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Revista ipas 13

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EditorialEditorial

A escalada da vida existe a todo instante e deve ser analisadae compreendida. O papel de cada um, é superar todas as adver-sidades implantadas, seja qual for e, principalmente, em qual-quer ambiente.

Esse também é o objetivo desta publicação, trabalhando e seempenhando na pesquisa, estudos e demonstrações em cam-po, para mostrar novas atitudes e, principalmente, apresentarresultados que estão mudando, ao longo dos tempos, toda acadeia produtiva da região oeste da Bahia.

O resultado desta edição é totalmente coletiva, pois sem oapoio dos agricultores, pesquisadores, instituições ligadas aoagronegócio, profissionais da área de marketing e empresasfornecedoras de insumos e produtos para a nossa modernaagricultura, poderia ser uma ação impraticável para a realizaçãode mais um trabalho na publicação deste importante segmento,por isso, nosso muito obrigado a todos os envolvidos!

Os elos que ligam toda a cadeia produtiva precisam e devem sercada vez mais fortes. A revista Instituto PAS existe para desbravar,realizar, propagar, difundir e apresentar para vocês, caros leitores,as novidades que englobam a nossa realidade agrícola.

A construção de um pólo agrícola se dá devido à percepçãodos empresários agrícolas que, desde quando chegaram na re-gião, há aproximadamente 40 anos, confiaram e confiam nopotencial do setor. Hoje, também confiam, apoiam e reivindicampor mais estudos e pesquisas.

As pesquisas e estudos existem. O que realmente não existe,é o incentivo dos órgãos responsáveis (seja a níveis municipal,estadual e federal), para ampliar os trabalhos que são neces-sários. Assim mesmo, a cadeia produtiva está unida para man-ter a região oeste da Bahia cada vez mais produtiva, mesmocom as intempéries do dia-a-dia e climáticas.

E se tratando de clima, seja econômico ou proveniente danatureza, o que realmente equivale é a superação. É isso que arevista propõe a cada edição, evidenciando o potencial da cor-rente produtiva do Brasil. Somos um instrumento de união, eestamos aqui para fortalecer os principais elos, que são os agri-cultores e a sociedade como um todo.

Infelizmente, o atual cenário leva a simples perguntas, porexemplo: quem veio primeiro; o ovo ou a galinha? Sendo as-sim, de quem é a competência para resolver as questões climáti-cas? A economia global está protegendo quem alimenta a popula-ção? São poucas e necessárias perguntas, ainda sem resposta.

Reflitam caros leitores! Estamos aqui para contribuir com odesenvolvimento de toda a região oeste da Bahia e também como MATOPIBA, afinal, este é o nosso trabalho, e fazemos comtotal dedicação.

Tenham uma ótima leitura, porque sem aprendizado, é cadavez mais difícil continuar no cenário social, ambiental e econô-mico desta brava região!

* Engenheiro agrônomo e presidente do Instituto PAS

SUPERAÇÃO,* Valmor dos Santos

atitude mais do quenecessária nos novos tempos

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Luciano Olmos Zappelini*Marcelino Borges de Brito**

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A prática agrícola brasileira vemse destacando enormemente de-vido aos altos índices de produti-vidade conquistados além de suasuma significância frente ao cená-rio econômico, devido a adoção denovas tecnologias alavancou oagronegócio brasileiro a níveis

nunca antes vistos.Porém, a rápida expansão às no-

vas fronteiras agrícolas, bem comoa utilização de forma intensa dos de-fensivos agrícolas está cobrando seupreço, onde ano a ano vem gerandopopulações de insetos, plantas dani-nhas, fitopatógenos e nematoides re-

sistentes às moléculas químicas.Plantios e safras consecutivas ali-

adas ao clima brasileiro que propi-ciam possibilidades de plantio de in-verno, acabam criando uma “ponteverde”, permitindo assim que popu-lações de pragas e doenças persis-tam no campo por longos períodos.

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Frente a estasituação de alta pres-

são, o sistema agrícolabrasileiro está sendo obriga-

do a estabelecer métodos dife-renciados de manejo de pragas,doenças e nematoides, uma vezque populações recorrentes decertas pragas, como nematoi-des, além de fungos fitopatogê-nicos, vêm estabelecendo-semassivamente nas lavouras, in-viabilizando assim os cultivos emalgumas áreas no Brasil.

Segundo dados da Socieda-de Brasileira de Nematologia(SBN) divulgados em 2015, anu-almente são contabilizados pre-juízos de R$ 35 bilhões ao agro-negócio brasileiro, provocadosdiretamente pela ação de mais de100 espécies de nematoides, en-volvendo cerca de 50 gêneros,onde apenas na cultura da sojaas perdas são estimadas em R$16,2 bilhões, de acordo com osnúmeros da SBN.

Preocupada com este novodesafio, a Koppert BiologicalSystems vem ao longo das últi-mas safras, instalando campospara validação do sistema inte-grado de manejo de pragas, do-enças e nematóides, que hoje já

nejo químico obedecendo criteriosa-mente a rotação de moléculas, bemcomo priorizando o uso daquelasmais seletivas aos inimigos naturais,defendendo a rotação de culturas, omanejo do solo e o nutricional, tudo

em concomitância com o portfó-lio Koppert para o controle bio-lógico de pragas e doenças.

Muito já foi discutido nopassado sobre a adoção doManejo Integrado de Pragas(MIP), que agora faz-se maisdo que necessário para ga-rantirmos a sustentabilidadeno campo, especialmentequando o assunto são os ne-

matoides, a integração de di-ferentes tecnologias de contro-

le são mais do que necessárias,haja visto que as atuais não vêmmostrando resultados satisfatórios.

viraram recomendações de utiliza-ção, fazendo o consórcio das tecno-logias existentes, assim como o ma-

Fonte: CÍRCULO VERDE (Assessoria Agronômica e Pesquisa) e AG ANÁLISES E PESQUISA AGRÍCOLA

Fonte: CÍRCULO VERDE (Assessoria Agronômica e Pesquisa) e AG ANÁLISES E PESQUISA AGRÍCOLA

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Recentemente, no muni-cípio de Luís Eduardo Ma-galhães, localizado no oes-te da Bahia, na Fazenda San-ta Cruz (propriedade doGrupo CPM), em uma áreacultivada na entressafra comculturas não hospedeirasdos fitonematoides, e pos-terior plantio da soja asso-ciada a produtos biológicos,no caso o Trichodermil SC1306, verificou-se supres-são na população de nema-toides.

Este campo vem sendo cul-tivado há duas safras, 2014/15 e2015/16, onde dois tratamentos sãorealizados. O primeiro trata-se dopadrão que vem sendo adotado nes-ta região (basicamente defensivosquímicos). Já o segundo, trata-se

da proposta Koppert de manejo depragas, doenças e nematoides,onde são consorciados os produ-

tos do portfólio da empresa.Nesta área, está sendo mo-

nitorado a ocorrência de dois gê-neros de nematoides de extre-ma impor tância na cultura dasoja como por exemplo Pratylen-chus brachyurus (nematoidedas lesões), onde fica evidenteque em ambos as safras, o pro-duto TRICHODERMIL SC 1306teve sua ação consagrada na su-pressão da população deste ne-matoide (GRÁFICO 1) em ambosos tempos de avaliação 30 e 70dias após a emergência e 45 e90 dias após a emergência.

O segundo gênero de nema-toide também monitorado nestaárea é o Meloidogyne spp (ne-matoide das galhas), onde no-vamente nas safras 2014/15 e2015/16, houve uma significati-va redução da população destenematoide, quando comparadoos tratamentos Padrão e propos-ta Koppert (GRÁFICO 2).

Na entressafra 2014/15 e2015/16, nesta mesma área, foisemeado milho e novamentedois tratamentos foram condu-zidos. Um Padrão, manejopadrão utilizado nesta re-gião e a proposta Ko-ppert.

Fonte: CÍRCULO VERDE (Assessoria Agronômica e Pesquisa) e AG ANÁLISES E PESQUISA AGRÍCOLA

Fonte: CÍRCULO VERDE (Assessoria Agronômica e Pesquisa) e AG ANÁLISES E PESQUISA AGRÍCOLA

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Foram monitoradasas populações de doisimportantes gêneros denematoides para a cul-tura do milho, sendoeles Pratylenchus spp eHelicotylenchus spp nascondições de solo e sis-tema radicular (GRÁFI-CO 3, página anterior).

Novamente a pro-posta Koppert foi supe-rior na supressão daspopulações destes nema-tóides, mostrando assim aalta eficiência desta metodo-logia. Ainda na cultura do mi-lho, foram avaliadas a incidênciano solo de três fitopatógenoscomo Fusarium oxysporum, Fusa-rium solani e Rhizoctonia solani.

Ao analisar o GRÁFICO 4 (pá-gina anterior), a diferença entre ostratamentos torna-se evidente. Aproposta Koppert destaca-se porapresentar menores valores deocorrência para os três fitopató-genos citados, quando compara-do com o tratamento Padrão paraesta região. O que novamente vemmostrar a alta eficiência nesta im-portante ferramenta.

Ao término das avaliações deprodutividade, na fase final dacolheita, pode-se observar umincremento extremamente signi-ficativo de 18 sacas de milho amais por hectare, comparando ostratamento Padrão e proposta Ko-

ppert, resultando assim em 13% deaumento na produtividade de grãos(GRAFICO 5), exibindo a máxima per-formance do produto TRICHODERMILSC 1306.

Os resultados mencionados ediscutidos, são oriundos de um pro-grama bem estabelecido e conciso,no qual está embasado em produ-tos biológicos que garantem suaeficiência e máxima qualidade, ge-rando assim consistência e repeti-ção de resultados positivos safraapós safra.

O TRICHODERMIL SC 1306 éum produto a base do fungo Tri-choderma harzianum, cepa 1306,que além do controle de fitopatóge-nos como Fusarium, Sclerotinia, Rhi-zoctonia, Pythium, entre outros,

promove o crescimento dasplantas devido a produção demetabólitos e enzimas altamen-te especializadas na degradaçãode proteínas e quitinas de fun-gos de solo e nematoides.

Ferramentas modernas e efi-cientes, despontam no merca-do mostrando aos agricultoresbrasileiros, um futuro muito pro-missor frente a utilização de de-fensivos biológicos em comple-mento aos já existentes, reiteran-do a força e a significância dosmicrorganismos em todos ossistemas de cultivo, possibilitan-do assim a convivência com pra-gas, doenças e nematóides aum nível aceitável, através desolos supressivos que despon-tam em produtividade.

A Koppert Biological Syste-ms contribui para a saúde daspessoas e do planeta. Em par-ceria com a natureza, fazemos aagricultura mais segura e maisprodutiva. Nós fornecemos umsistema integrado de conheci-mentos especializados e solu-ções seguras que melhorama saúde, resistência e pro-dução das culturas.* Gerente de Produção e Desenvolvimento** Pesquisador de CampoKoppert Biological Systems

Fonte: CÍRCULO VERDE (Assessoria Agronômica e Pesquisa) e AG ANÁLISES E PESQUISA AGRÍCOLA

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Renato Mercer *Charles B. M. Lima **Edenio Lopes **Elvis S. Santos ***

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Ainda nas fases iniciais de de-senvolvimento do algodoeiro, umdos fatores mais impactantes so-bre a sua produtividade é a com-petição por recursos causadapelas plantas daninhas na cultu-ra do algodoeiro, de modo queé de grande importância a redu-ção dessa interferência.

Uma das práticas mais eficien-tes utilizadas é a aplicação empré-emergência de determina-dos herbicidas, embora haja orisco de causar efeito fitotóxico àcultura.

Diante disso, o presente traba-lho tem como objetivo avaliar osherbicidas Trifluralina + Diuronno controle do complexo deplantas daninhas na cultura doalgodoeiro.

O ensaio foi conduzido nocampo de pesquisas Alvorada,localizado na Fazenda Alvorada,município de Luís Eduardo Ma-galhães (BA), durante o períodode janeiro a julho de 2015. O de-lineamento experimental adotadofoi o de blocos casualizados(DBC), sendo 6 tratamentos e 4repetições.

Os tratamentos foram com-postos por uma testemunha ecinco formas de manejo de con-trole de plantas daninhas: T1 -Testemunha; T2 - Trifluralina +Diuron; T3 - (Clomazone + car-fentrazone ethyl) + Prometrina;T4 - Prometrina + S-Metolachlor;T5 - (Clomazone + carfentrazo-ne ethyl) + Diuron; T6 - Prome-trina + Trifluralina.

As parcelas foram constituí-das de 4 linhas de 6 metros decomprimento, com espaçamen-to entre linhas de 0,76m com áreatotal de 18,24 m2, onde descar-tou-se as duas linhas externas,avaliando-se as duas linhas cen-trais de cada parcela.

O tratamento T2 - Triflurali-na + Diuron apresentou resul-tados condizentes aos demaistratamentos no controle dasprincipais plantas daninhas ava-liadas, enquanto que o trata-mento T6 -Trifluralina + Prome-trina, foi inferior no controle de

C. benghalensis, C. echinatuse C. hirta aos 20 DAA.

Houve efeito fitotóxico signifi-cativo, ocasionado pelos trata-mentos T3 -(Clomazone + car-fentrazone ethyl) + Prometrina eT5 - (Clomazone + carfentrazo-ne ethyl) + Diuron, entretanto,com exceção da testemunha, ostratamentos não diferiram signi-ficativamente quanto aos compo-nentes de produtividade.

