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1 RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DE CLORETOS DE BETÕES ESTRUTURAIS DE AGREGADOS LEVES PRODUZIDOS COM DIFERENTES TIPOS DE LIGANTE S. REAL J.A. BOGAS Eng.ª Civil Prof. Eng.ª Civil IST IST Lisboa; Portugal Lisboa; Portugal [email protected] [email protected] J. CORTÊS J. PONTES Eng.ª Civil Eng.º Civil IST IST Lisboa; Portugal Lisboa; Portugal [email protected] [email protected] RESUMO No presente artigo caracteriza-se a resistência à penetração de cloretos de betões estruturais de agregados leves (BEAL) produzidos com diferentes tipos de ligante e de agregado, envolvendo a realização de ensaios acelerados de migração de cloretos, absorção capilar e resistividade elétrica. Em geral, verifica-se que a resistência à penetração de cloretos pode ser fortemente afetada pelo tipo de ligante e relação água/ligante (a/l), com alterações no coeficiente de difusão de até uma ordem de grandeza quando se fazem variar estes parâmetros. O tipo de agregado assumiu menor influência na resistência à penetração de cloretos, tendo-se obtido desempenhos idênticos para um dado tipo de ligante e relação a/l. Ao contrário do recomendado na principal normalização, a resistência à penetração de cloretos não deve ser relacionada com a resistência à compressão do betão. Conclui-se que os BEAL de maior densidade podem atingir soluções de elevada durabilidade, com desempenhos pelo menos semelhantes aos dos betões de massa volúmica normal. 1. INTRODUÇÃO Ao contrário do que sucede nos betões de massa volúmica normal (BAN), existe ainda um menor conhecimento dos fenómenos que regem a durabilidade dos betões estruturais de agregados leves (BEAL). São ainda escassos os trabalhos que abordam o comportamento dos BEAL para diferentes tipos de agregado e classes de resistência. Por esse motivo, na literatura são reportados resultados contraditórios. Enquanto alguns autores documentam maiores permeabilidades nos BEAL [1, 2], outros sugerem desempenhos pelo menos idênticos face aos BAN de igual composição [3, 4]. Porém, na durabilidade dos betões, o sistema compósito agregado-pasta deve ser analisado como um todo e não como a soma da contribuição separada destas duas fases [5, 6]. Apesar dos agregados leves apresentarem maior permeabilidade, outros fatores como a proteção providenciada pela pasta [6, 7] e a melhor qualidade da zona de transição agregado-pasta geralmente apresentada pelos BEAL [3, 4], contribuem para o bom desempenho dos betões leves. Em ensaios de migração acelerada, semelhantes aos efetuados no presente trabalho, os resultados obtidos por Liu et al. [8] e Bogas [9] indiciam uma maior importância da matriz cimentícia nos fenómenos que controlam a resistência à penetração de cloretos. Alguns trabalhos de investigação têm em consideração a influência da incorporação de adições na durabilidade dos BEAL, embora de forma não sistematizada para diferentes composições e níveis de resistência [9, 10]. Em geral, verifica-se que apenas para períodos de cura longos, a cinza volante é eficaz na melhoria da resistência à penetração de cloretos [9, 11]. Por sua vez, a ação benéfica da sílica de fumo (SF) na resistência à penetração de cloretos, é documentada por vários autores [9, 12], embora existam grandes divergências em relação ao seu nível de contribuição.

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RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DE CLORETOS DE BETÕES ESTRUTURAIS DE

AGREGADOS LEVES PRODUZIDOS COM DIFERENTES TIPOS DE LIGANTE

S. REAL J.A. BOGAS

Eng.ª Civil Prof. Eng.ª Civil

IST IST

Lisboa; Portugal Lisboa; Portugal

[email protected] [email protected]

J. CORTÊS J. PONTES

Eng.ª Civil Eng.º Civil

IST IST

Lisboa; Portugal Lisboa; Portugal

[email protected] [email protected]

RESUMO

No presente artigo caracteriza-se a resistência à penetração de cloretos de betões estruturais de agregados leves (BEAL)

produzidos com diferentes tipos de ligante e de agregado, envolvendo a realização de ensaios acelerados de migração de

cloretos, absorção capilar e resistividade elétrica. Em geral, verifica-se que a resistência à penetração de cloretos pode

ser fortemente afetada pelo tipo de ligante e relação água/ligante (a/l), com alterações no coeficiente de difusão de até

uma ordem de grandeza quando se fazem variar estes parâmetros. O tipo de agregado assumiu menor influência na

resistência à penetração de cloretos, tendo-se obtido desempenhos idênticos para um dado tipo de ligante e relação a/l.

