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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Enfermagem Keila Aparecida dos Santos Poliana Caroline Gimenes Soares OBSERVAÇÃO DO PROCEDIMENTO DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE EM ÁLCOOL EM GEL 70% E/OU EM ÁGUA E SABÃO. Unisalesiano–Lins LINS–SP 2014

OBSERVAÇÃO DO PROCEDIMENTO DA HIGIENIZAÇÃO DAS … · enfermagem enfocando os principais aspectos técnicos da lavagem das mãos. Após observação da prática pelos mesmos,

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Enfermagem

Keila Aparecida dos Santos

Poliana Caroline Gimenes Soares

OBSERVAÇÃO DO PROCEDIMENTO DA

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DOS PROFISSIONAIS

DA ÁREA DA SAÚDE EM ÁLCOOL EM GEL 70%

E/OU EM ÁGUA E SABÃO.

Unisalesiano–Lins

LINS–SP

2014

KEILA APARECIDA DOS SANTOS

POLIANA CAROLINE GIMENES SOARES

OBSERVAÇÃO DO PROCEDIMENTO DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DOS

PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE EM ÁLCOOL EM GEL 70% E/OU EM

ÁGUA E SABÃO.

Trabalho de conclusão de curso, pré-requisito para a obtenção do título e Bacharel em Enfermagem, oferecido no curso de Enfermagem. Apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Curso de Enfermagem sob a orientação do Profº Me. Luiz Alberto Massarote e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.

LINS – SP

2014

Santos, Keila Aparecida; Soares, Poliana Caroline Gimenes

Observação do procedimento de higienização das mãos dos profissionais da

saúde em álcool em gel 70% e/ou água e sabão / Keila Aparecida dos Santos;

Poliana Caroline Gimenes Soares. – – Lins, 2014.

34p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium –

UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2014.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Luiz Alberto Massarote

1. Infecção. 2.Microbiota. 3. Lavagem das mãos. I Título.

CDU 616-083

S235o

KEILA APARECIDA DOS SANTOS

POLIANA CAROLINE GIMENES SOARES

OBSERVAÇÃO DO PROCEDIMENTO DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DOS

PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE EM ÁLCOOL EM GEL 70% E/OU EM

ÁGUA E SABÃO.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para

obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Aprovada em: 01/12/2014

Banca Examinadora:

Prof(a)Orientador(a): Luiz Alberto Massarote

Titulação: Mestre em Biologia Oral-Unisalesiano

Assinatura:_______________________________

1º Prof(a):Helena Ayako Mukai

Titulação: Mestre em Ciências da Saúde- FAMERP - São José do Rio Preto

Assinatura:_______________________________

2º Prof(a):Paulo Fernando Barcellos Borges

Titulação: Especialista em UTI- FAMERP – São José do Rio Preto

Assinatura:_______________________________

“Temos que nos bastar, nos bastar sempre, e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos

juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se precisam, elas se

completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.”

(MÁRIO QUINTANA)

À Deus

Quero agradecer a Deus por ter me possibilitado estar firme durante toda essa trajetória, caminho esse que irá me levar á realização

dos meus sonhos!

Keila

À minha família

À minha família, por sua capacidade de acreditar em mіm e investir em mim. Mãe, seu cuidado e dedicação foi que deram, em

alguns momentos, a esperança parа seguir. Pai, sua presença significou segurança e certeza de que não estou sozinha nessa

caminhada.

Keila

Ao meu esposo

Agradeço também ao meu esposo, Daniel, que de forma especial e carinhosa me deu força е coragem, me apoiando nos momentos

de dificuldades.

Keila

Aos amigos

Aos meus amigos, pelаs alegrias, tristezas e dores compartilhadass. Com vocês, as pausas entre um parágrafo e outro de produção

melhora tudo o que tenho produzido na vida.

Keila

A Poliana

Em especial, à minha grande amiga, por sua confiança e credibilidade, pelo mútuo aprendizado de vida, durante nossa convivência,

no campo profissional e particular. Amiga, gratidão eterna!!!

Keila

À Deus

Agradeço por ter me sustentado em todos os momentos de preparação deste trabalho, por ter colocado Suas mãos e

abençoado, obrigada Senhor por ter nos abençoado com imensidão e agradeço por ter me concedido chegar até aqui.

Poliana

À minha família

Agradeço por ter me ajudado nesta etapa, por ter colaborado em todos os momentos de estresse, angústia, alegrias, por ter

acreditado em mim. Agradeço todos os dias a Deus pela família que tenho, e não acho que mereço nem mais nem menos, cada um

tem sua peculiaridade que me faz aprender sempre algo diferente.

Espero que nossa harmonia nunca acabe, que nossa fraternidade seja eterna e que nossos encontros sejam constantes.

Amo todos vocês!

Poliana

Ao meu namorado Marcus

Agradeço por ter ficado do meu lado e ter me dado força, por agüentar meus momentos de estresse e ter acreditado em mim,

agradeço por ter tido paciência, pela compreensão, quero lhe agradecer por suportar meus defeitos, tolerar meus humores e, principalmente, por me entender. Amo você!

Poliana

À Keila

Você é uma amiga especial...

Uma jóia preciosa que jamais encontrarei em outro lugar...

Quero guardar-te sempre em meu coração...

Aliás, como sairá de lá, se já tem um lugar essencial, que jamais poderei tirar? Amiga... você é simplesmente alguém que me ensinou

a ver a vida com outros olhos, deu rumo as minhas perturbações, encheu de alegria meus dias, ofereceu-me seu ombro amigo, sem

pedir nada, simplesmente minha amizade.

Não tenho nada que possa recompensar ter uma amizade tão linda assim..

Obrigada por ter aceitado ser minha parceira neste trabalho, agradeço por tudo o que fez por mim, obrigada por ter se

tornado minha amiga-irmã. Te desejo tudo de bom. Graças a Deus vencemos.

Poliana

Aos professores

Agradeço pelo aprendizado e conhecimento que me passaram nesses cinco anos de faculdade. Os anos passam, o

conhecimento é acumulado, algum conhecimento esquecido, outros ultrapassados, mas os valores são eternos e a lembrança de alguns

mestres permanece. Somos frutos de algum mestre, seja ele professor, pai ou mãe, pois todos são mediadores. Todo pai é um pouco

mestre e todo professor é um pouco pai! Obrigada Mestres! Obrigada Professores!

Poliana

Às minhas amigas (os).

Agradeço á todos vocês por sermos grandes amigos, pelas amizades conquistadas, desejo tudo de melhor na vida de cada

um, que Deus abençoe imensamente cada um. Em especial agradeço minhas parceiras Rozilene, Jéssica, Joice, Michelly, Elaine e

Hellen. Obrigada pelos 5 anos de amizade que se tornarão para sempre. Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito.

Poliana

Keila e Poliana

À professora Ângela

Agradeço pelo tempo que ficou conosco e que nos ajudou. Agradecemos muito pelo carinho e compreensão.

À professora Jovira

Agradecemos por tudo que fez por nós, por ter nos agüentado a todo o momento de desespero e por ter nos ajudado, pois

sem a senhora não chegaríamos até aqui. Obrigada pela confiança. Você é mil.

Ao professor Luiz Alberto Massarote

Agradeço por ter aceitado ser nosso orientador de última hora, não foi fácil, mas graças a ajuda do senhor chegamos até

aqui.

À coordenadora do curso Helena Mukai

Agradeço pela força que nos deu no andamento do trabalho e pelos momentos de apoio, sem a senhora não chegaríamos

aqui. Obrigada pela compreensão.

AGRADECIMENTO

A Deus por ter nos dado força para superar todas as dificuldades. Por ter nos sustentado em toda trajetória deste

estudo.

Ao Unisalesiano, direção, corpo docente que nos proporcionou oportunidades para um horizonte superior,

confiança e ética.

Ao nosso orientador Luiz Alberto Massarote e professora Jovira Maria Sarraceni que nos deu suporte, pelo

incentivo e confiança.

Ao pais e familiares, namorado, esposo, pelo amor, incentivo e apoio.

E a todos que direta e indiretamente fizeram parte da nossa formação e pelo apoio proporcionado, nosso muito

obrigado.

RESUMO

A lavagem das mãos antes e depois de um procedimento é de extrema importância, pois tem a finalidade de diminuir a infecção hospitalar. A pele humana é formada por várias camadas que revestem o corpo isolando-o do meio externo. Tem a função de proteção e barreira para as estruturas internas, possui dois tipos de microbiota: Transitória e Residente, ocupando as camadas superficiais e mais profundas respectivamente. O ato de higienizar as mãos faz a remoção de suor, pêlos, sujidade, células descamativas, oleosidade, prevenindo a disseminação de microrganismos. A transmissão ocorre pelas mãos contaminadas dos membros da equipe de saúde. A higienização das mãos pode ser realizada com água e sabão, com a técnica correta, o sabão realiza e remove a microbiota transitória da pele. As infecções podem ser adquiridas de várias maneiras, sendo elas, relacionadas à saúde e comunitárias. São transmitidas de várias maneiras e a melhor forma de evitar é a lavagem das mãos correta e adequadamente, usando os Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Aborda na prática, os principais agentes causadores de infecção e os tipos mais comuns de infecção. Este estudo teve como objetivo a observação da prática de higienização das mãos antes e depois de cada procedimento pelos profissionais da saúde, enfocando a realização da técnica correta ou a ausência desta. Foi aplicado um questionário para os técnicos de enfermagem enfocando os principais aspectos técnicos da lavagem das mãos. Após observação da prática pelos mesmos, isto é, se realizavam antes e após cada procedimento ou se havia a ausência desta prática. Foi realizada uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo na Associação Hospitalar Santa Casa de Lins. Ao final da pesquisa pode-se concluir que os profissionais tem conhecimento quanto à importância da lavagem das mãos, porém não praticam de maneira adequada. Palavras-chaves: Infecção. Microbiota. Lavagem das mãos.