CONTROLEDO COMPLEXO DE

PLANTAS DANINHAS

A competição é uma das for-mas mais conhecidas de interfe-rência direta das plantas dani-nhas nas culturas agrícolas, dis-putando nutrientes, luz, água,CO2 e espaço. De forma indire-ta, a competição ocorre atravésde compostos alelopáticos queimpedem o desenvolvimentonormal das plantas cultivadas(BELTRÃO, 2004).

As plantas daninhas podemainda atuar como hospedeiras depragas e doenças comuns à cul-tura do algodoeiro (PITELLI,1985). Todos estes fatores po-dem levar perdas superiores a90% na produtividade de algodãoem caroço, tornando o algodo-eiro herbáceo uma das culturasmais suscetíveis à interferênciaimposta pelas plantas daninhas.

De forma geral, para evitar oefeito prejudicial dessas plantas, omanejo integrado de plantas da-ninhas (MIPD) deve ser adotado.Porém, o MIPD depende das con-dições agroecológicas da região,das culturas, manejo, biologia eecologia das espécies de plantasdaninhas envolvidas, entre outras(CHRISTOFFOLETI et al., 2008).

A utilização de capinas quími-cas, a partir do uso de herbici-das, é rotina no MIPD da culturado algodoeiro, ocorrendo em di-versas modalidades de aplicaçãocomo pré-plantio, pré-plantio in-corporado, pré-emergência,pós-emergência e dirigida (TAKI-ZAWA, 2000).

Dessa forma, o uso de herbi-cidas é uma ferramenta de ma-nejo muito importante para a co-tonicultura brasileira (CHRISTO-FFOLETI, 2002). Haja visto queo algodoeiro necessita de umperíodo de 8 e 66 dias após aemergência total sem a interfe-rência das plantas daninhas e,em situações particulares, esseperíodo pode se estender até os80 dias de sua emergência (SAL-GADO et al., 2002).

Portanto, um programa efici-ente de manejo inclui a combi-nação de estratégias que evitema competição das plantas dani-nhas durante o período crítico deinterferência. No entanto, em fun-ção da dificuldade de controle eaumento do espectro de ação, autilização de mistura dehe rb ic idascom dife-rentes me-can ismosde ação é amelhor fer-r a m e n t apara redu-zir a pres-são de sele-ção, aumentarcontrole e o efeito residual( V A R G A S ,2006).

Dentreas épocas deaplicação, a empré-emergência é aque possui o menornúmero de opções demanejo, sendo que osprincipais ingredientes ati-vos utilizados isoladamenteou em mistura são diuron, pro-metrine, alachlor, s-metolachlor,pendimethalin e clomazone.

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Apesar de ser uma prática con-solidada, a aplicação de pré-emer-gentes é extremamente técnica,pois a maioria dos produtos utili-zados provocam fitotoxicidade nacultura do algodoeiro. Esse efeitopode ser amenizado com o usode protetores que podem reduzira fitotoxicidade de alguns herbici-das não seletivos, ou não totalmen-te seletivos (FOLONI, 2005).

Dentre esses, o clomazone eo diuron são as moléculas maisutilizadas em aplicações em pré-emergência, com efeito ampla-mente difundido, atingindo con-trole acima dos 80% para a mai-oria das plantas daninhas.

Com base neste contexto, opresente trabalho teve por obje-

tivo avaliar os herbi-cidas Premerlin600 EC (Triflurali-

na) + Herburon(Diuron) no

controle docomplexode plan-tas dani-nhas nac u l t u r ado algo-

doeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi con-duzido no campo depesquisas Alvorada,

localizado na FazendaAlvorada, município deLuís Eduardo Magalhães(BA), durante o período de

janeiro a julho de 2015.A área está situada entre as

coordenadas 12°57’39,6’’S de la-titude e 46°00’06,2’’W de longi-tude, com altitude de 860 m ecom clima classificado como dotipo Aw, segundo classificaçãointernacional de Köppen.

As médias de temperatura eprecipitação pluviométrica sãode 24°C e 1200 mm, respectiva-mente, sendo a precipitação dis-tribuída essencialmente entre osmeses de novembro a abril. A dis-tribuição pluviométrica do campoestá descrita na FIGURA 1.

O solo da região é classifica-do como LATOSSOLO VERME-LHO-AMARELO Distrófico (Em-brapa, 2013). Foi realizada a aná-lise química e granulométrica dosolo antes do preparo do solo naprofundidade de 0-20 cm e 20-40 cm. A partir dos resultados daanálise de solo (TABELA 1), foirecomendado o manejo de pre-paro do solo e adubação da cul-tura.

A semeadura foi realizadamanualmente no dia 12/01/2015,utilizando a variedade DP 1240BT2RRFlex, adotando-se 10 se-mentes por m-1, sendo que para

** Dados: estação meteorológica Davis Vantage Pro - Campo de Pesquisa Alvorada

todos os tratamentos as semen-tes foram tratadas com diethyl-fenyl-fosforotiato, na dosagemde 0,8 Litros para 100 kg de se-mentes. Anteriormente à seme-adura, a área foi irrigada simu-lando 15 mm de precipitação.Durante a execução do experi-mento, o controle de pragas edoenças foi executado sempreque necessário, respeitando asboas práticas e o manejo inte-grado.

O delineamento experimentaladotado foi o de blocos comple-tos casualizados (DBC), sendoseis tratamentos, compostos poruma testemunha sem aplicaçãode herbicidas pré-emergentes, ecinco formas de manejo de con-trole de plantas daninhas, comquatro repetições. Os tratamen-tos estão citados na TABELA 2(página seguinte).

As parcelas foram constituí-das de quatro linhas de seis me-tros de comprimento, com espa-çamento entre linhas de 0,76mcom área total de 18,24 m2, ondefoi descartado as duas linhas ex-ternas, avaliando-se as duas li-nhas centrais de cada parcela ex-perimental.

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A aplicação dos tratamentosfoi realizada em pré-emergência,no sistema plante aplique no dia12/01/2015. Utilizou-se um pulve-rizador costal de pressão cons-tante de 2,0 bar (CO2), com bar-ra provida de seis pontas de pul-verização do tipo leque, modeloTT 110 015, espaçados entre0,50m entre si, produzindo volu-me de calda 150 L ha-1. As apli-cações foram realizadas no perí-odo da tarde com o solo aindaúmido, logo após a semeadurado experimento, com velocidadedos ventos inferiores a 8 km h-1.

As variáveis analisadas no en-saio foram: stand de plantas, ob-tido pela contagem do númerode plantas na área útil da parcelaaos 14, 21 e 180 dias após aemergência (DAE); Porcenta-gem de controle da comunida-de infestante predominante naárea, ou seja, Commelina ben-ghalensis, Spermacoce latifolia,Cenchrus echinatus e Chama-esyce hirta aos 20 e 35 dias apósa aplicação (DAA) seguindo aescala diagramática descrita naTABELA 3; Fitotoxicidade, men-surada aos 7, 14, 21 e 35 DAA,através da escala de notasEWRC (TABELA 4); Produtivida-de de algodão em caroço, dadopela colheita da área útil da par-cela e expressa em @ha-1; Pro-dutividade de algodão em pluma,dado pelo descaroçamento doalgodão colhido na área útil daparcela e expresso em @ha-1

(descaroçadora de parcelas –serra); massa de capulhos, obti-do pela pesagem de 20 capulhospor parcela e a massa expressaem gramas; rendimento e quali-dade da fibra determinada peloteste de HVI. As amostras coleta-das na área útil de cada parcelaforam analisadas por HVI (Highvolume instrument) da ZellwegerUster/Spinlab série 900, e foramdeterminadas as seguintes vari-áveis: uniformidade de compri-mento (UI), resistência a ruptura(STR), índice de micronaire(MIC), uniformidade de compri-mento (UHML) e índice de fiabili-

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01), * significativo ao nível de 5% de probabilidade(0.01 =< p < 0.05), ns não significativo (p >= 0.05). As médias seguidas pela mesma letra na coluna nãodiferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

dade (CSP).Os dados coletados no ensaio

foram submetidos à análise devariância (Teste F), e quando sig-nificativo, foi aplicado o teste deTukey através do software Sisvar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O manejo com pré-emergen-te na cultura do algodão no anoagrícola 2014/15 foi amplamenteinfluenciado pelas condições cli-máticas, uma vez que no perío-do de maior demandade água para agerminação foi

acometido pela estiagem, assimhouve a necessidade desuplementação hí-drica para que agerminação nãofosse comprome-tida. Porém, essacondição poten-cializa aação fi-

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totóxica dos herbicidas, uma vezque esses se movem no solo emfunção do fluxo hídrico, que nes-te caso era limitação e direciona-do à semente.

Como resultado da variaçãodo estado hídrico do solo e daaplicação de herbicidas pré-emergentes verificou-se que aos14 DAA esses fatores não influ-enciaram no stand de plantas.Aos 21 DAA, verificou-se que to-dos os tratamentos foram iguaisa testemunha, porém entre si,Trifluralina + Diuron (3,0 +1,0 Lp.c. ha-1), Prometrina + S-Meto-lachlor(2,0 +1,0 L p.c. ha-1) e Pro-metrina + Trifluralina (2,0 +3,0 Lp.c. ha-1) apresentaram númerosuperior de plantas que (Cloma-zone + Carfentrazoneethyl) +Prometrina (1,0 + 2,0 L p.c. ha-1)(TABELA 5).

Para a avaliação aos 35 DAA,quando a emergência estabili-zou-se e a ação do pré-emergen-te não era mais efetiva, verificou-se que os tratamentos contendo(Clomazone + Carfentrazonee-thyl) possuíam menor stand deplantas que os demais (Tabela 5),logo os efeitos observados aos21 DAA e a evolução da ação doclomazone interferiram na dimi-nuição do stand plantas.

Esse efeito é característicodessa molécula, quando o fluxohídrico do solo é insuficientepara diluição do produto e açãodos microrganismos responsá-veis pela degradação da molécu-la é limitada, uma vez que essesdependem do estado hídrico do

solo. Assim, o pro-duto concentra-se na superfíciedo solo, e no

processo

de emergência a plântula entraem contato com o herbicida.

Os efeitos da fitotoxicidez pro-vocados pelos herbicidas estãodescritos na tabela 6 na qual ve-rifica-se que a testemunha é in-ferior aos tratamentos com apli-cação, em todas as avaliaçõesrealizadas (Tabela 5). Os trata-

mentos (Clomazone + Car-fentrazoneethyl) + Prometri-

na (1,0 + 2,0L p.c. ha-1) e(Clomazone + Carfen-trazoneethyl) + Diuron(1,0 + 1,0 L p.c. ha-1)foram os mais fitotó-xicos a cultura do al-

godoeiro em todas as avaliaçõesrealizadas. Aos 21 e 35 DAA o tra-tamento com aplicação de Triflu-ralina + Diuron (3,0 +1,0 L p.c.ha-1) apresenta fitoxicidade simi-lar à observada na testemunha(TABELA 6).

Este efeito pode estar associ-ado às características químicas e/ou físicas dos solos do oeste daBahia, especialmente com rela-ção à textura, teor de areia relati-vamente elevado e baixo teor deargila, assim o herbicida pode terficado em maior disponibilidadena solução do solo, o que pro-vavelmente intensificou a fitoto-

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01), * significativo ao nível de 5% de probabilidade(0.01 =< p < 0.05), ns não significativo (p >= 0.05). As médias seguidas pela mesma letra na coluna nãodiferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01), * significativo ao nível de 5% de probabilidade(0.01 =< p < 0.05), ns não significativo (p >= 0.05). As médias seguidas pela mesma letra na coluna nãodiferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01), * significativo ao nível de 5% de probabilidade(0.01 =< p < 0.05), ns não significativo (p >= 0.05). As médias seguidas pela mesma letra na coluna nãodiferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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xicidez nas plantas de algodoei-ro, efeito não observado nos de-mais herbicidas, dado a nature-za de residualidade desses.

Os efeitos da fitotoxicidez pro-vocados pelos herbicidas estãodescritos na tabela 6 na qual ve-rifica-se que a testemunha é in-ferior aos tratamentos com apli-cação, em todas as avaliaçõesrealizadas (Tabela 5). Os trata-mentos (Clomazone + Carfen-trazoneethyl) + Prometrina (1,0+ 2,0L p.c. ha-1) e (Clomazone+ Carfentrazoneethyl) + Diuron(1,0 + 1,0 L p.c. ha-1) foram osmais fitotóxicos a cultura do al-godoeiro em todas as avaliaçõesrealizadas. Aos 21 e 35 DAA o tra-tamento com aplicação de Triflu-ralina + Diuron (3,0 +1,0 L p.c.ha-1) apresenta fitoxicidade simi-lar à observada na testemunha(TABELA 6, página anterior).

Este efeito pode estar associ-ado às características químicas e/ou físicas dos solos do oeste daBahia, especialmente com rela-ção à textura, teor de areia relati-vamente elevado e baixo teor deargila, assim o herbicida pode terficado em maior disponibilidadena solução do solo, o que pro-vavelmente intensificou a fitoto-xicidade nas plantas de algodão,efeito não observado nos demaisherbicidas, dado a natureza deresidualidade desses.

O controle de Commelinabenghalensis aos 20 e 35 DAA foiefetivo em todos os tratamentosquando comparados à testemu-nha (TABELA 7, página anteri-or).

Para o comparativo entre her-bicidas, aos 20 DAA, verifica-seque o controle de C. benghalen-sis é mais efetivo no tratamento(Clomazone + Carfentrazoneethyl)+ Diuron (3,0 +1,0 L p.c. ha-1) emrelação à Prometrina + Triflurali-na (2,0 +3,0 L p.c. ha-1).

