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Surge a ambição de materializar um espaço comum de leitura, aprendizagem, enriquecimento e saber. Um sítio físico que espelhe em palavras e ideias o panorama atual e as preocupações que o acompanham, apontando possíveis caminhos e alternativas. Surge a sua Rés VISTA...porque o saber é a melhor forma de prevenção, de combate e de ajuda ao próximo. Desfrute, boas leituras! Procure motivação nas Personagens anónimas, não aPenas em figuras sociais Daniela pág’s 22/23 Quebra dos preços do petróleo Luís no Gabão Outros mundos... Revista bimestral | nº 8 | FEVEREIRO 2015 | https://www.facebook.com/resvistaonline Outros mundos... Viagens ao património severense pág’ 20-21 pág’s 24-26 Cancro do colón e do reto A arte de cativar motivos Cirurgia oncológica na mulher Exercício: mantenha-se motivado pág 6 pág’s 8/9 pág’s 10/11 pág 12 Reduzir, reutilizar Info Flashes pág 16 pág 19 Motivação e aprendizagem pág’s 14/15 Seleção Musical Pedro Chagas Freitas pág 28 pág 30 Mónica Andreia Ivo Fábio Manuel Guilherme Maria Eduarda Pedro Renata Cristina José André Luís Filipa Carolina Dora Marco Nuno Catarina Jéssica Sandra Vasco António Dário Margarida Gonçalo Gilda Simão Sónia Juliana Tomé Tatiana Denise Olga Salomão Sérgio

ResVISTA | N.º8

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  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 01

    Surge a ambio de materializar um espao comum de leitura, aprendizagem, enriquecimento e saber. Um stio fsico que espelhe em palavras e ideias o panorama atual e as preocupaes que o acompanham, apontando possveis caminhos e alternativas. Surge a sua Rs VISTA...porque o saber a melhor forma de preveno, de combate e de ajuda ao prximo. Desfrute, boas leituras!

    Procure motivao nas Personagens

    annimas, no aPenas em figuras

    sociais

    Daniela

    pgs 22/23 Quebra dos preos do petrleoLus no Gabo

    Outros mundos...

    Revista bimestral | n 8 | FEVEREIRO 2015 | https://www.facebook.com/resvistaonline

    Outros mundos...Viagens ao patrimnio severense

    pg 20-21

    pgs 24-26

    Cancro do coln e do reto

    A arte de cativar motivos

    Cirurgia oncolgica na mulher

    Exerccio: mantenha-se motivado

    pg 6

    pgs 8/9

    pgs 10/11

    pg 12

    Reduzir, reutilizar

    Info Flashes

    pg 16

    pg 19

    Motivao e aprendizagem

    pgs 14/15

    Seleo Musical

    Pedro Chagas Freitas

    pg 28

    pg 30

    Mnica

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    reia

    Ivo

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  • 02 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    Contactos Correio eletrnico Site NIB234 552 232 [email protected] www.mariadagloria.org 003507770000112943031

    Pe. Licnio Manuel Figueiredo CardosoPe. Licnio Manuel Figueiredo CardosoPresidente da Direo & Diretor TcnicoPresidente da Direo & Diretor Tcnico

    Ajude-nos a quebrar o anonimato,fortalea a nossa identidade.Damos o nosso rosto pelas pessoas, d oseu por ns.

    design | rui pires da silva

  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 03

    Sade e Bem-EstarRastreio do cancro do coln e retoA arte de cativar motivosCirurgia oncolgica na mulherExerccio: matenha-se motivado

    EducaoMotivao e aprendizagem

    Atualidade e SociedadeReduzir, reutilizarInfo Flashes

    Gesto FinanceiraQuebra dos preos do petrleo

    Outros Mundos...Lus no GaboViagens ao patrimnio severense

    AculturarSeleo MusicalPedro Chagas Freitas

    FotogaleriaAs escolhas. As motivaes

    pg. 06pg. 08pg. 10pg. 12n

    diceDiretor executivo

    Diretora cientfica | Coordenadora

    Conceo grfica e design

    Paginao e finalizao para online

    Reviso

    Licnio Cardoso

    Brbara da Silva Costa

    Rui Pires da Silva

    Ana Filipa Soares

    M Madalena T. da Silva

    Propriedade:

    Colaboradores:ngela AmaralDavid NbregaDina Marli NbregaDiogo VeigaElsa NbregaFeliciano AnglicoLus SilvaMrio SilvaPedro Chagas FreitasPedro Gouveia

    Nota de redao: relativamente ao acordo ortogrfico, a Rs Vista respeita a opo dos seus colaboradores

    Contactos Correio eletrnico Site NIB234 552 232 [email protected] www.mariadagloria.org 003507770000112943031

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    pg. 14

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    pg. 22pg. 24

    pg. 28pg. 30

    pg. 32

  • 04 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    Os fatores motivacionais da nossa existncia, mesmo que precria, encontra-mo-los nas guas profundas do nosso querer, da nossa vontade e das nossas convices, os quais se refletem nos processos de discernimento que todos te-mos de fazer. Devemos ser mais do que parecemos.Uma histria pode explicar melhor a afirmao anterior.

    Conta-se que h muito, muito tempo Havia dois tanques de gua. Eram irmos. Tinham ambos a mesma fonte a aliment-los. A gua corria para eles, abundantemente.Mas, medida que iam crescendo, o primeiro deles tornou-se vaidoso e presu-mia que ocupava um lugar mais importante que o seu irmo: uma grande su-perfcie rodeada de mrmores preciosos, espelhava raios de luz nas suas guas, com formosas e variadas luzes, possua um complicado sistema de repuxos de gua, variando de cor e de formaE assim, um dia chegou o Vero e, com ele, muita gente a passear. A maioria das pessoas escolhia o tanque esquecido, de guas profundas, em cujas margens cresciam, com os anos, verdes plantas e rvores com sombra. Apenas alguns procuravam o tanque vaidoso, mas logo desistiam, pois queimavam os ps no mrmore que escaldava, e a pouca profundidade de gua no permitia banhos frescos. Era apenas a aparncia de grandeza...Certo dia, dia de muito calor, a fonte que alimentava aqueles tanques, secou...Como as guas do primeiro no eram profundas, secou em pouco tempo, ape-sar de ser grande e vistoso, cheio de mrmores e tecnologia...O segundo, pelo contrrio, tinha-se preocupado em aprofundar o seu interior, enchendo-o de gua. Albergava tal quantidade de gua que a ofereceu genero-samente aos homens daquela regio para regarem os seus campos.E nunca a sua gua se esgotou

    Ancorar as opes fundamentais da vida em processos de discernimento que se ficam pela aparncia dos gestos, pela energia das reaes imediatistas ou pelos encantos efmeros, no sinnimo de vida saciada.Espera-se sempre um olhar mais profundo, mesmo que menos encantador.

