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Revista Backstage - Edição 210

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Edição digital da Revista Backstage

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Sumário

Quando pensamos que já vimosde tudo e que nada pode

ser (re)inventado, eis que surgemideias recicladas, transformando

o velho no novo. É o queaconteceu no show de Roger

Waters, na turnê The Wall quepassou pelo Brasil. O que era

para ser previsível, pelo menos noáudio, surpreendeu, com o

surround 5.1, trazendo para oestádio um som de DVD. Confira

também nesta edição como foi aprodução de “NegaLora”, novo

trabalho de Claudia Leitte, esaiba o que é o Crowdfunding,

uma nova modalidade dearrecadar fundos para um show.

Será que cola?

Danielli MarinhoCoordenadora de redação

SumárioAno. 18 - maio / 2012 - Nº 210

22 VitrineConheça as novidades quechegam ao mercado brasileiro eos últimos lançamentos daMusikmess e ProLight+Sound.

34 Rápidas e rasteirasO concurso Violeira já definiu asetapas da próxima edição, que

acontece em junho e “O Rappa”é a primeira banda a gravar parao novo programa da TV Trama.

42 Gustavo VictorinoA falta de um padrão noaterramento é apenas uma dasdificuldades econtradas pelostécnicos na utilização do sistemade som.

44 Play-recMaria Bethânia lança seu 50otrabalho - Oásis de Bethânia - ecomemora 47 anos de carreira.

46 Uma década de jazzSegundo maior festival de jazz eblues do mundo, o Rio das Ostras

Jazz & Blues completa dez anose promete mais uma edição comgrandes nomes nacionais einternacionais.

“ 54 NegaLora nos EUAA produção do novo CD de Clau-dia Leitte, gravado no teatro Cas-tro Alves (BA) teve mixagem noKDS Studio, nos Estados Unidos.

118 Cabe uma orquestraO Estúdio Sinfônico da Rádio MEC,

no Rio de Janeiro, é um daqueles es-pações raros, onde é possível até mes-mo gravar uma pequena orquestra.

124 Show pré-pagoUm novo modo de financiar shows,o crowdfunding, envolve a partici-pação do próprio público da banda e

pode ser mais um caminho no mer-cado musical.

150 Som nas IgrejasAssembleia de Deus Vitória em Cris-to (ADVEC), em Joinville (SC), ado-ta sistema de som que prioriza um

timbre padrão.

152 Boas NovasPrograma da pastora Elizete Malafaia -Mulher Vitoriosa - está de cara nova ea cantora Liz Lane estreia novo clipe.

160 Vida de artistaSerá que nesse segundo capítulo -

Vai de Van - a banda consegue che-gar ao seu destino?

NESTA EDIÇÃO

Som “invisível”O Rio de Janeiro recebe de volta maisum espaço cultural, o Theatro Net

Rio, antigo Tereza Rachel, que ganhou

sistema de line array.

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JupiterUm passeio pelo legado da sériemais famosa de sintetizadores

da Roland.

CADERNO TECNOLOGIA

DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected] Silva [email protected]

Coordenadora de redaçãoDanielli [email protected]ãoHeloisa BrumRevisão TécnicaJosé Anselmo (Paulista)TraduçãoFernando CastroColunistasCristiano Moura, Elcio Cáfaro, Gustavo Victorino,Jorge Pescara, Jamile Tormann, Julio Hammer-schlag, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, MarcelloDalla, Nilton Valle, Ricardo Mendes, SergioIzecksohn, Silvia Gadelha e Vera Medina

Colaboraram nesta ediçãoLuiz Urjais, Miguel Sá e Victor BelloEdição de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: Néstor J. Beremblum / DivulgaçãoPublicidade:Hélder Brito da SilvaPABX: (21) [email protected]@backstage.com.brAssinaturasMaristella AlvesPABX: (21) [email protected]çãoAdilson Santiago, Ernani Matos

[email protected]í[email protected]

Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.

Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - JacarepaguáRio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85Distribuição exclusiva para todo o Brasil pelaFernando Chinaglia Distribuidora S.A.Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A

Jardim Belmonte - Osasco - SPCep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos

pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do

seu jornaleiro.

Expediente

Os artigos e matériasassinadas são de respon-sabilidade dos autores.É permitida a reproduçãodesde que seja citada afonte e que nos seja envia-da cópia do material. Arevista não se responsa-biliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.

80 LogicNesta edição, explore o EFM1,

um dos sintetizadores queestão disponíveis no Logic Pro.

84 Cubase

A nova versão 6.5 do software

da Steinberg promete muitas

novidades.

90 Pro Tools

Resolvendo pequenos proble-

mas com o RX Spectral Repair.

IluminaçãoTributo ao cantor italiano Domenico Modug-no teve concepção do lighting designer Paolo

Firulli e ganhou suavidade na iluminação comuso de LEDs e Color Wash.

94 Sibelius

Diferenças e semelhanças entre

o Score Editor do Pro Tools e o

Sibelius, recentemente adquiridopela Avid.

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siga: twitter.com/BackstageBr

Negócio da China?Para quem?

este ano, dois dos cinco maiores cursos

de idiomas do Rio de Janeiro estão ofere-cendo curso de mandarim. Acredito

que, na cidade de São Paulo, o mandarim jádeva estar entre os cinco mais procurados

cursos de idiomas para aprendizagem.

Muito mais do que as “quinquilharias” e os

produtos similares de baixo custo, hoje sãovários os setores de produtos e serviços que

cobrem todo o espectro das nossas necessida-des, compondo o mix da invasão econômica

amarela e tornando o empresariado chinês a maior fonte dos investi-mentos que o Brasil recebeu nos dois últimos anos.

Está parecendo que a China elegeu o Brasil como seu principal trampo-lim para alcançar a economia global. E, num olhar mais atento, há mui-

ta lógica neste raciocínio, pois entre as opções que se apresentam neste“momento”, o Brasil tem uma economia ainda bastante fértil e sem a

cristalização do mercado interno. Ainda estamos vulneráveis a algumtipo de colonização empresarial.

Outro motivo plausível são as singularidades entre os dois países. OBrasil, assim como a China, tem uma enorme população ávida por con-

sumo, com pouca instrução e que ainda vive em condições precárias. Osdois países têm na língua e na cultura seu principal elo de união; ambos

são países com um sistema econômico diferente e atrelado ao governoe que mantêm várias estatais em segmentos estratégicos.

E o outro grande motivo da China investir pesadamente no Brasil estáem manter em níveis controláveis a dependência chinesa com as maté-

rias-primas importadas do Brasil. No ano passado, o país asiático foi omaior importador do minério brasileiro.

Acredito que, nos próximos anos, teremos uma visão melhor do que o“império amarelo” vai causar ao Brasil.

E, caro leitor, dentro do possível, torne o “negócio da China” tambémbom para você.

Boa leitura,

Nelson Cardoso

CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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ETELJwww.etelj.com.brEste é o mais novo lançamento da Etelj, o úni-co amplificador do mercado com 16.500wattsRMS, 2Ω e apenas 2 unidades de rack. Apesarde ser muito compacto, conta com sistema com-pleto de proteção e controle, micro-controladovastamente e utilizado em toda linha VMC.

LINE 6www.habro.com.brA Habro divulgou no mercado brasileiro toda alinha wireless digital da Line 6. A linha possuialta qualidade, áudio livre de compressão,modernidade, simplicidade, facilidade de usar ea exclusiva tecnologia digital que elimina inter-ferências. O V70HH está equipado com mode-los ou reproduções sonoras de alta precisão e,com apenas um toque no botão seletor do mi-crofone transmissor, você pode escolher setemodelos de grandes microfones.

LEÁC’Swww.leacs.com.br

A Leác’s acabou de lançar a caixa de propaganda“Moto Volante” com apenas 500 mm de largura,altura e profundidade. Pesando aproximadamen-te 25 quilos, a “MotoVolante” é adaptada à moto-cicleta como um baú mantendo a pilotagem damotocicleta em sua normalidade.

JBLwww.jbl.com/PT-BR

A Harman do Brasil apresenta a linha de caixasplásticas JS, que agora está com afamília com-pleta, oferecendo opções nos tamanho de 15”(JS151A), 12” (JSo121A), 10”(JS101A) e 8”(JS081A). Todos os modelos têm entrada USBcom MP3 player e os modelos de 15” e 12” têmdisplay integrado. O modelo de 8” ainda tem aopção de frame para fixação em paredes. As cai-xas são versáteis, podendo ser utilizadas comomonitor de palco ou sonorizações em geral.

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SOUNDCRAFTwww.soundcraft.comA Harman do Brasil, continuando seu processo deintegração no desenvolvimento de produtos com aHarman International, apresentará na AES 2012 a li-nha SX de mixers analógicos Soundcraft Selenium. Osmixers vêm na opção de 8 ou 12 canais, ambos comentradas balanceadas para microfones, equalização in-dividual, efeito incorporado e saídas de áudio paramonitores e sistema principal.

YAMAHAwww.br.yamaha.comA Yamaha Musical do Brasil apresenta sua nova série de mixersdigitais, a série CL(CL5, CL3 e CL1). Com funcionalidades quese tornaram padrão nos últimos 25 anos, a nova série traz inova-ções quanto à sonoridade com novos racks e a tecnologia de redevia protocolo Dante, oferecendo ainda mais versatilidade na con-figuração do seu sistema de áudio.

STRINBERGwww.sonotec.com.brEsse é um lançamento apre-sentado pela Sonotec aqui noBrasil. Um modelo conceitu-ado que já faz parte da linhade guitarras Strinberg é oSH95, que é uma semi-acústi-ca com corpo e braço de Ma-ple, escala em Rosewood e afrente (tampo) de QuiltedMaple, que proporciona umbelo acabamento deixando aguitarra muito mais bonita.Este modelo possui dois hum-buckers especiais para guitarrasdo gênero e tarraxas Grover.

CSRwww.csr.com.br

A CSR lançou no mercado brasileiro o micro-fone profissional 204X. Dentre as excelentescaracterísticas desse produto, podemos desta-car o tipo dinâmico, a impedância de 600Ω,sensibilidade de -52,3 dB e peso de 260 gramas.

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ECTwww.telem.com.br

Com formato similar aos refletores PAR, a linhaSelador Desire, da ETC, oferece importantes dife-renciais, como a possibilidade de controle sem o usode uma mesa de comando. O Lustr+, um dos desta-ques da série, conta com uma versão otimizada doSistema de Cores X7 para oferecer luzes brancas ecoloridas mais limpas.

STAGEMAKERwww.proshows.com.br

Chegou ao Brasil, através da sua distribuidora oficialProshows, a Stagemaker, umas das mais reconhecidasmarcas de talhas elétricas e acessórios para palcos domundo. A marca apresenta dois de seus mais famososequipamentos para içamento de equipamentos e es-truturas de palco: a SM-5 e a SM-10. Com capacidadede carga para 500 e mil quilos, respectivamente, as ta-lhas elétricas da Stagemaker são equipadas para se-rem montadas na posição normal ou invertida.

HOT MACHINEwww.hotmachine.ind.br

A Hot Machine, empresa especializa-da em equipamentos de iluminaçãopara shows, eventos, obras de teatrose espetáculos de televisão, apresentouao mercado brasileiro a máquina defogo colorida Flamaniac. Esse equipa-mento possui tensão de ignição iguala15 KV, fonte de alimentação de 230V/ 1A, 50-60 Hz e dimensões da portade 134*231mm.

AVOLITESwww.proshows.com.brA Avolites lançou um equipamento que permite fazer umupgrade no trabalho de luz e explorar ao máximo todo o poder dosoftware Titan. O Sapphire Touch, um console de acesso rápido,intuitivo e poderoso para shows ao vivo, vem equipado com o jáconsagrado software Titan. Possui amplas janelas de visualizaçãoem LCD que proporcionam um acompanhamento do seu showem cada detalhe, possibilitando ajustes rápidos e precisos ondequer que se precise, mesmo numa apresentação ao vivo.

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SOLID STATE LOGICwww.solidstatelogic.comA Solid State Logic anunciou em Frankfurt o controladorDAW multi-premiado Núcleo/ hub de áudio, aumentan-do ainda mais a família SSL. O controlador serve para serutilizado em áudio profissional, na produção musical ouna criação de conteúdo pós-produção.

YAMAHAbr.yamaha.com/pt/products/

musical-instrumentsEsse é mais um lançamento daYamaha na Alemanha. Pensan-do em satisfazer as necessidadesde todas as bandas filarmônicas,a Yamaha conta com a colabora-ção de Simon Gresswell e DavidKing para a criação dos novosbaixos BBb da Yamaha. O designincorpora uma campânula am-pla de 500 mm de diâmetro quemantém o som direcionado esempre nítido, proporcionandoum tom rico e um volume abun-dante que fornece à banda umabase sólida e estável.

ALESISwww.alesis.com

O iO Mix (mixer de quatro canais paragravar com o iPad), novidade divul-gada pela Alesis na Musikmesse, foiprojetado para quem deseja gravar atéquatro canais de forma independente.Para isso, basta encaixar o iPad noequipamento e utilizar um aplicativoque faça gravações multipista simultâ-neas, como o GarageBand ou o Multi-track Daw. Cada canal tem controle deganho, volume, pan e equalização deduas bandas de frequência (graves e agu-do). Para quem quiser gravar com micro-fones condensadores, há a opção de ali-mentação Phanton Power, e para guitar-ras basta ativar a função GuitarDirect,que amplifica o sinal do instrumento.

K-ARRAYwww.gobos.com.brForam lançados na Prolight and Sound 2012 em Frankfurt,os novos sistemas Redline da K-Array. São três novos siste-mas portáteis, integrados, amplificados, combinando colu-nas line array com subgraves inteligentes. São os modelosRedline KR102, KR202 e KR402. Os sistemas possuem doiscanais de amplificação classe D, alojados no subgrave, alémde outras excelentes características.

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FOCUSRITEwww.proshows.com.br

O ISA Two dual-mono mic pré foi apresentado pela Focusrite na Musikmesse2012. O equipamento apresenta dois canais independentes de mais alta quali-dade de prés mics clássicos da Focusrite, com a linha de insumos e no painelfrontal do instrumento. Baseado nos lendários modelos encontrados no ForteFocusrite, ISA Two é o ideal de front-end para o seu rack.

STEINBERGwww.steinberg.net/en/products/controller/

cmc_serie/modelsA Steinberg apresentou em Frankfurt – Ale-manha, uma série de controladores MIDI parao software de produ-ção musical Cubase.São 6 controladoresque permitem passaruma série de contro-les do software parasuas mãos, como equa-lizadores, faders de vo-lume, funções dos ca-nais e ferramentas deedição. Por serem MI-DI, os CMC podemtambém ser mapeadose utilizados em outrossoftwares, inclusive para discotecagem, poden-do ser uma solução portátil para suas gigs.

NU DESINEwww.alphasphere.comA Nu Desine se coloca como uma pioneirado mercado, a fim de quebrar as tendênciasque movem o mercado musical e criar coi-sas realmente novas. Parece que consegui-ram fazer isso na Musikmesse na Alema-nha. O Alphasphere é um controladorMIDI USB com 48 “pads” sensíveis ao to-que e manipuláveis, tudo depende de comovocê o toca. Ele tem um software próprio,onde é possível configurar a característicade cada uma das superfícies.

ROLANDwww.rolandconnect.com

Desde o lançamento do JUPITER-80, muitostecladistas profissionais e produtores elogia-ram seus expressivos sons SuperNATURAL e acapacidade para performances ao vivo. Com asegunda versão para atualização, tambémdivulgada na Musikmesse 2012, o JUPITER-80oferece novas opções que melhoram seu poderde síntese, permitindo assim mais flexibilidadee criatividade para músicos que buscam criarseus próprios sons.

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BOSSroland.com.br/boss/produtos/797

O novo carro-chefe da BOSS, divul-gada em Frankfurt, a GT-100, leva a si-mulação de amplificadores a um novopatamar. A GT-100 recria amplifica-dores vintage, bem como timbres mo-dernos e futuristas, graças à exclusivatecnologia COSM. A interface de usu-ário foi atualizada com um visor deLCD duplo e o aprimoramento da fun-ção EZTONE, recebendo novas op-ções de customização de amplificado-res e efeitos de Overdrive/Distorção.

YAMAHAbr.yamaha.com/pt/products/musical-instruments

A Yamaha inovou na Musikmesse 2012 apresentando opiano DC3E3PRO. A sigla E3 representa os seguintesconceitos, “Easy to use” (Operação intuitiva), ”Enjoy-able” (Divertido), e “Elegant” (Design fino e elegante).Todas estas características agora estão disponíveis junta-mente com as principais funções da série Disklavier MK4,porém, com operação simples, controle remoto e ótimarelação custo-benefício.

NORDwww.quanta.com.br/web/quanta-music

Mais uma novidade da Musikmesse 2012foi o novo modelo 4D Electro da Nord.Um dos pontos fortes do equipamento é asua portabilidade: o teclado de 61 notas eos 7 kg de peso, mantendo a tradição deser bem leve.

MACKIEwww.habro.com.br

A Mackie lançou na Musikmesse 2012 a DL1608. Oequipamento redefine a mixagem ao vivo, combi-

nando o poder comprovado de um mixer digitalcom a inigualável facilidade e mobilidade

de um iPad. Com 16 Onyx pré-amplifica-dores de microfones de alta qualidade e odesempenho de 24 bits “CirrusLogic”nos conversores AD / DA, o usuário temuma qualidade de som incomparável.

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Exposição sobre rock em SP

Qual o maior obstáculo para

fazer um show acontecer?

ENQUETE

Resolver problemas de infraestruturalocal, como geradores de energia ou

variação de corrente elétrica. (66,67 %)

Fazer passagem de som dentro do ho-

rário agendado. (33,33 %)

Contratar mão de obra local. (0,00 %)

Acertar a comunicação entre os prin-

cipais envolvidos: técnicos, locadorase produtores. (0,00 %)

De 4 de abril a 27 de maio, das 10hàs 22h, São Paulo vai ganhar amaior mostra de rock da AméricaLatina. A exposição será realizadanos 10 mil e 500 metros quadra-dos da Oca, no Parque do Ibira-puera, e vai reunir em diversosambientes uma série de exibições,pocket shows, palestras, work-

JANDS VISTA V2 NOESPETÁCULO LESMISÉRABLESA iluminação do clássico de

Victor Hugo, Les Misérables,

musical produzido por Silke-

borg, vem sendo comandada

pela console Jands Vista T2 e a

nova geração de software Vista

v2. O lighting designer dinamar-

quês Benjamin la Cour decidiu

pela mesa, que é de seu uso pró-

prio, porque queria um equipa-

mento que pudesse conhecer

até do lado avesso. O que mais

chama a atenção de Benjamin

na mesa é a interface, por permi-

tir que se faça uma programa-

ção extremamente rápida. Na

produção de Les Misérables,

Benjamin empregou a interface

Matrix para efeitos dramáticos

usando 40 lâmpadas pendura-

das desde o teto, criando uma

grande ambiência para uma fa-

mosa cena do musical.

shops inéditos e exclusivos, divi-didos em quatro pavimentos: tér-reo, subsolo, primeiro e segundoandares. O ingresso para a exposi-ção Let´s Rock custa R$ 20 e come-çou a ser vendido a partir do dia 16de março. A Oca fica no Parque doIbirapuera, na avenida Pedro Ál-vares Cabral, S/Nº, portão 3.

WORSHOP DE BATERIA BRASILEIRA

Dia 28 de março, o SindMusi e o Maracatu Brasil realizaram o Workshop de

Bateria Brasileira, com o mestre Rubinho Batera, que já tocou com grandesnomes da MPB, como Edu Lobo e Milton Nascimento. O workshop foina sede do Maracatu Brasil, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro.

INSCRIÇÕES GRATUITAS PARA O II SEMINÁRIO VOA VIOLA

Já estão abertas as inscrições para o IISeminário “Vertentes da Viola noBrasil - Tradição e Inovação”, queocorre do dia 11 a 13 de maio, noSesc Venda Nova, em Belo Horizon-te. Para se inscrever, basta acessar apágina www.voaviola.com.br, pre-

encher o formulário de inscrição eaguardar confirmação por e-mail. Ainscrição é gratuita.O seminário é um espaço de en-contro aberto para todo o públicovioleiro e fã de viola, no qual hátroca de experiências, prosa, can-toria e mesas de debates, que apon-tam caminhos de produção e di-vulgação para violeiros, comconvidados celebrados do univer-so musical, conversas sobre o ima-ginário violeiro, sobre as tradiçõesda viola e a continuidade dessa ex-pressão cultural, discussões sobreo uso de novas tecnologias, diálo-go com mestres, entre outros.

A TELEM, líder nacional em ilu-minação e cenotecnia, realizou umprojeto inédito no Brasil e cuidouda execução de duas cortinas para oespetáculo “A Família Addams”, aversão brasileira do musical daBroadway. A empresa também foiresponsável pela operação dessasvestimentas cênicas, tendo desen-

Cortinas abertaspara “A Família Addams”

volvido, por meio de parcerias, ohardware e o software de controleexclusivamente para o espetáculo.Todos os movimentos da cortinasão comandados por meio de umatela touchscreen. No musical, tam-bém é utilizada uma mesa de co-mando EOS 4000c, da ETC, adqui-rida da TELEM para o espetáculo.

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WORKSHOP DE ILUMINAÇÃO TELEM

Nos dias 17 e 18 de março, a TELEMrealizou, com apoio da Sony e dosEstúdios Quanta, um workshop quereuniu profissionais que trabalhamcom captação de transmissão deimagens de diversos estados doBrasil. Durante dois dias os parti-cipantes tiveram a oportunidadede conhecer melhor os principaisconceitos que envolvem a capta-ção de imagem, desde o entendi-mento sobre o olho humano até autilização de diferentes CODECs.Os palestrantes Zucchini, que tevefoco na iluminação; Elvis Natali,que falou sobre câmeras; EmersonCalvente, que falou sobre lentes; eThiago Taboada, cuja abordagemfoi tecnologia HD, fizeram apre-sentações interconectadas, que,juntas, proporcionaram um quadrogeral sobre a captação de imagenspor câmeras.

Formada por uma mesclade profissionais experien-tes no mercado e outrosem busca de aprimorar aformação, o público teveparticipação ativa no work-

shop, especialmente na troca deexperiências e na busca de solu-ções para problemas que afetam odia a dia das produções.O evento foi encerrado com de-monstrações práticas de captaçãode imagens a partir das dúvidas edificuldades gerais quanto à ilumi-nação em estúdios. Um pequenocenário foi montado para que con-ceitos-chave pudessem ser passa-dos. Com uma proposta concei-tual, o “Workshop Intensivo de Ilu-minação Aplicada” foi uma oportu-nidade para que os participantes pu-dessem ter acesso a diferentes práti-cas da iluminação para filmagens.

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VIOLEIRA TEMETAPAS DEFINIDASA 29ª edição do mais antigo Festival

de música raiz do Brasil, o Violeira

Rose Abraão, terá três etapas clas-

sificatórias que serão realizadas nas

cidades de Itirapina (02 de junho),

Matão (09 de junho) e Barretos (16

de junho). A grande final será no

dia 30 de junho, também em Bar-

retos, no histórico Recinto Paulo de

Lima Corrêa. O concurso nasceu

como parte da programação da

Festa do Peão de Barretos e, este

ano, integra o PROAC (Programa

de Ação Cultural) do governo do

estado. Cada etapa contará com a

apresentação de 20 canções pré-

selecionadas sendo que destas,

quatro serão classificadas para a fi-

nal. As inscrições tiveram início em

abril. Responsável por revelar gran-

des nomes da música raiz no país,

como Rio Negro & Solimões, Zé

Henrique & Gabriel, Itamaracá,

Gedeão da Viola, entre outros, a

Violeira Rose Abrão apresenta uni-

camente canções com letra e melo-

dia inéditas. Os compositores e can-

tores podem ser amadores ou pro-

fissionais e devem necessariamente

se apresentar utilizando pelo menos

uma viola. Mais informações:

www.independentes.com.br ou

(17) 3321-0000.

NOVAS TURMASDE ÁUDIO E PRODUÇÃONO HOME STUDIONeste mês, a escola de produção

musical Home Studio, no Rio de Ja-

neiro, tem novas turmas agendadas.

O curso de Home Studio (Produção

Musical) terá uma turma intensiva

para alunos de todo o Brasil, de 14 a

18 de maio, no horário das 11h às

18h30, e uma turma de três meses

às terças e quintas-feiras, das 18h30

às 20h30, com início no dia 10 de

maio. O curso de Áudio para Showse Eventos começa no dia 26 de maio,

tem duração de três meses, com au-

las aos sábados das 9h30 às 12h30.

Mais informações em:

www.homestudio.com.br ou pelo te-

lefone (21) 2558-0300.

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A Studio R relança as caixas ativas processadas da linha SKY Sound, com projetoacústico do professor Homero Sette. Segundo a equipe da Studio R para este produto,neste projeto a ideia foi alcançar a maior eficiência possível, sem abrir mão de fideli-dade e confiabilidade. Por isso, além de uma topologia de amplificação, a equipe uniuo melhor de cada uma das tecnologias disponíveis dentro do compromisso final dedesempenho, qualidade e eficiência do produto. O uso do gabinete de madeira foi afim de atingir a excelência em acústica, resistência e durabilidade. A fabricante vaiexpor os modelos da linha, como o SKY Sound 700 Fly, na AES Brasil 2012.

Linha SKY Sound está de volta

SEMANA DO CATULLODe quatro a 11 de outubro de 2012

acontece a Semana do Catullo, um

evento de abrangência nacional re-

ferente à obra de Catullo da Paixão

Cearense, autor do primeiro Choro

a ser gravado (Flôr Amorosa) e cria-

dor de um estilo literário genuina-

mente brasileiro. O evento engloba-

rá música, literatura, teatro, espetá-

culos de artes integradas, recitais,

saraus, entre outros. Já está prevista

a realização de espetáculos e even-

tos literários no Sesc Tijuca, no Rio de

Janeiro, e os interessados em partici-

par com alguma oficina ou apresen-

tação podem enviar um e-mail para

[email protected] ou li-

gar para (21) 3164-6474. A organiza-

ção do evento também disponi-

bilizará para os interessados material

biográfico, letras de música, poemas

e obras literárias de Catullo. Basta en-

viar um e-mail solicitando.

Rio das Ostras Jazz & Blues

De 6 a 10 de junho, a cidade de Riodas Ostras, no Rio de Janeiro, setransformará, pela décima vez, nacidade do jazz e do blues. Serão cin-co dias de festival, 29 shows gratui-tos, e mais de 60 horas de boa mú-sica, com apresentações em quatropalcos: concha acústica da Praçade São Pedro, Lagoa do Iriry, Praiada Tartaruga e Cidade do Jazz e doBlues, na praia Costazul. Para a dé-cima edição, estão programadasapresentações de atrações inéditascomo o pianista Kenny Barron, osaxofonista David Sanborn, o gui-

tarrista Duke Rubillard, o bateris-ta Billy Cobham, o baixista cama-ronês Armand Sabal-Lecco e osbrasileiros Maurício Einhorn, Hé-lio Delmiro e Cama de Gato.Durante o festival, o público tam-bém poderá curtir e se divertir aosom da Orleans Street Jazz Band,street band de jazz tradicional edixieland liderada por Edu Mark.O Rio das Ostras Jazz & Blues é rea-lizado pela Prefeitura de Rio dasOstras, através da Secretaria de Tu-rismo, Indústria e Comércio, comprodução da Azul Produções.

SUNDANCE TEMFILMES FINANCIADOSVIA CROWDFUNDINGA seleção oficial do Sundance FilmFestival deste ano, considerado o

maior evento de cinema indepen-

dente dos EUA, apresentou 17 pro-

jetos financiados via crowdfunding,

entre as obras escolhidas. O docu-

mentário Ai Weiwei; Never Sorry,

que pediu R$ 52 mil na plataforma,

ganhou o Prêmio Especial do Júri.Já o documentário Indie Game: TheMovie, que foi financiado coletiva-

mente por US$ 71 mil, ficou com a

estatueta de Melhor Edição. O even-

to aconteceu entre os dias 19 e 29

de janeiro, em Park City, no estado

de Utah, nos Estados Unidos.

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No mês de março o IATEC ofereceu duas palestras de peso, no Rio de Janeiro. Aprimeira foi no dia 20 de março, exclusivamente sobre a linha de sistemas V-Mixer da Roland. A palestra foi ministrada pelo gerente de produtos da empre-

sa, Alex Lameira, que demonstrou oproduto a todos os participantes. OV-Mixing System incorpora váriosmodelos de mesas e digital snake para a

transmissão digital de áudio avança-do, o sistema pessoal M-48 e o SO-NAR REAC, sistema de gravaçãomulticanal. O sistema foi muito bemrecebido por todos os presentes devi-do a sua alta qualidade de som, com

ótimas características e com uma operação muito fácil. São usados em eventosao vivo, shows, broadcast, salas de concerto e igrejas, entre outros. A V-MixerM-300, por exemplo, atende a necessidade do grande público por ser compacta,leve e portátil, podendo ser utilizada em qualquer tipo de situação. Na semanaseguinte foi a vez de Carlos Pedruzzi - referência mais do que reconhecida noáudio e também Diretor do IATEC – e Fred Júnior (técnico profissional e pro-fessor da Escola) falarem sobre um mercado que cresce cada vez mais e, mais doque nunca, necessita de profissionais bem treinados: a sonorização em igrejas.Durante as três horas de palestra, os instrutores abordaram os princípios bá-sicos da sonorização em ambientes abertos e fechados, a importância deuma acústica bem projetada, a captação, os tipos de sistemas de sono-rização e suas aplicações em igrejas e templos, além de tirar as dúvidas ebater um papo informal com os diversos ouvintes.

