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Conceitos de vida e morte no ritual do axexê Tradição e tendências recentes dos ritos funerários no candomblé Reginaldo Prandi Prof. Titular de Sociologia da Universidade de São Paulo Nas mais diferentes culturas, a concepção religiosa da morte está contida na própria concepção da vida e ambas não se separam. Os iorubás e outros grupos africanos que formaram a base cultural das religiões afro-brasileiras acreditam que a vida e a morte alternam-se em ciclos, de tal modo que o morto volta ao mundo dos vivos, reencarnando-se num novo membro da própria família. São muitos os nomes iorubás que exprimem exatamente esse retorno, como Babatundê, que quer dizer "O-pai- está-de-volta".Para os iorubás, existe um mundo em que vivem os homens em contato com a natureza, o nosso mundo dos vivos, que eles chamam de aiê, e um mundo sobrenatural, onde estão os orixás, outras divindades e espíritos, e para onde vão os que morrem, mundo que eles chamam de orum. Quando alguém morre no aiê, seu espírito, ou uma parte dele, vai para o orum, de onde pode retornar ao aiê nascendo de novo. Todos os homens, mulheres e crianças vão para um mesmo lugar, não existindo a idéia de punição ou prêmio após a morte e, por conseguinte, inexistindo as noções de céu, inferno e purgatório nos moldes da tradição ocidental-cristã. Não há julgamento após a morte e os espíritos retornam à vida no aiê tão logo possam, pois o ideal é o mundo dos vivos, o bom é viver. Os espíritos dos mortos ilustres (reis, heróis, grandes sacerdotes, fundadores de cidades e de linhagens) são cultuados e se manifestam nos festivais de egungum no corpo de sacerdotes mascarados, quando então transitam entre os humanos, julgando suas faltas e resolvendo as contendas e pendências de interesse da comunidade.O papel do ancestral egungum no controle da moralidade do grupo e na manutenção do equilíbrio social através da solução de pendências e disputas pessoais, infelizmente, não se reproduziu no Brasil. Embora o culto ao egungum tenha sido reconstituído na Bahia em uns poucos

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Conceitos de vida e morte no ritual do axexê

 

 Tradição e tendências recentes dos ritos funerários no candomblé  

Reginaldo Prandi Prof. Titular de Sociologia da Universidade de São Paulo

 

Nas mais diferentes culturas, a concepção religiosa da morte está contida na própria concepção da vida e ambas não se separam. Os iorubás e outros grupos africanos que formaram a base cultural das religiões afro-brasileiras acreditam que a vida e a morte alternam-se em ciclos, de tal modo que o morto volta ao mundo dos vivos, reencarnando-se num novo membro da própria família. São muitos os nomes iorubás que exprimem exatamente esse retorno, como Babatundê, que quer dizer "O-pai-está-de-volta".Para os iorubás, existe um mundo em que vivem os homens em contato com a natureza, o nosso mundo dos vivos, que eles chamam de aiê, e um mundo sobrenatural, onde estão os orixás, outras divindades e espíritos, e para onde vão os que morrem, mundo que eles chamam de orum. Quando alguém morre no aiê, seu espírito, ou uma parte dele, vai para o orum, de onde pode retornar ao aiê nascendo de novo. Todos os homens, mulheres e crianças vão para um mesmo lugar, não existindo a idéia de punição ou prêmio após a morte e, por conseguinte, inexistindo as noções de céu, inferno e purgatório nos moldes da tradição ocidental-cristã. Não há julgamento após a morte e os espíritos retornam à vida no aiê tão logo possam, pois o ideal é o mundo dos vivos, o bom é viver. Os espíritos dos mortos ilustres (reis, heróis, grandes sacerdotes, fundadores de cidades e de linhagens) são cultuados e se manifestam nos festivais de egungum no corpo de sacerdotes mascarados, quando então transitam entre os humanos, julgando suas faltas e resolvendo as contendas e pendências de interesse da comunidade.O papel do ancestral egungum no controle da moralidade do grupo e na manutenção do equilíbrio social através da solução de pendências e disputas pessoais, infelizmente, não se reproduziu no Brasil. Embora o culto ao egungum tenha sido reconstituído na Bahia em uns poucos terreiros especializados, o candomblé de egungum da Ilha de Itaparica (Braga, 1992), mais tarde também presente na cidade de Salvador e em São Paulo, está muito distante da prática diária dos candomblés de orixás e praticamente divorciados da vida na sociedade profana, perdendo completamente as funções sociais africanas originais, de tal modo que a religião africana no Brasil, disseminada pelos terreiros de orixás, acabou por se constituir numa religião estritamente ritual, uma religião a-ética, uma vez que seus

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componentes institucionais de orientação valorativa e controle do comportamento em face de uma moralidade coletiva exercitada nos festivais dos antepassados egunguns ausentaram-se completamente da vida cotidiana dos seguidores da religião dos orixás.O ideal iorubá do renascimento é as vezes tão extremamente exagerado, que alguns espíritos nascem e em seguida morrem somente pelo prazer de rapidamente poder nascer de novo. São os chamados abicus (literalmente, nascido para morrer), que explicam na cultura iorubá tradicional as elevadas taxas de mortalidade infantil. Em geral, um abicu renasce seguidamente do útero da mesma mãe. Quando uma criança é identificada como sendo um abicu, muitos são os ritos ministrados para impedir sua morte prematura. Assim como a sociedade Egungum cultua os antepassados masculinos do grupo (Babayemi, 1980), outra sociedade de mascarados, a sociedade Gueledé, celebra a mães ancestrais, às quais cabe também zelar pela saúde e vida das crianças, inclusive os abicus (Lawal, 1996). Os festivais Gueledé não sobreviveram no Brasil (segundo o Professor Agenor Miranda Rocha, em conseqüência de disputas, no começo do século, entre lideranças do candomblé da Casa Branca do Engenho Velho, que provocaram a cisão do grupo e fundação do Axé Opô Afonjá por Mãe Aninha Obá Bií). Também não sobreviveu integralmente a idéia de abicu e o termo passou a designar, em muitos candomblés, as pessoas que são consideradas como tendo nascido já iniciadas para o orixá a que pertencem, não devendo, assim, ser raspadas, como devem ser os demais que se iniciam na religião. A maneira fragmentária como a religião africana foi se reconstituindo no Brasil implicou, claramente, em acentuadas mudanças nos conceitos de vida e morte, mudanças que vão afetar o sentido de certas práticas rituais, especialmente quando sofrem a concorrência de ritos católicos e de concepções ensinada pela Igreja.A tradição cristã ensina que o ser humano é composto de corpo material e espírito indivisível, a alma. Na concepção iorubá, existe também a idéia do corpo material, que eles chamam de ara, o qual com a morte decompõe-se e é reintegrado à natureza, mas, em contrapartida, a parte espiritual é formada de várias unidades reunidas, cada uma com existência própria. As unidades principais da parte espiritual são 1) o sopro vital ou emi, 2) a personalidade-destino ou ori, 3) identidade sobrenatural ou identidade de origem que liga a pessoa à natureza, ou seja, o orixá pessoal e 4) o espírito propriamente dito ou egum. Cada parte destas precisa ser integrada no todo que forma a pessoa durante a vida, tendo cada uma delas um destino diferente após a morte. O emi, sopro vital que vem de Olorum e que está representado pela respiração, abandona na hora da morte o corpo material, fabricado por Oxalá, sendo reincorporado à massa coletiva que contém o princípio genérico e inesgotável da vida, força vital cósmica do deus-primordial Olodumare-Olorum. O emi nunca se perde e é constantemente reutilizado. O ori, que nós chamamos de cabeça e que contém a individualidade e o destino, desaparece com a morte, pois é único e pessoal, de modo que ninguém herda o destino de outro. Cada vida será diferente, mesmo com a reencarnação. O orixá individual, que define a origem mítica de cada pessoa, suas potencialidades e tabus, origem que não é a mesma para todos, como

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ocorre na tradição judaico-cristã (segundo a qual todos vêm de um único e mesmo deus-pai), retorna com a morte ao orixá geral, do qual é uma parte infinitésima. Finalmente, o egum, que é a própria memória do vivo em sua passagem pelo aiê, que representa a plena identidade e a ligação social, biográfica e concreta com a comunidade, vai para o orum, podendo daí retornar, renascendo no seio da própria família biológica. Quando se trata de alguém ilustre, os vivos podem cultuar sua memória, que pode ser invocada através de um altar ou assentamento preparado para o egum, o espírito do morto, como se faz com os orixás e outras entidades espirituais. Sacrifícios votivos são oferecidos ao egum que integra a linhagem dos ancestrais da família ou da comunidade mais ampla. Representam as raízes daquele grupo e são a base da identidade coletiva.Na África tradicional, dias depois do nascimento da criança iorubá, realiza-se a cerimônia de dar o nome, denominada ekomojadê, quando o babalaô consulta o oráculo para desvendar a origem da criança. É quando se sabe, por exemplo, se se trata de um ente querido renascido. Os nomes iorubás sempre designam a origem mítica da pessoa, que pode referir-se ao seu orixá pessoal, geralmente o orixá da família, determinado patrilinearmente, ou à condição em que se deu o nascimento, tipo de gestação e parto, sua posição na seqüência dos irmãos, quando se trata, por exemplo daquele que nasce depois de gêmeos, a própria condição de abicu e assim por diante. A partir do momento do nome, desencadeia-se uma sucessão de ritos de passagem associados não só aos papéis sociais, como a entrada na idade adulta e o casamento, mas também à própria construção da pessoa, que se dá através da integração, em diferentes momentos da vida, dos múltiplos componentes do espírito. Com a morte, estes ritos são refeitos, agora com a intenção de liberar essas unidades espiritiais, de modo que cada uma deles chegue ao destino certo, restituindo-se, assim, o equilíbrio rompido com a morte.No Brasil, nas comunidades de candomblé e demais denominações religiosas afro-brasileiras que seguem mais de perto a tradição herdada da África, a morte de um iniciado implica a realização de ritos funerários. O rito fúnebre é denominado axexê na nação queto, tambor de choro nas nações mina-jeje e mina-nagô, sirrum na nação jeje-mahim e no batuque, ntambi ou mukundu na nação angola, tendo como principais fins os seguintes:desfazer o assentamento do ori, que é fixado e cultuado na cerimônia do bori, cerimônia que precede o culto do próprio orixá pessoal;desfazer os vínculos com o orixá pessoal para o qual aquele homem ou mulher foi iniciado, o que significa também desfazer os vínculos com toda a comunidade do terreiro, incluindo os ascendentes (mãe e pai-de-santo), os descendentes (filhos-de-santo) e parentes-de-santo colaterais; despachar o egum do morto, para que ele deixe o aiê e vá para o orum. Como cada iniciado passa por ritos e etapas iniciáticas ao longo de toda a vida, os ritos funerários serão tão mais complexos quanto mais tempo de iniciação o morto tiver, ou seja, quanto mais vínculos com o aiê tiverem que ser cortado (Santos, 1976).Mesmo o vínculo com o orixá, divindade que faz parte do orum, representa uma ligação com o aiê, pois o assentamento do orixá é material e existe no aiê, como representação de sua existência no orum, ou mundo paralelo. Mesmo um abiã, o postulante que está começando