    Pe. Licnio CardosoPres. direo do CSP Maria da GlriaProfessor bibliotecrioDiretor do jornal Terras do VougaDiretor Executivo da Rs Vista

    Editorial

  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 05

    Dr. Brbara CostaPsicloga clnica do CSP Maria da GlriaDiretora Cientfica da Rs Vista

    Se esqueceram o que fomos, no esperem lembrarmos do que podero vir a ser.

    Perante a tristeza de um jovem, um velho sbio sugere-lhe que coloque um punhado de sal num copo de gua e que o beba. O jovem expressa uma cara de desagrado face ao sabor que experimentou. De seguida, pediu-lhe que pegasse num outro punhado de sal e que o ati-rasse para um lago, bebendo um pouco daquela gua.-Esta gua boa, no sinto nenhum sal. Afirma o jovem.-A dor enquanto reao quilo que nos fazem ou s pessoas que a praticam no muda. No entanto, o sabor dessa dor ir depender de onde a colo-carmos, de como a encaixarmos na nossa vida. Perante uma dor, devers aumentar o sentido de tudo o que est tua volta, dando mais significado ao que tens e aos que te valorizam em detrimento do que de certa forma se perdeu ou te desencantou. No fundo, deixares de ser copo para te torna-res num lago.No tenhamos iluses, motivao e desmotivao so conceitos unos, numa balana que equilibra e desequilibra ao sabor dos contextos que vivemos e das pessoas que nos so prximas que desempenham um poder parcial na inverso dos nossos estados motivacionais.H pressupostos basilares que nos devem nortear: 1) quem somos e onde estamos, 2) onde queremos estar e com quem queremos estar, 3) recursos disponveis e previso das dificuldades e das consequncias, 4) avaliar a situao atual e reunir fora motriz motivao para alcanar os nossos objetivos iniciais, definindo, se necessrio, novas metas e novos contextos.Em boa verdade, no nosso ba de referncias que devemos buscar o dis-cernimento que nos permite de forma necessria, tal como dita a lei da autossobrevivncia, adequar os polos de valor associados s variveis do hoje (situacionais e relacionais) por forma a manter estados motivacionais saudveis congruentes com o que nos foi ensinado em termos de normas socias gerais e educacionais, assim como com as nossas noes de justia.No podemos agir como se fossemos morrer no amanh numa luta por uma qualquer causa que julguemos maior, mas tambm no deveremos hipotecar o hoje como se fossemos viver para sempre. H que arcar com as aes que praticamos. Neste prisma lime-se e motive-se, seja mais por si prprio ou, se necessrio, reinvente-se.

    EditorialMeramente por uma questo motivacional

  • 06 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    David NbregaLicenciado em cincias da sadeFaculdade de medicina, U. Coimbra

    O rastreio do cancro do coln e reto um meio de preveno e deteo precoce, constituindo-se, segundo evidncias cientficas como principal fator responsvel pela diminuio no aparecimento de novos casos assim como no aumento da sobrevivncia dos doentes. Por outras palavras, tal como outra doena, detetar atempadamente e prevenir o melhor rem-dio quer para a sociedade quer para cada indivduo em particular.

    Contudo, um exame de rastreio no est indicado para toda a populao. E porqu? Porque a realizao de um exame neste contexto implica um benefcio potencial, que temos que pesar nos pratos da balana com eventuais riscos. Sendo assim estipula-se uma populao na qual o benefcio de se submeter a um rastreio seja superior ao risco.

    Assim sendo, qual a populao para qual deve ser feita o rastreio do cancro do clon? De um modo geral, as pessoas com idades entre os 50 e os 74 anos, no caso de no apresentarem qualquer sintomatologia.Casos em que existam histria familiar de adenoma, sndromes hereditrios, ou doena inflamatria intestinal, o acom-

    panhamento dever ser feito junto de num mdico da especialidade de gastroenterologia.

    Em que consiste o rastreio do clon e reto? Existem trs tcnicas que tm vindo a ser utilizadas neste contexto: a pesquisa de sangue oculto nas fezes, a sigmoidosco-

    pia e a colonoscopia. Note-se que deve aconselhar-se junto do seu mdico de famlia, e de acordo com as normas vigentes mais recentes, qual o exame e qual a periodicidade mais adequadas a cada caso.

    Portanto, o alerta final que deixo que esteja ciente dos benefcios de realizar o rastreio do cancro do clon e reto, mas lembre-se de colocar as questes que tiver ao seu mdico e lembre-se que existem regras definidas e que so atualizadas pe-riodicamente, de modo a no se correr tambm o risco de realizar exames em excesso que trariam tambm os seus riscos.

    rastreio do cancro do coln e reto

    Sade e Bem-Estar

  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 07

  • 08 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    a motivao:a arte de cativar motivos

    A alma humana prende-se e preenche-se por de entre laos de afeto, causas que nos possibilitam assumir opes com cariz humano. So diversas as escolhas que no decurso da nossa trajetria desenvolvimental vamos assumindo. Pautamos as nossas opes pelo estabelecimento idiossincrtico de prioridades, de linhagens optativas que nos cara-terizam e que cativam a nossa prpria essncia, interesses e pirmide motivacional.

    Os nossos valores so nutrientes fundamentais no modo como analisamos as diversas possibilidades e fundamen-tamos a nossa tomada decisional.

    O conceito de motivao originrio do latim moveres, algo que nos move e influncia no agir comportamental. De acordo com tericos como Robbins, a motivao est relacionada com a interao entre a pessoa e o quadro

    situacional, sendo varivel de acordo com cada Ser Humano em particular. As linhagens motivacionais intrnsecas e extrnsecas so alicerces fundamentais para que consigamos investir e permanecer num determinado quadro situa-cional e contextual, conseguindo concluir tarefas e atingir objetivos previamente propostos e delineados.

    A arte de motivar assume diversas vertentes e perspetivas tericas, podendo ser tida como impulso ou atrao. De acordo com Freud, seria o impulso sinnimo de instintos e pulses que nos incitavam para a ao, sendo tal depen-dente das necessidades internas de cada ser. Estas perspetivas complementam-se, uma vez que a atrao assume as preferncias individuais, reforando que cada individuo perspetiva diferentes objetivos e motivos.

    O campo motivacional encontra as suas bases em tericos com Murray, Maslow e McClelland que cederam refe-rncia a termos como o de necessidades e motivos, tendo a evoluo concetual demonstrado que aquilo que cativa cada ser Humano nico e singular sendo influencivel pela sua histria desenvolvimental, contextual, gostos, inte-resses e objetivos que enlaam e cativam sonhos que impulsionam o sujeito a agir e a caminhar numa determinada direo.

    A arte de cativar motivos assume-se concomitantemente e de forma idiossincrtica como a arte de cativar e fo-mentar emoes. O campo emocional induz a ao e o agir inicia-se e mantm-se pela existncia de emoes. Cada quadro situacional, cada rosto de alma que connosco se confronta possibilita-nos uma maior e mais consistente construo humana, assim caminhamos rumo a sonhos que nos espoletam distintos sentires e propulsionam formas de agir.

