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Órgão de divulgação científica e informativa www.periodico.tchequimica.com Tchê Química Volume 10 - Número 19 - 2013 ISSN 2179-0302

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Órgão de divulgação científica e informativa

www.periodico.tchequimica.com

Tchê QuímicaVolume 10 - Número 19 - 2013 ISSN 2179-0302

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PERIÓDICO

Tchê QuímicaVolume 10 – Número 1 – 2013 ISSN 2179 - 0302

Órgão de divulgação científica e informativa.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Periódico Tchê Química: órgão de divulgação científica e informativa [recurso eletrônico] / Grupo Tchê Química – Vol. 1, n. 1 (Jan. 2004)- . – Porto Alegre: Grupo Tchê Química, 2005 - Semestral.Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader.Modo de acesso: World Wide Web:<http://www.tchequimica.com><http://www.tchequimica.tk> Descrição baseada em: Vol. 5, n. 10 (ago. 2008).ISSN 1806-0374

ISSN 1806-9827 (CD-ROM)1. Química. I. Grupo Tchê Química.

CDD 540

Bibliotecário ResponsávelEdnei de Freitas Silveira

CRB 10/1262

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PERIÓDICO

Tchê QuímicaVolume 10 – Número 19 – 2013 ISSN 2179 - 0302

Órgão de divulgação científica e informativa.

Comissão Editorial

Editores-chefe

● Dr.Luis Alcides Brandini De Boni, [email protected]

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Editores técnicos

● Ednei de Freitas Silveira – Bibliotecário Responsável

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● Dr. Sérgio Machado Corrêa, [email protected], Brasil, UERJ.

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● Dra. Roseli Fernandes Gennari, [email protected], Brasil, USP.

● Dr. Márcio von Mühlen, [email protected], EUA, MIT.

● Dr. Élcio Jeronimo de Oliveira,

[email protected], Brasil, CTA.● Dr. Rodrigo Brambilla,

[email protected], Brasil, UFRGS.● Masurquede de Azevedo Coimbra,

[email protected], Brasil, UFRGS. ● Me. Aline Maria dos Santos ,

[email protected], SP.● Me. Gabriel Rubensam,

[email protected], Brasil, UFRGS.● Me. Moisés Rômolos Cesário,

[email protected], Brasil, UFRN.

Periódico Tchê QuímicaISSN - 1806-0374 (Print)ISSN - 1806-9827 (CD-ROM)ISSN - 2179-0302 (Online)Divulgação on-line em http://www.periodico.tchequimica.com http://www.journal.tchequimica.com http://www.tchequimica.com

Esta revista é indexada e resumida pelo CAS*, DOAJ*,Sumários.org e Latindex.

* CAS (Chemical Abstracts Service, a division of theAmerican Chemical Society.) * DOAJ (Directory of Open Access Journals)

Missão

O Periódico Tchê Química (PTQ) publica artigos depesquisa originais, artigos de revisão, notas curtas(publicações científicas), revisões de livros, artigos defórum, editoriais e entrevistas. Pesquisadores de todos ospaíses são convidados a publicar nas páginas do PTQ.

A responsabilidade sobre os artigos é deexclusividade dos autores.

Correspondências Rua Anita Garibaldi, 359/603.Bairro Mon't Serrat. CEP: 90450-001Porto Alegre – RS. Brasil.Skype: tchequimicawww.periodico.tchequimica.com [email protected]

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Índice

Agenda - 87

Instruções para publicação / Instructions for publications - 88

Notas rápidas/Short reports – 88

Artigo / Article

BARBOSA, Andréa Francisca Fernandes; MOURA, DayanneChianca; HUSSEIN, Fabiana Roberta Gonsalves da Silva; MELO,Jailson Vieira; SILVA, Djalma Ribeiro.

UFRN

OTIMIZAÇÃO DA PREPARAÇÃO DE AMOSTRA NADETERMINAÇÃO DE HPA´S NUMA VISÃO GEOMÉTRICAUTILIZANDO A TÉCNICA DE FLUORESCÊNCIA MOLECULAR OPTIMIZATION OF SAMPLE PREPARATION FOR THE DETERMINATION OF HPA'S VISION IN A GEOMETRIC TECHNIQUE USING MOLECULAR FLUORESCENCE

Página – 6

Artigo / Article

PEREIRA, Carlos Eduardo; OLIVEIRA, Noé de; BENEDETTIFILHO, Edemar; FIORUCCI, Antonio Rogério

UEMS e UFSCAR

O USO DE UM INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO NO ENSINOMÉDIO PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DOSFENÔMENOS QUÍMICOS

THE USE OF MEASUREMENT INSTRUMENTS IN HIGH SCHOOL FOR A BETTER UNDERSTANDING OF CHEMICAL PHENOMENA

Página - 12

Artigo / Article

DE BONI, Luis Alcides Brandini; CRIVELETTO, Vagner; CAMANA,Marcos

MICROMAZZA PMP

PROCESSO LABORATORIAL PARA O REAPROVEITAMENTODO MOLDE CERÂMICO PROVENIENTE DA MICROFUSÃO

LABORATORY PROCESS FOR THE RECLAIMING OF THE CERAMICS MOLD FROM THE INVESTMENT CASTING

Página – 19

Artigo / Article

KUPATADZE, Ketevan

ILIA STATE UNIVERSITY COMO PREPARAR AULAS DE QUÍMICA MAIS FÁCEIS ECOMPREENSÍVEIS (UM EXEMPLO DE PROGRAMACONCRETO)

HOW TO MAKE LESSONS OF CHEMISTRY MORE UNDERSTENDING AND EASY (ON AN EXAMPLE OF CONCRETE PROGRAM)

Página – 24

Artigo / Article

FAILLACE, Jacyra Guimarães; MEDEIROS, Marta Eloisa

IFRJ e UFRJ

SÍNTESE DO CROMITO DE COBRE (II)

SYNTHESIS OF COOPER CHROMITE (II)

Página – 30

Artigo / Article

Costa, Luiz Henrique Medeiros da; Lima, Francisco José Santos;eSilva, Ademir Oliveira da

UFRN

SÍNTESE, COMPLEXOMETRIA, ANÁLISE TÉRMICA ECONDUTÂNCIA MOLAR DOS CLORETOS DE LANTÂNIO,NEODÍMIO E ÉRBIO HIDRATADOS

SYNTHESIS, COMPLEXOMETRY, THERMAL ANALYSIS AND MOLAR CONDUCTANCE OF LANTHANUM CHLORIDE, NEODYMIUM AND ERBIUM HYDRATED

Página – 38

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Artigo / Article

TARGINO, Ozaina Alves; SOUZA, Luan Duarte; FALCONIERI,Antonio Gautier Farias

UERN

PIBID/UERN – UMA VISÃO AVALIATIVA DA GESTÃOESCOLAR E ATUAÇÃO DOCENTE EM UMA INSTITUIÇÃOPÚBLICA DE ENSINO

PIBID/ UERN- AN EVALUATIVE OVERVIEW OF SCHOOL MANAGEMENT AND TEACHING PRACTICE IN A PUBLIC INSTITUTION OF EDUCATION

Página - 46

Artigo / Article

GOMES, Débora C. V.; COSTA, D. A.; ARAÚJO, E. J. F. de;BATISTA, Paula do N.; ROCHA, Márcio dos S.; CAVALCANTE,Ana Amélia de C. Melo; NUNES, Lívio Cesar Cunha

UFPI

AVALIAÇÃO ANTIOXIDANTE DO SUCO DE CAJU(ANACARDIUM OCCIDENTALE LINN) EM SACCHAROMYCESCEREVISIAE ANTES E APÓS SECAGEM POR ASPERSÃO(SPRAY DRYING)

EVALUATION OF ANTIOXIDANT JUICE CASHEW (Anacardium occidentale Linn) IN Saccharomyces cerevisiae BEFORE AND AFTER DRYING SPRAY

Página - 57

Artigo / Article

AGRAWAL, R; MARGANDAN, K; SINGH, K; ACHARYA, R;SHARMA, S; QANUNGO, K

DEEMED UNIVERSITY

FABRICAÇÃO E TESTE DO NÍVEL INTERMEDIÁRIO DEFILTROS DE DESFLUORIZAÇÃO BASEADOS EM ALUMINAATIVADA

FABRICATION AND TESTING OF INTERMEDIATE LEVEL ACTIVATED ALUMINA BASED DEFLUORIDATION FILTERS

Página - 65

Artigo / Article

VILARINHO, Ana C. Sousa G.; SOARES SOBRINHO, José L.;SOARES, Monica Felts de La Roca; NUNES, Livio Cesar Cunha

UFPI

CARACTERIZAÇÃO DO FÁRMACO ANTIRRETROVIRALEFAVIRENZ A PARTIR DO MÉTODO DE DISSOLUÇÃOINTRÍNSECA

CHARACTERIZATION OF DRUG ANTIRETROVIRAL EFAVIRENZ FROM THE METHOD OF INTRINSIC DISSOLUTION

Página – 81

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OTIMIZAÇÃO DA PREPARAÇÃO DE AMOSTRA NA DETERMINAÇÃODE HPA´S NUMA VISÃO GEOMÉTRICA UTILIZANDO A TÉCNICA DE

FLUORESCÊNCIA MOLECULAR

OPTIMIZATION OF SAMPLE PREPARATION FOR THE DETERMINATION OF HPA'S VISION IN AGEOMETRIC TECHNIQUE USING MOLECULAR FLUORESCENCE

BARBOSA, Andréa Francisca Fernandes(*)1; MOURA, Dayanne Chianca2; HUSSEIN, FabianaRoberta Gonsalves da Silva3; MELO, Jailson Vieira4; SILVA, Djalma Ribeiro5.

1Universidade Potiguar, Unidade de Engenharia, Av. Nascimento de Castro,1597, CEP 59056-450, Natal-RN,

Brasil (fone: 84 40091414);

2,3,4,5 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Instituto de Química, Campus Universitário, Lagoa Nova,CEP 59078- 970, Natal-RN, Brasil

*Autor Correspondente

*e-mail: [email protected]

Received 24 July 2012; accepted 30 August 2013

RESUMO

A preparação de amostra é considerada uma etapa primordial no processo de análise. A complexidadeda matriz e a forma como os compostos estão ligados é uma das principais dificuldades na extração. Assimum sistema de solvente aliado a um método de extração, ambos precisam ser eficientes frente a essespercalços. Neste trabalho utilizou-se o planejamento fatorial 23 para determinar as condições ótimas para apreparação da amostra. A análise das amostras foram realizadas em um Espectrofotômetro de fluorescênciamolecular. Os fatores escolhidos para investigar a influência no sistema de extração foram: tempo de utilizaçãodo ultrassom, o tipo de solvente (hexano ou diclorometano) e proporção solvente/amostra (1:1 e 1:3). O melhorresultado foi obtido com a utilização do diclorometano, com o tempo de 10 min de ultrassom e a proporçãosolvente/amostra 1:3.

Palavras-chave: Visão Geométrica, Preparação de Amostra, Fluorescência Molecular, Planejamento Fatorial23

ABSTRACT

The sample preparation is considered an essential step in the analysis process. The complexity of thematrix and how the compounds are linked is one of the main difficulties in the extraction. Thus a solvent systemcombined with an extraction method, both need to be effective against such mishaps. In this work we used the23 factorial design to determine the optimum conditions for sample preparation. The analysis of the sampleswere performed in a molecular fluorescence spectrophotometer. The factors selected to investigate theinfluence on the extraction system were: time of use of ultrasound, the type of solvent (hexane ordichloromethane) and ratio solvent / sample (1:1 and 1:3). The best result was obtained with using thedichloromethane in time of 10 min of ultrasound and the ratio solvent / sample 1:3.

Keywords: geometric vision, sample preparation, molecular fluorescence, factorial design

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INTRODUÇÃO

Qualquer amostra, sendo ela orgânicaou inorgânica, necessita passar pela etapa depreparação antes de ser analisada. Apreparação da amostra exige uma criteriosaextração pois essa etapa é determinante para aanálise da mesma. O sistema de extração idealdeve permitir que todos os compostos deinteresse presentes na amostra sejamtotalmente extráidos para a fase orgânica paraque se tenha um resultado confiável, evitando-se assim, os falsos positivos, embora aincerteza esteja presente. A prepararação daamostra requer tempo para extrair os analitosde interesse. A água mesmo sendo umsolvente universal não é adequado paraanálise, pois a mesma mascara os resultados,não havendo absorção dos compostos nestemeio por fluorescência molecular. A literaturaapresenta várias metodologias para extraçãode orgânicos em amostras aquosas, entretantoessas metodologias não justificam a escolha dosolvente no processo de extração. Por isso, foiutilizado um planejamento fatorial 23 (Barros,2003; Rodrigues, 2005) com interpretação numcubo geométrico 3D para analisar os resultadose determinar a combinação adequada. A visãoestatística de um planejamento fatorial 23

fornece a condição ótima para preparação daamostra e posterior análise (Leite, 2005). Osparâmetros utilizados neste planejamentoforam: tipo de solvente (diclorometano ouhexano); proporção solvente/amostra; e ainfluência do ultrassom. A resposta foi obtidaatravés de um Espectrofotômetro deFluorescência Molecular (Queiroz et. al. 2005).A integração da área dos picos dos espectrosforam calculadas e associadas à concentraçãodos analitos em cada amostra do planejamentofatorial que resultou em 8 experimentos. Essaárea foi calculada através da relaçãocomprimento de onda (nm) versus intensidadedo pico em cada uma das 8 amostras obtidas.

A amostra sintética preparada continhaos 16 HPAs (Hidrocarbonetos PolicíclicosAromáticos) prioritários pela USEPA (UnitedStates Enviromental Protection Agency) (Bohmet al. 2002) como forma de observar aeficiência de extração daquela amostra.

Os HPAs são compostos orgânicosprovenientes do petróleo que apresentam umaestrutura cíclica variando de dois a seis anéis.

Eles têm recebido mais atenção desde queforam encontrados no solo pela primeira vez(Blumer, 1975, p. 53-55; Sissino et al. 2003;Artiola, 2004; USEPA, 1999). Os HPAsrecebem uma atenção considerável devido àspropriedades mutagênicas, teratogênicas ecarcinogênicas de alguns deles (Costa, 2001;Yu et. al. 2004; Arbex, 2001).

Neste trabalho os HPAs foramanalisados pela técnica de FluorescênciaMolecular no ultravioleta (Queiroz et. al. 2005;Atkins, 2002), que tem sido amplamenteempregada, devido à rapidez e facilidadeanalítica, ao custo relativamente baixo e a altasensibilidade. Entretanto, esse métodoapresenta limitação capaz de diferenciarhidrocarbonetos diferentes, (Neves, 2006). Osprincipais objetivos foram: 1) investigar ainfluência de três fatores que são consideradosdeterminantes no processo de extração: tipo desolvente (Cienfuegos, 2002); proporçãosolvente/amostra; utilização do ultrassom(Kummrow, 2004) – utilizando a técnicaanalítica de fluorescência molecular, 2) utilizar ainterpretação geométrica para determinar acondição ótima de extração líquido-líquido dosHPAs (Giessing, 2003).

DESENVOLVIMENTO

Neste trabalho foi utilizado uma amostrasintética de água deionizada contaminada comos 16 HPAs prioritários (Boehm et al. 2002).Utilizou-se um planejamento fatorial 23 paraverificar a melhor combinação do sistema deextração da amostra sintética (Brito, 2003).

A combinação dos três fatores (tipo desolvente, proporção solvente/amostra, uso doultrassom) em dois níveis (mínimo e máximo)resultou em 8 ensaios para a extração líquido-líquido das amostras sintéticas de água comomostra a Tabela 1.

A extração das amostras dos 8experimentos foram realizadas aleatoriamente(através de sorteio) a fim de se diminuir apropagação de erros.

Depois de submetidas às combinaçõesdo planejamento fatorial, os extratos orgânicosforam levados ao espectrofotômetro defluorescência para serem analisados. Osespectros obtidos do espectrofluorímetro foramplotados no software Origin Pro 7.5 para

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posterior cálculo da área (Barbosa, 2008). As 8 combinações do planejamento

fatorial 23 estão apresentadas na Tabela 2 comseus respectivos níveis mínimo (-) e máximo (+)de cada experimento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os resultados em termos deconcentração, obtidos dos espectros defluorescência molecular (Castillo, 2004) atravésda relação comprimento de onda (nm) versusintensidade de cada solução sintética obtida,foram colocados em um cubo geométrico 3Dpara se determinar o melhor sistema deextração da amostra sintética preparada. E porfim verificar qual o tipo de influência de cadafator investigado. A interpretação do cubogeométrico nos permitiu identificar como osfatores influenciam no sistema de extração daamostra.

Cada um dos 8 vértices do cubocorresponde às respostas (concentrações dosextratos orgânicos nas 8 combinações doplanejamento 23) que pode ser verificado narepresentação da Figura 1.

Observando o cubo da Figura 1, pode-se verificar que o uso do solventediclorometano (nível máximo (+)) influenciapositivamente na extração, uma vez queapresenta uma elevação na concentração emtodos os ensaios nos quais ele é utilizado.Contudo, consegue-se uma otimização doprocesso quando se utiliza o diclorometanojuntamente com a proporção solvente/amostra1:3 (também nível máximo (+)). O fato dodiclorometano possuir um poder de extraçãosuperior ao hexano se deve ao valor do seuíndice polar. O hexano apresenta um índicepolar bastante baixo em comparação aodiclorometano. Além disso, o hexano apresentauma toxidade maior por ser um solventebastante volátil. Analisando o cubo geométricoquando comparamos os vértices: 1 com 2; 3com 4; 5 com 6; 7 com 8, verificamos umaumento nas respostas. Isso evidenciapositivamente a influência do usodiclorometano. Para analisar a proporçãosolvente/amostra comparamos os vértices 1com 5; 2 com 6; 3 com 7; 4 com 8. Percebe-seque as melhores respostas são obtidas atravésda proporção 1:3 solvente/amostra. E por fimanalisamos a influência do uso do ultrassom

comparando-se as respostas dos vértices 1com 3; 2 com 4; 5 com 7; 6 com 8. Verifica-setambém que o uso do ultrassom aumentasignificativamente as respostas.

CONCLUSÕES:

A otimização do processo de extraçãode HPAs de uma amostra aquosa exige algunsrequisitos que devem ser levados emconsideração para se ter um resultadoconfiável, evitando-se assim os falsos positivos.Por isso, o trabalho acima descrito foi realizadocom a ajuda de um planejamento fatorial quepermitiu verificar a influência dos fatorescombinados em seus dois níveis, mínimo emáximo. Portanto, a combinação doplanejamento fatorial 23 utilizando o solventediclorometano na proporção 1:3solvente/amostra com agitação no ultrassomforneceu uma melhor e satisfatória resposta,indicando assim, uma eficiente extração doscompostos de interesse. A utilização dainterpretação geométrica do cubo revelou que:a) Pôde-se observar uma diferença entre osdois tipos de solventes utilizados, entretanto,não pode-se descartar a possibilidade do usodo hexano que também apresentou bonsvalores na extração dos HPAs;(b) A proporção 1:3 mostrou em todas ascombinações valores representativos quandona sua interação entre o diclorometano, e;(c) A utilização do ultrassom indiscutivelmentefavorece a recuperação dos HPAs.

AGRADECIMENTOS:

Ao laboratório de pesquisa NUPRAR daUFRN que contribuiu para realização dasanálises.

REFERÊNCIAS:

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5. BARROS NETO, Benício de; SCARMI-NIO, Ieda Spacino; BRUNS, RoyEdward. Como fazer experimentos:pesquisa e desenvolvimento na indús-tria. 2. ed. Campinas – SP: Ed. UNI-CAMP, 2003.p. 95-103.

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7. BOEHM, P.D.; LORETI, C. P.; ROSEN-STEIN A. B.; RURY, P. M., A Guide toPolycyclic Aromatic Hydrocarbons forthe Non-Specialist, American Petro-leum Institute, fev. 2002. p. 2-4.

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15. LEITE, F., Validação em Análise Quí-mica. 4. ed. Campinas – SP: Ed. Átomo,2005.

16. NEVES, Roberta Lyrio Santos. Avalia-ção da Contaminação de Óleo no Am-biente Estuarino da Baía De Guanaba-ra (RJ) pela Determinação Fluorimé-trica de Hidrocarbonetos PolicíclicosAromáticos (HPA’s) na Bílis de PeixesMugil Liza. 2006. 120 f. Dissertação(Mestrado em Química) - Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio de Janeiro.Programa de Pós- Graduação em Quí-mica, Rio de Janeiro, 2006.

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Tabela 1 - Fatores utilizados na análise com os respectivos valores dos níveis mínimo (-) e máximo (+).

FatoresNíveis

(-1) (+1)

Solvente Hexano Diclorometano

ProporçãoSolvente/Amostra

1:1 1:3

Ultrassom Sem Com

Tabela 2 - Matriz de planejamento dos ensaios.

Ensaio SolventeProporção

Solvente/AmostraUltrassom

1 - - -2 + - -3 - + -4 + + -5 - - +6 + - +7 - + +8 + + +

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Figura 1 - Representação do cubo com as respostas em cada um dos oito vértices referentes aos oito ensaiosdo planejamento fatorial 23.

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O USO DE UM INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO NO ENSINO MÉDIO PARAUMA MELHOR COMPREENSÃO DOS FENÔMENOS QUÍMICOS

THE USE OF MEASUREMENT INSTRUMENTS IN HIGH SCHOOL FOR ABETTER UNDERSTANDING OF CHEMICAL PHENOMENA

PEREIRA, Carlos Eduardo1; OLIVEIRA, Noé de1; BENEDETTI FILHO, Edemar2; FIORUCCI, AntonioRogério1*

1Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Curso de Química Licenciatura, Cidade Universitária de Dourados - Caixa postal 351 - CEP: 79804-970, Dourados – MS, Brasil

fone: + 55 (67) 3902-2651 / Fax: (67) 3902-26522Universidade Federal de São Carlos, Curso de Química Licenciatura, Campus Sorocaba, Rodovia João Leme

dos Santos (SP-264), Km 110, CEP: 18052-780, Sorocaba – SP, Brasil *Autor correspondente

e-mail: [email protected]

Received 20 February 2013; received in revised form 04 March 2013; accepted 10 March 2013

RESUMO

Apesar da importância da disciplina Química, muitas são as dificuldades encontradas para que o alunoconsiga relacionar os seus conceitos com a sua prática experimental. Baseando-nos na importância dafenomenotécnica de Bachelard e das atividades experimentais no ensino de Química foi proposta umaatividade experimental com medidas de condutividade elétrica usando um condutivímetro portátil em sala deaula para melhor compreensão de conceitos e fenômenos químicos. O trabalho descrito também tem comofinalidade demonstrar aos alunos de ensino médio que o uso de instrumentos de medição na química é muitocomum atualmente. A atividade experimental proposta envolvendo medidas de condutividade elétrica desoluções aquosas foi desenvolvida pra uma turma do segundo ano do ensino médio em uma escola estadualem Dourados – MS. A análise da atividade proposta foi feita por registros através de gravações, da elaboraçãode um diário de campo e de um questionário respondido pelos alunos com o intuito de verificar aaprendizagem. A principal conclusão do estudo foi de que o condutivímetro utilizado contribuiu para que osalunos compreendessem o conceito de condutividade, pois suas respostas no questionário evidenciaram queconseguiram correlacionar o conceito com a teoria a partir da análise dos dados obtidos na atividade deexperimentação.

Palavras-chave: fenomenotécnica, experimentação e ensino de química.

ABSTRACT

Despite the importance of discipline Chemistry, there are many difficulties for the student to be able torelate their concepts with their practical experimental. Based on the importance of Bachelard´sfenomenotechnique and experimental activities in the teaching of chemistry, an activity with experimentalmeasurements of electrical conductivity using a portable conductivimeter in classroom was proposed for abetter understanding of chemical concepts and phenomena. The work described also aims to demonstrate tohigh school students that the use of measurement instruments in chemistry is very common nowadays. Theproposed activity involving experimental measurements of electrical conductivity of aqueous solutions wasdeveloped for a class of high school second year in a state school at Dourados – MS. The analysis of theproposed activity was done by records through audio recordings, a field diary and a questionnaire answered bythe students in order to verify the learning. The main conclusion of the study was that the conductivimeter usedhelped students understand the concept of conductivity because their answers in the questionnaire showed thatthey got to correlate the concept with the theory based on the analysis of data obtained in the experimentalactivity.

Keywords: phenomenotechnique, experimentation and teaching chemistry.

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INTRODUÇÃO

A Química é uma disciplina que faz partedo programa curricular do ensino fundamental emédio. Estuda a estrutura, composição,propriedades, reações e transformações dosmateriais. A Química explica diversos fenômenosda natureza e esse conhecimento pode serutilizado em benefício do próprio ser humano. Deacordo com os Parâmetros CurricularesNacionais-Ensino Médio (BRASIL, 1999), aaprendizagem de Química deve possibilitar aosalunos a compreensão das transformaçõesquímicas que ocorrem no mundo físico de formaabrangente e integrada para que estes possamjulgar, com fundamentos, as informaçõesadquiridas na mídia, na escola, com pessoas,etc. A partir daí, o aluno tomará sua decisão edessa forma, interagirá com o mundo enquantoindivíduo e cidadão.

De acordo com Maldaner (1999), citadopor Zimmermann (2009), a construção doconhecimento químico é feita por meio demanipulações orientadas e controladas demateriais, iniciando os assuntos a partir de algumacontecimento recente ou do próprio cotidiano doaluno ou ainda adquirido através deste ou deoutro componente curricular, como livros, textosou apostilas, propiciando ao aluno acumular,organizar e relacionar as informaçõesnecessárias na elaboração dos conceitosfundamentais da disciplina, os quais sãotrabalhados através de uma linguagem própriados químicos, como símbolos, fórmulas,diagramas, gráficos, equações químicas e nomecorreto das substâncias (Maldaner,1999).

Apesar da importância de se ensinar adisciplina de química, muitas são as dificuldadesencontradas para que o aluno consiga relacionaro conceito com a prática química, pois assimcomo em outras ciências, para o ensino dequímica é necessário compreensão e abstraçãopor parte do aluno em relação aos conteúdosabordados em sala de aula. Ao professor existe apossibilidade de propor estratégias para tornar aquímica uma disciplina mais acessível aosalunos, buscando relacionar os temas adeterminados contextos, como por exemplo, odia a dia dos alunos em que a química estáinserida. Essas estratégias podem serestabelecidas a partir de diversos recursosdidáticos que oferecem elementos que facilitam oesclarecimento de ideias, simulações de

situações cotidianas, por exemplo, fenômenosocorridos na natureza, como comportamentosquímicos ou até casos onde não seja possível aobservação a olho nu, podendo ser usado paraisso instrumentos de medição portáteis. Éimportante ressaltar que a busca e utilização denovos recursos como mídias, atividades lúdicas eexperimentais para o ensino não resolverá todosos problemas educacionais, mas ajudará nacriação de outros caminhos para o processo deensino e aprendizagem (Leão et. al, 2009).