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sua vida no terreiro e que já fez o seu bori, tem laços a cortar, pois seu assento de ori precisa ser despachado, evidentemente numa cerimônia mais simples. Em resumo, podemos dizer que a seqüência iniciática por que passa um membro do candomblé, xangô, batuque ou tambor de mina (bori, feitura de orixá, obrigações de um, três e cinco anos, decá no sétimo ano, obrigações subseqüentes a cada sete anos) representa aprofundamento e ampliação de laços religiosos, quando novas responsabilidades e prerrogativas vão se acumulando: com a mãe ou pai-de-santo, com a comunidade do terreiro, com filhos-de-santo, com o conjunto mais amplo do povo-de-santo etc. Com a morte, tais vínculos devem ser desfeitos, liberando o espírito, o egum, das obrigações para com o mundo do aiê, inclusive a religião. O rito funerário é, pois, o desfazer de laços e compromissos e a liberação das partes espirituais que constituem a pessoa. Não é de se admirar que, simbolizando a própria ruptura que tal cerimônia representa, os objetos sagrados do morto são desfeitos, desagregados, quebrados, partidos e despachados.O termo axexê, que designa os ritos funerários do candomblé de nação queto e outras variantes de origem iorubá e fom-iorubá, ou jeje-nagô, como são mais conhecidas, é provavelmente uma corruptela da palavra iorubá àjèjé. Em terras iorubás, por ocasião da morte de um caçador, era costume matar-se um antílope ou outra caça de quatro pés como etapa do rito fúnebre. Uma parte do animal era comida pelos parentes e amigos do morto, reunidos em festa em homenagem ao defunto, enquanto a outra parte era levada ao mato e oferecida ao espírito do falecido caçador. Juntamente com a carne do animal, depositavam-se na mata os instrumentos de caça do morto. A este ebó dava-se o nome de àjèjé (Abraham, 1962: 38). O axexê que se realiza no candomblé brasileiro pode ser pensado como um grande ebó, com a oferenda, entre outras coisas, de carne sacrificial ao espírito do morto, e no qual se juntam seus objetos rituais.Sendo o candomblé uma religião de transe, várias divindades participam ativamente do rito funerário, especialmente os orixás associados à morte e aos mortos, ocupando Oiá ou Iansã lugar de destaque. Iansã é considerada o orixá encarregado de levar os mortos para o orum, atribuindo-se a ela o patronato do axexê, conforme mito narrado por Mãe Stella Odé Kaiodé, ialorixá do Axé Opô Afonjá, que resume bem a idéia do axexê como cerimônia de homenagem ao morto.

Assim diz o mito:

Vivia em terras de Queto um caçador chamado Odulecê. Era o líder de todos os caçadores. Ele tomou por sua filha uma menina nascida em Irá, que por seus modos espertos e ligeiros foi conhecida por Oiá. Oiá tornou-se logo a predileta do velho caçador, conquistando um lugar de destaque entre aquele povo. Mas um dia a morte levou Odulecê, deixando Oiá muito triste. A jovem pensou numa forma de homenagear o seu pai adotivo. Reuniu todos os instrumentos de caça de Odulecê e enrolou-os num pano. Também preparou todas as iguarias que ele tanto gostava de saborear. Dançou e cantou por sete dias, espalhando por toda parte, com seu vento, o seu canto, fazendo com que se reunissem no local todos os

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caçadores da terra. Na sétima noite, acompanhada dos caçadores, Oiá embrenhou-se mata adentro e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de Odulecê. Nesse instante, o pássaro "agbé" partiu num vôo sagrado. Olorum, que tudo via, emocionou-se com o gesto de Oiá-Iansã e deu-lhe o poder de ser a guia dos mortos em sua viagem para o Orum. Transformou Odulecê em orixá e Oiá na mãe dos espaços sagrados. A partir de então, todo aquele que morre tem seu espírito levado ao Orum por Oiá. Antes porém deve ser homenageado por seus entes queridos, numa festa com comidas, canto e dança. Nascia, assim, o ritual do axexê. (Santos, 1993: 91).Também participam do axexê os orixás Nanã, Euá, Omulu, Oxumarê, Ogum e eventualmente Obá, não se incluindo, contudo, nesta lista Xangô, que dizem ter pavor de egum, conforme narram outros mitos.A seqüência do axexê começa imediatamente após a morte, quando o cadáver é manuseado pelos sacerdotes para se retirar da cabeça a marca simbólica da presença do orixá, implantada no alto do crânio raspado durante a feitura, através do oxo, cone preparado com obi mascado e outros ingredientes e fixado no coro cabeludo sobre incisões rituais. O cabelo nesta região da cabeça é retirado e o crânio lavado com amassi (preparado de folhas) e água. Esta lavagem da cabeça inverte simbolicamente o primeiro rito iniciático, quando as contas e a cabeça do novo devoto são igualmente lavadas pela mãe-de-santo. O líquido da lavagem é o primeiro elemento que fará parte do grande despacho do morto.Depois do enterro, tem início a organização do axexê propriamente dito. Ele varia de terreiro para terreiro e de nação para nação. É mais elaborado quando se trata de altos dignatários e depende das posses materiais da família do morto. Genericamente conserva os procedimentos básicos de inversão da iniciação, havendo sempre:música, canto e dança; transe, com a presença pelo menos de Iansã incorporada; sacrifício e oferendas variadas ao egum e orixás ligados ritualmente ao morto, sendo sempre e preliminarmente propiciado Exu, que levará o carrego, evidentemente, e os antepassados cultuados pelo grupo; destruição dos objetos rituais do falecido (assentamentos, colares, roupas, adereços etc.), podendo parte permanecer com algum membro do grupo como herança; despacho dos objetos sagrados "desfeitos" juntamente com as oferendas e objetos usados no decorrer da cerimônia, como os instrumentos musicais próprios para a ocasião, esteiras etc. Quando, no final, o despacho é levado para longe do terreiro, tudo juntado num grande balaio, nenhum objeto religioso de propriedade do morto resta no templo. Ele não faz mais parte daquela casa e só futuramente poderá ser incorporado ao patrimônio dos ancestrais ilustres, se for o caso, podendo então ser assentado e cultuado. Por ora, o egum está livre para partir. Igualmente, o orixá ou orixás pessoais do falecido já não dispõem de assentos (ibá-orixá) no terreiro, tendo portanto seus vínculos desfeitos. O ori, que pereceu junto com seu dono, também não mais existe fixado num ibá-ori (assentamento). Se algum objeto ou assento foi dado a alguém, ele tem novo dono, para quem é transferida a responsabilidade do zelo religioso. Nada mais é do morto. Nada mais há que o prenda ao terreiro.Durante o axexê, acredita-se que o morto pode expressar suas últimas vontades e para isso o sacerdote que preside o ritual faz uso constante do jogo de