Ao contrário do recomendado na principal normalização, a resistência à penetração de cloretos não deve ser relacionada

com a resistência à compressão do betão. Conclui-se que os BEAL de maior densidade podem atingir soluções de

elevada durabilidade, com desempenhos pelo menos semelhantes aos dos betões de massa volúmica normal.

1. INTRODUÇÃO

Ao contrário do que sucede nos betões de massa volúmica normal (BAN), existe ainda um menor conhecimento dos

fenómenos que regem a durabilidade dos betões estruturais de agregados leves (BEAL). São ainda escassos os trabalhos

que abordam o comportamento dos BEAL para diferentes tipos de agregado e classes de resistência. Por esse motivo, na

literatura são reportados resultados contraditórios. Enquanto alguns autores documentam maiores permeabilidades nos

BEAL [1, 2], outros sugerem desempenhos pelo menos idênticos face aos BAN de igual composição [3, 4]. Porém, na

durabilidade dos betões, o sistema compósito agregado-pasta deve ser analisado como um todo e não como a soma da

contribuição separada destas duas fases [5, 6]. Apesar dos agregados leves apresentarem maior permeabilidade, outros

fatores como a proteção providenciada pela pasta [6, 7] e a melhor qualidade da zona de transição agregado-pasta

geralmente apresentada pelos BEAL [3, 4], contribuem para o bom desempenho dos betões leves. Em ensaios de

migração acelerada, semelhantes aos efetuados no presente trabalho, os resultados obtidos por Liu et al. [8] e Bogas [9]

indiciam uma maior importância da matriz cimentícia nos fenómenos que controlam a resistência à penetração de

cloretos. Alguns trabalhos de investigação têm em consideração a influência da incorporação de adições na durabilidade

dos BEAL, embora de forma não sistematizada para diferentes composições e níveis de resistência [9, 10]. Em geral,

verifica-se que apenas para períodos de cura longos, a cinza volante é eficaz na melhoria da resistência à penetração de

cloretos [9, 11]. Por sua vez, a ação benéfica da sílica de fumo (SF) na resistência à penetração de cloretos, é

documentada por vários autores [9, 12], embora existam grandes divergências em relação ao seu nível de contribuição.

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Real, S.; Bogas, J.A.; Cortês, J.; Pontes, J. – Resistência à penetração de cloretos de betões estruturais de agregados

leves produzidos com diferentes tipos de ligante

2

Este artigo pretende contribuir para uma melhor caracterização da durabilidade ao ataque de cloretos dos BEAL. Para

tal, foi realizado um vasto trabalho experimental que tem em consideração diferentes tipos de ligante e de agregado,

envolvendo uma ampla gama de classes de resistência e de massa volúmica. Desse modo, é possível abranger os

diferentes tipos de BEAL mais correntemente utilizados. São analisados os principais fatores que podem influenciar a

resistência à penetração de cloretos, nomeadamente a relação água/ligante (a/l), o tipo de ligante e o de agregado.

2. PROGRAMA EXPERIMENTAL

2.1 Materiais

Para o presente estudo, foram selecionados quatro tipos de agregado grosso leve: dois tipos de agregado leve (AL) de

argila expandida de origem nacional, designados por Leca e Argex, sendo a Argex fornecida em duas frações

granulométricas distintas (Argex 2-4 e Argex 3-8F); um tipo de agregado de cinzas volantes sinterizadas proveniente de

Inglaterra e designado por Lytag; um tipo de agregado de ardósia expandida proveniente dos EUA e designado por

Stalite. As principais características destes agregados com porosidades bastante distintas são indicadas na Tabela 1. Para

os betões de referência produzidos com agregados grossos de massa volúmica normal (AN), foram selecionadas duas

britas calcárias de diferente granulometria (Bago de arroz e Brita 1, Tabela 1). Tanto as duas frações de Argex como as

de brita calcária foram posteriormente combinadas de modo a possuírem granulometria idêntica à dos restantes

agregados grossos leves (66% Brita 1 e 34% Bago de Arroz; 30% Argex 3-8F e 70% Argex 2-4). Todos os betões

foram produzidos com areia natural siliciosa, correspondendo a cerca de 30% de Areia Fina e 70% de Areia Grossa

(Tabela 1). Na produção dos betões foi utilizado cimento tipo I 42,5R, cinzas volantes (CZ) de classe F com 13,8% de

resíduo no peneiro de 45 m e índice de reatividade de 84,4%, e ainda SF com 94,3% de SiO2 e 96,4% de resíduo no

peneiro de 45 m. Nas misturas de maior compacidade, foi utilizado um superplastificante de base policarboxilica.

