95
Métodos de alfabetização Rita de Cássia Carvalho - CME/Goiânia Pedagoga, Esp. Em Metodologia do Ensino Superior e Mestre em Educação Brasileira [email protected]

Metodos de Alfabetização

Embed Size (px)

Citation preview

Métodos de alfabetização

Rita de Cássia Carvalho - CME/Goiânia

Pedagoga, Esp. Em Metodologia do Ensino Superior e Mestre em Educação Brasileira

[email protected]

Qual seria o melhor método para alfabetizar?

O que é método?

Caminho para se chegar a um fim;

Modo ordenado de fazer as coisas;

Conjunto de procedimentos técnicos e científicos.

MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO

Um conjunto de princípios teórico-procedimentais que organizam o trabalho pedagógico em torno da alfabetização.

Um conjunto de saberes práticos ou de princípios organizadores do processo de

alfabetização, (re)criados pelo professor em seu trabalho pedagógico.

ALFABETIZAR

Ensinar a ler e escrever. Tornar o indivíduo capaz de ler e escrever

alfabet + izar

Sufixo indica: tornar, fazer com que.

Alfa(primeira letra do alfabeto grego) +

Beta(segunda letra do alfabeto grego)

ALFABETIZAÇÃO

Ação de alfabetizar, de tornar “alfabeto”.

alfabet + izar + ção

-ção: sufixo que forma substantivos indica: ação. Ex.: traição: ação de trair.

TEORIA CONDUTISTA X

PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTAX

PERSPECTIVA SÓCIO-INTERACIONISTA

Teoria Condutista

A melhor idade para se começar a instrução da leitura e da escrita seria aos 6/7 anos. (não se poderia alfabetizar antes)

Seria necessário preparar a criança para a aprendizagem, exercitando-a em pré-requisitos – prontidão.

A aprendizagem era vista como um sub-produto ou um resultado do método instrucional.

SINTÉTICOS

Método Alfabético(Soletração)

Método Fônico

Método Silábico

ANALÍTICOS

Palavração

Sentenciação

Global de Contos/Textos

Métodos de Alfabetização – Perspectiva Condutista

MÉTODOS SINTÉTICOS

Partem de elementos menores que a palavra.

Insistem na correspondência entre o oral e o escrito. Entre o som e a grafia.

Estabelecem correspondência a partir dos elementos mínimos, num processo que consiste ir das partes para o todo.

1º Passo: a leitura mecânica (decodificação do texto)

Estratégia perceptiva utilizada: Audição

Exemplos:Exemplos:

•Juntando as letras: Soletração – Juntando as letras: Soletração – Carta do ABCCarta do ABC

•Ba-be-bi-bo-bu: Silabação – Cartilha Ba-be-bi-bo-bu: Silabação – Cartilha da Infânciada Infância

•Métodos Fônicos: A Abelhinha; A Métodos Fônicos: A Abelhinha; A Casinha FelizCasinha Feliz

Método Castilho - 1853

1876

1890 – 1ª ed.; Este exemplar é de 1924

1895 – 1ª ed.

1945- 48 ed.

1911- 1ª ed.1938 – 49 ed.

Representam o método mais

tradicional e antigo de alfabetização

conhecido como método sintético.

Apresenta primeiro as letras do Alfabeto

(maiúsculas e minúsculas ); (de

imprensa e manuscritas).

Depois apresenta segmentos de um,

dois e três caracteres em ordem alfabética:

a,e,i,o,uba,be,bi,bo,bu, ai,ei

oi,ui,- bai,bei,boi,bui.

MÉTODO ALFABÉTICO(SINTÉTICO)

1º Passo: Memorização do nome das letras;

2º Passo: Representação gráfica;

3º Passo: Representação famílias silábicas (b+a=ba; b+e=be, b+i=bi)

4º Passo: Monossílabos, dissílabos, trissílabos e sílabas não canônicas.

5º Passo: Textos segmentados (a ca sa a ma re la na flo res ta)

MÉTODO FÔNICO(SINTÉTICO)

1º passo: Vogais: nome e som das letras são iguais;

2º passo: palavras formadas apenas por vogais;

3º passo: apresentação os fonemas regulares (d, b, f, j,m,n...) de forma isolada e, processualmente, os irregulares;

4º passo: junção dos fonemas regulares e, processualmente os irregulares, com as vogais, formando sílabas;

5º passo: formação de palavras; 6º passo: formação de frases; 7º passo: formação de textos.