    A intensidade motivacional e emocional refletem-se como alicerces slidos para que o ser Humano alcance ob-

    Sade e Bem-Estar

    ngela AmaralMestre em psicologia clnica

  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 09

    jetivos e rume em direo s metas que constroem um ser gradualmente mais feliz e realizado. Todos e cada um de ns tem um potencial nico, assim h que acreditar e con-quistar sonhos. Sejamos ento lderes de ns mesmos e as-sim conquistaremos, de forma capaz e autntica, sucessos e felicidades.

    So os gestos simples e doces, de detalhes invulgares e raros que cativam e acalentam o nosso corao. Encon-tramos alicerces motivacionais em pessoas empticas, de olhar terno e braos aconchegantes que nos cedem mo-mentos de colo e suporte, que nos fazem sentir e ser sen-tidos como seres especiais, como verdadeiras estrelas na terra. A arte de motivar e emocionar uma forma de estar, de viver e de partilhar, cada uma das vrias clulas vitais que nos energizam e nos permitem ser, estar e sentir de modo mltiplo, autntico e doce. O sonho conquista passo a passo uma doura leve, terna que nutre e solidifica os nossos mais sbrios alicerces. Sonhamos com o corao, experienciamos com a alma, somos mais do que revela-mos e menos do que conhecemos, somos a incgnita vital do ser, sentir, pensar e agir mas somos Seres complexos,

    repletos de detalhes doces, de vivencias imbudas de sen-tir e de pensamentos que fomentam a nossa racionalidade mas, e tambm, a capacidade e competncia para cativar e partilhar afetos. Sejamos dia, sejamos noite mas que te-nhamos a nobreza de brilhar na claridade e na escurido das nossas mltiplas vivncias e plurais rostos de alma e corao. Sejamos unos na multiplicidade que nos carateri-za, complementa e personifica.

    O segredo da vida sermos autnticos e inteiros em tudo o que somos, fazemos mas acima de tudo em tudo e cada sentimento que expressamos, que guardamos mas que vivenciamos na sua plenitude. A vida um passeio por de entre os jardins da sensibilidade no qual sentimos os aromas do que nos solidifica e que nos fomenta: os afetos.

    Sejamos seres com a capacidade de cativar motivos, afe-tos e de exercer com arte o sentido prtico e pleno da Mo-tivao Humana, nobre e fomentada por conquistas que nos tornam gradual e coerentemente mais felizes e fieis a ns mesmos e nossa pirmide motivacional idiossin-crtica.

    fotografia | brbara costa

  • 10 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    Sade e Bem-Estar

    O carcinoma da mama continua a ser o tumor maligno mais frequente no sexo feminino. Uma em cada dez mulheres po-der desenvolver cancro de mama ao longo da vida. O prognstico do carcinoma da mama depende sobretudo do estadio da doena, pelo que o diagnstico precoce muito importante.O exame clnico, efetuado por profissionais ou o autoexame, realizado pela prpria doente, constituem um elemento es-

    sencial no diagnstico da doena. O cancro de mama o mais frequente no sexo feminino e a teraputica passa, frequen-temente, pela cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou hormonoterapia.H vrios problemas clnicos que podem surgir secundariamente s terapias oncolgicas: Diminuio das amplitudes articulares. Diminuio da fora muscular. Alterao do estado emocional. Alteraes posturais. Alteraes da sensibilidade. Desenvolvimento de linfedema. Aderncias da parede torcica. Dor.

    Aps a cirurgia ao cancro de mama, o fisioterapeuta poder ajudar na:Recuperao funcional:

    Atua na melhoria da funo do membro superior do lado operado e na mobilidade da pele e das cicatrizes, assim como na preveno e resoluo de complicaes secundrias cirurgia como a perda de sensibilidade e o linfedema.

    Recuperao psicossocial:Ajuda a doente e a famlia a aceitar a doena e a perda da mama, a viver com os seus medos e ansiedades sobre a morte e a valorizar a aparncia fsica e a sexualidade.

    Recuperao esttica:Prepara e melhora o resultado esttico na reconstruo mamria.

    Recuperao ocupacional/vocacional:Ensina a doente a ter um novo comportamento com o brao do lado operado, de forma a prevenir o aparecimento de linfedema e infees subcutneas.

    a interveno do fisioteraPeutanas condies de cirurgia

    oncolgica na mulher

  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 11

    Sade e Bem-Estar

    O fisioterapeuta deve ter a preocupao de se inteirar sobre a situao profissional da doente de forma a poder aconselh-la sobre algumas adaptaes a realizar. Deve tambm dar a conhecer doente os benefcios fiscais a que tem direito.O desenvolvimento de linfedema uma complicao que surge frequentemente aps uma cirurgia oncolgica

    com esvaziamento ganglionar. O fisioterapeuta desempenha um papel fundamental no seu tratamento.

    Mas porque aparece o linfedema depois de uma cirurgia do foro oncolgico com esvaziamento ganglionar?Durante o ato cirrgico, vai haver uma destruio e remoo de vrias entidades linfticas (esvaziamento gan-

    glionar). O sistema linftico vai adaptar-se para compensar a ausncia dessas estruturas mas, muitas vezes, essa adaptao no suficiente para impedir o linfedema. Uma vez estabelecido, deparamo-nos com um membro aumentado em termos de permetro e volume. Em alguns casos h limitao da mobilidade articular e da fora e, frequentemente, a doente refere alterao da sensibilidade e desconforto no membro afetado.

    Preveno do Linfedema/Infees Subcutneas:Tendo em conta a cronicidade desta condio, o fisioterapeuta pode aconselhar as doentes para os riscos de apa-

    recimento e agravamento do linfedema.

    Assim deve evitar: Fazer perfuses no membro afetado; Medir a presso arterial no membro afetado; Aplicao de calor no membro afetado; Acupunctura no membro afetado; A apanhar sol na rea afetada; Efetuar trabalhos pesados; Fazer desportos intensos; Traumatismos, queimaduras, picadas de insetos; Usar anis, relgios ou mangas apertadas; Dormir sobre o lado operado;

    Tratamento do Linfedema A fisioterapia desempenha um papel fundamental na recuperao e tratamento de casos de linfedema atravs da Terapia

    Linftica Descongestiva (T.L.D.).A Sociedade Internacional de Linfologia e o Grupo Europeu de Linfologia propem que o tratamento seja realizado em

    duas fases distintas: Uma primeira fase, de reduo, onde ocorre a regresso mxima do volume e do permetro do membro afetado; E uma segunda fase, de manuteno, que visa manter os efeitos obtidos na fase de reduo ao longo do tempo.