Tabela 1 - Caracterização dos agregados

Propriedade

Agregados leves Agregados de massa volúmica normal

Leca Argex 2-4 Argex 3-

8F Lytag Stalite Brita 1

Bago de

Arroz Areia Fina

Areia

Grossa

Massa volúmica seca (kg/m3) 1076 669 597 1338 1483 2646 2683 2605 2617

Baridade seca (kg/m3) 624 377 330 750 760 1309 1346 1569 1708

Absorção às 24h (%) 15,8 21,4 19,3 17,9 3,6 0,7 0,4 0,2 0,3

Fração granulométrica (di/Di) 4/11,2 4/8 4/11,2 4/11,2 8/16 0/8 4/11,2 0/1 0/4

Porosidade aberta (%) 40,7 55,5 58 39,8 14,9 - - - -

2.2 Composição e produção de misturas

Foram produzidos betões com areia de massa volúmica normal e quatro tipos distintos de agregado grosso leve, tendo

em consideração diferentes relações a/l (0,35 a 0,55) e tipos de ligante, definidos de acordo com o especificado na

norma EN197-1 [13], para percentagens variáveis, em peso, de SF e CZ: CEM I 42,5R; CEM II/A-D (6% e 9% SF);

CEM II/A-V (15% CZ); CEM II/B-V (30% CZ); CEM IV/A (10% SF e 20% CZ); CEM IV/B (10% SF e 40% CZ). No

total, foram consideradas cerca de 74 composições. A relação a/l corresponde à água efetiva disponível para hidratação.

Os betões foram produzidos com 350 l/m3 de agregado grosso. Paralelamente, foram ainda consideradas 3 argamassas

de composição semelhante à dos betões produzidos com cimento tipo I. Os betões foram produzidos numa misturadora

de eixo vertical com descarga de fundo. Em geral, os AL foram previamente colocados em água durante cerca de 24

horas de modo a controlar melhor a trabalhabilidade e a água efetiva da mistura. Apenas nos betões com Argex, os

agregados foram inseridos na betoneira inicialmente secos e a absorção de água durante a mistura foi estimada tendo em

consideração o método sugerido por Bogas et al. [14].

2.3 Preparação dos provetes e métodos de ensaio

Para cada mistura, foram produzidos 2 cubos de 100 mm de aresta para determinação da massa volúmica seca, de

acordo com a EN 12390-7 [15]; 4 cubos de 150 mm de aresta para determinação resistência à compressão aos 28 dias,

de acordo com a EN 12390-3 [16]; 3 espécimes de 105x50 mm, seccionados de cilindros de 250 mm de altura, para

determinação da resistência à penetração de cloretos e outros tantos para determinação da resistividade elétrica; 3

espécimes de 150x50 mm, seccionados de cilindros de 300 mm de altura para determinação da absorção capilar.

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Real, S.; Bogas, J.A.; Cortês, J.; Pontes, J. – Resistência à penetração de cloretos de betões estruturais de agregados

leves produzidos com diferentes tipos de ligante

3

2.3.1 Procedimento de cura e pré-condicionamento dos espécimes

Após desmoldagem às 24 horas, os vários espécimes foram sujeitos a pelo menos mais 6 dias de cura húmida. Nos

provetes para realização do ensaio de resistência à compressão, a cura húmida foi prolongada até à idade de ensaio (28

dias). No caso do ensaio de absorção capilar, após a cura húmida, os provetes foram colocados em câmara controlada a

222ºC e 505% de humidade relativa (HR) durante 7 dias, seguido de 13 dias em estufa ventilada a 60ºC, sendo que

nos últimos 10 dias os provetes foram embrulhados em papel celofane de modo a evitar trocas de humidade com o

exterior. Os espécimes para realização de ensaio de resistividade elétrica foram curados em água até aos 21 dias de

idade, sendo posteriormente colocados em câmara controlada a 222ºC e 505% HR até aos 28 dias de idade. Os

espécimes referentes ao ensaio de penetração de cloretos, após cura em água até aos 7 dias de idade, foram colocados

em câmara controlada a 222ºC e 505 % HR até aos 28 dias.