Os demais tratamentos sãoiguais para ambos, efeito contrá-rio ao observado aos 35 DAA,onde o controle verificado no tra-tamento Prometrina + Trifluralina(2,0 +3,0 L p.c. ha-1) foi inferior

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01), * significativo ao nível de 5% de probabilidade(0.01 =< p < 0.05), ns não significativo (p >= 0.05). As médias seguidas pela mesma letra na coluna nãodiferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

ao dos demais herbicidas es-tudados (tabela 7).

O controle de Spermaco-ce latifolia aos 20 e 35 DAA foiefetivo em todos os tratamen-tos quando comparados à tes-temunha (TABELA 8). Para ocomparativo entre herbicidas,aos 20 DAA, verifica-se que ocontrole de erva-quente é maisefetivo no tratamento Prometri-na + Trifluralina (2,0 +3,0 Lp.c. ha-1) em relação à Triflura-lina + Diuron (3,0 +1,0 Lp.c.ha-1) (tabela 7).

Esse efeito é opos-to ao verificadopara controle deC. benghalen-sis, evidenci-ando a espe-cificidade decontrole decada herbici-da em rela-ção à plantadaninha e aépoca de ava-liação, como é

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01), * significativo ao nível de 5% de probabilidade(0.01 =< p < 0.05), ns não significativo (p >= 0.05). As médias seguidas pela mesma letra na coluna nãodiferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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verificado aos 35 DAA, onde en-tre os pré-emergentes o tratamen-to (Clomazone + Carfentrazone-ethyl) + Diuron (3,0 +1,0 L p.c.

ha-1) e Trifluralina + Diuron(3,0 +1,0 L p.c. ha-1) obti-

veram menor controlesobre Spermacoce la-tifolia que Prometrina+ S-Metolachlor (2,0+1,0 L p.c. ha-1) (ta-

bela 8).Q u a n d o

ava l ia -

do o controle de Cenchrus echi-natus aos 20 e 35 DAA todos ostratamentos apresentaram efeti-vidade, quando comparados àtestemunha (TABELA 9). Para ocomparativo entre herbicidas,aos 20 DAA, verifica-se que ocontrole de carrapicho é maiorno tratamento (Clomazone +Carfentrazoneethyl) + Prometri-na (1,0 + 2,0 L p.c. ha-1) e (Clo-mazone + Carfentrazoneethyl) +Diuron (3,0 +1,0 L p.c. ha-1) emrelação à Prometrina + Triflurali-

na (2,0 +3,0 L p.c. ha-1) (ta-bela 9).

Esses resultados es-tão de acordo comÁvila et al. (2000) queafirmam que o cloma-zone controla muitobem gramíneas anu-ais e perenes de re-

produção seminal e al-gumas plantas dani-

nhas de folhas largas,como guanxuma e trapo-

eraba. Aos 35 DAA, não severificou diferença estatísti-

ca para o controle de carrapichoentre os herbicidas estudados(Tabela 9).

Os maiores controles obser-vados, dentre as espécies avalia-das, foi para Chamaesyce hirta,sendo que a aplicação de (Clo-mazone + Carfentrazoneethyl) +Prometrina (1,0 + 2,0 L p.c. ha-1)aos 20 DAA foi superior a aplica-ção de Prometrina + Trifluralina(2,0 +3,0 L p.c. ha-1) no controledessa espécie daninha, isso paraos tratamentos que receberamcontrole químico. Aos 35 DAA,(Clomazone + Carfentrazonee-thyl) + Prometrina (1,0 + 2,0 Lp.c. ha-1) obteve maior controlede erva-de-santa-luzia que Pro-metrina + Trifluralina (2,0 +3,0 Lp.c. ha-1), os demais tratamentoscom aplicação obtiveram o mes-mo controle que estes. No com-parativo com a testemunhaem ambas as avaliações, 20 e 35DAA, todos os tratamentos foramefetivos no controle da plantadaninha, quando comparadosao tratamento testemunha (TA-BELA 10).

De maneira geral, os trata-mentos testados proporciona-ram bons níveis de controle dasespécies de plantas daninhasavaliadas, principalmente no pe-ríodo até 35 DAA.

As associações de clomazo-ne+ carfentrazone-ethyl comprometrina e diuron apesar deapresentarem graus de fitotoxi-dez altos, promoveram níveis sa-tisfatórios de controle.

Ao analisar a massa de capu-lho e o rendimento de pluma (ta-bela 10), nota-se que em ambasas variáveis não houve diferençasignificativa entre tratamentos etestemunha, tão pouco entre si.Este resultado está de acordocom Arantes et al. (2015) quecomparando diferentes misturasem aplicações em pré e pós-emergência verificaram que osherbicidas não influenciam taisvariáveis.

A produtividade de algodãoem caroço e pluma foi influenci-ada pela aplicação dos herbici-

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01), * significativo ao nível de 5% de probabilidade(0.01 =< p < 0.05), ns não significativo (p >= 0.05). As médias seguidas pela mesma letra na coluna nãodiferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01), * significativo ao nível de 5% de probabilidade(0.01 =< p < 0.05), ns não significativo (p >= 0.05). As médias seguidas pela mesma letra na coluna nãodiferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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REFERÊNCIAS

das pré-emergentes, onde estesforam superiores em produtivida-de que a testemunha (TABELA11, página anterior). Sendo amédia de produtividade de plu-ma 35% superior à verificada natestemunha, numericamente asmaiores produtividades de algo-dão em caroço se deram nos tra-tamentos que receberam a apli-cação de Trifluralina, possivel-mente pela melhor manutençãodo stand final de plantas.

Ao identificar os fatores queinfluenciaram a produtividade dacultura do algodoeiro, pode-seafirmar que na testemunha acompetição estabelecida pelasplantas daninhas superam o efei-to fitotóxico e a diminuição destand provocada pela possívelação dos herbicidas. Além disso,os tratamentos com produtivida-de na ordem de 280 @ ha-1 per-deram ao menos uma planta pormetro linear em função da apli-cação do pré-emergente.

O controle de plantas dani-nhas, para este estudo, influen-ciou na qualidade da fibra do al-godoeiro (TABELA 12, páginaanterior). Para a testemunha, ve-rificaram-se os menores valoresUI, UHML e SSP e STR e MIC.

Para a análise dos tratamen-tos que receberam aplicação deherbicida, verificou-se que os va-lores relativos às característicasintrínsecas da fibra foram altera-dos em função das mesmas,

porém no contexto geral das di-ferenças entre variáveis, não seconsegue isolar um tratamentoou um fator mais impactante naqualidade da fibra, uma vez quemesmo com alterações de valo-res, nenhum tratamento apre-sentou resultados fora dos pa-drões e médias descritos na lite-ratura para a cultivar utilizada sobas condições de campo durantea condução do experimento.

CONCLUSÃO

A aplicação de (Clomazone +Carfentrazoneethyl) + Prometri-na e (Clomazone + Carfentrazo-neethyl) + Diuron (tratamentosT3 e T5, respectivamente) apre-sentaram efeito fitotóxico signifi-cativo sobre a cultura, podendoter provocado impacto negativosobre o stand final de plantas.

Embora o tratamento T6-Pro-metrina + Trifluralina tenha apre-sentado percentual de controlede C. benghalensis inferior aosdemais tratamentos aos 20 e 35DAA (63,75%, respectivamen-te), o mesmo apresentou-sesuperior quando avaliadoo controle S. latifolia aos20 DAA.

O tratamento T2-Trifluralina + Diuronapresentou resulta-dos condizentes aosdemais tratamentosno controle de C. echi-

natus e C. hirta aos 20 e 35 DAA,sendo ainda que aos 20 DAA otratamento T6-Prometrina + Tri-fluralina foi o que apresentou osresultados inferiores.

Houve efeito significativo dostratamentos sob os componen-tes de produtividade do algodo-eiro apenas em comparação aotratamento T1-Testemunha.

O tratamento T2-Trifluralina +Diuron apresentou 116,21 @/hado algodão em caroço a maisque o tratamento T1-Testemu-nha. O tratamento T2-Trifluralina+ Diuron apresentou ainda 21,65@/ha do algodão em caroço amais que o tratamento T4-Prome-trina + S-Metolachlor.

* Engenheiro Agrônomo ** Técnico de pesquisa/

***Estagiário de nível superior

Mercer Assessoria Agronômica

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28

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O sistema produtivoda soja nas últimas

safras tem enfrentadosurtos cada vez

mais freqüentes depopulações de mosca-

branca (Bemisia tabaci), emuitas vezes os

inseticidas químicostradicionais apresentam-

se com um controleineficiente em função da

seleção de indivíduosmais tolerantes, que

podem ser reflexodo desequilíbrio noagroecossistema.

Sendo assim, o presentetrabalho objetiva avaliara eficácia do defensivo

biológico Boveril®(Beauveria bassiana),

em aplicação única ouem associações cominseticidas químicos

para o controle demosca-branca (B. tabaci).

29

Imagem: divulgação

Page 30: Revista ipas 13

sabido que durantevários anos, a utiliza-ção de agroquímicostrouxe benefícios in-

questionáveis para produtivi-dade e qualidade das lavou-ras. No entanto, as restriçõesde uso desses produtos devi-do à alta toxicidade para huma-nos e organismos não-alvos,além do uso indiscriminado dealtas doses e sem rotatividadede mecanismos de ação, levouà mudanças consideráveis nasatitudes das pessoas em rela-ção a utilização dos agroquími-cos na agricultura.

Esses fatores têm impulsio-nado a utilização de agentesde controle biológico,seja isoladamen-te ou inte-grados a

outras estratégias de manejo,pois são produtos relativamen-te mais baratos, não contami-nam e desequilibram o meioambiente, além de não deixa-rem resíduos (DAVIES et al.,1991; HUSSAIN et al., 2011;SINGH et al, 2012).

Entende-se por controle bi-ológico a redução da densida-de de inóculo ou das ativida-des do patógeno que determi-nam uma doença, realizadaatravés de um ou mais orga-nismos que não o homem(COOK & BAKER, 1983). Estetipo de manejo, não corres-ponde apenas a aplicação emmassa de produtos que conte-

nham um agente de controlepatogênico, mas se trata deum mecanismo eficiente quebusca compreender os modosde ação, produção, formulaçãoe estratégias de aplicação nocampo.

No que se refere ao manejode fitonematoides, diversosestudos têm apresentado o Tri-choderma spp, Pochonia chla-mydosporia e Paecilomyces li-lacinus como os principais mi-crorganismos antagonistasdestas pragas. Normalmente,esses fungos são saprofíticos,logo, independem da presen-ça de ovos de nematoides nosolo para a sua sobrevivência,

crescendo satisfatoria-mente em matéria

orgânica. Emfunção des-

sa cara-

É

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cterística, são mais fáceis dese estabelecerem no solo.

O gênero Trichoderma cor-responde à fase anamórfica dogênero Hypocrea, pertencenteà classe dos fungos Mitospóri-cos. Este antagonista tem mos-trado melhor atuação em pa-tógenos habitantes de solocomo, por exemplo, Pythiumsp., Fusarium sp., Rhizoctoniasp. e Sclerotium sp., pois comotambém é um habitante do solo,suas características de antago-nismo são melhor expressasneste ambiente (MELO, 1996).Assim, ZHANG, S. et al. (2014)relatam T. longibrachiatumcomo um agente de biocontro-le para o manejo de Heterode-ra sp. (Figura 1), parasitandodiretamente os cistos e, conse-quentemente a eclosão de juve-nis, através dos aumentos de ati-vidade de quitinase extracelular.

Em virtude das inúmerasvantagens proporcionadaspelo Trichoderma, atualmenteeste organismo é o mais estu-dado no mundo. Dentre asprincipais características, des-taca-se o controle de fitopató-genos e a promoção de cres-cimento vegetal devido a suaversatilidade de ação, como

parasitismo, antibiose e com-petição, além de atuaremcomo indutores de resistênciadas plantas contra doenças.

Pochonia chlamydosporia éum parasita de ovos dos ne-matoides de cisto (Heterode-ra), dos formadores de galhas(Meloidogyne),além de ser pa-rasita do nema-toide reniforme(Rotylenchulusreniformis), po-dendo ser apli-cado próximoàs raízes deuma cultura e es-tabelecer-se nosolo (KERRY;BOURNE, 2002).Desse modo, pormeio da intera-ção Pochonia-H o s p e d e i r o ,ocorre um incre-mento da bio-massa vegetal devido à açãodireta do antagonista, tais comoa produção de reguladores decrescimento relacionados com aatividade da peroxidase (MON-FORT et al., 2005).

Com o aumento na área deabsorção das raízes, a planta

tem um melhor desenvolvi-mento. Vale ressaltar, que umacaracterística importante des-se fungo que o torna um bomagente de biocontrole, é a pro-dução de clamidósporos, es-truturas de resistência que au-mentam a sobrevivência em

condições ad-versas do am-biente, como al-tas temperatu-ras e pouca umi-dade.

Outro fungode grande inte-resse para utili-zação no ma-nejo de fitone-matoides é oPaecilomyceslilacinus. Estefungo caracteri-za-se por pe-netrar os ovosde nematoi-des, destruin-

do o embrião, podendo exer-cer forte pressão na capacida-de reprodutiva das fêmeasque são colonizadas e, poste-riormente, mortas (DUNN et al.,1982).

