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NEUROMODULAÇÃO EM CEFALEIA Jose G Speciali Prof. Associado de Neurologia. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP)

NEUROMODULAÇÃO EM CEFALEIA

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NEUROMODULAÇÃO EM CEFALEIA. Jose G Speciali Prof. Associado de Neurologia. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). Migrânea. Hipersensibilidade (herdada) Sensibilização - periférica - central. Migrânea hemiplégica familiar (MHF). Há 3 loci conhecidos para a MHF - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: NEUROMODULAÇÃO EM CEFALEIA

NEUROMODULAÇÃO EM CEFALEIA

Jose G SpecialiProf. Associado de Neurologia. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP)

Page 2: NEUROMODULAÇÃO EM CEFALEIA

Migrânea

• Hipersensibilidade (herdada)• Sensibilização - periférica

- central

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Migrânea hemiplégica familiar (MHF)• Há 3 loci conhecidos para a MHF

– MHF1: gene codificado para canal de cálcio tipo P/Q subunidade α, CACNA1A (expressa em neurônios)

– MHF2: <25% das MHF cases, mutação no gene Na+/K+-ATPase (expressa em astrócitos)

– FHM3 subtipo raro mutação no canal de sódio, subunidade α codificando o gene, SCNA1 (expressa em neurônios)

FHM-1 CACNA1A P/Q voltage-gated Ca2+

channel chr 19

FHM-2 ATP1A2 Na+/K+ ATPase

chr 1q23

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Dismodulação cortical

- Deficiência de Magnésio ( Ramadan e col, Headache, 1989; 29:416-19) - Disfunção mitocondrial - Óxido Nítrico - Aumento de aspartato e glutamato ( Welch e col. Headache, 1990; 8 : 817-28) - Disfunção dos canais de Cálcio tipo P/Q

(Joutel e col, Nature Genetics, 1993; 5:40-5)

- Presença de depressão alastrante cortical

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DISFUNÇÃO NEUROVASCULAR NA MIGRÂNEA

Estímulos exógenos ou endógenos

Hiperexitabilidade encefálicaPredisposição genética

premonitórios aura dor sintomas gastro-intestinais

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RemissãoSem sintomas após período

de tempo variável

PersistênciaRelativa estabilidade clinica sem fatores de risco para

progressão

Progressão

Clinica-Evolução para migrânea

crônicaFuncional- Modificações na PAG- Sensibilização centralAnatômica- Lesões no cérebro- Lesões fora do cérebro

Migrânea

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Sensibilização Central

• Sensibilização leva à:– Redução do limiar de deflagração da migrânea – Aumento da resposta à estímulos aferentes – Aumento dos campos receptivos– E recrutamento de aferências nociceptivas

silenciosas

– Resulta em maior frequência de dor, hiperalgesia e alodinia.

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Sensibilização Central

• Alterações no processamento cortical da dor

• Estruturas do tronco cerebral– Substância periaquedutal (região ventro-lateral):

canais de cálcio tipo P/Q– Núcleo mediano da rafe– “Locus Coeruleus”

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TRATAMENTO PROFILÁTICO

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• O tratamento profilático deve ser dirigido para as duas principais evidências envolvidas na fisiopatologia da migrânea:– dismodulação nociceptiva– sensibilização central – em teoria as medicações preventivas devem agir nesses dois

eixos.

• Sob ponto de vista médico, sucesso no tratamento profilático da enxaqueca é obtido quando houver melhora da intensidade, da freqüência e do número de dias sem dor igual à, no mínimo, 75%.

TRATAMENTO PROFILÁTICO

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J. Pascual-Gómez. Papel de los neuromoduladores en el tratamiento preventivo de la migraña REV NEUROL 2009; 49 (1): 25-32

• 25% dos que se consultam necessitam tratamento preventivo

• Apenas 5% deles recebem tratamento adequado• Tratamento preventivo não é fácil pois:

– cada tipo de paciente se beneficiará especificamente de alguns fármacos e não de outros

– as doses não são fixas, devem ser elevadas lentamente até haver um equilíbrio entre eficácia e EA

– tratamento preventivo requer tempo, interesse, conhecimento e experiência

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DIFICULDADES do PACIENTE • o paciente migranoso é habitualmente jovem,

sem outras enfermidades e pode não estar acostumado com tratamento de longa duração

