Monografia - Controle preditivo e desacoplamento de sist. multivariável

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR

    CENTRO DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA

    CCOONNTTRROOLLEE PPRREEDDIITTIIVVOO EE DDEESSAACCOOPPLLAAMMEENNTTOO DDEE

    SSIISSTTEEMMAA MMUULLTTIIVVAARRIIVVEELL DDEE UUMM PPRROOTTTTIIPPOO DDEE

    IINNCCUUBBAADDOORRAA NNEEOONNAATTAALL

    Dcio Haramura Junior

    Fortaleza

    Dezembro de 2010

  • ii

    DCIO HARAMURA JUNIOR

    CCOONNTTRROOLLEE PPRREEDDIITTIIVVOO EE DDEESSAACCOOPPLLAAMMEENNTTOO DDEE

    SSIISSTTEEMMAA MMUULLTTIIVVAARRIIVVEELL DDEE UUMM PPRROOTTTTIIPPOO DDEE

    IINNCCUUBBAADDOORRAA NNEEOONNAATTAALL

    Trabalho de Concluso de Curso submetido

    Universidade Federal do Cear como parte dos

    requisitos para obteno do ttulo de Engenhei-

    ro Eletricista.

    Orientador: Prof. Dr. Bismark Claure Torrico

    Fortaleza

    Novembro de 2010

  • iii

  • iv

    Existem trs coisas que no voltam atrs: uma pedra lanada, uma palavra proferida

    e uma chance perdida

    (Provrbio chins)

    O seu sucesso fruto do seu esforo

    (Autor desconhecido)

    1, 2, 3, Vai!

    (Banda Granas)

  • v

    Aos meus pais, Dcio e Ilza,

    Aos meus avs paternos Maao e Fide e maternos Wafa e Margarida,

    A minha namorada Maria Lair,

    A todos meus familiares e amigos

  • vi

    .

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente, gostaria de agradecer a minha famlia, pois apesar de estar longe sem-

    pre foi a minha base estrutural e principal responsvel por minha formao pessoal. Em espe-

    cial aos meus pais, pois so eles os grandes responsveis por minha educao e apoio dirio.

    Ao professor Dr. Bismark Claure Torrico, pela sua orientao, disciplina, pacincia e

    tempo disponvel durante a realizao desta monografia, apesar de no nos conhecermos antes

    do comeo desta.

    Ao professor Dr. Jos Carlos Teles Campos, por toda orientao e ateno durante os

    dois anos em que fui integrante do Grupo PET Engenharia Eltrica UFC. Gostaria de agrade-

    cer tambm s grandes amizades que fiz dentro deste mesmo grupo.

    Pela disponibilidade dos professores do Departamento de Engenharia Eltrica da UFC

    em repassar seus conhecimentos: Arthur Plnio, Otaclio Almeida, Demercil de Sousa, Fer-

    nando Antunes, Ruth Leo, Ccero Tavares e Gabriela Bauab.

    Aos grandes amigos que fiz durante os cinco anos de curso, entre eles: Luiz Fernando

    (Farelo), Lus Paulo (Lubrax), Pedro Andr (Capote), Levy Costa, Gean Jacques (Jam), Dal-

    ton Honrio (Dalt), Carlos Alberto (Casalb), Jlio Csar, Eduardo Faanha (Bac), Diego

    Madeira, Dbora Queiroz, Segundo, Amanda Rodrigues, Aderbal Almeida e Wellington Ave-

    lino.

    Aos amigos e colegas do Laboratrio GPAR que contriburam para o desenvolvimento

    do projeto e da vivncia no laboratrio: Marcos Uchoa, Marcelo de Assis, Lincoln, Buldogue,

    Zairton, Andr, Jssica, Serginho e Reginaldo.

    A todas as pessoas que por motivo de esquecimento no foram citadas anteriormente,

    vou deixando neste espao minhas sinceras desculpas.

  • vii

    Haramura Junior, D. e "Controle Preditivo e Desacoplamento de Sistema Multivarivel de um

    Prottipo de Incubadora Neonatal", Universidade Federal do Cear UFC, 2010, 68p.

    Essa monografia apresenta a estrutura, o dimensionamento, a anlise qualitativa, as si-

    mulaes e os resultados experimentais de um desacoplador e de um Preditor de Smith Filtra-

    do aplicados a um prottipo de incubadora neonatal. O desacoplador e o controlador, que fo-

    ram implementados no software SIMULINK, controlam um sistema de duas variveis (tem-

    peratura e umidade) com mltiplos atrasos no tempo de um prottipo de incubadora neonatal

    que busca garantir conforto e segurana ao recm-nascido de acordo com as exigncias da

    norma NBR IEC-60.601-2-19/1999. Com o intuito de melhorar o desempenho do controle, foi

    realizada a identificao da planta atravs do mtodo dos mnimos quadrados; a aplicao de

    um linearizador do servo-motor do atuador de umidade (umidificador); e um filtro para dimi-

    nuir a influncia de rudos do sensor nos clculos do controlador. Por fim, houve a coleta de

    resultados experimentais a fim de validar o desempenho do controlador preditivo e do desa-

    coplamento de variveis.

    Palavras-Chave: Preditor de Smith Filtrado (FSP); Controle Preditivo; Desacoplamento;

    Incubadora Neonatal; Atrasos no tempo; Tempo morto.

  • viii

    Haramura Junior, D. e "Predictive Control and Decoupling of Multivariable System in a Neo-

    natal Incubator Prototype", Universidade Federal do Cear UFC, 2010, 68p.

    This work presents the structure, design, qualitative analysis, simulations and experi-

    mental results of a decoupler and a Filtered Smith Predictor in a Neonatal Incubator Prototy-

    pe. Both, the decoupler and the controller (implemented in the SIMULINK software) control

    a multivariable dead-time system (temperature and humidity) in a neonatal incubator prototy-

    pe that follows the NBR IEC-60.601-2-19/1999 rules to ensure confort and safety to the new-

    born. For control performance improving, it was necessary to identificate the system using the

    least square minimum algorithm; linearizate the humidificator's servo motor; and design a fil-

    ter to attenuate noises in a sensor. Finally, experimental results were performed to validate the

    Predictive Control performance.

    Keywords: Filtered Smith Predictor (FSP), Predictive Control, Decoupling, Neonatal

    Incubator, Dead-time Processes.

  • ix

    SUMRIO

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................... XI

    LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................. XIII

    SIMBOLOGIA..... ................................................................................................................................. XIV

    ACRNIMOS E ABREVIATURAS............................................................................................................ XV

    CAPTULO 1 INTRODUO GERAL .................................................................................................. 1

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA ............................................................................................... 5

    2.1 CONSIDERAES INICIAIS .......................................................................................................... 5

    2.2 DESACOPLADOR ........................................................................................................................ 5

    2.2.1 DESACOPLADOR INVERTIDO ............................................................................................... 6

    2.2.2 DESACOPLADOR INVERTIDO ALTERNATIVO ......................................................................... 7

    2.2.3 REALIZABILIDADE .............................................................................................................. 7

    2.2.3.1 Condio de Existncia em relao caracterstica prpria.......................................................... 8

    2.2.3.2 Condio de Existncia em relao Causalidade ....................................................................... 8

    2.2.3.3 Condio de existncia em relao Estabilidade ..................................................................... 11

    2.3 PREDITOR DE SMITH (SP) ..........................................................................................................12

    2.3.1 PREDITOR DE SMITH FILTRADO (FSP).................................................................................14

    2.4 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................15

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA) .............................................................................. 16

    3.1 ASPECTOS GERAIS.....................................................................................................................16

    3.2 DESCRIO DOS SISTEMAS ........................................................................................................17

    3.2.1 SISTEMA DE CIRCULAO DE AR ........................................................................................17

    3.2.2 SISTEMA DE AQUECIMENTO ...............................................................................................18

    3.2.3 SISTEMA DE UMIDIFICAO ...............................................................................................18

    3.2.4 SISTEMA ELETRNICO GERAL ............................................................................................19

    3.3 DESCRIO DOS COMPONENTES FSICOS ....................................................................................20

    3.3.1 RESISTOR ..........................................................................................................................20

    3.3.2 UMIDIFICADOR (HUMID-AIR PLUS) ....................................................................................20

    3.3.3 SENSOR DE TEMPERATURA.................................................................................................21

    3.3.4 SENSOR DE TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR .....................................................21

    3.4 MODELAGEM MATEMTICA ......................................................................................................22

    3.5 PROJETO DE DESACOPLADOR E CONTROLE ................................................................................23

    3.5.1 CONDIO DE EXISTNCIA EM RELAO CARACTERSTICA PRPRIA .................................23

    3.5.2 CONDIO DE EXISTNCIA EM RELAO CAUSALIDADE ..................................................23

    3.5.3 CONDIO DE EXISTNCIA EM RELAO ESTABILIDADE ..................................................23

  • x

    SUMRIO

    3.5.4 DIAGRAMA GERAL ............................................................................................................24

    3.5.5 DIMENSIONAMENTO DO PREDITOR DE SMITH FILTRADO (FSP) ............................................24

    3.6 FILTRO DE RUDOS ....................................................................................................................28

    3.7 LINERIZADOR DO SERVO-MOTOR DO UMIDIFICADOR ...................................................................30

    3.8 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................32

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS ............................................................ 33

    4.1 SIMULAO..............................................................................................................................33

    4.1.1 DIAGRAMA DE BLOCOS ......................................................................................................33

    4.1.2 RESULTADOS DE SIMULAO .............................................................................................34

    4.2 ENSAIOS EXPERIMENTAIS ..........................................................................................................38

    4.2.1 INTERFACE ........................................................................................................................38

    4.2.2 RESULTADOS DE ENSAIOS EXPERIMENTAIS .........................................................................40

    CAPTULO 5 CONCLUSES ............................................................................................................ 44

    CAPTULO 6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................ 45

    ANEXO.............. .................................................................................................................................... 48

    1. SUPORTE METLICO ..................................................................................................................48

    2. CAPACETE ................................................................................................................................48

    3. PLATAFORMA DO COLCHO .......................................................................................................49

    4. RESERVATRIO .........................................................................................................................50

    5. VENTILADOR.............................................................................................................................50

  • xi

    LISTA DE FIGURAS

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.1 Evoluo da taxa de mortalidade infantil brasileira 1990/2007 [4]. ............ 2

    Figura 2.1 Utilizao de um Desacoplador. ................................................................ 5

    Figura 2.2 - Desacoplador Invertido. ............................................................................. 6

    Figura 2.3 - Desacoplador Invertido Alternativo. ........................................................... 7

    Figura 2.4 Desacoplador Invertido com Nx em u2. ...................................................... 9

