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Brasília, 2014 1ª EDIÇÃO PRODUÇÃO DE TEORIA E PRÁTICA

Produção de - ABCSabcs.org.br/attachments/-01_Livro_producao_bloq.pdf · FICHA TÉCNICA Produção de Suínos: Teoria e Prática Coordenação editorial associação Brasileira

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  • Braslia, 2014

    1 Edio

    P r o d u o d e

    t E o r i a E p r t i c a

  • FICHA TCNICA

    Produo de Sunos: Teoria e Prtica

    Coordenao editorial

    associao Brasileira dos criadores de Sunos (aBcS)

    Coordenao Tcnica

    adilson Hlio Ferreira

    Bruno carraro

    djane dallanora

    Glauber Machado

    iuri pinheiro Machado

    roni pinheiro

    Stefan rohr

    Coordenao Executiva

    Fabiano coser

    Lvia Machado

    rayza Frana

    tayara Beraldi

    Produo Grfica e Capa

    duo design comunicao

    Reviso de Texto

    duo design comunicao

    Impresso e Acabamento

    Grfica Qualit

    1 edio 1 impresso

    Tiragem: 2.500 exemplares

    Contato:

    associao Brasileira dos criadores de Sunos (aBcS)

    SIG, Quadra 01 Ed. Baro do Rio Branco, sala 118

    CEP: 70.610-410 Braslia/DF

    (61) 3030-3200 [email protected]

    A849p Associao Brasileira de Criadores de Sunos.

    Produo de sunos: teoria e prtica / Coordenao editorial associao Brasileira de criadores de Sunos; coordenao tcnica da Integrall Solues em Produo Animal.-- Braslia, DF, 2014. 908p. : il. : color.

    texto de vrios autores

    1. Produo animal. 2. Sunos. 3. Suinocultura. 4. Reproduo animal, Manejo. I. Associao Brasileira de Criadores de Sunos. II. Integrall Solues em Produo Animal.

    CDU: 636.4(81)

    CDD: 636

    PRoIBIDA A REPRoDUo totAl oU PARCIAl DEStA oBRA, DE QUAlQUER FoRMA oU PoR QUAlQUER MEIo ElEtRnICo, InClUSIvE AtRAvS DE PRoCESSo xERoGRFICoS, SEM PERMISSo ExPRESSA DoS EDItoRES (lEI 5.988 DE 14.12.73, ARtIGoS 122-130).

    PERMItIDA A CItAo DE tREChoS, DESDE QUE InDICADA A oRIGEM.

  • CooRdENAo TCNICA

    adilson Hlio Ferreira

    Bruno carraro

    djane dallanora

    Glauber Machado

    iuri pinheiro Machado

    roni pinheiro

    Stefan rohr

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    5

    A suinocultura brasileira ocupa posio de destaque no cenrio mundial, onde o Brasil o quarto maior

    produtor e o quarto maior exportador de carne suna. A protena brasileira chega a mais de 70 pases, reco-

    nhecida como produto de qualidade por exigentes mercados internacionais e a cadeia produtiva nacional

    competitiva perante seus concorrentes.

    Atenta a esse cenrio, a Associao Brasileira dos Criadores de Sunos (ABCS), por meio do Projeto nacio-

    nal de Desenvolvimento da Suinocultura (PnDS), junto com o Sebrae nacional, busca oferecer sua contribui-

    o para o desenvolvimento de uma atividade economicamente vivel, ambientalmente correta e socialmente

    justa. Pensando nisso, surgiu o desafio de produzir um livro indito no Pas, com uma ampla abordagem sobre a

    produo de sunos nacional, intitulado Produo de Sunos: Teoria e Prtica.

    o objetivo disseminar informao confivel e ser fonte de referncia sobre a produo nacional de su-

    nos. Para isso, a ABCS convidou 105 especialistas para serem autores e coautores desse material, que multi-

    disciplinar e se destaca pela profundidade dos contedos tratados em seus 21 captulos segmentados em 109

    subcaptulos assinados e aprovados pela coordenao tcnica.

    o livro aborda diversos aspectos da produo de sunos, como evoluo dessa cadeia de produo, con-

    ceitos e perspectivas de melhoramento gentico, os diferentes sistemas de produo e planejamento, bios-

    seguridade e imunidade de rebanho, ambincia e bem-estar animal, gesto de talentos e de informao, trata-

    mento de resduos e evidentemente as estratgias de manejo reprodutivo e nutricional de sunos em todas as

    fases de produo. um livro com uma abordagem prtica, feito por profissionais que vivenciam a suinocultura

    e agora compartilham conosco seu conhecimento.

    A ABCS, como coordenadora editorial, apresenta ao setor essa obra que rene o conhecimento dos mais

    renomados profissionais da cadeia de sunos que produziram contedo exclusivo e atualizado para o livro Pro-

    duo de Sunos: Teoria e Prtica.

    Boa Leitura!

    Associao Brasileira dos Criadores de Sunos

    APRESENTAo

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    7

    Alguns ideais sobrevivem aos tempos, aos avanos e s mais diversas tendncias. Mais do que isso, alguns

    ideais so capazes de aproximar, unir e motivar pessoas que neles acreditam e com eles se identificam. Acredi-

    tar no poder do conhecimento aplicado foi o que impulsionou nossa equipe a empreender a rdua e desafiadora

    tarefa de coordenar a produo desta primeira edio do livro Produo de Sunos: teoria e Prtica. Acredita-

    mos que o conhecimento, para converter-se em agente transformador, precisa ser muito bem compilado, sele-

    cionado e, acima de tudo, difundido com responsabilidade.

    Ao longo das ltimas dcadas, a suinocultura avanou de forma notvel, tanto em termos tecnolgicos

    quanto em termos de relevncia no contexto mundial da produo de carnes. neste cenrio, percebemos um

    crescimento exponencial no volume de conhecimento aplicado espcie suna, no que tange s reas de repro-

    duo, patologia, epidemiologia, teraputica, gentica, nutrio e demais segmentos do conhecimento tcnico

    especializado. Dispomos, atualmente, de uma virtuosa diversidade de livros, compndios, peridicos e publi-

    caes diversas, que garantem importante fonte de aprendizado e atualizao constantes para as diversas

    reas do conhecimento especfico que fundamenta a moderna produo de sunos. no entanto, essa amplitude

    observada nas fontes de informao especializada no foi acompanhada pelo desenvolvimento de obras que

    consolidem os segmentos fragmentados do conhecimento em um nico conjunto consistente, seguro e coe-

    rente de informaes aplicveis. com este ideal em mente que nos reunimos em torno de um propsito maior:

    coordenar a produo de um livro que preencha parte desta visvel lacuna em nossa comunidade tcnica. Que

    a concretizao deste ideal sirva de referncia, de consulta e de aprendizado para estudantes universitrios e

    profissionais da suinocultura!

    A elaborao deste livro contou com a dedicao e colaborao de muitos especialistas, profissionais de

    notvel e reconhecida competncia nos respectivos temas abordados. Com a colaborao destes autores, pro-

    duzimos 21 captulos, abrangendo diversos temas ligados diretamente produo de sunos. Ao mesmo tempo

    em que buscamos inserir os temas mais relevantes e aplicveis suinocultura moderna, constatamos tambm a

    impossibilidade em abranger todas as reas de conhecimento que consideramos relevantes para nossa cadeia

    produtiva e para nossa comunidade tcnica. Embora saibamos que o escopo desta obra no permite tamanha

    abrangncia, estamos certos que, nas futuras revises e edies deste livro, conseguiremos aprimorar e ampliar

    esta primeira edio, desenvolvida com responsabilidade e comprometimento em todo seu teor e contedo.

    Agradecemos ABCS (Associao Brasileira de Criadores de Sunos) por ter acolhido este projeto de for-

    ma to determinada, viabilizando a converso do sonho em uma obra concreta e perene. Agradecemos a todos

    que fazem parte da cadeia produtiva da suinocultura, em especial aos produtores de sunos que, em ltima an-

    lise, viabilizam a aplicao prtica do conhecimento e acreditam no poder da informao de qualidade. Por fim,

    dedicamos este livro a todos os jovens profissionais da suinocultura que, como ns, buscam no conhecimento

    tcnico no somente um meio de realizao profissional, mas tambm uma ferramenta para contribuir efeti-

    vamente com a sociedade e o meio em que vivem. Que esta obra sirva de estmulo para que sigam em busca dos

    seus sonhos e para que acreditem no compartilhamento do conhecimento e da experincia como a mais efetiva

    maneira de promover crescimento e transformao.

    Equipe Integrall

    APRESENTAo TCNICA

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    9caro leitor,

    Se houvesse uma receita para se escrever um excelente livro tcnico sobre produo de sunos, asseguro

    que todos os ingredientes estariam nessa obra, e com considerveis doses extras de trs elementos que julgo

    serem essenciais: EXPERINCIA, CoNTEdo E CoNHECIMENTo.

    Essa ousada obra realizada pela Associao Brasileira de Criadores de Sunos (ABCS) em parceria com o

    SEBRAE, em prol da suinocultura nacional, rene em um mesmo livro os principais temas de interesse na pro-

    duo de sunos no Brasil. Escrito por especialistas que conhecem profundamente essa atividade, a entidade

    compartilha com o leitor o conhecimento adquirido de muitos anos da experincia profissional dos autores.

    os livros atualmente disponveis no Brasil so, em sua maioria, escritos por professores e pesquisadores

    de outros pases, e pouco trata da produo de sunos em clima tropical, o que torna ainda mais legtima e

    necessria a edio dessa obra. Alm disso, os poucos livros de autoria nacional so incompletos ou tratam

    apenas de temas especficos, como nutrio animal, manejo ou sanidade e, neste contexto, no permitem uma

    abrangncia total das complexas tcnicas de produo de sunos que esta obra alcana.

    Esse livro conta com a relevante contribuio de mais de 100 autores entre professores, profissionais do

    setor e pesquisadores, considerados os mais capacitados em suas reas de atuao nas mais diversas e reno-

    madas instituies brasileiras.

