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Apostila basica sobre processos mineiros
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1. �ecessidades básicas, qualidade de vida e productividade
Nos meados do sec. XX, no mundo contavam-se aproximadamente 2,5 biliões de pessoas. Hoje, contam-
se quase 7 biliões; um aumento de aproximadamente 275%, em cerca de 50 anos. Mais de 90% desse
aumento ocorreu nos Países em vias de desenvolvimento. Cerca de 1,5 biliões de pessoas (60%) vivem a
baixo da linha média da pobreza, lutando para satisfazer as suas necessidades básicas:
Alimentação – Comida suficiente todos os dias para gerar energia necessária para viver e trabalhar.
Vestuário – Vestuário suficiente para proteger-se contra condições adversas do tempo, e permitir higiene
adequada.
Abrigo – Um abrigo que providencie proteção quando em estado de emfermidade, e que tenha o aparato
necessário para garantir uma vida minimamente digna.
Segurança – Segurança contra a violência e contra o desemprego.
Saúde e serviços essenciais – Acesso à água potável, ao uso de energia, cuidados médicos, sanitários,
educação e meio de transporte.
A aspiração da população é de elevar o seu nível de vida e aumentar a sua qualidade de vida. Isto traduz-
se directamente na satisfação das suas necessidades básicas. Por outro lado, o desejo de viver num
ambiente mais saudável, desfrutar de actividades culturais, poder viajar, entre outras coisas, são também
algumas aspirações de um ser humano.
Porém, para que uma sociedade ou nação eleve a qualidade de vida, ela deve esforçar-se em maximizar o
rendimento a partir dos seus recursos; isto é, aumentar a productividade, por forma que a sua economia
cresça.
I. PRODUCTIVIDADE E QUALIDADE DE VIDA
2
2. Productividade
A pruductividade pode ser definida do seguinte modo:
Produtividade = toinvestimen
entorendim
Este termo é usado para medir até que ponto um certo rendimento pode ser extraído de um dado
investimento. O termo productividade pode ser simples, nos casos em que tanto o rendimento como o
investimento, são elementos tangíveis e facilmente mensuráveis.
Tomemos como exemplo:
Um carpinteiro, trabalha 8 horas por dia e produz 400 cadeiras por mês, usando um cerrote manual.
a) Assumamos que como resultado de mudança de método de tarbalho, ele passa a produzir 500 cadeiras
ao invês de 400, mas com o mesmo equipamento e horas de tarbalho. A sua productividade em termos de
número de cadeiras produzidas subiu em 25%.
b) Assumamos agora que, como resultado, ele era incapaz de vender as 500 cadeiras e , portanto, sentiu-se
obrigado a baixar o preço do seu produto de 2Mt por cadeira para 1,8Mt. Se ele quiser medir a sua
productividade, se interessará mais por termos monetários do que simplesmente por número de cadeiras
produzidas.
Ora vejamos:
500 * 1,8 =900Mt/mês. Assim, a sua productividade seria:
%5,12800
)800900(=
−
Daqui, pode-se fazer duas observações:
1- No primeiro caso, a productividade foi medida com base no número de cadeiras e no segundo caso,
com base em termos monetários. Quer dizer, dependendo de o que se pretende medir, a natureza do
rendimento e do investimento variará.
2- Enquanto a produção aumenta, neste exemplo, de 400 para 500 cadeiras, a productividade, em termos
monetários, não mostrou um aumento correspondente. Isto significa que há necessidade de se distinguir
aumento de produção com aumento de productividade (que neste exemplo foi medido em Mt).
3
No caso em que as variáveis rendimento e investimento são intangíveis, a productividade ganha uma outra
vertente; isto é, torna-se difícil de mensurar.
Vejamos um exemplo:
Assumamos agora que o carpinteiro decida substituir o seu serrote manual, por exemplo, por um serrote a
diesel, que lhe custe 6000Mt, que ele reconhece que se amortize em 10 anos. Em outras palavras, o custo
deste investimento será de 600Mt/ano, durante 10 anos, ou 50Mt/mês. Porque o serrote usa diesel, ele
gasta 50Mt/mês para a compra deste produto. Assumamos também que a sua produção mantem-se
constante em 500 cadeiras por mês.
Medida a produtividade em termos monetários, teremos 500*1,8 =900Mt/mês, do qual serão retirados 50
Mt do serrote a diesel e 50Mt do combustivel, ou 100 Mt. Assim, os seus ganhos monetários serão de
900Mt–100Mt=800Mt. Neste caso, a sua productividade expressa em ganhos monetários não aumentou,
do que quando ele produzia 400 cadeiras fazendo o uso de um cerrote manual (produzindo 400 cadeiras e
vendendo as a 2Mt cada).
Porém, carpinteiro, tem a certeza de que com o seu novo investimento, a qualidade do seu produto
aumentou, terá poucas unidades rejeitadas e a satisfação dos seus clientes aumenta, de maneiras que,
com o tempo, ele poderá aumentar o preço do seu produto. Ainda mais: A sua própria satisfação no
trabalho aumentou, uma vez que tornou-se mais fácil executar as suas funções de carpinteiro (fazendo o
uso de um serrote a diesel).
Comforme se pode notar, neste exemplo, a definição de rendimento ganha um outro aspecto, tendo sido
alargada a englobar qualidade e factores relactivamente intangíveis (a satisfação do cliente e facilidade de
trabalho). Assim, a productividade torna-se dificil de mensurar com precisão devido a estes factores
intangíveis e por causa do lapso de tempo necessário para se determinar quando é que os preços podem
ser aumentados, tomando em consideração a satisfação do cliente.
Estes exemplos ajudam a demonstrar que são vários os factores que afectam a productividade numa
organização (qualquer que seja).
Para ilustrar este conceito e a sua relação, consideremos os 5 modos para incrementar o valor da
productividade, nomeadamente:
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i) Aumentar o rendimento e diminuir o investimento
Ex: Uma certa companhia “A” trabalhou durante muito tempo com caldeiras de carvão para produção de
vapor. Um dos grandes problemas que o carvão apresenta como materia prima é o que fazer com as suas
cinzas.
Em primeiro plano uma companhia “B” foi contratada para dar destino às tais cinzas. A companhia “A”
notou que era um negócio com custos elevados. Abriu-se uma linha de investigação deste problema, até
que se descobriu que as cinzas podiam ser usadas como aditivo na produção de rações. Assim, houve uma
forte clientela de produtores de rações a fazer compra das cinzas produzidas pela companhia “A”.
ii) Aumentar o rendimento e manter o investimento constante
Este caso acontece, por exemplo, quando o método de trabalho é modificado e como resultado, a produção
é mais rápida. O investimento permanece constante (ex: salários), mas porque maior número de unidades é
produzido, o rendimento aumenta.
iii) Baixar o investimento e manter o rendimento constante
Acontece, por exemplo, quando o método de trabalho é modificado e no processo, uma ou mais máquinas
ou estações de trabalho são eliminadas. O custo de investimento será automaticamente menor. O
rendimento pode manter-se constante, mas a produtividade crescerá.
Exemplo: Uma companhia de empacotamento de rebuçados, automatizou os sistemas de fornecimento,
pesagem e alimentação, de maneiras que a única operação manual que nela se assistia era o
empacotamento. Funcionavam três máquinas, todas à mesma velocidade e ritmo, cada uma sendo operada
C
C
5
por um trabalhador. Cada uma das máquinas tinha a sua caixa de recepção de rebuçados. Depois de uma
investigação profunda, descobriu-se que apenas duas caixas de recepção eram suficientes para garantir a
mesma produção. Por isso, teve que ocorrer a redução de mão de obra (1 trabalhador) e 1 máquina
(investimento). No entanto, a taxa de produção manteve-se constante (rendimento).
iv) Aumentar o investimento bem como o rendimento mas, o aumento do investimento deve ser em
menor quantidade do que o do rendimento
Exemplo: Uma companhia de fabricação de cortinados de escritório, obtinha a sua matéria prima em
grandes quantidades a parir de uma indústria téxtil estrangeira. Preparava-a conforme as
encomendas.Contudo, em cada conjunto de cortinas fabricadas, 2,5 m2 de pano restavam, pois, para aquilo
que era a actividade da companhia, não tinha utilidade. A companhia vendia-os para alfaiates locais por
um preço muito abaixo do que aquele pelo qual era adquirido.
A solução para este problema foi a companhia abrir uma linha de produção de outros artigos a partir do
material que restava e vender-os, embora o seu alvo principal não fosse a venda destes artigos.
v) Baixar o rendimento e o investimento, este em maior quantidade
É onde, tal qual o caso 3, o método de trabalho é modificado e no processo uma ou mais máquinas ou
estações de trabalho são eliminadas. O investimento é reduzido. O rendimento também pode sofrer
redução, mas se o investimento é reduzido em maior medida que o rendimento, a productividade aumenta.
Exemplo: Uma companhia téxtil produzia fraldas de algodão. Ela dominava o mercado nessas vendas,
mas não fazia nada para melhorar as relações com os seus clientes. Isto culminou com a entrada de outras
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companhias no mercado, o que originou uma competição muito forte, que levou a companhia a perder
muitos dos seus clientes.
No entanto, a companhia investigou detalhadamente aspectos relacionados com a satisfação dos seus
clientes. A sua primeira opção foi produzir produtos de superior qualidade e manter os custos de produção
os mais baixos possíveis. A seguir, decidiu reduzir o número de máquinas de 3 para 1, e a mão de obra de
9 para 2. Deste modo, o rendimento foi drasticamente reduzido e os investimentos ainda mais reduzidos.
3. Factores de investimento e rendimento numa empresa
Numa empresa típica, o investimento é normalmente definido em termos de produtos ou serviços
prestados. No respeitante a manufacturas, os produtos são expressos em números, por valores e por
conformidades para predeterminar os padrões de qualidade. Em empresas de prestação de serviços, como
companhias de transporte público ou agências de viajens, o rendimento é expresso em serviços prestados.
Numa companhia de transportes, tais serviços prestados podem ser o número de clientes ou toneladas
carregadas por quilómetro. Numa agência de viajens, os serviços prestados podem ser o número de
bilhetes vendidos.
Uma empresa dispõem de certos recursos ou investimentos, atraves dos quais ela produz os investimentos
desejados. São eles:
Terra e infraestruturas – Terra e infraestruturas em local conveniente
Materiais – Materiais que podem ser convertidos em produtos para serem vendidos, tanto como matéria
prima, ou como materiais auxiliares.
Energia - Energia nas suas variadas formas: electricidade, gás, energia solar ou petróleo.
Máquinas e equipamentos - Máquinas e equipamentos necessários para as actividades de operação da
empresa, incluindo aqueles de transporte e manuseamento, aparelhos de aquecimento ou ar condicionado,
equipamento de escritório, terminais de computadores, etc.
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Recursos humanos – Pessoal bem treinado para desenvolver as suas actividades operacionais, planificar e
controlar, vender e comprar, fazer balanços, trabalhos de manutenção, administrativos e de secretariado.
Um outro factor de produção ou investimento é o capital que, enquanto não for explicitamente definido, é
incluido de uma forma implicita, dado que é usado para financiar a compra de terra, maquinaria,
equipamento, materiais e pagar os serviços prestados pelos recursos humanos.