    Figura 2.5 - Desacoplador Invertido Alternativo com Nx em u2. .................................. 10

    Figura 2.6 Desacoplador Invertido com Nx em u1. .................................................... 10

    Figura 2.7 - Desacoplador Invertido Alternativo com Nx em u1. .................................. 11

    Figura 2.8 - Preditor de Smith. .................................................................................... 13

    Figura 2.9 - Preditor de Smith Filtrado. ....................................................................... 14

    Figura 2.10 - Estrutura alternativa do Preditor de Smith Filtrado. ................................ 15

    Figura 3.1 - Prottipo de Incubadora Neonatal desenvolvido por [9]. .......................... 16

    Figura 3.2 - Vista superior da plataforma de colcho sem o capacete protetor.............. 17

    Figura 3.3 - Sistema de circulao de ar. ..................................................................... 18

    Figura 3.4 - Sistema Eletrnico Geral. ......................................................................... 19

    Figura 3.5 - Umidificador Humid-Air Plus. ................................................................. 21

    Figura 3.6 - Sensor de temperatura LM35 produzido pela National Instruments. ...... 21

    Figura 3.7 - Sensor de temperatura e umidade SHT75 do fabricante Sensirion. ........ 22

    Figura 3.8 - Desacoplador utilizado no Prottipo de Incubadora. ................................. 24

    Figura 3.9 - Diagrama do Preditor de Smith Filtrado. .................................................. 25

    Figura 3.10 - Grfico do Lugar das Razes da malha de umidade. ................................ 26

    Figura 3.11 - Determinao de ganho ideal da malha de umidade. ............................... 26

    Figura 3.12 - Lugar das razes para a malha de temperatura. ........................................ 27

    Figura 3.13 - Determinao de ganho ideal da malha de temperatura. ......................... 27

    Figura 3.14 - Adaptao da estrutura do controlador. .................................................. 28

    Figura 3.15 Sada de umidade filtrada e no-filtrada. ................................................ 29

    Figura 3.16 - Funcionamento exemplificado do linearizador. ...................................... 30

    Figura 3.17 - Linearizador do servo-motor do umidificador. ....................................... 31

    Figura 3.18 Linearizador implementado em SIMULINK. ......................................... 31

    Figura 3.19 - Funcionamento do bloco Linearizador no software SIMULINK. ............ 32

    Figura 4.1 - Diagrama de blocos ilustrando malhas de umidade e temperatura............. 33

  • xii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 4.2 - Simulao de degrau de temperatura e umidade. ...................................... 35

    Figura 4.3 - Tenses de controle aplicadas aos atuadores. ........................................... 35

    Figura 4.4 - Simulao sem a utilizao do desacoplador. ........................................... 36

    Figura 4.5 - Controle utilizado na simulao. .............................................................. 36

    Figura 4.6 Simulao com referncia proposta em [9]. ............................................. 37

    Figura 4.7 - Controle da incubadora na terceira simulao........................................... 37

    Figura 4.8 - Ambiente do software SIMULINK para ensaio da incubadora. ............... 38

    Figura 4.9 - Controlador e Desacoplador da incubadora. ............................................. 39

    Figura 4.10 Ensaio experimental para verificao de desacoplamento. ..................... 40

    Figura 4.11 Controle do ensaio experimental. ........................................................... 41

    Figura 4.12 Variao de temperatura em torno da referncia. ................................... 41

    Figura 4.13 Ensaio experimental com referncias equivalentes a [9]......................... 42

    Figura 4.14 Curvas de controle de temperatura e umidade do ensaio realizado. ........ 42

    Figura 4.15 - Variao de temperatura em torno da referncia. .................................... 43

    Figura A. 1 - Suporte metlico do prottipo de incubadora, projetado por [7]. ............. 48

    Figura A. 2 - Capacete da incubadora, projetado por [7]. ............................................. 49

    Figura A. 3 - Reservatrio de ar, projetado por [7]. ..................................................... 50

  • xiii

    LISTA DE TABELAS

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1.1 Taxa de Mortalidade Infantil no Mundo [17]. ............................................ 1

    Tabela 3.1 - Resultados experimentais para dimensionamento de linearizador. ............ 30

  • xiv

    SIMBOLOGIA

    SIMBOLOGIA

    Smbolo Significado

    iC s Controlador da varivel i.

    ijd Funo de transferncia do desacoplador sem atraso no tempo.

    ijD s Matriz que representa o Desacoplador. Lse

    Atraso de L no tempo.

    E

    Sinal de erro do algoritmo SP.

    ijg s Matriz que representa a Planta sem o atraso no tempo.

    ijG s Matriz que representa a Planta cuja entrada ju e sada referente iy .

    nG s Modelo da Planta cm influncia nica da varivel n .

    iK Ganho do controlador i.

    LIM

    Valor limite de aceitao de rudo.

    N X

    Ordem da matriz X .

    xN Termo que adiciona atraso no desacoplador para torn-lo realizvel.

    P s

    Modelo da Planta no diagrama de SP.

    Q Matriz de perturbao.

    ri Referncia da varivel i.

    R s

    Filtro aplicado no sinal de erro do algoritmo de FSP.

    sT Perodo de amostragem.

    ju Entrada da planta. Sinal que enviado ao atuador de j.

    U

    Matriz de entrada do algoritmo do SP.

    iy Sada da planta. sinal que recebido do sensor de i.

    filtroy Sada do filtro de rudos.

    Y

    Sada estimada pelo SP.

    PY Sada estimada predita subtrada do sinal de erro do algoritmo SP.

    RY Referncia do algoritmo de SP.

    0iz

    Zero do controlador i.

    ij Matriz que representa o atraso no tempo da Planta.

    i Constante de tempo da malha i.

  • xv

    ACRNIMOS E ABREVIATURAS

    ACRNIMOS E ABREVIATURAS

    Smbolo Significado

    FSP Preditor de Smith Filtrado.

    GPAR Grupo de Pesquisa em Automao e Robtica.

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica.

    MIMO Multiple Inputs Multiple Outputs.

    MPC Model Predictive Control.

    ONU Organizao das Naes Unidas.

    SP Preditor de Smith.

    TITO Two Inputs Two Outputs

    UR Umidade Relativa do ar.

  • 1

    ACRNIMOS E ABREVIATURAS

    CAPTULO 1 INTRODUO GERAL

    Os indicadores de sade de um pas so utilizados pela Sade Pblica para avaliar as

    condies de vida de uma populao. A morbidade, nutrio, condio socioeconmica, sade

    ambiental, servio da sade e a mortalidade so alguns dos indicadores mais importantes.

    Dentro da mortalidade, destaca-se a mortalidade infantil, que um assunto amplamente discu-

    tido no mundo inteiro, especialmente nos pases em desenvolvimento, pois estes devem dimi-

    nu-la para poder chegar ao patamar dos pases desenvolvidos.

    De acordo com dados do IBGE, a mortalidade infantil no Brasil em 1970 era de 120,7

    mortos por mil nascimentos, passou para 52,07 em 1990 e enfim 19,88 em 2010 [16].

    No entanto, atravs da anlise da Tabela 1. 1 em [17], verifica-se que a taxa de mortali-

    dade infantil brasileira ainda muito alta se comparada aos pases com menores taxas, como

    por exemplo, Islndia, Sucia e Chipre. Alm disso, o Brasil est atrs de outros pases em

    desenvolvimento como Chile, Argentina, Mxico e China.

    Tabela 1. 1 Taxa de Mortalidade Infantil no Mundo [17].

    Pas Taxa de mortalidade Infantil

    Islndia 2,6

    Sucia 2,7

    Chipre 2,8

    Itlia 3,3

    Noruega 3,4

    Frana 3,8

    Cuba 5,25

    Chile 6,8

    Argentina 12,8

    China 15,4

    Mxico 16,5

    Brasil 19,8

    Chade 114,4

    Guin-Bissau 158,6

    Niger 161

    Nigria 168,7

  • 2

    ACRNIMOS E ABREVIATURAS

    Em 2000, a ONU (Organizao das Naes Unidas) atravs dos Oito Objetivos do Mi-

    lnio, [5], comeou uma campanha para incentivar a reduo da mortalidade infantil mundial,

    alm de outras sete questes-chaves da humanidade, estabelecendo metas para cada ndice e

    para cada pas at 2015. A meta brasileira para mortalidade infantil diminuir para 15,7 mor-

    tes por mil nascidos vivos [6].

    Na Figura 1. 1 possvel visualizar a evoluo da taxa de mortalidade infantil no Brasil

    e em cada regio, alm da meta da ONU. O grfico foi feito no ano de 2007 [4].

    Figura 1. 1 Evoluo da taxa de mortalidade infantil brasileira 1990/2007 [4].

    Como j foi exposta, a taxa de mortalidade infantil tem um perfil decrescente desde

    1990 at atualmente com uma reduo de aproximadamente 61,7% nesse perodo. Contudo, a

    participao da mortalidade neonatal (referente aos primeiros 27 dias de vida) aumentou [6],

    ou seja, a reduo da mortalidade neonatal no acompanhou a reduo da mortalidade ps-

    neonatal (a partir do 28 dia de vida at o primeiro ano de vida).

    Dada a dificuldade em reduzir a mortalidade neonatal no Brasil, o Ministrio da Sade

    do que a mortalidade ps-neonatal, j que a neonatal mais vulnervel s melhorias globais

    da condio de vida, [3]. Logo, o Ministrio da Sade lanou o Pacto Nacional pela Reduo

    da Mortalidade Materna e Neonatal e comeou a investir mais na Sade do neonato e nas suas

    condies, incluindo o investimento em melhorias em UTIs neonatais e, consequentemente,

    melhorias nas instalaes de incubadoras neonatais.

  • 3

    ACRNIMOS E ABREVIATURAS

    Em [15], o autor define a incubadora neonatal como um aparelho mdico-assistencial

    com funo de oferecer um microclima apropriado para o recm-nascido prematuro e/ou com

    limitada capacidade de reagir a situaes adversas. Uma vez que, o recm-nascido necessita

    produzir quantidade de calor suficiente para manter sua temperatura adequada ao metabolis-

    mo basal, o objetivo das incubadoras contribuir na regulao dessa temperatura, ajudando a

    reduzir a perda de gua dos neonatos e auxiliando no desenvolvimento mais rpido do beb e

    com menor incidncia de doenas [1]. Os neonatos tm dificuldades em fazer a regulao de

    temperatura, pois ainda no tem boa capacidade para produo de calor e tem perdas trmicas

    altas, proporcionalmente maiores do que um adulto.

