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EDIÇÃO DE NOVEMBRO Preço: 20$00 EDITORIAL: A vida prossegue o seu ritmo natural a cada virar de página. Num só momento os espaços alteram-se, novas pessoas entram na nossa vida, levando- nos a perder ou a esquecer muitas das que dela fizeram parte no passado, é então que surgem novas situações ás quais não estamos habituados, obrigando-nos ao acumular de novas experiências que nos sirvam de base para a sua resolução. É então que meio ofuscados com toda esta novidade somos arrastados a caminhar numa estrada que não é a nossa mas pela qual fomos levados a lutar durante toda uma vida. O tempo de adaptação dependerá de cada ser, alguns viverão sempre á margem, da nova realidade, fazendo aqui alguns kms e sempre que possível regressam á sua velha estrada, procurando nela a estabilidade de que necessitam para ser bem sucedidos nesta, outros, compreenderão que a mudança faz parte da vida e interiorizam-na vivendo-a em pleno, lutando afincadamente para conquistar a estabilidade que outrora obtiveram noutro lado, noutro mundo, no entanto mantém sempre consciente o facto de que mais tarde ou mais cedo a estrada acaba e nesse momento terão de ter a força e a coragem necessárias para saltar para outra, e viver todo o mesmo processo de adaptação até que um dia sintam que já cumpriram mais um ciclo e procurem um outro que lhes possibilite a expansão do seu Eu. Por isso afirmo que não se pode viver eternamente numa Primavera, nem alcançar o Inverno sem antes ter passado pelo Verão e pelo Outono. A vida tem um sentido que deve ser cumprido sob pena de não ser vivida. Luzia Valentim SUMÁRIO: Gestão é Campeã pág. 3 Top Caloiro 95/96 pág. 4 Windows 95 pág. 5 O Caso da Praxe pág. 7 COPIMODEL Fotocópia - Modelismo e Serviços, Lda. FOTOCÓPIAS A PRETO E BRANCO FOTOCÓPIAS A CORES (LASER) FOTOCÓPIAS DE GRANDES FORMATOS FOTOCÓPIAS EM PAPEL ESPECIAL ENCADERNAÇÕES TÉRMICAS ENCADERNAÇÕES COM ARGOLAS PLASTIFICAÇÕES IMPRESSÃO EM T-SHIRTS Rua Pedro de Santarém, Lj. 120 Tel (043) 23401 - 2000 SANTARÉM

N.º 00 o ideias novembro 95 ano ii

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Page 1: N.º 00 o ideias   novembro 95 ano ii

EDIÇÃO DE NOVEMBRO Preço: 20$00

EDITORIAL: A vida prossegue o seu ritmo natural a cada

virar de página.

Num só momento os espaços alteram-se,

novas pessoas entram na nossa vida, levando-

nos a perder ou a esquecer muitas das que dela

fizeram parte no passado, é então que surgem

novas situações ás quais não estamos

habituados, obrigando-nos ao acumular de

novas experiências que nos sirvam de base para

a sua resolução. É então que meio ofuscados

com toda esta novidade somos arrastados a

caminhar numa estrada que não é a nossa mas

pela qual fomos levados a lutar durante toda

uma vida.

O tempo de adaptação dependerá de cada ser,

alguns viverão sempre á margem, da nova

realidade, fazendo aqui alguns kms e sempre

que possível regressam á sua velha estrada,

procurando nela a estabilidade de que

necessitam para ser bem sucedidos nesta, outros,

compreenderão que a mudança faz parte da vida

e interiorizam-na vivendo-a em pleno, lutando

afincadamente para conquistar a estabilidade

que outrora obtiveram noutro lado, noutro

mundo, no entanto mantém sempre consciente

o facto de que mais tarde ou mais cedo a estrada

acaba e nesse momento terão de ter a força e a

coragem necessárias para saltar para outra, e

viver todo o mesmo processo de adaptação até

que um dia sintam que já cumpriram mais um

ciclo e procurem um outro que lhes possibilite a

expansão do seu Eu.

Por isso afirmo que não se pode viver

eternamente numa Primavera, nem alcançar o

Inverno sem antes ter passado pelo Verão e pelo

Outono. A vida tem um sentido que deve ser

cumprido sob pena de não ser vivida.

Luzia Valentim

SUMÁRIO:

Gestão é Campeã

pág. 3

Top Caloiro 95/96

pág. 4

Windows 95

pág. 5

O Caso da Praxe

pág. 7

COPIMODEL Fotocópia - Modelismo

e Serviços, Lda.