    So vrias as tcnicas utilizadas pelo fisioterapeuta na T.L.D. durante as duas fases:

  • 12 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    Diogo VeigaLicenciado em Educao Fsica

    Pratique exerccio fsico e mantenha-se motivado

    Sucintamente motivao refere-se intensidade e direo de um comportamento. O grau de esforo usado para concre-tizar uma tarefa d-nos a intensidade, o evitar ou aproximar-se de uma situao, d-nos a direo.

    Em termos de desporto/atividade fsica podemos analisar a motivao por dois lados: motivao para a prtica ou o que essa prtica afeta a nossa motivao no dia-a-dia. E o que mais interessa neste caso analisar sero, sem dvida, as melhorias e os efeitos da prtica de atividade fsica em termos motivacionais no nosso quotidiano.

    Bater o seu recorde da pista, correr mais rpido, nadar mais tempo, subir mais alto, suportar o frio, o calor, a chuva. So estas metas e obstculos, bem como as respostas s perguntas: Sou capaz? Vou tentar? Que devemos transpor para o nosso dia-a-dia.

    J deu por si a admirar a persistncia e o empenho de um atleta de alta competio? Pois bem, nem todos podemos ser atletas de alta competio, mas com a prtica regular de atividade fsica a sua persistncia e empenho vo com certeza me-lhorar. A superao fsica e mental, durante o exerccio fsico est constantemente a ser testada.

    Envolva-se com os seus objetivos durante a sua prtica desportiva e transponha-os para a sua vida, ultrapasse as barrei-ras, bata os seus recordes.

    Um praticante empenhado um individuo motivado.

    Sade e Bem-Estar

    SIM temos 7 projectos nacionais que apoiam 5 mil pessoas.

    SIM h idosos que dependem do nosso auxlio.

    SIM estamos com os grupos mais vulnerveis e excludos.

    SIM prestamos acompanhamento a jovens com poucos recursos.

    Por todos eles precisamos do seu SIM.

    Mdicos do Mundo, Av. de Ceuta (Sul),

    Lote 4, Loja 1, 1300-125 Lisboa

    Tel: 213 619 520 | Fax: 213 619 529

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    PRECISAMOS DO SEU SIM.

    Outras formas de ajudar em www.medicosdomundo.pt/como-contribuir ou em

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    Diga SIM fazendo o seu donativo atravs do NIB 0035 0551 00009108930 59.

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    ra c

    osta

  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 13

    SIM temos 7 projectos nacionais que apoiam 5 mil pessoas.

    SIM h idosos que dependem do nosso auxlio.

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  • 14 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    Utilizar uma linguagem acessvel e de fcil compreenso; Proporcionar a descoberta, criar interesse e dar a possibilidade do aluno descobrir, proposta esta defen-

    dida pelo psiclogo Jerome Bruner; Desenvolver nos alunos uma atitude de investigao; Propor tarefas e exerccios adequados ao nvel cognitivo do aluno, evitando atividades muito difceis que

    causem o fracasso, ou atividades muito fceis que provoquem desinteresse; Discutir com o aluno o sentido prtico do conhecimento, a importncia, a utilidade, o sentido que este

    tem no seu quotidiano; Articular e correlacionar o que est a ser ensinado com a realidade do aluno;

    Elsa NbregaProfessora primriaMestre em psicologia da educao

    motivao e aPrendizagem

    A motivao o motor impulsionador de toda a aprendizagem. S se aprende quando se est disponvel para aprender, quando se est motivado. A tarefa de um professor passa numa primeira instncia por atrair, encantar, prender a ateno, seduzir o aluno, utilizando o que a criana gosta de fazer como forma de a cativar para o ensino. Mas, esta tarefa parece estar cada vez mais difcil, tendo em considerao os inmeros atrativos que rodeiam as crianas e jovens de hoje.

    Segundo o Dicionrio Online de Portugus, motivao o ato ou efeito de motivar. Palavra popularmente usada para explicar por que as pessoas agem de uma determinada maneira. Alguns cientistas veem a motivao como fator que de-termina o comportamento. Para a psicologia e a filosofia, a motivao aquilo que incentiva o indivduo a realizar deter-minadas aes e a persistir nelas at alcanar os seus objetivos. O conceito tambm se encontra associado vontade e ao interesse que leva ao esforo para alcanar determinadas metas. Motivao quer dizer ainda exposio de motivos ou cau-sas; animao; entusiasmo. Atravs destas definies pode-se constatar que estar motivado estar animado, entusiasmado para alcanar metas e objetivos, condio fundamental de educadores e educandos no processo de ensino aprendizagem.

    A motivao pode advir de uma fora interior sendo denominada intrnseca, aquela em que o prprio individuo tem a capacidade de se motivar ou desmotivar, mas tambm pode ser originada pelo ambiente em que o indivduo vive, sendo influenciado pelo que ocorre ao longo da sua vida, motivao extrnseca. Aos professores e educadores cabe a tarefa de mo-tivar de forma extrnseca, utilizando assim diversas estratgias, fornecer estmulos para que os alunos se sintam motivados a aprender intervindo assim tambm no comportamento.

    Aqui ficam algumas sugestes dos pedagogos para motivar os alunos:

    Educao

  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 15

    Educao

    Usar estratgias ativas de aprendizagem de acordo com a faixa etria e o nvel de desenvolvimento do aluno;

    Propor atividades com um grau de dificuldade progressivo, incentivando a autossuperao gradual do aluno;

    Planificar atividades e projetos envolvendo a participao da turma; Estimular a cooperao entre os alunos da turma; Informar regularmente, o aluno, sobre os resultados alcanados, analisar as dificuldades e progressos no

    decorrer do processo de construo do conhecimento; Diversificar as atividades propostas alternando as atividades individuais e de grupo; Incentivar os alunos a avaliarem o seu prprio trabalho; Manter os alunos sempre ocupados, evitando assim a disperso e indisciplina.

    O neurocientista Antnio Damsio afirma que Os fatores internos que mais influenciam a ateno so a motivao, ou seja ponderamos mais as situaes que nos motivam e nos do prazer do que as que no nos interessam. No h aprendi-zagem sem motivao. Quando o aluno sente necessidade de aprender, est empenhado e dedica-se s tarefas com gosto, com ateno at se sentir satisfeito. A preocupao do ensino ter de ser a de criar condies para que o aluno se interesse e queira aprender. A motivao deve ser considerada pelos professores de forma cuidadosa, procurando mobilizar as capa-cidades e potencialidades dos alunos a este nvel.

    fotografia | david nbrega

  • 16 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    Dina Marli NbregaLicenciada em comunicao, cultura e organizaesU. Madeira

    destaqueReduzir, Reutilizar:

    Uma fora (de vontade)

    Entrou em vigor, no dia 15 deste ms, uma medida inserida na reforma da Fiscalidade Verde que consiste no pagamento de uma contribuio, de dez cntimos, para poder usufruir de sacos de plstico em estabelecimentos comerciais, de entre os quais os hipermercados e farmcias. Esta nova norma est a dividir os consumidores portugueses em trs categorias, os No, os Sim e os Talvez. Estes ltimos dividem-se por sua vez naqueles que at concordam, mas acham um absurdo o preo implementado, e os que criticam o facto de o plano no ter sido executado por fases.