    Como todo produto legalmente comercializado no Brasil, as incubadoras tambm de-

    vem seguir normas de regulao e desempenho. A norma NBR IEC 601-2-19 (Equipamento

    eletromdico. Parte 2: Prescries particulares para segurana de incubadoras para recm-

    nascidos [20]) regula as caractersticas que as incubadoras devem possuir para garantir a

    segurana do recm-nascido, a facilidade em sua utilizao e especifica os ensaios que verifi-

    cam a conformidade desses requisitos.

    Os ensaios realizados nesta monografia tm como objetivo principal testar o funciona-

    mento e o desempenho de uma tcnica de controle e desacoplamento na planta. A verificao

    de conformidade com a norma NBR IEC 601-2-19 foi restrita a um nico item, discutido nos

    Resultados Experimentais (CAPTULO 4), devido no conformidade do prottipo em vrios

    itens.

    A tcnica de controle utilizada o Controle Preditivo Baseado em Modelo (Model Pre-

    dictive Control, MPC) [8]. Para isso, foi usado um Preditor de Smith Filtrado [24], aplicado

    tambm por [24] e [9]. O MPC utiliza um modelo explcito do processo para predizer a res-

    posta futura da planta, e ento calcular o sinal de controle a ser aplicado.

    Atualmente, o MPC tem uma vasta gama de aplicaes como, por exemplo, em pro-

    cessos qumicos, farmacuticos, processamento de alimentos, indstria automotriz, do ao,

    aplicaes aeroespaciais, biomdicas, refino de acar, robs manipuladores, entre outros

    [20].

    Dentro da variedade de algoritmos de MPC, destaca-se o Preditor de Smith (Smith Pre-

    dictor, SP) [23], pois este elimina o efeito de atrasos de tempo na referncia e permite obter

    uma boa relao entre robustez e desempenho atravs de um ajuste apropriado. Porm, duas

    desvantagens deste algoritmo so:

    i. no pode ser usado em plantas instveis e integrativas (no entanto, h estudos

    de [25] que modificam o SP para resolver este tipo de problema)

  • 4

    ACRNIMOS E ABREVIATURAS

    ii. a resposta de rejeio de perturbao no pode ser mais rpida do que a malha

    aberta.

    dentro deste contexto que as pesquisas do laboratrio GPAR (Grupo de Pesquisa em

    Automao e Robtica), onde foi realizado o estudo deste trabalho, esto inseridas. Pesqui-

    sando tcnicas de controle de temperatura e umidade de um prottipo de incubadora neonatal.

    Esta monografia est organizada da seguinte maneira: no Captulo 2 h uma introduo

    terica que aborda dois tipos de desacopladores estudados, alm das tcnicas de controle pre-

    ditivo: Preditor de Smith e Preditor de Smith Filtrado. J no Captulo 3, feito um estudo de

    caso da planta prottipo de incubadora neonatal citando seus componentes, fazendo a mo-

    delagem e dimensionando o controle. No Captulo 4, so abordados os resultados de simula-

    o e experimentais, bem como a anlise tcnica dos mesmos. Por fim, no Captulo 5 feita a

    concluso final da monografia expondo as consideraes sobre os resultados finais com o

    conjunto da monografia. Em anexo tem-se a explicao detalhada do prottipo fsico da plan-

    ta.

  • 5

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    2.1 CONSIDERAES INICIAIS

    Os desacopladores tem como principal funo eliminar ou atenuar ao mximo a influn-

    cia entre duas ou mais variveis em um sistema MIMO (Multiple Inputs Multiple Outputs).

    Este captulo apresenta a estrutura de dois tipos de desacopladores que so utilizados atual-

    mente, assim como suas aplicaes, restries e condies de uso. So apresentados o desa-

    coplador invertido e o desacoplador invertido alternativo referentes [10].

    2.2 DESACOPLADOR

    Os desacopladores so utilizados em sistemas multivariveis MIMO (Multiple Inputs

    Multiple Outputs) com o intuito de minimizar a influncia de uma varivel de estado nas ou-

    tras. Esta influncia uma consequncia natural intrnseca s variveis em questo, como por

    exemplo, aumentando-se a concentrao de reagentes leva ao aumento da concentrao de

    produtos em uma reao qumica.

    Na Figura 2.1, apresenta-se o esquema geral para o controle de uma planta utilizando

    um Desacoplador.

    Controlador Desacoplador PlantaReferncias

    Figura 2. 1 Utilizao de um Desacoplador.

    A utilizao de Desacopladores interessante, pois permite a utilizao de tcnicas de

    controle monovarivel, que normalmente so mais simples, em plantas multivariveis. Ainda,

    em comparao com controles multivariveis convencionais, como multi-loop control, o con-

    trole com desacoplador tem melhor capacidade de reduzir interaes entre variveis [10], j

    que este tem um melhor desempenho se os elementos fora da diagonal da planta so altos.

    H relatos de utilizao de desacopladores em processos de destilao de processos in-

    dustriais como em [19] e [27].

  • 6

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    2.2.1 DESACOPLADOR INVERTIDO

    O desacoplador invertido (tambm chamado de feedforward decoupling control) tem a

    caracterstica de lidar facilmente com problemas de inicializao e a saturao de variveis

    controladas est diretamente associada aos clculos.

    Os diagramas de bloco do controlador, desacoplador e da planta de um sistema TITO

    (Two inputs Two Outputs) esto apresentados na Figura 2. 2. A planta dividida em quatro

    locos 2 2

    , , 1;2ij xG G i j , onde i representa qual sada o bloco est relacionado e j a sa-

    da. Por exemplo, a sada da funo de transferncia 12G s compe a sada 1y e usa como

    entrada 2u .

    Utiliza-se a mesma lgica para a composio do desacoplador 2 2

    , , 1;2ij xD D i j .

    Apesar de o desacoplador ser uma matriz 2x2, os termos da diagonal principal no so utili-

    zados, pois no h interesse em modificar os sinais que influenciam outras variveis.

    Logo, segundo [10], a matriz do desacoplador definida como:

    11 12 12 11

    21 22 21 22

    1

    1

    D D G GD

    D D G G

    (2.1)

    PlantaDesacopladorControlador

    u2r2

    y2

    22G s

    21G s

    12G s

    11G su1

    12D s

    21D s

    r1

    1C s

    2C s

    y1

    Figura 2. 2 - Desacoplador Invertido.

  • 7

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    2.2.2 DESACOPLADOR INVERTIDO ALTERNATIVO

    Proposto por [10], este desacoplador foi projetado para desacoplar sistemas que no e-

    ram possveis com o Desacoplador Invertido (ver seo 2.2.3). Para isso, o Desacoplador In-

    vertido Alternativo inverte os elementos do desacoplador, logo funes de transferncias que

    no eram prprias, causais e realizveis podem passar a ser.

    Em um sistema TITO, o Desacoplador Invertido Alternativo definido pela equao

    (2.2):

    11 12 22 21

    21 22 11 12

    1

    1

    D D G GD

    D D G G

    (2.2)

    A estrutura do desacoplador semelhante a do Desacoplador Invertido, necessrio so-

    mente trocar as entradas do desacoplador, como pode ser visto na Figura 2. 3.

    r2

    22G s

    21G s

    12G s

    11G s

    12D s

    21D s

    r1

    1C s

    2C s

    Figura 2. 3 - Desacoplador Invertido Alternativo.

    2.2.3 REALIZABILIDADE

    A condio para que o Desacoplador Invertido e o Desacoplador Invertido Alternativo

    sejam realizveis que seus elementos sejam prprios, causais e estveis definidos em [13].

    Ento, necessrio verificar as condies de existncia dos elementos do desacoplador, de

    existncia de predio se (onde positivo) e a existncia de zeros no semiplano direito.

  • 8

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    Cada uma dessas verificaes e suas respectivas solues so explanadas nas sees seguin-

    tes.

    2.2.3.1 CONDIO DE EXISTNCIA EM RELAO CARACTERSTICA

    PRPRIA

    Considerando um sistema TITO, de acordo com [10] deve-se primeiramente desconsi-

    derar os tempos mortos, , 1;2ijs

    ij ijG s g s e i j

    , e verificar se os elementos 12 11g g e

    21 22g g so prprios e realizveis:

    i. Em caso positivo, deve-se utilizar o Desacoplador Invertido mostrado na Figura

    2. 2.

    ii. Em caso negativo, se os dois elementos forem imprprios, deve-se utilizar o De-

    sacoplador Invertido Alternativo descrito no tpico seguinte e apresentado na

    Figura 2. 3.

    iii. Se 11 12N G N G e 21 22N G N G forem iguais, os dois modelos de de-

    sacoplador podem ser utilizados.

    Onde ijN G a ordem do termo ijG .

    2.2.3.2 CONDIO DE EXISTNCIA EM RELAO CAUSALIDADE

    Em seguida, os atrasos do desacoplador ( ij ) devem ser analisados de acordo com [10]:

    i. Se os dois elementos forem causais ( 12 11 e 21 22 ), o Desacoplador Inver-

    tido mostrado na Figura 2. 2 deve ser utilizado.

    ii. Se os dois elementos forem no-causais ( 12 11 e 21 22 ), o Desacoplador

    Invertido Alternativo mostrado na Figura 2. 3 deve ser utilizado.

    iii. Se 11 12 e 22 21 , ento os dois desacopladores podem ser utilizados.

    iv. Caso haja um par realizvel e outro no ( 11 12 e 22 21 ou 11 12 e

    22 21 ), deve-se inserir um atraso no tempo adicional antes da entrada na

    planta para forar a parte no-realizvel se tornar realizvel, [26]. Todos os ca-

    sos so abordados nos tpicos seguintes:

    Se 11 12 e 21 22 supondo que 11 12 21 22 , ou seja, 22 21G G mais

    no-realizvel que 12 11G G . Escolhe-se o Desacoplador Invertido da Figura 2.

  • 9

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    2, pois este no utiliza este termo mais no-realizvel. Um termo

    12 11 sxN e

    adicionado entrada da planta 2u , eliminando o termo mais

    no-realizvel. Ento, como o desacoplador sofre influncia da presena de xN

    , seus elementos se alteram para 12 12 11xD G N G e 21 21 22 xD G G N . A

    Figura 2. 4 ilustra esta situao.

    r2

    22G s

    21G s

    12G s

    11G s

    12D s

    21D s

    r1

    1C s

    2C s

    xN

    Figura 2. 4 Desacoplador Invertido com Nx em u2.

    Se 11 12 e 21 22 e supondo que a hiptese 21 22 11 12 assumida,

    ou seja, 12 11G G mais no-realizvel que 22 21G G . Escolhe-se o Desacopla-

    dor Invertido Alternativo da Figura 2. 3, pois este no utiliza este termo mais

    no-realizvel. O termo 21 22s

    xN e

    adicionado entrada da planta 2u , eli-

    minando o termo mais no-realizvel. Ento, como o desacoplador sofre influ-

    ncia da presena de xN , seus elementos se alteram para 12 22 21xD G N G e

    22 11 12 xD G G N . A Figura 2. 5 ilustra esta situao.