De acordo com Nunes e Ferreira, (2010),uma excelente alternativa para as aulas deQuímica no ensino médio é a realização deatividades experimentais, que podem serinvestigativas ou demonstrativas, desde quesejam planejadas e estejam adequadas aosobjetivos propostos. A experimentação é, então,vista como uma maneira muito própria eadequada de ensinar os temas e assuntosselecionados em química, pois a maior parte dosconteúdos estudados pode contar com umaabordagem prática, experimental. Contudo, asatividades experimentais propostas para o ensinobásico da Química não podem ser pautadasapenas em fenômenos naturais cuja análise serestrinja a observação natural baseada emnossos sentidos.

A ciência contemporânea, como evidenciaBachelard (1969), nos afasta da natureza paranos instalar no reino dos fenômenos fabricados.A rigor, um conceito só é verdadeiramentecientífico quando aliado a uma técnica derealização, de modo que o dado seja encontradocomo produto desnaturado. O objeto já não émais observado como fato, é produto de umatécnica, é um resultado. A técnica devereformular e reconstruir a experiência imediata;não deve, porém, excluir a teoria.

Segundo Paiva (2005), Bachelard explicaque a técnica é parte fundamental da práticacientífica, pois é da associação entre o espíritocientífico e a técnica que os fenômenoscientíficos podem ser criados, inventados ouconstruídos. Criá-lo num registro outro queassocia fenômeno e técnica de investigação.Bachelard, citado por Paiva (2005), descreveesse processo no qual se opera a construção deum novo mundo, que vem se delinear no âmbitodo saber científico como fenomenotécnica.

“Na fenomenotecnianenhum fenômeno aparece

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naturalmente (...). Há que construí-lo e ler seus caracteresindiretamente com umaconsciência sempre desperta dainterpretação instrumental eteórica, sem que jamais o espíritose divida em pensamentoexperimental puro e teoria pura”(Bachelard,1969 p.77).

Neste artigo descreve-se uma abordagemdidática em que os instrumentos utilizados parafazer determinações da condutividade elétricasde amostras de águas fossem usados no ensinomédio. Os instrumentos de medição são umagrande ferramenta usada pelos químicos empesquisa e análises químicas e que muitas vezesos alunos do ensino médio não conseguem teruma ideia de sua importância. Acredita-se que osalunos devem ter conhecimento e contato,quando possível, com equipamentos,instrumentos, técnicas de medida e vidrariasusados pelos químicos para que possam ter umaconcepção de fenômeno químico mais próximoda ciência Química contemporânea. Portanto,baseando-nos na importância dafenomenotécnica de Bachelard e das atividadesexperimentais no ensino de Química, em nossotrabalho, foi proposta uma atividade experimentalcom medidas de condutividade elétrica usandoum condutivímetro portátil em sala de aula paramelhor compreensão de conceitos e fenômenosrelacionados a dissociação de eletrólitos queformam soluções eletrolíticas fortes e fracas eionização de ácidos fracos.

A condutividade elétrica em soluçõesaquosas é uma medida da capacidade desta emconduzir corrente elétrica, sendo proporcional àconcentração de íons dissociados em umsistema aquoso. Portanto praticamente todas assoluções aquosas vão apresentar algumacondutividade já que sempre teremos íonsdissolvidos em solução. A diferença é que emalgumas teremos mais íons formando soluçõeseletrolíticas fortes e em outras teremos menosíons formando soluções eletrolíticas fracas.Assim, o condutivímetro, como aparelho, irá nosauxiliar nestas medidas de condutividade(técnica de investigação) e interpretações dascondutividades apresentadas pelas soluções.

O objetivo deste trabalho foi o dedemonstrar aos alunos do ensino médio que aquímica não é só uma ciência demonstrativa e

empírica, mas que a química moderna éinstrumental e tecnológica, usando para isso umequipamento portátil de baixo custo paramedidas de condutividade elétrica de soluçõesque pode ser adquirido pela escola mesmo queela não tenha um laboratório disponível.

DESENVOLVIMENTO

Para atingir o objetivo do trabalho foiutilizado um condutivímetro portátil com o intuitode se medir a condutividade elétrica de diversassoluções aquosas buscando um melhorentendimento por parte dos alunos do conceitode condutividade. Este trabalho foi desenvolvidona Escola de Ensino Médio Antônio VicenteAzambuja, localizada no distrito de Ithaum nomunicípio de Dourados-MS com uma turma dosegundo ano do ensino médio. Neste trabalho,houve a participação de 23 alunos, em uma aulade 50 minutos de duração. Como esta escolalocaliza-se numa zona rural, a maioria dos alunosé oriunda de assentamentos próximos ao distrito,Visando contextualizar ainda mais o conteúdo aser ministrado, foi pedido aos alunos quetrouxessem água usada em suas residências. Asamostras coletadas por eles foram água de poçoartesiano, água mineral (com gás e sem gás),água da torneira (fornecida pela empresa desaneamento da cidade) e o professor trouxetambém água destilada. Outras soluçõestambém foram utilizadas para se medir acondutividade e foram preparadas a partir dereagentes de grau analítico como o ácido bórico0,0485 mol/L, ácido acético 0,0485 mol/L, sulfatode cobre 0,0120 mol/L, cloreto de sódio 0,0120mol/L e glicose 0,00513 mol/L, à exceção doácido acético que foi preparado a partir de umasolução comercial de vinagre. Na aplicação dosexperimentos, os registros foram executadosatravés de gravações e da elaboração de um“diário de campo” e de um questionário paraserem respondidos pelos alunos com o intuito deverificar a aprendizagem. A aula iniciou-se comuma explanação a respeito de eletrólitos fracos efortes, uma explicação do porquê da existênciade íons em soluções aquosas e que a presençadestes íons é que pode gerar um grande oupequeno valor de condutividade para umasolução aquosa. Em seguida, o professorexplicou rapidamente o funcionamento docondutivímetro (Figura 1) e os alunos fizeramuma tabela para anotar os dados decondutividade das soluções. Para as diversas

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soluções, as condutividades foram medidas como condutivímetro, previamente calibrado.

Figura 1 – Condutivímetro portátil; faixa de medi-ção de 0 a 1999 µS/cm, resolução de 1µS/cm,precisão de ± 2%.

Também foi utilizado um circuito elétricosimples, composto por uma lâmpada e bateria(Figura 2) para que os alunos verificassem oacendimento ou não da lâmpada com assoluções. Os fios foram colocados diretamentena solução e observados os resultados queforam anotados pelos alunos na Tabela 2.

Figura 2 – Circuito elétrico utilizado para

detecção da condução de corrente elétrica nassoluções.

Além da tabela para que os alunosanotassem os valores de condutividade de cadasolução, também foi elaborado um questionário(Tabela 1) com quatro perguntas a respeito doexperimento para avaliar a eficácia de nossaproposta na melhoria da aprendizagem em salade aula. O questionário e a tabela com os valoresde condutividade serviram de relatório da aulaprática ministrada e, também, como instrumentospara avaliarmos como o nosso trabalhocontribuiu para o entendimento do conteúdoabordado.

Tabela 1: Questionário aplicado aosalunos

QUESTIONÁRIO SOBRE O EXPERIMENTO DECONDUTIVIDADE

1) De acordo com os resultados de medida docondutivímetro, a água conduz corrente elétrica?2) Como você explica a diferença decondutividade nas diversas fontes de águatestadas?3) Nas medidas de condutividade das soluçõesaquosas foram usados ácidos fracos, apesardisso houve condução elétrica, explique porque.4) No teste da lâmpada, algumas soluções quetiveram alguma condutividade não acenderam,discuta a esse respeito.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os dados da condutividade (Tabela 2)foram utilizados pelos alunos como parâmetropara responder ao questionário.

Pelas respostas pode-se notar que amaioria dos alunos conseguiu entender oconceito de condutividade em soluçõesrelacionado com eletrólitos fortes e fracos. Porexemplo, na pergunta “Como você explica adiferença de condutividade nas diversas fontesde água testadas?”, alguns disseram que é“devido a maior ou menor presença de íonsdissolvidos nestas águas, devido ao lugar deonde essas águas vieram”; outros que “a águapossui várias substâncias diferentes que contêmalgum tipo de carga, por isso a diferença devalores.” E também “pode ser pela maior oumenor quantidade de substâncias além da água

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pura”.

As observações, reflexões e estudosmotivaram os alunos a elaborar ideias e a sepronunciarem a respeito da possível existênciade partículas dotadas de cargas elétricas nassoluções, ao tentarem explicar a condução daeletricidade pelas soluções testadas:

“Professor, mas por que este circuito vaiacender a lâmpada?”, “Eu acho que a água temcondutividade” disse outro aluno, “Mas se acondutividade é elétrica, então por que nãotomamos choque...”.

E sobre o teste com o circuito elétrico,muitos responderam que a maior ou menorintensidade da luz da lâmpada era devida amaior ou menor presença de íons na solução.

Alguns alunos observaram que na medidada água destilada, apesar da solução apresentaralguma condutividade no condutivímetro, noaparato da lâmpada (Figura 2), não foi observadonenhum acendimento na luz. As frases: “A águadestilada tem uma condutividade muito baixa,não tendo íons suficientes para que a lâmpadaseja acesa”, “Devido a pouca intensidade daágua destilada, 4µS/cm, medida nocondutivímetro a lâmpada no aparato nãoacende”, foram algumas das respostas dosalunos para justificar o não acendimento dalâmpada na água destilada, demonstrando assimum bom entendimento por parte dos alunos doconceito de condutividade.

Aproveitando a medida de condutividadeda água destilada, o professor questionou osalunos a respeito das diferenças decondutividade nas águas testadas, já que(aparentemente) a solução é a mesma. Foramobtidos alguns questionamentos interessantes,tais como: “Deve ter alguma contaminaçãonestas águas”, “Como elas vêm de lugaresdiferentes, cada uma deve ter íons diferentes”,foram algumas das respostas dadas aoquestionamento do professor, “Mas todas aságuas não são compostas das mesmassubstâncias?” provoca o professor, ”Pelo jeitonão.” diz um aluno.

Tabela 2 – Valores de condutividade (κ) e doteste com aparato da lâmpada para as soluçõesaquosas

Solução Teste da κ (µS cm-1)

lâmpadaÁcido Bórico 0,0485 mol/L

Poucaintensidade

13

Ácido acético 0,0485 mol/L

Boaintensidade

647

Sulfato deCobre

0,0120 mol/L

Boaintensidade

1930

Água destilada Semintensidade

4

Água datorneira

Poucaintensidade

186

Água de poço Poucaintensidade

170

Água mineralcom gás

Poucaintensidade

203

Sacarose 0,00513 mol/L

Semintensidade

6

Cloreto desódio

0,00513 mol/L

Poucaintensidade

1450

Percebemos aqui que a aprendizagem deciências torna-se um pouco difícil para o aluno apartir do momento em que suas concepçõessobre o conhecimento comum se defrontam como saber científico. Com relação a isso, Lopes(1996), diz que podemos, igualmente, salientar oquanto Bachelard contribui para que repensemosnossas concepções a respeito do conhecimentocomum. Ele nos coloca diante da obrigação dequestionar o conhecimento cotidiano dosestudantes, que é produzido de acordo com osenso comum, bem como permitir oquestionamento de nosso próprio conhecimentocotidiano, também adquirido durante a nossaexperiência de vida, no processo de ensino-aprendizagem em ciências. A partir da análise dodiálogo descrito, confirmamos as palavras deLopes (1996) que aprender ciências implicaaprender conceitos que constrangem, colocamem crise os conceitos da experiência comum.

O objetivo de se coletar águas dediferentes fontes é para uma melhorcontextualização do tema já que a maioria dosalunos é de assentamentos próximos ao distritode Ithaum caracterizando assim uma maiorproximidade com a realidade da região. SegundoSalvadego e Laburu (2009), durante uma aulaexperimental, não importando que ela sejademonstrativa ou manipulativa, mesmo nãotendo equipamento sofisticado, o importante é a

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sua organização e discussão possibilitando aosalunos uma correta interpretação dos fenômenosquímicos.

O que se notou durante a aula foi umagrande participação dos alunos, que formularame discutiram suas hipóteses sobre o fenômenoobservado, demonstrando que houve um grandeinteresse a respeito do assunto. No ensino deciências, a experimentação pode ser umaestratégia eficiente para a criação de problemasreais que levem a questionamentos einvestigação. Dessa forma podemos utilizar oconteúdo a ser trabalhado como resposta aosquestionamentos feitos pelos alunos durante ainteração com o contexto criado. Oliveira (2009)diz que a essência das atividades deexperimentação desenvolvidas de formaprazerosa, pelo professor, para se chegar àsolução da situação problema, pode auxiliar naconstrução do conhecimento e no despertar paraa Ciência. Na sua investigação, concluiu-se épossível alcançar maior interação entre alunos eprofessor, tornando o conhecimento escolar maisclaro e mais interessante. O aluno é estimulado aconstruir, desconstruir e reconstruir conceitos.Assim as aulas se tornam mais interessantescom uma participação muito mais ativa dosalunos. Giordan, 1999, também diz que ao seincentivar os alunos a expor suas ideias arespeito do fenômeno, que são o senso comumde cada um deles, desencadeia-se um processono qual todos eles conseguem chegar a umconhecimento, objetivo onde a experimentaçãodesempenha um papel de discussão para odesenvolvimento dessa prática. Dessa forma, oconhecimento que os alunos tinham sobre ofenômeno estudado é destituído do sensocomum e reconstruído pelo senso científico.

Pelas respostas dos questionários pode-se constatar que a maioria dos alunos conseguiuentender o conceito de condutividade nassoluções percebendo assim que a maioria dassoluções possuem íons dissolvidos e, portantoapresentam algum valor de condutividade. Assimpodemos concluir usando as ideias de Bachelard(1969), que o entendimento do fenômeno decondução elétrica pelos íons em solução foimediado pela técnica de medida dacondutividade usando o condutivímetro e ainterpretação da teoria de eletrólitos fortes efracos. Dessa forma, a fenomenotécnicacontribuiu para uma melhor compreensão pelosalunos de um fenômeno construído pela

Química.

CONCLUSÕES:

Este estudo demonstrou aos alunos doensino médio que a química é uma ciência queestuda os fenômenos da natureza, mas queatravés de instrumentos adequados pode-se teruma melhor ideia destes fenômenos. O aparelhode medição utilizado contribuiu bastante paraque os alunos compreendessem o conceito decondutividade, pois as respostas dadas por elesno questionário evidenciam que conseguiramcorrelacionar o conceito com a teoria a partir daanálise dos dados obtidos na atividade deexperimentação. O uso adequado das técnicasde instrumentação relacionada aos conceitosquímicos proporciona uma melhor aprendizagempor parte dos alunos inserindo-os na ciênciamoderna.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq pelo apoio financeiro ao projeto“Química Móvel – A Tenda da Experimentação”,Processo 402094/2010-7.

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PROCESSO LABORATORIAL PARA O REAPROVEITAMENTO DOMOLDE CERÂMICO PROVENIENTE DA MICROFUSÃO

LABORATORY PROCESS FOR THE RECLAIMING OF THE CERAMICS MOLD FROM THEINVESTMENT CASTING

DE BONI, Luis Alcides Brandini1*; CRIVELETTO, Vagner2; CAMANA, Marcos 3;

1,2,3 Micromazza - PMP Ltda Rod. RSC 470 Km 168. Vila Flores - RS, Brasil(fone: +55 54 2345 4356)

* Autor correspondentee-mail: [email protected]

Received 12 December 2012; received in revised form 30 January 2013; accepted 10 February 2013

RESUMO

A microfusão é um processo utilizado para a produção de peças com variações ou tolerânciasdimensionais restritas, de tal forma que após a fundição as peças necessitam de pouco acabamento. Opresente trabalho descreve um experimento realizado visando o reaproveitamento de parte dos subprodutosprovenientes do processo de microfusão. Cerca de 4kg de casca cerâmica passaram por um processo detrituramento, separação magnética de metais e classificação por peneiras, ao invés de serem destinados aoaterro sanitário. O material foi separado em peneiras de diferentes granulometrias e agrupado em doisconjuntos, um para o material de maior granulometria e outro para o de menor granulometria. Posteriormenteeste material foi utilizado na produção de um molde cerâmico utilizado no processo de microfusão, substituindoa respectiva matéria-prima virgem. A casca cerâmica do cacho produzido através desta técnica, suportou todasas etapas de sua montagem, incluindo o vazamento do aço (WCB) sem quebrar ou trincar. O reaproveitamentoda matéria-prima, neste experimento, atingiu cerca de 80% em peso dos 4kg obtidos originalmente.

Palavras-chave: Microfusão, reciclagem de casca cerâmica, redução de resíduos.

ABSTRACT

Investment casting is a process used to produce parts with restricted dimensional tolerances so thatafter casting the parts require little or no finishing. This paper describes an experiment conducted to the reuse ofby-products from the process of investment casting. Around 4kg of ceramic shell went through a process ofcrushing, magnetic separation of metals and screen classification, instead of being destined to the landfill. Thematerial was separated on sieves of different diameters and grouped in two sets, one for the material of largerparticle size and another for smaller particle sizes. Subsequently this material was used to produce a ceramicmold used in investment casting process, replacing the corresponding virgin raw material. The ceramic shell ofthe bunch produced by this technique, endured all stages of assembly, including the casting of steel (WCB)without break or crack. The reuse of raw materials in this experiment reached about 80% by weight of 4kgoriginally obtained.

Keywords: Investment Casting, ceramic shell recycling, waste reduction.

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INTRODUÇÃO

A microfusão, também conhecida comofundição de precisão ou fundição por ceraperdida, é um processo utilizado para a produçãode peças com variações ou tolerânciasdimensionais restritas, de tal forma que após afundição as peças necessitam de poucoacabamento. Este processo é descrito naliteratura (Stefanescu, 2002; HitchinerManufacturing, 2000; Sopcak, 1986; Prasad,2013).

O chamote (Mineração Curimbaba, 2008)é uma das matérias-primas consumidas para aconstituição da casca cerâmica, utilizada noprocesso de microfusão, sendo descartado apóssua utilização. O descarte produz custos para aempresa, pois este resíduo é encaminhado paraum aterro. De acordo com Holtzer et al. (2010)mais de 60% dos resíduos da microfusão sãoconstituídos por casca cerâmica.

Este trabalho de reciclagem da cascacerâmica foi desenvolvido visando a redução dovolume de resíduos sólidos destinados à aterrossanitários, e a diminuição da importação dematérias-primas como, por exemplo, o óxido dezircônio, uma das matérias-primas utilizadas namicrofusão.

METODOS

Aproximadamente 4kg do resíduo foramcoletados no ponto de descarte da cascacerâmica, conforme a Figura 1.

Figura 1. Descarte da casca cerâmica.

Posteriormente, o resíduo foi triturado emum cadinho de aço (Figura 2) manufaturadopara esta atividade.

Figura 2. Cadinho confeccionado em aço para atrituração manual da casca cerâmica.

Após a etapa de trituração o resíduo foipeneirado e classificado conforme suagranulometria em peneiras padrão ABNTtamanhos #18, #20, #30, #40, #60 e #80.Efetuou-se a comparação visual entre o chamotereciclado e o chamote virgem em ummacroscópio PANTEC, modelo trinocular, para adeterminação de diferenças entre os produtos.

O material peneirado foi posteriormentecombinado e agrupado de forma a imitar asproporções granulométricas recomendadas pelofabricante da matéria-prima virgem.

Paralelamente, montou-se um cacho1

com peças de formato aleatório, visando analisarse o formato da peça poderia influenciar aresistência da casca cerâmica durante ovazamento do aço.

O cacho, em cera, seguiu para o primeirorecobrimento (com matéria-prima virgem). Oobjetivo deste banho é a formação de umacamada uniforme, capaz de manter comperfeição a forma do cacho. Realizou-se aaplicação do prime coate (Figura 3) e do banhode areia (Figura 4).

1Cacho é o nome dado a estrutura em cera que servede molde ao processo de microfusão.

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Figura 3. Aplicação do prime coate.

Figura 4. Aplicação da chuva de areia

Após o banho de areia, o cacho ficou emrepouso por 6 horas. O cacho seco prosseguiupara o segundo banho de lama (Figura 5).

Figura 5. Segundo banho de lama.

Logo após o banho de lama, o cachorecebeu o recobrimento manual do chamotereciclado, previamente preparado, conforme aFigura 6.

Figura 6. Processo de adição manual dochamote.

Após a aplicação do primeiro banho delama, o cacho ficou em repouso por 8 horas.Posteriormente, outro banho de lama paraencorporação de chamote fino com intervalo de 8horas e mais três banhos de lama para a adiçãodo chamote grosso. Entre os banhos finais, ointervalo de secagem foi de 8 horas. Em seguidarealizou-se o banho de selagem, seguido derepouso de 48 horas para a secagem do cacho.A cera foi removida da casca por aquecimento epressão e a casca foi calcinada à temperaturasentre 950 e 1100°C. Após, a casca cerâmicarecebeu a adição da liga metálica grau WCB,cuja composição foi posteriormente analisada umaparelho da marca Metec, modelo Spectromaxx.

O aço grau WCB foi vertido no molde,conforme a Figura 7, e posteriormente foi para omartelete, onde a a casca cerâmica é separadado metal já resfriado.

Figura 7. Aço vertido em cascas cerâmicas. Após a separação das peças

microfundidas da casca cerâmica, esta retornouao seu ponto de coleta, seguindo para odescarte.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Optou-se por realizar a quebra da cascacerâmica manualmente, ao invés de utilizar-seum sistema de rolos conforme recomendado porPeters e Twarog (1992), em virtude do tamanhoprojetado para o experimento. Para ensaios deproporções significativamente maiores que asutilizadas neste trabalho, a utilização de rolospara moer a casca cerâmica deve serconsiderada.

A comparação macroscópica entre acasca cerâmica reciclada e a casca cerâmicavirgem (Tabela 1 – Figuras 8 a 11) revela apresença de argila aderida à casca cerâmicareciclada. A argila, proveniente do processo dobanho de lama, confere ao material recicladocoloração mais escura.

A Tabela 2, apresenta a composiçãoquímica do aço grau WCB fundido na cascacerâmica, que produziu o cacho da Figura 12.

Figura 12. Peças microfundidas em WCBpresas ao cacho.

CONCLUSÕES

Concluiu-se que a casca cerâmica podeser reciclada e reaproveitada no processo demicrofusão, ao menos por uma vez, retornando-aqualidade de matéria-prima. Este processo nãocomprometeu a qualidade da casca cerâmicareciclada, que apresentou característicassimilares a casca feita com matéria-prima virgem,ou a qualidade das peças do produtomicrofundido final.

A coloração em tom marrom do chamotereciclado deve-se a presença de argila aderida à

sua superfície. No presente experimento estaaparência diferenciada não influenciou ascaracterísticas finais da casca cerâmica, quemanteve resistência equivalente a do produtoelaborado com matéria-prima virgem.

O processo de reciclagem não substituirátotalmente a aquisição de matéria-prima virgem,observando que, durante a moagem ocorre aquebra dos grãos do chamote e gradualmente amatéria-prima se deteriora em frações diminutasque não servem mais para esta aplicação.

AGRADECIMENTOS:

Os autores agradecem a MicromazzaPMP pelo suporte financeiro e técnico para odesenvolvimento deste trabalho.

REFERÊNCIAS:

1. ASTM A216 / A216M – 12. StandardSpecification for Steel Castings, Carbon,Suitable for Fusion Welding, for High-Temperature Service.

2. Stefanescu, D.M. Asm Handbook:Casting. Vol. 15. Asm International, 2002.

3. Sopcak, J. E. Handbook of Lost Wax orInvestment Casting. Gembooks, 1986.

4. Bidwell, H. T. Investment CastingHandbook. Investment Casting institute,1997.

5. Hitchiner Manufacturing Co., Inc. AnIntroduction to the Investment CastingProcess. 2000.<http://www.hitchiner.com/publications/Intro_to_IC.pdf>

6. M. Holtzer, J. Zych, R. Dańko, A.Bobrowski. Reclamation of material fromused ceramic moulds applied in theinvestment casting technology. 2010.ARCHIVES of FOUNDRY ENGINEERINGVolume 10, Issue 3/2010, 199-204

7. PETERS, T. M.; TWAROG, D. L. Thefeasibility of reclaming investment shellmaterial from investment castings. 1992.<http://www.w.mrc.uiuc.edu/info/library_docs/tr/tr04.pdf>.

8. PRASAD, Ram . Progress in InvestmentCastings. Disponível em<http://cdn.intechopen.com/pdfs/39309/InTech-Progress_in_investment_castings.pdf>. Acesso em Janeiro, 2013.

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9. Mineração Curimbaba. Argila sinterizadaMC-60/ROT-1500. 2008. Disponível em<http://www.curimbaba.com.br/pt/produto

s/pdf/mc_60_chamote.pdf>. Acesso emMar. 2013.

Tabela 1. Comparação macroscópica entre matéria-prima virgem e reciclada.

Matéria-prima virgem Matéria-prima triturada

Figura 8. Ampliação 10x Figura 9. Ampliação 10x

Figura 10. Ampliação 40x Figura 11. Ampliação 40x.

