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Passo a passo da agenda 21 local.pdf

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República Federativa do Brasil

Presidente: Luiz Inácio Lula da SilvaVice-Presidente: José Alencar Gomes da Silva

Ministério do Meio Ambiente

Ministra: Marina SilvaSecretário-Executivo: Claudio Roberto Bertoldo Langone

Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável

Secretário: Gilney Amorim VianaDiretoria de Gestão Ambiental e TerritorialDiretor: Roberto Ricardo VizentinCoordenação da Agenda 21Coordenador Interino: Ary da Silva Martini

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Ministério do Meio Ambiente - MMASecretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável

Coordenação da Agenda 21

PASSO A PASSO DA AGENDA 21 LOCAL

Brasília2005

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AgradecimentosA todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para a concretização desta Cartilha do Passo a Passo da Agenda 21 Local e em especial a Pedro Ivo de Souza Batista que, entre março de 2003 e outubro de 2004, exerceu com qualidade e dedicação a função de coordenador da Agenda 21 Brasileira.

Equipe Agenda 21:Ary da Silva MartiniAntonio Carlo Batalini BrandãoCarlos Felipe de Andrade AbirachedEveline Barros LealEduardo Boucinha de OliveiraKarla Monteiro MatosLaura MaffeiLeonardo CabralLuciana Chuéke PurezaMarcia Maria FacchinaMichelle Silva MilhomemNathali Germano SantosRaquel Monti HenkinUbirajara Fidelis da Silva

Projeto Gráfi co:Grupo Vintenovewww.vintenove.com

Ilustração:Eveline Barros Leal

Impresso no Brasil

Ministério do Meio AmbienteSecretaria de Políticas para o Desenvolvimento SustentávelCoordenação da Agenda 21Esplanada dos Ministérios – Bloco B – sala 83070068-900 – Brasília, DFTel: (61) 4009-1142 – Fax: (61) 4009-1765e-mail: [email protected] www.mma.gov.br/agenda 21

Passo a passo da agenda 21 local / Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Políticas para o Desenvolvi-mento Sustentável. - Brasília : Ministério do Meio Ambiente, 2005.54 p. : il.

1. Agenda 21 Local. 2 Desenvolvimento Sustentável. 3. Meio Ambiente. 4. Planejamento. I.Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável. CDU 502.3

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S U M Á R I O

Apresentação .............................................................................................................................7

Planejando o Desenvolvimento Sustentável ..............................................................................9

Você está sendo convidado a entrar nesta ciranda .................................................................11

1º PASSO: Mobilizar para Sensibilizar Governo e Sociedade .................................................18

2º PASSO: Criar o Fórum da Agenda 21 Local ........................................................................22

3º PASSO: Elaborar o Diagnóstico Participativo ......................................................................28

4º PASSO: Elaborar o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável .....................................32

Publicação da Agenda 21 Local ............................................................................37

5º PASSO: Implementar o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável ...............................38

6º PASSO: Monitorar e Avaliar o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável .....................42

ANEXO I: Princípios e Premissas .............................................................................................45

ANEXO II: Exemplos de Possíveis Arranjos Territoriais e Formas de Ofi cializá-los .................49

Referências Bibliográfi cas .......................................................................................................51

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A P R E S E N TA Ç Ã O

Em julho de 2003 lançamos uma edição, revista e ampliada, do documento ‘Construindo a Agenda 21 Local’ do Ministério do Meio Ambiente. Na época reafi rmamos a importância dessa publicação no processo de divulgação da Agenda 21 no País e salientamos que sua pauta objetiva para a ação sustentável deixa claro que é impossível considerar a questão ambiental sem vê-la, ao mesmo tempo, como parte de um quadro social, econômico, institucional, cultural e político.

Na construção para a sustentabilidade, que é proposta pela Agenda 21, o poder tem sentido público e coletivo tornando-se tão mais legítimo quanto mais diluído e compar-tilhado for. Isso implica criar estruturas de formulação, avaliação e decisão mais horizon-talizadas e capazes de gerar efi ciência pela operação das competências pessoais num ambiente de respeito pela diversidade de opiniões, culturas e idéias, com dedicação e criatividade. O pressuposto é que de tal construção surgirá a competência coletiva de que o País precisa para erigir um novo modelo de desenvolvimento que seja sustentável.

Passados dois anos aqui estamos reafi rmando o compromisso assumido. Dois anos em que a Coordenação da Agenda 21, da Secretaria de Políticas para o DesenvolvimentoSustentável do MMA, teve como um de seus focos prioritários a ação nos diferentesarranjos territoriais possíveis para a construção de uma Agenda 21 Local. Temos como exemplos da ação com foco local o trabalho desenvolvido em municípios, consórcio de municípios, estados, bacias hidrográfi cas, unidades de conservação e territorialidades defi nidas pelos nossos parceiros institucionais. E ainda precisamos fazer referência àsparcerias que nos levam à Agenda 21 na Escola e à Agenda 21 na Empresa.

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O foco na ação local, defi nido no Programa Agenda 21 do Plano Plurianual do Governo - PPA 2004/2007, permitiu-nos uma contínua troca de experiência com instituições e comunidades representativas da diversidade setorial e cultural de nosso país, que estão em diferentes fases do processo de construção de suas Agendas 21.

A troca é uma das riquezas que a parceria governo e sociedade acumula quando se une para expor e analisar seus confl itos e potencialidades de forma a consensuar um cenário de futuro desejado pelo conjunto dos atores sociais. Para nossa equipe, participar e vivenciar essa troca resulta em um constante repensar de ações que podem tornar-se ferramentas úteis para a população em seu caminho para a sustentabilidade.

É nesse contexto que elaboramos o “Passo a Passo da Agenda 21 Local”. Uma cartilha, um guia, que com base em novas idéias, estudos e experiências concretas, procura aperfeiçoar o roteiro sugerido até então para todos que queiram construir, implementar e monitorar um processo de Agenda 21 Local. Com ela continuamos empenhados a melhorar a cada dia a produção e divulgação de informação à sociedade e, também, a repetir nossa opção pelo caminho da ética, dos princípios da Carta da Terra.

A ciranda da Agenda 21 abre espaço para todos. Propõe o exercício da cidadania ativa, onde diferentes grupos sociais estudem, analisem e discutam a vida de sua localidade. Como decorrência, juntos desenhem o cenário futuro desejado, no qual cada parceiro tenha claro sua parcela de responsabilidade e os meios necessários para a implementação das ações consensuadas pelo grupo. Essas ações, coletivamente pensadas, passam então a compor o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, que é um dos resultados de um processo de Agenda 21 Local conforme nossos leitores e leitoras irão descobrir no caminho deste Passo a Passo.

Desejamos um feliz e sustentável percurso!

Marina SilvaMinistra do Meio Ambiente

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P L A N E J A N D O O D E S E N V O LV I M E N T O S U S T E N T Á V E L

Implementar políticas para o desenvolvimento sustentável de âmbito nacional num país de grandes dimensões geográfi cas, com vasta diversidade biológica, socioeconomica e cultural, não é uma tarefa simples e, sem dúvida, requer não apenas compromisso, mas, sobretudo, uma mudança cultural que permita a grupos e pessoas verem o mundo além de seus problemas imediatos para criarem sonhos comuns.

Nesse contexto, são inúmeros os desafi os da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente. Sabemos que alcançar um novo padrão de desenvolvimento que contemple as diferentes dimensões da sustentabilidade implica, sobretudo, em vontade política, capacidade de mobilização social, mudança de atitudes e, principalmente, mediação de confl itos de interesses.

A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável em comum acordo com a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Brasileira (CPDS), defi niu como prioridade incentivar e apoiar a construção de Agendas 21 Locais, como estratégia de elevar o padrão de sustentabilidade socioambiental às gestões municipais.

A Agenda 21 Local é excelente instrumento para o planejamento participativo que expressa a visão da sociedade, que procura enxergar além daquilo que nossos olhos permitem, para deixar às futuras gerações possibilidades de conviver em um mundo equilibrado, saudável e com justiça social. Para tal é de extrema importância a participação efetiva de todos os atores sociais, para que cada um reconheça na Agenda sua visão de futuro, e que entenda que cada desafi o, sucesso ou fracasso de percurso, tem parte de sua responsabilidade.

