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LÁGRIMAS DE PORTUGAL 1- O SEGREDO 2-O CULTO DO ESPIRITO SANTO 3-PORQUÊ, PORTUGAL?

Lagrimas de Portugal

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História Oculta de Portugal

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  • LGRIMAS DE PORTUGAL 1- O SEGREDO

    2-O CULTO DO ESPIRITO SANTO

    3-PORQU, PORTUGAL?

  • Pesquisadores ilustres, como Ren Guenn e Julios Evola, omitiram nas suas obras o

    passado do Portugal Templrio.

    H na Europa uma conspirao de silncio.

    Atienza, mesmo aqui ao lado, parece ignorar factos que no pode ignorar.

    O tempo e a histria iludem-nos. Por seis sculos, foi preciso guardar o segredo. Mas os

    ciclos comeam, e acabam, sem que deles conheamos a perfeita exactitude. Cumprem-se agora.

    No nos mostra isso, o mundo? P ante p, o Naros levanta a manta e, os segredos espreitam.

    Cai a Grcia, cair Roma, veremos de novo a Luz Citnea.

  • As verdades s so verdades, porque disse algum que era verdade. E quando so muitos a acreditar nessa verdade, torna-se incontestvel. Inevitavelmente os que a contestam, margem das

    grandes cadeias de lucro, rapidamente caem no descrdito e desaparecem. Depois de organizada a

    verdade, quando se torna rentvel, para alguns, h que torn-la obrigatria, para todos. Aquelas

    verdades que esto associadas ao lado espiritual das realidades so as mais perigosas. Ningum pode

    comprova-las. Remetem-nas, por isso, ao territrio do sonho. So, utopias. E poucos so aqueles que

    acreditam em utopias. Os que acreditam em utopias so criadores e, um dia, construiro Universos.

    Plato hoje ainda to citado e to actual ainda em tantas reas da vida moderna, est certo em quase

    tudo mas, quando fala numa ilha do tamanho de um continente que se afundou, descaradamente,

    mente. Inventa um mito. A Atlntida. Donde pouco rendimento pode vir. Verdade ou mentira no

    interessa, est debaixo de gua, no h negcio para os antiqurios nem para os museus. No h capelas

    nem templos para chamar peregrinos. No h provas, mentira. Jesus Cristo, no h provas, verdade.

    Vai-se assim repetindo a histria. Ao confundir as lnguas confundiram-se as verdades, vingaram

    aquelas que mais lucros criaram. No entanto, qual Fnix, no desistem os que demandam a verdade.

    A era moderna permite uma velocidade nunca suspeita. Subterrneos cibernticos levam a cantos

    onde ela se esconde e, cada vez mais possvel comparar estudos cientficos, ler documentos antigos

    com infindveis interpretaes, ter ali mo dicionrios e glossrios e por isso, se inventaram as redes

    sociais. Substituiu-se a coscuvilhice da leitaria com muito maior alcance. E pode, tornar-se, uma arma.

    E, quem manda nas palavras, pode mandar no mundo.

    No neoltico o homem no se encontrava em pr-desenvolvimento. As interpretaes dos achados

    arqueolgicos so muitas vezes feitas a partir de premissas erradas. Surpreende, que sejam to

    limitados os conceitos de quem interpreta e que, as concluses, nunca se afastem muito umas das

    outras. Qualquer construo grande sempre um templo, porque no um centro comercial ou, outra

    coisa? Neste extremo da Europa, na nossa mais remota antiguidade, no se encerrava Deus dentro de

    paredes de pedra. As nossas catedrais, quer escondidas nas entranhas onde a gua esculpiu fabulosas

    decoraes, quer sob a abobada celeste, tm milhares de anos. Mas dos Druidas, tambm nada sabemos.

    Desde o final do paleoltico que o Ocidente da Europa tem um alfabeto, isto , um sistema de sinais

    que lhe permite comunicar. Glozel e Alvo no so levados a srio, porqu? Porque durante milhares

    de anos foi o Oriente o palco do mundo? Porque quase se convencionou que os primeiros povos foram

    os Indo Europeus, tal como a evoluo segundo Darwin? E a primeira lngua a Fencia? Concluses a

    que j tnhamos chegado muito antes de inventados os inmeros meios tcnicos de que agora

    dispomos. Esto por actualizar os manuais.

    Cataclismos anteriores histria conhecida tero relegado para os mitos e lendas muitos dos povos

    desaparecidos. Sobreviventes desses cataclismos, e cada um sua maneira, tero sido os iniciadores das

    futuras religies que se desenvolveram nos diferentes continentes, todas elas com pontos comuns nas

    suas cosmogonias. H rotas subterrneas por todo o Planeta e, pelas runas submersas encontradas at

    hoje, podemos deduzir que essas rotas continuariam atravs de ilhas e continentes que j no existem

    hoje superfcie. O litoral ocidental foi o bero de todas as futuras civilizaes. Aqui tero existido os

    primeiros santurios e daqui ter partido o conhecimento. Daqui partiu o Sangue Original, a 1 Lngua,

    a Palavra.

    Todos os homens, que so pessoas dotadas de razo e de vontade livre e por isso

    mesmo com responsabilidade pessoal, so levados pela prpria natureza e

    tambm moralmente a procurar a verdade.

    (Conclio Vaticano II, Dignitatis Humanae, 2)

    De vez em quando os homens tropeam na verdade, mas a maioria deles

    levanta-se rapidamente e continua o seu caminho como se nada tivesse

    acontecido.

    (Winston Churchill)

  • Aquele que conhecemos por Jesus Cristo e cuja memria perdura h 2000 anos apesar de toda a

    evoluo a que temos assistido, no morreu crucificado como pretendem os defensores da morte e da

    cruz. Antes sobreviveu, e ter continuado a sua vida no Ocidente. Ao procurar mais e mais evidncias

    desse facto, outras surgiram e levaram ainda mais longe concluses a que muitos chamaro utpicas,

    mas que no podem ser rejeitadas. Ele aparece-nos como um deus Solar, maneira dos heris gregos,

    tendo pouco a ver com o Oriente onde o inserem. So nisso, unnimes, muitos historiadores. Ter

    nascido e morrido no Ocidente?

    Desde o sc. IV que se sabe que Jesus nasceu em Nazar, isto , Belm, ou Gamala, ou outro sitio

    prximo e, por isso, se procuram l as provas. No se encontram porque no existem e, porque o nome

    , to vulgar, como o nosso Z. E havia por l vrios Zs que podiam encaixar na histria. Os bocados

    mais convenientes podem escolher-se para a teoria que quisermos formular.

    Por coincidncia, a imagem da virgem da lenda da Nazar no mesmo sculo, viajava pela Europa, pelo

    Oriente e pela frica. Como nos provam as evidncias, Nazar da Galileia no existia mas, o monte

    Siano, j l estava, depois que se tornou S. Braz. Muito mais prximo da costa nessa altura, isto , a

    costa mais prxima dele j que l atracavam barcos.

    Curioso tambm que as relquias trazidas fossem a de dois santos ligados Armnia, primeiro

    estado a tornar-se cristo.

    Muitas das perguntas a que no inicio procurava a resposta, no eram aquelas que mais tarde por si

    se formularam. Nem sempre possvel retornar s pginas lidas. Muita informao se desperdiou e

    no foi possvel recuper-la. Para dar utilidade ao meu trabalho, publiquei-o on-line em formato de

    Romance (A Estalagem do Quinto Caminho). Mas, um livro , igual, a um ser vivo, tem seu prprio

    crescimento e, por vezes, ainda que escrita a palavra FIM, ainda no acabou a histria. No que concerne

    de Portugal arrumou-se depois nestas pginas que quiseram ser breves, para que se lhe no perca o

    sentido. Humilde contributo de quem muito aprendeu com nosso mestre da Utopia. Qual teia que,

    desfiada por aqueles a quem a verdade anima, leve a profunda investigao. Espero que a nossa

    histria recheada de encobertos chegue a ver a luz do dia.

    H muitos bas escondidos e, neles, muitas provas se encontraro.

    Temos vindo a ser criteriosamente destrudos ao longo dos tempos.

    Uma memria apagada permite construir muitas verdades.

    Se h motivos de sobra para acreditar que a fundao da Ordem do Templo e de Portugal se devem

    ocultao de provas da ligao da figura histrica que conhecemos por Jesus de Nazar ao nosso

    territrio, das quais o culto do Esprito Santo , a mais significativa, parece-nos tambm razovel pensar

    que se a cultura Hebraica/Judaica (1) sobretudo no Noroeste Peninsular uma das culturas autctones

    que deram origem aos portugueses, provvel que em uma dessas famlias encontremos a ascendncia

    de Jesus.

    Milhares de estudos apresentam provas irrefutveis para a sua no existncia Humana. Focam-se

    todos eles num Jesus da Galileia do qual s h indcios dos 30 aos 33 anos. Mas, se diz o corao que ele

    existiu e a razo no consegue prov-lo, h que procurar as provas em outro lugar. Se no h provas do

    Jesus histrico , apenas, porque sempre quiseram encontra-las no local errado.

    Desde aquilo a que chamamos principio dos tempos, tudo se tem movido como um pndulo. De c,

    para l de Ocidente, para Oriente. Exactamente, ao contrrio, daquilo que sempre nos ensinaram.

    Em resumo:

    O conhecimento humano desde a ltima glaciao desenvolveu-se de Ocidente para Oriente e no o

    contrario.

    Jesus ter voltado Pederneira pelo mesmo motivo que voltaram D. Rodrigo e Frei Romano na

    lenda da Sra. da Nazar que, ainda que muito diferente da encontrada por Frei Bernardo de Brito no

    cartrio do mosteiro de Alcobaa no final do sculo dezasseis , afinal, verdadeira. Portugal foi censurado ao longo dos anos, tal como os monges copistas, quer por ignorncia, excesso

    de f ou subornos. Ave Maris

    A ESTALAGEM DO QUINTO CAMINHO

    [email protected]

    O OBJECTIVO DE ESTE OPSCULO REUNIR HISTRIAS PERDIDAS. REUNIR TAMBM, RACIOCINIOS PERDIDOS

    QUE ANDAM POR A. ANNIMOS, OU NO, TODOS SERO BEM VINDOS.

  • O SEGREDO

    So muitas as colagens de factos que se apresentam nas prximas pginas. Muitas vezes

    usei palavras de outros, procurei dar um sentido aos textos sem os deixar afastar dos pontos

    que interessa focar. Todas as abordagens so superficiais, o contrrio resultaria em muitas

    dezenas de pginas que, irremediavelmente, nos afastariam do essencial. Desta teia

    eliminaremos o suprfluo e os preconceitos e, deixamos apenas, um conjunto de acontecimentos

    para reflectir.

    Das muitas narrativas que se entrecruzam, registo alguns factos e algumas datas que, apesar

    de no provarem nada, nos mostram haver muitas coincidncias e, claramente, a possibilidade

    de estarem estes dois temas interligados:

    O grande segredo da Ordem do Templo, Jesus Cristo em territrio que hoje

    Portugal

    Aps a crucificao, a vinda de Jesus para o territrio a que hoje chamamos Portugal,

    foi um segredo guardado e escondido, ao longo dos tempos.

    No espao Lusitano sempre se preservou essa memria.

    A Ordem do Templo foi instaurada por terem sido encontrados documentos que

    referiam esse facto.

    O imenso poder da Ordem do Templo, frente ao poder papal, teve origem no

    conhecimento desse Segredo.

    O culto do Esprito Santo conservou essa memria.