    A suinocultura nacional dispensa quaisquer apresentaes, pois tem demonstrado excelentes e promis-

    sores indicadores que permite conquistar uma posio bastante expressiva no comrcio internacional, mere-

    cendo sempre nosso respeito e admirao pelo que se transformou nessas ltimas dcadas, tanto do ponto de

    vista econmico, quanto em relao ao desenvolvimento social atribudo a essa excepcional cadeia produtiva.

    todo este esforo no resultaria no desenvolvimento econmico e social que vivenciamos se, concomitan-

    temente, no houvesse a sade animal alcanado avanos significativos que permitissem oferecer as garan-

    tias exigidas pelos pases importadores e pelo nosso mercado interno.

    os avanos mencionados que foram construdos custa de enormes sacrifcios como esperado em um

    pas de grande dimenso territorial e importantes diferenas regionais, incluram no somente a erradicao

    de enfermidades de alto impacto econmico, como a febre aftosa, a peste suna clssica e a peste suna africa-

    na, mediante a implantao e consolidao gradativa de reas livres em observncia s diretrizes da organi-

    zao Mundial de Sade Animal (oIE), mas, principalmente, a estruturao de um Servio veterinrio oficial

    pautado na independncia tcnica e financeira que permite a sustentabilidade dessas conquistas, mediante a

    credibilidade de suas aes e reaes.

    Ao sustentarmos nossas decises em cincia, buscando o consenso, e estimulando a transparncia e a so-

    lidariedade internacional, sempre em benefcio da segurana sanitria no comrcio nacional e internacional,

    o Brasil seguir gozando da confiana e reconhecimento de todos os pases do mundo e da nossa sociedade.

    Por fim, gostaria de registrar meu orgulho em apresentar essa obra, e dizer que apoio a ideia de que o me-

    lhor livro ainda no foi escrito, e nunca ser, o que permite encoraj-lo, e aos demais especialistas, a tambm

    produzir trabalhos como esse, no intuito de sempre colaborarmos para o crescimento da suinocultura brasi-

    leira e do nosso querido Pas.

    Boa leitura.

    Guilherme h. F. Marques, Msc

    Guilherme H. F. Marques Fiscal Federal Agropecurio, Diretor do Departamento de Sade Animal do Ministrio da Agricultura, Pecuria e

    Abastecimento e Presidente da Comisso Regional da OIE das Amricas e Delegado do Brasil perante a OIE (desde 2011)

    PREFCIo

  • AgRAdECIMENToS

    os agradecimentos so dedicados aos profissionais do

    setor de sunos nacional, ora autores e coautores deste

    livro, por sua dedicao pesquisa e pela contribuio

    na construo e constante atualizao dos profissionais

    deste segmento. tambm equipe de coordenao tcnica,

    instituda para esta publicao, pela difcil tarefa de selecionar

    temas e ttulos dessa produo intelectual para composio

    dos contedos dos captulos. Agradecemos aos parceiros das

    Granjas Miuna, Umburana, Santa Rosa e Bom Retiro, pela

    cesso das fotos produzidas para esse o livro e tambm a

    todos os profissionais envolvidos na elaborao desta obra.

    Por fim, agradecemos aos constantes parceiros da Associao

    Brasileira dos Criadores de Sunos, como Sebrae nacional,

    o Ministrio da agricultura pecuria e abastecimento e a

    Embrapa Sunos e Aves que agregam ao nosso desafio de

    trabalhar pela sustentabilidade da suinocultura brasileira.

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    11

    AuToRES

    Adilson Hlio Ferreira

    Mdico veterinrio UFMG

    Mestrado Economia Rural UFv

    Integral Solues em Produo Animal ltda.

    [email protected]

    Adrienny Reis

    Mdica veterinria, Mestre em Microbiologia Ev/UFMG

    Responsvel tcnica do Instituto de Pesquisas

    veterinrias Especializadas (IPEvE)

    [email protected]

    Alexandra Cordeiro

    Zootecnista

    Ps-Doutorado, UnICAMP

    [email protected]

    Alexandre Marchetti

    Mdico veterinrio, Msc

    Diretor, Minitub do Brasil ltda.

    [email protected]

    Alysson Saraiva

    Zootecnista D.Sc nutrio de Monogstricos

    Professor Adjunto Departamento de Zootecnia, UFv

    [email protected]

    Amanda Siqueira

    Doutorado em Reproduo Animal - UFMG e

    Swedish University of agricultural Science

    Supervisora de Servios tcnicos, Agroceres PIC

    [email protected]

    Ana Paula gonalves Mellagi

    Mdica veterinria, MSc, Dra.

    Departamento tcnico, Minitub do Brasil ltda.

    [email protected]

    Ana Paula Liboreiro Brustolini

    Zootecnista, Mestre em produo animal

    [email protected]

    Andr Ribeiro Corra da Costa

    Zootecnista

    Diretor-Geral, toPIGS do Brasil ltda.

    [email protected]

    Andressa da Silva Formigoni

    Zootecnista, Doutoranda em nutrio Animal

    [email protected]

    Antoni Dalmau Bueno

    Mdico veterinrio, Doutor em bem-estar animal

    Pesquisador, IRtA Investigacin y tecnologa Agroalimentarias-

    Monells Espanha

    [email protected]

    Antnio Loureno guidoni

    Engenheiro Agrnomo, Dr.

    Pesquisador, Embrapa Sunos e Aves

    (In Memorian)

    Antonio Marcos Moita

    Zootecnista, Mestre e Doutorado em nutrio de Sunos

    Gerente de Servios tcnicos, BR nova Sistemas nutricionais

    [email protected]

    Antonio Velarde Calvo

    Mdico veterinrio, Doutorado em bem-estar animal

    Pesquisador e Diretor da rea de bem-estar animal da

    IRtA- Investigacin y tecnologa

    Agroalimentarias- Monells- Espanha

    [email protected]

    Aurea Helena Assis da Costa

    Mdica veterinria Mestre em Medicina

    veterinria (Reproduo Animal)

    Diretora-Presidente, Germovet

    Biotecnologia em Reproduo Animal

    [email protected]

    Breno Castello Branco Beiro

    Mdico veterinrio, MSc em Microbiologia,

    parasitologia e patologia, UFpr

    Diretor de Projetos, Imunova Analises Biolgicas ltda.

    [email protected]

    Bruno Alexander Nunes Silva

    Zootecnista; phd

    Professor e Pesquisador, Universidade

    Federal de Minas Gerais UFMG/ICA

    [email protected]

    Bruno Oliver Rosa

    Zootecnista, Mestre e Doutorando em nutrio Animal

    nutricionista de Sunos, UFMG

    [email protected]

    Bruno Zinato Carraro

    Mdico veterinrio, UFMG

    Integrall Solues em Produo Animal ltda.

    [email protected]

    Produo de sunos: teoria e Prtica

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    12

    Caio Abrcio da Silva

    Mdico veterinrio UEl, Mestre em Cincia de Alimentos

    UEl, Doutorado em Zootecnia UnESP Jaboticabal,

    Ps-Doutorado UAB, Ps-Doutorado InRA

    [email protected]

    Celso Fvaro Junior

    Bacharel em Cincias Biolgicas UFPR, Mestre

    em Biologia celular e Molecular, UFpr, Gestor de

    P, D & I, Imunova Anlises Biolgicas ltda.

    [email protected]

    Cesar Augusto Garbossa

    Mdico veterinrio, Mestre em Cincias veterinrias,

    Doutorando em Produo e nutrio de no Ruminantes

    Gerente-tcnico, Animalnutri

    [email protected]

    Charli Ludtke

    Mdica veterinria UFPel-RS, Doutorado

    em Medicina veterinria UnESP

    Gerente de animais de produo, WSpa

    [email protected]

    Clarice Speridio Silva Neta

    Zootecnista

    Mestranda em Zootecnia/nutrio Animal UFMG

    [email protected]

    Cristina Gonalves Bittencourt

    Cincia da Computao UFSC

    Scia-Diretora de tecnologia, Comunicao

    & Marketing, agriness

    [email protected]

    dalton de oliveira Fontes

    Mdico veterinrio, Dr. em Zootecnia

    professor, UFMG

    [email protected]

    david Renaudeau

    Zootecnista; phd

    Pesquisador, Institut national de la Recherche

    Agronomique (InRA/UMR Pegase), Frana

    [email protected]

    Dbora Braz

    Zootecnista MSc Agronomia

    nutricionista, MCASSAB

    [email protected]

    Diego Alberto Lescano

    Mdico veterinrio, MSc. Zootecnia

    Gerente do Centro de Pesquisa e Depto. tcnico

    de Sunos, BIoFARMA S.A Argentina

    [email protected]

    diogo Fontana

    Mdico veterinrio, Ps-Graduao pela Universidade tuiuti

    do Paran,Mestre em Cincias veterinrias UFRGS

    Coordenador de Assistncia tcnica, MSD Sade Animal

    [email protected];[email protected]

    Diogo Magnabosco

    Mdico veterinrio UFRGS, Mestrado em Cincias

    veterinrias com nfase em Reproduo de Sunos UFRGS

    Doutorando em Cincias veterinrias UFRGS

    [email protected]

    djane dallanora

    Mdica veterinria, Mestre e Doutoura em Cincia Animal

    Professora de Clnica de Sunos, UnoESC

    Integrall Solues em Produo Animal ltda.

    [email protected]

    Douglas Cazzolato Morgonni

    Zootecnista, MSc em nutrio de Sunos USP, MBA em

    Comrcio Exterior, Gesto de negcios Internacionais, FGv

    Diretor-Comercial, BRnova Sistemas nutricionais S/A

    [email protected]

    Eduardo Coulaud da Costa Cruz Jnior

    Mdico veterinrio UFMG, Mestre em Patologia

    Animal UFMG, MBA Internacional em Gesto

    Empresarial, FGv/ohio University

    Diretor-tcnico, Suinco Cooperativa de Suinocultores ltda.

    [email protected]

    Eduardo Paulino da Costa

    Mdico veterinrio Doutor em Cincia

    Animal (Reproduo Animal)

    Professor Departamento de veterinria, UFv

    [email protected]

    Eliene Justino

    Mdica veterinria

    Pesquisadora, Agroceres Multimix

    [email protected]

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    13

    Emlio Csar Martins Pereira

    Mdico veterinrio Mestre em Medicina

    veterinria (Reproduo Animal)

    Doutorando em Medicina veterinria

    (Biotecnologia Animal), UnESP

    [email protected]

    Eraldo Lourenso Zanella

    Mdico veterinrio, MSc; PhD

    professor, Faculdade de agronomia e Medicina

    veterinria Universidade de Passo Fundo-RS

    [email protected]

    rika Martins de Figueiredo

    Zootecnista MSc em Bioclimatologia

    Doutorando em Bioclimatologia DZo/UFv

    [email protected]

    Everton Gubert

    Cincia da Computao UFSC

    Scio-Diretor de negcios, Estratgia & Inovao, Agriness

    [email protected]

    Fabiana Ribeiro Caldara

    Zootecnista

    professora, UFGd

    [email protected]

    Fbio Teixeira

    Mdico veterinrio UFv

    Gerente-tcnico, Zoetis

    [email protected]

    Fernanda Almeida

    Mdica veterinria, PhD

    professora adjunta, UFMG

    [email protected]

    Filipe Antonio Dalla Costa

    Mdico veterinrio

    Aluno de Mestrado do Programa de Ps-Graduao

    em Zootecnia, Faculdade de cincias agrrias e

    veterinria,UnESP; Grupo de Estudo e Pesquisas em

    Etologia e Ecologia Animal EtCo

    [email protected]

    Francisco Alves Pereira

    Mdico veterinrio, MSc

    nutricionista de Sunos, Agroceres

    Multimix nutrio Animal ltda.