2.3.2 Absorção capilar

O ensaio de absorção capilar foi realizado aos 28 dias, tendo por base a E393 [17] e o documento TC116-PCD [18]. O

ensaio consiste na exposição de uma das extremidades de cada provete a uma lâmina de água com 51mm, registando-

se a massa dos espécimes aos 10, 20, 30 e 60 minutos e às 3, 6, 24 e 72 horas após o contacto inicial com a água. A

absorção de água foi calculada, para cada provete, através da variação de massa ao longo do tempo, tendo o coeficiente

de absorção resultado da regressão linear da variação da absorção com a tempo0,5

, entre os 20 minutos e as 6 horas.

2.3.3 Resistividade elétrica

O ensaio de resistividade elétrica foi efetuado aos 28 dias de idade, tendo por base o disposto na Chlortest [19] e na

recomendação técnica TC 154-EMC [20]. O ensaio consiste na colocação de uma placa de cobre em cada extremidade

do espécime, através das quais se aplica um potencial elétrico de 60V, registando-se a corrente elétrica que atravessa o

espécime. Para garantir o contacto das placas de cobre com o espécime, adotaram-se esponjas humedecidas. Antes do

ensaio, os provetes foram previamente saturados em água destilada durante 24h. A resistividade elétrica é determinada a

partir da Eq. (1), onde Res representa a resistividade elétrica (Ω.m), I a intensidade de corrente (A), U a voltagem

aplicada (V), A a área da extremidade do espécime (m2) e L a altura do espécime (m).

𝑅𝑒𝑠 =𝑈

𝐼×

𝐴

𝐿 [Ω.m] (1)

2.3.4 Resistência à penetração de cloretos

O ensaio de resistência à penetração de cloretos foi realizado aos 28 dias de idade, de acordo com a norma

NTDbuild492 [21]. O ensaio consiste na aplicação de uma diferença de potencial por tempo determinado no provete,

forçando a migração de iões cloreto através do betão. De seguida, parte-se o provete em dois, pulverizam-se as secções

com solução de nitrato de prata e mede-se a profundidade de penetração a partir do precipitado branco visível de cloreto

de prata. O coeficiente de difusão de cloretos (Dcl,RCM) foi calculado a partir da Eq. (2), onde T representa o valor médio

da temperatura inicial e final da solução anódica (°C), L a altura do provete (mm), U o valor absoluto da diferença de

potencial (V), t a duração do ensaio (horas) e Xd o valor médio da profundidade de penetração (mm).

Dcl,RCM=0,0239×(273+T)×L

(U-2)×t× (xd-0,0238×√

(273+t)×L×xd

U-2) [×10-12m2/s] (2)

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

A resistência à compressão dos BEAL variou entre cerca de 16,9 e 65,3 MPa e a massa volúmica seca entre 1430 e

1890 kg/m3. Desse modo, foi possível abranger uma vasta gama de BEAL correntes enquadrados nas classes de

resistência LC12/13 a LC55/60 e de massa volúmica D1,6 a D2,0.

3.1 Absorção capilar

Os coeficientes de absorção variaram entre 0,0289 e 0,230 mm/min0,5

, que, de acordo com a classificação de Browne

[22], abrange desde betões de reduzida a elevada qualidade. Em geral, a absorção capilar parece ser essencialmente

afetada pela relação a/l (Figura 1), dependendo ainda, de forma menos importante, de outros fatores como o tipo de

agregado e tipo de ligante. Como seria previsível, o coeficiente de absorção teve tendência para aumentar com a relação

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Real, S.; Bogas, J.A.; Cortês, J.; Pontes, J. – Resistência à penetração de cloretos de betões estruturais de agregados

leves produzidos com diferentes tipos de ligante

4

a/l, dado que ocorreu um aumento da porosidade e interconectividade da estrutura porosa da pasta. A absorção capilar

dos BEAL não foi afetada de forma significativa pelo tipo de agregado (Figura 4), exceto nos agregados com elevada

porosidade aberta (Argex) ou com ausência de pelicula superficial de maior densidade (Lytag). A participação destes

agregados teve tendência para ser mais relevante em betões de maior a/l, onde a maior porosidade da pasta aumenta a

acessibilidade dos agregados. Assim, tal como concluído por Bogas et al. [5], a absorção capilar depende

fundamentalmente da qualidade da pasta, e o desempenho nos BEAL é semelhante ao dos BAN (Figura 4).