    Formao da Ordem do Templo e de Portugal

    D. Henrique, da famlia ducal da Borgonha, aderiu Reconquista da Pennsula Ibrica e,

    como recompensa pelos seus servios, recebe em 1096 de Afonso VI o Condado Portucalense

    como dote de casamento com D. Teresa de Leo. Morre em 1112 e Afonso Henriques sucede-

    lhe, tornando-se no segundo conde de Portucale.

    Guerra Santa, peregrinaes, relquias, pilhagens, comrcio, profecias milenaristas e muitos

    jovens nobres desocupados, so palavras-chave para entender a poca. A primeira cruzada em

    1096.

    Dante acusa D. Diniz de actos malficos. Por no ter revelado o Segredo? Aps o declnio da

    Ordem de Cristo Portugal perdeu a rota. Algo de definitivo intervm na histria do nosso pas a

    partir de 1433. Para alm da morte de D. Joo I, que mais ter acontecido?

    Jesus Cristo na ponta mais ocidental da Europa

    Infindveis pginas narram todas as impossibilidades de Jesus ter morrido naquela cruz.

    Muitas interpretaes e teorias em relao sua morte tornam-na de facto, duvidosa.

    No h registo de que a cruz tenha sido utilizada pelos cristos do primeiro sculo e apenas

    no sculo IV se tornou smbolo supremo do Cristianismo.

    A ligao de Jesus com o movimento zelota , uma possibilidade, sustentada por vrios

    autores. A crucificao no era usada para delitos comuns. Era punio capital, reservada para

  • crimes polticos, de insurreio. Por isso a morte deveria ser lenta, dolorosa, para servir de

    exemplo a quem passasse e visse os terrveis sofrimentos do supliciado. Segundo alguns

    historiadores, os crucificados ficavam de trs dias a uma semana em indizvel agonia antes de,

    finalmente, morrerem. Por isso se espantou Pilatos quando passadas apenas cerca de seis horas,

    se apresentou Jos de Arimateia a pedir o corpo de Jesus para sepultar. Teria ele morrido neste

    relativamente curto espao de tempo? Foi a dvida de Pilatos e a de muitos exegetas.

    Partindo ento, da hiptese de que Jesus sobreviveu ao martrio na cruz e fugiu da

    Palestina, sustentam alguns que, tendo vivido na ndia a partir dos 13 anos, quando foi

    obrigado a fugir retornou regio em que viveu toda a sua juventude. Outros dizem que ter

    acabado os seus dias numa aldeia perdida no Oriente, casado e rodeado de filhos. Que ter

    ficado, a ensinar. Algures. Num stio secreto.

    E teria ficado no Oriente, porqu? Por ter nascido l? Se que foi l, que nasceu... (foi essa a

    pergunta que acabada a histria e, escrita a palavra Fim, se insinuou no meu esprito.

    Completou-se agora com a 3 parte deste ba) E... Ocidente, porque no?

    Alguns autores defendem que aps a morte de Jesus, Jos de Arimateia teria viajado at

    costa de Portugal com Maria e alguns apstolos. Trariam com eles o Graal cujo destino era a

    Glia. Glastonbury um stio rico de histrias. Mas porque ficaria Jesus sozinho, escondido no

    Oriente, to perto dos que o perseguiam, enquanto Madalena ia para Frana, a me para

    Portugal, Jos de Arimateia para a Gr-Bretanha e, o Graal sabe Deus, para onde?

    Jos de Arimateia parece ter sido um rico comerciante fencio que vinha comprar estanho

    Gr-Bretanha. Nas suas viagens, teria j trazido o menino e sua me. No Norte de Portugal

    temos muito estanho e, a ponta mais ocidental da Europa, referida em tantos textos antigos, a

    nossa Serra da Lua, o Monte Branco. A cultura megaltica ainda hoje um mistrio. E a

    Tradio Primordial tambm. Desde tempos imemoriais, Ophiusa guarda segredos.

    Na Idade Mdia perseguiu-se a memria de algo a que chamaram e continuamos a chamar

    Graal. Talvez no uma s coisa, mas vrias que os anos fundiram em palavras que j no

    existem nas lnguas actuais. As lnguas so, vivas. Quando muda a realidade mudam as

    palavras para se lhe adaptarem. Entre a costa da Gr Bretanha e o norte da Pennsula Ibrica h

    uma grande confuso nos textos coevos. Tambm as novelas de cavalaria criaram uma

    amlgama de tradies que se confundiram no tempo, dando lugar ao cenrio da Tvola

    redonda protagonizado por Artur, Lancelote, Genwere e, a malvada Morgana.

    H uma histria oculta de Portugal constantemente focada pelos nossos homens de letras.

    O mito, do imprio universal de Cristo, no um mito. uma memria.

    altura de acordar essa memria e desvendar a verdadeira histria de Portugal.

    NOTA: Mais informaes em A ESTALAGEM DO QUINTO CAMINHO (Cap.7, 15, 17, 20)

  • O CULTO DO ESPIRITO SANTO

    A par do poderoso culto de Santa Maria, esta devoo atravessou toda a Europa medieval

    sobretudo entre os sculos XII e XIV.

    As primeiras confrarias do Esprito Santo de que h notcia no territrio so:

    SINTRA 1217 BENAVENTE 1234 ALENQUER 1296

    H que recordar que, antes de Sta. Isabel, j existia em Alenquer uma confraria.

    No muito variada a informao que encontramos. Remete-nos para um dos casais mais

    ilustres da nossa histria ainda que, no nos conte a histria, toda a verdade dos seus actos.

    Como insinua Dante.

    Atribui-se a sua inveno a Santa Isabel embora, diferentes motivos, nos sejam

    apresentados pelos narradores. Pretende-se que seja Alenquer, o seu bero, em 1296.

    Salvo ligeiras variantes consistia a principal cerimnia da Funo, Folia ou Imprio, na

    coroao com trs coroas.

    Coroa-se agora o Menino Imperador mas, nas verses mais antigas das festas hoje

    desaparecidas, como as dos Imprios dos Nobres, era coroado simbolicamente um

    homem pobre.

    H po, vinho e carne para todos.

    O imprio do Esprito Santo uma era de fartura e de irmandade ou fraternidade. Tudo

    partilhado com todos.

    O smbolo uma bandeira da cor do sangue com uma pomba da cor da lua. Chamam-

    lhe, a bandeira de Deus e do seu povo.

    Ainda que muitos aprofundem esta matria, apenas se conclui que o culto do Esprito Santo

    tem razes muito anteriores.

    Evidncias

    A Festa do Divino Esprito Santo, ou Festa de Pentecostes, to antiga quanto o prprio

    cristianismo. E, muito antes, j se celebravam as Festas das Semanas. Tambm Jesus se deslocou

    com os seus discpulos a Jerusalm para a celebrao do Pentecostes.

    Agora a Festa do Divino uma manifestao popular onde se une a espiritualidade e o

    folclore, um agradecimento ao Esprito Santo pelos dons e graas recebidas durante o ano

    anterior.

    Mas na memria das nossas gentes, em Portugal, no Brasil, nos Aores, em Goa, porque est

    esta festa to enraizada? Como na Natureza, todas as coisas so simples, ainda que as mais

    complexas. Fios subtis ligam as partes no deixando nada ao acaso. Somos ns que as

    complicamos, o nosso ego.

    Se todos aqueles que dizem que Jesus no morreu na cruz tiverem razo e so muitos, - se

    considerarmos possvel que a esconder-se o faria, bem longe, do stio onde o procuravam, se

    acrescentamos a isso tudo o que est publicado sobre o facto da famlia, bem como Jos de

    Arimateia terem vindo para a Europa aps a sua morte, e todos eles j terem andado por aqui,

    pode comear a construir-se uma histria. Apenas virtual porque no entra no argumento que

    conhecemos. E, no entanto, os pormenores comeam a encaixar-se e os mistrios a deixarem de

    o ser. Quando a histria se torna incompreensvel, porque algum est a mentir.

  • Basta um Segredo para tecer toda a trama que tem produzido milhares de pginas ao longo

    dos sculos.

    Bastou um Segredo para que a Ordem do Templo e os reis de Portugal tivessem a rebeldia

    que tiveram, bastou um Segredo, em tempos em que um segredo era um Segredo, para que as

    razes da nossa histria ficassem perdidas nos mitos.

    O culto portugus do Esprito Santo no tem equivalente no mundo catlico, era especfico da

    Estremadura e das Beiras. Os judeus beires do princpio do sc. XX diziam: O Esprito Santo

    nosso, no deles (catlicos). Lia-se nesse dia o Livro de Rute nas sinagogas portuguesas, sendo

    Rute uma estrangeira que foi av de David donde provir o Messias. No culto beiro

    encontramos a meno da transmisso dum segredo: o mordomo cessante transmitia um

    segredo ao sucessor, ambos fechados na capela, mas cujo contedo se desconhece (porque era

    segredo). Ainda que alguns refiram a palavra arroz, o que os judeus diziam era a palavra

    aramaica rz que quer dizer segredo.

    Como poderemos arrumar as peas de uma forma lgica, concreta e possvel? Apartando os

    vus que nos tm sempre escondido e esconderam Avalon.

    Vendo a Histria como coisa real, Homens e no Metforas.

    Teria Jesus vindo morrer no Ocidente, como o Sol? Como seria o Ocidente nessa poca?

    Quantas perguntas teriam resposta se isso fosse verdade!

    Vemo-nos como um pas ignorado com um passado incerto, do qual os nossos filhos s

    conhecem as piores partes, as que incluem dinheiro e progresso, a partir do dinheiro.

    Esvaiu-se de poesia a histria, inventou-se a electricidade e tudo ficou muito s claras. Mas

    afastamo-nos da Natureza e fechamo-nos em Bibliotecas e Universidades. Aproximmo-nos da

    palavra Cristo e afastamos a palavra Sol.

    Pelas suas razes, teria Sintra muito com que o acolher.

    Desde sempre os bodos rituais foram um modo de renovar as boas relaes entre habitantes

    vizinhos, entre tribos vizinhas e entre o povo e o seu Deus. Este bodo essencialmente de po e

    de vinho, num cenrio da mesma cor. A comunho do corpo do Cristo Vivo que vencera a

    morte.

    O costume de eleger ou nomear um rei para presidir a um bodo ou refeio ritual encontra-

    se tambm em documentao profana antiga, fencia e pnica, origem provvel de Jos de

    Arimateia.

    Quanto imagem erudita da pomba como 3 pessoa da santissima trindade, h que procurar-

    lhe o significado no primeiro arcano do chamado baralho cigano. Com as suas 36 cartas, bem

    mais antigo do que os tars conhecidos, preservou um conhecimento quase perdido em signos

    gravados, quase indecifraveis. Jesus era chamado de o Mensageiro de Deus.

    O texto bblico no fala de O Esprito Santo mas, de UM Esprito Santo. Tambm no fala da

    pomba como forma mas sim numa comparao.

    Ter sido o primeiro Bodo do Esprito Santo, no Penedo, uma festa de boas vindas? Uma

    celebrao com Po e Vinho? Ter sido o Segredo personificado na Pomba Mensageira?

    Tal como a Ordem do Templo e os primeiros Reis de Portugal, um culto sem necessidade de

    obedecer Igreja.

    Perdido o segredo ficou Portugal rfo do sangue dos seus Reis.

    Contm grande mistrio esta frase. preciso que se cumprem os ciclos e se revelem os

    Encobertos.

    Cantaram isto, nossos poetas. No uma utopia.

