Megafauna Pleistocênica Da Fazenda Elefante, Gararu, Sergipe, Brasil

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    So Paulo, UNESP, Geocinc ias, v. 24, n. 3, p. 277-287, 2005 277

    MEGAFAUNA PLEISTOCNICA DA FAZENDA ELEFANTE,GARARU, SERGIPE, BRASIL

    Mrio Andr Trindade DANTAS 1, Maria Helena ZUCON 2, Ana Maria RIBEIRO 3

    (1) Rua Antnio Teles da Costa, 42, Conjunto Recanto do Bosque Bairro Luzia. CEP 49045-070. Aracaju, SE.Endereo eletrnico: [email protected]. (2) Laboratrio de Paleontologia, Departamento de Bologia, Univesidade Federal de

    Sergipe, Cidade Universitria Professor Jos Alosio de Campos Jardim Rosa Elze. CEP 49100-000. So Cristvo, SE.Endereo eletrnico: [email protected]. (3) Seo de Paleontologia, Museu de Cincias Naturais, Fundao Zoobotnica do Rio Grande do

    Sul. Rua Dr. Salvador Frana, 1.427. CEP 90690-000. Porto Alegre, RS. Endereo eletrnico: [email protected].

    IntroduoMaterial e MtodosSistemtica PaleontolgicaRpteis FsseisConsideraes FinaisConclusesAgradecimentosReferncias Bibliogrficas

    RESUMOA ocorrncia da megafauna pleistocnica registrada em muitos Estados do Brasil, desde o sculo XIX. A partir de 1985, osestudos no Estado de Sergipe foram intensificados. At o momento haviam sido registradosEremotherium laurillardi, Stegomastodonwaringi,Palaeolama major, Catonyx cuvierie Toxodonsp., procedentes dos municpios de Aquidab, Canhoba, Monte Alegre e PooRedondo. Em 2002, novos fsseis da megafauna pleistocnica foram descobertos em um tanque, no municpio de Gararu. Com o estudotaxonmico deste material pde-se identificar os seguintes txons: Tardigrada (Megatheriidae Eremotherium laurillardi, Mylodontidae Catonyx cuvieri, Mylodontidae Mylodontinae); Cingulata (Glyptodontidae Glyptodoncf. G.clavipes); Notoungulata (Toxodontidae);Artiodactyla (Camelidae Palaeolamamajor); Perissodactyla (Equidae Equinae); Proboscidea (Gomphotheriidae Stegomastodonwaringi); Carnivora (Felidae Smilodonpopulator). Registra-se pela primeira vez para o Estado de Sergipe a ocorrncia de Mylodontinae,Equinae, Smilodon populatore Glyptodon cf.G. clavipes.Palavras-chave: Megafauna, Pleistoceno final, Gararu, Sergipe.

    ABSTRACTM.A.T. Dantas, M.H. Zucon,A.M. Ribeiro. Pleistocene megafauna from the Elefant Farm, Gararu, Sergipe, Brazil. Theoccurrence of megafauna is recorded since the XIX century for many Brazilian states. After 1985, studies in Sergipe State wereintensified. Until nowEremotherium laurillardi, Stegomastodon waringi,Palaeolama major, Scelidodon cuvieriand Toxodonsp wereidentified, from Aquidab, Canhoba, Monte Alegre and Poo Redondo municipalities. In 2002 new fossils were found in a Pleistocenetank in the district of Gararu with: Tardigrada (Megatheriidae Eremotherium laurillardi, Mylodontidae Catonyx cuvieri, Mylodontidae- Mylodontinae); Cingulata (Glyptodontidae Glyptodoncf. G.clavipes); Notoungulata (Toxodontidae); Artiodactyla (Camelidae Palaeolamamajor); Perissodactyla (Equidae Equinae); Proboscidea (Gomphotheriidae Stegomastodonwaringi); Carnivora (Felidae Smilodonpopulator). Such studies identified for the first time the occurrence of Mylodontidae, Equinae, Catonyxcuvieri, Smilodonpopulatorand Glyptodoncf. G. clavipesin Sergipe State.Keywords: Megafauna, Late Pleistocene, Gararu, Sergipe.