Por todas essas razões, a Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável apresenta a Cartilha do Passo a Passo que busca aperfeiçoar a metodologia para construção e implementação das Agendas 21 locais na certeza de que contribuirá para o alcance de uma nova sociedade.

Gilney Amorim VianaSecretário de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável

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V O C Ê E S T Á S E N D O C O N V I D A D O

A E N T R A R N E S TA “C I R A N D A”

N A M A R C A Ç Ã O D O S PA S S O S D A A G E N D A 2 1 LO C A L .

V O C Ê N Ã O E S T Á S O Z I N H O ! N A C E N A P Ú B L I C A S O M O S M U I T O S

Q U E V O C Ê P R E C I S A C O N H E C E R

PA R A PA RT I C I PA R D E S TA E X P E R I Ê N C I A .

V A M O S C O M E Ç A R ?

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V O C Ê E S T Á S E N D O C O N V I D A D O. . .

As tradições culturais são fortes apelos para unir pessoas e desenvolver ações conjuntas para o bem-estar da coletividade.

Para orientar o passo a passo da Agenda 21 Local, uma analogia pode ser feita com a marcação dos passos da ciranda, uma das manifestações populares mais tradicionais do Brasil.

O Programa Agenda 21 da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente convida toda a sociedade brasileira a entrar nessa “ciranda”, que contribuirá para a construção de um mundo melhor, onde participação, parcerias com visão global e ação local são essenciais.

. . . A E N T R A R N E S TA “C I R A N D A” . . .

Ciranda1 é uma brincadeira de roda praticada por uma comunidade que não tem preconceito de etnia, gênero, idade, condição social ou econômica. Também não há limite para o número de pessoas que queiram participar. Começa com um grupo pequeno que pode aumentar na marcação dos passos ritmados.

Os participantes podem entrar ou sair na hora que quiserem, mas o círculo se mantém seguro pelas mãos dadas dos parceiros. O grupo pode aumentar, mas quando o círculo atinge um tamanho que difi culta a movimentação, forma-se outro no seu interior.

A marcação é executada por pessoas posicionadas no centro do círculo, com seus instrumentos de percussão e de sopro. As canções do “mestre-cirandeiro” têm resposta no coro de todos.

1 BRINCANTES. Recife: PCR. Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2000. p.108-112.

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As temáticas refl etem as experiências de vida de cada região, da sociedade, do território e a busca por um objetivo comum. O fortalecimento desta busca é tema central. A ciranda, assim como a rede da comunidade de vida do planeta, acolhe a todos numa relação de cooperação.

. . . N A M A R C A Ç Ã O D O S PA S S O S D A A G E N D A 2 1 LO C A L .

Apresentamos uma proposta para orientar, passo a passo, agentes municipais e regionais, indivíduos ou instituições, que queiram iniciar o processo de construção de Agenda 21 Local, de modo a contribuir para o fortalecimento de fóruns locais ou implementar ações de desenvolvimento sustentável, de acordo com os princípios e as premissas defi nidas na Agenda 21 Brasileira que regem a parceria governo e sociedade.

Sabemos que o trabalho conjunto do governo e da sociedade é uma conquista alcançada no exercício da cidadania. Porém, para discutir, formular, propor e decidir em conjunto temos que encontrar um mecanismo que crie agendas de compromissos. Uma agenda comum deverá marcar a convocação de ambas as partes para reuniões de debates e de apresentação de propostas. Para que todos entrem em acordo, os momentos de tomada de decisão deverão se repetir continuamente aumentando o entendimento mútuo até a construção de consensos, fazendo com que sejam tomadas decisões que satisfaçam, se não a todos, a maioria. Tudo dependerá de acordo e disposição.

A essa sistemática chamamos mecanismo, ou seja, depois de conhecidas as partes que operam os instrumentos para realizar um processo, será possível encontrar uma melhor disposição para o funcionamento deste conjunto que, como uma máquina, será utilizado para um determinado objetivo. Enfi m, o mecanismo é o “como funciona”.

A experiência de parceria entre governo e sociedade tem mostrado que, assim como na ciranda,

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a roda formada por seus membros funciona para dar início à marcação dos passos e construção das idéias sobre temas de interesse comum. O mecanismo para o funcionamento da Agenda 21 Local é formar parcerias em torno de um Fórum Local de Desenvolvimento Sustentável, marcar o passo a passo para realizar as propostas de ações compartilhadas entre governo e sociedade, que estarão operando continuamente os procedimentos de construção de consensos e tomadas de decisão. Este modo contínuo é o que chamamos processo.

O processo de construção de uma Agenda 21 Local pode ser realizado de diferentes maneiras. Entretanto, é fundamental que a execução de ações seja liderada por um grupo que, por meio do uso permanente de instrumentos de sensibilização, mobilização e articulação mantenha os parceiros em comunhão de interesses, voltados para o cuidado com as dimensões integradas - social, cultural, econômica, ambiental e político-institucional. O objetivo é elaborar um plano para transformar a realidade local no cenário desejado por todos, fortalecendo a participação, a cidadania ativa e consolidando a formação de sociedades sustentáveis.

Para tal, é necessário que o grupo encontre uma linguagem que permita o entendimento das idéias que fundamentam a proposta da Agenda 21 Local em questão. Também deverão encontrar os meios de comunicação para estabelecer um diálogo, que seja compreendido por todos da comunidade, de modo a ampliar a rede de participantes no processo. Esta participação é o que chamamos cidadania.

Observa-se que, em conseqüência da falta de entendimento de que a Agenda 21 é um plano estratégico para o desenvolvimento sustentável, e não apenas um plano ambiental, a comunidade tem cobrado dos órgãos de meio ambiente locais a iniciativa do processo, o que vem provocando grande liderança dessa área. Isso não signifi ca um problema, desde que, no passo a passo do processo, este seja ampliado para as diferentes instituições locais, governamentais e da sociedade civil organizada, em seus diferentes setores.

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V O C Ê N Ã O E S T Á S O Z I N H O ! N A C E N A P Ú B L I C A S O M O S M U I T O S . . .

Viver a cidadania é entrar no cenário da realidade local como um ator entra no palco para participar de uma peça. É a realização de uma idéia. Para tanto, cada ator tem seu papel bem defi nido e reconhece sua parte no desenvolvimento da ação. Se todos desempenharem bem o seu papel, o sucesso é de todos que participaram. Se a peça for boa a ponto de infl uenciar positivamente a comunidade que participou e assistiu, será um marco na vida da sociedade local.

Assim, na cena pública, temos vários atores2, parte que atua na área pública e parte que pertence à sociedade civil. Neste caso a atuação pode ser individual ou por meio de organizações ou associações, empresas, colégios, sindicatos, etc. Por outro lado, o papel de cada indivíduo na sociedade é determinado ou por vontade própria, habilidade e postura pessoal; ou por uma missão assumida para cumprir um ou mais compromissos, de caráter coletivo. Em ambos os casos, é fundamental o conhecimento dos direitos e deveres do cidadão, assim como as formas de relacionamento com o ambiente em que vive e faz parte.

Para a construção de uma sociedade sustentável, que transforme o cenário atual naquele desejado por todos, deverão ser bem vindos no processo novos atores que queiram cooperar - discutindo, reformulando e propondo. Enfi m, decidindo o que realizar juntos. Se a experiência coletiva for boa, a ponto de melhorar a relação de interesses, quanto ao respeito às diferenças e ao estabelecimento dos limites do direito individual em prol do bem-estar coletivo, então teremos construído as bases para a formação de uma sociedade sustentável, evitando as desigualdades e injustiças sociais. E mais, se a idéia for consolidada, mudaremos o modo de produzir e consumir, alterando o padrão de vida no planeta, a partir da construção de uma rede de sociedades sustentáveis.