4. O papel da Gerência
A gerência de uma empresa é responsável por garantir que os recursos da empresa acima referidos, sejam
combinados da melhor maneira possível, de maneiras que se atinja a maior productividade possível (ver
figura 1).
Fig. 1. Papel da gerência, de acordo com os recursos da empresa
RECURSOS DE I.VESTIME.TO
Energia
Materiais
Terra e infraestruturas
Máquinas e equipamento
Recursos humanos
Gerência
Obtém os factos, planifica, dirige, coordena,
controla, motiva
Por forma a produzir
Produtos e Serviços
RE.DIME.TO
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Exercícios
Uma linha de montagem de automóveis, monta 90 carros num turno de 9 horas. Calcule a taxa de
productividade da linha por hora.
Rendimento = 90 carros
Investimento = linha de montagem em horas (9)
P= r/i = 90 carros/9 horas
Um banco tem 7 caixas de ATM, que são capazes de servir 350 clientes em 6 horas.
Calcule a taxa de productividade horária de cada ATM.
P=r/i=350 clientes/(7 ATMs * 6horas) =11,67 clientes/hora/ATM
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1.Introdução
Estudo do trabalho (engenharia industrial/engenharia do trabalho) é o melhoramento dos métodos de
trabalho com vista a atingir maior productividade. Para se atingir maior productividade, é necessário
trabalhar mais com estratégia do que arduamente. Essencialmente, isto significa utilização óptima dos
recursos da empresa: materiais, terra e infraestruturas, máquinas de processamento, energia, equipamento,
recursos humanos e capital.
Definição:
Estudo do trabalho é a examinação sistemática de métodos de execução de actividades por forma a elevar
o uso efectivo de recursos e organização de padrões de desempenho dessas actividades.
Passemos a explicar o acima anunciado com mais detalhe:
1. Estudo do trabalho é a examinação sistemática
... deve ser feita sistematicamente, usando um conjunto de regras e procedimentos.
2. de métodos de execução de actividades
Investiga-se em detalhe o metodo no qual uma certa actividade é executada
3. por forma a elevar o uso efectivo de recursos
O objectivo é aumentar a productividade a partir dos recursos existentes
4. e organização de padrões de desempenho dessas actividades
Depois de uma examinação municiosa do modo de execução de uma certa actividade, especifica-se um
certo modo de procedimento.
Assim, o estudo do trabalho tem como objectivo primeiro, examinar o modo como uma certa actividade é
levada a cabo, simplificando ou modificando o método de operação para reduzir excesso de trabalho (ou
II. ESTUDO DO TRABALHO E PRODUCTIVIDADE
10
trabalho desnecessário), disperdício de recursos, e estabelecer tempos padrões para a execução de tal
actividade. Torna-se assim clara a relação entre productividade e estudo do trabalho. Entretanto, se o
estudo do trabalho resulta em diminuição do tempo de operação em 10%, como resultado da simplificação
ou rearranjo, assistir-se-à a um aumento da productividade num valor correspondente, i.e., 10%.
Onde é feito um estudo do trabalho, que se tenha a certeza que há sempre uma possibilidade de aumento
de productividade. O estudo do trabalho consegue atingir sempre bons resultados porque é sistemática,
tanto na investigação do problema considerado, como no desenvolvimento de soluções.
Outras características que o estudo do trabalho tem são as seguintes:
- aumenta a productividade de uma operação através da reorganização do trabalho, um método que não
envolve despezas de capital;
- é sistemática, o que assegura que nenhum factor que afecte a eficiência da operação passe despercebido;
- pode contribuir para o aumento da segurança e condições de trabalho;
- é barato e fácil de aplicar.
Para se entender melhor como o estudo do trabalho baixa os custos e o tempo de uma certa actividade, é
necessário apreciar de que consiste o tempo.
2. Tempo total de um trabalho ou operação
O tempo que um trabalhador/operador ou máquina leva para executar uma certa operação, ou produzir
uma dada quantidade de um certo produto, é considerado do seguinte modo (figura 2):
a) Conteúdo básico de trabalho de um produto ou operação
- Conteúdo de trabalho significa quantidade de trabalho contido num dado produto ou processo, medido
em horas-de-trabalho ou horas-de-máquina.
▪ Horas-de-trabalho – É o trabalho de uma pessoa em uma hora.
▪ Horas-de-máquina – É o funcionamento de uma máquina ou parte de um processo durante uma hora.
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Conteúdo básico de trabalho é o tempo que se leva para manufacturar um produto ou executar uma
operação se a concepção ou especificação do produto ou serviço for perfeita; se o processo ou método de
operação for levado a cabo perfeitamente; e se não tiver havido nenhuma perda de tempo de trabalho por
qualquer causa que seja, durante o período de operação; isto é: Conteúdo básico de trabalho é o tempo
teorético mínimo necessário para se produzir uma unidade de rendimento.
b) Conteúdo de trabalho em excesso ou tempo total inefectivo (figura 3)
O conteúdo básico pode ser acrescentado pelos seguintes factores:
A. Conteúdo de trabalho acrescentado pela pobre concepção ou especificação do produto ou suas
partes, ou utilização imprópria de materiais
A1. Pobre concepção e frequentes mudanças de concepção
A2. Disperdício de materiais
A3. Padrões de qualidade incorrectos
B. Conteúdo de trabalho acrescentado por métodos ineficientes de manufacturação ou operação
B1. Fraca disposição e utilização do espaço
B2.Manuseamento inadequado de materiais
B3. Paragens constantes como resultado de mudanças de um produto para outro.
B4. Métodos inefectivos de trabalho
B5.Fraco planejamento e inventário
B6. Frequentes avarias de máquinas e equipamentos
C. Conteúdo de trabalho resultante principalmente da contribuição dos recursos humanos
C1. Atrasos e faltas
C2. Fraca mão-de-obra
C3. Acidentes e desastres ocupacionais
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Fig.2. Constituição do tempo de operação
Conteúdo básico de trabalho de um produto e ou operação Conteúdo de trabalho acrescido por fraca concepção do produto ou utilização de materiais Conteúdo de trabalho acrescido por métodos ineficientes de manufacturação ou operação Tempo inefectivo resultante da contribuição dos recursos humanos
A
B
C
Tempo total gasto numa operação,
sob condições existentes
Tempo total inefectivo
Conteúdo básico de trabalho
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Fig.3. Conteudo básico de Trabalho e excesso de trabalho
.
A1. Fraca concepção e frequentes mudanças de
concepção
A2. Disperdício de materiais
A3. Padrões de qualidade incorrectos
B1. Fraca disposição e utilização de espaço
B2. Manuseamento inadequado de materiais
B3. Paragens frequentes
B4. Metodos inefectivos de trabalho
B5. Fraco planeamento e inventário
B6. Frequentes avarias de maquinas e equipamentos
C1. Atrasos e faltas
C2. Fraca mão de obra
C3. Acidentes e desastres ocupacionais
Conteúdo básico de trabalho
Conteuto total de trabalho
Os tempos inefectivos de uma actividade/tarefa, podem ser reduzidos através de um boa gestão
dos recursos existentes na empresa (figura 4).
14
Fig.4. Como as técnicas de estudo do método podem reduzir o tempo inefectivo
Tempo total de uma operação = conteúdo basico de trabalho + tempo inefectivo total
Está certo que um engenheiro industrial se concentraria mais no tempo inefectivo (tempo não produtivo)
para reduzir-lhe, e aumentando desse modo a productividade.
A1. Desenvolvimento do produto
A2. Utilização adequada dos materiais
A3. Controlo de qualidade
B1. Melhor disposição de espaço e planeamento de
processos
B2. Manuseamento de materiais adequado a cada
actividade
B3. Planeamento da produção
B4. Estudo dos metodos usados em qualquer
actividade
B5. Control do inventario
B6. Manutenção preventiva
C1. Gestão apropriada
C2. Treinamento
C3. Melhores condições de trabalho
Conteudo basico de trabalho Tempo total (todas as técnicas perfeitamente
aplicadas)
Tempo inefectivo totalmente eliminados se as técnicas são todas perfeitamente
usadas
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O exercício que se deve fazer, é conhecer os sintomas do conteúdo de trabalho em excesso (tempo
inefectivo) porque constitui as linhas de orientação no processo de desenvolvimento de um estudo de
trabalho.
Exercícios
A informação abaixo, é referente a um estudo feito a um balconista num banco.
Descricão dos elementos Tempo
observado (min) Tempo médio de actividade sem nenhuma demora ou interrupção 10,5 Tempo médio gasto sem saber o que fazer 2,85 Tempo médio gasto com deturpações por parte de colegas 1,75 Tempo médio gasto mostrando a um cliente como preencher um talão de depósito 1,50
a) Calcule o conteúdo total de trabalho do balconista neste banco
Conteúdo total de trabalho = tempo básico + tempo inefectivo
= 10,5 + 2,85 + 1,75 + 1,5 = 16,6 min por cliente
b) Calcule o tempo total inefectivo do balconista no mesmo banco
tempo total inefectivo = 2,85 +1,75 + 1,5 = 6,1 min por cliente
c) Calcule o conteúdo básico de trabalho do balconista
conteúdo básico de trabalho = 16,6 – 6,1 = 10,5 min
Usando a informação já disponível do exemplo acima, calcule o seguinte:
a) A taxa de trabalho (rendimento) do balconista em 1 hora, se ele usa o mesmo método de trabalho
Rendimento = 60 min/16,6 min= 3,61 clientes/hora
b) A taxa de trabalho (rendimento) de um balconista em 1 hora, sabendo que ele usa um método
melhorado que elimina qualquer tempo inefectivo do tempo total
Rendimento = 60 min/10,5 min = 5,71 clientes/hora
c) Explique em poucas palavras a relacção existente entre estudo do trabalho e productividade,
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baseando-se no exemplo dado acima.
O melhoramento é de 5,71 – 3,61 = 2,10 clientes por hora
Assim, P = rendimento/investimento = 2,1/3,61 = 58%
Quer dizer, qualquer que seja o exercício de estudo de trabalho que se faça, ele afectará a
productividade. No exemplo acima, o tempo inefectivo foi identificado e removido do tempo total e
como resultado, a productividade aumentou em 58%.
Um montador de caixas pega um papelão e torna-o numa caixa e afixa os seus cantos usando um
agrafador industrial, operado pedestralmente.
O papelão lhe é fornecido numa base regular e as caixas formadas são fornecidas para as várias linhas de
operação. NB: Esta última tarefa não faz parte das actividades do montador de caixas.
O tempo total para produzir a caixa é de 5 minutos. A pobre concepção do produto (forma incorrecta)
contribuiu em 0,35 minutos, enquanto que o método incorrecto (busca do papelão e despacho de caixas
formadas) contribuiu em 0,55 minutos. A pobre qualidade (o papelão rasga-se facilmente) comtribuiu em
1,10 minutos.