    INTRODUO

    As descobertas de mamferos pleistocnicos noEstado de Sergipe tiveram incio no sculo XIX. Em1848, o Bacharel Joo Nepomuceno Machado relatoua descoberta de fsseis de mamferos na localidadeStios Novos no municpio de Canhoba, mas somenteem 1855 foram identificados como pertencentes aproboscdeos (Vellozo, 1961; Simpson & Paula-Couto,1957). Quase um sculo depois, Paula-Couto (1953)citou a ocorrncia de fsseis da megafauna em Aqui-dab, sem fornecer, entretanto, qualquer informaotaxonmica. A partir da dcada de 80, as pesquisas

    sobre mamferos fsseis em Sergipe tornaram-se maisfreqentes. Souza-Cunha et al.(1985) registraram aocorrncia da espcieEremotherium laurillardie do

    gnero Haplom as todon [=Stegomastodon] nalocalidade Lagoa do Roado em Monte Alegre. Osltimos trabalhos publicados sobre a megafauna deSergipe, foram realizados por Goes et al.(2001 e 2002),em que registraram a ocorrncia de E. laurillardi,Stegomastodon waringi, Palaeolama major, Catonyxsp. e Toxodon sp. na Fazenda Charco em PooRedondo, e por Dantas & Zucon (2003), que relatarama ocorrncia de E. laurillardina Fazenda Tytoya nomesmo municpio.

    No ano de 2002 foram resgatados vrios esp-

    cimes fsseis pleistocnicos no Municpio de Gararu,os quais resultaram no presente trabalho. Este estudotem por objetivo classificar os mamferos fsseis da

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    Fazenda Elefante, dando a conhecer txons ainda noregistrados para o Estado de Sergipe, bem como fazer

    uma correlao com outras faunas pleistocnicas dedistintas localidades do Nordeste brasileiro.

    MATERIAL E MTODOS

    O material, bastante fragmentrio, pertence a

    mamferos de grande e mdio porte, de idadepleistocnica, encontradas em um tanque na localidadeFazenda Elefante (coordenadas 370533W e100039S), municpio de Gararu, Sergipe (Figura 1).

    Esse tanque (Figura 2) foi aberto h aproxima-damente 30 anos pelos donos da propriedade. Junta-mente com os sedimentos, os fsseis foram retirados,transportados e depositados nas margens do tanque. Aretirada aleatria do material acabou provocando afragmentao de diversas peas.

    Posteriormente, nos anos de 2002 e 2003,

    paleontlogos da Universidade Federal de Sergipe(UFS), em visita referida localidade, conseguiramresgatar grande parte do material que ainda seencontrava prximo ao tanque e transport-lo aoLaboratrio de Paleontologia da UFS. As peas foram

    FIGURA 1.Localizao do municpio de Gararu, Sergipe, Brasil.

    limpas, coladas e catalogadas na Coleo Cientfica

    do Laboratrio de Paleontologia sob a sigla LPUFS.No Nordeste do Brasil, os achados de fsseis

    pleistocnicos, em geral, ocorrem em tanques, cavernas,olhos dgua, lagoas, vazantes ou em ravinas.Geralmente os termos cacimba e tanque soconfundidos. De acordo com Souza-Cunha (1966) adenominao tanque atribuda a estruturasresultantes de fendas naturais, em rochas cristalinas,de paredes ngremes e de contorno elptico, sendo otermo cacimba aplicado a uma resultante do trabalhohumano em um acidente natural (tanque ou lagoas),

    para a obteno de gua. De acordo com Rosado (1982,segundo Porpino, 1999) o termo cacimba apresentao mesmo significado que poo, sendo por isso umtermo inapropriado para a designao dessasdepresses no terreno.

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    FIGURA 2.Tanque da Fazenda Elefante, Gararu, Sergipe. O crculo marca o local de coleta.