    Esta mudana ser uma boa forma de envolver os portugueses e consciencializ-los no s para o facto de os recursos na-turais no serem eternos mas tambm para a necessidade de economizar aquilo que nos disponibilizado. Algumas pessoas tm vindo declarar-se contra esta nova regra, alegando ser mais uma forma do governo extorquir dinheiro ao Z Povinho. Teorias da conspirao parte, os portugueses so os europeus que mais gastam sacos de plstico leves, com uma taxa anual de 466 por habitante, e como o discurso ambiental no foi suficiente para reduzir o consumismo, houve a necessidade de passar das palavras s aes. Tudo o que fazemos necessita de algum tipo motivao, seja ela qual for. J que a fora de vontade em melhorar a sustentabilidade mundial e preservao ambiental no foi impulsora de mudana, a obrigatoriedade foi a nica hiptese que restou a Portugal.

    Se de graa, leva-se mais trs ou quatro Manel!. Quantos de ns no j no presenciamos este tipo de situaes, tpicas do exagero portugus. No entanto, este um excelente exemplo de motivao para a futura racionalizao deste bem, se dei-xa de ser grtis, nem a Maria nem o Manel vo querer levar um reforo de sacos para casa, porque agora vo ter de o pagar.

    Embora esta medida seja recente, j existiam superfcies comerciais que a tinham adotado, como exemplo o Pingo Doce. Desde 2007, esta cadeia de hipermercados deixou de distribuir gratuitamente sacos de plstico e tm visto resultados positi-vos em sete anos vimos diminuir o consumo de sacos de plstico, em peso, em 55%, o que representa uma reduo de mais de 13 mil toneladas de sacos depositados em aterro e uma diminuio de mais de 26 mil toneladas de emisso de dixido de carbono.

    Para aqueles que esto preocupados com os substitutos ao plstico, no temam, h sempre quem veja benefcio no meio da dificuldade. As empresas e hipermercados j declararam que vo reforar os stocks de sacos de papel, rfia e trolleys para compras, que podero ser reutilizados.

    Apesar desta nova medida estar a gerar polmica a curto prazo, depois de algum tempo os portugueses acabaro por se habituar com aquele saquinho ou outro dentro da mala para uma ida inesperada ao supermercado, ou ento com o trolley na bagageira do carro para evitar gastar aqueles cntimos a mais. Se a motivao para diminuir a quantidade de sacos de pls-ticos utilizados pelos portugueses a taxa dos mesmos, ento que o seja! A longo-prazo, o ambiente agradece e a economia portuguesa tambm.

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    Atualidade e Sociedade

    info flashes por Dina Marli NbregaNovo golpe liberdade de expressoO caf Krudttonden em Copenhaga foi cenrio de um tiroteio neste sbado, onde decorria um debate intitulado Arte, blasfmia e liberdade de expresso. Sabe-se que o autor do crime um homem entre os 25 e 30 anos, com cerca de 1,85m, atltico, de aspeto rabe e (...) cabelo liso, tendo sido divulgada uma fotografia do mesmo depois de abandonar o carro que usou no local. A polcia dinamarquesa considerou o ataque como sendo um ato terrorista, partilhando da mesma ideia Helle Thorning-Schmidt, primeira-ministra da Dinamarca. Este atentado resultou na morte de um homem de 40 anos, tendo sido feridos ainda trs polcias, que j se encontram fora de perigo. Suspeita-se que o alvo seria Lars Vilks, caricaturista respons-vel pelos retratos de Maom em corpo co em 2007, desagradando os grupos islmicos radicais, que inclusive o ameaaram de morte.

    Cadeados do amor chegam Praa do RossioA associao sem fins lucrativos D Mais Corao Movimento Daniela inaugurou ontem, Dia dos Namorados, pelas 15 horas, uma estrutura na Praa do Rossio com a palavra LOVE. Este projeto pretende que os transeuntes lisboetas coloquem um cadeado com uma mensagem na construo, semelhana das pontes de Paris, de forma a manifestarem o amor pela sua cara-metade. A escultura foi realizada pelo escultor Rui Miragaia e ir estar em Lisboa durante um ms, seguindo depois para outros lugares no pas, para que todos os portugueses possam participar. A organizao espera ter grande adeso e, neste ms, existiro grupos de dana e musicais para animar os visitantes, nomeadamente s sextas das 17 s 19 horas e aos sbados das 15 s 18 horas. O projeto tem como apoios principais a Cmara Municipal de Lisboa, a Fundao PT, o Vituvius FabLab, a Ondagrafe e a Place.

    Estudo revela sensibilidade canina face aos sentimentos humanosNo passado dia 12, a Current Biology publicou os resultados de um estudo efetuado pelo Instituto de Pesquisa da Universi-dade de Medicina Veterinria de Viena, em que se comprovou que os ces tm a capacidade de associar as expresses faciais aos sentimentos. Na investigao participaram onze melhores amigos do homem de vrias raas, de entre o quais o pastor alemo, fox terrier e golden retriever. Metade deles foram treinados para tocarem com o focinho num touchscreen sempre que vissem a imagem de algum alegre, e os restantes quando vissem uma fotografia de pessoas zangadas, recebendo todos eles, se acertassem, um biscoito. As respostas certas variaram entre 70% a 80%, uma vitria para Ludwig Huber, um dos autores da pesquisa, pois pela primeira vez na histria se pode comprovar definitivamente a sensibilidade dos ces face s expresses faciais humanas.

    Quase duas centenas de baleias deram costa na Nova ZelndiaCerca de 198 baleias-piloto encalharam nesta sexta-feira na costa da praia de Farewell Spit, na Nova Zelndia. Na noite se-guinte ao ocorrido 140 dos mamferos-marinhos j teriam falecido de acordo com Andrew Lamason, porta-voz do Depar-tamento de Conservao do pas. No local estiveram 80 funcionrios e 150 voluntrios, de forma a cobrir as sobreviventes com gua para que no desidratassem at a mar alta da noite de sbado, altura em que foram devolvidas ao mar. Apesar de no ser a primeira vez que este fenmeno acontece na praia em questo, os cientistas ainda no formularam uma explicao concreta sobre a causa destes incidentes, especulando-se apenas que podero estar relacionados com a topografia do local.

