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Motoclubes em Guarapuava Rota x e Dead Cowboys Revista BR 277

Revista Motoclubes em Guarapuava

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Revista BR 277, retrata sobre dois motoclubes existentes na cidade de Guarapuava-PR. O Rota X, segundo maior motoclube do Brasil com filial na cidade. E o Dead Cowboys, que é um grupo local, nascido em Guarapuava. A revista aborda o assunto com cunho cultural, mostrando as particularidades desses grupos e a contribuição deles para a identidade do estilo.

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Motoclubes em Guarapuava

Rota x e Dead Cowboys

Revista BR 277

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ÍNDICE

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Diferentes e ao mesmo tempo semelhantes

Moto Personalidade

Rota X

Dead Cowboys

Easy Rider: Uma viagem com destino à liberdade

Rock N’ Roupa

Rock sobre duas rodas

Refúgio para a liberdade

Da Bahia direto para o Rota X

“O bom mesmo é estar na estrada”

A bela e a moto

EXPEDIENTE:Aline Koslinski // Camila Neumann // Jessica Korocoski // Sandra DenicieviczEssa é uma produção das alunas do 1º ano do curso de Jornalismo da Unicentro.

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Diferentes e ao mesmo tempo semelhantesO estilo é compartilhado pelo nacional e o local

Motoclubes não são todos iguais, porém a maioria dos membros destes grupos op-tam por adotar um visual bastante sem-elhante: roupas pesadas, barba por fazer e é claro, não poderia faltar a maior car-acterística desta cultura: a moto, que vai do modelo mais simples até o mais in-ovador. Em visita a dois motoclubes de Guarapuava, Rota X e Dead Cowboys, no-ta-se o quanto são diferentes no quesito: organização. Mas se assemelham quan-do o assunto é a paixão dos membros pelo estilo despojado e aventureiro. Usar barba não é um pré-requisito para fazer parte do grupo. Mas mesmo assim, os que aderem este estilo de vida, prefer-em adotá-la, pois é um elemento da iden-tidade do grupo, assim como os coletes. Aliás esse acessório é usado no Rota X como uniforme. Todos os 40 membros têm o seu estampado com a logotipo do mo-toclube. Nos encontros lá estão eles bem caracterizados. O grupo Rota X é extremamente organi-zado, há uma hierarquia na administração que começa na representação nacional e depois vai para a local. Em Guarapuava o grupo tem uma diretoria composta por presidente, vice-presidente e um conselho de administração, formado por mais sete membros. Isso se reflete no comporta-

mento do grupo, que obedece a um estat-uto que rege sobre a postura dos membros enquanto um coletivo de pessoas que se identifica no estilo mas deve respeitar as particularidades de cada um. Em contra-partida, o Dead Cowboys tem uma regra fundamental: não ter regras, como bem define o presidente Victor Sebastian. En-quanto o Rota X tem encontros definidos e programações específicas – apesar de não ter uma sede, os encontros acontecem com data e horário marcados em bares e postos de gasolina na cidade - , no Dead Cowboys os participantes se reúnem uma vez por semana, em um local bem característico. O cenário é decorado com pequenas, porém numerosas caveiras que estão distribuídas pelas paredes, luzes azuis e vermelhas dão o tom místico para o ambiente. No centro está uma mesa de sinuca, uma televisão antiga também incrementa a decoração, no salão várias mesas e cadeiras estão espal-hadas e quadros de filmes antigos com mo-toqueiros como astros, estão colocados em meio a sala de médio porte. Do lado direito está estacionada uma moto modelo antigo imponente. O lugar por si só já impressiona. Ele fica ainda mais surpreendente quando os membros estão reunidos. Os mais tímidos preferem sentar e colocar a conversa em

Grupo Cultural: Motoclubes

Rota X e Dead Cowboys

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dia ouvindo um bom rock. Há também os que preferem jogar, mas uma coisa é certa, esses encontros pautados pela confraterni-zação e regados de cerveja fazem com que o grupo permaneça unido e se fortaleça. Para fazer parte do Rota X, basta ter uma moto, sem restrição de cilindradas, já para

o Dead Cowboys existe a exigência de se ter uma Custom, pois o modelo represen-ta a identidade do grupo. Quando se vê na cidade, nove homens, caracterizados com roupas de couro sobre suas motos modelo Custom logo se identifica de qual motoclube fazem parte.