    [email protected]

    Glauber Machado

    Mdico veterinrio e Doutor em Cincia Animal.

    Integrall Solues em Produo Animal ltda.

    [email protected]

    Hebert Silveira

    tcnico em Agropecuria, Engenheiro Agrnomo,

    Mestre em Cincias veterinrias, Doutorando em

    Produo e nutrio de no Ruminantes.

    Gerente-tcnico, Animalnutri

    [email protected]

    Iara Del Pilar Solar Diaz

    Zootecnista, Ps-doutorado em Gentica

    e Melhoramento animal

    coordenadora de Servios Genticos, agroceres pic

    [email protected]

    Irenilza de Alencar Ns

    Engenheira

    Professora Colaboradora, UnICAMP

    Professora titular, UnIP

    [email protected]

    Isabela Sabino Fernandes

    Mdica veterinria; Mestre em nutrio Animal.

    Mdica veterinria, Agropecuria Carboni

    [email protected]

    Isidrio Teles de Sousa

    Graduado em Fsica, Mestre em Administrao de Empresas

    Consultor em Gesto de negcios,

    PEnSARt Consultoria SS ltda.

    [email protected]

    Isis Mariana Drombrowsky Leal Pasian

    Mdica veterinria, especialista

    Gerente tcnica, Elanco

    [email protected]

    Israel Jos da Silva

    Mdico veterinrio Dr. em Cincia Animal

    Professor Associado, UFMG

    [email protected]

    Iuri Pinheiro Machado

    Mdico veterinrio, MSc

    Integral Solues em Produo Animal ltda.

    [email protected]

    Joo donisete do Nascimento

    Zootecnista, Mestrado em Melhoramento animal

    Gerente de Gentica, agroceres pic

    [email protected]

    Produo de sunos: teoria e Prtica

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    14

    Jonas Irineu dos Santos Filho

    Eng. Agrnomo, MSc Economia Rural,

    Doutor em Economia Aplicada

    Embrapa Sunos e Aves

    [email protected]

    Jorge Cunha Lima Muniz

    Zootecnista MSc em nutrio Animal

    Doutorando em Bioclimatologia DZo/UFv

    [email protected]

    Jorge Rotava

    Mdico veterinrio

    Gerente de Servios tcnicos, BRnova Sistemas nutricionais

    [email protected]

    Jos Henrique Piva

    Mdico veterinrio

    Servios tcnicos da pic das amricas, Genus pic

    [email protected]

    Jos Lucio dos Santos

    Mdico veterinrio, MSc, DS.

    PhD em Medicina veterinria UFMG

    Diretor/Pesquisador, Microvet Microbiologia

    veterinria Especial ltda.

    [email protected]

    Jos Rodolfo Ciocca

    Zootecnista UnESP Jaboticabal-SP

    Gerente do programa de abate Humanitrio, WSpa

    [email protected]

    Jos Vicente Peloso

    Mdico veterinrio, M.Agr.Sc., D.S.

    Consultor tcnico, JvPeloso Consultoria tcnica ltda.

    [email protected]

    Josemar Xavier de Medeiros

    Engenheiro Agrnomo, Dr.

    professor Universitrio, UnB

    [email protected]

    Juarez Lopes Donzele

    Engenheiro Agrnomo DS em nutrio de Monogstricos

    Professor titular de nutrio de Monogstricos, UFv-DZo

    [email protected]

    Juliana Sarubbi

    Mdica veterinria, Dra. em Engenharia Agrcola,

    na rea de construes rurais e ambincia

    professora adjunta, UFSM

    [email protected]

    Leonardo Leite

    Mdico veterinrio, DZo

    Scio Diretor, ARC Consultoria

    [email protected]

    Lourdes Romo Apolnio

    Zootecnia UFv, Mestrado e Doutorado

    em nutrio Animal UFv

    [email protected]

    Lucas Alves Rodrigues

    Mdico veterinrio

    Mestrando em Produo de no Ruminantes,

    Escola de veterinria UFMG

    [email protected]

    Lucas Fernando dos Santos

    Mdico veterinrio UFv, Mestrado em veterinria

    UFv, estudante de doutorado em Medicina

    veterinria UFv / University of Minnesota

    veterinrio, UFv / Microvet

    [email protected]/ [email protected]

    Luciano dos Santos Rodrigues

    Engenheiro Agrcola Dr. em Cincia Animal,

    Ps-Dr. em Controle Ambiental e Saneamento

    professor adjunto, UFMG

    [email protected]

    Luciano Roppa

    Mdico veterinrio

    Diretor-Presidente, Roppa Consulting

    [email protected]

    Luis Felipe Caron

    Mdico veterinrio

    professor adjunto de Microbiologia e

    vacinologia veterinria, UFPR

    [email protected]

    Manne Xavier Reis

    Zootecnista

    Mestranda em Zootecnia nutrio Animal,UFMG

    [email protected]

    Marcela Tocchet

    Mdica veterinria

    Gerente de produto, Zoetis

    [email protected]

    Marcelo Aparecido da Silva

    Zootenia UnESP Bocatu, Mestrado e

    Doutorado em nutrio Animal, UFv

    nutricionista de Servicos tcnicos, Aviagen Inc.

    [email protected]

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    15

    Marcelo Miele

    Economista, Doutorado em Agronegcio UFRGS

    Pesquisador, Embrapa Sunos e Aves

    [email protected]

    Marcelo Almeida

    Mdico veterinrio UnB, Especialista em Cincias

    Suincolas, UFU; Mestre em Cincias veterinrias na rea

    de Medicina veterinria Preventiva Medicina de Sunos

    Gerente de Servios tcnicos de Sunos, Merial

    [email protected]; [email protected]

    Mrcio dornelles gonalves

    Mdico veterinrio, Doutorando em nutrio de Sunos

    Assistente de Pesquisa, Kansas State University

    [email protected]

    Marcos Cezar Podda

    Mdico veterinrio, Especializao em Reproduo Animal

    Consultor tcnico, Agroceres Multimix nutrio Animal

    [email protected]

    Mariana Anrain

    Engenheira agrnoma, Msc em Zootecnia

    Gerente de Melhoramento Gentico, dB Gentica Suna

    [email protected]

    Marta dos Santos Baracho

    Biloga

    Pesquisadora Colaboradora, Faculdade de

    Engenharia Agrcola UnICAMP

    [email protected]

    Mrvio Lobo Teixeira de Abreu

    Mdico veterinrio, Dr. em nutrio de Monogstricos

    Professor Associado, Departamento de Zootecnia UFlA

    [email protected]

    Max Ingberman

    Engenheiro de Bioprocessos e Biotecnologista, MSc

    em Microbiologia, parasitologia e patologia, UFpr

    Gerente de P, D & I, Imunova Anlises Biolgicas

    [email protected]

    Melissa Izabel Hannas

    Zootecnista, MBa em administrao e

    Marketing, MSc Zootecnia, DSc Zootecnia,

    Professora, UFv

    [email protected]

    Moacir Furtado

    Zootecnista, MSc em nutrio Animal, Ev UFMG

    nutricionista, GPD Consultoria em nutrio Animal

    [email protected]

    osmar Antonio dalla Costa

    Zootecnista, doutorado

    Pesquisador, Embrapa Sunos e Aves

    [email protected]

    Paulo Eduardo Bennemann

    Mdico veterinrio, M.Sc, D.Sc

    Professor de Fisiopatologia de Reproduo, UnoESC

    [email protected]

    Paulo Roberto Souza da Silveira

    Mdico veterinrio, MSc; DSc

    Pesquisador Aposentado, Embrapa Sunos e Aves

    Consultor independente, SUICon treinamentos

    [email protected]

    Rafael da Rosa ulguim

    Mdico veterinrio,Mestrado pelo Programa de Ps-

    Graduao em Medicina veterinria UFPEl

    Doutorando pelo Programa de Ps-Graduao

    em Cinciasveterinrias, UFRGS

    [email protected]

    Renato Irgang

    Engenheiro Agronmo, Ph.D

    professor associado, UFSc

    [email protected]

    Rinaldo Felcio

    Mdico veterinrio

    Gerente-Comercial, Unidade de negcios

    Suinocultura, MSD Sade Animal

    [email protected]

    Rita Flvia Miranda de Oliveira Donzele

    Zootecnista DS em Bioclimatologia

    Professora Associada Iv Bioclimatologia

    Animal, UFv DZo

    [email protected]

    Robert Rene Gunert

    Mdico veterinrio

    Gerente de Produo, DB Gentica Suna

    [email protected]

    Roberto Maurcio Carvalho Guedes

    Mdico veterinrio UFMG; Mestrado em

    Patologia Animal UFMG; PhD em veterinary

    PathoBiology University of Minnesota

    professor, UFMG

    [email protected]

    Produo de sunos: teoria e Prtica

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    16

    Robson Carlos Antunes

    Mdico veterinrio UnESP, Dr. em Gentica e Bioqumica

    UFU, Mestrado em Gentica e Bioqumica UFU

    Professor Adjunto 4 de Suinocultura

    Medicina veterinria e Agronomia, UFU

    [email protected]

    Ronaldo Reis

    Mdico veterinrio, Mestrado em Patologia Comparativa

    Diretor, Instituto de Pesquisas veterinrias

    Especializadas (IPEvE)

    [email protected]

    Roni Pinheiro

    Mdico veterinrio, Mestrado em

    Reproduo e Doutorado em nutrio

    Integrall Solues em Produo Animal ltda.

    [email protected]

    Rovrio Magrini de Freitas

    Zootecnista

    Gerente de Unidade de negcios Sunos, MCASSAB

    [email protected]

    Silvano Bnzen

    Zootenia UFv viosa, Mestrado e

    Doutorado em nutrio Animal UFv.

    nutricionista de sunos

    [email protected]

    Stefan Alexander Rohr

    Mdico veterinrio

    Integrall Solues em Produo Animal ltda.