MÉTODO SILÁBICO(SINTÉTICO)

1º passo: Apresenta-se as vogais, com ajuda de ilustrações e palavras como “o” de OVO; “e” de ELEFANTE;

2º passo: Apresentam-se as sílabas simples, utilizando palavras e ilustrações e destacando a sílaba na palavra: “ma” de macaco, “na” de navio, “pa” de panela;

3º passo: Famílias silábicas da sílaba em destaque na palavra;

4º passo: Formação de palavras; 5º passo: Formação de frases; 6º passo: Formação de pequenos textos.

MÉTODOS SINTÉTICOS(alfabético, silábico, fônico)

PROPOSTA ENFOQUE VANTAGENS LIMITAÇÕES

Progressão de unidades menores (letra, fonema, sílaba) a unidades mais complexas (palavra, frase, texto).

Processos de decodificação, análise fonológica, relações entre fonemas (sons) e grafemas (letras)

Possibilita a análise das relações entre fonemas (sons ou unidades sonoras) e grafemas (letras ou grupo de letras)

Promove o desenvolvimento da consciência fonológica e os processos de codificação e decodificação.

Desconsidera os usos e funções sociais da escrita.

Em algum momento, o aprendiz tem que se desvincular da fala para codificar (escrever) e decodificar (ler) palavras, frases e textos, já que em alguns casos a escrita não representa os sons da fala.

MÉTODOS ANALÍTICOS

Partem de unidades maiores (palavra) para unidades menores;

A leitura é um ato global e ideovisual;

Reconhecimento global das palavras e das frases;

Estratégia perceptiva: visual.

1909 – 1 ed. 1955 – 63 ed.

1916 – 1ª ed. 1955 – 185 ed.

1917 – 1ª ed. 1955 – 196 ed.

1996 – 2230 ed.

1908 – 1ª ed.

1919 - 9 ed.

1924 – 2ª ed.

Primeira cartilha dirigida para

adultos

1926 – 1ªed.

1928 – 1ª ed. 1939 – 116 ed.

1932 – 1ª ed. 1957 – 40 ed.

1939 – 1ª ed. 1978 – 39 ed.

1940 – 1ª ed.

1989 – 273 ed.

1948 – 1ª ed.

1965 – 68 ed.

1980 foi modificada

Fenômeno de vendas no Brasil – 40 milhões de exemplares

PALAVRAÇÃO (ANALÍTICO)

1º passo: Apresentação de palavras ilustradas que fazem parte do universo infantil;

2º passo: Memorização (leitura e escrita da palavra);

3º passo: divisão silábica das palavras; 4º passo: formação de novas palavras com as

sílabas estudadas; 5º passo: estudo e análise de

grafemas/fonemas; 6º passo: formação de frases; 7º passo: formação de textos.

SENTENCIAÇÃO (ANALÍTICO)

1º passo: Apresentação de frases que fazem parte do universo infantil;

2º passo: Memorização (leitura e escrita da frase);

3º passo: Observação de palavras semelhantes dentro da sentença;

4º passo: Formação de grupo de palavras; 5º passo: Isolamento de elementos

conhecidos dentro da palavra (sílaba); 6º passo: Estudo e análise de

grafemas/fonemas.

GLOBAL /TEXTOS/CONTOS (ANALÍTICO)

1º passo: Apresentação de partes do texto com sentido completo, em cartazes;

2º passo: Memorização - leitura e escrita do texto; 3º passo: Decomposição do texto estudado em

frases, (iniciando-se o estudo do 2º cartaz); 4º passo: Decomposição das frases em palavras; 5º passo: Decomposição das palavras em sílabas; 6º passo: Formação de novas palavras com as

sílabas estudadas; 7º passo: Estudo e análise de grafemas/fonemas.

MÉTODOS ANALÍTICOS (palavração, sentenciação, global contos/textos)

PROPOSTA ENFOQUE

VANTAGENS

LIMITAÇÕES

Progressão de unidades de sentido mais amplas (palavra, frase, texto) a unidades menores (sílabas).