Tabela 2 – Composição química do aço WCB analisado

C % Si % Mn % P % S % Cr % Mo % Ni %

0,226 0,227 0,974 0,024 0,010 0,083 0,012 0,044

Al % Co % Cu % Nb % Ti % V % W % Pb %

0,002 0,007 0,014 0,005 < 0,0002 0,001 0,018 0,001

Sn % As % Zr % Bi % Ca % Ce % Sb % Se%

0,001 0,012 0,002 0,014 < 0,0001 0,004 < 0,001 0,002

Ta % B % Zn % La % N % Fe % Te %

0,071 0,0005 0,003 < 0,0003 0,025 98,3 0,001

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COMO PREPARAR AULAS DE QUÍMICA MAIS FÁCEIS ECOMPREENSÍVEIS (UM EXEMPLO DE PROGRAMA CONCRETO)

HOW TO MAKE LESSONS OF CHEMISTRY MORE UNDERSTENDINGAND EASY (ON AN EXAMPLE OF CONCRETE PROGRAM)

KUPATADZE, Ketevan1*

Ilia state University, Faculty art and science, Kakutsa Cholokashvili Ave 3/5; Tbilisi 0162, GEORGIA(phone: +995599290905)

*[email protected]

Received 23 February 2013; accepted 14 March 2013

RESUMO

O presente manuscrito apresenta um curso de docência multimídia ministrado pela autora em um cursode Química escolar criado na llia State University. Os materiais de ensino são apresentados juntos commodelos dinâmicos visuais de processos químicos. As mudanças e informações adicionais podem serapresentadas a qualquer momento devido à estrutura do curso. Portanto, o modelo contém os elementos deum estudo de caso. Os princípios de didática considerados são particularmente eficientes pelos programas decomputação educacionais nas aulas de Química. A questão é acerca dos estágios do processo educacionaldurante os quais o professor pode, de maneira eficiente, usar tais programas. O artigo traz um panorama arespeito da situação de lecionar Química nos dias de hoje na Geórgia – problemas e caminhos para solucioná-los. O trabalho também apresenta os meios para integrar a Química com outras disciplinas como, por exemplo,Biologia, História e Artes.

Palavras-chaves: métodos e ferramentas de ensino, interface homem-computador, sistema multimídia,realidade virtual.

ABSTRACT

The article presents author’s multi-media teaching course on school course chemistry, created in IliaState University. Teaching materials are presented together with visual dynamic models of chemical processes.The changes and additional information can be introduced any time due to the structure of the course.Therefore, the model contains the elements of Case Study. Those principles of didactics are considered,realization of which are particularly efficient by educational computer programs on the lessons of chemistry. Thequestion is about the stages of educational process, during which teacher can efficiently use such programs. Inthe article is overviewed the situation of teaching chemistry in Georgia nowadays- problems and the ways ofsolution of this problems. Is shown the ways to integration chemistry with other subjects, e.g. biology, historyand arts.

Keywords: authoring tools and methods; human-computer interface; multimedia systems; virtual reality.

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INTRODUCTION

Chinese sage was asked: what can we doin order that people live better. He answered, thatit depends on period of time. If it is only one year,sow rice for the subsistence of people. If it istwenty years, than plant fruit trees, than peoplecan delight with fruits. If you mean hundredyears, educate the people and every problem willbe solved.

It is indisputable truth. There is nobodystronger than educated man. Although,unfortunately some subject have the “privilege” tobe “fearful” for school students. At the lessons of

the “fearful” subjects school students come withsense of duty and they bring nothing fromlessons. What is cause? They have notmotivation.

In this case I mean the chemistry. Whereare the roots of such attitude to chemistry? Theymust be searched in the process of teaching ofchemistry, in the forms of its account and presentto the school students. This form must have oneaim – to go to the lesson of chemistry must be alittle holiday and not obligation, because a pupildoes not afraid this subject. To excite thecuriosity of a pupil is very easy, especially to such“indocile”, “capricious”, “stimulant” science aschemistry. The points on the agenda are in whatform present and discuss each chemicalphenomenon.

So, how can we interest school studentson the lessons of chemistry? Which principle ofdidactics is better to create merry and grippinglesson? –We accentuate on obviousness, onscientific character and availability (certainly it isour opinion and it is possible that othersaccentuate on different approach.

I want briefly review each principles(Uznadze, 1979; Woolfolk,2000). Theobviousness principle is very important for thelessons in chemistry and other natural sciences.It is very difficult to imagine chemistry withoutexperiment, which unfortunately is rarely carriedout nowadays in Georgian schools; on account ofthe lack of laboratories, preparations or simplytime (not enough hours and enormous material).Such experiments also exist, which need specialrules of safety and teachers in justice try to avoidthem. Different chemical mechanisms, which are

very difficult to study for pupils, need specialobviousness and not only simple static picture,which they can see in books or in educationalposters.

Availability principle and scientificcharacter are also very important. Teacher musttry to interest , motivate pupils with the subject (inour case - chemistry). Teacher must be inpermanent search to find interesting chemicalhistories and join it with them. By means ofinteresting chemical events and curiosities hecan scientifically discuss the theme. For example,pupils may be don’t know that the “reason” of

“Titanic” ’s going down was hydrogen bonds,because it had run into iceberg. The firmness oficeberg (ice) is caused by hydrogen bonds. Thedensity of iceberg (ice) is less than of water and itcan float on the surface of water. It will beinteresting to discuss the nature of bonds, whichhad ruined legendary “Titanic”.

End now we want to discuss the problemof the form of presentation of different questions,about what we had spoken above. One of themost effective form (among other forms) of thepresentation of material to pupils is theeducational computer program, which givespossibility to realize above-mentioned all threeprinciples.

The obviousness principle in suchprograms can be realized very efficiently,because it can not be only static and planar, butdynamic and practical, decorated with differenteffects, among them-sound effect. It can be hypertextual with complex labyrinths, from where wecan pass to another logically connectedobviousness.

The modeling of the experiments in suchprograms can be represented by differentspectrum, (among them for the experimentswhich need special rules of safety), if we carrythem in real time in the process of lesson.

There are a lot of possibilities in thisprograms to realize the rest two principles.Suchcomputer-educational programs are also called“Author’s programs”, because they represent theview of given author or the group of authors,which are unique and never be repeated. In spiteof this, it is inadmissible that such program wasturned into the electron version of any textbook.

When creating educational courses, we

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must take into consideration, that they must notbe transformed into electric version of textbooks(without any novelty). Such courses (they can becalled “Author’s courses”) must reflect the view ofthe teacher (or the group of teachers) whichcreated them, about the optimum teaching of thecorrespondent subject. The author’s courses arecreated on the basis of the knowledge,methodical and didactic finds of the teacher (orthe group of teachers).

The main aim of creating electricprograms is to establish the model of the processof teaching concrete course. In this case it isimportant not only the specific character of thesubject, but the individual habitus of the creator ofthe course, it is also important the establishmentof the general methodic with general methodsand general instruments. Such methodic containthe description of the content of the course onthe basis of semantic nets, which are connectedin definite limits by variable succession from thesimple to the complex. They can be foundedfractal-layer by layer. This layers create theskeleton and on its basis the whole process isformed. The visualization will be static, dynamicand spatial. The teacher, on each stage of theteaching, can apply to the resources of theillustration which he needs.

The content of educational material mustcoincide to the national educational plan, but itmust be enriched by more information, byconcrete examples and with correspondingcommentary (Kupatadze, 2005;). Some of thetopics will be teaching by axiomatic method andinformation will be represented in the form ofgraph- the unity of concrete and declarationteaching will be realized. Each topic will beconnected with the knowledge of a pupil. Thecontent will be in accordance with modern stateof the sciences.

In Georgia, to overcome the “fear” tonatural subjects (in this case-chemistry), tointerest pupils and to create motivation is veryactual.

MATERIALS AND METHODS

The application of new technologiesmakes it possible to show the dynamic nature ofreactions. It is especially effective for illustratingprocesses such as organic reaction mechanisms

which are traditionally illustrated with staticfigures. A dynamic illustration with the ability tostop and start the dynamics at any time,according to student’s wishes can provide a moreeffective demonstration. If the mechanismconsists of discrete steps, the transfer from onestep to another can be performed when studentwishes (by clicking through with a mouse). If theprocess or mechanism that is illustrated isgeneral, then it can be linked to other processesor mechanisms. The frames of the animatedfragments are connected to each other by efinitesuccession, though each frame is independent.Such animations should not be overloaded bytext. Educational information offered in a visualcontext is fascinating, easily assimilated, andfixed in memory for a long time. The lessonacquires active form.

Using a computer to animate processesgives the opportunity to present vivid, eminent,and convincing illustrations about those eventsthat are connected to various chemicaltransformations. The process is reflected indynamics of the computer multimediademonstration.

A narrative by the teacher is also attachedto the process which helps create the mood ofthe multimedia environment, which, in turn,enhances student readiness for studying andlearning the material.

We have created a computer teachingpackage in Inorganic and Organic chemistryhttp://cvl.iliauni.edu.ge/start.html which is done inAdobe Flash and includes all types of animationsto connect organic chemistry with other sciences.

I want to point out one circumstance.There are many free educational computerprograms in chemistry (we have seen many ofthese on the internet or on CD), also internet-sources, but in these sources didactic principlesare realized very poorly. The aim of this programis less text and a lot more dynamic illustrationsand use of different methods to stimulate apupil’s motivation. It is known fact that forteaching two main factors are obligatory:teaching school students with refined methodicand motivation for the study of presentedinformation.

I mean to introduce such heading as:“May you will be interested”, “May be you try”,

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“Now let us amuse our self”. I mean to find a lotof chemical curious (to create animation aboutthis curios). To make musical background to thecreated chemical clips. Musical backgrounds candifferent from each other. For example, inalready created program we have “Chemical

theatre” were elements go out on Shtraus’march, make the acquaintance with pupils andpresent very interesting information aboutthemselves (figure 1) In other clips there isfolklore (figure 2) and even though rock, why not!On the whole we shall get motivated schoolstudents and this is our aim.

According to D. Uznadze conceptionmood is created in simultaneous figurativeconditions of two factors, with the demand of aperson in the suitable environment of the givenfigurative conditions. If one of these factors isn’tgiven the mood won’t be created. A person willget into mood with the fulfillment of the activity ofthe specific situation based only on to the suitablerequests (D. Uznadze. “The Psychology of

Mood”) [1].

Computer gives the opportunity to getvivid, eminent and convincing illustrations aboutthose events, which are attached to this or thatchemical process.

The process is reflected in dynamics onthe screen of the computer together with theselected colors and according to the multimedia.The live word of the teacher is also attached tothe process and so we can see two necessaryfactors for creating the mood, which causesstudent’s corresponding activity-readiness forgaining and studying the material firmly. It mustalso be mentioned that “the mood gaining once,never looses and stays with the person, as thenew readiness of actualization, in the newcorresponding cases”.

This program has been spreading in allGeorgian schools were had been used inchemistry lessons.

RESULTS AND DISCUSSION:

The use of computer teaching programswere accompanied by the different stages:

The aim of the first stage is the forming ofthe student’s motivation towards the learningtopic (material); At this time it is important toprove the necessity of the topic, to display itsimportant features, juxtaposition of the othersubjects (connection of different subjects); Thewhole class will be involved in this process and itwould be right if the teacher used the mostinteresting illustrated computer materials of thetopics which would be studied.

Though at this stage the suggested visualaids mustn’t contain the deep contents of thematerials which would be studied as this point isthe main task of the next stages.

The aim of the record stage is to discussstudying material consecutively and deeply.While teaching the new material it is necessary touse the illustrated materials.

In this case the advantage has goofcomputer learning programs with the help ofwhich it is possible to keep an aye on thedevelopment of the dynamic process of thestudying material and in different scales. E.g. Thedevelopment of different chemical mechanismson the micro and macro levels of course thecontinuation of the reactions must be put into thecomputer models, the performing of which isdifficult or impossible for many conditions in thelaboratory circumstances. On the third stagethere is a process of perception of alreadyexplained material.

It is very important the scientific languageof the given subject, the learning of main termsand concepts. It is also suitable (on this stage) touse the multimedia models which containespecially difficult theoretical concepts. Togetherwith it there must be taken into considerationstudent’s interactive relation towards the studyingmaterial in the program maintenances.

Verbal methods are used on the fourthand the fifth stages. In this case there also mustbe used computer illustrated material showed onthe second stage. Which must be filled withfindings of kindred subjects. The elements of thisprogram must be discussed, debated in thelecture- room.

The last the sixth stage is proposed fortesting the studied theme. The teacher tests notonly the general contents of the material, but theability of the pupil to join this information with

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other sciences and use it (the new information)for the solution of the new problems.

Also, I must underline, that in our programchemistry is connected with history of chemistry.We have reviewed periods, when the famousscientists was discovered they openings. Someof the subjects are connected with arts. Forexample, before studding Structures ofMolecules the pupil introduce to “Cubism”, whereartists use geometrical figures- square, triangle,hexagon. Picasso is the famous representative of“Cubism”. The pupils will meet such kind ofgeometrical figures, when they study Structuresof Molecules.

Or, let us speak about water. What iswater? According to the words of Saint-Exupéry“The basis of life”, which has special chemicalactivity. For visualization consider its action withmetals. It reacts very actively with lithium andsodium, potassium burns when touching withwater. From what it contains? From hydrogenand oxygen. Both have wonderful chemicalbiography. The nature water is a part of man’sbody ( cellular and intercellular). It plays differentvital roles and its amount depends on the man’sage, on the content of fat. Dehydratationsometimes may be mortal for man.

We have spoken about hydrogen andoxygen which are the parts of water. Hydrogenwas discovered in 1766 in London by Cavendish.Oxygen was discovered in 1774 by Priestly andSheele in towns Lids-Upsala. In the block ofhistory the situation in England and Switzerlandand the situation in Georgia will be discussed-what was happening in Georgia at that time,which problems (among them-scientific) were tobe solved. This lyrical digression help us tomake motivation in pupils (Kask, Rawn, 2000;Freemantle, 1991).

For example, the opinion of someteachers and pupils are adduced aboutcomputer-educational program in chemistry forbasic schools (the originals of forms are kept inworking-room of our group).

Teachers:“I want to ask you to create such

programs for high classes”. The chemistryteacher of 16th public school Kh. Nozadze;

“You must continue your work!!! To show

animated experiments is very useful, especiallyin such schools, where they have notlaboratories, but have computer.“ The chemistryteacher of 165th public school N. Nadiradze;

“I had adopted your uncommon idea withgreat pleasure. I am delighted, I like it very much!I hope you will contact with me afterinnovations.” The chemistry teacher of 2th publicschool Kh. Bregadze;

“I greet this innovation, I shall always

have desire to use it.” The chemistry teacher of100th public school Msvenieradze;

7 th class “When studding the classes of chemical

compounds we use computer program. It is veryinteresting. Afterwards we ask teacher and hecarried out the experiment between sulfuric acidand sugar. It was identical to what we had seenin program. It is nice, if it will continues in such away, we shall become chemists. Such lesson isvery interesting and we want more lessons.”

“The teacher had taken us to theinformatics room. She had explained theproperties of water and we had watchedchemistry program. I like “You are vineyard”,bubbles of soap. At home I had done it myself”.

“Show it again. We had understood it. Ihad remembered how to construct and representchemical formula. The Georgian dance betweenFe and S is bright. I am interested what I hadseen in computer.”

“I had understood well and rememberedmixers, the methods of their division oncomponents. We often can’t carry out theexperiments, therefore I wont to study chemistryby this program.”

8th class: “I think such lessons must be held in

every classes. It is one of the way to giveknowledge to the child, which is not interested inchemistry. Even though the minimum from thewhole information”.

“In my opinion, the CD with such themesmust be in every schools, to excite the curiosityof more pupils.”“I have learned very much about chemicalelements, the Periodic Table, famous chemists.

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Especially interesting were videomaterials and clips. You see everythingobviously and get pleasure. I like that the materis written clearly and it is easy to understand. Ithink that the CD is perfect for all ages andprofessions”.

“More material must be created in future,to interest pupils and pleasure them by studdingchemistry”.

Figure 1. The reaction with Georgian nationaldancing

Figure 2. Chemical Theater

CONCLUSIONS:

With the introduction of new technology,school sstudents have become more interested inchemistry. After these lessons we receive amotivated school sstudent, who likes chemistryand is surprised, because s/he believedchemistry was a “terrible and dull” subject.Motivation does not fade. For every subsequentlesson, their motivation gets stronger. Briefextract with description of program you can seeat the following link

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=JiXSb4Qlaag

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=D2RPOfn2j8g

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=hPxCb1g-DAY

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=D2RPOfn2j8g

ACKNOWLEDGMENTS:

The author would like to express her ap-preciation to Rustaveli National Science Fonda-tion and Ilia State University for financial supportfor making educational program in chemistry.

REFERENCES: 1. Uznadze, D. The Psychology of Mood. Tbilisi

1979; pp 44-57. (Book)2. Woolfolk, A. Educational psychology. Allyn and

Bacon, Sydney 2000. pp 122-130. (Book)3. Kupatadze, K. P.S.J. “Georgia Chemical Jour-nal”, 2005, 3(5), pp.107-118 (Journal Article).4. Kask, U. Rawn, J.D. General Chemistry,

Oxsford, England 2000. (Book)5. Freemantle, M. Chemistry in Action, “Mir”,

Moscow 1991. (Book)

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SÍNTESE DO CROMITO DE COBRE (II)

SYNTHESIS OF COOPER CHROMITE (II)

FAILLACE, Jacyra Guimarães1*; MEDEIROS, Marta Eloisa2

1 Instituto Federal do Rio de Janeiro, Rua Lúcio Costa, cep 23456-009, Nilópolis – RJ, Brasil(fone: +55 21 2691 9800; fax: +55 21 3013 9018)

2 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Química, Departamento de Química Inorgânica, CidadeUniversitária, CT, Bloco A, cep 21945-970, Rio de Janeiro – RJ, Brasil

(fone: +55 21 2562 7146)

* FAILLACE, J.G.e-mail: [email protected]

Received 19 June 2012; accepted 14 December 2012

RESUMO

Propelentes sólidos são materiais com queima controlada e um dos tipos utilizados como combustível éo propelente sólido do tipo composite, utilizando NH4ClO4 como agente oxidante e alguns aditivos. Dentre eles,o CuCr2O4 destaca-se como acelerador de queima (Shen, 1983; West, 1984; Meyer, 1987; Campos et al, 2010).Uma grande parte dos sítios são ativados pela adsorção dos reagentes e, devido a isso, aumentam avelocidade da decomposição do NH4ClO4 (Rastogi, 1978). No presente trabalho, realizou-se a síntese docomposto CuCr2O4 pelos métodos da coprecipitação e cerâmico, com o propósito de comparar diferençasestruturais, térmicas e morfológicas advindas dos métodos empregados, utilizando as técnicas de DRX, FT-IR,TGA, DSC, MEV e determinação da densidade. Os resultados apontam melhores aspectos para o compostosintetizado pelo método cerâmico, com maior cristalinidade, estabilidade térmica até 1000ºC e morfologia maisdefinida, com grãos apresentando geometrias tetraédrica e octaédrica e tamanho aproximado de 3750nm, bempróximo ao da literatura, 3700nm (Smith & Snyder, 1969). Entretanto o método cerâmico torna-se maisdispendioso por utilizar insumos com alta pureza, bem como por utilizar temperaturas elevadas para a síntesedo produto, que é utilizado em grande escala na fabricação de propelentes para diversos fins.

Palavras-chave: Cromito de cobre, síntese inorgânica, análise instrumental.

ABSTRACT

Solid propellants are materials with controlled burning and one of the type used as fuel is solidpropellant type composite, NH4ClO4 using as oxidizing agent and certain additives. Among them, stands out asCuCr2O4 accelerator burning (Shen, 1983; West, 1984; Meyer, 1987; Campos et al, 2010). Some of sites areactivated by adsorption of reagents and because of this, increase the speed of decomposition of NH4ClO4

(Rastogi, 1978). In the present study, we performed the synthesis of compound CuCr2O4 by the methods ofcoprecipitation and ceramic, for the purpose of comparing structural differences, thermal and resultingmorphological methods employed using the techniques XRD, FT-IR, TGA, DSC, SEM and densitydetermination. The results show the best aspects to the compound synthesized by ceramic method, with highercrystallinity, thermal stability up to 1000°C and morphology more defined, with grains having geometriestetrahedral and octahedral and approximate size of 3750nm, very close to the literature, 3700nm (Smith &Snyder, 1969). However, the ceramic method becomes more expensive to use high purity raw materials, as wellas use elevated temperatures for the synthesis of the product, which is used widely in manufacturing propellantsfor various purposes.

Keywords: cooper chromite, synthesis, instrumental analysis.

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INTRODUÇÃO

Propelentes sólidos são materiais cujoprocesso de combustão ocorre de maneiracontrolada, de forma a permitir o aproveitamentoda energia liberada para a geração de gases,empuxo em motores-foguete, calor eacionamento de dispositivos mecânicos. Um dostipos de propelentes atualmente mais utilizadoscomo combustível de foguetes é o propelentesólido do tipo composite, utilizando o percloratode amônio como agente oxidante, envolvido poruma matriz plástica com composição definida ealguns aditivos, tais como agentes de cura eaceleradores de queima (Meyer, 1987; Camposet al, 2010).

West (1984) e Shen (1983) sugerem quea ignição deste material é inicialmente controladapela adição de certos óxidos de metais detransição, entre eles Fe2O3, MnO2, Cr2O3, CuO ecromito de cobre (II), CuCr2O4, sendo que esteúltimo destaca-se por apresentar atividadecatalítica superior aos demais. Esses materiaistêm a função de acelerar e estabilizar adecomposição térmica do agente oxidanteperclorato de amônio, NH4ClO4, à temperaturaambiente e apresentam esta propriedade devidoao grande número de defeitos em sua estruturacristalina. Sendo assim, uma grande parte dossítios são ativados pela adsorção dos reagentese, devido a isso, aumentam a velocidade dadecomposição do NH4ClO4 (Rastogi, 1978). Estefato desperta o interesse para o estudo docromito de cobre (II) aplicado à decomposiçãotérmica do perclorato de amônio (El-Awad, 2000;Boldyrev, 2006; Prajakta, 2008; Inder, 2009).

O Cromito de cobre (II) deriva daestrutura cristalina do tipo espinélio, pelacompressão ao longo de um dos eixos,resultando em uma cela unitária tetragonal. Adistribuição atômica é normal, onde os átomosde cobre ocupam sítios tetraédricos, com quatroátomos de oxigênio vizinhos nos vértices de umtetraedro distorcido e os átomos de cromoocupam os sítios octaédricos, com seis átomosde oxigênio vizinhos nos vértices de um octaedrodistorcido, Figura 1. (Yé, 1994).

Figura 1- Estrutura esquemática do CuCr2O4

Estudos térmicos mostram que ocorremudança de fase do sistema cristalino daestrutura do cromito de cobre (II), de tetragonal,com grupo espacial I41/amd para cúbico, comgrupo espacial Fd3m à temperatura aproximadade 550ºC (De et al, 1982; Padmanaban, 1990).

O cromito de cobre (II) também sedestaca em outras aplicações, tais como emmateriais refratários, onde as condiçõesatmosféricas do forno oscilam de alcalino paraneutro (Papp, 1997) e na hidrogenação catalíticade aldeídos para obtenção de álcoois(Calingaert, 1934).

Este trabalho tem como objetivo sintetizaro cromito de cobre pelos métodos dacoprecipitação e cerâmico e posteriorcomparação das características estruturais etérmicas dos produtos obtidos pelos doismétodos.

PARTE EXPERIMENTAL

O cromito de cobre (II) foi sintetizado pordois métodos distintos: método da coprecipitaçãoe método cerâmico (método dos óxidos). Emseguida, foram feitas medidas físicas noscompostos, para a determinação de suascaracterísticas estruturais e térmicas.

Para a síntese do cromito de cobre (II)pelo método da coprecipitação foi preparadainicialmente uma solução 0,18molL-1 dedicromato de potássio, neutralizada em seguidacom hidróxido de amônio concentrado, atémudança de coloração de alaranjado paraamarelo, em pH igual a 8,0. Em seguida,adicionou-se solução 4molL-1 de sulfato de cobrepentahidratado, obtendo-se um precipitadomarrom de cromato básico de cobre. Efetuou-sefiltração à pressão reduzida, seguida da lavagem

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do precipitado e posterior secagem em estufa a110ºC (Calingaert, 1934; Faillace, 2001;Kawamoto, Pardini & Rezende, 2004 e Edrissi,Hosseini, Soleymani, 2011).

O composto obtido foi triturado, peneiradoa 250 mesh e calcinado à temperatura de 500ºCpor 2 horas em atmosfera de ar (Faillace, 2001;Stroupe, 1949).

Para a síntese do cromito pelo métodocerâmico, misturaram-se quantidadesestequiométricas de óxido de cromo (III), Cr2O3 eóxido de cobre (II), CuO, na proporção molar de1:1 e, em seguida, calcinou-se a mistura a900ºC/24h em cadinho de platina na forma depastilhas (Faillace, 2001; Dollase, 1997;Manoharan,1990).

Para a caracterização dos produtosobtidos pelos métodos empregados, utilizaram-se as medidas físicas descritas a seguir. Para aanálise por Difratometria de Raios-X (DRX), foiutilizado o método do pó, com radiação Cukα(1,5418Å), com filtro de níquel, em equipamentoJEOL 80/30 e os dados foram analisados peloprograma PCPDFWIN (Windows pdf2, 1998)com banco de dados JCPDF. Os dados de DRXusados no programa DICVOL (Louër, 1992)foram também obtidos no equipamento JEOL80/30, nas mesmas condições em que foramanalisados os dados anteriores.

A Espectroscopia de Infravermelho portransformada de Fourier (IV), foi utilizada para avarredura dos espectros na região de 4000 a400cm-1 com resolução de 4cm-1, usando-sepastilhas de KBr, em equipamento NICOLETMAGNA-IR 760.

A Microscopia Eletrônica de Varredura(MEV) foi realizada no Microscópio EletrônicoDSM 960 fabricado pela empresa ZEISS, tensãode 20kV, com ampliação até 10000X e escalade 1µm para o produto obtido pelo método dacoprecipitação, e 5000X e escala de 2µm para oproduto obtido pelo método cerâmico.

Para obtenção das curvas de AnáliseTermogravimétrica (TGA), utilizou-se para aanálise cerca de 3mg de amostra, submetendo-se a uma faixa de temperatura de 30 a 1100ºC,em cadinho de platina, com razão deaquecimento de 5ºC/min e fluxo de gásnitrogênio com vazão igual a 50mL/min, realizadaem equipamento TGA-50 da SHIMADZU.

Utilizou-se cerca de 3mg de amostra para

a obtenção das curvas de CalorimetriaDiferencial de Varredura (DSC), aquecendo-seem cadinho de platina a uma faixa detemperatura de 30 a 650ºC, com razão deaquecimento de 5ºC/min e fluxo de gásnitrogênio com vazão igual a 50mL/min, realizadaem equipamento SHIMADZU DSC-50.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

O método da coprecipitação consiste nasíntese do produto sob condições controladas,onde obtém-se um gel de cor marrom, cromatobásico de cobre, Equação 1, que, apóstratamento térmico a 500°C, forma um materialpolicristalino, de coloração preta, CuCr2O4,reação 2 (Faillace, 2001; Yé,1994). Aumentando-se a temperatura de calcinação do produto para600oC, observa-se a mudança de coloração depreta para cinza escuro com aspecto brilhante,devido à formação de uma outra fase, Cu2Cr2O4 ,reação 3 (Shukla, 1984).

