me como que sentir, de uma maneira real, a mesma dor da poetisa.

Florbela dedica o seu LIVRO DE MÁGOAS àqueles que, como ela, também se sentem tor-turados, pois só esses poderão compreendê-lo, de senti-lo de verdade. Neste sentido, intitula-o mesmo de Bíblia de Tristes. Isto, apesar de muito triste, possui uma beleza profunda e inegável.

Como dizem vários estudiosos da sua pes-soa e obra, Florbela surge desligada de pre-ocupações de conteúdo humanista ou social. Inserida no seu mundo pequeno burguês, como evidencia nos vários retratos que de si faz ao longo dos seus escritos, não manifesta interesse pela política ou pelos problemas sociais. Diz-se conservadora.

Uma quase inventariação das suas dife-rentes personalidades desenha-se nas suas palavras. Florbela Espanca consegue transpor fielmente para o papel, todo o seu mundo inte-rior. É fácil perceber logo desde o início que a dor a persegue constantemente, fruto de amores impossíveis, fruto de dois filhos que ela não con-seguiu trazer dentro de si e ainda de um Amor de Mãe que ela nunca conheceu. Mas também é fácil compreender a sua, talvez, incapacidade de superar essa mesma dor. Florbela exagera o seu sofrimento e, deste modo, esse exagero passa a ser uma realidade para ela. A Poetisa possui como que uma predisposição para o sofrimento e por isso cultiva-o, desenvolve-o, deixa-o crescer ainda mais dentro de si, escrevendo e referindo constantemente o passado, insistindo numa re-cordação saudosista exagerada.

SONETOS é uma lamentação constante. Tudo é mágoa , tudo é nostalgia. A Poetisa escre-ve sobre o Amor, a Morte, o Ódio e a Dor de uma forma quase chocante, mas ainda assim cativan-te. É fácil perceber os símbolos que Florbela es-colheu para evidenciar as suas sensações. Nada foi deixado ao acaso. O exemplo mais flagrante é talvez o das cores. O roxo, o preto, o cinzento, aparecem na maioria dos poemas. Cores tristes que representam o luto, a morte e a solidão. O preto aparece ainda de outras formas, como em alguns títulos: Nocturno, Noitinha. Sombra, Anoi-tecer. As flores aparecem também inúmeras ve-zes. Flores de cor roxa, como o lírio e o lilás que simbolizam igualmente a dor. Os próprios títulos dos poemas são à partida alusivos ao estado d'alma de Florbela, como por exemplo: Crucifi-cada, Loucura, Deixai Entrar a Morte, Nostalgia, Saudades, O Meu mal, Alma Perdida, A minha Tragédia, Tortura, Sem Remédio e tantos outros exemplos que poderíamos dar.

Quem é realmente Florbela?

Ninguém é definível numa só dimensão, num só conjunto de qualidades. Todo o ser é uma intersecção de adjectivações diferentes e até opostas.

No caso da poetisa tem a particularidade de ser ela própria a evidenciá-lo, permanentemente e sem constrangimentos. Parafraseando António José Saraiva e Óscar Lopes na História da Litera-tura Portuguesa: Florbela estimula e antecede o "movimento de emancipação literária da mulher" que romperá "a frustração não só feminina como masculina, das nossas opressivas tradições pa-triarcais...." Na sua escrita é notável, como di-zem os mesmos mestres, "a intensidade de um transcendido erotismo feminino". Tabu até então, e ainda para além do seu tempo, em dizeres e escreveres femininos

Os referidos autores, em capítulo sob o títu-lo Do simbolismo ao modernismo, enumerando várias tendências como "método de exposição... pedagógica" incluem Florbela num grupo que designam como "Outros poetas". Qualificam-na como "sonetista com laivos parnasianos esteti-cistas" e "uma das mais notáveis personalidades líricas".O seu egocentrismo, que não retira bele-za à sua poesia, é por demais evidente para não ser referenciado praticamente por todos. Na sua escrita há um certo número de palavras em que insiste incessantemente. Antes de mais, o EU, presente, dir-se-á, em quase todas as peças po-éticas. Largamente repetidos vocábulos reflexos da paixão: alma, amor, saudade, beijos, versos,

poeta, e vários outros, e os que deles derivam. Escritos de âmbito para além dos que caracteri-zam essa paixão não são abundantes, particular-mente na obra poética. Salvo no que se refere ao seu Alentejo. Não se coloca como observadora distante, mesmo quando tal parece, exterior a factos, ideias, acontecimentos.

Florbela trata a morte por tu e chama-a para si, para assim sarar o seu mal, exclamando no soneto À Morte: “Morte minha senhora dona mor-te, tão bom que deve ser o teu abraço! Dona mor-te dos dedos de veludo, fecha-me os olhos que já viram tudo! Prende-me as asas que voaram tanto!” Natália Correia, em longo prefácio a uma edição de Diário do último ano fala do "coquetis-mo patético" e refere a sua "poesia maquilhada com langores de estrela de cinema mudo, car-regada de pó de arroz". E continua, exagerando um tanto, dizendo que a escritora "estende-se na chaise-longue dos seus quebrantos de diva de versos. Muito a preceito da corte dos litera-tos menores. Uma cadelinha de luxo acarinha-da no chá-das-cinco das senhoras do Modas e Bordados e do Portugal Feminino para explicar que isso nasce da sua insensibilidade "a ruptu-ras engendradas pelas crises do discurso lógico masculino". Porquê então tal expansão? Leia-se o poema, cantado por conhecido grupo musical e um dos mais belos:

“Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem

beija!