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búzios. Assim, antes de cada um dos objetos religiosos que lhe pertenceram em vida ser desfeito, rasgado ou quebrado, o oficiante pergunta no jogo se tal peça deve ficar para alguém de seu círculo íntimo. Não é de bom-tom, contudo, deixar de despachar pelo menos grande parte dos objetos. Quando se trata de fundador de terreiro ou outra pessoa de reconhecidos méritos sacerdotais, é costume deixar os assentos de seus orixás principais para o terreiro, os quais passam a ser zelados por toda a comunidade. Não raro, assentos de orixás de mãe e pais de grande prestígio costumam ser disputados por filhos com grande estardalhaço, havendo mesmo relatos de roubos e até de disputas a faca e bala.O axexê é realizado no terreiro em dois espaços: num recinto reservado, preferencialmente uma cabana especialmente construída com galhos e folhas, e no barracão. Na cabana, em que poucos entram, são colocados os objetos do morto, onde são desfeitos, aí se realizando os sacrifícios para os orixás e para o egum. No barracão são celebradas as danças, aí permanecendo os membros do terreiro, os parentes e amigos do finado.O morto é representado no barracão por uma cabaça vazia, que vai recebendo moedas depositadas pelos presentes, no momento em que cada um dança para o egum. Todos devem dançar para o egum, como homenagem pessoal. Apesar dos cânticos e danças, o clima da celebração é propositalmente constrito e triste. Os atabaques são substituídos por um pote de cerâmica, do qual se produz um som abafado com uso de leques de palha batidos na boca, e por duas grandes cabaças emborcadas em alquidares com água e tocadas com as varetas aguidavis. Os presentes usam tiras da folha do dendezeiro, mariô, atadas no pulso, como proteção contra eventual aproximação dos eguns. Todo esse material, ao final, comporá o carrego do morto. No barracão também é servido o repasto preparado com as carnes do sacrifício, reservando-se aos ancestrais, orixás e egum as partes que contêm axé.No quarto reservado, o morto é representado por recipientes de barro ou cerâmica virgens, os quais futuramente podem ser usados para assentar o espírito do falecido juntamente com os demais antepassados ilustres daquela comunidade religiosa, ou despachados.Por influência do catolicismo, que costuma repetir a missa fúnebre em intervalos regulares, em muitos terreiros o rito do axexê é repetido depois de um mês, um ano e a cada sete anos, especialmente quando se trata do falecimento do babalorixá ou ialorixá. Mas a maioria dos iniciados, entretanto, acaba não recebendo sequer um dia de axexê. Isto ocorre por falta de interesse da família carnal do morto, muito freqüentemente não participante do candomblé, por dificuldades financeiras, já que é alto o custo da celebração, ou por incapacidade do pessoal do terreiro para oficiar a cerimônia. Na melhor das hipóteses, os otás, pedras sagradas dos assentamentos, são despachadas com um pouco de canjica, reaproveitando-se todos os demais objetos sagrados.Hoje, com a grande e rápida expansão do candomblé, o axexê parece estar em franca desvantagem com relação às demais cerimônias. Sobretudo em São Paulo, onde o candomblé não completou sequer cinqüenta anos, poucos terreiros dispõem de sacerdotes e sacerdotisas capazes de cantar e conduzir o rito fúnebre, obrigando a comunidade, em caso de morte, a se valer dos serviços religiosos de pessoa estranha ao terreiro, que costuma

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cobrar e cobrar muito caro pelo serviço. Vários adeptos do candomblé, que se profissionalizam como sacerdotes remunerados, especializam-se em axexê. São então chamados para a cerimônia quando um terreiro necessita de seus préstimos. Isto, evidentemente, encarece muito a cerimônia, o que acaba por inviabilizá-la na maioria dos casos. Mesmo quando morre um sacerdote dirigente de terreiro, há grande dificuldade para a realização dos ritos funerários, sobretudo naquelas situações em que a morte do chefe leva ao fechamento da casa, provocada tanto por disputas sucessórias, como por apropriação da herança material do terreiro pela família civil do falecido. Vale lembrar que se pode contar nos dedos os terreiros que, por todo o Brasil, sobreviveram a seus fundadores. Em geral, a família do finado não tem qualquer interesse em realizar o axexê e nem está disposta a gastar dinheiro com isso. Por outro lado, pouquíssimos pais e mães-de-santo, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, se dispõe a realizar qualquer tipo de cerimônia sem o pagamento por parte do interessado, mesmo quando o interessado é membro de seu próprio terreiro. Muitos pais e mães-de-santo mantêm terreiros especialmente como meio de vida, de modo que as regras do mercado suplantam em importância e sentido as motivações da vida comunitária.Ao que parece, o empenho das comunidades de culto na realização dos ritos funerários, na maioria dos casos, é muito reduzido quando comparado com o interesse, esforço e empenho despendidos nos atos de iniciação e feitura, como se, com a morte, pouca coisa mais importasse. Cria-se assim uma situação em que a preocupação em completar o ciclo iniciático vai perdendo importância, alterando-se profundamente, em termos litúrgicos e filosóficos, a concepção da morte e, por conseguinte, a própria concepção da vida. Os conceitos originais africanos de vida e morte vão se apagando e o candomblé vai cada vez mais adotando idéias mais próximas do catolicismo, do kardecismo e da umbanda, criando-se, provavelmente, uma nova religião, que hoje já se esparrama pela cidades brasileiras a partir de São Paulo e Rio de Janeiro, e que muitos chamam, até pejorativamente, de umbandomblé, em que os eguns, que são na concepção ioruba ancestrais particulares de uma específica comunidade, vão perdendo suas características africanas para se transformar em entidades genéricas, não ligadas a nenhuma comunidade de culto em particular, que baixam nos terreiros para "trabalhar", assumindo a justificativa da caridade, ideal e prática cristã-kardecistas que aos poucos vão suplantando os modelos africanos de ancestralidade e seus ideais de culto à origem e valorização das linhagens. Esta nova maneira de pensar a morte e vida por grande parte dos adeptos do candomblé, sobretudo os de adesão mais recente, constitui forte razão para a crescente perda de interesse na realização do axexê para todos os iniciados. Com isso, certamente, ganham terreno as concepções e ideais da umbanda e perdem as do candomblé. Isto é o contrário do movimento de africanização, e já há muito se constituiu num processo oposto, o da umbandização do candomblé. Sem axexê, a feitura de orixá não faz sentido, pelo menos nos termos das tradições africanas que deram origem à religião dos orixás no Brasil. O ciclo simplesmente não se fecha e repetição mítica, tão fundamental no conceito de vida segundo o pensamento africano, não pode se realizar.

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Jogo de búziosJOGO DE BÚZIOS

    

    

 "O jogo de búzios tem por finalidade identificar nosso  Orixá (Ori=Cabeça (física e astral) + Ixá=guardião); ou seja , problemas de plano astral, espiritual, material e suas soluções". O jogo de búzios é uma leitura divinatória e esotérica por excelência, utilizado como consulta, quer seja; para identificar nosso orixá (ori= cabeça + ixá=guardião), que é a mesma figura do anjo de guarda; a situação material, astral e espiritual, principalmente com relação a problemas e dificuldades.

Portanto de uma forma definitiva - ninguém "fala" ao nosso ouvido, nem Exú e tampouco Oxum, os quais tem forte influência sobre o jogo, mas não desta forma, se assim fosse, não seria necessário jogá-los.

A leitura esotérica divinatória está diretamente ligada à Òrúnmìlà, cujos babalorixás, são seus porta-vozes, outras lendas africanas, mostram a ligação do jogo de búzios com Exú, Oxum e Oxalá. No capítulo destinado à Ifá e Odù, consta essa estreita relação entre Exú e Ifá.

O jogo de búzios é exclusivo dos candomblecistas praticantes e  reconhecidamente iniciados, fora isso É FARSA, É MENTIRA, É ENGODO.

Os búzios são jogados em número de dezesseis, que correspondem aos dezesseis odús principais, quer sejam: okaran (exú), ejioko (ogum, ibeji), etaogunda (obaluayiê, ogun), iorosun (yemanjá, oya), oxê (oxum),  obara (Oxossi, logunedé e xangô), odí omolu  oxosse e oxalá), egionile (oxaguian), ossá (oyá, yewa e yemanjá), ofum (oxalufan), owarim (oyá, oguy e exu), egilexebora (xangô, oba, iroko), egioligibam (nanã), iká (ossain e oxumare), obeogundá (ogun, ewá e obá) e alafia (orixalá, isto é, todos os outros Orixás funfun). Duas formas são as mais utilizadas, sobre a urupema (peneira (totalmente aboolido em ketou)), ou

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sobre erindilogun (fio de contas), que em alguns casos, nele constam os dezesseis orixás cultuados atualmente no Brasil; igualmente constam desta parafernália: uma otá, uma vela branca, um adjá (espécie de sineta) usado para saudar os orixás, abrir o jogo e convocar o eledá do consulente para que permita uma boa leitura; água;  indispensável os fios de Oxalá e Oxum; um côco de ifá; moedas; favas; obi; orobô; um imã; uma fava (semente) especial que represente no jogo o eledá consultado,  aforante a isso um preparo do babalorixá, e os orôs (rezas) necessários.

Para uma boa leitura de búzios, três situações são fundamentais:

1) Conhecimento e aprendizado.

2) Autorização, através de ritual próprio, o qual é ministrado por sacerdote responsável, tendo o iniciado passado por completo, com  seriedade e merecimento, seu período de iniciação, que são no mínimo 7 anos.

3) Seriedade do consultor e do consulente.

Esses são pré-requisitos básicos para uma leitura honesta e imparcial.

Muito importante,  quem "responde" no jogo de búzios é o orixá do consulente, ele é quem determina a formação dos búzios para serem  analisados, é uma espécie de permissão, do orixá, para que a situação do seu filho seja exposta.

A forma de jogo mais usual, é a da leitura por odú, feita pela quantidade de búzios "abertos" ou "fechados", em que o babalorixá, deverá efetuar várias jogadas para uma leitura mais completa, em alguns jogos, cada queda corresponde a um único odú-orixá.

O porque e para que se consultam os búzios ?  Pelo mesmo princípio que se vai ao médico, só vai quem está doente ou para uma avaliação de rotina, da mesma forma, que só toma remédio quem está doente, só se deve fazer algo, se houver alguma necessidade.