Membro do motoclube Dead Cowboys usando o colete de identificação contendo a logotipo do grupo. Significado da logo na pág. 15

Membro do motoclube Rota X usando a jaqueta de couro contendo a logotipo do grupo. Significado da logo na pág 10

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Viagem do Motoclube Rota X para Minas Gerais Foto

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Elas são imponentes, velozes e tem a ca-pacidade de atrair olhares por onde passam. As motos usadas pelo Dead Cowboys e o Rota X, não são meros objetos que servem ape-nas para se aventurar na estrada. Elas são o que dá vida ao grupo, mais do que isso, são o componente responsável pela caracterização. Os motoclubes partilham de diferenças, es-sas particularidades se refletem na escolha da moto. No Rota X, não há modelo ou mar-ca para ser participante. Já no Dead Cowboys M.C.C (Motorcycle Custom Club) a exigência é maior, para ser membro, além de partilhar do mesmo pensamento, é necessário possuir o modelo custom. Esses “brinquedinhos” tem um preço sal-gado, a motocustom tem o custo médio R$ 15.000, mas isso não parece incomodar os que optam por comprá-la, ao contrário o in-vestimento do Dead Cowboys parece com-pensar. Além de confortáveis para fazer via-gens longas o design lembra motos antigas. Quase sempre possuem alforjes em couro, o motoclube de Guarapuava é um dos vári-os cujos seus integrantes apreciam o estilo das motoscustom e vêem nelas um estilo de vida. Essas “belezinhas” apresentam desenho típico das máquinas americanas dos anos 50 e 60, que eram comuns em filmes como Easy Rider (Sem Destino). Uma variação dentro desta categoria são as Roadsters, que aliam o visual e a posição de pilotagem das custom com o alto desempenho das esportivas. No Rota X, apesar da diversidade de mod-elos e cilindradas, o presidente ostenta uma

Sobre duas rodas:

Moto PersonalidadeCada motocicleta é a expressão subjetiva do seu dono

moto da marca Shadow. Para comprar uma máquina dessas é necessário desembolsar no mínimo R$ 28.000, já que os valores chegam a R$ 32.000. O modelo de duas rodas se difere nos gru-pos, porém isso não altera a paixão, já que as motos são mais do que veículos, não são uti-lizadas apenas para locomoção, mas são tam-bém confidentes, companheiras de estrada, que partilham de aventuras inigualáveis. Como uma eterna noiva acompanha o amado, assim são elas. Para os participantes não é o valor em reais que as qualifica, mas sim o que elas rep-resentam, cada moto é única pelas paisagens que viu, pelos segredos que sabe. Compan-heiras do asfalto e do dia a dia, só essas máqui-nas sabem o real significado de ser uma moto.

Modelo: CustomMarca: Harley Davidson

Modelo: CustomMarca: Shadow

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Rota XMotoclube:

“Tudo começa com a paixão pelas máquinas”2º maior motoclube do Brasil tem filial em Guarapuava

Os apaixonados por motos e viagens dizem que viajar de

carro permite apenas apreciar os lugares por onde passa,

mas que ir para a estrada sobre duas rodas te inclui na pais-

agem, te faz ser parte de um momento que se torna úni-

co. Na busca por se integrar a natureza, homens e mulheres

apreciadores deste estilo vida, formam motoclubes para

compartilhar as experiências adquiridas com os quilômetros

rodados. Mesmo esta sendo uma cultura bastante antiga e

nascida na Europa, em Guarapuava é possível encontrar gru-

pos que possuem esta prática. Orleim Silvester Vieira, de 49

anos, é o atual presidente do motoclube local Rota X e tam-

bém pioneiro na construção deste grupo em Guarapuava.

