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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR LÍNGUA ESTRANGEIRA ... - E … · Estrangeira Moderna como língua moderna e disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar e uma segunda,

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA

Colégio Estadual Vicente Tomazini-E.F.M.

HISTÓRICO DA DISCIPLINA

Como as constantes mudanças ao longo da história social, o ensino de

Língua Estrangeira no Brasil sofreu transformações para atender as expectativas e

demandas sociais.

No início da colonização os Padres Jesuítas tinham a responsabilidade de

evangelizar e juntamente com essa missão eles implantaram o Ensino de Latim.

Com o objetivo de melhorar a instrução pública de atender as demandas

advindas das aberturas dos portos ao comércio, D. João VI, em 1809, assinou o

decreto de 22 de junho para criar as cadeiras de Inglês e Francês. A partir daí o

ensino das Línguas Modernas passou a ser valorizado.

Em 1837, ocorreu a fundação do Colégio Pedro II, primeiro em nível

secundário, cujo currículo contemplava sete anos de Francês cinco de Inglês e três

de Alemão. Esse modelo de Língua instituído por esse Colégio se manteve até 1929.

Com a publicação de Cours de linguístique générele de Ferdinand Saussure,

na Europa, em 1916, os estudos da linguagem assumiram um caráter científico. Esta

obra consistia levar em consideração os contextos sociais tornando-se um marco

histórico. Os estudos de Saussure forneceram elementos para a definição do objeto

de estudo específico da Lingüística a língua. Tais estudos fundamentaram o

estruturalismo uma das principais correntes da lingüística moderna.

Em 1917 o governo decidiu fechar todas as escolas estrangeiras e criar as

escolas públicas subvencionadas com recursos federais sob a responsabilidade do

Estado com a finalidade de impedir a desnacionalização da escola e da infância.

Em 1920 a reforma educacional de São Paulo, com preocupação nacionalista

proibiu o Ensino de língua estrangeira para crianças menores de dez anos que ainda

não dominassem corretamente o português essa onda nacionalista estendeu-se

durante o primeiro governo de Getúlio Vargas e foi intensificado a partir do golpe de

Estado em 1937.

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A dependência econômica do Brasil em relação aos Estados Unidos se

acentuou durante e após a segunda guerra mundial. Com isso, intensificou a

necessidade de aprender inglês. Assim falar inglês passou a ser um anseio das

populações urbanas, de modo que o ensino dessa língua ganhou cada vez mais

espaço no currículo, no lugar do ensino de francês.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nº 4024 promulgada em 1961, criou

os Conselhos Estaduais. Cabia-lhes decidir acerca da inclusão ou não da língua

estrangeira nos currículos. Essa Lei determinou a retirada da obrigatoriedade do

ensino de Língua Estrangeira no colegial. Ainda assim, identificou a valorização da

Língua Inglesa devida as demandas de mercado de trabalho que se expandiam no

período.

Com a Lei Nº 5692/71, o governo militar desobrigou a inclusão de Línguas

Estrangeiras nos currículos de primeiro e segundo grau, sob o argumento de que a

escola não deveria se prestar a ser porta de entrada de mecanismos de

impregnação cultural estrangeira.

Em 1976, o ensino de Língua Estrangeira voltou a ser valorizado, quando a

disciplina se tornou novamente obrigatória somente no segundo grau. Entretanto não

perdeu o caráter de recomendação para o primeiro grau, desde que a escola tivesse

condições de oferecê-la.

No Estado do Paraná, a partir da década de 1970, tais questões geraram

movimentos de professores insatisfeitos com a reforma de ensino. Em 1986, foi

criado o centro de Línguas Estrangeiras no Colégio Estadual do Paraná, o qual

passou a ofertar aulas de inglês, espanhol, francês e alemão, aos alunos no contra

turno.

O reconhecimento da importância da diversidade de idiomas ocorreu na

Universidade Federal do Paraná, a partir de 1982, quando foram incluídas no

vestibular as línguas espanholas, italiana e alemã.

Em 15 de agosto de 1986 a Secretaria de Estado da Educação criou,

oficialmente, os Centros de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM).

Neste contexto histórico, a Abordagem Comunicativa desenvolvida na Europa

desde os anos 1970, começou a ser discutida no Brasil. Em tal abordagem. A língua

é concebida como instrumento de comunicação ou de integração social,

concentrada nos aspectos semânticos e não mais no código lingüístico.

