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SUMÁRIO Kjnb JORNALISMO INTERNACIONAL: CURSOS SUPERIORES DE JORNALISMO DO DISTRITO FEDERAL E A FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES NA ÁREA Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Educação, Tecnologia e Comunicação Curso de Jornalismo Trabalho de Conclusão de Curso Autora: Kamila de Lima Braga Orientador: Me. Alberto Marques Silva Brasília - DF 2016 JORNALISMO INTERNACIONAL: Competências para atuação na área

Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Educação, Tecnologia e Comunicação Curso de Jornalismo Trabalho de Conclusão de … · À jornalista Graça Mendes, por ser uma pessoa espetacular,

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SUMÁRIO

Kjnb

JORNALISMO INTERNACIONAL: CURSOS

SUPERIORES DE JORNALISMO DO DISTRITO FEDERAL E A

FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES NA ÁREA

Pró-Reitoria Acadêmica

Escola de Educação, Tecnologia e Comunicação

Curso de Jornalismo

Trabalho de Conclusão de Curso

Autora: Kamila de Lima Braga

Orientador: Me. Alberto Marques Silva

Autor: Kamila de Lima Braga

Orientador: Me. Alberto Marques Silva

Brasília - DF

2016

JORNALISMO INTERNACIONAL:

Competências para atuação na área

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KAMILA DE LIMA BRAGA

JORNALISMO INTERNACIONAL: Competências para atuação na área

Artigo apresentado ao curso de graduação em Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Jornalismo. Orientador: Prof. Me. Alberto Marques Silva.

Brasília – DF 2016

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus que criou o mundo e nele

colocou um ser pensante capaz de criar e de transformar as coisas ao seu redor.

À minha família, principalmente à minha mãe que sempre está presente, me

ampara, incentiva e acredita em mim.

A meu professor, orientador e amigo, Alberto Marques, pela grande

sabedoria, seriedade, organização, compreensão e paciência. Por sempre estar

disposto a me ajudar, escutar, entender, amparar, tranquilizar e dar ótimos

conselhos.

À doutora Luciane Agnez pela colaboração em indicação de referências

bibliográficas de jornalismo internacional.

Às jornalistas Priscila Rangel e Beatriz Arcoverde por se disporem a ajudar

neste trabalho.

À jornalista Graça Mendes, por ser uma pessoa espetacular, tranquila e

amiga. Fico muito grata por revisar este trabalho como um presente de formatura.

A todas as minhas professoras e professores de curso, que me

acrescentaram grandes conhecimentos nesse percurso acadêmico.

A todos que tentaram e ajudaram de alguma forma neste trabalho,

especialmente: Mariana Nunes, Angelo Carvalho, Manoel Ventura, Pedro Carvalho,

Mateus Lincoln, Marlon Juliano, Carlos Molinari, Robert Menezes, Jéssica Eufrásio,

Vera Lúcia Lima e Laisa Beatriz.

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“A profissão de jornalista precisa ser

exercida por alguém que acredite que seu

trabalho pode melhorar o mundo. Se o

repórter não tiver essa ambição, não dará

certo.”

José Hamilton Ribeiro

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JORNALISMO INTERNACIONAL: Competências para atuação na área

KAMILA DE LIMA BRAGA

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar e refletir sobre as competências que um jornalista precisa ter para atuar como correspondente internacional. Para isso, apresentamos um panorama do jornalismo internacional, os profissionais que atuam com ele, as competências e a influência das novas tecnologias. Por se tratar de uma pesquisa teórica, utilizamos a revisão de literatura como instrumento de pesquisa. Fazemos também uma reflexão sobre essa área de atuação do jornalista que trabalha no exterior e a influência da internet, principalmente na contemporaneidade.

Palavras-chave: Jornalismo Internacional. Competências. Correspondente Internacional.

INTERNATIONAL JOURNALISM: Competencies for actuating in this environment

Abstract

This article aims to present and reflect about the needed competencies a journalist has for actuating as a foreign correspondent. Taking this as consideration, we present an international journalism’s panorama, the professionals who act with it, the competencies and the new technologies influence. Since it is a theoretical research, we utilized literature revising as a research apparatus. We make also a reflection about this foreign environment where the journalist works for and the influence of internet, especially nowadays.

Keywords: International Journalism. Competencies. Foreign Correspondent.

1. INTRODUÇÃO

Um dos cargos mais prestigiados do jornalismo é o de correspondente

internacional, segundo Adghirni (2013) e Britto (2004). Muitas vezes jornalistas

tornam-se correspondentes por serem filhos de pais estrangeiros, por sorte de

serem chamados ou depois de muitos anos de experiência com o jornalismo local e

rotineiro. Contudo, ainda há competências necessárias para o exercício da profissão

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nessa área do jornalismo internacional, umas mais específicas e outras generalistas

que observamos e citamos neste artigo.

O mundo, principalmente o Brasil neste ano de 2016, enfrenta uma grande

crise econômica, e com isso as empresas cortam gastos e empregados. A redação

do jornal O Globo, por exemplo, demitiu 30 jornalistas em dezembro de 20151. A

área de atuação do correspondente é impactada também por esse cenário,

principalmente devido ao grande avanço da tecnologia.