Palestras gratuitasmovimentam o mercado

SEINNHEISER NA EDUCAÇÃO

A Seinnheiser fechou parceria coma universidade americana WidenerUniversity, na Pensilvânia, para for-necer microfones para os estudan-tes de comunicação da instituição.Os discentes podem contar em seusprogramas de aprendizagem comdois modelos de microfones digitais

Neumann TLM 103 D. O Programade Estudos em Comunicação daWidener prepara estudantes para ascarreiras de broadcasting, cinema eoutras mídias emergentes. O par deNeumann TLM 103 Ds é usado nostrabalhos de voiceover, gravaçãomusical e programas de TV ao vivo.

STUDIOLIVE 16.0.2DA PRESONUS FATURAO MIPAO mixer digital StudioLive 16.0.2 foi

premiado com o prestigiado Musik-

messe International Press Award

(MIPA), na categoria “Mixing Desk

(Project Studio)”. A premiação

aconteceu durante a Musikmesse

desse ano, em Frankfurt. A Pre-

sonus leva esse prêmio pelo tercei-

ro ano consecutivo, sendo que o

StudioLive 16.4.2 foi premiado em

2010 na mesma categoria, e o

StudioLive 24.4.2, em 2011. Os ven-

cedores do MIPA são eleitos pelos

editores de mais de 100 revistas

especializadas de todo o mundo.

TREINAMENTOMIDAS PROSHOWS

O Treinamento da

MIDAS, no Rio

Grande do Sul,

reuniu cerca de

80 técnicos do

áudio profissional

interessados em

expandir ainda

mais seus conhe-

cimentos através

das novas tecno-

logias e platafor-

mas lançadas pe-

la MIDAS. O gran-

de destaque também foi o lançamen-

to no Brasil do novo console digital da

marca, a PRO2, que promete ser o

preferido entre técnicos brasileiros.

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MÚSICA & BUSINESSA força do maior festival de Jazz e Bluesda América Latina transcende sualuminescência como espetáculo artísti-co e encontro ímpar ganhando contor-nos de efervescência econômica quesurpreende até mesmo o mais otimistados futurólogos. Durante os cinco diasdo Rio das Ostras Jazz & Blues toda aRegião dos Lagos no norte fluminenserecebe um público estimado em mais devinte mil pessoas que superlotam ho-téis, pousadas, pensões, restaurantes etodo o tipo de comércio e serviços vol-tados ao turismo. Mesmo sem númerosdefinitivos, pelos menos quatro cida-des, além da própria cidade sede, rece-bem uma injeção de milhões de reaisque aquecem a economia local e fazemde um dos maiores festivais do mundotambém um bom negócio.

POBRE MENINO (MUITO) RICOLuan Santana anda dizendo que “cruci-ficou sua adolescência” com o sucesso.Coitado! Esqueceu de dizer que crucifi-cou também os nossos ouvidos...

MADONNAA tiazona vem ao Brasil ainda esse anofazer três shows em diferentes capitais.Vai tentar também encontrar outro Je-sus, mas cá entre nós, na atual fase támais para encontrar um Edir Macedo.

NOVIDADEA Sonotec coloca no mercado ainda nessesegundo semestre sua nova linha de so-pro. Com a marca Concert, os novos pro-dutos chegam com preços surpreenden-temente competitivos e qualidade bemacima da média. A novidade promete...

SEM QUEDAAo contrário do que muita gente pre-viu, inclusive eu, a moda sertaneja vaimuito bem obrigado. Qualquer dupla péde chinelo cobra uma fortuna para tocaras músicas uns dos outros e tem genteque paga e ainda ganha dinheiro. Salvoraras exceções, as músicas começam a serepetir tal como foi na moda da lam-bada. O problema é que agora o modis-mo não perde força e se valoriza a cadadia. Quem tiver algum amigo que cantemais ou menos e saiba tocar três acor-des, a hora de faturar é essa.

MÍDIA DE MASSAUm dado surpreendente apurado porum instituto de pesquisa de São Paulodá conta de que em números absolutos atelevisão aberta perdeu mais de 7% dostelespectadores no país. A TV a cabocomeça a atropelar e com preços maishonestos será realidade consolidada emcinco anos. No rastro da pesquisa, asrádios também perderam mais de 11%da audiência total e com isso começamaos poucos a perder também o poder demaior formador de opinião na hora derecepcionar as novidades da música. Se-gundo especialistas, a bola da vez é ainternet e o seu absoluto poder de de-mocratização de acesso a conteúdos. Em

A queda nas vendas

no primeiro

trimestre do ano foi

vista pelos

catastrofistas de

plantão como novo

fim do mundo.

Bobagem... Essa

oscilação é normal

e todos os anos é

parte da

acomodação do

mercado pelas

vendas atípicas de

fim de ano, verão e

férias. A tendência

natural é a

recuperação ainda

no primeiro

semestre, com o

mercado voltando

aos seus patamares

de venda física

normais.

Definitivamente o

mundo não acaba

em 2012.

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GUSTAVO VICTORINO | [email protected]

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breve os divulgadores que visitamas rádios serão substituídos portécnicos atrás de monitores caçan-do sites de vanguarda musical.

INIMIGO NÚMERO 1Entre as muitas teorias classifi-cando as principais dificuldadesencontradas por técnicos no de-senvolvimento, instalação e uti-lização de sistemas de som, a una-nimidade parece ser a má quali-dade da nossa corrente elétrica.O custo de filtragem e estabiliza-ção da corrente que abastece apopulação amplifica despesas enem sempre obtém o resultadodesejado por profissionais quemuitas vezes são ameaçados porruídos ou baixo desempenho dosseus equipamentos. A falta de umpadrão oficial de aterramentobem como a instabilidade da ten-são real (a nominal é uma piadade mau gosto...) exigem obriga-toriamente periféricos e acessó-rios caros que funcionam muitomais como remendo do que solu-ção técnica definitiva. Enquantoisso, em Brasília, nossos gloriosose bem pagos burocratas ficampreocupados com o formato das“tomadinhas” domésticas.

CLUBE FECHADOEnquanto todos os segmentos deequipamentos e instrumentos pas-sam por mutações constantes como surgimento de novas marcas emodelos, um em especial parececlube fechado que raramente acei-ta novos “sócios”. Os grandes fa-bricantes de teclados podem sercontados nos dedos da mão e salvoraríssimas exceções, poucos con-seguem abrir espaço nesse mercadoque exige altíssima tecnologia e

muita pesquisa. E talvez seja esseexatamente o motivo que explicatal fenômeno.

BOB DYLANFicou antipática a atitude do can-tor americano proibindo a presen-ça de jornalistas em seus shows noBrasil. Fanho como nunca (esque-çam a letra de suas músicas, elas setornaram indecifráveis nos seusshows) e absolutamente rabugento,o setentão Bob Dylan parece sentiro peso da idade e está mais arrediodo que nunca. Alguém precisa avi-sar o moço que a época de bicho gri-lo já passou. Milionário rebelde semcausa é no mínimo esquisito. Cul-tuado por seu passado (inclusivepor mim), Dylan não sorri e nem dáqualquer atenção a fãs ou imprensa.Em respeito ao seu passado, tá nahora de se aposentar.

GIBSONUma das marcas de instrumentosmais falsificadas do mundo, as gui-tarras da Gibson terão a implanta-ção de sistema de segurança contrafalsificações ainda esse ano. Aquino Brasil tem gente vendendo mo-delos Les Paul pela internet por 3mil reais. O preço real do instru-mento chega a quase 10 mil reais.Quem compra não pode reclamardo que recebe (se recebe...). Nãoexiste almoço grátis...

LOLLAPALOOZAEmbora bem intencionado, o Festi-val Lollapalooza passou longe de serunanimidade. Com pretensão pseu-do moderninha, o evento careceu denomes com peso e salvo raras exce-ções, optou por atrações internacio-nais baratas e de qualidade duvidosa.Quem sabe no próximo ano...

HOMENAGEADAA Roland será a empresa home-nageada na Festa Nacional da Mú-sica de 2012. Referência mundialem tecnologia e desenvolvedora dealguns dos melhores teclados domundo, a empresa japonesa com-pleta 40 anos de existência e 21anos no Brasil. Além de arrancarsuspiros de desejo por seus equi-pamentos, a Roland receberá ahomenagem também por seu ain-da desconhecido trabalho social.Enquanto alguns prometem, aRoland faz...

VÁ ENTENDERGuitarra “envelhecida” e danificadaartificialmente é um modismo es-quisito. É como comprar um carronovo e jogar contra o muro para ficar“bacana”. Instrumento vintage éuma coisa, modismo visual é outra.Pior é que a esquisitice vende.

VIDA LONGAQuem achou que as caixas acústicasde plástico injetado não teriam vidalonga errou feio. Esse tipo de produ-to tem boa aceitação no mercado elogo deve receber novos lançamen-tos com mais recursos e desempe-nho. A resistência do chassi e apraticidade conquistaram consu-midores que buscam acabamentorazoável e boa adequação ao uso co-tidiano. E isso nem sempre as caixasconvencionais tem.

OBRIGADOAos muitos leitores que enviam e-mails para essa coluna, o meu agra-decimento pelas sugestões e críti-cas, além do reiterado pedido dedesculpas pela falta de espaço pararesponder a todos por aqui. Gratopelo privilégio de sua leitura!

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PLAY

REC

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DANIELLI MARINHO | [email protected]

Este é o 50º discoda cantora em 47anos de carreira,tempo em que gra-vou com grandesnomes da MPB co-mo Edu Lobo, Chi-co Buarque, os Do-ces Bárbaros (Cae-tano, Gil e Gal Cos-ta), além de con-quistar inúmeros

prêmios. Como marca de sua inquietude, este seu novoprojeto vem com formato inédito: cada uma das 10 músi-cas do álbum ganhou um arranjo inédito de convidadospra lá de especiais. Djavan, por exemplo, assina o arranjoda inédita Vive, de sua autoria, além de participação noviolão. Músicos como Lenine, Hamilton de Holanda,Jorge Helder, Jaime Alem, Maurício Carrilho, MarceloCosta, Luciana Rabello e André Mehmari também con-tribuíram com arranjos que se misturam à voz única deBethânia, trazendo o tempero ideal para a sonoridademarcante deste novo disco. Oásis de Bethânia foi inspiradonum texto da própria Maria Bethânia, que, pela primeiravez, grava um texto seu em disco.

OÁSIS DE BETHÂNIAMaria Bethânia

O guitarrista que jápassou por diversasbandas de death me-tal e atualmente in-tegra as consagra-das Almah, Astafix eHammer 67, reafir-ma seu talento nes-te primeiro traba-lho solo. As músi-cas em inglês, nestecaso, depõem a fa-

vor da proposta heavy metal do álbum, unindo em cadamelodia delicadeza, como em Mom´s Patience e To My

Father, à ferocidade e energia do rock and roll . E ainda so-bra espaço para influências da brazilian music e do jazz, comona faixa Fast Jazz. Produzido pelo próprio músico, o álbumtambém tem todas as faixas escritas por Paulo, que contoucom Felipe Andreoli no baixo e Rodrigo Zorzi na bateria.

FREAK SONGSPaulo Schroeber

Neste seu segundoCD solo, Dan Tor-res envereda pelopop romântico comcanções todas es-critas em inglês pe-lo próprio músico.Tendo como baseinspiradora de suacarreira cantores co-mo Paul McCartneye Beatles. Dan, que,

além de cantor e compositor também é produtor musical,procura imprimir sentimento, alma e pegada nas melo-dias como em Calling e When I Go. A primeira valorizaa pegada do violão, com vocais precisos e refrão mar-cante e a segunda, uma balada que evidencia a vozmaleável de Dan, indo dos médios graves ao agudo.Destaques também para a faixa título Bring It Around,um pop rock com belas pegadas.

BRING IT AROUNDDan Torres

Kao Kazlauckas, ouKao Jonnhy, cres-ceu com influênciasna MPB, Mutantes,Caetano Veloso, Jor-ge Ben e no sambade raiz carioca. Ain-da adolescente, des-cobriu o movimen-to new weird ameri-cano e o freak folk,e, depois, quando

morou na Holanda, o ukulele, o banjo folk e a música doleste europeu. Essa mistura de sons, ritmos e culturasacabou por influenciar suas músicas, culminando nesseprojeto solo lançado logo assim que o músico chegou aoBrasil. Para dar asas ao projeto, convocou os amigosDaniel Schmidt (backing vocal, guitarra e piano),Danilo Moura (baixo, baixolão) e Alex Little Roach(trompete), para compor o time, ou seja, a banda. Produ-zido por Daniel Schmidt e o próprio Kao Jonnhy, a dire-ção artística ficou por conta de Leonardo Rivera.

WEIRD STRANGEMykonos Flame

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[email protected] | DANIELLI MARINHO

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Victor Bello

[email protected]

Fotos: Ernani Matos /

Cezar Fernandes /

Jorge Ronald / Divulgação

onsagrado como um dos maioresfestivais da América Latina e do

mundo no gênero, o Rio das Ostras Jazz& Blues Festival chega aos 10 anos fa-zendo uma retrospectiva dos shows quemarcaram as edições anteriores, com asapresentações de Mike Stern e RomeroLubambo, Michael Hill, Celso Blues Boye Roy Rogers - considerado o show deblues mais eletrizante da história do fes-tival - e, ao mesmo tempo, trazendo atra-ções inéditas, entre elas, o pianistaKenny Barron, o saxofonista David San-born, o guitarrista Duke Rubillard, o ba-terista Billy Cobham, o baixista cama-ronês Armand Sabal-Lecco e os brasilei-ros Maurício Einhorn, Hélio Delmiro e areunião do consagrado grupo instru-mental Cama de Gato.O festival oferece uma programação gra-tuita espalhada por quatro palcos no

CEdição de 2012 do

maior festival

gratuito do gênero

no País completa

uma década e terá

David Sanborn,

Duke Robbilard,

Cama de Gato e

Kenny Barron.

charmoso balneário fluminense e em todasas suas edições atraiu um público que con-fere um calor e exaltação singulares aosshows poucos vistos em eventos similares.Em 2012, o festival acontecerá de 06 a 10 dejunho e conforme aconteceu nos anos an-teriores, os artistas vão se revezar pelos qua-tro cantos da cidade da Região dos Lagos.Pela manhã, às 11h15, na Concha Acús-tica da Praça São Pedro, localizada no cen-tro de Rio das Ostras, ao ar livre e em fren-te ao mar haverá shows de novos talentosdo jazz e do blues nacional. No início datarde, às 14h15, as apresentações aconte-cem no palco da Lagoa de Iriry. Às 17h15,na Praia da Tartaruga o público poderá as-sistir no palco mais charmoso do festival,situada entre as praias do Abricó e Praiado Bosque, shows sob um espetacular pôr-do-sol. O palco é montado sobre uma pe-dra que, literalmente, invade o mar.

Dez anosDez anosde muito Jazz & Blues

Page 47: Revista Backstage - Edição 210

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À noite, a partir das 20h, as exibi-ções acontecem no palco princi-pal, na praia da Costazul, um espa-ço com restaurantes e bares, pon-tos de venda (quiosques) de produ-tos artesanais da cidade, de CDs,revistas e camisetas e telão quetransmite os shows ao vivo. Aindaem Costazul, há a Casa do Jazz e doBlues. No espaço, exposição de fo-tos e biografias dos artistas mais im-portantes desses gêneros musicais,além daexibição de documentáriose shows de bandas locais. A cidadedo jazz e do blues ficano antigo cam-ping de Rio das Ostras.

IMPORTÂNCIAHoje, o Rio das Ostras Jazz & Bluesalém de ser o principal evento docalendário turístico da cidade, fi-

gura no ranking como um dos dezmaiores festivais de jazz e blues gra-tuitos do mundo segundo a revistaamericana Downbeat. Os própriosmúsicos que tocam no festival real-çam o prazer de se apresentar nele eelogiam o evento, como a violinistaRegina Carter que em depoimentoao Jornal O Dia disse que o palco e o

som são incríveis e muitos festivaisna Europa não têm a estruturacomo o de Rio das Ostras.É um festival que acende a econo-mia da região e devido a sua impor-tância foi incluído no calendáriooficial de eventos da TurisRio, ór-gão estadual de fomento ao turis-mo no Estado do Rio de Janeiro. A

Desde a primeira edição, o festival reune o que há de melhor no jazz eblues, apresentando atrações nacionais e internacionais no line up.Stênio Mattos, ao lado, é o idealizador e responsável por colocar o

evento entre os melhores do mundo

Os próprios músicos que tocam no festival

realçam o prazer de se apresentar nele e elogiam o

evento, como a violinista Regina Carter

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qualidade na seleção dos artistas aliadaà localização geográfica de Rio das Os-tras registra praticamente 100% dosleitos de hotéis e pousadas ocupados. Noano passado cerca de 20 mil pessoas cir-cularam diariamente pelo município aolongo dos cinco dias de festival. Em2011, foram investidos aproximada-

mente R$1,5 milhão no evento, dosquais 50% vinham da prefeitura e a outrametade da iniciativa privada, sendo aprincipal parceira a V&M do Brasil.A fórmula de sucesso continua e, segun-do Stênio Mattos, produtor e ideali-zador do evento, a evolução vem a cadaano. “O palco Novos Talentos se consoli-

Palco da Tartaruga, onde acontecem os shows durante o pôr-do-sol

O Rio das Ostras Jazz & Blues

transcende a sua existência como festival e

ganhou contornos de uma catarse coletiva

(Gustavo Victorino)

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A oitava nota

Ao longo dos últimos 10 anos, a coragem e o arrojo

da paradisíaca cidade de Rio das Ostras, no lindo

litoral norte do estado do Rio de Janeiro mudou o

cenário mundial de dois dos segmentos musicais

mais populares do mundo.

O jazz e o blues encontraram naquela cidade um

festival que cresceu sobre a mais otimista das ex-

pectativas e virou referência mundial. Alguém po-

deria na virada do século imaginar o Brasil como

palco de um evento dessa magnitude?

Presente a 7 das 9 edições realizadas, assisti ce-

nas indescritíveis e de improvável compreensão

para quem não conhece a emoção e a alegria

que tomam conta do público, dos artistas, técni-

cos e todos aqueles que de uma forma ou outra

fazem a cidade tremer por cinco dias. O Rio das

Ostras Jazz & Blues transcende a sua existência

como festival e ganhou contornos de uma catarse

coletiva marcada pela reverência e respeito às

apresentações de gênios da música que invaria-

velmente são brindados pela interatividade

participativa de um público que se mostra único e

surpreendente sobre todos os aspectos.

É difícil explicar Rio das Ostras...Ao completar 10 anos de existência, o evento não

para de crescer e transforma a outrora modesta

vila de pescadores num destino turístico que de-

veria receber mais atenção das autoridades liga-

das ao segmento.

A vontade dos artistas internacionais em participar,

a repercussão na mídia especializada, o volume de

pessoas que acorrem à pequena cidade litorânea

fizeram com que ela fosse descoberta pelo mundo

por conta de um festival que virou referência plane-

tária pelo cenário e pela paixão que desperta em

quem o visita, mesmo uma única vez.

Ver lágrimas nos olhos de veteranos jazzistas

americanos, sorriso escancarado na boca de

bluseiros ingleses, surpresa no rosto de virtuo-

sos latinos e acima de tudo a alegria quase juve-

nil de músicos brasileiros vivenciando momen-

tos inesquecíveis em um palco onde há quase

dez anos, dezenas de monstros sagrados dos

dois segmentos musicais mais charmosos do

planeta desfilam é indescritível.

A década que se fecha mudou o mapa mundial

do jazz e do blues e o Brasil ingressou no seleto

clube até então restrito ao primeiro mundo. Rio

das Ostras é a culpada por isso...

Tal qual a busca incessante dos gênios musicais, o

país virou a sonhada oitava nota musical e de sua

importância mística sorve o combustível para no-

vas décadas de sucesso para um evento que será

imortal na memória daqueles que o vivenciaram.

Definitivamente o mundo ganhou um novo cenário

para o jazz e para o blues, assim como os virtuosos

sonham um dia ganhar a oitava nota musical. Ela

está no litoral norte do Rio de Janeiro.

GUSTAVO VICTORINO

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dou e vai estar melhor ainda nesse ano.Vamos colocar telões na rua. Nesta edi-ção ocorrerão palestras com renomadosprofissionais do assunto. Hoje em dia, acidade está totalmente engajada no pro-jeto, eles sabem que o festival é de grandeimportância pela exposição e tambémpela importância cultural que agrega àeconomia e à cultura da cidade de Riodas Ostras” observa o produtor.Uma das atrações do festival, o consagra-do saxofonista Mauro Senise, vai tocarno evento com o prestigiado grupo ins-trumental Cama de Gato. “O festivalcresceu naturalmente, tem um climamuito bom, eu acho que esses 10 anossão uma coroação. Estamos comemoran-do 25 anos de estrada, vamos apresentaralém do repertório total, quatro músicas

novas, músicas boas para shows princi-palmente ao ar livre, animadas. Então vaiser uma festa ótima para os dois lados. Eutenho certeza que vai funcionar tudo100%”, completa o músico.

COMO TUDO COMEÇOUO evento começou como um projeto demúsica instrumental, chamado Rio dasOstras Instrumental, e era apresentado so-mente na praia de Costazul nos dois pri-meiros sábados de cada mês. De acordo comStênio Matos, foram mais de cem showscom quase todos os nomes da música ins-trumental brasileira como: Wagner Tiso,Mauro Senise, Azimuth, Toninho Horta,Cama de Gato - que volta nesta edição -Paulo Moura,Victor Biglione, entre outros.

“O festival cresceu

naturalmente, tem

um clima muito

bom, eu acho que

esses 10 anos são

uma coroação.

Estamos

comemorando 25

anos de estrada,

vamos apresentar

além do

repertório

total, quatro

músicas novas

(Mauro Senise)

Page 53: Revista Backstage - Edição 210

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Para saber online

www.riodasostrasjazzeblues.com

Só após três anos é que se pensou em transformar o eventoem um festival de Jazz e blues. O primeiro ano, na mesmapraia de Costazul, que hoje abriga o palco principal, reuniuum público de cerca de 3 mil pessoas. Os camarins eram umtrailer, o piso era a própria areia da praia, o palco tinha ametade do tamanho do que é hoje e a data também era di-ferente - o festival acontecia em janeiro, no alto verão.De lá para cá, o festival ganhou força e notoriedade comoum dos melhores do mundo, segundo especialistas, per-dendo somente para o de New Orleans, nos EUA. A quali-dade e o cuidado na escolha das atrações são um dos pilarespara que, em tão pouco tempo, o festival fosse tão bem-su-cedido, alcançando fama além-mar.Prova do sucesso foi em 2009, quando diversos festivaispelo mundo foram cancelados devido à instabilidade eco-nômica. Naquele ano, o Rio das Ostras Jazz & Blues passouquase que incólume pela crise mundial, confirmando di-versas atrações internacionais no line up e um público decerca de 20 mil pessoas, que compareceram aos shows mes-mo embaixo de chuva.

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Beto Neves

[email protected]

Fotos: Divulgação

la foi acompanhada pelo seu diretormusical Luciano Pinto e passamos

uma tarde agradável ouvindo as compo-sições do Brown e mostrando as grava-

ções do seu novo CD. Já no final da ses-são, o Luciano me falou que conhecia o

meu currículo e gostava do meu traba-lho, então começamos a nos comunicar

até que ele me fez o convite para gravar emixar o DVD NegaLora.

A ESCOLHADO ENGENHEIRO DE SOMA gravação ocorreu em 13 de dezembro

de 2011 no Teatro Castro Alves em Sal-vador. O equipamento usado para a

E

Claudia Leitte

DVD “NegaLora”

Foi em outubro de 2011, enquanto eu trabalhava nas gravações do

novo CD do artista Carlinhos Brown, no estúdio Ilha dos Sapos,

em Salvador, que ele me falou que a artista Claudia Leitte iria ao

estúdio para ouvir algumas de suas composições, pois ela estaria

selecionando o repertório para o seu novo trabalho, o DVD

NegaLora, que seria gravado no mês de dezembro em Salvador

(BA). Apesar de já ter mixado o seu hit Extravasa, produzido por

Mikael Mutti, há 3 anos, eu não conhecia a Claudia pessoalmente

e esse foi o nosso primeiro contato.

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gravação do áudio foi a Unidade Mó-vel de gravação do Estúdio Base,

composta por uma console AvidVenue Profile com dois sistemas

ProTools HD III gravando 64 canais,um como sistema principal e outro

como backup, além de 2 Pré-ampsAPI 512b, 2EQ API 550b, 2 Avalon

737 e um compressor UREI 1176 paravozes e instrumentos como baixo e

guitarra. (www.estudiobase.com.br)A sincronia era gerada pela unida-

de móvel de Gravação de Vídeo daempresa Multivideo, que enviava

um sinal de BlackBurst e um sinalde timecode, além da referência

de vídeo PGM para a unidade deáudio que, através de uma AVID

SINC IO, sincronizava todos osseus equipamentos.

A empresa de sonorização res-ponsável pelo evento foi a João

Américo Sonorização, com a su-pervisão do experiente Vavá Fur-

quin e de Caetano Bezerra. O si-nal de áudio era enviado para a

Unidade de Gravação e splitadopara o PA e monitor por meio de

um multicabo Wirlwind 56 vias,com isoladores e transformadores

em todos os canais, garantindo aintegridade do áudio. (www.joao-

americo.com.br). O técnico res-ponsável pelo PA foi Deny Mer-

ces, enquanto os monitores forampilotados por Roque Fausto.

A microfonação utilizada tambémfoi da empresa João Americo, com

exceção dos microfones do quarte-to de cordas onde foram utilizados

4 DPAs 4099 e o microfone 5.1DPA 5100 para a ambiênncia, lo-

cados do técnico Vavá Furquin.Foram utilizados também mais 6

microfones ShotGun SennheiserK66 para ambiências, fornecidos

pela UM de áudio do Estúdio Base,tendo um total de 12 canais para

captação de público.A produção do evento ficou por

conta da NER produções. A dire-ção artística foi da própria Claudia

Leitte e da Flávia Moraes, que tam-bém assina a direção de vídeo e di-

reção geral do DVD. O carioca JoãoNabuco e o mineiro radicado em

São Paulo Roberto Coelho assi-nam os arranjos da maioria das

músicas e também a produção mu-sical junto com o Luciano Pinto e

com Carlinhos Brown.Após a gravação, os HDs contendo

os áudios do show foram para asmãos do editor Kesser Jones que

nos conta como foi seu trabalhopara esse projeto.

KESSER JONES FALASOBRE SEU TRABALHONESSE PROJETONo estúdio Mosh em São Paulo, fize-

mos as coberturas das cordas e dosbacking vocals que foram somados

aos originais do show para ganhar um¨peso¨ maior. (www.mosh.com.br)

De volta a Salvador, fomos ao GrooveStudio onde preparávamos as sessões

vindas do Kesser para a mixagem etambém fazíamos uma pré-mixagem

para ser usada na edição de vídeo emSão Paulo. Assim, deixamos tudo

Equipe de gravação Beto Neves, Eduardo Ayrosa, Rodrigo Romero e Lucas Uscal

Técnico de monitor Roque Fausto Carlos Freitas masterizando

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pronto para a mixagem no KDS Studio,nos EUA. (www.groovestudio.com.br)

Com todas as sessões editadas e prepa-radas para a mixagem, eu e o Luciano

Pinto chegamos na cidade de Orlando,na Florida, onde fica situado o KDS

Studio. O KDS é um complexo com 3 es-túdios de gravação, uma sala de maste-

rização e uma sala de ensaios para ban-das. O estúdio A, sala onde trabalhamos,

tem uma console SSL 9000J com 80 ca-nais, além de um rack de periféricos in-

crível! Em minha opinião, essa é a melhorconsole analógica já produzida, sendo per-

feita para quase todos os estilos musicais.Ela foi decisiva na escolha do KDS Studio

para essa mixagem. Nessa sala foram gra-vados e mixados grandes discos america-

nos como os últimos 2 do EMINEM, ven-cedores do Grammy, Back Street Boys,

Marron 5, NSYNC e muitos outros. OStudio B tem uma console SSL 4000E e o

Studio C uma console SSL AWS900.Para conhecer melhor os Studios visitem

as páginas (www.kdsmusicstudio.com)Durante a mixagem todo o processa-

mento do áudio foi feito por equipa-mentos analógicos. No ProTools utili-

zei apenas o simulador de Tape HEAT, daAvid, e o simulador de amps PODFARM

da Line6. Todas as equalizações foram fei-tas na console, assim como a maioria dos

dinâmicos também foram da SSL9000J,com exceção das vozes, onde usei com-

pressores Distressor, da Impirical Labs, e1176, da Purple Audio. No baixo, um

DBX 160 e nos over heads da bateria osManley Variable MU. Os processadores

de efeitos usados foram os LexicomL224, Lexicom PCM90, TC M5000 e o

TC2290 como delay. Todas as mixa-gens passaram pelo Bus Compressor da

console antes de serem gravadas devolta no Pro Tools pelos conversores

AD/DA Avid 192.Ficamos hospedados em um hotel a 15

minutos do estúdio onde trabalhamosuma média de 14 horas por dia, mixando

e enviando as mixagens para a Claudiano Brasil, onde ela ouvia e fazia suas

considerações. Processo muito ágil, gra-ças à internet!