Determine:
a) o tempo inefectivo total para a produção de 1 caixa.
tempo inefectivo total = 0,35 + 0,55 + 1,10 =2,0 min
b) o tempo básico para formar uma caixa.
tempo básico para formar uma caixa = 5 – 2=3,0 min
c) o conteúdo total de trabalho para uma caixa.
conteúdo total de trabalho para uma caixa = 5,0 min.
d) o conteúdo básico de trabalho para uma caixa.
conteúdo básico de trabalho = 3,0 min
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3. Técnicas de estudo do trabalho
O termo estudo do trabalho incorpora várias técnicas, das quais as mais importantes são: estudo do método
e medição do trabalho (figura 5).
i) Estudo do método – É o registo sistemático e examinação crítica do modo de fazer as coisas, com vista
a introduzir melhorias.
ii) Medição do trabalho - É a aplicação de técnicas específicas para estabelecer o tempo que um
trabalhador qualificado leva a executar uma dada tarefa, a uma taxa de trabalho definida.
O estudo do método e a medição do trabalho estão, por isso, bem ligados. O estudo do método relaciona-
se com a redução do conteúdo de trabalho de uma tarefa ou operação, enquanto que a medição do trabalho
relaciona-se com a investigação de qualquer tempo inefectivo associado ao método, e o subsequente
estabelecimento de tempos padrões para a execução de tal tarefa, com o uso do método melhorado.
Fig. 5. Técnicas de estudo do trabalho
Estudo do
trabalho
Estudo do método Para simplificar o trabalho e desenvolver métodos mais
económicos de fazer as coisas
Medição do trabalho Para determinar quanto tempo uma
dada tarefa dura
Maior productividade
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4. Procedimentos básicos do estudo do trabalho
Existem 8 etapas para se desenvolver um estudo do trabalho completo (figura 6):
1- Selecionar o trabalho ou processo a ser estudado
2- Registar todos os dados relevantes acerca do trabalho ou processo em estudo
3- Examinar criticamente os dados registados, considerando o propósito da actividade; o lugar onde ela
ocorre; a sequência de sua execução; quem a executa, e a maneira como ela é levada a cabo.
4- Desenvolver o método mais económico, tomando em linha de conta todas as circunstâncias da
produção
5- Avaliar os resultados atingidos com o método melhorado, comparado com a quantidade de trabalho
envolvido, e calcular o tempo padrão para a execuçaõ do trabalho
6- Definir o novo método e o tempo relacionado e apresentá-lo a todos envolvidos, quer oralmente ou por
escrito, usando demonstrações
7- Instalar o novo método e treinar os envolvidos
8- Manter (sustentar) o novo método através do monitoramento dos resultados
As etapas 1, 2 e 3, tem sempre lugar, quer se trate do estudo do método, quer da medição do trabalho. A
etapa 4, é parte típica do método de estudo e a etapa 5 é usada na medição do trabalho.
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Fig. 6. As etapas do estudo do trabalho
Selecionar o trabalho a ser estudado
Examinar e confrontar os dados obtidos
Desenvolver o novo método
Registar os dados colhidos através
de observação directa
Avaliar os resultados de diferentes soluções alternativas
Definir o novo método e apresentá-lo
Instalar o novo método e treinar pessoal para a sua aplicação
Manter e estabelecer procedimentos de controlo
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5. O factor humano na aplicação do estudo do trabalho
O factor humano é um dos elementos mais críticos nas operações de uma firma, pois, é através de pessoas
que a gerência pode controlar a utilização dos seus recursos, e a venda dos seus produtos ou serviços.
Para darem do seu melhor, os trabalhadores devem ser motivados. Os gerentes devem ser capazes de
proporcionar um motivo ou uma razão para o trabalhador fazer alguma coisa. É inútil um gerente elaborar
planos ou dar instruções para execução de certas actividades se as pessoas para o fazerem, não o querem –
muito embora tenham que o fazer. Os empregados, a qualquer nível, devem ser motivados a sentir-se, em
certa medida, como donos da empresa; devem desenvolver um sentido de segurança, e um sentido de estar
a trabalhar num lugar seguro, saudável e bem ambientado. Se assim acontecer, eles contribuirão não
apenas como mão-de-obra, mas também com valiosas sugestões que poderão conduzir ao aumento da
productividade.
Uma das maiores dificuldades em obter uma cooperação activa por parte dos trabalhadores, é o medo que
eles têm de que o aumento da productividade possa lhes conduzir ao desemprego. Eles temem perder os
seus empregos. Esta ansiedade é tanto maior quanto maior for o nível de desemprego. Mesmo em países
industrializados onde os níveis de desemprego são relativamente baixos do que em países em
desenvolvimento, este medo é uma realidade, principalmente para quem já tenha enfrentado o
desemprego.
Os cientistas de comportamento, acreditam que indivíduos são motivados a agir de um ou outro modo por
um desejo de satisfazer necessidades. Uma das noções mais aceites acerca das necessidades, foi
desenvolvida por Abraham Maslow, quem postulou que “ há certas necessidades essenciais para
qualquer indivíduo, e tais necessidades seguem um padrão hierárquico” (figura 7). Maslow defende que
só quando uma necessidade torna-se largamente satisfeita é que a necessidade à seguir na hierarquia
começa a exercer a sua influência.
Na tal hierarquia, as primeiras necessidades são as necessidades fisiológicas. Estas necessidades são
básicas, e são aquelas para sustentar a própria vida. Assim, satisfazer estas necessidades será a primeira
preocupação de qualquer pessoa, e antes que elas sejam satisfeitas, não pode haver outra preocupação.
Depois que um trabalhador sinta já ter conseguido satisfazer estas necessidades, procura satisfazer a
próxima necessidade na hierarquia: segurança. A segurança é tomada como sendo tanto o sentimento de
protecção contra ofensas físicas e fisiológicas, bem como segurança no emprego. Depois de satisfeita esta
21
necessidade, o próximo factor de motivação é a afiliação, que é o desejo de pertencer a um grupo ou
organização (associar-se aos outros). A seguir na escala hierarquíca de Maslow, é a necessidade de ser
reconhecido; e por último, é a necessidade de realização. Esta última necessidade expressa o desejo de o
trabalhador ser dado oportunidade de mostrar os seus talentos e habilidades particulares.
Figura 7. Hierarquia de necessidades de Maslow
Na prática, muitas pessoas satisfazem algumas destas necessidades só em parte. Nos países em
desenvolvimento, as pessoas preocupam-se mais com as necessidades básicas. Nos países industrializados,
por outro lado, onde as necessidades fisiológicas e segurança são normalmente satisfeitas em grande
medida, as pessoas estão mais motivadas pelas necessidades do topo da hierarquia.
Fisiológicas
Segurança
Afiliação
reconhecimento
Realização
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1.Considerações gerais
A interdependência entre as condições de trabalho e a productividade tem sido cada vez mais notória. As
primeiras tendências nesse sentido deram-se quando as pessoas começaram a notar que os acidentes
ocupacionais tinham consequências económicas e físicas, embora a princípio só os custos directos
(cuidados médicos, compensações) eram percebidos. Subsequentmente, atenção especial foi dada às
doenças ocupacionais. Em última instância, notou-se que os custos indirectos de acidentes ocupacionais
(tempo de trabalho perdido pela vítima, investigadores dos acidentes, paragens na produção, custos legais,
material danificado, redução dos lucros quando o trabalhador vítima é substituido,...) eram altamente
elevados – e na maior parte das vezes-, mais altos que os custos directos.
A redução da productividade e o aumento de produção defeituosa, resulta da fadiga devido a horas de
trabalho excessivas e más condições de trabalho – em particular, ventilação e intensidade da luz. Ficou
claro que o corpo humano, embora tenha alta capacidade de adaptabilidade, é muito mais productivo
quando trabalha em optimas condições. Mais: notou-se que a productividade pode ser aumentada
simplesmente por melhorar as condições do ambiente de trabalho dos trabalhadores.
2. Segurança ocupacional e saúde organizacional
O método mais efectivo de obter bons resultados na prevenção de acidentes de trabalho inclui o seguinte:
- reconhecimento a importância das responsabilidades que os trabalhadores têm de assegurarem-se de que
a área de trabalho não apresenta nenhum risco para a sua própria saúde.
- adopção de um regulamento de segurança e saúde ocupacionais, que proporcione o estabelecimento de
uma boa segurança ocupacional e saúde organizacional.
- encorajamento a uma participação forte dos trabalhadores em actividades ligadas à saúde e segurança no
local de trabalho.
É igualmente importante que o trabalhador seja informado sobre a natureza de possíveis acidentes que
podem ocorrer no seu local de trabalho; aliás, este é um direito fundamental que assiste ao trabalhador.
Acima disto, qualquer trabalhador, tem o direito de se retirar de uma área de trabalho que ele considere
apresentar riscos iminentes de acidentes.
III.CO.DIÇÕES E AMBIE.TE DE TRABALHO
23
3. Critérios de segurança
Estudos de casos sobre acidentes no trabalho, em indústrias modernas, revelaram uma natureza
extremamente complexa das possíveis causas de acidentes ou doenças no trabalho.
Acidentes ocupacionais
As causas de acidentes de trabalho nunca são simples, mesmo os acidentes mais comuns.
Consequentemente, a variedade de classificações de acidentes é enorme. Estactísticas mostram que as
causas mais comuns de acidentes não são as máquinas mais perigosas (cortadoras circulares, máquinas em
processo, por exemplo) nem as substânciasmais perigosas (explosivos, líquidos voláteis inflamáveis,
químicos), mas acções ordinárias como tropeçar, cair, uso de ferramentas manuais, ou um embate por um
objecto em gravidade.
É necessário ter em mente que na indústria moderna existe uma variedade de acidentes na área de
trabalho; tanto os visíveis como os invisíveis. Os visíveis incluem patíbulos não vedados, aberturas no
assoalho, gotejamento de químicos ou outros líquidos, ou áreas não vedadas com “robots” em
funcionamento. Os acidentes invisíveis têm se tornado nos últimos tempos mais comuns e perigosos. Eles
incluem gases inertes, barulho, gases de soldagem, vibração, entre outros.
4. Prevenção de acidentes na indústria
Prevenção e protecção contra o fogo
A prevenção contra o fogo, e em certos casos, contra explosões e seu apropriado modo de medição, deve
merecer uma atenção particular, especialmente em Países quentes e secos, e acima de tudo, em certas
indústrias onde o fogo pode conduzir à destruição de enormes quantidades de materiais, ferimentos e
morte.
O primeiro princípio de prevenção de fogo é desenhar infraestruturas, processos e facilidades de
armazenamento de modo que a possibilidade de combinação de oxigénio, combustível e um aumento
em temperatura, seja limitada. Neste sentido, a edificação de facilidades e processos de engenharia deve
sempre ser tendente a diminuir a possibilidade de desenvolvimento e propagação de fogos. Riscos de fogo
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existem em qualquer local de trabalho. A maior prioridade deve ser localizar o fogo o mais rápido quanto
possível e, com o equipamento disponível impedir que o fogo se propague para as outras áreas de trabalho.
O segundo princípio é reduzir ou eliminar as fontes de calor ou ignição, limitando assim possíveis
subidas de temperatura.