2 Como “atores” consideramos todos os representantes de grupos sociais/profi ssionais, como por exemplo: professores, estudantes, índios, comerciantes, industriais, operários, trabalhadores rurais, funcionários públicos, médicos, políticos, juizes, quilombolas, etc.

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. . . Q U E V O C Ê P R E C I S A C O N H E C E R . . . .

O governo brasileiro e a sociedade civil organizada, juntos, têm promovido a idéia do desenvolvimento sustentável e empreendido esforços para implementar a Agenda 21 Brasileira; apoiar a construção e implementação de Agendas 21 Locais; e realizar cursos de formação continuada em Agenda 21Local. O acompanhamento da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Brasileira - CPDS no processo de Agenda 21, em que o modelo de desenvolvimento nacional está sendo construído coletivamente, é fundamental. Com ampla representatividade, a CPDS promove parcerias para acompanhar a implementação da Agenda 21 Brasileira, efetivar a transversalidade de políticas públicas, tratar da questão territorial e do processo de certifi cação de Agendas 21 Locais.

. . . . PA R A PA RT I C I PA R D E S TA E X P E R I Ê N C I A .

O Programa Agenda 21, que integra o Plano Plurianual do Governo Federal - PPA 2004/2007- tem como premissa básica incentivar ações entre governo e sociedade, voltadas para o desenvolvimento sustentável. Para isso, tem atuado na construção de parcerias e na promoção de novos espaços para o diálogo e efetiva participação da sociedade para a defi nição de políticas públicas.

Procurando responder às dúvidas e esclarecer sobre etapas e procedimentos, consolidamos nesta cartilha as orientações para a construção de um plano de ação local voltado para o desenvolvimento sustentável, que requer uma boa dose de compreensão da realidade local e de grande disposição e vontade política para transformá-la.

Por outro lado, também é essencial a compreensão de que movimentos sociais isolados difi cilmente

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provocam uma mudança efetiva nos padrões insustentáveis de uma sociedade. Por isso, esta cartilha afi rma em seus diferentes passos que a Agenda 21 é, em primeiro lugar, um processo de parceria entre governo e sociedade. Não existe Agenda 21 Local da sociedade sem o governo, nem do governo sem a sociedade.

Sugerimos a leitura para todos os interessados no processo, para que reconheçam o seu papel e atuem em parceria com as diferentes instituições e comissões formadas por governo e sociedade civil, de forma a intensifi car a troca de experiências para melhorar indicadores de qualidade de vida e contribuir para o êxito de programas e projetos voltados à sustentabilidade local.

V A M O S C O M E Ç A R ?

É importante que a noção de “processo contínuo” esteja associada à Agenda 21, que não deve ser entendida como um único acontecimento, documento ou atividade. No processo de desenvolvimento de uma Agenda 21 Local, a comunidade identifi ca suas potencialidades, seus recursos e suas fragilidades. Dessa forma, estará apta a fazer as escolhas para construir as bases de uma sociedade sustentável.

Seguir os passos para construção e implementação de Agenda 21 Local não signifi ca obedecer uma receita, pois não há fórmula pré-determinada. Mas, para que a Agenda 21 Local se transforme em importante instrumento de mobilização social, é preciso promover, num primeiro momento, a difusão de seus conceitos e pressupostos junto às comunidades, associações de moradores, movimentos sociais, entidades de classe, escolas, setor produtivo rural e urbano, instituições governamentais, etc. Essa iniciativa pode ser praticada por um grupo de trabalho, empenhado em aperfeiçoar a capacidade de participação nos processos decisórios e de gestão. A liderança

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desse processo pode ser de qualquer segmento da sociedade como, por exemplo, governo local, universidades, organizações não governamentais.

Boa parte do sucesso dependerá da maturidade do grupo de parceiros para superar prováveis obstáculos que limitam o início e difi cultam o desenrolar de todo o processo. Podemos relacionar alguns, como a falta de cultura de participação; a ausência de informações sobre as pressões exercidas sobre o território; a necessidade de levantar dados que gerem informações para a construção de uma base de conhecimento; o hábito arraigado em nossa sociedade de planejar de forma setorizada, ou seja: não planejamos, por exemplo, as ações de saúde, transporte, comércio e indústria, educação em conjunto com as de meio ambiente.

A forma conservadora no agir, a repetição de hábitos e costumes, muitas vezes impedem novas idéias e propostas pró-ativas de organização da sociedade, baseadas no cuidado com o homem, sua cultura e seu ambiente - construído e natural. Por isso que o processo de construção de Agenda 21 inicia-se por meio da sensibilização, para produzir unidade, constância, perseverança, fortalecendo a vontade de transformar a realidade local. Cada um descobrirá o modo possível de colocar em prática o passo a passo da Agenda 21 Local, sempre com foco nos conceitos do desenvolvimento sustentável.

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M O B I L I Z A R PA R A S E N S I B I L I Z A R G O V E R N O E S O C I E D A D E1 º PA S S O

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Page 19: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

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Não existe uma forma única para a construção de uma Agenda 21. Entretanto é certo que para tornar-se um instrumento de mobilização social ela necessita, em um primeiro momento, que seus conceitos e pressupostos sejam difundidos junto à comunidade, associação de moradores, movimentos sociais, sindicatos, comunidades escolares, associações patronais, entidades dos setores produtivos urbanos e rurais, instituições públicas, etc.

A iniciativa de um processo de Agenda 21 Local pode ser de um grupo de pessoas sob a liderança de qualquer segmento da comunidade, como por exemplo governo local, universidade, organização não governamental. Se a iniciativa partir de um grupo da sociedade civil é essencial a obtenção do apoio da prefeitura e da Câmara de Vereadores e/ou órgãos governamentais regionais correlatos, para posterior ofi cialização do processo.

Nesse contexto, mobilizar e sensibilizar são ações fundamentais para o sucesso da Agenda 21 Local ao longo de toda a sua implementação. Recomenda-se que o grupo formado para iniciar o processo realize as seguintes ações:

estabelecer a sua forma de atuação;

reunir dados e informações sobre as características básicas do espaço geográfi co onde será construída a Agenda 21 Local, com ênfase nos aspectos positivos e nos problemas prioritários a serem enfrentados;

reunir informações sobre programas, projetos e ações governamentais e não-governamentais voltadas para o desenvolvimento sustentável que estão em andamento;

identifi car quais as instituições representativas dos setores da sociedade local que necessariamente devem ser inseridas nesta etapa inicial, em função das particularidades locais;

O P R I M E I R O PA S S O É M O B I L I Z A R PA R A S E N S I B I L I Z A R G O V E R N O E S O C I E D A D E ,P O R M E I O D E S E M I N Á R I O S , O F I C I N A S , C A M PA N H A S . . .

MOBI

LIZA

R PA

RA S

ENSI

BILI

ZAR

GOVE

RNO

E SO

CIED

ADE

1º P

ASSO

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O Programa Agenda 21 do MMA adota os princípios da Carta da Terra, busca contribuir com os Objetivos e Metas do Milênio e tem como referências conceituais:

• Sociedade Sustentável • Justiça Ambiental• Cidadania Ativa• Democracia Participativa

identifi car parceiros que possam contribuir para a realização dos eventos iniciais de mobilização e sensibilização;

Uma função chave do grupo que inicia o processo é examinar as possibilidades de fi nanciamento para o processo de construção da Agenda 21 Local. Por exemplo, contatar instituições locais, comerciantes, empresários e pesquisar linhas de fi nanciamento em órgãos públicos e privados e em agências de cooperação.

iniciar debate sobre como fortalecer institucionalmente o processo junto aos poderes públicos locais, como por exemplo, por meio de Termos de Compromisso em que governantes se comprometem a implementar a Agenda 21 Local;

reunir e/ou elaborar e divulgar material informativo e/ou didático, a partir das diretrizes do Programa Agenda 21, para facilitar o entendimento da população sobre o que é Agenda 21 Local, como dar início ao processo e como participar, propondo, por exemplo, leituras coletivas, confecção de informativo ou preparação de seminário ou ofi cina que envolva todos os segmentos da comunidade, lideranças e poder público;

obter apoio dos meios de comunicação, rádios comunitárias e universidades para aperfeiçoar a linguagem de divulgação da informação, imprescindível nesse processo que busca, constantemente, a incorporação de novos parceiros e mudanças de postura e hábitos da população;

divulgar amplamente a proposta de parceria do governo e sociedade para construir a Agenda 21 Local, podendo ser por meio de comunicação radiofônica, gráfi ca, televisiva e outros.