ABSTRACT

Hand washing before and after a procedure is extremely important as it has

the purpose of reducing hospital infection. The human skin is composed of multiple

layers coating the body and isolates it from the external environment. Has the

function of protection and barrier to internal structures has two types of microbiota:

Transient and Resident occupying the superficial and deeper layers respectively. The

act of hand hygiene is the removal of sweat, hair, dirt, scaly cells, sebum, preventing

the spread of microorganisms. Transmission occurs through contaminated members

of the healthcare team hands. Hand hygiene can be performed with soap and water,

with the right technique, and performs the soap removes the transient skin

microbiota. Infections can be acquired in several ways, which were related to health

and community. Are transmitted in several ways and the best way to avoid is

washing hands properly and appropriately, using the Personal Protective Equipment

(PPE). Approaches in practice, the main causative agents of infection and the most

common types of infection. This study aimed to observe the practice of hand washing

before and after each procedure by health professionals, focusing on the realization

of the right technique or lack thereof. A questionnaire for nursing staff focusing on key

technical aspects of hand washing was applied. After observation of practice by

them, ie, if performed before and after each procedure or if there was the absence of

this practice. A descriptive qualitative research study was conducted at Hospital

Santa Casa de Lins Association. At the end of the study it can be concluded that the

professional is aware of the importance of handwashing, but do not practice properly.

Keywords: Infection. Microbiota. Handwashing.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Como higienizar as mãos

Figura 2: Indicação da lavagem das mãos

Figura:3: Indicação da lavagem das mãos

Figura 4: Agentes mais comuns de infecções nasocomiais

Figura: 5: Índice de infecção no Brasil

Figura: 6: Organograma da CCIH

LISTA DE TABELAS

Tabela : Entrevista com os técnicos e auxiliares de enfermagem

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

EPI: Equipamento de Proteção Individual

HM: Higienização das mãos

IH: Infecção Hospitalar

IRAS: Infecção Relacionada à Assistência à Saúde

MRS: Staphylococcus Aureus Resistentes à Oxacilina

NR: Norma Regulamentadora

VRS: Enterococos Resistentes à Vancomicina

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 17

CAPÍTULO I – INFECÇÃO .............................................................................. 19

1 CONCEITOS PRELIMINARES ..................................................................... 19

1.1 Pele e Microbiota ........................................................................................ 19

1.1.1 Anatomia da pele .................................................................................... 19

1.1.2 Microbiota ............................................................................................... 19

1.2 Infecção ...................................................................................................... 20

1.2.1.Infecção relacionada à saúde .................................................................. 21

1.2.2 Infecção comunitária .............................................................................. 21

1.2.3 Vias de transmissão ................................................................................ 22

1.2.4 Transmissão por contato direto ............................................................... 22

1.2.5 Transmissão por contato indireto ............................................................ 22

1.2.6 Transmissão por veículo comum ............................................................ 22

1.2.7 Transmissão por gotícula ........................................................................ 22

1.2.8 Transmissão por vetor ............................................................................. 23

1.3 Prevenção de infecção ............................................................................... 23

1.4 Equipamento de Proteção Individual (EPI) ................................................. 24

1.5 Por que higienizar as mãos ........................................................................ 25

1.6 Importância da lavagem das mãos ............................................................. 25

1.6.1 História ................................................................................................... 25

1.7 Uso de água e sabão ................................................................................. 26

1,8 Uso de preparações alcoólicas .................................................................. 26

1.9 Técnicas de lavagem das mãos ................................................................. 27

1.10 Relação entre higienização das mãos e prevenção de infecção ............. 31

CAPÍTULO II - OBSERVAÇÃO NA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .................. 32

2.1 Observar, entender e executar a higienização das mãos........................... 32

2.2 Indicações para higienização das mãos e na assistência à saúde ............ 33

2.3 Principais agentes causadores de infecção hospitalar .............................. 35

2.4 Como observar a higienização das mãos................................................... 36

2.5 Adesões à higienização das mãos ............................................................ 37

2.6 Incidência de Infecção Hospitalar no Brasil e adesões para melhorias

futuras ............................................................................................................. 38

2.7 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) ............................... 39

2.7.1 Membros Executores .............................................................................. 40

2.7.2 Membros Consultores (Grupo Normativo) ............................................... 40

CAPÍTULO III - A PESQUISA .......................................................................... 42

3 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 42

3.1 Métodos ...................................................................................................... 42

3.1.1 Método de estudo de caso ...................................................................... 42

3.1.2 Método de observação sistemática ......................................................... 43

3.2 Técnica ....................................................................................................... 43

3.3 A Associação Hospitalar Santa Casa de Lins ............................................ 43

3.3.1 Recursos físicos ...................................................................................... 44

3.3.2 Recursos humanos ................................................................................. 44

3.3.3 Idade da população do setor de clínica médica ...................................... 45

3.3.4 Morbidades prevalentes .......................................................................... 45

3.3.5 Tipos de internação ................................................................................. 45

3.4 A entrevista com os profissionais ............................................................... 45

3.5 Discussão dos resultados ........................................................................... 46

3.6 Parecer final do caso .................................................................................. 48

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .................................................................... 49

CONCLUSÃO .................................................................................................. 50

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 51

APÊNDICES .................................................................................................... 54

ANEXOS .......................................................................................................... 59

INTRODUÇÃO

O tema desta pesquisa aborda que a Infecção Relacionada à Assistência à

Saúde (IRAS) vem sendo um sério problema de Saúde Pública, afetando um

número grande de pacientes, aumentando o tempo de internação, o risco de

mortalidade e os custos socioeconômicos. Os profissionais da saúde que estão

diariamente em contato com os pacientes são os grandes responsáveis pelo

controle de infecções.

A assistência à saúde requer aproximação física do profissional com os

pacientes. As mãos são o principal veículo de transmissão de microrganismos,

representando o elo entre paciente, profissional e ambiente (CRUZ et al, 2009).

Microbiota é o conjunto de microrganismos que habitam o organismo humano,

as mãos possuem uma microbiota normal residente e transitória. Ela pode causar

benefícios e prejuízos, deixando o ser humano doente ou o protegendo de doenças

(MURRAY, 1995). Microbiota residente é aquela que coloniza a camada mais

profunda da epiderme, dificultando a remoção pelas técnicas de higienização e

microbiota transitória é a que coloniza temporariamente os extratos córneos mais

superficiais da pele que, geralmente, é removida com a higienização das mãos.

O termo “higienização de mãos” (HM) é genérico e se refere à ação de lavar

as mãos com água e sabão comum, água e sabão com anti-séptico ou fricção com

álcool a 70%. O sabão proporciona a remoção mecânica da microbiota transitória da

pele; quando associado a anti-séptico tem ação química letal aos microrganismos. O

uso de álcool a 70% resulta em importante redução da carga microbiana transitória e

residente, pela ação química e letal aos microrganismos (CRUZ et al, 2009).

Segundo pesquisadores a microbiota transitória pode ser removida

completamente durante a escovação das mãos com água e sabão, a não ser que ali

exista grande contaminação (MURRAY, 1995). A limpeza mecânica sozinha tem

mostrado redução na contagem de bactérias na pele (SLATTER, 1993).

Considerando que a lavagem das mãos é a medida mais importante e

eficiente no controle de infecção associada à assistência hospitalar, é de grande

relevância observar a técnica correta e prática utilizada pelos técnicos de

enfermagem antes e após cada procedimento.

17

Visto que a incidência de infecções associadas à assistência hospitalar é alta,

o presente estudo visa verificar a eficácia da lavagem das mãos e a observação da

técnica utilizada pelos profissionais da saúde de um hospital do município de Lins-

SP. Assim, essa pesquisa poderá auxiliar na melhora do conhecimento relacionado

à higienização das mãos e na realização da técnica correta e que influenciam o

controle de infecções associadas à assistência hospitalar.

Após aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética e Pesquisa do

Unisalesiano, o estudo foi desenvolvido na Associação Hospitalar Santa Casa de

Lins, onde foi aplicado questionário e observação da prática de lavagem das mãos

pelos profissionais da saúde.

A pesquisa abordará a pergunta: No âmbito hospitalar os profissionais da

saúde utilizam a lavagem das mãos de maneira adequada?

