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Excelente resenha FACULDADE SANTO AGOSTINHO - FSA CURSO: PSICOLOGIA DISCIPLINA: TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS NA ABORDAGEM HUMANISTA E FENOMENOLÓGICA PROFESSORA: ILANA ARÊA LEÃO RESENHA DO TEXTO: CONTRIBUIÇÕES À COMPREENSÃO DIAGNÓSTICA EM GESTALT-TERAPIA: O USO DO CICLO DE CONTATO COMO BASE PARA UMA TIPOLOGIA GESTÁLTICA EM DIÁLOGO COM O DSM-IV-TR, EIXO II.

RESENHA DE ARTIGO SOBRE GESTALT TERAPIA E DSM

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Excelente resenha

FACULDADE SANTO AGOSTINHO - FSACURSO: PSICOLOGIADISCIPLINA: TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS NA ABORDAGEM HUMANISTA E FENOMENOLÓGICAPROFESSORA: ILANA ARÊA LEÃO

RESENHA DO TEXTO: CONTRIBUIÇÕES À COMPREENSÃO DIAGNÓSTICA EM GESTALT-TERAPIA: O USO DO CICLO DE CONTATO COMO BASE PARA UMA TIPOLOGIA GESTÁLTICA EM DIÁLOGO COM O DSM-IV-TR, EIXO II.

TERESINA (PI)

MAIO/2014

ALINNE MAYRA MONTURIL NEVES CASTELO BRANCO

LUÍZA MARIA DA SILVA

PRISCILA DE SÁ GILBERTI

RAQUELINE DE SOUSA MOREIRA

SHÉRIDA MOURA CASTRO ALVES

TATIANNE CRISTINA MELO DO MONTE

RESENHA DO TEXTO: CONTRIBUIÇÕES À COMPREENSÃO DIAGNÓSTICA EM GESTALT-TERAPIA: O USO DO CICLO DE CONTATO COMO BASE PARA UMA TIPOLOGIA GESTÁLTICA EM DIÁLOGO COM O DSM-IV-TR, EIXO II.

Segunda atividade do AVA da disciplina Teorias e Técnicas Psicoterápicas na Abordagem Humanista e Fenomenológica, do curso de Psicologia da Faculdade Santo Agostinho, turma 01T8A, como requisito parcial para obtenção da terceira nota, sob orientação da Professora: Ilana Arêa Leão.

TERESINA (PI)

MAIO/2014

CONTRIBUIÇÕES À COMPREENSÃO DIAGNÓSTICA EM GESTALT-

TERAPIA: O USO DO CICLO DE CONTATO COMO BASE PARA UMA

TIPOLOGIA GESTÁLTICA EM DIÁLOGO COM O DSM-IV-TR, EIXO II.

O trabalho aqui apresentado retrata a obra sugerida por Frederick Perls, O Ciclo do

Contato, adaptado por vários profissionais da área. O objetivo é ter uma maior compreensão

diagnóstica em Gestalt-Terapia, pois o sucesso depende dessa compreensão, que demanda

muito estudo e precisa ser trabalhada e explorada pelos atuantes nessa abordagem.

A compreensão diagnóstica é o princípio da relação terapêutica e exige muita

dedicação, pois parte do ciclo do contato. Um bom avaliador dá início a essa etapa fazendo

um mapeamento do seu cliente como guia, observando os aspectos da sua história e da sua

personalidade. Baseia-se nas queixas e estratégias a serem trabalhadas e avaliadas na

psicoterapia. A personalidade é uma das linhas a ser mais explorada, pois dela parte o auto

conhecimento e crescimento do sujeito.

É imprescindível compreender seu paciente de maneira singular, as queixas que traz

como algo único e exclusivo. A compreensão diagnóstica tem seu fundamento no relato do

paciente que deve ser explorado pelo terapeuta. A partir da compreensão do terapeuta da

dinâmica do paciente, é que se pode desenvolver pequenos prognósticos e trabalhar com

flexibilização de comportamentos e atitudes para só assim fazer o encaminhamento. A

compreensão diagnóstica baseia-se na personalidade, porém tem que se compreender a partir

da ótica da Gestalt. O ser humano pode ainda ser regido por três níveis articulados: corporal,

psíquico e espiritual. Estes níveis são relevantes para a compreensão da personalidade, a

intencionalidade, a sexualidade e as disposições genéticas.