A sala do KDS tem uma acústica incrí-vel, o que fez com que acertássemos qua-

se todas as mixagens de primeira, sendonecessário recall em apenas 2 canções.

“O estúdio A, sala

onde trabalhamos,

tem uma console

SSL 9000J com

80 canais, além de

um rack de

periféricos incrível!

Em minha opinião,

essa é a melhor

console analógica já

produzida, sendo

perfeita para quase

todos os estilos

musicais (Kesser

Jones)

Ouvindo a gravação, Deny (técnico de PA), Roque, Vavá Furquin (João Américo Sonorização) e Beto Neves

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Então, em 15 dias, num total de 200horas de trabalho, finalizamos a

mixagem das 22 músicas em estéreoe 5.1 e voltamos para o Brasil, onde

Carlos Freitas nos esperava paramasterizar o projeto, na Classic

Master, em São Paulo.

CARLOS FREITAS E AMASTERIZAÇÃO DO DVDO diretor musical e produtor Luciano

Pinto conta sobre a escolha do enge-

nheiro para gravar e mixar o projeto

“Sempre ouvi falar do engenheiro

de som Beto Neves e dos trabalhosque ele fez. Depois comecei a en-

contrar na maioria dos CDs eDVDs que eu mais gostava o nome

de Beto Neves como responsávelpelas gravações e mixagem, e, por

isso, o convidamos para fazer a cap-tação e mixagem do novo DVD de

Claudia Leitte, NegaLora. Beto Ne-ves me apresentou várias possibili-

dades para a etapa definalização, uma de-

las foi a de mixar nu-ma console comple-

tamente analógica, aSSL 9000j. Fomos

para o KDS studios,nos EUA, e logo no-

tei que a escolha ti-nha valido a pena. Vi pela primeira

vez um engenheiro usando o 5.1 deuma console analógica e toda a

automação com tranquilidade e co-nhecimento. Beto Neves fez boas

escolhas de compressores e uma se-leção detalhada dos efeitos e equali-

zadores. O resultado é uma mixa-gem clara, bem ampla e que valori-

zou por completo os arranjos!”

PA PARA AGRAVAÇÃO DO DVDSegundo Deny Merces, o DVDNegaLora foi um trabalho inova-

dor. “O projeto buscou um resulta-

do diferenciado, através do uso deuma formação de banda totalmen-

te diferente do que temos no dia adia, como um quarteto de cordas,

por exemplo”, fala Deny. “Foi mui-to bom trabalhar dentro de um Te-

atro, diferente do que seria em umambiente aberto. Dessa forma foi

mais fácil buscar uma sonoridademais plana, próxima à realidade

das gravações em estúdio, no qualestou habituado a trabalhar”, co-

menta. “Com relação aos equipa-mentos, usei uma Console Venue

Montagem do cenário no Teatro Castro Alves

Multicabo utilizado na gravação

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Mixrack com variados tipos de plug-ins,diferenciando o resultado final”, enumera.

O show será apresentado em várias cida-des brasileiras, onde será preservado o

mesmo setup usado no show da gravação.O objetivo é manter a mesma sonoridade

do áudio do DVD. “Foi uma satisfaçãomuito grande trabalhar com profissionais

como Beto Neves, Vavá Furquin, CarlosFreitas, Roque Fausto, Luciano Pinto e

tantos outros que estiveram envolvidosnesse projeto”, completa.

O TRABALHO DE EDIÇÃODE ÁUDIO DE NEGALORAFinalizar um projeto como esse depende

de muitos fatores que antecedem a pós-produção, começando pela escolha do

repertório, passando pelos arranjos, en-saios para o show e o dia mais importan-

te depois desse processo: o da gravação,segundo Kesser Jones. “A monitoração

dos músicos e do artista deve estar bemajustada para facilitar o processo de edi-

ção, pois obviamente, se eles não se ou-vem bem, o resultado não sairá o me-

lhor possível. Isso se aplica a qualquerprojeto, seja o tamanho que for, com o

orçamento que for”, assinala.Após o artista e o produtor musical es-

colherem os takes que serão usados, nocaso de haver mais de um take para a

música, Kesser recebe uma lista comcada música e seu respectivo timecode,

separa a sessão do show em sessões pormúsica. “Isso facilita o processo de edi-

ção e mixagem, pois teremos sessõesmais leves para trabalhar. (Cada música

tem seu áudio consolidado só com o tre-cho específico)”, observa.

Feito isso, é hora da limpeza. Canais quenão foram usados em cada música especí-

fica são eliminados, os que tocaram sónuma parte da música são limpos para to-

car só no trecho onde eles foram usados eassim por diante. A próxima etapa é pro-

curar por ruídos ou qualquer problematécnico que tenha inviabilizado o apro-

veitamento daquele canal, procurandotratá-lo para resolver ou amenizar o pro-

blema. “Para isso, uso várias ferramentas,podendo citar como exemplo os plug-ins

da Waves como o z-noise, x-noise, x-crackle e muitos outros”, fala Kesser.

Resolvidas as questões técnicas, é horade Kesser partir para as questões artísti-

cas. “Ouço repetidamente a música pro-curando acordes ou notas “sujas” que

possam ser substituídas por outras mais“limpas”, tocadas num outro trecho do

arranjo. Quando existe uma questão rít-mica, se a banda tiver corrido um pou-

quinho num determinado trecho, porexemplo, ajusto para que fique da forma

mais orgânica possível em relação aometrônomo”, explana. Tudo feito com

muito cuidado para não tirar a essênciado ¨groove¨. “Existe um ‘grid’ relativo

para mim, mas ele é usado apenas comouma referência. Na música brasileira,

uma quantização absoluta pode destruiruma das nossas maiores qualidades, o

swing”, avalia.O programa que Kesser usa para edição é

o Pro Tools HD 10. “Elastic Audio e seusinúmeros concorrentes com o mesmo

O técnico de monitor Roque Fausto...

...fala sobre seu trabalho:

O técnico de monitor de Cláudia Leitte, Ro-

que Fausto, avalia que um dos maiores de-

safios foi o curto tempo para ajustar a

monitoração dos músicos e da artista. “Hou-

ve dificuldade em administrar a malha de

rádio frequência já bastante congestionada

na área do Teatro Castro Alves. Para isso foi

necessário um longo trabalho de esca-

neamento de frequências até encontrarmos

uma região segura para usarmos perfeita-

mente todo o sistema wireless de mo-

nitoração”, conta.

Como a gravação envolveu uma nova for-

mação de banda, Roque conta que foi ne-

cessário conhecer os gostos pessoais

para assim fazer as mixagens individuais a

contento dos músicos. Para isso, durante

toda a passagem de som e gravação, o

diretor musical Luciano Pinto se comunica-

va diretamente com ele, passando as ne-

cessidades dos músicos e da própria

Claudia através de um microfone interno

de comunicação. Segundo ele, os equipa-

mentos de alta qualidade foram essenciais

para o sucesso do trabalho.

“Finalizar um

projeto como esse

depende de muitos

fatores que

antecedem a pós-

produção,

começando pela

escolha do

repertório,

passando pelos

arranjos, ensaios

para o show e o dia

mais importante

depois desse

processo: o da

gravação, segundo

Kesser Jones

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objetivo, para mim, não servem,corrompem o áudio original e

sua qualidade. Pode ser muitoprático para pré-produção e para

quem tem pressa, mas para mim,não. O caminho mais fácil quase

nunca é o melhor. Criei tambémpara uso no Pro Tools uma série

de scripts com o iKey, um pro-grama gratuito que facilita muito

na criação de atalhos personali-zados. Esses scripts têm como

objetivo acelerar esse processomanual. Faço uso de muitos ata-

lhos, porém, infelizmente, al-guns deles o Pro Tools não possui

e também não deixa criar. Comesse ‘programinha’, eu consigo

suprir essa necessidade”, fala.“Para voz, uso o Melodyne, um

software sem concorrentes parasua aplicação, uma vez que o téc-

nico tenha sensibilidade e co-nhecimento para operar, pois le-

vantar e abaixar notas, qualquerum pode fazer. Tenho um cuidado

especial com o tratamento davoz. No caso de uma gravação ao

vivo, como temos muito vaza-mento dos instrumentos no ca-

nal da voz, se você não fizer adetecção de forma correta, o pro-

grama pode gerar ruídos na horade exportar o arquivo, ou, para

quem gosta de usar a versão plug-in, na hora de processar e gra-

var”, diz.A mesma coisa com relação às no-

tas, a detecção automática acerta amaioria das notas, mas em alguns

casos o programa fica confuso comos harmônicos e você tem que cor-

rigir essa detecção manualmenteou o programa pode gerar ruído.

Essa é a forma do programa te avi-sar que tem algo errado, não é

¨bug¨ como muitos pensam, se-gundo Kesser. “A primeira coisa

que faço é determinar uma posiçãoconfortável para o vazamento dos

outros instrumentos na voz do ar-tista, isso depende de cada artista e

do microfone escolhido para gra-

vação, nesse caso foi algo entre -6 /-8.5dB, ou seja, onde Claudia não

estava cantando o vazamento eraabaixado nesse valor com o objeti-

vo de deixar a mixagem mais lim-pa. Então a voz passa pelo mesmo

processo que passaram os instru-mentos, em algum trecho se eu de-

tecto um problema ou erro procu-ro substituí-lo por um mesmo tre-

cho contado em outro momentoda música ou em outro take da mes-

ma música”.Outro processo da edição da voz é

amenizar sílabas com ataque ex-cessivo ou sibilância, ou seja, “bs”,

“ps”, “js”, entre outros. Normal-mente em gravações ao vivo a voz

fica com muitos “puff” e “Ss”, issoé devidamente ajustado para que

fique mais nítida. “Uso bastanteesse recurso para ajustar começos e

finais de frase. Geralmente o co-meço das frases vem muito forte e

o final da frase tem menos volume,isso em qualquer voz, de qualquer

artista. Esse equilíbrio de volumetambém ajuda muito na equali-

zação da voz durante a mixagemque poderá trazer mais ¨brilho¨

sem ter os agudos espirrando por

causa dos “Ss””, completa.

CARLOS FREITASFALA SOBRE O PROCESSODE MASTERIZAÇÃODO PROJETOQuando o Beto Neves me ligou di-zendo que a Classic Master tinha

sido escolhida para finalizar todo oProjeto NegaLora ao Vivo, da Clau-

dia Leitte, que incluía toda a maste-rização do áudio do CD, DVD e Blu-

ray e também a autoração do DVDe Blu-ray, eu fiquei entusiasmado e

feliz pela oportunidade de traba-lhar novamente com a Claudia

Leitte, pois sei que ela só se envol-ve em projetos grandes e desafiado-

res e vi uma grande oportunidadede realizar um grande trabalho.

Como em outros projetos que o Betomixa, ele me enviou varias amostras

das mixagens ainda feitas no GrooveStudio e eu fui masterizando e envi-

ando para ele até acharmos um pon-to de partida para todo o projeto, o

que nos ajudou e muito na hora damasterização final.

Quando Beto começou a mandaras mixagens dos EUA, eu fiquei

Luciano Pinto e Beto Neves na Unidade Móvel de Áudio

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mais animado ainda e quando ele

chegou em São Paulo e comecei a ou-vir as mixagens novamente, fiquei

impressionado com a qualidade etransparência do áudio. A SSL 9000J

realmente fez a diferença.Ouvimos tudo, conversamos muito so-

bre o projeto e sobre as referências que aClaudia tinha para o som do DVD pas-

sando por artistas como Marron 5 eMadonna até definir um caminho antes

de começar a masterização.Elegemos uma música com bastante

“pegada” e começamos a fazer inúmerasversões testando os equalizadores e

compressores disponíveis no rack daClassic Master.

Eu tenho todos os equipamentos do meurack ligados no backbone da Manley, um

seletor analógico onde eu posso rapida-mente trocar do equalizador Maselec

para o Massive Passive, ou usar os doisjuntos, invertendo a ordem, assim como

colocar o Compressor Maselec entre osequalizadores e o compressor Variable

MU e o Limiter SLAM no final de tudoe criar uma sequência e selecionar os

equipamentos que funcionavam me-lhor para a masterização.

Equipamentos

Monitoração:

01 Console Yamaha PM5D

16 in-ear Sennheiser Ew300 G3

01 in-ear Sennheiser SR 2000 IEM (Clau-

dia Leitte)

04 Combine Sennheiser - AC3000 + An-

tenas Helicoidal HA 8980

02 Monitores JAS 212

Depois de horas de trabalho e possibili-

dades, chegamos ao nosso set ideal.O Equalizador Maselec veio primeiro, se-

guido pelo equalizador Massive Passive, ocompressor Varable MU e o SLAM na po-

sição FET como limiter. Usamos o con-versor LAVRY GOLD para a conversão

para digital e, no final de tudo, já no soundBlade, o Limiter Sonnox. Gravamos um

CD e ouvimos em vários lugares, inclusiveem fones de ouvido e no MacBook. Defi-

nido o caminho, seguimos em frente etrabalhamos juntos durante 3 dias em

cima do áudio 2.0 e, em seguida, eu pas-sei para o 5.1. E foi assim a masterização

do projeto, tranquila e divertida, explo-rando e tirando o máximo de cada equi-

pamento, exatamente o que um projetodesse porte precisa.

Gravando cordas no estúdio Mosh, em São Paulo

“O Equalizador

Maselec veio

primeiro, seguido

pelo equalizador

Massive Passive, o

compressor Varable

MU e o SLAM na

posição FET como

limiter. Usamos o

conversor LAVRY

GOLD para a

conversão para

digital e, no final de

tudo, já no sound

Blade, o Limiter

Sonnox

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Fotos: Divulgação

Rio de Janeiro recupera, em alto ní-vel, mais um espaço para eventos

culturais: o Theatro Net Rio, antigoTereza Rachel. A sala fica em Copa-cabana e a reinauguração aconteceucom o espetáculo Bibi - Histórias e can-

ções. Com plateia e mezanino, o localcomporta aproximadamente 800 pes-soas e está preparado para receber tantopeças como espetáculos musicais.O show de Bibi fica em algum lugar en-tre as duas modalidades de entreteni-mento. No decorrer do espetáculo, aatriz e cantora comemora os 90 anos devida e 70 de carreira cantando as can-

O

volta em grande estilocom Bibi Ferreira

Tereza RachelTereza RachelO teatro ficou

com um total de800 lugares

O antigo Teatro Tereza

Rachel reabre com o

nome de Theatro Net

Rio. Inteiramente

reformado, o primeiro

espetáculo da

reinauguração é com a

atriz e cantora Bibi

Ferreira. Equipamento

de som “invisível”

inclui sistema line

array italiano.

ções mais marcantes da sua carreiraacompanhada por uma orquestra comquatro cellos, oito violinos, duas trom-pas, dois trompetes, dois trombones,quatro saxofones, duas flautas, bateria,baixo, piano e violão.

NOVO TEATRO, NOVO SOMO Instituto de Áudio e Vídeo (IAV), deSão Paulo, fez um acordo com o teatropara oferecer um equipamento básico desonorização. “Não queremos ser empre-sa de sonorização, mas precisamos deum espaço onde os alunos possam ver amontagem de um evento real. Eles têm

Page 65: Revista Backstage - Edição 210

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um equipamento fixo para eventoscorporativos e, para cada espetáculo,podemos fazer um equipamento atémesmo de locadoras de som”, explicaMarcelo Claret, diretor do IAV.O equipamento básico é compostopelo sistema de line array KR 200,da K-array, e uma mesa 01V daYamaha, uma configuração que aten-de eventos corporativos e similares.No entanto, para o espetáculo deBibi Ferreira, mais equipamentosforam necessários. O projeto desom foi de Marcelo Claret.

SONORIZAÇÃOO L&R da sonorização foi feitocom as KR200 do sistema básicodo teatro. “Temos aqui um linearray com 64 falantes de cada lado.Ela (a coluna do line) ficou reta,porque tenho boca de cena com 5metros (de altura), coloquei qua-tro metros de coluna de cima abai-xo. Cada caixa individualmentetem um metro de altura. São 16 fa-lantes em cada caixa e cada sistematem duas caixas, fazendo 32 falantesem cada lado. O acoplamento é efe-tivo em todas as frequências, entãotem agudo lá no fundo. Como tem apassarela técnica, fiz também umalinha de delay para distribuir me-lhor (no fundo do mezanino) semdiferença significativa de pressãosonora”, detalha Claret.No espetáculo, não há efeitos so-noros. O surround é mesmo paraaumentar o envolvimento com oshow por meio de uma imersãomaior no áudio. “Fiz também con-cepção de LCR com cluster centrale sub aqui no meio (embaixo dopalco) só para ter um foco na ima-gem sonora. A cobertura LR é 120graus, então ele cobre praticamen-te toda a plateia. Para o surround,temos uma caixa a cada 5 metros.Isto se repete no mezzanino. Comoo surround não é para efeito, e simpara aumentar o tamanho da ima-gem, não faria muito sentido ter

caixas na parte de trás do teatro”.As caixas do surround da plateiasão as FZ Audio 205A e as domezanino são as FZ 108 HPA. Ocluster central é com a FZ Audio112 HPA. Os subs, tanto no cen-tro como embaixo das colunas do

line, são os KL18, também da K-array. Inicialmente, o projetistapensou em microfonar os instru-mentos, mas ao ver o briefing doshow, decidiu que precisaria dese-nhar um sistema mais complexo.Para começar, decidiu colocar cai-

Para o show de Bibi, surround na plateia e frisa

Andre Garrido e Marcelo Claret Sistema K-array do Theatro Net Rio

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xas para fazer um surround no teatro. “Éum show da Bibi Ferreira, 90 anos, com or-questra. Para ter um controle melhor pre-cisava de microfones mais próximos parater independência. Mudou o processo eagora estou com a M7CL e processamentoda TC Electronics”, comenta.Além de um maior controle do sompara mixagem, a microfonação indivi-dual de alguns componentes permitiumanter os transdutores escondidos. “Já

que o PA desapareceu, eu queria tambémdesaparecer com o resto. Se fosse por nai-pe, os microfones iriam aparecer. Entãofiz microfonação individual nas cordas, epor fileira na sessão de sopros, com pe-destal baixo. Os microfones que apare-cem são os das primeiras fileiras dos me-tais, os saxofones. O piano também colo-cou um DPA 4028 com imã. Quem pres-tar atenção, vai ver os microfones, mas opúblico comum dificilmente vai perce-ber”, expõe o técnico de som.Os microfones individuais usados sãomodelos que ficam presos aos instru-mentos. Entre os outros microfonesusados estão os DPA 4099 para os cellose os 4061 para os violinos. Quem pilotao som no dia a dia do espetáculo é AndréGarrido, que também participou damontagem do sistema.

Amplificacão do sistema

Yamaha M7CL para o show de Bibi

Subgrave

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No início dos anos

2000 se dizia que o

DVD trazia o show

para dentro de casa.

Em 2012, o

espetáculo The Wall

traz o show de volta

para o estádio, mas

com som de DVD.

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Miguel Sá

[email protected]

Fotos: Ernani Matos /

Néstor J. Beremblum / Divulgação

s luzes se apagam no Está-dio João Havelange, mais

conhecido como Engenhão, noRio de Janeiro. A expectativaaumenta na plateia. De repen-te, música, fogos de artifício euma plataforma com músicos e

A

bandeiras começa a subir por trás do muro branco semicons-truído na frente do palco. Em determinado momento, um“avião” cenográfico vem descendo da parte de trás do estádio,com o barulho característico, até ele se chocar contra o muroem meio a mais fogos de artifício. É o início do espetáculo The

Wall. Uma mistura de teatro musical, cinema e show.O fã do Pink Floyd e do disco conceitual The Wall experimentauma verdadeira imersão no espírito do disco: a história doastro do rock que enlouquece e se perde em delírios atrás deseu próprio “muro”.

SONORIZAÇÃOA Clair Brothers foi a responsável por toda a sonorizaçãobásica do espetáculo. O L&R teve sistemas em line arraycom caixas da própria Clair, as da linha I-5. Eram 17 de cada

lado com um I-5B (um falante

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de 18") acoplado para reforçar a regiãodos graves. A cobertura lateral tambémera feita pelas I-5 com 12 caixas de cadalado sem o falante extra. O delay foi feitocom as caixas I-DL, fabricadas especifi-camente para este tipo de aplicação pelaClair. As três torres de delay tinham co-lunas suspensas a 25 metros de alturacom oito caixas cada. A configuração,pelos menos no Brasil, foi a mesma em

todos os lugares, sem mudanças na cur-vatura do line nem no número de caixas.O som do PA foi pilotado por James“Trip” Khalaf, que tem em seu currículoMichael Jackson, Queen e Steely Dan.Até Confortably Numb, a décima sextado set, o show acontece no palco atrásdo muro. A partir da décima sétima, The

Show Must Go On, o show passa para umpalco mais baixo, na frente do muro. Poristo, duas MIDAS XL4 - uma para cadapalco - mandavam o som da banda de 12músicos para as caixas.Uma Yamaha PM5D mandava os efeitossonoros para o surround montado pela

Sistema em line array teve L&R com caixas da própria Clair Brothers, série I-5

Duas Midas XL4 para o PA

Equipamentos para projeção de vídeo, na house mix

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Gabisom com o sistema line arrayVertec. “Da outra vez (Dark Side of

the Moon, em 2001, no Sambó-dromo) nós fizemos todo o siste-ma”, relembra Peter Racy, técnicode som responsável pelo áudio daGabisom. “O Split é feito na hou-se e o som é mandado para o siste-ma por fibra ótica”, detalha o téc-nico da Gabisom. A fibra saía dahousemix, e ia até o muro do cená-rio, que fica no palco. Lá ela chega-va à central do sistema Broadataque manda o sinal para o surround.Foram montadas seis torres com

72 caixas do sistema JBL Vertec. Aconfiguração da sonorização era“quadrafônica”, com o PA princi-pal, duas colunas no surround L,duas no R e mais duas na parte detrás. A cobertura das caixas late-rais era cruzada. As do lado direi-to da arquibancada emitiam osom para a pista e a arquibancadaoposta, e vice-versa.

A montagem das torres foi relati-vamente trabalhosa. Como a in-clinação das arquibancadas doEngenhão chega a 72 graus, seriaarriscado colocar carregadorescom caixas pesadas subindo porelas. A opção era um caminhão-zinho levar o equipamento até umanel em um andar imediatamenteinferior e subir as caixas lenta-

Canhão para projeção do muro

O som surround complementava o visual e a iluminação do espetáculo

Centenas de toneladas de equipamentos de iluminação para “construir” o muro

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mente antes de montar a coluna. “Es-colhemos o método lento e seguro”,ressalta Peter.Segundo o técnico da Gabisom, o En-genhão é um lugar relativamente sim-ples para sonorização, sem as reverbe-rações que caracterizavam o antigoMaracanã. “No Paul tivemos ótimosresultados. É legal porque é quase ao arlivre. Tem uma voltinha quando estávazio, mas quando tem gente não reba-te tanto”, conclui.

O SHOWSem exageros de volume e nada desubgraves de fazer tremer o chão. Osgraves eram definidos e presentes, asvozes inteligíveis e os médios davama pegada das guitarras. Nada atrapa-

lhava a atenção do espectador em re-lação ao que acontecia no palco e nasincríveis projeções. A distinção dosinstrumentos dentro do arranjo - cal-cado no original do disco - era perfei-ta. O surround era usado apenas paraefeitos sonoros - sons de avião, helicóp-tero e a multidão que grita no discursologo antes de Stop, por exemplo. O equi-líbrio com o som do PA principal tam-bém ajudava a audiência a sentir o espe-táculo ainda mais presente. Dentrode um espetáculo complexo, o somcumpriu o seu papel de mostrar a mú-sica como o elemento mais impor-tante, por estar em harmonia com oselementos visuais, de forma que aplateia ficasse inteiramente envolvi-da pelo show.

LL e L : Clair I-5 para cobertura lateral e Clair I-5 com I-5B acoplada para reforço nos graves

Clair I-DL nos delays Torre com caxas JBL Vertec para surround

“O surround era

usado apenas para

efeitos sonoros - sons

de avião,

helicóptero e a

multidão que grita

no discurso logo

antes de Stop, por

exemplo. O

equilíbrio com o

som do PA

principal também

ajudava a

audiência a sentir o

espetáculo ainda

mais presente

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ão demorou muito para o mercadoaclamá-lo como o mais poderoso

equipamento musical disponível noquesito “expressividade sonora” para live

performances (apresentações “ao vivo”),tanto que o instrumento conquistou o

N

Jupiter O Legado Con

Luciano Freitas é técnico de áudio da

Pro Studio americana com formação

em ‘full mastering’ e piano erudito

No início de 2011, a Roland lança o Jupiter 80 com a

proposta de ser um tributo ao lendário Jupiter 8

(reconhecido por muitos músicos como o primeiro

sintetizador analógico profissional lançado pela Roland)

prêmio Musikmesse International PressAward – MIPA 2011 (considerado o“Grammy” da indústria do áudio profis-sional/instrumentos musicais) em sua ca-tegoria, sendo ainda, no mesmo ano, indi-cado ao prêmio Technical Excellence &Creativity - TEC Awards.Já em 2012, a Roland traz toda a tecno-logia de ponta empregada no Jupiter 80para uma embalagem mais compacta eleve, oferecendo a portabilidade encon-trada em sua linha de sintetizadores“Juno” aliada a um preço muito maisamigável. Eis que surge o Jupiter 50.

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5050tinua

PODEROSOGERADOR SONOROOferecendo três partes multitim-brais acessíveis em tempo real, oJupiter 50 vem de fábrica equipadocom 1.500 SuperNATURAL SynthTones e com mais de 70 SuperNA-TURAL Acoustic Tones (cada qualcom um motor sonoro dedicado),todos derivados do Jupiter 80. En-tendida como a menor unidade deinformação sonora na tecnologiaSuperNATURAL, um Tone podeser combinado com outros três (se-

jam eles SuperNATURAL AcousticTones ou SuperNATURAL SynthTones) para criar um Live Set, o qualestará disponível para uso na parteUpper do instrumento (o usuárioconta com 2.560 alocações de me-mória para armazenamento destetipo de informação, sendo possívelimportar Live Sets do Jupiter 80com o auxílio de uma flash memory).Além do Upper, o equipamentoconta com outras duas partes (Soloe Percussion/Lower), sendo umacombinação dessas três partes cha-mada de Registration (possui 128alocações de memória disponíveispara armazenamento deste tipo deinformação). A função Split, exis-tente nas seções Percussion/Lowere Solo, permite definir a região(zona) na qual cada uma das trêspartes será reproduzida, possibili-tando o uso otimizado das suas 128vozes de polifonia (variável confor-me o gerador sonoro carregado).O conceito SuperNATURAL (pre-sente no Jupiter 80, no V Piano, nasplacas de expansão ARX e na novalinha de baterias eletrônicas daRoland) difere-se do encontradonos sintetizadores com gerador desons baseado em samplers, os quaissão conhecidos por reproduziremmeramente uma imagem estáticados sons dos instrumentos musi-cais. Aliados à tecnologia Beha-vior Modeling, os timbres Su-perNATURAL reproduzem

as peculiaridades presentes na exe-cução de cada instrumento musicalacústico (Super NATURAL Acous-tic Tone), respondendo de maneiradiferente às técnicas de trinado,portamento, vibrato e nas expres-sões de dinâmica. Também dife-rente dos tradicionais métodos demodelagem física encontrados nossintetizadores atuais - os quais ge-ralmente se prestam a analisarapenas o tipo e o tamanho do ma-terial vibrante e, em alguns casos, aforma da ressonância -, a tecno-logia Behavior Modeling analisaconstantemente a execução musi-cal, reagindo com base em infor-mações como o tipo de digitação(melodia ou acorde), o intervaloentre as notas, a velocidade da fra-se musical, a execução ligada oudestacada das notas, não exigindodo músico qualquer técnica musi-cal mirabolante para alcançar osresultados esperados.Além dos timbres SuperNATU-RAL Acoustic Tones, o Jupiter 50conta com os timbres SuperNA-TURAL Synth Tones, destinadosa recriar os sons dos mais lendáriossintetizadores vintages (analógicos,híbridos e digitais) da história, bemcomo acessar texturas musicaiscontemporâneas que eram disponí-

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veis apenas aos proprietários do Jupiter80. Nesta categoria cada tone permitereproduzir o som de três parciais, cadaqual com um oscilador, um conjunto defiltros, uma seção de amplificador e umoscilador de baixas frequências (LFO).Na seção oscilador o usuário pode esco-lher entre 7 diferentes formas de onda,além de centenas de amostras PCMs.Como alternativa à parte Lower (a qualpermite o uso de um SuperNATURAL

Acoustic Tone ou de um SuperNA-TURAL Synth Tone), o Jupiter 50 traz aseção Percussion (Perc), oferecendo umagrande variedade de instrumentos per-cussivos, efeitos sonoros e frases vocais.