MOBI

LIZA

R PA

RA S

ENSI

BILI

ZAR

GOVE

RNO

E SO

CIED

ADE

1º P

ASSO

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MOBI

LIZA

R PA

RA S

ENSI

BILI

ZAR

GOVE

RNO

E SO

CIED

ADE

1º P

ASSO

QUE É PEQUENO

O ENVOLVIMENTO

VOLUNTÁRIO E

ESPONTÂNEO DA

MAIOR PARTE DOS

HABITANTES EM

GRANDES MUNICÍPIOS

OU NAQUELES

CARACTERIZADOS

POR SUA

HETEROGENEIDADE.

AS PESSOAS PRECISAM

ENTENDER A IMPORTÂNCIA

DA CONTRIBUIÇÃO DE CADA UM

NA SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS

IDENTIFICADOS E TER CONFIANÇA

QUE SUA PARTICIPAÇÃO SERÁ

LEVADA EM CONSIDERAÇÃO

NO PROCESSO, GARANTINDO, ASSIM,

ALGUM CONTROLE

SOBRE O SEU FUTURO.

O acesso à informação é pré-requisito para uma participação efetiva e justa. Dessa maneira, as opiniões da comunidade fi carão menos sujeitas à infl uência de idéias individuais de representantes de grupos de interesses específi cos ou de especialistas. Isso incrementa

tanto a legitimidade como a apropriação do processo por parte da população local.

Introduzir a temática da Agenda 21 Local na pauta

dos diversos setores da sociedade pressupõe uma

revolução na forma tradicional de se tomar decisões.

O QUE PODEMOS

ENTENDER COM ISTO?

MUDAR A RELAÇÃO ENTRE

A COMUNIDADE E AS

AUTORIDADES É TAREFA

COMPLEXA E LONGA.

Page 22: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

C R I A R O F Ó R U M D A A G E N D A 2 1 LO C A L2 º PA S S O

22

Page 23: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

23

. . . O S E G U N D O PA S S O É C R I A R O F Ó R U M D A A G E N D A 2 1 LO C A L , P O R M E I O D E C O N V O C A Ç Ã O D O S R E P R E S E N TA N T E S D O S D I F E R E N T E S S E T O R E S D A S O C I E D A D E LO C A L . . .

CRIA

R O

FÓRU

M DA

AGE

NDA

21 L

OCAL

2º P

ASSO

PARA AS PRIMEIRAS REUNIÕES DE DISCUSSÃO SOBRE

A CRIAÇÃO, COMPOSIÇÃO E

FORMALIZAÇÃO DO FÓRUM, TODOS OS

SETORES DA COMUNIDADE DEVERÃO SER CONVIDADOS:

O SETOR PRODUTIVO RURAL E URBANO,

AS DIFERENTES LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS,

REPRESENTANTES DOS DIVERSOS PODERES

CONSTITUÍDOS (EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO),

DAS IGREJAS, DAS ESCOLAS E UNIVERSIDADES, DOS

BANCOS, DOS SINDICATOS, DAS LIDERANÇAS DE

ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS,

QUE MILITAM POR GRUPOS DA SOCIEDADE,

COMO MULHERES E NEGROS, ETC. SOCIEDADE E GOVERNO JUNTOS.

É ESSENCIAL QUE OS

PARTICIPANTES DE CADA

SETOR SEJAM RECONHECIDOS

COMO REPRESENTANTES PELOS

SEUS RESPECTIVOS GRUPOS, COM

LEGITIMIDADE PARA FALAR EM

NOME DA INSTITUIÇÃO,

ASSUMIR POSIÇÕES E

Recomenda-se que o grupo responsável pelo início da construção da Agenda 21 Local realize as seguintes ações:

formalizar parceria entre governo e sociedade por meio de ato de criação do Fórum da Agenda 21 Local e ofi cializar o processo para garantir as condições políticas e institucionais necessárias para preparar, acompanhar e avaliar o processo de construção e implementação da Agenda 21 Local;

ASSUMIR POSIÇÕES E

TOMAR DECISÃO.

BANCOS, DOS SINDICATOS, DAS LIDERANÇAS DE

ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS,

QUE MILITAM POR GRUPOS DA SOCIEDADE,

COMO MULHERES E NEGROS, ETC. SOCIEDADE E GOVERNO JUNTOS.

Page 24: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

24

CRIA

R O

FÓRU

M DA

AGE

NDA

21 L

OCAL

2º P

ASSO

Na tentativa de evitar um número muitas vezes ingovernável de fóruns, comissões, conselhos em uma mesma localidade e, também, de otimizar recursos e de integrar ações, o Programa Agenda 21 do Ministério do Meio Ambiente tem orientado, em ofi cinas, seminários e editais sobre construção de Agendas 21 Locais que o Fórum da Agenda 21 Local pode ser exercido por uma estrutura já existente e em funcionamento, desde que esta conte com a representação dos diferentes setores da sociedade local e que assuma em suas atribuições a construção e implementação da Agenda 21 Local. Essa possível formatação não inclui a constituição de uma ONG, ou mesmo de uma OSCIP, tendo em vista que o Fórum que dá corpo a um processo de Agenda 21 Local é necessariamente um colegiado composto pelos diferentes segmentos da sociedade local, ou seja, pela parceria governo e sociedade civil.

defi nir e divulgar a missão do fórum com parceiros mobilizados, representantes dos diversos segmentos da sociedade, de forma a garantir a representação dos interesses da comunidade como um todo;

A correta seleção de participantes para integrar o Fórum e seus respectivos grupos de trabalho é, talvez, o passo crítico no estabelecimento de um processo de planejamento de caráter associativo. A composição do grupo determinará não só sua legitimidade, mas também sua capacidade de gerar idéias, percepções e um consenso para a ação. A experiência mostra que as instituições devem indicar para Fóruns, Comissões ou Conselhos, representantes que tenham entre suas características pessoais, dinamismo, interesse em assuntos variados, disponibilidade e capacidade de trabalhar em grupo.

gerenciar o tamanho do Fórum de forma a assegurar a representação, procurando manter a paridade entre governo e sociedade e, ao mesmo tempo, não tornar inviável o processo de tomada de decisão;

Page 25: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

25

criar um estatuto ou regimento interno que oriente o processo de funcionamento e de tomada de decisão do grupo, com objetivos, frequência das reuniões ordinárias, previsão de reuniões públicas, elaboração e divulgação de atas, formalização de acordos, registros de falta de consensos, tempo de mandato dos membros e forma de substituí-los quando necessário, entre outros;

eleger o coordenador(a) do Fórum. Sugere-se que o primeiro mandato seja curto, no caso de surgir uma nova liderança, com perfi l mais apropriado, à medida que os membros interagem e se conhecem melhor. É recomendável rotatividade periódica, de forma a dispersar tensões políticas;

criar estrutura que confi ra agilidade e efi cácia na implementação das deliberações do Fórum. Essa estrutura, denominada tradicionalmente de Secretaria-Executiva do Fórum da Agenda 21 Local, deverá contar com pessoal e recursos, conforme as necessidades do processo;

CRIA

R O

FÓRU

M DA

AGE

NDA

21 L

OCAL

2º P

ASSO

COMO SERÁ A

COORDENAÇÃO DO FÓRUM

DA AGENDA 21 LOCAL?

COMO SERÁ A

COORDENAÇÃO DO FÓRUM

DA AGENDA 21 LOCAL?

É NECESSÁRIO ALGUÉM COM HABILIDADE

DE NEGOCIAÇÃO, QUE POSSA DIRIGIR AS REUNIÕES

PERMITINDO QUE TODOS FALEM SEM IMPOR

SOLUÇÕES ...