Na abordagem comunicativa, o professor deixa de ser o centro do ensino e

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passa à condição de mediador do processo pedagógico. Do aluno, é esperado que

ele desempenhe o papel de sujeito de sua aprendizagem. De acordo com essa

concepção, as atividades pedagógicas devem priorizar a comunicação, por meio de

jogos, dramatizações. O erro integra o processo de ensino e aprendizagem,

entendido como um estágio provisório de interlíngua, por meio do qual os alunos

podem testar as possibilidades de uso da língua. Essa abordagem contribuiu, no

Brasil com uma nova orientação de ensino/aprendizagem dando ênfase no texto e

não mais na gramática. Tal concepção teve repercussões importantes,

principalmente em relação ao ensino de língua materna.

A partir de 1990, a abordagem comunicativa passou a ser criticada por

intelectuais adeptos da pedagogia crítica.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394/96,

determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma Língua Estrangeira Moderna no

Ensino Fundamental, a partir da 5ª série, cuja escolha do idioma foi atribuída à

comunidade escolar, conforme suas possibilidades de atendimento.

Para o Ensino Médio, a lei determina ainda que seja incluída uma Língua

Estrangeira Moderna como língua moderna e disciplina obrigatória, escolhida pela

comunidade escolar e uma segunda, em caráter optativo, dentro das possibilidades

da Instituição.

Linguistas tem estudado e pesquisado novos referenciais teóricos que

atendam às demandas da sociedade brasileira e contribuam para uma consciência

critica da aprendizagem e, mais especificamente, da Língua Estrangeira, tendo em

vista a redução das desigualdades sociais e desvelar as relações de poder que as

apóiam. Tais estudos tem orientado as propostas recentes para o ensino de Língua

Estrangeira no contexto educacional.

Ancorada nos pressupostos da pedagogia crítica, entende-se que a

escolarização tem o compromisso de propor aos alunos meios necessários para que

não apenas assimilem o saber como resultado, mas apreendam o processo de sua

produção, bem como as tendências de sua transformação. A escola tem o papel de

informar, mostrar, desnudar, ensinar regras, não apenas para que sejam seguidas,

mas principalmente para que possam ser modificadas.

As sociedades contemporâneas não sobrevivem de modo isolado:

relacionam-se, atravessam fronteiras geopolíticas e culturais, comunicam-se e

buscam entender-se mutuamente. Possibilitar aos alunos que usem uma língua

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estrangeira em situação de comunicação – produção e compreensão de textos

verbais e não verbais – é também inseri-lo na sociedade como participantes ativos,

não limitados a sua comunidade local, mas capazes de se relacionar com outras

comunidades e outros conhecimentos. Ao estudar uma língua estrangeira, o aluno

aprende também como atribuir significados para entender melhor sua realidade,

alargar seus horizontes e expandir sua capacidade interpretativa e cognitiva.

A Proposta Pedagógica Curricular para o ensino de Língua Estrangeira

Moderna está comprometida com o resgate da função social e educacional, de modo

a superar os fins utilitarista, pragmáticos ou instrumentais que historicamente tem

marcado o ensino desta disciplina.

Desta forma, espera-se que o aluno seja capaz de: Ampliar seu

conhecimento, compartilhando suas experiências; Valorizar sua cultura e a cultura

do outro; Contribuir para a formação de um sujeito crítico, que seja capaz de

interferir criticamente na sociedade; Proporcionar ao aluno a possibilidade de

interagir com a grande variedade discursiva presente nas diversas práticas sociais;

Use a língua em situações de comunicação oral e escrita; compreenda que os

significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de

transformação na pratica social; tenha maior consciência sobre o papel das línguas

na sociedade; reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem

como seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTE E BÁSICO

Na disciplina de Língua Estrangeira Moderna, o Conteúdo estruturante é o

discurso como prática social, e é partir dele que advêm os conteúdos básicos: os

gêneros discursivos a serem trabalhados nas práticas discursivas, assim como os

conteúdos básicos que pertencem às práticas da oralidade, leitura e escrita. Por

serem conhecimentos fundamentais para o curso não podem ser suprimidos nem

reduzidos. A seguir esses conteúdos para o ensino de LEM – Espanhol.