PROCESSADORES DE EFEITOSJá na seção de efeitos (MFX) do Jupiter50 o usuário encontrará 76 diferentesalgoritmos, entre estes chorus, flan-gers, phasers, simuladores de alto-fa-

lantes rotativos e com-plexos delays multi cama-das. Cada Tone de um LiveSet permite o uso de umMFX, ou seja, cada Live Setpossui até 4 MFXs operan-do simultaneamente emparalelo ou em série, liga-dos a um processador dereverb dedicado (comcinco diferentes algo-ritmos disponíveis).

Cada Tone de um Live Set permite o uso de um

MFX, ou seja, cada Live Set possui até 4 MFXs operando

simultaneamente em paralelo ou em série, ligados a um

processador de reverb dedicado

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Para saber mais

[email protected]

MAIS CONTROLECom 76 teclas semi pesadas (proporciona ótima relação deresposta x resistência) e um visor com resolução de 240 x64 pontos, o Jupiter 50 conta com uma seção de contro-ladores que traz a onipresente alavanca de Pitch Bend eModulação da Roland, o D-Beam (sensor infravermelhoque reconhece a distância da mão do músico), trêspotenciômetros deslizantes que controlam o volume decada uma das partes de uma Registration, três botões(switchs) que ligam e desligam cada uma das partes de umaRegistration, controladores dedicados para simulação dealto-falantes rotativos (On/Off – Slow/Fast), dois botõescom funções assimiláveis (S1 e S2) e três entradas parapedais (Hold, Ctrl1 e Ctrl 2), além de deixar botões deacessos à várias outras funções em seu painel frontal (evi-tando o acesso à sub páginas).

ARPEGIADOR, REPRODUTOR DE ARQUIVOSDE ÁUDIO E MUITOS MAISO Jupiter 50 conta com um sofisticado arpegiadorprogramável capaz de importar padrões rítmicos de arqui-vos SMFs. O usuário poderá utilizar, simultaneamente, umdos 128 padrões rítmicos do arpegiador para a parte Uppere outro diferente para a parte Lower.A função Harmony Intelligence adiciona às notasreproduzidas na parte Upper harmonias baseadas no con-junto de acordes digitados na parte Lower. São 17 dife-rentes padrões que vão de simples duetos a complexasharmonias típicas de alguns estilos musicais (Big Band,Country e Gospel).Seu reprodutor de arquivos de áudio é capaz de operar comos formatos AIFF (até 96 kHz/24 Bits), WAV (até 96 kHz/24 Bits) e MP3 (até 44.1 kHz/320 kbps - VBR), permitindoainda ao usuário gravar suas execuções no formato WAV44.1 kHz/16 Bits (formato utilizado nos CDs de áudio).Trazendo os mesmos componentes analógicos do Jupiter80 (inclusive os conversores D/A), o equipamento contacom uma seção de conexões de áudio que oferece duas saí-das balanceadas (TRS), duas saídas balanceadas (TRS) sub

out (muito útil para monitoração) e uma saída para fonesde ouvido; uma entrada com conector P2 estéreo; cone-xões de dados USB to Computer, estabelecendo a comuni-cação com computadores, e USB to Memory, estabelecendoa comunicação com dispositivos de armazenamento (flash

memories); além das tradicionais Midi In e Midi Out.Acompanha o equipamento uma cópia do software SonarLe (versão light do aclamado Sonar X1), gravador multi-pistas que permite ao usuário produzir projetos com até 32pistas de áudio e 64 pistas midi simultâneas.

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a frequênciaa frequência

EFM1 (abaixo) é baseado na sínteseFM - “Frequency Modulation” con-

siderada excelente para produzir sonsde uso geral, menos específicos que os

análogos. Um dos teclados mais conhe-

cidos de todos os tempos baseado emsíntese FM é o Yamaha DX-7. Assim,

fica claro que há muita versatilidade nacomposição de sons, o que pode ser vis-

to pelos presets disponíveis no EFM1

Modulando

Nesta edição

vamos abordar o

EFM1, um dos

sintetizadores

disponíveis no

Logic Pro. Eu o

utilizo algumas

vezes para sons de

baixo e também

gosto muito do

conjunto de pads

que é possível

gerar com ele.

O

Vera Medina é produtora, cantora,

compositora e professora de canto e

produção de áudio

no Logic

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que vão de cordas e pads até baixos esons para sequências.

Primeiro vamos entender a disposi-ção dos elementos no EFM1. Ele é

composto de dois osciladores: Car-rier à direita (oscilador de onda

senoidal) e Modulator à esquerda(oscilador multi-wave). O Modulator

modula a frequência do Carrier, basi-camente. Desta forma, a base do som

está no Carrier.Os parâmetros globais se encontram

dispostos em volta da interface eafetam o som como um todo. Abai-

xo, vou detalhar cada um dos parâ-metros disponíveis:

•Transpose: o tom é determinado

com este parâmetro, sendo possíveltranspor o EFM1 em mais ou menos

duas oitavas.•Tune: será possível refinar, ajustar a

afinação em +/- 50 cents. Cada centrepresenta 1/100th de um semitom.

•Unison: através do uso desse recur-so é possível utilizar duas vozes do

EFM1 em camada, criando um sommais rico. Neste modo o EFM1 fica

com oito vozes de polifonia.•Voices: através deste parâmetro

você pode ajustar quantas vozes si-multâneas quer tocar. Temos o modo

Mono (uma voz), Legato (uma voz) eentre 2 e 16 vozes.

•Glide: este efeito permite utilizar umtom contínuo ao tocar uma nota em

seguida da outra. O valor do Glide estáem ms (milissegundos) possibilitando

definir o tempo que leva para o tom vi-ajar da última nota tocada para a próxi-

ma. Pode ser usado com qualquerdefinição do parâmetro Voices.

•Randomize: a cada toque dessebotão são gerados novos sons. A

quantidade de aleatoriedade ouvariação do sinal original é de-

finida pelo valor definido nocampo numérico. Se utilizar um

valor abaixo de 10% você inse-re pequenas modificações no

som atual.Vamos falar um pouco sobre os

parâmetros dos dois osciladores(modulator e carrier):

•Harmonic: em cada um dos osci-ladores você encontra um botão

grande com a palavra Harmonic

em cima. A razão de afinação des-ses dois controles é que determi-

nará o relacionamento da afina-ção do modulador e envelope de

volume. De uma forma mais sim-ples, você pode utilizar em cada

botão até 32 harmônicos e estarazão da afinação pode ser encon-

trada de ouvido até que soe comovocê imagina.

•Fine tune: ajusta a afinação en-tre dois harmônicos adjacentes

(determinados no controle Har-monic). Varia entre +/- 0,5.

•Modulator Wave: nos sinte-tizadores clássicos FM, ondas se-

noidais (sine waves) são utiliza-das nos osciladores. Já o EFM1

possibilita utilizar outras formasde onda. Quando totalmente gi-

rado para a esquerda, é produzidauma onda senoidal. Girando o

“O valor do Glide está em ms

(milissegundos) possibilitando definir o tempo

que leva para o tom viajar da última nota

tocada para a próxima“

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botão para a direita, vão sendo agrega-das ondas de maior complexidade po-

dendo gerar sons mais ricos.•Fixed Carrier: este botão possibilita

desconectar a frequência do carrier doteclado, pitch bend e modulação LFO.

Agora vamos entender melhor osparâmetros FM que afetam os aspectos

de modulação de frequência no EFM1:•FM: aumentando a intensidade ao gi-

rar o controle central para a direita, au-menta-se o número de sobretons e o

quanto o Modulator afeta o Carrier.Pode ser comparado ao Filter Cutoff de

um sintetizador análogo.•Modulation Env: para controlar di-

namicamente o parâmetro FM, foidisponibilizado um controle ADSR.

O envelope é acionado cada vez queuma nota MIDI é recebida. O parâ-

metro A (Attack) define o tempo ne-cessário para alcançar o nível máximo

de envelope. O parâmetro D (Decay)define o tempo necessário para alcan-

çar o nível de Sustain. O parâmetro S(Sustain) é mantido até que a nota

MIDI seja liberada. O parâmetro R(Release) define o tempo necessário

para alcançar o nível zero, após a notaMIDI ter sido liberada.

•FM Depth: a força ou impacto do en-velope de modulação sobre a FM é de-

terminada por este controle. Ao afinareste controle para a direita, o efeito do

envelope de modulação é aumentado.•Modulator Pitch: o impacto do enve-

lope de modulação sobre o tom do os-cilador Modulator é determinado por

esse controle.•LFO (Low Frequency Oscillator): ser-

ve como uma fonte de modulação cíclicapara a intensidade ou vibrato do FM.

•Rate: define a velocidade/taxa dos ci-clos LFO.

Existem alguns controles de saída quepodem ser definidos:

•Sub Osc Level: para aumentar a respos-ta de graves do EFM1 foi disponibilizado

um sub oscilador de onda senoidal.•Stereo Detune: adiciona um efeito do

tipo chorus ao sinal do EFM1, dobrandoa voz do EFM1.

•Vol Envelope: esse envelope dá formaao volume geral através de controles

ADSR.•Main Level: para ajustar o nível de sa-

ída geral do EFM1.•Velocity: o EFM1 pode responder à

pressão do toque das teclas e reagircom alterações dinâmicas de som e vo-

lume. Ajuste o controle para a direitaconforme a sua necessidade de sen-

sitividade ao toque.Na janela do EFM1, logo abaixo, existe

uma seta que ao clicar apresenta maisparâmetros de controle MIDI:

•Intensidade FM

•Vibrato

Para criar novos sons no EFM1, sugiromontar uma tela padrão com a menor

quantidade possível de parâmetros defi-nidos. Com o Harmonic do Carrier em 1,

comece a testar as possibilidades da razãoentre ele e o Modulator. Vá alterando o

Harmonic do Modulator a partir de 1 evendo como o som vai sendo afetado.

Em seguida acerte os padrões dos ADSRe FM-Depth. Outra forma bastante in-

teressante de criar novos sons é esco-lher um dos presets definidos, verificar

como foi programado e ir alterando al-guns parâmetros como teste. Isso possi-

bilitará que você crie uma maneira depensar em relação às alterações e enten-

da na prática como elas se dão. Com otempo, você terá controle de todos os

parâmetros e poderá criar exatamenteos sons que necessita. Não se esqueça de

gravar os sons novos que criar atravésda função Save Setting, que aparecem

no menu do próprio EFM1.

Para saber online

[email protected]

www.veramedina.com.br

“Para criar novos

sons no EFM1,

sugiro montar

uma tela padrão

com a menor

quantidade

possível de

parâmetros

definidos. Com o

Harmonic do

Carrier em 1,

comece a testar

as possibilidades

da razão entre

ele e o Modulator

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r84 empre que uma versão nova chega,

eu tenho aquela sensação de “brin-

quedo novo” resgatada lá da infância, eaí é inevitável o mergulho noite aden-

tro viajando no test drive das novidades.No caso do Cubase 6.5 já se foram algu-

mas noites, porque queria dar uma pas-seada em tudo para escrever este artigo

para vocês. Convido-os a conhecer osdetalhes do que veio de novo neste pa-

cote de implementações.

S INSTRUMENTOS VIRTUAISDois novos “pesos-pesados” de tecno-

logias diferentes chegaram trazendo umainfinidade de opções de timbres:

Retrologue – Simulando os sintetiza-dores analógicos clássicos, esse virtual

trabalha baseado na modelagem de doisosciladores com até oito vozes indepen-

dentes cada um, além de um osciladorde sub denso do tipo “treme tudo” e de

um oscilador noise. O som tem o calor

Marcello Dalla é enge-

nheiro, produtor mu-

sical e instrutor

Um upgrade

6.5Cubase

surpreendenteUm upgrade

Olá amigos,

Há alguns

meses noticiamos a

chegada do Cubase

6 e suas novidades.

Num grande salto

em relação ao

Cubase 5, a versão

6 chegava com um

belo conjunto de

instrumentos

virtuais, novas

ferramentas para

edição e

finalização de

áudio, simuladores

de efeito etc. A

Steinberg segue a

tradição de equipar

sua workstation

com recursos

avançados de

produção musical e

lança o upgrade

para a versão 6.5.

Figura 01 - Retrologue

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dos sintetizadores analógicos que usei durante anos nomeu ofício de tecladista. Neste ponto sou chato mesmo

porque a referência sonora destes synths antigos é mui-to forte. Na figura 01 vemos o painel do Retrologue.

interface intuitiva e muito fácil de usar. Tudo ali, nacara, sem mistério. Temos 12 tipos de filtros diferen-

tes, LFO e ADSR para os filtros e amp envelopes, ma-triz de modulação com 10 estágios, suporte para o

Note Expression, modos monofônico/polifônico comfunções legato/glide e uma seção de efeitos com modu-

lação e delay. São 300 presets inspiradores que vão debaixos monofônicos e leads cortantes até grooves de

synths e padrões rítmicos polifônicos. Partir de umpreset e viajar na programação é de pirar o cabeção.

Para a galera de música eletrônica ou para dinossaurosque curtem um som retrô, é um instrumento repleto

de alegrias e possibilidades.

Padshop – Atenção trilheiros e trilheiras, uni-vos eouçam este synth com atenção. A síntese granular é

uma tecnologia que cria texturas sonoras bem diferen-tes dos tipos de síntese usuais. Não vou entrar em de-

talhes teóricos da síntese granular aqui, podemosabordar em um outro artigo mais específico sobre este

instrumento como tutorial para usarmos os parâ-metros dele com conhecimento de causa. Por ora, va-

mos descrever as características básicas para conhecê-lo. Para quem trabalha com música em novelas, filmes

e games o Padshop traz uma excelente coleção de tim-bres para seções incidentais e “climas”. Claro que nada

impede de usar o Padshop em qualquer outro contextomusical, apenas citei a situação específica de trilha so-

nora porque ele é sensacional para esta finalidade. Ainterface visual facilita a utilização. Na figura 02 ve-

mos todos os parâmetros posicionados numa progra-mação visual simples e bonita, proporcionando

praticidade. Se quiserem uma opinião, tenho apenas adizer que esse synth é ilimitado. Fiquei horas e horas

viajando no Padshop e não explorei nem 1% do que eleoferece. Trabalho com trilhas sonoras há anos, sou

dinossauro de usar pads e synths derivados de arquite-turas diferentes, como por exemplo, os Kurzweil. Sem-

pre gostei destes timbres para situações de trilha em quese deseja mais clima do que música. Sinceramente, gos-

taria de ter usado um synth assim há uns 10 anos. Semdesmerecer meus Kurzweil dinossauros e lindos para

que não fiquem com ciúmes, mas o Padshop é uma op-ção prática com um som profundo e denso. São mais de

400 presets que tornam este instrumento abrangente.Minha única observação é que a síntese granular tem

uma assinatura sonora que começa a deixar muitos tim-bres parecidos, mas mesmo assim, usando os parâmetros

e efeitos os resultados são interessantes. Não chegueia usar todos os 400 presets. Mas dos que visitei alea-

toriamente, gostei muito. Possui matriz de modula-ção de 10 estágios com suporte para note expression,

12 tipos diferentes de filtros com LFOs e ADSR paraos filtros e amp envelopes, step modulator para dis-

parar ritmicamente os osciladores e seção de efeitoscom modulação e delay.

FILTROSMorphfilter – Os filtros são parte integrante e indis-pensável da produção musical atual. Músicos e princi-

palmente DJs usam como ferramenta criativa em estú-dio e em performance. O Morphfilter traz para o Cubase

os tipos superiores implementados no Halion 4 com fil-tros ressonantes de baixa, alta e passa-banda. Permite

a transição entre dois tipos de filtros selecionados di-ferentes de uma forma contínua e musical com uma ex-

celente resolução sonora. A figura 03 mostra o Morph-filter como insert de um canal de áudio detalhando em

que categoria do menu ele se encontra. Confiram no siteda Steinberg (link: http://www.steinberg.net/en/products/

cubase/new_features/new_in_version_65.html) o vídeo#2 com demos dos filtros. Sweeps e Glides são efeitos

importantes que você pode executar em grande esti-lo com o Morphfilter. Lembro que os parâmetros

podem ser comandados pelos Quick Controls e

Figura 02 - Padshop

Figura 03 - Morphfilter

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automatizados, salvando a automação

com a sessão de trabalho.DJ EQ – Equalizador de 3 bandas que

atua como filtros combinados, os efeitosfavoritos dos DJs. De uma maneira intui-

tiva e rápida, os parâmetros podem serautomatizados e salvos com a sessão.

Gostei da resolução do EQ com bom cor-te, soa bem. Assim como o Morphfilter,

os parâmetros do DJ EQ (figura 04) po-dem ser direcionados aos Quick Controls

e automatizados. Sugiro mais uma vez quevejam os videos no link http://www.stein-

berg.net/en/products/cubase/new_fea-tures/new_in_version_65.html

FERRAMENTAS DE EDIÇÃOComping – A combinação de takes namontagem do canal final de voz ou a

escolha de trechos na edição de um solosão alguns dos exemplos da necessidade

constante de quem trabalha com gra-

vação, edição e mixagem. No Cubase 6esta função foi implementada e na ver-

são 6.5 ela vem incrementada com re-cursos demandados pelos próprios usu-

ários. A ferramenta “Comp” foi adici-onada ao menu como mostra a figura

05. Reparem abaixo na lista de ferra-mentas. Com ela os trechos são seleci-

onados na mesma região em todos osLanes, permitindo corte, edição e sele-

ção de trechos com apenas um coman-do. O menu residente nas Lanes (figura

06) traz funções práticas: a função“Cleanup Lanes” separa e organiza se-

gundo os takes editados. O Botão “S”em cada Lane permite o solo individu-

al. O comando “Create Tracks fromLanes” transforma em canais reais de

áudio cada Lane. Vejam também no linkhttp://www.steinberg.net/en/products/

“De uma

maneira

intuitiva e

rápida, os

parâmetros

podem ser

automatizados e

salvos com a

sessão. Gostei da

resolução

do EQ com bom

corte, soa bem

Figura 05 - Ferramenta Comp

Figura 04 - DJ EQ

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cubase/new_features/new_in_version_65.html, o

vídeo #3 mostrando essas ferramentas em ação.Quantize + AudioWarp – O botão AudioWarp foi

integrado ao painel de quantize. O que isso significa?Que o conceito de quantização chegou ao ponto que

sempre desejamos: quantizar sem perder a musica-lidade e a integridade de trechos curtos “encolhendo”

ou “esticando” o áudio ao mesmo tempo em que pre-serva a relação do material sonoro entre hitpoints. O

Quantize trabalha integrado aos hitpoints e aoAudioWarp. O áudio vai para o tempo de maneira uni-

forme sem criar saltos ou descontinuidades estranhase ainda facilita os crossfades entre regiões. A figura 07

mostra o novo painel de Quantize. Outra grande novi-dade: áudio e MIDI podem ser quantizados ao mesmo

tempo; simples assim no conceito, elaborado na pro-gramação e muito musical no resultado sonoro.

PLUG-INSVST Amp Rack 1.5 – Cinquenta novos presets fo-ram implementados na nova versão. A qualidade so-

nora do algoritmo de convolução também teve upgra-de. Amigos, sou guitarrista frustrado, confesso. Admi-

ro (na verdade, invejo) a galera da guita e me empolgocom o VST Amp Rack plugado na minha guitarra feita

artesanalmente e sob medida pelo Luthier Achiles deBrasília para minha função de produtor. Então, como

produtor, emito minha humilde opinião de que os no-vos presets do VST Amp Rack me trouxeram a espe-

rança de ser também guitarrista na próxima encarna-ção. Soam muito bem e devem soar melhor ainda com

quem tem a mão de guitarrista. Deixo a opinião abertaa quem é de direito. O VST Amp Rack 1.5 também traz

novos maximizer e limiter para “encorpar” ainda maisos timbres, além de medidores de entrada e saída de

sinal, importantes para uma boa monitoração dos ní-veis evitando distorções digitais e artefatos indese-

jados. A figura 08 mostra o VST amp Rack. Na mesmapágina da Steinberg citada acima temos o vídeo/áudio

com a demo de alguns novos presets.

Rewire 64 bits – Nasceu a criança. Chegou em boahora para quem estava esperando para linkar outras

aplicações como Reason e outros bichos nos sistemasoperacionais de 64 bits PC e MAC, deixando em per-

feito sincronismo e em tempo real 256 canais de áudioe milhares de canais MIDI. Quem usava Rewire em 32

bits ficou na expectativa um bom tempo pela versão64. Pois aí está.

COMPARTILHAMENTODE ARQUIVOS DE ÁUDIOFLAC – Free Lossless Audio Codec. Tradução: Co-

dec de áudio livre de perdas. O FLAC é um algoritmoque mantém a qualidade de áudio com redução do

tamanho do arquivo permitindo o intercâmbio de ar-

Figura 06 - Menu nas Lanes

Figura 07 - Quantize Panel

Figura 08 - VST AMP RACK

Figura 09 - Projeto em formato FLAC

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quivos e até mesmo projetos inteiros via

internet. A compactação do FLACpode reduzir em até 60% o tamanho

dos arquivos gravando em tempo real.Além disso, mantém a integração com

formatos padrão como wav, aiff e PCM.Para quem fica sempre questionando a

“farinha” e os artefatos digitais que omp3 imprime em arquivos de áudio, o

FLAC é uma saída e tanto. A figura 09mostra o menu Project Setup ajustado

em FLAC mesmo com sample rate em96KHz e 24 bits. Um projeto com essa

configuração pode ser compartilhadocom todas as mídias via rede com mais

velocidade do que se fosse em wav ouaiff, sem perda de qualidade. Além dis-

so, uploads de arquivos finais de mi-xagem são bem mais rápidos.

SoundCloud – Gerenciador de up-loads de arquivos e sons. Através da

sua conta no SoundCloud você podecompartilhar temas e sons com o

mundo inteiro. Basta fazer seu log emalguns minutos. A figura 10 mostra a

opção de exportar uma mix diretopara o SoundCloud. No menu “Ex-

port Audio Mixdown” o último cam-po abre esta opção. Falaremos de

mais detalhes do SoundCloud e suaspossibilidades ao longo de nossos ar-

tigos. Por hora, fica a ideia de quenossa música e nossos sons ficaram

mais universais do que nunca. Comopodem ver, as novidades do Cubase 6.5

“Para quem

fica sempre

questionando

a “farinha” e

os artefatos

digitais que

o mp3 imprime

em arquivos

de áudio,

o FLAC é

uma saída

e tanto

são boas e bem-vindas. Levam a work-

station a um novo nível de funcionalidadee criatividade. Visitem o site da Steinberg

(www.steinberg.net) e assistam às demosdo Cubase 6.5, vale a pena. O upgrade é

gratuito para quem registrou o Cubase 6 apartir de 1 de janeiro de 2012. Para quem

tem registro anterior a esta data, o up-grade é pago diretamente na loja virtual

da Steinberg no valor de 42 euros (aproxi-madamente 99 reais). Sigo explorando as

possibilidades do Cubase em nossos arti-gos. As séries que contêm tutoriais e

exemplos práticos seguem a partir da pró-xima edição. Aguardo vocês no próximo

número da Backstage.Abraço!

Para saber online

[email protected]

www.ateliedosom.com.br

Facebook: ateliedosom

Twitter:@ateliedosom

Figura 10 - Mixando direto para o SoundCloud

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Page 90: Revista Backstage - Edição 210

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uem trabalha há muito tempo comedição e restauração de áudio sabe

como era complicado isolar uma certafrequência para posteriormente tratá-lacom filtros ou supressores de ruído.Utilizar somente o formato de ondacomo referência visual não nos dá aexata noção da frequência, apenas daamplitude. Repare na figura abaixo, otom laranja mais forte é o volume maisalto, o tom mais escuro é a ausência desinal. Temos um eixo horizontal querepresenta o tempo, e um eixo vertical

QPorque descartar

aquele take de voz

perfeito só por

causa de um

pequeno “puff” no

microfone? Ou

porque desperdiçar

a melhor gravação

do violão só porque

o ruído da mão

esquerda mudando

de acorde ficou

exagerado? Nesta

edição vamos usar

o RX Spectral

Repair para

solucionar estes

pequenos

problemas.

que representa as frequências. Quantomais para baixo, mais grave.Neste trecho de áudio escolhido tivemosum “puff” na gravação, que foi destacadano gráfico como frequência grave.Com o Spectral Repair podemos reparartrechos de 10 em 10 segundos. É umaferramenta para corrigir problemaspontuais, como “puffs”, cliques e ou-tras imperfeições intermitentes, porisso está disponível apenas como Au-dioSuite. Para abrir a janela Spectral

Repair Editor selecione um trecho de,

DefeitosDefeitosRemovendo

Julio Hammerschlag é sonoplasta de

pós-produção da TV Globo e instrutor

da ProClass credenciado em Pro Tools

Page 91: Revista Backstage - Edição 210

91

no máximo, 10 segundos de áudioe clique no botão Capture.Para eliminar a frequência gravedestacada anteriormente, por exem-plo, basta selecionar a área desejadacom uma das ferramentas de seleçãoda janela Editor mostradas abaixo:

São seis modos diferentes de se-lecionar. A primeira ferramentada esquerda para a direita é a Ti-me Selection.

É ideal para preencher falhas noáudio. Ela seleciona todas as fre-quências ao longo da faixa de tempo.Também pode ser útil para retirarbatidas no microfone e transitórios.Time frequency - Com ela dese-nhamos retângulos em faixas defrequência ao longo do tempo.

Frequency Selection - Selecionauma faixa de frequência ao longode toda a seleção.

Lasso selection - Com essa ferramen-ta podemos desenhar com precisãosomente nas áreas a serem reparadas.

Brush Selection - É um pincel quepode ser usado para adicionar ou re-mover áreas a serem tratadas. Paraadicionar basta pressionar a teclaShift, e a área selecionada será au-mentada. Se, ao contrário, desejardiminuir, pressione a tecla Alt.Muito semelhante ao Photoshop.

Magic Wand - Baseado nas coresdo espectrograma. Use a varinha

mágica para selecionar trechos decores contínuas. Mas existe umaparticularidade interessante nestaferramenta. Quando clicamos emuma área pela primeira vez, ela se-leciona cores contínuas, que re-presentam faixas de frequência.Mas se clicarmos uma segunda vezna mesma área, ela seleciona seusrespectivos harmônicos, exata-mente como na figura abaixo.

Eu já usei muito para tirar ruídosde buzina em trechos de gravaçãode filmes em externas, por exem-plo. Mas também pode ter váriasoutras utilidades.Uma vez selecionada a área a sertratada, agora vamos ver qual é omodo mais adequado de tratá-la.

Existem quatro modos diferentespara correção de problemas:

Attenuate - Este modo é usado paramisturar a área selecionada com aárea adjacente. Repare que em todasas seleções mostradas nas figuras an-teriores existe uma área pontilhada

Page 92: Revista Backstage - Edição 210

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que indica justamente a região que vaiser usada para interpolar a área seleci-onada. Este modo de reparação podeser usado, por exemplo, para atenuaruma respiração muito forte, sem re-tirá-la totalmente. Pode ainda dimi-nuir o ruído da mão mudando de acor-de no violão, dentre outros.Seus parâmetros específicos são: Strength

(força), que regula o quão agressiva seráa mistura do material adjacente com aárea selecionada, e Direction, que seleci-ona a área a ser interpolada (horizontal,vertical ou as duas).

Replace - Diferente do modo anterior,este elimina a área selecionada usando aárea adjacente para interpolar. É muitoútil para trechos corrompidos de áudioou falhas. Pode ser usado para retirarcliques e batidas indesejadas.

Pattern - Este modo procura um padrãoem toda a seleção para substituir a áreaselecionada. Funciona muito bem paracorrigir problemas em materiais rítmi-cos como baterias e percussão, emborapossa ser usado também para corrigir fa-lhas em outros tipos de áudio.

Partials+noise - este último modopode ser considerado o modo avançadodo Replace. Observe a figura abaixo:

Existe uma falha no meio de vários har-mônicos que variam a frequência aolongo do tempo.Usando o modo Replace ficaria deacordo com a próxima figura.A interpolação não foi eficiente, pois omaterial harmônico não seguiu a mu-dança de frequência ao longo do tempo.

Agora vamos fazer a mesma correção,porém usando o modo Partials+Noise:

Observe que a mudança de pitch ao lon-go do tempo foi mantida e cada harmô-nico seguiu a sua respectiva frequência.Ele consegue sintetizar os harmônicos.Seu parâmetro específico é Harmonic

Sensitivity – que regula o quanto de har-mônicos será detectado.

PARÂMETROS EM COMUMSurrounding region length - Controla otamanho da área a ser interpolada.Before/after weighting - regula o quantoantes e depois será usado para interpolar.Number of bands - Seleciona o númerode banda de frequências que o RX usapara executar o reparo. Um númeromais alto de bandas vai aumentar a re-solução das frequências, mas em con-trapartida vai precisar de uma maiorárea ao redor.Multi-resolution - (somente no RX

Advanced) Esta opção permite uma me-lhor resolução nas frequências graves euma melhor resolução de tempo nasagudas simultaneamente.Espero que tenham gostado,e até a próxima.