  • PARECE TER SIDO O PRIMEIRO BRASO TORNADO BANDEIRA O DO REINO DE JERUSALM POR CONCESSO DO PAPA URBANO II. IDNTICO AO BRASO DA CIDADE PORTURIA DE MARSELHA, O ESCUDO DO CONDADO PORTUCALENSE CONSISTIA NUMA SIMPLES CRUZ AZUL SOBRE CAMPO PRATEADO. ACRESCENTOU-LHE AFONSO HENRIQUES OS BESANTES. INICIALMENTE, 5 CONJUNTOS DE 11. UM DIA, A CRUZ AZUL E OS PREGOS DE AO TRANSFORMARAM-SE NAS 5 CHAGAS DE CRISTO E NOS 30 DINHEIROS RECEBIDOS POR JUDAS, GRAAS BATALHA DE OURIQUE.

  • PORQU, PORTUGAL?

    Para que no se torne demasiado extenso este texto e dificulte a associao de ideias pretendida, divide-se em texto e notas. Convm ler por isso ambas as partes.

    A maioria das pessoas no quer saber a Verdade (3). A verdade leva a respostas

    cuidadosamente pensadas e muitas vezes diferentes daquelas que querem encontrar e, a

    cultivar o ego, ao invs de destrui-lo, contentam-se com dissertaes msticas e inspirativas.

    Falar outra lngua ter outra alma, disse Carlos Magno (4) e , por aqui, que vamos comear.

    Conclui um estudo recente que o idioma que se fala, muito mais do que um meio de expresso,

    pode moldar os pensamentos e os sentimentos. Ser que algo, to fundamental como aquilo de

    que se gosta, ou no, pode mudar quando muda o idioma em que nossas preferncias so

    expressas? Parece que sim. to poderosa a linguagem que pode determinar o nosso

    pensamento. (5)

    Tal como o general Lenidas (6), quando transferimos a responsabilidade do nosso destino

    para os orculos e contrariamos a clebre frase de Delfos: Conhece-te a ti mesmo, corremos o

    risco de ouvir o que queremos ouvir. Pode ser a nossa perdio como veio a acontecer ao

    general. Quanto mais consciente estiver de si o ser humano, a menos influncias involuntrias

    estar submetido.

    As culturas ancestrais foram relegadas condio de superstio pela filosofia da

    objectividade e as linguagens, que tal como as espcies so um fenmeno dinmico e em

    constante transformao - como verificamos agora com a jovem linguagem informtica, -

    acabaram por cair no esquecimento. Hoje tentamos interpretar o passado luz dos seres que

    somos e do conhecimento que temos mas, que seres somos? E que conhecimento temos?

    Os primeiros signos, gravados pelos nossos parentes do Neoltico, no so um balbuciar

    inocente do real, antes parecem concepes abstractas codificadas em traos simples, quem sabe

    semelhantes queles que deixaramos hoje se sobrevivssemos a um grande cataclismo. Os

    primeiros sinais que o homem deixou so, letras. Alguns milhares de anos depois chamar-lhe-

    iam os romanos latinas.

    Aps o Dilvio - coisa que ainda no entendemos bem, - nasceram no verdadeiro Oriente

    do den, a nossa Ibria, todas as lnguas e escritas. Apenas as Pedras, nicas testemunhas

    antigas, viram os grupos de homens separar-se e desenvolverem-se lnguas e escritas de

    maneiras diferentes. Ficou na mitologia nrdica a Memria. Nas terras quentes do sul vivem os

    deuses e, na terra das montanhas glidas, a norte, era o inferno. Bem diferente daquele que nos

    habituamos a conceber cheio de fogo e caldeires de azeite a ferver, modelo bem aplicado mais

    tarde pela Inquisio.

    H pelo menos seis ou sete mil anos, mas provavelmente muito mais, que o homem do

    neoltico ocidental tem algo semelhante quilo a que chamamos hoje um alfabeto, isto , um

    instrumento direccionado para o raciocnio. A primeira concluso que se pode tirar esta: uma

    to lenta evoluo da humanidade s pode ter sido manipulada, tal como nos esto agora a

    manipular o sexo e a tornar-nos autistas com o Bisfenol e os Ftalatos, por exemplo. bom

    lembrar que a primeira Conferncia da Terra foi em 1976 e, que fechar os olhos, no nos tem

    levado longe.

    A escrita transcendeu o tempo e o espao, as ideias ganharam vida e correram o mundo.

    Homens como Plato esgrimiram com elas e provocaram, grande controvrsia. (7)

  • Como o Sudoeste de Portugal a fonte das lnguas Proto-Latinas e Shemitas que se expandiram pela

    Europa e Norte de frica para o Oriente, ao voltarem essas mesmas lnguas posteriormente ao ponto de

    origem, com sua lingustica alterada, contriburam para o estabelecimento da confuso existente entre elas

    e a lngua Materna, ou seja, a Lngua do sudoeste Peninsular. (8) A Lngua rabe filha da Lngua

    Shemita que, por sua vez, descende do Proto-Canaanita e este do primitivo idioma do territrio que hoje

    constitu o sul de Portugal. Por esta razo muitos valores fonticos e ortogrficos da Lngua rabe so

    semelhantes aos que j c existiam.

    O Latim foi um idioma criado pelos romanos com base no peninsular, desconcertando

    assim o mito que diz ser o Indo-Europeu (9) a fonte da nossa lngua.Com o predomnio da

    igreja romana na Pennsula, o abecedrio latino conseguiu impor-se e a consequncia,

    inevitvel, da instruo cair totalmente nas mos do clero catlico foi a longa durao do Latim

    que fez esquecer o alfabeto do primitivo povo ibrico.

    Galego, Portugus, Castelhano e Latim, so idiomas de uma lngua comum materna ibrica.

    Pode provar-se com factos arqueolgicos e epigrficos existentes, que a emigrao partiu do

    ocidente europeu para o oriente at sia Maior. As lnguas dos outros povos foram formadas

    da raiz do Ibrico e os prprios Hibreos descendem dos Hiberos que, no Mdio Oriente,

    fundaram a Nova Hibria. O Ocidente foi o bero do Alfabeto e das Lnguas.

    Contrariamente ao que hoje se ensina, os primeiros sinais alfabetiformes no Egipto foram lineares e

    derivam do alfabeto do ocidente da Europa que nesse tempo j o manejava com segurana. Letra, aps

    letra, foi fazendo a sua entrada no Egipto. Telhas e peas de cermica datando de 1.400, 3.300 e 5.500 a.C.

    tm inscritas letras A, E, I, O, C, X, T, M como letras capitais. Estes sinais foram indubitavelmente

    empregues como escrita nos fins do perodo que vai de 1.550 a.C. a 1.200 a.C. mas os caracteres existiam

    muito antes deste perodo. Trs quartas partes deles so anteriores aos hierglifos do Egipto.

    Tambm as lnguas nrdicas tiveram sua raiz lingustica da peninsular. As terras do norte foram

    primitivamente povoadas pelos ibrios e, os caracteres rnicos, levemente modificados, so quase todos

    originrios da primitiva escrita ibrica. (10)

    Entre os povos da faixa atlntica muito antigo o relacionamento, 95,6% do ADN dos nossos

    primos lapes originrio da Pennsula Ibrica, o que prova haver ligaes entre a Ibria e os

    pases nrdicos h milhares de anos.

    Na Pennsula Ibrica apenas depois do sc. III antes de Cristo tiveram os romanos a sua presena, cinco

    sculos antes de Roma haviam chegado os Gregos, os Fencios e, posteriormente os Cartagineses, que

    foram bastantes influentes na passagem de segredos e mistrios aos Sbios tribais dos Santurios

    primitivos da Pennsula. Cultura, resplandecente, que causou assombro e respeito aos povos nativos do

    litoral com os cultos de Baal Merkart e de Tanith de Cartago, cultuados outrora na Nazar, entre outros.

    Para alm de ser a nossa lngua a primeira, tambm os Lusitanos so o nico Povo que no tem

    uma sequncia Gentica herdada dos Africanos do Paleoltico. O nosso Cdigo, diferente dos

    outros Povos Mediterrnicos , alm de nico, o Mais Antigo face da Terra. Apesar de

    tambm existir no Brasil e na Amrica do Norte o gene A25-BIS-DR2 s foi encontrado nos

    portugueses de origem tnica Lusitana entre os europeus. O outro gene, ainda mais particular, o

    A26-B38-DR13, prova sermos o povo mais antigo e sobre este, s se sabe que ter existido nos

    primeiros ibricos ocidentais.

    Os Lusos de Cames so os descendentes de uma muito Antiga Raa que em tempos viveu

    sobre a Terra. Os mesmos que um dia procuraram o Preste Joo e o Paraso perdido.

    Mas, quando empreendemos a tarefa de procurar os seus ancestrais, encontramos apenas

    grandes pedras erguida num contexto que ainda no conseguimos decifrar e, os primeiros

    sinais gravados, aqueles que desde o incio dos tempos deram lugar aos primitivos alfabetos,

    parecem-nos bem menos primitivos do que as nossas interpretaes.

  • A Atlntida, o Dilvio, a Guerra que houve nos Cus e que, pelos vistos, tornou a Terra em

    Inferno, foram sempre objecto de estudo desfasadas da realidade. Tambm alimentmos os

    deuses com sacrifcios humanos. Carne humana mas, principalmente, Sangue e, nunca nos

    interrogamos porqu. Tudo indica uma ancestralidade comum a todos os mitos e os primeiros

    signos seriam comuns a todos os sobreviventes. Mais tarde, misturaram-se as lnguas e a Babel

    foi instaurada.

    Antes de ns, Lusitanos, ningum vivia na Terra. Fomos os primeiros a chegar e somos,

    os mais cultos. Ou, deveramos s-lo. Faa uma pausa agora.

    A lenda de Sintra diz que quem nasce em Portugal por castigo ou por misso. preciso reflectir

    nestas palavras e naquelas que acaba de ler. Ningum quer acreditar que uma ilha inteira se

    afundou porque no agrada essa ideia ou, incomoda, algum remorso. Perdem-se os bens e at a

    vida, o que tambm no agrada a ningum. Apesar de no saberem bem porqu. O que ns

    queremos ser seres humanos no centro de um universo vazio, contemplando-nos como

    Narciso e, com receio, de que a Bela Adormecida seja mais bela do que ns. No aprendemos

    com a Rainha Vermelha.

    Mas a histria, inevitavelmente, avana e comeamos a ver hoje pela televiso povos a

    invadir a Europa pelo mar, em busca do Paraso. E vemos tambm as condies polticas e

    climticas a ameaar destruir o Planeta.

    Diz-se, que os Pelasgos chegaram pelo litoral, vindos de um muito antigo continente que se

    afundou. Plato fala-nos, da Atlntida. (11) Um mito. Porqu? Tambm a civilizao cretense se

    1488-1490

    1956

    1490-1495

    1797-1800, 1964

    IDADE MEDIA

    OGHAM-ORIGEM DESCONHECIDA NO TEMPO

    O estudo das linguagens antigas indica que ao recuar cada vez mais no tempo,

    descortinamos no serem os primeiros homens sedentrios to primitivos assim.

    ELA JAZ AQUI E ESCONDE-SE AQUI

    RSLIE MORREU AQUI

    E NO MESTRE SUMIU-SE A SUA MENTE INTEIRA

    Inscries de h 7.000 ou 8.000 revelam um profundo contedo esttico e filosfico. Esta

    inscrio, de grande beleza potica, o epitfio da jovem Rslie traduzida do macednio.

    A evoluo para a complexidade do pensamento tende simplificao das formas. Entre um quadro de Da Vinci e um de

    Picasso no h involuo, h evoluo. A complexidade tende organizao e esta h simplificao. Esses sinais foram

    possivelmente gravados por homens to ou mais desenvolvidos do que ns. Muitos dos mistrios antigos s agora tm resposta

    porque s agora dispomos de meios para os entender.

  • afundou, inexplicavelmente, por volta de 1.300 a.C. (12) Os mitos, do nosso passado, so as

    chaves, do nosso futuro.