ESFERA SOCIAL DE CIRCULAÇÃO E SEUS GÊNEROS TEXTUAIS

Esfera cotidiana de circulação: Bilhete Cartão pessoal Cartão felicitações Cartão postal Convite Letra de música Receita culinária

Esfera publicitária de circulação: Anúncio classificados Comercial para radio Folder Paródia Placa Publicidade

Esfera produção de circulação: Bula Embalagem Placa Regra de jogo Rótulo

Esfera jornalística circulação Anúncio Cartum Charge Entrevista Horóscopo Reportagem Sinopse de filme

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Esfera artística de circulação: Autobiografia Biografia

Comercial Slogan Esfera escolar de circulação: Cartaz Diálogo Exposição oral Mapa Resumo

Esfera literária de circulação: Conto Crônica Fábula História em quadrinhos Poemas

Esfera midiática de circulação: Correio eletrônico (e-mail) Mensagem de texto (SMS) Telejornal Telenovela Videoclipe

PRÁTICA Discursiva : Oralidade

Fatores de textualidade centradas no leitor:

* Tema do texto;

* Aceitabilidade do texto;

* Finalidade do texto;

* Informatividade do texto;

* Intencionalidade do texto;

* Situcionalidade do texto;

* Papel do locutor e interlocutor;

* Conhecimento de mundo;

* Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos;

* Adequação do discurso ao gênero;

* Turnos de fala;

* Variações lingüísticas.

Fatores de textualidade centradas no texto:

* Marcas lingüísticas: coesão. Coerência, gírias, repetição;

* Recursos semânticos;

* Adequação de fala ao contexto (uso de distintivos formais e informais como

conectivos, gírias, expressões, repetições);

* Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.

PRÁTICA DISCURSIVA: Leitura

Fatores de textualidade centradas no leitor:

* Tema do texto;

* Conteúdo temático do gênero;

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* Elementos composicionais do gênero;

* Propriedades estilísticas do gênero;

* Aceitabilidade do texto;

* Finalidade do texto;

* Informatividade do texto;

* Intencionalidade do texto;

* Situcionalidade do texto;

* Papel do locutor e interlocutor;

* Conhecimento de mundo;

* Temporalidade;

* Referência textual.

Fatores de textualidade centradas no texto:

* Intertextualidade;

* Léxico: repetição, conotação, denotação, polissemia;

* Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito);

* Partículas conectivas básicas do texto.

PRÁTICA DISCURSIVA: Escrita

Fatores de textualidade centradas no leitor:

* Tema do texto;

* Conteúdo temário do texto;

* Elementos composicionais do gênero;

* Propriedades estilísticas do gênero;

* Aceitabilidade do texto;

* Finalidade do texto;

* Informatividade do texto;

* Intencionalidade do texto;

* Situcionalidade do texto;

* Papel do locutor e interlocutor;

* Conhecimento de mundo;

* Temporalidade;

* Referência textual.

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Fatores de textualidade centradas no texto:

* Intertextualidade;

* Partículas conectivas básicas do texto;

* Vozes do discurso: direto e indireto;

* Léxico: emprego de repetições, conotação, denotação, polissemia, formação

das palavras, figuras de linguagem;

* Emprego de palavras e/ou expressões com mensagens implícitas e explicitas;

* Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos(como aspas, travessão,

negrito);

* Acentuação gráfica;

* Ortografia;

* Concordância verbal e nominal.

A partir desses conteúdos mencionados, selecionará os textos, tendo como

referência os fundamentos teórico-metodológicos da disciplina, bem como os

objetivos do ensino da Língua Estrangeira. Ao interagir com textos provenientes de

vários gêneros, o aluno perceberá que as formas lingüísticas não são sempre

idênticas, não assumem sempre o mesmo significado, mas são flexíveis e variam

dependendo do contexto e da situação em que se dá a prática social do uso da

linguagem.

Tais conteúdos serão elaborados a partir de um gênero, conforme as esferas

sociais de circulação: cotidiana, literária/artística, científica, escolar, imprensa,

publicitária, política, jurídica, produção e consumo, midiática.

ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO EXEMPLOS DE GÊNEROS

COTIDIANA

Adivinhas Álbum de Família Anedotas Bilhetes Cantigas de Roda Carta Pessoal Cartão Cartão Postal Causos Comunicado Convites Curriculum Vitae.

Diário Exposição Oral Fotos Músicas Parlendas Piadas Provérbios Quadrinhas Receitas Relatos de Experiências Vividas Trava-Línguas

LITERÁRIA/ARTÍSTICA Autobiografia Biografias Contos

Letras de Músicas Narrativas de

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Contos de Fadas Contos de Fadas Contemporâneos Crônicas de Ficção Escultura Fábulas Fábulas Contemporâneas Haicai Histórias em Quadrinhos Lendas Literatura de Cordel Memórias.