FOTOCÓPIAS A PRETO E BRANCO

FOTOCÓPIAS A CORES (LASER)

FOTOCÓPIAS DE GRANDES FORMATOS

FOTOCÓPIAS EM PAPEL ESPECIAL

ENCADERNAÇÕES TÉRMICAS

ENCADERNAÇÕES COM ARGOLAS

PLASTIFICAÇÕES

IMPRESSÃO EM T-SHIRTS

Rua Pedro de Santarém, Lj. 120

Tel (043) 23401 - 2000 SANTARÉM

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Carta Aberta aos Caloiros da E.S.G.S. Iniciou-se mais um ano lectivo na Escola Superior de Gestão de Santarém no passado. Para os estudantes que se auto-apelidam de veteranos tratou-se de mais um regresso às aulas com as habituais saudações a todos os colegas e professores com quem irão conviver durante mais dois semestres. Para os estudantes que recebem o título pomposo de “ reles e miseráveis caloiros” inicia-se nova fase das suas vidas que vai ser extremamente ricas em novas experiências e que jamais esquecerão. Estes novos alunos vão estar, provavelmente pela primeira vez, fora da esfera do domínio dos pais, o que lhe traz responsabilidades acrescidas dentro e fora da escola. E é precisamente sobre essas novas responsabilidades que eu gostaria que os colegas do primeiro ano reflectissem. A partir de agora, estão inseridos numa escola do ensino superior que, apesar de existir apenas dez anos, necessita de assumir um maior protagonismo académico dentro do ensino e um maior protagonismo na estrutura sócio-económica da região em que está inserida. Mas para que isso aconteça não podemos continuar a navegar ao sabor da corrente e do vento. É necessário escolhermos a direcção em que queremos viajar e ter um sentdo de missão coerente e responsável que nos permita chegar a bom porto. Meus caros amigos, a nossa escola não pode continuar a ser um cemitério de ideias ou um refúgio de conformistas onde meia dúzia de utópicos tenta sobreviver. É obvio que não há escola sem professores, mas tal como dizia um grande professor e amigo meu: “ A escola é dos alunos”, por isso devemos ser nós os principais interessados em promover iniciativas académicas, em investir na imagem da escola no exterior, em mostrar-nos á cidade de Santarém... Procuremos o orgulho de pertencer a esta escola nas nossas iniciativas e não nas dos outros. Meus amigos caloiros, vós sois a esperança e o futuro desta escola, por isso não vos deixeis cair na tentação de seguir o exemplo daqueles que vedes nos corredores desta escola abraçados á inércia. A nossa escola precisa de jovens dinâmicos com espírito de iniciativa e não de pessoas idosas sem capacidade motora ultrapassadas pelo tempo. Sei que muitos de vós estais um pouco desmotivados, pois continuais a ver o ensino politécnico como ensino superior de segunda; porque queríeis frequentar uma universidade, mas não podeis fazê-lo uma vez que não tivestes notas para isso, ou então tivestes notas para tal, mas não tendes possibilidades financeiras... Não sois os únicos nesta situação. Olhai á vossa volta e vede quantas pessoas estão sentindo o mesmo que vós. Só que em vez de entenderdes isso como um motivo de descontentamento, procurai ai as razões da vossa motivação para exercer uma actividade académica na nossa escola. Haverá tempo para estudar, para a borga e para fazer algo divertido pela vossa escola, por isso

em nome de todo o grupo responsável pela edição deste jornal gostaria de lançar um apelo a toda a população escolar, mas muito especialmente aos novatos: - Venham daí, colaborem

connosco... Só precisam de ter força de vontade e IDEIAS para se poderem juntar a esta equipa de trabalho.

Com as mais sinceras

saudações académicas

José Luís Carvalho

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Desfile do Caloiro 95/96

Gestão é Campeã E a Gestão ganhou...

Recompensa bem merecida depois de todo o empenho desenvolvido.

Toda a emoção do começo de um novo ano, da chegada, do reencontro dos amigos.

Chegaram os caloiros, reles e miseráveis como sempre. Há que acolhê-los com todo o nosso

carinho. A questão é como?: Pranchando-os!! Não duvidem que é a nossa melhor maneira de

acolher estes novos amigos, que precisam de aprender a ganhar respeito, amizade e acima de tudo,

orgulho na Escola que frequentam.

Entretanto, pelo meio de praxes e cantares começa a despontar outro sentimento: Esperança.

Fazem-se os fatos, ensaiam-se músicas, existe por toda a Escola gritinhos de euforia, cheira

a qualquer coisa no ar. Andamos com o sangue a correr mais depressa nas veias.

E o dia chega...

Mesmo com noites mal dormidas acordamos com uma energia diferente.

Começou...