    Tambm os Gregos em uma poca muito recuada tiveram que resistir a uma invaso feita

    por um povo sado do mar Atlntico, vinha de uma ilha mais vasta que a frica e a sia

    reunidas. Porque no?

    Os textos das pirmides foram escritos em plena expanso da civilizao egpcia, h que

    procurar em outro local a origem. Muito antes da chegada dos afamados mareantes fencios, j

    o povo dos dlmenes andara pelo litoral e subira o curso dos rios para ocupar as terras

    sertanejas. Com barcos e o conhecimento da navegao rasgaram a clebre estrada martima

    frequentada pelos comerciantes de todas as geraes. Bastou uma guerra para que o saque do

    museu de Bagdad reescreva outra histria.

    Estvamos a sair duma glaciao h 10.000 anos e, agora, estamos a entrar em outra.

    Agrade-nos ou no. A Histria cola-se como cacos de cermica a moldar um passado distante

    do real e, desaparecidas as lnguas, ficaram apenas as lendas e os poemas a estimular-nos a

    curiosidade.

    Sobre a lenda de Nazar (13), Portugal, apenas sabemos que no sculo IV a imagem se

    encontrava na posse do monge grego Ciraco que a colocou sob a proteco de So Jernimo

    (14) que, o aconselhou, a lev-la para frica para a entregar a Santo Agostinho (15) que, a

    trouxe, para a Pennsula Ibrica. D. Rodrigo, ltimo rei dos Godos (16) e Frei Romano, levaram-

    na de Mrida para a Pederneira (17) e chegaram a 22de Novembro de 711 ou 14 (interessante

    esta data pormenorizada de um rei que uma lenda num acontecimento que outra, pode no

    ser um acaso) ao monte hoje chamado de S. Braz. Outrora, a comunidade piscatria chamava-

    lhe Monte Saio mas, Monte Siano, a designao nos relatos mais antigos. Aparece na Bblia

    Monte Sio, ou cidade de Sio como outra forma de nomear Jerusalm. O monte, com ocupao

    castreja pr-romana, de origem magmtica com 156 m de altura.

    Chegados ali quis Dom Rodrigo ficar sozinho e Frei Romano, com a Imagem da Virgem (18)

    e o cofre com as relquias de S. Brs e S. Bartolomeu, seguiu para o Stio. (19)

    PRAIA DE NORTE, PROMONTORIO, PRAIA DA NAZAR, MONTE S. BRS

    Todos os dias acenderiam uma fogueira (20), era o sinal combinado mas, houve um dia em

    que no houve fogueira e, depois dele, deixa de fazer sentido a histria, at que 469 anos aps,

    D. Fuas Roupinho, lugar-tenente de D. Afonso Henriques, teve a bno de um milagre num

    dia de nevoeiro (21).

    Lenda romntica que Moiss Esprito Santo nos diz ser inspirada num poema fencio. (22)

  • Os nomes dos dois frades envolvidos na lenda podem ser nomes prprios ou indicar a sua

    origem: romano e siraco mas, na realidade, algo relaciona a Senhora da Nazar com Nazar.

    Observemos ento a Nazar, a nossa. Ainda h pouco existe. H trs, ou quatro sculos,

    seria o fundo de um aqurio e os peixinhos nadariam por cima do areal. Beirava ento o mar a

    encosta da Pederneira e o Promontrio do Sitio. Conquistada pelos turistas, agora limpa e

    organizada.

    Da antiga vila piscatria imortalizada nas fotos a preto e branco pouco resta. Xailes negros e ps

    descalos de um povo que s o turismo dos ltimos anos salvou da fome. Uma terra bonita e

    pobre agora mais remediada no entanto, no Neoltico, teria sido uma zona de grandes recursos,

    remontando a sua ocupao pr-histria.

    H quase mil anos Nossa Senhora apareceu l pelo Promontrio. Nossa senhora e o Diabo.

    Porque andariam por l tais criaturas de suprema importncia na Histria dos Homens? O que

    poder ligar o Monte S. Braz, o Promontrio, Nossa Senhora e o Diabo? E, porqu, depois de

    tanto viajar, ali teria ficado esquecida aquela pequena Virgem Negra?

    Cedo foram estabelecidos importantes portos de mar na regio (23) e, junto s dunas da zona

    costeira, est a Igreja de So Gio. Um mistrio para a arqueologia.

    Do Castelo de Alfeizero (24), originalmente a dominar um porto de mar, apenas sabemos

    que visava a defesa do trecho do litoral atlntico entre o promontrio da Nazar e a pennsula

    de Peniche. E o Canho ou, Cana da Nazar, um dos maiores do Mundo, que esconder? O vale

    submarino comea a definir-se prximo do promontrio do Stio e a mais de cinco mil metros

    no oceano profundo, afunda-se, de E para W recorta a plataforma continental. (Ver foto

    anterior). O levantamento biolgico da flora e fauna do mar da Nazar com influncia do vale

    trouxe j luz novas espcies, por enquanto apenas com alguns centmetros.

    Falei h pouco de afundamentos e invases por mar, das primeiras lnguas e das primeiras

    escritas. Ter a nossa Nazar copiado o nome da outra na Galileia?

    E dela, o que se sabemos?

    Que foi o local onde ter nascido Jesus e passado a sua vida at aos 30 anos, odiado pela famlia

    e vizinhos que at o quiseram atirar dum penhasco num local onde no havia penhasco.

    A nossa Nazar, que esperava apenas que o mar recuasse para nos deixar tambm a areia

    onde tomamos hoje aprazveis banhos de sol, tem uma histria que vem desde os alvores da

    humanidade. Mas, Nazar da Galileia, no existe na memria do sculo I. (25)Nenhum

    historiador ou gegrafo da Antiguidade menciona Nazar antes do incio do sculo IV, por

    acaso, a mesma poca, em que comea a lenda de que acabamos de falar.

    Tambm no Velho Testamento no mencionada, nem no Talmude (26), nem nos

    Evangelhos apcrifos ou na literatura rabnica. Tambm no foi includa na lista de lugares

    colonizados pelas tribos de que menciona doze cidades e seis aldeias e no consta entre as 45

    cidades da Galileia mencionadas por Josefo (37-100 d.C.), tambm entre as 63 cidades da

    Galileia mencionadas no Talmude no se encontra .Muitos historiadores afirmam por isso que a

    ausncia de referncias textuais a Nazar no Velho Testamento, no Talmude, e nas obras de

    Josefo (27) indicam que, uma cidade chamada Nazar, no existia nos dias de Jesus.

  • No entanto, em Nazar da Galileia, tudo est de volta. Os peregrinos crdulos podem

    visitar a oficina de Jos mas, ao contrrio de tantos stios arqueolgicos em Israel, aqui conta-se

    a presena de Jesus e da famlia pelos nomes dos hotis, dos restaurantes e das igrejas. No h

    uma pedra que fale da aldeia de h dois mil anos atrs que apenas na Idade Mdia foi

    identificada como a cidade de Cristo.

    Desde o tempo de Eusbio de Cesaria se indaga, se a etimologia de Nazar deriva de netser,

    um "ramo" ou "broto", ou se tem razo o Evangelho de Felipe (apcrifo) que deriva o nome de

    nazara, que significa "verdade". H ainda especulaes e indcios bblicos de que nazareno,

    significando "da vila de Nazar", era confundido com "nazireu", que significava um judeu

    "separado", que fez um voto de silncio. Alguns historiadores colocaram em dvida a

    tradicional associao da cidade com a vida de Jesus e sugeriram que, aquilo que era originalmente um ttulo, Nazareno, acabou por transformar-se no nome da sua cidade natal.

    Iesous Nazarene no significava "de Nazar", mas sim que seu ttulo era "Nazareno". Nazareno

    ter sido uma traduo imprecisa de Nazarita, uma pessoa que havia feito um voto de

    santidade e, assim, se separava das massas. Mateus 2:23 afirma sobre Jesus, "E ele veio e morou

    numa cidade chamada Nazar: para que se cumpra o que foi dito pelos profetas, Ele ser

    chamado de Nazareno." Falei em afundamentos e quero tambm falar de passagens subterrneas.

    Todos os castelos, igrejas e poos, tm lendas da sua existncia. A acreditar nelas

    atravessaro rios e talvez oceanos mas h, nos seus abismos, tambm montanhas e, de

    montanha em montanha, certamente ter-se-o estabelecido ligaes entre a maioria dos lugares

    da Terra. Ao tempo de Afonso Henriques, existiam mapas de rotas subterrneas.

    Estudar as lendas e os mitos penetrar num mundo tenebroso, oculto dos olhares do

    profano (28). O nosso passado rico de mistrios e os poucos eruditos que a eles se dedicaram,

    fecharam-nos em palavras pouco acessveis ao vulgo, e outros que os complicaram, com o

    exagero das efabulaes, afastaram o interesse para que ningum deles se lembrasse.

    Quem sabe que rotas tomaria, o primitivo Culto do Esprito Santo?

    Brota das profundezas a gua que chega das Estrelas num cantar cristalino, escoa-se entre

    margens que alimentaro Vida. Privilegiadas as margens da foz dos rios Douro e Tejo onde

    Lisboa e Gaia nasceram.

    Simbologia traduzida em pedra no Terreiro do Pao. Porta de entrada de antigos povos

    vindos do mar e, de sada, por antigos subterrneos.

    Lisboa, a que j teve muitos nomes, era uma cidade edificada beira-mar, cujas vagas se vm

    quebrar contra as muralhas, admirveis e de boa construo. A parte ocidental da cidade encimada por

    arcos sobrepostos que assentam em colunas de mrmore, por sua vez apoiadas em envasamentos de

    mrmore. A cidade , por sua natureza, muito bela.

    YONAGUNI

    MAR DO CARIBE

  • urgente conhecer o passado de Portugal, reunir o Ocidente com o Oriente fundir a

    Intuio com a Razo.

    Hoje no somos j o den e, por um fio, est a soberania do Porto de Graal, quem sabe o

    que nos espera depois desta manipulada crise?

    Avieno cantava na Ode Martima que ramos um povo sempre valoroso mas, muito mal,

    hierarquizado, estigma que continua a perseguir-nos. Onde esto, aqueles que deviam

    dirigir-nos? Escondidos em ordens ou, sociedades secretas? (29)

    Com um pouco de agilidade mental e algumas leituras em segunda mo,

    qualquer homem encontra as provas daquilo em que deseja acreditar...

    (Bertrand Russell)

  • NOTAS

    H, segundo o Zohar, quatro nveis de decifrao hermenutica no estudo das Sagradas Escrituras.

    Este mtodo de extraco do sentido atravs de quatro leituras sucessivas era j utilizado por Filon de

    Alexandria, por volta do ano zero.