Hoje, pessoas comuns noticiam fatos e o material é facilmente divulgado e

acessado pela internet. Mesmo não tendo o conhecimento e a habilidade do

profissional de comunicação, essas pessoas podem fazer um trabalho semelhante

(DINIZ, 2009). Além dos jovens jornalistas que aceitam pouco dinheiro e tomam

espaço dos mais velhos e experientes (HOHENBERG, 1981).

O editor de Mundo do jornal Folha de São Paulo, Fábio Zanini, disse em 2013

que os assuntos estrangeiros estavam crescendo no Brasil, mesmo que a editoria de

internacional não fosse a mais lida e o mercado estivesse passando por um

momento difícil de demissão de funcionários.

A editoria se destacou, principalmente, por dois fatores: a importância que o

Brasil estava ganhando no mundo e a situação financeira dos brasileiros que tinha

melhorado, fazendo-os viajar mais para o exterior e assim lerem uma quantidade

maior de notícias internacionais, até mesmo para entenderem o que estava

acontecendo no país de destino (NETZEL, 2013).

É nesse contexto que o nosso trabalho tem por objetivo apresentar as

competências dos jornalistas que atuam como correspondentes internacionais e

mostrar algumas mudanças que aconteceram na profissão, inclusive com o

surgimento da tecnologia.

De forma breve, buscamos também resgatar a história e o desenvolvimento

da área de atuação. Como método de pesquisa, utilizamos a revisão bibliográfica²,

ampla em diversas obras e pesquisas sobre o tema.

1Segundo matéria do Portal Imprensa de dezembro de 2015: “’O Globo’ demite 30 funcionários;

redação é a mais atingida pelos cortes”. ²Num sentido restrito, [revisão bibliográfica] é um conjunto de procedimentos que visa identificar informações bibliográficas, selecionar documentos pertinentes ao tema estudado e proceder à respectiva anotação ou fichamento das referências ou dados dos documentos para que sejam posteriormente utilizados na elaboração de um trabalho acadêmico (STUMPF, 2011, p 51).

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2. JORNALISMO INTERNACIONAL

O jornalismo internacional no Brasil tem relevância na sociedade, porque

“pode contribuir desde a compreensão da posição brasileira no cenário mundial até

entender quanto o jornalismo produzido em nosso país tem raízes estrangeiras”

(BRASIL; SIQUEIRA, 2014a, p. XII-XIII).

Ele é definido como uma especialização da profissão de jornalista, em que

notícias comuns de um determinado país são passadas para outro, por um

profissional do jornalismo. O que seria um assunto doméstico em um lugar passaria

a ser internacional em todos os demais (BRASIL, 2012).

Uma clara definição é a do repórter internacional Rodrigo Lopes, em

entrevista: “Para mim, o jornalismo internacional tem o objetivo de derrubar

barreiras, preconceitos, porque ele traz aquilo que é de fora, culturas de fora, para

dentro de um país [...]” (PROJETO PILOTO, 2014).

As notícias internacionais, diferentemente das locais, são importantes para

aproximar as pessoas, para conhecer, entender e respeitar outras culturas,

costumes, se solidarizar com situações de guerra em lugares distantes e pensar a

respeito da relação entre países (DELLAGNELLO; BALDESSAR, 2013).

Os acontecimentos são relatados conforme a vivência e a visão do

profissional sediado em um país que não é o dele. Os correspondentes podem ainda

utilizar matérias de agências de notícias como, por exemplo, France Presse,

Associated Press e Deutsche Presse-Agentur (DPA), como base para elaborar o

próprio material (PERES, 2005).

Peres (2005) observa que na maioria das vezes os veículos usam a produção

de notícias realizadas por agências internacionais americanas e europeias, que tem

escritórios em lugares específicos do mundo.

O jornalismo internacional é muito dependente de informações, materiais de

agências de notícias, jornais e TVs, na maioria estrangeiros. O material de agências

chega bruto, e é preciso que os redatores e editores façam uma adaptação para a

nossa realidade, a nossa história e cotidiano (AGUIAR, 2008).

Não existe consenso sobre o surgimento do jornalismo internacional. Há

indícios de que ele surgiu na Europa, no século XIX (NATALI, 2011). Contudo, o

autor acredita que esse jornalismo já nasceu internacional, na Europa e América do

Norte, no período mercantilista, na Idade Moderna, ao final do século XVIII.

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Durante essa época os grupos mercantis distribuíam notícias impressas para

o público sobre acontecimentos estrangeiros. “O jornalismo nasceu, isto sim, sob a

forma de jornalismo internacional, com o formato de coleta e difusão de notícias

produzidas em terras distantes” (NATALI, 2011, p. 23).

Vieira (2015) acredita na ideia de que esse jornalismo começou no século

XVI, na Europa, com algumas pessoas transmitindo informações de um país para

outro, o que mais tarde seria o trabalho realizado por correspondentes estrangeiros.

A modalidade surgiu quando o “banqueiro francês Jacob Függer von der Lilie criou a

newsletter com o objetivo de receber de seus agentes informações que tivessem

alguma utilidade para os negócios” (KUHN, 2005, p. 4).

Los Monteros (1998) concorda com os indícios de que tenha nascido no

século XIX, junto ao desenvolvimento da escrita, imprensa, indústria editorial,

transporte e tecnologias de comunicação. Ao contrário do que pensa Natali, Los

Monteros afirma que as notícias locais surgiram primeiro nos jornais, depois as

internacionais, tanto pela falta de interesse do leitor em assuntos estrangeiros como

pela dificuldade de reunir informações dos acontecimentos distantes.