O futuro - é grande questão dos consulentes, no jogo de búzios, pode-se fazer "perguntas", cujas respostas não são detalhadas, mas de uma maneira geral é sim ou não, provável e se não fosse assim não haveria babalorixá pobre neste mundo, o futuro a Deus pertence, esta é uma frase  sábia que alguém com muita propriedade disse um dia. O futuro depende muito dos nossos atos presentes, o exercício do nosso livre arbítrio é constante, nada está definitivamente marcado ou decidido, a partir do instante que exercemos nossa vontade, podemos modificar a todo instante nosso futuro; exemplos simples: se alguém fica doente e acha que é o destino, vai morrer, mas, se procurar um médico, vai se curar; o futuro foi alterado; assim alguém que perca seu emprego, se ficar em casa, vai passar fome, se sair e procurar um emprego,  terá

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grande chance de conseguir e novamente alterar seu futuro; e assim com tudo na vida; uma grande questão é que muitas pessoas acham que seu orixá, anjo da guarda ou Deus, tem que saber de tudo, das suas necessidades, dos seus problemas e simplesmente resolvê-los, antes assim fosse, porém, mais uma vez é necessário que o nosso livre arbítrio e o nosso querer, tem que ser constante em nosso dia a dia. Não podemos esperar que as pessoas    "adivinhem" ou saibam o que estamos querendo ou precisando, se não falarmos, se não nos comunicarmos, é evidente que se tem uma forma de fazê-lo, sempre podemos dizer o que pensamos e precisamos, mas de uma forma correta, não agressiva, coerente. Sempre temos duas chances em cada situação que nos apresenta, o de sim e o de não, se tentarmos, porém se não tentarmos, só resta o não. O jogo de búzios, costumo dizer que é uma ciência exata, sabe-se ou não, não cabe meio termo, quem sabe,    talvez, ou a leitura é a expressão de uma realidade presente ou não, a forma de checar se um jogo está correto, começa pela identificação do orixá, a cada orixá corresponde um estereotipo de caráter e   personalidade ao seu "filho", que ao lhe relatar não pode errar ou fugir das suas principais características, que o babalorixá checa com o consulente, se tudo corresponde, as demais situações do jogo também estarão corretas. Porém se observe, que um leitor de jogo de búzios  necessariamente tem que conhecer sobre as características que os orixás imprimem aos seus "filhos" características estas, que em alguns casos para o mesmo orixá, tem variantes, pela sua qualidade apresentada, ou ainda, difere determinadas características, se o "filho" for do sexo masculino ou feminino, há que se reconhecer uma situação um pouco complexa, e não poderia ser de outra forma, com todas essas variantes é um jogo     prostituído, isto é, usado de forma inescrupulosa, leviana, por pessoas        totalmente estranhas ao processo, pelos ignorantes que se julgam conhecê-lo. Com relação ainda à esta situação, é muito comum alguns iniciados ou até mesmo sacerdotes, que não se preocuparam muito com o    aperfeiçoamento, estudo mais detalhado, prática exaustiva, incorrem num erro, de conhecer uma pessoa de determinado orixá, e classificar suas características como definitivas para aquele orixá, e sempre que ver alguém com aquelas características, achar que aquela pessoa, também será daquele orixá, generalizando para sempre todos estes casos e situações; o erro: esta pessoa que conheceram, pode estar com o orixá errado, pois quem lhe atribuiu este orixá, não era competente, este é um fato muitíssimo comum.

É uma forma de leitura divinatória, que não massifica, isto é, uma situação vale para muitos, como no caso do horóscopo, mas usada de forma individual, como exemplo, o caso de gêmeos, dois ou mais, nascem no mesmo dia, e no entanto, caráter e personalidade em muitos casos, totalmente diversos.

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As Características dos 16 Odùs do Jogo de Búzios.

1 - OKANRAN

. Fecundação:   Olorun fez o homem, que era a sua imagem, chamado ISELE, que vivia só e pediu-lhe uma companheira. Olorun, então, chamou Esu para ajudar, no que fosse possível, a ISELE. Esú, porém, não aceitou as determinações e desobedeceu, insubordinadamente as ordens de Olorun, este, então, ordenou a Esú que viesse para a terra. Por sua vez Esú saiu provocando revoltas. Da desobediência e insubordinação foi parido OKARAN.

Sexo: Feminino

Elemento: Ar/Fogo

Cor: Roxo. Vermelho, Preto, Branco, Azul Índigo

Metal: Ferro

Regência Corpórea: Língua, garganta, voz(ele é líder através da voz) e respiração ofegante

Doenças: Equizemas, dermatoses, furúnculos, problemas odontológicos (infecções)

Ewo: Bagre, couve, pegar em caixão com cadáver, sapatos furados e abóboras

Símbolo gráfico: Perfil de 2 rostos

Síntese:"Com a desgraça dos infelizes se constrói o império dos poderosos".

"Quem tudo quer tudo perde"

2 - EJI-OKO

 Fecundação: Eji-oko foi fecundado através da união dos Odu Ose e Eji-onile

Sexo: Feminino

Elemento: Ar/Terra

Cor: Vermelho e Preto (em todas as nuances)

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Metal: Ferro e Prata

Regência Corpórea: Pênis, testículos, duração de ereção, estômago(ulcera)

Doenças: Gastrite, estomatite, impotência sexual, inchaço, doença venérea. todas as doenças estomacais.

Ewo: Cor roxa, miúdos de porco e boi, pimenta de qualquer espécie, ficar perto de pessoas doentes, carne de porco

Símbolo gráfico: Útero com feto ou um búzio

Síntese: "Em boca calada não entra mosca"

3 - ETA-OGUNDA

 Fecundação: Através do peixe, pano branco e areia de praia,

Sexo: Masculino

Elemento: Fogo

Cor: Branco, Azul e Preto (todas as nuances)

Metal: Ferro

Regência Corpórea: Pênis, testículos, estômago e braços

Doenças: Gastrite, ulcera, azia, gastrite, pulmão (infecção), faringite, amidalite, sinusite, inflamações ósseas,escoriações (por acidente), fratura dos membros superiores e inferiores.

Ewo: galinha d'angola(comer) arma de fogo(próxima), porta de botequim, aguidar(no colo), carregar coisas na cabeça, parque de diversões (para alguns omo)

Símbolo gráfico: Mão direita, empunhando um punhal, do qual descem gotas de sangue.

Síntese: "Todos os galos que hoje cantam, ainda ontem eram ovos"

4 - IOROSUN

 Fecundação: Olorun chamou, mais uma ISELE e o mandou raspar osun(pó) e colocar num brejo. Da fecundação de Irosun nasceu Nanã, representada por 7 braços(Nanã Ibain).

Sexo: Feminino

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Elemento: Fogo

Cor: Vermelho (em todas as nuances)

Metal: Cobre e Prata

Regência Corpórea: olhos, artérias(sistema circulatório), vesícula, parte dos intestinos, costas.

Doenças: pele, equizemas, anemia, leucemia, fraturas superiores (aproximadamente até os 36 anos).

Ewo: pé na lama ou poça d'água, água de lavagem de estabelecimento, sentar, imediatamente após outra pessoa levantar do lugar, romã, usar roupas que já foram usadas por outra pessoa.

Símbolo gráfico: forma espiralada

Síntese: "Aquele que fala irrefletidamente assemelha-se ao caçador que dispara sem apontar"

5 - OSE

 Fecundação: A fecundação de Ose foi através de cinco espelhos, redondos, um pedaço de pano branco, um pedaço de pano amarelo, na beira de um rio.

Sexo: Masculino

Elemento: Terra/Água

Cor: amarelo e branco são as principais. O preto, roxo e o cinza não se usa para nada, em relação a este Odu, porém usa-se as demais cores.

Metal: Ouro e latão amarelo

Regência Corpórea: ossos, articulações e cartilagens

Doenças: glaucoma, catarata, astigmatismo, artrite, reumatismo, osteoporose, acidente(deixando marcas na face), problemas dentários, fluxo menstrual excessivo ou escasso, problemas no baixo ventre, problemas no parto, pode gerar mongolóide, gula (trazendo intoxicação)

Ewo: quebrar osso, putrefação, charcos, lodaçais, pântano, objetos de marfim, caveira de animais sacrificados, chifre de veado, galinha d'angola(para algumas pessoas) troca-se por galo, sal grosso(para algumas pessoas).

Símbolo gráfico: Uma lua crescente ou um osso com tutano

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Síntese: "Nem tudo que reluz é ouro"

"Quem espera por sapatos de defuntos, a vida toda andará descalço"

6 - OBARA

Fecundação: Foi gerado de um bloco de ouro. Suas arestas representam a riqueza. Obará fez a fecundação com Eji-Lasebora. De Obará veio Ajé e de Lasebora veio Araiun, que não toma a cabeça de ninguém, porém gerou 12 qualidades de Sango e todos os Orisas.

Sexo: Masculino

Elemento: Ar/Água

Cor: Salmon e Azul (em todas as tonalidades)

Metal: Ouro, Ouro branco e platina

Regência Corpórea: rins e aparelho urinário

Doenças: infecção urinária, parto, dores fortes, de cabeça, circulação sanguínea. depressão, testículos.

Ewo: emprestar dinheiro, roupa usada por outrem, contato com miséria, dar esmola, jogo de carteado, gente bêbada

Símbolo gráfico: Uma corda, vertical, de 6 metros de comprimento, com 6 nós

Síntese: " Quem come e guarda, tem mesa duas vezes"

"Da mentira nasce a verdade"

"a natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca, para nos advertir que se impões mais ouvir do que falar"

7 - ODI

Fecundação: Água, farofa, níquel e prata fecundaram Odi, este enamorou-se por Eta-Ogunda e nasceu Iemonja e Osoguyan. Odi pariu Osumare e Eta-Ogunda gerou Yemonja e Anibein e destes nasceram Ogun Torininan e Agbalaju (Ogunja)

Sexo: Feminino

Elemento: Terra

Cor: Preto e todo quadriculado que tenha o fundo preto

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Metal: Estanho

Regência Corpórea: nádegas, pele

Doenças: Todas de pele, Aids, nas nádegas, câncer de pele

Ewo: dar e vestir roupas usadas para e de outra pessoa, roupas remendadas, travesseiro usado por outra pessoa,tecidos berrantes

Símbolo gráfico: Nádegas

Síntese: " Quanto maior o coqueiro, maior o tombo"

" A alma não tem segredos que a conduta não revele" (Esse é lindo)

8 - EJI-ONILE

Fecundação: Isele levou ao alto de uma montanha, um quadrúpede e o ofereceu em holocausto, surgindo então Eji-Onile que gerou Kinaman.