A gerência deve estar preparada para fogos de emergência, sob as seguintes linhas gerais:
a) Toda a área de trabalho deve ter um plano de emergência com informação detalhando o papel de cada
trabalhador em caso de fogo ou qualquer outra emergência
b) Deve existir um meio de alertar todo o pessoal para evacuação, como por exemplo um sistema de
alarme.
c) Exercícios periódicos de evacuação e alertas de fogo
d) Inspecções periódicas das rotas de evacuação
e) Deve existir um extintor apropriado, em cada área de trabalho
f) Todos os trabalhadores devem ter um treinamento no uso de extintor
g) Plano de emergência detalhando o que deve ser feito por quem durante a ocerrência de fogo ou
qualquer outra emergência.
5. Iluminação
Estima-se que 80% da informação necessária no acto da realização de um trabalho, percebe-se
visualmente. Boa visibilidade do equipamento, produto, e dos dados envolvidos nos processos de trabalho,
são um factor essencial na aceleração da produção, reduzindo o número de produtos defeitusos,
prevenindo fadiga visual e dores de cabeça entre os trabalhadores. Adiciona-se também o facto de que
tanto a visibilidade inadequada e a luz ofuscante são frequentes causas de acidentes.
A visibilidade depende de uma vasta gama de factores, entre os quais o tamanho e a cor do material de
trabalho; a sua distância dos olhos; a persistência da imagem; a intensidade de iluminação; contraste entre
a cor e os níveis de iluminação com o fundo (background), entre outros. Todos estes factores devem ser
estudados, especialmente em trabalhos de muita precisão e em trabalhos em ambientes perigosos. A
iluminação será talvez um dos factores físicos mais importantes, e que é muito fácil de corrigir.
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i) Uso de cores
A experiência mostra que a escolha cuidadosa de esquema de cores contribui em grande medida para uma
boa iluminação. As cores usadas nas áreas de trabalho têm um efeito psicológico que nunca deve ser
menosprezado. Quando num local de trabalho existe um excelente jogo de cores, o trabalhador vê tal,
como um sinal claro de que a gerência faz muito para tornar as suas condições de trabalho mais
satisfactórias.
As cores de máquinas e equipamentos são factores suplementares de segurança. A sua importância foi
reconhecida por fabricantes de máquinas e equipamentos eléctricos.
ii) Controle de iluminação
Por forma a fazer o melhor uso da iluminação na área de trabalho, os seguintes pontos devem ser tomados
em consideração (são alguns):
a) para uma distribuição uniforme da luz, instalar um interruptor independente
b) para prevenir luz ofuscante, evitar usar superfícies altamente brilhantes e lustrosas
c) usar de iluminação localizada
d) evitar contacto directo do olho com fontes de luz.
6. Barulho e vibração
i) Barulho
Altos níveis de mecanização, aumento da velocidade das máquinas, a densidade de máquinas nos locais de
trabalho e falta, até recentemente, de conhecimento detalhado dos perigos do barulho, resultou, em muitas
plantas, em exposição de trabalhadores a altos níveis de barulho, que são considerados hoje em dia ,
excessivos.
Barulho significa qualquer som desagradável ou indesejável. Medidores de som são usados para medir a
pressão da vibração, que produz um som audível. A unidade prática de medição de som é o decibel (dB).
O ouvido humano responde de modos diferentes a sons de diferentes frequências. A unidade de frequência
é o hertz (Hz).
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O Barulho é causa de inúmeros problemas. Para além de impedimentos nos diferentes tipos de
comunicação, ele pode causar desordens neuro-vegetativas e metabólicas. É causa de fadiga industrial,
irritação, productividade reduzida e acidentes ocupacionais.
O modo mais afectivo de controle de barulho é reduzi-lo na fonte; por exemplo, substituindo máquinas ou
equipamentos muito barulhentos, por outros menos barulhentos.
ii) Vibração
Embora apenas um pequeno número de trabalhadores se exponha à vibrações, as devidas medidas de
protecção não devem ser negligenciadas. A possibilidade de reduzir os níveis de vibração e reduzir o
efeito de vibrações deve ser explorada em primeiro plano. Onde tal não for possível, o período de
exposição deve ser controlado. Pessoas expostas à vibrações devem ser submetidas a exames médicos
periodicamente.
7. Condições climáticas
O controle de condições climáticas na área de trabalho é essencial para a saúde e conforto dos
trabalhadores, e para a manutenção do aumento da productividade.
Com excesso de calor ou frio, o trabalhador sente-se desconfortável, e a sua eficiência baixa. Acima disto,
tal pode conduzir a acidentes.
O corpo humano funciona de tal modo que mantenha o sistema nervoso central e os orgãos internos à
temperatura constante. Ele mantém o balanço termal necessário pela contínua troca de calor com o
ambiente. A extensão desta troca depende em grande medida, por um lado, da temperatura do ar,
ventilação, humidade e calor radiante; e, por outro lado, do metabolismo do corpo.
É essencial evitar calor ou frio excessivos, e onde possível, manter as condições climáticas óptimas, para
que o organismo possa manter o balanço térmico.
i) Trabalho em ambiente quente
Ambientes quentes de trabalho são encontrados quase em todos os locais.
São exemplos de exposição de trabalhadores em ambientes quentes, para além das regiões naturalmente
quentes, os seguintes:
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- Minas profundas
- Refinarias de açucar
- Moinhos téxteis
- Siderurgias
- Fornos
- Produção de vidro.
ii) Trabalho em ambiente frio
Devido às técnicas modernas de refrigeração, hoje em dia, mesmo nas zonas tropicais, os trabalhadores
expõem-se a ambientes frios. Exposição ao frio mesmo por curto período de tempo pode causar efeitos
muito sérios, especialmente quando os trabalhadores expõem-se a temperaturas inferiores a 10ºC. A perda
de calor no corpo é inconfortável e rapidamente afecta a eficiência do trabalho. Para manter uma
temperatura normal num ambiente frio, o organismo tenta limitar a perda de calor, atravez de tremura e
reduzindo a velocidade de circulçação do sangue. Longos ou extremos tempos de exposição perigam a
vida.
Trabalhadores em ambientes refrigerados devem estar bem protegidos contra o frio, por meio de roupas
adequadas.
iii) Trabalho em ambiente húmido
Altos níveis de humidade são pobremente toleráveis em ambientes quentes, particularmente quando há
muita carga de trabalho. Humidade excessiva é também fracamente tolerada em combinação com baixas
temperaturas. A humidade relativa deve ser mantida na ordem de 40 a 70%.
Uma quantidade inadequada de humidade no ar pode causar problemas. Por outro lado, ar extremamente
seco pode causar doenças respiratórias.
iv) Controle térmico do ambiente
Existem muitas maneiras de controlar termicamente o ambiente. Para o controle térmico do ambiente um
ou mais dos seguintes princípios pode ser aplicado:
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- Regular a temperatura do local de trabalho atravez da prevenção da entrada do calor ou frio externo
(melhorar a concepção do tecto, material isolador). O uso de ar condicionado é custoso, especialmente em
fábricas, mas em algumas ocasiões vale a pena, se um tipo apropriado for escolhido.
- Prover a ventilação em lugares quentes de trabalho, através do aumento de ventilação natural, como
aberturas ou instalação de aparatos de ventilação.
- Reduzir o tempo de exposição (mecanização, remote control)
-Controlar a humidade, com vista a manté-la a níveis baixos (prevenir que vapores se escapem das
máquinas e tubos)
- Usar equipamento de protecção pessoal adequado.
- Assegurar o fornecimento de água fresca para trabalhadores em ambientes quentes e bebidas quentes
para os expostos em ambientes frios.
iv) Ventilação
O volume de um local de trabalho nunca pode ser grande de mais que se possa dispensar o uso de
ventilação, dado que ventilação é um parâmetro dinâmico que complementa o conceito de espaço livre:
Para um dado número de trabalhadores, quanto menor for o espaço de trabalho, mais intensa deve ser a
ventilação.
Ventilação não deve ser confundida com circulação de ar: ventilação substitui o ar contaminado por ar
fresco e o último simplesmente move o ar sem renova-lo. Onde a temperatura e a humidade são altas,
circular o ar não é apenas inefectivo, mas dentro de certos limites, aumenta absorção de calor por
convecção.
A experiência mostra que, entre trabalhadores numa mesma área de trabalho, alguns preferem mais
ventilação e outros menos; e alguns tendem a sentir frio enquanto outros sentem-se comfortáveis. tais
diferenças ocorrem frequentemente porque os trabalhos realizados por certos trabalhadores exigem maior
esforço físico do que outros.
A ventilação no local de trabalho:
- dispersa o calor produzido pelas m’aquinas e pessoas no trabalho; consequentemente, onde
máquinas ou trabalhadores estiverem em grupo, a ventilação deve ser intensificada;
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- dilui a contaminação atmosférica (é fácil calcular a quantidade de ar a ser admitido, através da
quantidade de substâncias a serem libertadas para o ar e a maxima concentração delas que é
observada);
- mantém a sensação de frescura.
Em todos os casos, ventilação adequada deve ser vista como um factor de extrema importância dado
manter a saúde do trabalhador em bom estado e contribuir para o aumento da productividade.
Excepto para espaços comfinados, todos os locais de trabalho, têm um mínimo de ventilação. Contudo,
para garantir o fluxo de ar necessário (que não deve ser menos que 50mcu de ar por hora por trabalhador),
o ar usualmente precisa ser recebido entre 4 a 8 vezes por hora em escritórios ou para trabalhadores
sedentários; entre 8 a 12 vezes por hora nas oficinas e entre 15 a 30 vezes ou mais por hora para
instalações públicas e onde houver altos níveis de poluição atmosférica ou humidade.
8. Exposição à substâncias tóxicas
A protecção da saúde do trabalhador contra perigos de contaminação do ar, na área de trabalho e a
prevenção de contaminação do ambiente da área de trabalho deve ser tarefa de todos os envolvidos na
concepção e organização do trablho. Poluição do ambiente de trabalho por contaminantes no ar é causado
por substâncias tóxicas libertadas durante os processos de trabalho, na forma de poeiras, gases ou vapores.
Poeira contendo sílica no processamento de pedras, solventes usados em trabalhos de limpeza e dióxido de
enxofre ou cloretos provenientes de sistemas de tubagem são alguns exemplos de contaminantes. A
exposição a substâncias tóxicas tem efeitos tanto a longo prazo como a curto prazo no organismo humano,
pelo que devia ser prevenida.
Uma primeira tentativa seria remover ou eliminar o perigo evitando a introdução de substâncias tóxicas no
ambiente.
A redução do tempo de exposição dos trabalhadores pode ser uma solução viável, em casos em que o
trabalhador não precisa estar perto do processo continuamente.
Fora de contaminantes contidos no ar (que entram no organismo atravez de inalação), certas substâncias
podem ser introduzidas no organismo humano por ingestão (alimentos ou bebidas contaminadas por
substâncias tóxicas) ou atravez de absorção cutânea.
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Trabalhadores expostos a acção de substâncias tóxicas devem ser sujeitos a exames médicos
periodicamente.
9.Equipamento de protecção pessoal
Para certas actividades, nem prevenção técnica, nem arranjos administrativos podem assegurar um grau de
segurança adequado. Torna-se então necessário instituir um terceiro nível de defesa, isto é, equipamento
de protecção pessoal.
10.Tempo de trabalho
A definição de tempo de trabalho é de extrema importância para o estudo do trbalho. Qualquer cálculo de
rendimento deve ser feito considerando o tempo de operações e o tempo de trabalho.