Para o autor, as notícias internacionais só foram aparecer diariamente na

imprensa depois da Revolução Industrial, com o surgimento da primeira agência de

notícias internacionais, chamada Havas, conhecida atualmente por Agence France-

Presse (AFP), fundada em Paris em 1835, por Charles-Louis Havas (LOS

MONTEROS, 1998).

Marques de Melo (2003) também diz que o jornalismo local e o internacional

só se concretizaram após as Revoluções Industrial e Burguesa – eventos que

propiciaram uma grande produção e liberdade de imprensa. A comunicação que

ocorria antes era feita por meio de cartas, pequenos jornais etc., mas era restrita a

grupos de pessoas, por isso não podia ser considerada jornalismo, que deve ser

uma “recepção coletiva” divulgada para toda a sociedade (SARTORATO, 2005).

No Brasil, o noticiário internacional começou com os primeiros jornais

impressos, como a Gazeta do Rio de Janeiro, lançada em 10 de setembro de 1808,

e o Correio Braziliense, fundado em Brasília em 21 de abril de 1960. Na Gazeta, os

leitores podiam acompanhar a guerra na Europa, por exemplo. E no Correio, a

intenção era mostrar eventos do exterior que podiam acontecer no Brasil também

(RUSKY, 2013).

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Apesar da fundação do Correio Braziliense em 1960, ele já era editado desde

1808, em Londres, por Hipólito José da Costa, e seus exemplares chegavam aos

assinantes no Brasil tendo a política como assunto dominante. Diferente da Gazeta,

que tinha o costume de informar sobre o estado de saúde dos príncipes da Europa,

além dos acontecimentos locais (AMARAL, 2011).

Visão divergente tem Kuhn (2005), ao dizer que o jornalismo internacional no

Brasil começou a ser veiculado em 1836, pelo jornal Gazeta Universal, em

Pernambuco. Esse serviço chegou tardiamente ao país devido ao fato de as notícias

serem enviadas por meio de navios do exterior. As embarcações saíam da Europa

para o Recife, e do Recife para o Rio de Janeiro e São Paulo.

A partir daí a história do noticiário internacional brasileiro foi marcada por importantes fases. Entre o final do século XIX e início do século XX, por exemplo, surgiram no país 17 jornais destinados a comunidades de imigrantes. Nessa época, os jornais brasileiros também recebiam artigos enviados eventualmente por diplomatas em missão no exterior (KUHN, 2005, p. 5).

O jornalismo internacional começou a se destacar, no Brasil e no restante do

mundo, com a chegada do telégrafo, que tornou o processo de leitura e divulgação

mais rápido, pois assim não era mais necessário aguardar tanto tempo as

publicações vindas da Europa (LIMA, 2013).

Aguiar (2015) conta que, no Brasil, o jornalismo internacional foi muito usado

também no golpe de 1964, para tentar driblar a censura aos meios de comunicação,

principalmente em assuntos da política nacional. Alguns veículos usavam os

assuntos internacionais para fazer comparações do exterior com a Ditadura Militar,

sem deixar tão explícito o problema. Foi nesse período que as notícias

internacionais ganharam mais destaque e espaço (AMARAL, 2011).

3. OS JORNALISTAS

Os profissionais que trabalham diretamente com jornalismo internacional são

chamados de correspondentes internacionais e enviados especiais. Entre esses há

também os correspondentes de guerra, enviados de guerra, stringers, freelancers,

fixers e editores de mundo ou internacional.

Os correspondentes moram em um país que não é o de origem para poder

reportar as notícias. Já o enviado especial vai para outro país em um determinado

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momento para noticiar algo específico. Quando o assunto termina, ele volta ou vai

para outro país em seguida (BRITTO, 2004).

Os correspondentes internacionais também são conhecidos como

correspondentes fixos. Eles são repórteres que nascem em um país, mas depois,

devido ao trabalho, moram no exterior. Eles podem ainda levar o cônjuge e os filhos,

se tiverem (SARTORATO, 2005).

Eduardo e Silva Sartorato (2005) explica que o correspondente tem a

oportunidade de estar em contato com outra cultura diariamente e por isso pode

transmitir os acontecimentos com mais entendimento e clareza, até porque pode

conseguir as fontes de informações mais relevantes.

O enviado especial, ao contrário do correspondente, pode se dedicar a

apenas uma matéria, sem necessidade de enviar informações diariamente. Ele fica

por menos tempo em um lugar/região e geralmente é escolhido por ter maiores

conhecimentos no assunto da pauta ou sobre o lugar onde ela acontece (RUSKY,

2013). É repórter de redação (nem sempre cobre a editoria internacional), fica no

local reportado até cobrir todo o assunto pautado e faz muitas vezes suítes – que

seria cobrir com mais detalhes o assunto principal (GOMES, 2012).

Um outro cargo muito famoso é o do correspondente de guerra. Muitas vezes

ele é visto como um profissional corajoso, e é muito admirado por amar a profissão a

tal ponto de arriscar a vida para noticiar os acontecimentos nas zonas de conflito.

Mas, nem sempre ele vai por amor. O jornalista Carlos Fino diz que no fundo todos

vão por fatores de “celebridade, realização profissional, querem se testar até que

ponto conseguem ser heróis, até onde vai a coragem” (COSTA, 2014).