Fiquem à vontade para me mandarem seuscomentários e dúvidas:

[email protected]

Para saber online

“Observe que a

mudança de

pitch ao longo

do tempo foi

mantida e cada

harmônico

seguiu a sua

respectiva

frequência. Ele

consegue

sintetizar os

harmônicos

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udo tem a ver com tentar padronizar eter tudo “da mesma marca/fabrican-

te” para garantir uma maior compatibili-dade entre produtos. É um conceito bemantigo, e com a chegada da informáticaisso se tornou fator determinante na es-colha de hardwares e softwares.Este artigo será dividido em duas partes.Na primeira parte, a proposta é fazercom que se entenda o conceito de cadasoftware, comparar versões e entenderquais as semelhanças e diferenças. Nasegunda parte deste artigo, será apresen-tado quais resultados devemos esperardo Score Editor do Pro Tools, e quais si-tuações exigem que o trabalho seja con-cluído no Sibelius.Antes de tudo, vamos quebrar então al-guns mitos que vêm sendo veiculadospelos diversos meios desde a chegada doScore Editor no Pro Tools 8.Mito 1:“Score Editor é um “Sibelius reduzido”ou “Sibelius com algumas limitações”.

T

É um equívoco pensar desta maneira, poisas limitações são enormes entre os doisprodutos. O Sibelius tem várias versões euma delas se chama “Sibelius First”(fig.1). Esta sim, podemos dizer que é umSibelius com algumas limitações. Nestelink (http://www.sibelius.com/products/sibelius_first/features.html) é possívelver uma tabela bem detalhada das dife-renças entre o Sibelius completo e oSibelius First.

Cristiano Moura é produtor, en-

genheiro de som e ministra cur-

sos de Sibelius na ProClass-RJ

SibeliusScore EditorSibeliusouScore Editor?Conheça as semelhanças e diferenças entreo Sibelius e o Score Editor do Pro Tools

O mercado

brasileiro é bem

dividido entre

usuários de

Sibelius e Finale,

porém, nos

últimos anos o

Sibelius tem

despertado

bastante atenção

depois que foi

adquirido pela

Avid, fabricante

do Pro Tools.

Figura 1

Page 95: Revista Backstage - Edição 210

95

Mito 2:“Score Editor é um “mini-Sibelius”.Nem a Avid (ou mesmo a Digidesign)chama o Score Editor assim. Nova-mente, o Sibelius já tem uma versão“miniatura” voltada para o ensino demúsica em escolas dos ensinos funda-mental e médio. Chama-se “SibeliusStudent” (fig.2), que custa muito pou-co e é o verdadeiro “mini-Sibelius”.São poucos recursos, mas ainda assim mui-to útil para a maioria dos músicos. Nestelink (http://www.sibelius.com/products/sibelius/6/feature_comparison.html)pode-se ver uma tabela das diferençasentre Sibelius, Sibelius First e Sibe-lius Student.Então, o que dizer do Score Editordo Pro Tools? (fig.3)

A bem da verdade, não há muito oque dizer. O Pro Tools é um softwarede gravação/mixagem/masterização,padrão da indústria. Entre seus recur-sos de MIDI, além dos velhos conhe-cidos MIDI Editor (Piano Roll) eMIDI Event List, temos o ScoreEditor que é uma opção para se vi-sualizar e editar MIDI como notaçãomusical já formatada automatica-mente para impressão.Então, antes de listar as diferenças, éimportante entender este concei-to. O Sibelius é um programa exclu-sivo de editoração de partituras quetem um “bônus” de tocar um arquivode áudio, enquanto o Pro Tools é umprograma de áudio/MIDI com um

Para saber online

[email protected]

http://cristianomoura.com

“bônus”, de ter uma interface de edi-ção/impressão de partituras.Então qual a relação entre o ScoreEditor e o Sibelius afinal?

Como dito no início do artigo, o ProTools e o Sibelius são produtos da mes-ma empresa, e talvez isso tenha ajuda-do a confundir um pouco. Muitos jápressupõem que temos “algum tipo deSibelius embutido no Pro Tools”.A realidade é que a única relação entreeles é que o Score Editor tem sido de-senvolvido em cima da arquitetura doSibelius. Sua maneira de visualizar,editar, copiar, imprimir e escrever mú-sica é similar. Inclusive é isto que faci-lita o envio de partituras do Pro Toolsdiretamente para o Sibelius sem ne-nhuma perda de configuração.Traçando uma simples analogia: diga-mos que um carro é desenvolvido uti-lizando muitas tecnologias que aNASA usa em sua nave espacial. Seriacorreto afirmar que o tal carro é umtipo de nave espacial da NASA? Soameio exagerado em minha opinião.Então, seguiremos em frente com esteassunto na próxima edição.Abraços.

Figura 2

Score Editor Pro Tools no Sibelius

Page 96: Revista Backstage - Edição 210

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utro tópico também muito abordadoé a discussão sobre o avanço das

tecnologias digitais. Um tópico derivadodeste último é o “boom” dos home studios. Eoutro derivado desse é o retrocesso nomercado dos grandes estúdios, que se tor-nam a cada dia mais distantes da viabili-dade de uma produção de pequeno porte.Sempre se especulou muito sobre estestópicos e onde eles desaguariam. Os oti-mistas irão dizer: é a democratização damúsica! Agora todo mundo pode gravarmúsica de graça em casa no seu computa-dor pessoal, disponibilizá-la na internet,também de graça, e as pessoas poderãoouvir de graça. Os pessimistas irão dizer:é a falência da indústria da música, poisse ninguém paga para consumir, com querecursos as pessoas irão produzir?Bem, mais de dez anos se passaram desdeque estas perguntas foram feitas e o queaconteceu? O fato é que nunca houve

O

Estúdiodo seu

Ricardo Mendes é produtor,

professor e autor de ‘Guitarra:

harmonia, técnica e improvisação’

O tamanho

Nos últimos tempos

tem se discutido

muito e

repetitivamente

sobre alguns

tópicos do mercado

fonográfico.

Provavelmente o

tópico mais

abordado é a

questão da venda

de CDs, a venda de

downloads, de

como isso mudou a

indústria etc.

tanta música no mundo. Isso mostraque a música cresceu. Mais pessoas fa-zem música e mais pessoas es-cutam música. Maravilha,então? Não. Esta extrema oferta,inclusive em sua maior parte ‘de gra-ça’, inundou a sociedade cultural de infor-mação de modo que se torna cada vez maisdifícil ser notado no meio desta multidãode astros anônimos. Mesmo que um tra-balho seja artisticamente muito superior(com toda a carga de subjetividade queesta afirmação pode conter) à maioria dosoutros, ainda assim é muito difícil se fazernotar em literalmente milhões de uploads

de música diários.Neste limbo em que se tornou a indústriafonográfica, nós, seres primitivos quehabitamos umas cavernas barulhentas,também conhecidas como estúdios, dan-çamos e bailamos junto conforme estasindagações, pois se mudou a maneira da

Page 97: Revista Backstage - Edição 210

97

sociedade se relacionar com o fonogra-ma (música gravada), seria razoável sepreocupar com uma mudança no relaci-onamento dos artistas que fazem músi-cas com as pessoas que as gravam.As primeiras previsões “progressistas”eram de que os estúdios fechariam etodas as pessoas passariam a gravar emcasa. Seria algo como uma revoluçãosocialista da música patrocinada comtecnologia capitalista. Já as primeirasprevisões “conservadoras” eram deque os grandes estúdios jamais seriamsuplantados em qualidade (no resulta-do final de um fonograma) de modo

que eles durariam para sempre e oshome studios serviriam para gravar de-mos ou no máximo uma pré-produção.Dez anos depois as duas previsões semostraram erradas. Muitos estúdiosgrandes estão fechados. É verdade quealguns ainda sobrevivem, mas é ine-gável o fato de que vários já encerra-ram suas atividades tanto no Brasilquanto no exterior. Por outro lado hámuita música com alta qualidade téc-nica sendo produzida, mas com certe-za não é no PCzinho, com uma pla-quinha de som e um microfone bara-tinho. Então, onde se estão gravandoessas músicas?Este é o motivo de eu estar escreven-

do esta coluna. Nunca pensei sobreisso, mas intuitivamente eu cons-

truí um estúdio de médio porte.Um estúdio que não custa mi-lhões de reais para ser cons-truído e equipado e que não teráde cobrar algumas centenas dereais a hora para que se pague um

investimento tão alto.

Page 98: Revista Backstage - Edição 210

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Para saber mais

[email protected]

E também não é um cubículo onde nãohaja o menor conforto ou ambiente pro-fissional e equipamentos dignos de umkaraokê de quiosque de beira da praia.Para mim o ponto chave para um estúdiose tornar bem sucedido nos dias de hoje,e provavelmente por um bom tempoainda, é o equilíbrio entre as necessida-des e o orçamento do cliente. É claro quese orçamento não fosse problema, grava-ríamos todos no Abbey Road, em Lon-dres; no Black Bird, em Nashville; ou noMosh de São Paulo, mas só para ter umanoção, uma diária (12 horas) no AbbeyRoad custa algo em torno de R$ 6 mil(você pagaria ou teria clientes dispostosa pagar R$ 500 por hora em um estúdio?)Por outro lado, se equipamento não fi-zesse diferença, por que estes estúdio in-vestiriam na compra ou manutençãodestes equipamentos? Só por status?Não acredito. Era só comprar um com-putador, uma interface com um montede inputs com prés, uma maleta de mi-crofones e vamos embora.Para mim o que define o tamanho de umestúdio é uma combinação sutil doequipamento com as instalações. Hoje éperfeitamente possível se montar umestúdio de médio porte no espaço deuma casa ou até de um apartamento.Para mim o ponto de partida é o número

de inputs. Não dá para se falar de médioporte com menos de 16 inputs. Por que?Este é um número mínimo para que sepossa gravar a base de uma banda. Umabateria irá normalmente usar de 8 a 13canais. No entanto, é necessário quehaja ainda mais alguns canais para quesejam gravados junto com a bateria al-guns outros instrumento que servirãocomo orientação para o baterista, comoo baixo, uma guitarra, violão, teclado euma voz guia.A primeira coisa que você tem que pla-nejar é o número de inputs. Você podeaté começar com menos de 16, mas sevocê chegar a um estúdio de médio porte,logo terá que alcançar esse número mí-nimo de inputs. É claro que não é somen-te o número de inputs que define o portede um estúdio. Para mim, um estúdiocom 16 inputs com conversores e pré-amplificadores topo de linha é um estú-dio muito “maior” do que um estúdiocom uma placa de som barata e com pré-amplificadores “da promoção” xing-ling.No mês que vem começaremos a abor-dar sugestões de como se montar um es-túdio de médio porte.”

“A primeira

coisa que você

tem que planejar

é o número

de inputs.

Você pode

até começar com

menos de 16, mas se

você chegar a

um estúdio

de médio porte,

logo terá que

alcançar esse

número mínimo

de inputs

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Agendade showsAgendade shows

aindo do mainstream, a cartela deshows underground também faz

qualquer um ficar aflito com tamanhaquantidade e diversidade de opções e es-

tilos musicais disponíveis. Para exem-plificar uma noite de concerto em Por-

tugal escolhemos um show específico,por ser pequeno, intimista e porque, à

parte os efeitos especiais e super pro-duções, são os músicos verdadeiros e

desprovidos da parafernália de equipa-mentos os que dão o show

S real. Optamos, por razões óbvias dofoco desta coluna (risos), analisar o

show do Tony Levin Stickmen Trio.Esta é a terceira vez que Portugal traz

Tony Levin em dois anos. Tive o prazerde receber convites para dois destes três

shows. Nestes dois concertos Tonytrouxe a formação original do Stickmen

ao país (com Pat Mastelotto do KingCrimson, XTC, KTU e Alan Holds-

worth na bateria e

Jorge Pescara é baixista, artista da

Jazz Station e autor do ‘Dicionário

brasileiro de contrabaixo elétrico’

De Rock’n Rio Lisboa

à Nova Era Beach

Party, passando pelos

festivais das

companhias de

telefonia Sudoeste

TMN, Optimus Alive,

Vodafone Mexefest,

aos festivais temáticos

e festivais de jazz

além dos festivais das

cervejarias, Portugal,

por estar à beira da

Europa, tem

facilitada a

entrada de shows

do primeiro

mundo o ano

inteiro. De

Madona à Helmet,

passando por U2,

Peter Gabriel,

Bjork, Simple

Minds e Peter

Frampton até

jazzistas da antiga e

das novas gerações.

Conversa no backstage Tony & Pescara

Page 101: Revista Backstage - Edição 210

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Michael Bernier no Chap-

man Stick), fato que já nãoocorreu quando o Stick-

men esteve na AméricaLatina no meio de 2011

tendo o alemão MarkusReuter no touchguitar.

O set l i s t dos doisshows variou leve-

mente, mas sem dei-xar de lado as músi-

cas mais conhecidas.No primeiro show, atuaram como

abertura do Porcupine Tree, no TeatroAlmada, fazendo uma espécie de pré-

lançamento do material novo. Porém,pouco tempo depois voltaram para

atuar no Music Box, bem próximo docentro de Lisboa e onde eu residi.

Levin fez uma verdadeira viagematravés do virtuosismo no Stick.

Para quem ainda não conhece, TonyLevin é um dos maiores baixistas da

história da música popular. Dono deuma sonoridade impressionante usan-

do dezenas de efeitos inconcebíveis,ou mesmo com o Chapman Stick

(instrumento específico para a técni-ca de tapping), Tony é um mestre lite-

ralmente, com o electric uprigth,fretless, baixo de cordas de silicone, e

os baixos de quatro ou cinco cordas,chegando a desenvolver um baixo de

apenas três cordas, com a Music Mancomo sua patrocinadora. Aliás a Mu-

sic Man oferece um modelo TonyLevin para quem quiser conferir.

Tony Levin tocou e gravou com PeterGabriel (sendo músico da banda do

cantor desde que este saiu do Genesisem 1977), King Crimson (desde 1982),

YES (gravou dois discos, os únicos quenão contam com Chris Squire, além

do Reunion com to-

dos os membros juntos), Pink Floyd(gravou dois discos com a banda), Dire

Straits, Ivan Lins, James Taylor, PaulSimmons, Alice Cooper, além de mui-

tos outros. Vale lembrar que o site ofici-al de Tony Levin (www.papabear.com)

conta com mais de três milhões emeio de visitas!

Fato interessante é que o StickmenTrio esteve em plena tour mundial

para lançamento do CD Soup comoatesta o schedule no site do trio.

Vou destacar este segundo show, prin-cipalmente porque marca o lança-

mento oficial do novo CD. Começan-do pela Music Box, um pequeno, mas

aconchegante pub no centro de Lis-boa, construído por baixo da marquise

de um viaduto. Lá, cabem umas 200pessoas e, no dia do show, infelizmen-

Tony Levin

Stick Tony

Page 102: Revista Backstage - Edição 210

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te Portugal jogava sua sorte na Copa doMundo de futebol, assim o público não

lotava todo o pequeno espaço disponí-vel. Melhor para os sortudos que prefe-

rem boa música ao futebol desalentadorde hoje em dia! Assim, com os músicos

instalados num hotel próximo, pôde-se

ter a possibilidade de um bate-papomais informal. No centro do palco aper-

tado estava uma enorme traquitana ele-trônica montada junto às peças da bate-

ria DW de Pat, consistindo de três padseletrônicos, um ton eletrônico trigado,

uma pequena mesa de som, além das pe-

Stickmen Soup

Aproveitando a deixa do show comentarei

também o CD recém-lançado pelo trio. A

começar pela produção, o CD Soup, do

Stickmen Trio (Tony Levin / Stick, vocais;

Michael Bernier / Stick, vocais; Pat Maste-

lotto / bateria, pads eletrônicos, percussão)

foi gravado, mixado e masterizado em seis

meses. As gravações ocorreram nos home

studios de cada músico e as mixagens fica-

ram a cargo de Steven Wilson e Tony Lash, e

a masterização com Larry DeVivo.

O CD Soup vem encartado em uma embala-

gem de papel couchê, com textura encera-

da, porém quase nenhuma informação adi-

cional vem neste encarte. Com uma sonori-

dade crua e direta, o CD contém oito faixas

com um total de 56 minutos de gravação.

Abrindo com Soup, um divertido tema can-

tado por Tony Levin possui um groove mortal

funkeado de Tony nas cordas graves do

Stick e batidas rap, entremeadas por

interlúdios de pesado progrock de Bernier

com o Stick passando por pesados efeitos e

muita eletrônica de Pat.

A seguir vem Hands em três partes distintas.

A parte 1 lembra bem um cenário King

Crimsoniano, com texturas de harmonias exó-

ticas e melodias estranhas, onde Bernier sola

nas cordas agudas do Stick bem ao estilo

Robert Fripp. A parte 2 é cantada onde Tony

mostra mais uma vez sua faceta rocker, sen-

do que entre cada trecho cantado há

fraseados crimsonianos que se interligam à

primeira parte da música. A parte 3 lembra

algo ao estilo Dream Theater, Porcupine Tree

com Crimson. Os sons são fantásticos de

ambos os Sticks, com contrapontos por toda

a música e uma batera super pesada.

Inside the Red Pyramid vem recheada de

sons sintetizados extraídos da eletrônica de

Pat Mastelotto, somadas ao Stick de Bernier

tocado com arco de violino e um groove

mântrico com a marca registrada de Tony

Levin. Tony faz belas passagens melódicas

nas cordas graves do stick.

Fugue é um ponto particular, pois aqui, além

de uma levada toda intrincada de bateria e

melodias distorcidas oferecidas por Bernier, o

groove de Stick que Tony executa fará qual-

quer um estudar por muito tempo antes de ter

esta precisão e destreza no tapping. Um show

de virtuosismo em um tema bem elaborado!

Sasquatch é outra daquelas músicas que

juraríamos terem sido gravadas pelo Crimson

com participação de Jeff Beck. Apesar de

estar em 4/4 parece que é feita em compas-

so alterado, isto por causa da acentuação

deslocada na melodia. Mais uma vez, os cli-

mas prog estão presentes nas mudanças de

temáticas e timbres inusitados.

Scarlet Wheel é uma balada que lembra algo

do David Torn, com aqueles grooves de

pouquíssimas notas de Tony nos graves do

Stick e o vocal de Bernier, cuja voz me fez

lembrar (ao menos um pouco) o jeitão de

Roland Orzabal, do Tears For Fears, cantar. A

bateria de Pat nesta composição mescla tim-

bres ao modo de Bil Bruford no Yes mais re-

cente, com uma parcela de sinos e instrumen-

tos inusitados para um baterista. Levin faz um

pequeno solo na parte aguda do Stick com

reverse reverb bem ao final da música.

As quatro partes de Firebird Suite formam

15 minutos de total êxtase progressivo. Es-

tão presentes fades e swells de pedal de

volume, Sticks tocados com arco de violino,

texturas sonoras, contrapontos melódicos,

baterias climáticas e a parte 4 com a famosa

melodia de abertura dos shows do YES,

Firebird Suite Ballet de Igor Stravinsky… Um

primor de arranjo!

Fechando o CD, Relentless começa com

uma melodia clássica, mas logo entra em

cena um groove em contraponto com

distorção de ambos (Tony e Michael) nos

graves e uma batera marcante. Um inter-

lúdio com Sticks tocados com arco de violino

e tudo retoma somando os grooves intrin-

cados com solos de cada um.

Ao final, ficamos felizes por ouvir boa música,

que apesar de alguns pontos de semelhan-

ça aqui ou ali com outros trabalhos, traz a

renovação e a modernidade pela ins-

trumentação e por contar com músicos de

primeira linha.

Paz Profunda .:.

“Geralmente vemos

grupos neoprogs

serem mais

virtuosistas e

rápidos, porém

esquecendo-se de

‘tocar boa música’,

então aconselharia

ouvir e ver shows

do Stickmen (além

de outros

fantásticos grupos)

para ter referências

mais plausíveis de

como se juntar

todos estes

ingredientes e ter

resultados

Page 103: Revista Backstage - Edição 210

103

ças normais: caixa, bumbo, surdo,tom e pratos diversos. Do lado es-

querdo, dois amps para Michael(para quem não sabe, o Stick é um

instrumento estéreo, onde doisgrupos de cordas trabalham inde-

pendentes para amps e efeitos dis-tintos), sendo um Orange para os

graves e um Marshall para os agudose distorções, além dos efeitos que

estavam dispostos na se-guinte ordem: Line6 Pod

pro para os agudos e ZoomB21U mais um Boss RC20

Loopstation para os graves.Já na parte direita do palco,

Tony contava com doisamps, sendo um Ampeg

para os grooves gravescombo e um Marshall pa-

ra as melodias agudas edistorcidas e vários efeitos

(no primeiro show Tonyusou um par de amps e cai-

xas EBS): Digitech RP500, delayMemoryMan ElectroHarmonix,

Phase 90 MXR para as cordas agudase Distressor compressor, Flanger

Analog Man, pedal de volume Er-nie Ball, ARX active direct box

para os graves. O trio chama-seStickmen justamente por causa

dos instrumentos, dois ChapmanSticks e a bateria (lembrem-se que

baquetas em inglês são chamadassticks ou varetas).

O som ambiente para e entram emcena um a um, intensamente aplau-

didos, com Tony carregando uma câ-mera digital e fotografando toda a

plateia. Agradece a presença de to-dos com algumas palavras em portu-

guês e abre o show com Sasquatch,um apoteótico tema prog com muito

fraseado virtuose e paredes de dis-torções acolchoadas por grooves

fantásticos! Realmente, uma aulade como aliar técnica com senti-

mento em fusion deste tipo. Geral-mente vemos grupos neoprogs se-

rem mais virtuosistas e rápidos,porém esquecendo-se de ‘tocar

boa música’; então aconselhariaouvir e ver shows do Stickmen

(além de outros fantásticos gru-pos) para ter referências mais plau-

síveis de como se juntar todos estesingredientes e ter resultados.

Page 104: Revista Backstage - Edição 210

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Para saber online

[email protected]

http://jorgepescara.com.br

A sonoridade do Stick neste tipo de con-

junto fica mais exposta, em que é exigido‘mais e mais’ do músico. Tocar Stick real-

mente não é para qualquer um, pois deve-se criar independência total e coordena-

ção motora avançada entre as duas mãosno tapping. Além disso, músicos como

Tony Levin, Trey Gunn, Guillermo Cides,Greg Howard, Michael Berbier ou Jan

Laurenz, mostram que o tapping pode ser,sim, um complemento eficaz no groove-

substituto do baixo elétrico. Neste show,pude notar que temas conhecidos do

Crimson, originalmente gravados no bai-xo pelo próprio Tony, ganharam força extra

por conta do groove no Stick. Bernier,além de ótimo solista, também é um

grooveiro de primeira nos graves. PatMastelotto é um caso à parte, pois sendo

autodidata na bateria (semelhante aDenis Chambers) desenvolveu uma so-

noridade peculiar, tanto na forma de to-car, quanto na sonoridade, por usar muita

eletrônica aliada à bateria acústica. Talvezpor ser fã de Bill Bruford... o que conta é

que Mastelotto fez o chão tremer e emcada virada ou fill viam-se diversos bate-

ristas presentes na plateia arregalando osolhos de espanto pela técnica refinada!

Basicamente o show do Stickmen émontado com todos os temas que cons-

tam no CD Soup, somados a alguns clás-sicos do King Crimson (da era Levin, ou

seja, de 1982 para cá). Neste quesito nãose pode deixar de tocar Red ou Elephant

Talk, mas foram quase 15 minutos de‘Fugue part 1, 2, 3, 4’ em que o grupo re-

almente atingiu o ápice do espetáculo,quando o progressivo é totalmente es-

cancarado por causa do arranjo repletode mudança de fórmulas de compasso, ci-

“O trio Stickmen

proporcionou nada

menos do que duas

horas de show,

contando duas

músicas extensas no

bis, exatamente as

do King Crimson.

Tony agradeceu ao

público e partiram

os três para o

backstage para

autografarem os

CDs que estavam à

venda

tação temática de ‘Firebird Suite Ballet -

Igor Stravinsky’ (aquela mesma da aber-tura de todos os shows do YES) sutilezas

lá e cá por causa das incríveis dinâmicas etimbres que deixaram vários músicos an-

siosos por testar novos efeitos.O trio Stickmen proporcionou nada me-

nos do que duas horas de show, contandoduas músicas extensas no bis, exatamente

as do King Crimson. Tony agradeceu aopúblico e partiram os três para o backstage

para autografarem os CDs que estavam àvenda, com muito bate papo, fotos, bom

humor e um café expresso para TonyLevin (hmmm, não me diga que você não

sabia que Tony Levin é adorador de café?).Simpaticamente, Tony contou sobre os

projetos atuais (que incluem workshowscom o Stickmen e com um super trio que

ele formou ao lado do baterista AlanWhite (Yes) e David Torn, na guitarra.

PS: Esqueci de mencionar que assistir ao

show a apenas metro e meio de distância

não foi apenas um privilégio, foi impagável!

Fica aí o recado,

Abraços e até…Paz Profunda .:.

Bernier & Masteotto

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ocalizado em Laranjeiras e de propri-edade do Celso Junto, o estúdio tem

três salas: uma grande (com um excelen-te piano de cauda), uma para gravação debaixo acústico e outra para gravação debateria – todas com o tratamento acústi-co feito pelo próprio Celso. O técnico desom é o Alexandre Hang, e é uma parce-ria que já dura 25 anos.A discografia é invejável, temos nomescomo: Selma Reis, Eduardo Dusek, Clau-

dinho e Buchecha, Dominguinhos, Lula

L Queiroga, Sivuca, Tim Rescala, Nivaldo

Ornelas, Leandro Braga, David Ganc e

muitos outros. Vale conferir o site:www.drumstudio.com.brO Drum prima pela qualidade e musica-lidade, e virou uma referência aqui noRio de Janeiro para os músicos e artistasem geral. Alexandre é um técnico excep-cional em todos os sentidos, - tive a sortede participar de muitas gravações lá e umadas coisas que sempre falo para meus ami-gos é que com ele temos o soundcheck

Nessa edição,

termino a série

sobre gravação de

bateria em

estúdios aqui no

Rio de Janeiro

(pelo menos por

enquanto) e vou

falar sobre o

Estúdio Drum.

Gravaçãode bateriaGravação

E S T Ú D I O D R U M

Elcio Cáfaro é baterista e professor. Já

gravou com Chico Buarque, Ivan Lins e

outros, e toca com a cantora Roberta Sá

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mais rápido que eu já vi, é impressi-onante o domínio que ele tem doespaço e do equipamento. Gravarcom ele é uma tranquilidade, tudoflui muito fácil, até mesmo quandovocê pensa em refazer alguma par-te que você possa ter vacilado e vaina técnica para mostrar onde foi,Alexandre já está com o local mar-cado na trilha.Falei sobre o soundcheck que éapenas um detalhe, mas um deta-lhe cansativo, uma das coisas quemenos gosto de fazer, e com Ale-xandre isso passa rápido. Antes decomeçar a gravar ele vai na sala debateria e fica um pouco em frenteao instrumento só ouvindo o bate-rista tocar para sentir o som comoum todo. Mesmo tocando na mes-ma bateria, cada um que toca tiraum som próprio e pessoal, e é issoque Alexandre procura captar. Sóapós esse procedimento é que eleposiciona os microfones. A sala éretangular e a posição da bateria ésempre em diagonal. Na parede,

atrás, temos um difusor e no teto te-mos rebatedores de graves. Apesarde pequena ela é uma sala neutra, flate equilibrada (o tratamento acústicofoi muito bem feito), e, com a mi-crofonação correta e também efei-tos, se consegue chegar a inúmerassonoridades e tamanhos de sala.Vamos falar sobre o equipamento: osoftware é o Logic junto com umiMac e uma mesa Yamaha O2R. Eleusa um pré de 8 canais Focusrite nagrande maioria das grava-ções, eventualmente acres-centa mais dois canais para

ambiente passando por outro pré damarca Millenia.Microfones - no bumbo ele usa oclássico AKG D112 (diafragma lar-go), na caixa o Shure SM 57 e emalgumas situações o Sennheiser 421(um mic que foi bem popular), naesteira o mesmo que usar em cima.Falando sobre microfonar a esteiravou fazer um parêntese: Alexandresempre microfona, mas quase nuncausa realmente, ele tem o bônus de

Mesmo tocando na mesma bateria, cada um

tira um som próprio e pessoal, e é isso que Alexandre

procura captar. Só após esse procedimento é que ele

posiciona os microfones

A sala retangular faz com que a posição dabateria seja sempre em diagonal. MicrofoneAKG CK 91é responsável por 50% do som de

bateria captados no estúdio. A mesa usada noestúdio é uma Yamaha O2R

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ter uma sala com uma ótima acústica;então tendo essa concepção de pegaro som da bateria como um todo, comessa sala e com a microfonação correta,na hora do resultado final não há ne-cessidade nenhuma de se usar o somgravado da esteira, o som da caixa jávem completo sem ele. Um dos fatorespara isso acontecer é a captação do somda sala (ambiente), e para isso ele usa omic AKG CK91 que é a estrela maiordo estúdio, responsável por 50% dosom das baterias gravadas lá. Ele posi-ciona em geral um par na frente da ba-tera, um de cada lado na altura aproxi-madamente da base dos tons, em al-guns casos ele também os usa atrás dobaterista na altura dos ouvidos com re-sultados ótimos. Isso tudo depende dotipo de música e também do instru-mentista, é claro. Alexandre vai tes-tando até achar o lugar certo para eles(não esquecendo que, com a experiên-cia que ele tem, isso acontece rapida-mente). Muitas vezes nem há necessi-dade de usar o que foi gravado nos overs,ele levanta os CK91 na mesa e pronto, osom já está no ponto.