O tempo de trabalho tornou-se nos últimos tempos, matéria de considerável importância e interesse.
i) Horas de trabalho
A duração das horas de trabalho é de grande importância, tanto para o trabalhador como para o
empregador. Parece duvidoso que onde as horas de trabalho são muito longas, o encurtamento destas
horas é acompanhado por um substancial ganho na productividade. Estudos recentes mostraram aumento
da productividade quando horas excessivas são diminuidas. Longas horas de trabalho aumentam
propensão a acidentes de trabalho, que são muito custosos e conduzem a recaidas na productividade.
ii) Trabalho extra
A redução de horas de trabalho está directamente relacionada a tentativas de reduzir trabalhos extras. A
legislação varia consideravelmente no sentido em que permite que as horas normais de trabalho sejam
excedidas em forma de horas extras, cuja remuneração é maior do que as horas normais de trabalho.
Muitos países, procuram limitar horas extras estabelecendo limites diários, semanais, mensais ou anuais.
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iii) Intervalos e pausas para descanso
Reconhece-se que intervalos durante o trabalho reduzem a acumulação excessiva de cansaço aumentando
deste modo a productividade. Embora os progressos tecnológicos recentes, a grosso modo, tenham
reduzido a arduosidade da carga de trabalho físico, a carga psico-física por outro lado, aumentou. Estas
mudanças tornaram necessário a introdução de intervalos durante a jornada de trabalho, por forma a
dissipar o cansaço e restaurar a energia física e nervosa do trabalhador.
iv) Descanso diário e semanal
Pelas mesmas considerações de productividade e saúde acima mencionadas, muitos países estabelecem
um mínimo diário e semanal para descanso. São duas das mais importantes formas de protecção do
trabalhador. Cerca de 2/3 dos países industrializados têm regulamentos que estabelecem como descanso
diário mínimo para o trabalhador 11 a 12 horas.
v) Trabalho nocturno
Numerosos estudos mostraram que trabalho nocturno pode ser prejudicial para a saúde dos trabalhadores,
especialmente para aqueles dificilmente ajustáveis. Dois maiores riscos para a saúde do trabalhador
nocturno foram identificados: desordens gastro-intestinais e outras relacionadas com mudanças dos
hábitos de alimentação. Acima disto, trabalho nocturno contínuo ou frequente, leva o trabalhador a uma
desvantagem, com relacção à sua ausência na vida familiar e actividades sociais.
11.Facilidades domésticas ligadas ao trabalho
Estas facilidades constituem um factor muito importante de atracção, retenção e motivação dos
trabalhadores, e previnem ou reduzem fadiga. Algumas delas são: água potável, instalações sanitárias
adequadas, facilidades de primeiros socorros, alimentação, recreacção, entre outras.
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12.Ergonomia
Os efeitos de saúde e segurança na productividade não podem ser perfeitamente discutidos sem tocar no
conceito de ergonomia. Este termo cobre um campo que muito recentemente se expandiu
extraordinariamente, e cujos limites sobrepõem-se aos de outras disciplinas que se interessam pelo estudo
do trabalho. Ergonomia tem que ver com: i) o estudo do índividuo operador ou equipe de trabalho, e ii) a
provisão de dados para concepção. Os objectivos da ergonomia são os de melhorar efectividade funcional,
enquanto mantendo ou melhorando o bem-estar humano. Medições ergonómicas podem ser também
definidas como sendo aquelas que estão para além da mera protecção da integridade física do trabalhador.
A ergonomia preocupa-se também no bem estar do trabalhador, no que diz respeito à condições
apropriadas de trabalho e no uso adequado das características físicas e capacidades psicológicas e
fisiológicas do trabalhador. Assim, a ergonomia é uma ciência centrada no Homem.
Enquanto o ergonomista tem sempre em mente as pessoas envolvidas em determinada operação dentro de
um sistema, outros profissionais se interessam no objecto a ser produzido ou usado, no método de
trabalho, na productividade, ou em aspectos de segurança.
A tarefa do ergonomista é desenvolver as condições mais confortáveis possíveis para o trabalhador, no
concernente à iluminação, climatização, níveis de barulho, diminuir a carga de trabalho físico
(especialmente em ambiente quentes), facilitar funções psico-sensoriais (na leitura de instrumentos).
Para a ergonomia, portanto, a tarefa é desenvolver as condições mais comfortáveis para o trabalho, tais
quais, quantidade de luz, climatização e níveis de barulho no local de trabalho, com vista a reduzir a carga
física (particularmente em ambientes quentes). Isto facilita funções psico-sensoriais ao ler paineis de
instrumentos.
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O estudo do método já foi definido. Foram também mencionadas as 8 etapas de que consiste o estudo do
método (refira-se à página 17). Aqui, veremos em detalhe qual a utilidade de cada uma das etapas.
Etapas do estudo do método
1. Selecionar (tarefas para estudar)
Pode se pensar que qualquer operação pode ser candidata para uma investigação com vista a melhorar o
modo como ela deve ser levada a cabo. Ora, este raciocínio, levaria o engenheiro industrial à uma situação
de fadiga pois, teria trabalho infinito. Aliás, que se tome em consideração que nem todos os processos são
produtivos. Contudo, se concentrar a sua atenção em certas operações chaves, o especialista pode atingir
resultados fabulosos, num curto período de tempo. Existem 3 factores que deve-se ter em mente para se
selecionar uma tarefa para estudar.
i) Considerações económicas
Obviamente, é perda de tempo começar uma longa investigação se a sua importância económica é
pequena. Para julgar estas considerações, normalmente faz-se as seguintes perguntas:Será rentável estudar
esta tarefa? Ou será rentável continuar a estudar esta tarefa?
Tarefas perfeitas para a realização de um estudo:
1. Geradoras de rendimento;
2. Entraves que dificultem a efectivação de outras operações;
3. Operações que envolvem trabalho repetitivo, usando grande quantidade de trabalhadores, e aquelas que
se espera que tenham lugar por muito tempo;
4. Movimentos de materiais por longas distâncias, entre estações de trabalho.
IV. ESTUDO DO MÉTODO
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Uma das técnicas mais fácies para identificar uma operação chave, como a enumerada em 1 (geradora de
rendimento), por exemplo, é a análise de Pareto (análise ABC). Pareto, é nome de um economista Italiano
que notou que “apenas um pequeno número de items, de entre uma banda enorme de produtos, contam
com os rendimentos mais altos”. A mesma observação pode se extender para dizer que entre todas as
operações, numa dada planta, apenas um pequeno número delas conta com maior contribuição para os
custos ou rendimentos, ou para maior quantidade de disperdício. Ilustremos isto a partir do seguinte
exemplo. Assumamos que uma certa empresa produz 20 diferentes produtos. Cada um dos produtos gera
um certo rendimento. A lista anual das contribuições de cada produto consta na tabela 1 abaixo.
Tabela 1. Análise de Pareto; etapa 1: contribuição dos produtos em termos de lucros
n° do produto Produção anual Lucro unitário (Mtn) Lucro total por produto (Mtn)
1 7 000 0.6 4 200
2 1 200 4 4 800
3 1 600 3 4 800
4 800 40 32 000
5 3 200 0.05 1 600
6 7 200 0.5 3 600
7 4 000 0.25 1 000
8 2 400 1 2 400
9 1 400 20 28 000
10 4 000 0.9 3 600
11 1 800 6 10 800
12 2 000 3 6 000
13 6 000 0.6 3 600
14 1 600 8 12 800
15 1 600 3 4 800
16 5 000 0.8 4 000
17 1 200 50 60 000
18 8 000 0.5 4 000
19 1 200 5 6 000
20 5 000 0.4 2 000
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O próximo passo consiste em rearranjar os items em ordem decrescente de importância, de acordo com o
rendimento (tabela 2). Desta última tabela, nota-se que 3 produtos (items “A”), têm um rendimento de
60%. Estes são os mais lucrativos e qualquer melhoria nos métodos de os produzir, reflectir-se-ia
altamente nos rendimentos. Estes produtos seriam uma prioridade para se estudar. Os produtos “B”, que
são 7 em número, contribuem em 25%, pelo que assumiriam uma segunda importância, enquanto que os
produtos “C”, fariam parte da última prioridade, dado que o seu contributo é mínimo.
Do mesmo modo, pode-se conduzir uma análise para determinar aqueles produtos ou processos mais
custosos (em termos monetários). Eles seriam também uma prioridade para serem estudados.
Tabela 2. Análise de Pareto; etapa 2: produtos dispostos de forma decrescente de acordo com os lucros
n° produto lucro total análise de Pareto
17 60 000 Produtos “A”. Três items 4 32 000 contribuem com 60% 9 28 000 do lucro (120 000 Mtn)
14 12 800 Items “B” contribuem 11 10 800 em 25% do lucro total 12 6 000 (são 7 ao todo) 19 6 000 ( 50 000 Mtn) 2 4 800 3 4 800 15 4 800
1 4 200 Produtos “C”. 10 items 16 4 000 com uma contribuição de 18 4 000 15% no lucro 6 3 600 (30 000 Mtn) 10 3 600 13 3 600 8 2 400 20 2 000 5 1 600 7 1 000
200 000 200 000
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ii) Considerações técnicas
Uma das considerações mais importantes é o desejo que a gerência muitas vezes tem em adquirir novas
tecnologias (equipamentos e processos). Antes que qualquer tecnologia seja adquirida, um estudo tem que
ser levado a cabo, por forma a revelar as necessidades mais importantes da firma, sob o ponto de vista
tecnológico.
Por exemplo, se existe uma grande quantidade de papeis com informação desnecessária, computadorizar o
mesmo método de produção de tal informação, traria como única mudança, a produção de tal informação
desnecessária a um ritmo mais rápido.
Por isso, a introdução de novas tecnologias constitue um factor importante na escolha de tarefas para se
investigar.
iii) Considerações humanas
Certas operações são muitas vezes a causa de insatisfação por parte dos trabalhadores. Elas podem incutir
fadiga ou monotonia, ou podem ser inseguras. O nível de satisfação, é motivo de se levar a cabo um
estudo.
2. Registar, examinar e desenvolver
Registar
A próxima etapa no procedimento básico do estudo do trabalho, depois de selecionar a tarefa a ser
estudada, é registar todos os factos relacionados com o método existente. O sucesso do procedimento
depende da precisão com a qual os factos são registados, pois, os registos proporcionam a base, tanto para
examinação crítica, como para o desenvolvimento do método melhorado. Assim, é essencial que os
registos sejam claros e concisos.
O registo serve essencialmente como base para subsequente análise e examinação. Ele pode ser elaborado
em 2 fases: a 1° sendo um esboço da tarefa a ser estudada, para decidir sobre se a informação registada
pode ou não ser usada; e a 2° fase, um gráfico ou diagrama mais formal, a ser incluido no relatório ou
apresentação.