Sexo: Masculino

Elemento: Água

Cor: Branco

Metal: Chumbo

Regência Corpórea: sistema respiratório, coluna vertebral, artéria (sem o sangue)

Doenças: Cólicas (gerais)

Ewo: carne seca, maxixe, taioba, inhame

Símbolo gráfico: Um círculo vazio

Síntese: " O afobado come cru e passa mal"

" Quem quer tudo o que vê, não vê o que quer"

9 - OSA

Fecundação: Foi fecundado através da união da papoula vermelha com pano vermelho. Este Odu gerou Oya.

Sexo: Feminino

Elemento: Terra

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Cor: Vermelho, branco e azul

Metal: Prata e Cobre

Regência Corpórea: todos os órgãos, principalmente as vísceras, olhos, as fossas nasais, os lábios, as coxas, as pernas e os pés, genitália feminina

Doenças: paralisia, estrabismo, alguns tipos de câncer

Ewo: visitar ou estar com mulher grávida, velhos

Símbolo gráfico: Lua minguante com um rosto saindo dela

Síntese: "Quem espera sempre alcança"

10 - OFUN

Fecundação: Olorun ordenou a Isele que raspasse efun e misturasse com o orvalho e a neblina, fecundando dessa forma Ofun. Ofun gerou Osala e Oduduwa

Sexo: Feminino

Elemento: Fogo

Cor: Branco

Metal: Chumbo e estanho

Regência Corpórea: pernas, joelho, barriga, umbigo

Doenças: inchaço nas pernas, pulmonares, sangue grosso, sudorese, esclerose, artrose, colesterol alto, diabetes mielites

Ewo: pano preto, vermelho, azeite de dendê, carvão. galo (qualquer cor)

Símbolo gráfico: Quadrúpede todo branco ou um casal de anciãos

Síntese: " Faça o que digo, mas não faça o que eu faço"

11- OWONRIN

 Fecundação: Foi fecundado através do pano preto, vermelho, branco, água, mel e cachaça, numa encruzilhada de quatro pontas.

Sexo: Feminino

Elemento: Fogo

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Cor: todas as cores sempre em número de seis

Metal: Ferro e cobre

Regência Corpórea: mãos, pés, articulações

Doenças: cólicas menstruais, leucemia, envenenamento (causando morte)

Ewo: roupa em tecido xadrez, peixe "vermelho", escada de madeira (subir), coco, peixe "corvina"

Símbolo gráfico: Três triângulos superpostos

Síntese: " Devagar se vai ao longe"

12 - EJI-LASEBORA

Fecundação: Sua fecundação deu-se através de raios e trovões

Sexo: Masculino

Elemento: Ar e fogo

Cor: Cobre, Grená, Dourado e Branco

Metal: Cobre

Regência Corpórea: rins

Doenças: renais, hipertensão, alcoolismo, dores de cabeça forte, problemas mentais, provocados por pancada na cabeça

Ewo: cor vermelha (para alguns), louça quebrada, pepino, molho de pimenta, batata inglesa (pegar), gema de ovo(para alguns), magnólia (flor)

Símbolo gráfico: Uma fogueira, com 12 dormentes ou 12 quiabos, formando uma coroa

Síntese: " Quem come o mel sozinho, faz doer seu estômago"

13 - EJI-OLOGBON

Fecundação: Sua fecundação se deu com a união de água de mangue, terra e barro.

Sexo: Feminino

Elemento: Terra e Água

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Cor: Preto

Metal: Ferro (em pó)

Regência Corpórea: ossos (juntas), cartilagens, unhas, cabelos.

Doenças: dores, generalizadas, pelo corpo, artrite, artrose, reumatismo, dores na coluna.

Ewo: lixo, por muito tempo, em casa, lama de mangue, assobios, cemitério

Símbolo gráfico: Um círculo negro

Síntese: " Chifres em cabeça de burro"

14 - IKA-ORI

Fecundação: Este Odu foi fecundado pela serpente encantada - OKÁ- , para destruir Isele

Sexo: Masculino

Elemento: Terra e Água

Cor: Todas as cores, preferência pelo preto, vermelho e azul

Metal: Cobre, ferro e latão misturados

Regência Corpórea: Vértebras(movimentos, olhos, atua também sobre os seguintes casos: cirurgia geral, gravidez, provocando aborto

Doenças: buco-faciais, glaucoma, catarata, gengiva, coluna, nevralgias

Ewo: mata escura, gato dentro de casa, cachorro, cabra

Símbolo gráfico: Uma serpente

Síntese: " Em terra de sapo, de cócoras com ele"

15- OGBE-OGUNDA

Fecundação: Sua fecundação deu-se através da união de akasa brancos e amarelos, próximo a uma jazida de ferro.

Aí, então, foi gerado o primeiro Ogun.

Sexo: Feminino

Elemento: Terra (negra ou avermelhada)

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Cor: Terracota, vermelho caboclo e marrom avermelhado

Metal: Prata e Ferro

Regência Corpórea: pernas, olhos, tórax, lábios e orelha

Doenças: Glaucoma, catarata, vitiligo, estrabismo, qualquer doença torácica

Ewo: animal de pelo escuro (em casa), faca para sacrifício (usar), pássaros engaiolados

Símbolo gráfico: Uma hiena

Síntese: " Devagar e sempre"

16 -ALÁFIA

 Fecundação: Sua fecundação deu-se pela união do algodão, Efum, níquel e estanho

Sexo: Feminino

Elemento: Terra e Ar

Cor: Branca, principalmente e também azul e vermelho

Metal: Marfim (embora não seja metal é o principal representante), chumbo e estanho

Regência Corpórea: Todo corpo humano

Doenças: toda e qualquer doença

Ewo: Não há, porque convive com tudo que existe na vida

Símbolo gráfico: Um círculo, vazio, representando o mundo espiritual, dentro deste um quadrado que representa o mundo material.

Page 20: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

Oriki

   

ORÌSÁS    

 

 

            Iba Esù Odara   

            Esu Odara, inclino-me. 

            A Ba Ni Wa Oran Ba O Ri Da   

            Ele procura briga com alguém e encontra o que fazer.

            O San Sokoto Penpe Ti Nse Onibode Olorun

            Ele veste uma calça pequena para ser guardião na porta de Deus.

            Oba Ni Ile Ketu

            Rei da terra de Ketu.

            Alakesi Emeren Aji E Aji E M(u) Ògùn

            Aquele a quem se convida e que, tão logo acorda, toma um remédio.

             A Lun ( se) Wa Se Ibini

             Ele reforma Benin.

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             Laguna Jo  Igbo Bi Orò

             Laguna queima o mato como oro.

             Esù Foli Fò O Fi Ókò Fo Oju Anan Re

             Esu arrebenta facilmente os olhos de seus sogros com uma pedra.

             L A Nyan Hamana

             Ele caminha movendo-se com altivez.

             Ika Kò Boro Boro

             O malfeitor não morre depressa.

             Kò Là Kò Rà O Ba Ona Oja Ile Su

             Ele faz com que no mercado nada se compre e nada se venda.

             Agbo L Ara  A Yaba Má Pa ( Mo) Abemu

             Agbo faz com que a mulher do rei não cubra a nudez de seu corpo.

             O Se Firi Oko Ero Oja

             Ele se torna rapidamente o senhor daqueles que passam pelo mercado.

             Bara Fi Imu Fon Awon Sebi Okò L O Si

             Quando Bara assoa o nariz, todo mundo acredita que o trem vai partir.

             Ero Palemo Wara Wara

             Os passageiros preparam-se rapidamente.

 

 

               Osinmoleba

               O próximo a Deus

               Olomi Nile Fi Eje

               Aquele que tem água em casa, mas prefere banho com sangue

Page 22: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

               Olaso Ni Le

               Aquele que tem roupa em casa

               Fi Imo Bora

               Mas prefere se cobrir de mariwô

               La Ka Ayê

               Poderoso do mundo

               Moju Re

               Eu o saúdo

               Ma Je Ki Nri Ija

               Que eu não depare com sua ira

               Iba Ògún

               Eu saúdo Ogun

               Iba Re Olomi Ni Le Fi Eje

               Eu o saúdo, aquele que tem água em casa,mas prefere banho de sangue

               Feje We. Eje Ta Sile. Ki Ilero

               Que o sangue caia no chão para que haja paz e tranqüilidade

               Ase

                      Axé

 

                   Òsoosì.

                Oxosse !

                Awo Òde Ìjà Pìtìpà.

                Ó orixá da luta,

Page 23: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                Omo Ìyá Ògún Oníré.

                irmão de Ògún Onírè.

                Òsoosì Gbà Mí O.

                Oxosse, me proteja !

                Òrìsà A Dínà Má Yà.

                Orixá que tendo bloqueado o caminho, não o desimpede.

                 Ode Tí Nje Orí Eran.

                 Caçador que come a cabeça dos animais.

                 Eléwà Òsòòsò.

                 Orixá que come ewa osooso.

                 Òrìsà Tí Ngbélé Imò,

                 Orixá que vive tanto em casa de barro

                 Gbe Ilé Ewé.

                 como em casa de folhas.

                 A Bi Àwò Lóló.

                 Que possui a pele fresca.

                 Òsoosì Kì Nwo Igbó,

                 Oxosse não entra na mata

                 Kí Igbo Má Aì Tìtì.

                 sem que ela se agite.

                 Ofà Ni Mógàfí Ìbon,

                 Ofà é a arma poderosa que o pai usa em lugar de espingarda.