2CuSO4(aq)+K2Cr2O7(aq)+4NH3(aq)+3H2O(l) →2Cu(OH)NH4CrO4(s)+K2SO4(aq)+(NH4)2SO4aq) (Eq. 1) 2Cu(OH)NH4CrO4(s ) → CuO(s) + CuCr2O4(s) (Eq. 2) CuCr2O4(s)+CuO(s) → Cu2Cr2O4(s)+1/2O2(g) (Eq. 3) A síntese do CuCr2O4 foi analisada por DRX,sendo os resultados mostrados na Figura. Aquecendo-se o composto a 500oC, Figura2B, pode-se notar a presença de um picoexpressivo de intensidade da reflexão em2θ(o)=35,48, indicando a formação de uma fasecom cristalinidade acentuada. À temperaturaaproximada de 550oC ocorre a mudança dosistema cristalino do composto, de tetragonalpara cúbico (De et al, 1982; De et al, 1981;Padmanaban, Avasthi & Ghose, 1990).

A obtenção da fase tetragonal de CuCr2O4

pelo método cerâmico, Figura 2A, através dacalcinação da mistura dos óxidos a 900ºC por 24horas, mostrou para os resultados de DRX que afase tetragonal obtida para o composto CuCr2O4

apresenta acentuado perfil cristalino e com ospicos de difração mais importantes bemdefinidos, observado pela presença deintensidades das reflexões em 2θ(o)=29,60;31,08; 35,20 e 37,72. Além disso, nesta faseobserva-se que as reflexões dos óxidos de

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origem encontram-se presentes comintensidades bem inferiores às demais, deacordo com a Equação 3.

Figura 2 – DRX do CuCr2O4 obtido pelosmétodos: (A) tratamento térmico da mistura deóxidos a 900ºC/24h e (B) precipitado aquecido a500ºC obtido por coprecipitação.

CuO(s) + Cr2O3(s) → CuCr2O4(s) (Eq 4)

Pela sobreposição dos difratogramasreferentes aos compostos obtidos por ambos osmétodos, Figuras 7A e 7B, observa-se que ocomposto sintetizado pelo método cerâmicoapresenta melhor perfil, com reflexões de maiorintensidade e melhor definidas com largura ameia altura menores do que para o compostosintetizado pelo método da coprecipitação,sendo, portanto, mais cristalino do que este.

Tabela 1. Parâmetros da cela unitária obtidospelo programa DICVOL dos compostossintetizados pelos métodos cerâmico ecoprecipitação.

Visando à verificação de possíveisalterações na estrutura do cromito de cobre (II),provenientes dos métodos de sínteseempregados, foi feito um estudo mais detalhadodeste aspecto pela técnica de difração de raios-x,realizando a indexação dos respectivos

difratogramas de pó pelo método dicotômico,utilizando o programa DICVOL91 (Louër, D.,DICVOL91 – VERSÃO PC, 30/12/1992) dadosobtidos para ambos os compostos foramcomparados com os da literatura, conformeTabela 1 (Bergerhoff et al., 1983).

Este procedimento revelou que asreflexões obtidas puderam ser indexadas comopertencentes a uma cela unitária tetragonal, comos respectivos parâmetros previamentetabelados, onde F trata-se da figura de mérito, ouseja, Fn = N/[∆2θ]Nposs, sendo Nposs o número depossíveis linhas de difração, N são as linhas dedifração observadas e [∆2θ] o valor dadiscrepância entre os valores de 2θ observados ecalculados (Faillace, 2001).

Os parâmetros da cela unitáriaencontrados para ambos os compostos são bempróximos aos da literatura, principalmente osobtidos pelo método cerâmico. Além disso, ovalor de F, que determina a exatidão na posiçãoe no perfil das linhas de difração, foi maior para ocomposto sintetizado pelo método cerâmico,demostrando que o mesmo possui um perfil maiscompleto do difratograma e uma melhor exatidãodo que os dados obtidos para o método dacoprecipitação.

O número revelado a partir dos dados dedifração do composto obtido pelo métodocerâmico confirma possuir este um perfil dedifração com precisão maior do que o sintetizadovia coprecipitação.

Tais resultados apontam que o compostosintetizado pelo método cerâmico é maiscristalino do que o composto obtido pelo métododa coprecipitação. Além disso, possui umnúmero de defeitos menores, ou seja, umordenamento estrutural a longa distância bemmaior do que o composto obtido pelo método dacoprecipitação.

Os espectros de IV, figura 3, do compostosintetizado por coprecipitação mostram aformação estrutural a curta distância do materialCuCr2O4, pelo perfil e posição das bandas a 511e 614cm-1, referentes à presença do grupo Cr2O4

-2

(Arsène et al, 1978).

Pela espectroscopia, figura 3A, verifica-se, de maneira geral, a formação estrutural acurta distância do material CuCr2O4 , pelo perfil eposição das principais bandas referentes à

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cela literatura cerâmico coprecipitação

a=b (Å) 6,033 6,035 6,023c (Å) 7,782 7,779 7,820

α=β=γ (°) 90 90 90V(Å)3 283,31 283,31 283,73

F (30)=52 (13)=17,5 (11)=13,9

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presença do grupo Cr2O4-2, ν2 e ν1 a 521 e

614cm-1. Observou-se também, figura 3A, umabanda a 408cm-1 de baixíssima intensidade,correspondente ao precursor óxido de cromo (III),e as bandas de estiramento Cr-O ν2 e ν1, bemintensas e definidas a 521 e 614cm-1

respectivamente, provenientes da formação dafase tetragonal de CuCr2O4 (White &Deangelis,1967).

Além disso, é importante ressaltar quenão foi possível observar a presença das bandasa 441 e 534cm-1, correspondentes ao precursoróxido de cobre (II), e nem as bandas a 444 e566cm-1, que correspondem ao precursor óxidode cromo (III), tendo em vista que estas podemencontrar-se sobrepostas àquelas quecorrespondem ao composto formado, cromito decobre (II), CuCr2O4. Apenas a banda a 614cm-1 écomum aos espectros do cromito e do óxido decromo (III), devido a ligação Cr-O existente emambos os compostos. A mistura apresentatambém uma banda estreita à curta distância, em475cm-1, com desdobramento em 520cm-1

correspondente ao estiramento ν2 do compostocromito de cobre (II) sintetizado, além de outrabanda estreita a 590cm-1

com desdobramento em615 cm-1, referente a ν1 do mesmo composto.

Analisando o composto pela técnica deespectroscopia de infravermelho, Figura 3, itens(A) e (B), verificou-se um melhor perfil doespectro do composto sintetizado pelo métodocerâmico, mostrando bandas correspondentesaos estiramentos ν1 e ν2 com maior intensidade emelhor definição do que o método dacoprecipitação.

4 0 0 0 3 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0

( A )

( B )

TR

AN

SM

IT

ÂN

CI

AS

(u

.a.)

N Ú M E R O D E O N D A ( c m- 1

)

Figura 3 – Espectros de IV do CuCr2O4 obtidopelos dois métodos: (A) tratamento térmico damistura de óxidos a 900ºC/24h e (B) precipitadoaquecido a 500ºC por coprecipitação.

O íon livre Cr2O4-2 possui simetria Oh,

portanto devia-se esperar seis modos normais devibrações fundamentais (White &Deangelis,1967), ou seja:

Γ = A1(R) + E1(R) + 4T2(R,IV) (Eq 5)

destes, somente possui atividade infravermelho os modos T2.

Sendo assim, pode-se dizer que oespectro de infravermelho na região de 4000-400cm-1 para o íon Cr2O4

-2 apresenta um númerode quatro vibrações características.

As bandas de absorção características dapresença dos modos vibracionais do octaedroCr2O4

-2, relativas ao composto CuCr2O4 obtidopelos dois métodos já descritos, são comparadascom as absorções encontradas na literatura e asdivergências entre os valores encontrados naliteratura para os modos vibracionais µ1 e µ2 docomposto obtido pelo método da coprecipitaçãoocorre devido ao método de síntese utilizado,obtendo compostos com diferentes graus deordenamento estrutural a curta distância(Faillace, 2001).

As micrografias que representam as

morfologias dos compostos obtidos pelo método

cerâmico e por coprecipitação podem ser

observadas nas figuras 4A e 4B,

respectivamente.

Na figura 4B, tem-se a micrografia doCuCr2O4 obtido pelo método da coprecipitação,na qual se verifica um agregado de partículaspequenas e irregulares, com superfície rugosa etamanhos que variam de 160-180ηm. Talmorfologia é típica de materiais sintetizados poresse método com posterior calcinação(Medeiros,1995).

O composto obtido pelo método cerâmico,figura 4A, exibe partículas bem maiores do queas observadas para o gel aquecido a 500ºC,apresentando tamanho aproximado de 3750ηm,bem próximo ao da literatura (3700ηm) (Smith &Snyder, 1969). Além disso, pode-se notar que osgrãos possuem formas geométricas definidascomo tetraédricas e octaédricas.

Portanto, pode-se observar que ocomposto obtido pelos dois métodos possuemmorfologias com acentuadas diferenças, que

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influenciam em suas propriedades térmicas,como verificado no estudo do comportamentotérmico realizado a seguir.

Figura 4 – Micrografia do CuCr2O4 obtido pelosmétodos: (A) cerâmico e (B) coprecipitação.

O comportamento térmico do cromito decobre (II) sintetizado pelo método decoprecipitação observado por termogravimetria(TGA), figura 5B, mostrou possuir estabilidadetérmica até 600ºC, apresentando perda demassa de 96% a partir deste ponto. Taisresultados confirmam relatos, dando conta quealterações estruturais no composto CuCr2O4 comperda de massa e conseqüente formação deCu2Cr2O4 ocorram acima desta temperatura(Shukla,1984).

Por outro lado, para o método cerâmico,figura 5A, a curva de TGA do material sintetizadomostrou possuir este estabilidade térmica até1100ºC, não se observando perda de massanesta faixa de temperatura, ou seja, esteapresenta uma estabilidade de 500ºC maior doque o sintetizado pelo outro método.

A curva de calorimetria diferencial devarredura (DSC) para o método dacoprecipitação, figura 6B, apresenta um picoexotérmico a 240ºC, decorrente de umatransição ordem-desordem, proveniente de umpossível rearranjo da cela unitária do composto.Ao se atingir a temperatura de 550ºC, observa-seo surgimento de um pico endotérmico, que podecorresponder tanto à mudança do sistemacristalino do composto, de tetragonal para cúbico(De et al, 1982; De et al, 1981; Padmanaban,Avasthi & Ghose, 1990), como também à perdade massa verificada na curva de TGA durante adecomposição térmica do CuCr2O4, quando osistema atinge a temperatura de 600ºC. Osresultados obtidos pela curva de DSC para ocomposto sintetizado pelo método cerâmico,figura 6A, não apresentam eventos térmicos até

a temperatura de 650ºC, denotando um perfilbem diferente daquele encontrado para ocomposto obtido por coprecipitação.

Sendo assim, pode-se dizer que ocomposto CuCr2O4 obtido pelos dois métodos desíntese apresentam comportamento térmico bemdistintos. O composto sintetizado pelo métodocerâmico, embora obtido a alta temperatura de900ºC por 24 horas, possui estabilidade térmicaaté 1100ºC, enquanto o do método dacoprecipitação, apesar de ter sido obtido a umatemperatura mais baixa, 500ºC, é bem menosestável, iniciando a sua decomposição a 600ºC,o que confere uma diferença de 500ºC deestabilidade térmica para os dois casos. Essadiferença se deve a variação de morfologia,tamanho de partículas, etc (Vallet,1972).

Figura 5 – Curva TGA do CuCr2O4 obtido pelos métodos: (A) cerâmico 900ºC/24h e (B) coprecipitação.

Figura 6 – Curva DSC do CuCr2O4 obtido pelos métodos: (A) cerâmico 900ºC/24h e (B) coprecipitação.

O valor encontrado para a densidade realdo composto obtido pelo método dacoprecipitação foi de 4,511g.cm-3, bem próximo

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ao valor encontrado em literatura (4,500g.cm-3)(Manoharan, 1990). Entretanto, o compostoobtido pelo método cerâmico apresenta-se maisdenso do que o do método anterior, ou seja,5,498g.cm-3, bem maior do que o encontradopara a fase descrita em literatura. Este fato podeser atribuído a diferenças de morfologia doscompostos (Medeiros, 1995).

Tendo em vista os resultadosapresentados para os compostos obtidos pelosmétodos empregados, percebe-se que osintetizado pelo método cerâmico possuiaspectos estruturais, térmicos e morfológicossuperiores ao composto obtido pelo método dacoprecipitação, verificado por possuir maiorcristalinidade e estabilidade térmica, bem comomorfologia mais definida.

CONCLUSÕES:

A fase tetragonal do CuCr2O4 pode ser sinte-tizada pelas duas metodologias propostas: méto-do cerâmico e método da coprecipitação. Osmateriais apresentam comportamento estrutural,morfológico e térmico distintos para os métodospropostos, de acordo com as técnicas de DRX,FT-IR, TGA, DSC, MEV e determinação da den-sidade. Entretanto, ambos os métodos mostra-ram-se adequados para sintetizar o composto aser utilizado como acelerador da decomposiçãotérmica do oxidante NH4ClO4 de propelentes sóli-dos. Em contrapartida, esse método torna-se in-viável economicamente, pois os insumos utiliza-dos são de alta pureza para prensagem e calci-nação a custos bastante elevados. O produtomais indicado para ser utilizado em propelentessólidos é o sintetizado pelo método da coprecipi-tação, por utilizar reagentes de baixo custo e po-der ser obtido em quantidade adequada para serutilizado como aditivo de propelentes. AGRADECIMENTOS:

IPqM, PUC-Rio e CENPES/PETROBRÁS pelaviabilização da caracterização dos materiais.

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SÍNTESE, COMPLEXOMETRIA, ANÁLISE TÉRMICA ECONDUTÂNCIA MOLAR DOS CLORETOS DE LANTÂNIO,

NEODÍMIO E ÉRBIO HIDRATADOS

SYNTHESIS, COMPLEXOMETRY, THERMAL ANALYSIS AND MOLAR CONDUCTANCEOF LANTHANUM CHLORIDE, NEODYMIUM AND ERBIUM HYDRATED

COSTA, Luiz Henrique Medeiros da; LIMA, Francisco José Santos;e SILVA, Ademir Oliveira da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Instituto de QuímicaNatal, RN – CEP 59072-970, Campus Universitário

* Autor correspondentee-mail: [email protected]

Received 16 December 2011; received in revised form 16 December 2011; accepted 06 September 2012

RESUMO

Os cloretos de lantânio, neodímio e érbio foram preparados a partir dos seus respectivos óxidos emsuspensão aquosa com adição lenta de ácido clorídrico e posteriormente colocados em dessecador. Oscompostos foram caracterizados através da titulação complexométrica com EDTA, termogavimetria (TG) econdutância molar. As curvas TG foram realizadas em ar sintético e verificamos suas estabilidades térmicas, eo processo de decomposição térmica. Os resultados obtidos pela titulação e pela TG possibilitaram estabelecera estequiometria dos complexos, que se apresentaram como: LaCl3.7H2O, NdCl3.6H2O e ErCl3.7H2O. Acondutância molar, em água, nos informou um tipo de eletrólito 1:3, evidenciando que os íons cloretos nãoestão coordenados ao lantanídeo e se encontram fora da esfera de coordenação nestes sais complexos.

Palavras-Chave: cloretos de lantanídeos, sais complexos, condutância molar.

ABSTRACT

The lanthanum, neodymium and erbium chlorides were prepared from your respective starting oxides inaqueous suspension with slow addition of hydrochloric acid and later placed in desiccator. The compositionswere characterized through of the complexometric titrations with EDTA, thermogravimetry (TG) and molarconductance. The TG curves were accomplished in synthetic air and we verified your thermal stabilities, and theprocess of thermal decomposition. The results obtained by the titration and for TG they made possible toestablish the stoichiometry of the compounds that came as: LaCl3.7H2O, NdCl3.6H2O e ErCl3.7H2O. The molarconductance, in water, informed us a type of electrolyte 1:3, evidencing that the ions chlorides is notcoordinated to the lanthanides and they are out of the coordination sphere in these complex salts.

Keywords: lanthanides chloride, complexes salts, molar conductance

Introdução

Lantanídeos

Recebem o nome de lantanídeos,lantanóides, ou ainda terras-raras, o conjuntoou série de elementos localizados no período 6da tabela periódica com números atômicos quevão do lantânio (La, Z = 57) ao lutécio (Lu, Z =

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71). Juntamente com os actinídeos, esseconjunto constitui os elementos de transiçãointerna. [LEE, 1996; Heslop, 1973; COTTON,1988; HUHEY, 1983; Greenwood, 1986; Hart,1987; Shriver, 1994].

O nome é derivado do elemento químicoque inicia a sequencia, o lantânio, sendo que otermo terra-rara foi usado, inicialmente, paradescrever qualquer óxido de ocorrência poucoconhecida. Com um total de quinzecomponentes, os elementos deste grupopossuem propriedades físicas e químicassemelhantes às do lantânio, justificando assim onome com que são designados. Na tabelaperiódica, os lantanídeos estão situados abaixoda lista convencional, ao lado dos actinídeos,formando uma tabela mais bem distribuída.Algumas tabelas situam este conjunto entre oselementos bário (Ba) e háfnio (Hf), tornando atabela muito mais longa. Os lantanídeos,quando puros, são brilhantes e de coloraçãoprateada. Em alguns casos, o contato com ooxigênio do ar faz com que sejam reduzidos apó em poucos dias. [MOELLER, 1975]

Segundo recomendações da IUPAC(União Internacional de Química Pura eAplicada), usa-se o termo lantanídeo paradesignar os elementos do lantânio ao lutécio eterras raras quando aos lantanídeos sãoincluídos o escândio (Sc, Z = 21) e o ítrio (Y, Z= 39) [Leigh, 1990].

Suas propriedades físicas e químicasvariam significativamente quando assubstâncias derivadas das terras-rarasapresentam impurezas quando combinam comoutros elementos, principalmente no que serefere a seus pontos de fusão e ebulição.[MOELLER, 1975]

Descobriu-se na Suécia do final doséculo XVIII uma série de minerais quereceberam a denominação de terras-raras ecompreendiam elementos químicos decaracterísticas peculiares. Os terras-rarascomeçaram a ser isolados a partir de 1839,quando C. G. Mosander isolou o cério e olantânio, e mais tarde, em 1843, o ítrio, o térbioe o érbio. [MARTINS et.al., 2005]. Outros onzeelementos foram isolados até o início do séculoXX, e finalmente em 1945, cientistasamericanos observaram e isolaram o promécioa partir de produtos de fissão do urânio-235. Aestrutura atômica desses elementos,

conhecidos posteriormente como lantanídeos,foi explicada após a descoberta do conceito deorbitais. Os lantanídeos apresentampropriedades químicas semelhantes e seu raioatômico vai diminuindo conforme aumenta onúmero atômico, porém em variações não muitograndes. [LEE, 1996].

A industrialização dos lantanídeoscomeça com o seu emprego na fabricação decamisas de lampiões. Suas propriedades vãose tornando mais conhecidas e seus compostossão cada vez mais utilizados, como naprodução de ligas pirofóricas para isqueiros,baterias recarregáveis e aplicaçõesmetalúrgicas diversas. Hoje em dia o uso doslantanídeos é bastante diverso, como porexemplo, matéria-prima de catalisadoresdestinados ao tratamento de emissõesautomotivas e no craqueamento do petróleo.São ainda empregados na fabricação de laserse em materiais luminescentes, lâmpadasfluorescentes e tubos de raios catódicos deaparelhos de televisão, além de outros usossemelhantes. Deste grupo, o que encontramaior aproveitamento atualmente é o cério[Zinner, 1982].

Metodologia

Foram sintetizados os cloretos de terrararas (de Lantânio, de Érbio e de Neodímio) apartir dos seus respectivos óxidos, emsuspensão aquosa, com adição lenta de ácidoclorídrico concentrado (reação 1:10), emexcesso, sob agitação constante, e em seguidadeixado para secar em banho-maria a umatemperatura de 60 °C, até a formação decristais. Posteriormente, foi colocado nodessecador a fim de secar o sal para retirar aumidade presente, segundo procedimento jáutilizado [MELO et al., 2009].

Após a síntese dos cloretos, foramrealizadas algumas caracterizações. Astécnicas utilizadas foram a titulaçãocomplexométrica com EDTA, a análisetermogravimétrica e a condutância molar.

Em primeiro lugar foi feita a titulaçãocomplexométrica com EDTA. Foi utilizada umasolução tampão de ácido acético-acetato desódio com pH 5.8, alaranjado de ortoxilenol

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(como indicador) e piridina (como agentecomplexante auxiliar). Essa titulação tem porfinalidade nos fornecer a estequiometria doscompostos sintetizados, através da análisedireta do teor de metal. Com os resultados datitulação foram calculadas as massas molaresdos compostos e a quantidade de água naesfera de coordenação do metal. Com o volumedo titulante EDTA, foi possível estipular asestequiometrias dos compostos, a partir dasequações:

i) Massa molar da amostra

Mam = mam/[Nedta.Vedta (L)]

ii) Número de mols de água de hidratação

nH2O = [Mam – Msal anidro]/MH2O

onde, mam é a massa da amostra titulada comEDTA, Nedta e Vedta são respectivamente aconcentração normal (normalidade) e o volumeem litros gasto do titulante, Msal anidro é a massamolar do sal anidro, MH2O é a massa molar daágua [MELO et al., 2009].

Em segundo lugar, foi realizada atermogravimetria, que é uma técnicatermoanalítica na qual a variação de massa daamostra (perda ou ganho) é determinada emfunção da temperatura ou do tempo, enquanto aamostra é submetida a uma programaçãocontrolada de temperatura. As curvastermogravimétricas foram feitas através doequipamento Sh im adzu T G A- 50H comum a r azão de aquec im en t o de 10°Cmin-1, sob atmosfera dinâmica de arsintético. Com os resultados obtidos foi feitoos cálculos das porcentagens de perda demassa em função da temperatura.

Seguidamente, foi utilizada a técnica decaracterização: por condutância molar, atravésde um condutivímetro digital QUIMIS,modelo Q405, para medir a condutividadedos compostos e do solvente (águadeionizada), realizada a uma temperatura de25 °C, segundo método descrito por Geary[GEARY, 1971], que foi repetida em triplicata.

Na condutância, obtivemos primeiro, ovalor da constante de célula (Kc) doequipamento, por meio de uma solução padrãode KCl 0,1 mol/L. Em seguida, realizamos asmedidas das condutâncias dos sais complexos.

O uso de medidas de condutânciaeletrolítica é de grande aplicação comoinformação de partida, para a elucidação daprovável estequiometria e simetria de um dadocomplexo. A partir da determinação dainteração entre o cátion metálico e o ânion,obtidos em soluções com solventes específicos,pode-se, com a estequiometria proposta, avaliara possibilidade de coordenação dos ligantes eestimar, em alguns casos, a possívelestequiometria dos compostos [GUTTMAN,1976]. Segue abaixo o desenvolvimento doscálculos realizados.

A resistência R de um condutor uniformecom uma seção transversal é proporcional aocomprimento l e inversamente proporcional aseção transversal da área A do condutor,segundo a Equação 1.

i) R = ρ.l/A = (1/ κ). l/A = 1/L Eq. 1

A constante da substância ρ, éconhecida como resistência específica ouresistividade, κ é a condutância específica oucondutividade e L a condutância, que é oinverso da resistência (L=1/R). A relação l/A, éconhecida como constante da cela e possuidimensão cm-1. Normalmente usa-se ρ paracondutores metálicos e κ para eletrólitos. Destaforma a condutividade para uma solução deeletrólitos é dada pela Equação 2, onde κ temdimensões: Ω-1

cm-1. No sistema SI o símbolo

para condutância é S (Siemens) e a unidade decondutividade é Siemens por metro (S m-1).Onde 1 S = 1 Ω-1 [ATKINS, 1990]

ii) L = k.A/l = k.1/Kc Eq. 2

Ao medir a condutividade de umasolução, as dimensões da célula (comprimentoe área entre os eletrodos) podem serdeterminadas. Contudo, a célula é normalmentecalibrada com uma solução de condutividadeconhecida e a razão da medida dacondutividade a ser tabulada da soluçãoconhecida fornece diretamente a razão do

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comprimento pela seção transversal da célula

l/A. Esta razão é também conhecida como aconstante da célula e é determinada usandosoluções de KCl de condutividade conhecidas.[ATKINS, 1990]

De acordo com a Equação 2 acondutância L registrada no equipamento émultiplicada pelo inverso da constante dacélula. A condutividade do solvente é diminuídada condutividade da solução determinada.

A condutividade não é apropriada paracomparar eletrólitos devido a forte dependênciaem relação a concentração dos mesmos. Paraeste propósito é melhor determinar acondutividade molar (ΛM). Esta é determinada apartir da constante de célula Kc e daconcentração molar M da substância na soluçãoeletrolítica conforme Equação 3. [MOORE,1976].

iii) ΛM = (Lsolu – Lsolv).Kc.103/M Eq. 3

onde:

ΛM - Condutância Molar (S cm2 mol-1)

Lsolu – Condutância Molar da solução (Siemens -S)

Lsolv – Condutância Molar do solvente (Siemens- S)

Kc – Constante de célula (cm-1)

M – Concentração Molar da solução (Mol/L)

Resultados e Discussões:

De acordo com os resultados obtidospela titulação complexométrica com EDTA epela análise térmica, mostrados na tabela 1. Foipossível estabelecer a estequiometria doscloretos de lantânio, de neodímio e de érbio.

Analisando as curvastermogravimétricas observamos de um modogeral, que as primeiras perdas dadecomposição dos complexos de lantanídeosse devem a saída das moléculas de águas queestão na esfera de coordenação. Essas perdascomeçam aproximadamente em 118 °C e se

estendem até 270 °C, onde ocorrem as perdasde moléculas de água que estão ligadas maisfortemente. Após essa etapa, para oscompostos de cloreto de lantânio e cloreto deneodímio, foi proposto que há reação comoxigênio molecular proveniente do ar sintético,com formação de oxicloretos como resíduo, esaída parcial de cloro como cloro molecular. Emrelação ao cloreto de érbio, após a etapa dasperdas de moléculas de água, seguiu-se umaetapa na qual há formação de um resíduo mistode oxicloreto de érbio e cloreto de érbio anidro,atribuído pelos cálculos, finalizando com aformação do resíduo misto de oxicloreto deérbio e óxido de érbio na última etapa comoresíduo e saída parcial de cloro molecular.