  • 10

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    r2

    22G s

    21G s

    12G s

    11G s

    12D s

    21D s

    r1

    1C s

    2C s

    xN

    Figura 2. 5 - Desacoplador Invertido Alternativo com Nx em u2.

    Se 12 11 e 22 21 , supondo que, ou seja, 11 12G G mais no-realizvel

    que 21 22G G . Escolhe-se o Desacoplador Invertido da Figura 2. 2, pois este no

    utiliza este termo mais no-realizvel. Um termo 21 22s

    xN e

    adicionado

    entrada da planta 1u , eliminando o termo mais no-realizvel. Ento, como o

    desacoplador sofre influncia da presena de xN , seus elementos se alteram para

    12 12 11 xD G G N e 21 21 22xD G N G . A Figura 2. 6 ilustra esta situao.

    r2

    22G s

    21G s

    12G s

    11G s

    12D s

    21D s

    r1

    1C s

    2C s

    xN

    Figura 2. 6 Desacoplador Invertido com Nx em u1.

  • 11

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    Se 12 11 e 22 21 , supondo que 12 11 22 21 , ou seja, 21 22G G

    mais no-realizvel que 11 12G G . Escolhe-se o Desacoplador Invertido Alter-

    nativo da Figura 2. 3, pois este no utiliza este termo mais no-realizvel. Um

    termo 11 12 s

    xN e

    adicionado entrada da planta 1u , eliminando o termo

    mais no-realizvel. Ento, como o desacoplador sofre influncia da presena

    de xN , seus elementos se alteram para 12 22 21 xD G G N e 22 11 12xD G N G

    . A Figura 2. 7 ilustra esta situao.

    r2

    22G s

    21G s

    12G s

    11G s

    12D s

    21D s

    r1

    1C s

    2C s

    xN

    Figura 2. 7 - Desacoplador Invertido Alternativo com Nx em u1.

    A funo de transferncia da sada depende somente da sua respectiva entrada, uma vez

    que as variveis esto desacopladas. Portanto, 1 11 1y G c e 2 22 2y G c , porm caso haja a adi-

    o do termo xN , a funo de transferncia da sada tambm se altera. Por exemplo, tomando

    o primeiro caso do item iv, as sadas sero 1 11 1y G c e 2 22 2xy G N c . Para os outros casos po-

    de-se fazer uma analogia observando qual termo ( 11G ou 22G ) foi multiplicado pelo fator xN .

    2.2.3.3 CONDIO DE EXISTNCIA EM RELAO ESTABILIDADE

    Agora, o processo com zeros de fase no-mnima so considerados. Quatro casos so

    analisados seguindo as seguintes condies: 11 12 , 22 21 , 11 12N g N g e

    22 21N g N g .

  • 12

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    i. Se os zeros dos elementos do desacoplador 12 11G G e 21 22G G esto no semi-

    plano negativo e so diferentes ento eles so estveis e realizveis. Portanto, o

    Desacoplador Invertido da Figura 2. 2 deve ser utilizado.

    ii. Se os zeros dos elementos do desacoplador 12 11G G e 21 22G G esto no semi-

    plano positivo e so diferentes ento eles so instveis e no-realizveis. Portan-

    to, 11 12G G e 22 21G G so estveis e realizveis e o Desacoplador Invertido Al-

    ternativo da Figura 2. 3 deve ser utilizado.

    iii. Se os elementos do desacoplador 12 11G G e 21 22G G no tem zeros, ento eles

    so estveis e realizveis. Portanto, o Desacoplador Invertido da Figura 2. 2 e o

    Desacoplador Invertido Alternativo da Figura 2. 3 podem ser utilizados.

    iv. Se os zeros dos elementos do desacoplador 12 11G G e 21 22G G esto um no se-

    miplano positivo e outro no semiplano negativo, necessrio adicionar um filtro

    para remover os plos do semiplano positivo. Obedecendo ao mesmo critrio de

    menor esforo do desacoplador, este deve ser escolhido de forma que o elemento

    a ser corrigido tenha o plo mais perto de zero. O fator a ser adicionado :

    12 11

    1 *

    G G

    x

    i

    s zN

    s z

    . Onde *z o conjugado complexo de z . A localizao de xN

    segue as mesmas indicaes que na seo 2.2.3.2.

    Os sistemas reais podem muitas vezes depender dos trs fatores citado nesta seo, en-

    to [10] sugere em seu artigo o seguinte procedimento para o dimensionamento do desacopla-

    dor: primeiramente, escolher a configurao do desacoplador (seja o Desacoplador Invertido

    ou o Desacoplador Invertido Alternativo) para reduzir ao mximo os termos no-realizveis

    do desacoplador. Ento, caso necessrio, inserir um atraso extra e um filtro antes da planta

    para remover os possveis elementos no-realizveis restantes.

    2.3 PREDITOR DE SMITH (SP)

    O preditor de Smith [23] foi o precursor dos controladores que utilizam um compensa-

    dor de atrasos. Nos ltimos 25 anos, muitos autores continuaram as pesquisas de Smith pro-

    pondo melhorias e ajustes de seu algoritmo.

  • 13

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    O SP indicado para ser utilizado em sistemas que contenham tempo morto, especial-

    mente quando este dominante, ou seja, quando maior que duas vezes a constante de tempo

    dominante do sistema, [24]. A estrutura do preditor pode ser vista na Figura 2. 8.

    Lse nG s

    P sRY U

    Q

    LsYe Y

    Y

    EPY

    C s

    Figura 2. 8 - Preditor de Smith.

    A estrutura do SP composta de um preditor nG s , que calcula a predio de sada

    que vai realimentar o sistema. A fim de suportar erros de modelagem e efeitos de perturba-

    es soma-se com a predio de sada ( LsYe ) a diferena entre a sada do processo (Y ) e a

    predio com atraso ( Y ).

    vlido citar algumas caractersticas do SP citadas por [24]:

    i. A sada do preditor ( LsYe ) uma estimativa da sada do processo sem o atraso

    nominal;

    ii. Como o modelo do preditor geralmente no igual ao processo real, introduzi-

    do um fator de correo ( E ), gerado pela diferena entre a sada real e a predita

    por LsnG s e .

    iii. No caso ideal, o erro zero e o controlador primrio C s pode ser ajustado

    considerando apenas a planta sem o atraso ( G s ). Esta simples soluo permite

    obter respostas mais rpidas do que as que podem ser obtidas usando um contro-

    le PID.

    igualmente vlido citar algumas de suas limitaes tambm contidas em [24]:

    i. Quando o sistema ajustado considerando-se somente nG s , o sistema poder

    ser instvel para pequenos erros de modelagem.

  • 14

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    ii. O sistema de controle no pode ser utilizado com processos que tenham plos

    com parte real positiva.

    iii. Se C s for ajustado para obter uma determinada resposta a perturbaes, ento

    no ser possvel obter simultaneamente qualquer resposta desejada para mu-

    danas da referncia.

    2.3.1 PREDITOR DE SMITH FILTRADO (FSP)

    Na literatura, diversos autores propuseram modificaes no controlador Preditor de

    Smith, a fim de melhorar seu desempenho, robustez e dar maior abrangncia ao controle em

    sistemas instveis. O Preditor de Smith Filtrado foi primeiramente apresentado para sistemas

    estveis em [21]. A estrutura de controle pode ser vista na Figura 2. 9 e uma estrutura alterna-

    tiva na Figura 2. 10.

    Lse nG s

    P sRY U

    Q

    LsYe Y

    Y

    EPY

    C s

    R s

    Figura 2. 9 - Preditor de Smith Filtrado.

    A nica diferena entre o SP e FSP a presena do filtro R s que tem como entrada o

    erro de predio. A escolha do filtro R s , segundo [24], ponderada entre a rejeio a per-

    turbaes e a robustez da resposta. Ou seja, valores pequenos de R j em altas freqncias

    elevam o ndice de robustez, enquanto que a rejeio a perturbaes torna-se lenta.

  • 15

    CAPTULO 2 INTRODUO TERICA

    Lsn nG s R s G s e

    P sRY U

    Q

    Y

    EPY

    C s

    R s

    Figura 2. 10 - Estrutura alternativa do Preditor de Smith Filtrado.

    Se o controle feito digitalmente, o filtro deve ser preferencialmente discreto. Logo, um

    possvel filtro que pode ser escolhido para R z no domnio de tempo discreto representado

    pela equao (2.3).

    1 a z

    R zz a

    (2.3)

    Onde, a o parmetro de ajuste que varia entre 0 e 1 e quanto mais prximo de 1 o fil-

    tro torna o algoritmo mais robusto, porm mais lento (como j discutido anteriormente).

    2.4 CONSIDERAES FINAIS

    Neste captulo foram descritos os desacopladores e controladores quanto estrutura, a-

    plicabilidade, limitaes, vantagens e desvantagens. A seguir, no captulo 3, ser feito um es-

    tudo de caso do prottipo onde foi aplicado o desacoplamento e controle e por fim, a modela-

    gem da planta e o dimensionamento dos objetos de estudo deste captulo.

  • 16

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    Neste captulo ser feita a caracterizao do prottipo de incubadora neonatal, que uti-

    lizada como objeto de estudo neste trabalho. Primeiramente, sero abordados os aspectos ge-

    rais da planta, seguidos pelas descries dos diversos sistemas do prottipo. Por fim, feita a

    modelagem da planta e o projeto do desacoplador e do controlador da planta.

    3.1 ASPECTOS GERAIS

    O prottipo de incubadora neonatal desenvolvido no laboratrio GPAR da Universidade

    Federal do Cear (UFC) o objeto de estudo desta monografia. Este prottipo foi desenvolvi-

    do atravs do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica da UFC e foi fruto da dis-

    sertao de mestrado de [7].

    Figura 3. 1 - Prottipo de Incubadora Neonatal desenvolvido por [7].

    Na Figura 3. 1 pode-se visualizar uma ilustrao do prottipo da incubadora. H trs su-

    portes neste prottipo: o superior para acomodao do beb; o intermedirio que acomoda a

    realimentao de ar e de calor; e o inferior onde se localiza o umidificador.

  • 17

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    A Figura 3. 2 mostra a vista superior da plataforma superior onde possvel fazer a lo-

    calizao de vrios pontos importantes. Por exemplo, os orifcios de entrada e sada de ar e

    calor (respectivamente 1 e 2); o tubo de PVC por onde ocorre a entrada de umidade (nmero

    3); e o sensor de temperatura e umidade utilizado (nmero 4).