... E SEM PERMITIR QUE ALGUM INDIVÍDUO

OU GRUPO PREVALEÇA,

OU GRUPO PREVALEÇA, É O IDEAL.É O IDEAL.

UMA COORDENAÇÃO FORTE, DEMOCRÁTICA, SENSÍVEL E

FORTE, DEMOCRÁTICA, SENSÍVEL E DISPOSTA A DAR ESPAÇOS IGUAIS

ÀS DIFERENTES IDÉIAS É UM BÔNUS.

Page 26: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

26

defi nir o espaço físico para o funcionamento da Secretaria-Executiva do Fórum. Em geral, as prefeituras têm providenciado, mas qualquer dos atores envolvidos poderá ocupar-se dessa questão, desde que o Fórum mantenha sua necessária independência de atuação, não conferindo, portanto, privilégio a qualquer dos grupos envolvidos;

ofi cializar o Fórum da Agenda 21 Local3. Seja qual for a forma escolhida - decreto, portaria, Lei - o apoio ofi cial do governo local ao processo facilita o exercício democrático e estabelece vínculo estreito com atividades governamentais de planejamento. No caso do Fórum ser de iniciativa da comunidade e não contar com o apoio das autoridades constituídas, pode-se utilizar o recurso da iniciativa popular de projeto de lei.

Após instalado, o Fórum terá como atribuições iniciais para a construção e implementação da Agenda 21 Local:

defi nir os princípios e as premissas4 a serem seguidos na construção da Agenda 21 Local;

selecionar temas prioritários, capazes de mobilizar a opinião pública e outros apoios, criando as condições para a formação do cenário futuro desejado. A decisão adequada pressupõe a geração de projetos aplicáveis e relevantes para o desenvolvimento sustentável local e/ou para a região de infl uência;

coordenar a elaboração de um cenário futuro desejado pela comunidade. Esse cenário deverá representar, da melhor forma possível, os diferentes pontos de vista dos participantes, incorporando as aspirações da comunidade para o futuro, no tocante à saúde, qualidade de vida, ao meio ambiente, ao rumo do desenvolvimento econômico, entre outras;

coordenar grupos de trabalho criados para envolver os mais variados segmentos interessados nos temas escolhidos como prioritários na construção da Agenda 21, podendo convocar especialistas e membros representativos da sociedade civil e dos diferentes níveis de governo, a fi m de criar sinergias e integração entre os diferentes grupos e setores locais.

3 No Anexo II estão elencados alguns possíveis arranjos territoriais para a construção de uma Agenda 21 Local e as formas de ofi cializá-los. 4 O Anexo I trás um conjunto de princípios e premissas que vêm sendo construídos desde o processo de discussão da Agenda 21 Brasileira e que têm pautado as ações do Programa Agenda 21 do MMA.

CRIA

R O

FÓRU

M DA

AGE

NDA

21 L

OCAL

2º P

ASSO

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27

CRIA

R O

FÓRU

M DA

AGE

NDA

21 L

OCAL

2º P

ASSO

POR SER UM PROCESSO

QUE ENVOLVE VÁRIAS ÁREAS

TEMÁTICAS, QUE CONTAM COM

CONHECIMENTO DE ESPECIALISTAS

E SABERES LOCAIS, É

RECOMENDÁVEL A CRIAÇÃO

DE GRUPOS DE TRABALHO

DIRIGIDOS A CADA TEMA.

OS GRUPOS DE TRABALHOANALISAM OS CONHECIMENTOS

POPULARES E OS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO TÉCNICA,

ESTABELECENDO CONSENSO SOBRE OS

PROBLEMAS LOCAIS E SEUS ENTRAVES À

SUSTENTABILIDADE, OU SEJA, O QUE ESTÁ

CRIANDO OBSTÁCULOS PARA

O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

NA REGIÃO E IMPOSSIBILITANDO QUE SE ATINJA OS CENÁRIOS DESEJADOS.O QUE FAZEM

OS GRUPOS DE

TRABALHO?

Page 28: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

28

E L A B O R A R O D I A G N Ó S T I C O PA RT I C I PAT I V O3 º PA S S O

Page 29: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

29

ELAB

ORAR

O D

IAGN

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CO P

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CIPA

TIVO

3º P

ASSO

. . . O T E R C E I R O PA S S O É C O N H E C E R E C O M P R E E N D E R A R E A L I D A D E LO C A L P O R M E I O D A E L A B O R A Ç Ã O D E D I A G N Ó S T I C O PA RT I C I PAT I V O. . .

PARA UM PLANEJAMENTO COM REAL PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE, COM MÉTODOS DE TRABALHO TÉCNICOS E EFETIVOS RUMO À SUSTENTABILIDADE LOCAL, TANTO O PROCESSO DE DEFINIÇÃO DE TEMAS, COMO A METODOLOGIA PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO A SER UTILIZADA, DEVEM CONTEMPLAR UM DETALHAMENTO DA NATUREZA SISTÊMICA DOS PROBLEMAS LOCAIS, BEM COMO A RELAÇÃO ENTRE OS TEMAS PRIORITÁRIOS E OS DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS.

É ESSENCIAL LEMBRAR DA IMPORTÂNCIA DE COLETAR

INFORMAÇÕES SOBRE AS CARACTERÍSTICAS

LOCAIS E SOBRE PRÁTICAS BEM-SUCEDIDAS

- LOCAIS E DE OUTRAS COMUNIDADES - MUITAS

VEZES, PODEM SER ADAPTADAS E APLICADAS

EM OUTROS LUGARES, INCLUSIVE COM AMPLA

PROBABILIDADE DE SUCESSO, TENDO EM

VISTA QUE POSSÍVEIS ERROS DE PERCURSO

OCORRIDOS NA EXPERIÊNCIA PILOTO PODEM SER EVITADOS.

Page 30: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

30

Para conhecer a realidade local em suas dimensões sociais, ambientais, econômicas, culturais e político-institucionais, o Fórum da Agenda 21 Local deverá:

defi nir como e quem irá realizar o diagnóstico participativo. Um bom diagnóstico exige o trabalho de conhecedores da realidade local e de profi ssionais e técnicos capacitados. Para tanto, é adequada a formação de um grupo de trabalho que defi na, sobretudo, a metodologia, a forma de participação e o tempo necessário para a sua execução procurando identifi car os entraves à sustentabilidade e levando sempre em conta o cenário futuro desejado;

realizar levantamento detalhado de dados, informações, análises, planos diretores, planos plurianuais, planejamento estratégico, etc. - já existentes na localidade. Essas informações podem ser pesquisadas, entre outros, em instituições de ensino e pesquisa, bibliotecas, órgãos públicos e devem ser incorporadas ao diagnóstico;

sistematizar as informações coletadas no 1º Passo sobre as características locais, para descrever a realidade local em suas dimensões ambiental, econômica, social, cultural, política e institucional, de forma participativa, identifi cando potencialidades e problemas locais;

levantar a percepção dos grupos locais sobre as políticas públicas e projetos em andamento levantados para identifi car os aspectos que devem ser trabalhados no sentido de minimizar os problemas e auxiliar na construção do cenário futuro desejado;

elaborar apresentação dos dados e informações levantados que permitam a comparação entre a situação atual e o cenário futuro desejado;

elaborar a apresentação do Diagnóstico Participativo para submeter à aprovação do Fórum. Nessa ocasião deverão ser apresentados os aspectos relevantes do diagnóstico e destacada a importância que terão os indicadores no processo de acompanhamento do plano local de desenvolvimento sustentável;

ELAB

ORAR

O D

IAGN

ÓSTI

CO P

ARTI

CIPA

TIVO

3º P

ASSO

Page 31: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

31

ELAB

ORAR

O D

IAGN

ÓSTI

CO P

ARTI

CIPA

TIVO

3º P

ASSO

PORTANTO, DEVE-SE

EVITAR MODELOS COM

PROCESSOS LONGOS E CAROS

QUE TENDEM A ESTABELECER

PRIORIDADES E METAS

SEM OUVIR A COMUNIDADE

LOCAL.