Com esta proposta de análise pelascurvas TG, e juntamente com as atribuições dacomplexometria, concluímos que os saiscomplexos apresentam as seguintes fórmulas:LaCl3.7H2O, NdCl3.6H2O e ErCl3.7H2O,conforme apresentado nas tabelas figuras 1, 2 e3, respectivamente.

Como foi citado acima, o uso da técnicade condutância molar, é bastante útil para aelucidação da estequiometria e simetria doscompostos. De acordo com os resultadosobtidos e comparados com a literatura,observou-se que os cloretos de terras raraspodem ser classificados como tipo de eletrólitos1:3, tal como mostrado na Tabela 3.Comparando os resultados com a literatura,podemos inferir que esses sais complexos têmum comportamento típico de eletrólito 1:3, poiseletrólitos do tipo 1:1 temos como exemplo ocomposto: PtCl4.3NH3, do qual há apenas umcloreto fora da esfera de coordenação. Já paraeletrólitos do tipo 1:2 temos o compostoCoCl2.5NH3, onde há dois cloretos fora daesfera de coordenação. Nos cloretos de terrasraras, temos todos os cloretos, que são três,fora da esfera de coordenação, levando-nos aclassificar como eletrólitos 1:3. Por fim, temoscomo exemplo de eletrólitos 1:4 o complexoPtCl4.6NH3, possuindo todos os cloretos navalência primária (iônicos e por isso nãocoordenados). Portanto, comparando osresultados obtidos com a tabela pesquisada naliteratura, há concordância com o proposto.

Conclusões:

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De acordo com os resultados, a síntesee caracterização dos cloretos de terras rarasforam satisfatórias. Os sais apresentaram ascores características dos metais utilizados,sendo os compostos bastante higroscópicos.Foram devidamente recristalizados, utilizando abomba de vácuo para retirar a umidadepresente. Para a caracterização dos sais foramutilizadas as técnicas de titulaçãocomplexométrica com EDTA, termogravimetria(TG) e condutância molar. As análisespermitiram inferir a estequiometria dos sais delantanídeos, apresentada na Tabela 1 queestão em conformidade com as propostas dascurvas TG mostradas nas Figuras 1, 2 e 3,indicando as seguintes estequiometrias:LaCl3.7H2O , NdCl3.6H2O e ErCl3.7H2O. Osresultados da condutância molar em soluçãoaquosa revelaram que os sais hidratadosapresentaram um comportamento típico deeletrólitos 1:3, quando comparados com asmedidas experimentais já relatadas pelaliteratura pesquisada [LEE, 1999] e citadas nasTabelas 2. A importância da síntese ecaracterização destes compostos, se deve autilização destes sais complexos, comocompostos de partida para a formação desistemas conversores de luz [ATKINS, 1981;PITZER, 1965; BERRY et al., 1980; ATKINS,1983; THOMPSON, 1979; SINHA, 1982].

Agradecimentos:

À PROPESQ pelo incentivo à pesquisafundamental e aplicada e ao CNPq pela bolsade iniciação científica concedida.

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17 - MOORE, W. J., 1976 - Físico-Química, Ed.Edgard Blucher, SP, Vol. 2 , pg. 394-399.

18 – PITZER, K. S. 1965 - Quantum Chemistry -Prentice-Hall, Inc. 7a Ed.

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19 - SHRIVER, D. F. ATKINS, P. W.,LANGFORD, C. H., 1994 – InorganicChemistry – 2nd Edition.

20 - SINHA, S. P., 1982 - Some SpectroscopicAspects of the Lanthanides - An. Acad.Ciênc. do Estado de São Paulo, 36, 1-71.

21 - THOMPSON, L. C., 1979 - Complexes -Handbook on the Physics and Chemistry ofRare Earths, V.3, Ch. 25, 209-97

22 - ZINNER, L. B., 1982 - Produção e

Aplicações de Terras Raras. Um CampoPouco Explorado no Brasil - VI SimpósioAnual da ACIESP, Anais da ACIESP, Vol.1,110-46.

Tabela 01 – Resultados da Titulação complexométrica com EDTA

METAL MASSAMOLECULAR(g/mol)

nº H2O

Teór. Exper. Teór. ExperLa 371,40 368,42 7 7Nd 376,73 370,21 7 6Er 381,73 395,34 6 7

Tabela 02 – Valores de Condutância Molar experimentais em solução aquosa para compostos

conhecidos, citados pela literatura [LEE, 1996].

órmulaEmpírica

Condutância Molar(S cm2 mol-1 )

Númerosde íons

Fórmula deWerner

Não eletrólitosPtCl4.2NH3 3,52 0 [Pt(NH3)2Cl4]PtCl4.2NH3 6,99 0 [Pt(NH3)2Cl4]

Eletrólitos 1:1NaCl 124 2 -

PtCl4.3NH3 97 2 [Pt(NH3)3Cl3]ClPtCl4.NH3KCl 109 2 K[Pt(NH3)Cl5]

Eletrólitos 1:2 e 2:1CaCl2 261 3 -

CoCl3.5NH3 261 3 [Co(NH3)5Cl] Cl2.PtCl4.4NH3 229 3 [Pt(NH3)4Cl2]Cl2PtCl4. 2KCl 256 3 K2[PtCl6]

Eletrolitos 1:3 e 3:1LaCl3 393 4 -

PtCl4.5NH3 404 4 [Pt(NH3)5Cl]Cl3CoCl3.6NH3 431 4 [Co(NH3)6]Cl3

Eletrólito 1:4PtCl4.6NH3 523 5 Pt(NH3)6 ]Cl4

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Tabela 3 - Condutância molar dos cloretos de lantanídeos hidratados em solução aquosa a 25 oC.

Figura 01 – Curva de análise térmica gravimétrica (TG) do cloreto de lantânio.

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Compostos Lsolu

(S) x10-3Lsolv

(S) x10-6Concentração(mol L-1) x 10-3

Condutância Molar(S cm2 mol-1 )

Cloreto de Lantânio 5,10 39,05 1,000 438,48

Cloreto de Neodímio 4,91 39,05 1,000 422,02Cloreto de Érbio 5,28 39,05 1,000 454,08

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Figura 02 – Curva de análise térmica gravimétrica (TG) do cloreto de neodímio.

Figura 03 – Curva de análise térmica gravimétrica (TG) do cloreto de érbio.

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PIBID/UERN – UMA VISÃO AVALIATIVA DA GESTÃO ESCOLAR EATUAÇÃO DOCENTE EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO

PIBID/ UERN- AN EVALUATIVE OVERVIEW OF SCHOOLMANAGEMENT AND TEACHING PRACTICE IN A PUBLIC INSTITUTION OF

EDUCATION

TARGINO, Ozaina Alves1*; SOUZA, Luan Duarte2; FALCONIERI, Antonio Gautier Farias 3

1,2,3 Universidade Do Estado do Rio Grande do Norte, Faculdade de Química, Departamento de QuímicaBR 110 – KM 46 – Rua Prof. Antônio Campos, s/n – Bairro Costa e Silva

fone (84) 33152241

* Autor correspondentee-mail: [email protected]

Received 16 December 2011; received in revised form 16 December 2011; accepted 06 September 2012

RESUMO

O programa PIBID que vêm em favor da melhoria do ensino nas escolas públicas, na UERN oprograma visa atender o fortalecimento inicial dos estudantes de licenciaturas através de práticas acadêmicasinovadoras. Nesse sentido, foi realizada uma pesquisa utilizando a técnica de entrevista semi- estruturada, coma finalidade de caracterizar a Gestão Escolar e a Atuação Docente, nas disciplinas de ciências naturais ematemática de uma escola de Mossoró/RN, tendo como objetivo coletar informações referentes às rotinasescolares e aos programas curriculares, com o propósito de subsidiar as atividades docentes. Assim, atravésdessa atividade, pode-se verificar na escola investigada a dificuldade de planejamento, e em conseqüênciadisso à existência de um Projeto Político Pedagógico defasado, falta de sintonia entre professores, gestores,alunos e comunidade, e que o conselho existente na escola está desativado por falta de tempo e interesse dosenvolvidos e por esse mesmo motivo os docentes não buscam sua formação continuada. Com isso, a pesquisaproporcionou conhecer a rotina e os problemas da escola, para assim fornecer sugestões metodológicas emecanismos de superação e dessa forma proporcionar melhorias na gestão, organização escolar e docência,adequando à educação nesta instituição.

Palavras-chave: Ensino-aprendizagem, semi-estruturada, gestão escolar.

ABSTRACT

The PIBID program which come in favor of improving education in publics schools, in UERN theprogram initially focus on enriching the curricula of graduate students providing them the opportunity to put theirknowledge in practice. In this direction, a field research was held in a high school, located at Mossoró/RN,aiming to characterize the School Management and the Teaching Performance in natural sciences andmathematics classes by observing the scholar routines and analyzing the proposed curriculum. Then, throughthis field research, it was possible to notice planning difficulties and, thus, outdated teaching policies, whichreflected in a low synergy among teachers, students and society, an inefficient school board, and little to nointerest of the school staff in archiving post-graduated degrees or investing in others self-improving experiences.This research also provided a concise and wide view of the school's routines and problems, permitting theresearches to suggest new teaching methodologies and overcoming mechanism to improve the management,organization and teaching of that school.

Keyword: Teaching and learning, semi-structured school management.

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INTRODUÇÃO

O PIBID

O Programa Institucional de Bolsas deIniciação a Docência – PIBID – promovido peloMEC/CAPES/FNDE que vem atender ao planode metas “Compromisso de Todos pelaEducação”, previsto no Plano deDesenvolvimento da Educação (PDE), em favorda melhoria do ensino nas escolas públicas,promovendo a articulação integrada da educaçãosuperior do sistema federal com o sistemapúblico de ensino, além de proporcionar aosfuturos professores a participação em ações,experiências metodológicas e práticas docentesinovadoras, de acordo com a realidade da escolaparticipante do programa. 1

O PIBID/UERN

Na UERN – Universidade do Estado doRio grande do Norte – o programa visa atender ofortalecimento inicial dos estudantes delicenciaturas através de práticas acadêmicasinovadoras a fim de construir e compartilharsaberes, conhecimentos e idéias aderentes aoredimensionamento de estratégias de ensino-aprendizagem, capazes de colaborar com aformação continuada dos professores do EnsinoMédio. O programa visa também à valorizaçãodo magistério e apoio aos estudantes delicenciatura plena, elevando a qualidade dasações acadêmicas voltadas à formação inicial deprofessores nas instituições de ensino superiorinserindo assim os discentes no cotidiano dasescolas da rede pública de educação, além decontribuir com a participação dos futurosprofessores em experiências metodológicas,tecnológicas e práticas docentes de caráterinovador e interdisciplinar que busquem asuperação de problemas identificados noprocesso de ensino-aprendizagem. Incentivandotambém as escolas públicas a tornarem-seprotagonistas nos processos formativos dosestudantes das licenciaturas, mobilizando seusdocentes como co-formadores que futuramenteestarão à frente dessa realidade. 2

3 A PESQUISA

Nesse sentido, foi realizada uma pesquisacom a finalidade de caracterizar a GestãoEscolar e a sua Atuação Docente, tendo comoobjetivo coletar informações referentes às rotinas

escolares e aos programas curriculares, com opropósito de subsidiar as atividades docentes.Essa pesquisa foi realizada no Centro deEducação Integrada Professor Eliseu Viana,localizado na cidade de Mossoró, no Rio Grandedo Norte, onde o universo pesquisado foram osprofessores referentes às disciplinas deMatemática, Física, Química e Biologia;Supervisores e Gestores. Este trabalho utilizou-se de uma entrevista semi-estruturada∗, ondenecessitou de muita preparação para com os“facilitadores”, pois por se tratar de uma atividadede contato pessoal, houve a necessidade de “umguia que servisse de eixo orientador aodesenvolvimento da mesma” 3, mas sem umaordem rígida, a fim de que a entrevista tivesse opropósito de se adaptar ao entrevistado,mantendo-se um grau elevado de flexibilidade emudança das questões. 4

Este trabalho assume grande importânciapara os bolsistas dos cursos de licenciaturas,principalmente para o curso de química, poispossibilitará ao graduando em uma reflexãoacerca dos princípios norteadores para aformação do professor, através da inclusão dosmesmos nas escolas, desenvolvendo em sivárias habilidades como: planejar e criaratividades, construção de materiais didáticos quepossibilitem o ensino-aprendizagem de conceitoscientíficos de forma bem didática, e essaatividade irá ajudar no pensamento crítico doaluno de química, para após juntamente comcorpo escolar (professores e gestores) intervir eajudar na melhoria do ensino de Química. Alémdisso, este trabalho irá coletar os dados dosprojetos e rotinas da escola, as áreas deconhecimentos, bem como coordenação deplanejamento, as principais dificuldadesencontradas para o processo de ensino-aprendizagem e os programas de ensino, ondetudo isso será discutido ao longo deste artigo.

“Contudo, toda a escola e suacomunidade, não só o professor e o sistemaescolar, precisam se mobilizar e se envolver paraproduzir as novas condições de trabalho, demodo a promover a transformação educacionalpretendida”. (BRASIL, 1999, p. 208). Nos dias

É aquela que parte de certos questionamentos básicos,apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa eque, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas,fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que serecebem as respostas do informante. (Introdução à pesquisaem Ciências Sociais- Augusto N. S. Triviños. P. 145 a 158).

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atuais, em um ambiente com inúmerasmudanças, se faz necessário uma preparaçãomaior por parte de todo o corpo escolar(professores e gestores), onde o planejamento écrucial, pois com o passar do tempo asatividades tornam-se defasadas, necessitando denovas metodologias que permitam resoluções deproblemas no presente e, que o PlanejamentoEscolar seja pensado como um processo deinterferência da realidade para melhorar o futuro.5

DESENVOLVIMENTO

Esse trabalho consiste numa pesquisaqualitativa que trata de percepções eentendimento sobre a natureza geral de umaquestão, abrindo espaço para a interpretação docaso estudado. Utilizando a entrevista semi-estruturada que consiste na preparação de umesboço de perguntas necessárias no andamentodos trabalhos sendo flexível e adaptável asituação investigativa.Os componentes tinham em mãos a Atividade dePesquisa de Caracterização da Gestão Escolar eda Atuação Docente previamente elaboradapelos coordenadores participantes do programaque era dividida em dois itens: A- Dados dosProjetos e Rotinas da Escola, direcionada paraos gestores e supervisores, nessa parte daentrevista questionava-se sobre o Projeto PolíticoPedagógico da escola, reuniões e o calendáriode planejamento, os recursos humanos etecnológicos que a escola oferece a formaçãocontinuada dos docentes e gestores da escolaem questão. A parte B- Dados do Programa deEnsino, direciona aos docentes, onde seprocurou saber como eram selecionados osconteúdos, como era realizado e quais os tiposde avaliações e se a escola oferece biblioteca,laboratórios e outros. A equipe executora dapesquisa era composta por 05 pessoas, ondecada uma tinha um papel fundamental para estetipo de entrevista, tinha-se 02 moderadores oufacilitadores, com o objetivo de orientar edesenvolver a mesma, 02 relatores encarregadosde descrever todo o processo, ficando assim 01membro da equipe para registrar através de fotose gravações.

As entrevistas foram realizadasindividualmente, onde cada professor ou gestorrespondeu as perguntas feitas e expôs suasinformações sobre a escola e seus pensamentosindividuais a respeito da mesma. As atividades

ocorreram em dois dias, nos turnos matutinos evespertinos, de forma que todos os professorespudessem ser entrevistados sem prejudicar oshorários de aulas dos mesmos.

RESULTADOS:

No total foram entrevistadas 10profissionais, sendo 07 professores e 03gestores (Diretora, Vice-Diretora e CoordenadoraPedagógica), dos docentes entrevistados apenas04 fazem parte do programa PIBID, sendo umpor cada área de conhecimento (Química, Física,Matemática e Biologia) e outros 03 professoresnão participam do programa. Foram obtidos osseguintes resultados na parte inicial da pesquisa.

A- Dados dos Projetos e Rotinas da Escola(Supervisor/Gestor)

Quadro 1. Rotinas Escolares

Como se trata de uma entrevista semi-estruturada, cada pergunta referente ao quadro 1- Rotinas Escolares, sugere outra, quadro 2 -Rotinas Escolares, para que em conjunto seobtenha os resultados pretendidos. Veja:

Quadro 2 – Rotinas EscolaresQuestões surgidas ao longo da entrevistaOs PPP são postos em práticas por inteiro?Qual a freqüência das reuniões doconselho?Qual a periodicidades desses encontros?

Quadro 2. Rotinas Escolares

Relacionado ao PPP da escola (questãoa, quadro 2) os docentes mencionaram que “éimpossível” de colocar em prática o ProjetoPolítico Pedagógico por completo, em vista dasdificuldades existentes na escola, ondemencionou o “tempo” que era pouco, “muitosprofessores tem que trabalhar em outras escolas,para complementarem seus salários, por issofalta tempo para as reuniões de planejamento e

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Quadro 1 – Rotinas EscolaresQuestões Resposta

Sim Nãoa) A escola possui projetopedagógico?

3 0

b) O conselho escolarestá em funcionamento?

3 0

c) A escola possuicalendário deplanejamento?

3 0

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sem elas é difícil de trabalhar tudo”, relata umgestor.

Em resposta aos quadros 1 e 2 (RotinasEscolares) relacionada à segunda questão, osgestores afirmaram que as reuniões do conselhojá aconteceram com mais freqüência, porém hojenão está ativa. Já relacionado ao calendário deplanejamento, questão c (quadro 1 e 2), ocorremem dias letivos.

Como já mencionado anteriormente, estaentrevista foi dividida em duas partes, porémpara um melhor entendimento dos resultadosobtidos, foi necessário fazer uma subdivisão doitem A - Dados dos Projetos e Rotinas da Escola(Supervisor/Gestor) em tabelas diferentes.

Quadro 3 – Rotinas Escolares e formaçãodos docentesQuestões surgidas ao longo da entrevista

1) Os docentes desta escola vêmdesenvolvendo sua formaçãocontinuada nos últimos 10 anos?2) A escola dispõe de bibliotecaem funcionamento? *

* Essa pergunta foi dirigida aos docentes.

Quadro 3. Rotinas Escolares e formação dosdocentes

Relacionado ao item 1 do quadro 3 -Rotinas escolares e Formação dos docentes,foram questionados se os docentes dasdisciplinas correspondentes ao projeto (Física,Química, Biologia e Matemática) buscam umaformação contínua ∗: Os entrevistados citaramparticipações de alguns docentes no GESTAR -Programa Gestão da Aprendizagem Escolar;ProInfo - Programa Nacional de Informática naEducação; e PIBID. Porém não souberamespecificar as áreas. Para finalizar as atividadescom os docentes, comentou-se a questãobibliotecária (questão 2 - quadro 3). Todos osentrevistados ressaltaram a questão defuncionar, porém precariamente, o acervo delivro é muito pequeno segundo eles, por fim, omediador perguntou se os mesmos incentivam

∗ “Toda atividade que o professor em exercício realizacom uma finalidade formativa- tanto de desenvolvimentoprofissional como pessoal, individualmente ou em grupo-para um desempenho mais eficaz das suas tarefas atuais ouque o preparem para o desempenho de novas tarefas”.(García Alvarez, 1987, p. 23).

os alunos a irem à biblioteca; a maioria falou quenão muito, pois não há muita opção de livros.PARTE B- DADOS DO PROGRAMA DEENSINO – PROFESSOR

A seguir, o quadro 6 (Dados dosProgramas de Ensino (Professor) é referente àscinco questões direcionadas aos docentes daescola, as mesmas se encontram que abordamassuntos como: livro didático, PCN’s, atividadescontínuas, projetos interdisciplinares e usolaboratório.

DISCUSSÕES:

A EscolaAo término deste trabalho se pôde

conhecer profundamente esta instituição deensino, bem como suas atividades de pesquisa,características dos gestores e a atuação dosdocentes. Através dos dados colhidos emrelação à atuação dos gestores, observou-se noquadro I- Rotinas Escolares, que os gestores(questão 1) estão cientes das responsabilidadesexistentes; em relação ao PPP da Escola, vimosque o mesmo existe, porém não é aplicado porinteiro, “impossível” diz um entrevistado. Nessecontexto se observa a importância de umarevisão no projeto pedagógico, visto quetransformação de qualidade são as palavras-chave, fazendo-se necessário identificar osproblemas reais da escola, e a partir daí construiruma nova escola, pois é conhecendo osobstáculos que se consegue a superação dosmesmos. “Adequar à escola a seu público atual étorná-la capaz de promover a realização pessoal,a qualificação para um trabalho digno, para aparticipação social e política, enfim, para umacidadania plena da totalidade de seus alunos ealunas. Isso indica a necessidade de revisão doprojeto pedagógico de muitas escolas que nãose renovam há décadas, criadas em outrascircunstâncias, para outro público e para ummundo diferente deste dos nossos dias”(PCN’s+, 2002, p. 10). 6 Apesar do ProjetoPolítico do centro ter se renovado, é possível verque o mesmo possui muitas atividades que estãoapenas para preencher, mas na prática poucascoisas são realizadas.

Na questão 2 (quadro 1 e 2), relacionadoao conselho escolar, viu-se que o mesmo existe,e participam dele pais, alunos e funcionários.Disse um entrevistado: “temos dificuldades parareunir os membros do conselho, pelos

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desencontros nas disponibilidades dos mesmos”.Neste sentido pôde-se ver uma grandedesarticulação da escola, o que impossibilita atransformação pretendida, onde aconteceapenas a transmissão de conhecimentosdisciplinares estandardizado, na forma deinformações e procedimentos apenas de fazercom que o aluno absorva conhecimentos. Parauma educação pretendida se faz necessário aparticipação efetiva de todos (comunidade,alunos e professores) identificando os propósitose diferentes necessidades, promovendo assimum aprendizado geral. Para isso a comunidadetorna-se imprescindível, pois é através damesma que a escola conhece seus problemas eusa seus conhecimentos e recursos humanospara diagnosticá-los e encaminhá-los.

Notou-se também que a instituição possuicalendário de planejamento (quadro 1 e 2-questão 3) e que as reuniões ocorremmensalmente aos sábados e que acontecemseparadamente (Química, Física, Biologia eMatemática), contrariando assim os novosparâmetros curriculares. O que é expresso no

[...] Cada disciplina ou área de saber abrange umconjunto de conhecimentos que não serestringem a tópicos disciplinares ou acompetências gerais ou habilidades, masconstituem-se em sínteses de ambas asintenções formativas. Ao se apresentarem dessaforma, esses temas estruturadores do ensinodisciplinar e seu aprendizado não mais serestringem, de fato, ao que tradicionalmente seatribui como responsabilidade de uma únicadisciplina. Incorporam metas educacionaiscomuns às várias disciplinas da área e dasdemais e, também por isso, tais modificações deconteúdo implicam modificações emprocedimentos e métodos, que já sinalizam nadireção de uma nova atitude da escola e doprofessor. (BRASIL, 2002, p.13). 7

É de suma importância o engajamentoentre professores, pois o aprendizado não ficarestrito. Vale salientar que na escola analisada,as reuniões ocorrem separadamente por opçãodos próprios professores que acham mais fácil arealização das atividades, podendo assimanalisar que os mesmos apreciam pouco osPCNs+, deixando assim de usar uma ferramentaque existe para contribuir no desenvolvimento doensino-aprendizagem.

Área de Ciências Exatas da Natureza e

Matemática

Seqüenciando as discussões, referiu-se aalgumas disciplinas que fazem parte do PIBID,(Química, Física, Biologia e Matemática)investigou se as mesmas são planejadas a partirdo PPP da escola (quadro 4, questão 3), houvealgumas contradições por parte dosentrevistados, alguns falaram que não tinhamciência exata dos planejamentos feitos pelosdocentes, outro disse que “sim” e outro falou queos planejamentos devem ser feitos a partir doprojeto pedagógico da escola e sempreorientado a isso. Analisando-se assim umadesarticulação entre gestores e professores, se oplanejamento dos docentes não é feito a partirdo PPP, como que o mesmo vai funcionar? “Anova escola de Ensino Médio não há de ser maisum prédio, mas um projeto de realizaçãohumana, recíproca e dinâmica, de alunos eprofessores ativos e comprometidos, em que oaprendizado esteja próximo das questões reais,apresentadas pela vida comunitária ou pelascircunstâncias econômicas, sociais e ambientais.Mais do que tudo, quando fundada numa práticamais solidária, essa nova escola estará atenta àsperspectivas de vida de seus partícipes, aodesenvolvimento de suas competências gerais,de suas habilidades pessoais, de suaspreferências culturais” (PCN’s+, 2002, p. 11). 8

Continuando as discussões se mencionoua relação dos recursos didáticos, financeiros ehumanos disponíveis na escola, a fim dedesenvolver o processo de ensino aprendizagem(quadro 5, questão 8), os gestores responderamque os docentes estão satisfeitos com osrecursos disponíveis na escola, ondeexemplificaram: sala de vídeo, data shows,retroprojetores, etc., fornecendo assimalternativas tecnológicas ao processo de ensino-aprendizagem. Em relação aos recursoshumanos, viram-se reclamações, pois nãoexistem técnicos para orientar quanto à utilizaçãode alguns equipamentos tecnológicos. Tambémforam possíveis de observar durante asatividades realizadas, que a escola utiliza novastecnologias, demonstrando assim a importânciade se aliar as novas metodologias,principalmente a informatização, pois nota-seque a mesma é uma realidade emdesenvolvimento permanente. Algunspensadores como YAGER (1991) diz que asapresentações multissensoriais aceleram eaumentam a compreensão, pois atingem a

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natureza da construção de inteligência doindivíduo que necessita de incitação diversa paraobter um patamar superior de concentração eprodutividade intelectual. 9-10

Em seguida o mediador da entrevistasemi-estruturada salientou a questão dosrecursos que a escola (quadro 5, questão 9)oferece para melhorar o processo de ensino-aprendizagem e, perguntou “mesmo com todosos materiais citados anteriormente, o que osdocentes reivindicam em relação às condiçõesde ensino?”, Os gestores não especificaram essaquestão, porém um relatou que os mesmos nãochegam e discutem o que poderia ser melhor,porém expressaram suas opiniões quanto a isso.Também referiram à questão de os docentesbuscarem novas metodologias, citaram o pontode que os mesmos estão cansados “[...] deveriater uma melhoria no ensino do professor, osprofessores deveriam mudar sua maneira de daraula, mais eles não pensam nisso”. Diz umgestor.