                 O Ta Ofà Sí Iná,

                 Ele atirou a sua flecha contra o fogo,

                 Iná Kú Pirá.

                 o fogo se apagou de imediato.

                 O Tá Ofà Sí Oòrùn,

                 Atirou sua flecha contra o sol,

Page 24: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                 Oòrùn Rè Wèsè.

                 O sol se pos.

                 Ogbàgbà Tí Ngba Omo Rè.

                 Ó salvador, que salva seus filhos !

                 Oní Màríwò Pákó.

                 Ó senhor do màrìwó pákó !

                 Ode Bàbá Ò.

                 Meu pai caçador

                 O Dé Ojú Ogun,

                 chegou na guerra,

                 O Fi Ofà Kan Soso Pa Igba Ènìyàn.

                 matou duzentas pessoas com uma única flecha.

                 O Dé Nú Igbó,

                 Chegou dentro da mata,

                 O Fi Ofà Kan Soso Pa Igba Eranko.

                 usou uma única flecha para matar duzentos animais selvagens.

                 A Wo Eran Pa Sí Ojúbo Ògún Lákayé,

                 Arrasta um animal vivo até que ele morra e o entrega no ojubo de Ogum.

                 Má Wo Mí Pa O.

                 Não me arraste até a morte.

                 Má Sì Fi Ofà Owo Re Dá Mi Lóró.

                 Não atire sofrimentos em minha vida, com seu Ofà.

                 Odè Ò, Odè Ò, Odè Ò,

                 Ó Odè! Ó Odè! Ó Odè!

                 Òsoosì Ni Nbá Odè Inú Igbo Jà,

                 Dentro da mata, é Oxosse que luta ao lado do caçador

                 Wípé Kí Ó De Igbó Re.

                 para que ele possa caçar direito.

Page 25: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                 Òsoosì Oloró Tí Nbá Oba Ségun,

                 Oxosse, o poderoso, que vence a guerra para o rei.

                 O Bá Ajé Jà,

                 Lutou com a feiticeira

                 O Ségun.

                  e venceu.

                  Òsoosì O !

                  Ó Oxosse,

                  Má Bà Mi Jà O.

                  não brigue comigo.

                  Ogùn Ni O Bá Mi Se O.

                  Vence as guerras para mim

                  Bí O Bá Nbò Láti Oko.

                  Quando voltar da mata,

                  Kí O Ká Ilá Fún Mi Wá.

                  Colhe quiabos para mim.

                  Kí O Re Ìréré Ìdí Rè.

                  e, ao colhê-los, tire seus talos.

                  Má Gbàgbé Mi O,

                  Não se esqueça de mim.

                  Ode Ò, Bàbá Omo Kí Ngbàgbé Omo.

                  Ó Odè, um pai não se esquece do filho.

  

  

                  Agbénigi, Òrómodìe Abidi Sonso

Page 26: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                  Aquele que vive na arvore e que tem um rabo pontudo como um pinto

                  Esinsin Abedo Kinnikinni 

                  Aquele que tem o fígado transparente como o da mosca

                  Kòògo Egbòrò Irin

                  Aquele que é forte quanto uma barra de ferro

                  Aképè Nìgbá Ò Ràn Kó Sunwòn

                  Aquele que é invocado quando as coisas não estão bem

                  Tíoto Tin, Ó Gbà Aso Òkùnrùn Ta Gìègìè

                  O esbelto que, quando recebe a roupa da doença, se move como se fosse cair

                  Elésè Kan Jù Elésè Méjì Lo

                  O que tem só uma perna e mais poderoso do que tem duas

                  Aro Abi-oho LièlièO

                  Fraco que possui um pênis fraco

                  Ewé Gbogbo Kíki Oògùn

                  Todas as folhas tem viscosidade que se tornam remédio

                  Àgbénigi, Èsìsì Kosùn

                  Agbénigi, o Deus que usa palha

                  Agogo Nla Se Erpe Agbára

                  O grande sino de ferro que soa poderosamente

                  O Gbà Wón Lá Tán, Wón Dúpé Téniténi

                  A quem as pessoas agradecem sem reservas depois que ele humilha as doenças

                  Àrònì Já Si Kòtò Di Oògùn Máyà

                  Àròni que pula no poço com amuletos no peito

                  Elésè Kan Ti Ó Lé Elésè Méji Sáre.

                  O homem de uma perna que incita o de duas para correr.

 

Page 27: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

  

 

                   Orìsà Jìngbìnì

                   Orixá forte

                   Abàtà, Arú Bí Ewè Ajó

                   Abatá que floresce exuberante como as folhas da árvore ajó

                   Orisá Tí Nmú Omo Mú Ìyá

                   Orixá que pune a mãe  juntamente com o filho

                    Bí Obaluayê Bá Mú Won Tún

                    Depois que Obaluaê acabar de castigá-los

                    O Tún Lè Sáré Lo Bábá

                     Ainda poderá castigar o pai

                     Orìsà Bí Àjé

                     Orixá semelhante a uma feiticeira

                     Obaluayê mo Ilé Osó, Ó Mo Ilé Àjé

                     Obaluaê conhece  tanto a casa do feiticeiro como a da bruxa

                      O Gbá Osó L’Ójú,

                      Desafiou o feiticeiro

                      Osó Kún Fínrínfínrín

                      E este correu desesperado

                      O Pa Àjé Ku Ìkan Soso

                      Matou todas as bruxas permitindo que apenas uma vivesse

                      Orìsà Jìngbìnì

                      Orixá forte

                      Obaluayê A Mú Ni Toùn Toùn

                      Obaluaê, que faz as pessoas perderem a voz

Page 28: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                      Obaluayê SSí Odù Re Hàn

                      Obaluaê, abra seu odu para mim

                      Kí Ndi Olówó

                      Para que eu seja uma pessoa próspera

                      Kí Ndi Olomo

                      Para que eu seja uma pessoa fértil.

 

                      

                      Osumare A Gbe Orun Li Apa Ira

                      Osumare permanece no Céu que ele atravessa com o braço

                      Ile Libi Jin Ojo<o:p></o:p>

                      Ele faz a chuva cair na terra.

                      O Pon Iyun Pon Nana

                      Ele busca os corais, ele busca as contas nana

                      O Fi Oro Kan Idawo Luku Wo

                      Com uma palavra ele examina Luku

                      O Se Li Oju Oba Ne

                      Ele faz isso perante seu rei

                      Oluwo Li Awa Rese Mesi Eko Ajaya

                      Chefe a quem adoramos

                      Baba Nwa Li Ode Ki Awa Gba Ki

                      O pai vem ao pátio para que cresçamos e tenhamos vida

Page 29: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                      A Pupo Bi Orun

                      Ele é vasto como o céu

                      Olobi Awa Je Kan Yo

                      Senhor do Obi, basta a gente comer um deles para ficar satisfeito

                      O De Igbo Kùn Bi Ojo

                      Ele chega à floresta e faz barulho como se fosse a chuva

                      Okó Ijoku Igbo Elu Ko Li Égùn

                      Esposo de Ijo, a mata de anil não tem espinhos

                      Okó Ijoku Dudu Oju E A Fi Wo Ran

                      Esposo de Ijoku, que observa as coisas com seus olhos negro.

 

 

 

                      Okiti Kata, Ekùn A Pa Eran Má Ni Yan 

                      Okiti Katala leopardo que mata um animal e o come sem assá-lo.

                       Olu Gbongbo Ko Sun Ebi Eje

                       Dono de uma bengala, não dorme e tem sede de sangue.

                       Gosungosun On Wo Ewu

                       Salpicado com Osun, seu traje parece coberto de sangue

                       KO Pá Eni Ko Je Oka Odun

                       Ele só poderá comer massa no dia da festa, se tiver matado algúem.

                       A Ni Esin O Ni Kange

                       Ele tem o cavalo, ele tem o quizo.

                       Odo Bara Otolu

                       Rio

Page 30: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                       Omi a Dake Je Pa Eni

                       Água adormecida que mata alguém sem preveni-lo

                       Omo Opara Ogan Ndanu

                       Filho de Opara

                       Sese Iba O

                       Orixá, respeito

                       Iba Iye Ni Mo Mo Je Ni Ko Je Ti Aruní 

                       Louvo a vida e não a cabeça

                       Emi Wa Foribale Fun Sese

                       Venho prosternar-me diante do Orixá.

                       Oluidu Pe O papa

                       Presto homenagem aos ancestrais.

                       Ele Adie Ko Tuka

                       Aquele que tem frango, não depena vivo

                       Yeye Mi Ni Bariba Li Akoko

                       Minha mãe estava primeiramente em Bariba

                       Emi Ako Ni Ala Mo Le Gbe Agada

                       Eu o primeiro a poder usar a espada.

                       Emi A Wa Kiyà Onile Ki Ile

                       Venho saudar o dono da terra para que ele me proteja.

 

 

 

                       Oyà A To Iwo Efòn Gbé.

Page 31: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                       Ela é grande o bastante para  carrega o chifre do búfalo.

                       Oyà Olókò Àra.

                       Oyà, que possui um marido poderoso.

                       Obìnrin Ogun,

                       Mulher guerreira.

                       Obìnrin Ode.

                       Mulher caçadora.

                       Oya Òrírì Arójú Bá Oko Kú.

                       Oyà, a charmosa, que dispõe de coragem para  morrer com seu marido.

                       Iru Èniyàn Wo Ni Oyà Yí N Se, Se?

                       Que tipo de pessoa é Oyà?

                       Ibi Oya Wà, Ló Gbiná.

                       O local onde Oyà está, pega fogo

                       Obìnrin Wóò Bi Eni Fó Igbá.