    SISTEMTICA PALEONTOLGICA

    Ordem TARDIGRADA Latham & Davies, 1795Superfamlia MEGATHERIOIDEA Gray, 1821

    Famlia MEGATHERIIDAE Owen, 1843Subfamlia MEGATHERIINAE Gill, 1872

    Eremotherium laurillardi (Lund, 1842)

    MATERIAL:fragmento do ramo mandibular esquerdo(LPUFS 1870); molariformes (LPUFS 1871, 1872,1873 e 1874); atlas (LPUFS 1876); xis (LPUFS 1875);vrtebras torcicas (LPUFS 1877, 1878, 1879);vrtebras caudais (LPUFS 1880, 1881, 1882, 1883,1884, 1885); fragmentos do mero (LPUFS 1986; 1987,1988); intermdio esquerdo (LPUFS 1902); radialesquerdo (LPUFS 1903); radial direito (LPUFS 1904);magno esquerdo (LPUFS 1905); magno direito(LPUFS 1906); falange ungueal da mo esquerda(LPUFS 1894); falange ungueal da mo direita (LPUFS

    1895); metacarpo IV (LPUFS 1896); falangesproximais do III dedo da mo (LPUFS 1898 e 1899);fragmentos do fmur (LPUFS 1892 e 1893);

    fragmentos da tbia (LPUFS 1889, 1890, 1891);astrgalos (LPUFS 1900 e 1901); falange proximal emdia coossificadas, do III dedo do p (LPUFS 1897).

    COMENTRIOS:So atribudas a esta espcie diversaspeas, muitas fragmentadas, a seguir brevementedescritas.

    Fragmento do ramo mandibular esquerdo (LPUFS1870), onde podem ser observados o forame dentrioe o alvolo do M

    4.

    Os molariformes so prismticos e relativamentequadrangulares, caracteres tpicos dos Megatheriinae.

    O molar LPUFS 1873 (Figuras 3A-B) possui aspectoquadrangular, sendo possivelmente o M4. O molarLPUFS 1874 possui um aspecto trapezoidal, e suas

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    medidas e formato so caractersticos do M2ou M3

    (Figuras 3E-F). O molar LPUFS 1872 apresentaaspecto triangular, sendo possivelmente o M1. O molarLPUFS 1871 (Figuras 3C, D) pertence a um espcimejuvenil, pois apresenta pequeno tamanho e o desgasteoclusal encontra-se em seu estgio inicial.

    O atlas (LPUFS 1876) est representado porapenas uma de suas facetas articulares com o xis. Oxis (LPUFS 1875), tambm fragmentado, preservouapenas o seu corpo vertebral, onde se pode observaranteriormente o processo odontide.

    Apenas o corpo foi preservado das vrtebras

    torcicas (LPUFS 1877, 1878, 1879) e caudais (LPUFS1880, 1881, 1882, 1883, 1884, 1885). Em vista cranial,observa-se que o corpo das mesmas tem aspecto trian-gular, sendo ligeiramente oval nas caudais.

    Trs fragmentos de mero (LPUFS 1986, 1987 e1988) esto presentes, dois dos quais preservaram afaceta de articulao com o rdio; e um a cabeaarticular.

    Ossos da mo: intermdio esquerdo (LPUFS 1902)est desgastado em sua face de articulao com oradial. Radial esquerdo e direito (LPUFS 1903 e 1904),

    e magno esquerdo e direito (LPUFS 1905 e 1906).Metacarpo IV (LPUFS 1896) apresenta na poroproximal, em sua parte ltero-dorsal, duas superfcies

    FIGURA 3.Eremotherium laurillardi. Molariformes em vista oclusal A(LPUFS 1873), C(LPUFS 1871),E(LPUFS 1874). E em vista lateral B(LPUFS 1873), D (LPUFS 1871), F(LPUFS 1874).

    de articulao, uma cncava para articulao com o

    metacarpo III, e outra convexa, para articulao como magno. Ainda na poro proximal, ventralmente, outrasuperfcie de articulao para o metacarpo V. Naextremidade distal apresenta a superfcie de articulaocom a falange proximal, do dedo III como aquelesdescritos por Rancy (1981). Possui comprimento mxi-mo de aproximadamente 227 mm, largura da epfisedistal igual 121 mm, e por estar fragmentada, no foipossvel fazer uma medida da epfise proximal.

    A falange ungueal esquerda (LPUFS 1894) possuicomprimento mximo de 160 mm; a bainha ssea est

    ausente, como tambm a sua metade direita. A falangeungueal direita (LPUFS 1895) no apresenta a bainhassea, e neste caso tambm est ausente a sua extremi-dade distal. Falanges proximais do dedo III (LPUFS1898 e 1899) tm altura e largura semelhantes, sendoo comprimento reduzido. Na face proximal, a superfciearticular das falanges cncava e de formato subcir-cular, igualmente quelas descritas por Cartelle (1992).