Continuando a falar sobre os mics –nos tons ele alterna entre os ShureSM57 ou Beta 57, em algumas situa-ções o Sennheiser 421 e em sonorida-des mais pop o TB441 (ele diz que essemic tem um som mais “pontudo”, maisisolado). No surdo, usa o 421 em 90%das vezes, em algumas situações tambémo TB441. Com os overs um par de MXL-2001, que às vezes também são usadoscomo ambiente. No hihat qualquer miccondensado que estiver disponível semnenhuma preferência específica. Paratrabalhar os agudos, a tarefa é bem maissimples e ele só toma o cuidado de colo-car o mic na distância certa para podercaptar todas as nuances e não só o somagudo simplesmente.Depois de tudo gravado muito dificil-mente Alexandre mexe nos timbres,ele só trabalha o equilíbrio dos volu-mes, alguma parte que precise de umreverb maior, uma automação aqui e ali,até porque é normal o arranjo sofrer al-gumas mudanças depois das bases esta-rem gravadas. As mudanças são mesmoem nível de equilíbrio no todo. Há situa-ções em que é necessário corrigir algum

Difusor

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Para saber online

http://www.myspace.com/elciocafaro

som mais exagerado que tenha aconteci-do num prato ou numa caixa, mas só emsituações extremas é que usa compressor(coisa que ele não gosta nem um pouco,só quando não há outro jeito).Eu tentei passar aqui um pouco da ex-periência de um excelente profissionalde gravação. Tivemos uma ótima con-versa no estúdio, muito enriquecedora,porque na maioria das vezes a gentesimplesmente vai lá, monta a bateria,grava e vai embora. Só ouvimos o resul-tado quando sai o CD sem sabermos di-reito como aquilo ficou tão bom. Inde-pendente do equipamento, do trata-mento acústico e de todo o resto, o fatormais importante que Alexandre fezquestão de frisar é realmente o fator hu-mano, depois disso é só colocar o mi-crofone no lugar certo. Um resumotambém de uma característica dele étentar perder o mínimo de tempo namontagem e preparação para poder sededicar mais à audição e entendimentodo que vai ser gravado e efetivamentecomeçar o trabalho.Para mim foi muito gratificante fazeressa série de colunas sobre gravação

de bateria, pois tive o prazer de con-versar com pessoas de muita compe-tência e com concepções distintassobre como tirar o melhor som dessenosso instrumento. O que eu percebimais em comum com eles foi o fatode se conseguir o som como um todo,cada um no seu universo e conse-guindo esse resultado do seu jeito emparticular e com uma assinatura es-pecial. Parabéns à música por termospessoas desse nível responsáveis pordeixar nossas vidas com uma trilhasonora de qualidade.Obrigado a todos e até a próxima.

Rebatedor de grave

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110 revoluções

úsica e computador não quer di-zer, necessariamente, música ele-

trônica. O computador é o estúdio degravação, é o instrumento musical detodo tipo de música. É a partitura e ocaderno de música. É a sala de música decada um de nossos ouvintes e também éa nossa própria emissora de rádio e TV.A internet aposentou as nossas cole-ções de CDs.A música e o computador estão associa-dos na gravação e na edição do áudio, nacriação e na produção de música, com osequenciador MIDI, e nos instrumentosmusicais virtuais e eletrônicos de modogeral. Música e PCs se encontram aindanas mesas digitais, na automação de ins-trumentos musicais e equipamentos deáudio e, claro, na música eletrônica, emalguns gêneros musicais que dependemda criação ou realização artística atravésdo computador.Desde o século XIX, quando se começoua pensar numa máquina de analisar, já se

M vinha tentando fazer barulho com ela.Na verdade, instrumentos musicais au-tomáticos (mecânicos),como o órgãohidráulico que usava água para regular apressão do ar, datam de antes de Cristo.Depois, vieram as caixinhas de música,o realejo e as pianolas automáticas compiano-roll, que era um rolo de papelperfurado parecido com as telas dos se-quenciadores MIDI de hoje, só que mo-vidas à corda. A ideia de pôr as máqui-nas para tocar sozinhas é quase tão anti-ga quanto a própria música.Através de todo o século XX, durante odesenvolvimento dos computadores,houve muitas iniciativas para se produzirmúsica através dessas estranhas (naquelaépoca, estranhíssimas)máquinas. Em1958, Max Mathews, da Bell Labs, desen-volveu o MUSIC4, primeiro programacomercial de síntese de sons. Daí para afrente foram aparecendo programas parasequenciar melodias e escrever partituras.Os sintetizadores foram evoluindo lado

Sergio Izecksohn, músico, é dire-

tor e coordenador pedagógico da

escola de produção musical Home

Studio. www.homestudio.com.br

Nossos estúdios se

tornaram

totalmente

dependentes dos

computadores.

Pode-se dizer que,

agora, o

computador é o

estúdio. Mas o uso

dessas máquinas

para a produção de

música vem de

muito tempo. As

etapas desta

revolução vieram se

sucedendo num

ritmo vertiginoso,

especialmente nos

últimos trinta anos.

Música eMúsica ecomputadores,

por minutorevoluções

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111

a lado com os computadores. Uns eoutros eram monstrengos enormesmontados por nerds pioneiros. Nosanos 60, surge o Moog, primeirosintetizador realmente comercial,do tamanho de um pequeno guar-da-roupa de duas portas. Na déca-da de 1970, brilha o sintetizadorportátil Minimoog e, no final, ossintetizadores polifônicos e as ba-terias eletrônicas.

MIDI, UM DIVISORDE ÁGUASEsta súbita fama dos teclados ele-trônicos e o advento dos micro-computadores pessoais, como oApple II, em 1978, levaram ao gran-de salto nesta história. Com atecnologia digital alcançando ossintetizadores, surge em 1983 a Mu-sical Instrument Digital Interface,ou simplesmente MIDI.A partir daí, todos os sintetiza-dores, samplers, baterias e outrosinstrumentos eletrônicos de todasas marcas passaram a se comunicarentre si e com os computadores,integrando um eficiente sistemade produção, que podia ser comer-cial ou caseiro.Nos anos 1980, computadores como oApple II e o Commodore 64 já usavamplacas MIDI e programas sequen-ciadores. O áudio era todo gravado emfitas analógicas, mas os instrumentosMIDI entravam na mixagem tocadosao vivo pelo sequenciador.Com o sequenciador MIDI e o sam-pler, com suas novas técnicas deloops e amostragem digital dos

sons, desenvolveu-se a música Techno

e suas ramificações, mais europeias easiáticas, e a nova música negra nor-te-americana, como o rap, o hip-hop e o próprio rhythm and blues, quese renovou ali.

A música de cinema e a criação detrilhas sonoras para TV e publici-dade se aproveitaram da sincroni-zação entre som e imagem, tam-

bém muito facilitada pelos progra-mas que usam MIDI. Programar as ba-terias e outros instrumentos sequen-ciando samplers se tornou uma práti-ca natural no trabalho dos arranja-dores de todos os gêneros.

Editar as partituras no computadorfoi outra prática que surgiu nosanos 1980, um ponto final na tradi-cional profissão de copista, substi-

A ideia de pôr as máquinas para

tocar sozinhas é quase tão antiga quanto a

própria música

““

Piano Roll Músicas sequenciadas em piano-roll Moog

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tuído depois pelasimpressoras a jatode tinta. Nessa épo-ca, aparece o “CD-ROM” com os recur-sos de multimídia.No meio da década de 1980 chegam no-vos computadores, como Apple Macin-tosh, Atari ST e Commodore Amiga, quejá usam janelas e mouse, viabilizando pro-gramas que já continham toda a essênciados recursos que usamos hoje. Nascem asprimeiras versões do Cubase, do Finale,do Logic e do Pro Tools. Logo adiante, osIBM-PC e seus clones receberiam as pri-meiras versões do Cakewalk, ainda rodan-do em MS-DOS, sem janelas.

ENFIM, O ÁUDIOEsses programas eram editores de parti-turas ou sequenciadores MIDI para aprodução de arranjos com teclados eracks eletrônicos. A gravação de áudiomultipista (com vários canais simultâ-neos) em disco rígido através dos pro-gramas de computador só começou a serlevada a sério pelo mercado na viradapara os anos 1990.Os pioneiros foram o computador Macin-tosh e o programa Pro Tools, depois segui-

do por Logic e Cubase.No início, o sistema funcionava compouquíssimos recursos e canais de áudio.O primeiro álbum gravado em computa-dor só foi lançado em 1997. A produçãode gravadores de fita analógica de rolo seencerrou em 1999.Nos PCs, a gravação de áudio se populari-zou a partir do Windows 95, com a migra-ção do Cubase, do Logic e do Pro Tools e atransmutação do sequenciador MIDICakewalk Professional for Windows nogravador de som multipista Cakewalk ProAudio, hoje chamado Sonar.Nesta fase, os programas permitiam gra-var várias pistas de áudio, mas os discosrígidos e os processadores não tinhamvelocidade suficiente para trabalharcom muitas pistas e plug-ins ao mesmotempo. Era comum a mixagem dessaspistas ser feita fora do computador, namesa de som, com os efeitos e os instru-mentos MIDI em racks. O sinal entravae saía por muitos canais através deinterfaces de áudio.Plug-ins para processar o áudio. Nofinal da década de 1990, os plug-ins de”

“Com o MIDI e o

sampler,

desenvolvem-se o

techno, o rap, o

hip-hop e o

próprio rhythm

and blues, que se

renovou ali

Logic em 1989

Atari ST com MIDI onboard

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efeitos sonoros encontraram com-putadores com velocidade suficientepara rodar uma boa quantidade delesao mesmo tempo. Foi a senha para apopularização das mixagens virtuais.Dezenas de canais de áudio podemser mixados com ótimos efeitos,compressores, equalizadores para-métricos, auto-afinação de vozes,redutores de ruídos, modeladores deimagem estéreo ou surround.Internet - outro surto, e de todos omais literalmente revolucionário,que ocorreu no período foi o adven-to do áudio “líquido”, representadopelos arquivos de áudio comprimi-dos, como o mp3, o WMA e o OGG.A prática de baixar arquivos musicaisda internet passou a ser uma das ativi-dades mais comuns (e polêmicas) darede. A consequência de tanta avidezpor música, aliada à inabilidade da in-dústria em lidar com mudanças tãoprofundas, fez gerar uma nova e pode-rosa ferramenta tecnológica: o P2P(peer to peer), ou o ato de trocar ar-quivos na internet.Um minuto do arquivo WAV em“qualidade CD” ocupa cerca de10MB. Naquele tempo,banda largaera uma novidade ou uma promes-sa. O mp3, muito menor, tornou ainternet musical de um instantepara o outro. E foi proibido!Essa troca de arquivos musicais vi-rou prática diária de muita gente,hábito demonizado por uma cam-panha de mídia nunca vista, pro-movida pela indústria fonográfica,que dava sinais de exaustão. De re-pente, todo mundo virou “pirata”.No vácuo deixado pela indústriafonográfica, surge o Napster, criadopor um rapaz de 19 anos, e o mundoaprende a trocar músicas. Às grava-doras, só restou chamar a polícia.Em 2000, enquanto as novas em-presas eletrônicas da bolsa Nasdaqforam falindo em série como do-minó no famoso estouro da “bo-lha” da internet, o Napster, respei-tando a cultura de gratuidade da

Sem conseguir vencê-lo na justiça, a

indústria comprou o Napster e o destruiu. Mas

as pessoas aprenderam a trocar músicas.

comunidade internauta, cresceu atéaterrorizar a grande indústria fono-gráfica. Estraçalhado por ações judici-ais de gravadoras e artistas comoMadonna e a banda Metallica, foivendido para a Roxio e praticamentedestruído ao virar um serviço pago.Depois, milhões e milhões de usu-ários se espalharam por centenasde ferramentas sucessoras, como oAudiogalaxy, o Kazaa, o Emule ouo RapidShare. Todo mundo passoua baixar música. E as gravadoras,ainda tentando inibir a prática emvez de torná-la lucrativa, nunca

mais se encontraram com o merca-do. Não ia dar mesmo para prendertodas as pessoas.Só muito depois, a Apple conse-guiu passar a vender música onlinepara um nicho do mercado atravésda loja iTunes. Isto foi à custa de

muita negociação com artistas eempresas e aproveitando o formi-dável bloqueio norte-americanoaos sites de compartilhamento,além de um enorme esforço demarketing. Mas, para a maioria, ohábito de pagar pela música onlinejá não fazia mais sentido. O timing

fora perdido, talvez para sempre.Hoje, ouvimos a música direta-mente da internet, sem necessida-de de armazenar arquivos em nos-sas máquinas. Cantarole uma me-lodia em seu celular e, em instan-tes, ele estará tocando o mp3 com a

versão original da canção, direta-mente de algum lugar da rede. Vá-rios aplicativos fazem isso.

INSTRUMENTOS VIRTUAISCom o novo milênio, as expres-sões artísticas eletrônicas, especi-

Melodyne

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Para saber online

www.homestudio.com.br

”“Podemos produzir

com um tablet, mas

um desktop é

muito mais

poderoso

almente os loops percussivos e os tim-bres sampleados, contagiaram quase to-dos os gêneros de música.A primeira década do novo século vêuma explosão de estilos, DJs e produto-res de música eletrônica realizandoeventos com milhares de pessoas.Agora, samplers, sintetizadores e bate-rias também tinham se tornado progra-mas de computador. Em pouco tempo,os racks e teclados foram sumindo dosestúdios que, no entanto, passaram acontar com muito mais instrumentos,sonoridades e recursos.As bibliotecas de sons para samplers setornaram muito populares. Surgem no-vas técnicas de edição de áudio, como oáudio elástico e os corretores de afinaçãoAuto Tune e Melodyne. E os computa-dores se tornaram portáteis, com suasplacas de áudio e MIDI com conectoresFire Wire ou USB para os notebooks.Uma penca de penduricalhos como osHDs externos, a interface de som, umcontrolador, um microfone, um par demonitores e outro de fones, mais algunscabos, as fontes de energia, o mouse euma chave USB (iLock) para ativar oprograma (Pro Tools, Cubase e outros),pode se chamar um sistema portátil?

Os tablets como o iPad são a sensa-ção do momento, como os smart-phones. É claro que podemos pro-duzir com eles, como, aliás, tam-bém já se produziu muito em fitacassete. Os computadores de mesacontinuam a ser mais baratos, po-derosos e rápidos, mantendo todaa sua versatilidade. Só não são de-corativos ou portáteis.Hoje - A nova década encontra oambiente mais estável. Em 2012,os programas estão mais amadu-recidos e os computadores, maisduráveis. Com as CPUs de múlti-plos núcleos, como o Core i7 e oCore i5 da Intel, o processamentode efeitos e instrumentos se tornoumais seguro e eficiente no Mac e noWindows. A tendência de sistemasabertos, com peças e software de di-versos fabricantes, veio para ficar.

A sonoridade da maioria das gravaçõesmelhorou muito. As músicas, nem tan-to. As pessoas estão mais informadas.Infelizmente, ainda não é tudo. A fron-teira atual é a da educação, do conheci-mento. Teremos uma nova revoluçãono campo do ensino à distância? Ouisso vai robotizar ainda mais as mentesdas pessoas? A história anda para a fren-te. E compartilhar informação já temsido um grande passo.Com tantos recursos para a produçãomusical à disposição de todos e tantainformação artística e técnica circulan-do como nunca, os criadores ainda estãodevendo ao público uma nova músicacom mais densidade.

Instrumentos virtuais

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Luiz Urjais

[email protected]

Fotos: Divulgação

e acordo com o coordenador de pro-gramação da rádio, Marcelo Brissac,

o estúdio existe desde a década de 1950 efoi fundado pelo comunicador RoquettePinto, para atender às necessidades daOrquestra Sinfônica Nacional da RádioMEC (agora, Orquestra Sinfônica Naci-onal da Universidade Federal Flumi-nense). “A orquestra saiu da rádio por-que o veículo ‘rádio’ foi mudando, des-de o surgimento da TV. Dos anos 1970

D

dentro do estúdioUMA ORQUESTRA

Considerada a maior sala de gravação da América

Latina, o estúdio Sinfônico Maestro Alceo Bocchino,

localizado na sede da Rádio Mec, no Centro do Rio de

Janeiro, mostra porque ainda é tido como o maior

estúdio ativo do país. Em termos de estrutura, a sala

possui uma área de 137 metros quadrados e um amplo

pé direito - que possibilita o registro de mini orquestras.

Apesar de inicialmente o local ter sido construído para

atender apenas ao gênero clássico, o espaço já foi

palco de diversos outros estilos musicais, dentre eles o

jazz, samba, bossa-nova e choro.

Page 119: Revista Backstage - Edição 210

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para cá, o gênero clássico entrou em declínio no mundo.Atribuo isso à chegada das novas mídias. Dos LPs aosmp3s”, opina Brissac. O custo e a questão funcional para semanter uma orquestra tornaram-se elevados. Afinal, tra-ta-se de cerca de 70 músicos, sem falar de funcionários queatendem a outros departamentos.Segundo Brissac, compunha a orquestra um quinteto desopros, um quarteto de cordas e um regional. O forte, toda-via, era o gênero clássico que, em sua opinião, começou aficar de lado, com o agravante da ‘indústria do jabaculê’.“As gravadoras mascararam números e impuseram padrõespara a música pop mundial. Elas investiam pesado em gru-pos de quatro/cinco componentes, apontando-os como oseleitos’, numa fase muito crítica do globo. O mundo passa-va por modificações de ideais e costumes. Lutava-se contrao mainstream”, diz. Neste viés, a música clássica começou aser tachada, erroneamente, de elitista e burguesa, fechadana academia, sob a tutela de uma linguagem hermética epessoal do próprio compositor.

O ESTÚDIOCom capacidade para cerca de 80 pessoas, o Estúdio Sinfôni-co da rádio possui plataforma de gravação Pro Tools HD 192,uma mesa Sony analógica de 56 canais CAF 3000; duas cai-xas Yamaha NS10 e duas Roland ativo nos monitores; um

Braço usado para posicionar os microfones é raridade nos estúdios de hoje em dia

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Avalon VT737ST no pré-amplificador; seis Neumann 187;oito Bayer MC 740; 16 AKG 414; 16Sennheiser MD421, 16 SennheiserMD441, 10 Sennheiser MD46; doisBayer CK; quatro Shure SM58 nosmicrofones; um piano Böesendorfermeia cauda, um piano Petrof de caudainteira e uma bateria Tama.

Ao se referir ao console analógico daSony, o técnico de gravação da rádio,Marcelo Hoffer, diz preferir a utilizaçãode equipamentos ‘vintage’, o que, se-gundo ele, de uma maneira geral, for-nece uma sonoridade mais transpa-rente. “Com o digital você tem núme-ros para serem reajustados. No analó-gico, por outro lado, você ‘’puxa’ oharmônico perdido no playing. Aínão se trata de algarismos a seremreconfigurados. Para mim, nadasubstitui o som valvulado”, avaliao sonoplasta que trabalha há cerca

de 30 anos na área. “Apesar de ter-mos encomendado novos equipamen-tos para o estúdio, fiz questão de mantera Sony. Antes, usávamos uma Digi-design controladora de Pro Tools”,completa Hoffer, que está no mercadoda música clássica há 10 anos e aindahoje se lembra da primeira vez que viu oEstúdio Sinfônico da rádio. “Antes eutrabalhava com música pop, MPB, rock.Quando me deparei com o tamanho da-

Avalon VT737ST no pré-amplificador

Mesa Sony analógica de 56 canais CAF 3000

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quela sala, a primeira dúvida foi:‘Quantos microfones precisareiusar aqui?”’, recorda-se.

CONSELHOS PATERNOSCom a experiência e conselhos dopai, que trabalhou anos na Poly-gram, ele aprendeu a ter cautela nautilização dos equipamentos. “Asala tem um amplo pé-direito e étoda revestida em madeira de car-valho, com uma acústica bem en-corpada. Dependendo do instru-mento que estiver lá dentro, é ne-cessária a utilização de técnicas demicrofonação, dentre elas, a esco-lha de microfones dinâmicos ao in-vés de condensadores”, revela.Hoffer gravou a maioria dos álbunsproduzidos pelo selo Rádio MEC erevela que sempre teve a alta rever-beração do local como obstáculoem seu trabalho, principalmentepara atuar com gêneros populares.

“É raro trabalhar com a música po-pular, tanto que o estúdio é consi-derado a maior sala de gravação demúsica erudita da América Latina.

O espaço foi construído para isso.Tem uma ressonância diferente. Sócom microfones over já se obtém umbom som. A acústica é natural, nãonecessita de plug-ins. Tem profundi-dade”, afirma o técnico que já gravouna rádio, dentre outros, oscantores Jorge Vercillo eIvete Sangalo.Segundo Hoffer uma dassituações mais inusitadasfoi a gravação de um gru-

po de pagode para o selo da rádio.Ele diz que a reverberação dos ins-trumentos era tão grande que foi‘obrigado’ a fazer casinhas com pa-

nos em torno deles. “Este gênero,como todo popular, pede um sommais ‘seco’. Usei microfones dinâ-micos para violões, cavacos e aspercussões. Todos separados porum pano, com pedestal. Dali em

diante, percebi que quanto maismicrofones dentro da sala, pior.Capta-se muita informação, em-bolando a sonoridade final. A so-lução foi colocar um microfonestereo para cada naipe”, comenta.Dentre os artistas gravados porHoffer, estão o ‘Projeto Acarica-merata’; a ‘’Orquestra de Sopros daProArte’; o ‘’Quarteto RadamésGnattali’ e a ‘’UfrJazz Ensemble -Paisagens do Rio’.Aos interessados em conhecer oEstúdio Sinfônico da Rádio MEC,toda sexta-feira, a partir das 17h, oprograma Sala de Concerto, trans-mitido pela MEC FM, abre suasportas ao público, recebendo duos,trios ou quartetos para apresenta-ções com plateia gratuita.

Dependendo do instrumento que estiver lá

dentro, é necessária a utilização de técnicas de

microfonação, dentre elas, a escolha de microfones

dinâmicos ao invés de condensadores

Além da mesa analógia, o Estúdio Sinfônico possui plataforma de gravação Pro Tools HD 192

Piano de cauda fica dentro do estúdio

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Crowdfu Crowdfu

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ndingndingEntenda como funciona o

modelo de financiamento

colaborativo que não para de

crescer no Brasil.

Victor Bello

[email protected]

Fotos: Divulgação

Crowdfunding, ou financiamen-to colaborativo, em pouco tempo

passou de tendência para realidade nocenário da internet e na gestão de ar-recadação para financiar projetos di-versos no Brasil e no mundo. O siste-ma vem transformando diariamente amaneira como artistas e músicos se re-lacionam com o público e vem obten-do vários exemplos bem sucedidos detrabalhos financiados. Tendo sua es-sência ligada ao espírito colaborativo

O

da internet, e com origem no crowd-sourcing, que são iniciativas de cola-boração e compartilhamento de ideiase projetos unidos com o objetivo derealizar um trabalho, o Crowdfundingune interessados em financiar osidealizadores e executores na realiza-ção de uma iniciativa. Seu funciona-mento consiste em uma ou mais pes-soas montarem um projeto que é ca-dastrado em uma das diversas plata-formas que hoje o mercado onlinedispõe e o site retém uma pequena

porcentagem do orçamento total doprojeto depois de finalizado, comotaxa de administração.Essas plataformas são responsáveispor intermediar o financiamento dosinteressados, abastecendo com infor-mações de metas e valores necessári-os para o empreendimento (em al-guns casos, o próprio organizador criaseu próprio sistema de arrecadação,mas ainda são raros).Após a divulgação do projeto, as pes-soas podem optar por apoiar com

qualquer valor a partir do limite mí-nimo estabelecido pela plataforma,por exemplo, R$ 10, até quase o valordo projeto todo. Em troca, essas pes-soas recebem recompensas por terajudado a financiar o projeto, geral-mente, coisas relacionadas ao traba-lho do idealizador. As recompensas,por exemplo, vão desde um CD auto-grafado, assistir a um ensaio, ganharingressos para shows ou até mesmo

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acompanhar um dia de gravação do ar-tista, claro, dependendo do valor dacontribuição. A ascensão do modelonão para de ganhar força nas redes soci-ais, dando ainda mais visibilidade paraas mobilizações de artistas e produtoresem seus projetos.

COMO E POR QUE USAR?Para Bruno Beauchamps, sócio-diretordo SIBITE, o Crowdfunding é um novomodelo de pensamento em negócios deconteúdo e entretenimento. “Com o fi-nanciamento de projetos por meio deinvestimento coletivo, gera-se um buzz,uma divulgação prévia, que acontece

antes do projeto efetivamente sair dopapel. Além disso, esse novo modelo, oumelhor, esse novo movimento de união

Os tipos de Crowfunding

Os portais para fomento e financiamento deprojetos culturais através do modelo de ne-gócio conhecido como Crowdfunding surgi-ram buscando fazer o meio de campo entreidealizadores e seus financiadores em poten-cial. O projeto é cadastrado e aprovado pelaplataforma e a partir daí qualquer pessoapode acessá-lo e doar a quantia de sua pre-ferência e acompanhar a evolução do projetoaté sua finalização. No mercado existem por-tais com maneiras distintas de atuação:Sistema de Recompensas: Esse é o métodomais utilizado nos portais de Crowdfundingno Brasil. Nele, o financiador recebe recom-pensas segundo a quantia que doou. As re-compensas vão desde ganhar uma foto auto-grafada a conhecer o artista pessoalmente.Vaquinha: Também conhecido como “pas-sar o chapéu”, no mundo virtual consiste empedir a colaboração de um grupo de pessoaspela simples boa vontade de contribuir. Esse

método é mais utilizado quando a causa temum apelo emocional ou social, como porexemplo, ações de filantropia e de ajuda aosnecessitados, ou seja, uma doação.Reembolso: Essa modalidade que vemcrescendo principalmente na área de showsconsiste em dividir com uma fatia do público ovalor necessário para a produção de umevento, garantindo assim a sua realização epodendo reembolsar integralmente essaspessoas com a verba da bilheteria. Com ovalor mínimo necessário assegurado, o even-to é confirmado e inicia-se a venda de ingres-sos normais para o público. Todos que com-praram o ingresso-reembolsável têm direito aum reembolso proporcional à venda de in-gressos regulares, podendo ir de zero até aovalor integral. A plataforma “Queremos” vemobtendo sucesso na realização de shows in-ternacionais no Rio de Janeiro. A ideia já seexpandiu para outros estados.”

“Quando um

produtor coloca um

projeto para ser

captado por

Crowdfunding, ele,

na verdade, está

pré-vendendo algo

que ainda não

aconteceu, que

ainda não foi

lançado. O mesmo

acontece com quem

está financiando,

pois o projeto ainda

não foi finalizado

Bruno Beauchamps

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resgata um tipo de relação de con-fiança nos negócios. Quando umprodutor coloca um projeto paraser captado por Crowdfunding,ele, na verdade, está pré-vendendoalgo que ainda não aconteceu, queainda não foi lançado. O mesmoacontece com quem está financi-ando, pois o projeto ainda não foifinalizado, mas já recebe o apoio e acolaboração do público”, diz.O processo de arrecadação e metas aserem atingidas fica automatizadonas plataformas. O usuário acessa apágina do projeto pelo qual se inte-ressou, seleciona uma contrapar-tida e é direcionado para a páginado pagamento. Algumas platafor-mas também oferecem a opção doincentivo fiscal, caso o projeto játenha sido aprovado nas leis de in-centivo. No caso das pessoas jurídi-cas, há a opção do cartão investi-mento, através do qual as empresascompram cotas anônimas e podemutilizá-las como um benefício extrapara seus funcionários. O retornoque os colaboradores recebem são ascontrapartidas criativas.Os projetos que entram nas plata-formas geralmente são seleciona-

dos por uma rede de curadores quetambém auxiliam na seleção dosprojetos enviados. O modelo queainda permite ao público moni-torar a evolução do projeto em an-damento conseguindo gerar mar-keting e buzz antes do evento acon-tecer, acaba sendo uma iniciativa

eficaz na promoção do artista.Através da divulgação dos projetosnas plataformas, o Crowdfundingtambém pode estabelecer contatose buscar apoiadores não necessari-amente financeiros, mas que po-dem se tornar coprodutores ou aju-dar no marketing, por exemplo.A agilidade em conseguir verbastambém é um ponto positivo desse

modelo: enquanto projetos inscri-tos em editais e nas leis de incenti-vo esbarram em burocracias, as pla-taformas de Crowdfunding prestamcontas do andamento do trabalhoaos seus investidores, ou seja, um sis-tema que pode beneficiar de muitasmaneiras os artistas e produtores.