Conforme o autor, o ciclo do contato é um dos mecanismos mais importante da

Gestalt-Terapia, que propõe ao indivíduo passar por fases na qual há um crescimento

psíquico, identifica a necessidade do sujeito no momento, como por exemplo, uma angústia,

uma perda de um ente querido, fazer escolhas pra suprir essa necessidade e está disponível

para ter outras necessidades. A cada etapa do ciclo o centro de interesse se desloca e o

individuo passa a ter outras vontades, destacando a importância da figura e fundo.

Foi destacada a Teoria do Self de Goodman, dividida em quatro fases, a primeira fase

do ciclo é o Pré-Contato: a angústia do momento mostra que você vai conseguir fazer as

escolhas, na segunda fase que é o Contato: o individuo é ativo, identifica a figura, vem

acompanhada de uma emoção, precisa encontrar o potencial para fazer esse enfrentamento, a

terceira fase é o Contato final: onde há a coesão entre a percepção, emoção e o movimento,

interagindo com a problemática, a quarta fase que é o Pós-contato: fase de retração, de

assimilação, a figura virou fundo, aí vem um novo ciclo, uma nova figura. Porem o autor fala

de outras fases, a sensação, o awareness como a tomada de consciência, a excitação, a ação, o

contato, a realização e a retração.

As descontinuações fazem parte das fazes do ciclo do contato, elas podem ser

saudáveis quando o sujeito consegue assimilar conteúdos introjetados. Há uma proximidade

daquilo que é percebido, as patológicas impedem um aprofundamento do contato, são elas:

dessensibilização, deflexão, introjeção, proflexão, retroflexão, egotismo e confluência.

O autor fala da estrutura de personalidade como algo flexível, em reorganização e

atualização, onde elementos novos se misturam com elementos antigos, de modo que a pessoa

possa mudar ao longo da vida, permanecendo a mesma. Nós temos uma identidade que

mesmo sendo moldada ao longo da vida, temos uma origem que não muda. A verdadeira ação

terapêutica é aquela, que ajuda e facilita ao cliente a autoaceitação, a possibilidade de mudar

permanecendo o mesmo, a possibilidade de conhecer-se permanecendo aberto para

surpreender consigo mesmo, a flexibilidade existencial. Algo que nos chamou a atenção foi

essa frase que a autora citou: “O outro estilo de personalidade torna-se um recurso, uma roupa

que se coloca para determinada ocasião e que pode até ser muito confortável, adequada e

bonita, mas que não tem o mesmo sabor da nudez na intimidade”. Concordamos plenamente

com essa colocação, visto que agimos e reagimos de acordo com o que é permitido para uma

determinada situação.

O autor discorre em linguagem bastante clara sobre os estilos de personalidade onde

procura realçar as características mais comuns em pessoas de cada estilo de personalidade.

Mas adiante, coloca-se uma semelhança entre os estilos de personalidades do ponto de vista

gestáltico ao descrito no DSM-IV-TR, isso não quer dizer que são iguais. Cada um dos estilos

de personalidade exigirá do terapeuta um modo de acolhimento, de confrontação, um modo de

se posicionar diferente. Isso tudo vai depender do vínculo estabelecido.

Um dos estilos de personalidade é o das pessoas dessensibilizadas, são pessoas que

tem uma certa tendência a solidão, as vezes essa solidão é motivo para se sentirem bem. Dão

a impressão de que se contentam com o mínimo que a vida oferece. É imprescindível que o

terapeuta tenha muita paciência, e cuidado para não invadir o cliente, pois por detrás dessa

frieza há um coração frágil e delicado que muitas vezes só teme não ser compreendido.