    De fmur (LPUFS 1892 e 1893) esto preser-vados apenas duas cabeas articulares, de formatosemicircular.

    De tbia (LPUFS 1889, 1890, 1891) esto preser-vados trs fragmentos, um representado pela poroproximal, e dois fragmentos da poro distal.

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    Os astrgalos (LPUFS 1900 e 1901) apresentamem sua superfcie superior formato semicircular, ondese observa claramente o processo odontide.

    Ossos do p: falange proximal e mdia coossi-ficadas, do dedo III (LPUFS 1897), possui comprimentoigual a 83 mm, e largura de 61 mm. A faceta articulardistal tem formato de carretel.

    No Brasil, os fsseis dessa espcie so, junta-mente com os de Stegomastodon waringi, os maisencontrados e distribudos pela maioria dos estados.

    Os primeiros achados foram feitos por Lund na regiode Lagoa Santa, consistindo, principalmente, emmolariformes de espcimes adultos. Eremotherium,conhecido primeiramente da Venezuela e Equador, um megaterdeo pleistocnico, intertropical, de aspectomais primitivo queMegatherium(Paula-Couto, 1979).

    Cartelle & De Iuliis (1995) em uma reviso taxo-nmica consideraram o gnero mono-especfico, eidentificaramEremotherium laurillardicomo a nicaespcie panamericana.

    Famlia MYLODONTIDAE Ameghino, 1889Subfamlia SCELIDOTHERIINAE Ameghino, 1889

    Catonyx cuvieri(Lund, 1839)

    MATERIAL: molar (LPUFS 1851).

    COMENTRIOS: O M3 D LPUFS 1851 apresenta aporo posterior fraturada (Figuras 4A-B), tem a formaaproximada de um oito, com uma forte constriointerlobular, mais evidente lingualmente. O espcimeLPUFS 1851 apresenta morfologia semelhante ao M

    3

    figurados por Paula-Couto (1979, fig. 235, p. 216) eSedor et al. (2004, fig. 2, p. 125).

    A Famlia Mylodontidae subdivide-se em duasSubfamlias: Mylodontinae e Scelidotheriinae.

    Os membros da Subfamlia Scelidotheriinaeapresentam o crnio relativamente pequeno, alongado,

    estreito e baixo, e a mandbula, alongada. Os dentessuperiores e inferiores so quase do mesmo tamanhoe da mesma forma, sendo sua coroa comprimida, decontorno elptico ou vagamente triangular, frmuladentria 5/4 (Paula-Couto, 1979).

    No Pleis toceno bras il ei ro a Subfam liaScelidotheriinae apresenta duas espcies: Catonyxcuvieri e Scelidotherium magnum.

    Fsseis da espcie Catonyx cuvieri j foramencontrados nos Estados de Minas Gerais, Bahia,Alagoas, Paraba, Piau, e Cear (Cartelle, 1992; Born,

    Netto & Pellaes, 2003; Guerin & Faure, 2004). EmSergipe sua ocorrncia j foi verificada na FazendaCharco, municpio de Poo Redondo (Goes et al., 2001).A distribuio geogrfica da espcie Scelidotheriummagnum parece ter sido restrita ao Estado do RioGrande do Sul (Cartelle, 1992).

    Portanto, baseado na morfologia do M3D e na

    distribuio das espcies da Subfamlia Scelidotheriinaeno Pleistoceno brasileiro, atribui-se o fssil LPUFS1851 espcie Catonyx cuvieri.

    FIGURA 4.Catonyx cuvieri. molariforme LPUFS 1851.A vista oclusal, B vista lateral. Subfamlia Mylodontinae.molariforme LPUFS 1852, C vista oclusal, D vista lateral.

    Famlia MYLODONTIDAE Ameghino, 1889Subfamlia MYLODONTINAE Ameghino, 1904

    MATERIAL:molar (LPUFS 1852).COMENTRIOS: O M1 LPUFS 1852 (Figuras 4C-D)possui dimetro msio-distal de 19,6 mm e vestbulo-

    lingual de 14,0 mm, medidas diminutas quandocomparada com as medidas dos M2-4. Possui umadelgada camada de cimento, uma camada intermediria

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    mais espessa de ortodentina e um ncleo central deortodentina modificada (=vasodentina), de formatriangular.