Sua adaptabilidade a umaampla faixa de pH do solo o

Figura 1 - Nas imagens(A) e (B), os cistosforam parasitadospelos esporos de

T. longibrachiatum;(C) e (D), os cistosforam parasitados

pelo micélio deT. longibrachiatum;

(E) e ( F ), cisto sendodeformado pelacolonização de

T. longibrachiatum

Outro fungo degrande interesse parautilização no manejo defitonematoides é oPaecilomyces lilacinus.Este fungo caracteriza-sepor penetrar os ovos denematoides, destruindo oembrião, podendo exercerforte pressão nacapacidade reprodutivadas fêmeas”.

Page 32: Revista ipas 13

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REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS

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A colonização dos ovosaparenta ocorrer pela simplespenetração da parede do ovopor uma hifa individual, auxili-ada por atividades mecânicase/ou enzimáticas (JATALA,1986). Após a penetração, emcurto espaço de tempo, osovos são completamente colo-nizados pelo fungo.

A maioria das pesquisasaplicadas ao controle biológi-co de doenças de plantas foibaseada no uso de um únicoantagonista contra o (s) pató-geno (s) alvo (s) (JATALA,

1986; SIDDIQUI;SHAUKAT, 2003; FERRAZ

et al., 2010). No entanto, aexemplo do que ocorre nos ex-perimentos de campo e emlocais onde o controle biológi-co permanece naturalmente, épossível que tal evento seja re-sultado da mistura de antago-nistas, muito mais do que umaalta população de apenas umantagonista (SIDDQUI; SHAU-KAT, 2003; ROBERTS et al.,2005).

Assim, a introdução de umamistura de antagonistas, comode Trichoderma spp., P. lilaci-nus e P. chlamydosporia, ten-de a apresentar maior êxito,aumentando a eficácia e con-fiabilidade do controle, em fun-ção da ampliação do espectrode mecanismos de ação con-tra o nematoide alvo.

Portanto, não podemos pen-sar em práticas isoladas decontrole, mas sim no ManejoIntegrado, na busca do melhorequilíbrio entre os nematoidese a produção agrícola.

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Plano SafraO Plano Safra 2016/2017 vai

disponibilizar R$ 202,88 bilhõespara produtores rurais. O valor é8% maior que o da safra anteri-or, de R$ 187,7 bilhões. O novoPlano Agrícola e Pecuário foianunciado no dia 4 de maio, pelaministra da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento, Kátia Abreu,em cerimônia no Palácio do Pla-nalto.

“O plano safra, com R$ 202,88bilhões, é um valor recorde.Quando assumi o Ministério daAgricultura, disse que o Mapa[ministério], teria os olhos volta-dos para os produtores rurais. Seeles tiverem sucesso na sua ati-vidade, ganha a sociedade bra-sileira e o nosso Brasil. Sei queas turbulências pelas quais pas-samos hoje tornam ainda maioro desafio de quebrar recordes”,disse a ministra.

Segundo o ministério, um dosdestaques do plano é o aumen-to de 20% dos recursos para cus-teio e comercialização a juroscontrolados. A modalidade teráR$ 115,8 bilhões. Os juros foramajustados sem comprometer acapacidade de pagamento doprodutor, com taxas entre 8,5%e 12,75% ao ano, informou o mi-nistério.

MAIS DINHEIRO

Para os produtores beneficia-dos pelo Programa de Apoio aoMédio Produtor (Pronamp), osrecursos de custeio aumentaram15,4% e alcançaram R$ 15,7 bi-lhões, com juros anuais de 8,5%.

Os demais recursos do PlanoSafra serão disponibilizados parafinanciamento a taxas de juros li-vres do mercado.

Para o Ministério da Agricultu-ra, o Plano Safra conta com ino-

destinará R$ 202,88 bilhõespara produtores rurais

vações em relação aos anterio-res. Na pecuária de corte, a aqui-sição de animais para recria e en-gorda deixa de ser consideradainvestimento e passa para a mo-dalidade de custeio, o que vai pro-porcionar ao produtor mais recur-sos na contratação de crédito.

Outra novidade é que o Minis-tério da Agricultura negociou comos bancos a emissão de Letras deCrédito do Agronegócio (LCAs)para os produtores a juros contro-

lados. Nos planos anteriores, nãohavia essa opção. Os juros eramlivres e, portanto, menos atrativosao setor produtivo.

O Plano Agrícola e Pecuário

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Ana Cristina Campos - Agência Brasil

2016/2017 entra em vigor em 1ºde julho e se estende até 30 dejunho do ano que vem.

Agricultura Familiar - Já os

agricultores familiares contarãocom R$ 30 bilhões para o finan-ciamento de projetos individuaisou coletivos destinados à produ-ção de alimentos básicos. O va-

lor também foi divulgado pelo go-verno federal, durante cerimôniade anúncio do Plano Safra daAgricultura Familiar 2016/2017.

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Imagens: divulgação

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37

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A soja é uma das princi-pais culturas de verão da pro-dução agrícola brasileira, re-presentando a segunda mai-or área mundial da oleagino-sa, com 24.942.200 ha culti-vados na safra 2011/2012(CONAB, 2012).

As doenças da soja repre-sentam um importante fatorde restrição da produção dasoja e o mofo-branco, causa-do por Sclerotinia sclerotio-rum, é uma das doenças quetem um alto potencial de cau-sar prejuízo não só à soja, masa várias outras culturas quecompõem o sistema de pro-dução (MEYER & CAMPOS,2009). Essa doença manifes-ta-se com maior severidadeem áreas de clima chuvoso,temperatura amena e alta umi-dade relativa do ar (MEYER &CAMPOS, 2009; TECNOLO-GIAS, 2011). Sua incidênciana cultura da soja aumentouconsideravelmente nas últi-mas safras, sendo estimadoque cerca de 25% da área decultivo de soja no Brasil este-jam infestados pelo patógeno.

O manejo do mofo-bran-co deve ser realizado atravésda adoção de medidas que

visem a redução doinóculo (es-

cleró-

dios no solo) e/ou redução dataxa de progresso da doença,tais como: utilização de semen-tes de boa qualidade e tratadascom fungicidas adequados; for-

mação de palhada para cober-tura uniforme do solo, pre-

ferencialmente oriundade gramíneas; rotação

e/ou sucessão comculturas não hos-

pedeiras; escolhade cultivares

com arquitetu-ra de plantasque favoreçauma boaa e r a ç ã oentre plan-tas (pou-co ramifi-cadas e

com folhas pequenas) e com pe-ríodo mais curto de florescimen-to; população de plantas e espa-çamento entrelinhas adequadosàs cultivares; emprego de con-trole químico, através de pulveri-zações foliares de fungicidasprincipalmente no período demaior vulnerabilidade da planta(início da floração até início da for-mação de vagens ou frutos); em-prego de controle biológico atra-vés da infestação do solo comagentes antagonistas; limpeza demáquinas e equipamentos apósutilização em área infestada paraevitar a disseminação de escleró-dios. Pesquisas vêm sendo reali-zadas buscando o desenvolvimen-to de cultivares de soja resistentesà doença, tanto pelo melhoramen-to clássico como pela transgenia

Page 39: Revista ipas 13

(MEYER, 2011; TECNO-LOGIAS, 2011).

Os recentes trabalhosde pesquisa têm verifica-do que o controle quími-co pode ser uma alternati-va importante no manejo dadoença, desde que sejaadotado como uma medidacomplementar no manejo in-tegrado do mofo-branco(MEYER et al., 2011).

Com o objetivo de avaliar aeficácia de fungicidas no controleda doença, foi conduzido um ex-perimento no município de Goi-anira, Goiás, em colaboração àrede de ensaios cooperativos decontrole químico de mofo-bran-co em soja, safra 2011/2012.

Este relatório é fruto da parce-ria estabelecida entre as empre-sas Basf, Bayer, Cheminova, Iha-ra, ISK, Nortox, Nufarm, Sumito-mo, Syngenta, Embrapa Soja eFuncredi, apresentando resulta-dos da avaliação da eficiência decontrole químico do mofo-bran-co na cultura da soja em Goiani-ra, Goiás, na safra 2011/2012.

METODOLOGIAO ensaio foi realizado em área

experimental da Embrapa Arroze Feijão, na fazenda Palmital emGoianira, GO, coordenadas ge-ográficas S 16° 26' 06,3" e W 49°24' 02,7", altitude de 738m. Estaárea foi infestada artificialmente

comescle-r ó d i o sde S. scle-r o t i o r u mpara fins de ex-perimentação demanejo de mofo-bran-co, apresentando cerca de100 escleródios por m2. Foi uti-lizada a cultivar MSoy 7908 RR, se-meada em 24/11/2011 e colhidaem 03/04/2012.

Foi utilizado o delineamentoexperimental de blocos casualiza-dos, com parcelas de 18 m2 equatro repetições. As parcelas ex-perimentais foram compostas deseis linhas de 6m, com espaça-mento entre linhas de 50 cm. Fo-ram consideradas como parcelaútil as duas linhas centrais, despre-

zando-se ummetro em cada extremi-dade (duas linhas de 4m).

Os tratamentos estãoapresentados na tabela 1 eforam compostos por fungi-cidas dos grupos dos benzi-midazóis, carboxamidas, ani-lidas e estrobilurinas, além dacombinação de um benzimi-dazol com um extrato vegetal(lignosulfonato).

As aplicações foram feitascom pulverizador costal pres-surizado com CO2, barra comquatro bicos AVI 110-02, comvazão de 200 L ha-1. Foramrealizadas duas, três ou qua-tro pulverizações, sendo quea primeira aplicação foi reali-zada sempre em estádio R1 eas demais com intervalos de10 dias (Tabela 1).

Foram realizadas três ava-liações de incidência demofo-branco (R2, R5.1 eR5.5) pela quantificação deplantas infectadas, avaliando-

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-se 80 plan-tas por parce-la (40 plantas mar-cadas em cada linhada parcela útil). Foi quan-tificada a massa de escleródi-os (em g ha-1) obtida na trilhadas plantas de cada parcela.Foram também avaliados aprodutividade (em kg ha-1) e amassa de grãos (g). Com basenos resultados obtidos, foramcalculados os percentuais decontrole em função da redu-ção de incidência da doença,o percentual de redução deprodutividade da soja e o per-centual de redução de produ-ção de escleródios.

Os resultados foram anali-sados pelo teste F e as médi-as pelo teste de Tukey e Dun-can a 5% de probabilidade,utilizando-se o programa com-putacional SASM – Agri (Can-teri et al., 2001).

RESULTADOS EDISCUSSÃO

Não houve registro de inci-dência de mofo-branco emestádio R1, momento das pri-meiras pulveri-zações, mashavia forma-ção de apoté-cios na área.As condiçõesclimáticas fo-ram favoráveis(Figura 1) e adoença pro-grediu com od e s e n v o l v i -mento da cul-tura, apresen-tando incidên-cia de 24,4%em R5.1 e de

34,7% em R5.5na testemunha sem con-trole do mofo-branco (Tabela 2).

As maiores reduções na inci-dência da doença foram obser-

vadas nos tratamentoscom fluopyram e com dimoxys-trobin + boscalid, que apresenta-

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ram controle de 80% e 69%,respectivamente (Tabelas 2 e 3).

Os melhores resultados derendimento da soja foram obser-

vados nostratamentos com

dimoxystrobin + bosca-lid, fluazinam + carbendazim efluazinam + tiofanato metílico,com produtividades variando de3647,8 kg ha-1 a 3704,4 kg ha-1.Comparando-se a testemunha

com o tratamen-to de maior produti-

vidade, a redução no ren-dimento de grãos chegou a25% (Tabela 3).

Além dos tratamentos comdimoxystrobin + boscalid efluopyram, os tratamentoscom procimidona (isolada-mente ou associada acarben-dazim) foram mais eficientesna redução de inóculo de S.sclerotiorum, apresentando

os maiores ín-dices de redu-ção na produ-ção de escleró-dios nas plan-tas, que varia-ram de 90% a99%. Em mé-dia, a produ-ção de escleró-dios nestes tra-tamentos va-riou de 24,4 gha-1 a 306,3 gha-1, ao passoque a testemu-nha produziu3618,1 g ha-1

(Tabela 3),quantidade sig-nificativamentegrande quantoà preservaçãodo patógeno eao potencial decausar doençano próximo cul-tivo.

Como basenesse artigo aFundação Cha-padão realizoutestes recentesno ano de2016. Confiraos resultados.

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REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS

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MEYER, M.C.; CAMPOS, H.D.Guerra ao mofo. Cultivar Gran-des Culturas, n. 120, ano 11, p.16-18. 2009.

MEYER, M.C. Manejo de Scle-rotiniasclerotiorum para a sus-tentabilidade da produção. In:Simpósio Brasileiro de Patolo-gia de Sementes, 11, 2011, Na-tal, RN. Informativo ABRATES,Londrina, v.21, n.3, p.15, 2011.

MEYER, M.C., NUNES JUNIOR,J., PIMENTA, C.B., SEII, A.H.,NUNES SOBRINHO, J.B., COS-TA, N.B., GUARNIERI, S.F. Efici-ência de fungicidas no controlede mofo-branco (Sclerotinias-clerotiorum) em soja, no Esta-do de Goiás. In: Reunião dePesquisa de Soja da RegiãoCentral do Brasil, 32, 2011, SãoPedro, SP. Resumos... Londri-na: Embrapa Soja, 2011. p. 148-150.

TECNOLOGIAS de produção desoja – região central do Brasil2012 e 2013. Londrina: Embra-pa Soja, 2011.264p.