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O modo mais usual de registar factos, é escrevê-los. Infelizmente, este método não é viável para o registo
de processos muito complicados, semelhantes aos que acontecem na indústria moderna. Para ultrapassar
esta dificuldade, outras técnicas ou “ferramentas” foram desenvolvidas. As mais usadas são gráficos e
diagramas, os quais existem em diferentes padrões e tipos, cada um dos quais com os seus propósitos
especiais (esquema abaixo):
- aqueles usados para registar processos sequenciados, i.e., uma série de eventos ou acontecimentos, na
ordem na qual eles ocorrem, sem respeitar a escala dos acontecimentos; e
- aqueles que registam acontecimentos, também em sequências, mas fazendo uso de uma escala de tempo,
de maneiras que a interacção de eventos relacionados possa ser mais facilmente estudada.
Os diagramas e gráficos mais usados no estudo do método são:
A.Gráficos
que indicam a sequência de um processo
(não usam escala de tempo)
B. Gráficos
que usam uma escala de tempo
C. Diagramas
(Indicam movimento)
- esquema de gráfico de um processo
- gráfico de fluxo de processo (tipo trabalhador)
- gráfico de fluxo de processo (tipo material)
- gráfico de fluxo de processo (tipo equipamento)
Gráfico de actividade múltipla
-diagrama de fluxo
-diagrama de cordas
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2.1. Símbolos de gráficos e diagramas de processos
O registo de factos de uma tarefa ou operação, num gráfico é feito facilmente com o uso de 5 símbolos
padrões, que em conjunto servem para representar todo o tipo de actividade ou evento provável de se
encontrar numa fábrica ou escritório. Ora vejamos.
Operação
Indica as principais etapas num processo, método ou procedimento.
O símbolo de uma operação é também usado quando se faz o gráfico de um procedimento, como por
exemplo, a routina de um escritório. Diz-se que uma operação tem lugar quando informação é dada ou
recebida, ou quando um planejamento ou cálculo tem lugar.
Inspecção
Indica uma inspecção para qualidade e/ou verificação de quantidade.A diferença entre operação e
inspecção é a seguinte:
OPERAÇÃO – Pregar, dactilografar, perfurar um material INSPECÇÃO - Examinar a qualidade e quantidade de material, examinar um documento de
informação impresso, ler o manómetro de um aparelho
TRANSPORTE - Mover material usando um carrinho, elevador ou alavanca, ou carregar
ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO OU DEMORA- trabalhador com carga à espera de
elevador, papeis a espera de serem arquivados, materiais num carrinho ou no chão, a espera de
serem processados
ARMAZENAMENTO PERMANENTE- Produto acabado no armazém, documentos e registos num cofre
ACTIVIDADES COMBINADAS - exemplo, o circulo dentro do quadrado representa uma
combinação de operação e inspecção.
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Uma operação sempre leva o material, componente ou serviço até ao fim, seja por mudar a sua forma ou
composição química, ou por adicionar ou subtrair material.
Uma inspecção não leva que o material se torne um produto acabado. Simplesmente verifica se a
operação está sendo levada a cabo correctamente em termos de qualidade e quantidade.
Transporte
Indica o movimento de trabalhadores, materiais ou equipamento de lugar para lugar. Assim, um
transporte ocorre quando um objecto é movimentado de um lugar para o outro, excepto quando tais
movimentos são parte de uma operação ou causados pelo operador, na estação de serviço durante uma
operação ou uma inspecção.
Armazenamento temporário ou demora
Indica um atraso numa sequência de eventos; por exemplo, trabalho em espera entre operações
consecutivas, ou um objecto posto de lado temporariamente sem registo, até que seja necessitado.
Exemplos de armazenamento temporário ou demora são materiais amontoados no chão de uma oficina,
caixas esperando por desempacotamento, peças a espera de serem arrumadas em caixotes, ou uma carta a
espera de ser assinada.
Armazenamento Permanente
Indica o armazenamento controlado em que o material é recebido ou retirado do armazém sob certas
formas de autorização. Um armazenamento temporário ocorre quando um objecto é guardado e
protegido contra sua remoção não autorizada. A diferença entre armazenamento permanente e
armazenamento temporário ou demora, é que uma requisição , ou outra forma de autorização formal, é
requerido para a retirada do armazém de um artigo armazenado sob regime permanente.
Actividades combinadas
Quando se deseja mostrar actividades desenvolvidas concomitantemente, ou pelo mesmo operador, na
mesma estação de serviço. Os símbolos para estas actividades estão combinados.
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2.2. Esquema de gráfico de um processo
Trata-se de um gráfico de processo que dá uma imagem abrangente, através do registo sequencial das
principais operações e inspecções.
Num esquema de gráfico de um processo, apenas as principais operações e inspecões levadas a cabo são
representadas. Mais do que a informação dada pelos símbolos e sua sequência, notas muito curtas sobre a
natureza de cada operação ou inspecção são feitas. Um exemplo de um esquema de gráfico de um
processo é representado na figura 9, relacionado com a montagem de uma peça representada na figura 8.
Exemplo de um esquema de gráfico de processo :
Montagem de um interruptor rotor
A peça montada (figura 8) mostra um rotor.
Ela consiste de um eixo (1); uma moldura plástica (2); uma cavilha (3).
Ao se fazer um esquema de gráfico de processo, é conveniente começar com uma linha vertical para
baixo, do lado direito de uma folha de papel, para mostrar operações feitas pela principal unidade ou
componente da montagem (ou composto em processos químicos) – neste caso , o eixo. O tempo padrão
por peça, em horas, é mostrado do lado esquerdo de cada operação. Nenhum tempo é especialmente
especificado para as inspecções, dado que os inspectores estão em trabalho contínuo.
A descrição breve das operações e inspecções que normalmente seriam mostradas ao lado dos símbolos,
aqui são omitidos para não dificultar a compreensão do esquema.
As operações e inspecções feitas no eixo são as seguintes (.B: O objectivo desta sequência de operação é
simplesmente mostrar como é feito um esquema de diagrama de processo, de acordo com a sequência,
pelo que a explicação da técnica usada não é relevante).
Operação 1 – posicionar, girar e separar o eixo do torno (0,025 horas)
Operação 2 – Posicionar a ponta do eixo no torno (0,010 horas)
Depois desta operação, o trabalho vai ao departamento de inspecção
Inspecção 1 – Inspeccionar as dimensões (tempo não afixado).
Depois desta inspecção, o trabalho é encaminhado para a secção de alinhamento
Operação 3 – Posicionar o alinhador verticalmente (0,070 horas)
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Operação 4 – Remover os parafusos do banco de parafusagem (0,020 horas)
O trabalho volta para o departamento de inspecção
Inspecção 2 – Inspecção final da maquinaria (tempo não afixado)
Desta inspecção, o trabalho vai para a oficina de revestimento
Operação 5 – Lubrificação (0,0015 horas)
Operação 6 – Revestimento por cádmio (0,008 horas)
Do revestrimento, o trabalho volta para a inspecção
Inspecção 3 – Revisão final (tempo não afixado)
A moldura plástica é fornecida com um furo concêntrico ao eixo longitudinal:
Operação 7 – confrontar uma das pontas com o torno (0,080 horas)
Operação 8 – Fazer um buraco através de uma perfuração forçada (0,022 horas)
Desta perfuração, o trabalho vai para o departamento de inspecção
Inspecção 4 – Verificar as dimensões (tempo não afixado)
Operação 9 – Acoplar a moldura à ponta do eixo, através de uma perfuração (0,020 horas)
Passa então para a última fase (cavilha):
Operação 10 - Posicionar a cavilha (0,025 horas)
Operação 11 – Remover o “pipo” (0,005 horas)
O trabalho vai a inspecção
Inspecção 5 – Inspeccionam-se as dimensões (tempo não afixado)
Depois o trabalho vai a lubrificação
Operação 12 - Lubrificação (0,0015 horas)
Operação 13 - Revestimento por cádmio (0,006 horas)
O trabalho volta para a inspecção
Inspecção 6 – Verificação final (tempo não afixado)
Operação 14 – A cavilha é acoplada à moldura e eixo e rebitada firmemente (0,045 horas)
Inspecção 7 – O trabalho é finalmente inspeccionado (tempo não afixado).
42
Fig. 8. Interruptor rotor
O gráfico da figura 9 mostra que as operações e inspecções na moldura estão numa linha vertical, ao lado
da linha do eixo. Isto é porque a moldura é o primeiro componente montado no eixo.
.ote especialmente o método de enumeração das operações e inspecções. Tanto as operações como as
inspecções começam por 1. A enumeração é contínua, de um componente para o outro, começando do
lado direito, para o ponto onde o segundo componente se junta ao primeiro. A sequência de enumeração é
transferida para o próximo componente à esquerda, e continua através da montagem.
1
2
3
43
Figura 9. Esquema de gráfico de processo (Montagem de um rotor) CAVILHA MOLDURA PLÁSTICA EIXO
12
13
11
10
5
6
1 7
8
14
9
6
5
4
3
2
4 1
2
3
7
(0,080) (0,022) (sem tempo)
(0,025) (0,005) (sem tempo) (0,0015) (0,006) (sem tempo)
(0,025) (0,010) (sem tempo) (0,070) (0,020) (sem tempo) (0,0015) (0,008)
(0,020)
(0,045) (sem tempo)
44
2.3.Gráfico de fluxo de processo
Depois do estabelecimento de um quadro geral de um processo, é possível entrar em mais detalhes. A
primeira etapa é construir um gráfico de fluxo de processo.
O gráfico de fluxo de processo é um processo de estabelecer a sequência do fluxo de um produto ou
procedimento, através do registo de acontecimentos, usando os símbolos de gráficos apropriados.
- Gráfico de fluxo de processo – tipo trabalhador – regista o que o operador faz
- Gráfico de fluxo de processo – tipo material – regista como o material é manuseado ou tratado
- Gráfico de fluxo de processo – tipo equipamento- regista como o equipamento é usado.
O gráfico de fluxo de processo é produzido do mesmo modo que o esquema de gráfico de processo, mas
usando, adicionalmente aos símbolos de operação e inspecção, os símbolos de transporte, demora e
armazenamento.
Por causa do seu grande detalhe, o gráfico de fluxo de processo, não cobre tantas operações.
2.4. Movimento de trabalhadores na área de trabalho
Existem muitos tipos de actividades em que os trabalhadores movem-se em intervalos regulares entre um
número de pontos na área de trabalho, com ou sem material. Esta situação ocorre frequentemente na
indústria e comércio, e mesmo em casa.
2.4.1. Princípios de economia de movimento
Estes princípios constituem a base da configuração de estações de trabalho, em qualquer estudo. Existem
inúmeros princípios desenvolvidos como resultado da experiência. Tais princípios subdividem-se em:
A. Uso do corpo humano
Sempre que possível:
- As duas mãos devem começar e completar os seus movimentos ao mesmo tempo;
- As duas mãos não devem estar paradas ao mesmo tempo, excepto durante o repouso;
45
- Os movimentos dos braços devem ser simétricos e em direcções opostas, e devem ser feitos
simultaneamente;
- O trabalho deve ser feito de modo que o movimento dos olhos seja confinado a uma área confortável,
sem necessidade de mudanças frequentes de foco.
B. Arranjo da estação de trabalho
- A côr da estação de trabalho deve contrastar com a côr do trabalho a ser feito para evitar fadiga dos
olhos;
-Materiais e ferramentas devem estar arranjados de um modo que permita melhor sequência dos
movimentos.