    Oriente-Ocidente Oriente vem do latim oriens o sol nascente, de orior, orire, surgir, tornar-se visvel. Ocidente vem do latim occidens, o sol poente, de occ-cidere, de op, embaixo etc, e cadere, cair. Europa de provvel origem semita, do acdico erebu entrar, por-se (dito do sol), erebchamshai, por do sol e, nessa hiptese, quer dizer exactamente Ocidente. sia viria tambm do acdico asu, ir-se, surgir (dito do sol), significando exactamente o mesmo que Oriente. sia e Europa, Oriente e Ocidente, so sinnimos. O nome Europa est sem dvida ligado ao mito que relaciona gregos e fencios: Zeus, em forma de touro, rapta uma mulher fencia, a bela Europa. Vem do Oriente o nome Europa, porm, no se sabe como. Num labirinto de mitologias escondem-se as origens humanas. Temos sido induzidos a pensar que tal como o sol nasce no Oriente e morre no Ocidente, tambm a cultura nasce no Oriente e morre, no Ocidente. No entanto muitos contestam a primazia da sia e afirmam que as cidades mais antigas do mundo estariam na Amrica e, apesar de muitas tradies como a sumria, a persa e a hebraica colocarem o paraso perdido na Mesopotmia, inmeras outras insistem em coloc-las no extremo Ocidente. Para alm do mito da Atlntida que cativou profundamente Plato em sua velhice e revela uma participao primordial do Ocidente na civilizao humana, vrios outros mitos orientais como o do famoso Paraso de Amida, colocam o Paraso no Ocidente. Atlas, o atlante, est ligado ao Jardim das Hesprides que quer dizer Ocidente, o Paraso. A bipartio Oriente - Ocidente, difcil de ser penetrada, uma construo intelectual continuada e longa. (1)Moiss Esprito Santo - Especialista na anlise etnolgica e sociolgica e no estudo cientfico da Igreja Catlica, cuja obra em Sociologia e Etnologia das Religies est classificada, pela Biblioteca Nacional de Frana, como "forme savante valeur internationale", portadora da herana cientfica da tradio sociolgica da escola de mile Poulat (EHESS) na anlise da Igreja Catlica, que demonstra, de modo sistemtico, em termos cientficos, que o Catolicismo Romano (Igreja Catlica/Vaticano) um sistema artificial e arbitrrio, sem fundamentos que lhe dem validade ontolgica descrevendo, na linha de Alain Peyrefitte, que esteve e continua a estar no fundamento do atraso estrutural dos pases catlico - romanos em relao aos pases cristos protestantes. Segundo Moiss Esprito Santo: As culturas que deram origem aos portugueses so a Pnica/Fencia/Cananeia, comum a todo o territrio, a mais antiga e melhor estruturada no Noroeste Peninsular, a Hebraica/Judaica, sobretudo no Noroeste Peninsular, tambm uma cultura autctone, sendo a Romana e, posteriormente, a Berbere, as duas culturas invasoras do territrio portugus a partir do Sul: todos os outros povos derivam da mitologia dos historiadores e arquelogos tradicionais, e dos contemporneos que repetem os tradicionais, que utilizavam mtodos rudimentares e pr-modernos na anlise da realidade social. Assim, salvo estas quatro culturas: Fencia/Pnica - Hebraica/Judaica - Berbere/Moura - Romana, todos os povos pr-romanos e ps-romanos so povos mticos, inventados pelos historiadores e arquelogos tradicionais, como os Cnios, Brcaros, Clticos, Coelernos, Equesos, Grvios, Interamicos, Leunos, Luancos, Lmicos, Narbasos, Nemetatos, Gigurri, Psures, Quaquernos, Seurbos, Tamagani, Taporos, Zoelas ou os Turodos, derivados de uma abordagem mtica, no racional, pr-cientfica, sem conceitos racionais, sem mtodos racionais e sem uma explicao racional, na anlise das populaes do territrio portugus, baseada, sobretudo, em documentos escritos latinistas catlico - romanos ou de um crioulo latinista. A influncia celta, goda, sueva, visigoda ou morabe inexistente em Portugal e na Galiza: aquilo que os historiadores tradicionais de Portugal e Espanha chamaram celtas so, na realidade, os pnicos ou fencios: uma cultura autctone. Constata-se, portanto, que os pnicos/fencios so os portugueses antigos, os lusitanos, a cultura estrutural mais antiga, comum a todo o territrio portugus desde o Minho ao Algarve, de onde deriva grande parte das vrias geraes de portugueses e os portugueses actuais, mas melhor estruturada na civilizao das citnias, castros e cividades, no Noroeste Peninsular.

  • Grande parte das palavras pnicas/hebraicas passaram escrita em caracteres latinos: a escrita do ocupante, proveniente do Sul, que nunca dominou as povoaes do Noroeste Peninsular, cuja civilizao pnica era, estruturalmente, baseada na oralidade, apesar de terem sido os inventores da escrita, que era utilizada, sobretudo, nas trocas comerciais : civilizao dos castros, das citnias e das cividades, conhecida por cultura castreja. Muitas teses demonstram que a lngua original do Noroeste da Ibria era o hebraico e o fencio/pnico (lngua similar ao hebraico) e que o termo Sefarad, que o termo judaico para Portugal e Espanha, se relaciona com a palavra hebraica Sefer (Livro), que, por sua vez, se relaciona com o termo Safira (h uma relao entre 'Sfer' e 'Safira'), visto que, originalmente, segundo a tradio judaica, o livro da Tor existia numa espcie de livro em Safira azul (2): a cor da nobreza europeia, da qual os judeus sefarditas antigos, os 'marranos' ibricos do Noroeste Peninsular, estaro na sua origem, das Casas Grandes e dos Pazos da Galiza, cujo smbolo era Santiago Mata-Mouros, que , na realidade, a latinizao de 'Jacob': Tiago, o smbolo unificador dos judeus da Dispora, Santiago 'O Mata-Mouros', smbolo unificador dos cls familiares do Noroeste da Pennsula Ibrica (que no eram os 'senhores da guerra' cristos, mas a nobreza da Tribo de Jud, cls familiares de origem judaica) em oposio ao Centro e Sul romano e berbere, e que, depois, conquistaram, de modo progressivo, o Centro e o Sul romano e berbere pela via administrativa de conquista territorial e pela guerra.

    (2) Conhecendo hoje o avano relativo tecnologia dos cristais em que vrios milhares de CDs podem ser armazenados em um cristal de poucos centmetros, muito curioso estar a Tor escrita numa Safira, bem como os registos Akashicos numa Esmeralda.

    (3) Uma aturada pesquisa sobre a Verdade leva-nos a concluir que, ainda que muito tenham os nossos filsofos reflectido, enquanto no conhecermos melhor o tempo e o espao teremos que aceitar as palavras claras de Plato: "Verdadeiro o discurso que diz as coisas como so; falso aquele que as diz como no so." (Crtas., 385b;v.Sof.,262 e; Fil., 37c). No entanto, a maioria prefere ouvir Nietzsche, ainda que no saiba que ele existe e, considerar que, a verdade, um ponto de vista ("Como Filosofar com o Martelo"). Para encontrar a Verdade , necessrio, conhecermos todas as hipteses. A Hiptese desempenha o papel de fio condutor para a construo do conhecimento e, apesar do seu carcter provisrio, base da argumentao cientfica e desempenha uma srie de funes dentro da pesquisa. O raciocnio humano vale-se desse recurso diante do interesse em adquirir um conhecimento que ainda no tem, ou diante da necessidade de superar o impasse produzido pela formulao de um problema. Procura-se uma soluo adequada ao mesmo tempo que todas as outras so, progressivamente, descartadas. Longe de ser uma proposio evidente por si mesma, a Hiptese uma assero provisria que pode, ou no, ser verdadeira. Corresponde a uma resposta possvel, a uma suposio ou soluo provisria mediante a qual a imaginao se antecipa ao conhecimento. Quando determinadas hipteses conseguem reunir em conjuntos maiores e, coerentes, uma diversidade de factos e, particularmente quando se mostrarem sustentveis, ou vlidas as relaes propostas para estes factos, ocorre a formao de uma teoria. Destas relaes propostas e das hipteses primordiais so deduzidas novas hipteses e, desta forma, se consolida uma nova teoria. Um enunciado que em um momento, ou dentro de um determinado referencial terico, pode ser considerado uma hiptese, em outro momento pode ser considerado uma lei e, em um terceiro momento, ser encarado como uma conjectura. Ao longo deste estudo, somadas as evidncias, pretendo demonstrar que a hiptese que apresento to valida como as conhecidas at agora. Ou seja, para nenhuma existem provas, cientificas e, o facto de no existirem provas, torna esta hiptese uma possibilidade, que espera ser verificada.

    (4) Carlos Magno filho mais velho de Pepino, o Breve, primeiro rei carolngio, nasce em Aachen em 742 ou, 747 ou, 748. Com a morte de Pepino o reino foi dividido entre ele e seu irmo Carlomano de quem rapidamente se livrou, ao que consta, mandando-o envenenar. Coisa comum na poca. Agora a informao faz o mesmo papel, e no h culpados. Com o patrocnio da Igreja Catlica esteve constantemente envolvido em batalhas durante o seu reinado. Converteu ao cristianismo os povos conquistados e massacrou aqueles que se recusaram a converter. Como desculpa das suas atrocidades, Carlos Magno anunciava que assassinava, destrua, pilhava, matava, desgraava e roubava dinheiro em nome de Deus. Um dos seus objectivos era tambm conquistar a Pennsula Ibrica mas, nunca o conseguiu. Para unificar e fortalecer o seu imprio, revolucionou a educao. Surgiria mais tarde dessa semente a filosofia crist da escolstica e, nos sculos XII e XIII, muitas das escolas que haviam sido fundadas nesse perodo, especialmente as escolas catedrais, ganharam a forma de universidades medievais.

  • Um estudo comparado e que no precisa de ser muito atento, revela que quem conta um conto lhe acrescenta mais um ponto. Tal como quem faz um bolo. Mais isto ou aquilo consoante a imaginao. Se apenas assim for, no grave, a imaginao nunca grande, podemos ficar com uma ideia da pureza da histria original. Mas se a ela acrescentarmos o desejo de enaltecer aquele que paga, aquilo a que se chama hoje dar graxa, (e j aqui se v que interpretaes diferentes podemos dar destas duas expresses, enaltecer e dar graxa) ou, nos convier por algum motivo, dizer uma coisa diferente da verdade, a que a ponta da meada comea a desaparecer. Quando uma histria se torna incompreensvel, porque algum est a mentir. Conhecemos milhares de anos de guerras e sabemos que a forma mais segura de dominar e controlar um territrio conquistado, quando se no matam todos os seus antigos ocupantes, a deportao massiva dos seus habitantes para centenas e milhares de quilmetros de distncia do seu territrio natal. Para o lugar destes, vinham outros. Com eles iam e vinham seus usos e costumes, suas leis, seus deuses. Suas lnguas. Mortos os mais velhos, sedentos sempre os jovens do que novo, poucos anos so precisos para que os pensamentos se alterem. Quem escreveu a Histria? Durante todos estes milhares de anos poucos souberam escrever. Por coincidncia souberam-no, sempre, aqueles que estavam de alguma forma ligados ao poder. Ainda hoje, ler coisa de poucos. Conta-se a histria dos que venceram, difama-se a histria dos vencidos. Tal como vencidas as cidades se lhes ateava o fogo at que tudo a cinzas ficasse reduzido. Reduziam-se assim a cinzas, as Memrias. Vo renascendo qual Fnix, aqui e ali, para que a Historia dos Homens no se perca.

    (5) Praticamente tudo o que se sabe dos primeiros sculos sabe-se atravs de cpias dos sculos seguintes. Por ignorncia, excesso de f ou, subornos, os monges copistas foram alterando os manuscritos dos primeiros sculos. Tudo o que se sabe sobre o Ocidente da Europa so meras especulaes, deformadas quer pelas ms intenes dos homens ao escreverem as palavras, quer pela sucesso dos tempos que alteraram as linguagens e em muitos casos as suprimiram por completo. Extinguiram-nas. Com elas extinguiu-se o pensamento desses povos. Sabemos hoje que a linguagem to poderosa que pode determinar o nosso pensamento. Estudos recentes provam que os nossos gostos mudam consoante a lngua em que nos exprimimos. Se os pensamentos moldam a nossa mente e se ela age em conformidade com a lngua com que fala, ento a lngua molda a nossa mente e s atravs do estudo aprofundado das lnguas poderemos chegar forma como se expressa a conscincia humana que, nos ltimos 10.000 anos, tem insistido muito em banquetes e orgias. Se analisarmos isto, profundamente, conclumos que o mundo ainda mais confuso do que aquilo que parece.