O QUE SE PRETENDE,

DE FATO, É A MONTAGEM DE UM

DIAGNÓSTICO QUE ORIENTE A DEFINIÇÃO

DE ESTRATÉGIAS DE AÇÃO RUMO À

SUSTENTABILIDADE LOCAL, QUE REFLITA,

VERDADEIRAMENTE, A REALIDADE DA

COMUNIDADE EM QUESTÃO.

A forma participativa e o uso combinado de estudos técnicos e saberes populares na análise da temática local, permite à comunidade estabelecer indicadores para o acompanhamento do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável - 4º Passo - a partir dos quais será possível não só medir os avanços e as mudanças futuras como também corrigir rumos, que na implementação do processo se mostraram inconsistentes.

divulgar amplamente o resultado da etapa de Diagnóstico Participativo mostrando que se trata de uma base de conhecimentos técnicos e populares, construída a partir de metodologia democrática e participativa, que refl ete a situação e os anseios da população. Recomenda-se que a divulgação inclua a realização de exposições de fotos e exibições de vídeos realizados durante o processo.

Page 32: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

32

E L A B O R A R O P L A N O LO C A L D E D E S E N V O LV I M E N T O S U S T E N T Á V E L4 º PA S S O

Page 33: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

33

ELAB

ORAR

O P

LANO

LOC

AL D

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OLVI

MENT

O SU

STEN

TÁVE

L4º

PAS

SO

O Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, elemento principal do processo de construção e implementação da Agenda 21 Local, a ser elaborado no âmbito do Fórum da Agenda 21 Local, deverá conter minimamente:

• a visão estratégica da comunidade, incluindo o cenário futuro desejado construído ao longo do processo;

• objetivos, oportunidades, problemas e prioridades levantadas no diagnóstico participativo;

• metas específi cas que devem ser alcançadas;

• ações concretas e específi cas para atingir as metas e, por conseguinte, os objetivos;

• estratégias e meios de implementação das ações, que incluam os vínculos existentes com o processo de planejamento governamental do município ou região;

• recomendações, estratégias de revisão do Plano e dos pactos fi rmados, de forma periódica;

• indicadores de desenvolvimento sustentável e outros instrumentos de controle social como pesquisas, consultas e campanhas.

. . . O Q U A RT O PA S S O É O F Ó R U M P L A N E J A N D O A T R A N S F O R M A Ç Ã O D A R E A L I D A D E LO C A L , P O R M E I O D A C O N S T R U Ç Ã O D O P L A N O LO C A L D E D E S E N V O LV I M E N T O S U S T E N T Á V E L . . .

Page 34: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

34

C o m o e l a b o r a r o P l a n o :

identifi car entre as questões apontadas no diagnóstico aquelas que exigem ações prioritárias para resolver problemas emergenciais (de curto prazo) e outras estruturantes (de médio e longo prazos), visando à construção do cenário futuro desejado coletivamente;

programar a realização das ações de curto, médio e longo prazos. Isso deve resultar em uma matriz que contenha ações - identifi cando se são ações novas ou já existentes com necessidade de continuidade e/ou reformulação – pessoas ou instituições responsáveis, resultados esperados, possíveis riscos, tempo de execução, recursos necessários, formas de monitoramento;

defi nir indicadores de forma participativa. Estes medirão o resultado da implementação do plano e sua análise apontará os momentos em que deverão ocorrer as revisões das ações de curto, médio e longo prazos programadas;

ELAB

ORAR

O P

LANO

LOC

AL D

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SENV

OLVI

MENT

O SU

STEN

TÁVE

L4º

PAS

SOFormular indicadores, nada mais é do que observar a realidade e os níveis em que se encontra, de modo que o indicador, como um termômetro, informe, gradualmente, o estágio da questão observada. No primeiro momento, o indicador é um instrumento de acompanhamento da execução de metas defi nidas no Plano Local de Desenvolvimento Sustentável.

Em um segundo momento, permite

avaliar os resultados obtidos e como

estes contribuem para o alcance

do desenvolvimento sustentável da

localidade em questão. A aplicação

periódica dos indicadores permite,

dentre outros, comparar o estado

atual e o ideal que se espera alcançar

e verifi car a necessidade de revisão e

reformulação das ações.

Page 35: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

35

ELAB

ORAR

O P

LANO

LOC

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SENV

OLVI

MENT

O SU

STEN

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L4º

PAS

SO

defi nir estratégias para o Fórum acompanhar a implementação, a análise, o monitoramento e a revisão do Plano;

articular novas parcerias para contribuir na implementação do Plano em suas etapas futuras, inclusive de monitoramento dos indicadores defi nidos, criados de forma a permitir o controle social;

preparar material informativo para ampla divulgação do Plano - rádio, jornais, televisão, etc. - de forma a envolver toda a sociedade.

Com o Plano elaborado, conclui-se a fase de construção da Agenda 21 Local e, conseqüentemente, inicia-se a fase de sua implementação. É importante ter claro que um Fórum atuante e um bom diagnóstico permitem que ações defi nidas como emergenciais sejam iniciadas antes mesmo da conclusão do Plano.

Page 36: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

36

ELAB

ORAR

O P

LANO

LOC

AL D

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OLVI

MENT

O SU

STEN

TÁVE

L4º

PAS

SO

É essencial ter essencial ter

claro que o Plano claro que o Plano

é um marco no é um marco no

processo e não a processo e não a

conclusãoconclusão

Algumas

características

básicas devem

ser observadas para

que um Plano Local de

Desenvolvimento Sustentável

seja compreendido por

todos os atores sociais

envolvidos:

Ser claro e conciso

Ter defi ndas as

responsabilidades responsabilidades

de cada uma das de cada uma das

entidades e atores entidades e atores

envolvidos

Ter prazos

estabelecidos

Ter formas de

acompanhamento

das ações e avaliação

de desempenho

defi nidas, possivelmente

através de indicadores

Page 37: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

37

Após a conclusão do Plano Local de

Desenvolvimento Sustentável, o Fórum

terá fi nalizado os quatro primeiros passos

necessários para a elaboração e publicação do

documento da Agenda 21 Local. O documento, de

fácil entendimento de todos da comunidade, deverá, entre

outros, conter a história da construção, todas as fases do

processo, propostas de políticas públicas para transformação

da realidade local e relação de participantes. Recomenda-se a

realização de um evento para o lançamento ofi cial da Agenda

21 Local, cujo documento deverá ser encaminhado a todos

os parceiros, instituições locais, autoridades e instâncias

competentes dos diferentes níveis e poderes constituídos.

ELABORAÇÃO

E PUBLICAÇÃO

DO DOCUMENTO

AGENDA 21 LOCAL

ELAB

ORAR

O P

LANO

LOC

AL D

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OLVI

MENT

O SU

STEN

TÁVE

L4º

PAS

SO

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38

I M P L E M E N TA R O P L A N O LO C A L D E D E S E N V O LV I M E N T O S U S T E N T Á V E L5 º PA S S O

Page 39: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

39

Implementar o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 21 Local signifi ca dar início à execução das ações acordadas entre governo e sociedade. Algumas atividades são básicas nesta fase:

relacionar e analisar diferentes instrumentos, mecanismos, instituições - do setor público e privado - que possam contribuir na efetivação das ações propostas com recursos fi nanceiros e técnicos;

. . . O Q U I N T O PA S S O É I M P L E M E N TA R O P L A N O LO C A L D E D E S E N V O LV I M E N T O S U S T E N T Á V E L D E F I N I D O N O P R O C E S S O D E C O N S T R U Ç Ã O D A A G E N D A 2 1 LO C A L P O R M E I O D E I N S T R U M E N T O S L E G A I S , P O L Í T I C O S , J U R Í D I C O S E T É C N I C O S . . .

IMPL

EMEN

TAR

O PL

ANO

LOCA

L DE

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ENVO

LVIM

ENTO

SUS

TENT

ÁVEL

5º P

ASSO

ESTES DEVEM SER

CONSTANTEMENTE ATIVADOS,

REVISTOS PARA MANTER O

ENVOLVIMENTO E AS ARTICULAÇÕES

ENTRE OS PARCEIROS,

EM PROCESSO CONTINUADO

DE TROCA DE INFORMAÇÃO,

DISCUSSÃO, REFORMULAÇÃO

E CORREÇÃO DE RUMO.