É ser mendigo e dar como quem sejaRei do Reino de Aquém e Alem Dor! ............................. É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! ............................. É ter fome, é ter sede de Infinito! ............................ É condensar o mundo num só grito!” E quantas e quantas vezes Florbela nos

recorda que é poeta! E com que euforia: “ Sonho que sou a Poetisa eleita, Aquela que diz tudo e tudo sabe,Que tem a inspiração pura e perfeita, Que reúne num verso a imensidade!”

Poucos poetas o farão tão repetidamente...De modo algum ponho de lado a beleza do que escreve, da maneira como se exprime, e do que ocupa a sua escrita. Sem excluir a qualidade lite-rária, não serão porém inteiramente estranhos ao multiplicar da sua leitura, aspectos que de certo modo lhe serão alheios. Entre outros, o auto-re-trato da sua vida que desenha um tanto distante do ordenamento e preconceitos sociais da sua época, as variadas contradições, ou aparên-cia de contradições (como admite José Régio) a tragédia da sua morte, o seu empenhamento na publicação, esforçado e continuado, os locais onde vive, propensos à glorificação dos naturais ou próximos, o seu proto-feminismo diferenciado do que se lhe seguirá uns anos mais tarde, mas capaz de chamar a atenção. No último ano de vida elabora um Diário, onde deixará anotações até escassos dias antes do trágico fim. Prefácio a esse fim. Logo no início explica não ter qual-quer objectivo ao escrevê-lo. Pouco depois do começo espera que "quando morrer é possível que alguém" ao lê-lo "se debruce com um pou-co de piedade, um pouco de compreensão," sobre o que foi ou julgou ser. "E realize o que eu não pude: conhecer-me".Define-se "honesta sem preconceitos, amorosa sem luxúria, casta sem formalidades, recta sem princípios, e sem-pre viva", o que encaminha para algumas das questões que se põem. Não é fácil compreender tamanhas sensações e sentir-lhes a beleza, mas ela está lá, num ponto que ultrapassa muitos de nós, pois como a própria poetisa escreveu: Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior do que os ho-mens”. Afinal o que ela apenas pretendia era: ‘ amar, amar perdidamente! / Amar só por amar...Aqui...Além/ Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente.../Amar! Amar! E não amar Ninguém!’- ex-certo do poema Amar, escrito pouco tempo antes da sua morte.

A 8 de Dezembro de 1930, dia do seu ani-versário e do seu primeiro casamento, morre em Matosinhos Florbela Espanca. A mulher de ‘De-sejos Vãos’, ‘Lágrimas Ocultas’, ‘Horas Rubras’, Ser Poeta’ ou de ‘Charneca em Flor’ podia, final-mente, descansar, em paz.

Ana Maria Costa

Florbela Espanca

Viagem pelas Palavras

JORGE SAMPAIO, O meu livro de PolíticaO ano de 2009 caminha rapidamente para o seu termo. Olhando para trás, não tenho dúvidas em caracterizá-lo: foi um ano PO-LÍTICO. Em Janeiro, a tomada de posse de Bara-ck Obama: um acontecimento épico para os Estados Unidos, conhecidos os graves problemas de divergências raciais no país, mas também para todo o mundo ocidental. Ele representa tudo aquilo que as novas gerações querem do futuro: a esperança e a certeza de que podemos construir um mundo melhor! Há pouco mais de 50 anos,

a população negra era obrigada a sentar-se na parte de trás do autocarro; 50 anos volvidos, é eleito o primeiro presidente negro do mundo ocidental. Podemos ou não construir um mundo mais justo e mais igualitário? Yes, we can!Em Junho, outro facto magnífico: eleições europeias! Vinte e sete países da Europa, todos independentes, todos soberanos, partilham hoje um lugar numa organização que pretende unir a Europa e esquecer sé-culos de guerras e divergências. Há pouco mais de 60 anos, a Europa ficou destruí-da por uma Segunda Guerra Mundial que opôs países vizinhos e irmãos. Hoje esta-mos juntos na União Europeia. Podemos ou não construir um mundo melhor e em paz?Em Setembro, e no nosso cantinho, tive-mos duas eleições: legislativas (escolha dos membros da Assembleia da Repúbli-ca e, consequentemente, do Governo) e autárquicas (escolha dos membros dos órgãos locais: Câmara e Assembleia Mu-nicipais e Assembleias de Freguesia). Os Gato Fedorento inauguraram um progra-

ma que vai ficar na história da televisão portuguesa, esmiuçando políticos, mais ou menos interessantes, mas que são os que governam o nosso país e que temos obri-gação de conhecer para exigir deles um mundo melhor…Num tempo tão POLÍTICO, a minha última escolha deste ano só podia ser política: Jorge Sampaio (Presidente da República entre 1995 e 2006), escreveu um pequeno livro que é uma desmedida delícia: O meu livro de Política. Hesitou, mas «não resisti e aceitei o desafio. Porque o fiz? Por dever cívico. Porque quis partilhar com os mais novos uma experiência de vida – a minha – toda dedicada à causa pública; porque lhes quis transmitir uma convicção – a de que a política vale a pena; e, por último, porque os quis despertar para a cidadania, que é onde tudo começa.» (p.6)

Patrícia Fernandes

Page 19: Jornal O Vale - Número 76

Ano XXII nº 76 Outubro 2009 Jornal O Vale 19

Page 20: Jornal O Vale - Número 76