Como começou a história do Rota X?O Rota X é um motoclube nacional, hoje com 700 membros no Brasil, iniciou em Curitiba em 2003 – o grupo completou em maio, onze anos - e começou a ganhar representação em várias cidades brasileiras, como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, entre outras. O Rota X hoje é o segundo maior motoclube do país, contendo filiais em 23 estados.

Como surgiu a ideia de fundar o motoclube em Guarapuava?Eu tinha conhecimento do grupo e me filiei no Rota X nacional. Sempre tive muitos amigos que gostavam de motos, e de sair em grupo nos finais de semana, que é uma prática de moto-clube. A partir daí convidei esse pessoal a se filiar e posteriormente a fundarmos uma filial do Rota X em Guarapuava. Levamos a proposta para diretoria nacional e foi aprovada a fundação aqui na cidade.

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Atual presidente do Rota X de Guarapuava

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Quantos anos tem o grupo local? E quantos membros possui?Dois anos. No início tinha oito membros e hoje somos em 40 no total.

Existe uma faixa etária para participar?Não. Hoje temos membros de 18 a 65 anos, a idade não interfere na entrada dos membros.

Como funciona a organização de vocês? Existe algum regimento interno? Tem a direção nacional e a local. A diretoria local do Rota X é composta por presidente, vice-presidente e mais sete membros que fazem parte do conselho de administração. Existe um estatuto que é igual para todos os motoclubes do Rota X, que rege sobre nossa postura enquanto grupo, responsabilidades e etc. Tudo é sempre votado pela diretoria e membros. O funcionamento é igual em todas as diretorias do Rota X, inclusive a nacional.

Como se dá a entrada dos membros no grupo?Antes da filiação, a pessoa interessada passa por um período de aspirância de três meses no grupo local, que é para saber se ela se adapta em sair com o grupo para os passeios e encon-tros. Depois de passar por esse período, o nome do possível membro vai a votação do comitê local, maioria votando a favor, a pessoa se filia, paga uma taxa cadastral de R$30 e deve par-ticipar efetivamente das reuniões, encontros, viagens etc.

Este custo de inscrição é para manutenção do grupo local? Existe algum outro tipo de co-laboração financeira?A taxa de inscrição é enviada para o nacional, juntamente com a filiação, a taxa cobrada é para custeio de gastos da diretoria nacional do Rota X. No grupo local, nós membros, colaboramos cada um com R$50 a cada semestre, que é para o custeio de inscrição nos encontros e even-tos que o grupo local faz, confecção de adesivos, bottons, faixas e camisetas. Vale lembrar que o gasto que cada um tem com sua moto é de responsabilidade própria.

Antes mesmo da fundação do moto-clube, como iniciou o seu gosto pelo estilo?Tudo começa com a paixão pelas máquinas. Eu sempre gostei de via-jar de moto, mas sempre tive motos “pequenas”. Foi quando eu comecei a viajar com o grupo aqui em Guarapua-va que eu comprei uma moto de 250 cilindradas. Geralmente quando o “cara” gosta de motos, rock e viagens

ele acaba buscando motoclubes, porque lá ele encontra outras pessoas que compartilham deste mesmo estilo de vida.

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Atual presidente do Rota X de Guarapuava

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Precisa ter moto para participar do clube? Existe um modelo específico?Nós somos um motoclube que sai para apreciação da natureza, apreciação da viagem, para nós a velocidade não é mais importante, até porque andamos a 120km por hora, isso é relativamente lento para uma moto. No Rota X não tem quantidade mínima e nem máxima de cilindradas da moto, para poder participar, só precisa ter a moto, ou andar na garupa de quem tenha, como acontece com os casais membros, por exemplo.