    (6) O General Lenidas, rei de Esparta, na segunda invaso dos persas Grcia, foi ao Orculo de Delfos perguntar qual a possibilidade do exrcito espartano apenas com 300 homens enfrentar cinco mil persas no desfiladeiro das Termpilas. A pitonisa entregou-lhe um papel psicografado em que ele leu: Vais. Vencers. No morrers l. E o general foi para a guerra e morreu com seus 300 espartanos. O filho, chamado tambm Lenidas, foi a Delfos pedir contas ao orculo. Ao mostrar o papel psicografado, a pitonisa do templo leu: Vais. Vencers? No. Morrers l.

    (7) Plato (428-347 a.C.) salientou a felicidade que existe na prtica da virtude. Ensinou a tolerncia injria e aos maus tratos, e condenou o suicdio. Recomendou o humanismo, a castidade e o pudor, e condenou a volpia, a vingana e o apego demasiado aos bens. A sua moral baseou-se na exaltao da alma, no desprezo dos sentidos e na vida contemplativa. O Padre-nosso foi copiado de Plato. Quem conhece bem a obra de Plato percebe os traos comuns entre a mesma e o cristianismo. Filon inspirou-se em Plato e, a Igreja, na obra de Filon, que helenizou o judasmo de Plato, tendo sido este o intermedirio entre os metafsicos e os cristos. Foi ele quem concebeu a ideia da separao do corpo e da alma, e ps aquele na dependncia desta. Foi o criador do sistema filosfico da decadncia moral do homem ao fazer dos sentidos uma ameaa, do mundo um mal, e da eternidade o delrio, o sonho. Originrio de uma antiga famlia aristocrtica ateniense, com Aristteles uma das referncias fundamentais do pensamento ocidental. Plato definiu o que a cultura da em diante entenderia por Razo".

  • (8) Lngua do sudoeste Peninsular GLOZEL E ALVO

    Como nos pode estranhar uma lngua escrita, to antiga, no sudoeste peninsular quando Estrabo

    nos dizia que os Turdetanos tinham leis escritas desde h mais de 6 000 anos?

    H tradies antigas que indicam uma origem ocidental do alfabeto e no oriental. Tcito afirma: "Os fencios ganharam a reputao de inventar uma forma de escrita que simplesmente receberam." Tambm Diodoro Sculo repete uma tradio j antiga, quando escreve: "Os fencios no foram os primeiros a fazer a descoberta de letras, mais no fizeram do que mudar a sua forma Na mesma obra Diodoro menciona que os fencios tinham descoberto uma maravilhosa ilha atlntica durante as suas excurses fora de Gibraltar, os sobreviventes da catstrofe que ainda existiam nas Ilhas Canrias, os Guanches, (e possivelmente outros), possuam um sistema de caracteres que os fencios poderiam ter confiscado. Os prprios egpcios tero derivado os elementos da sua escrita a partir de uma ilha no oeste. Antigos papiros egpcios atribuem a inveno da escrita ao deus Thoth, que governou no ocidente. Declaram que Thoth veio de uma Ilha de Fogo. O Papiro de Turim (1700 a.C.) lista Thoth como um dos dez reis que reinou durante o "reinado dos deuses", mais de 12.000 anos atrs. Estrabo, o historiador grego, regista que Tartessos (na costa atlntica de Espanha) tinham registos escritos que remontam 7.000 anos antes de seu tempo (500 a.C.), o que equivale a dizer que a escrita era utilizada no sudoeste 9.500 anos atrs. Do Turduli turdetanos ele diz: " so os mais cultivados de todos os ibricos, que empregam a arte de escrever, e escreveram livros contendo memrias dos tempos antigos, e tambm poemas e leis estabelecidas no verso, para o qual eles reivindicam uma antiguidade de seis mil anos." (Estrabo, Geografia, Bk. iii). Evidncia slida indica que foram os antigos fencios do Oriente Prximo que derivaram o seu alfabeto de antigas fontes ocidentais, e no vice-versa. Tudo que necessrio olhar as datas e fazer as contas. At a Idade do Bronze Final os fencios no usavam um alfabeto mas, as inscries encontradas no Dlmen de Alvo, em Portugal, tm pelo menos 6.000 anos de idade e, sinais gravados nos objectos da cultura Vinca foram datados de, aproximadamente, 4000 a.C. Fortes indicadores mostram a existncia muito real de uma antiga cultura, sem nome, no Ocidente, familiarizada h muito com a arte de escrever. No podemos deixar de lembrar os calendrios com 20.000 anos de idade e as rochas pintadas em Azilian com 12.000 anos, ambos precursores do incio da escrita de acordo com especialistas em antropologia e paleografia. As inscries nas Ilhas Canrias parecem tambm compostos por 24 caracteres e um certo nmero de ideogramas. Os ndios Aymara que viviam ao longo das margens do Lago Titicaca na Amrica do Sul estavam em posse de uma forma de escrita ideogrfica quando os conquistadores espanhis apareceram. Alguns destes sinais correspondem, exactamente, aos encontrados nas inscries das Ilhas Canrias e entre os tuaregues e berberes do Norte de frica.

  • (9) Aplica-se aos proto-indo-europeus que falavam uma hipottica lngua proto-indo-europeia e s lnguas indo-europeias da Idade do Bronze (3 a 2 milnio a.C.) que ainda no se tinham separado. A classificao como indo-europeu refere-se apenas a matrias lingusticas e, no necessariamente, a etnias ou culturas. Das onze lnguas mais faladas no mundo, seis so indo-europeias: ingls, espanhol, portugus, russo, francs e alemo, consequentemente os indo-europeus so a famlia predominante na Terra. Os povos da Europa, Amrica, ndia e Ocenia, tm origens indo-europeias.

    (10) Alfabetos glozel e alvo. pdf Adobe Reader

    (11) Plato, na histria da Atlntida ou Atlantis, conta que os Atlantes conheciam a escrita. Estrabo por seu lado afirma, que os povos Turdetanos descendentes directos dos Tartesicos conservavam anais histricos e leis, escritas numa gramtica que remontava a mais de 6 000 anos antes do seu tempo. A arqueologia acadmica acredita ser uma mera inveno de Estrabo, no entanto apareceram na Ibria muitos testemunhos de inscries gravadas ou pintadas em covas, em dlmenes e em diversos objectos de osso e cermica cujas datas remontam, a mais de 4 000 anos antes de Cristo (6 000 anos antes do presente). Mostram, evidncias claras, do uso de caracteres de escrita linear alfabtica num claro contexto paleoltico.

    (12) Uma das mais interessantes caractersticas das runas da cidade Cnossos, em Creta, a maior ilha do Mar Egeu e centro da civilizao minica, o fato de que os palcios e as cidades no so amuralhados, o que transmite a ideia de uma civilizao pacfica e sem rivais. Em peas de decorao ficaram retratadas cerimnias semelhantes quelas a que se referiu Plato, pode ser um indcio da ligao entre Creta e Atlntida. Divergente , o facto, de ter a Atlntida desaparecido no mar em uma nica noite, o que no aconteceu em Creta mas aconteceu na ilha de Tera. As construes eram extremamente avanadas para os padres da poca: frescos em quase todas as divises, fontes, gua corrente no interior das casas E, tal como em Cnossos, no revelavam o menor sinal de actividade militar. Relatos dos antigos escribas egpcios e chineses descrevem as nuvens que cobriram os cus no ano da erupo. Para que tal nuvem tenha chegado at a China, a sua causa tem que ter sido realmente catastrfica. E a erupo que soterrou a ilha ter sido de propores gigantescas. Apesar de manter contactos com egpcios, assrios e outros povos do mediterrneo, a civilizao minica simplesmente desapareceu, dela restou apenas uma sombra nas lendas gregas, civilizao que transmitiu seu conhecimento tanto para as civilizaes do Oriente Prximo quanto para os romanos, como se, os minicos, apesar de seu desenvolvimento material e moral, tivessem ficado isolados em termos culturais, mesmo enquanto os gregos influenciaram e foram influenciados continuamente. Algo est errado nestas datas. (13) Graas ao profundo trabalho do Dr. Moiss Esprito Santo, ficamos a saber que a lenda da Nazar tem na sua origem um poema fencio. Como alcaide de um castelo, o de Porto de Ms, parece no ter existido D. Fuas Roupinho. Ainda assim, h muitos pormenores que nos fazem pensar. Porqu, entre tantas coisas, trazer esta imagem e estas relquias? E porque teriam vindo para a Pederneira? Porque ficou D. Rodrigo no monte Siano e Frei Romano no Promontrio? O monte S. Braz, outrora chamado Monte Siano, eleva-se a 156 metros e dele se abrange quase toda a costa. O Promontrio divide a praia. A Sul, alberga a vila recente de uns 300 anos, o mar dos pescadores. A Norte, os ventos agrestes e as ondas terrveis, no a tornam convidativa. A encosta arenosa a que se encosta menos visvel e, verifiquei l do alto do S. Brs, que para ter visibilidade total da orla martima, h que estar nesses dois pontos. curioso. E tambm o , acenderem todos os dias uma fogueira. Pode ter muitas interpretaes. Frente ao Promontrio estende-se uma das fracturas mais importantes do planeta que desce num abismo a mais de 5.000 metros de profundidade, o Canho da Nazar. Se pensarmos nos Himalaias, a aproximarem-se quase 9.000 metros do cu e, com o esforo da mente enchermos tudo de gua, at que deles nada se veja, percebemos que tudo o que est por fora se altera mas, o que fica por dentro, no mudar tanto.