    [email protected]

    Sung Woo Kim

    Ph.D, Department of Animal Science

    north Carolina State University, EUA

    Thiago Hiroshi Kuribayashi

    Zootecnista MSc Cincias veterinrias

    Supervisor tcnico, MCASSAB

    [email protected]

    Thomas Bierhals

    Mdico veterinrio UDESC, Mestrado em Cincias

    Animais com nfase em Reproduo de Sunos UFRGS

    Gerente-tcnico Regional Sudeste/Centro-oeste,

    DB DanBred

    [email protected]

    Tobias Fernandes Filho

    Mdico veterinrio, MSc em Microbiologia,

    Parasitologia e Patologia UFPR

    Gerente de operaes, Imunova Anlises Biolgicas ltda.

    [email protected]

    Vincius de Souza Cantarelli

    Zootecnista, Mestre, Doutor e Ps-Doutor

    em nutrio Animal UFlA

    Professor e Pesquisador, UFlA

    [email protected]

    Vladimir Fortes de oliveira

    Mdico veterinrio, Mestrado em nutrio de

    Monogstricos, MBA Gesto Empresarial Estratgica e

    MBa em Gesto de Finanas, controladoria e auditoria

    Gerente comercial, dB Gentica Suna

    [email protected]

    William Marcos Teixeira Costa

    Mdico veterinrio UFv

    Gerente-tcnico nacional Sunos, Ceva Sade Animal

    [email protected]

    Yamilia Barrios Tolon

    Zootecnista, Dra. em Engenharia Agrcola

    Professora, FAtEC/SP

    [email protected]

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    17

    SuMRIo

    Captulo 1 Panorama da Produo de Sunos no Brasil e no Mundo

    1.1 Evoluo do mercado mundial de sunos nos ltimos 30 anos ..............................................................................23

    1.2 Estatsticas da produo, abate e comercializao brasileira e mundial de sunos .......................................30

    1.3 Sistemas de produo integrado, contratado, cooperado e independente ......................................................37

    Captulo 2 Melhoramento Gentico Aplicado Produo de Sunos

    2.1 Raas e linhagens na produo de sunos .......................................................................................................................51

    2.2 Estruturas piramidais de melhoramento gentico .....................................................................................................60

    2.3 Conceitos de melhoramento gentico aplicados produo de sunos ............................................................63

    2.4 Gentica quantitativa e seleo assistida por marcadores .....................................................................................72

    2.5 o futuro do melhoramento gentico em sunos ..........................................................................................................84

    Captulo 3 Sistemas de Produo e Planejamento de Instalaes na Suinocultura

    3.1 Evoluo histrica dos sistemas de produo de sunos ..........................................................................................95

    3.2 Evoluo e conceitos da produo segregada ..............................................................................................................99

    3.3 Fluxo de produo e dimensionamento de instalaes .........................................................................................106

    3.4 o sistema wean-to-finish .....................................................................................................................................................1113.5 Sistemas de produo ao ar livre ....................................................................................................................................121

    3.6 Sistemas de produo em bandas ...................................................................................................................................125

    Captulo 4 Bem-estar Animal (BEA) Aplicado Produo de Sunos

    4.1 Perspectivas para o bem-estar animal na suinocultura .........................................................................................133

    4.2 tcnicas de manejo voltadas para o BEa em sunos ................................................................................................146

    4.3 outras aplicaes prticas relacionadas ao BEA na produo de sunos .......................................................156

    Captulo 5 gesto da Informao na Produo de Sunos

    5.1 ndices zootcnicos e sistemas de gerenciamento na produo de sunos ....................................................169

    5.2 Indicadores econmicos e custo de produo em suinocultura .........................................................................178

    5.3 Gesto da informao e aplicao prtica na tomada de decises ...................................................................188

    Captulo 6 Imunologia, Vacinaes, Monitoria e Necropsia

    6.1 Fundamentos de imunologia aplicados produo de sunos ............................................................................201

    6.2 vacinas e vacinaes ............................................................................................................................................................212

    6.3 Monitoria sanitria de rebanhos .....................................................................................................................................226

    6.4 Fundamentos de anatomopatologia e tcnicas de necropsia..............................................................................237

    Produo de sunos: teoria e Prtica

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    18

    Captulo 7 Manejo Reprodutivo da Fmea Suna

    7.1 introduo e adaptao das leitoas de reposio ....................................................................................................249

    7.2 Estratgias de descarte de matrizes e reposio de plantis ..............................................................................253

    7.3 Manejo da leitoa da fase pr-puberal cobertura ...................................................................................................261

    7.4 curvas de crescimento em leitoas..................................................................................................................................266

    7.5 Flushing nutricional em leitoas: fundamentos tcnicos e aplicao prtica ..................................................272

    7.6 Parmetros de peso, idade e estrutura corporal na cobertura das leitoas .....................................................279

    7.7 o estro na leitoa: diagnstico e manejo eficiente ....................................................................................................283

    7.8 Sistema B.E.A.R e sistema tradicional de deteco de cio em leitoas ...............................................................290

    7.9 Manejo da inseminao artificial: princpios, protocolos e cuidados ...............................................................297

    7.10 Inseminao artificial ps-cervical: sistemas e viabilidade ..................................................................................302

    7.11 Sistemas de Inseminao Artificial em tempo Fixo (IAtF) ...................................................................................308

    7.12 crescimento intrauterino retardado (ciUr) ..............................................................................................................315

    Captulo 8 Manejo Reprodutivo do Macho Suno

    8.1 Sistemas de alojamento de machos doadores de smen .......................................................................................323

    8.2 Sistemas de coleta manual, semiautomtica e automtica ..................................................................................328

    8.3 tcnicas de avaliao, contagem, processamento, diluio e envase do smen suno ..............................334

    8.4 Equipamentos avanados de processamento de smen .......................................................................................349

    8.5 o sistema C.A.S.A na anlise quantitativa e qualitativa do smen suno ........................................................354

    8.6 Gesto da qualidade de smen em centrais de inseminao artificial .............................................................357

    8.7 Gesto operacional nas centrais de inseminao artificial ...................................................................................362

    8.8 tcnicas de ultrarresfriamento e congelamento do smen suno .....................................................................365

    Captulo 9 Nutrio e Alimentao da Fmea Gestante

    9.1 Exigncias nutricionais da fmea suna gestante .....................................................................................................375

    9.2 Principais ocorrncias fisiolgicas nas diferentes fases da gestao em sunos .........................................379

    9.3 Curvas de alimentao da fmea gestante: fundamentos e aplicaes .........................................................386

    9.4 nutrio e formao do aparelho mamrio da fmea suna gestante .............................................................393

    9.5 Manejo nutricional e condio corporal da fmea suna gestante ....................................................................396

    9.6 Interaes entre nutrio na fase de gestao e desempenho na lactao ...................................................404

    9.7 Interao entre manejo nutricional e peso ao nascimento ..................................................................................409

    9.8 Manejo alimentar e sistemas de alimentao na gestao ...................................................................................414

    Captulo 10 Nutrio e Alimentao do Macho Reprodutor Suno

    10.1 Fundamentos fisiolgicos da nutrio do macho reprodutor .............................................................................427

    10.2 Exigncias nutricionais do macho reprodutor ...........................................................................................................434

    10.3 nutrientes condicionalmente essenciais na nutrio de machos ......................................................................441

    10.4 Planos de alimentao aplicados nutrio de machos ........................................................................................448

    Captulo 11 Manejo do Parto e da Fase Puerperal na Fmea Suna

    11.1 Reviso antomo-fisiolgica do processo de parto na fmea suna..................................................................455

    11.2 Manejo da fmea suna nos dias que antecedem ao parto ...................................................................................462

    11.3 Assistncia ao parto: tcnicas e princpios .................................................................................................................468

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    19

    11.4 Induo de partos na fmea suna ..................................................................................................................................476

    11.5 Cuidados iniciais com os leites recm-nascidos .....................................................................................................485

    11.6 Manejo de colostro: fundamentos, importncia e tcnicas..................................................................................488

    11.7 ocorrncias clnicas associadas ao perodo de periparto e puerprio ............................................................493

    Captulo 12 Nutrio e alimentao da fmea suna lactante e desmamada

    12.1 Exigncias nutricionais da fmea suna lactante ......................................................................................................507

    12.2 dietas de lactao de uso corrente ................................................................................................................................517

    12.3 nutrio e catabolismo lactacional ................................................................................................................................523

    12.4 interaes entre ambincia e nutrio na lactao .................................................................................................536

    12.5 Endocrinologia do intervalo desmame-estro e manejo nutricional do desmame cobertura ..............545

    Captulo 13 Manejos de Maternidade na Produo de Sunos

    13.1 Influncia do peso ao nascimento para os resultados da maternidade ...........................................................551

    13.2 Gesto da maternidade em granjas hiperprolficas .................................................................................................555

    13.3 Manejo do leito pequeno: fundamentos, viabilidade e tcnicas ......................................................................559

    13.4 Uniformizaes e transferncias de leites ...............................................................................................................567

    13.5 Mes-de-leite: princpios, limitaes e mtodos de aplicao ............................................................................577

    13.6 castrao de leites .............................................................................................................................................................582

    13.7 Manejo nutricional do leito na fase pr-desmame ................................................................................................590

    Captulo 14 Manejos Profilticos e Sanitrios Aplicados Produo de Sunos

    14.1 Programas vacinais aplicados produo de sunos ..............................................................................................601

    14.2 Granjas de Reprodutores Sudeos Certificadas (GRSC): legislao e aplicao ..........................................610

    14.3 Programas de limpeza e desinfeco de instalaes em suinocultura .............................................................615

    Captulo 15 Creche

    15.1 Influncia do peso ao desmame no desempenho de creche ................................................................................625

    15.2 A primeira semana ps-desmame: desafios e relevncia ......................................................................................628

    15.3 ambincia na fase de creche ............................................................................................................................................633

    15.4 curvas de alimentao e crescimento na fase de creche ......................................................................................636

    15.5 Manejo alimentar e sistemas de alimentao na fase de creche ........................................................................644

    Captulo 16 Terminao, transporte, abate e qualidade da carne

    16.1 curvas de alimentao e crescimento na fase de terminao ............................................................................663

    16.2 Manejo alimentar e sistemas de alimentao na fase de terminao ..............................................................668

    16.3 Fatores que afetam a exigncia nutricional de sunos na terminao .............................................................677

    16.4 tcnicas de manejo e alimentao para melhoria da converso alimentar ...................................................686

    16.5 Sistemas de alimentao lquida: princpios, sistemas e manejos aplicados .................................................691

    16.6 Imunocastrao em sunos: fundamentos e aplicao prtica ............................................................................698

    16.7 Aditivos, promotores de crescimento e repartidores de nutrientes em sunos ...........................................707

    16.8 Manejo pr-abate de sunos na granja ..........................................................................................................................727

    16.9 transporte de sunos: fundamentos, tcnicas e aspectos crticos .....................................................................736