Há medida que começamos a andar, a cantar, o som da voz torna-se mais quente. O encontro

com as outras Escolas, reforça a ideia que há muito temos em mente: Vamos ganhar??!

Chegamos ao Largo do Seminário (nem vale a pena tentar chamar-lhe outra coisa!).

Enquanto as outras Escolas actuam, preparamo-nos. A união faz a força. O orgulho, o calor

das vozes, a convicção daquilo que ali estamos a fazer, traz-nos uma energia superior que nos dá

voz durante mais de duas horas. Numa altura em que todos nos lembramos um pouco de sermos

caloiros...

Tudo explode em nós quando chega a hora tão esperada:

- “Em segundo lugar ficaram:

A Escola de enfermagem... (...)

O ISLA... (...)

A Agrária... (...)

Com a menção honrosa... Vai... para... a Educação!!”

É preciso dizer algo mais?... A magia acontece. Vencemos. Afinal somos uma raça

necessária à continuação desta podre humanidade. Somos o futuro. Mude ele em que sentido mudar,

alguém é preciso para gerir!!

Sílvia Inácio

BAPTISMO

Concluiu-se mais um ciclo iniciático do ensino superior com o baptismo dos caloiros. Este ritual, todos os anos religiosamente mantido, não é mais do que um entreabrir de portas para que estes se integrem neste novo mundo, substancialmente diferente daquele que estavam habituados a viver. Sobretudo pretende-se que este acto simbolize o começo de uma nova etapa da vida de cada um, onde se limam arestas, moldam-se carácteres, onde se experimenta, constroi-se, destroi-se, testa-se, em suma, onde se ganha uma maior preparação pessoal, educacional e comportamental para a vida de não-estudante. Este ritual, levado a cabo no passado dia 8 do corrente, foi colorido com uma atmosfera alegre (a que não é alheia a nossa vitória no desfile),. onde nem sequer os veteranos escaparam a um “rebaptismo”. A propósito, um dos pontos altos deste baptismo foi o “banho” dado por todos quantos estavam presentes ao veteraníssimo Duarte Silvestre, facto que espelha bem a grande confraternização que houve. Outro ciclo que se fecha, um “admirável mundo novo” que se vislumbra.

Armando Rodrigues

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Top Caloiro 95/96 No decorrer da semana das praxes, e á semelhança do que é feito espontaneamente todos os anos pelos Veteranos desta escola, foi pedido aos Caloiros 95/96 que elaborassem composições sobre um dado tema, e ao longo de três dias todos os Caloiros tiveram a oportunidade, como trabalho de casa, de exercitar o seu poder literário e criativo desenvolvendo os temas propostos. Dada a receptividade decidimos constituir um júri composto por três elementos da direcção do jornal para seleccionar as duas melhores composições de cada tema. Cabe-me no entanto afirmar que a escolha do júri não foi fácil dada a receptividade e a existência de diversos tipos de abordagem ao mesmo assunto, mas ultrapassadas as dificuldades eis que surgem as 6 mais do ano. Parabéns aos Autores:

Tema 1: A Caspa da Crista da Cabeça dos Galos

Tudo começou há décadas, quando uma geração de galos, que ficou, aos cuidados dos caloiros da Escola Superior Agrária de Santarém, ficando estes encarregados da alimentação e reprodução dos galos. Devido aos maus tratos dos caloiros para os animais, assim como o cheiro a estrume, os galos não resistiram ao tratamento dos charruas. Passadas algumas semanas começou a aparecer caspa na crista da cabeça dos galos, daí começaram as investigações o que deu a concluir que esta doença teria sido transmitida para os galos, pela caloirada lá da Agrária, devido aos contactos íntimos que estes tinham com os referidos galos. Também ficou concluído que o cheiro daquela escola, provoca “cirrose” na crista do animal, aparecendo mais tarde a impotência dos alunos e a caspa na crista dos galos. Os galos foram-se reproduzindo e assim existe hoje uma geração quase infinita de galos com caspa na crista.

Caloiro Nelson Aranha (I.G.) Amigos, vimos por este meio abordar um tema polémico que se tornou talvez num dos mais falados nos últimos tempos. Não se sabe a origem de tal doença embora alguns dos mais conceituados patos e gansos já tenham corrido para o Instituto Médico da Galinheira para assim investigarem o tal fenómeno. O famoso Exmoº Sr. Dr. Gasola Pinto adianta já que esta doença é apenas verificável em patos homossexuais. Sabe-se no entanto segundo estudos realizados os potenciais filhos dos tais galos, filhos esses do sexo masculino nascerão também com essa doença concluindo assim que é uma doença genética. Pelo que apuramos podemos dizer que tal doença não é mortal mas causa um incómodo imenso tornando a crista dos galos brancas e de cada vez que um doente da C.C.G. (Caspa na Crista dos Galos), abana a cabeça parece que está a nevar, como tivemos a oportunidade de sentir ao tentar entrevistar um doente. Não se conhecem vacinas ou medicamentos capazes de acabar com a C.C.G.. Aconselhamos no entanto a não utilizarem remédios caseiros como sejam gemadas ou ovos moles pois estes poderão eventualmente agravar ainda mais a situação. Pedimos então aos galos que pratiquem sexo seguro.