Hipótese: A ausência da lavagem das mãos ou realizada de maneira

inadequada pode proporcionar risco de infecção hospitalar.

O trabalho encontra-se dividido em três capítulos. O primeiro capítulo

descreve sobre a pele e microbiota; infecção; prevenção de infecção; Equipamento

de Proteção Individual (EPI); porque higienizar as mãos; importância da lavagem

das mãos; uso de água e sabão, preparação alcoólica; técnicas de lavagem das

mãos; relação entre higienização das mãos e prevenção de infecção. O segundo

capítulo aborda sobre a observação na higienização das mãos, indicação para

higienização das mãos e na assistência à saúde; principais agentes causadores de

infecção hospitalar e os tipos de infecções; como observar a higienização das mãos;

adesão à higienização das mãos; incidência de infecção hospitalar no Brasil e

adesões para melhorias futuras; Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

(CCIH). O terceiro capítulo aborda a pesquisa, os métodos utilizados; técnica, a

Associação Hospitalar Santa Casa de Lins e entrevista com os profissionais.

18

CAPÍTULO I

INFECÇÃO

1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Pele e Microbiota

1.1.1 Anatomia da pele

A pele é o manto que reveste o corpo e isola-o do meio exterior. É formada

por várias camadas, sendo a epiderme a parte mais externa e visível da pele. A

epiderme é formada por quatro camadas, que são, os queratinócitos, células que

sofrem queratinização; os melanócitos, produzem melanina, pigmento responsável

pela cor da pele; Langehans, tem função na resposta imunológica e Merkel, tem a

sensação do tato (SANTOS, 2006).

Derme é formada por vasos sanguíneos, terminações nervosas, folículos

pilosos, glândulas sudoríparas e músculos. Está localizada abaixo da epiderme.

Contém colágeno e elastina e glândulas sebáceas. A hipoderme se encontra em

uma camada de tecido adiposo, é a camada mais profunda da pele, protege contra o

frio. (SANTOS, 2006).

A pele possui funções de proteção, como barreira para as estruturas internas.

É um órgão de grande atividade imune; termo-reguladora, com constrição e

vasodilatação da rede vascular, processa o controle homeostático; possui receptor

sensitivo de frio, dor e tato através da rede nervosa cutânea; sintetiza substâncias

químicas para o organismo; secreção sebácea, para sua manutenção; melanina,

proteção contra raios ultravioletas e vitamina D, anti-raquítica. (SANTOS, 2006).

1.1.2 Microbiota

Microbiota é o conjunto de microrganismos que habitam o organismo. A

microbiota é classificada em transitória e residente (TORTORA; FUNKE; CASE,

2006). Ela pode causar benefícios e prejuízos. Sendo assim, deixando o ser humano

doente ou o protegendo de doenças (MURRAY, 1995).

19

A pele humana possui uma microbiota normal residente e transitória. Nas

mãos há um grande número de microrganismos que compõem a microbiota normal

residente, que colonizam a camada mais profunda da epiderme, dificultando a

remoção pelas técnicas de higienização. (ROCHA; BORGES; GOTIJO FILHO,

2007).

A microbiota transitória é composta por microrganismos que se depositam na

superfície da pele, provenientes de fontes externas, colonizando temporariamente os

extratos córneos mais superficiais que geralmente são removidos com a

higienização das mãos. De acordo com alguns pesquisadores a microbiota

transitória pode ser removida completamente durante a escovação das mãos com

água e sabão, a não ser que ali exista grande contaminação (MURRAY, 1995). A

limpeza mecânica sozinha tem mostrado redução na contagem de bactérias na pele

(SLATTER, 1993).

1.2 Infecção

Infecção é a penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente

infeccioso (vírus, bactérias, protozoários e helmintos) no organismo de uma pessoa

ou animal (SANTOS, 2006).

A infecção pode ser influenciada por agente etiológico, fatores ambientais,

susceptibilidade do paciente e resistência microbiana.

“Infecções são danos decorrentes da invasão, multiplicação ou ação de

produtos tóxicos de agentes infecciosos no hospedeiro, ocorrendo reação

imunológica. A presença de sinais e sintomas caracteriza a doença ou a síndrome

infecciosa” (MURRAY apud MESQUITA; MARKIES (2011).

Segundo JAWATZ (2005) apud MESQUITA,MARKIES (2011) as bactérias

após invadirem o corpo humano, se fixam e aderem às células , na maioria das

vezes nas epiteliais, assim que se alojam num local primário de infecção, as

mesmas multiplicam-se e disseminam-se pelos tecidos e sistema linfático para a

corrente sanguínea, definindo-se assim como bacteriana. As bactérias se propagam

no organismo até encontrar lugares apropriados para multiplicação.

O âmbito hospitalar é o local que mais pode adquirir uma infecção, porque o

número de cepas virulentas de microrganismos que podem ser resistentes aos

antibióticos é grande. A Unidade de Terapia Intensiva é uma área no hospital, onde

20

é elevado o risco de aquisição de infecção. Infelizmente, as infecções são

disseminadas por profissionais de saúde (POTTER; PERRY, 2004 apud MESQUITA;

MARKIES ,2011).

1.2.1 Infecção Relacionada à Saúde

A infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) é um sério problema de

Saúde Pública que afeta um grande número de pacientes, aumentando o tempo de

internação, o risco de mortalidade e os custos socioeconômicos. Os profissionais da

saúde por conviverem diariamente com os pacientes, são os principais responsáveis

pelo controle dessas infecções (Ministério da Saúde, 2005 apud MESQUITA;

MARKIES,2011).

“Infecção relacionada á saúde é a infecção adquirida após a admissão do

paciente no hospital, que se manifesta durante a internação ou após a alta e que

pode ser relacionada com a internação ou com os procedimentos hospitalares”

(Ministério da Saúde, 2005 apud MESQUITA; MARKIE ,2011).

As IRAS podem ser de origem exógena ou endógena. Exógena origina-se de microrganismos externos ao individuo que não existem como flora normal, já a endógena pode ocorrer, quando parte do paciente se torna alterada e resulta um crescimento excessivo (POTTER; PERRY, 2004 apud MESQUITA; MARKIES,2011 P 26).

A manifestação acima de 48 ou 72 horas as infecções podem ser

consideradas tardias, são decorrentes da contaminação do paciente por

microrganismos do ambiente hospitalar, onde se encontra internado, pode variar de

serviço para serviço (Ministério da Saúde, 2005 apud MESQUITA; MARKIES,2011).

1.2.2 Infecção comunitária

Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 1998 apud RODRIGUES, SCOPEL,

2001), Infecção Comunitária é aquela em que já está incubada na admissão do

paciente, desde que não relacionada com a internação anterior no mesmo hospital.

De acordo com Fernandes, 2000 apud MESQUITA; MARKIES,2011, as

infecções comunitárias são associadas a complicações ou extensão da infecção já

21

existente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos e sinais e

sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção.

1.2.3 Vias de transmissão

A via de transmissão é o percurso que cada agente patogênico efetua desde

a fonte de infecção até ao indivíduo infectado pela doença. Dada à existência de

inúmeros agentes patogênicos e de transmissão, já que a penetração dos

microrganismos pode ocorrer de várias maneiras, ou apenas de um único modo

(MESQUITA; MARKIES ,2011)

1.2.4 Transmissão por contato direto

É a transmissão de microrganismo de um indivíduo infectado para o

hospedeiro susceptível. Podendo ser de profissional-paciente; paciente-profissional;

paciente-paciente, implica um contato de sítio anatômico para sítio anatômico

(LACERDA, 2003 apud MESQUITA; MARKIES, 2011).

1.2.5 Transmissão por contato indireto

“Para Lacerda (2003) apud MESQUITA; MARKIES (2011), o contato indireto

refere-se ao contato de um hospedeiro susceptível com algum objeto contaminado,

utilizado na assistência, tais como agulhas, luvas, comadres, etc”.

1.2.6 Transmissão por veículo comum

Consideram-se quando a transmissão ocorre através de água, alimentos,

dispositivos, medicamentos e equipamentos que podem causar contaminação de

pessoas (Lacerda, 2003 apud MESQUITA; MARKIES (2011).

1.2.7 Transmissão por gotícula

Ocorre durante tosse, espirro, aspiração de secreções, realização de

procedimentos, e durante diálogo. A transmissão do agente patológico ocorre

22

quando atinge a mucosa nasal, conjuntiva ou na boca (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2005 apud MESQUITA; MARKIES 2011).

1.2.8 Transmissão por vetor

“Ocorre quando vetores como mosquitos, moscas, ratos e outros insetos

transmitem microrganismos no contato direto com pessoas e substâncias como

alimentos” (LACERDA , 2003 apud MESQUITA; MARKIES , 2011).

1.3 Prevenção de infecção

A melhor maneira para se evitar a Infecção Relacionada à Assistência à

Saúde (IRAS), é a higienização das mãos (CENI; LINKE; PAGANINI, 2009).