    Produo de sunos: teoria e Prtica

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    20

    16.10 Interaes entre manejo pr-abate e qualidade de carne em sunos ...............................................................747

    16.11 Sistemas de avaliao da qualidade da carcaa suna .............................................................................................758

    Captulo 17 gesto de Talentos Humanos na Produo de Sunos

    17.1 Seleo, recrutamento, treinamento e motivao de mo de obra na produo de sunos ....................771

    17.2 Administrao prtica dos recursos humanos em granjas de suinos: plano de cargos e

    salrios e sistemas de bonificao ..................................................................................................................................782

    17.3 Gerenciamento de equipes e desafios na gesto de talentos humanos ..........................................................788

    Captulo 18 gesto de Qualidade na Produo de Sunos

    18.1 Sistemas de gesto da qualidade aplicados na produo de sunos ..................................................................797

    18.2 Indicadores de qualidade na granja de sunos ...........................................................................................................803

    18.3 Implementao prtica de PDCA, 5S e gesto vista na granja de sunos ....................................................809

    Captulo 19 gesto de Resduos

    19.1 Biodigestores, Crditos de Carbono e Mecanismo de Desenvolvimento limpo (MDl) ..........................821

    19.2 destinao de cadveres e outros resduos biolgicos .........................................................................................827

    19.3 Integrao de sistemas de produo: uso de dejetos de sunos na produo de

    forragens para bovinos .......................................................................................................................................................836

    Captulo 20 Biosseguridade

    20.1 Fundamentos tericos e aplicao prtica da Biosseguridade na produo de sunos ............................847

    20.2 Biosseguridade na central de inseminao artificial (CIA) e importncia do smen

    na transmisso de patgenos ...........................................................................................................................................855

    20.3 Filtrao de ar: fundamentos, importncia e aplicao prtica ..........................................................................860

    Captulo 21 Ambincia em Suinocultura

    21.1 conforto ambiental em sunos: conceitos e dados ..................................................................................................869

    21.2 Conceitos de ambincia na definio de instalaes em suinocultura ............................................................877

    21.3 interaes entre ambincia e nutrio em sunos ...................................................................................................885

    21.4 Sistemas de climatizao parcial e total em granjas de sunos ...........................................................................896

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    c a P t u l o

    1panorama da produo de Sunos no Brasil e no Mundo

    1.1 Evoluo do mercado mundial de sunos nos ltimos 30 anos ......................................23

    1.2 Estatsticas da produo, abate e comercializao

    brasileira e mundial de sunos .....................................................................................................30

    1.3 Sistemas de produo integrado, contratado, cooperado e independente ..............37

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    1.1 evoluo do mercado mundial de sunos nos ltimos 30 anosLuciano Roppa

    A origem e histria dos sunos

    o suno domstico (Sus scrofa) um mam-

    fero originado do javali e um membro da

    espcie Cetartiodactyla. Evidncia gen-

    tica molecular indica que o Sus scrofa originou-se

    no sudeste da sia (Filipinas, Indonsia), durante

    as flutuaes climticas do incio do Plioceno, en-

    tre 5,3 e 3,5 milhes de anos. Dessa regio, se dis-

    persou pela Eursia. hoje, com cerca de um bilho

    de indivduos vivos, um dos mais numerosos dos

    grandes mamferos do planeta.

    Ainda incerto onde ocorreu a primeira domes-

    ticao, embora os primeiros registros arqueolgicos

    (8000-5000 a. C) foram encontrados no oriente

    Mdio e leste do Mediterrneo. As ossadas mais

    velhas encontradas at o momento foram desco-

    bertas em 1994, em ayn, no sudeste da Anat-

    lia, uma regio do extremo oeste da sia que cor-

    responde hoje poro asitica da turquia.

    no sop das Montanhas taurus, o porco foi

    aparentemente criado por volta de 8000 a.C, tor-

    nando-se a mais antiga criatura domesticada co-

    nhecida, alm do co. A criao de porcos no local

    antecedeu o cultivo do trigo e da cevada. os resul-

    tados dessa escavao contradizem as afirmaes

    de longa data, de que ovelhas e cabras foram os

    primeiros animais domesticados e que a cultura

    desses cereais precedeu a criao dos animais.

    A domesticao comeou quando os primeiros

    homens formaram aldeias para cultivar cereais, de-

    pois de terem sido nmades por milhares de anos.

    Porm, eram os porcos, e no os cereais, a principal

    fonte de alimento nas primeiras comunidades fixas.

    cansados de vagar em busca de nozes e frutas, os

    habitantes das antigas aldeias decidiram domes-

    ticar os porcos selvagens encontrados na regio.

    Poucos anos aps terem estabelecido residncia

    fixa, a criao de porcos converteu-se em sua ati-

    vidade principal.

    Quem primeiro trouxe esses animais para o

    continente americano foi Cristvo Colombo, na

    sua segunda viagem em 1493, desembarcando oito

    animais na regio de So Domingos. Esses animais

    posteriormente expandiram-se para o Mxico, o

    Panam e a Colmbia. Francisco Pizarro, que havia

    trabalhado com porcos em sua juventude, em Ex-

    tremadura, trouxe sunos vivos do Panam para o

    planalto andino em 1531 e hernando de Soto (o

    pai da indstria de carne suna norte-americana)

    levou os primeiros 13 porcos para a Flrida em

    1539. no Brasil, os primeiros porcos chegaram ao

    litoral paulista (So vicente) em 1532, trazidos pelo

    navegador Martim Afonso de Souza.

    Produo mundial de carne suna nos ltimos 17 anos houve um crescimen-

    to de 42,7% na produo mundial de carne su-

    na, passando de 78,2 milhes de toneladas em

    1995 para 111,7 milhes de toneladas em 2012

    (tabela 1). nesse mesmo perodo, o plantel mun-

    dial de sunos cresceu apenas 7,1 %, passando de

    900 para 964 milhes de cabeas. Essa diferen-

    a entre o crescimento da produo (42,7%) e o

    crescimento do plantel (7,1%) deve-se melhora

    na produtividade e ao aumento do peso de abate

    dos plantis mundiais.

    o continente asitico detm a maior produ-

    o de carne suna do mundo: 61,64 milhes de

    toneladas, ou seja, 55,16 % do total mundial. A

    grande maioria produzida em territrio chins

    (52,3 milhes t). A Europa o segundo maior

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    Captulo 1

    24

    produtor mundial, com 27,6 milhes de tonela-

    das, ou 24,7% do total mundial, seguida das am-

    ricas, com 20,4 milhes de toneladas, ou 18,2%.

    nos ltimos 17 anos, o continente que apresen-

    tou o maior crescimento foi o asitico, tendo au-

    mentado sua participao mundial de 50,73 para

    55,16 %. A Europa foi a que mais perdeu parti-

    cipao mundial, caindo de 31,4 para 24,7 %. A

    participao das Amricas cresceu ligeiramente,

    passando de 17,8% para 18,2%.

    Principais produtores mundiaisA China , disparado, o maior produtor mundial

    de carne suna (tabela 2). Produzindo 52,3 milhes

    de toneladas, ela detm 46,9% do total mundial.

    os 11 maiores produtores em 2012 concentraram

    77,8 % da produo mundial, e aumentaram em

    3,1% sua participao mundial em relao a 1995.

    interessante notar que, entre os 11 maiores pro-

    dutores, apenas sete cresceram acima da mdia

    mundial. Desses sete, o maior crescimento percen-

    tual foi no Brasil e no vietn. nesse perodo men-

    cionado, apenas a Frana e a Polnia apresentaram

    quedas na sua produo.

    o Brasil o nico pas da Amrica do Sul entre

    os dez maiores produtores de carne suna. Sua po-

    sio crescente, ganhando posies ano aps ano.

    Em 1995, a participao do Brasil no total mundial

    era de 1,82 % e cresceu para 3,1 % no ano 2012.

    Plantel mundial de sunosDe 1995 a 2012, o plantel mundial de sunos

    cresceu 4,4%, passando de 900 para 940 milhes

    de cabeas. Quando analisamos a situao por pas

    (tabela 3), nota-se que a China , disparado, o maior

    produtor mundial, com 50,5% do total. o Brasil

    ocupa o terceiro lugar em nmero de cabeas e

    possui 4,2% do rebanho mundial.

    TABELA 1 EVOLuO DA PRODuO MuNDIAL DE CARNE SuNA, 1995 A 2012 (MIL T)

    1995 2000 2005 2010 2012

    78.243,25 90.049,02 98.785,77 109.317,96 111.730,38 Fonte: l. roPPa, 2013 adaPtado de oecd stat 2013

    TABELA 2 PRINCIPAIS PRODuTORES MuNDIAIS DE CARNE SuNA, 1995 A 2012. (EM MILHES DE T.)

    1995 2012 Crescimento %

    China 33,401 52,389 56,8

    Estados unidos 8,097 9,959 23

    Alemanha 3,602 5,459 51,6

    Espanha 2,174 3,515 61,7

    Brasil 1,470 3,450 134,7

    Rssia 1,865 2,717 45,7

    Canad 1,275 2,166 69,9

    Vietn 1,000 2,000 100

    Frana 2,144 1,957 - 8,7

    Polnia 1,962 1,695 - 13,6

    dinamarca 1,494 1,603 7,3

    Total 11 maiores 58,484 86,910 48,6

    Total mundial 78,243 111,730 42,8

    11 maiores/Total mundial 74,7% 77,8% + 3,1Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, ocde-Fao e eurostat

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo

    25

    Nmero de matrizes nos principais pases produtores de carne suna

    o plantel mundial de fmeas sunas reproduto-

    ras estimado em aproximadamente 94 milhes de

    cabeas. Cinquenta por cento delas esto localiza-

    das na China. os dez maiores pases em nmero de

    reprodutoras detm 78% do total mundial. vrios

    pases apresentaram uma diminuio no seu plan-

    tel de matrizes nos ltimos anos (tabela 4). Entre os

    maiores produtores, s a China, o vietn e a Rssia

    alojaram mais matrizes em 2010 do que tinham no

    ano 2000.

    o nvel tecnolgico de cada pas pode ser avalia-

    do pela quantidade de carne produzida anualmente

    por matriz alojada. Pode ser um indicativo tambm

    do nmero de fmeas tecnificadas e de subsistn-

    cia. Esse nmero pode ser obtido dividindo-se a

    produo de carne suna do pas pelo seu nmero

    de matrizes (tabela 5). Entre os maiores produtores

    mundiais, o pas mais eficiente nesse parmetro a

    Alemanha, que obtm 2.435kg de carne por matriz

    alojada. Em segundo lugar, esto os Estados Unidos

    com 1.763kg, seguidos da Espanha (1.412kg) e do

    Canad (1.368kg).