Caloiro Luís Sabino (I.G.)

Tema 2: Causas e consequências da emigração dos espermatozóides para outros planetas

Uma das causas principais para a emigração dos espermatozoides para outro planeta é a falta de concentração deste no óvulo, sentindo-se frustrado e sem iniciativa, nem qualquer estímulo próprio este parte em busca de novas energias e forças ocultas, poderosas que só noutros planetas poderá encontrar segundo outros espermatozóides amigos.

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Segundo estes que viajaram, uns para Júpiter outros para Marte e Mercúrio alegam que nestes novos horizontes existe confiança, determinação e precisão exacta sem qualquer índice de fracasso já que estes planetas são rochosos mas penetráveis e com muitas crateras. Tendo assim alvos em grandes quantidades e muito precisos. Primeira consequência é a impotência humana que causa efectivamente a loucura nos humanos, fazendo-os procurar um espermatozóide suficientemente qualificado na sua profissão que origina neste caso já que existem poucos para tal, grandes quantias exigidas de dinheiro, pois estes alegam que é uma tarefa delicada, trabalhosa e dura de roer. Segunda consequência: são os meios de transporte sempre em lotação esgotada, fazendo esperar os humanos nas bichas dos transportes ocupados pelos espermatozóides. Terceira consequência: são as Igrejas cheias de tantos humanos chorarem pedindo misericórdia a Deus que chega a haver inundações levando quase todas as Igrejas ao caos

Caloira Helga Sofia M. L. Bento

Depois de uma busca infernal no Hospital Distrital de Santarém, foi descoberto o desaparecimento de algumas amostras de esperma doados, para fins de estudo, aos alunos de enfermagem. Estes como parvos e lerdos que são entraram em estado de choque ao saberem do sucedido. Dias mais tarde foi-lhes comunicado que durante a selecção dos espermas 70 deles teriam sido mandados para outro planeta. Em algures noutro planeta, pensando que era Xarope vaginal, foram dados a todas as mulheres as amostras trocadas. Passado meses e para espanto de todos nasceram habitantes metade homem metade espermatozóide. Estes foram mandados novamente para Santarém a fim de serem estudados pelas enfermeiras, estas ao verem tal coisa fugiram desistindo assim do curso. Por isso como podem concluir mais vale um engano na Terra que um enfermeiro no Mundo.

Caloira Paula Botas (G.E.)

Tema 3:Manifesto Anti-Caloiro em Português suave

Caloiro: palavra originária do latim “Cal-lau” que traduzido para Português significa “ladrão de cavalos”. Ao longo dos tempos a palavra foi-se adulterando ficando “Calhau”, e mais tarde Caloiro. Já nos tempos do rei D.Sebastião, quando um ladrão ou bando de ladrões era apanhado, logo todos gritavam - “Enforquem esse Cal-lau!” - Mais tarde, quando a pena de morte foi abolida, gritava-se - “Prendam esse Calhau”- E mais tarde ainda -”Lixem esse Caloiro com F grande.”. Por isso, Caloiro é agora uma palavra que designa pessoas ou similares (quem não souber o que isto é pergunte ao Digníssimo Veterano Silvestre), que sendo estúpidas e absolutamente atrasadas se revelam como a maleita da humanidade. Porém, um estudo levado a cabo pelo Instituto Nacional de Estatística indica que, embora ao longo dos anos os Caloiros sejam cada vez mais estúpidos, no anos de 1995 e nomeadamente na Escola Superior de Gestão de Santarém, o Q.I. dos Caloiros é estrondosamente elevado, sendo os Caloiros de Informática de Gestão os mais inteligentes. Embora este seja um caso peculiar no mundo dos “ladrões de cavalos”, os Caloiros não deixam de ser considerados por todo o mundo civilizado como “reles e miseráveis”. Assim termina a minha breve e sintetizada dissertação sobre a evolução do caloiro.

Caloiro Afonso Pinto da Silva (I.G.)

Os Caloiros são uns pobres desgraçados, são maltratados e humilhados das mais variadas formas. Terei que concordar que os caloiros são merecedores dos gentis favores que nos são concedidos pelos Magnânimos Veteranos que se dão ao trabalho de nos praxarem.