Compreensão de sentidos e aprendizagem ideovisual (reconheci-mento global pela silhueta da palavra, frase ou texto).

Reconhecimento global e mais rápido das palavras, possibilitando a leitura de unidades com sentido desde o início da escolarização.

Se não houver uma correta orientação do professor:Pode dificultar a leitura com sentido quando o texto apre-sentar palavras completamente novas.Se não houver uma orientação correta para a decodificação,corre-se o risco do aluno utilizar do recurso da memorização sem observar que as palavras são compostas de unidades menores.

MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO(equilíbrio e articulação)

princípios de decodificação e de organização do sistema alfabético-ortográfico da escrita;

princípios de compreensão, reconhecimento global e construção de sentidos em contextos de usos sociais da escrita e da leitura;

princípios pertinentes à progressão das capacidades das crianças, com ênfase em intervenções para avanços.

“Mais do que pensar em métodos, é preciso compreender os processos de

aprendizagem da criança ao tentar reconstruir a representação do sistema

alfabético”.

Emília Ferreiro e Ana Teberosky

Perspectiva Construtivista

Apresenta uma nova visão da aprendizagem, entendendo-a como um processo contínuo de desenvolvimento.

As aprendizagens dadas durante o período dos três aos seis anos fazem parte do processo de alfabetização.

Perspectiva Construtivista

A escrita, a leitura e a linguagem oral não se desenvolvem separadamente, mas atuam de maneira interdependente.

A alfabetização inicial não é um processo abstrato, mas ocorre em contextos culturais e sociais determinados.

Perspectiva Construtivista

Dois tipos de conhecimento interativo fazem parte das primeiras experiências com a linguagem escrita por natureza: Os conhecimentos elaborados pela criança a

partir da interação com os leitores e o material escrito.

Os conhecimentos socialmente transmitidos pelos adultos e assimilados pela criança.

Níveis de hipótese de escrita

A interpretação e a produção da leitura e escrita é definida por Ferreiro; Teberosky (2000) em níveis, sendo eles:

1. Nível Pré-silábico; 2. Nível Silábico restrito; 3. Nível Silábico evoluído; 4. Nível Alfabético; 5. Nível Ortográfico.

Nível Pré-silábico

A escrita não apresenta nenhum tipo de correspondência entre grafias e sons. Escrever é reproduzir traços típicos da escrita, variando os caracteres à vontade.

Ao escrever no nível Pré-silábico o educando poderá utilizar:

Letras, Números; Pseudoletras (outros símbolos diferentes de letras)

misturados; Apenas as letras do seu nome; Muitas letras aleatoriamente.

Ex: MACACO TJJLANINOPATDOAITOP

Nível silábico restrito:

Escrita em que cada emissão sonora (sílaba) é representada por uma letra, podendo ser usada qualquer letra para qualquer sílaba.

Ex: MACACO DTA PATO TS CACHORRO EGT

Nível silábico evoluído: As letras começam a adquirir valores sonoros

estáveis. A criança usa letras semelhantes para representar a parte sonora de cada sílaba, ou seja, para cada sílaba, o educando utiliza uma letra. As letras não são aleatórias e demonstram a correspondência sonora, podendo associar cada sílaba à sua vogal ou à sua consoante.

A passagem para este nível é marcada pela descoberta de que a escrita representa a fala, o que significa importante momento na evolução da escrita e da leitura.

MACACO MAO ou MKO ou AKO

PATO PO ou AO

CACHORRO KOR AXO COR

Nesta fase a criança entra em conflito quando escreve:

CACHORRO: KOO, ela não aceita escrever duas letras iguais ou registrar uma palavra com apenas uma letra, como PÉ: p. O registro de palavras monossílabas é um momento importante de intervenção do professor, diante do conflito do aluno. Esta pode ser uma etapa importante para que o educando reelabore suas hipóteses de escrita e avance para o nível seguinte.

Nível Alfabético:

Nesta fase, que corresponde à transição do nível silábico para o alfabético, a criança começa a abandonar a hipótese silábica da escrita e a construir novos esquemas iniciando a análise alfabética.

A criança utiliza as letras com seus valores convencionais, com variações de ortografia compatíveis com o sistema, ainda que nem sempre correspondam com a escrita padrão.