    Evoluo do consumo mundial de carnesAnalisando-se o perodo de 2000 a 2012, a

    maior evoluo no consumo e na produo de pro-

    tenas de origem animal ocorreu com a carne de

    Aves. Seu crescimento nesse perodo foi de 23,7%.

    Em segundo lugar ficou o consumo de peixes, com

    um crescimento de 19,6%. A carne suna apre-

    TABELA 3 PRINCIPAIS PLANTIS DE SuNOS, POR PAS, 1995 A 2012 (EM MILHES DE CABEAS)

    1995 2012 Crescimento %

    1. China 424,787 473,340 11,4

    2. Estados unidos 59,738 66,631 11,5

    3. Brasil 36,062 39,306 9

    4. Alemanha 24,698 28,331 14,7

    5. Espanha 18,345 25,250 37,6

    Total cinco maiores 563,630 632,858 12,3

    Total mundial 900,212 940,000 4,4

    5 maiores/Tot. mundial 62,6 % 67,39 % - Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, ocde-Fao e eurostat

    TABELA 4 NMERO DE MATRIZES ALOJADAS POR PAS, 2000 A 2010

    PasNo matrizes em 2000

    (milhes)

    No matrizes em 2010

    (milhes)

    Crescimento,

    %

    China 35,500 47,500 33,8

    Estados unidos 6,267 5,778 - 7,8

    Vietn 2,947 4,390 49

    Rssia 3,070 4,345 41,5

    Espanha 2,441 2,408 - 1,4

    Brasil 2,461 2,379 - 3,3

    Alemanha 2,527 2,233 - 11,6

    Filipinas 1,920 1,940 1

    Polnia 1,650 1,328 - 19,5

    Canad 1,361 1,295 - 4,8Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, ocde-Fao e eurostat

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    Captulo 1

    26

    sentou um crescimento no consumo de 5,4%. Em

    relao ao consumo mundial de carnes, houve um

    crescimento de quase 11,3kg por habitante, fruto

    do aumento do poder aquisitivo principalmente nos

    pases em desenvolvimento (tabela 6). Apesar do

    consumo mundial de carnes ser de 41kg por habi-

    tante, a distribuio mundial muito desigual.

    vale ressaltar que os dados da tabela 6 referem-

    se disponibilidade interna, o que, na prtica, tra-

    ta-se de um indicador do consumo per capita. Esse

    nmero obtido, dividindo-se a produo mundial

    do ano pela populao mundial estimada nessa mes-

    ma data.

    A carne suna ocupa com destaque o primeiro

    lugar na preferncia da populao, dando-lhe o t-

    tulo de a carne mais consumida no mundo. nos l-

    timos 40 anos, o consumo de carne suna por parte

    da populao mundial tem crescido na proporo

    de 1,52% ao ano. Como podemos ver na tabela 7,

    em 1970 o consumo era de 9,2Kg por habitante, e

    hoje chega aos 15,5Kg. Isso representa um cresci-

    mento de 60% nesse perodo. A previso de cres-

    cimento para 2020 de que o consumo alcance

    16,3kg/pessoa. os pases com maior consumo per

    capita so a Dinamarca (73kg), a Espanha (67kg) e

    hong Kong (66kg). A mdia do consumo per capita

    na UE-27 de 40,2kg, nos EUA 27,9, na China 37kg,

    na Coreia do Sul 29,2 kg e no Japo 19,6kg.

    Em termos quantitativos, quando multiplica-

    mos o consumo per capita pela populao total do

    pas, notamos que 45% do consumo mundial de car-

    ne suna so da China (50 milhes de toneladas). A

    Unio Europeia, com seus 27 pases componentes,

    consome 20 milhes de toneladas, seguida dos Es-

    TABELA 5 PRODuO DE CARNE SuNA POR MATRIZ ALOJADA, 2010

    Pas No matrizes em 2010

    (milhes)

    Produo em 2010

    (milhes toneladas)

    Produo/Matriz

    (kg)

    Alemanha 2,233 5,438 2.435

    Estados unidos 5,778 10,187 1.763

    Espanha 2,408 3,401 1.412

    Canad 1,295 1,772 1.368

    Polnia 1,328 1,741 1.311

    Brasil 2,890 3,195 1.106

    China 47,500 51,070 1.075

    Filipinas 1,940 1,255 647

    Vietn 4,390 2,310 526

    Rssia 4,345 2,135 491Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, ocde-Fao e eurostat

    TABELA 6 EVOLuO MuNDIAL DO CONSuMO DE CARNES, 2000 A 2012

    Carne 2000 (kg/pessoa) 2012 (Kg/por pessoa) Crescimento, %

    Suno 14,7 15,5 5,4

    Frango 11,4 14,1 23,7

    Bovino 9,1 9,5 4,3

    ovelhas 1,88 1,93 2,6

    ToTAL 37,1 41,3 11,3

    Peixes 15,8 18,9 19,6

    Leite 94 105,3 12Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, ocde-Fao e eurostat

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo

    27

    tados Unidos, com 8,4 milhes. Juntos, eles conso-

    mem 70% da produo mundial. o Brasil o quinto

    maior consumidor quantitativo, logo atrs da Rs-

    sia (tabela 8).

    Principais exportadores mundiais de carne suna

    As exportaes mundiais de carne suna no ano

    2012 atingiram oito milhes de toneladas (tabela

    9). Elas representaram apenas 7% da produo, o

    que mostra que o maior consumo de carne suna

    realizado localmente, no pas onde produzida. As

    exportaes mundiais cresceram 192% de 1995 a

    2012, o que d um expressivo crescimento mdio

    de mais de 11% ao ano.

    os trs maiores exportadores so respons-

    veis por 80% do comrcio mundial de carne suna

    (tabela 10). o maior exportador mundial so os Es-

    tados Unidos, que nos ltimos 12 anos cresceram

    suas exportaes em 312% e deslocaram a Unio

    Europeia da liderana que ocupava. o Canad

    o terceiro maior exportador. o Brasil o 4o maior

    exportador, responsvel por 8% do comrcio mun-

    dial. A China, apesar de ser o maior produtor mun-

    dial, tem modesta participao nas exportaes,

    por no ser livre de febre aftosa e consumir quase

    tudo que produz, com seus habitantes estimados

    em 1,3 bilho.

    Principais importadores mundiais de carne suna

    o Japo o maior importador mundial de carne

    suna, tendo aumentado suas importaes em 43%

    nos ltimos 12 anos (tabela 11). considerado um

    TABELA 7 EVOLuO DO CONSuMO MuNDIAL DE CARNE SuNA, 1970 A 2001

    Ano Consumo / pessoa

    1970 9,2

    1980 11,7

    1990 13,3

    2000 14,7

    2012 15,5Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados da ocde-Fao

    TABELA 8 CONSuMO QuANTITATIVO DE CARNE SuNA POR PAS, 2012

    Pas Consumo, milhes T

    China 50

    uE 27 20,5

    EuA 8,4

    Rssia 2,94

    Brasil 2,87Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados da ocde-Fao e marche du Porc

    TABELA 9 EVOLuO DAS ExPORTAES MuNDIAIS DE CARNE SuNA, 1995 A 2012

    1995 2000 2005 2010 2012

    2,748 3,635 5,730 6,874 8,037 Fonte: l. roPPa, 2013 adaPtado de oecd stat e eurostat, 2013

    TABELA 10 PRINCIPAIS PASES ExPORTADORES DE CARNE SuNA, 2000 A 2012 (EM MILHES DE TONELADAS)

    2000 2012 Crescimento %

    1. unio Europeia 1,470 3,130 112,9

    2. Estados unidos 0,592 2,262 282,1

    3. Canad 0,636 1,189 86,9

    4. Brasil 0,135 0,581 330,3

    5. Chile 0,030 0,271 803,3

    6. China 0,073 0,235 221,9

    7. outros Pases 0,699 0,368

    TOTAL 3,635 8,037 121,1Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, asProcer, marche du Porc, canada Pork int, eurostat e abiPecs

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    Captulo 1

    28

    CANAdA223%

    uSA119%

    BRASIL118%

    CHILE131%

    MXICo66%

    uCRNIA90%

    u.E 27112%

    RSSIA68%

    CHINA99%

    VIETNAM100%

    FILIPINAS 93%

    AuTRLIA 71%

    TAIWAN92%

    COREIA SuL 57%

    JAPo 51%

    comprador exigente, pois impe estritas normas de

    sanidade e de qualidade. Seus principais fornece-

    dores so os Estados Unidos, a Unio Europeia (em

    especial a Dinamarca), o Canad, o Chile e o Mxico.

    A Rssia o segundo maior importador mun-

    dial, tendo aumentado suas importaes em 256%

    nos ltimos 12 anos. um mercado que gradu-

    almente se torna mais exigente e que estimula a

    produo interna para depender menos das impor-

    taes. Suas compras so feitas principalmente da

    Unio Europeia e do Brasil.

    A China, maior produtor mundial de carne su-

    na, tambm o maior consumidor e terceiro maior

    importador. Suas importaes cresceram mais de

    500% em 12 anos, devido aos constantes proble-

    mas sanitrios que tm limitado a produo e, por

    consequncia, diminudo a oferta interna.

    o Mxico o quarto maior importador, tendo

    aumentado suas importaes em 443% nos ltimos

    12 anos. os Estados Unidos, o Canad e o Mxico

    respeitam o tratado da nAFtA, e facilitam o comr-

    cio entre si. Grande parte das importaes dos EUA

    vem do Canad, enquanto as do Mxico vm dos

    EUA e do Canad.

    A Coreia do Sul era um pas exportador no

    incio deste sculo. Porm, em virtude de fortes

    TABELA 11 PRINCIPAIS IMPORTADORES MuNDIAIS DE CARNE SuNA, 2000 A 2012 (EM MILHES DE TONELADAS)

    2000 2012 Crescimento %

    1. Japo 0,880 1,259 43

    2. Rssia 0,300 1,070 256,6

    3. China 0,120 0,730 508,3

    4. Mxico 0,130 0,706 443,1

    5. Coreia do Sul 0,005 0,502 -

    6. Hong Kong 0,264 0,414 56,8

    7. Estados unidos 0,453 0,363 - 19,8Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, FaPri e oecd-Fao

    Figura 1 autossuficincia (Produo consumo) em carne suna nos principais pases do mundo, 2012Fonte: l. roPPa, 2013, com base em dados do marche du Porc

    EXPoRTAdoRIMPoRTAdoR

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo

    29

    problemas sanitrios (Febre Aftosa no ano 2000),

    passou a ser um importador de carne suna devido

    diminuio do seu plantel e da sua produo. hoje

    o quinto maior importador mundial.