Rocha; Borges; Gotijo Filho (2007) relataram que as mãos de profissionais de

saúde representam a principal via de transmissão de infecção no ambiente

hospitalar e, como resultado disto, a higienização das mãos é considerada a medida

mais simples e efetiva na prevenção destas infecções.

Apesar dos avanços significativos na área da prevenção e controle de infecção hospitalar (IH) nas últimas décadas, cerca de dois bilhões de pacientes hospitalizados desenvolvem IH por ano nos Estados Unidos da América (EUA). Estas infecções resultam em considerável morbimortalidade e aumento dos custos hospitalares (KAWAGOE, 2004, p. 18).

A assistência à saúde no ambiente hospitalar demanda aproximação física do

profissional com os pacientes. As mãos são as estruturas corporais mais utilizadas

no contato direto e constituem no principal veículo de transmissão de

microrganismos, representando o elo entre paciente, profissional e ambiente. (CRUZ

et al., 2009).

O termo “higienização de mãos” (HM) é genérico e se refere à ação de lavar as

mãos com água e sabão comum, água e sabão com anti-séptico ou fricção com

álcool a 70%. O sabão proporciona a remoção mecânica da microbiota transitória da

pele. O uso de álcool a 70% resulta em importante redução da carga microbiana

transitória e residente, pela ação química e letal aos microrganismos (CRUZ et al.,

2009).

23

1.4 Equipamento de Proteção Individual (EPI)

Segundo a Norma Regulamentadora (NR) – 6 da Portaria de número 194, de

07 de Dezembro de 2010, é de obrigatoriedade da empresa fornecer gratuitamente

Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado para segurança do trabalhador.

“EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,

destinado à proteção de riscos susceptíveis de ameaças a segurança e a saúde no

trabalho” (N R – 6, 2006).

a) Luvas: Devem ser usadas e descartadas de forma adequada,

higienizando as mãos antes e após cada uso, trocando a cada paciente

e a cada procedimento, após contato com secreções, sangue e fluídos.

Existem dois tipos de luvas: as de procedimento, usadas para

manipular paciente e cirúrgica, que agem como barreira de transmissão

bacteriana (TAYLOR; LILLIS; LEMONE, 2007 apud MESQUITA;

MARKIES, 2011).

b) Máscaras: Previne a inalação de aerossóis que se disseminam por

distâncias curtas que permanecem suspensos no ar. Existem máscaras

de tecido ou papel (TAYLOR; LILLIS; LEMONE, 2007 apud

MESQUITA; MARKIES, 2011).

c) Avental: podem ser de tecido ou papel, utilizados para prevenir sujeiras

como sangue e líquido do corpo dos pacientes (GARILO et al., 2002

apud MESQUITA; MARKIES , 2011).

d) Protetor Ocular: São utilizados para proteção da mucosa dos olhos

contra gotículas de secreções (GARILO et al., 2002 apud MESQUITA;

MARKIES , 2011).

e) Touca: Deve ser de boa qualidade e utilizada de forma correta,

cobrindo e mantendo os cabelos presos (LACERDA, 2003 apud

MESQUITA; MARKIES, 2011).

24

1.5 Por que higienizar as mãos

As mãos são a principal via de transmissão de IRAS e sua higienização é de

grande importância para eliminar microrganismos da pele, prevenir a propagação de

doenças, proteger-se contra as agressões do meio. Sua eficácia depende da

duração e da técnica. (CENI; ALINKE e PAGANINI, 2009).

A lavagem das mãos é o procedimento mais simples e efetivo no controle das

infecções hospitalares, porém o mais difícil de ser implementado (ROCHA;

BORGES; GOTIJO FILHO, 2007).

Para CENI; ALINKE e PAGANINI (2009), um paciente se torna susceptível a

adquirir infecção quando hospitalizado, devido a microrganismos já existentes no

ambiente hospitalar e por ter baixa resistência. Então é de extrema importância que

todos os profissionais sejam responsáveis por impedir que microrganismos

proliferem.

Antes de iniciar as atividades os profissionais devem ser motivados e

orientados a retirar anéis, pulseiras, relógios e higienizar as mãos até os cotovelos.

A higienização das mãos é técnica básica para diminuir o risco de infecção durante a

realização de qualquer procedimento (CENI; ALINKE e PAGANINI, 2009).

É necessário higienizar as mãos com periodicidade recomendada na técnica, ou seja, antes e após o contato com pacientes, após o contato com sangue, secreções, excreções, equipamentos contaminados, e antes e após a retirada de luvas, para evitar a contaminação, ao iniciar o turno de trabalho, após ir ao banheiro, antes e depois das refeições, antes do preparo e manipulação de medicamentos e alimentos. (CENI; ALINKE, PAGANINI, 2009, p. 51).

Tendo em vista que a lavagem das mãos é a medida mais simples, eficaz e

inquestionável na redução de infecção e que o álcool em gel 70% tem sido

amplamente utilizado na higienização das mãos, esse trabalho tem por objetivo

verificar se os profissionais da saúde realizam a lavagem das mãos na técnica

correta antes e depois dos procedimentos.

1.6 Importância da lavagem das mãos

1.6.1 História

25

Ignaz Semmelweis nascido em Tabán (1818- 1865), formado em Medicina em

Viena (1844), especializado em Obstetrícia, trabalhou na maternidade do Hospital

Geral de Viena. Nessa época, acontecia a terrível epidemia de febre puerperal,

levando a uma alta taxa de mortalidade das parturientes. Sensibilizado pelo

problema, Semmelweis vai à busca de uma solução. Após várias tentativas em

busca de hipótese, ele identifica que os residentes saiam do laboratório de anatomia

patológica e adentravam na enfermaria de puérperas sem lavarem as mãos. Após

observação e levantamento epidemiológico realizado através de prontuários

médicos, Semmelweis estabeleceu a obrigatoriedade da lavagem das mãos antes

da entrada dos acadêmicos na enfermaria de puérperas, assim como antes e após a

realização de partos. Através desse simples procedimento verificou-se que houve

diminuição bastante significativa de infecção puerperal. Até os dias atuais essa

simples conduta é a mais eficaz para o controle e prevenção de infecção

(OLIVEIRA, FERNADEZ, 2007).

1.7 Uso de água e sabão

É indicado nas seguintes situações:

a) Ao iniciar e terminar qualquer procedimento;

b) Antes do preparo da manipulação de medicamentos;

c) Antes e após utilizar o banheiro;

d) Antes e após as refeições;

e) Antes do preparo de alimentos;

f) Quando as mãos estiverem visívelmente sujas ou contaminadas com fluídos

corpóreos ou sangue;

g) Após várias aplicações consecutivas de produtos alcoólicos;

(FRANCISCO; ASSIS, 2010).

1.8 Uso de preparação alcoólica

Utilizado nas seguintes situações:

a) Antes e após o contato com o paciente;

b) Antes de calçar as luvas;

26

c) Após o risco de exposição de fluídos corporais;

d) Após o contato com objetos inanimados e superfícies próximas ao paciente;

e) Antes e após remoção das luvas.

(SANTANA, 2007 apud FRANCISCO; ASSIS, 2010).

1.9 Técnicas de lavagem das mãos

Para ANVISA (2007), “as técnicas de higienização das mãos podem variar,

dependo do objetivo ao qual se destinam. Podendo ser dividas em:

a) Higienização simples das mãos;

b) Higienização anti-séptica das mãos;

c) Fricção de anti-séptico nas mãos;

d) Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos;

A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica

empregada”.

a) Higienização simples das mãos: remove os microrganismos que

colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a

oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à

permanência e à proliferação de microrganismo. Primeiro, a mão deve

ser molhada com água e em seguida deve-se aplicar a quantidade de

sabão adequada. Ensaboar as mãos, friccionando-as por

aproximadamente 15 a 30 segundos, atingindo palma, dorso, espaços

interdigitais, polegar, articulações, unhas e extremidades dos dedos e

punho; enxaguar as mãos e secar com papel toalha (ANVISA, 2007).

b) Higienização anti-séptica das mãos: promove a remoção de sujidade e

de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com

auxílio de anti-séptico. A técnica é igual à da higienização simples,

substituindo o sabão por um anti- séptico (ANVISA, 2007).

27

c) Fricção anti-séptica das mãos: reduz a carga microbiana (não há

remoção de sujidade). A utilização de gel alcoólico a 70% ou de

solução alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina pode substituir a

higienização das mãos quando essas não estiverem visívelmente

sujas. A técnica é aplicar na mão a quantidade suficiente do produto

para cobrir toda a superfície; friccionar a palma entre si; friccionar a

palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os

dedos e vice-versa; friccionar a palma das mãos entre si com os dedos

entrelaçados; friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma

da mão oposta, segurando os dedos e vice- versa; friccionar o polegar

esquerdo, com o auxilio da palma da mão direita, utilizando-se

movimento circular e vice-versa; friccionar as polpas digitais e unhas da

mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo movimento

circular e vice-versa; friccionar os punhos com movimentos circulares e

friccionar até secar. Não utilizar papel toalha (ANVISA, 2007).

d) Para ANVISA (2007), anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório

das mãos é a eliminação da microbiota transitória da pele e redução da

microbiota residente, além de proporcionar efeito residual na pele do

profissional.