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A maior engrenagem da vida éformada natural e cientificamentepor quatro elementos básicos: ter-ra, fogo, água e ar. Todos eles emuito mais formulações, são res-ponsáveis pela existência dos seresvivos. Tais compostos precisam edevem ser sempre conservados. Eo quê isso tem a ver com a nossa

agricultura? TUDO!Sem esses componentes, a hu-

manidade poderá perecer de alimen-tos básicos, a exemplo da soja, domilho, do arroz, do feijão, do café,do trigo, da cana-de-açúcar, dashortaliças, leguminosas e frutas.Além disso, se não houver pasta-gem, não haverá pecuária (laticíni-

os e derivados) e por fim, tambémpodemos não ter a produção emescala da piscicultura, além de ou-tras fontes de nutrição. Em resumo,essa é a grande engrenagem queprecisamos e devemos preservar.

Os efeitos de refletir sobre o am-biente, remetem ao atual cenário doPlaneta Terra, das intempéries climá-

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ticas e do solo, como um todo. Umbreve exemplo é a forma de pensar,de agir e, principalmente, de viver opresente para fazer um futuro me-lhor. Está tudo interligado no modoque se desenvolve o processo evo-lutivo do ser.

Voltemos rapidamente ao passa-do. Há milhares de anos, a vegeta-ção natural era a agricultura susten-tável do reino animal. A flora sus-tentava a fauna naturalmente, e vicee versa, recriando um ambiente ca-paz de nutrir o habitat dos seres.

Passado estes longos períodosde transformação das espécies ani-mal e vegetal, os organismos fica-ram mais adaptáveis ao processo deevolução. Foram e estão sendo re-estruturados molecularmente paraum ambiente capaz de suportar asmudanças do planeta.

Assim acontece com a agricul-tura praticada na regiãooeste da Bahia. Preparar epreservar o solo, que pre-cisa de muita pesquisapara o desenvolvimentodas culturas, requer muitaforça de vontade, confiançae, acima de tudo, determina-ção.

O resultado de todo esteempenho, é o impressionantenúmero de aproximadamente 2milhões de hectares no oestebaiano, cultivados em várias es-calas e rotações de culturas, emplena atividade. E o mais importan-te: este índice mostra o quanto a

agricultura é eficazna região.

Esse é o resulta-do dos frutos que anossa terra oferece,com rendimentos aci-ma da média nacional.Tudo isso acontece,porque existe pesquisade ponta em campo,custeada e realizada porestudiosos competentesque raramente tem o de-vido reconhecimento.

FALTA DEINCENTIVOS

Hoje, a relação espaço/am-biente está se tornando cada vezmais escassa. Os parâmetros dese viver em harmonia com o Pla-neta Terra, por exemplo, estão se

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tornando cadavez mais de-safiadores.

E f e i t osestufa, ElNiño e LaNiña, entreoutros, cas-tigam todauma cadeiap r o d u t i v ado país, sejacom muita

ou pouca chuva. O quepodemos fazer para,

quem sabe, ameni-zar as causas detais catástrofesamb i en t a i s?Mais uma vez,a SOLUÇÃO éa PESQUISA!

As pesquisas demandam detempo e ele, é o único "bem invisí-vel" que não se recicla. Parece quecusta muito entender o valor do es-paço na Terra. Enquanto isso, a pes-quisa é deixada de lado e, quando éapresentada para se poder aplicar,se perde tempo com a burocracia,idas e vindas, para analisar e apro-var resultados óbvios. Se sabe queos processos e análises precisamexistir, e isso é inquestionável. O queestá em questão é a forma e a agili-dade para aprovar as pesquisas.

Os frutos da terra não crescemao acaso. Há tempos os agriculto-res de micro, médio, pequeno ougrande porte, estão mais conscien-tes em PRESERVAR O SOLO. A agri-cultura está utilizando um novo for-mato para render mais e, ao mes-mo tempo, preservar a terra.

Um exemplo básico é o Sistemade Plantio Direto (SPD), utilizado emvárias regiões agrícolas do país, por-que, além de proteger o solo, os re-sultados na produção são significa-tivos.

E não para por aí: outra ativida-de cada vez mais utilizada é o siste-ma de Integração Lavoura PecuáriaFloresta (ILPF), que está cada vezmais eficaz, formando corredoresde proteção ao ambiente, tambémdenominados de Área de ProteçãoAmbiental (APA).

Em grande escala para a produ-ção dos alimentos básicos, é neces-sário anos de estudos, pesquisas einvestimentos. Além disso, é funda-mental a cooperação de profissio-nais corajosos e engajados no in-cansável trabalho para prevenir aescassez dos alimentos.

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DIA DA TERRADIA DA TERRADIA DA TERRADIA DA TERRADIA DA TERRA

O Dia Internacional da Terra,data comemorada todos os anosem 22 de abril, começou com ummomento histórico. No dia doaniversário da terra, mandatáriose representantes de 171 paísesestiveram reunidos na sede daOrganização das Nações Unidas(ONU), em Nova York (EUA), paraassinar o Acordo de Paris sobrea Mudança do Clima.

Começando com um discur-so do secretário-geral da ONU,Ban Ki-moon, o encontro entrenações teve como objetivo a ratifi-cação do documento que foi cria-do com base na reunião internaci-onal sobre o clima que acon-teceu na capital fran-cesa em dezem-bro do anopassado.No acor-

do, a principal meta apresentadaé a de limitar o aumento da tem-peratura global em menos de 2°C.

"É uma corrida contra o tem-po, a janela para manter o au-mento da temperatura globalabaixo de 2°C e, ainda mais im-portante, abaixo de 1,5°C, está sefechando rapidamente", afirmouo secretário em seu discurso deabertura da cerimônia.

"São 171 os países que estãoaqui para ratificar. Estamos alcan-çando um recorde nesta sala,mas também fora, sobre as tem-peraturas globais, sobre o der-retimento das geleiras e sobre onível de gás carbônico na atmos-

fera. Por isso, peço a todas asnações que assinem rapidamen-te o Acordo de Paris, de modoque este possa entrar em vigor omais rápido possível", concluiu.

Além disso, o Dia da Terra,data que surgiu em 1969 nos Es-tados Unidos e que se difundiupara mais de 190 países, temcomo tema as árvores e a suaimportância, tanto para o meio-ambiente e para ecossistemas demilhões de espécies de animais,como também para a qualidadedo ar e para o controle do au-mento das temperaturas.

Por isso, nesta 46ª edição,será o dia do "Árvores para a Ter-ra" e que é marcado pelo objeti-

vo de plantar 7,8 bilhões de ár-vores em todo o planeta

para comemorar o 50°aniversário da data,

que ocorrerá em2020.

Ascom PAS

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O prolonga-mento da criseeconômica, cau-sada também pelasturbulências no cam-po político, tem influ-enciado, nas últimassafras, as perspectivaspara o setor produtivo dotrigo. Além do enfrentamen-to da seca, no Nordeste, e deoutros problemas climáticos,em outras regiões, que ameaçama produtividade e os preços dosgrãos, a falta de investimentospara a pesquisa no setor ruraltambém impacta o futuro da triti-cultura nacional.

Os contingenciamentos no or-çamento federal, com impactos

em programas impor tantes,subsidiados pelo setor públi-

co, são também fatores queinfluenciam o desempenho

dessa lavoura. Os cortesde R$ 340 milhões no

seguro rural, porexemplo, indicam

que haverá me-nos recursos

para protegera safra do

trigo, dasvar ia-

ções

climá-ticas, aolongo desteano. Não àtoa, espera-seuma área cultivadamenor. E por que issoacontece? Pela falta de umapolítica consistente em defesa daauto-suficiência.

O Brasil é hoje o maior impor-tador mundial de trigo. Na safra2016/17, projeções feitas por con-sultorias especializadas apontamque a área plantada com trigo po-derá diminuir em aproximadamen-te 9,5%, ou seja, passará de2.446,6 mil hectares para 2.212,3mil hectares. A Companhia Naci-onal de Abastecimento (Conab)

espera uma safra recorde degrãos, de 209 milhões de to-

neladas, mas há dúvi-das sobre as pers-

pectivas dasculturas

d e

inverno, es-pecialmente do trigo.Alguns fatores explicam essa ne-bulosa tendência e são velhos co-nhecidos: riscos climáticos, pre-ço, liquidez e produtividade. Sãovariáveis que, no atual contexto decrise, ampliam a desconfiança so-bre as perspectivas do setor.

Cálculos do Centro de EstudosAvançados em Economia Aplica-da (Cepea) indicam que a produ-ção do trigo, de alto risco, apre-sentou nas últimas duas safrasquebra de produtividade e diminui-ção da qualidade do produto. NoRio Grande do Sul, maior produtor

do cereal no país, a quebra na úl-tima safra foi supe-

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* Senadora (PP-RS), presidenteda Comissão de Agricultura e

Reforma Agrária doSenado Federal

rior a 50%, segundo dados daEmater-RS/Ascar.

A situação do trigo no merca-do internacional também tem in-fluenciado muito a decisão dosagricultores brasileiros sobreapostar ou não nessa cultura. Mui-tos acreditam, no entanto, que osagricultores dispondo de tecnolo-gia poderão ampliar as chances demelhores perspectivas no setor,apesar das incertezas. É sabido,por exemplo, que a elevada taxa decâmbio tem compensado, em par-te, as baixas cotações das com-modities, no mercado

internacional, com reflexos posi-tivos no mercado interno do Bra-sil, ainda dependente da importa-ção de trigo.

Esse câmbio tem contribuídopara o aumento da inflação devi-do o preço maior do pão, mas-sas e biscoitos. Apesar dos esto-ques mundiais de trigo estaremnos maiores níveis históricos dosúltimos 13 anos-safras e da Ar-gentina apresentar tendência demaior competitividade no merca-do externo, os preços atuais docereal estão maiores que os pre-

ços de um ano atrás e a liquidezmaior que nos últimos três ou qua-tro anos.

Por isso, a sensibilidade e acompetência dos agricultores bra-sileiros, os maiores protagonistasdo elevado grau de competitivida-de do agronegócio nacional, quedefinirão, como sempre, quão bemsucedida e eficiente serão essaempreitada, mesmo em temposde crise.

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A adubação verde temsido considerada uma daspráticas mais eficientes e dasmais viáveis do ponto de vistaprático, na tentativa de manterou até mesmo aumentar, os te-ores de matéria orgânica dos so-los.

Na atualidade, pode-se concei-tuar a adubação verde como a utili-zação de plantas em rotação, suces-são ou consorciação com as cultu-ras, incorporando-as ao solo ou dei-xando-as na superfície, visando a pro-teção superficial, bem como a manu-tenção e melhoria das característicasfísicas, químicas e biológicas do solo,inclusive a profundidades significati-vas, ou seja, em torno de 1,0 m.

Eventualmente, partes das plantasutilizadas como adubos verdes podemter outras destinações como, porexemplo, produção de sementes, fi-bras, alimentação animal etc. (Cale-gari et al., 1993).

Dentre as espécies utilizadas naadubação verde, destaca-se a Crota-lária spectabilis, leguminosa anual, decrescimento inicial lento. Possui raizpivotante profunda, podendo rompercamadas compactadas.

É uma planta subarbustiva, de por-te médio (0,60 m a 1,50 m) e ramifi-cada. É de clima tropical e subtropi-cal, apresentando bom comportamen-to nos diferentes tipos de textura desolo, inclusive nos solos relativamen-te pobres em fósforo.

Também é bastante efetiva no im-pedimento da multiplicação das popu-lações de nematoides. É a espéciemais tóxica de crotalária, só ingeridapelos animais na falta de outras forra-geiras. Possui a substância monocro-talina, de efeito hepatotóxico. Apre-senta limitações na produção de se-mentes devido ao ataque de lagarta-das-vagens e à reduzida taxa de poli-nização cruzada (EMBRAPA, 2001).

Nas regiões de cerrado, especial-mente no oeste baiano, onde a princi-pal limitação de cultivo é a falta deágua nos períodos secos, a cultura dacrotalária pode ser implantada de di-ferentes formas.

A primeira seria durante a safra deverão, pois seria a melhor forma paraa produção sementes e de biomassa.Porém, o produtor teria que abrir mãode uma cultura mais rentável como asoja.

Outra forma seria em consórciocom milho. Esse sistema possui mui-tos benefícios, tanto para o milho quan-

to paraas cultu-ras subse-qüentes. Po-rém, a área cul-tivada com milhona região ainda épequena e apresenta di-minuição a cada ano de-vido aos custos do milhoserem cada vez mais altos.

A terceira opção seria oplantio após a colheita da soja.Essa seria uma alternativa interessan-te, visto que a crotalária possui tole-rância a seca e o produtor não teriaque abrir mão de uma safra de sojano verão.

Uma dificuldade encontrada pelosprodutores nessa última opção, é ocontrole de soja tiguera na cultura dacrotalária, já que a crotalária é semea-da logo após a colheita da soja, objeti-vando aproveitar ao máximo as chuvas.

Com o objetivo solucionar o pro-blema da soja tiguera na cultura dacrotalária, foi conduzido um experimen-to com duas doses do herbicida 2,4-D aplicados na pré-emergência dacultura.

METODOLOGIAO ensaio foi conduzido na área de

pesquisas da Inovação Agrícola nafazenda Copacel, localizada no muni-cípio de Barreiras (BA) na região dePlacas, de propriedade do produtorVito Riedi. A localização apresenta844m de altitude, com latitude de11º47’34,7” S e longitude de46º13’21,4” W. O clima é classificadocomo Aw na classificação de Köppen-Geiger, com temperaturas médias anu-ais de 24ºC, e precipitação média anu-al de 1.200 mm, distribuídos entre os

m e -ses denovembroe abril, comperíodo seco bemdefinido entre maio esetembro.