    A figura 1 mostra, de forma resumida, a au-

    tossuficincia dos principais pases produtores e

    consumidores de carne suna. os pases em ver-

    de produzem mais do que consomem e possuem

    excedentes exportveis. Por exemplo, os Estados

    Unidos possuem um excedente de 19%, que ex-

    portado para outros pases. Em vermelho esto os

    pases cuja produo no suficiente para seu au-

    toabastecimento e necessitam importar de outros

    pases. Por exemplo, a Rssia produz 68% do seu

    consumo interno e necessita importar 32% para

    abastecer seu mercado.

    Bibliografia1. the Cambridge World History of Food hogs, II G13, Kiple

    K. and Kriemhild o., Cambridge Univ. Press. 2008

    2. http://www.abipecs.org.br/pt/relatorios.html

    3. http://www.fas.usda.gov/psdonline/circulars/livestock_

    poultry.pdf

    4.www.canadapork.com/en/industry-information/cana-

    dian-pork-export

    5. http://www.marche-porc-breton.com/pdf/ntm/ntm0213.pdf

    6. http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/sta-

    tistics/themes

    7. oECD-FAo Agricultural outlook 2012-2021-Meats

    8.http://www.asprocer.cl/index/for_publica_exporta.as-

    p?id_seccion=7&id_subsecciones=73

    9. http://tnet.teagasc.ie/fapri/downloads/paper1.pdf

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    os primeiros porcos chegaram ao Brasil

    em 1532. Foram trazidos pelo navegador

    Martim Afonso de Souza, que desembar-

    cou na cidade de So vicente, no litoral paulista.

    Pertenciam s raas da Pennsula Ibrica, existen-

    tes em Portugal naquela poca.

    no Brasil, a utilizao da carne suna foi muito

    importante na alimentao da poca da colonizao.

    os portugueses procuraram reproduzir aqui a

    mesma alimentao que tinham no velho mundo,

    onde a carne suna era um dos seus pratos prefe-

    ridos. os africanos contriburam com sua tcnica,

    tempero e manejo de preparo.

    Desde o incio, passaram a criar porcos em

    maior escala, para que deles fosse retirada, alm

    da carne, toda sua gordura, utilizada no lugar da

    manteiga em toda a sorte de preparo. Do porco

    tambm se extraa o toucinho, para que fosse cozi-

    do com o feijo, frito como torresmo ou guardado

    em grandes potes para a conservao de carnes

    que sobrassem. Desse modo, a gordura passou a

    ser item de consumo quase vital para a nossa culi-

    nria. o porco, com todos os seus encantos culi-

    nrios, ganhou de imediato o paladar dos nativos.

    Com o tempo, os criadores brasileiros passa-

    ram a desenvolver raas prprias, como o Piau, o

    Canastra, o Sorocaba, o tatu e o Caruncho. todos

    eram destinados produo de carne e toucinho.

    no final do sculo xIx e incio do sculo xx,

    com a imigrao europeia para os estados do Sul,

    a suinocultura ganhou um novo aliado. Esses imi-

    grantes, vindos, principalmente da Alemanha e da

    Itlia, trouxeram para o Brasil os seus hbitos ali-

    mentares de produzir e consumir sunos, bem como

    um padro prprio de industrializao.

    Comearam ento os processos de melho-

    ramento gentico das raas existentes, atravs

    das importaes de animais das raas Berkshire,

    tamworth e large Black da Inglaterra e, posterior-

    mente, das raas Duroc e Poland China. Entre 1930

    e 1940, chegaram as raas Wessex e hampshire.

    nos anos seguintes, com o surgimento e difu-

    so dos leos vegetais, a produo de sunos como

    fonte de gordura perdeu espao, pois ela passou a

    ser menos utilizada na alimentao. A partir da, a

    produo de sunos para carne passa a ser privile-

    giada e surge um novo perfil de consumo.

    nesse perodo que fundada a Associao Bra-

    sileira dos Criadores de Sunos (ABCS), em 1955, na

    cidade de Estrela, Rio Grande do Sul. Sua principal

    funo seria a busca pelo melhoramento gentico

    do rebanho nacional, por meio de incentivo intro-

    duo de raas puras, que garantiriam a produo de

    menos gordura e mais carne. Incentivados por esse

    novo desafio, os produtores trouxeram novas raas

    para o Brasil: na dcada de 50 chegam os landrace;

    na de 60, os large White; a partir da dcada de 70,

    os hbridos de empresas especializadas no melhora-

    mento gentico de sunos.

    o trabalho da aBcS e a introduo de diferentes

    raas geraram um novo patamar de desenvolvimento

    na suinocultura nacional. Uma melhor assistncia tc-

    nica, um controle sanitrio adequado e o desenvolvi-

    mento da indstria frigorfica e de alimentos garanti-

    ram ao Pas a produo mais eficiente de uma protena

    animal e contriburam para o aprimoramento do setor.

    Evoluo da produo de carne suna no Brasil

    o Brasil o quarto maior produtor mundial de

    1.2 estatsticas da produo, abate e comercializao brasileira e mundial de sunosLuciano Roppa

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo

    31

    carne suna, ficando atrs apenas da China, Unio Eu-

    ropeia e dos Estados Unidos. tem aumentado cons-

    tantemente sua participao e hoje representa 3,2 %

    da produo mundial (tabela 1). Em 1980, recm-sa-

    do do episdio da Peste Suna Africana, o Brasil pro-

    duziu 1,15 milho de toneladas. os dez anos seguintes

    foram caracterizados por algumas crises de preos e,

    principalmente, pela forte modernizao das insta-

    laes, gentica e nutrio. A suinocultura Brasileira

    terminou a dcada de 90 com produo inferior

    de 1980, mas com bases consolidadas para um forte

    crescimento, que iria ocorrer nos anos subsequentes.

    Se compararmos o crescimento da suinocultura bra-

    sileira com o crescimento da mundial, verificaremos

    que, nos ltimos 32 anos, a produo brasileira cres-

    ceu 200%, enquanto a mundial cresceu 110%.

    Brasil: evoluo do plantel total de sunoso Brasil tem um plantel de aproximadamente

    39 milhes de cabeas (tabela 2). Em 1980 o plantel

    era de 32,5 milhes de cabeas e a produo havia

    sido de 1,150 milho de toneladas. Em 2012, com

    39,3 milhes de cabeas, a produo aumentou

    para 3,450 milhes de toneladas. Portanto, em 32

    anos o crescimento do plantel foi de apenas 20,9%,

    enquanto a produo aumentou 200%. Esses n-

    meros exemplificam claramente a evoluo tecno-

    lgica do setor nesse perodo, graas a um forte tra-

    balho dos tcnicos, das associaes, das entidades

    de pesquisa e dos criadores nas reas de gentica,

    nutrio, instalaes e manejo.

    outros fatos que exemplificam essa evoluo

    tecnolgica so a melhora do desfrute (nmero de

    animais abatidos divididos pelo plantel total), que

    passou de 54,4% para 103% em 32 anos. o peso

    mdio das carcaas tambm aumentou de forma

    considervel, passando de 64 para 84kg.

    com a evoluo gentica e nutricional, os sunos

    puderam ser abatidos com maior peso, sem acumu-

    lar gordura, como no passado, e se tornaram muito

    mais eficientes. Em 1980, os sunos eram abatidos

    com 180 dias de idade, com converso alimentar de

    1:3,6kg (3,6kg de rao para 1kg de ganho de peso),

    espessura de toucinho de 4 a 5mm e peso vivo de

    abate de 94kg. Em 2012, os sunos eram abatidos

    aos 140-150 dias de idade, com converso alimen-

    tar de 1:2,4kg, espessura de toucinho de 1mm e peso

    vivo de abate de 110 a 120kg.

    TABELA 1 SuINOCuLTuRA BRASILEIRA: EVOLuO NA PARTICIPAO DA PRODuO MuNDIAL DE CARNE SuNA

    Produo Brasil

    (milhes T)

    Produo mundial

    (milhes T)

    Participao,

    %

    1980 1,150 52,678 2,18

    1990 1,040 69,862 1,49

    2000 2,556 89,533 2,85

    2010 3,238 102,745 3,15

    2012 3,450 110,800 3,21Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da ocde-Fao e abiPecs

    TABELA 2 SuINOCuLTuRA BRASILEIRA: EVOLuO DO PLANTEL E ABATES, 1980 A 2012

    1980 1990 1995 2000 2005 2010 2012

    N de cabeas, milhes 32,500 33,623 35,050 31,562 34,063 38,950 39,306

    Produo de carne, milhes T 1,150 1,040 1,470 2,556 2,709 3,238 3,450

    No de abates, milhes cabeas 17,7 19,2 20,1 32,3 33,9 39,6 40,5

    Peso mdio das carcaas, kg 64,9 64,6 73,1 79,1 79,9 81,7 84,5

    desfrute, % 54,4 53,6 57,3 102,3 99,5 101,6 103Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da abiPecs, abcs/associaes estaduais e ibGe

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    Captulo 1

    32

    Suinocultura brasileira: evoluo do plantel de matrizes

    A suinocultura brasileira pode ser subdividida

    entre industrial (tecnificada) e de subsistncia, com

    a presena de produtores familiares, patronais e

    empresariais. no Brasil, o nmero de matrizes su-

    nas de aproximadamente 2,4 milhes atualmente.

    Desse total, 1,6 milho de matrizes so criadas em

    sistemas altamente tecnificados, onde os animais

    so confinados, recebem alimentao balanceada

    e cuidados sanitrios especficos. os dados sobre

    nmero de matrizes tecnificadas e de subsistncia

    antes de 2002 so controversos e divergentes en-

    tre as fontes. o primeiro trabalho oficial de orga-

    nizao desses dados foi feito em 2002 e passou

    a ser o nmero oficial publicado pela Associao

    Brasileira da Indstria Produtora e Exportadora

    de Carne Suna (ABIPECS).

    Em 2002, nosso plantel de matrizes era de 2,86

    milhes de cabeas, das quais 1,59 milho consi-

    deradas tecnificadas e 1,26 milho consideradas

    de subsistncia. Com a forte crise de 2002 a 2003,

    grande nmero de matrizes foram abatidas (nme-

    ros extraoficiais apontaram o abate de 360 mil ma-

    trizes), principalmente do rebanho de subsistncia

    e de pequenos criadores tecnificados.

    Com o passar dos anos, houve uma contnua

    reduo das matrizes de subsistncia e aumento

    das tecnificadas. Esse crescimento ocorreu nas

    principais regies produtoras e se concentrou nos

    alojamentos ligados s integraes ou s coopera-

    tivas, em detrimento do mercado dos suinocultores

    independentes.

    a regio Sul do pas tradicionalmente a de

    maior expresso na produo de sunos, detendo

    59% das matrizes tecnificadas alojadas no Brasil. J

    o sudeste, ao dispor de um plantel de 380 mil matri-

    zes, a segunda maior regio produtora, com desta-

    que para Minas Gerais estado que conta com 241

    mil matrizes, alcanando a quarta posio no Pas.