Aventura Narrativas de Enigma Narrativas de Ficção Científica Narrativas de Humor Narrativas de Terror Narrativas Fantásticas Narrativas Míticas Paródias Pinturas Poemas Romances Tankas Textos Dramáticos

CIENTÍFICA

Artigos Conferência Debate Palestra Pesquisas

Relato Histórico Relatório Resumo Verbetes

ESCOLAR

Ata Cartazes Debate Regrado Diálogo/Discussão Argumentativa Exposição Oral Júri Simulado Mapas Palestra Pesquisas

Relato Histórico Relatório Relatos de Experiências Científicas Resenha Resumo Seminário Texto Argumentativo Texto de Opinião Verbetes de Enciclopédias

IMPRENSA

Agenda Cultural Anúncio de Emprego Artigo de Opinião Caricatura Carta ao Leitor Carta do Leitor Cartum Charge Classificados Crônica Jornalística Editorial Entrevista (oral e escrita)

Fotos Horóscopo Infográfico Manchete Mapas Mesa Redonda Notícia Reportagens Resenha Crítica Sinopses de Filmes Tiras

ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO EXEMPLOS DE GÊNEROS

PUBLICITÁRIA

Anúncio Caricatura Cartazes Comercial para TV E-mail Folder Fotos Slogan

Músicas Paródia Placas Publicidade Comercial Publicidade Institucional Publicidade Oficial Texto Político

POLÍTICA

Abaixo-Assinado Assembléia Carta de Emprego Carta de Reclamação

Debate Regrado Discurso Político “de Palanque” Fórum Manifesto

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Carta de Solicitação Debate

Mesa Redonda Panfleto

JURÍDICA

Boletim de Ocorrência Constituição Brasileira Contrato Declaração de Direitos Depoimentos Discurso de Acusação Discurso de Defesa

Estatutos Leis Ofício Procuração Regimentos Regulamentos Requerimentos

PRODUÇÃO E CONSUMO

Bulas Manual Técnico Placas

Relato Histórico Relatório Relatos de Experiências Científicas Resenha Resumo Seminário Texto Argumentativo Texto de Opinião Verbetes de Enciclopédias

MIDIÁTICA

Blog Chat Desenho Animado E-mail Entrevista Filmes Fotoblog Home Page

Reality Show Talk Show Telejornal Telenovelas Torpedos Vídeo Clip Vídeo Conferência

As leis 10.639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e 11.645/08 –

História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena e os Conteúdos dos Desafios

Educacionais Contemporâneos são contemplados nas aulas através de estudo, análise

e/ou discussão de textos, biografias, músicas, poemas, filmes etc. Esses conteúdos

serão abordados sempre que surgirem nos livros didáticos ou em situações propícias

em sala de aula.

Os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação ambiental, Educação

fiscal, Enfrentamento à Violência na Escola, Prevenção ao uso indevido de drogas e

sexualidade, passará pelo currículo somente na condição de compreensão do

currículo na totalidade, fazendo parte da intencionalidade do recorte do

conhecimento da disciplina. Isto significará compreende-los como parte da realidade

concreta e explicitará nas múltiplas determinações que produzem e explicam os

fatos sociais.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A partir do Conteúdo estruturante Discurso como pratica social serão

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abordadas questões lingüísticas, sócio pragmáticas, culturais e discursivas, bem

como as praticas do uso da língua: leitura, oralidade e escrita.

O ponto de partida da aula de Língua Estrangeira Moderna será o texto,

verbal e não verbal, como uso de linguagem em uso.

Propõe-se que nas aulas de Língua Estrangeira Moderna o professor aborde

os vários gêneros textuais, em atividades diversificadas, analisando a função do

gênero estudado, sua composição, a distribuição de informações, o grau de

informações presente, a intertextualidade, os recursos coesivos, a coerência e

somente depois de tudo isso a gramática em si. Sendo assim o ensino deixa de

priorizar a gramática para trabalhar com o texto, sem contudo, abandoná-la. É

necessário provocar uma reflexão maior sobre o uso de cada um deles e considerar

o contexto de uso e seus interlocutores, É importante que o aluno tenha acesso a

textos de vários gêneros: publicitários, jornalísticos, literários, informativos, de

opinião etc.