As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser

de cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não com anti-séptico

e de uso exclusivo em leito ungueal e subungueal. Recomenda-se anti-

sepsia das mãos até antebraços. A técnica é abrir a torneira, molhar as

mãos, antebraços e cotovelos; recolher, com as mãos em conchas,

colocar anti-séptico e espalhar nas mãos, antebraço e cotovelo. No

caso da escova impregnada no anti-séptico, pressione a parte da

esponja contra a pele e espalhe por todas as partes; limpar sob as

unhas com as cerdas da escova ou limpador de unhas; friccionar as

mãos, observando espaços interdigitais e antebraço por no mínimo 3 a

5 minutos, mantendo as mãos acima dos cotovelos; enxaguar as mãos

com água corrente, no sentido das mãos aos cotovelos, retirando todo

resíduo do produto. Fechar a torneira com o cotovelo, joelho ou pés, se

a torneira não possuir fotosensor; enxugar as mãos com toalhas ou

28

compressas estéreis, com movimentos compressivos, começando

pelas mãos e seguindo pelo antebraço e cotovelo, atentando para

utilizar as diferentes dobras da tolha ou compressas para regiões

distintas.

Figura 1 Como higienizar as mãos.

Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2008.

29

1.10 Relação entre higienização das mãos e prevenção de infecção

Kawagoe (2004), realizou estudos que relataram a diminuição da taxa de

infecção após a higienização das mãos com água e sabão e, fricção com álcool gel.

Um consenso de grupos especialistas britânicos, afirmam que a efetiva

higienização das mãos resulta em redução significativa na transmissão de

patógenos por meio de mãos e, consequentemente, diminui a incidência das

infecções hospitalares preveníveis e com isso ocorre a redução de mortalidade

(KAWAGOE, 2004).

Há no mercado várias substâncias químicas utilizadas para a higiene de

mãos, entre elas o álcool.

Os sabões ou detergentes anti-microbianos têm atividade de limpeza que

pode ser atribuída à sua propriedade surfactante, favorecendo a remoção de

sujidade, substâncias orgânicas e a microbiota transitória pela ação mecânica.

O álcool tem ação antimicrobiana atribuída à desnaturação de proteínas. Tem

excelente atividade microbicida “in vitro” contra bactérias Gram positivas e Gram

negativas, incluindo patógenos multirresistentes como Staphylococcus aureus

Resistentes à Oxacilina (MRS), Enterococos resistentes à vancomicina (VRS),

Mycobacterium tuberculosis, e vários fungos (KAWAGOE, 2004).

O uso frequente de soluções alcoólicas nas mãos pode causar ressecamento,

a menos que emolientes umectantes ou outros agentes condicionadores sejam

adicionados a formulação (KAWAGOE, 2004).

Aprimorar as práticas de prevenção e controle de infecção requer avaliação

contínua do estágio de mudança comportamental dos profissionais, intervenções

com processos de melhoria de qualidade e suporte à criatividade individual e do

grupo (KAWAGOE, 2004).

30

CAPÍTULO II

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

2 OBSERVAÇÃO NA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

2.1 Observar, entender e executar a higienização das mãos

Higienizar as mãos não é apenas opção ou questão de oportunidade ou

senso comum, pois, possui consequências de transmissão de patógenos e

desenvolvimento de infecções. Durante a assistência ao paciente torna-se preciso a

indicação para higienização das mãos (Organização Pan-Americana da Saúde;

Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2008).

Esses momentos são muitos e variados, e apenas listá-los e descrever seu contexto não é suficiente para entender completamente suas funções. Elas precisam estar teoricamente organizadas, levando à formulação de indicações. Quando ilustradas, por exemplo, e explicadas, as indicações deveriam ajudar os profissionais da saúde a localizar os momentos-chave e a integrar a higienização das mãos nas suas atividades respectivas, independente do ambiente de assistência em que trabalham e o tipo de cuidado que prestam. As indicações também devem facilitar o fornecimento de treinamento em higienização das mãos e a avaliação de suas práticas (ORGANIZAÇÃO PAN – AMERICANA DA SAÚDE; AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2008 p 14).

A necessidade de higienizar as mãos envolve todas as atividades a serem

realizadas pelos profissionais de saúde, dentro de cada ambiente específico. Sendo

eles:

a) Áreas próximas ao paciente: É aquele destinado ao paciente incluindo

equipamentos (maca, mesa, cadeira, etc.) e pertences pessoais (roupa,

sabonete, etc.).

b) Ambiente de assistência: São equipamentos médicos, objetos, no

hospital.

As áreas próximas ao paciente e o ambiente de assistência considera-se a cada paciente. Seja por contato, quando dois corpos se tocam; contato com o paciente, quando as mãos do profissional toca na pele ou roupa do paciente; contato nas áreas próximas ao paciente, quando as mãos do profissional toca em superfícies inanimadas (ORGANIZAÇÃO PAN –

31

AMERICANA DA SAÚDE; AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2008 p 16).

2.2 Indicações para higienização das mãos e na assistência à saúde

Durante um intervalo e outro na assistência é que se encontra a indicação

para a higienização das mãos. A atividade realizada pelo profissional descreve-se

com uma sucessão de procedimentos onde as mãos tocam tipos diferentes de

superfícies (fluídos corporais, paciente, objetos, etc.)

Figura 2 Indicação da lavagem das mãos

Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária,2008.

A indicação é a razão pela qual é necessária a higienização das mãos. Ela é justificada pelo risco de transmissão de microrganismos de uma superfície para outra. Ela é formulada em termos de ponto de referência temporal: “antes” ou “após” o contato. As indicações “antes” ou ‘após” não correspondem necessariamente início e conclusão da sequência de cuidado ou atividade. Elas ocorrem durante movimentos entre áreas geográficas, durante transições entre tarefas próximas ao paciente, entre pacientes, ou a alguma distância deles. (ORGANIZAÇÃO PAN – AMERICANA DA SAÚDE; AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2008 P.18).

Foram adotadas cinco indicações que constituem pontos de referência para

os profissionais. Indicam os momentos em que a higienização das mãos é

necessária para interromper a transmissão de microrganismos durante a assistência.

Sendo elas:

a) Antes do contato com o paciente;

b) Antes de realizar procedimentos assépticos;

c) Após risco de exposição a fluídos corporais;

d) Após contato com o paciente;

e) Após contato com áreas próximas ao paciente.

(ORGANIZAÇÃO PAN – AMERICANA DA SAÚDE; AGÊNCIA

NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2008).

32

Figura:3 Indicação da lavagem das mãos

Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2008.

''A lavagem das mãos é a maneira mais eficiente e econômica para a

prevenção de infecções e este fato é mundialmente reconhecido''(Secretária de

Saúde de São Paulo, 2006,p.140).

“Afinal, as mãos são o principal meio de transmissão de infecções

hospitalares e esta deve ser realizada antes e após qualquer procedimento

empregado na assistência ao paciente” (FELIX, MIYDAHIRA, 2009,p 47).

33

As infecções hospitalares acontecem por diversos motivos que favorecem seu

aparecimento. Um dos motivos é a transmissão de microrganismos pelos

profissionais de saúde que atuam como vetores direta ou indiretamente na

transmissão de microrganismos a pacientes vulneráveis. A maior parte dessas

infecções poderia ser evitada por medidas simples de higienização das mãos

(FELIX, MIYDAHIRA, 2009).

2.3 Principais agentes causadores de infecção hospitalar

Os patógenos implicados nas infecções hospitalares são transmitidos ao indivíduo tanto via endógena, ou seja, pela própria flora do paciente quanto pela via exógena. Esta última inclui veículos como mãos, secreção salivar, fluídos corpóreos, ar e materiais contaminados, como por exemplo, equipamentos e instrumentos utilizados em procedimentos médicos. Muitos destes procedimentos são invasivos, isto é, penetram as barreiras de proteção do corpo humano, de modo a elevar o risco de infecção (ANVISA, p 8, 2004).

Figura 4 Agentes mais comuns de infecções nasocomiais

Fonte: ANVISA, 2004.

Os principais fatores que influenciam nas infecções são:

34

a) Status imunológico;

b) Uso abusivo de antibióticos;

c) Procedimentos médicos, em particular, os invasivos;

d) Falhas nos procedimentos de controle de infecção;

e) Idade (recém-nascidos e idosos são mais vulneráveis);

f) Imunossupressão (ANVISA, 2004).

2.4 Como observar a higienização das mãos

O observador deve avaliar as práticas e reunir dados sobre a higienização

das mãos, deve-se familiarizar com os métodos usados, aprender como usar as

ferramentas disponíveis, familiarizar com as cinco indicações e estar aptos a

identificar e distinguir ao longo das atividades realizadas. O observador tem-se como

objetivo fornecer uma imagem geral sobre como os profissionais de saúde aderem à

higienização das mãos (Organização Pan-Americana da Saúde; Agência Nacional

de Vigilância Sanitária, 2008).