Analisaram-se também os problemassentidos pelos docentes em relação àsdificuldades de aprendizagem dos alunos(quadro 5, questão 10), segundo relatos dosgestores, os professores reclamam a falta deinteresse dos discentes. A escola, juntamentecom o corpo docente, busca juntos selecionar osproblemas existentes. Durante a entrevista, umgestor citou um projeto no qual estádesenvolvendo para facilitar o trabalho dosprofessores, alguns professores buscamsolucionar, mas tem muito que fazer, a escolatem que procurar saber “informações dos filhos”,diz um gestor. Nesse sentido a gestoradesenvolve um projeto que possibilita conhecer oaluno, alegando que muitas vezes aquele alunodisperso em sala passa por algum problemafamiliar e a escola juntamente com a famíliapodem ajudá-lo a superar e, conseqüentemente,o engajar nas tarefas escolares.

Docentes

A escola entende também, que o professorprecisa se adaptar a novas realidades e paraisso tem que superar vários desafios (tabela 3,questão 1) onde o maior é que o mesmo motiveo aluno para que ele se interesse na busca desoluções para problemas, principalmentequando trata-se de Ensino de Ciências, oprofessor de Química por exemplo, necessita deimplementar uma perspectiva dialógica, ou seja,

pelo o compartilhar de significados, por trocas,interagir com o aluno, fazendo com que hajauma aproximação maior entre professor ealunos, alunos e alunos. Nessa perspectiva:

[...] A construção do conhecimento em sala deaula depende essencialmente de um processono qual os significados e a linguagem doprofessor vão sendo apropriados pelos alunosna construção de um conhecimentocompartilhado (MORTIMER E MACHADO, 1997,P. 140-141). 11

A Problematização é a forma deresgatar o conhecimento que os alunostrazem sobre um aspecto real e de traçarnovas necessidades de concepção quetemos dele. Além disso, citaram-se aquestão da formação continuada,questionando se os docentes das disciplinascitadas acima a buscam, obtendo-se comoapreciação positiva que sim, porém osentrevistados não souberam identificarexatamente as áreas. Citaram alguns dospoucos programas da escola: GESTAR,ProInfo e PIBID; e criticaram as políticaspúblicas por contribuírem pouco para que osdocentes se reciclem, vale salientar tambémque os docentes desta instituição tiveramuma formação diferenciada dos dias atuais,nota-se que há cada momento as gradescurriculares buscam uma melhoria, porém aliteratura tem apontado várias críticas emrelação a formação de docentes devido aseparação entre conhecimentos científicos econhecimentos profissionais docentes,conhecimento acadêmico e realidadeescolar, disciplinas específicas da área edisciplinas pedagógicas (SHÖN, 2000;NÓVOA, 1992; MARCELO, 1999; TARDIF,2002).12-13-14-15 Especialmente a falta relaçãoou até mesmo na dificuldade de aplicar osconteúdos científicos à prática profissional.

Vale salientar a importância de cadaum buscar sua formação, pois a escola paraum licenciado é o espaço dedesenvolvimento profissional. SegundoNÓVOA (2002:9), “Formar é Formar-se”.Faz-se necessário a ampliação focalizada na

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formação e agrupar outras informaçõesnecessárias ao atendimento daaprendizagem profissional da docência,porém é importante que o professor nãodesvalorize os conhecimentos e habilidadesque o mesmo possui.

Nesse sentido a aprendizagem da docênciaimplica no desenvolvimento de competências,“como o de fazer face ao imprevisto, ao inédito,aquilo que ainda não é conhecido; que é o quecaracteriza a prática pedagógica”.(PERRENOUD, 1993) “Avançando sobre essaperspectiva, em um texto mais recente,(NÓVOA, 2008) onde um programa de formaçãodeve-se apoiar sobre desenvolvimento de trêspontos (competências) importantes: saberrelacionar-se e relacionar-se, saber organizare organizar-se, saber analisar e analisar-se”.16-17-18

Em relação ao primeiro aspecto, NOVOA dizque a sociedade não presta a devida atenção àsformas e organização do trabalho. Pensa-se nodocente a “título individual”, nos seus saberes,porém raras às vezes tem-se interrogado sobrea “competência coletiva” que é mais do que“competências individuais”, isto é, originarespaços de aprendizagem “inter-pares”, deinscrever os princípios coletivos na culturaprofissional de professores.

As competências saber organizar eorganizar-se, relacionam-se a necessidade derepensar no trabalho profissional e escolar, ouseja, mudanças que geram uma nova atitude,especialmente na “definição de práticas edispositivos de avaliação no interior e exteriordas escolas e da profissão docente”.

A terceira competência é a do saber analisare analisar-se, refere-se ao conhecimentoprofissional, para NÓVOA, “ele tem umadimensão teórica, más não é teórico; tem umadimensão prática, mas não é prático; tem umadimensão experiencial, mas não é produto deuma única experiência”. Acrescenta ainda que“há um consenso sobre a importância desseconhecimento, mas uma enorme dificuldade nasua formalização e conceituação”, ou seja,depende muito da reflexão prática de cada um,a superação do individualismo, apto adesenvolver mudanças.

Programas de Ensino

Nessa etapa, as perguntas foram direcionadasaos docentes, participantes e não participantesdo PIBID. No primeiro item (quadro 6 questão 1),sobre como eram feitas a seleção dos conteúdosa serem ministrados, as respostas obtidas foramque todos os professores usam livro didático,cerca de quatro professores selecionam osconteúdos de acordo com o ENEM evestibulares, usam também outros livros comocomplemento e entre todos os docentesentrevistados apenas dois tem como base osPCN’s. Não se pode esquecer a importância quesão os PCN’s para os professores, pois osmesmos objetivam não apenas oferecer receitas,mas ajudar na construção de um currículo quepossa servir de apoio na tarefa de desenvolvercompetências, com a intenção de proporcionarestímulo para a dedicação aos estudos edebates das práticas pedagógicas. A partir domomento que o professor não usa essaferramenta como base para desenvolver suasatividades, ele vai ficar para trás juntamente comos resultados negativos da educação brasileira.Pois os Parâmetros Curriculares Nacionaisvieram atender as uma reconhecida necessidadede atualização na educação, impulsionando umademocratização social e cultural mais efetiva epara responder a desafios impostos porprocessos globais, que exclui da vidaeconômica, trabalhadores não-qualificados, poiso sistema de serviço e produção a cada instantetorna-se mais exigente.

Os docentes participantes do PIBID afirmaramque com o programa, estes passaram a estudarmais o PPP da escola, valorizar os PCN’s eestão otimistas na melhoria da educação naescola, e o mais importante, é que os mesmosestão dispostos a rever suas metodologias, aencontrar contextos de aprendizagem que osajudem na procura de metas de aperfeiçoamentopessoal e profissional.

Seqüenciando falou-se em relação àsavaliações (quadro 6 questão 2) como asmesmas eram realizadas. Todos os discentesentrevistados fazem atividades contínuas atravésde seminários, listas de questões, trabalhos depesquisas em grupos e individuais. Os mesmostambém realizam atividades periódicas e finais.No ano de 2010 houve uma mudança nasdisciplinas e as avaliações passaram a seremrealizadas semestralmente, porém todos os

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professores optaram por continuar a cada doismeses realizar as mesmas, justificam que émuito conteúdo para uma única avaliação. Valesalientar a importância das avaliações, pois asmesmas têm a finalidade de orientação daaprendizagem, a autonomia dos aprendizes emrelação às próprias e a verificação dascompetências.

Muitos textos trazem a importância dasavaliações, bem como sugestões para suatransformação prática, de modo que comoinstrumento educacional seja inclusivo, formativoe pedagógico. Concordando com ZABALDA(1998) e bem na direção no que afirmou PAULOFREIRE (1996 p.26), de que “não há docênciasem discência”, diferenciando assim dois sujeitosque devem ser avaliados: O professor queensina e o aluno que aprende. Sendo assim“diretamente proporcional”, onde o desempenhodo aluno pode e deve ser relacionado aodesempenho do professor, sem falar em outrosfatores que influenciam no resultado daaprendizagem. 19-20

“A avaliação educacional é parte essencialdo método educativo que se não estivesseengajada nele seria sem sentido. Por issonenhuma escola ou nenhum curso pode deixarde tê-la mesmo que seja indesejável a suaexistência para maioria dos alunos e deprofessores”, em concordância com o observadopor ESTEBAN (2001, p. 9). 21

O centro possui projetos interdisciplinares(quadro 6, questão 3) que foramdesenvolvidos ao longo do ano e para osegundo semestre a escola irá trabalhar comum projeto chamado “Gincana Cultural” queenvolve todas as disciplinas. É de sumaimportância a participação dos alunos nasatividades escolares, nos trabalhos depesquisa, pois a mesma contribui para odesenvolvimento da ciência, no avançotecnológico e no progresso individual dosujeito, objetivando a geração de novosconhecimentos ou refutação dos antigos,constituindo-se num processo deaprendizagem do individuo e da sociedadena qual se desenvolve.

Observou-se também que o centro possuilaboratório, (quadro 6, questão 4) porémexiste apenas um que é destinado para oensino de Química, Física e Biologia, ondeainda faltam materiais para que se possa

trabalhar. Vale salientar a importância dadiversificação das aulas ministradasprincipalmente de aulas práticas, “É notório adificuldade de estudantes do Ensino Médiono que concerne a capacidade de abstrair onão concreto, o microscópio. Portanto, umadas metas identificadas como prioritária noensino das ciências se refere à urgência emaproximar teoria e prática com o intuito defacilitar a assimilação de conteúdos eprocedimentos fundamentais da ciência”(POZO, 2006 – p. 162/8). 22

Por conseguinte, pode-se dizer que aulassomente ou majoritariamente expositivasatingem baixo nível de eficiência quanto deresultados, onde as mesmas não conseguemprender a atenção do aluno, provocandoassim uma distração e no final, falta deaproveitamento da aula.

Os docentes mencionaram aprecariedade de livros de todas as áreas nabiblioteca, dizendo que os livros existentesna mesma (quadro 6, questão 5) são apenasos que já são adotados pela escola e osoutros são ultrapassados. Salientou aimportância de se abrir “novos horizontes”para o conhecimento, e que o alunonecessita de leituras complementares para oseu desenvolvimento educacional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De forma geral torna-se imprescindível oconhecimento sobre uma escola. Assim, écaracterizando e analisando os problemasexistentes nela que se pode conseguir asuperação dos mesmos, fazendo uma auto-análise, reconhecendo assim a necessidadede melhorar, pois se faz necessário refletircriticamente sobre a prática educativa paraque se possa alcançar uma adequadaeducação humana, social e profissional paratodos os envolvidos.

Através dessa pesquisa podem-sealcançar os objetivos desejados, conhecendoas características da escola, a sua rotinaescolar, aos programas curriculares,identificando as principais dificuldadessentidas pela sua gestão e seus professores.Foi possível identificar alguns pontospositivos (existência do calendário deplanejamento, conselho escolar, PPP,recursos tecnológicos, laboratórios de

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ciências e outros), porém é muito importanteque tudo isso funcione, não adiantando umaescola possuir calendário de planejamentoou conselho escolar se os mesmos nãoestão ativos, pois de acordo com os PCNs’+o planejamento é crucial e a participação dacomunidade junto à direção escolar contribuino “desenvolvimento de novos projetospedagógicos e novas práticas educacionais,nas quais leituras, investigações, discussõese projetos realizados por alunos superam oucomplementam a didática da transmissão e apedagogia do discurso”. A falta deplanejamento e engajamento entreprofessores, gestores, alunos e comunidaderesulta em PPP voltado para outra realidade,esse é o caso da escola pesquisada, que deacordo com as respostas obtidas durante aentrevista o Projeto Político Pedagógico foireformulado há pouco tempo e ainda assimnão é aplicado por completo, concordandocom as Orientações Curriculares para oEnsino Médio de que “o Projeto Pedagógicoescolar adequado não é avaliado pelonúmero de exercícios propostos e resolvidos,mas pela qualidade das situações propostas,em que os estudantes e os professores, eminteração, terão de produzir conhecimentoscontextualizados” e para isso todo corpoescolar e comunidade são fundamentais demodo a promover a transformaçãoeducacional desejada.

Outro fator são os recursostecnológicos que a instituição oferece, aescola investigada dispõe de data- shows,sala de vídeo, computadores que contribuemcomo alternativas tecnológicas diversas parauso no ensino-aprendizagem dos alunos.Porém segundo os entrevistados osdocentes não usam esses recursos por nãoterem tempo para planejar e principalmenteno caso de aulas práticas (laboratoriais) nãohá interesse por parte dos docentes no quediz respeito à utilização desses recursos, emconcordância com POZO, (2006) “de queaulas somente ou majoritariamenteexpositivas atingem baixo nível de eficiênciaquanto de resultados, onde as mesmas nãoconseguem prender a atenção do aluno,provocando assim uma distração e no finalfalta de aproveitamento da aula”, aindanesse mesmo raciocínio “Enfatiza-se, maisuma vez, que a simples transmissão de

informações não é suficiente para que osalunos elaborem suas idéias de formasignificativa. É imprescindível que o processode ensino-aprendizagem decorra deatividades que contribuam para que o alunopossa construir e utilizar o conhecimento”(BRASIL, 2002, P.93), porém somente aexperimentação não assegura a produção deconhecimentos químicos (teoria e conceitos),mas cumpre um papel fundamental,“ajudando no desenvolvimento de novasconsciências e de forma mais plenas de vidana sociedade e no ambiente”.

Dessa forma é importante que o corpoescolar (professores e gestores) faça umaauto-análise e verifique onde se encontramas principais falhas para em seguida buscarsolucionar os problemas existentes e aescola estudada mostrou-se interessada,pois contribuiu muito com essa pesquisareconhecendo assim que precisa melhorar oensino oferecido pela mesma.

AGRADECIMENTOS:

Agradeço primeiramente a Deus e toda a minhafamília.

O presente trabalho foi realizado comapoio do Programa Institucional de Bolsa deIniciação à Docência – PIBID, da CAPES -Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal deNível Superior – Brasil. Agradeço também aogrupo interdisciplinar: Adriano Cavalcante DaSilva, Maisie Mitchele Barbosa, Tayryne AlannaV. Oliveira, Rubson Gomes M. Ramos, ascoordenadoras: Graciana Ferreira Alves Dias,Maria do Socorro Aragão Paim e o aluno PedroArthur Pinheiro Rosa Duarte mestrando emGerência de Redes de Computadores pelaUniversidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRS.

REFERÊNCIAS:

10. Disponível em:http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid. Consultado no dia 02de dezembro de 2010.

11. Edital CAPES/DEB n° 02/2009 – PIBID napágina www.capes.gov.br acessado dia05 de dezembro de 2010.

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12. Disponível em:http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/mi1/entrevistat2.pdf. Consultado no dia 30de novembro de 2010.

13. TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução àpesquisa em ciências sociais: apesquisa qualitativa em educação. SãoPaulo: Atlas, 1987.

14. __________. Ministério da Educação(MEC), Secretaria de Educação Média eTecnológica (Semtec). ParâmetrosCurriculares Nacionais para o EnsinoMédio. Brasília: MEC/Semtec, 1999.

15. BRASIL. Secretaria de EducaçãoBásica. Orientações Educacionaiscomplementares aos ParâmetrosCurriculares Nacionais: Brasília/MEC,2002.

16. __________. Ministério da Educação(MEC), Secretaria de Educação Média eTecnológica (Semtec). OrientaçõesEducacionais complementares aosParâmetros Curriculares Nacionais.Brasília: MEC/Semtec, 2002.

17. __________. Ministério da Educação(MEC), Secretaria de Educação Média eTecnológica (Semtec). OrientaçõesEducacionais complementares aosParâmetros Curriculares Nacionais.Brasília: MEC/Semtec, 2002.

18. YAGER, Tom, 1991, p.153-160. Apud.NEGREIRO, C. A., RIBEIRO, M. L. M.,NUNES, A. O. Linguagem e Ensino:Relações de Ciência e Sociedade naEducação Tecnológica, 2008, p. 161.

19. NUNES, A. O., NEGREIRO, C. A.,RIBEIRO, M. L. M., , Linguagem eEnsino: Relações de Ciência eSociedade na Educação Tecnológica. 1°Ed, V.1, Ipanguaçu: IFRN, 2008.

20. MORTIMER, E.F. e MACHADO, A H.anais do Encontro sobre Teoria ePesquisa em Ensino de Ciências:linguagem, cultura e cognição. BeloHorizonte, 1997.

21. SCHÖN, D. A. Educando oprofissional reflexivo. Porto Alegre,Editora, 2000.

22. NÓVOA, A. Formação de professorese profissão docente. In: NÓVOA, A(org). Os professors e a suaformação. Lisboa: Publicações DomQuixote, 1992.

23. MARCELO, C. G. Formação deProfessores: para umamudança educativa. Barcelona:Porto Editora, 1999.

24. TARDIF, M. Saberes docentes eformação profissional. Petrópolis, EditoraVozes, 2002.

25. LELIS, Isabel. Convergências eTensões das Pesquisas SobreAprendizagem da Docência. PUC-Rio.

26. NOVOA, A. Os Professores e o “novo”espaço público da educação, 2008.

27. PERRENOUD, P. PráticasPedagógicas, Profissão Docente eFormação. Lisboa: Publicação DomQuixote, 1993.

28. ZABALDA, A. A prática educativa:como ensinar. Porto Alegre: Artmed,1988.

29. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia:saberes necessários à prática educativa.São Paulo: Paz e Terra, 1996.

30. ESTEBAN. M, T. Uma Prática em Buscade Novos Sentidos. Rio de Janeiro: DP& A, 2001.

31. POZO, J. I., Crespo, M. A.: Aprender yenseñar ciência, 5ª Ed., Madrid:Ediciones Morata, S. L., 2006 – p. 195/8.

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Quadro 4. Área de Ciências Exatas da Natureza e Matemática. Essa figura extrapolou as medidasda coluna, por isso encontra-se no fim do artigo.

Quadro 5 – DocenteRESPOSTAS9. Relacionada às condições de ensino. Os entrevistados citaram poucas reivindicações, asprincipais foram relacionadas às novas tecnologias (serviço de som melhor) e pede que a escolaofereça formação continuada aos professores.10. Em relação à aprendizagem dos alunos. Os principais problemas citados pelos entrevistadosem relação à falta de interesse dos próprios alunos.11. Os entrevistados não especificaram as sugestões dos docentes, mais explanaram que osmesmos sempre sugerem alternativas para juntos tentar resolver os problemas, buscando oapoio pedagógico.

Quadro 5. Docente

Quadro 6 - Dados dos Programas de Ensino (Professor)

RESPOSTASDos seis professores entrevistados, um não utiliza o livro didático, três não aproveita os temasestruturadores dos PCN’s+ - Orientações Educacionais Complementares aos ParâmetrosCurriculares Nacionais - e dois docentes priorizam os assuntos que mais são cobrados novestibular.

Todos os entrevistados fazem atividades contínuas (seminários, trabalhos, participação eexercícios) e trabalham semestralmente com avaliações.

Os docentes citaram alguns projetos que já aconteceram (“soletrando”, café literário, vida dePelé e outros), onde envolve apenas algumas disciplinas e para o segundo semestre tem aGincana (Semana Cultural) que é interdisciplinar.

A escola possui, de acordo com os mesmos, apenas um laboratório que serve para o ensino deQuímica, Física e Biologia. Restando assim Matemática que não possui. Averiguo-se a questãodo funcionamento dos mesmos: Os docentes falaram que não usavam com muita freqüência,em vista da falta de materiais.

Quadro 6. Dados dos Programas de Ensino.

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Quadro 4 - Área de Ciências Exatas da Natureza e MatemáticaRESPOSTAS3. Todos os gestores falaram que as mesmas precisam ser planejadas a partir do PPP da escola,porém não sabem informar exatamente se os docentes o fazem.6. Todos os gestores entrevistados responderam que as mesmas são coletivas e envolvemsomente docentes da mesma disciplina.

8. Escola possui TV escola, laboratórios (Química, Física, Biologia e Informática), biblioteca,data-show, notebook e retroprojetor.

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AVALIAÇÃO ANTIOXIDANTE DO SUCO DE CAJU (Anacardiumoccidentale Linn) EM Saccharomyces cerevisiae ANTES E APÓS

SECAGEM POR ASPERSÃO (SPRAY DRYING)

EVALUATION OF ANTIOXIDANT JUICE CASHEW (Anacardium occidentale Linn) INSaccharomyces cerevisiae BEFORE AND AFTER DRYING SPRAY

GOMES, Débora Cássia Vieira1; COSTA, Dayane Alves1; ARAÚJO, Everton José Ferreira de1;BATISTA , Paula do Nascimento1; ROCHA, Márcio dos Santos1; CAVALCANTE, Ana Amélia de

Carvalho Melo1; NUNES, Lívio Cesar Cunha1*

.1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Piauí - UFPI / Núcleo

de Tecnologia Farmacêutica – NTF. Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, s/n IningaCEP 64049-550, Teresina - PI, Brasil. (fone: +55 86 3215 5574)

* Autor correspondentee-mail: [email protected]

Received 25 March 2013; accepted 29 March 2013

RESUMO

Compostos classificados como antioxidantes atuam inibindo ou diminuindo os efeitos provocados pelosradicais livres. Vários métodos têm sido desenvolvidos para obter-se uma avaliação, seja qualitativa ouquantitativa, da capacidade antioxidante de inúmeros compostos, tanto através de testes químicos ou utilizandotestes biológicos. Neste contexto, o presente trabalho objetivou avaliar a estabilidade do potencial antioxidantedo suco e do material seco de caju (Anacardium ocidentale Linn) antes e após a técnica de spray- drying emleveduras Sacharomyces cerevisae proficientes e deficientes em defesas antioxidantes. O suco de A.occidentale L reduziu a inibição do crescimento em todas as linhagens testadas, demonstrando seu potencialantioxidante. Dentre todas as quatro linhagens da levedura, as variantes SOD2∆ e SOD WT apresentarammaiores percentuais de redução da inibição do crescimento antes e após a secagem. Já nas mutantesSOD1∆/SOD2∆ e SOD1∆ a substância testada apresentou baixa atividade antioxidante. O suco do pseudofrutode A. occidentale L demonstrou potencial antioxidante, através do aumento da sobrevivência de leveduras,verificado pela diminuição do dano causado pelo peróxido de hidrogênio, antes e após a secagem poraspersão, o que mostra que a técnica de spray drying não alterou o potencial antioxidante do materialanalisado.

Palavras-chave: Caju, extrato seco, estabilidade, atomização

ABSTRACT

Compounds classified as antioxidants act by inhibiting or reducing the effects caused by free radicals.Several methods have been developed to obtain an evaluation, it is qualitative or quantitative, the antioxidantcapacity of various compounds, both by chemical tests or by using biological tests. In this context, this studyaimed to evaluate the stability of the antioxidant potential of the juice and the dry material of cashew((Anacardium ocidentale Linn) before and after spray-drying technique in yeast Saccharomyces cerevisiaeproficient and deficient in antioxidant defenses. The juice of A. occidentale L reduced the growth inhibition in allstrains of tested, demonstrating its antioxidant potential. Among all four strains of yeast, the variants SOD2ΔWT and SOD showed higher percentages of reduction in growth inhibition before and after drying. Since themutants SOD1Δ/SOD2Δ and SOD1Δ the substance tested had low antioxidant activity. The juice of pseudofruitof A. occidentale L showed antioxidant potential by increasing the survival of yeast, verified in the reduction ofdamage caused by hydrogen peroxide, before and after spray drying, which shows that the technique of spraydrying did not alter the antioxidant potential of the material analyzed.

Keywords: Cashew, dry extract, stability, atomization

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INTRODUÇÃO

Anacardium occidentale Linn (FamíliaAnacardiaceae) é uma planta típica da regiãoNordeste do Brasil e cada vez mais o seu cultivoadquire importância socioeconômica.Botanicamente, o fruto verdadeiro do cajueiro é acastanha, uma amêndoa envolvida por umacasca dura; enquanto que o pedúnculo,pseudofruto ou maçã é conhecido como caju eapresenta estrutura semelhante a uma fruta,fibrosa e suculenta (LUBI e THACHIL, 2000).

O Caju possui considerável importânciaeconômica, pois seus componentes têmnumerosos usos comerciais. A sua castanha éde alto valor nutritivo, com cerca de 40 - 57% deóleo e 21% de proteínas. O cultivo do caju é umadas principais atividades agronômicas noNordeste brasileiro, sendo que quase toda aprodução está concentrada nos estados doCeará, Piauí e Rio Grande do Norte. A castanhade caju e pedúnculo são utilizados naalimentação humana. O Brasil lidera a produçãoda maça do caju, detendo 95% da produçãomundial. A composição do pedúnculo é muitocomplexa, apresentando vitaminas, taninos, saisminerais, ácidos orgânicos e carboidratos, o queo torna um alimento importante (FETUGA et al.,1975).

Compostos classificados comoantioxidantes atuam inibindo ou diminuindo osefeitos provocados pelos radicais livres. Váriosmétodos têm sido desenvolvidos para obter-seuma avaliação, seja qualitativa ou quantitativa,da capacidade antioxidante de inúmeroscompostos, tanto através de testes químicos ouutilizando testes biológicos. Os testes químicossão bem mais rápidos e simples de seremexecutados. Entretanto, não possuem tantacorrelação com as condições celulares dohomem. Os ensaios microbianos ‘in vivo’utilizando-se, especialmente, células eucarióticasde uma levedura conhecida comoSaccharomyces cerevisiae, têm se mostradomuito inclinado na capacidade de avaliar aatividade antioxidante de diferentes compostos,fornecendo resultados rápidos, reprodutíveis epassíveis de serem correlacionados aoobservado no homem (SOARES; ANDREAZZA;SALVADOR, 2005).

Por definição, spray-drying é o processode transformação de soluções ou suspensõesem partículas secas, formadas a partir da

atomização de soluções ou suspensões em ummeio aquecido. É um processo que ocorre deforma contínua, abrangendo as etapas de (1)alimentação da solução ou suspensão noatomizador, (2) atomização, (3) mistura do spraycom o ar de secagem, (4) evaporação dosolvente, (5) separação do produto seco(OAKLEY,1997).

Dentre as aplicações principais dasecagem por aspersão, pode-se citar, nacategoria de alimentos, a produção de leite empó, café chá, ovos, cereal e condimentos. Nacategoria farmacêutica, a produção deantibióticos, aditivos e ingredientes médicos,assim como o micro encapsulamento. Nacategoria industrial, pode-se mencionar ospigmentos de tinta, materiais cerâmicos esuportes de catalisadores (DA SILVA, 2007).

