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• Começo por noções de Microeconomia.
• Conhecer os conceitos básicos de Microeconomia é essencial para perceber o raciocínio econômico.
• Na verdade, antes mesmo da Microeconomia eu vou apresentar a vocês aquilo que eu chamo de “princípios de Economia”.
Microeconomia
• No primeiro capítulo do seu popular manual Mankiw (2005) afirma que existem alguns poucos princípios que guiam as decisões econômicas de indivíduos e de sociedades.
• Na verdade, o economista acredita que existam alguns poucos princípios que são capazes de explicar as decisões econômicas de indivíduos e de sociedades.
• Esses princípios deixam claro a peculiaridade da maneira de pensar, da visão de mundo, do economista.
Microeconomia
• Nada mais adequado do que começarmos a nossa disciplina relembrando esses princípios.
• Vamos, também, aplicá-los imediatamente às atividades de vocês como gestores de políticas de meio ambiente no Brasil.
• Quatro são os princípios de tomada de decisões individuais, a saber:
Microeconomia
1. Pessoas enfrentam “trade-offs” (escolhas conflitantes): não existe almoço grátis
• Tudo tem um custo, pois desejos são ilimitados, mas os recursos disponíveis para o atendimento a esses desejos são (relativamente) limitados.
• Há escassez relativa de recursos e até para se fazer o “bem” teremos de incorrer em custos, quer explícitos quer implícitos.
• Quais as relações desse princípio com a gestão e a conservação da natureza, com a conservação da diversidade biológica?
Microeconomia
2. O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obter essa coisa.
• Todas as escolhas humanas tem “custo de oportunidade”: para obter algo, você deixa de obter alguma (s) outra (s) coisa (s).
• A sua escolha precisa, então, ser “melhor” do que a “melhor” entre as não escolhidas.
Microeconomia
• Você precisa ter certeza que os benefícios da sua escolha são maiores que os seus custos (incluindo os custos da “melhor” não escolhida).
Microeconomia
• E aí? Alguma consequência para a sua decisão de conservar a biodiversidade? E a manutenção da reserva legal?
Microeconomia
• Existem alternativas econômicas? Outras atividades econômicas podem ser desenvolvidas nesse local?
Microeconomia
• Temos certeza que os benefícios de nossas decisões são superiores aos seus custos, incluindo o custo de oportunidade (custo econômico)?
Microeconomia
• Alguma diferença no custo de oportunidade da conservação in situ em relação à conservação ex situ?
• Continuem pensando como economistas ambientais!!!!
Microeconomia
• 3. As pessoas racionais pensam na margem: pequenos ajustes incrementais a um plano de ação existente.
• O prazer que mais um par de sapatos me dá depende de quantos pares de sapato eu já tenho.
• Ou, se eu já tenho muitos pares de sapatos, um novo par deve ter algo distinto daqueles que eu já tenho.
• Ou ainda, o quanto eu estou disposto a pagar por mais um par de sapatos decresce à medida que eu acumulo pares de sapatos.
Microeconomia
• A escassez relativa de algo influencia o quanto que eu desejo e o quanto eu estou disposto a pagar por esse algo.
Microeconomia
• Se pessoas racionais pensam na margem, como eu devo decidir o “quanto” de uma ação conservacionista uma sociedade deseja e está disposta a pagar?
• Se muitos têm acesso a pouco, não seria natural que eles ou elas queiram mais de tudo?
Microeconomia
• Como eles/elas definem a “quantidade” ou a “prioridade” de conservação que eles/elas desejam?
• Decisões conservacionistas também são influenciadas por reações na margem?
Microeconomia
• 4. As pessoas reagem a incentivos.
• “Cenouras” (incentivos positivos) e “chicotes” (incentivos negativos) não são apenas instrumentos hípicos.
• Ninguém suporta apenas “chicotes”; como ninguém merece apenas “cenouras”.