A observação direta dos profissionais de saúde durante sua rotina diária de trabalho é a maneira que mais precisa estudar as práticas de higienização das mãos. Ela fornece oportunidade para identificar o comportamento dos profissionais de saúde e para avaliar as lições aprendidas, bem como as falhas remanescentes. Os resultados da observação ajudam a determinar as intervenções mais adequadas para promoção, instrução e treinamento de higienização das mãos” (ORGANIZAÇÃO PAN – AMERICANA DA SAÚDE; AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2008 P. 35).

Os resultados coletados são usados para instruir, treinar e promover melhora

ao profissional de saúde. Os mesmos devem ser de forma confidencial e anônima,

não devem ser empregados nas avaliações administrativas. São responsáveis por

promover, instruir, promover educação continuada de acordo com as necessidades

dos profissionais. “Uma assistência limpa é uma assistência mais segura”

(Organização Pan-Americana da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária,

2008).

A observação obtém a finalidade de determinar o grau de adesão às práticas

de higienização das mãos, avaliarem o desempenho dos procedimentos e das

35

instalações. De acordo com o nível de adesão, são desenvolvidas as medidas para

aperfeiçoar as práticas de higienização das mãos.

É uma forma de chamar atenção dos profissionais, mostrando a importância

do ato, mostrando interesse pela higienização das mãos, atingindo de imediato um

efeito promocional (ORGANIZAÇÃO PAN – AMERICANA DA SAÚDE; AGÊNCIA

NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2008).

Os observadores devem informar os profissionais de saúde em observação sobre o seu papel. Em cada sessão, eles devem se apresentar dizendo seus nomes, posição e explicar por que estão ali. As observações não justificam a infração do princípio da privacidade do paciente. Isso signifíca que os observadores devem ser discretos no seu posicionamento e nos seus movimentos no local. Os observadores se apresentam aos pacientes da mesma forma como fizeram com os profissionais de saúde. Durante a sessão, os observadores não devem interferir nas atividades. A observação em circunstâncias extremas (emergência imediata de risco à vida, estresse além do controle do profissional de saúde em observação) deve ser evitada, pois não reflete situações-padrão de assistência à saúde. Entretanto, isto não evita a observação em situações de emergência e de cuidado intensivo. (ORGANIZAÇÃO PAN – AMERICANA DA SAÚDE; AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2008 P. 43).

2.5 Adesões à higienização das mãos

Vários fatores estão relacionados para influenciar na adesão à higienização das

mãos dos profissionais da saúde, sendo:

a) “Categoria profissional, com evidencias de menor adesão a higiene das mãos

por parte de profissionais médicos;

b) Profissionais que trabalhem em unidades críticas, como: Unidades de

Terapias Intensivas, Centro Cirúrgico e Pronto-Socorro;

c) Proporção inadequada e insuficiente entre o número de profissionais e o

número de pacientes;

d) Relatos dos próprios profissionais que justificam a baixa adesão à higiene

das mãos por motivos como: irritação na pele causada pelos produtos, pias

em quantidades insuficientes e longe do ponto de assistência, falta de

insumos como sabão e papel toalha, estar muito ocupado e com pouco tempo

para higienizar as mãos, acreditar que o uso das luvas dispensa a

necessidade de higienizar as mãos e desconhecimento científico do impacto

36

da adesão à higiene das mãos na prevenção de infecções” (CAPELO;

FERREIRA; VARKULJA, 2013).

Existem estratégias que melhoram a adesão à higienização das mãos, sendo

educação continuada com os profissionais de saúde enfocando quando, porque e

como higienizar as mãos; apresentar modelos que motivem e incentivem que

exerçam a prática; apresentar dinâmica em grupo abordando assuntos voltados para

higienização das mãos; utilizar lembretes; instalar dispensores de solução alcoólica

nos pontos de assistência, lembrar sempre que a higienização das mãos é

prioridade da instituição.

A adesão à higienização das mãos pelos profissionais de saúde é

inaceitávelmente baixa. Incluindo vários aspectos que diminuem esta prática.

(CAPELO; FERREIRA; VARKULJA, 2013).

2.6 Incidência de Infecção Hospitalar no Brasil e adesões para melhorias futuras

O aumento de infecção hospitalar está relacionado com critérios de técnicas,

diagnósticos, fatores que relacionam um tempo ou unidade, sendo extrínsecos ou

intrínsecos (VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, 2006).

As Infecções Hospitalares (IH) tornam-se um fenômeno que atingem tanto

países desenvolvidos como em desenvolvimento. Nos Estados Unidos,

estima-se que dois milhões de IH ocorram por ano, com taxas que podem

atingir até 50%, quando se tratam de infecções da corrente sanguínea em

pacientes de Unidade de Terapia Intensiva, com custos associados de até

US$ 240.000,00. Um estudo de prevalência conduzido pela Organização

Mundial de Saúde (OMS) em 55 hospitais de 14 países, representando

quatro regiões (Europa, Leste do Mediterrâneo, Sudeste Asiático e Oeste do

Pacífico), identificou uma média de 8,7 % de pacientes hospitalizados que

apresentam IH. Não existem dados de IH no âmbito nacional, exceto em

estudo que avaliou a magnitude das IH no Brasil com a identificação da

prevalência destas infecções em hospitais. O estudo mostrou uma taxa de

IH de 15,5% no Brasil (VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 2006, p 12).

A Vigilância Epidemiológica propõem ações para melhoria, sendo elas:

a) Promover adesão;

b) Melhorar a qualidade dos dados;

c) Oferecer suporte técnico;

d) Realizar retroalimentação;

37

e) Elaborar continuidade do planejamento;

f) Analisar os resultados. (VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, 2006).

A infecção hospitalar atinge o mundo todo e representa uma das causas de

morte em pacientes hospitalizados. No Brasil, segundo o Ministério da

Saúde, a taxa média de infecção hospitalar é de cerca 15%, ao passo que

nos EUA e na Europa é de 10%. Cabe lembrar, no entanto, que o índice de

infecção hospitalar varia significativamente, pois está diretamente

relacionada com o nível de atendimento e complexidade de cada hospital

(ANVISA, p 7, 2004).

Figura: 6 Índice de infecção no Brasil

Fonte: Google imagens, 2014

2.7 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)

A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) tem por definição as

ações que visem no controle de infecções no âmbito hospitalar. É regulamentada

através da Portaria MS 2616/98 (Ministério da Saúde, 1998).

Cada hospital possui a CCIH sendo que a mesma possui as seguintes

funções para o controle de infecções, sendo elas:

38

Devendo avaliar, manter, implementar e elaborar o programa de infecção

hospitalar.

a) Implantar sistema de Vigilância Epidemiológica;

b) Supervisão e implementação das normas e rotinas técnico operacional;

c) Capacitar os profissionais da instituição;

d) Utilizar antimicrobianos e germicidas;

e) Realizar investigação epidemiológica de casos de infecção e surtos;

f) Elaborar e divulgar aos responsáveis dos setores sobre infecção hospitalar;

g) Elaborar regimento interno para CCIH e funcionários da instituição;

h) Cooperar com as ações do SUS;

i) Notificar os casos suspeitos ou confirmados de outras doenças sob a

vigilância epidemiológica. (VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, 2006).

2.7.1 Membros Executores:

a) Médico Neonatologista, com conhecimentos específicos no controle de

infecção hospitalar

b) Médico Infectologista.

c) Enfermeiro com conhecimentos específicos na área de controle de infecção

hospitalar.

2.7.2 Membros Consultores (Grupo Normativo):

a) Representante da Área Médica da Ginecologia: (Médico)

b) Representante da Área Médica de Oncologia: (Médico)

c) Representante da Área Médica de Obstetrícia: (Médico)

d) Representante da Área Médica de Neonatologia: (Médico)

e) Representante da Área Médica de Anestesiologia: (Médico)

f) Representante da UTI: (Médico)

g) Representante do Serviço de Farmácia: (Farmacêutico)

h) Representante do Serviço de Enfermagem

i) Representante da Administração. (VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, 2006)

39

Figura: 7 Organograma da CCIH

Fonte: Google imagens, 2014

40

CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Para demonstrar que a higienização das mãos é de extrema importância na

prevenção e controle de infecção, foi realizada uma pesquisa descritiva de caráter

qualitativo na Associação Hospitalar Santa Casa de Lins, no período de 1º. a 30 de

setembro de 2014.

Entende-se por pesquisa descritiva aquela que engloba dois tipos: a pesquisa

documental e/ou bibliográfica e pesquisa de campo. Neste tipo de pesquisa, o

pesquisador descreve o objeto de pesquisa, pesquisando a frequência em que um

fenômeno ocorre, sua natureza, causas, relações, características e conexos com

outros fenômenos (BARROS, LEHFELD, 2008).

3.1 Métodos

Os métodos utilizados na pesquisa foram o estudo de caso e o de observação

sistemática.

3.1.1 Método de estudo de caso

Foi realizado um estudo de caso, no setor de Clínica Médica da Associação

Hospitalar Santa Casa de Lins, foram entrevistados os técnicos de enfermagem,

após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO A).