    Figura 3. 2 - Vista superior da plataforma de colcho sem o capacete protetor.

    3.2 DESCRIO DOS SISTEMAS

    A seguir, explica-se simplificadamente os sistemas de circulao de ar, de aquecimento,

    de umidificao e eletrnico geral antes de detalhar o funcionamento de cada componente na

    seo 3.3 Descrio dos componentes fsicos.

    3.2.1 SISTEMA DE CIRCULAO DE AR

    O sistema de circulao de ar constitudo por um ventilador e pelos canos de ligao

    com o capacete. Suas funes so garantir a circulao de ar da incubadora e a renovao de

    oxignio, alm de promover o lanamento de ar aquecido. A Figura 3. 3 ilustra a circulao de

    ar na incubadora neonatal.

    O ventilador, localizado abaixo do reservatrio onde o beb se localiza, fora a entrada

    de ar no capacete e consequentemente a sua sada tambm. Atravs de um espaamento entre

    o final da tubulao e o ventilador ocorre a renovao de oxignio essencial ao recm-

    nascido.

    1 2

    3 4

  • 18

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    importante notar que a velocidade do ventilador constante, portanto no controla-

    da. Antes da entrada do ar renovado incubadora, h uma resistncia que aquece este ar.

    Figura 3. 3 - Sistema de circulao de ar.

    3.2.2 SISTEMA DE AQUECIMENTO

    Diferentemente do sistema de circulao de ar, o sistema de aquecimento um sistema

    controlado, conforme explicado na seo 3.5. Seu funcionamento depende da lgica de con-

    trole aplicada, do resistor, do sistema de circulao de ar descrito na seo anterior e do sis-

    tema de umidificao.

    A influncia da lgica de controle no sistema de aquecimento facilmente notada, uma

    vez que h diversos tipos de controle com seus respectivos desempenhos. A resistncia influi

    de maneira qualitativa, j que se pode escolher resistores das mais variadas potncias, tama-

    nhos e eficincias. O sistema de circulao de ar comanda a velocidade que o ar quente chega

    ao capacete, consequentemente um sistema circulatrio mais rpido uniformizaria a tempera-

    tura na incubadora mais rapidamente. Enquanto que o sistema de umidificao influi de modo

    a diminuir a temperatura com o aumento da umidade.

    3.2.3 SISTEMA DE UMIDIFICAO

    Da mesma maneira que o sistema de aquecimento, o sistema de umidificao tambm

    um sistema controlado e seu funcionamento depende da lgica de controle aplicada, do umidi-

    ficador e seu acionamento, do sistema de circulao de ar e do sistema de aquecimento.

    O sistema de umidificao no est incorporado ao sistema de circulao, como o caso

    do sistema de aquecimento, no entanto esta dependncia est caracterizada de forma indireta

  • 19

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    pela velocidade em que o ar renovado. A ligao entre o umidificador e o capacete se d por

    um tubo de PVC amarelo que transporta o ar umidificado para dentro dele como mostrado na

    Figura 3. 3.

    De maneira anloga ao sistema de aquecimento, a lgica de controle do sistema de umi-

    dificao exerce grande influncia em sua performance. As caractersticas de umidificao

    tambm so importantes para o sistema, da mesma maneira que a correta ativao (conforme

    explicado na seo 3.7). Como esperado, o sistema de aquecimento de maneira inversa no sis-

    tema de umidificao, ou seja, uma vez que se aumenta a temperatura a umidade tende a di-

    minuir.

    3.2.4 SISTEMA ELETRNICO GERAL

    O sistema eletrnico da incubadora atua no sistema de aquecimento, de umidificao, de

    circulao de ar e o de aquisio de dados. O intuito desta seo apenas apresentar a confi-

    gurao bsica de cada um destes. Para maiores informaes sobre justificativas de utilizao

    de componentes, esquemas de circuito de ligao e lgicas de controle, verificar dissertao

    de [7], sendo este o responsvel pelo projeto do prottipo. A Figura 3. 4 mostra o esquema

    geral do sistema eletrnico do prottipo.

    Fonte de Dados

    Sistema de Umidificao

    Sistema de Aquecimento

    Sistema de Circulao

    de ar

    Circuito de

    Potncia

    Circuito de

    SincronismoPIC12F675

    Resistor de

    Aquecimento

    NI USB-6009

    Aquisio de

    Dados

    USBVentilador

    PIC 16F877A Servo-motor Umidificador

    LCD

    SHT75

    LM35

    Figura 3. 4 - Sistema Eletrnico Geral.

  • 20

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    O computador se comunica com a placa de aquisio de dados da National Instruments

    via USB por uma interface com os programas MATLAB e SIMULINK. Os dados referentes

    aos sensores localizados no retngulo amarelo denominado "Fonte de Dados" so enviados ao

    computador que calcula as variveis de controle e envia-as para a placa de aquisio de dados.

    Estas informaes so encaminhadas para os microcontroladores PIC16F877A e PIC12F675

    dependendo de seu destino, sendo respectivamente o sistema de umidificao e de aquecimen-

    to.

    O sistema de umidificao recebe a tenso de controle do servo-motor que gira o poten-

    cimetro do umidificador para o valor desejado e este atua lanando umidade proporcional

    localizao do potencimetro.

    J o sistema de aquecimento recebe a tenso de controle e varia a tenso do resistor de

    acordo com a identificao feita na seo 3.7.

    3.3 DESCRIO DOS COMPONENTES FSICOS

    3.3.1 RESISTOR

    O resistor utilizado no sistema de aquecimento pode ser visualizado na Figura A. 3 j

    instalado no reservatrio de ar. O resistor em questo tem potncia de 260W e estrutura cinza

    do tipo bainha aletada, com capa e aletas em ao galvanizado e comprimento total de 20,0cm.

    3.3.2 UMIDIFICADOR (HUMID-AIR PLUS)

    O umidificador utilizado no prottipo ilustrado na Figura 3. 5 o Humid-air Plus, mo-

    delo HP22060, fabricado pela NS Inaladores com potncia de 45W, alimentao de 220V e

    reservatrio de 3L de gua. A ilustra o aparelho citado. Sua tecnologia ultra-snica utiliza um

    oscilador em alta freqncia de 1,7MHz para quebrar as molculas de gua e lan-las para

    evaporar e oferecer a umidade necessria. Alm de umidificador, o aparelho tambm ioniza o

    ar na sua sada do aparelho com o intuito de purificar e descontaminar a gua, e consequente-

    mente o ar.

    A conduo do ar umidificado para o capacete feita atravs de uma tubulao de ele-

    troduto de PVC flexvel corrugado de dimetro 2,5cm e adentra o capacete atravs de um ori-

    fcio na plataforma do colcho mostrado na Figura 3. 2.

  • 21

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    Figura 3. 5 - Umidificador Humid-Air Plus.

    3.3.3 SENSOR DE TEMPERATURA

    Os sensores de temperatura LM35 produzidos pela National Semiconductor foram lo-

    calizados em certos pontos da incubadora previsto na norma NBR IEC 60.601-2-19/1999 de-

    vido sua linearidade, sensibilidade, exatido, baixo custo e facilidade, conforme a disserta-

    o de [7].

    Ainda em [7], pode-se encontrar a explanao necessria para compreenso do dimensi-

    onamento dos circuitos auxiliares a esses sensores, bem como a anlise de tenses; porm que

    fogem ao escopo desta monografia. Para informaes mais completas, consultar o datasheet

    do componente disponvel em [11].

    Figura 3. 6 - Sensor de temperatura LM35 produzido pela National Instruments.

    3.3.4 SENSOR DE TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR

    O sensor de temperatura e umidade relativa do ar utilizado foi o SHT75 do fabricante

    Sensirion. A escolha desse sensor se deve ao fato de ele ser ao mesmo tempo sensor de

    temperatura e umidade em um mesmo encapsulamento, alm de, obviamente, garantir a qua-

    lidade de leitura das medidas e consumo de energia dentro das exigncias do prottipo, defi-

    nidas por [7]. A Figura 3. 7 ilustra o referente sensor.

    Novamente, os detalhes tcnicos de circuitos auxiliares, clculos de converso de tenso

    para medida desejada e funcionamento do sensor, no so abordados nesta monografia por

  • 22

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    no estar dentro do escopo da mesma, podendo ser analisada em [7] e no datasheet do materi-

    al: [12].

    Figura 3. 7 - Sensor de temperatura e umidade SHT75 do fabricante Sensirion.

    3.4 MODELAGEM MATEMTICA

    A fidelidade da modelagem matemtica com o sistema real extremamente importante

    para o clculo do controle da planta. Qualquer processo fsico pode ser caracterizado por uma

    equao diferencial provinda da modelagem fenomenolgica ou modelagem por identificao

    [14]. Foi feita uma modelagem matemtica atravs do mtodo dos mnimos quadrados.

    O mtodo dos mnimos quadrados baseado no estimador de mesmo nome [18]. O ob-

    jetivo do identificador minimizar o erro de estimao em relao sada real da planta. As

    funes de transferncias do sistema identificadas esto mostradas na equao (3.1):

    0,313 1,7

    0,501 3,11

    6,631 6,352

    1,724 1 4,563 1

    0,2881 2,918

    0,5559 1 9,773 1

    s s

    s s

    e es s

    G s

    e es s

    (3.1)

    Onde a linha 1 da matriz referencia a sada de umidade relativa do ar em porcentagem e

    a linha 2 referencia a temperatura em graus Celsius.

    Para simulao e implementao, a planta foi discretizada pelo mtodo zoh, utilizando

    um perodo de amostragem 5sT s . O critrio para escolha do tempo de amostragem foi ape-

    nas um tempo suficiente para que o hardware fizesse a aquisio de dados e atuasse antes do

    prximo ciclo. A otimizao deste tempo de amostragem planejado para trabalhos futuros.

    O resultado est apresentado na equao (3.2):

  • 23

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    4 20

    6 37

    0,3129 0,115

    0,9528 0,9819

    0,0401 0,0248

    0,8608 0,9915

    z zz z

    G z

    z zz z

    (3.2)

    3.5 PROJETO DE DESACOPLADOR E CONTROLE

    Para fazer o projeto do desacoplador e do controle da planta, analisa-se primeiro a plan-

    ta desconsiderando os tempos mortos, conforme explicado na seo 2.2.

    3.5.1 CONDIO DE EXISTNCIA EM RELAO CARACTERSTICA PRPRIA

    Considerando, , 1;2ijs

    ij ijG s g s e i j

    , verifica-se que os elementos so prprios

    e realizveis, pois a ordem do numerador menor ou igual ordem do denominador:

    1212

    11

    1,724 10,9579

    4,563 1

    g sd

    g s

    ;

    2121

    22

    9,773 10,0987

    0,5559 1

    g sd

    g s

    Logo, o Desacoplador Invertido da Figura 2. 2 pode ser utilizado. No entanto, como o

    termo 21d tem um ganho muito pequeno ( 0,0987 0,559 9,773 0,006 ), foi feita a excluso

    deste termo por razes prticas. Ou seja, a influncia da umidade na temperatura to peque-

    na na planta, que o seu desacoplamento foi considerado desnecessrio.