As discussões poderão acontecer em língua materna, pois, nem todos os

alunos dispões de um léxico suficiente para que o dialogo se realize em língua

estrangeira.

O trabalho pedagógico com textos trará uma problematização e a busca por

sua solução, despertando seu interesse, desenvolvendo uma pratica analítica e

crítica, ampliando seus conhecimentos linguistico-culturais e percebam as

implicações sociais, históricos e ideológicas presentes num discurso e que nele se

revele o respeito as diferenças culturais, crenças e valores.

Na abordagem de leitura discursiva, a inferência é um processo relevante

porque possibilita construir novos conhecimentos, a partir daqueles existentes na

memória do leitor. Espera-se que o trabalho com leitura vá além daquela superficial,

linear. Uma questão é linear quando busca respostas já visualizando-as no próprio

texto. Será não linear quando o aspecto sobre o qual incide a questão não se

localiza apenas na materialidade do texto.

O papel do estudo gramatical relaciona-se ao entendimento, quando

necessário, de procedimentos para construção de significados usados na língua

estrangeira. Portanto, o trabalho com análise linguística torna-se importante na

medida em que permite o entendimento dos significados possíveis das estruturas

apresentadas. As reflexões linguísticas devem ser decorrentes das necessidades

específicas dos alunos, a fim de que se expressem ou construam sentidos aos

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textos.

Conhecer novas culturas implica constatar que uma cultura não é

necessariamente melhor nem pior que outra, mas sim diferente. Análise linguística

não é apenas uma nova maneira de arrumar e ordenar as palavras e as novas

pronúncias, não somente as distintas maneiras de articular sons, mas representam

um universo sócio-histórico e ideologicamente marcado. Cabe ao professor criar

condições para que o aluno não seja leitor ingênuo, mas que seja crítico, reaja aos

textos com os quais se deparem e entenda que por trás deles há um sujeito, uma

história, uma ideologia e valores particulares e próprios da comunidade em que está

inserido. O maior objetivo da leitura é trazer um conhecimento de mundo que

permita ao leitor um novo modo de ver a realidade

As estratégias específicas da oralidade tem como objetivo expor os alunos a

textos orais, pertencentes aos diferentes discursos, lembrando que na abordagem

discursiva a oralidade é muito mais do que o uso funcional da língua, é aprender a

expressar idéias em língua estrangeira mesmo com limitações. Vale explicitar que,

mesmo oralmente, há uma diversidade de gêneros que qualquer uso de linguagem

implica e que existe a necessidade de adequação da variedade linguística para

diferentes situações, tal como acontece na escrita e em língua materna. Também é

importante que o aluno se familiarize com os sons específicos da língua que esta

aprendendo.

Com relação à escrita não se pode esquecer que ela deve ser vista como uma

atividade sociointeracional, ou seja, significativa, pois em situações reais de uso,

escreve-se sempre para alguém, ou para um alguém de quem se constrói uma

representação. É preciso que no contexto escolar esse algúem seja definido como

um sujeito sócio-histórico-ideológico, com quem o aluno vai produzir um dialogo

imaginário, fundamental para a construção do texto e de sua coerência. Nesse

sentido, a produção deve ter um objetivo, por exemplo, escrever um e-mail para uma

editora solicitando material, elaborar um entrevista a ser feita a um estrangeiro etc.

A finalidade e o gênero discursivo serão explicitados aos alunos no momento

de orientá-lo para a sua produção, assim como a necessidade de adequação ao

gênero, planejamento, articulação das partes, seleção da variedade linguística

adequada-formal ou informal. Ao fazer escolhas, o aluno desenvolve sua identidade

e se constitui como sujeito crítico. Ao propor uma tarefa de escrita, é essencial que

se disponibilize recursos pedagógicos, junto com a intervenção do próprio professor,

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para oferecer ao aluno elementos discursivos, linguísticos, sociopragmáticos e

culturais para que ele melhore sua produção.

Nos textos de literatura, a reflexão sobre a ideologia e a construção da

realidade faz parte da produção do conhecimento, sempre parcial, complexo e

dinâmico, dependente do contexto e das relações de poder. Assim, ao apresentar

textos literários aos alunos devem-se propor atividades que colabore para que ele

analise os textos e os perceba como prática social de uma sociedade em um

determinado contexto sociocultural.