Ex:MACACO MAKAKO MAKACOPATO PATUCACHORRO KAXORO CAXORRO

U GATU BEBEU U LETI

Nível Ortográfico

Nesta fase o educando já se preocupa em escrever utilizando a ortografia correta.

O trabalho com a linguagem oral e escrita se constitui em um dos espaços de ampliação

das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado

pelas crianças.

A educação deve promover experiências significativas de

aprendizagem da língua, desenvolvendo habilidades

linguísticas, tais como: falar, escutar, ler escrever.

As primeiras experiências das crianças com a Linguagem Escrita

A prática de ler histórias.

A interação com o material impresso e manuscrito.

A leitura e a escrita em ambientes informatizados.

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A ESCRITA

LINGUAGEM ESCRITA

Para aprender a escrever a criança terá de lidar com dois processos de aprendizagem paralelos: o da natureza do sistema de escrita da língua – o que a escrita representa e como – e o das características da linguagem que se usa para escrever.

LINGUAGEM ESCRITA

A aprendizagem da linguagem escrita está intrinsecamente associada ao contato com textos diversos, para que as crianças possam construir sua capacidade de ler, e às práticas de escrita, para que se possam desenvolver a capacidade de escrever autonomamente.

LINGUAGEM ESCRITA

Desde muito pequenas, as crianças podem usar o lápis e o papel para imprimir marcas, imitando a escrita formal, assim como utilizam-se de livros, revista, jornais, gibis, rótulos, etc. para “ler” o que está escrito.

LINGUAGEM ESCRITA

Erros construtivos: no processo de construção da escrita as crianças cometem erros, que não são vistos como faltas ou equívocos, eles são esperados, pois se referem a um momento evolutivo no processo de aprendizagem das crianças.

LINGUAGEM ESCRITA

As crianças aprendem a produzir textos antes mesmo de saber grafá-los de maneira convencional, como quando uma criança utiliza o professor como escriba, ditando-lhe sua história.

AMBIENTE ALFABETIZADOR

Um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de situações de usos reais de leitura e escrita nas quais as crianças têm a oportunidade de participar de diversos atos de leitura e de escrita, elas podem desde cedo, pensar sobre a língua e seus usos, construindo ideias sobre como se lê e como se escreve.

ATIVIDADES PERMANENTES

LEITURA São organizados de forma

atraente, num ambiente aconchegante, livros de diversos gêneros, de diferentes autores, revistas, histórias em quadrinhos, jornais, suplementos, trabalhos de outras crianças, etc.

ATIVIDADES PERMANENTES

JOGOS DE ESCRITA No ambiente criado para os jogos

de mesa, podem se oferecer jogos gráficos, como caça palavras, forca, cruzadinhas, etc. Nesses casos convém deixar a disposição das crianças cartelas com letras, letras movéis, etc.

ATIVIDADES PERMANENTES

FAZ-DE-CONTA A criação de ambientes para brincar no interior

ou fora da sala possibilita a ampliação contextualizada do universo discursivo,trazendo para o cotidiano da instituição novas formas de interação com a linguagem. Esse espaço pode conter várias caixas previamente organizadas pelo professor nas quais tenham diversos materiais gráficos como embalagens, livros de receitas, blocos para escrever, talões com impressos diversos, agendas, listas telefônicas, encartes de supermercado, etc.

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO (Magda Soares,

1998)

O PAPEL DO PROFESSOR É ENSINAR A LER E ESCREVER NO CONTEXTO DAS PRÁTICASSOCIAIS DE LEITURA E ESCRITA, DE MODO

QUE O INDIVÍDUO SE TORNE, AO MESMO TEMPO, ALFABETIZADO E LETRADO.

LETRAMENTO

Estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita.

LETRAMENTO

Ter-se apropriado da escrita é diferente de ter aprendido a ler e escrever;

Aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar e de decodificar a língua escrita;

Apropriar-se da escrita é tornar a escrita “própria,” ou seja , é assumi-la como sua “propriedade”.

LETRAMENTO

Resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita.

O estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais.