    A Subfamlia Mylodontinae apresenta na regiointertropical brasileira as espcies: Glossotheriumlettsomi, Mylodonopsis ibseni e Ocnotherium

    giganteum (Cartelle, 1999). J as espcies:Glossotherium robustum, Mylodon darwin i e

    Lestodon armatus restringem-se ao sul do pas (Car-telle, 2000).

    Os milodontneos apresentam crnio relativamentelargo, mais cilndrico e mais curto que o dosScelidotheriinae (Paula-Couto, 1979). Caracterizam-se tambm pela presena de molariformes largos, sendoos M1, quando presentes, diferenciados em canini-formes (Hoffstetter, 1958).

    O espcime LPUFS 1852 apresenta medidas emorfologia semelhantes ao M1atribudos s espciesda Subfamlia Mylodontinae, mas, este dado apenas, insuficiente para uma atribuio especifica.

    Ordem CINGULATA Illiger, 1811Famlia GLYPTODONTIDAE Burmeister, 1879

    Subfamlia GLYPTODONTINAE Trouessart, 1898

    Glyptodon cf. G. clavipesOwen, 1838

    MATERIAL:Osteodermo (LPUFS 2041).

    COMENTRIOS: atribudo tentativamente a G.clavipesum osteodermo do tubo caudal (LPUFS 2041),que apresenta dimetro aproximado de 42,8 mm, eespessura de 14,3 mm (Figura 5A). Sua superfcieexterna apresenta aspecto rugoso devido presenade minsculas perfuraes, no centro observa-se umaprotuberncia no muito saliente, no delimitandonenhuma figura central, tampouco perifrica. Suamorfologia semelhante a das descritas por Porpino(1999) como G. clavipes.

    Os Glyptodontinae so os gliptodontes tpicos,

    FIGURA 5.Glyptodon cf.G. clavipes. A Osteodermo dotubo caudal (LPUFS 2041).Palaeolama major. B fragmento

    de poro distal do metacarpo III-IV (LPUFS 1866).

    representados primeiramente na idade mamfero

    Chapadmalalense (Plioceno) por Paraglyptodonchapalmalensis, uma espcie muito menor do que asde Glyptodon(Scillato-Yan et al., 1995). Posterior-mente ocorrem no Ensenadense e Lujanense.

    Glyptodonj foi registrado em vrias localidadespleistocnicas da Amrica do Sul e Central. Carlini &Scillato-Yan (1999) listam para o Pleistoceno daArgentina, as espcies G. principalis, G. gemmatum,G. laevis, G. clavipes, G. perforatus e G. reticulatus,

    sendo que as trs ltimas so exclusivas da faunaLujanense (Pleistoceno Superior-Holoceno Inferior).

    Ordem ARTIODACTYLA Owen, 1848Subordem TYLOPODA Illiger, 1811Famlia CAMELIDAE Gray, 1821

    Subfamlia CAMELINAE Zittel, 1893Tribo LAMINI Webb, 1974

    Paleolama majorLiais, 1872

    MATERIAL: fragmento de poro distal de metacarpoIII-IV (LPUFS 1866).COMENTRIOS:o fragmento de metacarpo III-IV mede

    transversalmente 24 mm, e dorso-ventralmente 25,3 mm(Figura 5B), articulando-se perfeitamente com umafalange I (LPUFS 1432), pertencente Palaeolamamajor.

    A Subfamlia Camelinae ocorre desde do Oligo-ceno Superior ao Pleistoceno na Amrica do Norte, doPleistoceno ao Recente na sia e Amrica do Sul, eno Pleistoceno da Europa e frica do Norte. O gnero

    Palaeolama apresenta espcies, em geral, de grandetamanho (Paula-Couto, 1979).

    As espcies sul-americanas de Palaeolama so

    P. major do Brasil e Argentina,P. weddelli da Bolviae Equador e P. aequatorialis do Equador e Peru(Cartelle, 1992).

    Apesar do material de Palaeolama major deGararu ser escasso, o tamanho e morfologia desta peaso suficientes para a identificao desta espcie.