Entende-se por estudo de caso aquele que tem análise minuciosa de um caso

individual, explicativa de patologias; estudo nas ciências sociais voltada à coleta e

ao registro de informações sobre um ou vários casos, elaboração de relatórios

críticos, organizados e avaliados, dando margens a decisões e intervenções sobre o

objeto escolhido para a investigação (BARROS, LEHFELD, 2008).

Pode-se realizar o estudo de caso somente tipificando um individuo mais

acentuado em uma organização institucional ou comunitária, como centros

41

industriais, comerciais, bairros, hospitais, etc. (BARROS, LEHFELD, 2008 p 112).

O estudo de caso pode ser dividido em:

a) Históricos organizacionais: Quando uma instituição é examinada;

b) Observacionais: Utiliza escala e observação, está ligada à pesquisa

qualitativa e participante;

c) Histórias de vida: É realizado através de coleta de dados e entrevistas

orais registrado pelo próprio pesquisador (BARROS, LEHFELD, 2008).

3.1.2 Método de observação sistemática

Foi realizado observação antes e após cada procedimento feito pelos

profissionais verificando se era utilizada a técnica para higienizar as mãos ou

ausência desta.

Entende-se por observação sistemática por ser estruturada e realizada em

condições controladas com objetivos e propósitos predefinidos. Delimita-se a área a

ser observada, com planejamento prévio para o desenvolvimento (BARROS,

LEHFELD, 2008).

3.2 Técnica

3.2.1 Roteiro de Estudo de Estudo de Caso (Apêndice A)

3.2.2 Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)

3.2.3 Questionário para os Técnicos de Enfermagem (Apêndice C)

3.2.4 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A)

3.2.5 Termo de responsabilidade da instituição (Anexo B)

3.3 A Associação Hospitalar Santa Casa de Lins

A Associação Hospitalar Santa Casa de Lins é um hospital geral de média

complexidade, localizado em Lins, interior de São Paulo, e conta com 71 leitos.

O Hospital foi fundado em 1923. Em toda sua história, foi o hospital referência

de Lins e região. No entanto, problemas administrativos passaram a ameaçar a

continuidade dos serviços prestados. O poder executivo municipal decretou uma

intervenção administrativa na entidade. Ainda assim, as dificuldades continuaram.

42

Em 14 de setembro de 2011, após insistentes pedidos dos prefeitos da região e da

Secretaria de Estado de Saúde, a Associação e Fraternidade São Francisco de

Assis na Providência de Deus assumiu a administração da Santa Casa.

Desde então, o hospital vem passando por sucessivas adequações: reforma

para reativar 32 leitos desativados há cerca de dois anos; reforma e ampliação da

UTI, que conta com 5 leitos e pretende ampliar-se para 10; reforma da cozinha,

lavanderia e recepção, entre outros, além de aquisição de equipamentos.

A Santa Casa de Lins realiza cerca de 300 internações mensais, 4 mil

exames de diagnóstico por imagens, 6 mil atendimentos de Pronto Socorro e 600

consultas médicas de especialidades.

Como instituição cristã de saúde, o Hospital e Maternidade Mãe do Divino

Amor na Providência de Deus visa oferecer e melhorar o atendimento médico

hospitalar à população, em especial daqueles de baixa renda, possibilitando o

atendimento integral, humanizado e qualificado de todos os pacientes usuários do

SUS, especialmente de gestantes.

A casa de saúde realiza atendimento médico pelo SUS, internações, cirurgias

de média e baixa complexidade, exames laboratoriais, serviços a gestantes

(inclusive os respectivos partos), dentre outros procedimentos médicos necessários

ao pronto e eficaz atendimento da população (FRANCISCANOS NA PROVIDÊNCIA,

2014).

3.3.1 Recursos físicos

O setor de clínica médica e cirúrgica conta com 15 quartos com 1 banheiro

cada, sala de espera com banheiro, banheiro masculino e feminino para

funcionários, copa, enfermaria, rouparia, sala de curativos, expurgo, sala de preparo

de medicações, 3 elevadores e escadaria.

3.3.2 Recursos humanos

O setor de clinica médica e cirúrgica funciona 24 horas e possui 2 turnos de

12 horas, o mesmo possui um total de 40 funcionários do setor sendo 2 enfermeiras,

8 médicos, 28 técnicos de enfermagem e 2 auxiliares de enfermagem. Tendo 2

43

enfermeiras responsáveis técnicas e 1 enfermeira da Comissão de Controle de

Infecção Hospitalar (CCIH) responsáveis por todo o hospital.

A unidade possui os seguintes serviços de apoio: central de material e

esterilização, serviço de higiene e limpeza, nutrição, farmácia, cozinha, lavanderia,

laboratório, banco de sangue, centro cirúrgico, serviço de diagnóstico por imagem

como raio X, tomografia computadorizada e ressonância magnética, serviço social,

serviço voluntário, serviço religioso, serviço de manutenção, serviço de atendimento

( recepção) e serviço de apoio.

3.3.3 Idade da população do setor de clínica médica

Idade da população atendida: A população tem idade superior a 18 anos.

3.3.4 Morbidades prevalentes

Pacientes portadores de doenças crônicas, pacientes portadores de afecções

do sistema respiratório, cardiovascular, hematológico, digestivo, endócrino e

hormonal, urológico, imunológicas e reumáticas, tegumentar e neurológicas,

afecções neoplásicas e portadores de doenças infecciosas.

3.3.5 Tipos de internação

No setor de clínica médica e cirúrgica, além dos pacientes clínicos também

são internados os pacientes de pré-operatório e pós-operatório.

3.4 A entrevista com os profissionais

Foi realizada uma pesquisa junto a Associação Hospitalar Santa Casa de

Lins, concedida pelo Frei responsável conforme termo de responsabilidade da

instituição (ANEXO B), durante um período de 30 dias (de 1º a 30 de Setembro de

2014), foram entrevistados 06 técnicos de enfermagem durante cada intervalo de

trabalho.

44

A coleta de dados se deu por meio de questionário para os técnicos de

enfermagem (Apêndice C) responder de livre e espontânea vontade conforme o

termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO A).

Tabela Entrevista com os técnicos e auxiliares de enfermagem

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2014.

3.5 Discussão dos resultados

PERGUNTAS SIM NÃO

1) Nesta instituição possui preparação alcoólica? 05 01

2) Você já participou de algum treinamento sobre

higienização das mãos?

06 --

3) O uso de adornos têm possibilidade de colonizar as

mãos?

05 01

4) As opções evitam a infecção hospitalar?

a) Higienizar as mãos antes o contato com o paciente.

b) Higienizar as mãos após o contato com o paciente.

c) Higienizar as mãos imediatamente após o contato

com fluídos.

d) Higienizar as mãos antes de um procedimento

asséptico.

06

06

06

06

--

--

--

--

5) As seguintes superfícies podem contaminar as mãos?

a) A maçaneta da porta do quarto;

b) A roupa da cama do paciente;

c) A pele intacta do próprio paciente ou de outro;

d) O prontuário do paciente;

e) As paredes do quarto.

06

06

04

03

04

--

--

02

03

02

6) Na sua opinião, parar para higienizar as mãos faz perder

tempo nas suas atividades?

01 05

7) Você conhece as técnicas para higienização das mãos

com água e sabão?

06 --

8) Higienizar as mãos somente com álcool gel 70% tem a

mesma eficácia que higienizar com água e sabão?

01 05

9) Com suas palavras e opinião diga sobre a importância de

higienizar as mãos.

Em todas as

respostas

afirmam o

controle de

infecção.

45

Embora na instituição haja o treinamento em relação à higienização das mãos

e, portanto, haja conscientização da importância da lavagem das mãos antes e

depois de qualquer procedimento, verificou-se, na prática, tal hábito não é

considerado ou apresenta falhas.

A literatura afirma que os profissionais da saúde são os principais

responsáveis pela disseminação de microrganismos, facilitando a contaminação no

ambiente hospitalar (POTTER; PERRY, 2004 apud MESQUITA; MARKIES, 2011).

Observou-se que esses profissionais têm o cuidado com os pacientes, a

atenção necessária, porém falham frequentemente ao higienizar as mãos antes e

após a realização de procedimentos. A literatura nos apresenta o fato de que as

mãos dos profissionais de saúde são o veículo de microrganismos que acabam por

disseminar infecções (POTTER; PERRY, 2004 apud MESQUITA; MARKIES, 2011).

Os resultados obtidos através da entrevista com os profissionais de saúde

envolvidos nos mostraram resultados que demonstram o quanto é difícil assumir que

falham no importante aspecto da higienização das mãos. Verificou-se também que

se trata de um tema delicado quando se aborda diretamente o assunto.

Embora a instituição disponibilize preparações alcoólicas e, a maioria tenha

ciência disso, na prática, não usam a referida preparação.

O treinamento sobre a higienização das mãos é feita pela instituição e, todos

os profissionais de saúde entrevistados afirmam que passaram por esse

treinamento. Portanto a conscientização existe.

A unidade disponibiliza os agentes tópicos necessários e adequados para a

higienização das mãos, porém, pela observação, o procedimento não é realizado

seguindo as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), 2007.