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Os veteranos são uma jóia de pessoas que se interessam muito pelos reles e miseráveis caloiros, chegando a demonstrar uma santa paciência que por vezes parece ser inesgotável. A minha Madrinha é um grande exemplo para todos os Padrinhos/Madrinhas pois demonstra muito empenho na forma carinhosa como trata o seu afilhado (Eu). Como exemplo, o favor que me concedeu ao deixar arrumar-lhe a sua casa, ou melhor dizendo, o seu Palácio Altaneiro. Para concluir, terei apenas que dizer que os caloiros estão acima de nada e abaixo de cócó (lembrando o Português suave).

Assinado: O Caloiro de Las Vegas

Parecer Técnico WINDOWS 95

Com um Interface muito modificado em relação ao tradicional Windows, um novo sistema de ficheiros, os de 32 bits vesus 16 bits, o windows 95 é o sistema operativo do momento. Anunciado oficialmente na Preliminay Developers Conference em Dezembro de 1993 e após mais de dois milhões de horas de testes rigorosos que resultaram na criação de mais de 13 biliões de janelas, 36 biliões de caixas de diálogo, 250 milhões de processos e mais de 600 milhões de operações de impressão, o windows 95 é lançado a 14 de Julho deste ano depois de colocadas no

mercado 3 grandes versões eta em Junho de 94, Novembro de 94 e Março de 1995. Este sistema é acima de tudo o culminar de um grande esforço desempenhado pela Microsoft para a criação de um sistema operativo que aliá-se um grande conjunto de novidades à estabilidade e compatibilidade das aplicações existêntes. Novidades que passam pela instalação de harware, para muitos de nós um enorme "quebra cabeças", com a funcionalidade Plug&Play deste sistema, o utilizador passa a instalar e configurar facilmente Hardware, duma forma eficiente e rápida, a possibilidade de trabalhar com ficheiros de nomes longos, permitindo uma melhor identificação dos documentos, é outra das novidades. Assumido como um sistema operativo de 32 bits, o Windows 95 traz ainda algum código de 16 bits disponível para qualquer Hardware e Software existentes, embora seja bom para a compatibilidade com a as aplicações de 16 bits,

significa um sacrifício em termos de performance e estabilidade da aplicação. A estas inovações, a Microsoft juntou outro argumento de peso, a denominada Microsoft Network, a ideia é simples: dar acesso, a todos e qualquer um dos possuidores do Windows 95, a um serviço "on-lines" idêntico ás experiências norte-americanas da Composerve, Prodigy ou American online, ou seja uma espécie de gigantesca BBS, onde milhares, -possivelmente milhões- de utilizadores podem não só interagir como procurar entretenimento, informando-se, realizar compras, etc... Por tudo isto, e porque pela primeira vez a Microsoft lançou para o mercado Português (em Agosto) o Windows 95 para língua Portuguesa, falada em Portugal, a Microsoft está de parabéns, é no meu entender um trabalho sóbrio que apostou na estabilidade e compatibilidade com as aplicações existentes, em mais recursos de sistema para correr as aplicações, numa multitarefa viável e num interface mais navegável. Os erros são mínimos, e situam-se ao nível das muito poucas placas não reconhecidas pelo Plug&Play, ou ao nível da utilização de programas de 16 bits. A única preocupação que me intimida é mesmo a excelente qualidade do produto, que a nível da concorrência só o OS/2 WARP da prestigiada IBM lhe consegue fazer frente. Esta preocupação pode-se tornar mesmo assustadora, se pensarmos que daqui a tempos possa não haver nenhuma empresa que faça frente á Microsoft.

Célio Gonçalo Marques

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O Caso da Praxe 95/96

Antes de conclusões, é meu dever tecer algumas considerações pessoais, relevantes para o não surgimento de conflitos e melhor compreensão do significado das seguintes palavras. Ao longo do próximo artigo não é minha pretensão julgar ninguém, nem atacar quem quer que seja. Poderão dizer que estou a ser parcial protegendo uma pessoa que me está próxima; que retiro importância a uma acção que a maior parte das pessoas condenou; (também) não pretendo crucificar ninguém, apenas relatar e retirar algumas ilações sobre um acontecimento que esperamos não se repita. Nós “O IDEIAS”, queremos dar oportunidades iguais. Se por um lado o nosso ex-director (Celso Costa) se quer retratar de uma acção, entendemos que a pessoa vítima desses excessos (Sandra G.A.), também deve ser ouvida. E é nesse sentido que apresentamos a entrevista que se segue: A Primeira questão que coloquei foi o que achou das praxes académicas (saltando por cima do incidente). Ela respondeu que as praxes foram boas, (sabendo o que a esperava). Questionada sobre o acontecimento, disse saber que em Coimbra os veteranos cortavam os cabelos aos caloiros, mas somente quando