C. Design de ferramentas e equipamentos
- Duas ou mais ferramentas devem ser combinadas sempre que possível
- Onde cada dedo executa um movimento específico (ex: dactilografar), a carga deve ser distribuída de
acordo com as capacidades inerentes de cada dedo.
2.4.2. Diagrama de processo de duas mãos
Este diagrama é muito similar ao diagrama de fluxo de processo. O propósito deste diagrama é de
identificar a carga de trabalho dos membros um em relacção ao outro.
2.4.3.Técnicas de registo de micromovimentos
Métodos fotográficos
Em estudo do método, muitas actividades são observadas à vista desarmada. Porém, no caso de
investigações muito detalhadas por exemplo, um operador ou um auxiliar de escritório, que esteja muito
ocupado desenvolvendo uma certa actividade numa estação de trabalho específica, em que muitos dos
seus movimentos sejam muito pequenos para serem observados à vista desarmada, ou onde uma
variedade de operações são levadas a cabo simultaneamente, métodos fotográficos tais como camaras
fotográficas, camaras de filme e de vídeo, podem ser usadas.
46
Existem três modos particulares nos quais fotografias podem ser usadas como meio de ajuda em
diagramatização e análise.
O primeiro é a análise de micromovimento, em que o movimento do trabalhador é muito rápido ou o
ciclo de operações é muito curto e repetido muitas vezes. O detalhe tem que ser maior para determinar
onde os movimentos e os esforços podem ser poupados. Para determinar todos os acontecimentos nestes
casos, uma imagem de uma camara de movimento é usada para fazer um filme do trabalho executado.
O segundo é o estudo de memorização de movimento (estudo fotográfico), onde existe mais de uma
pessoa trabalhando, em que não podem ser todos observados ao mesmo tempo. Ex: homens
descarregamento um camião.
Por exemplo, se 4 pessoas trabalham em equipa, o observador só pode observar e registar os movimentos
de uma pessoa na equipa, num dado instante. Por isso, 4 ciclos da actividade da equipa devem ser
observados, e muito provavelmente, haverá uma diferença em actividades em cada ciclo. Contudo, é
possível estabelecer os movimentos de cada pessoa na equipa no mesmo ciclo de trabalho num filme por
meio de filmagens.
O terceiro é a fotografia e actividade de amostragem, em que as características de um universo
(população estactística) são determinadas através do estudo das características das amostras que sejam
consideradas como representativas da população. Este processo é aplicado na medição do trabalho em
forma de actividade de amostragem. A actividade de amostragem pode ser usada onde algumas das outras
técnicas não podem ser usados. Apresenta certas vantagens, como sejam:
- è normalmente barato
- requere mínimo treinamento para seu uso
- não deturpa as actividades
- pode ser interrompido sem reduzir o seu valor
O uso de equipamento fotográfico tem as seguintes vantagens:
- obtem-se um registo permanente da tarefa estudada
- o registo pode ser usada por qualquer pessoa ou grupo de pessoas em qualquer momento ou lugar
- é um excelente modo de indicar as diferenças entre métodos e especialmente importantes para
treinamento
47
- uma tarefa específica pode ser filmada e estudada criticamente no momento em que o observador quiser
-o trabalhador e as suas actividades podem ser estudadas repetidamente, por assistir o filme sempre que se
quiser
2.4.4. Outras formas de registo
Ciclógrafo e Cronociclógrafo
Esta técnica foi desenvolvida para registar num filme pequenos padrões de movimentos de trabalhos
repetitivos.
Um ciclógrafo é representativo do trajecto ou rota de movimento dos membros (ou mão), traçado com
ajuda de um raio contínuo de luz, numa fotografia. Para registar o movimento, uma lâmpada de baixa
voltagem é acoplada a os membros do operador e o registo fotográfico é feito pelo trajecto que a luz
segue. O trajecto da luz é obtido por deixar o obturador da camara aberto, enquanto durar o registo da
fotografia.
Na técnica do cronociclógrafo a rota do movimento é obtida numa fotografia com ajuda de um raio de luz
descontínuo. O efeito desta linha de luz é obtido ao se acoplar um despositivo fotográfico a um dos
membros do trabalhador e permitindo que ele flexe. Quando tais fotografias são analisadas, uma grande
dedução que se pode fazer é, de entre tantas: como a luz flexa a uma taxa conhecida (20 flexas por
segundo), o tempo de duração do trabalho pode ser determinado pelo número de discontinuidades.
48
2.4.5. Diagrama de cordas
Uma técnica de registar e examinar uma actividade é o diagrama de cordas. É uma das mais simples
técnicas do estudo do método e um dos mais importantes.
O diagrama de cordas é um diagrama em escala, no qual uma corda é usada para traçar e medir o trajecto
dos trabalhadores, material ou equipamento durante uma sequência especificada de eventos.
O diagrama de cordas é assim, uma forma especial de diagrama de fluxo, em que uma corda ou linha é
usada para medir distâncias. Por causa disto, é necessário que o diagrama de cordas seja desenhado
correctamente à escala, enquanto o diagrama de fluxo normal é desenhado aproximadamente à escala.
O diagrama de cordas pode ser usado para implantar movimentos de materiais, e isto é frequentemente
feito, especialmente quando o especialista quer descobrir facilmente as distâncias nas quais os materiais
viajam.
2.4.6. Diagrama de viagens
É um diagrama de registo tabular, que apresenta dados quantitativos acerca do movimento de
trabalhadores, materiais ou equipamento entre qualquer número de estações, durante um dado período de
tempo.
Este diagrama é sempre um quadrado.
Uma variável muito importante do diagrama de viagens é o diagrama de viagens de pesos. Este diagrama
regista movimento de materiais dentro de um período de tempo (normalmente um turno ou dia).
Adicionalmente, mostra o volume ou peso dos materioais movimentados.
49
Examinar (examinação crítica)
Técnica de questionamento
A técnica de questionamento é um meio pelo qual a examinação crítica é conduzida, sendo que cada
actividade é sujeita a uma série de questões sistemáticas e progressivas.
i)Questões primárias
A sequência de questionamento usada, segue um padrão bem estabelecido que examina:
O PROPÓSITO para o qual
O LUGAR no qual
A SEQUÊNCIA na qual as actividades são levadas a cabo
A PESSOA por quem
OS MEIOS pelos quais
ELIMINAR
COMBINAR
Com vista a REARRANJAR tais actividades
ou
SIMPLIFICAR
No primeiro estágio da técnica de questionamento, o propósito, lugar, sequência, pessoas e meios de todas
as actividades registadas, são sistematicamente postas em dúvida.
As questões primárias são assim:
PROPÓSITO
o quê é realmente feito?
porquê a actividade é de facto necessária
ELIMINAR partes desnecessárias do trabalho
50
LUGAR onde é feito? Porquê nesse
lugar particular?
SEQUÊNCIA quando é feito? Porquê é feito nesse
momento particular
PESSOA quem o faz? Porquê é feito por essa
pessoa particular?
MEIOS como é feito? Porquê é feito desse
modo específico
ii)Questões secundárias
As questões secundárias cobrem o segundo estágio da técnica de questionamento, durante a qual as
respostas das questões primárias são postas em dúvida com mais profundidade, por forma a determinar a
possibilidade de alternativas de lugares, sequência, pessoas e/ou meios melhor praticáveis ou preferidos
como meio de melhorar o método existente.
Asasim, durante este segundo estágio de questionamento, o especialista faz as seguintes perguntas: O que
mais deve ser feito? O quê deveria ser feito? Do mesmo modo, as respostas são obtidas para o lugar,
sequência, pessoas e meios.
Deste modo, a técnica de questionamento no seu geral é representada pelo seguinte esquema:
PROPÓSITO: o quê é feito?
porquê é feito?
que mais pode ser feito?
quê deveria ser feito?
LUGAR: onde é feito?
Porquê é feito ali?
que mais pode ser feito?
quê deveria ser feito?
COMBINAR onde for possível
ou REARRANJAR a sequência
das operações para a obtensão de
resultados mais efectivos
SIMPLIFICAR a
operação
51
SEQUÊNCIA: quando é feito?
Porquê é feito nesse momento?
quando pode ser feito?
quando deveria ser feito?
PESSOA: quem faz?
Porquê faz?
quem mais pode fazer?
quem deveria fazer?
MEIOS: como é feito?
Porquê desse modo?
qual outra forma de fazer?
como deveria ser feito?
Estas questões, na sequência acima mostrada, devem ser feitas sistematicamente todas as vezes que o
estudo do método for levado a cabo. Elas são a base de um método de estudo bem sucedido.
Desenvolver (o método melhorado)
Existe um famoso ditado que diz: “a pergunta certa é meio caminho andado para se encontrar a resposta
certa”. Isto é especialmente verdade no estudo do método. Ao usar-se a sequência de questionamento
acima referida, nomeadamente:
O quê deve ser feito?
Onde deve ser feito?
Quando deve ser feito?
Quem deve fazer?
Como deve ser feito?,
pode ser desenvolvida uma boa noção acerca da operação presente e as possibilidades de um novo método
melhordo podem emergir.
É importante que todos os símbolos sejam analisados via técnicas de questionamento.
52
As maiores oportunidades vêm dos seguintes símbolos:
3. Avaliar, definir, instalar, manter
Avaliar (alternativas)
Ao se fazer uma avaliação entre alternativas, a gerência normalmente quer saber do especialista porque
este diz isto e não aquilo. Realmente, eles querem saber quanto dinheiro será poupoado ou quanto dinheiro
será gasto, ao se usar este ou aquele método. Isto é o mais importante para os gerentes.
Porém, não é apenas o dinheiro que deve ser considerado ao se tomar importantes decisões como a
mudança de um método de trabalho. Segurança, qualidade, satisfação no trabalho, moralidade e relações
industriais devem ser mencionadas no relatório final.
Definir (o método melhorado)
É importante que ao se fazer a definição de um método melhorado, se inclua toda a informação relevante
no relatório final. Este procedimento facilita que no futuro se possa lembrar das especificações que um
trabalho apresentava, facilitando assim, por seu turno, o re-estudo do trabalho.
É aconselhável que também se faça tantos diagramas quanto posssíveis, de forma que qualquer um, não
apenas o especialista, possa entender o procedimento usado que deve ser usado para introduzir o novo
método e o novo equipamento e a configuração a ser usada.
53
Instalar (o método melhorado)
Este passo é tido como o mais difícil de todo o processo do estudo do método, principalmente quando as
relacçõe humanas não são das melhores. Toda a gente tem medo de mudanças. Os trabalhadores formaram
o hábito de um certo método de trabalho, e sentem-se confortáveis com tal.
Sentem que se uma mudança é proposta, estejam a ser acusados de não estar a desempenhar as suas
funções como devia ser. .
Portanto, é sempre importante que quando se esteja para instalar um outro método de trabalho, se ponha
todos os trabalhadores a par do que possivelmente venha a acontecer; isto é, sabendo de todos os
procedimentos que venham a ser tomados. Depois que os trabalhadores apoiem as mudanças que venham
a ocorrer, a implementação do outro método torna-se mais fácil.
Manter (o novo método)
O novo método deve ser mantido, e consultas regulares devem ser feitas, principalmente no princípio.