As reuniões são feitas com frequência?Todo sábado à tarde nos encontramos no posto Br Mania e saímos em grupo para passeios cur-tos. A cada 15 dias nos reunirmos para conversar sobre o motoclube, possíveis viagens e etc. E uma vez por mês fazemos um churrasco com todos os membros como uma confraternização. Que é o que nos matém sempre unidos.

As viagens longas são feitas com que frequência? Duas, três vezes por ano, porque depende das férias e disponibilidade dos membros e de toda organização.

Qual foi a viagem mais longa do Rota X de Guarapuava?A viagem mais longa foi no corrente ano, para Minas Gerais, para o encontro nacional do grupo.

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Como funcionam os encontros nacionais do Rota X?É uma vez por ano no mês de maio, devido ao aniversário do Rota X nacional. O encontro nacional é para todas as represen-tações do Rota X do Brasil. Mas sempre contamos com a partic-ipação de outros motoclubes também. Nos organizamos com antecedência e “pé na estrada”.

São feitos encontros estaduais?Estaduais do Rota X, não. Mas sempre organizamos encon-tros regionais. Inclusive estamos organizando um encontro de motoclubes que acontecerá em dezembro deste ano aqui na cidade, onde todo dinheiro arrecado será doado a APAE de Guarapuava. Estamos convidando vários motoclubes, com to-dos que temos contato, inclusive os motoclubes existentes em Guarapuava para ajudar a tocar o evento.

Existe parcerias entre os motoclubes aqui na cidade? Ou ri-validade?Já existiu rivalidade sim, mas hoje acredito que não. Até porque participamos juntos, muitas vezes, de eventos e encontros.

Qual foi a viagem mais interessante que o grupo fez junto?A mais interessante foi em 2013 para a Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, a região é muito linda, a paisagem nos deix-ou emocionados.

Quais as músicas/bandas mais ouvidas pelo grupo no geral?O nosso grupo é bem eclético vai do rock ao sertanejo. É claro que o rock predomina, mas ainda sim tem o pessoal que, como bom paranaense, prefere um sertanejo raiz e até mesmo um sertanejo universitário.

Vocês trabalham com venda de produtos do motoclube?Não. A confecção dos adesivos, bottons etc é para membros e simpatizantes, não vendemos, quando precisamos de dinheiro para alguma atividade colaboramos entre nós mesmos, além da arrecadação semestral que fazemos.

CuriosidadeO grupo tem a prática de colar os adesivos confeccionados, em todos os postos de gasolina, que passam du-rante as viagens. Este material contém: a logotipo do Rota X, fotos, montagens etc. A ideia é disseminar o nome do grupo, afim de divulgar sua existência e história.

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Qual as características dos membros do grupo?A maioria usa naturalmente no dia a dia, bandana, roupa de couro, correntes, botas. No caso dos homens a barba grande, etc. O uso da moto também, eu por exemplo uso a moto para ir trabalhar e fazer minhas atividades de rotina. O estilo lembra bastante os típicos rockeiros e até mesmo um pouco da cultura country. Nas reuniões e viagens nós usamos coletes pretos, que tem a logotipo do Rota X, que serve pra identificação dos membros. Isso é uma prática muito comum de motoclubes.

Essas características físicas fazem parte da identidade do grupo?Certamente. Fica fácil identificar membros de motoclubes pelas características físicas, é a nossa identidade. E não só pelas características físicas, mas também pela moto que a pessoa tem, se ela tem uma moto um pouco maior, como é o caso do modelo Harley Davidson, logo se pensa que a pessoa participa de algum grupo, faz parte da identificação, é quase inaceitável ter uma moto dessas e não participar de motoclube ou não usar para viajar.

Qual será a próxima viagem do grupo local?Será um passeio para São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Faremos a viagem agora no mês de setembro.