Os antioxidantes naturais presentes emfrutas e vegetais tornaram-se o objeto de maiorinteresse nos últimos anos. Tal importância ébaseada em estudos farmacológicos, quedemonstram a associação entre o consumo deprodutos naturais e mais baixo risco de doenças(SINGH et al., 2008). Uma série de estudos têmrelatado compostos fenólicos que têm excelenteatividade antioxidante, atuando como doadoresde hidrogênio, agentes redutores e varredores deradicais (RICE-EVANS, MILLER, & PAGANGA,1996). A inibição da acumulação de radicaislivres é importante para reduzir o risco dedoenças crônicas como doençascardiovasculares e câncer (CAILLET et al, 2007;HWANG, YOON, E KANG, 2009).

Neste contexto, o presente trabalhoobjetivou avaliar a estabilidade do potencialantioxidante do suco e do material seco de A.ocidentale após a técnica de spray-drying emleveduras Sacharomyces cerevisae proficientes edeficientes em defesas antioxidantes.

MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Obtenção do suco

O suco de A. ocidentale L. foi obtido apartir do pseudofruto da planta. O pseudofruto foimacerado para o processo de extração do suco,que foi utilizado em forma diluída em água

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destilada (1:10). Em seguida, o suco de caju foifiltrado em papel filtro.

2.2 Resíduo seco

Pesou-se 2 g do suco de caju em trêsdiluições diferentes (1:10, 1:20, 1:30) em placasde Petri (06) previamente taradas, medindo,aproximadamente, 50 mm em diâmetro e 30 mmde altura. Evaporou o suco em banho-maria edeixou em estufa a 100 - 105 ºC, por 3 horas.Deixou-se esfriar em dessecador, sobrepentóxido de fósforo e pesou-se as placas. Oresíduo seco foi calculado em porcentagemsobre a massa.

2.3 Técnica do Spray drying

Primeiramente, verificou-se a válvula desaída do material (onde deve estar acoplado orecipiente para coleta do material). Após estaetapa, ligou-se o aparelho, acionando os botõesrelativos ao ventilador, ao compressor e à bombae ajustou-se a temperatura de operação para umvalor entre 170 e 190°C, bem como se acionamas três resistências, sendo a terceira umaresistência termostática que tem como funçãomanter a temperatura próxima do valorpreviamente ajustado. Para regulagem dapressão de atomização, fez uso de uma válvulaposicionada na lateral do equipamento,ajustando-se a pressão desejada. Estando oequipamento operando adequadamente,deslocou-se a chave presente na bomba demangas para a direita, de modo que ocorra fluxoascendente da solução a ser processada,regulando-a para uma velocidade adequada deprocessamento. Como adjuvante, utilizou-se12,9g de Aerosil®200 (Dióxido de Silício Coloidal)em 2000mL de suco de caju. O processo duroucerca de 3 horas e o rendimento foi de 21,5g.

2.4 Avaliação Antioxidante

Para os ensaios de análise da atividadeantioxidante, foram utilizadas linhagensproficientes e deficientes em sistema de defesaantioxidante (SOD WT, SOD1∆, SOD2∆,SOD1∆/SOD2∆). A linhagem Sod1 é defectiva no

sistema enzimático que envolve a enzimasuperóxido dismutase citoplasmática(CuZnSOD), enquanto a SOD2 o é na SODmitocondrial (MnSOD); SOD1∆/SOD2∆ é o duplomutante, defectivo tanto na Sod mitocondrialcomo na citoplasmática e SOD WT correspondeà linhagem selvagem, portanto proficiente nestasenzimas. Células em fase estacionária obtidasapós a inoculação de uma colônia isolada emmeio líquido YEL à temperatura de 30ºC por 24horas, sem agitação. Para a avaliação dopotencial antioxidante, as linhagens foramestriadas em placa de YEPD contendo no centroum disco de papel filtro previamente estéreo emUV. Foram preparadas três placas, sendo que naplaca 1 foi adicionado 100μL do suco de caju, naplaca 2, adicionou-se 5μL de H2O2 10M, quecorrespondeu ao controle positivo e na placa 3adicionou-se 100μL do suco do caju e 5μL deH2O2 10M para o co-tratamento. A numeraçãodas placas foi feita da seguinte forma: 1-corresponde a SOD WT; 2- corresponde áSOD1∆; 3- SOD2∆; 4- SOD1∆/SOD2∆ (FIGURA1). As placas foram incubadas por 48hs emestufa a 30oC. Após esse período, mediu-se ohalo de inibição do crescimento, sendo estesresultados tabelados e analisados einterpretados.

Figura 1. Disposição das linhagens nas placasutilizadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os antioxidantes atuam como defensorescontra os radicais livres (RL) e espécies reativasde oxigênio (ERO). A produção destas espéciesreativas é observada em diversas condiçõesfisiológicas e desempenham papel fundamentalno metabolismo. O estresse oxidativo resulta dodesequilíbrio entre as espécies oxidativas e a

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defesa antioxidante, sendo o sistema oxidantepredominante e responsável pelo estresseoxidativo (GUARIENTI; BERTOLIN; COSTA,2010).

É bastante complicada a avaliação dacapacidade antioxidante utilizando animais delaboratório e geralmente necessita de um grandenúmero de animais para assegurar resultadosestatisticamente significativos. Já nos ensaiosrealizados com microorganismos são muito maisfáceis, de rápida realização e podem utilizar umgrande número de células com as mesmascaracterísticas genéticas. Devido a essascaracterísticas, a levedura Saccharomycescerevisiae, um dos melhores modelos biológicos,são utilizadas para estudos de estresseoxidativo. Extensas razões tornam a levedura S.cerevisiae um exemplo de sistema eucarióticounicelular para estudos de estresse oxidativo.Trata-se de um organismo provido de núcleo ede organelas, onde o seu metabolismo ébastante semelhante ao de eucariotossuperiores, com mecanismos próprios deativação metabólica (citocromo P450) e dedetoxificação, que não estão presentes embactérias (SOARES; ANDREAZZA; SALVADOR,2005).

Os resultados do resíduo secoencontrados em cada diluição estão apesentadosno Quadro 1. Para o cálculo da quantidade deaerosil utilizado na técnica do spray dryingutilizou-se a diluição 1:10, na qual tirou-se amédia aritmética e obtendo um resultado de12,9g para 30% do aerosil.

Para o estudo utilizou-se diferenteslinhagens de S. cerevisiae, que incluem: SOD1,SOD2, SOD1∆/2∆ (deficientes), SOD WT(proficiente) e, através do método de discocentral observou-se a formação dos halos deinibição formados ao redor do disco.

A Tabela 1 mostra o resultado da inibiçãodo crescimento medido em milímetros do sucode caju antes da realização da técnica de spraydrying. Pode-se observar que na placa queutilizou-se no disco central apenas o suco decaju, não houve inibição do crescimentoleveduriforme, mostrando que o caju não possuiatividade oxidante. Na placa onde colocou-seapenas o agente estressor H2O2 no discocentral, houve inibição significativa docrescimento em todas as linhagens,comprovando que o H2O2 age provocando um

estresse oxidativo evidente. Na placa que foicolocado no disco central o suco de caju e operóxido de hidrogênio, houve uma redução nainibição do crescimento mais evidente naslinhagens SOD WT e SOD 2 mutada, mostrandopotencial antioxidante do suco para ambas aslinhagens.

A Tabela 2 mostra que as placascontendo o suco de caju seco por aspersãoapresentaram resultados similares à avaiaçãoantioxidante antes da técnica de secagem,apresentando maior potencial antioxidante paraas mesmas linhagens anteriores, SOD WT eSOD 2 mutada.

O suco de A. occidentale L reduziu ainibição do crescimento em todas as linhagensde S. cerevisiae testadas, demonstrando seupotencial antioxidante, como apresentado nasTabelas 1 e 2. Dentre todas as quatro linhagensda levedura, as variantes SOD2∆ e SOD WTapresentaram maiores percentuais de reduçãoda inibição do crescimento antes e após asecagem. Já nas mutantes SOD1∆/SOD2∆ eSOD1∆ a substancia testada apresentou baixaatividade antioxidante.

Para proteger o organismo das ERO, ascélulas possuem enzimas de caráterantioxidante, tais como: Glutationa peroxidase(GPx), Catalase (CAT) e a Superóxido dismutase(SOD). A Saccharomyces cerevisiae, assim comomuitos outros organimos eucariotos, possuiCuZnSOD, um produto do gene SOD1, oriundodo citosol, núcleo e lisossomos. A MnSOD, que éum produto do gene SOD2, é natural da matrizmitocondrial (MARTINS; MANFREDINI;BENFATO, 2005).

A levedura Saccharomyces cerevisiaepossui diversos mecanismos de defesa contradanos oxidativos ao DNA, dentre eles seencontram as enzimas superóxido dismutase,catalase e peroxidase além do próprio o reparodo DNA no mecanismo de replicação (LIMA;VIEIRA; COSTA JUNIOR, 2007). A enzimasuperóxido dismutase é a principal protetoracelular frente a radicais livres, quando multada,como no caso da das linhagens utilizadas, expõea células a danos no material genético.

As Figuras 2 e 3 mostramfotomicrografias do crescimento das levedurasnas três placas e em todas as linhagensestudadas antes e após a técnica de secagem

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por aspersão.

De acordo com Bilinski (apud GASPARRI,2005) “as linhagens mutantes sod1∆, que sãodeficientes nesta enzima, mostram problemas nocrescimento em condições aeróbias, seapresentam muito sensíveis em situações dehiperóxia”. As mutantes sod2∆, possuemdeficiência nesta enzima, são hipersensíveis apresença de oxigênio e crescem mal ou nãocrescem de forma alguma em fontes de carbononão fermentáveis (GASPARRI, 2005). A maisseveramente afetadas, são as das linhagenssod1∆/ sod2∆, deficientes em ambas as enzimas,que exibem peculiarmente todas ascaracterísticas das mutantes sod1∆ e sod2∆(MARTINS; MANFREDINI; BENFATO, 2005).

O processo do Spray drying envolvebasicamente cinco etapas: concentração, onde amatéria-prima normalmente é concentrada antesda introdução no aparelho; atomização; contatodo líquido atomizado com gás quente; remoçãoda umidade e separação do produto final. osistema tem a vantagem de poder ser projetadopara qualquer volume de alimentação,empregando uma operação contínua, de fácilcontrole e aplicável tanto para substânciastermoestáveis como termolábeis. a partir disso,podem-se estabelecer parâmetros críticos demanuseio tais como a temperatura de admissãoe de saída do ar, bem como do líquido utilizado,teor de sólidos, viscosidade, volatilidade, tensãosuperficial e até mesmo a resistência à abrasão ecorrosão do material dos bicos de sucção(CHEGINI E GHOBADIAN, 2007). O ar dentroda câmara mantém um padrão de fluxoimpedindo a deposição do produto seco naparede do atomizador, logo tanto o movimento doar como a temperatura de entrada do arinfluenciam o produto final. Entretanto o suco dealgumas frutas tem propriedades naturaishigroscópicas e termoplásticas o que consisteem um problema no manuseio do pó obtido porSpray drying, havendo a necessidade dautilização de um agente de secagem que podeser amido, gomas naturais, maltodextrina ousacarina, por exemplo, impedindo a coesão daspartículas no interior do equipamento (VIVIANEet al., 2005).

O processo de secagem por aspersãopossui diversas vantagens, como a seleçãoadequada do equipamento com base nascaracterísticas pretendidas para o produto final; o

controle da uniformidade e do tamanho daspartículas do produto pela manipulação dasvariáveis do processo; o fato de ser um processocontínuo, podendo ser alteradas condições deoperação sem a necessidade de interrupção;rapidez e rendimento, pois a evaporação ocorreem frações de segundos, em virtude da formaçãode inúmeras gotículas que proporcionam umagrande área superficial para trocas térmicas etransferência de massa; as partículas resultantesapresentam forma esférica uniforme e umarápida dissolução, devido à grande áreaespecífica e o custo do processo são baixos(BAHANDARI et al. 1993).

As principais desvantagens deste processo desecagem são: o equipamento apresenta grandesdimensões, necessitando de instalações físicasadequadas; o custo inicial é alto, pois necessitade investimento em instalações e a limpeza dosequipamentos é onerosa, devido à utilização degrandes quantidades de fluidos de limpeza, comoprincipalmente a água. Porém, o valor do produtofinal pode justificar o ônus inicial (BAHANDARI etal. 1993).

A facilidade e a rapidez na obtenção deculturas permitem sua manipulação emlaboratório, para a realização dos mais diversosexperimentos, podendo ser realizado um grandenúmero de repetições, tornando essa levedurauma excelente fonte para estudos de estresseoxidativo (SOARES; ANDREAZZA; SALVADOR,2005).

Sob o ponto de vista genético emetabólico, a levedura Saccharomycescerevisiae, é um dos organismos maiscategóricos à serem utilizados em testesbiológicos, podendo ser realizada a avaliação dacapacidade pela medida da sobrevivência decélulas tratadas com o antioxidante e agentesestressores (GUARIENTI; BERTOLIN; COSTA,2010).

CONCLUSÕES:

O suco do pseudofruto de A. occidentale Ldemonstrou potencial antioxidante, através doaumento da sobrevivência de leveduras,verificado pela diminuição do dano causado peloperóxido de hidrogênio, antes e após a secagempor aspersão, o que mostra que a técnica de

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spray drying não alterou o potencial antioxidantedo material analisado.

Sugere-se a realização de outros estudossobre o concentrado de A. occidentale L a fim dedefinir qual substância possui tal atividadeantioxidante, para que este possa ser utilizadopara fins terapêuticos.

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Quadro 1. Resultados encontrados na metodologia do resíduo seco.

Tabela 1: Inibição do crescimento em milímetros do suco de caju antes da técnica de

spray drying

Tabela 2: Inibição do crescimento em milímetros do suco do caju após a técnica de

spray drying

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Placa Diluição Peso da Placa(g)

Peso pós estufa(g)

Resíduo Seco(g)

1 1:10 52,117 52,161 0,044

2 1:10 46,251 46,293 0,042

3 1:20 34,337 34,355 0,018

4 1:20 31,955 31,974 0,019

5 1:30 27,515 27,527 0,012

6 1:30 30,718 30,733 0,015

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Figura 2. Resultados da avaliação antioxidante antes da técnica de spray drying. A- Suco de

caju; B- Peróxido de Hidrogênio; C – Suco + peróxido.

Figura 3. Resultados da avaliação antioxidante após a técnica de spray drying. A- Suco de caju;

B- Peróxido de Hidrogênio; C – Suco + peróxido.

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FABRICAÇÃO E TESTE DO NÍVEL INTERMEDIÁRIO DE FILTROS DEDESFLUORIZAÇÃO BASEADOS EM ALUMINA ATIVADA

FABRICATION AND TESTING OF INTERMEDIATE LEVEL ACTIVATEDALUMINA BASED DEFLUORIDATION FILTERS

AGRAWAL, R1; MARGANDAN, K1; SINGH, K1; ACHARYA, R2; SHARMA, S1; QANUNGO, K1*

1Department of Applied Science & Humanities,Faculty of Engineering & Technology,

Mody Institute of Science & Technology (Deemed University),Lakshmangarh-332311, Dist. Sikar, Rajasthan, India

2Dept. of Science and Technology, Govt. of Rajasthan,506, 4th Floor Mini Secretariat

Bani-Park, Jaipur, Rajasthan, India

* Autor correspondente

e-mail: [email protected]

Received 28 March 2013; accepted 3 April 2013

RESUMO

Dois filtros de desfluorização de alta capacidade e alta taxa com 10 e 25kg de alumina ativada foramfabricados e testados com água de posso local contaminada com flúor. Diversos parâmetros de qualidade daágua como pH, TDS, F-, Cl-, SO4

2-, NO3-, dureza de Ca2+ e Mg2+ e dureza total foram monitorados através do

proceso de filtração e foi detectado que esses valores estão dentro dos padrões permitidos. A performance dofiltro foi avaliada através da determinação do volume de água padrão (<1.5 ppm), capacidade de adsorção deflúor, taxa de vazão, tempo de contato, capacidade de água do filtro, tempo antes da primeira regeneração ecusto do filtro. Baseado em uma discussão detalhada frente a esses parâmetros, o filtro com 10kg de aluminafoi considerado melhor se comparado ao de 25kg.

Palavras-chave: Activated Alumina, Defluoridation, Fluoride, Water Filter

ABSTRACT

Two high capacity, high flow rate defluoridation filters with 10 and 25kg Activated Alumina have beenfabricated and tested with local fluoride contaminated ground water. Various water quality parameters like pH,TDS, F-, Cl-, SO4

2-, NO3-, Ca2+ Hardness, Mg2+ Hardness, Total Hardness have been monitored throughout the

filtration process and it has been found that these values are within the permissible limits. The filter performancehas been evaluated by determining the volume of safe water (<1.5 ppm), fluoride uptake capacity, flow rate,empty bed contact time, water capacity of filter, time before first regeneration, capital and recurring cost of filter.On basis of detailed discussion on these parameters the filter with 10 kg AA is considered to be a better filter ascompared to the one with 25 kg AA.

Keywords: Activated Alumina, Defluoridation, Fluoride, Water Filter

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INTRODUCTION

In many parts of the world high concentration offluoride occurs naturally in ground water andcauses wide spread fluorosis, a disease whichmainly affects the bones and teeth 1-6. About 95%of fluoride ingested the body is deposited in hardtissues like bones and teeth weaking theirstructure and making them brittle7,8. Otherproblems which arise due to the excessive intakeof fluoride are low heamoglobin levels, excessivethirst, headache, skin rashes, nervousness,depression, gastrointestinal problems, urinarytract malfunctioning, low IQ, weakening of muscle1 4. In India, excess fluoride is present in groundwater in many states for example in parts ofAndhra Pradesh, Rajasthan etc9-11.There areseveral methods of defluoridation likePrecipitation Method, Nalgonda Technique,Adsorption, Ion Exchange Mechanisms etc12.Excess of fluoride in ground water have beentreated using Activated alumina (AA) baseddefluoridation filters earlier13-21. As a part ofDepartment of Science and Technology,Government of India sponsored project to design,develop and test, low cost defluoridation filters forrural use, we have recently studied the kinetics offluoride removal from local ground water usingAA22 and described the fabrication and testing offour small domestic fluoride level filter fitted withsingle or double ceramic cartridge with differentquantities of AA (2.5, 3, 3.5 kg) and one or twoceramic cartridges 24,25 .We found that the flowrate of defluoridated water from these filters wasless, (2 lit./hr.) and the filter needs to be refilled 3-4 times at least, per day to obtain approximately20 liter of water to meet the water needs of anaverage household. The AA needs to be replacedor regenerated every 2-4 months. In continuationthe above study we have fabricated AA basedfluoride filters with high flow rates and highcapacity and was tested them in the lab usingfluoride contaminated ground water from anearby village (Bhooma Chota), and in this paperwe present the results of our study.EXPERIMENTAL

Four holes of 1 cm diameter were made atthe bottom of a 51 liter HDPE water storagecontainer. Four similar holes of 1 cm diameterwere made on top lid of a 50 liter HDPE drum sothat both the set of holes were centro-symmetric.

Four ceramic cartridges were fitted on the base ofthe top container with their outlets protrudingthrough the holes into bottom container (fig. 1and 2). 10 kg and 25 kg water washed activatedalumina (DF-101, M/s Siddhartha Industries,Surat, and Gujarat, India) was poured from thetop.

A tap was fitted 2 cm above the base ofthe bottom of drum. Fluoride contaminatedground water from the village Bhooma Chota(middle tubewell) was brought by water tankersand stored in 1000 and

500 liters drums in the lab. The water waspumped into the upper container every day.Periodically various water quality parameterswere analysed as follows: Water from the outlettap was analysed for fluoride using a Fluoride IonSelective Electrode (Orion Thermo Scientific,USA) and TISAB III buffer. Calcium andMagnesium hardness using EDTA method,Carbonate and Bicarbonate by titrating withstandardised H2SO4, and Chloride by titrating withsilver nitrate. Sodium and Potassium wereanalysed by Flame Photo Meter. Duly calibratedelectronic pH and TDS meter were used fordetermining pH and TDS of untreated and treatedwater.

RESULTS AND DISCUSSION

We were unable to use the same watercontainer for both the upper and the lowerchamber because of the two reasons. Firstly wefound that four ceramic cartridges could not befitted at the base of available 50 liter drum,therefore it could not be used as the topcontainer. Secondly the 51 liter water containerused had coagulated cover which could notsupport the weight of water filled container(approx. 53kg). Therefore the presentarrangement of two different water containers hasbeen used. In the beginning of our experimentswe filled 10 kg activated alumina in the lowerchamber after covering the inlet of the tap withlayer of nylon cloth having 0.16 mm mesh size.We however found after one week the particles ofAA choked the nylon cloth and flow of waterstopped from the filter. Therefore we transferredthe AA from the bottom drum to the uppercontainer. Hence in the second filter we filled 25kg AA in the upper container from the beginning

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of the experiment itself (Fig 3).

The costs of the various components ofthe filter are given in Table 1. We found that themaximum component of cost is that of AA Rs.1160/- for 10 kg and Rs. 2900/- for 25kg. Thediameter of the top container was 41 cm at thetop and base 32 cm at the base. The caskshaped bottom container was 30.5cm at the topand 29.5 cm at the base in diameter.

The filter can be fabricated easily by anunskilled labor with only few drilling of holes andtightening of wing nuts of the ceramic cartridge isrequired. The water capacity of the filter wasfound to be 40 liter for 10 kg and 16 liter for 25 kgAA. The bed volume of 10 kg AA is 13.5 lit. and25 kg AA is 33.78 lit. Average elution rate ofdefluoridated water from the filter was 20.6 lit./hr.for 10 kg and 9.3 lit/hr for 25 kg (Figure 4 and 5).This difference is partly due to the less watercapacity of the filter filled with more quantity of AAand more resistance to the flow of water by AA inthe 25 kg AA filter than with 10 kg AA. (EmptyBed Contact Time) EBCT for 10 kg AA filter is39.35 min. and 56.3 min. for 25 kg AA) Table 2.

If the 10 kg filter is filled once a day itproduces sufficient water for two days (assumingwater can supply of 20 liter/day for a family offour people). For 25 kg AA filter needs to refill atleast twice a day for two days to produce 64 literof drinking water which is sufficient to meetdrinking water requirements for three days. Thefluoride concentration in treated water wasmonitored every 50 liters and depicted in (Fig 6and 7). The volume of safe water yield (< 1.5ppm) of the filter with 10 kg is 3300 liters and3900 liters for 25 kg AA. Specific safe water yieldis 330 mg F-/kg for 10 kg, 156 mg F-/kg AA for 25kg AA. The Fluoride Uptake capacity of AA for AAin the filter with 10 kg AA is 722.7 and 396.24 forfilter with 25 kg AA.

The higher volume of safe water in 25 kgfilter than 10 kg filter can be explained in thelarger amount of AA. This safe water volume isnot, as expected 2.5 times, that that of 25 kgfilter. The lower specific safe water yield andhence lower fluoride uptake capacity in the filterwith 25 kg AA is ascribed to several reasonsdiscussed as follows: a) lower than expectedvolume of safe water from the 25 kg AA filter thanthe 10 kg AA filter, b) the average bicarbonateconcentration and the average TDS in rawground water was 300 ppm and 100 ppm higher,

when the 25 kg AA filter was being tested, ascompared to the raw water with which 10 kg AAfilter was tested.

The overall low FUC of AA in both thefilters is due to a) their relatively high flow rates(20.6 and 9.3 liter/hours) as compared with singlecartridge flow rate was 1.7lit./h and double candlefilter flow rate was 3 lit. /h 23, 24 a) it is known thatAA absorbs fluoride optimally at pH 5 21, 25, 26, 27 theaverage pH of ground water being used fortesting the filter was 9, and it is known that thefluoride adsorption capacity of the filter fallsdrastically after pH 8-8.527,29,30 c) very highconcentration of bicarbonates in the raw water isalso known to reduce the fluoride adsorption 21, 28.

AA surface has an amphoteric character.Removal of fluoride by AA is mainly due to ion-exchange and can be described by followingequations

AlOH + F- → AlF + OH- (1)

AlOH2+ + F- → AlF + H2O (2)

Al represent solid alumina surface30.

Notice that the fluoride removal from theground water is nearly constant till 3000 lit. in the25 kg AA while for the 10 kg AA filter the fluoridelevel fluctuates (Fig 6 and 7). Also notice thepresence of four ceramic cartridges in the filterand occupying 270 cm2 each of surface areaprotruding upwards from the base of the filter (Fig2). Therefore the raw water comes into contactwith AA to different extents before coming incontact with the surface of the ceramic cartridges.In the filter with 25 kg AA, the bed volume of AA is2.5 times more than with 10 kg AA and thedefluoridation is more uniform. Assuming a waterusage of 20 lit. per day if used at domestic level,the 10 kg filter can be operated for 5 months 15days and 25 kg filter can be operated for 6months 15 days before it needs to beregenerated.

If the filter is shared at community level forexample, between 5 households then the 10 kgAA filter can be operated for one month threedays and 25 kgAA filter for one month and ninedays. Considering the higher average flow rate of10 kg AA filter and higher fluoride uptake capacityand specific safe water yield cost per liter of

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defluoridated water, the 10 kg filter is better than25 kg AA filter

We now discuss the other water qualityparameters monitored in the raw and filteredwater during the defluoridation process. Themaximum permissible limit of pH according to BISstandard is 6.5 to 8.531.The average pH of rawwater is 9.03, 9.18 while for average treatedwater pH is 9.1, 9.01 for 10 and 25 kg (fig. 8).The average carbonate of raw water is 171.6 and122.4 ppm and average treated water carbonateis 194 and135ppm for 10 kg and 25 kg (fig 9).The average bicarbonate of raw water is 1349.7,1662.8 ppm and the average bicarbonate oftreated water is 1075.6 and 1278.9 ppm (fig. 10).(The max. permissible limit for total alkalinity is600 ppm (fig.11) 31

For chloride, the permissible limit is 1000ppm31. The average chloride of raw water is644.2, 533.45 ppm and average chloride oftreated water is 709.85 and 490.50 ppm for 10and 25 kg (fig. 12). For calcium the maximumpermissible limit is 200 ppm31. The averagecalcium of raw water is 9.6 and 10.8 ppm andaverage calcium of treated water is 7.4 and 7.1ppm for 10 and 25 kg (fig. 13).