Contou com três tratamen-tos, sendo T1: Testemunha Glifo-sato 480g (3,0 l/ha), T2: Glifosato 480g(3,0 l/ha) + 2,4-D (1,0 l/ha) e T3: Gli-fosato 480g (3,0 l/ha) + 2,4-D (1,5 l/ha). Todos aplicados no sistema planteaplique.

Para representar a soja tiguera quenasce devido as perdas na colheita,foi semeado a lanço 120 kg/ha de se-mentes de soja (2 sacos/ha). A cro-talária foi semeada logo após no es-paçamento de 0,3 m utilizando-se 15kg/ha de sementes. Após a semea-dura da soja e o plantio da crotalária,foram realizadas as aplicações dosherbicidas.

A implantação do experimento foirealizada no dia 03/12/15, no solo queapresenta em média 18% de argila.

As parcelas foram constituídas de3 m de largura (10 linhas) por 10 m decomprimento.

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RESULTADOSNo dia 14/12/15, aos 11 dias após

o plantio foi realizada avaliação dostand da crotalária (GRÁFICO 1) eemergência de plantas de soja tigue-ra (GRÁFICO 2).

De acordo com o gráfico 1 pode-mos observar que a aplicação de 2,4-Dnão afetou a germinação da cultura dacrotalária, visto que o número de plan-tas emergidas entre os tratamentos quereceberam a aplicação de 2,4-D e a tes-temunha não apresentaram diferenças.

No gráfico 2 podemos observarque a aplicação de 2,4-D reduziusignificativamente a emergência deplantas de soja, na aplicação de 2,4-Da 1,0L/ha a redução foi de 71,4% e nadose de 1,5L/ha a redução foi de 78,6%.

Nota-se que onde foi aplicado o2,4-D as plantas de soja que conse-guiram emergir apresentaram forte in-júria do produto.

O controle de soja tiguera foi sa-tisfatório, mostrando uma grande re-dução na emergência das plantas.

CONCLUSÕESPortanto para a espécie de Crota-

lária spectabilis a dose de 1,5L/ha de2,4-D foi eficiente no controle de plan-tas voluntárias de soja no sistema plan-te aplique, controlando as tigueras desoja e não interferindo no desenvolvi-mento da crotalária.

CALEGARI, A.; MONDARDO, A.; BULISANI, E.A.; WILD-NER, L.P. do; COSTA, M.B.B. da; ALCÂNTARA, P.B.;MIYASAKA, S. & AMADO, T.J.C. Adubação verde no suldo Brasil. Rio de Janeiro, AS- PTA, 2a ed., 1993,346p.

FERNANDES, M.F.; BARRETO, A.C. & EMÍDIO FILHO,J.Fitomassa de adubos verdes e controle de plantas

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Circular Técnica 19, Embrapa Tabuleiros Costeiros.Dezembro 2001. Aracaju - SE. htttp:\\www.cpatc.embrapa.br

Gráfico 1 - Stand da crotalária

Gráfico 2 - Nº de plantas de soja emergidas por m²

Figura 1 - 2,4-D (1,5L/ha) Figura 2 - Testemunha Figura 3 - Injúria do 2,4-D

São necessários mais estudos paramostrar se o 2,4-D não irá interferirna produção de sementes e biomas-sa da crotalária, apesar disso algunsprodutores já adotaram esse manejo

em áreas comerciais e estão obtendobons resultados.

* Engenheiro agrônomo,sócio proprietário da SINGER,

PESQUISAS E SERVIÇOS AGRONÔMICOS

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A lavoura de soja para al-tos rendimentos exige conhe-cimento e práticas culturaisaplicadas, seguindo a lógica dedesenvolvimento da planta e osprincípios básicos da fisiologiavegetal.

O potencial da lavoura de soja édefinido pela eficiência na intercep-tação da energia solar e na relação demenor volume de palha para máximaprodução de grãos. O excesso de folhas,ou de plantas, determina a incapacidadedo dossel inferior interceptar radiaçãosolar, reduzindo a fotossíntese líquida e aprodução de grãos.

As lavouras de alto rendimento pro-duzem pouca palha. Por outro lado, o solonecessita de matéria orgânica para garan-tir os processos da fertilidade. Assim, paraestabelecer metas de aumento na produçãoé necessário entender a lógica da planta eos processos da fertilidade do solo.

A eficiência está nos processos queaumentam a produção de grãos de soja,com a menor quantidade de palha e amanutenção da matéria orgânica no solo,combinado com a cobertura permanenteda terra, no período entre as safras.

Nesse trabalho serão apresentadas al-gumas características biológicas da plan-ta de soja e de formação dos componen-tes de rendimento em lavouras planeja-das para altos rendimentos.

OS COMPONENTESDO RENDIMENTO

Os períodos de germinação (7 dias),de estabelecimento das plantas (15 dias),produção de folhas (30 dias), floração (30dias) e enchimento de grãos (20 dias) são

relativamente cur-

tos.Even-

tuais erros demanejo ou estres-ses não têm possibili-dade de correção posterior.Nessas fases são definidos ostrês principais componentes do rendi-mento: o número de rácemos/m2 , o nú-mero de legumes e grãos/rácemo e o pesode mil grãos. A inflorescência da soja édo tipo rácemo ou cacho. Equivalente àinflorescência de outras culturas como apanícula em arroz, o capítulo em girassolou a espiga em trigo e milho.

O rácemo tem um eixo, denominadode ráquis, com pedicelos e flores queabrem sucessivamente, conforme o cres-cimento da planta. O número de rácemos/m2 , com grãos e folhas sadias funcio-nais, até o fim da fase de maturação, defi-ne o principal componente de rendimen-to da lavoura de soja.

Cada rácemo produz até 25 flores, dasquais a planta retém dois a quatro legu-mes, para formar em torno de 1,5 g de mas-sa, equivalente a nove grãos. O número degrãos produzidos nos legumes de cada rá-cemo é o segundo componente mais im-portante do rendimento da lavoura.

Ele é definido com base na áreafoliar do nó correspondente,

exposta à radiação solar. Aarquitetura da planta e

a disposição dasfolhas definem a

eficiência nageração de

f o t o s -sínte-

se líquida. O peso de mil grãos ou a mas-sa de grãos é o terceiro componente dorendimento.Varia entre 100 g e 220 g e édefinido por características genéticas, peloíndice de área foliar e a fotossíntese líquida(diferença entre a fotossíntese bruta – res-piração).

O enchimento pleno de grãos (R6) é re-sultado de folhas sadias e funcionais até afase de maturação. As doenças de fim deciclo e as pragas desfolhadoras afetam, di-retamente, o peso de grãos.

O ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR EO ENCHIMENTO DE GRÃOS

A área foliar é a soma das superfíciesde um lado da folha e o índice é a relaçãocom a área de solo abaixo das plantas. Asuperfície de área foliar sadia e funcionaldetermina a interceptação da radiação so-lar e a troca de gases e de energias entre aplanta e o ambiente.

Assim, para entender a lógica do po-tencial de produção da lavoura é neces-sário medir o índice de área foliar e com-preender a importância da fotossíntese lí-quida na produção de grãos.

O ramo principal de uma planta de sojatem aproximadamente 16 nós e algunsramos laterais. A semeadura, com espa-çamento de 50 cm entre linhas e popula-ções de dez plantas por metro de fileira(20 plantas/m2 ), produz aproximadamen-te 400 rácemos/m2 .

Para isso, cada planta deve ter 20 nós,com rácemo e folha. Cada folha com 100cm2 de área foliar, multiplicado por 400rácemos resulta em 40.000 cm2 (4 m2 ) deárea foliar em 1 m2 de superfície do solo,resultando no IAF 4:1.

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Produção de soja - Brasil/2015

A fotossíntese é a transformação daenergia luminosa em energia química,com o acúmulo do excedente em biomas-sa (fotossíntese líquida). O “custo” darespiração da planta de soja correspondea 46% da energia química produzida pelafotossíntese bruta.

Portanto, para gerar fotossíntese líqui-da é necessário ter as folhas posiciona-das para interceptar a radiação solar inci-dente na área. A relação considerada ide-al é de aproximadamente 4 m2 de área fo-liar para 1 m2 de superfície de solo. Nafase de formação de legumes (R3-R4)ocorre o ajuste entre folhas funcionais e onúmero de rácemos com legumes.

Cada rácemo de soja necessita deaproximadamente 100 cm2 de área foli-ar efetiva para produzir em torno de 1,5g de grãos (nove grãos). Com base em400 rácemos produzindo 1,5 g, che-ga-se ao resultado de 600 g/m2 ou 6 t/ha. A definição do número de rácemosprodutivos inicia na fase de crescimentovegetativo.

A planta ajusta e mantém as folhas ati-vas, de acordo com a arquitetura das plan-tas de cada cultivar e com a distribuiçãoespacial (espaçamento e densidade), queé determinada na semeadura. As folhasque não recebem radiação solar serão eli-minadas pela própria planta e o nó cor-respondente não terá legumes.

Na fase reprodutiva, depois do ajusteda área foliar, com a manutenção das fo-lhas funcionais, desenvolvem a ferrugeme as doenças de final de ciclo e oídio,podendo causar rápida redução de áreafoliar. Como consequência, determinaráperdas irreversíveis no processo de en-chimento de grãos.

Para tomar decisões sobre a popula-ção ideal de plantas de cada cultivar e so-bre a proteção contra pragas e doençasde soja, é necessário entender a lógica da

retenção de rácemos com legumes e es-tabelecer a relação com o índice de áreafoliar funcional.

MEDIR A ÁREAFOLIAR DE SOJA

1 – Escolher plantas de tamanho re-presentativo.

2 – Contar o número de folhas (comtrês folíolos). Compensar de tal forma queaproxima ao tamanho das folhas médias.

3 – Medir (comprimento x largura) otamanho dos três folíolos (representati-vos para a planta). Descontar em torno de30% da área por causa da forma ovoide.Por exemplo: um folíolo com tamanho de10 cm x 7 cm = 70 cm2 . Descontar 30%:49 cm2 de área foliar efetiva. A folha com-pleta, com três folíolos terá 147 cm2 .

4 – Contar o número de folhas porplanta e o número de plantas por m2 . Porexemplo: uma planta com 12 folhas terá1.764 cm2 . A população de 23 plantas/

m², terá 40.572 cm² (23 x 1764 : 40.572).Cada m2 tem dez mil cm2 de área. A sojado exemplo calculado apresenta 4,0 m2

de área foliar para cada m2 de área de solo.O índice de área foliar será de 4,0:1.

A NECESSIDADE DE ÁGUAAs plantas produzem biomassa atra-

vés da fotossíntese e necessitam de gran-des quantidades de água na transpiração,no transporte de nutrientes e nos proces-sos fisiológicos.

Para produzir um quilograma de grãos,as plantas de soja necessitam de aproxi-madamente mil litros de água. Assim,para cada tonelada de grãos/ha são ne-cessários, aproximadamente, 100 mm deágua (um milhão de litros/ha ou um me-galitro/ha), no solo, disponíveis para asplantas.

As precipitações médias anuais noBrasil variam em torno de 1.800 mm, equi-valente a 1,8 m de lâmina de água, com

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Campeões de produção de soja 2014/15 - Concurso Cesb

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chuvas distribuídas em todos os mesesdo ano. Essa quantidade de chuva é 2,5vezes maior que a constatada nas regiõesde produção de soja da Argentina e dosEstados Unidos da América.

Com a abundância de chuvas, o agri-cultor brasileiro acostumou-se a produzir3 t/ha, sem preocupar-se com a quanti-dade de água disponível no solo. Dife-rentemente, os agricultores argentinos,norte-americanos, europeus, chineses eaustralianos estão sempre discutindo asquestões relacionadas com água no solo,o que os levou a adotar plantio direto, acobertura vegetal de solo e reduzir o trá-fego de máquinas.

Em geral, a relação estabelecida pelosagricultores e os sistemas formais de co-municação da meteorologia indica asquantidades de chuva como referênciapara condições favoráveis ou desfavorá-veis ao desenvolvimento das culturas.Entretanto, para a planta, importa a dis-ponibilidade de água no solo, necessáriapara a transpira- ção, os processos deextração de nutrientes e o metabolismodos processos fisiológicos.

No Brasil, a conversa entre agriculto-res começa com a previsão de chuvas,enquanto a dos agricultores de outrospaíses tem início com a umidade disponí-vel no solo, uma percepção diferente.

O desafio de produzir 8,5 t/ha (CESB)exige mudanças nas práticas de manejo,melhor estrutura física do solo, para reterágua de chuvas e nitrogênio do ar. Tam-bém demanda a compreensão clara dalógica da planta e dos componentes quedeterminam o rendimento de grãos.

Sem medir, registrar e calcular as rela-ções entre a formação dos componentesde rendimento, a necessidade de água,de sais e de elementos minerais, é impos-sível melhorar processos e tomar decisõesde manejo para aumentar a rentabilidadeda lavoura de soja.

A composição do volume de solo temaproximadamente 50% de sólidos e 50%de porosidade. Os macroporos armaze-nam ar e formam os caminhos para infil-tração de água. Os microporos (até 0,5mm) armazenam e retêm a água disponí-vel para as raízes das plantas. Estudosrealizados em diversos solos agrícolas doBrasil indicam que aproximadamente 11%do volume do solo é de microporos, comorifícios de até 0,5 mm de diâmetro. Nacamada em que a soja desenvolve raízes,o solo armazena em torno de 40 mm deágua disponível para as plantas.