    A expanso agrcola da regio Centro-oeste,

    a partir da dcada de 1970, agregou crescimento

    natural na produo de aves e sunos. nos ltimos

    15 anos, as suinoculturas de Gois e Mato Grosso

    se destacaram em termos nacionais. Atualmente, a

    regio Centro-oeste abriga 274 mil matrizes, de-

    vendo ultrapassar, nos prximos anos, o Sudeste,

    principalmente pelas condies associadas pro-

    duo de gros, abundncia de gua, clima favor-

    vel e topografia do solo, fator que permite melhor

    distribuio dos dejetos sunos, utilizados como

    adubo orgnico.

    Suinocultura brasileira: produo por regio geogrfica

    A produo de carne suna no Brasil apresentou

    profundas transformaes organizacionais e tecno-

    lgicas nos ltimos 30 anos. A grande evoluo nas

    reas de gentica, nutrio e qualidade da carne foi

    acompanhada por trs tendncias determinantes:

    TABELA 3 SuINOCuLTuRA BRASILEIRA: EVOLuO DO PLANTEL DE MATRIZES, 1980 A 2012

    1980 1990 1995 2000 2005 2010 2012

    N de cabeas, milhes 32,5 33,623 35,050 31,562 34,063 38,950 39,306

    N total de matrizes, milhes n.d 3,700 2,125 2,461 2,343 2,416 2,379

    N de matrizes industriais, milhes n.d. n.d. n.d. n.d. 1,406 1,613 1,655

    N de matrizes subsistncia, milhes n.d. n.d. n.d. n.d. 0,937 0,803 0,724Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da abiPecs, abcs/associaes estaduais e ibGe

    TABELA 4 SuINOCuLTuRA BRASILEIRA: MATRIZES TECNIFICADAS ALOJADAS POR REGIO,

    2012 (MILHES DE CABEAS)

    Regio 2012

    sul 0,980

    sudeste 0,380

    centro-oeste 0,274

    nordeste 0,018

    norte 0,002

    BRASIL 1,654Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da

    abiPecs, abcs/associaes estaduais e ibGe

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo

    33

    o aumento da escala de produo e a redu-o no nmero de produtores foram obser-

    vados em todas as regies do Pas.

    A mudana no sistema produtivo, com a se-gregao da produo em mltiplos stios, em

    unidades produtoras de leites (UPl) e unida-

    des de crescimento e terminao (Ut), se deu

    de forma mais intensa entre as integraes na

    regio Sul e Centro-oeste e foi tambm ado-

    tada por parte dos criadores do Sudeste.

    A evoluo da fronteira agrcola para a re-gio Centro-oeste, que disponibilizou o

    acesso quantitativo ao milho e soja, que so

    os principais insumos na produo da rao.

    Esses trs fatores foram decisivos para alterar

    a distribuio geogrfica da produo de carne su-

    na no Brasil (tabela 5).

    A regio Sul aumentou sua participao na

    produo nacional de 44,9 para 48,6%. nessa re-

    gio, que sofreu considervel reduo no nmero

    de criadores, predomina hoje a participao de

    agricultores familiares integrados s empresas e

    cooperativas agroindustriais. A produo est se-

    gregada em mltiplos stios e especializada por ati-

    vidade, com pouca produo local de gros.

    A regio Sudoeste manteve sua participao de

    17,8% ao longo dos ltimos 30 anos. nessa regio

    continua predominando o suinocultor independen-

    te com ciclo completo, considerando que os cria-

    dores com maior escala evoluram para a produo

    segregada em mltiplos stios e especializada por

    atividade. Com produo local de gros inferior

    sua demanda, a regio assistiu a uma reduo no

    seu nmero de criadores. Esses fatores levaram

    bem-sucedida experincia de associaes de gru-

    pos de criadores, que passaram a fazer as compras

    de seus insumos e a comercializar sua produo,

    em conjunto, inclusive com a construo conjunta

    de unidades de abate e industrializao, que leva-

    ram elaborao de marcas prprias de produtos.

    A regio Centro-oeste foi a que apresentou a

    maior expanso, aumentando sua participao de

    8,3 para 14,1%, em 30 anos. As grandes empresas

    acompanharam a migrao da fronteira agrcola e ali

    montaram seus novos parques industriais, visando

    diminuir o custo de alimentao. Alm desse fato, a

    disponibilidade de rea para deposio dos dejetos

    tambm impulsionou essa deciso. nessa regio, a

    suinocultura tambm uma atividade desenvolvida

    por produtores de gros, que passaram a diversificar

    suas atividades e explorar ganhos de escala. A pro-

    duo tecnificada e a utilizao de tecnologias mais

    avanadas (mltiplos stios, especializao por ativi-

    dade) so as caractersticas da regio.

    A maior queda na participao foi nas regi-

    es norte e nordeste, que passaram de 28,8 para

    19,4% da produo nacional. o baixo consumo

    regional de carne suna, a falta de gros e o menor

    nvel tecnolgico (das instalaes) dos produtores

    mdios e pequenos acabaram por reduzir o nmero

    de produtores e a produo.

    Suinocultura brasileira: evoluo do consumo de carne suna

    Ao contrrio do perfil mundial, o consumo de

    carne suna no Brasil inferior ao das carnes de fran-

    go e bovina. Apesar de o consumo per capita ter evo-

    ludo de 9,7kg em 1980 para 14,8kg em 2012, o per-

    TABELA 5 EVOLuO DO PLANTEL POR REGIO DO BRASIL (MILHES DE CABEAS), 1980 A 2011

    Regio 1980 1985 1990 1995 2000 2006 2010 2011

    norte 1,910 2,560 3,750 2,207 2,619 1,594 1,598 1,569

    nordeste 7,993 7,872 9,691 6,357 7,140 3,945 6,184 6,079

    Sudeste 6,141 5,606 6,084 4,496 5,548 5,482 6,857 7,023

    Sul 15,412 11,892 10,636 12,495 13,452 17,366 18,930 19,094

    Centro-oeste 2,874 2,548 3,459 2,253 2,801 3,559 5,381 5,539

    totais 34,33 30,48 33,62 27,81 31,56 31,95 38,95 39,30Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da abiPecs, abcs/associaes estaduais e ibGe

  • PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll

    Captulo 1

    34

    centual de participao na mesa dos consumidores

    brasileiros caiu de 19 para 14,5% (tabela 6 ). o maior

    crescimento na participao foi o da carne de frango,

    que passou de 17,5 para 44% do consumo dos brasi-

    leiros. A maior queda foi a da carne bovina, que de

    63% caiu para 41% de participao.

    Um ponto extremamente positivo a ser reala-

    do foi o forte crescimento do consumo de carnes

    em nosso Pas, que cresceu de 51kg por habitante

    em 1980 para 102,1kg em 2012.

    o pequeno avano do consumo quantitativo de

    carne suna no Brasil esbarrou ao longo desses lti-

    mos 30 anos mais em fatores culturais do que na aces-

    sibilidade e teve como base a preferncia dos produ-

    tos processados em detrimento da carne in natura.

    Durante a primeira dcada deste sculo, o con-

    sumo per capita de carne suna no Brasil permane-

    ceu estagnado, aumentando apenas de acordo com

    o crescimento da populao (tabela 7). Com o ob-

    jetivo de aumentar o consumo in natura de carne

    suna no Brasil e melhorar a estabilidade econmi-

    ca da atividade, surgiu, em 2009, o Projeto nacio-

    nal de Desenvolvimento da Suinocultura (PnDS),

    criado pela ABCS.

    Para que o PnDS se concretizasse, houve a

    unio de entidades como a associao Brasileira

    dos criadores de Sunos (aBcS), o Servio Bra-

    sileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas

    (SEBRAE), o Servio nacional de Aprendizagem

    Rural (SEnAR) e da Confederao da Agricultura e

    Pecuria do Brasil (CnA). os objetivos especficos

    so modernizar a comercializao da carne suna e

    generalizar boas prticas de produo da granja

    mesa, que contribuam para consolidar a carne suna

    como um produto saudvel e nutritivo, produzido

    de forma tecnicamente correta, socialmente justa

    e ambientalmente responsvel. A meta incremen-

    tar o consumo domstico per capita para 18 kg at

    o final do ano de 2015. nos primeiros anos de exe-

    cuo do projeto, o consumo cresceu de 13,4kg em

    2008 para 15,1kg em 2011.

    ao longo de dois anos, o projeto realizou mais

    de 280 aes, registrou aumentos de 20% a 90%

    nas vendas de cortes sunos e, atravs do trabalho

    realizado pelas afiliadas da ABCS, mais de um mi-

    lho de pessoas foram sensibilizadas por meio de

    informaes sobre a salubridade da carne suna,

    sua importncia para a sade humana e suas diver-

    sas opes de consumo. Alm disso, cerca de 13 mil

    profissionais foram capacitados de forma direta em

    treinamentos de cortes, oficinas gastronmicas,

    palestras para mdicos e em universidades. nessa

    fatia de capacitaes, mais de dois mil produtores

    do Brasil receberam treinamento para melhoria de

    gesto e mo de obra, alm de consultorias tcni-

    cas e de inovao realizada nas granjas.

    vale ressaltar que os dados da tabela 7 refe-

    rem-se disponibilidade interna, o que, na prtica,

    traduz um indicador do consumo per capita. no fi-

    nal, o balano entre produo e exportaes que

    define as alteraes na disponibilidade interna.

    Suinocultura brasileira: exportaes Com a abertura comercial no incio de 1990

    e com a desvalorizao cambial em 1999, o Brasil

    conseguiu aumentar sua produo e ampliar as ex-

    portaes no mercado internacional, passando a

    figurar atualmente como quarto maior exportador

    TABELA 6 EVOLuO DO CONSuMO DE CARNES NO BRASIL (KG/HABITANTE/ANO)

    Suno Frango de corte Bovino Total

    Kg/hab % Kg/hab % Kg/hab % Kg/hab

    1980 9,7 19 8,9 17,5 32,4 63,5 51

    1990 7 15,9 13,4 30,5 23,6 53,6 44

    2000 14,3 17,8 29,9 37,1 36,3 45,1 80,5

    2010 14,2 14,3 44,5 44,8 40,5 40,8 99,2

    2012 14,8 14,5 45 44,1 42,3 41,4 102,1Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da abiPecs, abcs/associaes estaduais e ibGe

  • produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall

    Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo

    35

    mun