eles quebravam algumas regras dos regulamentos de praxe. E ainda assim, só aos rapazes. Nunca esperava que lhe acontecesse uma coisa destas. Até porque, primeiro, ofereceu-se como voluntária, depois, estava á espera, apenas, de um susto semelhante ao do 1º dia, aquando do corte do sapato. Então, mesmo sem se aperceber das consequências do corte, entrou em pânico, teve um ataque de nervos , sem no entanto ser violenta. Foi aconselhada pela Comissão de Praxe a fazer queixa junto da Comissão Instaladora da Escola. E foi o que fez. Acha, no entanto, que não valeu a pena, porque o membro da Comissão, encarregado do caso, antes do veterano se prenunciar já o estava a desculpar... Para finalizar, a caloira, porque não é uma pessoa rancorosa, desculpa o veterano. Revela ainda que, na presença do membro da Comissão Instaladora, o veterano afirmou ter agido momentaneamente. Só lamenta que lhe tenham chegado aos ouvidos rumores, segundo os quais, na véspera, o veterano teria dito que tencionava cortar o cabelo a um caloiro.

Bruno Ribeiro

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Associação em actividade

Atendendo ao facto de acharmos importante a implementação de um forte espírito associativo entre os alunos da nossa escola, que nos permita “lutar” em conjunto pelas coisas e que temos direito. Achamos conveniente apresentar, em colaboração com o presidente da AE, Frederico Reis , uma breve explicação sobre a Associação de Estudantes da ESGS, com o intuito de esclarecer e informar especialmente os novos alunos desta escola. Ideias: Quais as principais actividades /objectivos a que se dedica a AE? Frederico Reis: As principais iniciativas a que se dedica a AE. são aquelas que vêm definidas nos estatutos. Ultimamente temos canalizado toda a nossa actividade no sentido de dar mais apoio aos estudantes quer a nível de instalações de lazer como é o caso da rádio, á qual atribuímos um carácter de entretenimento e divulgação; quer a nível de outras vocacionadas para a prestação de serviços (reprogramai). Em resumo podemos dizer que a norma seguida tem sido tentar a de tentar criar condições para satisfazer os alunos através da prestação de serviços, e dando-lhe apoio de que necessitam; apesar de serem poucos os que nos procuram com esse intuito. Ideias: Como e quando podem os alunos requer a ajuda da AE? F.R. : Os alunos (sócios) da AE devem procurar a ajuda da AE sempre que necessitam de resolver algum problema relacionado com a escola, uma vez que a AE é a entidade que oficialmente os representa. Devem Também procurar a AE para apresentar projectos que considerem úteis neste caso a AE se os considerar viáveis poderá prestar todo o tipo de apoio logístico e financeiro podendo eventualmente disponibilizar espaços e ajuda em termos de organização para levar a cabo o projecto. São exemplos deste facto os ciclos de conferências de Gestão Autárquica, de Empresas e Informática de Gestão, organizados no ano passado. Ideias: Qual o “peso” dos estudantes (sócios) no funcionamento da AE. ?

F. R. : Os sócios da AE. são a razão da sua existência, porque esta só pode representar os alunos se estiverem inscritos como sócios, aliás só nesta situação é que podem colaborar em actividades que esta desenvolva. Para mais informações acerca deste assunto existem os estatutos dos sócios da AE. que podem ser adquiridos nas instalações da AE. Ideias: Qual a importância da AE nos órgãos de administração da ESGS? F. R. : A AE tem vindo a notar ao longo dos tempos algumas dificuldades a nível dos órgãos da escola, uma vez que esta por vezes adopta uma atitude de pouca abertura em relação ás iniciativas dos estudantes, embora tenhamos conseguido alguma ajuda por parte desta a nível material , o mesmo não sucedeu quando os procuramos para debater questões pedagógicas e sobre o funcionamento interno, (esta situação verificou-se quando tentamos alterar os calendários das orais e dos exames e quando a escola decidiu fazer a reestruturação dos cursos sem nos consultar); parece que os órgãos administrativos não aceitam que a principal “mercadoria” desta escola são os alunos e não os professores, nunca tomam posições contra estes (normalmente). Esta falta de cooperação agrava-se pelo facto da AE não poder representar oficialmente os estudantes nos órgãos da escola, uma vez que nos encontramos ainda em regime de instalação, esta situação tem vindo a ser arrastada incompreensivelmente ao longo de mais de um ano. Ideias: Faça um apelo ao associativismo dos alunos, esclarecendo a sua importância para o bem estar geral.