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    Ordem PERISSODACTYLA Owen, 1848Famlia EQUIDAE Gray, 1821

    Subfamlia EQUINAE Steinmann & Ddorlein, 1890

    MATERIAL: poro distal de metatarso III (LPUFS1864), falange I (LPUFS 1865).

    COMENTRIOS: o fragmento distal de metatarso III(LPUFS 1864) possui largura mxima transversal iguala 43,7 mm (Figura 6A); sendo que a falange proximal(LPUFS 1865) apresenta suas extremidades distal eproximal desgastadas, possuindo comprimento mximoigual a 82,6 mm, comprimento transversal mximo pro-ximal igual a 54 mm, e distal igual a 59 mm (Figura 6B).

    Os equdeos so originrios da Amrica do Norte,bem representados desde o Eoceno (Alberdi & Prado,1995), e na Amrica do Sul este grupo ocorre noPleistoceno. Segundo Alberdi & Prado (1992, 1993)entre os equdeos sul-americanos, somente possvel

    diferenciar dois gneros: Hipp id ion e Equus(Amerhippus). Infelizmente, o material de Gararu muito escasso para poder atribuir a um desses txons.

    importante salientar que de acordo com algunsautores (e.g., Alberdi & Bonadonna, 1988; Alberdi,1989) as espcies de equdeos so excelentes indica-

    FIGURA 6.Subfamlia Equinae. A vista ventral daporo distal do metatarso III (LPUFS 1864).B vista ventral da falange I (LPUFS 1865).

    dores bioestratigrficos e paleoclimticos. ConformeCione & Tonni (1999) a poro final do Lujanense seriarepresentada pela Zona deEquus. Portanto, neces-

    srio seguir com os estudos na localidade de Gararubuscando novas evidncias.

    Ordem NOTOUNGULATA Roth, 1903Subordem TOXODONTIA Owen, 1858

    Famlia TOXODONTIDAE Gervais, 1947

    MATERIAL:Molariformes (LPUFS 1854, 1855, 1856 e1857); vrtebra torcica (LPUFS 1858); metacarpo IIesquerdo (LPUFS1853); falange II do dedo II da mo(LPUFS 1861); patela (LPUFS 1863); calcneo es-querdo (LPUFS 1862), metatarsos IV direito e esquer-do (LPUFS 1859 e LPUFS 1860).

    COMENTRIOS:os molariformes (LPUFS 1854, 1855,1856 e 1857) apresentam as bandas de esmaltecaractersticas daqueles dos toxodontdeos, mas devidoao alto grau de fragmentao no foi possvelclassific-los a nvel genrico e especfico, tampouco

    medi-los.Ossos da mo: o metacarpo II esquerdo LPUFS

    1853 (Figura 7C) possui comprimento mximo igual a148,7 mm, e largura na poro proximal de 55,3 mm ena distal 51 mm. Essas medidas conferem com a dometacarpo II descrito por Roth (1896) para Toxodon.A falange II do dedo II da mo (LPUFS 1861),apresenta sua poro distal e proximal ligeiramentedesgastadas, comprimento igual a 53,4 mm, e largurada poro proximal de 59,4 mm e da distal de 53 mm,conferindo com as fornecidas por Roth (1896) para

    Toxodon.A vrtebra torcica (LPUFS 1858), est repre-sentada apenas pelo seu corpo vertebral, possuindo

    aspecto triangular, cujas faces articulares so convexas(Figura 7A).

    Ossos do p: o calcneo (LPUFS 1862) apresenta,em sua face proximal, as faces de articulao para atbia e fbula. Distalmente observa-se a face de articu-lao para o cubide e navicular. Medialmente apre-senta a faceta de articulao para o astrgalo. Possuicomprimento mximo ntero-posterior de 144,4 mm, elargura mxima de 135 mm (Figura 7B). Os metatarsosdo dedo IV (LPUFS 1859 e 1860) apresentam formatosemiquadrangular, o metatarso direito LPUFS 1859

    (Figura 7D) est completo, possuindo comprimento de79 mm, sendo a largura da poro proximal de 52 mme da distal de 43,3 mm. O metatarso esquerdo LPUFS1860 apresenta a sua poro distal fragmentada, comcomprimento mximo de 78,4 mm, e largura da poroproximal de 50 mm.