Observou-se também que, apesar da maioria dos entrevistados considerarem

que o uso de adornos possibilita a colonização de microrganismos nas mãos, os

mesmos demonstraram a falta de conhecimento em relação a esse uso e a relação

com a colonização das mãos por microrganismos.

Os profissionais da saúde conhecem a importância do ato de higienizar as

mãos antes e depois de um procedimento. Porém, o fazem de maneira inadequada,

sem considerar tal prática. A ausência ou mesmo a inadequação da higienização

das mãos acaba por constituir-se no veículo de disseminação e contaminação dos

pacientes e, do próprio profissional, conduzindo à ocorrência da infecção hospitalar.

46

3.6 Parecer final do caso

Pelos resultados obtidos através do questionário, verificou-se que há

conscientização assim como a disponibilização por parte da instituição do

necessário para a higienização das mãos antes e depois de um procedimento. O

difícil é o profissional de saúde assumir que falha em um ou mais aspectos no que

se refere a essa higienização.

Quando se aborda diretamente esse assunto, torna-se um tema delicado e

difícil de tratar.

47

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Frente aos dados obtidos neste estudo e tendo em vista a importância de

higienizar as mãos adequadamente, sugere-se:

a) Implantar educação permanente, uma vez na semana, abordando a

técnica de lavagem das mãos e a importância da mesma para os

técnicos e auxiliares de enfermagem, com o objetivo de obter

conscientização acerca do risco que podem causar sem a prática da

higienização das mãos ou realizando de maneira inadequada.

b) Realizar atividades de conscientização sobre a relação entre a higiene

das mãos e a disseminação de microrganismos.

c) Intensificar a educação continuada.

d) Realizar mudança na metodologia da educação continuada.

e) Inserir dispenser de preparação alcoólica em pontos estratégicos do

corredor do setor.

f) Realizar dimensionamento de pessoal.

48

CONCLUSÃO

O objetivo de observar a prática de higienização das mãos neste estudo tem a

finalidade de garantir segurança aos pacientes assistidos e para conscientizar os

profissionais que trabalham neste âmbito, mostrar que um simples hábito evita

infecções hospitalares.

Após o término deste estudo, pode-se verificar que os objetivos propostos

foram atingidos. A falta de conscientização relacionada à lavagem das mãos,

embora os profissionais apresentem conhecimento, na prática não é realizada de

maneira adequada.

A educação continuada deve ser enfatizada para se atingir uma maior

conscientização por parte dos profissionais da saúde.

A higienização das mãos deve ser cada vez mais praticada, pois esse

procedimento é eficaz na redução de infecções hospitalares.

Espera-se uma melhor conscientização dos profissionais da saúde com o

cuidado de higienizar as mãos antes e após os procedimentos, enfatizando o tema

que é de suma importância no controle de infecções.

Este trabalho não se esgota aqui, podendo dar continuidade para outros tipos

de pesquisa, para melhor enfatizar este tema que é de extrema importância.

49

REFERÊNCIA

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, Manual de

Microbiologia Clínica para o Controle de infecção em serviço de saúde, 2004.

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dados de 2004, setembro, 2006.

52

APÊNDICES

53

APÊNDICE A

ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO

1 Introdução (metodologia)

O principal objetivo do estudo de caso é observar a técnica de

higienização das mãos utilizada pelos técnicos de enfermagem.

Os métodos utilizados na pesquisa serão estudo de caso,

observação e questionário para os técnicos de enfermagem.

2 Trabalho realizado

2.1 Caracterização do setor de clínica médica

2.2 Material utilizado: será o mesmo para todos os entrevistados

2.3 Questionário com os técnicos de enfermagem

3 Discussão

3.1 Análise do questionário e observação da higienização das mãos dos

profissionais da saúde realizado no setor de clínica médica da

Associação Hospitalar Santa Casa de Lins.

3.2 Análise na falta de adesão à prática de higienização das mãos.

3.3 Discussão dos principais resultados.

4 Parecer final

4.1 Descrição da falta de adesão à prática de higienização das mãos.

54

APÊNDICE B

ROTEIRO PARA OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA

FUNCIONÁRIO 1 ÁGUA E SABÃO SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( ) ÁGUA SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( ) ÁGUA E SABÃO COM TÉCNICA CORRETA SIM ( ) NÃO ( )

FUNCIONÁRIO 2 ÁGUA E SABÃO SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( ) ÁGUA SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( ) ÁGUA E SABÃO COM TÉCNICA CORRETA SIM ( ) NÃO ( )

FUNCIONÁRIO 3 ÁGUA E SABÃO SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( ) ÁGUA SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( ) ÁGUA E SABÃO COM TÉCNICA CORRETA SIM ( ) NÃO ( )

FUNCIONÁRIO 4 ÁGUA E SABÃO SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( ) ÁGUA SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( ) ÁGUA E SABÃO COM TÉCNICA CORRETA SIM ( ) NÃO ( )

FUNCIONÁRIO 5

ÁGUA E SABÃO SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( )

ÁGUA SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( )

ÁGUA E SABÃO COM TÉCNICA CORRETA SIM ( ) NÃO ( )

FUNCIONÁRIO 6

ÁGUA E SABÃO SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( )

ÁGUA SEM TÉCNICA SIM ( ) NÃO ( )

ÁGUA E SABÃO COM TÉCNICA CORRETA SIM ( ) NÃO ( )

55

APÊNCIDE C

QUESTIONÁRIO PARA OS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM

1) Nesta instituição possui preparação alcoólica disponível ?

( ) Sim ( ) não

2) Você já participou de algum treinamento sobre higienização das mãos?

( ) Sim ( ) não

3) O uso de adornos têm possibilidade de colonizar as mãos?

( ) Sim ( ) não

4) As opções evitam a infecção hospitalar ?

( ) Sim ( ) Não - Higienizar as mãos antes do contato com o paciente;

( ) Sim ( ) Não - Higienizar as mãos após o contato com o paciente;

( ) Sim ( ) Não - Higienizar as mãos imediatamente após contato com

fluídos;

( ) Sim ( ) Não - Higienizar as mãos antes de um procedimento

asséptico

5) As seguintes superfícies podem contaminar as mãos ?

(...) Sim ( ) Não – A maçaneta da porta do quarto;

(...) Sim ( ) Não –A roupa de cama do paciente;

(...) Sim ( ) Não –A pele intacta do próprio paciente ou de outro;

(...) Sim ( ) Não –o prontuário do paciente;

(...) Sim ( ) Não –As paredes do quarto;

6) Na sua opinião, parar para higienizar as mãos faz perder tempo nas suas

atividades?

(...) Sim ( ) Não

56

7) Você conhece as técnicas para higienização das mãos com água e sabão?

(...) Sim ( ) Não

8) Higienizar as mãos somente com álcool gel 70% tem a mesma eficácia que

higienizar com água e sabão?

(...) Sim ( ) Não

9) Com suas palavras e opinião diga sobre a importância de higienizar as mãos.

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

__________________________________________

57

ANEXOS

58

ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) participante:

Sou estudante do curso de graduação no Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium. Estou realizando uma pesquisa com o tema Observação do procedimento da

higienização das mãos dos profissionais da área da saúde em álcool em gel 70% e/ou em

água e sabão, cujo objetivo é Observar os profissionais da saúde durante a higienização das

mãos e orientar os profissionais a evitarem infecções relacionadas á assistência á saúde

através da higienização das mãos

Sua participação envolve um questionário relacionado à higienização das

mãos e em seguida observação.

A participação nesse estudo é voluntária e se você decidir não participar ou

quiser desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-

lo.

Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será mantida no

mais rigoroso sigilo. Serão omitidas todas as informações que permitam identificá-

lo(a).

Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você estará

contribuindo para a compreensão do fenômeno estudado e para a produção de

conhecimento científico.

Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pelo(s)

pesquisador(es) fone (14) 99688-4813/ 98216-0095 ou pela entidade responsável –

Comitê de Ética em Pesquisa do Unisalesiano , fone 3533-6200.

Atenciosamente

___________________________ Nome e assinatura do(a) estudante

CPF:

____________________________ Local e data

___________________________

Nome e assinatura do(a) estudante CPF:

____________________________ Local e data

__________________________________________________ Nome e assinatura do(a) professor(a) supervisor(a)/orientador(a) CPF:

59

Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido uma cópia deste termo de consentimento.

_____________________________ Nome e assinatura do participante

______________________________

Local e data

60

ANEXO B

TERMO DE RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO

Eu, _________________________________(Vice-Diretor, Diretor...)

da______________( nome da Instituição, empresa...) declaro estar ciente e que

cumprirei os termos da Resolução 196, de 09/10/96, do Conselho Nacional de

Saúde do Ministério da Saúde e que a ________________________(Clínica,

departamento, núcleo, curso...) tem recursos para realizar o projeto de

pesquisa________________(nome do projeto de pesquisa).

Araçatuba (nome da cidade), __ de ________ de ____

Assinatura (diretor)

Prof. Dr NOME (diretor)

CPF________________

61