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O Batismo e a Genealogia de Jesus, por John Piper

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O Batismo e a Genealogia de Jesus

John Piper

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Traduzido do original em Inglês

The Baptism and the Genealogy of Jesus

By John Piper

Via: DesiringGod.org • Copyright © 2015 Desiring God Foundation

Tradução por Camila Almeida

Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Dezembro de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida

permissão do Ministério Desiring God Foundation (DesiringGod.org), sob a licença Creative

Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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O Batismo e A Genealogia de Jesus

Por John Piper

[Mensagem da Noite de Domingo • 23 de fevereiro de 1981]

Escritura: Lucas 3:21-38.

Tópico: A Vida de Cristo.

E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus,

orando ele, o céu se abriu; 22 E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea,

como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em ti

me comprazo. 23 E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como

se cuidava) filho de José, e José de Heli, 24 E Heli de Matã, e Matã de Levi, e Levi de

Melqui, e Melqui de Janai, e Janai de José, 25 E José de Matatias, e Matatias de Amós,

e Amós de Naum, e Naum de Esli, e Esli de Nagaí, 26 E Nagaí de Máate, e Máate de

Matatias, e Matatias de Semei, e Semei de José, e José de Jodá, 27 E Jodá de Joanã,

e Joanã de Resá, e Resá de Zorobabel, e Zorobabel de Salatiel, e Salatiel de Neri, 28

E Neri de Melqui, e Melqui de Adi, e Adi de Cosã, e Cosã de Elmadã, e Elmadã de Er, 29 E Er de Josué, e Josué de Eliézer, e Eliézer de Jorim, e Jorim de Matã, e Matã de

Levi, 30 E Levi de Simeão, e Simeão de Judá, e Judá de José, e José de Jonã, e Jonã

de Eliaquim, 31 E Eliaquim de Meleá, e Meleá de Mená, e Mená de Matatá, e Matatá

de Natã, e Natã de Davi, 32 E Davi de Jessé, e Jessé de Obede, e Obede de Boaz, e

Boaz de Salá, e Salá de Naassom, 33 E Naassom de Aminadabe, e Aminadabe de

Arão, e Arão de Esrom, e Esrom Perez, e Perez de Judá, 34 E Judá de Jacó, e Jacó

de Isaque, e Isaque de Abraão, e Abraão de Terá, e Terá de Nacor, 35 E Nacor de

Seruque, e Seruque de Ragaú, e Ragaú de Fáleque, e Fáleque de Eber, e Eber de

Salá, 36 E Salá de Cainã, e Cainã de Arfaxade, e Arfaxade de Sem, e Sem de Noé, e

Noé de Lameque, 37 E Lameque de Matusalém, e Matusalém de Enoque, e Enoque

de Jarete, e Jarete de Maleleel, e Maleleel de Cainã, 38 E Cainã de Enos, e Enos de

Sete, e Sete de Adão, e Adão de Deus (Lucas 3:21-38).

Você pode aprender mais sobre um livro se você parar e fazer-lhe perguntas do que se

você apenas lê-lo passivamente. Isso inclui a Bíblia também. Um dos grandes problemas

na leitura da Bíblia é que nós movemos os nossos olhos sobre as palavras e chegamos ao

final de uma coluna e não sabemos o que lemos; não sentimos nossas mentes ou espíritos

expandidos porque não vemos nada novo. Isso foi puramente mecânico. Não houve desco-

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berta, nem vida, nem progressos para uma nova visão. Uma das melhores maneiras de

mudar isso é treinar-se para fazer perguntas ao texto. Muitas vezes, o levantamento da

questão em si já vai levar a sua resposta com ela, e abrirá a sua mente para coisas novas.

Este texto histórico bastante prosaico em Lucas 3:21-38 me concede a oportunidade de

mostrar o que eu quero dizer. Eu simplesmente levarei vocês comigo através deste texto,

apontando as perguntas que eu fiz e as respostas consequentes. Meu palpite é que, en-

quanto você me segue, as suas próprias questões surgirão. Boas perguntas geralmente

geram outras perguntas, e é assim que a introspecção cresce mais e mais.

Por Que a Prisão de João antes do Batismo de Jesus?