Posteriormente, quando os trabalhadores tiverem adoptado mais ou menos na totalidade os novos métodos
de trabalho, as consultas podem diminuir de regularidade.
54
1 Importância
O estudo do trabalho está tradicionalmente associado ao ambiente de manufactura. o seu propósito, como
já se sabe, é incrementar a eficiência da conversão de recursos ou investimento em rendimentos (lucros),
elevando assim a productividade da organização.
Esccritórios, usam recursos, e estes recursos devem ser usados eficientemente. assim, a importância da
utilização de recursos no escritório torna-se ainda mais importante à medida que a percentegem de
trabalhadores nos escritórios continua a crescer.
É muito importante que fique claro que o estudo do trabalho pode ser aplicado em qualquer lugar, e não
apenas em ambiente de manufacturação. Muitos engenheiros industriais encontram oportinidades de
emprego em sectores de serviço como bancos e outros.
Normalmente, os custos de trabalho nos escritórios são considerados dispendiosos, no aspecto em que os
escritórios não contribuem directamente para o produto final da prganização. Trabalhadores de escritório,
têm sido submetidos a estudos pouco sistemáticos, mesmo tendo um potencial maior para melhorar,
relativamente aos das manufacturas. É por isso que existe uma grande necessidade de se aplicar estudo do
trabalho nos escritórios.
Uma objecção comum que se levanta em relacção ao uso do estudo do trabalho nos escritórios é o facto de
que o trabalho de escritório relaciona-se com actividade mental e não pode ser facilmente identificada,
observada, medida ou analisada. Contudo, em muitos escritórios, a maioria do trabalho é routineiro e
qualquer actividade mental está claramente a um nível muito baixo.
Por outro lado, os escritórios são cada vez mais apetrechados de equipamento tecnológico. Tal
equipamento tem uma relacção paralela aos que se usam em fábricas. Operar uma fotocopiadora, por
exemplo, é como operar uma qualquer outra máquina. Por isso, o argumento de que o trabalho de
escritório é fundamentalmente diferente de trabalho da fábrica, não é correcto.
A outra razão que faz com que o estudo do trabalho não seja praticado nos escritórios é o facto do status
diferente entre os trabalhadores de escritório e manuais. O que é percebido como técnica fabril não é
aceite por aqueles que pensam ter um status mais elevado (escriturários).
V. ESTUDO DO MÉTODO .O ESCRITÓRIO
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2.Melhoramento dos métodos de trabalho no escritório
O procedimento básico do estudo do método,
-selecionar
-registar
-examinar
-desenvolver
-avaliar
-definir
-instalar
- manter,
mantem-se válido para estudos de trabalho levados a cabo em ambiente de escritório. É muito
aconselhável para quem não tenha muita prática, usar os procedimentos básicos de estudo do método. Esta
técnica é muito flexível e pode ser aplicada em qualquer situação. É importante ser cauteloso ao propor
automação como meio de melhorar a eficiência. É também importante que sejam investigadas em primeiro
plano as causas da ineficiência, e não os seus efeitos. O que se aqui pretende dizer é que se as causas não
forem tomadas em consideração, o que a automação vai fazer se for implementada, será acelerar a
ineficiência.
3. O design do controle de documentos
A finalidade fundamental de documentos é mostrar informação. O design dos documentos apresenta um
impacto enorme na efectividade do próprio documento, basta se lembrar que é mais simples ler
informação num papel do que num écran.
Enquanto, por um lado, o documento deve conter toda e apenas informação relevante, por outro lado, deve
ser simples e directo. Provavelmente, este aspecto venha a incrementar a eficiência.
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4. Estrutura do escritório
O espaço de um escritório é muito importante na sua organização. Um dos maiores problemas que podem
ser enfrentados num escritório é a disponibilidade de assoalho. Para fazer uso efectivo com problemas de
espaço, é necessário que se tenha um conhecimento profundo dos vários tipos e estilos de plantas de
escritórios.
5. Controlo de qualidade no escritório
Em muitas organizações, não existe controle de qualidade. Aqui, é necessário lembrar-se que quem
trabalha no escritório são pessoas. As pessoas ficam cansadas, perdem concentração e estes factos
contibuem para a ocorrência de erros.
O aspecto mais negativo em cometer erros, é que um erro pode acarretar custos muito elevados, e portanto
ter impactos muito sérios na organização como um todo.
Por forma a ultrapassar estes desastres, é preciso compreender a importância de implementar a qualidade
do sistema. Este sistema assegurará que qualquer informação que seja mostrada num documento seja
correcta e de fácil compreensão para todos que o leiam.
A maior e simples “questão de qualidade” é sempre: está certo o que fazemos? Só se esta pergunta for
respondida satisfatoriamente, é que se pode prestar atenção ao modo como fazemos.
Controle de qualidade é geralmente aplicado ao trabalho de escritório.
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1.Geral
Enquanto o estudo do método relaciona-se com métodos de planificação, procedimentos ou processos a
serem investigados para determinar o que deve ser feito, e como tal deve ser feito, a medição do trabalho
estabelece a extensão da tarefa.
Definição: medição do trabalho é a aplicação de técnicas específicas para estabelecer o tempo que um
trabalhador qualificado leva a executar uma dada tarefa, a uma taxa de trabalho definida.
O tempo estabelecido deve ser um tempo justo. Tempo justo é o tempo médio que um trabalhador
qualificado precisa para completar uma tarefa satisfatoriamente.
Um trabalhador qualificado é um trabalhador que tenha as características físicas necessárias,
conhecimento, treinamento, e habilidades para desempenhar uma tarefa específica. Quer dizer:
- A qualidade do trabalhador tem que ser satisfatória para o empregador
- O melhor método deve ser usado
- A maquinaria e equipamento devem ser propriamente utilizados
- Os materiais não devem ser desperdiçados
- A segurança e outros padrões devem ser mantidos constantemente.
Uma tarefa refere-se a:
- um ponto de ínicio e final bem definidos e apropriados
- a definição do método deve ser clara para um trabalhador treinado de forma que ele possa levar a cabo a
tarefa que tenha que desempenhar.
Uma taxa de trabalho definida implica que o trabalhador é qualificado para a executar durante as horas
normais de trabalho, sem afectar a qualidade, quantidade e segurança.
VI. MEDIÇÃO DO TRABALHO
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2. Porque fazer a medição do trabalho?
Para responder a esta pergunta é necessário que comecemos com uma explicação de o que é medição de
trabalho.
Medição de trabalho é um grupo de técnicas variadas com o objectivo de determinar o tempo padrão de
execução de uma dada tarefa a uma taxa de trabalho.
Quando se estuda um trabalho tem que se saber , obviosamente, quanto tempo tal trabalho dura. Isto
implica que quando se pergunta sobre a durabilidade de um trabalho, deve-se concentrar nas ineficiências
do trabalho. O tempo inefectivo joga um papel muito importante no tempo total de um trabalho afectando
directamente a productividade de uma companhia.
Lembre-se que a maior parte desse tempo inefectivo é causado principalmente por factores fora do
controle do trabalhador. O tempo inefectivo envolvido com qualquer trabalho é uma realidade; a pergunta
é: quanto tempo inefectivo é acrescentado ao tempo total de trabalho. O único modo de obter esta resposta
é aplicar técnicas de medição de trabalho.
NB: Lembre-se que aplicar técnicas de medição de trabalho isoladamente não é uma boa opção. Uma
boa ideia é aplica-la em conjunção com as técnicas de estudo do método, de maneiras que todos os
métodos inefecientes sejam identificados e os mais correctos e mais eficientes sejam selecionados e
definidos os tempos padrões para o tal método.
3.Importância da medição do trabalho
A medição do trabalho reveste-se de inúmeras importâncias, entre as quais, passa-se a referir algumas.
i) Comparar a eficiência de métodos alternativos
Ao comparar-se as alternativas de métodos, todos os aspectos devem ser considerados, ex: segurança e
qualidade. Obviosamente, o mais importante é o tempo. Dois ou mais métodos podem ser efectivamente
comparados se seus tempos básicos forem devidamente conhecidos.
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ii)Balancear o trabalho dos membros de equipas e determinar o número de máquinas com o qual um
operador pode trabalhar
Lembre-se de um gráfico de actividade múltipla e as suas diferentes funcionalidades. Só é possível
construi-lo se tempos padrões forem conhecidos.
iii) Forma a base para o planeamento e controle da produção
É impossível planificar a produção se tempos padrões para os processos são desconhecidos. Esta
informação é importante para a implementação e manutenção de sistemas.
Não pode haver controle na estação de trabalho se os supervisores e a gestão não conhecem a duração do
trabalho. Os trabalhadores também têm necessidade de saber quanto tempo deve-se levar para completar
um trabalho, uma vez que eles estão na linha da frente da produção.
iv) Forma a base para os preços de venda, orçamentação e datas de entrega
A medição do trabalho é vital para o funcionamento de departamento de marketização. Para que esta
informação esteja disponível, os tempos padrões devem estar disponíveis e devem ser precisos e todos os
tempos inefectivos eliminados. Este facto torna-se cada vez mais vital quando uma companhia quer
concorrer no mercado.
V) Estabelecer padrões de custo de utilização de máquinas e desempenho da mão de obra
Em muitas empresas os pagamentos dos trabalhadores baseiam-se nas horas de trabalho. Por isso, é vital
que os trabalhadores sejam utilizados o mais efectivamente possível. Deve ser lembrado que o custo dos
trabalhadores representa uma grande parte dos custos de uma companhia e, portanto, deve ser controlado.
Por outro lado, as máquinas também não são baratas, e devem custear-se por si próprias, durante um certo
período de tempo. Isto é possível apenas quando elas são utilizadas na totalidade.
60
1.Introdução
O estudo do tempo é uma técnica de medição do trabalho. Que fique claro que ao se determinar tempos
padrões, eles devem ser precisos. Se o instrumento usado para medir o tempo não for adequado, um erro
altamente vital, será cometido.
O que é estudo do tempo?
Definição: Estudo do tempo é uma técnica de medição especificada para estabelecer o tempo para um
trabalhador qualificado executar certos elementos sob condições específicas a uma dada taxa de trabalho,
por observação directa de tempos, usando um dispositivo de medição de tempo.
O estudo do tempo é um das duas técnicas directas da medição do trabalho disponível e é especificada
para medir tarefas que sejam repetitivas, isto é, trabalhos que tenham ciclos ou longa duração.
Um ciclo de trabalho consiste de uma série de actividades necessárias para desempenhar uma tarefa
específica e tem princípio e fim definidos. O ciclo como um todo, ocorre repetidamente.
O mais importante instrumento usado no estudo do tempo é o relógio com cronómetro.
2.Selecção do trabalho
Tal qual no estudo do método, o primeiro passo no estudo do tempo é seleccionar o trabalho a ser
estudado. Existe sempre uma razão por quê um trabalho particular merece atenção. Algumas possíveis
razões são:
- o trabalho em questão é novo (novo produto, componente, operação...)
- mudança de material ou método de trabalho, sendo que seja necessário um novo tempo padrão
- uma queixa foi recebida a partir de um representativo dos trabalhadores, sobre os tempos padrões de
operação
- o custo de um certo trabalho é excessivo
VII. ESTUDO DO TEMPO