    Os Toxodontidae so registrados do Oligoceno aoPleistoceno, quando os ltimos sobreviventes do grupose extinguiram. O gnero Toxodon do Pleistoceno sul-americano o gnero tipo da famlia e subordem.

    Os toxodontdeos pleistocnicos encontrados no

    Brasil sempre foram, na sua maior parte, atribudos aToxodonplatensis. Cartelle (1989, segundo Bergqvistet al., 1997), constatou simpatria entre T. platensise

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    Trigodonops lopesi, do Estado de Minas Gerais e parao norte do Brasil. Essas espcies apresentam diferenasclaras no crnio e nos dentes incisivos (Bergqvist etal., 1997), mas por outro lado so muito afins no

    FIGURA 7.Famlia Toxodontidae. A vrtebra torcica (LPUFS 1858). B Calcneo esquerdo (LPUFS 1862).C Metacarpo II esquerdo (LPUFS 1853). D Metatarso IV direito (LPUFS 1859).

    esqueleto ps-craniano. Apesar do material de Gararuapresentar tamanho similar ao de Toxodon platensisdescrito por Roth (1896), no foi possvel classific-loa nvel especfico.

    Ordem PROBOSCIDEA Illiger, 1811Subordem ELEPHANTOIDEA Osborn, 1921

    Famlia GOMPHOTHERIIDAE Cabrera, 1929

    Stegomastodon waringi (Holand, 1920)

    MATERIAL: Molariformes (LPUFS 1846 e 1847);fragmentos de incisivo (LPUFS 1848 e 1849); corpode vrtebra ?torcica (LPUFS 1850).

    COMENTRIOS: o corpo da vrtebra LPUFS 1850(Figura 8A), possivelmente torcica, apresenta-sedesgastado, sendo achatado crnio-caudalmente, comas faces articulares ligeiramente cncavas. O molari-forme LPUFS 1846 (Figura 8B) est bastante fragmen-tado impossibilitando efetuar-se medidas. Forampreservadas algumas de suas cspides de forma cnica

    unidas entre si. O molar LPUFS 1847 apresenta graude desgaste intenso, onde se observa o trevo simples,caracterstico da espcie S. waringi. Nos diversos

    fragmentos de incisivos (LPUFS 1848 e 1849) puderamser observados os anis de crescimento.

    O gnero Stegomastodon registrado desde oPlioceno final at o Pleistoceno mdio nas regiescentrais e ocidentais da Amrica do Norte. Na Amricado Sul est presente no Pleistoceno Mdio e Superiordo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, e no Pleis-toceno Superior do Equador, Colmbia e Venezuela(Alberdi et al., 2002).

    De acordo com Simpson & Paula-Couto (1957)

    todos os membros da Famlia Gomphotheriidae no Brasilcorrespondem a uma nica espcie, assinalada porAlberdi et al. (2002) como sendo Stegomastodon waringi.

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    Ordem CARNIVORA Bowdich, 1821Subordem FISSIPEDIA Blumembach, 1791

    Famlia FELIDAE Gray, 1821Subfamlia MACHAIRODONTIDAE Gill, 1872

    Smilodon populatorLund, 1842

    MATERIAL:Vrtebra ?lombar (LPUFS 1845).COMENTRIOS:a vrtebra LPUFS 1845 (Figuras 8C-D), possivelmente lombar, apresenta o arco neural eprocesso espinhoso fraturado e perdido, os processostransversos e corpo parcialmente desgastado. Cra-nialmente, o corpo de aspecto subcircular apresentaum comprimento mximo de 54,7 mm e largura de58 mm. Caudalmente, tem formato ligeiramente retan-

    gular, com 57 mm de largura e 43 mm de altura.Os membros da Subfamlia Machairodontinae soconhecidos do Oligoceno Inferior ao Pleistoceno. Osprimeiros achados desses animais no Brasil foramrealizados por Lund em 1839, em Lagoa Santa, identi-ficado primeiramente comoHyaenae posteriormentecomo Smilodon populator(Paula-Couto, 1955).