    3.5.2 CONDIO DE EXISTNCIA EM RELAO CAUSALIDADE

    Em seguida, o atraso do desacoplador deve ser analisado. Os atrasos da planta so da

    seguinte forma: 12 11 . Logo, o atraso do nico termo do desacoplador deve ser igual a

    12 12 111,387D G G .

    3.5.3 CONDIO DE EXISTNCIA EM RELAO ESTABILIDADE

    O zero do elemento do desacoplador 12 11G G est no semiplano negativo, logo ele est

    inserido na condio i descrita seo 2.2.3.3. Portanto, o elemento do Desacoplador Invertido

    estvel e realizvel.

  • 24

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    3.5.4 DIAGRAMA GERAL

    Aps anlise das condies de existncia, o desacoplador dimensionado para a planta da

    incubadora pode ser resumido na Figura 3. 8.

    PlantaControlador

    r2

    22G s

    21G s

    12G s

    11G s

    12D s

    21D s

    r1

    1C s

    2C s

    Desacoplador

    Figura 3. 8 - Desacoplador utilizado no Prottipo de Incubadora.

    Onde os elementos do desacoplador so:

    12 1,378

    12

    11

    1,724 10,9579

    4,563 1

    sG s s

    D s eG s s

    (3.3)

    21 0D s (3.4)

    Aplicando o mesmo procedimento para o domnio discreto:

    12 16

    12

    11

    0,115 0,1095

    0,3129 0,3072

    G z zD z z

    G z z

    (3.5)

    21 0D z

    3.5.5 DIMENSIONAMENTO DO PREDITOR DE SMITH FILTRADO (FSP)

    O FSP foi implementado em SIMULINK e est apresentado na Figura 3. 9.

  • 25

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    Figura 3. 9 - Diagrama do Preditor de Smith Filtrado.

    Onde os controladores utilizados tm a forma da equao (3.6):

    0

    1

    i

    i i

    z zC K

    z

    (3.6)

    Para o dimensionamento dos controladores o procedimento a seguir foi tomado para ca-

    da uma das malhas, j que idealmente elas esto desacopladas:

    1. Insero do zero 0i

    z no plo de iiG z . O intuito da insero deste zero elimi-

    nar a influncia do plo da planta.

    2. Definir ganho do controlador de acordo com a constante de tempo desejada ( i );

    3. Traar grfico do lugar das razes da planta com controlador;

    4. Ajuste fino do ganho do controlador para melhorar desempenho.

    Desenvolvendo este procedimento para a malha de umidade:

    1. 10

    0,9528z ;

    2. Definio da constante de tempo:

    Tempo definido necessrio para referncia ser atingida com erro de 5%:

    5% 1 13 5 60 600 100t s s .

    O ganho escolhido referente ao ponto: 0,011

    1

    10,01 0,9512s

    Ts z e

    .

    3. Grfico do Lugar das Razes:

  • 26

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    Figura 3. 10 - Grfico do Lugar das Razes da malha de umidade.

    Figura 3. 11 - Determinao de ganho ideal da malha de umidade.

    Logo, define-se 1 0,08K .

    4. Para o ajuste do ganho do controlador, foram considerados resultados de simula-

    o, que mostraram que o valor de 1 0,6K equivale realmente ao desejado.

    Desenvolvendo este procedimento para a malha de temperatura:

    1. 20

    0,9915z ;

    2. Definio da constante de tempo:

    Tempo definido necessrio para referncia ser atingida com erro de 5%:

    -1 -0.5 0 0.5 1 1.5-1

    -0.8

    -0.6

    -0.4

    -0.2

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1

    Grfico do Lugar das Razes para a malha de umidade

    Eixo Real

    Eix

    o Im

    ag

    in

    rio

    0.94 0.96 0.98 1 1.02 1.04-0.08

    -0.06

    -0.04

    -0.02

    0

    0.02

    0.04

    0.06

    0.08

    System: L1

    Gain: 0.264

    Pole: 0.951

    Damping: 1

    Overshoot (%): 0

    Frequency (rad/sec): 0.0102

    Grfico do Lugar das Razes para a malha de umidade

    Eixo Real

    Eix

    o Im

    ag

    in

    rio

  • 27

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    5% 1 13 10 60 600 200t s s .

    O ganho escolhido referente ao ponto: 0,0051

    1

    10,005 0,9753s

    Ts z e

    .

    3. Grfico do Lugar das Razes:

    Figura 3. 12 - Lugar das razes para a malha de temperatura.

    Figura 3. 13 - Determinao de ganho ideal da malha de temperatura.

    Logo, define-se 2 1,01K .

    4. Para o ajuste fino do ganho considerando o modelo real definiu-se ganho para:

    2 1K .

    -1 -0.5 0 0.5 1 1.5-1

    -0.8

    -0.6

    -0.4

    -0.2

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1

    Grfico do Lugar das Razes para a malha de temperatura

    Eixo Real

    Eix

    o Im

    ag

    in

    rio

    0.92 0.94 0.96 0.98 1 1.02 1.04 1.06

    -4

    -3

    -2

    -1

    0

    1

    2

    3

    4x 10

    -3

    System: L2

    Gain: 1.01

    Pole: 0.975

    Damping: 1

    Overshoot (%): 0

    Frequency (rad/sec): 0.00509

    Grfico do Lugar das Razes para a malha de temperatura

    Eixo Real

    Eix

    o Im

    ag

    in

    rio

  • 28

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    Quanto estrutura do controlador, houve uma pequena modificao por conta da satu-

    rao do atuador. Deve-se retirar o plo no ponto 1 e somar o atraso da diferena entre a sada

    saturada do atuador e o sinal de desacoplamento. Como a malha de temperatura no tem sinal

    de desacoplamento, adicionado somente o atraso do atuador da temperatura, como mostra a

    Figura 3. 14.

    Figura 3. 14 - Adaptao da estrutura do controlador.

    Esta estrutura ainda permite que o controlador tenha uma funo anti-windup, ou seja,

    uma tcnica que melhora o desempenho do controlador se este estiver saturado.

    3.6 FILTRO DE RUDOS

    Aps os primeiros ensaios prticos, percebeu-se a necessidade de utilizar um filtro para

    tratar os rudos dos sensores. A origem dos rudos o acionamento do servo-motor do umidi-

    ficador. Logo, quando h variao da tenso no servo, h grandes rudos no sensor SHT75.

    A lgica utilizada no filtro simples, porm muito eficaz na planta estudada. O filtro

    compara a amostra atual com a ltima e, se a diferena entre elas for maior do que um valor

    limitador, o filtro ignora a amostra atual e determina que o valor anterior seja utilizado. A sa-

    da do filtro est explicitada matematicamente na equao (3.7).

    , se 1( )

    1 , se 1filtro

    u t u t u t LIMy t

    u t u t u t LIM

    (3.7)

    Notou-se que a filtragem de possveis rudos de valores acima do real se tornou dispen-

    svel porque todos os rudos acarretavam em medidas inferiores do que as reais. Desse modo,

  • 29

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    como o filtro de rudos no filtra rudos de valores acima do real, ele pode ter limites menores,

    se tornando mais eficaz.

    Em seguida, foram estimados os limitadores a fim de que, simultaneamente, filtrassem a

    maior parte dos rudos e no ignorassem quedas reais de medida. O limitador de umidade foi

    dimensionado para tolerar at 1% de rudo de umidade percentual absoluta, enquanto que o

    limitador de temperatura tolera somente 0,5C de rudo.

    Pode-se questionar a funcionalidade do filtro no caso de a diferena entre uma amostra e

    outra for realmente maior do que o valor limitador, pois neste caso o valor real seria ignorado.

    No entanto, a taxa de amostragem suficientemente grande de modo que muito difcil haver

    tal diferena entre duas amostras consecutivas. Estes valores so possveis porque o filtro atua

    somente quando h um decrscimo.

    A Figura 3. 15 mostra um ensaio feito na prtica com o intuito de mostrar o funciona-

    mento do filtro. possvel ver o sinal filtrado no grfico inferior e o no-filtrado no grfico

    superior.

    Figura 3. 15 Sada de umidade filtrada e no-filtrada.

    importante frisar que esses rudos de umidade grandes s aparecem quando h grande

    esforo do servo-motor do umidificador.

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 9050

    55

    60

    65Umidade sem a utilizao do filtro

    Tempo [min]

    [%]

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 9050

    55

    60

    65Umidade com a utilizao do filtro

    Tempo [min]

    [%]

  • 30

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    3.7 LINERIZADOR DO SERVO-MOTOR DO UMIDIFICADOR

    Desde as publicaes de [7] e [9], houve problemas de modelagem com relao ao ser-

    vo-motor que controla o umidificador. A modelagem era satisfatria, porm o carter no-

    linear do servo-motor prejudicava o desempenho do controlador.

    Logo, houve a necessidade de fazer uma linearizao por partes do servo-motor em

    questo. O objetivo fazer que uma variao linear na entrada do linearizador cause uma va-

    riao linear de umidade na sada, como ilustra a Figura 3. 16. Para isto o linearizador foi po-

    sicionado exatamente antes da entrada da planta.

    Controlador

    &

    Desacoplador

    Linearizador PlantaReferncia Sada

    Figura 3. 16 - Funcionamento exemplificado do linearizador.

    A entrada do linearizador sofre uma variao linear limitada entre 0 e 5, sua sada ser

    no-linear para que a sada da planta (Umidade Relativa UR [%]) seja linear.

    Para o dimensionamento do linearizador, um ensaio experimental foi realizado. Foi a-

    plicada, em temperatura ambiente, uma tenso no servo-motor e medido o valor de umidade

    relativa correspondente.

    Tabela 3. 1 - Resultados experimentais para dimensionamento de linearizador.

    Dados do sensor SHT75

    Entrada (SERVO) [V] 1,2 1,6 2 2,2 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 3

    Sada (Umidade) [%] 55,9 57,7 61,4 63,8 69,2 71,4 77,6 86,6 88,1 89,2

    Aps a aquisio dos dados, fez-se um tratamento destes. O grfico de umidade foi

    transposto para o ponto 0 de umidade subtraindo todos os valores da curva pelo valor mnimo:

    t

    V

    5

    t

    V

    3

    1,2

    t

    UR [%]

  • 31

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    55,9. Alm de terem sido divididos por 6,66 para que a entrada do linearizador tenha valor

    mximo igual a 5. Estes clculos podem ser vistos na igualdade: 89,2 55,9 6,66 5 .