                       Mulher que se  quebra ao meio como se fosse uma cabaça

                       Oyà tí awon òtá rí,

                       Oyà foi vista por seus inimigos

                       Tí Won Torí Rè Da Igbá Nù Sì Igbó.

                       E eles, assustados, fugiram atirando as bagagens no mato

                       Héèpà Héè, Oya ò!

                       Eeepa He! Oh, Oyà!

                       Erù Re Nikan Ni Mo Nbà O.

                       És a única pessoa que temo

                       Aféfé Ikú.

                       Vendaval da Morte

                       Obìnrin Ogun,  Ti Ná Ibon Rè Ní À Ki Kún

                       A mulher guerreira que carrega sua arma de fogo

                       Oyà ò, Oyà Tótó Hun!

Page 32: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                       Oh, Oyà, à Oyà respeito e submissão!

                       Oyà, A P’Agbá, P’Àwo Mó Ni Kíákíá,

                       Ela arruma suas coisas sem demora

                       Kíákíá,  Wéré Wéré L’ Oyà Nse Ti È

                       Rapidamente Oyà faz suas coisas

                       A Rìn Dengbere Bíi Fúlàní.

                       Ela vagueia com  elegância, como se fosse uma nômade fulani

                       O Titi Tí  Nfi Gbogbo Ará Rìn Bí Esin

                       Quando anda, sua vitalidade  é como a do cavalo que trota

                       Héèpà, Oya Olómo Mesan, Ibá Re Ò!

                       Eeepa Oya, que tem nove filhos, eu te saúdo!

 

 

                       Obà, Obà, Obà.

                       Obá, Obá, Obá.

                       Ojòwú Òrìsà,

                       Orixá ciumento,

                       Eketà Aya Sàngó.

                       terceira esposa de Xangô.

                       O Torí Owú,

                       Ela, que por ciumes,

                       O Kolà Sí Gbogbo Ara.

                       fez incisões em todo corpo.

                       Olókìkí Oko.

Page 33: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                       Que fala muito de seu marido,

                       A Rìn Lógànjó Pèlú Àwon Ayé.

                       que anda nas madrugadas com as ayé.

                       Obà Anísùru, Ají Jewure.

                       Obá paciente, que come cabrito logo pela manhã.

                       Obà Kò B'óko Dé Kòso,

                       Obá não foi com o marido a Koso,

                       O Dúró, Ó Bá Òsun Rojó Obe.

                       ficou para discutir com Oxum sobre comida.

                       Obà Fiyì Fún Apá Oko Rè.

                       Obá valoriza os braços do marido,

                       Oní Ó Wun Òun Ju Gbogbo Ará Yókù 

                       diz que é a parte de seu corpo que ela prefere.

                       Obà Tó Mo Ohùn Tó Dára.

                       Obá sabe o que é bom.

 

 

 

                       Òsun Òpàrà

                       Yèyé Òpàrà !

                       Yèyé Opàrà !

                       Obìnrin Bí Okùnrin Ní Òsun

                       Oxum é uma mulher com força masculina.

                       A Jí Sèrí Bí Ègà.

Page 34: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                       Sua voz é afinada como o canto do ega.

                       Yèyé Olomi Tútú.<o:p></o:p>

                       Graciosa mãe, senhora das águas frescas.

                       Opàrà Òjò Bíri Kalee.

                       Opàrà, que ao dançar rodopia como o vento, sem que possamos vê-la.

                       Agbà Obìnrin Tí Gbogbo Ayé N'pe Sìn.

                       Senhora plena de sabedoria, que todos veneramos juntos.

                       Ó Bá Sònpònná Jé Pétékí.

                       Que como pétékí com Xapanã.

                       O Bá Alágbára Ranyanga Dìde.

                       Que enfrenta pessoas poderosas e com sabedoria as acalma.

                       Òsun Iponda

                       Oliri Pa Koko Eni Pon

                       Poderosa, não empurre o povo de Iponda.

                       O Ri Onise Oba Ayi Kase

                       Ela recebe o mensageiro do rei sem respeitá-lo

                       O Je Dandan Oloran

                       Ela aceita as palavras do queixoso

                       O Fi Aja Wà Inu Eke Wò

                       Com sua sineta ela fura o ventre mentiroso.

                       Omo Olu Igbo Soki Redà Omo Ni

                       Não se pode carregar debaixo do braço o filho da mata de Iponda.

                       Òsun Ijumu

                       Osun Ijumu Olodó Ide

                       Osun Ijumu, dona de um pilão de cobre.

                       OIya Ijumu Alaiye Ma Gun Odó Poro

                       Osun Ijumum não monta com vivacidade no pilão

                       Efon Tere Mò Gun Àiyé

Page 35: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                       POsun pode surgir subitamente no mundo.

                       Eyín Fe Ki Efon Ki O Na Mi

                       Vocês querem que Osun me castigues.

                       Eyín Fe O Fi Owo Ye Ko Mi Mò

                       Deixem a criança rodear meu corpo com sua mãos

                       Owo Omo Ye Ki Dun Eni

                       A mão da criança é suave

                       Efon A Ke Ki Dun Enia

                       Osun é suave.

                       Efon Li O Ni Igbo Obi

                       Osun é a dona da floresta de Obi.

                       Iwo Li O Ni Igbo Atare

                       A floresta de pimenta pertence a você

                       Baba Nwa Li Ode Ki Awa Gba Ki

                       O pai vem ao pátio para que cresçamos e tenhamos vida

 

 

 

                       Ganagana Bi Ninu Elomi Ninu

                       Um orgulhoso fica infeliz se um outro esteja contente

                       A Se Okùn Soro Èsinsin

                       É difícil fazer uma corda com as folhas espinhosas da urtiga

                       Tima Li Ehin Yeye Re

                       Montado de cavalinho sobre as costas de sua mãe

Page 36: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                       Okansoso Gudugu

                       Ele é sozinho, ele é muito bonito

                       Oda Di Ohùn

                       Até a voz dele é agradável

                       O Ko Ele Pé Li Aiya

                       Não se coloca as mãos sobre o seu peito

                       Ala Aiya Rere Fi Owó Kan

                       Ele tem um peito que atrai as mãos das pessoas

                       Ajoji De Órun Idi Agban

                       O estrangeiro vai dormir sobre o coqueiro

                       Ajongolo Okunrin

                       Homem esbelto

                       Apari O Kilo Òkò Tímotímo

                       O careca presta atenção à pedra atirada certeiramente

                       O Ri Gbá Té Sùn Li Egan

                       Ele acha duzentas esteiras para dormir na floresta

                       O Tó Bi Won Ti Ji Re Re

                       Acordá-lo bem é o suficiente

                       A Ri Gbamu Ojiji

                       Nós somente o vemos e o abraçamos como se ele fosse uma sombra

                       Okansoso Orunmila A Wa Kan Mà Dahun

                       Somente em Orunmila nós tocamos, mas ele não responde

                       O Je Oruko Bi Soponna /

                       Ele tem um nome como Soponna /

                       Soro pe on Soponna e nià hun

                       É difícil alguém mau chamar-se Soponna

                       Odulugbese Gun Ogi Órun

                       Devedor que faz pouco caso

Page 37: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                       Odolugbese Arin Here Here

                       Devedor que anda rebolando displicentemente

                       Olori Buruku O Fi Ori Já Igi Odiolodi

                       Ele é um louco que quebra a cerca com a cabeça

                       O Fi Igbegbe Lù Igi Ijebu

                       Ele bate com seu papo numa árvore Ijebu

                       O Fi Igbegbe Lú Gbegbe Meje

                       Ele quebrou sete papos com o seu papo

                       Orogun Olu Gbegbe O Fun Oya Li O

                       A segunda mulher diz ao papo para usar um pente (para desinchar o papo)

                       Odelesirin Ni Ki O Wá On Sila Kerepa

                       Um louco que diz que o procurem lá fora na encruzilhada

                       Agbopa Sùn Kakaka

                       Aquele que tem orquite ( inflamação dos testículos) e dorme profundamente

                       Oda Bi Odundun

                       Ele é fresco como a folha de odundun

                       Jojo Bi Agbo

                       Altivo como o carneiro

                       Elewa Ejela

                       Pessoa amável anteontem

                       O Gbewo Li Ogun O Da Ara Nu Bi Ole

                       Ele carrega um talismã que ele espalha sobre o seu corpo como um preguiçoso

                       O Gbewo Li Ogun O Kan Omo Aje Niku

                       Ele carrega um talismã e briga com o filho do feiticeiro dando socos

                       A li Bilibi Ilebe

                       Ele veste boas roupas

                       O Ti Igi Soro Soro O Fibu Oju Adiju

                      Com um pedaço de madeira muito pontudo ele fere o olho de um outro

Page 38: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                      Koro Bi Eni Ló O Gba Ehin Oko Mà Se Ole

                      Rápido como aquele que passa atrás de um campo sem agir como um ladrão

                      O Já Ile Onile bó ti re lehin

                      Ele destrói a casa de um outro e com o material cobre a sua

                      A Li Oju Tiri Tiri

                      Ele tem olhos muito aguçados

                      O Rí Saka Aje O Dì Lebe

                      Ele acha uma pena de coruja e a prende em sua roupa

                      O Je Owú Baludi

                      Ele é ciumento e anda "rebolando" displicentemente

                      O Kó Koriko Llehin

                      Ele recolhe as ervas atrás

                      O Kó Araman Lehin

                      Ele recolhe as ervas atrás

                      O Se Hupa Hupa Li Ode Olode Lo

                      Ele anda "rebolando" desengonçado para ir ao pátio interior de um outro

                      Òjo Pá Gbodogi Ró Woro Woro

                      A chuva bate na folha de cobrir telhados e faz ruído

                      O Pà Oruru Si Ile Odikeji

                      Ele mata o malfeitor na casa de um outro

                      O Kó Ara Si Ile Ibi Ati Nyimusi

                      Ele recolhe o corpo na casa e empina o nariz

                      Ole Yo Li Ero

                      O preguiçoso está satisfeito entre os passantes

                      O Dara De Eyin Oju

                      Ele é belo até nos olhos

                      Okunrin Sembeluju

                      Homem muito belo

Page 39: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                      Ogbe Gururu Si Obè Olori

