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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA NEUROPSICOLOGIA Prof:Janne Eyre Araujo de Melo Sarmento. E-Mail: [email protected] [email protected] .br

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA NEUROPSICOLOGIA

Prof:Janne Eyre Araujo de Melo Sarmento. E-Mail: [email protected]

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HISTÓRIA CÉREBRO DO EVOLUÇÃO

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O desenvolvimento dos pilares da Neuropsicologia ocorreu ao longo de vários séculos;

Partindo da busca pela compreensão sobre a relação entre o organismo e os processos mentais;

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Até o presente momento, em que buscamos compreender como o sistema nervoso modula nossas funções cognitivas, comportamentais, motivacionais e emocionais.

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NA ANTIGUIDADE

Diversas teorias tentaram localizar a alma no corpo humano;

Não se sabe precisamente quando a associação entre a atividade cerebral e a mente começou a ser feita;

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No entanto nos achados paleontológicos de crânios pré-históricos trepanados ainda em vida indicam que o homem das cavernas já procurava intervir no cérebro, possivelmente na tentativa de liberar os maus espíritos que o atormentavam.

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NO EGITO Vigorava a idéia de que o coração era a sede da alma e o órgão controlador dos processos mentais;

No papiro de Edwin Smith, escrito há cerca de 3 mil anos e atribuído ao médico Imhotep, encontra-se diversos relatos clínicos;

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Entre eles o de um paciente com alterações da linguagem decorrentes de ferimento localizado no lobo temporal;

Uma segunda associação foi originada pela civilização hebraica que acreditava ser o coração a sede da alma;

No livro de Daniel, na Bíblia, o sonho do rei Nabucodonosor é descrito como imagens aterrorizantes que vinham de sua cabeça.

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Na antiguidade muitos povos eram adeptos da hipótese cardíaca ( crença de que a mente está associada ao coração);

Na grécia essa noção encontrou opositores entre eles está Alcmaeon de Crotona (500 a.C)

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Onde formulou a hipótese de que: Os processos mentais estariam associados à a atividade cerebral (essa idéia não era aceita tranquilamente);

Aristóteles (um opositor a essa idéia), pois para ele: no coração estaria a base da mente, enquanto que o cérebro era uma espécie de radiador com função de esfriar a temperatura sanguínea.

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OBSERVAÇÃO

As observações clínicas de Hipócrates e Galeno forma determinantes para a solidificação da hipótese cerebral;

Ao longo dos tratados médicos reunidos no Corpus Hipocraticus e nos relatos de Galeno (médico dos centuriões romanos) as lesões cerebrais são atribuídas alterações de personalidade, do comportamento e da capacidade de raciocínio.

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HIPÓTESE VENTRICULAR

Desde as 1ªs observações anatômicas ficou evidente que o cérebro é composto por tecido (tecido nervoso) e por cavidades (ventrículos cerebrais);

Acreditava-se que nos ventrículos cerebrais circulavam fluídos ou “espíritos” que seriam importantes na regulação do comportamento.

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Para Galeno esses “espíritos” eram derivados dos processamento de alimentos no fígado e na corrente sanguínea e armazenavam-se nos ventrículos cerebrais;

Viajando assim através dos nervos (ocos) provocando movimentos e mediando sensações.

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Essa hipótese foi amplamente aceita, principalmente pela igreja católica.

Os ventrículos eram apresentados como em três responsáveis respectivamente pelas: sensações, razão e pensamento e o último estaria cuidando da memória.

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RENÉ DESCARTES Acreditava nos “espíritos” circulantes nos ventrículos e dava uma importância no processo do controle comportamental;

A mente seria adimensional e imaterial, mas ela deveria interagir com o corpo através da glândula pineal;

Que por sua vez pode controlar os comportamentos, reflexos ou não por meio de uma ação regulatória sobre a circulação de espíritos animais.

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ANDREAS VESALIUS

Em seu tratado “De humani corporis fabrica” argumenta que: o que diferencia os humanos dos outros animais era o volume de tecido cerebral e não o tamanho dos ventrículos cerebrais.

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THOMAS WILLIS

Atribui papel crucial ao tecido cerebral;

Propôs que a origem dos conceitos e do movimento estaria no cérebro;

Sugerindo que a imaginação estaria associada ao corpo caloso.

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OBSERVAÇÃO

Ao final do século XVIII, as duas correntes: a ventricular e a tecidual ainda conviviam lado a lado;

Mas o desenvolvimento da ciência moderna veio comprovar a veracidade da segunda teoria- a tecidual-

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IMPORTANTE

Tendo o cérebro se consolidado como o órgão responsável pelos processos mentais e pelo comportamento, surgiu o problema de saber se essas funções poderiam ser decorrentes do funcionamento de diferentes áreas da sua anatomia.

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COM ISSO NASCIA: Um debate entre duas vertentes os holistas e os localizacionistas;

Para os holistas não havia especificidade regional no cérebro, ele atuava como um todo;

Os localizacionistas acreditavam que o cérebro atua de forma fragmentada e que cada uma das regiões seria responsável por uma função mental e comportamental específica.