• O sucesso na vida parece depender de uma adequada combinação de incentivos positivos e incentivos negativos.
Microeconomia
• Será que isso também é verdadeiro para alcançar o sucesso na gestão do meio ambiente?
Microeconomia
• Existem ainda alguns outros princípios relacionados a como as pessoas interagem umas com as outras.
• Ou como os economistas acreditam que as pessoas interagem.
• Esses princípios são:
Microeconomia
• 1. O comércio pode ser bom para todos.
• Isolamento, autarquia, autosuficiência, são formas de organização pessoal, local, regional ou nacional que levam ao empobrecimento (relativo).
• Troca entre agentes permite, em geral, um melhor desempenho de todas as partes envolvidas.
• A troca e o mercado são criações humanas na busca de melhoria do seu bem-estar.
Microeconomia
• “Comércio”, “mercado”, “troca” combinam com gestão da biodiversidade? E com o controle da poluição?
Microeconomia
• 2. Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica.
• Mercado é uma instituição resultante da criatividade humana.
• Mercado nada mais é do que o encontro entre demandantes (os que desejam usufruir de algo) e ofertantes (os que desejam colocar esse algo à disposição).
Microeconomia
• Desse encontro surge o preço desse algo, resultado do equilíbrio entre a disposição a pagar dos demandantes e a disposição de aceitar um pagamento dos ofertantes por aquele algo negociado.
Microeconomia
• Preço dá informação; preço fornece estímulo.
• Mas será que todo e qualquer bem ou serviço demandado e ofertado é negociado em mercado?
• Será que todo bem ou serviço possui um preço de mercado?
Microeconomia
• Se não, como fica a informação que deveria ser transmitida pelo preço?
• E como fica o estímulo à ação que seria fornecido pelo preço?
Microeconomia
• 3. As vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados.
• Nós vamos ver que quando mercados não existem, ou existem mas são imperfeitos, recomenda-se a intervenção governamental por meio de política pública.
• Governos complementariam mercados no processo de tomada de decisões de agentes sociais.
Microeconomia
• No entanto, muitas vezes governos falham ao intervir.
• Ao invés de melhorar os resultados dos mercados, governos podem piorá-los.
Microeconomia
• Os sete princípios listados já são suficientes para despertar surpresa, curiosidade e/ou fúria em especialistas de outras áreas.
• Se houvesse tempo suficiente, nossa primeira tarefa seria mostrar como esses princípios se consolidaram no pensamento econômico.
• Assim procedendo ficaria mais claro para todos vocês a diversidade daquilo que é chamado de Economia.
Microeconomia
• Ficaria claro que, no caso da ciência econômica, há uma “estrutura de idéias” distintas, grupadas em termos de “escolas de pensamento”:a) Marxistas e Neo-Marxistas: P. Sweezy e E. Mandel
b) Institucionalistas e Neo-Institucionalistas: J.K. Galbraith, G. Myrdal , D. North e Ilinor Ostrom
c) Neo-Ricardianos: I. Steedman
d) Pós-Keynesianos: A. Eichner
e) Síntese Neo-clássica-Keynesiana: P. Samuelson e J. Tobin
f) Chicago: M. Friedman e G. Becker
g) Austríaca: F.A. Hayek
Microeconomia
• Não é esse o objetivo do Curso.
• Cabe destacar que aqueles princípios são a base dos instrumentos analíticos do mainstream econômico.
• Usando os tradicionais instrumentos analíticos, desenvolvem-se duas vertentes na tradição neoclássica de estudos sobre o uso e a conservação dos recursos naturais: a economia dos recursos naturais (renováveis e não renováveis) e a economia da poluição.
Microeconomia
• Juntas, essas vertentes compõem a “economia do meio ambiente” ou “economia ambiental”.
• Por outro lado, surge uma nova corrente – a “economia ecológica” – que já nasce com a preocupação de compreender melhor as inter-relações entre economia e meio ambiente.
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