Cobrir guerras é um trabalho que demanda muito do repórter, tanto atenção

ao que acontece ao seu redor como o cultivo de boas fontes, principalmente do

governo (SARTORATO, 2005). Apesar dos riscos, os veículos jornalísticos gostam

de mandar profissionais para outros países tanto por ganharem credibilidade nas

notícias, pois o profissional vai vivenciar o que acontece, como pela visibilidade que

o próprio veículo e o jornalista ganham (COSTA, 2014).

Ambos, correspondente de guerra e enviado especial de guerra, deslocam-se

do local onde moram até o do conflito, com o objetivo de “relatar os acontecimentos

da forma mais objetiva e imparcial possível, garantindo a compreensão do fato ao

leitor, ouvinte ou telespectador” (KUHN, 2005, p. 2). Além do perigo, eles ainda

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podem encontrar dificuldades ao chegarem à região, como a censura e/ou influência

por parte das autoridades governamentais e dos militares (KUHN, 2005).

O número de jornalistas, em zonas de conflitos, tem aumentado devido a

alguns fatores: desenvolvimento da tecnologia, interesse do público por mais e

melhores informações sobre esses assuntos e os próprios interesses dos políticos,

principalmente em se posicionar e divulgar mensagens (TOMÉ, 2006).

Há ainda os freelancers e stringers. Apesar de serem confundidos pela

semelhança na forma de trabalhar, eles apresentam algumas diferenças entre si. O

freelancer produz conteúdo para qualquer veículo que quiser por tempo determinado

ou não, sem manter vínculo fixo, podendo ainda trabalhar para diversos veículos ao

mesmo tempo e cobrar por cada reportagem/matéria publicada. Este não precisa

necessariamente morar no local da cobertura (AGNEZ, 2014).

Agnez (2014), com base nos conceitos de Hannerz (2004), explica que essas

duas funções são tidas como informais na carreira dos correspondentes. Destaca,

contudo, que muitos começam a trabalhar dessa forma, até serem contratados

formalmente, quando o veículo se interessa pelo serviço prestado.

A figura do freelancer, nos Estados Unidos e em outros países mais

desenvolvidos, é mais valorizada do que no Brasil. Ele cobre pautas especiais,

produz aquelas que ele mesmo sugeriu e depois vende para os meios de

comunicação. Contudo, nem todos os veículos utilizam essa estratégia. O The New

York Times não incentiva a prática, prefere trabalhar com repórteres fixos e ainda

proíbe os trabalhos extras, pois acredita que isso pode comprometer o serviço do

profissional (JORGE, 2010).

“No Brasil, o repórter freelancer não tem tido chance, no cenário de redações

enxutas, de desenvolver um trabalho autônomo que lhe dê sustentabilidade”

(JORGE, 2010, p. 55). Para que ele consiga vender a matéria, segundo Thais de

Mendonça Jorge, o ideal é ir às reuniões de pauta dos veículos levando pautas

detalhadas que convençam os editores.

Segundo recente matéria divulgada no site InfoMoney (2015) o trabalho de

freelancer no Brasil está crescendo, inclusive, na área de Comunicação. Aumentou o

número de cadastros no site Freelancer.com, que passou de 17 mil para 235 mil

usuários. Isso se deve a mudança de comportamento dos profissionais, que agora

querem ter o próprio negócio, trabalho autônomo e também devido a crise

econômica que reduziu drasticamente o número de vagas ofertadas nas empresas.

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Já o stringer é um colaborador fixo de uma empresa (que também pode

trabalhar para outras), mas não possui contrato formal. Ele mora no local noticiado e

geralmente trabalha para ela por mais tempo (AGNEZ, 2014).

Liohn e Schelp (2016) contam que o jornalista foi trocado pelo freelancer, e

este último pelo stringer, que é pago apenas por matéria ou foto publicada. De fato,

o custo é reduzido para a empresa que contrata esse profissional, inclusive, muitas

delas deixaram de contratar fotógrafos para usarem o stringer no lugar.

Apesar do espaço conquistado, o stringer corre mais riscos por morar na

região dos acontecimentos e pela possibilidade de ser pego e torturado por

terroristas ou autoridades por dar informações a mais às agências de notícias

(LIOHN; SCHELP, 2016)

O repórter que trabalha para um correspondente internacional ou enviado

especial é chamado de fixer ou produtor local. Ele já mora na região onde a empresa

pretende fazer a cobertura jornalística e ajuda o profissional estrangeiro a se

ambientar no local, indicando fontes a serem entrevistadas, personagens, como

abordar as pessoas etc., servindo como um guia local. “Às vezes, pode ser

intérprete em entrevistas, motorista e assistente, de forma geral. O fixer apresenta

um perfil próximo de um repórter da editoria Cidade/Geral” (GOMES, 2012, p. 133).

A editoria dos jornais que trata do jornalismo internacional é geralmente

chamada de Mundo ou Internacional. Os profissionais que trabalham com ela, tanto

repórteres como editores, devem entender de geografia, lugares e regiões, globo

terrestre, problemas políticos, territoriais, econômicos, relações internacionais e

algumas coisas de diplomacia (JORGE, 2010, p. 85).

A editoria internacional, no Brasil, só surgiu no fim dos anos 1950, mesmo

que as notícias internacionais já estivessem circulando antes. Foi nessa época que

apareceram equipes especializadas na área. Devido ao elevado custo de manter

jornalistas no exterior, essa editoria se limitouà grande mídia (AGUIAR, 2008).