Outro aspecto importante com relação ao ensino de Língua Estrangeira

Moderna é que ele será, necessariamente, articulado com as demais disciplinas do

currículo para relacionar os vários conhecimentos. Isso não significa ter que

desenvolver projetos envolvendo inúmeras disciplinas, mas fazer o aluno perceber

que conteúdos de disciplinas distintas podem estar relacionados. Nesta proposta

para cada texto escolhido verbal e/ou não verbal o professor deverá trabalhar

levando em conta os itens abaixo sugeridos:

a) Gênero: explorar o gênero escolhido e suas diferentes

aplicabilidades. Cada atividade da sociedade utiliza-se de um determinado tipo de

gênero;

b) Aspecto cultural/interdiscurso: influência de outras culturas

percebidas no texto, o contexto, quem escreveu, para quem, com que objetivo e

quais outras leituras poderão ser feitas a partir do texto apresentado;

c) Variedade Linguística: formal ou informal;

d) Aspectos Linguísticos: os conteúdos específicos a serem

desenvolvidos serão proporcionados pelo trabalho com texto de acordo com a série;

e) Atividades:

Pesquisa: será proposta para o aluno, a cerca do assunto abordado,

lembrando aqui que a pesquisa é entendida como uma forma de saber

mais sobre o assunto, isso significa que poderá ser realizada não só

nos livros ou internet. Uma conversa com uma pessoa mais experiente,

uma entrevista, e assim por diante, também serão consideradas

pesquisas.

Discussão: conversar em sala de aula a respeito do assunto,

valorizando as pesquisas feitas pelos alunos. Aprofundar e/ou

confrontar informações. Essa atividade poderá ser feita em língua.

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Produção de texto: o aluno irá produzir um texto na língua estrangeira,

com a ajuda dos recursos disponíveis na sala de aula e a orientação do

professor.

Os conteúdos poderão ser retomados em todas as séries, porém em

diferentes graus de profundidades, levando em conta o conhecimento do aluno.

Além do livro didático como apoio, recomenda-se que o professor utilize

outros materiais disponíveis na escola: dicionários, livros paradidáticos, vídeos,

DVD, CD-ROM, Internet, TV pendrive etc.

AVALIAÇÃO

Utizar-se-a a avaliação diagnóstica, contínua, processual e formativa,

subsidiada por observações e registros obtidos no decorrer do processo, durante o

desenvolvimento das aulas, através da observação do professor.

O aluno será avaliado através de diversos tipos de instrumentos como

questões discursivas seminário, debate, produção de texto, atividades com textos

literários e recursos áudios-visuais, pesquisa bibliográfica e de campo, trabalho em

grupo entre outros.

Ao aluno serão oportunizadas atividades de retomadas de conteúdos. No

âmbito da leitura será realizada uma leitura compreensiva do texto para a

localização de informações explícitas e implícitas no texto, o posicionamento

argumentativo, a percepção do ambiente no que circula o gênero, identificação da

idéia principal do texto, análise das intenções do autor, identificação do tema,

compreensão das diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no

sentido conotativo e denotativo e o reconhecimento de palavras e/ou expressões

que estabelecem a referência textual.

Para a escrita será avaliados a expressão de idéias com clareza, elaboração

de textos atendendo as situações de produção propostas, a continuidade temática,

diferenciação do contexto de uso da linguagem formal e informal, o uso de recursos

textuais como coesão e coerência, uso adequado de recursos lingüísticos,

pertinência do uso dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos,

entre outros.

Em relação à oralidade será observados a utilização do discurso de acordo

com a situação de produção, apresentação das ideais com clareza, a exposição

objetiva de argumentos, organização e respeito aos turnos de fala, participação ativa

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em diálogos, relatos, discussões, utilização consciente de expressões faciais,

corporais e gestuais, entre e outros encaminhamentos que visem á superação das

dificuldades apresentadas.

REFERENCIAS

_____.BAKHTIN,M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: HU

CITEC,1988.

______.LEFF A, V. Metodologias do Ensino de Línguas. In: Bohn, H.I; VANDRESEN,

P. Tópicos em Lingüística Aplicada: o Ensino de Línguas Estrangeiras. Florianópolis:

Ed. Da UFSC,1988.

______.Colégio Estadual Vicente Tomazini. Projeto Político Pedagógico. Francisco

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______.Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna para a Educação

Básica. Curitiba, 2006.

_____.Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês / vários autores.

Curitiba,2006.

______.SANTILLANA. Livro Espanhol Essencial-obra coletiva. São Paulo: Ed.

Santillana,2008.