CuriosidadeA logotipo do Rota X tem um significado importante para o grupo. A palavra “Rota” significa: caminho, direção, rumo. O “X” é devido a fundação do grupo, que foi feita por funcionários e clientes da Caixa Econômica Federal, portando a letra derivou da logotipo do banco. É interessante ressaltar que todas as filiais fundadas até hoje, tiveram como pioneiros funcionários da Caixa. No entanto, não é necessário ter ligação ao banco para participar.

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Motoclube:

Dead Cowboys

Qual foi a principal inspiração para fundar o motoclube?A inspiração é o mundo motorcycle. O nosso motoclube é só moto custom (modelo que apre-senta desenho típico das motos americanas dos anos 50 e 60), por isso o nome Dead Cowboys MCC (Motorcycle Custom Clube), um clube que é formado por motoqueiros e não motociclistas, diga-se de passagem. Hoje os motociclistas são mais comportados, mais doutrinados. Nós so-mos da ala antiga, do tipo Easy Rider. Principalmente, o que levou a fundação foi essa vida livre.

E antes mesmo da fundação do motoclube, como era o seu gosto pelo estilo?Sempre foi o mesmo. É por isso que eu digo: você não escolhe a moto, a moto te escolhe, o tipo de moto te escolhe. Você hoje não pode dizer eu tenho um estilo “agora vou andar com uma custom, agora eu vou andar com uma chopper”, enfim... Não é, não adianta. E a partir do mo-mento que a moto te escolhe, você está ferrado.

Apaixonados pela liberdadeMotoclube Guarapuavano parece sair de filme dos anos 70

Qual é o prazer de sair sem rumo? Para os motociclis-

tas guarapuavanos do Dead Cowboys não existem pa-

lavras para explicar essa sensação. Fundado em 2011

pelo técnico em segurança do trabalho Victor Sebas-

tian, atual presidente do motoclube, o grupo se in-

spira no estilo de vida dos primeiros aventureiros da

estrada. Sebastian garante que esse é o ideal dess-

es amigos que se encontram todo final de semana

na sede do Barbirô, barzinho no bairro Santa Cruz.

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Atual presidente do Dead Cowboys

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Como é a organização de vocês? Tem alguma regra, algum reg-imento?A gente brinca que a primeira regra do nosso motoclube é não ter regras. Nenhuma regra escrita até então. Mas existe um regimen-to interno, que está dentro de cada um de nós; por exemplo, o companheirismo, a irmandade, a família, o respeito, tudo isso está intrínseco dentro de cada um de nós e por isso faz parte de nosso perfil. E por isso que é tão difícil, por exemplo, em Guarapuava, uma cidade com quase 200 mil habitantes, hoje nós somos em nove. Então é raro achar pessoas com esse perfil. Guarapuava tem um monte de motoqueiro sangue bom, mas é você acertar o perfil, acertar o gosto, acertar o estilo de vida e uma pessoa que realmente aceite e leve isso para dentro de casa, para dentro do serviço, para dentro da cabeça é difícil.

E como se dá a entrada de novos motoqueiros?É por indicação. Você começa a andar com o grupo, primeiro vai ver se você é realmente o que o grupo espera e ver se é o que você espera do grupo também.

Tem uma faixa etária dos membros?Normalmente a gente aguarda os 18 anos para ver se é isso mes-mo que a pessoa quer.

E as reuniões são feitas constantemente?Uma vez por semana no mínimo, é sagrado o encontro na sede.

Existe alguma parceria ou rivalidade entre os motoclubes aqui da cidade?Parceria? Não com motoclubes, mas com pessoas. Não vejo Guarapuava como uma cidade unida no motociclismo. E a rivali-dade, as pessoas não chegam a externar isso, mas existe.

Vocês participam de encontros estaduais ou nacionais? Sim. É o que surge, o que estiver dentro do bolso, dentro da roti-na.