São poucos jornais pequenos, TVs e rádios do interior que a têm, e

geralmente fazem o trabalho sem correspondentes, usando apenas o telefone e

ajuda de colegas que já moram em outros países, como no caso do jornal goiano O

Popular (SARTORATO, 2005).

A jornalista Thais de Mendonça Jorge (2010) conta que antigamente os

responsáveis por essa editoria ficavam nas redações lendo todo o material que

chegava das agências de notícias. Mas, esse processo evoluiu, principalmente nos

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grandes jornais. Hoje os repórteres podem viajar para entrevistar as fontes e

personagens estrangeiros, cobrir eventos internacionais sendo correspondente ou

enviado especial e ainda participar de reuniões de cúpula e congressos.

Acredita-se que o primeiro correspondente do mundo foi o inglês Henry Crabb

Robinson, do jornal britânico The Times. Ele foi nomeado pelo jornal como

correspondente e encarregado de enviar notícias frequentemente de diversas

regiões da Europa (AGNEZ, 2014).

Há relatos também de que o primeiro tenha sido William Howard Russel,

irlandês que cobriu a guerra da Criméia em 1854. Na época, ele era repórter do The

Times, em Londres (SARTORATO, 2005). “Russel ficou conhecido por sua narrativa

sobre o avanço da carga da Brigada Ligeira britânica sobre os oponentes durante a

batalha” (KUHN, 2005, p.3).

Agnez (2014) cita que William Howard Russel foi correspondente depois de

Henry Crabb Robinson, confirmando a ideia de que Henry foi o primeiro. Silva (2011)

acredita que poderia ser James Perry, dono do jornal londrino Morning Chronicle.

Mas também acha possível que tenha sido Henry, apesar deste último ter sido mais

um “observador e comentarista dos fatos, que escrevia sem regularidade nem

compromisso com as notícias” (SILVA, 2011, p. 26).

Outra possibilidade é de que tenha sido o jornalista George Washburn

Smalley, do jornal americano New York Tribune. Este foi mandado para Londres em

1867 a fim de relatar os acontecimentos daquele lugar para o de sua origem, no

caso, os Estados Unidos (AGNEZ, 2014).

Já no Brasil, há indícios de que o primeiro jornalista a ser correspondente

internacional tenha sido João Paulo Alberto Coelho Barreto, conhecido como João

do Rio, por ter trabalhado para o jornal O País e recebido por isso (SILVA, 2011).

Ele foi enviado para Versalhes, na França, em 1918, para cobrir a Conferência do

Armistício e permaneceu na cidade por oito meses (SOUZA, 2009).

Os primeiros correspondentes de guerra internacionais brasileiros foram os

repórteres Joel Silveira, dos Diários Associados, e Rubem Braga, do Diário Carioca,

durante a Segunda Guerra Mundial, no século XX. Ambos foram ao evento para

noticiá-lo (SARTORATO, 2005). E o primeiro correspondente de guerra a noticiar um

acontecimento nacional foi Euclides da Cunha, que cobriu o conflito de Canudos no

sertão nordestino, em 1897, para O Estado de São Paulo (JORGE, 2010, p.101).

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4. COMPETÊNCIAS

Para ser correspondente o jornalista precisa ter um vasto conhecimento,

saber um pouco sobre tudo, pois ele terá que escrever no país em que está

morando, para todas as editorias, por exemplo, política, cultura, economia e

comportamento (BRITTO, 2004). Ainda tem que saber selecionar o que, de fato,

será relevante para outros países, saber filtrar as informações e se pautar (BRASIL,

2012).

Saber outro idioma é algo essencial nessa carreira, no caso do brasileiro, falar

e entender inglês, no mínimo. Será melhor se souber mais de uma língua,

principalmente para o veículo contratante que reduz a despesa de pagar por um

intérprete para acompanhar e traduzir o que o estrangeiro diz (BRITTO, 2004).

Além disso, esse profissional precisa lidar com conversas formais e informais

de vários assuntos, além de fazer traduções, tendo sempre o cuidado com palavras

semelhantes ao português, como a palavra pretend, que pode ser confundida com o

verbo “pretender”, mas que significa fingir, em português (RUSKY, 2013).

Outro fator importante é se relacionar bem com o Ministério das Relações

Exteriores do Brasil, o Itamaraty, outras áreas internacionais do governo e de

empresas, como as embaixadas, consulados etc. Além disso, tem que ser hábil para

realizar entrevistas por telefone com pessoas de outros lugares do mundo (JORGE,

2010).

Esse jornalista deve ter ainda facilidade com a tecnologia, assim como outros

profissionais desta nova era digital. É necessário ser multimídia e multiplataforma,

de modo que desempenhe várias funções como: escrever, diagramar, fotografar,

publicar matérias impressas, digitais, mandar conteúdo para televisão, rádio, entre

outros. Em alguns veículos como a Folha de São Paulo, por exemplo, é obrigatório

ter um blog com alimentação semanal de conteúdos (ADGHIRNI, 2013).

Muitas vezes, conteúdos complementares aos das reportagens são postados

nos blogs dos correspondentes. Nesses espaços, eles têm a oportunidade de

escrever mais sobre um assunto que foi publicado na mídia tradicional, inclusive a

própria visão e opinião, acrescentar curiosidades, coisas interessantes e

informações que foram cortadas na hora da edição (ARCHETTI, 2012).