  • A divulgao da narrativa do milagre trouxe um aumento de peregrinos ao pequeno templo do Stio, contribuindo para o crescimento do povoado e para a multiplicao do nmero de milagres atribudos Virgem da Nazar, com o consequente acrscimo da quantidade de oferendas dos fiis. Por outro lado, esteve na origem de novas prticas devocionais, pois cada vez mais romeiros procuravam ver a marca da pata do cavalo gravada na rocha do promontrio. Outros levavam consigo pedaos de terra da gruta onde a imagem da Senhora estivera escondida durante sculos. Vrios factores contriburam para a rpida aceitao da narrativa por parte dos devotos. Entre eles contam-se o prestgio do mosteiro de Alcobaa enquanto guardio de alguns dos mais antigos manuscritos do Reino, a possibilidade de comprovar as afirmaes do monge atravs de vestgios concretos, a cor escura da imagem que por si s confirmava a antiguidade da mesma, o enquadramento da lenda dentro dos esquemas das narrativas cavaleirescas e de origem dos santurios, ou ainda o facto de a lenda ir ao encontro das necessidades de maravilhoso sentidas pelos devotos e transportar consigo uma carga simblica aprecivel (cf. dicotomia fiel/infiel, bem/mal, salvao/perdio, cosmos/caos, etc.). Existem contudo, outros factores que devem ser tidos em linha de conta para compreender a incorporao desta narrativa na memria colectiva dos portugueses. Em primeiro lugar, a sua transmisso por meios diversificados e de grande capacidade difusora. Assim, ao sucesso da oralidade dos primeiros anos, que comportou alteraes da verso monstica, correspondeu uma extraordinria divulgao por meios impressos a partir da dcada de 1620. No final do sculo XVII, a lenda da Senhora da Nazar tinha j sido publicada em mais de uma dezena de obras, em lngua portuguesa e espanhola. No esqueamos ainda a sua divulgao por meios iconogrficos. A Senhora, que at ali era vista como uma Virgem do Leite, passou a ser constantemente representada na cena do milagre do cavaleiro. Esta imagtica foi levada ao extremo atravs da sua permanente incluso em retbulos, bandeiras, crios, medalhas, medidas e registos e outros objectos de grande capacidade evocativa. A estratgia resultou em pleno, sobretudo a partir de meados do sculo XVII, quando os registos iconogrficos foram legitimados pela associao da herldica da Casa Real portuguesa. Um outro aspecto propiciatrio foi, obviamente, o conjunto das peregrinaes ao santurio, que serviu como factor de actualizao, comemorao e evocao cclica do milagre. Por ltimo, talvez o factor mais interessante tenha sido a capacidade de silenciamento das memrias concorrentes do santurio. Logo na primeira metade do sculo XVII se comeou a desenhar uma certa contestao sua memria histrica, por parte do Mosteiro de Alcobaa, uma vez que esta anulava os direitos senhoriais dos bernardos sobre o Stio. Contudo, a interveno da Coroa, salvaguardando os direitos jurisdicionais da Confraria da Senhora e do Rei sobre o local, veio reforar a autenticidade atribuda pressuposta doao de D. Fuas e ao seu contedo. Hoje, sabe-se que o documento da Doao de D. Fuas, que nunca foi encontrado, no tem qualquer fundamento histrico. No existe nenhum manuscrito coevo que confirme a existncia daquele cavaleiro. A imagem da Senhora, trabalho de oficina regional datado dos sculos XIV XV, tambm no permite aceitar, sem reservas, a historicidade duma das mais belas lendas portuguesas. In A construo da memria nos centros de peregrinao, Communio. (*) Pedro Penteado Mestre em Histria Moderna. Tcnico Superior dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo. Responsvel pelo tratamento documental do arquivo histrico da Confraria de Nossa Senhora da Nazar. (14) O responsvel pela precria traduo dos escritos hebraicos que compuseram a Vulgata latina no final do sc. III d.C.foi So Jernimo. As Bblias que temos hoje em nossas mos so o resultado de um extenso recortar e colar de manuscritos antigos. O que temos em nossa casa , uma cpia traduzida, de outra traduo mal feita. Mas alguns dos erros esto em partes consideradas fundamentais para provar que Jesus era o messias prometido pelos escritos judeus. Era pouco vulgar traduzir livros no tempo antigo no entanto, o Novo Testamento, pouco tempo depois de escrito comearam as tradues a aparecer. Entre 100 e 150 d.C. a Bblia foi traduzida para o Latim e para o Siraco. Para o Copta (um dialecto egpcio) nos anos 200, para o Armnio e o Georgiano nos anos 400, etc. Existem mais de 5000 manuscritos do Novo Testamento, com to grande nmero de manuscritos inevitvel que haja variaes entre eles. Fica a questo da importncia destas variaes. Do sculo quatro depois de Cristo, h milhares de manuscritos antigos da Bblia, mas no da poca de Cristo ou dos apstolos. Todos os manuscritos anteriores a esse perodo estranhamente pereceram. Qualquer estudioso dir que no existem dois manuscritos exactamente idnticos.

  • Temos dificuldade em definir qual realmente a palavra de Deus porque os casos em que um pargrafo aparece em um manuscrito antigo mas no aparece em muitos outros, so incontveis. Aparecem tambm frases nitidamente contraditrias. A Igreja catlica remete, para a f, as interpretaes da verdadeira palavra imutvel de Deus. Em 1915, entre os tesouros perdidos no Genocdio em que foram desterrados e assassinados ferozmente pelo menos 1.500.000 Armnios, encontravam-se milhares de valiosos manuscritos. Foram XX sculos de ferocidade. (15) O Catolicismo Romano portugus tem origem norte-africana e foi sistematizado, sobretudo, por Agostinho de Hipona. Com a sua doutrina do pecado original, de ver o corpo, o sexo e a fruio da vida como pecaminosos, de ver a sociedade civil como 'Mundo'/'Sculo' (cosmo viso que alguns pensadores do Ocidente tornaram erudita e requintada, para actualizar essas bases do Catolicismo nas sociedades contemporneas: por exemplo, com a obra 'Ser e Tempo' de Martin Meidegger, com a noo de 'Mundo da Vida', para designar a trama da sociedade envolvente e de ver os seres humanos como 'seres para a - morte' que, imersos na sociedade, tomam "o ser por Deus" - a noo de Mundo como 'pecado' - sistema malvolo que se tornou requintado e actualizado na contemporaneidade com o sistema do poder e do dinheiro do Opus Dei, por exemplo), considerada tambm entidade social pecaminosa, com um tipo de rituais em que a salvao do crente s se atinge numa situao de oprbrio e alheada da confuso do Mundo, impondo a noo medieval, pr-moderna, pr-iluminista, de que o Mundo no tem soluo), ficando, assim, na realidade, sem qualquer tipo de validade ontolgica, sem fundamento, porque se demonstra que, na realidade, o Catolicismo Romano um sistema arbitrrio e autofgico, caudilheiro, caciquista, ditatorial, gregrio, que se mantm e reproduz atravs dos smbolos, das crenas e dos rituais que lhe servem de fundamento - a denominada 'religio popular', cuja identidade muito diferente da Teologia Catlico - Romana, apesar da 'religio popular' ser, de modo permanente, reapropriada pela Igreja Catlica, numa repetio secular que um reflexo do modo como o Imprio Romano se imps : controlava as populaes autctones atravs da sua estrutura poltica, administrativa e jurdica. Por exemplo, o termo popular 'missa' para designar a 'eucaristia' advm do termo jurdico do magistrado romano: "Ite, missa est" (Ide, a sentena j est dada). Portanto, o Catolicismo Romano um produto arbitrrio de fenmenos sociais e culturais artificiais, uma fuso arbitrria de elementos sociais dspares (porque no um sistema com elementos identitrios unvocos, com uma relao identitria entre os seus smbolos os seus rituais...) proveniente de vrias culturas dspares do Mediterrneo, ao qual se acrescenta um conjunto de valores irracionais, medievos, os valores da morte (a Me - Igreja: uma Mulher Velha) contra os valores da vida (o Pai Jovem e Saudvel - o Judasmo, a Tora, que escolhe a Vida): desprezo e flagelao do corpo, advindo da construo artificial de uma antropologia filosfica de oposio entre a alma e o corpo: a dualidade entre o corpo e a mente no existe na cultura bblica, que, por sua vez, exalta a sade, a frugalidade e o bem-estar do corpo; adopo intransigente da Bblia latinista/vulgata catlico - romana obscurantista e traduzida com muitas falcias e erros por So Jernimo; valores malvolos, de oprbrio, cujo sistema, praticado ao extremo, deu origem Inquisio nos pases ibricos, que se implantou sobretudo no Sul e no Centro de Portugal, onde estava melhor sedimentado o Imprio Romano, e que teve fraca expresso no Noroeste Peninsular. (16) D. Rodrigo o lendrio "ltimo rei dos Godos". Figura extremamente obscura do ponto de vista histrico e, sobre a qual, pouco pode ser dito com certeza. Foi rei da Hispnia de 710 a 711 e com ele terminou o Reino Visigtico de Toledo. Como nos conta a lenda, ter fugido nessa altura para a Pederneira. Porqu para a Pederneira? E, entre tantas coisas possveis, porque levou esta imagem e as relquias daqueles dois santos armnios? Depois de tanto esforo, abandon-las-ia D. Rodrigo?

    (17) A designao de Lagoa da Pederneira advm, segundo alguns, do nome de uma povoao homnima desaparecida h muito, situada na margem poente perto da barra, a sudeste da actual Pederneira. Outros, defendem a tese de que o nome se deve existncia na zona de afloramentos sedimentares contendo calhaus de pederneira, pedra que percutida por metal produz fasca, com 3.000 graus C., sendo por isso de grande utilidade para acender o fogo, em qualquer lugar. Devido s condies do seu porto, ter sido muito prspera. Os vestgios de pesca em so muito antigos e os portos de mar sucederam-se uns aos outros medida que o mar foi recuando. Em toda a extenso dos Coutos de Alcobaa, principalmente na orla a que mais tarde se chamaria Lagoa da

  • Pederneira, existem vestgios pr-histricos. Em 1315 o mar fazia um grande lago que chegava torre de D. Framondo, hoje Macarca e Valado, fazendo-se embarcaes a nordeste do lago, no Porto do Monte de S. Brs. No sculo XVI o mar batia nas faldas das serras da cela, guas Belas e Famalico e nos meados do sculo XVII chegava ainda ao lugar hoje Quinta Nova, junto a S. Gio, atingindo os contrafortes da serra onde se levanta a Pederneira. Durante os sculos catorze e quinze, devido desflorestao das encostas, em seu torno e nas bacias hidrogrficas dos rios que a desaguavam, a Lagoa sofreu um progressivo e profundo assoreamento que levou por vezes ao encerramento da barra, causando a morte das abundantes espcies de peixes e de moluscos que durante sculos alimentaram as populaes da regio. A barra situava-se no local hoje denominado Pontes da Barca, a sul da Nazar. No sculo XV e nos primeiros tempos do sculo XVI, os estaleiros da Pederneira ganharam um incremento tal na construo de naus e caravelas, que havia quem as tomasse entre as melhores que sulcavam os mares. No tempo de D. Manuel, as guas interiores ainda permitiam embarcaes de trs mastros e no tempo de D. Afonso V ainda o porto podia admitir iates e outros barcos. A Pederneira foi um dos mais afamados portos de pesca, um dos mais activos estaleiros depois da Ribeira das Naus. No incio do sculo dezassete a Lagoa acabou por desaparecer quase por completo dando mais tarde lugar a frteis campos aluviais. A perseguio que os piratas, principalmente os holandeses, faziam aos navios que vinham para o reino carregados de pimenta e outras especiarias e de ricas e variadas mercadorias asiticas contribuiu para a acentuada decadncia da Pederneira. Em todo o litoral os ataques eram de tal maneira que chegavam mesmo a aprisionar no mar os pescadores, roubando das desprevenidas casas o dinheiro e roupas. decadncia do velho burgo da Pederneira comeou a corresponder um maior incremento da vizinha povoao da praia, cujas construes aumentaram consideravelmente em fins do sculo XVIII, muitas das quais construdas custa dos materiais das abandonadas casas da Pederneira. Uma vez desaparecido o receio dos piratas, os pescadores da Pederneira estabeleceram-se na actual praia da Nazar. As construes martimas ficaram entretanto reduzidas ao fabrico de barcos, batis e batelinhos, embarcaes feitas de madeira de pinho, com as quilhas de sobro. No ano de 1682, ainda no existia nenhuma habitao na praia da Nazar. As primeiras casas para banhistas foram construdas no sculo XIX.

    (18) A histria da imagem da Senhora da Nazar foi pela primeira vez publicada em 1609 por Frei Bernardo de Brito na Monarquia Lusitana, Tomo Segundo. Ter encontrado no cartrio do seu mosteiro uma doao territorial de 1182 na qual constava a histria da imagem, transcrita de um pergaminho escrito cerca do ano de 714. uma Virgem Negra com a cara e as mos pintadas de cor morena com parte das costas e dos lados alisados, o que indica a inteno original de encaixa-la numa estrutura com lados e costas que a faria parecer estar sentada num trono. Ter sido venerada nos primeiros tempos do cristianismo em Nazar. Uma Virgem Negra uma escultura ou uma pintura da Virgem Maria com feies europeias mas com a pele do rosto e das mos de cor escura, ou negra.