Qual a maior viagem que já fizeram, e a mais interessante?Com o grupo já fizemos 500 quilômetros. Todas são interessantes, toda viagem tem sua história, ela começa e termina normalmente e inesperadamente.

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Tem algum ídolo do grupo?Todo mundo tem seus ídolos. Para quem a gente perguntar aqui vai ter, desde Dennis Hopper, Petter Fonda que gravaram Easy Rider em “1900 e bolinha”, e marcou toda a geração desse estilo. Cada um vai ter o motoclube que admira. Mas eu acho que a admiração crucial é pela máquina.

Quais as bandas mais ouvidas aqui?O pessoal é bem eclético, dentro do rock’n roll. Onde você vai as pessoas pensam que só existe ACDC, Creedence, são sempre as mesmas músicas, acho que só conhecem essas infelizmente. Mas dentro do nosso grupo não, a gente escuta desde Hush, Deep Purple, Led... Assim como a maioria de nós escuta um bom blues.

Vocês têm objetos do motoclube?Tem o anel da cruz de Malta que significa liberdade, já há muito tempo é usado isso, o símbo-lo maior do nosso motoclube a gente chama de ceifeiro (símbolo presente nos cartazes e no colete, que é constituído por um fantasma com duas armas colt 47), que a gente tira uma foto assim, todos os membros tiram.

Tem algum custo de participação para os membros?Não, nada. Até porque o povo é todo “quebrado”. (risos)

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Os Dead Cowboys tem como uma de suas referências o filme ícone dessa década. Um filme que reflete o comportamento e filoso-fia de vida de uma geração que os insipiram até hoje. Easy Rider (ou Sem Destino, título em por-tuguês) é o road movie mais aclamado da sétima arte e conta a incrível história de dois motoqueiros - Billy, interpretado por Dennis Hopper que também é diretor do filme, e Wyatt, vivido por Peter Fonda, e sua odisséia em busca da América verdadeira. Pelo caminho, os dois passam por grandes e pequenas cidades, conhecem uma comu-nidade hippie, são presos e dão carona a George Hanson, um advogado bêbado inter-pretado magistralmente por Jack Nicholson. Acelerado por uma trilha-sonora genial, do mais autêntico rock, Easy Rider é uma viagem sem censura pela contracultura que têm em

sua essência a procura pelo verdadeiro sen-tido da vida. Além da trilha impecável, temos o talento de Jack Nicholson, um garoto que era apenas uma promessa em seu primeiro trabalho, mas que já brilha como ninguém em cada cena, como se improvisasse cada diálogo e cada passo que dá. Peter Fonda também não deixa a desejar, mas é Dennis Hopper quem rouba a cena e justifica toda a mitificação que carregou até o último dia de vida, aos 74 anos. O filme é de 1969 e não envelheceu. Ele se mantém atual porque trata de um assunto que tampouco envelhece: liberdade. O filme dá seu recado através das belas imagens e do som, mas há um diálogo definitivo, em que Nicholson e Hopper analisam a diferença en-tre se discursar sobre liberdade e se conviver com quem é livre.

1960: A representação cultural no cinema holly-

woodiano adquiria influências de movimentos soci-

ais que estavam a explodir, desafiando e rompendo

padrões. A nova ordem era acabar com paradig-

mas. A juventude aderia à chamada cultura hippie,

almejava a igualdade de gênero, entusiasmava-se

pelo cinema, literatura, música, pelas ideologias

de Che Guevara, bem como pelas leituras de Karl

Marx. Nesse contexto, diretores ousaram um novo

estilo, com temática, trama e estética diferentes

do modelo convencional de “cinema clássico”.