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Cristiana Mesquita (2002) comenta que, quando trabalhou para agências

internacionais de notícias em coberturas de guerra, tinha que saber exercer várias

funções e, na maioria das vezes, a equipe era composta por apenas duas pessoas:

Repórteres e cinegrafistas são treinados para fazer muito mais do que suas respectivas funções exigem. Já aconteceu, por exemplo, de eu estar ocupada produzindo ou escrevendo uma matéria e o cinegrafista sair correndo para fazer uma entrevista; ou então o cinegrafista estar ocupado com uma edição e eu ter que sair para gravar imagens complementares (MESQUITA, 2002, p. 67).

Para Utzeri (1989), o correspondente precisa ter um olhar aguçado para

escolher bons assuntos, além de escrever muito bem, de forma que atraia o leitor,

principalmente pelo fato de a editoria de internacional não ser tão lida. Esse

profissional tem que mostrar a essência das pessoas e do lugar onde ele está. Além

de fazer comparações, ver coisas em comum entre as situações do país onde atua e

o de origem.

O correspondente Samy Adghirni ressalta que a primeira coisa que uma

pessoa deve ter para ser esse tipo de profissional é o interesse pessoal por

questões de outros países. Além de “ter cabeça aberta para entender e não julgar o

‘exótico’” (ADGHIRNI, 2013, p. 43).

O conhecimento aprofundado que os repórteres possuem de certa região

pode vir da família vinda de outro país ou de muita leitura sobre aquele local

(RUSKY, 2013; BRITTO, 2004). Ser filho de pais estrangeiros favorece, porque ele

convive com duas culturas desde a infância, o que proporciona um conhecimento

maior em relação a outros profissionais.

Os correspondentes precisam se dedicar exclusivamente à profissão, e isso

influencia até mesmo na vida pessoal, em que esse profissional terá que se

deslocar, mudar para outros lugares e se afastar da família. Por isso, a maioria dos

correspondentes são solteiros e sem filhos (AGNEZ, 2014).

Na maioria das vezes, os correspondentes internacionais trabalham sozinhos

em casa. Eles perdem o espaço que deveria ser chamado de “lar”, pois passam a

maior parte do tempo trabalhando. Podem fazer até 11 matérias por dia, como foi o

caso do jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva (SILVA, 2011).

Para Antônio Brasil (2014), há dois fatores que são levados em conta para

que alguém seja correspondente:

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[...] ser muito rico e bancar um longo período de desemprego ou pequenos ‘frilas’ no exterior ou ser um daqueles abençoados com um enorme Q.I, ou seja ‘quem indica’. O QI ainda é uma das maneiras mais recorrentes no jornalismo brasileiro para se conseguir um bom emprego ou uma boa colocação no exterior como correspondente internacional (BRASIL, 2014b, p.1).

O autor diz que muitos jornalistas são ou já foram correspondentes, por

indicação, por obra do acaso, ou por outros motivos não divulgados ainda, pois não

há uma clareza, seleção, curso especializado ou alguma preparação específica para

o cargo. Hohenberg (1981) diz o mesmo e acrescenta que alguns escolhidos para a

correspondência precisam depois fazer cursos especiais com treinamentos rigorosos

e dedicar várias horas do dia ao estudo de idiomas.

Muitos têm a sorte de estar no lugar e na hora exata de um acontecimento

que precisa ser noticiado. Outros pedem para ser testados pelos editores, mas nem

sempre conseguem convencê-los. Os que conseguem ser correspondentes, muitas

vezes, o são por meio de promoções em jornais com equipe no exterior e em

agências de notícias, atuando em revistas ou jornais (HOHENBERG, 1981).

Atualmente, muitos jovens estão conseguindo ser correspondentes

internacionais, devido ao fato de saberem fazer várias coisas sozinhos e de

aceitarem baixos salários para exercer o cargo. O chamado correspondente da era

digital, muitas vezes é freelancer. Ele escreve bem e exerce um papel de

empreendedor: vende o produto e manda o material por meio da internet (BRASIL,

2014b).

Há jovens que aceitam essas experiências ganhando menos do que se

atuassem na própria cidade, mas a maioria das oportunidades para eles são em

zonas de conflito. Na guerra do Vietnã (primeira guerra noticiada em TV) e na guerra

civil no Líbano, foi predominante a presença de jovens cobrindo as tragédias

(HOHENBERG, 1981).

É importante ressaltar as possibilidades nas chamadas “mídias alternativas”.

Um exemplo é o da revista Cadernos do Terceiro Mundo, fundada em 1974, mas

que deixou de existir em 2006. Ela tratava de assuntos de países ainda em

desenvolvimento, os que são menos noticiados pela grande mídia (AGUIAR, 2015).

Atualmente existe o portal Carta Maior, criado em 2001, em Porto Alegre, com intuito

de oferecer uma mídia democrática no Brasil, conforme o “Quem somos” do próprio

site.

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Por esse profissional lidar com muitos assuntos e ter grandes desafios, ele se

destaca na profissão. “O jornalista que toma como matéria-prima essa montanha

quase infinita de informações é, nas redações, um especialista respeitado. Ele lida

com uma diversidade imensa de assuntos, com uma complexidade incrível de

conflitos” (NATALI, 2011, p. 9).