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OBSERVAÇÃO

A teoria localizacionista foi elaborada pelo físico vienese Franz Joseph Gall e depois difundida pelo seu aluno Johann Gaspar Spurzheim;

Essa teoria ficou conhecida como frenologia.

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FRENOLOGIA É o estudo da estrutura do crânio de modo a determinar o caráter das pessoas e sua capacidade mental.

Personalidade Anatômica -descrições de tipos de personalidades através de análise de crânios.

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PRESSUPOSTOS BÁSICOS

Cada região do cérebro constitui-se em um “órgão” responsável por uma função mental ou comportamental específica;

Cada região do cérebro se desenvolve de forma a moldar a superfície craniana;

Se uma região é bem desenvolvida, ela cresce em volume, refletindo esse crescimento no desenvolvimento do crânio.

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Eles atribuíram ao cérebro 35 diferentes “órgãos”;

Dentre estariam áreas compartilhadas entre homens e outros animais;

Como a área da coragem e do instinto carnívoro;

Além de áreas especificamente humanas como as relacionadas a: sabedoria, senso de metafísica, sátira, talento poético entre outros.

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DESENHO DAS 35 REGIÕES

CEREBRAIS DE GALL

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PIERRE FLOURENS

Fisiologista francês a partir de lesões cerebrais provocadas em sujeitos animais, em laboratório, concluiu que: não importa a área da lesão, mas a quantidade de material cerebral lesionado;

Isto é qualquer área cerebral poderia assumir com ou sem redução de sua eficiência funções que estavam em uma outra área danificada.

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PAUL BROCA Em meados do século XIX apresentou a Sociedade Parisiense de Antropologia a descrição de cerca de 9 pacientes vítimas de lesões nos lobos frontais do hemisfério cerebral esquerdos;

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Apresentavam uma síndrome caracterizada por comprometimento maciço na produção da fala e relativa preservação da compreensão da linguagem;

Essa síndrome foi nomeada afasia de Broca e a área passou a ser chamada de área de Broca;

Passando a ser conhecida como: “o centro funcional da linguagem”.

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LOCALIZAÇÃO

Expressão da Linguagem-lobo frontal inferior esquerdo.

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CARL WERNICKE

Descreveu casos de pacientes que tinham um tipo de lesão diferente daqueles descritos por Broca;

E que também apresentavam comprometimento de suas habilidades linguísticas.

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Esses pacientes tinham lesão no córtex temporal do hemisfério cerebral esquerdo e apresentavam dificuldade na compreensão da linguagem;

Esse quadro passou a ser chamado de afasia de Wernicke.

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ÁREA DE WERNICKE

Compreensão da Linguagem- localizado na parte posterior do lobo temporal esquerdo

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COMPARAÇÃO

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FUNCIONAMENTO

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OBSERVAÇÃO

Wernicke chamou a atenção para o fato de que as funções cerebrais poderiam também ser comprometidas pelas lesões nas conexões entre regiões cerebrais diferentes;

Postulando assim a existência de outro distúrbio da linguagem – a afasia de condução- (lesões no fascículo arqueado).

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FASCÍCULO ARQUEADO

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AGORA VAMOS CONCEITUAR A

NEUROPSICOLOGIA!!!!

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DEFINIÇÃO

É um campo do conhecimento interessado em estabelecer as relações existentes entre o funcionamento do SNC e as funções cognitivas e o comportamento tanto nas condições normais quanto nas patológicas.

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OBSERVAÇÃO 1

Tem natureza multidisciplinar, pois apoia-se nos fundamentos das Neurociências e da Psicologia, visando ao tratamento dos Distúrbios Cognitivos e Comportamentais decorrentes de alterações no funcionamento do S.N.C.

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OBSERVAÇÃO 2

A Neuropsicologia, hoje, tem uma gama de aplicações na Prática de Pesquisas e na Área Clínica, que são frequentemente de natureza multiprofissional.

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ONDE PODE ATUAR O NEUROPSICÓLOGO

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Atua principalmente na Avaliação (exame neuropsicológico) e no Tratamento (reabilitação neuropsicológica) das consequências de disfunções do sistema nervoso;

Que pode está relacionado as disfunções relacionadas ao desenvolvimento anormal do sistema nervoso. Exemplos:

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TRANSTORNO DE DEFICIT DE

ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE(TDAH)

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ESQUIZOFRENIA

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DISLEXIA

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Ou serem adquiridas ao longo do curso da vida, como.Exemplos:

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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)

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É chamado para resolver problemas na prática clínica da Neurologia, Psicologia, Psiquiatria, Pedagogia, Geriatria, Fonoaudiologia entre outras.

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A Multi, a Inter e a Transdisciplinaridade caracterizam as Ciências Neuropsicológicas.

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REFERÊNCIAS

Neuropsicologia: Teoria e Prática. Daniel Fuentes, Leandro F. Malloy-Diniz, Candida H. Pires Camargo, Ramon Moreira Consenza e Colaboradores. 2008.Editora: Artmed.Porto Alegre. País: 15 à 18.

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OBRIGADA PELA ATENÇÃO!!!! Prof. Janne Eyre- Maceió-Alagoas-Brasil.