For magnesium, the maximumpermissible limit is 100 ppm31. The averagemagnesium of raw water is 18.1 and 22 ppm andthe average magnesium of treated water is 13.9and 5.1 ppm (fig. 14). The maximum permissiblelimit of TDS according to BIS standard is 2000ppm in absence of any alternative source ofwater31. The TDS measured (indirectly based onconductivity) of raw water. The average TDSvalue is 1420 and 1532 ppm and in treated wateraverage value is 1513.3 and 1613.3 ppm (fig.15). The high concentration of various dissolvedsalts is reflected in the high TDS value of rawwater. Na+ concentration in raw water it wasfound to be 270.6 and 375.6 ppm and for treatedwater 348 and 309.14ppm, K+ concentration inboth raw and treated water varied from 13.7 and11.8 ppm (fig. 16 and 17).

CONCLUSION

To conclude we have investigated the filterperformance of the AA based filters filled with 10and 25 kg AA. It was found that the filter with 10

kg AA was better, as it needed to be filled onlyonce daily to be able to meet the water demandsof a family. Also its initial capital cost was 60%lower than that with 25 kg AA. However, in termsof recurring costs of one liter water (if AA isdiscarded after single use) the filter with 25 kg AAis cheaper to operate by 15 % as compared tothe filter with 10 kg AA. The higher efficiency ofthe AA in the filter with 10 kg AA reflected in itsfluoride uptake capacity which was found to bedouble than that of 25 kg AA. With a high flowrate of 20 lit. /h, the filter with 10 kg AA is suitablefor installation at a common place so that 5-6household living close together can take benefitof the filter.

ACKNOWLEDGEMENT

Financial help from DST, Govt. of India inthe Science for Equity Empowerment andDevelopment Program, Grant No.SP/RD/013/2008 is acknowledged. The authorsthank the MITS for providing facilities andsupport.

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Table 1. Cost of Components of 51 liter Intermediate Filter with Ceramic CartridgeFilter Parameters 10 kg AA Four candle filter 25 kg AA Four candle filter

Activated Alumina@ Rs.116/$ 2.10 /kg

Rs. 1160/$ 21.09 Rs. 2900/$ 52.72

Drum @ Rs. 200/$ 3.63 Rs. 200/$ 3.63 Rs. 200/$ 3.63

Big Bucket @ Rs. 265/$ 4.81 Rs. 265./$ 4.81 Rs. 265/$ 4.81

Ceramic Cartridge @ Rs. 280/$ 5.09

Rs. 1120/$ 20.36 Rs. 1120/$ 20.36

Outlet valve @ Rs./$ 0.545 Rs. 30 /$ 0.545 Rs. 30/$ 0.545

Total Cost Rs./$) Rs. 2775 /$ 50.454 Rs. 4515/$ 82.09

Table 2. Characteristics of filters with different quantities of activated aluminaAA (kg) 10 25

Capacity (lit.) 40 16

Depth of A.A covering ceramic cartridge 7.4 cm 27.6 cm

Depth of A.A in upper chamber 16.7 cm 36.5 cm

Bed Vol. (lit) 13.5 33.78

EBCT (min) 39.35 56.3

Diameter of upper chamber 40.6/32 cm 41/32 cm

Time (min)for emptying of the filter (brimful) 116 min 103 min

Liters per hour 20.6 lit/h 10 lit/h

FUC (mg/kg) 722.7 396.24No. of refills required per day water 1/2 2

Vol. of safe water (lit.)(1st Cycle) @2.4 ppm F

3300 3900

No. of filter refills of safe water 82.5 243.75

Time before 1st regeneration 5 months 15 days 4 months 10 days

Capital Filter Cost (Rs./$) 2775/50.454 4515/82.09

Cost of defluoridated water per liter (for 1st

cycle) in Rs/$(Consider capital cost of the filter)

0.84/0.015 1.15/0.0209

Recurring cost of 1 liter water (if AA isdiscarded after Single use in paisa/$)

35.15/0.0063 29.74/0.0054

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Figure 1. Photograph of Middle Portion of the Filter

Figura 2. Photograph of the inside of the filter with four ceramic cartridges (without the AA)

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Figura 3. Photo of the fabricated filter with four ceramic candles with Activated Alumina

Figura 4. Flow rate of filter with 10 kg AA

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Figura 5. Flow rate of filter with 25 kg AA

Figura 6. Breakthrough profile of filter with 10 kg AA @ average inlet fluoride conc. 2.94 ppm

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Figura 7. Breakthrough profile of filter with 25 kg AA @ average inlet fluoride conc.3.29 ppm

Figura 8. Comparative average pH values of raw and treated water

from filters with 10 and 25 kg AA

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Figura 9. Comparative average Carbonate values of raw and treated water

from filters with 10 and 25 kg AA

Figura 10. Comparative average Bicarbonate values of raw and

treated water from filters with 10 and 25 kg AA

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Figura 11. Comparative average Total Alkalinity values of raw and

treated water from filters with 10 and 25 kg AA

Figura 12. Comparative average Cl- values of raw and

treated water from filters with 10 and 25 kg AA

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Figura 13. Comparative average Ca+2 Hardness values of raw

and treated water from filters with 10 and 25 kg AA

Figura 14. Comparative average Mg+2 Hardness values of raw and

treated water from filters with 10 and 25 kg AA

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Figura 15. Comparative average TDS values of raw and

treated water from filters with 10 and 25 kg AA

Figura 16. Comparative average Sodium values of raw and

treated water from filters with 10 and 25 kg AA

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Figura 17. Comparative average Potassium values of raw and

treated water from filters with 10 and 25 kg AA

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CARACTERIZAÇÃO DO FÁRMACO ANTIRRETROVIRAL EFAVIRENZ APARTIR DO MÉTODO DE DISSOLUÇÃO INTRÍNSECA

CHARACTERIZATION OF DRUG ANTIRETROVIRAL EFAVIRENZ FROM

THE METHOD OF INTRINSIC DISSOLUTION

VILARINHO, Ana Cristina Sousa Gramoza1*; SOARES SOBRINHO, José Lamartine3; SOARES,Monica Felts de La Roca4; NUNES, Livio Cesar Cunha2

1,2 Universidade Federal do Piauí, Departamento de Bioquímica e Farmacologia, Campus Universitário Ministro

Petrônio Portella - Bairro Ininga - Teresina - PICoordenadoria de Comunicação Social, cep 64049-550, Teresina – PI, Brasil

(fone: +55 86 3215-5525; fax: +55 86 3215-5526)

3,4 Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Av. Artur de Sá, S/N, cep50740-520, Recife– PE, Brasil

(fone: +55 81 32721383)

* Autor correspondentee-mail: [email protected]

Received 25 March 2013; accepted 29 March 2013

RESUMO

A dissolução intrínseca é um teste que tem sido utilizado durante muitos anos para a caracterizaçãodas drogas sólidas. Este trabalho objetivou a caracterização do fármaco antirretroviral efavirenz a partir dadissolução intrínseca e comparação com o sistema de classificação biofarmacêutica (SCB). Inicialmente,preparou-se a curva de calibração com 5 pontos lidas no comprimento de onde de 247 nm, a fim de analisar aconcentração das amostras. Para a formação da pastilha utilizou-se 20 mg do fármaco sob pressão de 2tonelada durante 1 minuto. Em seguida, realizou-se o teste de dissolução intrínseca no meio lauril sulfato desódio a 0,5% a 37°C, sob agitação de 50 rpm. Ao analisar os dados obtidos, observou-se que a curva decalibração foi linear apresentando r = 0,9998. Em relação a velocidade de dissolução intrínseca (VDI), esta foiigual a 0,0058 mg/mL/min corroborando com o SBC sendo um fármaco de baixíssima solubilidade em água.Dessa forma, por dispor de condições mais controladas a dissolução intrínseca tem se tornado evidência com opropósito de ser empregado no SBC, sendo utilizado para caracterização de fármacos.

Palavras-chave: Sistema de classificação biofarmacêutica.Velocidade de dissolução intrinseca. Calibração.

ABSTRACT

The intrinsic dissolution is a test which has been used for many years for the characterization of soliddrug. This study aimed to characterize the antiretroviral drug efavirenz from the intrinsic dissolution andcompared to the biopharmaceutical classification system (BCS). Initially, was prepared a calibration curve with 5points read at wavelength of 247 nm in order to analyze the concentration of the samples. For the formation ofthe tablet was used 20 mg of the drug under pressure of 2 tons for 1 minute. Then, the test was carried outintrinsic dissolution in the middle sodium lauryl sulphate 0.5% at 37 ° C under agitation of 50 rpm. By analyzingthe data obtained, it was observed that the calibration curve was linear with r = 0.9998. Regarding the intrinsicdissolution rate (VDI), this was equal to 0.0058 mg/ml/min corroborating the SBC is a drug of low watersolubility. Thus, by having more controlled conditions the intrinsic dissolution has become evidence for thepurpose of being employed in the SBC and is used for characterization of pharmaceuticals.

Keywords: Biopharmaceutical classification system. Intrinsic dissolution rate . Calibration.

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INTRODUÇÃO

A dissolução intrínseca é um teste quetem sido utilizado durante muitos anos para acaracterização das drogas sólidas (AMIDON et.al,. 1982; YU AND AMIDON, 1999). A faixa ouvelocidade de dissolução intrínseca (VDI) édefinida como a faixa de dissolução desubstâncias puras sob condições constantes deárea superficial, temperatura, agitação e pH(UNITED STATES PHAMACOPEIA, 2009).

Isto fornece informações valiosas como ocomportamento físico-químico da substância nomeio de dissolução e a boa correlação entre asolubilidade e a faixa de dissolução intrínsecados fármacos (NICKLASSON et al., 1981, 1988;GU et al., 1987).

A VDI pode ser utilizada para avaliarparâmetros como: determinação de parâmetrostermodinâmicos associado com a fase detransição da cristalinidade, determinação da faixade pH para perfis de dissolução, estudo desurfactantes e efeitos do pH na solubilização defármacos de baixa solubilidade (WADKE ANDREIER, 1972; DAHLAN et al., 1987; JINNO et al.,2000; CHAN AND GRANT, 1989).

Segundo o SCB, a solubilidade de umfármaco é determinada pela dissolução dadosagem mais alta de um medicamento em 250mL de uma solução tampão de pH entre 1,0 e8,0. Um fármaco é considerado altamente solúvelquando o resultado, em volume, da relaçãodose/solubilidade é menor ou igual a 250 mL(FDA, 1997).

A VDI está relacionada à velocidade enão a um equilíbrio, de modo que esperasse umamelhor correlação entre a dissolução in vivo dasubstância, e consequentemente com o sistemade classificação biofarmacêutica (SCB), do quecom a solubilidade. Por esse motivo, tem sidosugerido que a VDI seja utilizado para classificaros fármacos ao invés da solubilidade. (AMIDONet al., 1995; YU et. al., 2004).

Desta forma, resultados discrepantespodem existir entre os métodos de solubilidade ede VDI (YU, 2004), já que no primeiro considera-se a quantidade de fármaco utilizado e nosegundo não, pois este analisa a quantidade dematerial necessária para a saturação.

O típico aparato consiste em uma punçãoe uma matriz fabricada a partir de aço resistente.

A punção é inserida na cavidade da matriz e omaterial teste é comprimido com uma prensahidráulica. A pastilha compacta é formada nacavidade, contendo uma única face exposta comárea definida no fundo da matriz (Figura 1). O póé comprimido com uma prensa hidráulica por 1minuto na compressão mínima necessária paraformar uma pastilha não desintegrante (UNITEDSTATES PHAMACOPEIA, 2009).

Figura 1. Equipamento para dissoluçãointrínseca.

Existem dois métodos para a realizaçãoda dissolução intrínseca: sistema de discorotativo, também conhecido com “Wood’sapparatus”, e sistema de disco fixo (Figura 2).

Figura 2. Tipos de dissolução intrínseca: sistemade disco estacionário ou fixo (a) e rotatório (b).

A utilização do disco rotativo é maiscomum, porém boa correlação dos resultados éobservada em comparação com o sistema de

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(a) (b)

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disco fixo e até com outros sistemas nãodescritos em farmacopéias, mas já testados emestudos para a determinação da velocidade dedissolução intrínseca, como o método da célulade fluxo e um aparato em miniatura (Mini-IDRTM)semelhante ao disco rotativo (BERGER et al.,2007; LEHTO et al., 2008; PELTONEN et al.,2003; TSINMAN et al., 2009; VIEGAS et al.,2001).

Em relação ao modelo de disco rotativo,esta desvantagem está relacionada a formaçãode bolhas na pastilha formada na superfície damatriz; além disso, pelo fato do aparato rotatóriodeste ser mais pesado, cerca de 512g, emrelação ao aparato pá, por volta de 144g, podehaver decréscimo de aproximadamente de 2°Cda temperatura do meio de dissolução. Ambos osproblemas podem gerar uma diminuição daefetividade da dissolução intrínseca (VIEGAS etal., 2001; UNITED STATES PATENT, 2002)

Efavirenz

Efavirenz é um agente antirretroviralclassificado como inibidores da transcriptasereversa não-análogos de nucleosídicos (ITRNNs)(Figura 3 e Tabela 1). Juntamente com osfármacos lamivudina e zidovudina, dentro daclasse de ITRNN, o EFV é considerado comofármaco de primeira escolha, preferencial ànevirapina, exceto para gestantes e criançasmenores de 3 anos. Essa opção estáfundamentada na sua elevada potência desupressão viral, comprovada eficácia a longoprazo e ao menor risco de efeitos adversossérios (BRASIL, 2008; BRASIL, 2009).

Figura 3. Estrutura química do EFV.

Tabela 1. Propriedades físico-químicas do fármaco efavirenz.

Características Descrição

Nome químico

(S)-6-Chloro-4-(cyclopropylethynyl)-1,4-dihydro-4 (trifluoromethyl)-2H-3,1-benzoxazin-2-one

Fórmula molecular C14H9ClF3NO2

Peso molecular 315.68 g/molpKa 10,3

DescriçãoPó cristalino branco ouquase branco, inodoro

Faixa de fusão 136 ºC a 141 ºC

SolubilidadePraticamente insolúvel emágua, solúvel em metanole diclorometano

Fonte: Adaptado de PATENTE US 6673372Crystalline Efavirenz.

Visto isso, objetivou-se a caracterizaçãodeste fármaco a partir da dissolução intrínsecapara sua melhor caracterização e comparaçãocom o SCB. PARTE EXPERIMENTAL 2.1. Matérias primas e vidrarias

Nesta análise foi utilizada a matéria-primaEFZ Cristália® (lote 15845). Como meio dedissolução foi utilizado lauril sulfato de sódio a0,5%. Utilizou-se álcool etílico absoluto na etapainicial da curva de calibração. Foram utilizadostambém papéis de filtro quantitativos, tubos deensaio, balões volumétricos e pipetasvolumétricas devidamente calibrados.

2.2. Equipamentos

Os equipamentos utilizados forambalança analítica Chio® modelo JK-200,espectrofotômetro UV-VIS Varian® modelo Cary30; Dissolutor Nova Ética Modelo 299 com seiscubas;

2.3. Metodologia

2.3.1 Preparação da solução amostra

As amostras de EFV puro foramanaliticamente pesadas e solubilizadas. Comosolvente, foi utilizado um solução de álcool etílicoabsoluto, obtendo-se uma concentração de 400

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µg/mL. As amostras foram preparadas emtriplicata. 2.3.2 Preparação da curva controle

Partindo da solução estoque do padrãode EFV (400 μg mL-1), foram realizadas diluiçõescom o meio lauril sulfato de sódio (LSS) 0,5%para a obtenção das seguintes concentrações: 2,4, 8, 10 e 12 μg/mL. A curva controle foipreparada e as amostras foram lidas nocomprimento de onda de 247nm. Esta curvatambém foi utilizada para o cálculo dasconcentrações das amostras.

2.3.3 Desenvolvimento do método analítico

Pesou-se 20 mg de fármaco, e emseguida realizou-se a compressão do pó dentroda cavidade no interior da matriz do aparato dedissolução intrínseca, através de uma prensahidráulica. A pressão exercida sob o pó foi de 2toneladas durante 1 minuto. Na dissoluçãointrínseca foi utilizado o meio LSS 0,5%, atemperatura de 37°C, sob agitação de 50 rpm.Esta técnica foi realizada com o discoestacionário no fundo da cuba, onde foi utilizadoo aparato tipo 2 (pá). Esta dissolução foirealizada durante 60 minutos, nos quais asalíquotas de 10 mL foram retiradas nos tempos10, 20, 30, 45 e 60 minutos. Estas amostragensforam feitas sem reposição, no entanto osresultados foram matematicamente corrigidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Nos Gráfico 1, observa-se que asconcentrações com suas respectivasabsorbâncias apresentaram-se de forma linear ,o que pode ser confirmado com o descrito naTabela 2 pois o coeficiente de correlação (r) deapresentou valor superior a 0,99, comorecomendado pela ANVISA através da RDC899/2003.

Tabela 2. Dados obtidos a partir da curva decalibração do EFV e 5TiO1.

Dados EFV

r 0,9998

Slope 0,0492

Intercepto 0,0044

Legenda: r (coeficiente de correlação).

Gráfico 1. Curva de calibração do EFV.

A mensuração da faixa de dissoluçãointrínseca é uma ferramenta funcional nacaracterização de drogas ou excipientes puros. Afaixa de dissolução intrínseca é definida comofaixa de dissolução de substâncias puras sobcondições de área superficial constante (UNITEDSTATES PHARMACOPEIA, 2009).

A VDI é facilmente calculada por:

J = V. d c . 1 , (Eq. 1)

d t . A

onde J é a faixa de dissolução intrínseca, V é ovolume do meio de dissolução, c é aconcentração, A é a área da cavidade da matriz,e t é o tempo (YU et al., 2004).

Para o cálculo da VDI é necessárioconstruir um gráfico da quantidade acumulada defármaco dissolvido em função do tempo e, pelaregressão linear dos pontos, com a obtenção daequação da reta, tem-se a velocidade dedissolução em unidade de massa por segundo,representada pelo valor do coeficiente angular. Avelocidade de dissolução é determinadadividindo-se esse valor pela área superficial docompactado em cm2, sendo reportada emunidade de massa cm-2 s-1 (UNITED STATESPHAMACOPEIA, 2009).

O gráfico obtido da quantidade defármaco dissolvido em função do tempo podeapresentar curvatura (alteração da inclinação dareta) e, neste caso, deve-se considerar apenas aregião linear inicial para o cálculo da velocidadede dissolução (UNITED STATES

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PHARMACOPEIA, 2009). Apesar de o Gráfico 2apresentar coeficiente de correlação menor que0,99 (Tabela 3), os coeficientes angulares (slope)foram utilizados para o cálculo da VDI já queestes pontos foram os que se mostraram emascensão antes de a concentração do fármacochegar ao equilíbrio. Este fato pode ser devido abaixa solubilidade do fármaco no meio fazendocom que apenas uma pequena quantidade estejadissolvida no meio (Gráfico 2), podendo gerarflutuações no próprio equipamentocomprometendo a linearidade.

Gráfico 2. Região inicial linear dos fármacos EFV.

Tabela 3. Dados obtidos a partir da dissoluçãointrínseca dos fármacos EFV e 5TiO1.

Dados EFV

r 0,8976

Slope 0,0291

Intercepto 1,2051

Legenda: r (coeficiente de correlação).

O conhecimento da velocidade dedissolução intrínseca é útil na predição deprováveis problemas de absorção relacionados avelocidade de dissolução. Tipicamente taxas dedissolução intrínseca maiores que 0,1mg/min/cm² ou 0,0017 mg/cm2/s, indicam quepossivelmente absorção não está associada àvelocidade de dissolução, ao passo que, taxas

de dissolução intrínseca menores que 0,1mg/min/cm² sugerem que a dissolução será aetapa limitante para a absorção, seja, fármacoscom VDI acima desse valor seriam consideradosde alta solubilidade e velocidades abaixo desselimite, indicariam fármacos de baixa solubilidade(YU et al, 2004).

Tabela 4. Velocidade de dissolução intrínseca(VDI) dos fármacos EFV e 5TiO1.

Fármaco VDI (mg/mL/min)EFV 0,0058

Na Tabela 4, observa-se que o fármacoapresentou-se abaixo da faixa, se classificandocomo de baixa solubilidade, de acordo com amedida da VDI, estando também emconcordância com SBC. Desta forma, estemétodo evidenciou as características do fármacopuro, devido a suas condições mais controladas.Em diversos estudos, atualmente, tem-sedemonstrado a importância da utilização destemétodo para maior confiabilidade no Sistema deClassificação Biofarmacêutica (SCB), visto queem um ensaio de solubilidade convencional,onde a quantidade de um fármaco é mantida sobagitação e temperaturas constantes até asaturação da solução, a determinação da realsolubilidade do material pode ser comprometida,devido as possíveis ocorrências derecristalizações durante o ensaio, que podemprovocar alteração da forma cristalina, formaçãode hidratos e solvatos (YAZDNIAN et al., 2004;ZAKERI-MILANI, 2009).

CONCLUSÕES:

Com a análise dos fármacos, observa-seque a dissolução intrínseca avalia de maneiraprecisa as propriedades do fármaco em questão,justamente por dispor de condições maiscontroladas durante o experimento. Dessa forma,a dissolução intrínseca tem se tornado evidênciacom o propósito de ser empregado no SBC,sendo utilizado para caracterização de fármacos.

REFERÊNCIAS:

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5. BRASIL. Ministério da Saúde. Re-comendações para Terapia Antirretroviral emCrianças e Adolescentes Infectados pelo HIV:manual de bolso, Brasília, DF, 2009. p. 200. 6. CHAN, H.K., GRANT, D.J. Intern. J.Pharm., 1989, 57, 117–124.7. DAHLAN, R., MCDONALD, C.,SUNDERLAND, V.B. J. Pharm. andPharmac., 1987, 39, 246–251.8. GUIDANCE for Industry Dissolution Testingof Immediate Release Solid Oral DosageForms. Rockville: FDA, 1997.9. GU, L.; HUYNH, O.; BECKER, A.;PETERS, S.; NGUYEN, H.; CHU, N. DrugDevel. Ind. Pharm., 1987, 13, 437-448.10. JINNO, J., CRISON, J.R., AMIDON, G.L.J. Pharm. Sci., 2000, 89, 268–274.11. LEHTO, P.; AALTONEN, J.; NIEMELÃ,P.; RANTANEN, J.; HIRVONEN, J.;TANNINEN, V. P.; PELTONEN, L. Intern. J.Pharm., 2008, 363, 66-72.12. NICKLASSON, M.; BRODIN, A.;NYQVIST, H. Acta Pharm. Suecica, 1981, 18,119–128.13. NICKLASSON, M.; FYHR, P.;MAGNUSSON, A. B.; GUNNVALD, K. Inter.J. Pharm., 1988, 46, 247–254.

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Agenda

6º Simpósio Nacional de BiocombustíveisData: 24 a 26 de abril de 2013Local: Canoas/RS – BRASILRealização: Associação Brasileira de QuímicaInformações: http://www.abq.org.br/biocom/

E-mail: [email protected]: (0XX21) 2224-4480 Fax: (0XX21) 2224-6881

11º Simpósio Brasileiro de EducaçãoQuímicaData: 28 a 30 de julho de 2013Local: Teresina/PI – BRASILRealização: Associação Brasileira de QuímicaInformações: http://www.abq.org.br/simpequi/

E-mail: [email protected]: (0XX21) 2224-4480 Fax: (0XX21) 2224-6881

6º Encontro Nacional de TecnologiaQuímicaData: 28 a 30 de agosto de 201Local: Maceió/AL – BRASILRealização: Associação Brasileira de TintasInformações: http://www.abq.org.br/entequi/

E-mail: [email protected]: (0XX21) 2224-4480 Fax: (0XX21) 2224-6881

IV Seminário Regional Sul de resíduosSólidos e X Seminário Nacional deResíduos sólidos Data: 18 e 19 de abril de 2013.Local: Florianópolis/SC – BRASILRealização: Associação Brasileira de Engenharia

Sanitária e AmbientalInformações: http://www.abes-dn.org.br/eventos/seminario_residuos_solidos/index.html

E-mail: [email protected] Avenida Beira-Mar, 216, 13º andarRio de Janeiro - 20021.060Tel.\Fax: (21)2277-3900;2262-6838

5° Congresso Interamericano de ResíduosSólidosData: 22 a 24 de maio de 2013Local: Lima – PeruRealização: Asociación Peruana de Ingeniería

Sanitaria y AmbientalInformações: http://apis.org.pe/vcongreso2013/

E-mail: [email protected]: (51-1) 447-9074

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Instruções para publicação

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Instructions for publications

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Notas rápidas

AUMENTO NO VALOR DAS BOLSAS DE PÓS-GRADUAÇÃO

A partir do dia 01 de abril, as bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado ofertadas peloConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e pela Coordenaçãode Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) terão reajuste de cerca de 10%sobre o valor atual. O pagamento com os novos valores será feito a partir de maio. A bolsa demestrado passará de R$ 1.350 para R$ 1.500, a de doutorado, de R$ 2.000 para R$ 2.200, e por fim,a bolsa de pós-doutorado será reajustada de R$ 3.700 para R$ 4.100. Este é o segundo reajuste emmenos de um ano. Em maio de 2012, o governo federal também concedeu um reajuste de 10% paramestrandos, doutorandos, pós-doutorandos e alunos de iniciação científica. A bolsa é uminstrumento para viabilizar a execução de projetos científicos, tecnológicos e educacionais naspesquisas e projetos apoiados pelos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e daEducação (MEC). Antes do reajuste do ano passado, o último reajuste de bolsas de pós-graduaçãono país havia sido em junho de 2008, quando as de mestrado passaram de R$ 940 para R$ 1,2 mil eas de doutorado de R$ 1,3 mil para R$ 1,8 mil. Entre 2004 e 2008, houve três aumentos, em que asbolsas obtiveram reajuste de 67% sobre os valores de 2002.

Fonte: www.cnpq.br e www.capes.gov.br:

TRAGÉDIA NO RS

Uma tragédia assolou o Rio grande do Sul logo no inicio de 2013, um incêndio em uma casanoturna causou a morte de 200 jovens na cidade de Santa Maria.

Luis De Boni

SUSTO NA RUSSIA

A queda de um objeto celeste na cidade Russa de Chelyabinsk causou pânico entre osmoradores.

Luis De Boni

SITUAÇÃO DELICADA

A Coreia do Norte, potência Nuclear, toma postura agressiva e ameaça transformar a Coreiado Sul em um cemitério. A mesma nação promete atacar os EUA com armas atômicas.

Luis De Boni

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