    Uns celebram o Dia dos Namorados, outros, o Dia do YoutubeO Youtube completou ontem o seu dcimo aniversrio, no mesmo dia em que se assinala o Dia dos Namorados. Criado por Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim a 14 de fevereiro de 2005, o site de partilha de vdeos teve como primeiro vdeo Me at the Zoo, publicado por um dos cofundadores, Jawed Karim, a 23 de abril. Em julho de 2006 j teriam sido carregados 65 mil vdeos por dia, despertando o interesse da empresa Google que adquiriu o site por 1.45 mil milhes de euros nesse mesmo ano. Hoje em dia esta plataforma de partilha de vdeo a mais utilizada no mundo, com mais de mil milhes de usurios e 300 horas de novos vdeos por minuto. Apesar de se assinalar uma dcada do seu lanamento, o Youtube continua em atualizao constante, tendo disponibilizado, desde janeiro deste ano, a resoluo UltraHD.

  • 20 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    Lus SilvaLicenciado em economia

    quebra dos Preos do Petrleo

    Temos assistido, nos ltimos meses, a uma descida acentuada do preo do petrleo nos mercados inter-nacionais. Numa anlise simplista, poderamos dizer que esta quebra uma grande notcia para os pases dependentes deste tipo de importaes - como o nosso caso uma vez que contribui para a reduo do dfice externo. Contudo, esta quebra tambm tem aspetos negativos para a nossa economia.

    A queda abrupta do preo do petrleo traz benefcios quer no aumento do rendimento disponvel das famlias particularmente importante devido ao cenrio de austeridade que estamos a passar quer na reduo dos custos das matrias-primas das empresas dependentes do petrleo. Por outro lado, a desvalori-zao do euro face ao dlar torna os nossos produtos para exportao para pases fora da zona Euro mais competitivos.

    Como reverso da moeda, a queda do preo do petrleo, poder trazer alguns problemas ao nos-so pas.

    Do ponto de vista das exportaes, Portugal tem vindo a aumentar as exportaes para um conjunto de pases que esto muito dependentes do petrleo. Esta descida dos preos do petrleo ter certamente impacto nas suas importaes.

    Angola, principal mercado externo de Por-tugal fora da Europa, mesmo antes da queda do preo do petrleo que representa cerca de 90% das suas exportaes j estava a sofrer uma cri-se provocada por uma diminuio das vendas ao exterior devido a vrias paragens na produo. Como expectvel, essa reduo de receitas leva a uma quebra no consumo.

    Alguns analistas estimam que esta situao pode provocar atrasos ou suspenso de paga-mentos, quebras nas importaes por reduo do

    consumo interno e at mesmo substituio das importaes portuguesas. Relativamente substi-tuio de importaes portuguesas, poder haver uma mudana para concorrentes tradicionalmen-te mais baratos, como o caso da China que tm financiado as exportaes das suas empresas para Angola no pela qualidade dos produtos e ser-vios portugueses mas por haver menos recursos disponveis para gastar.

    Se aliado a este cenrio de quebra de exporta-es dos pases muito dependentes do petrleo houver instabilidade poltica as consequncias podero ser muito mais gravosas. Analistas de-fendem que este cenrio poderia provocar o re-gresso de muitos emigrantes aos pases de origem.

    Esta situao seria muito preocupante para Portugal, pois tem muitos emigrantes em Pases como Angola ou Venezuela. O regresso destes emigrantes teria um impacto muito importante

    Gesto Financeira

  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 21

    na economia portuguesa.Para alm de todos estes problemas, ainda te-

    mos de ter em ateno que alguns empresrios angolanos investiram, nos ltimos anos, forte-mente no nosso pas. Esta crise poder, tambm, alterar a forma como esses empresrios tm vindo a investir.

    Por outro lado, a quebra dos preos do petr-leo, pode provocar uma presso para uma ten-dncia deflacionria na Europa.

    Assim, entende-se por deflao uma quebra ge-neralizada e continua dos preos dos bens e ser-vios considerados essenciais e mais importantes da economia. A deflao medida atravs do IPC ndice de Preos no consumidor.

    Este fenmeno, primeira vista, pode parecer benfico para o consumidor, isto , com o mes-

    mo dinheiro consegue-se comprar mais bens. O problema que com os preos a cair, as famlias adiam o consumo na expectativa de que os preos voltem a cair. Este adiamento do consumo leva a uma quebra do consumo que, por sua vez, faz com que as empresas produzam menos. Haven-do reduo de produo as empresas necessitam de menos funcionrios - aumento do desempre-go - e menos matria-prima. Nesses fornecedores de matria-prima vai dar-se o mesmo processo, acontecendo um fenmeno de Bola de Neve.

    Neste momento de crise e recesso que esta-mos a viver na zona euro se houver deflao h o risco de se tornar numa depresso econmica cenrio extremamente negativo que j aconteceu na Europa no final do sculo XIX.

    Gesto Financeira

  • 22 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    1.J percorreu alguns cantos do mundo a traba-lho. Quais as motivaes para partir e com que esperana?Sim, verdade que j estive em alguns pases nica e exclusivamente a trabalho. As motivaes penso que so as de toda a gente que acaba por ter este

    tipo de vida, o propsito de melhorar e aperfeioar tcnicas a nvel profissional, no esquecendo a mo-tivao principal que a econmica. As esperanas que me guiam so as aspiraes de propiciar uma melhor qualidade de vida a minha famlia, aquele que o meu porto de abrigo.

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  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 23

    2.Em que pases j trabalhou e como os descreve-ria em poucas palavras?At data j trabalhei em diferentes pases, desde Espanha, Inglaterra, Irlanda, Frana, Angola, Ve-nezuela e, neste exato momento, encontro-me no Gabo. Todos eles acabam por reunir condies ex-celentes para trabalharmos, embora, honestamente, eu prefira os pases africanos.

    3.As saudades de estar longe dos que gostamos so inevitveis. Como se ameniza esta dor emo-cional? A que recordaes, rostos e vozes se agarra?As saudades so imensas e medida que o tempo vai passando agudizam. Atualmente, nos tempos que correm, mais fcil estar longe, ou melhor vai--se conseguindo, porque todos os dias consigo ver a minha mulher pelo skype e ao fim de semana a mi-nha patusquinha afilhada. Agarro-me ao amor que sinto pela minha famlia e aos momentos bons que passamos e que sei que ainda vamos passar quando regressar a Portugal.

    4.O viajar torna-se um hbito ou somente uma necessidade?Posso dizer que se torna um hbito ou talvez seja mais adequada a palavra vcio. Na verdade, para alm da necessidade monetria, acabamos por co-nhecer novos pases e novas culturas que contri-buem para uma maior bagagem intelectual.

    5.A curto e mdio prazo quais os objetivos e ambies de vida?A curto prazo penso que talvez continue a ir para o estrangeiro

    Outros mundos...Lus no Gabo

    Nome: Lus Ferreira

    Idade: 40 anos

    Localidade de origem: Pessegueiro do Vouga

    Habilitaes: 12 ano de escolaridade

    Pas Atual: Gabo

    Exerccio Profissional: Soldador

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    por mais um ou dois anos. Depois quero estar perto da mi-nha famlia e dedicar-me ao meu projeto de plantao de mirtilos.