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F.R. : Optem por uma acção mais crítica, apresentado ideias e projectos que considerem importantes para a melhoria das condições ou colaborando nas actividades levadas a cabo pela

AE. . Lutem pela vossa afirmação quer a nível da escola quer a nível do meio. Não se retraiam e de uma vez por todas pensem e raciocinem

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preparou-se para defender os interesses dos alunos quando fosse chegado o momento. O segundo motivo foi o de tentar concretizar o projecto UNIVA ( unidade de inserção na vida activa ), no sentido de aproximar ao máximo a AE às empresas, criando assim espaços profissionais e estágios para os alunos interessados. A este nível houve contactos com o BNU, realizaram-se estágios com a CGD, e houve a possibilidade de concretizar o projecto NERSANT, que só não foi possível por problemas de ordem financeira e interna. Quanto ao projecto da rádio o Presidente revelou-nos que era sua intenção expandir as emissões da Rádio GEST para o exterior com o apoio de uma rádio local, neste sentido chegou mesmo a haver contactos com a rádio Piranha, antes desta ter sido vendida a uma entidade religiosa, ficando assim este projecto arrumado na gaveta por problemas financeiros, uma vez que se decidiu canalizar o investimento para a concretização de outros projectos como foi o caso da reprografia, que no entender do Presidente da AE veio a proporcionar mais bem estar ao aluno e a dinamizar o espaço da AE . A nível da escola foram tentadas algumas coisas mas nada foi conseguido, por esta se mostrar muito fechada a novas iniciativas. Sobre a falta de união entre os elementos da lista da AE, apuramos o seguinte: Como é do conhecimento geral a actual associação debateu-se ao longo do passado com algumas incompatibilidades pessoais entre os elementos da lista que a constituía. Relativamente a este aspecto o Presidente Frederico Reis desculpa-se do facto de se ter “desligado” um pouco mais da AE. após ter sido apelidado de “ditador” por ter assumido a AE. quando os restantes elementos entraram em época de exames e deixaram de comparecer com necessária frequência na AE.. Por este motivo argumenta igualmente que afastar-se da AE. não foi um acto de irresponsabilidade, mas sim por achar que foi

“queimado” pelas pessoas em que apostou; agora admite que confiou demasiado nas qualidades pessoais de cada um e não deu demasiada importância à forma como trabalhavam em grupo, o que é um facto é que todos tinham personalidades muito fortes e faltou o confronto de ideias, e cada qual agia consoante as suas. Toda esta situação foi agravada pelo facto de alguns deles pertencerem também à comissão de finalistas e aproveitaram o facto de fazerem parte da AE. para conseguirem apoio financeiro para a viagem de finalistas. Esta situação ocorreu quando um dia decidiram pedir apoio ao governo civil, utilizando para esse fim papel timbrado da AE. sem o conhecimento dos restantes elementos, apoio que lhes foi atribuído. essa verba conseguida não chegou a ser gasta na viagem feita à Tunísia, o que levou que os elementos envolvidos no caso se viessem a comprometer a entregar uma parte para as despesas de realização do ciclo de conferências de Informática e Gestão, facto que nunca se veio a verificar. Em vez disto foi feita uma viagem ao Gerês na carrinha da AE. sem o conhecimento do presidente da mesma. Este é apenas um dos desentendimentos entre os elementos da actual AE. Depois desta conversa que tivemos, e após termos analisado todas as inumeras iniciativas levadas a cabo pela AE., o Presidente acabou por dizer que, apesar de tudo, o balanço da actividade se revelou positivo e considera que esta Associação conseguiu algum peso e uma estrutura própria que nada tem a ver com a AE de à dois anos, não sendo a isto alheio o facto de começar a haver uma maior abertura da cidade relativamente ás actividades académicas. A verdade é que na sua opinião a AE. “atraí” muito mais os alunos, e actualmente tem tudo para ser um projecto válido para lançar o nome da escola na região.

Luzia Valentim

Associação de Estudantes em eleições De acordo com os estatutos da nossa AE, terminou na passada 2ª feira ( 14 de Novembro) o 2º prazo de de apresentação de candidaturas a liderança da mesma, apresentando-se uma única lista ás eleições o que originará, de harmonia com os mesmos estatutos, a realização de um referendo aos sócios. A campanha eleitoral irá decorrer de 17 de Novembro a 4 de Dezembro, decorrendo o referido referendo a 6 de Dezembro. Se a única lista submetida a sufrágio for aprovada pela maioria dos sócios da nossa Associação, a tomada de posse dos novos elementos está prevista para o

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próximo dia 13 de Dezembro. Lembrando o quanto é importante o vosso interesse neste processo, apelamos desde já à vossa participação.