Figura 1: Coeficientes de absorção capilar em misturas

CEM I

Figura 2: Coeficiente de absorção versus percentagem de

substituição de cimento por CZ

O tipo de ligante exerceu uma influência significativa na absorção, para uma dada relação a/l (Figuras 2-4). A

substituição parcial de cimento I 42,5R por CZ provocou o aumento do coeficiente de absorção capilar (Figura 2),

possivelmente devido ao curto período de cura dos espécimes (6 dias de cura húmida), aliado à modesta pozolanicidade

das CZ, bem como à idade de ensaio (28 dias). Em geral, a substituição parcial de cimento I 42,5R por SF conduziu à

redução do coeficiente de absorção capilar (Figura 3). No entanto, para relações a/l mais elevadas e para betões com

Lytag a tendência foi diferente, possivelmente devido à menor efetivação da SF neste tipo de betões. Nos restantes

casos, a SF, devido à sua elevada reatividade pozolânica, parece ter sido efetiva no refinamento e densificação da

estrutura porosa da pasta, tanto nos BAN como nos BEAL. Outros autores confirmam melhores desempenhos em

betões com SF [4, 5, 23]. Nas misturas ternárias, a substituição parcial de cimento por CZ e SF conduziu a coeficientes

de absorção intermédios dos obtidos nas misturas com apenas uma das adições (Figura 4). Para percentagens de

substituição superiores a 30%, em especial nas misturas de relação a/l=0,55, verificou-se um aumento elevado do

coeficiente de absorção capilar devido à formação de uma pasta de elevada porosidade e conectividade.

Figura 3: Coeficiente de absorção versus percentagem de

substituição de cimento por SF

Figura 4: Coeficiente de absorção de diferentes misturas

ternárias com SF e CZ

3.2 Resistividade elétrica

A resistividade variou entre 42,3 e 387,7 Ω.m, que segundo a classificação de Mehta e Monteiro [24], corresponde a

betões com probabilidade de taxas de corrosão de armadura desde muito elevadas a desprezáveis. Para grandes

diferenças introduzidas na microestrutura, tais como variações na relação a/l, observa-se uma alteração correspondente

da resistividade elétrica (Figura 5). No entanto, devido à maior variabilidade associada a este tipo de ensaio torna-se

difícil avaliar a influência de fatores de importância mais secundária, como o tipo de agregado. Não é possível

identificar uma tendência clara para a variação da resistividade elétrica em função do tipo de agregado. Porém,

conforme observado para a absorção capilar, parece confirmar-se que os BEAL com agregados mais densos (Leca e

Stalite) evidenciam melhor desempenho, sendo pelo menos semelhante ao dos BAN. A maior resistividade elétrica nos

betões com Argex é em parte justificada pelo facto destes agregados não terem sido pré-saturados, conforme sucedeu

para os restantes AL (2.2).

a/l = 0,35

a/l = 0,45

a/l = 0,55

0

40

80

120

160

200

AN

0,3

5

Lec

a 0,3

5

Sta

lite

0,3

5

Lyta

g 0

,35

Arg

ex 0

,35

AN

0,4

5

Lec

a 0,4

5

Sta

lite

0,4

5

Lyta

g 0

,45

Arg

ex 0

,45

AN

0,5

5

Lec

a 0,5

5

Sta

lite

0,5

5

Lyta

g 0

,55

Arg

ex 0

,55

Cab

s (x

10

-3 m

m/m

in0

,5)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 15 30

Cab

s (x

10

-6 m

/min

0,5)

% CZ

Leca 0,35

Stalite 0,35

AN 0,35

Leca 0,45

Stalite 0,45

AN 0,45

Lytag 0,45

Argex 0,45

Leca 0,55

Stalite 0,55

AN 0,55

0

20

40

60

80

100

120

140

0 5 10

Cab

s (x

10

-6 m

/min

0,5)

% SF

Leca 0,35

Stalite 0,35

AN 0,35

Leca 0,45

Stalite 0,45

AN 0,45

Leca 0,55

Stalite 0,55

AN 0,550

50

100

150

200

250

0 10 20 30 40 50

Cab

s (x

10

-6 m

/min

0,5)

% SF+CZ

Leca 0,35

Stalite 0,35

AN 0,35

Leca 0,45

Stalite 0,45

AN 0,45

Leca 0,55

Stalite 0,55

AN 0,55

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Real, S.; Bogas, J.A.; Cortês, J.; Pontes, J. – Resistência à penetração de cloretos de betões estruturais de agregados

leves produzidos com diferentes tipos de ligante

5

Figura 5: Resistividade elétrica em misturas CEM I Figura 6: Resistividade elétrica versus percentagem de

substituição de cimento por SF

Como seria expectável, o tipo de ligante ao afetar as características da pasta, exerceu influência significativa na

resistividade elétrica (Figuras 6-8), em especial no caso da adição de SF, em que esta propriedade aumentou com o

aumento da percentagem de substituição (Figura 6). Verifica-se que a contribuição da SF foi maior para a redução da

resistividade do que da absorção capilar. Tal deverá ter resultado do facto de para além da SF, através da sua reatividade

pozolânica, proporcionar um maior refinamento da estrutura porosa, atuar também ao nível da composição iónica da

solução dos poros, afetando a condutibilidade do sistema [25]. A influência das CZ (Figura 7), associadas a menor

reatividade (3.1), foi menos significativa. Ainda assim, é possível observar um desempenho ligeiramente superior para