  • 24 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    O lugar de Silva Escura, topnimo de ascendncia latina que significa floresta densa (at ao sculo XV, a palavra silva teve o significado comum de bosque), surge pela primeira vez referenciado, ainda que integrado no termo de Sever, em documento datado do ano de 964.Do ponto de vista eclesistico, provvel que a instituio paroquial tivesse a sua origem num pequeno e insignificante cenbio que sabemos ter existido no seu territrio, pelo facto de, em 1180, um dos par-titores que tomou parte na clebre questo de Rocas ser Alfonsus monachus de Silva Scura. Desconhece-se a localizao deste pequeno ascetrio, embora a tradio popular o situe no alto da serra, nas terras da igreja, como referiu o abade Jos Luciano, junto de Dornelas, povoao que na Idade M-dia, de acordo com as Inquiries, estava na posse de cavaleiros fidalgos.Contudo, fosse por estar longe e no servir convenientemente uma populao bastante dispersa; fosse por extino do referido ascetrio; fosse por qualquer outra razo at hoje desconhecida, edificaram na povoao do vale uma ermida dedicada a Santa Maria que se assumiu como cabea de instituio paro-quial e da qual parece ter sido padroeiro D. Sancho I, rei de Portugal entre 1185 e 1211.Porm, um fidalgo de nome Gonalo Viegas, que provavelmente tivera direitos de padroado sobre o ex-tinto mosteiro, arrogou-se o direito de os reclamar nova ermida (muito provavelmente a antiqussima capela da Senhora da Graa) e foi junto do clrigo solicitar missa e a parada, que lhas recusou. O resto -nos contado nas Inquiries Gerais de 1258, ordenadas por D. Afonso III, de cujo relato damos transcrio em leitura atualizada: Joo Afonso, juz de Sever, jurado e interrogado sobre o padroado da igreja de S. Joo de Silva Escura, disse que a igreja de Silva Escura foi do rei e fora edificada na prpria herdade real, e ajuntou que viu Afonso Gonalves de Maada e Afonso Gonalves de Pa e Joo Esteves, juiz da Feira, e Pero Guterres, tabelio de el-rei na terra de Santa Maria, fazer inquiries sobre esta igreja por mandado de el-rei; e en-contraram por inquiries de homens-bons que a igreja de Silva Escura fora do rei e teve toda a parquia sobre si; e Gonalo Viegas, dito Maranco, cavaleiro fidalgo, fez a presente igreja de S. Joo na sua herda-de, por isso que o abade da igreja do rei no quis atender a esse Gonalo Viegas para missa e parada. E depois, o dito Gonalo Viegas foi-se a el-rei D. Sancho e combinou com ele que dessa igreja que Gonalo Viegas havia feito se desse ao prestameiro que tivesse do rei a terra de Sever, por trs vezes no ano, dois alqueires de cevada e dois alqueires de broa e uma galinha e meio alqueire de po de trigo e meio alquei-re de vinho, e o prestameiro devia comer isto no pao do rei; e que se por acaso sucedesse passar o rei por terra de Sever, devia fazer-se-lhe dessa igreja como senhor (dela); e acrescentou (o jurado) que esta igreja foi ento erecta.

    VIAGENS AO PATRIMNIO ARQUITETNICO SEVERENSE

    Igreja de So Joo Batista de Silva Escura[ Parte I ]

    Mrio SilvaLicenciado em histriaMestre em histria moderna Prof. Agr. Escolas de Sever do Vouga

  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 25

    Moldura: trabalho grfico. Pintura original do prof. Feliciano Anglico, tcnica mista - aguarela e desenho pena e tinta da china

    Feliciano AnglicoLicenciado em educao visual e tecnolgicaProf. Agr. Escolas de Sever do Vouga

    VIAGENS AO PATRIMNIO ARQUITETNICO SEVERENSE

    Igreja de So Joo Batista de Silva Escura[ Parte I ]

    Da leitura da transcrio acima podemos concluir que a primeira igreja, de invocao a Santa Maria ou Senhora da Graa, tinha o rei como padroeiro que dela recebia os seus direitos, e que a segunda, de in-vocao a S. Joo, foi construda pelo fidalgo Gonalo Viegas na sua herdade, de comum acordo com o monarca que desprezou os direitos da antiga paroquial e o prprio abade.

  • 26 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    VIAGENS AO PATRIMNIO ARQUITETNICO SEVERENSE Igreja de So Joo Batista de Silva Escura

    Eis a razo por que o direito de padroado sobre esta igreja passou mo de particulares, chegando posse dos condes de Penaguio (1583) e dos seus herdeiros, os marqueses de Fontes (1659) e os marqueses de Abrantes (1718). Por isso, aquando das Inquiries mandadas fazer por D. Dinis j se dizia que a Igreja de San Oane de Silua Scura est de Caualeiros e de herdeyros e nom na sabem abadar a El Rey (no cabia ao monarca a apresentao do abade).J na parte final do reinado de D. Dinis, a igreja de S. Joo Batista surge referenciada no Catlogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia nos reinos de Portugal e Algarves, pelos anos de 1320 e 1321, sendo taxada em 60 libras.Dois sculos mais tarde, volta a ser mencionada na primeira relao das igrejas da diocese de Viseu, elabo-rada no tempo do bispo D. Miguel da Silva (1526-1542), a se referindo que rendia anualmente 40$000 ris, cabendo ao bispo a apresentao do abade. Passados alguns anos, aquando da elaborao de uma segunda relao, ordenada pelo bispo D. Gonalo Pinheiro (1553-1567), dito que rende para o proco 50$000 ris.No tempo do bispo D. Joo de Melo, em 1675, regista-se que abadia de Padroado Leigo, com sacr-rio, dois altares colaterais, das invocaes de Nossa Senhora e S. Sebastio, cura anual e trs sacerdotes, concretizando-se numa informao paroquial posterior, datada de 1732, que o abade era apresentado pelo marqus de Fontes e tinha o rendimento anual de 500$000 ris proveniente dos dzimos, fora os passais e o p-de-altar, o que tudo daria volta de 700$000 ris.Na mesma informao paroquial, prestada pelo padre-cura da freguesia, Gaspar Soares, dito que a igre-ja esta fora do lugar, () tem sinco altares, o principal do Santissimo Sacramento, outro do Santissimo Nome de Jesus, outro de Nossa Senhora do Rozario, outro de Sam Gonallo, outro de Sam Sebastiam, nam tem alguma nave, tem Irmandade do Santissimo Nome de Jesus no seu altar e nada mais.Conclui-se, pois, que em relao descrio de 1675, neste meio tempo lhe foram acrescentados dois alta-res: o do Santssimo Nome de Jesus e o de So Gonalo.Anos antes, a 10 de julho de 1710, tinha-se procedido medio da igreja sendo apurado que tem de com-prido de nascente a poente vinte e quatro varas e palmo e meio = e de largo pelo nascente pela capela-mor dez varas e trs palmos e meio = e pelo poente, pela porta principal da igreja onze varas e palmo e meio = e de uma nave = e tem dois sinos = um seu adro fechado de parede e ao redor = E as ditas varas so de cinco palmos cada uma que so as varas comuns de medir pano.A reconstruo geral da igreja deve datar de meados do sculo XVII, como de resto sugere a ltima par-te daquela descrio, reforada por outros elementos colhidos relativos remodelao de dois altares, em 1765. De facto, neste ano, os mordomos das confrarias de Nossa Senhora do Rosrio e do Santssimo Nome de Jesus requereram licenas para procederem colocao de novos retbulos na igreja paroquial, por terem sido demolidos os antigos. A 13 de maro, o abade da freguesia, Jos Leandro de Sousa Valada-res, certifica que os altares estavam perfeitos e acabados e com toda a decncia precisa para neles celebrar o Santo Sacrifcio da missa, e a 16 de maro concedida licena para a bno dos mesmos.Na segunda metade do sculo XIX, mais propriamente entre 1865 e 1876, foram levadas a cabo importantes obras de restauro, pois o edifcio encontrava-se em tal estado de degradao que ameaava ruir a qualquer momento.A obra de restauro foi feita por partes, a ltima das quais, o coro, que ameaava cair, disponibilizando a Junta da Parquia o capital que possua, ou seja, 200$000 ris a juros e algum em depsito, sendo o restan-te obtido atravs de uma derrama na freguesia.