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Hras de Estdo

Para Pensar... Quando houver tempo!!!

“ A mente celebra um pequeno triunfo cada vez que

formula uma ideia”

“ O rio atinge os seus objectivos porque aprende a

contornar os obstáculos”

“A arte de vencer os grandes dificuldades adquire-se

com o costume de enfrentar os pequenos.”

Anedotas

Um padre è abordado por um dos seus

paroquianos e diz-lhe:

- Reverendo, o senhor acha justo que

um homem lucre com o erro de outro

homem!

- De modo algum, meu filho . Isso seria

pecado !

- Então devolva-me o dinheiro que lhe

paguei para me casar no ano passado.

*******

O Padre para um paroquiano, um

alcoólico incorrigível :

- O seu maior inimigo e o vinho.

- Desculpe senhor prior, mas não está

sempre a dizer que devemos amar os

nossos inimigos ?

- Amá-los sim, engoli-los não!

*******

Entre amigos:

- Com que então sempre é verdade que

te separas-te da tua mulher ?

- Pudera ! Tratava-me como um cão.

- Que Diabo ! Batia-te muitas vezes !

- Não Homem queria que eu lhe fosse

fiel

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Divagar sobre o futuro e o passado Finalmente estou de saída... Para alguns esta notícia será de alegria para outros de saudade, muitos terão razões para me criticar, muitos terão razões para ridicularizar, e sabe-se lá que mais... Certo estou daquilo que fiz, e pena tenho de não poder ter feito muito daquilo a que me tinha proposto; razões não me faltam, desculpas se as não há, forjam-se, mas que interessa isso agora? Neste momento todos temos de olhar para o futuro, não nos podemos esquecer que não estamos sós, e só com esta verdadeira essência, poderemos levar o associativismo para a frente. Os alicerces estão criados e as estruturas estão lançadas, e agora há que dar algo para encher as mesas. Qualquer que seja a equipa, as pessoas, que encaminharem esta pequenina mas representativa associação não poderão esquecer que vão encontrar um ano de transformação, de transição; os estatutos do IPS, são uma realidade, a criação dos serviços de acção social tem de ser uma prioridade, os estatutos da escola têm de ser debatidos, o regulamento da escola revisto, a posição como sócio da Federação Académica de Santarém tem de ser reforçada, com vista a um novo dinamismo na discussão dos variadíssimos e polémicos problemas da educação em Portugal; e cada vez mais teremos de ter uma posição crítica em relação aquilo que se passa em nosso redor, e deixarmos de ser mesquinhas e egoístas. Como tal desejo e anseio para todos muitas alegrias.

Frederico Reis

Lisboa 30 de Fevereiro de 1995 Desde há alguns anos para cá, revoluções, instabilidade, insegurança fazem parte da vida do estudante. Foram anos dramáticos. Primeiro a tão contestada PGA, depois as provas específicas; agora, contestam as taxas, que por sua vez vieram substituir as não menos contestadas propinas. Tomei uma decisão que irá alterar radicalmente o meio estudantil. Eu Zé do Telhado aceito ser Ministro da Educação do actual governo. Eu Zé do Telhado. Com tão honrosa nomeação, prometo acabar com as taxas, não recuperarei as propinas, mas aplicarei apenas um imposto. Mais: acabarei com as provas específicas e com números clausus de acesso ao ensino superior. Cada pessoa deve tirar um curso para o qual esteja vocacionado, não para o qual seja obrigado. Abrirei estágios pós-licenciatura ou pós-bacharelato, com frequência obrigatória, para quem não consiga qualquer outro emprego num espaço de tempo reduzido nas áreas de: carpinteiro, pedreiro, empregados de limpeza, agricultor, serralheiro, ou pintor-auto. Os estágios terão uma vertente unicamente prática, acabando assim, com o desemprego pós curso. Tentarei ser um Ministro consensual, onde o diálogo com os professores será um dos pontos fortes da minha política. Em relação a estes, entendo que deverei reduzir os seus ordenados, uma vez que neste momento, eles auferem de grandes montantes mensais, quando comparados com os auxiliares de acção educativa. Mais entendo que os professores devem exercer a sua profissão por vocação e nunca por obrigação ou por dinheiro. Para terminar, entendo que todos os professores devem prestar serviços em outras empresas de modo a adquirirem experiência prática combatendo assim o stress, para melhor formarem os estudantes. Numa pequena frase, os professores devem sê-lo somente em part-time.

Zé do Telhado

Nota de redacção: este artigo foi escrito a 23 de Outubro de 1995.