“O Crowdfunding é alavancadopor movimentos recentes ligadosà internet onde o coletivo age deuma forma mais forte, onde aspessoas perceberam que se unindoconseguem fazer transformações,realizar coisas, não precisa ter 5mil, 10 mil ou 1 milhão de pessoasapoiando, pode ser um grupo de100 e já conseguem fazer algo.Também tem a questão de liber-dade, independência e desburo-cratização. É um modelo que tra-balha para o idealizador, pois de-pende muito mais dele própriodo que de vontades alheias” ex-plica o sócio-fundador do Ca-tarse, Diego Reeberg.No entanto, esse novo modeloainda encontra alguns obstácu-los de pessoas que ainda não en-tendem direito seu funciona-mento; por isso, é fundamentalque um projeto seja bem elabora-do. “Um dos maiores obstáculosque observamos é a desconfiançade que o projeto conseguirá com-pletar sua arrecadação. As con-trapartidas também podem seruma barreira. Quando mal elabo-radas ou pouco atrativas, elas de-

Dicas para um projeto ser bem-sucedido

Criatividade: Além de se basear emuma ideia de qualidade e de ter umaboa apresentação, é muito importanteque o projeto ofereça contrapartidascriativas e exclusivas, para que o públi-co realmente se interesse em colaborarcom a realização daquela iniciativa.Seja realista no orçamento: É impres-cindível que o idealizador estabeleça umorçamento equilibrado e justo. É maisprovável que os interessados invistam emalgum trabalho do qual possam ver re-

sultados. Lembrando que colocar umprojeto em uma plataforma pode gerarfrutos não só financeiros, mas tambémde viabilização de novos contatos.Objetividade: Na hora de cadastrarseu projeto certifique-se de que enten-dem quem você é e o que almeja al-cançar. Isso garante que mais pessoasnão tenham receio em ajudar a financi-ar uma aventura. Profissionais experi-entes da área garantem que um bomvídeo faz a diferença.Promoção e rede de contatos: É pri-mordial que você coloque seu net-working para funcionar, estabelecen-do contatos na rede e divulgando omáximo que puder em redes sociais.Fica bem mais fácil quando as pesso-as conhecem a proposta para que oseu projeto possa ganhar mais investi-dores e credibilidade.

O Crowdfunding é alavancado por

movimentos recentes ligados à internet onde

o coletivo age de uma forma mais forte

(Diego Reeberg)

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sestimulam o investimento das pessoasfísicas mesmo se estas se interessam peloprojeto. A desconfiança no processo doinvestimento coletivo como um todotambém existe, sim. Afinal, é um negó-cio novo e as pessoas ainda não estãoacostumadas. Mas é importante lembrarque o investimento possui uma série degarantias. A parceria entre os autoresdos projetos e o SIBITE, por exemplo, éselada através de um contrato jurídico,que assegura inclusive a entrega das con-trapartidas” observa Bruno.Outro obstáculo enfrentado, segundoDiego, é sobre a questão do dinheirorecapturado do investidor, caso o pro-jeto não dê certo. “Às vezes é chato,pois demora um tempo até a devoluçãodo dinheiro. Estamos mudando o sis-tema financeiro com que a gente tra-balha, para que o dinheiro só seja reti-rado do cartão de crédito do apoiadorcaso o projeto seja bem-sucedido, se-não a gente nem cobra, isso é uma for-ma de melhorar a plataforma”, diz osócio-fundador do Catarse.

“A desconfiança no

processo do

investimento

coletivo como um

todo também existe,

sim. Afinal, é um

negócio novo e as

pessoas ainda não

estão acostumadas.

Mas é importante

lembrar que o

investimento possui

uma série de

garantias (Bruno

Beauchamps)

A PARCERIA DE LEONICompositor consagrado da MPB, Leonirecorreu ao Crowdfunding para financi-ar colaborativamente o primeiro deuma série de shows que pretende fazerem São Paulo. Usuário intenso das redessociais, o artista, que lançou o livro Ma-

nual de Sobrevivência no Mundo Digital,disponível para encomenda em seu site(leoni.art.br), olhou para o potencialcolaborativo da grande rede e obteve

Diego Reerberg

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sucesso no projeto. A noite perfeita

em São Paulo reuniu 132 investi-dores e alcançou a meta estimadapara a realização do espetáculo.“Eu acho que é um caminho paraos artistas poderem programarsuas turnês, que é uma coisa quenão tem no Brasil, pois eles ficammuito a mercê dos contratantes eda casa. Eu já falava sobre isso nomeu livro, sobre Crowdfunding,principalmente nos Estados Uni-dos que tem mais tempo e eu achoque é a grande solução nesse mun-do digital e para as carreiras dos ar-tistas, para os independentes. Agravadora é exclusivamente umfinanciador, depois ela vai ao mer-cado pegar o dinheiro dos fãs parase reembolsar. Hoje em dia com ainternet é cada vez menos necessá-rio um intermediário, a gente podeir direto ao público, você é financi-ado por quem na verdade semprefinanciou o artista, que é o públicodele”, analisa o músico.A noite perfeita em São Paulo foi umdos primeiros projetos de shows aentrar no SIBITE que acompanhoutodo o processo de produção e aju-dou a fechar o acordo com a casa deshows que vai abrigar o evento“Tem que ter contato com o públi-co, se não, ele não vai saber quevocê está fazendo esse projeto. Evocê também tem que fazer partedessa rede na internet. Depois, nãopode oferecer só um disco, tem queoferecer alguma coisa a mais, umautógrafo, a possibilidade de ver agravação do disco, no caso do show,o cara vai à passagem de som e lan-cha comigo, ou faço um show parti-cular para aquela pessoa que inves-tiu muito, isso tem valor para aspessoas” fala Leoni.

MUNDO AFORANo Brasil, o mercado de Crowd-funding ainda encontra-se enga-tinhando mesmo estando em cons-tante expansão. Nos Estados Uni-

dos, por exemplo, para se ter umaideia, o site Kickstarter, um dospioneiros, já financiou mais demil projetos somente em seu pri-meiro ano e já possui mais de 10mil projetos financiados. A plata-forma IndieGoGo, que atua em212 países, já ajudou a arrecadarverbas para mais de 70 mil proje-tos mundo afora. Por aqui, portais

como o Catarse e o Sibite crescemalmejando voos mais altos. NoCatarse, por exemplo, portal como maior número de projetos, fo-ram bem sucedidos até agora 160.A maioria dos projetos ainda en-contra-se concentrada no eixoRio-São Paulo; no entanto, a es-timativa é que o modelo cresçano país inteiro.

Tem que ter contato com o público, se

não, ele não vai saber que você está fazendo

esse projeto. E você também tem que fazer

parte dessa rede na internet (Leoni)

“Leoni aderiu ao crowdfunding para financiar uma série de shows

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Ricardo Mizutani

[email protected]

Fotos: Divulgação

em dúvida, a Yamaha lidera a vendade consoles digitais no mundo, seja

em quantidade ou em variedade de mo-delos. Com tanta popularidade, fica cla-ro o motivo de tanta expectativa domercado. Todos aguardavam com ansi-edade a chegada de uma nova série, umaresposta aos modelos da concorrência,algo revolucionário, talvez. Mais umavez, a Yamaha surpreende à todos: anova série CL tem um layout simples efuncional, e lembra em muito a sérieM7CL. Tudo o que deu certo na sérieantiga foi mantido. Destacamos a novaintegração com softwares e o controle

S de ganho à distância. A seguir, conheçaos detalhes do console CL5 da Yamaha.

TAMANHOSA série CL é composta dos modelosCL1, CL3 e CL5. Basicamente, como decostume, os recursos são os mesmos,apenas o número de entradas varia. Omodelo CL5 que descrevemos nestetexto é capaz de mixar até 72 canaismono mais 8 canais estéreos. Dos 72 ca-nais de entrada mono, 64 vêm do palcopelo(s) rack(s) RIO3224-D. A superfí-cie de controle CL5 recebe localmente8 canais mono mais 8 canais estéreos -

Após algum tempo sem

lançar novos modelos,

a Yamaha apresentou

a série CL de mesas

digitais na última

Prolight+Sound 2012.

Uma melhor

integração com

softwares e o layout

simples consolidam a

plataforma digital

desta marca. Este

console será

apresentado na AES

Brasil 2012.

Yamaha CL5ConsoleConsole

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usados para fontes de sinal que,convenientemente, devem fi-car na housemix. Cada rackRIO3224-D (que fica no palco)recebe até 32 canais de micro-fone/linha. Este dá saída de li-nha para 16 canais + 4 digitaisAES/EBU. Portanto, a configu-ração padrão para cada superfí-cie CL5 é de 2 racks RIO3224-D.Quanto ao número de saídas, osistema CL5 oferece até 24 mi-xes (fora o Stereo Master, o Mono Master e 8 x Matrix).Sem dúvida, mesmo em uma superfície tão compac-ta, é difícil imaginar uma aplicação de sonorização,ou de broadcast, que não seja cumprida com essa va-riedade de I/O.Vale destacar a possibilidade muito avançada de secontrolar os racks RIO3224-D com múltiplas su-perfícies CL5. Imagine um grande evento onde énecessário uma mixagem para o PA, outra para osmúsicos, uma só para o cantor (com um técnico emseparado), mais outra mixagem para a TV, e maisoutra para uma gravação remota. Várias consoles.

Com o protocolo Dante, usado neste sistema, tudoisso é possível - sem precisar de muitos splitters,multicabos e multipinos convencionais. O rack nopalco, próximo das fontes de sinal, ainda é umaprática crescente no Brasil - o multicabo analógicoainda está presente, mesmo em grandes eventos.Mas, pouco a pouco, os usuários vão se rendendo àclara vantagem dos prés remotos: integridade dosinal, menor captação de ruído etc. Com a separa-ção do rack e da superfície de controle, a Yamahaassegura que seu protocolo de comunicação é está-vel e confiável.

Sem dúvida, a Yamaha lidera a venda

de consoles digitais no mundo, seja em

quantidade ou em variedade de modelos

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CONTROLES SOB CONTROLESão 24 faders no painel para os canais deentrada, sem virar a página. Mais oitofaders na seção Centralogic, além dosMaster Stereo e Master Mono. Agora,como na PM5D, o usuário pode nomearcada canal através de um pequeno dis-play. Este é do tipo LCD retroiluminado.O usuário ainda pode escolher uma dasoito cores básicas que facilitam a visua-lização de um grupamento. Nomear ocanal não deixa de ser um pequeno luxo;mas é muito legal, não é?Centralogic é o nome que a Yamaha deupara a seção de controle composta porum display de LCD sensível ao toque,popularizada pela M7CL. Esta mesmadiagramação se repete na nova série CL- (Central Logic) 5.A mesa CL5 possui 16 DCA para ajudarna mixagem e 16 equalizadores gráficosde 31 bandas ou até 32 de 15 bandas.Todo painel da CL5 é muito intuitivo,identificamos claramente cada funçãodos controles principais. Ganharamdestaques os medidores de nível de saí-da, bem grandes e em barras de LEDs.

ANALÓGICO X DIGITAL,DE NOVO?Esta velha questão, muito debatida noinício das mesas digitais, acabou per-dendo a repercussão original, graças àindústria. Não falo exclusivamente daindústria que produz equipamentos,como a Yamaha. Falo da indústria deentretenimento como um todo. Quemproduz, quem vende, quem compra -música, equipamentos e ideias. A mesadigital deu tanta agilidade à produçãode um evento que, ser “digital”, além debom, é indiscutivelmente necessário.Quem somos nós para contrariar a sa-bedoria do mercado? O curioso, e quedesejo registrar como uma crônica, éque, para se reinventar, a indústria queproduz equipamentos digitais, agora,procura características “analógicas”para o seu som digital - que sempre foidefendido como o mais flat e imune àinterferências, ruídos etc. Do hi-fi abso-luto, passamos a procurar um som mais

“quente”, tipicamente analógico. AYamaha, como outros fabricantes, ofe-rece o que há de melhor em suas parceri-as pelo mundo. A mesa CL5 possui um“rack” de efeitos internos equivalente aoito SPX2000. E agora, com a colabora-ção de Rupert Neve, há o “rack” Pre-mium que simula o som dos equali-zadores analógicos Portico 5033 e oscompressores 5043. Talvez, o maiordestaque do produto.

MAIS SOFTWAREO console CL5 vem acompanhado dosoftware Nuendo Live, da Steinberg.Com este programa, o usuário podegravar seus eventos ao vivo em até 64canais. A placa de áudio que entende oprotocolo Dante usado no sistematambém acompanha o produto, o quefacilita a vida do usuário, que basta terum PC para rodar o programa e arma-zenar os dados. Gravar a sua banda, le-var o arquivo no pendrive, e fazer umvirtual check em um outro equipamen-to, está ganhando cada vez mais popu-laridade entre os operadores. Mas se ousuário quiser apenas uma simples gra-vação do Stereo Master, a CL5 temaquela porta USB para o seu pendrive.Seguindo a forte tendência, o usuáriopode operar a CL5 remotamente, semfio, de seu iPad com o programa Stage-Mix. O programa CL Editor, como opróprio nome esclarece, pode ser usadoonline ou offline, muito útil quandoqueremos “presetar” alguns parâmetrosantes de sair do hotel.Este novo console da Yamaha desperta ointeresse de quem viu, lê e ouve a respei-to. Será uma evolução natural da M7CL,ou seu som é radicalmente diferentecom os novos prés e conversores? Comodevem soar os equalizadores RN? Seráque o som “analógico” está voltando?Gostaria de ouvir a opinião dos que já ti-veram a oportunidade de testar estenovo console. Aqui você leu as infor-mações preliminares.

“ Do hi-fi

absoluto,

passamos a

procurar um

som mais

“quente”,

tipicamente

analógico.

A Yamaha,

como outros

fabricantes, oferece

o que há de

melhor em

suas parcerias

pelo mundo

[email protected]

Para mais informações

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Pro Tools

Julio Hammerschlag

[email protected]

Fotos: Divulgação

família Pro Tools acaba de aumen-tar. Na verdade um antigo membro

da família que morreu acabou de reen-carnar. Calma, eu explico: lembram doPro Tools LE? Pois é, ele voltou com ou-tro nome: Pro Tools Express. Tudo bemque as limitações não são as mesmas daépoca do LE, que vinha com uma limita-ção maior em relação à versão completa,mas a intenção parece ser a mesma.De fato não faz muito sentido venderuma interface de áudio sem nenhumsoftware para começar a usar. É o mesmoque ganhar um brinquedo e descobrir

A

ExpressPro Tools

Foi lançado dia 21de março na

Musikmesse deFrankfurt, a nova

versão do softwareque vai integrar o

novo bundle Mboxe Mbox mini.

que veio sem pilhas. Você que comprouuma Mbox ou uma Mbox mini um diaantes do lançamento deve estar se per-guntando se teria direito a um Pro ToolsExpress, não é? Pois a resposta é não. So-mente compras a partir de 21 de marçodarão direito ao software. Que tambémnão é vendido separadamente. Somentena compra de uma nova interface.As novas interfaces já vêm com um iLockpara autorização do PT Express, que nãovai rodar com nenhuma outra interface, etampouco vai rodar com Core Audio ouAsio Driver, somente com as Mboxes.

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As principais limitações são:•Número total de pistas: 16 em 48 ou96 k, mono ou estéreo.•Gravação simultânea: 4 pistas.•Beat Detective (nem sequer a versãosingle track).•Régua de Time-Code. Mais usadoem pós-produção de vídeo e cinema.•Não trabalha com arquivos AAF/OMF/MXF (também usados em pós-produção).

•Clip Gain.E quais são as boas notícias?•O Delay compensation é igual ao doPro Tools HD: 16000 samples;•Exporta pro iTunes e Sound Cloud.•Pode ser usado como desconto paraupgrade no Pro Tools 10.

Confira abaixo a tabela comparati-va dos recursos.

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É claro que a ausência de alguns recur-sos deixa certa decepção no ar, mas nãopodemos nos esquecer de que se trata deum software gratuito, parte de um paco-te. E para um grande número de músi-cos e compositores 16 pistas já é um

bom começo. Pode ser ideal para come-çar uma produção em casa e depois le-var para o estúdio para finalizar amixagem. Pode até ser usado para fina-lizar projetos menores. Fora as limita-ções, é um Pro Tools 10.

“De fato não fazmuito sentido

vender umainterface de áudio

sem nenhumsoftware para

começar a usar.É o mesmo que

ganhar umbrinquedo e

descobrir que veiosem pilhas

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Marcelo Wasum*

[email protected]

Fotos: Divulgação

o agregar uma captação dupla aoinstrumento, com duas saídas ba-

lanceadas XLR, denominadas Snare(caixa) e Bass (bumbo), o Cajón ele-troacústico da FSA ganhou a moder-nidade e uma vanguarda técnica quepossibilita ao percussionista simples-mente plugar e tocar.Com a exiguidade dos espaços nas casasnoturnas e a presença cada vez maior depercussão na música brasileira, o ins-trumento é uma novidade que vai con-quistar o mercado com a mesma veloci-

A dade que conquista o músico que o toca.Tecnicamente, a saída bass é o grandediferencial. Esse captador de graves ficaquase no limite externo do Cajón cap-tando um som de maior qualidade e pre-cisão. Ele dá peso e encorpa o timbredando a sensação de segurança na con-dução de músicas mais lentas e cadenci-adas que exigem maior “marcação”.O microfone de agudos também impres-siona e traz um som bonito e um timbremaravilhoso que realça a sonoridade decaixa através da vibração de uma esteira

eletro-acústicoA combinaçãoperfeita entrepraticidade e

qualidade. Essa éa melhor

definição para oCajón

eletroacústicoda FSA.

CajónCajón

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de 24 fios estrategicamente colocada no equipamento.Quem quer um som a seu gosto pode alterar a re-gulagem nos sete parafusos superiores de ajuste quemudam o timbre e a sua intensidade.O modelo Elite tem um acabamento impecável e er-gonômico com inclinação confortável, altura de 50

centímetros, pele de ressonância per-sonalizada de 4 milímetros, acentoconfortável em EVA e um design bo-nito e vanguardista.Testado em várias situações, o CajónFSA mostrou robustez adaptabilidadesurpreendente a praticamente todasas situações. Desde a gravação do DVDda cantora Angela Angel, onde foiutilizado eletrificado e acústico, pas-sando por shows em palcos de váriasdimensões, o instrumento sempreapresentou timbre e volume bem defi-nidos e claros. Como conclusão, fica acerteza de um instrumento versátil,completo e prático onde só é precisoplugar e tocar que o som vem bonito.Mais informações sobre o Cajón

FSA você pode conferir no site (http://www.fsaca-jons.com.br) da empresa criadora dessa novidade queveio para facilitar a vida de músicos, produtores etécnicos de som.

* Marcelo Wasum é baterista e percussionista

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Da gestãoDa gestão

ntão a primeira dica que eu dariaé: LEI DA FÍSICA - dois corpos

não podem ocupar o mesmo lugar noespaço ao mesmo tempo. Segundo da-

dos da revista Você S/A: o ingresso nomercado profissional ocorre em 17%através de oportunidade (você no lu-

gar certo, na hora certa); 44% pela qua-lificação (buscam-se profissionaiscom especialização e bom portfólio;39%, Network.Portanto seja um diferencial do mer-cado, veja qual segmento tem mais de-manda por um profissional com seu per-fil e especialize-se, participe de congres-sos, palestras, seminários, workshops, vi-aje, culturalize-se e se relacione compessoas do segmento do entreteni-mento. Qualidade de atendimento,postura profissional, pontualidade,missão, visão e valores da empresabem definidos são pontos importan-tes para quem quer se destacar. Use asredes sociais a seu favor e tenha umbom site com contatos profissionais ecurrículo atualizado.

E Para que você possa apresentar umaproposta comercial, projetar e até ge-renciar um projeto, você precisa pri-meiramente se certificar de alguns de-talhes do trabalho e fazer algumas per-guntas preliminares:Por qual razão iluminar?

O que se está a iluminar?Como iluminar?

Quão intensamente iluminar?Quanto custará?

Por quanto tempo ficará aceso o sistema?Quem vai participar?

Quais serão os locais que o projetode luz vai percorrer?

Como vai ser executado e por qualempresa fornecedora?

PLANEJAMENTO E AÇÕESDe posse das respostas acima, você jáconseguirá medir o tempo que irá gastarem cada uma das Etapas do seu Projetode Iluminação, e assim apresentar umaproposta ao seu futuro cliente que con-siste em demonstrar a ele o quanto umprojeto envolve as horas técnicas e ar-

ao projetoOlá pessoal. Tenho

viajado por 18capitais brasileiras

ao longo dosúltimos oito anos e

a cada lugar queministro cursos, ou

estreio minha luzem espetáculos,

sempre meperguntam quanto

cobrar por umprojeto de

iluminação, comovencer a

concorrência, comose posicionar no

mercado...

Jamile Tormann é Projetista de Ilu-

minação, arquiteta,especialista em

iluminação e design de interiores e

coordenadora Pedagógica dos

Cursos de Pós-Graduação em Ilu-

minação e Design de Interiores e

Master em Arquitetura do IPOG.

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tísticas do profissional para, decerta forma, “alfabetizá-lo”, poissó dizer quanto custa talvez nãoofereça ao cliente a dimensão deseu trabalho, sobre cada etapa, e aimportância de se utilizarem asferramentas corretas para evitarerros de execução, atrasos e mu-danças de última hora.

ETAPAS DO SEUPROJETO DE ILUMINAÇÃOConceituação do Projeto - Esta eta-pa prevê o desenvolvimento do con-ceito do trabalho, que se manifestaatravés da definição do posicio-namento, da personalidade e das ca-racterísticas gerais do projeto. Esteconceito deve ser expresso em pala-vras, imagens e desenhos que repre-sentem e determinem a ideia mestrado projeto. É a síntese dos princípiosnorteadores de todo o projeto.

Cronograma – nesta etapa serádeterminado o cronograma de de-

senvolvimento do trabalho comas indicações das datas de conclu-são de cada etapa do projeto, bemcomo a reunião de apresentaçãodo projeto de iluminação.

Estudos preliminares

[Aprovação do cliente]Após a conceituação aprovadapelo cliente, elaboram-se estudospreliminares que se transformamem textos e em desenhos esquemá-ticos, ou esboços das característi-cas conceituais (formais, cromáti-cas, funcionais, etc.) que deverãoser incorporadas no projeto paraque se atendam aos problemas de-tectados nas fases anteriores. É omomento no qual as diretrizesconceituais e visuais enfrentam arealidade do problema em seusprincipais aspectos, para que desteenfrentamento surjam as soluçõesconcretas. É a fase da proposição.Sugere-se uma reunião com o cli-ente para aprovação desta etapa.

ANTEPROJETONesta fase, materializa-se o concei-to do projeto, define-se o design, ascores, as formas, as tipografias, adiagramação, o planejamento gráfi-co, os materiais, os acabamentos,detalhamento da solução para equi-pamentos, mecanismos controla-dores (moving head, LEDs, refleto-res convencionais, cabeamento,entre outros) e complementos parafixação do conjunto. Ou seja, todosos aspectos que envolvem a soluçãofinal do projeto. Este processo levaà escolha de uma ou mais opçõesprojetuais, que poderá ser represen-tada através de um “layout” ou ma-terializada através de uma maqueteou foto inserção.

Orçamento Preliminar de Custos de

Execução [Aprovação do cliente]Se julgar necessário, o projetista deiluminação poderá apresentar ao cli-ente, junto com o anteprojeto, umaestimativa de custos (tomada de pre-

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ços) previamente solicitada aos fornecedo-res capacitados para a execução do projeto.

Compatibilização – é a adequação para asinstalações existentes de maneira a adap-tar-se à infraestrutura ou indicar novasinstalações estruturais e elétricas confor-me as necessidades do layout proposto.

Projeto Final [Aprovação do cliente]

É quando se define o projeto executivode iluminação. Nesta fase, descrevem-se todos os dados técnicos e referênciasgerais necessárias à produção. São os de-senhos técnico-construtivos, artes-fi-nais, caderno de especificações e docu-mentos que serão interpretados pelosencarregados da execução do trabalho.

Orçamento Final

[Aprovação do orçamento ou licitação]O projetista de iluminação deve apresen-tar o projeto aos fornecedores a fim de so-licitar um orçamento final para execução.Sugere-se que esta solicitação seja feita nomínimo a três fornecedores. O cliente de-verá aprovar previamente os orçamentosantes do início da execução ou licitação.

EXECUÇÃO DO PROJETOÉ quando o trabalho do projetista deiluminação se materializa. O desempe-nho do fornecedor é fundamental para aqualidade do projeto.

SUPERVISÃO DA EXECUÇÃODurante a execução, o projetista de ilu-minação ou o profissional de sua equipedeverá acompanhar a execução a fim desupervisionar o trabalho dos fornecedo-res, comprometendo-se, assim, com aqualidade dos produtos finais que serãoentregues ao cliente. É importante lem-brar que o trabalho do projetista de ilu-minação será julgado pela qualidade doque for produzido pelos fornecedores.

ENTREGA DO PRODUTO FINALConclusão da obra e projeto de ilumina-ção. O projetista de iluminação deveacompanhar a entrega dos produtos fi-nais ao cliente e participar das coletivas

de imprensa, divulgação do objeto finalquando houver.

Documentação [Registro do trabalho]

O contratante deverá disponibilizar aoprojetista de iluminação: matériasjornalísticas, fotografias e outras infor-mações e divulgações para compor o ar-quivo e o portfólio do projetista de ilu-minação. Assim, após a execução do pro-jeto, o projetista de iluminação podetambém divulgar seu trabalho. A divul-gação concorre para a afirmação da pro-fissão e serve para construir a memóriaprofissional do projetista de iluminação.Cabe ressaltar que o cliente deve estarconsciente que eventuais correções eadequações solicitadas por ele, após aaceitação definitiva, deverão ser entre-gues em um período máximo de 10 dias,assim evitará aditivos contratuais oumudanças de concepção que acarretarãoem novo e autônomo contrato. O prazoglobal necessário para a execução de to-dos os trabalhos de projeto não deve sersuperior a 90 dias, a menos que seja umtrabalho de alta complexidade, comoprojetos de Natal, Carnaval e Festas deSão João, que em geral levam um ano.Sugere-se que o projeto seja consideradofinalizado após a entrega do Projeto Exe-cutivo de Iluminação aprovado pelo cli-ente. Significa que isso independe de suaexecução. Aqui sem dúvida nenhuma éonde as empresas locadoras mais pecam,pois nas práticas atuais elas têm ofertadoos projetos gratuitamente para garantir alocação de seus equipamentos sem fisca-lização. O pecado está em querer retirar oprojetista do mercado que funciona mui-to bem como seu melhor “vendedor ecaptador de negócios”. E, ainda, mal edu-ca o cliente porque passa a ideia de queprojetar é fácil, rápido, sem responsabili-dade técnica e indolor.Agora sim, depois de conhecer as etapase demonstrar o que fazer, pode-se calcu-lar quanto cobrar.Até a próxima.”

“O prazo globalnecessário para a

execução de todos ostrabalhos de projeto

não deve sersuperior a 90 dias, a

menos que seja umtrabalho de alta

complexidade,como projetos

de Natal, Carnavale Festas de São

João, queem geral levam

um ano

Para saber mais

[email protected]

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[email protected]

Fotos: Divulgação

show foi organizado no palco donovo Teatro Petruzzelli, em Bari, o

mais largo teatro da cidade e o quarto mai-or da Itália, bastante conhecido por seu

deslumbrante interior e seu colorido his-tóricos. Foi lá que foram lançados ao

estrelato 13 diferentes artistas contem-porâneos, todos interpretando as canções

mais populares de Domenico Modugno.O principal desafio era dar à performance

de cada um deles uma total unidade visual

Robe Robin MMXSpots, LEDWash 300s

e ColorWash 575 ATZooms foram os

elementos centrais deiluminação que

chamaram a atençãona concepção dolighting designerPaolo Firulli no

recente MeravigliosoModugno, um tributo

a DomenicoModugno, um dos

mais conhecidosatores, cantores e

compositores italianosdos anos 1950.

O para as quais foi possível adicionar a van-tagem da extrema flexibilidade trazidos

para a ocasião pelo uso dos equipamentosRobe.

Havia 20 novos MMX Spots e 20 LED-Wash 300s, mais 20 ColorWash 575 AT

Zooms, todos providenciados pela filialitaliana da companhia de locação de

som, a International Sound, uma dasmaiores em operação no sul da Itália, de

propriedade dos irmãos Firulli.

para o tributo ao cantorDomenico Modugno

Luzes suavese homogêneasLuzes suavese homogêneas

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Os equipamentos foram posicio-nados em três trusses acima do pal-

co, junto com alguns outros con-vencionais. Os LEDWashes foram

usados para destacar o cenário ofusca-do, e os MMXs e ColorWash Zooms

fizeram todo o trabalho principalemitindo raios de luz, dando um

efeito bastante interessante.A International Sound vem usan-

do os produtos Robe nos últimoscinco anos tanto para produções

teatrais como para shows ao vivo.Na opinião dos proprietários, a

Robe é altamente confiável, bemcomo também agrada muito pela

luminosidade, disponibilidade,além de um suporte fantástico e fa-

cilidade de substituição pelos dis-tribuidores italianos da Robe.

Paolo Firulli ficou muito bem im-pressionado com esta uniformidade –

a próxima geração da Robe dos equi-pamentos da série 1200 – menores,

mais luminosos e leves – que ofere-cem uma grande variação de caracte-

rísticas criativas e sofisticadas. Elegosta especialmente das cores vívi-

das e da roda dupla gráfica do MMXque, para ele, é excelente para obter

uma projeção de qualidade. O mo-vimento quase silencioso das luzes é

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particularmente importante para showsem teatros, e esta foi também a primeira

vez que ele as usou neste tipo de espaço.Sobre o LEDWash 300s, Firulli gosta

da luminosidade do zoom de 15-60graus e da fonte de luz de textura fina e

homogênea que já é característica re-gistrada e um ponto forte das luzes

LED da Robe.No show Meraviglioso Modugno, ele

não teve problemas em criar aparênciasbastante diferentes bem como bem indi-

“Os equipamentosforam posicionados

em três trussesacima do palco,

junto comalguns outros

convencionais. OsLEDWashes foram

usados para destacaro cenário ofuscado, e

os MMXs eColorWash

Zooms fizeramtodo o trabalho

principal

viduais para os artistas, além de tambémconseguir lidar com uma gama de ambi-

entes para encaixar em diferentes estilosmusicais, outro parâmetro em que foi ne-

cessária uma consideração cuidadosa.Os MMXs foram usados para criar um

efeito suave no cenário e dar uma apa-rência estática e luxuosa, demonstran-

do aos artistas-chave da iluminação osmúltiplos propósitos para que esses

equipamentos foram criados, no senti-do literal da palavra.