1) Por que Lucas registra a prisão de João Batista (3:20), antes que ele registre o Batismo

de Jesus por João? Esta é uma ordem tão estranha dos eventos que deve haver algum

motivo.

A resposta parece ser que Lucas quer enfatizar a ruptura entre o ministério de João e o

ministério de Jesus. O verso 15 mostra que algumas pessoas pensavam que João poderia

ser o Messias. Outros poderiam pensar que Jesus era um dos discípulos de João. Uma ma-

neira de evidenciar à mente do leitor este tremendo ponto de viragem na história da Re-

denção que ocorreu quando Jesus começou a pregar foi mencionar a prisão de João,

mesmo antes que Jesus entrasse em cena. Lucas 16:16 diz: “A lei e os profetas duraram

até João; desde então é anunciado o reino de Deus”.

Há uma ruptura entre o período da lei e dos profetas e o período da pregação do Reino de

Jesus. João pertencia ao período anterior, de modo que Lucas não queria realçar a ligeira

sobreposição de Jesus e o ministério de João (João 3:22 ss). Em Lucas 7:26-28 Jesus diz

que João era um profeta e mais do que profeta; o preparador de Seu caminho. “E eu vos

digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas

o menor no reino de Deus é maior do que ele” [v. 28]. João foi um grande profeta, mas

agora algo novo veio; o Messias está aqui e chama as pessoas para o Seu reino, e a menor

pessoa no Reino do Messias tem um privilégio maior do que João. Então, na mente de

Lucas havia uma grande ruptura entre a obra de João e a obra de Jesus, e a ordem ímpar

de sua narrativa ressalta esta pausa.

Mesmo no verso 21 eu acho que isso é confirmado na palavra “todo”: “E aconteceu que,

como todo o povo se batizava”. Isso significa que o Batismo de Jesus não era apenas uma

parte da obra de João, mas o seu auge. Nós não temos que entender “todo” significando

que Jesus era a última pessoa que João batizou, mas deve significar que o ministério de

João foi praticamente cumprido quando Jesus foi batizado. Isso também mostra que a vinda

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de Jesus significou a ida de João: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (João

3:30). Isso também nos ajuda a responder a minha segunda pergunta.

Por Que Jesus Veio para Ser Batizado?

2) Por que Jesus veio para ser batizado, uma vez que o Batismo de João era um “batismo

de arrependimento para a remissão dos pecados” (3:3), e Jesus era sem pecado (2 Co-

ríntios 5:21, Hebreus 4:15)?

Lucas mostra de duas maneiras que o que está acontecendo aqui não é importante princi-

palmente por causa do Batismo, mas por causa do que acontece depois. Primeiramente,

Lucas mostra que Jesus veio no auge do ministério de João, quando “todo o povo se bati-

zava”, e, portanto, que Jesus não era apenas um na multidão. Sua vinda teve significado

especial. Em segundo lugar, a maneira como Lucas colocou a sua frase junta, nos versos

22 e 23, mostra que o Batismo é secundário e o que aconteceu depois é primário: o Batismo

das pessoas e depois de Jesus são simplesmente cláusulas temporais introdutórias contan-

do que as últimos três coisas aconteceram: E aconteceu que, como todo o povo se batizava,

sendo batizado também Jesus, orando ele, (algo maravilhoso ocorreu) o Céu se abriu; E o

Espírito Santo desceu, e Deus falou.

Assim, o interesse de Lucas é diferente do de Mateus, que se concentra no próprio Batismo

e afirma a mesma questão que temos afirmado. Ele diz (em Mateus 3:14-15) como João

tentou impedir Jesus dizendo: “Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?”. Mas,

Jesus lhe respondeu: “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça”.

Assim, Lucas trata do Batismo de Jesus simplesmente como a ocasião em que Deus falou

com Ele desde o Céu, mas Mateus lida com o próprio Batismo como um problema para

Quem não tinha pecados a serem perdoados. A resposta que Ele dá é que é apropriado

para Ele fazer tudo o que é justo. Havia o suficiente no Batismo de João para Jesus afirmar

que o evento não tinha sentido: negativamente, isso significava abandonar o pecado, e

positivamente, significava confiar em Deus. Jesus poderia afirmar ambos: Ele resolveu não

pecar, mas sempre desviar-Se dele, e Ele comprometeu-Se a sempre confiar em Deus.