LEV VYGOTSKY As idéias de Vygotsky sobre a escrita tem pontos

em comum com a teoria de Emília Ferreiro: é a consideração da escrita como um sistema de representação da realidade e do processo de alfabetização como domínio progressivo desse sistema (que começa muito antes do processo escolar de alfabetização);

Vygotsky tem uma abordagem genética da escrita: preocupa-se com o processo de sua aquisição, o qual se inicia antes da entrada da criança na escola e se estende por muitos anos;

Para compreender o desenvolvimento da escrita na criança é necessário estudar o que ele chama de “pré-história da linguagem escrita”, isto é, o que se passa com a criança antes de ser submetida a processos deliberados de alfabetização.

A principal condição necessária para que uma criança seja capaz de compreender adequadamente o funcionamento da língua escrita é que ela descubra que a Língua Escrita é um sistema de signos que não tem significados em si;Os signos representam outra realidade, isto é, o que se escreve tem uma função instrumental, funciona como um suporte para a memória e a transmissão de idéias e conceitos.

A aquisição da língua escrita, para Vygotsky é a aquisição de um sistema simbólico de representação da realidade, também contribui para esse processo o desenvolvimento dos gestos, dos desenhos, e do brinquedo simbólico, pois são também de caráter representativo, isto é, utilizam-se de signos para representar significados.

“(...) desenhar e brincar deveriam ser estágios preparatórios ao desenvolvimento da linguagem escrita das crianças. Os educadores devem organizar todas estas ações e todo complexo processo de transição de um tipo de linguagem escrita para outro. Deve acompanhar esse processo através de seus momentos críticos, até o ponto da descoberta de que se pode desenhar não somente objetos, mas também a fala.”“o que se deve fazer é ensinar as crianças a linguagem escrita e não apenas a escrita de letras.”

“Na verdade, o segredo do ensino da linguagem escrita é preparar e organizar adequadamente essa transição natural. Uma vez que ela é atingida, a criança passa a dominar o princípio da linguagem escrita, e resta então, simplesmente aperfeiçoar esse método.”Um conceito central para a compreensão das concepções vygotskyanas sobre o funcionamento psicológico é o conceito de mediação e de zona de desenvolvimento proximal.

Se todos os métodos servem para aprender a ler, tanto faz escolher um ou

outro?

“Não, absolutamente. (...) Exemplo: pessoas recém-alfabetizadas por métodos sintéticos são em geral mais atentas à decodificação integral do texto, que é lido palavra por palavra, sem omissões ou substituições. Contudo, são menos preparadas para a tarefa de interpretação”.

CARVALHO, Marlene. Guia Prático do Alfabetizador.4.ed. São Paulo: Ática, p.35-42.

O que deve ser levado em conta no momento de escolher um método?

Estude o método antes de aplicá-lo. É melhor refletir antes, do que corrigir depois.

Recomendações: considere os fundamentos teóricos (...),as etapas de aplicação (...),o material necessário (...), os resultados previsíveis (...)”.

CARVALHO, Marlene. Guia Prático do Alfabetizador.4.ed. São Paulo: Ática, p.35-42.

“É difícil comprovar a superioridade absoluta de um método sobre outro.

(..) uma turma x pode obter maiores ou menores resultados dependendo do que se

considera como “bons resultados” em matéria de leitura: capacidade de decodificar

quaisquer novas combinações de letras? Leitura oral ou fluente? Interpretação do

significado?”

CARVALHO, Marlene. Guia Prático do Alfabetizador.4.ed. São Paulo: Ática, p.35-42

)

Qual é o melhor método para ensinar a ler?

E agora, que critérios observar na

escolha do método de alfabetização?

Qualquer que seja o método escolhido, deve ser observado um envolvimento sistemático dos alunos com a escrita e a leitura em diferentes situações sociais.

REFERÊNCIAS E SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 2003. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o ba, bé, bi, bó, bu. São Paulo : Scipione,

2006. CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1999. 95p. ELIAS, Marisa Del Cioppo. De Emilio a Emilia: a trajetória de alfabetização. FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre:

Artes Médicas, 2002. KATO, Mary. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística. São Paulo,

Ática, 2002. LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática, 2000. 70p. OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo

sócio-histórico. São Paulo: Scipione 1997. 111p. RIZZO, Gilda. Alfabetização natural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998, 336p SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte:

Autêntica, 1999.124p. VYGOTSKY, Lev. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins

Fontes, 2000.