    Em seguida, para fazer a linearizao da curva foi dividida em trs partes distintas e pa-

    ra cada uma foi encontrado um polinmio de ordem 2 para interpolar os dados. A Figura 3. 17

    ilustra a curva de dados com as trs curvas separadas e seus respectivos polinmios interpola-

    dores.

    Figura 3. 17 - Linearizador do servo-motor do umidificador.

    Ento, o linearizador foi implementado no software SIMULINK como est representado

    na Figura 3. 18. Primeiramente h o ganho de 6,66 para transpor os dados e verificado em

    qual curva do grfico o ponto se encontra pelo bloco "if" em seguida. Depois da identificao

    da regio da curva que o ponto est localizado, aplica-se o polinmio interpolador correspon-

    dente com o acrscimo de 55,9 [%].

    Figura 3. 18 Linearizador implementado em SIMULINK.

    y = -0,0107x2 + 0,2068x + 1,2214

    y = -0,0009x2 + 0,0575x + 1,8079

    y = 0,0443x2 - 2,7191x + 44,435

    11,21,41,61,8

    22,22,42,62,8

    33,2

    0 5 10 15 20 25 30 35

    Entr

    ad

    a se

    rvo

    -mo

    tor

    [V]

    Umidade [%] / 6,66

    Linearizador do servo-motor

  • 32

    CAPTULO 3 ESTUDO DE CASO (INCUBADORA)

    Na Figura 3. 19 esto ilustrados dois grficos que demonstram o funcionamento do line-

    arizador da Figura 3. 18. Colocou-se como entrada deste uma rampa de 0 a 5 (valores limites

    mnimo e mximo, respectivamente) para simular a converso de base para todos os valores

    possveis. possvel ver que a sada do linearizador tem formato similar ao da Figura 3. 17,

    comprovando que este est bem projetado.

    Figura 3. 19 - Funcionamento do bloco Linearizador no software SIMULINK.

    3.8 CONSIDERAES FINAIS

    Neste captulo foram estudadas as caractersticas mais importantes da planta como al-

    guns de seus componentes, a modelagem, o projeto do desacoplador e do controlador, o filtro

    de rudos e o linearizador do servo-motor do umidificador.

    Agora que a planta est bem explanada, possvel analisar o desempenho de cada um

    dos componentes nos resultados de simulao e experimentais que so os temas do prximo

    captulo.

    0 1 2 3 4 50

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    4

    4.5

    5Entrada do Linearizador

    Amostras

    [%]

    0 1 2 3 4 5

    1.4

    1.6

    1.8

    2

    2.2

    2.4

    2.6

    2.8

    3

    3.2Sada do Linearizador

    Amostras

    [%]

  • 33

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    Neste captulo sero apresentados os resultados de simulao e experimentais utilizando

    os componentes citados no captulo anterior. Primeiramente sero apresentados os resultados

    de simulao e em seguida os resultados experimentais.

    Para fazer as comparaes entre os ensaios, as referncias de sada utilizadas em ambos

    foram as mesmas. Foram realizados dois ensaios diferentes, onde o primeiro tem o intuito de

    mostrar a importncia de se fazer o desacoplamento, e o segundo o intuito de mostrar o de-

    sempenho geral do controlador e do desacoplador. importante notar que na simulao, aps

    o primeiro ensaio, foi feito um ensaio adicional para comparar o desempenho do controlador

    sem o desacoplador.

    4.1 SIMULAO

    4.1.1 DIAGRAMA DE BLOCOS

    O dimensionamento feito na seo 3.5, foi utilizado para realizar simulaes do modelo

    real atravs do software MATLAB e SIMULINK. O diagrama de blocos utilizado na simula-

    o baseado no esquema da Figura 3. 8.

    No diagrama de blocos, a malha de umidade est localizada na parte superior e a malha

    de temperatura na parte inferior, ilustradas com os retngulos de cor azul e vermelha, respec-

    tivamente, na Figura 4. 1.

    Figura 4. 1 - Diagrama de blocos ilustrando malhas de umidade e temperatura.

  • 34

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    esquerda, localiza-se o bloco de referncias seguido por um bloco de discretizao.

    Em seguida, aps o clculo do erro em relao referncia, os sinais entram nos seus respec-

    tivos controladores j dimensionados na seo 3.5. As sadas dos controladores entram no de-

    sacoplador, tambm dimensionado nas equaes (3.3) e (3.4), e entram nos atuadores, mode-

    lados por um bloco de saturao.

    importante salientar que os sinais utilizados no clculo dos controladores so referen-

    tes somente dinmica do sistema, uma vez que a parte esttica no tem influncia significa-

    tiva.

    4.1.2 RESULTADOS DE SIMULAO

    O dimensionamento das variveis de controle 10

    z , 20

    z , 1K e 2K foi feito seguindo o m-

    todo explicado na seo 3.5.5. J as variveis 1a e 2a foram escolhidas como iguais a 0,9, pois

    este valor inicial comumente utilizado em literatura. Para anlise dos resultados importan-

    te verificar se o sistema est realmente desacoplado.

    Todas as simulaes foram feitas considerando que a umidade relativa do ar ambiente

    era igual a 70% e que a temperatura ambiente era igual a 26C.

    A primeira simulao consiste em dar um degrau positivo de unidade 5 na umidade e

    manter a temperatura constante. Seguido por um degrau de temperatura de unidade 3 manten-

    do a umidade constante. Os valores utilizados foram 01 0,9528z ; 02 0,9915z ; 1 0,6K e

    2 1K . A Figura 4. 2 ilustra esta situao.

    Na Figura 4. 3, est ilustrado o controle aplicado a cada um dos atuadores. Percebe-se

    que no houve saturao do atuador, pois os limites em simulao so de 0 a 5V no umidifi-

    cador e no resistor.

    Analisando a Figura 4. 2, possvel notar que quando o degrau de umidade aplicado, a

    temperatura sofre um pequeno distrbio que facilmente controlado pelo controlador de tem-

    peratura. No degrau de temperatura, no possvel notar nenhum tipo de influncia na umi-

    dade. Comprovando assim, que o desacoplador dimensionado est bem projetado.

    Analisando agora o tempo de acomodao das variveis, a umidade chegou referncia

    do degrau em aproximadamente trs minutos. Quanto temperatura, ela convergiu em quinze

    minutos para seu respectivo degrau. Este tempo relativamente bom considerando que a ma-

    lha de temperatura lenta.

  • 35

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    Figura 4. 2 - Simulao de degrau de temperatura e umidade.

    Figura 4. 3 - Tenses de controle aplicadas aos atuadores.

    A fim de fazer uma comparao mais concreta da importncia do desacoplador, poss-

    vel simular sem utiliz-lo. O controle utilizado o mesmo da primeira simulao. A Figura 4.

    4 ilustra os resultados da simulao, e a Figura 4. 5 o controle aplicado.

    No degrau de umidade o desempenho do controlador foi o mesmo. Porm, percebe-se

    que h uma grande queda na umidade quando o degrau de temperatura foi inserido. Fica evi-

    dente, ento, que o desacoplador est realmente atuando de modo a desacoplar as variveis e

    com um bom desempenho.

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 9070

    72

    74

    76Umidade na Incubadora

    Tempo [min]

    Um

    idade [

    %]

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 9024

    26

    28

    30Temperatura na Incubadora

    Tempo [min]

    Tem

    pera

    tura

    [C

    ]

    Sada

    Referncia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 900

    1

    2

    3Controle de Umidade

    Tempo [min]

    Tenso [

    V]

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 900

    1

    2

    3

    4

    Tempo [min]

    Tenso [

    V]

    Controle de Temperatura

  • 36

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    Figura 4. 4 - Simulao sem a utilizao do desacoplador.

    Figura 4. 5 - Controle utilizado na simulao.

    A terceira simulao composta de trs degraus de umidade e dois de temperatura. O

    resultado pode ser visto na Figura 4. 6 e o controle aplicado planta na Figura 4. 7.

    Mais uma vez, o controle e o desacoplador atuaram como esperado e seguiram a refe-

    rncia em um tempo consideravelmente bom. Ou seja, no degrau inicial a referncia de umi-

    dade convergiu em sete minutos e a de temperatura em vinte minutos.

    0 10 20 30 40 50 600

    2

    4

    6Umidade na Incubadora

    Tempo [min]

    Um

    idade [

    %]

    0 10 20 30 40 50 60-2

    0

    2

    4Temperatura na Incubadora

    Tempo [min]

    Tem

    pera

    tura

    [C

    ]

    Sada

    Referncia

    Sada

    Referncia

    0 10 20 30 40 50 600

    1

    2

    3Controle de Umidade

    Tempo [min]

    Tenso [

    V]

    0 10 20 30 40 50 600

    1

    2

    3

    4

    Tempo [min]

    Tenso [

    V]

    Controle de Temperatura

  • 37

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    Figura 4. 6 Simulao com referncia proposta em [9].

    Figura 4. 7 - Controle da incubadora na terceira simulao.

    No degrau seguinte, a umidade atingiu a referncia em trs minutos e a temperatura

    conseguiu se manter estvel. possvel ver a pequena variao de controle de temperatura

    para que esse objetivo fosse alcanado.

    No terceiro degrau novamente as referncias foram atingidas satisfatoriamente. A umi-

    dade, mais uma vez atingindo a referncia com rapidez, em torno de trs minutos, e a tempe-

    ratura convergiu em pouco mais de dez minutos.

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 9066

    68

    70

    72Umidade na Incubadora

    Tempo [min]

    Um

    idade [

    %]

    Sada

    Referncia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 9025

    30

    35Temperatura na Incubadora

    Tempo [min]

    Tem

    pera

    tura

    [C

    ]

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 900

    1

    2

    3

    4Controle de Umidade

    Tempo [min]

    Tenso [

    V]

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 902

    3

    4

    5

    Tempo [min]

    Tenso [

    V]

    Controle de Temperatura

  • 38

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    4.2 ENSAIOS EXPERIMENTAIS

    4.2.1 INTERFACE

    Os ensaios experimentais realizados tiveram suas referncias equivalentes aos simula-

    dos. O diagrama de blocos utilizado nos ensaios experimentais no software SIMULINK est

    mostrado na Figura 4. 8.