Provavelmente, então — e isso é o que Lucas capta — a vinda de Jesus para ser batizado

foi um passo decisivo de compromisso para iniciar Seu ministério público. Assim, Ele Se

alinha com as pessoas que se convertem do pecado e confiam em Deus e resolvem cumprir

o Seu chamado com esse espírito. Lucas se concentra na aprovação e confirmação de

Deus e na determinação de Seu Filho.

Por Que Mencionar que Jesus Estava Orando?

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3) Mas antes de olharmos para a confirmação de Deus no verso 22, havia uma outra per-

gunta sobre o verso 21: Porque Lucas menciona que Jesus estava orando quando os céus

foram abertos e o Espírito veio e Deus falou? Nenhum dos outros Evangelhos nos dizem

isso. Veremos neste Evangelho que Lucas gosta de retratar Jesus em oração. Ele O mostra

orando em todos momentos cruciais de Sua vida: aqui no Batismo, na seleção dos doze

apóstolos (6:12), na confissão de Pedro (9:18), na transfiguração (9:28), no Getsêmani

(22:41), na cruz (23:34). Ele nos diz que Jesus foi várias vezes para o deserto para orar

(5:16) e que ele passava noites inteiras em oração (6:12). O motivo de tudo isso deve ser

mostrar que mesmo na vida de Jesus, há uma correlação entre a oração fervorosa e a

bênção de Deus.

Agora, por que bênção Jesus estava orando após o Seu Batismo? Lucas 11:13 sugere a

resposta, eu acho. A versão de Lucas é diferente de Mateus: “Pois se vós, sendo maus,

sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo

àqueles que lho pedirem?”. O que filhos obedientes devem pedir a seu Pai celeste? O

Espírito Santo. Não que nós — ou Jesus — já não tenhamos o Espírito Santo dentro de

nós; até mesmo o crente mais fraco é templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19). Mas o

Espírito Santo é infinito e sempre há mais de Si mesmo para dar, e Seus meios de

manifestar-Se são tão variados, há sempre uma nova experiência aguardando aqueles que

anelam por Sua plenitude.

Presumo que Jesus estava orando por uma manifestação do Espírito para confirmar-Lhe

como o Messias, e que o favor de Deus estivesse sobre Ele, enquanto Ele prosseguia em

Seu ministério público. Deus respondeu a Sua oração. E isso leva a uma quarta questão.

Por Que o Espírito Veio na Forma de uma Pomba?

4) Qual é o significado da descida do Espírito na forma de uma pomba e a declaração Divina

de Seu amor? Deus responde a oração de Jesus, enviando o Seu Espírito em forma visível

e, em seguida, declara verbalmente o Seu prazer em Seu Filho: “Tu és o meu Filho amado,

em ti me comprazo”. Esta é uma luz verde para Jesus. E não apenas uma luz verde, mas

uma capacitação poderosa e diretiva.

A forma como o Espírito vem, dá uma direção de como Seu poder deve ser usado. A palavra

“pomba” ocorre nos lábios de Jesus uma vez nos Evangelhos, a saber, Mateus 10:16: “Eis

que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes

e inofensivos como as pombas”. A pomba sugere a pureza, mansidão, inocência de Jesus.

Ele não era majestoso como a águia ou feroz como o falcão ou extravagante como o

cardeal. Era simples, comum, inocente, o tipo de aves que os pobres poderiam oferecer em

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sacrifício (Lucas 2:24; Levítico 12:8). Esta foi uma diretriz para Jesus a partir do Pai: o

Espírito com o qual Eu O ungi não é para ostentação ou para a batalha terrena. Para que

é então?