É SEMPRE OPORTUNO

LEMBRAR O CARÁTER CONTÍNUO

DO FÓRUM DA AGENDA 21 LOCAL.

TENDO EM VISTA QUE SUAS PRINCIPAIS

ATRIBUIÇÕES SÃO CONSTRUIR E

IMPLEMENTAR A AGENDA 21 LOCAL,

SEUS INSTRUMENTOS DE

SENSIBILIZAÇÃO, MOBILIZAÇÃO

E ARTICULAÇÃO.DE TROCA DE INFORMAÇÃO,

DISCUSSÃO, REFORMULAÇÃO

E CORREÇÃO DE RUMO.

SEUS INSTRUMENTOS DE

SENSIBILIZAÇÃO, MOBILIZAÇÃO

E ARTICULAÇÃO.

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40

IMPL

EMEN

TAR

O PL

ANO

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DES

ENVO

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ENTO

SUS

TENT

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5º P

ASSO

propor a criação de novos instrumentos e mecanismos institucionais e fi nanceiros necessários para auxiliar na implementação de ações propostas;

analisar programas e projetos em andamento, como por exemplo Zoneamento Ecológico Econômico, planos de gerenciamento de bacias hidrográfi cas, planos de manejo de unidades de conservação, planos diretores e Orçamento Participativo, para identifi car e integrar ações;

defi nir procedimentos para incorporar as ações da Agenda 21 Local nos documentos governamentais de planejamento como por exemplo: Lei Orgânica, Planos Plurianuais - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei de Orçamento Anual – LOA;

defi nir procedimentos para incorporar as propostas do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável nas políticas públicas locais;

estabelecer canal de articulação com o poder legislativo municipal e estadual para que seus representantes participem do processo. Atividades que contam com o envolvimento desse setor, têm maiores probabilidades de aceitação e aprovação;

defi nir, implementar e divulgar uma estratégia para aferir os indicadores e outros instrumentos de controle social, a fi m de envolver toda a sociedade no processo de implementação e monitoramento da Agenda 21 Local;

divulgar amplamente os indicadores e variáveis consideradas na construção - e onde periodicamente serão publicados - e outros instrumentos de controle social para o acompanhamento dos resultados da implementação do plano a fi m de envolver toda a sociedade no processo de implementação e monitoramento da Agenda 21 Local.

Page 41: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

41

IMPL

EMEN

TAR

O PL

ANO

LOCA

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DES

ENVO

LVIM

ENTO

SUS

TENT

ÁVEL

5º P

ASSO

CONTROLE SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DE UMA AGENDA 21 MUNICIPAL

A Agenda 21 Local consagrada no Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, se incorporada pelo Poder Executivo para expressar a postura do prefeito e vontade política de executar as ações planejadas para o desenvolvimento sustentável, poderá dar uma nova redação à Lei Orgânica Municipal, ao Plano Plurianual – PPA, à Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, à Lei de Orçamento Anual – LOA, no que diz respeito às diretrizes de ação do governo, que assume o compromisso de realizar uma gestão democrática e participativa.

Poderá também incluir na Lei Orgânica, ou criar em lei municipal específi ca, mecanismos de aplicação da iniciativa popular de lei 5, do plebiscito 6, do referendo 7 e do orçamento participativo 8 - propostos pelo Fórum da Agenda 21 Local, para garantir a soberania popular e, assim, efetivar a ampla democracia participativa.

5 Iniciativa popular de lei é o meio pelo qual o povo pode apresentar diretamente do Legislativo projetos de lei subscritos por um número mínimo de cidadãos.

6 Plebiscito é uma consulta de caráter geral, que objetiva decidir de forma prévia questões políticas ou institucionais.7 Referendo é um mecanismo de ratifi cação ou regulação de matérias anteriormente decididas pelo Poder Público, como a aprovação ou rejeição

de projetos de lei.8 Orçamento participativo possibilita a realização de debates, audiências e consultas púhlicas sobre propostas do PPA, LDO e LOA, como

condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara de Vereadores.

Page 42: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

42

M O N I T O R A R E A V A L I A R O P L A N O LO C A L D E D E S E N V O LV I M E N T O S U S T E N T Á V E L6 º PA S S O

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. . . O S E X T O PA S S O É M O N I T O R A R E A V A L I A R A I M P L E M E N TA Ç Ã O D O P L A N O LO C A L D E D E S E N V O LV I M E N T O S U S T E N T Á V E L D E F I N I D O N O P R O C E S S O D E C O N S T R U Ç Ã O D A A G E N D A 2 1 LO C A L P O R M E I O D O A C O M PA N H A M E N T O D O S I N D I C A D O R E S E O U T R O S I N S T R U M E N T O S D E C O N T R O L E S O C I A L P R O P O S T O S .

Avaliar implica em trabalhar as seguintes etapas: medir continuadamente os indicadores; comparar os resultados reais e os resultados esperados; tomar decisão sobre medidas corretivas que reduzam falhas e aumentem a efi ciência, ou seja, um procedimento contínuo e integrado.

Para acompanhar a implementação do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável e corrigir os rumos do processo de Agenda 21 Local, é necessário um processo de monitoramento e avaliação de forma a planejar a aplicação de indicadores e outros instrumentos de controle social como pesquisas, consultas e campanhas:

realizar registros sistemáticos para produzir uma série histórica dos aspectos avaliados;

realizar análise da série histórica que apontam tendências, mudança nos indicadores, êxitos, divergências, incoerências e inconsistências que indicam a necessidade de revisão do Plano;

analisar a infl uência, aplicação e efetividade do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável nos documentos de planejamento e orçamento e nas políticas públicas locais;

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44

MONI

TORA

R E A

VALI

AR O

PLA

NO LO

CAL

DE D

ESEN

VOLV

IMEN

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TÁVE

L6º

PAS

SOavaliar periodicamente os resultados das ações de implementação do Plano e seus impactos;

divulgar os resultados de forma a envolver o conjunto do governo e sociedade no reconhecimento deste processo legítimo de planejamento estratégico participativo de co-responsabilidade para o desenvolvimento sustentável.

A avaliação períodica e os resultados do processo de construção e implementação da Agenda 21 Local são importantes, também, para subsidiar a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 - CPDS, na implementação de projeto de certifi cação e divulgação das experiências de Agenda 21 Local. O projeto em discussão tem por objeto certifi car diferentes fases de um processo de Agenda 21 Local, qualifi cando o espaço geográfi co em questão como sendo um espaço que trabalha para o alcance da sustentabilidade e, portanto, prioritário para receber diferentes programas, projetos e investimentos voltados para o desenvolvimento sustentável.

Page 45: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

45

ANEXO I

PREMISSAS E PRINCÍPIOS PARA A CONSTRUÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DA AGENDA 21 BRASILEIRA

As premissas se organizam como postulados de construção do processo de elaboração da Agenda, mas também são aplicáveis à sua implementação. São elas:

estabelecer uma abordagem multissetorial e sistêmica - com visão prospectiva, entre as dimensões econômica, social, ambiental e institucional;

promover a sustentabilidade progressiva e ampliada. A Agenda 21 apresenta essencialmente a construção de consensos e pontes, a partir da realidade atual, para o futuro desejado; não existem fórmulas mágicas e a sustentabilidade será resultado de uma transição, e não de uma transformação abrupta;

promover o planejamento estratégico participativo - a agenda 21 não pode ser um documento de governo, e sim um projeto de toda a sociedade brasileira, pois só assim serão forjados compromissos para sua implementação efetiva;

estabelecer o envolvimento constante dos atores no estabelecimento de parcerias - o processo de construção e implantação da agenda deve sempre estar aberto à participação e envolvimento das pessoas, instituições e organizações da nossa sociedade;

entender que o processo é tão importante como o produto - os maiores ganhos virão das novas formas de cooperação e diálogo entre os atores sociais e da efi ciência e efi cácia dos resultados pretendidos;

Page 46: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

46

estabelecer consensos e superar os entraves do atual processo de desenvolvimento - a construção da agenda demanda a mediação e a negociação como forma de se avançar sobre os confl itos e contradições dos processos, para que se lance luz sobre os grandes entraves que devem ser enfrentados, para caminharmos rumo a sustentabilidade é fundamental que as ações sejam pactuadas.