30% de CZ, o que se pode justificar pela ação adicional na composição da solução dos poros. O maior tempo de cura

húmida (21 dias) face aos ensaios de absorção capilar (7 dias) pode também ter contribuído para as diferenças obtidas.

As misturas ternárias, essencialmente por conterem SF, exibiram as resistividades elétricas mais elevadas (Figura 8).

Figura 7: Resistividade elétrica versus percentagem de

substituição de cimento por CZ

Figura 8: Resistividade elétrica de diferentes misturas

ternárias com SF e CZ

3.3 Resistência à penetração de cloretos

Os coeficientes de difusão de cloretos variaram entre 3,8 e 22,8x10-12

m2/s, o que, de acordo com Gjorv [26],

corresponde a betões com resistência à penetração de cloretos desde muito elevada a reduzida. Verifica-se que o ensaio

de migração foi capaz de distinguir claramente a resistência à penetração de cloretos de diferentes relações a/l, tendo

sido naturalmente inferior nos betões de maior porosidade e interconetividade da pasta (Figura 9).

Figura 9: Coeficiente de difusão de cloretos em misturas

CEM I

Figura 10: Coeficiente de difusão de cloretos versus

percentagem de substituição de cimento por CZ

a/l = 0,35 a/l = 0,45

a/l = 0,55

020406080

100120140

AN

0,3

5

Lec

a 0,3

5

Sta

lite

0,3

5

Lyta

g 0

,35

Arg

ex 0

,35

AN

0,4

5

Lec

a 0,4

5

Sta

lite

0,4

5

Lyta

g 0

,45

Arg

ex 0

,45

AN

0,5

5

Lec

a 0,5

5

Sta

lite

0,5

5

Lyta

g 0

,55

Arg

ex 0

,55

Res

.m)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 5 10

Res

.m)

% SF

Leca 0,35

Stalite 0,35

AN 0,35

Leca 0,45

Stalite 0,45

AN 0,45

Leca 0,55

Stalite 0,55

AN 0,55

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 15 30

Res

.m)

% CZ

Leca 0,35

Stalite 0,35

AN 0,35

Leca 0,45

Stalite 0,45

AN 0,45

Lytag 0,45

Argex 0,45

Leca 0,55

Stalite 0,55

AN 0,55

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 10 20 30 40 50

Res

.m)

% SF+CZ

Leca 0,35

Stalite 0,35

AN 0,35

Leca 0,45

Stalite 0,45

AN 0,45

Leca 0,55

Stalite 0,55

AN 0,55

a/l = 0,35

a/l = 0,45

a/l = 0,55

0

5

10

15

20

25

AN

0,3

5

Lec

a 0,3

5

Sta

lite

0,3

5

Lyta

g 0

,35

Arg

ex 0

,35

Ag 0

,35

AN

0,4

5

Lec

a 0,4

5

Sta

lite

0,4

5

Lyta

g 0

,45

Arg

ex 0

,45

Ag 0

,45

AN

0,5

5

Lec

a 0,5

5

Sta

lite

0,5

5

Lyta

g 0

,55

Arg

ex 0

,55

Ag 0

,55

Dcl

, R

CM

(x1

0-1

2m

2/s

)

0

5

10

15

20

25

0 15 30

Dcl

, R

CM

(x1

0-1

2m

2/s

)

% CZ

Leca 0,35

Stalite 0,35

AN 0,35

Leca 0,45

Stalite 0,45

AN 0,45

Lytag 0,45

Argex 0,45

Leca 0,55

Stalite 0,55

AN 0,55

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Real, S.; Bogas, J.A.; Cortês, J.; Pontes, J. – Resistência à penetração de cloretos de betões estruturais de agregados

leves produzidos com diferentes tipos de ligante

6

Tal como sugerido por outros autores [8-10], confirma-se que o coeficiente de difusão de cloretos não foi afetado

significativamente pelo tipo de agregado (Figura 9). A menor influência do tipo de agregado é confirmada na Figura 9,

por comparação com argamassas de características idênticas aos betões em estudo. Conforme observado para a

absorção capilar e resistividade, apenas nos betões com agregados de porosidade mais acessível (Lytag), existiu um

ligeiro aumento do coeficiente de difusão. Verifica-se que essa diferença teve tendência para ser superior nas pastas

mais fracas de maior relação a/l (Figura 9) ou maior percentagem de CZ (Figura 10). Pelos motivos referidos em 3.1,

nomeadamente o menor teor de humidade inicial do agregado, a Argex, apesar de apresentar a porosidade mais elevada

(Tabela 1), não participou de forma efetiva na difusão de cloretos.