Antes de atuar na profissão, é preciso entender que, apesar da imagem

romantizada (viajar o mundo, morar no exterior, ter status) e heroica (no caso do

correspondente de guerra que arrisca a vida pela informação) da carreira, a

realidade é dura e a rotina vem à tona (WILLIAMS, 2011 apud AGNEZ, 2014).

Silva (2011, p. 13) conta que nem sempre ele fez as coisas com prazer e

muita competência, pois apesar da imagem idealizadora de profissão sem rotina, ela

se torna rotina e por isso “pode ser massacrante, já que o correspondente

estrangeiro não tem tema fixo nem descanso”.

5. TECNOLOGIAS

Com a chegada das novas tecnologias, no século XX, tanto o trabalho das

agências de notícias como o dos correspondentes foi facilitado. A internet permite

mais mobilidade ao profissional de comunicação, pois agora ele pode enviar, a

qualquer momento, textos, imagens, áudios e vídeos de onde quer que esteja.

Os satélites e os computadores foram as primeiras técnicas que facilitaram o

relato direto das informações, principalmente na Guerra do Golfo, em 1991. As

evoluções tecnológicas na área da comunicação tiveram muita influência no

desenvolver da sociedade. O professor e autor de livros, Harold Innis, foi o primeiro

a perceber essa mudança. Mais tarde, Marshall McLuhan aprimoraria esse

pensamento (SANTOS, 2003).

John Hohenberg (1981) conta que na época, o método de ditar pelo telefone

para gravadores se tornou melhor que o telex, em vários lugares, devido à

velocidade de transcreverem o texto. Nasceram ainda novas possibilidades de troca

de informações, seja por e-mail (correio eletrônico), arquivo mp3 (áudio), entre

outros (CHARLEAUX, 2001).

O ex-correspondente da BBC, Douglas Stuart, conta que antigamente o

trabalho do correspondente, principalmente do de guerra, sofria mais pressão do

que hoje. Ele observa que a internet ajuda muito, tanto na apuração como na

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distribuição de notícias. Mas esse profissional não deve pensar que o trabalho é

mais fácil por saber dominar a internet, pois ainda é preciso relatar e interpretar as

notícias estrangeiras de forma compreensível (KNIGHT, 1995).

A internet facilitou o trabalho do jornalismo internacional e foi uma grande

“revolução”, uma vez que o profissional parou de ser tão dependente do material das

agências de notícias, que demoravaa chegar às redações, e passou ele próprio a

buscar informações/dados rapidamente, sem precisar esperar. Além disso, foi

possível reduzir custos, principalmente de ligações telefônicas ao exterior, pois a

internet é muito mais barata (NATALI, 2011).

Apesar de ver tantas vantagens na internet, Natali (2011) assume que ela não

substitui o quadro de correspondentes, mas afirma que ajuda na diversidade de

informações colhidas sobre um assunto e auxilia os veículos de comunicação que

não podem ter muitos profissionais no exterior.

Contudo a exigência tornou-se muito maior, principalmente pela velocidade de

transmissão. Um exemplo é em relação ao fuso horário, que é diferente entre o

Brasil e a Europa. Às vezes um jornal brasileiro precisa noticiar um acontecimento

em certo momento, mas no outro país esse fato ainda não teve resultado, emesmo

assim os jornalistas precisam mandar conteúdo. Muitos se precipitam para cumprir

o trabalho e conseguir ser o primeiro a noticiar, mas o resultado pode ser

desastroso, pois este não teve muito tempo de pesquisar e se aprofundar nos fatos,

de variar nas fontes e analisar a veracidade das notícias (SILVA, 2011).

Com o surgimento da tecnologia, as notícias sobre outros países chegam

mais rápido. Porém, qualquer indivíduo pode ser um produtor de informação, onde

quer que ele esteja. Ele pode noticiar um fato, por um texto, uma foto, um áudio ou

vídeo. Por isso, o trabalho do correspondente ficou um pouco desvalorizado

(AGNEZ, 2012).

Sartorato (2005) também observa o impacto que a internet trouxe ao

jornalismo internacional. Para ele, do mesmo modo que ela trouxe benefícios por

diminuir as distâncias, os custos na transmissão e por trazer a democratização da

informação, ela trouxe casos a serem pensados, como o poder de qualquer pessoa

divulgar as próprias notícias e opiniões em um lugar que não tem censura e que se

torna visível para milhares de pessoas.

Antônio Brasil (2003) observou que as transmissões jornalísticas ficaram mais

rápidas e interessantes, mas que tiraram também muitas vidas. Ele cita a

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transmissão da CNN, na Guerra do Iraque, com diversas notícias circulando pela

internet, vídeos ao vivo da tragédia, principalmente por meio de videofone. Houve

uma cobertura bem ampla, mas por outro lado, muitos jornalistas morreram em

busca de notícias e imagens.

Atualmente encontramos notícias até mesmo nas redes sociais, livres e

gratuitas, devido à rápida circulação de informação transmitida por qualquer pessoa.

Muitos especialistas acham desnecessário ter estruturas físicas para a cobertura

internacional. Por isso empresas/emissoras reduzem o quadro desses profissionais

(BALDESSAR; DELLAGNELLO, 2013)

Contudo, Hamad Kiani, jornalista paquistanês, acredita que as informações

transmitidas via redes sociais, realizadas por qualquer indivíduo, não podem ser

comparadas ao trabalho dos jornalistas profissionais que vão apurar, investigar,

checar, entrevistar diversas fontes, interpretar e contextualizar os acontecimentos,

pois isso é informação jornalística, não rumores ou opiniões divulgadas na internet

(BALDESSAR; DELLAGNELLO, 2013).