Com base na necessidade de 5 mm a9 mm de água diariamente, na fase repro-dutiva da soja, chega-se à conclusão quea lavoura necessita em torno de 40 mm

todas as semanas.A construção de microporos no solo,

para reter água, ocorre com as raízes deplantas, que produzem grande volume deexsudados e formam glomalina no ambi-ente da rizosfera. Essa glomalina, queadere e estrutura o solo no ambiente ocu-pado pelas raízes, desempenha funçõesde defesa contra patógenos, estabelecerelações químicas para extração de nutri-entes e, principalmente, relações commicrorganismos, associados com cadaespécie de planta. Como princípio, as ra-ízes nunca compactam o solo, ao contrá-rio, constroem estrutura, que permite odesenvolvimento de sistema radicular deoutras plantas em sucessão.

O passeio de máquinas e o uso deequipamentos como grades, arados e es-carificadores são os principais fatores dedesestruturação, de compactação e deredução de poros de retenção de água nosolo.

A compactação superficial causadapelas rodas de máquinas pode reduzir em90% a infiltração de água. O prejuízo cau-sado pelo passeio de máquinas levou osagricultores da Austrália a adotar o con-trole de tráfego em lavouras, para maioreficiência na armazenagem e oferta deágua para as plantas.

Muitos destes produtores afirmam:“depois do plantio direto, a evolução maisimportante nas lavouras está na adoção

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Fileira de soja com 16 plantas por metro, 13 com espaçamento menor do que 2 cme duas falhas. O adensamento de plantas evidencia a dificuldade de proteção das

camadas de área foliar contra doenças e pragas

Fileira de soja com produção elevada, falhas e perdas de legumes,hastes e grãos no terço inferior do dossel da planta

Page 62: Revista ipas 13

de controle de tráfego para maior eficiên-cia na armazenagem de água”.

A produção de raízes é a principal es-tratégia de manejo para melhorar a estru-tura de solos e aumentar a capacidade dearmazenar água disponível para as plan-tas, no sistema de produção de grãos. Ossolos de lavouras de soja de alto rendi-mento apresentam os processos quími-cos, físicos e biológicos equilibrados.Para melhorar essas características é ne-cessário praticar a cobertura permanentedo solo (sistema colher e plantar) e a adu-bação de sistemas de produção. Ou seja,adubar a adubação verde, produzir maisraízes e manter a superfície do solo, sem-pre, coberta por palha e vegetação.

NUTRIÇÃO DAPLANTA

A composição aproximada da bio-massa seca das plantas é 50% de carbo-no, 40% de hidrogênio e oxigênio e 6% a12% de sais e elementos minerais. É im-portante considerar que o carbono, o hi-drogênio, o oxigênio e o nitrogênio fa-zem parte de ciclos gasosos. Ou seja, nacombustão da biomassa ou na decom-posição biológica até a mineralização domaterial orgânico, esses elementos serãoliberados como gases para a atmosfera.

Esses quatro elementos compõemmais de 90% da matéria seca vegetal, fa-zem parte de ciclos gasosos, não são ar-mazenados no solo, necessitam ser ci-clados, continuamente nos processos defotossínteses e de fixação biológica denutrientes no solo. Conclui-se que o ma-nejo de solos para altos rendimentos ne-cessita de cobertura permanente, com in-tensa atividade biológica vegetal.

A nutrição de plantas com sais e ele-mentos minerais necessita ser planejadapara todos os elementos (macro e micro-nutrientes), incluindo ambiente para ar eágua no solo. A composição de grãos temquantidades constantes de sais, elemen-tos minerais e substâncias orgânicas. Paraaumentar a produção de 3 t/ha, para 6 t/ha é necessário ofertar nutrientes de for-ma proporcional e equilibrada, conside-rando todos os sais e elementos mine-rais, além da água e do ar no solo.

Na composição de 6 t de grãos há 360kg de nitrogênio e, aproximadamente,120 kg desse elemento na composi-ção da palha e raízes. Contendo40% de proteína nos grãos (em tor-no de quatro vezes mais que emmilho, arroz ou trigo), o nitrogê-nio, o enxofre e o molibdênio de-vem ser destacados no manejoda soja.

O potássio e o fósforo são

absorvidos pela planta como elemento Ke P e não como K2 O e P2 O5 , como apare-ce nas fórmulas de fertilizantes. Na com-posição de 6 t de grãos de soja há 113 kgde K, 33 kg de P e 18 kg de S. Chama aatenção o teor de enxofre nos grãos, alémda sua importância nos metabolismos defixação biológica e de síntese de proteí-na.

Na composição comercial de fertilizan-tes, o K2 O contém 83% de K e o P2 O5 ,44% de P. Na composição de seis tonela-das de grãos de soja são extraídos da la-voura, em torno 450 kg de uma fórmulade fertilizantes contendo 17% de P2 O5 e30% de K2 O. Com base nesses cálculoso agricultor necessita manejar a lavoura,ofertando os nutrientes necessários parasustentar altos rendimentos de grãos.

Todos os 16 ou 18 macro e micronu-trientes necessitam estar disponíveis paraas plantas, na proporção das metas deprodução planejadas para a lavoura.

O NITROGÊNIOE O RIZÓBIO

Em soja, o nitrogênio necessita de umaavaliação diferente de outras culturas,pelo elevado teor de proteína no grão epela simbiose entre a planta e os organis-mos de fixação biológica de nutrientes.

Os nódulos produzidos por bactériasfixadoras biológicas de nitrogênio devemestar estabelecidos e visíveis a partir daprimeira folha trifoliolada da soja. Em ter-mos gerais, a planta chega nessa fase aos15 a 20 dias, depois da semeadura.

O teor de proteínas no grão de soja éde aproximadamente 40%, que contém16% de nitrogênio. A fixação biológicade N envolve as bactérias do gênero Bra-dyrhizobium e outros elementos quími-cos como o enxofre, o fósforo, o moli-bdênio e o cobalto.

A produção de seis to-neladas de grãos con-tém quase 2.400kg de proteínae o con-

sumo de nitrogênio pelas plantas chega a480 kg. Rendimentos elevados de sojanecessitam disponibilizar a quantidade denitrogênio para as plantas e o estabeleci-mento de Bradyrhizobium é fundamentalpara a produção econômica de soja.

A COBERTURAPERMANENTE DO SOLO

O plantio direto está entre os eventosmais importantes da evolução da agricul-tura, iniciada com a adoção do arado eseguida da mecanização e da revoluçãoverde. Certamente o plantio direto teve omaior impacto na sustentabilidade, des-tacando a ciclagem da água, de carbonoe de nitrogênio, aumentando a produçãoe reduzindo os impactos negativos daagricultura convencional.

Entre as dificuldades do plantio diretoestá a falta de compreensão dos ciclos decarbono, de água e de nitrogênio, que sãocompletamente interdependentes. Assim,pode-se afirmar que a evolução depoisdo plantio direto está na adoção da práticade cobertura permanente do solo. Além defortalecer os processos físicos, químicos ebiológicos da fertilidade de solo, a cober-tura vegetal é prática imprescindível no ma-nejo de plantas daninhas resistentes a her-bicidas e na supressão de populações depragas e de patógenos de plantas.

A soja de alto rendimento produz pou-ca palha, enquanto a necessidade do solopara melhorar os processos da fertilidadenecessita aumentar os teores de carbono,nitrogênio e água. O desafio está em me-lhorar a estrutura do solo para facilitar aarmazenagem de água e ofertar ar para afixação biológica de nitrogênio e para arespiração das raízes.

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Page 63: Revista ipas 13

CULTIVARES, POPULAÇÃO EÉPOCA DE SEMEADURA

O modelo de plantas RR desenvolvi-do pelo melhoramento genético de sojana Argentina determinou mudanças pro-fundas nas práticas de manejo e no au-mento da produção.

No passado, o uso de herbicidas comefeito negativo no desenvolvimento de raí-zes e na fitotoxicidade severa de herbici-das pós-emergentes, determinava estres-se nas plantas, resultando na seleção na-tural de cultivares de ciclo médio e tardio,com a colheita de abril a maio.

As cultivares de soja com gene RRdeixaram de sofrer o impacto negativo deherbicidas residuais e pós-emergentes,viabilizando o uso de cultivares com cicloprecoce, semeadas mais cedo e enchen-do grãos em janeiro, quando há maiorintensidade de radiação solar.

Na Argentina os melhoristas de sojaconcentraram os esforços em cultivaresde ciclo curto, de tamanho menor, hábitode crescimento indeterminado e menorsensibilidade a fotoperíodo para início defloração. Essa combinação resultou emarquitetura diferente de plantas, popula-ções reduzidas, semeadura mais cedo ecolheita antecipada.

O início da semeadura foi antecipadode novembro para fim de outubro, com oenchimento de grãos em janeiro e feve-reiro e a colheita em março. A soja RRpermitiu antecipar um mês a colheita dasoja, com maior eficiência de aproveita-mento da energia solar para o enchimen-to de grãos.

Essa antecipação na colheita permitiuestabelecer a segunda safra de verão (sa-frinha) com maior produção de grãos.

CARACTERÍSTICAS DECULTIVARES DE SOJA

Com base nos trabalhos de HéctorBaigorri, Emídio Bonato e outros pesqui-sadores em manejo de soja, entre os as-pectos que devem ser considerados naescolha de cultivares destacam-se o tem-po de duração do ciclo, a juvenilidade e ohábito de crescimento (HC).

Essas características determinam odesenvolvimento e o crescimento das cul-tivares e isso, por sua vez, tem forte influ-ência na definição do zoneamento porcultivar e nas estratégias de manejo (datade semeadura, espaçamento e densida-de) mais adequadas para elevados rendi-mentos.

Por causa da resposta da soja ao foto-período, as mudanças de faixa de latitudemodificam o tempo de duração do ciclo

de cada cultivar. À medida que se aumen-ta a latitude (do Norte para o Sul) as culti-vares aumentam o ciclo.

No hemisfério sul, cada cultivar temumafaixa de latitude, na qual, de acordocom o ciclo, se considera, por exemplo,como de ciclo médio; ao Norte dessa faixase comporta como ciclo curto e ao Sul comociclo longo. Isso determina que para cadaregião, e de acordo com a latitude, existamcultivares adaptadas com uma amplitude (fai-xa) de longevidade, que funcionam comociclo curto, médio ou longo.

Deve-se destacar que na mesma lati-tude, as diferenças de altitude acima donível do mar (ASNM) modificam a fenolo-gia da soja, porque muda o regime térmi-co. Com maior altitude, a temperatura re-duz e aumenta o tempo do ciclo da cultu-ra. Com o aumento da altitude se podesemear cultivar do mesmo ciclo, mais aoNorte do que o recomendado pela latitu-de normal. Grupos de maturação meno-res nas regiões de maior altitude.

A mesma cultivar pode apresentar di-ferente comportamento em diferentes la-titudes, de acordo com a longevidade dociclo (curto, médio e longo) em que esti-ver incluída.

Independentemente da latitude e emfunção da longevidade do ciclo, as culti-vares apresentam os seguintes requeri-mento e características: As cultivares deciclo curto requerem maior população deplantas, melhor distribuição espacial des-sa população e exigem solos férteis commenores limitações físico- -químicas e

maior atenção com o controle de pragas eplantas daninhas. Apresentam as carac-terísticas de menor acamamento, maiorrendimento em condições de alta fertili-dade e oferta hídrica, maior possibilidadede escape de alguns problemas sanitári-os (exemplo: ferrugem da soja), menorqualidade de semente devido à maior tem-peratura ambiente durante a maturação edesocupam antes a lavoura.

As cultivares de ciclo médio, em rela-ção às de ciclo curto, requerem menorpopulação de plantas e solos menos fér-teis ou com limitações físico-químicas,para reduzir seu crescimento. Apresen-tam as características de maior plasticida-de (amplitude) na data de semeadura, commesmo hábito de crescimento, maior es-tabilidade de rendimento, por atrasar oenchimento de grãos até o período commenor probabilidade de ocorrência deestresse hídrico, maior tolerância a errosno controle de pragas e plantas daninhas,maior tendência ao acamamento, especial-mente em safras com boa oferta hídrica nassemeaduras, no mês de novembro, maiorpredisposição para a ocorrência e severi-dade de doenças, como as de fim de ciclo,e melhor qualidade de sementes.

As cultivares de ciclo longo, em rela-ção as de ciclo curto e médio, requeremmenor população de plantas (ciclo longoe maior crescimento vegetativo) e solosmais fracos, com maiores limitações físi-co-quí- micos e regiões de estiagens.Apresentam as características de maiorsuscetibilidade ao acamamento. São as

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Page 64: Revista ipas 13

cultivares que mais manifestam essas ca-racterísticas em safras com boa disponi-bilidade de água, especialmente, em se-meaduras de novembro e início de de-zembro. Apresentam maior tolerância aerros no controle de pragas e plantas da-ninhas, melhor comportamento em soloscom limitações físicas e/ou quí- micas emaior competição com plantas daninhas,pelo maior crescimento, e melhor com-portamento diante de deficiências no ma-nejo do cultivo.

GRUPOS DE MATURAÇÃOAo iniciar a produção extensiva de soja

nos Estados Unidos, os pesquisadoresagruparam as cultivares de acordo com otempo do ciclo e denominaram de gru-pos de maturação(GM). Inicialmente fo-ram definidos oitogrupos de maturação(GM I a GM VIII) e coma incorporação de ge-nótipos de ciclo maiscur to, no banco degermoplasma, secriou o GM 0, depoiso GM 00 e finalmenteo GM 000. Da mesmaforma foram incorpo-radas cultivares de ci-clo mais longo e secriaram os GM IX e, fi-nalmente, o GM X.Atualmente estão de-finidos 13 GM, as cul-tivares de ciclo commenor período são doGM 000 e as de maiorlongevidade do GM X.