No caso do estilo de personalidade defletor, compara as características com às da

personalidade histriônica (DSM-IV), nas quais destaca a intensa socialização, dramaticidade,

superficialidade e pouca intensidade nas relações com o outro. Na terapia, devem ser

trabalhados os aspectos relacionais bem como diminuir a centrarão no outro, centrar mais si,

assim como aprofundar os contatos interpessoais.

Já o estilo de personalidade introjetor se remete às características da personalidade de

esquiva (DSM-IV), de inibição social, isolamento, sentimentos de inadequação e

hipersensibilidade à avaliação negativa demonstrando um limiar acentuadamente baixo para

esse tipo de situação. Devem procurar desenvolver uma postura mais crítica diante das

situações, trabalhar a ansiedade e a auto afirmação.

No estilo projetor, os aspectos sintomáticos se assemelham com os da personalidade

paranóide (DSM-IV), onde se destacam a projeção, a rigidez, a desconfiança em relação ao

mundo e consequentemente, a pouca socialização. Na terapia devem trabalhados a confiança,

as resistências e as atitudes defensivas.

O autor compara as características da personalidade profletora com os critérios da

personalidade boderline (DSM-IV) nos quais a impulsividade, o imediatismo, a labilidade

emocional e a manutenção da identidade são destacadas. O indivíduo com esse estilo de

personalidade deseja que os outros sejam como ele gostaria, mostrando-se ambíguo, ora

manipulador, ora submetendo-se passivamente ao outro. O trabalho terapêutico deve incluir

atitudes cuidadosas, amorosas, estáveis e autocentradas por parte do terapeuta.

O estilo de personalidade retrofletor é o estilo que manifestam descontinuações mais

comumente na etapa do contato final. É semelhante à personalidade obsessivo-compulsivo,

que possui como características a contenção e a divisão que impedem ou atrapalham o

caminho para o fechamento do contato. Pessoas assim, por serem perfeccionistas, lutam muito

consigo mesmas para alcançar sempre o melhor a cada situação.

O estilo de personalidade egotista é o estilo das pessoas que manifestam

descontinuações na etapa do fechamento do contato. Por isso o comportamento é abstraído no

momento em que as possibilidades que se apresentam para a satisfação do contato levariam ao

crescimento. Assemelha-se às personalidades narcisistas e anti-sociais, nas quais é flagrante a

dificuldade para vivenciar sentimentos, especialmente aqueles ligados à empatia e à culpa.

São pessoas mais ligadas à imagem que ao corpo.

O estilo de personalidade confluente mais comumente na etapa da retirada do contato.

Assemelha-se à personalidade dependente, nas quais é flagrante a devoção e o apego que

impedem ou atrapalham a retirada do contato. A especificidade mais marcante dessas pessoas

é uma capacidade de se doar aos outros de maneira intensa, com uma subsequente cobrança

na mesma intensidade.

O autor afirma ser importante não buscar a patologia e sim o sujeito em si, seu jeito de

ser e como ele se relaciona consigo e com o mundo e jamais reduzi-lo a seu estilo de

personalidade. A partir daí ele aponta que a compreensão diagnóstica em Gestalt-terapia não

busca identificar as doenças, mas compreender o cliente, sendo desnecessário falar que o uso

do DSM em gestalt facilita o contato do gestalt-terapeuta com seus colegas de outras áreas do

saber. E por fim que a descrição de cada estilo de personalidade, por mais repetitiva que se

possa achar, é tão importante que mesmo especificando uma a uma ainda não dá conta de

descrever como seria desejável, visto que são descontinuações do ciclo do contato vividas não

só em setting terapêutico, mas no decorrer da vida.

REFERÊNCIA

PINTO, Ênio Brito. Contribuições à compreensão diagnóstica em Gestalt-terapia: o uso

do ciclo de contato como base para uma tipologia gestáltica em diálogo com o DSM-IV-TR,

eixo II. Artigo de pós-doutorado. São Paulo, 2012.