Uma resposta vem de Isaías 42:1-4. Este texto é relevante, porque este é o lugar onde as

palavras de Deus, o Pai vem, a partir do que segue a dádiva do Espírito: “Eis aqui o meu

servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma; pus o meu espírito

sobre ele; ele trará justiça aos gentios. Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua

voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade

trará justiça. Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas

aguardarão a sua lei”. A beleza desta figura é que Ele tem o poder para trazer justiça às

nações, mas Ele não vai usá-lo para “quebrar a cana trilhada, nem para apagar o pavio que

fumega”. Ou seja, Ele será terno com os fracos e falhos. Ele será como a pomba e não

como o falcão. Assim, quando Deus unge Jesus com o Espírito em forma de pomba, dirige-

O a usar o Seu poder em mansidão, ternura e amor. O que Jesus faz: “Vinde a mim, todos

os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei... que sou manso e humilde de

coração...” [Mateus 11:28-29]. Ele diz em Lucas 4:18: “O Espírito do Senhor é sobre mim,

Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. [Enviou-me a curar os quebrantados de

coração]” — as canas quebradas do mundo e os pavios que fumegam. Para estes, Ele vem

com o Seu Espírito como o de pomba, e cura e sopra e os inflama.

Então, em resumo, o que Lucas está fazendo nos versos 21 e 22, é a criação do ministério

de Jesus fora do de João, o que demonstra que Ele tem mui plena aprovação e bênção de

Deus, e revelando o tipo de ministério que Ele terá, ou seja, um ministério semelhante a

uma pomba.

Agora vem a genealogia, e um monte de perguntas saltam da página em nossas mentes.

Em Mateus e Marcos, o relato das tentações de Jesus vem logo após o relato de Seu Batis-

mo, mas Lucas insere a genealogia entre esses dois relatos. Por quê? A genealogia de Lu-

cas segue todo o caminho de volta até Adão, enquanto Mateus remonta apenas até Abraão.

Por quê? Os nomes das duas genealogias de Jesus até o rei Davi são quase todos diferen-

tes. Por quê? E nós devemos imaginar que o homem é tão velho quanto o número de anos

que podem ser calculados para todos esses nomes até Adão? Vejamos algumas respostas

a estas quatro perguntas muito brevemente na ordem inversa.

Pode a Idade do Homem Ser Determinada Neste Texto?

1) Não, não precisamos pensar que a soma da vida de cada pessoa nessa genealogia é

igual à idade do homem. A principal razão é que, nestas listas Judaicas de linhagem, “filho”

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muitas vezes é utilizado também no sentido de “neto” ou mesmo “descendente”. Na

verdade, em Lucas 3:24-38 a palavra “filho” não ocorre até mesmo no grego [esta palavra

é omitida na versão ACF também — N.T.]. Ele simplesmente diz Heli era de “Matã, e Matã

de Levi”, e assim por diante. O que importa em uma linhagem não é que todos os membros

sejam incluídos, mas que a linha genuína da descendência seja mantida.

Nós sabemos a partir da genealogia de Mateus que alguns nomes ficaram de fora. Em

Mateus 1:8 é dito que Jorão foi o pai de Uzias; mas em 1 Crônicas 3:11 há outros três no-

mes listados entre estes dois. Uma das razões para isso é para que Mateus poderia ter três

grupos iguais de 14 nomes cada (Mateus 1:17). O mesmo motivo pode ter ocorrido na obra

da genealogia de Lucas, porque parece haver 11 grupos de sete nomes, cada um com to-

das as figuras importantes tanto no início ou no final de um grupo. Mas Lucas não chama

a atenção para isso, como Mateus faz, por isso não devemos pressionar por isto. Então, eu

não acho que somos obrigados à cronologia de Ussher que menciona o homem como tendo

cerca de 6.000 anos de idade. Portanto, quão velho é o homem, é um problema que vamos

deixar para outro momento.

Por Que Mateus e Lucas São Tão Diferentes?