JUVENILIDADENas regiões situa-

das em latitudes bai-xas (entre os trópicos e o equador), ascultivares de soja de todos os GM, inclu-sive os de ciclo maior (GM X), são induzi-das fotoperiodicamente, florescendo compouca altura, especialmente as cultivarescom hábito de crescimento determinado.

Felizmente se dispõe de uma caracte-rística genética denominada de juvenili-dade, que atrasa o início da floração, per-mitindo aumentar a altura ou o crescimentoda cultivar.

A juvenilidade, além de possibilitarcrescimento vegetativo adequado em zo-nas tropicais, permite que essas cultiva-res tenham a característica de maior plas-ticidade, ampliando o tempo de época desemeadura e aumentando o espectro delatitude com boa adaptação. No hemisfé-rio Sul, as cultivares com juvenilidade

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podem ser semeadas mais ao Norte e emépoca de semeadura mais cedo do que ascultivares da mesma longevidade de cicloe HC, que não possuem essa característi-ca. Usando o conhecimento disponível,os melhoristas podem selecionar a demo-ra no início da floração e o tempo de cicloque quiserem incorporar nas suas culti-vares.

HÁBITO DE CRESCIMENTOA cultivar de soja é agrupada em três

hábitos de crescimento (HC): determina-do, semideterminado e indeterminado.Quando se comparam cultivares com omesmo ciclo, porém com HC diferente,as com HC indeterminado serão mais al-tas que as semideterminadas e essas,

mais altas que as determinadas.O HC das cultivares é da maior impor-

tância para as datas de semeaduras ante-riores a novembro, denominadas do cedoou de primavera. Isso porque essas épo-cas de semeadura aumentam (magnifi-cam) as diferenças em altura das cultiva-res com os três HC, quando se comparamcultivares do mesmo ciclo. Essas diferen-ças são maiores, quanto mais cedo porsemeado e mais curto for o GM das culti-vares.

O melhoramento genético, em geral,tem selecionado HC indeterminado nosGM IV e mais curtos e nos GM V e maio-res, o HC determinado.

A seleção de HC indeterminado nascultivares de GM 000 a GM IV se deve àsemeadura em latitudes maiores, onde há

curto período de verão e maior risco degeada no fim do ciclo, obrigando a redu-zir o ciclo.

O HC indeterminado permite manter aduração das etapas reprodutivas, ao adi-antar seu início, com importante sobre-posição nas etapas vegetativas (florescen-do e crescendo), contribuindo com o au-mento no crescimento em altura. Algumascultivares com HC indeterminado podemproduzir mais seis a oito nós com folhas,depois do florescimento.

As cultivares com HC determinado dosGM 000 a GM IV apresentam crescimentoem altura insuficiente, em regiões de cli-ma normal e seco.

Somente são recomendadas para am-bientes e solos de alta qualidade, pela

menor tendênciade acamamento.

Por outro lado,as cultivares dosGM V ao GM IX dis-põem de períodosde crescimentomaiores, nas latitu-des nas quais es-tão adaptadas.Como consequên-cia, estas cultivarescomeçam a flora-ção com o cresci-mento adiantadoem altura. Se ocrescimento docaule principalcontinuasse de-pois da floração,aumentaria o riscode acamamento.

Nos últimosanos o melhora-mento genéticomudou essa ten-dência de HC de-

terminado, nos GM IV ao GM VII.Nos Estados Unidos se obtiveram cul-

tivares com HC determinado e semideter-minado nos GM IV, para ambientes de altaprodutividade. Na Argentina, cultivarescom HC semideterminado e indetermina-do nos GM V ao GM VII (com redução noacamamento) adaptadas para ambientesde menor produtividade ou para semea-duras muito cedo.

Atualmente o GM V é o que dispõemde maior quantidade de cultivares com HCindeterminado.

CULTIVARES DE SOJA PORCOMPRIMENTO DE CICLO

No Brasil, tradicionalmente, não secaracterizaram as cultivares em grupos dematuração por três causas principais.

Page 65: Revista ipas 13

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*Dirceu Gassen,Engenheiro Agrônomo, CCAS e CESB

**Sérgio Schneider,Engenheiro Agrônomo Coopermil

***Everson Zin,Engenheiro Agrônomo

Gerente de Marketing Estratégico Bayer

- A maioria das áreas de produção selocaliza em regiões de clima tropical (con-dições de dias curtos).

- A maioria das cultivares de GM mai-ores (GM VII) e sem genes de juvenilidadese encontra adaptada nessas regiões e,em geral, apresenta crescimento reduzi-do.

- Os genes que controlam a floraçãosob condições de dias curtos são dife-rentes dos que atuam sob condições dedias longos. Em consequência, a fenolo-gia de uma cultivar sob condições de diaslongos tem pouco valor preditivo para asde dias curtos.

Por esses motivos, em geral, as culti-vares de soja brasileiras são agrupadaspela longevidade do ciclo em: superpre-coces, precoces, médias, tardias e super-tardias. Esse tipo de descrição está limita-do a uma faixa de latitude e altitude e, emconsequência, obriga a avaliar as novascultivares em todas as regiões de produ-ção e em diferentes altitudes, durante vá-rios anos, para obter conhecimento ade-quado e que possibilite uma recomenda-ção precisa, especialmente, quando nãose conhece se a cultivar conta com genesde juvenilidade e de que tipo.

A longevidade do ciclo, a juvenilida-de e o HC exercem forte modificação nodesenvolvimento e crescimento das culti-vares de soja. Por esse motivo, contar coma adequada descrição dessas caracterís-ticas é uma valiosa ajuda na escolha e nomanejo de cultivares de soja.

A incorporação desses atributos tãoimportantes, no nome da cultivar, facilitaainda mais a tomada dessas decisões es-tratégicas de manejo para aumentar a ex-pressão do potencial de rendimento.

QUALIDADE NA SEMEADURAA semente, a qualidade no processo

de semeadura e a proteção da plântula sãoo alicerce da construção do potencial dalavoura. Pode-se afirmar que a semeadu-ra define o potencial da lavoura.

A competição entre plantas irmãs ocor-re com intensidade equivalente à existen-te entre plantas daninhas ou de outrasespécies.

O objetivo do semeador deve ser o deposicionar todas as sementes na mesmaprofundidade e cobrir o solo, dando con-dições iguais para absorver água, germi-nar, desenvolver raízes marcando territó-rio e emergir.

Assim, é possível reduzir a populaçãode sementes, ajustando a população ne-cessária de plantas, na proporção exatada qualidade de semeadura.

Portanto, a máquina mais importantepara a lavoura de altos rendimentos é a

semeadora. Nela,as peças mais im-portantes são asde aber tura desulco, de posici-onamento da se-mente e fertilizan-te, e de fecha-mento desse sul-co.

As perguntasmais frequentessobre a semea-dura estão relaci-onadas à veloci-dade ideal e à op-ção entre sulca-dor ou disco.

A respostaestá, sempre, ematender as neces-sidades da se-mente para germi-nar e da plântulapara desenvolverraízes. A semea-dura ideal posici-ona as sementesà profundidadede 4 cm, rompe osolo para desenvolvimento de raízes e fe-cha o sulco completamente.

Portanto, a velocidade ideal e o tipode equipamento de preparação do sulcode semeadura dependem do tipo de solo,da compactação, da umidade e da cober-tura vegetal. O foco da qualidade da se-meadura deve estar no conforto e nasnecessidades da semente.

O planejamento de lavouras de sojapara altos rendimentos deve ter a qualida-de de semeadura como processo maisimportante de manejo no sistema de pro-dução.

AGRICULTURA DE PRECISÃOA planta de soja é a unidade de pro-

dução da lavoura. Os processos de ma-nejo devem ser aplicados considerando aplanta como fator de produção.

As teorias e a prática da agricultura deprecisão iniciaram com mapas de fertili-dade, taxa variável de aplicação de nutri-entes e mapas de colheita. No Brasil, oprocesso crítico está na desuniformidadeda aplicação de nutrientes “a lanço” e naqualidade de formulação de nutrientes.

A aplicação dos princípios da teoriade amostragem na tomada de amostrasde solo também deve ser melhorada.

A agricultura de precisão tem abran-gência bem mais ampla que a fertilidadequímica do solo. Ela necessita envolveroutros processos, como a capacidade de

armazenar água e ar, a qualidade da se-meadura, a uniformidade de distribuiçãode palha na colheita (especialmente como aumento no tamanho das plataformasdas colhedoras), o monitoramento depragas, doenças e plantas daninhas e to-das as práticas e insumos usados na la-voura de soja.

A planta de soja produz grande quan-tidade de flores e legumes no rá- quis dorácemo e mantém o número de legumes egrãos capaz de encher.

A soja mantém os legumes de acordocom a fotossíntese líquida da folha decada rácemo, produzindo em torno de 1,5g de massa ou em torno de nove grãos.

“A planta não fabrica grãos, masproduz biomassa, com o consumo deágua, de sais, de elementos mineraise transformando energia luminosa emenergia química através da fotossín-tese. Entender a lógica da planta, apli-cando conhecimento e adotando boaspráticas agrícolas, leva à maior ren-tabilidade da lavoura.”

Page 66: Revista ipas 13

O objetivodeste trabalho foi de avaliar aeficácia de diferentes associa-ções de Reforce, Yantra e BigRed ao fungicida Fox, utiliza-

do para controlequímico de mancha alvo

na cultura da soja, genótipo NA5909 RR, em condições decampo.

O sistema de produção foiem área cultivada sob sistema

Avaliação daassociaçãode diferentesprodutosao fungicidautilizado paracontrole químicoda mancha alvo(Corynesporacassiicola) nacultura da sojana Região dosChapadões

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Page 67: Revista ipas 13

deseme-

adura di-reta com a

cultura do algo-dão (safra 2013/14), e

Crotalaria spectabilis noinverno. O estudo foi realizadana área experimental da Fun-dação Chapadão, localizadana Fazenda Nova França, nomunicípio de Costa Rica (MS).

As atividades de correçãodo solo e adubação seguiramconforme o padrão da propri-edade. O plantio ocorreu em02/10/2014, a emergência em09/10/2014 e a colheita no dia16/01/2015, com estande ini-cial de 18 plantas m-1, e estan-de final com 17 plantas m-1.

O delineamento e a unida-de experimental foram em blo-cos casualizados com 4 repe-tições. Parcelas compostaspor 7 linhas de (0,45 m) x 5,5m = 17,32 m2, sendo as avali-ações realizadas nas três li-nhas centrais. A área colhidafoi de 2 linhas (0,45 m) x 4,0 m= 3,6 m2. Já o manejo fitossa-nitário foi realizado conformemanejo padrão utilizado napropriedade.

A avaliação das doençascomo a mancha alvo (Corynes-pora cassiicola), teve estimati-va da porcentagem de área

foliar lesi-onada em

10 folhas porparcela da me-

tade inferior e me-tade superior, em 4

pontos de avaliação,SOARES et.al. 2009.Para a análise estatística

foi utilizado o sistema Skott-Knot 5%, com utilização dosdados originais, com o mode-lo estatístico SASM - Agri Sis-tema para Análise e Separa-ção de Médias em Experimen-tos Agrícolas (V 3.2.4).

OBSERVAÇÕES

Após a terceira aplicação,em todos os programas foiobservado sintoma de fitotoxi-dez devido ao uso de Fox +Aureo.

Os menores sintomas de fi-totoxidez foram obtidos no pro-grama com maior dose de Yan-tra e Reforce associado ao Fox.No momento, na primeira apli-cação eram visíveis os sinto-mas inicias de mancha alvonas folhas do baixeiro em to-dos os tratamentos.

CONCLUSÃO

Nas condições de campoque o trabalho foi conduzido,efetivando duas aplicações de

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Page 68: Revista ipas 13

68

Edson Pereira BorgesPesquisador/Fundação Chapadão,

Eng . Agr Me. - CREA RN 130460001-7

Alfredo Riciere DiasPesquisador/Fundação Chapadão,

Eng. Agr. Me. - CREA RN 170725777-9

fungicida específico para man-cha alvo, sendo a primeira emR1 e a segunda em R5.2, comseveridade no baixeiro de32,5% e no ponteiro de 11,3%,podemos concluir que:

1 - Eficácia: a associaçãode Reforce em V6 e de Yantraou Yantra+Big Red em R1 ouReforce em R5.2, associado aoFox+Aureo, apresentaramganhos de eficácia em relaçãoao programa com Fox + Au-reo.

2 - Desfolha: os índices dedesfolha foram muito seme-lhantes entre si, mesmo diferin-do estatisticamente.

3 - Massa de 100 grãos:não houve diferença significa-tiva entre os tratamentos, toda-via ambos foram maiores quea testemunha.

4 - Produtividade: não hou-ve diferença entre a testemu-nha e o programa com Fox +Aureo. A associação de Refor-ce em V6 e de Yantra ou BigRed em R1 ou Reforce emR5.2, associado ao Fox + Au-reo, proporcionaram os maio-res ganhos produtivos, varian-do de 5,4 a 7,7 sacas a maisque a testemunha, e de 4,7 a7,0 sacas a mais que o trata-mento com Fox + Aureo.

5 - Considerações: dianteao complexo de doenças queatacam a cultura da soja, parao manejo destas a efetivaçãode três aplicações de fungici-das os resultados tendem aserem mais efetivos. A associ-ação de Yantra, Big Red ouReforce ao Fox + Aureo, pro-porcionaram ganhos de perfor-mance e produtividade.

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