Verifica-se que a difusão de cloretos pode ser significativamente afetada pelo tipo de ligante (Figuras 10-12). O

coeficiente de difusão teve tendência para aumentar com a percentagem de substituição de cimento por CZ,

possivelmente devido aos mesmos motivos referidos em 3.1, nomeadamente o curto período de cura e a reduzida idade

de ensaio (28 dias). Para idades mais avançadas, será expectável que o desenvolvimento de reações pozolânicas possa

conduzir a menores coeficientes de difusão de cloretos. O mesmo foi verificado por Bogas [9]. O coeficiente de difusão

de cloretos diminuiu com a substituição parcial de cimento por SF (Figura 11). Conclusões semelhantes foram obtidas

por Bogas [9] e Güneyisi et al. [12]. A maior contribuição da SF na resistência à penetração de cloretos do que na

absorção capilar, em especial nos betões de maior a/l, indica que para além do refinamento da porosidade, também

deverá ocorrer uma alteração na composição da solução dos poros, conforme sugerido nos resultados de resistividade

elétrica. Nas misturas ternárias (Figura 12), a SF teve uma ação preponderante que permitiu contrariar o efeito adverso

das CZ, tendo-se obtido coeficientes de difusão geralmente inferiores, mesmo para elevadas percentagens de

substituição de cimento por CZ (10%SF+40%CZ). Pelos motivos referidos, ocorreu uma menor efetivação das misturas

ternárias de maior relação a/l, para as quais está associada uma maior alteração da microestrutura, quando se faz variar o

teor de CZ.

Figura 11: Coeficiente de difusão de cloretos versus

percentagem de substituição de cimento por SF

Figura 12: Coeficiente de difusão de cloretos de misturas

ternárias com SF e CZ

Excluindo o caso já referido de betões com Lytag, verifica-se uma correlação elevada (superior a 0,9) entre o

coeficiente de difusão, Dcl,RCM, e a relação a/l (Figura 13), que é relativamente independente do tipo de agregado.

Constata-se que os resultados obtidos são da mesma ordem de grandeza dos reportados por outros autores em ensaios

RCM com cimento tipo I. Porém, face aos restantes autores, observam-se coeficientes de difusão ligeiramente

superiores para baixas relações a/l e mais conservativos para relações a/l mais elevadas. Ainda assim, os resultados

obtidos permitem concluir que a resistência à penetração de cloretos nos BEAL pode ser razoavelmente traduzida em

função da relação a/l, sugerindo-se a sua consideração na abordagem normativa da durabilidade dos BEAL.

Figura 13: Variação do coeficiente de difusão de cloretos

com a relação a/l em misturas CEM I [10, 31,32]

Figura 14: Relação entre o coeficiente de difusão de

cloretos e a resistência à compressão

0

5

10

15

20

25

0 5 10

Dcl

, R

CM

(x1

0-1

2m

2/s

)

% SF

Leca 0,35

Stalite 0,35

AN 0,35

Leca 0,45

Stalite 0,45

AN 0,45

Leca 0,55

Stalite 0,55

AN 0,55 0

5

10

15

20

25

0 10 20 30 40 50

Dcl

, R

CM

(x1

0-1

2m

2/s

)

% SF+CZ

Leca 0,35

Stalite 0,35

AN 0,35

Leca 0,45

Stalite 0,45

AN 0,45

Leca 0,55

Stalite 0,55

AN 0,55

y = 2,2775e3,6243x

R² = 0,91

0

5

10

15

20

25

30

0.25 0.35 0.45 0.55

Dcl

, R

CM

(x1

0-1

2m

2/s

)

Relação a/l

Presente estudo

fib 34 (2006)

Bogas (2011)

Liu et al (2011)

y = 23,533e-0,018x

R² = 0,32

0

5

10

15

20

25

0 20 40 60 80 100

Dcl

, R

CM

(x1

0-1

2m

2/s

)

fcm (MPa)