                      Ele coloca um grande pedaço de carne no molho do chefe

                      A Mò Ona Oko Ko Nló

                      Ele conhece o caminho do campo e não vai lá

                      A Mo Ona Runsun Rdenreden

                      Ele conhece o caminho runsun redenreden

                      O Duro Ti Olobi Kò Rà Je

                      Ele está ao lado do dono dos obi e não os compra para comer

                      Rere Gbe Adie Ti On Ti Iye

                      O gavião pega o frango com as penas

                      O Bá Enia Jà O Rerin Sún

                      Ele briga com qualquer um e ri estranhamente

                      O Se Adibo O Rin Ngoro Yo

                      Ele tem o hábito de andar como a um bêbado que bebeu

                      Ogola Okun Kò Ka Olugege Li Òrùn

                      Sessenta contas não podem rodear o pescoço de um papudo

                      Olugege Jeun Si Okurú Ofun

                      O papudo come no inchaço de sua garganta

                      O Já Gebe Si Orún Eni Li Oni

                      Ele quebra o papo do pescoço daquele que o possui

                      O dahun agan li ohun kankan

                      Ele dá rapidamente crianças às mulheres estéreis

                      O Kun Nukuwa Ninu Rere

                      Ele guarda seus talismãs numa pequena cabaça

                      Ale Rese Owuro Rese /

                      A noite coisa sagrada, de manhã coisa sagrada /

                      Ere Meji Be Rese

                      Duas vezes assim coisa sagrada

Page 40: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                      Koro Bi Eni Lo

                      Rápido como alguém que parte

                      Arieri Ewo Ala

                      A proibição do pássaro branco é o pano branco

                      Ala Opa Fari

                      Ele mexe os braços fantasiosamente

                      Oko Ahotomi

                      Marido de Ahotomi

                      Oko Fegbejoloro

                      Marido de Fegbejoloro

                      Oko Onikunoro

                      Marido de Onikunoro

                      Oko Adapatila

                      Marido de Adapatila

                      Soso Li Owuro O Ji Gini Mu Òrún

                      Bem desperto, ele acorda de manhã já com o arco e flecha no pescoço

                      Rederede Fe O Ja Kùnle Ki Agbo

                      Como um louco ele se debate para colocar os joelhos no chão, como o carneiro

                      Oko Ameri Èru Jeje Oko Ameri

                      Marido de Ameri que dá mêdo

                      Ekùn O Bi Awo Fini

                      Leopardo de pele bonita

                      Ogbon Iyanu Li Ara Eni Iya Ti Nje

                      Ele expulsa a infelicidade do corpo de alguém que tem infelicidade

                      O Wi Be Se Be

                      Orgulhoso que possui um corpo muito belo

                      Sakoto Abi Ara Finià  

                      Assim ele diz e assim ele faz

Page 41: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

 

 

 

                      Sángiri-làgiri,

                      Que racha e lasca paredes

                      Olàgiri-kàkààkà-kí Igba Edun Bò

                      Ele deixou a parede bem rachada e pôs ali duzentas pedras de raio

                       O Jajú Mó Ni Kó Tó Pa Ni Je

                          Ele olha assustadoramente para as pessoas  antes de castigá-las

                          Ó Ké Kàrà, Ké Kòró

                          Ele fala com todo o corpo

                          S’ Olórò Dí Jínjìnnì

                          Ele faz com que a pessoa poderosa fique com medo

                          Eléyinjú Iná

                          Seus olhos são vermelhos como brasas

                          Abá Won Jà Mà Jèbi

                          Aquele que briga com as pessoas sem ser  condenado porque nunca briga injustamente

                          Iwo Ní Mo Sá Di O

                          É em ti que busco meu refúgio.

                          Sango Ona Mogba

                          Bi E Tu Bá Wó Ile

                          Se um antílope entrar na casa

                          Jejene Ni Mú Ewure

                          A cabra sentirá medo.

                          Bi Sango Bá Wó Ile

                          Se Sango entra na casa

Page 42: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                          Jejene Ni Mú Osa Gbogbo

                          Todos os Orisa sentirão medo.

  

   

                                                OFÒ FÚN ÒRÌSÁNLÁ

 

                         fonética > ófó fum orixá um lá

 

                               ÒRÌSÀ OKO, ÒRÌSÀ MI.

 

                         fonética > orixá ôcô, orixá mi

 

                               ÒRÌSÀ OKO, MEU ÒRÌSÀ.

                                                          

                     ÈMI KÒMO ÈLÓMÍRÒN ÀFI ÒRÌSÁNLÁ.

 

              fonética > êmi cómó elómiran afi orixá um lá

 

      EU NÃO SOU FILHO DE OUTRO, EXCETO DE ÒRÌSÁNLÁ

                                                             

                                 BÀBÁ MI MO PÈ E

 

                        fonética > babá mi mô pué ê

Page 43: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

 

                              MEU PAI EU VOS CHAMO !

                                                             

                                   MO PÈ E ÈRÒ ILÈ !

 

                         fonética > mô pué ê éró ilé

 

                      CHAMO PARA PROPICIAR A TERRA !

                                                             

                                    MO PÈ E ÈRÒ ILÉ !

 

                           fonética >  mô pué ê éró ilê

 

                     CHAMO PARA PROPICIAR ESTA CASA !

                                                             

                             KI ILÈ AYÉ Ó NÍ LÈGBÁRA

 

                         fonética > qui ilé aiê ô ni lebara

 

                       QUE O MUNDO TENHA TERRA FORTE.

                                                             

                              KI ILÈ AYÉ NÍ DÁRA TÚTÙ.

 

                         fonética > qui ilé aiê ni dara tutu

 

                    QUE O MUNDO SEJA BOM E AGRADÁVEL.

                                                             

                          KI ILÈ AYÉ NÍ DÁRA Ó SÙN ÒWÓ.

Page 44: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

 

                      fonética > qui ilé aiê ni dara ô sum ouo

 

 QUE O MUNDO SEJA BOM DURANTE O SONO DAS PESSOAS.

                                                           

          BÀBÁ MI, BÀBÁ ÒRÌSÀ, WON GBOGBO NI MO PÈ !

 

       fonética >  babá mi, babá orixá, uón bobô ni mô pué

 

              MEU PAI, PAI ÒRÌSÀ, A TODOS EU CHAMO !

                                                          

                              MO PÈ ÈRÒ ILÈ KI A

 

                        fonética > mô pué éró ilé qui a

 

        CHAMO PARA PROPICIAR A TERRA, PARA QUE NÓS

                                                            

                                MÁÀ BÉ ABÉ NI BÉRÍ

 

                      fonética > maa bue abue ni bueri

 

               JAMAIS MORRAMOS EXECUTADOS SOBRE ELA.

                                                             

                       OLÚ ÀTÉLESÉ, A GBÉNÒN DÍDÙN LÀ.

 

                   fonética > ôlu atéléssé, a buenam didum 

 

SENHOR DA SOLA DOS PÉS, GUIE-NOS AOS BENEFÍCIOS DA RIQUEZA.

Page 45: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

                                                             

                               KI ORÓGBÓ DÍDÙN LÀ.

 

                         fonética > qui ôrôbuô didum lá

 

                         QUE O ORÓGBÓ SEJA RIQUEZA.

                                                             

                                    KI OBÌ DÍDÙN MI

 

                            fonética > qui ôbi didum mi

 

                      QUE O OBÌ SEJA RIQUESA PARA MIM.

                                                             

                                A GBÈ BÀBÁ MI ÒRÌSÀ

 

                          fonética > a buê babá mi orixá

 

                            ME ABENÇÕE PAI ÒRÌSÀ.

                                                             

                                      MO PÈ E !

 

                               fonética > mô pué ê

 

                                     EU TE CHAMO!

                                                             

                           KI E WÁ BÀÁWA TU ILÈ AYÉ.

 

                      fonética > qui e uá baauá tu ilé aiê

Page 46: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

 

              QUE VENHA CONOSCO PARA SEMEAR A TERRA.

                                                            

                                WÁ SÉ, KI ILÈ AYÉ

 

                         fonética > uá xê, qui ilé aiê

 

                   VENHA FAZER COM QUE TODO O MUNDO

                                                             

                          WÀ LÈ DÁRA OKO, MI ÒRÌSÀ

 

                       fonética > uá lê dara ôcô, mi orixá

 

SAIBA COMO FAZER PRÓSPERAS AS FAZENDAS, MEU ÒRÌSÀ

                                                            

                           ÒRÌSÁNLÁ, SÉ YO MO PÈ

 

                   fonética > orixá um lá xê iô mo pué

 

            GRANDE ÒRÌSÀ, QUE FAÇA BROTAR E CRESCER

                                                             

                          KI Ó WÀ SÉ RERE FÚN MI

 

                   fonética > qui ô uá xê rere fum mi

 

                         COISAS BOAS PARA MIM

                                                             

                                 FÚN ÌWÀ MI.

Page 47: Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

 

                            fonética > fum iuá mi

 

                         E PARA MINHA EXISTÊNCIA.

                                                    

                                 À  SE, À SE, À SE !

 

                       fonética > a  xé, a  xé, a  xé

 

                                    ASSIM SEJA !