    Figura 4. 8 - Ambiente do software SIMULINK para ensaio da incubadora.

    esquerda esto os blocos que do as referncias as variveis de estudo, sendo a parte

    superior relacionada umidade e a parte inferior relacionada temperatura. Em seguida, h

    um subsistema que comporta o controlador e o desacoplador juntos, assunto abordado no pr-

    ximo pargrafo e ilustrado na Figura 4. 9. Aps a passagem dos sinais pelo controlador e de-

    sacoplador, os sinais so enviados via USB esta interface representada pelo bloco Analog

    Output para o sistema eletrnico que para acionar os atuadores. Os sinais dos sensores so

    lidos no bloco Analog Input. O canal zero recebe a umidade do sensor SHT75 e o canal 4 re-

    cebe a temperatura do mesmo sensor. Cada sinal passa pelo bloco de converso de unidades

    para transformar as medidas de Volts para Umidade Percentual Relativa e Graus Celsius. A-

    ps a converso os sinais so filtrados e realimentados ao sistema para entrarem no clculo do

  • 39

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    erro. Na realimentao h influncia do bloco do controlador e desacoplador pelos sinais Con-

    trole1 e Controle2, a origem desses sinais explicada a seguir no detalhamento do bloco do

    controlador e desacoplador.

    Em relao ao subsistema do controlador e do desacoplador citado anteriormente, sua

    representao situa-se na Figura 4. 9. As entradas so o erro da umidade e o erro da tempera-

    tura. A explicao da constituio deste bloco j foi abordado na seo "Estudo de Caso", lo-

    go o intuito agora explicar a origem e o final dos sinais.

    O sinal Controle1 e Controle2 saem respectivamente dos blocos de controle de umidade

    e temperatura e vo para a estimao da planta e consequentemente para o clculo do erro do

    respectivo sinal. Os sinais passam pelo bloco do controlador e do desacoplador (lembrando

    que somente o sinal de umidade afetado pelo desacoplador), e entram nos saturadores. Am-

    bos saturam no intervalo de 0 a 5, porm o sinal de umidade passa pelo linearizador (explica-

    do na seo 3.7 Linerizador do servo-motor do umidificador) e tem sua sada limitada entre

    1,2V e 3V. Enfim, os sinais saem do bloco e so enviados aos atuadores.

    Figura 4. 9 - Controlador e Desacoplador da incubadora.

  • 40

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    4.2.2 RESULTADOS DE ENSAIOS EXPERIMENTAIS

    O primeiro ensaio teve o intuito de mostrar o desacoplamento real da temperatura e da

    umidade. No primeiro instante foi aplicado um degrau de mdulo cinco na umidade, deixando

    a temperatura constante. Aps 45 minutos, adicionou-se um degrau de temperatura de mdulo

    3. Os resultados podem ser vistos na Figura 4. 10 e Figura 4. 11.

    Analisando o resultado do ensaio, possvel verificar que a referncia de umidade foi

    atingida em aproximadamente trs minutos, resultado esperado de acordo com a simulao da

    Figura 4. 2. Enquanto isso, a temperatura atingiu seu referencial em vinte e cinco minutos,

    embora ainda seja considerado um bom desempenho o tempo de acomodao foi dez minutos

    a mais do que a simulao. Esta diferena de performance justificada pelo erro de modela-

    gem da planta.

    Pode-se perceber que aps o degrau de temperatura, houve uma pequena ondulao na

    umidade, chegando a um pico de 2% de Umidade Relativa a mais do que o referencial, mas

    foi rapidamente eliminado atravs da ao de controle de umidade. Isto caracteriza um erro de

    desacoplamento das variveis, porm a presena deste erro no afeta significativamente no

    desempenho geral do controlador e desacoplador projetados.

    Figura 4. 10 Ensaio experimental para verificao de desacoplamento.

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 9065

    70

    75

    80Umidade na Incubadora

    Tempo [min]

    Um

    idade [

    %]

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 9024

    26

    28

    30Temperatura na Incubadora

    Tempo [min]

    Tem

    pera

    tura

    [C

    ]

    Sada

    Referncia

  • 41

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    Figura 4. 11 Controle do ensaio experimental.

    Conforme a norma NBR IEC 601-2-19, a temperatura para ser denominada constante

    deve estar dentro da faixa de valores 0,5 C . Observando a Figura 4. 12, com o auxlio das

    linhas auxiliares nota-se que a temperatura atingiu este perfil requerido pela norma na primei-

    ra etapa do ensaio experimental.

    Figura 4. 12 Variao de temperatura em torno da referncia.

    A seguir, fez-se um ensaio utilizando mdulos de referncia equivalentes aos apresenta-

    dos em [9]. A Figura 4. 13 contm as curvas de temperatura e umidade, assim como suas res-

    pectivas referncias, enquanto que a Figura 4. 14 ilustra o controle utilizado.

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 900

    1

    2

    3

    4

    5Controle de Umidade

    Tempo [min]

    Tenso [

    V]

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 900

    1

    2

    3

    4

    5

    Tempo [min]

    Tenso [

    V]

    Controle de Temperatura

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

    24.5

    25

    25.5

    26

    26.5

    27

    Temperatura na Incubadora

    Tempo [min]

    Tem

    pera

    tura

    [C

    ]

  • 42

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    Observa-se que este ensaio mais elaborado e mesmo assim os desempenhos do contro-

    lador e do desacoplador seguiram satisfatoriamente as referncias. Houve um pequeno desvio

    de referncia no incio da curva de umidade, novamente explicado pelo erro de modelagem da

    planta refletida no desacoplamento imperfeito das variveis de controle.

    Figura 4. 13 Ensaio experimental com referncias equivalentes a [9].

    Figura 4. 14 Curvas de controle de temperatura e umidade do ensaio realizado.

    No degrau inicial a referncia de umidade foi atingida em dez minutos e a de temperatu-

    ra em aproximadamente trinta minutos. Contrastando com os resultados de simulao que fo-

    ram respectivamente sete e vinte minutos.

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 9050

    55

    60

    65

    70Umidade na Incubadora

    Tempo [min]

    Um

    idade [

    %]

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

    24

    26

    28

    30

    32

    34Temperatura na Incubadora

    Tempo [min]

    Tem

    pera

    tura

    [C

    ]

    Sada

    Referncia

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 900

    1

    2

    3

    4

    5Controle de Umidade

    Tempo [min]

    Tenso [

    V]

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 900

    1

    2

    3

    4

    5

    Tempo [min]

    Tenso [

    V]

    Controle de Temperatura

  • 43

    CAPTULO 4 SIMULAO E RESULTADOS EXPERIMENTAIS

    No segundo degrau, as referncias foram alcanadas de maneira satisfatrias, uma vez

    que esta parte era similar ao primeiro ensaio experimental. No entanto, percebe-se que a tem-

    peratura se estabilizou pouco acima da referncia.

    J no terceiro degrau, a malha de temperatura atuou mais lentamente que o esperado. Is-

    to se deve ao fato de estar trabalhando em temperaturas mais elevadas, quase chegando satu-

    rao do controlador de temperatura, conforme verificado na Figura 4. 14.

    Novamente analisa-se a variao de temperatura em torno da referncia e nota-se que a

    temperatura no varia dentro da faixa permitida de 0,5 C em relao referncia. No entan-

    to, isto pode ser explicado porque a temperatura convergiu para uma temperatura maior do

    que a referncia. Deste modo, mesmo com a temperatura estabilizada dentro da faixa permiti-

    da, o ensaio no est em conformidade.

    Figura 4. 15 - Variao de temperatura em torno da referncia.

    De forma geral, o desacoplador atuou de modo satisfatrio, pois seu objetivo principal

    era atenuar o efeito do acoplamento das variveis e no elimin-lo por completo. Os controla-

    dores tiveram bom desempenho, j que tiveram que atuar em uma situao onde as variveis

    no estavam totalmente desacopladas. Logo, estes tiveram um trabalho dobrado, pois alm de

    controlar as variveis, tiveram que diminuir o erro no superado pelos desacopladores. Adi-

    ciona-se o fato de o ventilador da incubadora ter funcionado abaixo do esperado por falta de

    manuteno, prejudicando, assim, a circulao de ar da incubadora e, consequentemente, o

    tempo de assentamento da temperatura e umidade.

    40 45 50 55 60

    29

    29.2

    29.4

    29.6

    29.8

    30

    30.2

    30.4

    30.6

    30.8

    31

    Temperatura na Incubadora

    Tempo [min]

    Tem

    pera

    tura

    [C

    ]

  • 44

    CAPTULO 5 CONCLUSES

    CAPTULO 5 CONCLUSES

    Este trabalho foi realizado com o objetivo de projetar, simular, implementar e analisar a

    tcnica do Preditor de Smith Filtrado e do Desacoplamento atuando em um sistema multivari-

    vel com atraso no tempo, como o caso do sistema de temperatura e umidade do prottipo

    de incubadora neonatal.

    Foi feita a identificao da planta, e com a ajuda do linearizador do servo-motor do u-

    midificador foi possvel aproximar o modelo ainda mais realidade. No entanto, este modelo

    no est totalmente adequado e foi a razo de algumas perdas de preciso. Alm disso, pde-

    se resolver o problema de rudos extremos do sensor atravs do filtro projetado.

    O desempenho geral do desacoplador considerado satisfatrio, pois atenuou signifi-

    cantemente os efeitos da malha de temperatura na malha de umidade em simulao. Porm,

    nos resultados experimentais seu desempenho foi um pouco abaixo do esperado. No entanto,

    o que justifica este mau desacoplamento no o projeto do desacoplador em si, e sim o mode-

    lo da planta que ainda no est totalmente condizente com a realidade devido s suas grandes

    no-linearidades. Ainda, pode-se destacar que houve uma queda de rendimento do ventilador

    aps a identificao da planta, que pode ter deixado o sistema mais lento.

    No que se refere ao controlador, seu desempenho nos resultados experimentais consi-

    derado muito bom, pois ele foi capaz de controlar bem a temperatura e umidade diante dos

    atrasos no tempo, desacoplamento parcial e erros do modelo.

    Uma dificuldade encontrada foi a realizao de ensaios experimentais, j que as cons-

    tantes de tempo das variveis so muito lentas. Logo aps a realizao do ensaio com durao

    mdia de 90 minutos ainda era necessrio esperar em mdia 40 minutos a estabilizao das

    variveis nas condies iniciais.

    Diante do exposto acima, pode-se afirmar que o objetivo deste trabalho foi alcanado e

    o algoritmo utilizado controlou a planta multivarivel e alcanou a exigncia da norma NBR

    IEC 60.601-2-19/1999 de no variar em 0,5 C da referncia a qual a temperatura est sub-

    metida. Outras exigncias da norma no puderam ser atingidas, uma vez que o prottipo em si

    no permite esta realizao devido aos atuadores fracos, sistema de circulao lento, entre ou-

    tros.

    Como sugesto de trabalhos futuros, recomenda-se fazer uma identificao mais deta-

    lhada da planta em questo, otimizar a escolha d