2) Por que, quando você compara a genealogia de Mateus com Lucas entre Davi e Jesus,

elas são quase que completamente diferentes? Todos os nomes, a não ser dois são diferen-

tes. Um importante comentário publicado em 1978 por I. H. Marshall diz: “É apenas justo,

portanto, admitir que o problema causado pela existência das duas genealogias é insolúvel

com a evidência atualmente à nossa disposição” (p. 159). O que ele quer dizer não é que

os dois estão em conflito insolúvel. Existem soluções sugeridas, mas nós simplesmente não

sabemos o suficiente para ter certeza se essas soluções são as adequadas. Eu apenas

mencionarei duas. Uma sugestão é que, a partir de Davi até Jesus, Mateus “fornece os des-

cendentes legítimos de Davi — os homens que seriam legalmente os herdeiros do trono de

Davi, se o trono tivesse continuado — enquanto Lucas fornece a descendência de Davi na-

quele momento em particular a que, finalmente, José, marido de Maria, pertencia” (Machen,

Virgin Birth [Nascimento Virginal], 204 p.). Assim, por exemplo, Lucas diz em 3:31 que o

filho de Davi foi Natã (2 Samuel 5:14), enquanto Mateus em 1:6 diz que o filho de Davi foi

Salomão, que era o herdeiro do trono. As duas linhagens poderiam facilmente se misturar

sempre que um dos descendentes de Natã tornou-se o herdeiro legítimo do trono.

A outra solução sugerida é que Lucas fornece a genealogia de Maria, e Mateus a de José

como pai legítimo de Jesus. A chave para essa interpretação é estendendo o parêntese do

verso 23 para incluir José. Por isso, se leria: “E o mesmo Jesus começava a ser de quase

trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José de Heli, etc.”. Ao incluir “de José”

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entre parêntesis [na versão ACF, “de José” encontra-se fora dos parênteses — N.T.], é feito

o realce de que Jesus é realmente o filho de Maria, não José, e Heli é Seu avô (pai de

Maria). Ambas estas soluções são possíveis; a primeira é mais provável; mas também não

pode ser provada.

Por Que Lucas Volta Até Adão?

3) As duas últimas questões são mais importantes porque nos ajudam a compreender a

mensagem de Lucas. Por que a genealogia volta até Adão e a de Mateus para em Abraão?

O motivo certamente é que Mateus está escrevendo para os Judeus que estão interessados

na conexão de Jesus com o pai Abraão, mas Lucas está escrevendo para um gentio e, por-

tanto, está mais interessado na solidariedade de Jesus com todos os homens através de

Sua descendência de Adão. Isso se encaixa muito bem com a ênfase que nós já vimos na

universalidade do Evangelho: ele é aberto a todos os homens; Jesus não é apenas um filho

de Abraão; mais importante, Ele é um filho de Adão; Ele é um homem. Sua humanidade,

não a Sua etnia, é algo crucial. Esse parece ser o destaque de Lucas em vinculá-lO a Adão.

Todavia, pode haver mais como indicamos em nossa última pergunta.

Por Que a Genealogia Aparece Onde Ela Está?

4) Por que Lucas insere a genealogia aqui entre o Batismo e a tentação de Jesus, o que

Mateus e Marcos unem? Eu encontro a chave no fim surpreendente da genealogia: Lucas

não para em Adão, mas diz que Adão era “filho de Deus”. Duvido que Lucas quer que pen-

semos sobre Jesus como o Filho de Deus no mesmo sentido em que Abraão e Davi e todos

os outros descendentes de Adão eram. Lucas 1:35 mostra que Sua filiação depende de

Sua concepção única no ventre de Maria pelo Espírito Santo. Por isso, pareceu a muitos

comentaristas que a razão de Adão ser chamado filho de Deus é estabelecer uma compa-

ração entre Adão e Jesus como único e imediatamente, embora não identicamente, gera-

dos por Deus.

Isso, então, chama a atenção para o ensino de Paulo de que Cristo é o segundo Adão,

Quem inicia uma nova humanidade. Em 1 Coríntios 15:47-49, Paulo diz: “O primeiro ho-

mem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são

também os terrestres; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxe-

mos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial”. Não há nenhu-

ma razão para pensar que Lucas era ignorante desta noção, pois ele estava com Paulo

tanto quanto qualquer um. Se isso estava diante de sua mente, então, uma das razões que

ele inseriu a genealogia aqui foi ressaltar que como Adão, Jesus era homem e foi gerado

exclusivamente por Deus, e que, portanto, Ele é um novo e segundo Adão cujo ministério

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será o de criar e reunir uma nova raça de seres humanos que não são marcados por serem

ou não Judeus, mas pelo caráter semelhante do Espírito Santo, semelhante ao de pomba.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

— Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.