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  • 28 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    A seleo musical por Pedro gouveia

    1. Patrick Swayze - Shes Like the Wind2. Foreigner - I want to Know What Love Is3. Spandau Ballet - True4. The Bangles - Eternal Flame5. Starship Nothings Gonna Stop Us Now6. Lionel Richie - Say You Say Me7. The Cars - Drive8. Phil Collins - Against All Odds9. Chris De Burgh - The Lady in Red10. George Michael - Careless Whisper

    Nesta edio vamos embarcar na mquina do tempo e viajar at aos anos 80, relembrando algumas bandas sonoras romnticas que marcaram e continuam a deliciar os apreciadores deste gnero musical. No ms em que se comemora o dia de So Valentim, onde se despertam paixes e a magia do amor acontece, no h nada melhor que uma balada desta dcada para nos aquecer o corao.

    As msicas produzidas na poca em questo destacam-se pela sua autenticidade e excentri-cidade. O uso de sintetizadores, os solos de saxofone, as melodias acompanhadas pelo som do piano e as harmonias vocais fazem com que estas canes dos anos oitenta tenham um estilo muito prprio, assumindo um carter intemporal que tanto fascina os ouvintes. Essa peculia-ridade era visvel no s nas melodias, mas tambm nas prprias vestes dos cantores e bandas. Foram vrios os artistas que foram reconhecidos e se destacaram pelas composies musicais, entre os quais Bryan Adams, Alice Cooper, Bon Jovi, Foreigner, George Michael, The Police, Queen e os The Cars.

    Sem me alongar mais, deixo-vos uma seleo de dez baladas que marcaram os mgicos anos 80.

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  • fev./mar. 2015 revista | Rs Vista 29

    Aculturar

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  • 30 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    Quem quer saber da verdade quando existe a felicidade?

    Nenhuma realidade tem o di-reito de destruir uma mentira to perfeita. Nada do que exis-te tem o direito de acabar com o que, no existindo, me faz existir. s a minha mais inspi-rada criao, a minha mais irre-preensvel inveno. Inventei--te para no ter de me criar de novo. E consegui. Toda a tua pele devia ter tatuada a inscri-o Made In Me, porque se consegues ser porque ainda quis que fosses. Mesmo que se-jas outra coisa completamente diferente s uma coisa comple-tamente igual. A minha coisa completamente igual.

    Quando te vi pela primeira vez estava a ver-te pela ltima vez. A partir da foi sempre a mudar. Comecei por te alterar a voz. No gostava da tua, to grossa que magoava, e mudei-a para a que queria para ti - to grossa que me excitava. Para os outros ficou tudo na mesma, a mesma voz de sempre com o mesmo tom de sempre. E no entanto tudo mudou. A voz que magoava quando te conheci a voz que me excita agora. Come-

    ou a a minha inveno. Inventar-te manter em ti

    tudo igual e tudo o que s em mim completamente diferente.

    Depois veio o resto. A pele - que passou de to spera que doa a to spera que apetecia -, o cheiro - que passou de to doce que enjoava a to doce que amava -, at os olhos - que passaram de to castanhos que eram banais a to castanhos que eram especiais. Tudo em ti, des-de que te vi e te inventei, passou a ser diferente - e o mundo, to quadrado apesar de redondo, sempre a dizer que estava exac-tamente igual.

    Como pode manter-se igual algo que passa de no-amado a para-sempre-amado?

    A idade corre e dizem que pode, com ela, aparecer a ver-dade. Dizem que quando en-velhecemos que aprendemos a ver, que aprendemos a no ter medo de ver. Dizem que vou ver que s um sacana que ga-nha a vida a enganar os outros, dizem ainda que vou ver que s a criatura menos atraente que esta cidade conhece. Coitados. Pobres coitados, aqueles que acreditam na verdade. A nica

    verdade que te amo e que sou capaz de mentir tudo para te fa-zer sobreviver.

    Amo-te de verdade. Para que raios preciso de mais verdades, de mais realidades, quando o que fazes em mim to real que di, to grande que ocupa, to asfixiante que pode matar?

    Para que serve a verdade se s a mentira mais linda que al-gum um dia podia criar?

    Preferi inventar-te. E ainda prefiro. Ai no que no preciso. E ningum, ningum mesmo, tem o direito de me impedir de viver isto que no existe. O que o que no existe para alm da-quilo que sentimos? A realida-de no o que acontece dian-te do olhar; a realidade o que acontece por detrs do olhar. A realidade o que tu sentes, s isso. E o que eu sinto olhar--te como a mais fascinante prova da existncia de Deus, o homem perfeito que constru, dia aps dia, na intimidade das minhas fraudes. s o mais belo dos seres que no existem. E isso o amor.

    S o que no existe consegue ser amado.

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  • 32 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    tonalidadesAs escolhas.

    ... as motivaes

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    Ana Filipa SoaresLicenciada em comunicao social

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    As metas e os caminhos a percorrer.

    As dificuldades e a superao das mesmas.

    De onde partimos, onde queremos chegar e as

    razes que nos levam .

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  • 34 | fev./mar. 2015 revista | Rs Vista

    Segue o teu destino,

    Rega as tuas plantas,

    Ama as tuas rosas.

    O resto a sombra

    De rvores alheiasFernando Pessoa

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