    FIGURA 8.Stegomastodon waringi. A vista anterior da vrtebra torcica (LPUFS 1850). B vista oclusaldo molariforme (LPUFS 1846);Smilodon populator. C Vista anterior da vrtebra lombar (LPUFS 1845).D Vista posterior da vrtebra lombar (LPUFS 1845).

    RPTEIS FSSEIS

    Em associao aos fsseis da megafauna foramencontrados mero direito (poro proximal), fmur

    direito e fragmentos de carapaa pertencentes aognero Geochelonee uma vrtebra de Ophidia.

    CONSIDERAES FINAIS

    A seqncia da fauna continental do Plioceno aoHoloceno da rea Pampeana da Argentina fornece o

    esquema bsico para a escala cronolgica da Amricado Sul (Cione & Tonni, 1999). Anteriormente, Cione

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    & Tonni (1995) j haviam proposto as seguintes biozo-nas para as seqncias sedimentarias do Pleistocenoe Holoceno da rea Pampeana: Tolypeutes pampaeus,

    Megatherium americanum, Equus (Amerhippus)

    neogeus e Lagostomus maximus. Estas biozonasconstituem o material de base para o reconhecimentodas idades mamferos Ensenadense, Bonaerense, Luja-nense e Platense (Cione & Tonni, 1999).

    No Brasil, a fauna-local vinha sendo utilizada natentativa de se estabelecer idade mamfero, princi-palmente no que se refere ao Pleistoceno do Nordestebrasileiro, atravs dos estudos da paleomastofaunaencontrada em tanques e cavernas (Mello, 1989;Bergqvist, 1989; Bergqvist et al., 1997). A dificuldadenesta correlao est principalmente na distncia geo-grfica entre o Nordeste do Brasil e a Argentina, ondeas idades-mamferos foram estabelecidas.

    Em geral a fauna de mamferos que ocorre no

    Brasil considerada por muitos autores como de idadeLujanense (e.g., Souza-Cunha, 1966; Brito, 2001).Entretanto, Cartelle (1992) levantou a impossibilidadede correlao entre as faunas argentinas e brasileiras,

    considerando a fauna encontrada em tanques e caver-nas (localizadas no Nordeste brasileiro) como perten-centes ao Pleistoceno final.

    No que concerne a Gararu, pode-se observar quea megafauna encontrada apresenta alguns txons queocorrem apenas no Brasil (e.g., Eremotheriumlaurillardi, Stegomastodon waringi). Smilodon

    populator, por sua vez ocorre no Brasil e Argentina,mas apresenta um biocron muito amplo, sendoregistrado em todo Pleistoceno nas faunas do Ensena-dense, Bonaerense e Lujanense. Por outro lado, apresena de Glyptodon cf. G. clavipes em Gararusugeriria uma idade Lujanense. Apesar de algunsautores considerarem este txon tambm do Bonae-rense (Cione et al., 1999), outros o consideram comotxon somente do Lujanense (Carlini & Scillato-Yan,1999). A melhor contribuio poderia vir do materialde Equdeos, visto que a espcieEquus (A.) neogeus

    est restrita a fauna de idade Lujanense. Infelizmenteo material muito fragmentrio para uma precisaatribuio taxonmica especfica.

    CONCLUSES

    So registrados em Gararu nove txons de mam-feros pleistocnicos, sendo inditos, para o Estado, aSubfamlia Equinae e Mylodontinae, e as espcies

    Smilodon populator e Glyptodon cf. G. clavipes.Os fsseis estudados so atribudos ao Pleistoceno

    final. A escassez e o estado fragmentrio do materialde Gararu, bem como a distncia geogrfica com aregio Pampeana de Buenos Aires, impossibilita, neste

    momento, uma relao faunstica.

    AGRADECIMENTOS

    Aos Profs. Drs. Castor Cartelle, Francisco Negri, Maria Helena Hessel, Luiz Henrique Cruz de Mello, Fernanda Torello de Mello,e ao Mestre Kleberson de Oliveira Porpino, pelas sugestes, correes e bibliografias cedidas, e ao tcnico Damio Assis, ao gelogo PauloAcioly, e aos colegas do Laboratrio de Paleontologia da Universidade Federal de Sergipe, pela ajuda nas coletas e preparao dos fsseis,os autores externam seus agradecimentos.

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