• o paciente migranoso tem antecedentes familiares de migrânea e pode assumir a crise como ‘natural’

J. Pascual-Gómez. Papel de los neuromoduladores en el tratamiento preventivo de la migraña REV NEUROL 2009; 49 (1): 25-32

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TRATAMENTO PROFILÁTICO

J. Pascual-Gómez. Papel de los neuromoduladores en el tratamiento preventivo de la migraña REV NEUROL 2009; 49 (1): 25-32

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TRATAMENTO PROFILÁTICO

SIM

MIGRÂNEAINDICAÇÕES PARA PROFILAXIA? FREQÜÊNCIA: > 3 CRISES/ MÊS. GRAU DE INCAPACIDADE IMPORTANTE FALÊNCIA DE MEDICAÇÃO ABORTIVA.

NÃO

TRATAMENTO AGUDO

(quanto à intensidade)

BETABLOQUEADOR

TRICÍCLICO

FLUNARIZINA

DIVALPROATO de SÓDIO

TOPIRAMATO

1. dismodulação nociceptiva2. sensibilização central

INIBIÇÃO DA DEPRESÃO ALASTRANTE CORTICAL

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Table 2. Choices of Preventive Treatment in Migraine

    Comorbid Condition

Drug Efficacy

Adverse Events

Relative Contraindication Relative Indication

Beta blockers 4+ 2+ Asthma, depression, congestive heart failure, Raynaud's disease, diabetes

Hypertension, angina

AntiserotoninPizotifen

Methysergide4+4+

2+4+

ObesityAngina, vascular disease

Orthostatic hypotension

Calcium channel blockers

VerapamilFlunarizine

2+4+

1+2+

Constipation, hypotensionParkinson's disease, depression

Aura, hypertension, angina, asthma

Dizziness, vertigo

AntidepressantsTCAsSSRIsMAOIs

4+2+4+

2+1+4+

Mania, urinary retention, heart blockMania

Unreliable patient

Depression, anxiety, insomnia, pain

Depression, OCDRefractory depression

AnticonvulsantsDivalproex/valproate

GabapentinTopiramate

4+2+4+

2+2+2+

Liver disease, bleeding disordersLiver disease, bleeding disorders

Kidney stones

Mania, epilepsy, anxietyMania, epilepsy, anxietyMania, epilepsy, anxiety

NSAIDs = nonsteroidal anti-inflammatory drugs; TCAs = tricyclic antidepressants; SSRIs = selective serotonin reuptake inhibitors; MAOIs = monoamine oxidase inhibitors; OCD = obsessive-compulsive disorder. *Ratings are on a scale from 1+

(lowest) to 4+ (highest) on the basis of the strength of the evidence.

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• Os 5 principais profiláticos a migrânea – topiramato, divalproato, propranolol, amitriptilina e metisergide – têm um mecanismo de ação em comum:

• Todos eles inibem a depressão alastrante por completo, 17 semanas, em média, após sua administração em ratos

• No uso como profilático sua ação é maior 3 meses após o início de sua admistração

• Sua ação até certo ponto é dose dependente

Paolo Calabresi, Francesca Galletti. M. Cupini et al. Antiepileptic drugs in migraine. TRENDS in Pharmacological Sciences Vol.28 No.4

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• O termo ‘neuromodulador’ se aplica àqueles fármacos inicialmente desenvolvidos como antiepilépticos e que mostraram eficácia na prevenção da migrânea

• Nem todos os fármacos antiepilépticos são úteis para essa indicação. Por exemplo, carbamazepina e oxcarbazepina

• As doses para migrânea são menores e, essas doses, não são antiepilépticas

• Ácido valpróico e o topiramato foram aprovados formalmente pela Food and Drug Administration

NEUROMODULADORESJ. Pascual-Gómez. Papel de los neuromoduladores en el tratamiento preventivo de la migraña

REV NEUROL 2009; 49 (1): 25-32

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CONCLUSÕES

• Os neuromoduladores permitiram um avanço importante no tratamento profilático da migrânea

• Atuam na modulação da instabilidade neurono-glial herdada dos pacientes, aumentando o limiar de desencadeamento da crise

• E, possivelmente atenuam a sensibilização central adquirida quando do aumento da frequência das crises e uso excessivo de analgésicos