PRINCÍPIOS GERAIS PARA A AGENDA 21 BRASILEIRA

Aqui estão descritos os princípios gerais que nortearam a sustentabilidade na visão dos atores do país. Organizados nas dimensões geoambiental, social, econômica, político-institucional e da informação e do conhecimento, esses princípios resumem a preocupação geral dos participantes sobre o que se deseja para a construção de um novo Brasil.

Dessas discussões, pode-se alinhavar também, alguns princípios específi cos da região amazônica, da região do domínio dos cerrados, Centro-Oeste, e da região da Caatinga, o Nordeste. Essa especifi cidade se justifi ca pelo fato de as duas primeiras regiões em particular envolverem a maior porção do território nacional e por abrigarem os maiores biomas brasileiros, um ainda preservado e o outro muito ameaçado.

Por outro lado, a região do semi-árido tem uma problemática própria, o que demanda políticas específi cas.

A Agenda 21 Brasileira deve obedecer a dois princípios interdependentes: a ética da sustentabilidade, como valor universal e a afi rmação da identidade brasileira, nas suas particularidades históricas e regionais.

A construção do desenvolvimento nacional sustentável é uma tarefa para toda a sociedade brasileira e não apenas para os governos. Exigirá o empenho, entre outros, dos setores fi nanceiro, produtivo, como também o engajamento de cada cidadão.

Page 47: Passo a passo da agenda 21 local.pdf

47

O processo de concentração de renda aparece como forte obstáculo à sustentabilidade. Tanto a disparidade entre segmentos sociais, como a disparidade entre regiões têm forte infl uência na geração de problemas sociais e ambientais.

O desenvolvimento será construído sob uma ótica integradora, que vê o território em estreita ligação com o capital humano. Implica privilegiar a resolução dos confl itos entre os vários níveis coletivos no desenvolvimento local, que deve ser o ponto de partida.

Diálogo entre as estratégias da Agenda 21 Brasileira e as atuais opções de desenvolvimento. A viabilidade da Agenda depende da capacidade de suas estratégias integrarem os planos, projetos e ações governamentais de desenvolvimento.

Equilíbrio entre a inovação e a valorização das práticas existentes que apresentem componentes de sustentabilidade, a fi m de diminuir as resistências às mudanças e valorizar as iniciativas.

Fortalecimento de todos os meios democráticos para desenvolver a cidadania ativa e aperfeiçoar ou criar as instituições com um desenho que corresponda à vida democrática no país. O modelo de democracia confi gurado nas recomendações da Agenda 21 é o participativo.

Gestão integrada e participativa. Implica a reorientação das políticas de desenvolvimento e da reestruturação signifi cativa dos sistemas de gestão, de modo a permitir o planejamento intersetorial e a implementação de programas conjuntos de grande e pequena escala.

Foco na ação local. A Agenda 21 parte do princípio da efi cácia da ação local, seja para promover o desenvolvimento, seja para preservar os recursos naturais estratégicos para manutenção da qualidade de vida das comunidades. Essa afi rmação exige o fortalecimento dos municípios e a aplicação do princípio de subsidiaridade.

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Mudança no enfoque das políticas de desenvolvimento e de preservação do meio ambiente com a substituição paulatina dos instrumentos punitivos para os instrumentos de incentivo, sempre que for possível.

Rediscussão do papel do Estado. O Estado brasileiro não pode ser o provedor inesgotável de todos os bens e serviços, mas não pode abrir mão do papel regulador das relações sociais e econômicas, nem deixar de atuar para corrigir as desigualdades e prover as necessidades fundamentais dos setores mais necessitados. Não pode, principalmente, abdicar do papel fundamental e decisivo na educação e na ciência e tecnologia, capazes de permitir o salto rumo ao desenvolvimento sustentável.

No documento “Agenda 21 Brasileira: Resultado da Consulta Nacional”, páginas 27 a 36, que pode ser acessado no site do MMA, são apresentados os princípios gerais, por dimensões da sustentabilidade, defi nidos nos encontros regionais, assim como o resultado dos debates estaduais, por estratégias e ações, de acordo com os seis temas estruturantes das Agenda 21 Brasileira.

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ANEXO II

EXEMPLOS DE POSSÍVEIS ARRANJOS TERRITORIAIS E FORMAS DE OFICIALIZÁ-LOS

Fórum da Agenda 21 no Município No Município, o prefeito, por meio de ato normativo próprio (Decreto) cria o Fórum da Agenda 21, ou envia um projeto de lei à Câmara de Vereadores propondo a criação do mesmo.

A Câmara Municipal também pode votar e aprovar projeto de lei de iniciativa de vereador para criar o Fórum da Agenda 21.

No caso do Fórum ser de iniciativa da comunidade e não contar com o apoio das autoridades constituídas, pode-se utilizar o recurso da iniciativa popular de projeto de lei1. Também pode-se optar pelo registro da ata de criação do Fórum no cartório civil competente.

A proposição de lei popular, no âmbito municipal, deve contar com a iniciativa de pelo menos 5% do eleitorado. No âmbito federal, o projeto de lei popular deve ser assinado por pelo menos 1% do eleitorado nacional, com no mínimo de 0,3% do eleitorado em cinco Estados da Federação.

Fórum da Agenda 21 nos EstadosOs Estados, para instituírem seus Fóruns de Agenda 21, dependem de ato do Governador, ou manifestação normativa da Assembléia Legislativa, cabendo ainda a proposta de lei por um conjunto de cidadãos, na forma exigida pela Constituição de cada Estado.

1 A iniciativa popular de lei está prevista na Constituição da República, para os níveis federal, estadual e municipal, nos seguintes termos: “Iniciativa popular de projetos de lei interesse específi co do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do

eleitorado” - art. 29, XIII. “A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual” - art. 27, § 4o. “A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado

nacional, distribuído pelos menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles” - art. 61 § 2o.

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Fórum da Agenda 21 em Bacias Hidrográfi casNas Bacias Hidrográfi cas, unidades territoriais para gestão de recursos hídricos, o Fórum da Agenda 21 pode ser ofi cializado pelo Comitê de bacia por meio de deliberação.

Fórum da Agenda 21 em Regiões MetropolitanasAs Regiões Metropolitanas, as Aglomerações Urbanas e as Microrregiões podem ter seu Fórum da Agenda 21 ofi cializado por ato de um dos prefeitos dos Municípios que compõe a territorialidade, também por manifestação da Assembléia Legislativa do Estado ou por ato normativo do Governador, além da iniciativa popular de lei.

Fórum da Agenda 21 em Consórcios IntermunicipaisNos Consórcios Intermunicipais, o Fórum da Agenda 21 pode ser ofi cializado por ato normativo dos prefeitos consorciados, ou mediante envio de projeto de lei à Câmara de Vereadores, cabendo ainda projeto de lei de iniciativa parlamentar ou popular.

Fórum da Agenda 21 em Unidades de ConservaçãoNa esfera territorial das Unidades de Conservação da Natureza – UCs, a ofi cialização pode acontecer por resolução do Conselho Gestor, no caso da Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável, ou mediante portaria do chefe da UC para as demais categorias.

Na região de entorno das UCs também pode ser instituído o Fórum da Agenda 21, bastando que um ou mais Municípios assim o façam, seja individualmente, seja na forma utilizada para os consórcios intermunicipais.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 Brasileira: ações prioritárias. Brasília: MMA, 2002.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 Brasileira: resultado da consulta nacional. Brasília: MMA, 2002.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Cidades sustentáveis: subsídios à elaboração da agenda 21 brasileira. Brasília: MMA, 2000.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Construindo a agenda 21 local. Brasília: MMA, 2003.

BRASIL. Senado Federal. Agenda 21: Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Brasília: SF, 2001.

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