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SOM

NAS

IGRE

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Luiz Urjais

[email protected]

Fotos: divulgação

ocalizada em Bucarein, o templo,com capacidade para cerca de 1.200

pessoas, recebeu tratamento acústicoespecializado e sistema de sonorização

da Attack Audio System. Segundo otécnico de som Jones Santos, mais co-

nhecido como Macgyver, o projeto deáudio do templo demorou aproximada-

mente quatro meses para ser concluído.“A grande vantagem é que pegamos o ter-

reno do zero. Trabalhamos desde a parteelétrica até a acústica, o que nos facilitoumuito, já que não era preciso se adaptar ao

lugar, mas sim adaptá-lo ao som”, analisao engenheiro de áudio responsável.

Macgyver explica que a igreja de Join-ville recebeu o mesmo projeto acústico

das demais do conjunto ADVEC insta-

L ladas ao redor do país. “Seguimos um

mesmo padrão de serviço. Após receber asplantas estruturais, avaliamos os prós e os

contras do local e, a partir daí, fazemos oscálculos necessários. Por exemplo, o espa-

ço do púlpito foi todo revestido por ma-deira de fundo para não ocasionar rever-

berações indesejadas. Antecipamos pro-blemas, tais como adaptar o sistema de

som ao espaço referido, trabalhando emconjunto com os demais responsáveis pela

construção da igreja”, diz o técnico, funci-onário da MegaDisconildo há 16 anos.

Segundo o técnico, para a escolha do sis-tema Attack, prevaleceu a parceria da

igreja e da loja de instrumentos com acorporação. “Desde a primeira filial, o

pastor Silas preza por estas caixas. Ele

Inaugurada em março, afilial de Joinville (SC)

da igreja Assembléia deDeus Vitória em Cristo

(ADVEC) é mais umpalco de sucesso da

parceria, de mais de 15anos, entre a

MegaDisconildoInstrumentos Musicais e

a entidade religiosa,liderada pelo pastor

Silas Malafaia.

Som e timbreSom e timbrepadrão

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gosta do timbre do equipamento e quer manter um

padrão no grupo. Todas elas são de tamanho reduzido efácil manuseio. Além disso, possuem softwares de in-

clinação e montagem bem feitos, fáceis de trabalhar”,complementa. “A MegaDisconildo também é parceira

do fabricante. Deles recebemos suporte técnico e cum-primento dos prazos com destreza”, completa.

Com relação aos desafios encontrados, Macgyver ex-plana que, geralmente, o problema em sonorizar uma

igreja está no prazo de entrega dos trabalhos e a falta deacústica dos lugares. O técnico diz que já teve de trocar,

na última hora, o sistema de som, para atender o espe-rado pelo contratante. “No caso de Joinville, tivemos

toda a equipe trabalhando ao mesmo tempo, com pra-zo de entrega folgado. Seguimos à risca o projeto pro-

posto e esta era a única exigência. O resultado é umaresposta sonora com sobra e boa inteligibilidade”, diz.

De acordo com o pastor Almir Joaquim de Arruba, lí-der da igreja catarinense, é de grande valia e respon-

sabilidade das congregações religiosas que haja umbom sistema de áudio nas igrejas. “Ter qualidade de

som é fundamental. Como desprezar o principal veí-culo de informação do culto? Quem prega a Palavra e

quem canta, geralmente, procura cuidar da voz. Se osom é ruim, não há possibilidade de comunicação. A

responsabilidade é com o entendimento das pessoase o louvor. O fiel tem que sair da igreja com o coração

Lista de equipamentos

O sistema de áudio da igreja ADVEC Joinville:

18 caixas line array VRD108 • 04 subs VRS1810A • 08monitores VRM1550 • 01 console LS932 Yamaha • Sistemade fone KOSS • Microfones: 08 KDOSH K8 (kit bateria) • 02SHURE Beta 58 • 05 Shure SM5Y8 • 01 Direct BoxHayamax • 01 bateria Odery Privilege • 01 teclado MM8Yamaha • 01 violão Cort • 01 guitarra Tagima Juninho Afram• 01 baixo Cort NB5 • Sistema de mainpower com 60 KVA emulticabos CONNECT com 48 vias.

calmo, e som é parte

importante deste pro-cesso”, observa.

O pastor explica que olocal onde a igreja foi

construída era uma an-tiga loja de móveis, que

fora demolida e entre-gue apenas com o ‘gros-

so’ da instalação, cabendo à direção da ADVEC toda aação de engenharia civil necessária. “Todo o acaba-

mento foi finalizado em três meses”, relembra.A igreja, localizada na Avenida Getúlio Vargas, 1023,

tem cultos às terças e quintas-feiras. e domingos, sem-pre após às 19h - com exceção de domingo, com prega-

ção também às 9h.

Sistema de line array é composto de 18 caixas VRD 108

Console Yamaha LS9 e prés dbx e Numark

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[email protected]

O programa da pastora Elizete Malafaia

está de cara nova e passa a ser exibido emrede nacional com uma hora de duração. O

programa Mulher Vitoriosa, comandado porela, agora será exibido todas as quartas-fei-

ras e aos sábados, em uma versão resumidada edição exibida na semana. Com a mu-

dança, foi necessário pensar em um novoformato: passou a apresentar quadros de

moda, estética, qualidade de vida, sus-tentabilidade, dicasde profissões e partici-

pações musicais. Os programas, sempre

Mulher Vitoriosatemáticos, exibirão reportagens especiais e

entrevistas com temas para debates, semperder o foco na Palavra de Deus.

O cenário, todo construído em ambien-tes rosa, branco e lilás, foi projetado pela

arquiteta Cristina Cortes. O Mulher Vi-

toriosa é exibido para todo o Brasil na

CNT e Rede Boas Novas, às quartas-fei-ras, das 16h às 17h e das 14h às 15h,

respectivamente,além de transmissõesregionais. Na Rede TV!, a transmissão é

aos sábados, de 11h15 às11h45.

JOTTA AE AGNUS DEIJotta A concluiu seunovo clipe que foi exibi-do em primeira mão noprograma Vitória em

Cristo no dia 17 de mar-ço. A canção que mar-cou a carreira do cantormirim e que ganhou umanova versão em clipemusical teve gravaçõesde Agnus Dei. Com di-reção de Bruno Fiora-vanti, Agnus Dei foi gra-vado em São Paulo.

PÁSCOACOM XUXA

O cantor Regis Danesefoi convidado especial-mente pela apresenta-dora Xuxa paraparti-cipar do seu programaespecial de Páscoa quefoi ao ar no sábado, dia7 de abril.Regis cantouas músicasTu Podesdonovo CDTudo Novo, pro-duzido pela MK Music,eFaz Um Milagre Em Mim.O diretor da atração, Má-rio Meirelles, cumprimen-tou Regisno camarim an-tes da gravação. RegisDanese presenteou aapresentadora Xuxa e ospadres Fábio de Melo eMarcelo Rossi com o seumais recente trabalho.

Aline Barros faz festaem abrigo de menoresA festa de lançamento do DVD Aline Barros & Cia 3 foi no dia 5 de março noEducandário Romão Duarte, no bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Com muita animação, cores, brinquedos, guloseimas, artistas, cantores e claro, cri-anças convidadas e do abrigo, que cuida e resgata mais de 200 crianças. Com o figu-

rino e personagens do DVD, Aline não escondia a alegria de lançar mais um trabalhovoltado para as crianças. Os cantores da gravadora MK Music Marcelo Dias e

Fabiana, Cristina Mel, Jill Viegas,Flodelis e Beno Cesar foram conferir o lançamen-to com seus filhos. O diretor-geral de eventos especiais da TV Globo, Aloysio Legey,

também foi prestigiar o lançamento, além das atrizes Danielle Winists, Andrea Leale Lana Rhodes, acompanhadas de seus filhos. Todas as crianças receberam um kit

com o DVD Aline Barros & Cia 3 e uma camiseta.

Novo clipe de Liz Lanne

O tão esperado clipe da música Tudo Coo-

pera Para o Bem, de Liz Lanne, já está dis-ponível na internet. As cenas foram grava-das no dia 29 de fevereiro na Praia deCamboinhas, no Rio de Janeiro, e o cenárionão poderia ser mais perfeito: sol, mar eluau. Acanção foi composta por Paulo César Baruk,e o clipe tem direção de DayaneAndrade, ro-teiro de Alomara Andrade e edição de Felipe

Arcanjo. A história do clipe foi idealizada porLiz Lanne para transmitir uma mensagem defé. “Muitas vezes passamos por situações ruinsou até mesmo inesperadas onde pensamosque não há saída, solução. Quem nunca so-freu por amor? Quem nunca pensou que esta-va tudo acabado? Mas com Jesus há sempreum final feliz. Ele sempre coopera para obem”, conclui a cantora.

E apresentação em shopping carioca

Na noite do dia 13 de março a cantora Aline Barros reuniucrianças, adultos e imprensa no 1º Pocket-Show de lançamentodo DVD Aline Barros & Cia 3, uma superproduçãoda gravado-ra MK Music, na FNAC do BarraShopping, no Rio de Janeiro.Aline Barros cantou sucessos do DVD Aline Barros & Cia 3 e

brincou com as crianças. Logo após, a cantora recebeu um aum para fotos e autógrafos do novo trabalho. “Esse contato comas crianças é muito importante para elas e para mim. Percebo afelicidade e o carinho delas e isso me deixa muito feliz, poistransmitem um amor puro e sincero. É gratificante!”, disse Aline.

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PAIXÃO DE CRISTO TEM VERSÃO ROCK AND ROLLA banda de rock Testemu-

nha, formada em 2006,acaba de lançar seu primei-ro álbum, Vinde e Vede, emque encara o desafio degravar músicas inspiradasna Paixão de Cristo. A ideiafoi criar músicas que retra-tassem os momentos docalvário de Jesus sob a óti-ca das testemunhas que,segundo a tradição, estive-ram presentes participan-do de momentos dolorosos

do Salvador. Com um estilo que mistura influências de rock europeu e americano, o álbumVinde e Vede convida à reflexão e discussão de seuconteúdo. Gravado, mixado emasterizado por Ricardo Nagata, do Creative Estúdios, em São Paulo, que já gravoutrabalhos com bandas como Angra, Dr. Sin, Eterna e Ceremonya.

Em 15 faixas, o disco percorre as principais etapas do momento em que Cristo ora noJardim das Oliveiras até sua Ressureição e posterior aparição aos discípulos de Emaús.Pedro, Cláudia (esposa de Pilatos), Cirineu, Verônica, Maria, Simeão, Dimas, Longinus,José de Arimatéia e Cleófas são as testemunhas que relatam o quem veem. O trabalho dabanda diferencia-se por levar os momentos finais de Cristo a seus ouvintes com letraspoéticas e arranjos que unem a força do rock com a necessidade de introspecção.

JOZYANNEE “MEUMILAGRE”

Depois de longos dias detrabalho e de muita dedi-cação ao seu próximo ál-bum, acantora Jozyanneficou empolgada com asfinalizações deMeu Mila-

gre. Jozyannegaranteque o repertório do CDestá maravilhoso. Com-posto por 12 canções euma faixa bônus, a adora-dora vive grandes emo-ções e espera poder im-pactar muitas vidas apóso lançamento de seu no-vo trabalho.

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Durante um café da manhã, o Pastor SilasMalafaia convidou diversas lideranças

evangélicas de Recife para o eventoevangelístico Vida Vitoriosa para Você, rea-

liza donos dias 24 e 25 de março, no MarcoZero, no centro da capital pernambucana.

O encontro tinha como objetivo mobili-zar essas lideranças para que a cruzada

evangelística alcançasse o êxito esperado.

Café de Pastoresem Recife

Na ocasião, o pastor Silas apresentou ospropósitos do evento e pediu o apoio dos

líderes na divulgação do evento na cidade.O evento Vida Vitoriosa para Você teve

apresentações de grandes nomes da músi-ca gospel, entre eles Nani Azevedo, Pierre

Onassis, Rachel Malafaia, Danielle Cris-tina, Jotta A, Jonas Maciel, Dayan Alen-

car, Eyshila e Cassiane.

NANI AZEVEDOPELO SULDO BRASILDe volta das férias, NaniAzevedo retorna ao tra-balho, e começa a minis-trar seus louvores a Deuspelo Brasil. A ADVEC emCuritiba e em Joinville fo-ram umas das escolhi-das para receber Nani,que, na ocasião, cantouos maiores sucessos desua carreira, além de mi-nistrar canções do seu ál-bum Restauração.

Dia 6 de março foi realizado o Culto de

Gratidão pelo Ministério da cantora e

pastora Léa Mendonça, na Igreja BatistaNova Jerusalém da Ilha do Governador,

RJ. Com sua voz marcante, a cantora in-terpretou hinos e louvores a Deus com a

emoção e propriedade de quem sabe doque está falando e pregando. A cantora

Bruna Karla foi uma das que prestigiou e

Culto de gratidãohomenageou Léa Mendonça. Léa rece-beu Disco de Platina pelo CD Apenas

Uma Voz (ao vivo), que teve mais de 100mil cópias vendidas, e Disco de Ouro

pelo CD Milagres da Adoração, commais de 40 mil cópias vendidas. Todos

produzidos pela gravadora MK Music.O cantor Beno Cesar também esteve

presente no evento.

Louvorzão leva milhares à Quinta da Boa Vista

Cerca de 200 mil pessoas estiveram presentes no Louvorzão 2012, que aconteceu no dia 7 de abril,na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro e que contou com a participação de vinte e nove cantores

ELETRO LOUVORDia 7 de abril, véspera da

Páscoa, aconteceu maisuma edição doFiladelfia

EletroFestival, evento al-ternativo cristão com-

posto por música eletrô-nica, num ambiente con-

trário ao uso de drogas e anão-comercialização de

bebida alcoólica. Em sua4 ª edição oFiladélfia Ele-

tro Festival, que aconte-ceu no Barra Show, na

Barra da Tijuca, RJ, re-tornou em versão 3D e

ainda contou com o showcompleto de Thalles Ro-

berto. Adoração, dança ecelebração da vida foram os

componentes fundamen-tais que tornaram ines-

quecíveis os momentosdaqueles que participa-

ram do evento.

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Neste álbum, a cantora reú-ne em 14 faixas as músicas

mais conhecidas do padrecantor, entre elas Estou pen-

sando em Deus, Oração pela fa-

mília, Mãe do céu Morena,

Amar como Jesus Amou, entreoutras. Gravado e mixado no

estúdio F. Barreto, o CD temprodução executiva de Mário Carlos e di-

reção artística da própria Joanna.

Em nome de JesusJoanna interpreta padre Zezinho

LançamentosLanç[email protected]

A coletânea, que chega àterceira edição, é um pre-

sente pra lá de especial àsmães, que reúne grandes

nomes da música gospel.São 16 faixas interpretadas

por Fernanda Brum, AlineBarros, Regis Danese, Ma-

rina de Oliveira, WiliamNascimento, Léa Mendonça, Flordeliz,

entre outros. Os ritmos são os mais varia-dos, do pop às baladas.

Mãe eu te amo 3Mãe eu te amo 3

Aproximadamente 50 milpessoas participaram da gra-

vação ao vivo do DVD Dia-

mante, da cantora Damares.

Com mais de duas horas detrabalho, público e equipe

da Sony Music agitaram aPraça de Eventos no Cen-

tro Histórico de São Sebas-tião. Além do DVD, a Sony Music lança

o CD da cantora que já recebeu disco deouro e platina pelo trabalho.

Uma vida, uma históriaDamares ao vivo

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Page 158: Revista Backstage - Edição 210

OFERTAS IMPERDÍVEIS - BONS NEGÓCIOS

::::::::::::::::::::::: PREÇOS VÁLIDOS ATÉ 10/06/12 OU ENQUANTO DURAR O ESTOQUE ::::::::::::::::::::::::::::::::

Page 159: Revista Backstage - Edição 210

BONS NEGÓCIOS - OFERTAS IMPERDÍVEIS

::::::::::::::::::::: PARA ANUNCIAR: [email protected] - PABX.: (21) 3627-7945 :::::::::::::::::

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LUIZ

CAR

LOS

SÁ |

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ra quem não leu no mês passado: numa gigchefiada pelo veterano e experiente empresá-

rio Romildo de Paula, a caquética van de Everaldodos Santos leva a banda do quase-que-muito-fa-moso Carlinhos Távora para um show a mais dequatrocentos quilômetros de distância. Mesmoprecisando da merreca, a banda está irada e desco-nhece que nosso distinto canário, que se pela demedo de asas em geral, foi de avião de carreira enão de teco-teco, como o imaginoso Romildo fezcrer a todos. Para facilitar a vida de nossos leitoresmenos atentos cá fica a lista de personagens, porordem de entrada:

Romildo, o empresárioEveraldo, o motoristaCordélio Graça, o guitarrista – magro, alto e devoz finiiinha...Toninho Franciosa, o baterista mal humoradoBetão, percussionista, corpo de MMA e cabeça dezen-budistaDenise Boca-Divina, vocal e ombro de apoio do canárioDiego, o tecladista gozador

P

Serginho–quero–o–meu, vocalista mercenárioHumberto, o saxofonista fanho por vício profissionalNelson Bozó, o baixista-tieteCarlinhos Távora, o canário própriamente ditoBebel Távora, cara metade de infinita paciência,zelo e ferocidadeE mais os outros que virão...

- Bom, de qualquer jeito, vou ligar. Não sei nem se elesvão chegar antes da gente...- Ah, Romildo, fala sério! – o Toninho, de volta... –nem que fosse aquele teco-teco que leva faixa de pro-paganda na praia.De repente, do nada, o motor da Besta tossiu, ge-mendo na rampa. Everaldo reduziu a marcha, acele-rou, acelerou, mas a tosse do velho guerreiro Dieselsó piorava.

- ô Everaldo, que é isso aí, cara?- Ué, seu Romildo, se eu soubesse...Foi a conta de desviar a van pro acostamento e passaruma carreta buzinando, quase batendo na Besta quemal conseguiu sair da estrada a tempo. O Diesel arfoumais uma vez e desfaleceu como um tuberculoso deopereta. Protestos. Ranger de dentes. Caos. Todomundo falava ao mesmo tempo. Já ajoelhado no banco,Romildo virou-se pra trás:- Muita calma nessa hora! Mantenham seus lugares!Mas a banda já abria as portas e escapava pra fora daBesta fervente, preferindo o sol a pino exterior a um arcondicionado que não condicionava nada:- Aí, pessoal – piou o Diego-piada – Todo mundosoprando um na cara do outro que fica melhor quelá dentro.- Eu falei, eu falei! – soava mais fininha que nunca avoz do Cordélio – Van é uma invenção do demônio!Everaldo voltou da investigação mecânica com a mes-ma cara que tinha ido:- É, seu Romildo, não sei que é isso não... Vou ligar pro chefe.- Quanto falta, Everaldo? Pelo menos isso você devesaber, né não?

Vai de VanVai de VanCAPÍTULO 2

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- Aí uns duzentos, mais ou menos...Romildo distanciou-se do resto dopessoal e ligou pro celular do Carlos:- Carlinhos? E aí, já está no hotel?Como é que é?Romildo foi mais pra longe propessoal da banda não perceber queele subitamente perdera a cor.- Cancelado?! Como cancelado?...morreu quem?Percebeu que estava falando muitoalto e tapou o celular com a mãoesquerda, como se estivesse num orelhão...- A sogra do prefeito! Mas o que é que o aniversárioda cidade tem a ver com a velha? Ela tinha que mor-rer logo hoje?Caramba, Romildo, um pouco de respeito! DonaPinguinha, assim apelidada pelo religioso costumede tomar umas antes e depois da missa diária e jábem entrada nos noventa, sofrera um enfarto ful-minante ao ganhar um selinho inocente do nossojá tocadaço astro, que saltara do avião direto paraos braços da velhinha, sua ardorosa fã desde o iní-cio da longa carreira do figura, que – embalado portrês quartos do indispensável Johnnie WalkerBlack que o acompanhava nas aventuras aéreas –achara por bem agraciar a doce anciã com o saborsensual dos seus lábios, mesmo que por um mo-mento. Sem o treino aeróbico adequado para en-frentar tamanha emoção, o aparelho de donaPinguinha, a exemplo do Diesel da Besta velha,simplesmente arfara uma vez e deixara de funcio-nar, com a diferença de que o sorriso angelical-mente safado que dona Pinguinha levaria para otúmulo não condizia com a grade enferrujada e osfaróizinhos desanimados da também extinta máqui-na asiática, que provara assim ser muito menos resis-tente que a brasileira, que durara noventa e cacoscontra os pouco mais de vinte de sua concorrente.- Ô, Carlinhos, diz uma coisa: como é que o prefeitoestá inconsolável se quando ele nos contratou ele fa-lou que só estava chamando a gente porque a bebumda sogra dele tinha exigido isso senão ela contava prafilha...você sabe o quê. Mas escuta, cara, como é quevocê entra numa de dar um beijo na boca da velha?Romildo, meu caro, você tem mais de trinta anos esabe-se lá quantos quilômetros de estrada. Você sabecomo é perigosa aquela escada de avião, que se inclinamais e mais à medida que as garrafas do Black vão-seesvaziando. Nosso canário, Romildo, foi traído pelainsegurança do equipamento, que transformou o queseria um cumprimento educado e cortês à santa se-

nhora que o esperava sorridente no final da escadariaíngreme numa cena de Harold and Maude, aquele filmedos anos 70... Ensina-me a Viver, não é isso?... em que oadolescente Bud Cort torna-se amante da septua-genária Ruth Gordon, para enlevo de ambos.- E a Bebel nem te segurou? Caraca, pra que é que serveuma mulher que não te segura?Não vamos entrar nos detalhes escabrosos desse tele-fonema, já que a Bebel estava como de costume com oouvido colado no celular de Carlinhos e respondeu àaltura, dizendo a Romildo o que é que ele devia de se-gurar àquela altura dos acontecimentos. Melhor quevoltemos ao exterior da van, onde Denise Boca-Divi-na colava por sua vez a orelha no celular de Romildo atempo de ouvir as últimas palavras de Bebel. Deniseafastou-se a uma distância conveniente e começou asinalizar a mímica que só ela, Carlinhos e Romildoentendiam e praticavam muitas vezes pelas costas deBebel. Para facilitar, e como nosso texto não é ao vivoe a cores, tentaremos fazer uma tradução fiel:

DENISE - Você-vai-deixar –essa-(intraduzível)-fa-lar-com-você-desse-jeito-?ROMILDO (a custo conseguindo equilibrar o celularentre o ombro e a orelha esquerda) - Fica-fria-é-a-mu-lher-do-seu-patrão!DENISE - Diz-pra-ela-o-que-é-que-o-seu-patrão-curte-depois-do-show-quando-ela-não-está...ROMILDO - Dá-pra-você-calar-a-boca-?DENISE - Mas-eu-não-estou-falando-nada-ô-ba-baca-só-estou-gesticulando-ah-ah-ah-!

Foi bem nessa hora que – vendo a van em dificuldades eaplicando ao vivo seu aprendizado religioso de solidari-edade – que o ônibus do Sacré-Coeur-de-Marie, comseis freiras e quase trinta pré-adolescentes a bordo, di-minuiu a marcha, entrou no acostamento e – com o sus-piro dos seus eficientes freios de ar comprimido – paroupara prestar socorro à nossa querida banda.Aguarde-nos mês que vem...

Foi a conta de desviar a van pro

acostamento e passar uma carreta buzinando,

quase batendo na Besta que mal conseguiu sair da

estrada a tempo.

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Empresa ......................... Telefone ............... Home Page/e-mail .................................................... Pág

AES Brasil ..................................... (11) 2226-3100 .............. www.francal.com.br .................................................................................. 06

Augusto Menezes ......................... (71) 3371-7368 .............. [email protected] ............................................................... 125

Audio Precision ...................................................................... www.ap.com/br ........................................................................................ 89

Audio Premier ....................................................................... www.audiopremier.com.br ........................................................................ 35

Bass Player ................................... (11) 3721-9554 ................................................................................................................................ 109

B & C Speakers ............................ (51) 3348-1632 .............. www.bcspeakers.com.br ......................................................................... 103

Big System .................................... (21) 3217-7690 .............. www.bigsystem.com.br .......................................................................... 113

CSR .............................................. (11) 2711-3244 .............. www.csr.com.br ......................................................................... 09, 63 e 75

Capcase ....................................... (35) 3291-6096 .............. www.capcase.com.br .............................................................................. 119

CV Áudio ..................................... (11) 2206-0008 .............. www.cvaudio.com.br ................................................................................ 57

Decomac ..................................... (11) 3333-3174 .............. www.decomac.com.br ................................ 07, 25, 41, 45, 49, 129 e 145

Ecad ............................................. (21) 2544-3400 .............. www.ecad.org.br ....................................................................................... 51

Eros Alto-Falantes ....................... (18) 3902-5455 .............. www.eros.com.br ...................................................................................... 99

FZ Áudio ...................................... (11) 4071-2355 .............. www.fzaudio.com.br ................................................................................. 21

Gigplace ................................................................................ www.gigplace.com.br .............................................................................. 101

Gobos do Brasil ............................ (11) 4368-8291 .............. www.gobos.com.br .......................................................................... 53 e 67

Guitar Player ................................ (11) 3721-9554 .............. www.guitarplayer.com.br .......................................................................... 20

Gang Music ................................... (11) 3061-5000 .............. www.gangmusic.com.br ............................................................................ 27

Harman ................................................................................. www.harman.com ............................................................................. 37 e 39

Habro ........................................... (11) 2787-0300 .............. www.habro.com.br ................................................................................... 17

Hot Machine ................................ (11) 2909-7844 .............. www.hotmachine.ind.br .......................................................................... 157

Home Stúdio ................................ (21) 2558-0300 .............. www.homestudio.com.br ......................................................................... 12

IATEC .......................................... (21) 2493-9628 .............. www.iatec.com.br ........................................................................... 08 e 147

João Américo Sonorização ........... (71) 3394-1510 .............. www.joao-americo.com.br ..................................................................... 101

Jamile Tormann ............................. (61) 3208-4444 .............. www.jamiletormann.com .......................................................................... 97

LL Audio ...................................... 0800-0141918 ............... www.llaudio.com.br .................................................................................. 93

LS Audio ...................................... (55) 3312-3713 .............. www.lsaudio.com.br ............................................................................... 115

Lighting Week Brasil .............................................................. www.lwbr.com.br ...................................................................................... 16

Machine Amplificadores ............... (11) 4486-4967 .............. www.amplificadoresmachine.com.br ...................................................... 117

Metal Fecho ................................. (11) 2967-0699 .............. www.metalfecho.com.br .......................................................................... 79

Modern Drummer ........................ (11) 3721-9554 ................................................................................................................................ 108

Oversound ................................... (12)3637-3302 ............... www.oversound.com.br .......................................................................... 105

Projet Gobos ............................... (11) 3672-0882 .............. www.projetgobos.com.br ......................................................................... 95

Pro Shows .................................... (51) 3589-1303 .............. www.proshows.com.br ............................................. 23, 29, 71, 123 e 131

Penn-Elcom .................................. (11) 5678-2000 .............. www.penn-elcom.com.br .......................................................................... 73

Prisma .......................................... (51) 3711-2408 .............. www.prismaaudio.com.br ......................................................................... 81

Quanta ......................................... (19) 3741-4644 .............. www.quanta.com.br .................................................................. 15, 31 e 59

QVS ............................................. (19) 3872-3585 .............. www.qvsaudio.com.br ............................................................................ 141

Robe ...................................................................................... www.robe.cz ........................................................................................... 139

Rio das Ostras ....................................................................... www.riodasostrasjazzeblues.com .............................................................. 10

Sonotec ........................................ (18) 3941-2022 .............. www.sonotec.com.br ................................................................................ 11

Sparflex ................................................................................. www.sparflex.com.br ........................................................................ 4ª capa

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Star .............................................. (19) 3864-1007 .............. www.star.ind.br ................................................................................. 04 e 05

Studio R ....................................... (11) 5031-3600 .............. www.studior.com.br ......................................................................... 3ª capa

Sennheiser .................................... (11) 2362-9260 .............. www.sennheiser.com ................................................................................. 13

Sindmusi ....................................... (21) 2532-1219 .............. www.sindmusi.com.br ............................................................................. 153

Taigar ........................................... (49) 3536-0209 .............. www.taigar.com.br ................................................................................. 121

Tagima/Bose ................................. (11) 2915-8900 .............. www.boseprofessional.com.br .................................................................. 33

Telem ............................................ (11) 2714-9750 .............. www.telem.com.br ................................................................................. 149

Trio Concremassa ........................ (71) 8726-0777 .............. www.trioconcremassa.com.br .................................................................. 14

TSI ........................................................................................ www.microfonetsi.com.br ......................................................................... 83

Yamaha ........................................ (11) 3704-1377 .............. www.yamahamusical.com.br ...................................................... 2ª capa e 3

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