Leca

Stalite

AN

Lytag

Argex

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Real, S.; Bogas, J.A.; Cortês, J.; Pontes, J. – Resistência à penetração de cloretos de betões estruturais de agregados

leves produzidos com diferentes tipos de ligante

7

Na Figura 14, verifica-se uma fraca correlação entre o coeficiente de difusão de cloretos e a resistência à compressão do

betão, identificando-se apenas uma tendência geral para a diminuição do coeficiente de difusão nos betões de maior

resistência. Esta fraca correlação pode ser justificada pelo facto da resistência à penetração de cloretos depender

essencialmente da qualidade da pasta, ao contrário do que sucede na resistência à compressão, em que o agregado

exerce uma influência importante. Assim, conclui-se que a durabilidade dos BEAL não deve ser caracterizada em

função da resistência mecânica, conforme é usualmente sugerido nos principais documentos normativos.

4. CONCLUSÕES

No presente trabalho foi caracterizada a resistência à penetração de cloretos de betões leves estruturais produzidos com

diferentes tipos de agregado e de ligante. Em seguida, resumem-se as principais conclusões obtidas:

• Foi possível produzir betões de classe de resistência LC12/13 a LC55/60 e de massa volúmica D1,6 a D2,0.

Dependendo do tipo de agregado e relação a/l, permitiu abranger BEAL desde reduzida a elevada durabilidade,

associados a uma ampla gama de coeficientes de difusão entre 3,8 e 22,8x10-12

m2/s.

• As propriedades analisadas, nomeadamente a absorção capilar, resistividade elétrica e resistência à penetração de

cloretos, foram essencialmente afetadas pela qualidade da pasta, com maior relevância para a relação a/l, seguido do

tipo e volume de ligante. Em geral, para estas propriedades, os BEAL demonstraram pelo menos desempenho

semelhante ao dos BAN de igual composição. Apenas os BEAL produzidos com AL muito porosos (Argex) ou

ausência de pelicula superficial mais densa (Lytag) apresentaram um desempenho inferior.

• A melhor qualidade da zona de interface agregado-pasta deverá ter contribuído para o melhor desempenho por vezes

evidenciado pelos BEAL de maior densidade face aos BAN de igual composição.

• A não saturação dos agregados leves, como sucede geralmente na maioria dos casos reais, pode reduzir fortemente a

sua participação na penetração de cloretos, mesmo em agregados de elevada porosidade (Argex).

• A substituição parcial de cimento por CZ conduziu a pastas de maior porosidade, resultado do reduzido período de

cura e idade de ensaio dos betões analisados. Na resistividade elétrica e resistência à penetração de cloretos houve uma

maior contribuição das CZ, que resultou possivelmente de alterações introduzidas na composição iónica da solução dos

poros;

• Garantindo a adequada dispersão da SF, conclui-se que, mesmo em idades jovens, esta foi efetiva no refinamento da

microestrutura da pasta. Em geral, o melhor desempenho foi atingido para percentagens de substituição de 9% de

cimento por SF nos betões convencionais e BEAL de maior densidade (Stalite), associados a pastas de menor relação

a/l.

• Em geral, as misturas ternárias desenvolveram desempenhos intermédios dos obtidos nos betões com apenas um tipo

de adição. A SF apresentou um papel preponderante no desempenho deste tipo de misturas, compensando a menor

eficiência inicial das CZ.

• Os ensaios de absorção capilar e de resistividade elétrica foram capazes de distinguir betões de durabilidade bastante

distintas, associados a diferenças na relação a/l e tipo de ligante. Para variações menos importantes na estrutura porosa

dos betões, a interpretação do ensaio de resistividade elétrica foi dificultada pela elevada variabilidade do próprio

ensaio.

• A resistividade elétrica foi fortemente beneficiada pela incorporação de adições nas misturas, em especial SF, com

influência na porosidade e composição inicial da estrutura da pasta.

• Foi possível definir uma relação exponencial de elevada correlação entre o coeficiente de difusão e a relação a/l, que

se mostrou independente do tipo de agregado.

• Conclui-se que ao contrário da filosofia usualmente seguida na normalização, a durabilidade dos BEAL não deve ser

caracterizada em função da resistência à compressão.

5. AGRADECIMENTOS

O presente trabalho de investigação foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através do

projeto PTDC/ECM-COM1734/2012. Os autores agradecem ainda o apoio do CEris – ICIST/IST no financiamento do

presente trabalho e a colaboração das empresas Saint-Gobain Weber Portugal, Argex, Stalite, Lytag, SECIL e BASF

pelo fornecimento dos materiais utilizados durante a campanha experimental.

6. REFERÊNCIAS

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leves produzidos com diferentes tipos de ligante

8

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