Apesar do avanço tecnológico que permite qualquer pessoa noticiar um fato,

o papel do jornalista não pode ser facilmente extinto por esse motivo. Até porque

qualquer pessoa não garante uma informação verdadeira. Alberto Dines em debate

sobre as novas tecnologias, no programa Observatório da Imprensa, reflete sobre

esse cenário:

A internet e as novas tecnologias mudaram drasticamente os hábitos e a maneira de consumir notícias. Mas ninguém consegue responder a esta perguntinha incômoda: as pessoas estão mais e melhor informadas? [...] Aumenta o número de blogueiros e de twiteiros, mas não aumenta o número dos bem informados. Este é um dos saldos da revolução informativa que bem resume-se a uma coletânea de factóides (DINIZ, 2009, p. 1).

Mesmo assim, quando os donos de redações pensam na circulação fácil de

informações pela internet, logo reduzem o número de profissionais para diminuir as

despesas. Em acontecimentos internacionais, eles usam os materiais produzidos por

amadores locais, e depois, se julgarem necessário, mandam um enviado especial

para colher assuntos mais detalhados. Na falta dele, contentam-se com o produto

das agências de notícias (VIEIRA, 2015).

No momento, o mercado passa por uma crise de redução de profissionais de

comunicação, principalmente os internacionais, por motivos tanto de dificuldades

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financeiras como de mudanças tecnológicas, mas Vieira (2015) relata que esse

profissional não vai acabar.

Cristina Archetti (2012) também notou a diminuição do número de

correspondentes nas organizações. Ela acredita que isso esteja relacionado aos

avanços tecnológicos de comunicação, principalmente pelo fato de os equipamentos

de gravação serem todos portáteis, de fácil uso e por permitirem editar o material em

qualquer lugar em que o profissional esteja.

Quem dá exemplos é o correspondente internacional Isaac Karipidis, o qual

relata que antes precisava de cinegrafista, mas hoje em dia ele pode fazer tudo

sozinho, pois tem a própria câmera e computador. Apesar de ter que assumir várias

funções, ele vê a vantagem da redução de gastos com o avanço da internet

(ARCHETTI, 2012).

No Brasil do século XIX e XX, as notícias internacionais tiveram muita

importância. Mas nos últimos anos, devido à redução no quadro de empregados das

empresas e das assinaturas em serviços de informação, a editoria de internacional

perdeu muito espaço. Investe-se menos quando essa apenas reproduz ou faz

conteúdos semelhantes aos demais se esquecendo de inovar (AGUIAR, 2008).

“A figura do correspondente internacional, glorificada entre as décadas de

1970 e 1980 como o topo da carreira de repórter, está ameaçada” (AGNEZ;

MOURA, 2015, p. 53). Atualmente, quem está ocupando o cargo de correspondente

internacional são os jovens, mas os que entram se deparam com um mercado

precário que paga menos e exige cada vez mais.

Para alguns, o quadro de correspondentes está diminuindo, para outros está

crescendo. Um exemplo de diminuição é em relação à emissora Record que tinha

quatro correspondentes nos Estados Unidos, mas em 2013 esse número foi

reduzido (VIERA, 2015). Porém, segundo o repórter Marcos Losekann, em palestra

na Universidade Católica de Brasília, em 2016, no caso da emissora Globo o quadro

tem aumentado, e estão contratando ainda mais pessoas jovens.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao realizarmos este trabalho observamos que as competências citadas,

necessárias para exercer o cargo de correspondente, são generalistas. Não

encontramos muitas competências específicas que podem garantir que o

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profissional seja correspondente internacional. Qualquer jornalista que cobre local,

nacional ou internacional precisa ter conhecimentos gerais.

É interessante observar também como um jornalista se torna correspondente,

pois não há regras. Apesar das exigências, ele consegue geralmente por sorte, por

ter familiares ou pelo “Q.I.” (quem indica) citado por Antônio Brasil (2014b). É uma

função vista muitas vezes de forma “romantizada”, como diz Luciane Agnez (2014),

mas muito cansativa e cheia de responsabilidades.

Notamos ainda as mudanças que o desenvolvimento da tecnologia provocou

na área do jornalismo internacional. Identificamos profissionais que veem os

benefícios e os malefícios das novas tecnologias. E por isso, vemos que é de

fundamental importância refletir sobre as possibilidades que podemos ter com essa

nova era digital e tentar encontrar saídas para driblar a redução de profissionais nos

veículos jornalísticos.

Ao buscarmos referências bibliográficas encontramos diversos trabalhos

sobre a temática, mas tivemos dificuldades quanto ao contexto histórico do

jornalismo internacional. Podemos citar as obras de João Batista Natali, Jornalismo

Internacional, e de Carlos Eduardo Lins da Silva, Correspondente Internacional,

como base para qualquer trabalho na área. Além dos diversos textos de Antônio

Brasil que são bastante pertinentes e reflexivos.

Não encontramos pesquisas dessa temática na área acadêmica. Propomos

com isso que novos trabalhos sejam realizados a respeito do tema. Observar

dinâmicas, identificar alterações na prática e refletir sobre o assunto aplicando

estudos empíricos é de fundamental importância.

7. REFERÊNCIAS

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