    Apareceram por quase toda Europa nos sculos doze e treze ligadas a lendas que lhes atribuam grande antiguidade, existem cerca de 400 em igrejas e museus. So tambm relacionadas com a polmica Maria Madalena, como o caso de Kali Sara, a Sara Negra, como foi denominada pelos ciganos em Frana. O culto Virgem Negra tornou-se muito popular entre os Ctaros e entre os Templrios. Durante a Idade Mdia a Igreja dir que imagens da Virgem Negra eram uma deturpao satnica de nossa senhora. Tambm os cpticos dizem que a cor negra das esttuas se deve s velas que escureciam as imagens. No ano 40 ter aparecido de forma milagrosa a Santiago Maiora Virgen del Pilar, em Saragoa, Espanha. Mas mais ainda antiga a de Nossa Senhora da Nazar que, segundo a lenda, foi esculpida por So Jos quando o Menino Jesus era ainda um Beb de mama e, mais tarde, So Lucas t-la- pintado. Mas, onde? Segundo as crnicas da poca, Brito Alo nasceu em 1570. Desde muito novo dedicou-se ao culto e ao estudo da histria de Nossa Senhora da Nazar. Muito antes dos crios da Regio Oeste (freguesias dos concelhos de Sintra, Mafra e Torres Vedras), Alhandra prestava culto imagem de Nossa Senhora da Nazar. Baseada nestes estudos nasce em 1628, pela primeira e nica vez, a ligao de Alhandra ao este culto mariano, em a Antiguidade da Sagrada Imagem de Nossa Senhora da Nazar. Foram-se as informaes. Mas esta ligao curiosa.

  • O Padre Mendes Boga alude ao roubo de obras de arte que durante sculos foram guardadas na igreja de Nossa Senhora da Nazar, no Stio, e fuga do mordomo da Casa da Nazar com a imagem que s voltou ao seu santurio a 6 de Setembro de 1812. Nestas andanas se fazem os mistrios e, as obras de arte, e os documentos originais, mudam-se para as coleces particulares. (19) S. Braz Morreu em 316. Foi bispo de Sebaste na Armnia. Morre em Capadcia, Baixa Armnia. Padroeiro dos animais selvagens. S. Bartolomeu Morte provvel em Albanopolis, na Armnia. Decapitado e esfolado vivo, crucificado e deitado ao mar no sul da Itlia por ter convertido o rei da Armnia. Difcil haver relquias fsicas. Foi um dos 12 apstolos, o 6. (7 em S. Joo), Nataniel dom de deus, deus deu. Originrio de Cana na Galileia, a sua ascendncia discutvel. Bar-Talmay, filho de Talmay, ou Bar-Ptolomeu, filho de Ptolomeu (a cultura grega tinha grande influncia na poca na Judeia). A tradio diz que trazia consigo o perdido Evangelho Hertico de Matias (ou Mateus) escrito em Hebraico. As poucas anotaes que restaram indicam que este Evangelho era bastante diferente dos evangelhos gregos gentis (Mateus, Marcos, Lucas e Joo. Apenas restam fragmentos dos evangelhos herticos. Seriam estas as relquias, trazidas por D. Rodrigo? Onde estaro?

    (20) Considerando os pontos estratgicos em que se colocaram, a fogueira ter sido de facto um sinal. Mas, um sinal para quem? As lendas so, misturas de histrias, em lnguas perdidas.

    (21) Aqui introduz o cronista a possibilidade de virem a ser encontradas a imagem e as relquias. (22) NAZAR- VISTA LUPA vdeo

    http://nazare-portugal.blogspot.com/search/label/mois%C3%A9s%20esp%C3%ADrito-santo

    (23) A partir duma capela Senhora da Luz, perto de Aljubarrota e do que foi o porto lusitano - fencio de Cs, deparamo-nos com um santurio megaltico Lua (ainda quase intacto) e com resqucios do mito da Descida de Ishtar aos Infernos

    (24) O Prof. Moiss Esprito Santo fez recuar a data da fundao do Castelo de Alfeizero ao tempo dos Fencios, sustentando que o topnimo tem origem nos dialectos Pnicos que, segundo afirma, os Lusitanos falavam. fortificao estaria associada uma estrutura porturia ainda no identificada. O Prof. Vasco Gil Mantas defende a tese de que em virtude de alguns achados e vestgios arqueolgicos, e, interpretando o gegrafo Ptolomeu, junto a Alfeizero ter-se-ia localizado Araducta, cidade lusitana. O mesmo autor reconhece ao porto romano de Alfeizero a capacidade de ter servido no s a navegao de longo curso, atlntica, como a de cabotagem certamente activa ao longo de toda a costa lusitana e muito bem adaptada ao sector costeiro entre Peniche e a Nazar, com as suas vrias lagunas abrigadas e facilitando as comunicaes com o interior (Mantas, 1996c, 1, p. 705). (25) Referncias textuais fora da Bblia no ocorrem at cerca de 200 d.C., quando Sexto Jlio Africano, citado por Eusbio de Cesareia (Histria da Igreja 1.7.14), menciona Nazara como sendo uma vila na "Judeia" e a localiza perto de uma Cochaba, at agora no identificada. Esta curiosa descrio no bate com a tradicional localizao de Nazar na Baixa Galileia. O primeiro a difundir a ideia errada de associar o ttulo de Jesus com a cidade de Nazar na Galileia foi Mateus. De acordo com o Novo Testamento era a terra natal de Jos e Maria, o local da Anunciao, e tambm o local onde Jesus passou a sua vida desde que voltou do Egipto em algum ponto de sua infncia, at os seus 30 anos. (Mateus 1:18-2:23). No Evangelho de Joo, 1:46, Natanael (S. Bartolomeu) pergunta: "Pode algo de bom sair de Nazar?" O sentido desta questo tem sido debatido. Considerando que as relquias de S. Bartolomeu vieram para a Pederneira, podemos pr a hiptese de ser ele oriundo desta regio e, a discutida afirmao de Jesus "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira", ter sido um mero reconhecimento. Os nazarenos da galileia no acreditaram em Jesus, tentarem at mat-lo atirando-o de um penhasco (Lucas 4:29) e tambm, ao longo da sua histria, estiveram sempre contra os cristos. Do ponto de vista acadmico questiona-se agora quando no perodo romano Nazar veio a existir, ou seja, se os assentamentos l comearam antes ou depois do ano 70 d.C. Ter sido apenas no sculo VI que lendas sobre a Virgem Maria comearam a despertar interesse no local e, apenas em 1968, foi inaugurada a Baslica da Anunciao que passou a ser o maior templo cristo construdo no Mdio Oriente.

  • No oriente, quando se interessaram pela me de Jesus, h muito que era cultuada entre ns. Talvez D. Rodrigo trouxesse a imagem, de volta, para a Pederneira. Encontrei na wikipedia a informao de que, estudos arqueolgicos muito recentes, dizem que foi descoberta em Nazar da Galileia uma inscrio possivelmente do sculo II que atesta um culto a Nossa Senhora desde os primrdios do cristianismo, onde se pode ler X Maria, Av Maria. Procurei muito e nada mais encontrei sobre esta inscrio mas, recordou-me o mote do Carnaval de 2010 da Nazar, a nossa:Xndar, Xsir, Xstar, reinado entregue a Lus Mendes Xiri e Odete Robalo. Os Nazarenos, a quem tem sido atribuda ascendncia fencia, tm uma pronncia nica e um muito particular modo de ser. Amlgama de vidas, preciso conviver com a gente da praia, para conhec-los. 'Xandar o barco p Norte 'Xandar o barco p Sul O nazars no uma linguagem, um estado de esprito, disse-me ainda h dias um nazareno. Sempre em festa, tm muito a ver com a cultura cigana que, em interessantes estudos recentes, ter tudo a ver com a Judaica. Dos muitos milhares de habitantes de Nazar da Galileia apenas 31,3% so cristos. Na nossa Nazar, devem ser todos. No uma cruz o smbolo original do Cristianismo mas sim um peixe. Jesus, o Nazareno, no foi um humilde carpinteiro que se rodeou de meia dzia de pescadores que o seguiram na sua esquizofrenia, como diramos hoje. No eram um grupo de saloios, eram homens cultos com conhecimento das matemticas. preciso compreender a histria de Judas Iscariotes a quem Jesus d uma ordem clara: Um de vs me trair. E tambm, dos doze apstolos, doze. Peixes e outras alegorias referentes ao mar, e ao pescar almas, sero imortalizados nas lendas do Rei Artur e na figura do Rei-Pescador muito comuns nas alegorias medievais. Dagan o deus meio peixe meio homem, e os desaparecidos Povos do Mar, tero de ser interpretados de formas mais criativas.

    BURACO NEGRO

    Assim se cria a iluso Arqutipo de todas as formas de existncia com que Deus continua a tentar criar o Mundo, que vivenciamos, a Vesica Piscis a base da Geometria Sagrada. Ainda que o progresso no o possa explicar, verificamos que os nossos ancestrais j sabiam muito

    A ttulo de curiosidade e, pela importncia das lendas, transcrevo: UMA MUNDO VISO PISCATRIA de Jos Maria Trindade, Mestre em Cincias da Educao, Especializao em Educao e Diversidade Cultural, Escola Superior de Educao e Cincias Sociais do Instituto Politcnico de Leiria.

    A mundo viso tradicional dos pescadores marcada por uma rigorosa separao entre o mar e a terra. Separao reforada por uma realidade que acentua a dicotomia masculino feminino, quer na diviso do trabalho, quer na arrumao simblica do cosmos e do espao social. O Mar e a Terra funcionam para os pescadores da Nazar como arqutipos fundamentais na sua mundo viso. Nas casas dos pescadores no se misturava a carne e o peixe na mesma refeio. Esta prtica evoca crenas e prticas semelhantes entre os esquims, que tambm tinham uma concepo dualista do universo, resultado de um modo de vida caracterizado por um contraste total entre o Vero, em que as famlias se dispersavam para se dedicarem pesca, e o Inverno, em que se concentravam em terra (Mauss, 1904). Segundo os pescadores nazarenos, a mistura dos dois alimentos provocava bichos na barriga. Os bichos esto associados matria putrefacta e impureza. Impureza que resulta da confuso de categorias (Douglas, 1981) e do perigo de se juntar o que para a cultura piscatria deve manter-se separado: o que pertence ao Mar e o que pertence Terra. Esta dicotomia estruturante da mundiviso da comunidade piscatria da Nazar confirmada pelos mitos de origem, e pela rgida diviso sexual do trabalho. Estes mitos, situados no tempo em que deus

  • andavapelo mundo acentuam uma oposio muito marcada entre a terra e o mar, o masculino e o feminino. Um dia o Senhor precisou de vir c baixo terra. E disse: - Olha So Gregorino, agora ficas no meu lugar que eu vou dar uma visita terra. Nosso Senhor veio terra e quando subiu cu pra se sentar no lugar dele, ele no quis dar a cadeira Senhor... So Gregorino o diabo. Dme o meu lugar So Gregorino! Eu emprestei-to, no to dei. Ele anto disse p senhor: - Quem vai mar perde o seu lugar. Disse tra vez o Senhor: - D-me o lugar So Gregorino, que eu no to dei, eu emprestei-to. Quem vai vento perde o seu assento. Nisto foi julgado. O Mar e a Lua foi contra o Senhor. O Sol e a Terra foi a favor do Senhor. E quando foi o julgamento, o Senhor disse p Sol: - Tu Sol, sers a rosa mais brilhante em todo o mundo! Tu Terra, sers a terra que ds po s meus filhos! Tu Lua, andas adebaixo de todo o tempo! Tu Vento, soprars de noite e de dia que nunca tens sossego! E disse p Mar: - E tu Mar, nunca ters sossego, nem de noite, nem de dia! E ele que respondeu p Senhor: - Tambm hei-de comer muitas barbas! - E o Senhor disse-lhe: - Adebaixo do meu poder. A rebeldia do Mar perante Deus um tema frequente noutras mitologias. O Mar ele prprio um deus por direito prprio, ou de onde surgiram os deuses, nas mais antigas mitologias, e a emergncia de uma divindade superior