Cinema:Easy Rider: Uma viagem com destino à liberdadeO filme que foi uma das principais inspirações para a fundação do Dead Cowboys

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O mais fantástico em Easy Rider é que em ape-nas 1 hora e 30 minutos é possível rir e admi-rar as paisagens lindas que o mundo oferece a quem deseja liberdade, e logo depois, se cho-car com a violência indescritível de atos brutais realizados por pessoas que não entendem (ou não aceitam) o conceito de despreendimen-to pessoal, no que diz respeito a conceitos e rótulos, impostos por uma sociedade crítica e julgadora. Quem leu ou assistiu On The Road, de Jack Kerouak, certamente vai identificar ambas as obras. É muito provável que Hopper tenha se inspirado em Kerouak como um todo, não só em seus livros mas em seu próprio pensamen-to, visto que Easy Rider é uma viagem, um on the road particular sem sair do sofá. E é com as palavras do velho Kerouak que encerro minha prosa e convido-os a refletir sobre ser livre por inteiro. “Eu só confio nas pessoas loucas, aquelas que são loucas pra viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas de tudo ao mes-mo tempo, que nunca bocejam e não falam obviedades, mas queimam, queimam...” - Jack Kerouak

Curiosidade

Os motoqueiros do Dead Cowboys tem um estilo muito único. Para isso, criaram

objetos específicos que marcam os membros. Um exemplo disso é o anel de

cruz de malta (uma cruz de oito pontas com os braços curtos e de mesmo

tamanho), que significa liberdade, um dos grandes ideários do motoclube. Mas

a característica mais marcante é o colete com o símbolo do ceifeiro, criado por

eles, um cowboy fantasma com duas armas colt 47. Todos são enfáticos em diz-

er o significado: “ceifar cada vez mais almas para o motociclismo e a vida livre.”

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Vestuário:

Quando o assunto é rock pode-se ime-diatamente afirmar que a relação moda e música nunca foi tão próxima, e nunca uma maneira de vestir e de se pentear repre-sentou tanto uma postura, uma ideologia. Das muitas referências adotadas pela moda, o rock certamente está entre os el-ementos que mais conquistaram um lugar sob os holofotes, pois volta e meia retorna às passarelas conquistando empresários e consumidores, revitalizando-se de forma constante não somente pela música ou moda, mas também por padrões de com-portamento que influenciam gerações.Resultado de uma mistura entre alguns ritmos dos anos 50 (blues, gospel music e country), o rock teve em seu início um dos grande ícones da música e da moda: Elvis Presley. Desde então, os ídolos do rock são grandes formadores de opin-ião, difundindo idéias, comportamentos e modos de se vestir. Criticados, adorados e copiados, a moda que inicialmente fun-cionou como um sinal de rebeldia do rock, uma expressão muitas vezes única e sub-jetiva, logo transformou-se em parte fun-damental da história de gerações, crian-do uma estética que permanece até hoje.

A moda, assim como o estilo musical, ali-menta-se da cultura, dos desejos e da von-tade de expressão que nos torna humanos. São elementos de constituição de identi-dade, de reconhecimento e identificação individual ou perante um grupo ou outro. Os motoqueiros do Dead Cowboys como roqueiros convictos, adotam o estilo clássi-co rock n’roll de ser através do visual com-posto por camiseta preta, jaqueta de cou-ro, calça jeans, barba e cabelo comprido. Já o motoclube Rota X, apesar de manter o mesmo estilo, não o leva tão a sério por se tratar de um grupo mais eclético, com bastante influências do country. O couro é indispensável, mas a barba e acessórios ficam a critério dos membros do moto-clube, que é mais aberto a novos estilos. Vestindo-se de acordo ou não, o fato é que o rock não é apenas música, mas um estilo de vida. Um estilo que teve início há muito tempo, mas que continua atu-al e segue traduzindo um ideal eterno de juventude alternativa e independente, com suas individualidades respeitadas e suas vozes escutadas. Seja na música ou em uma simples estampa de camiseta, o rock sempre está disposto a dizer algo.

Rock N’ RoupaO modo de vestir fala tanto quanto a música

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Música:

Através do rock, gerações mostraram seus descontamento, cantaram seus desejos, amores, tomaram dos venenos mais doces e dos mais amargos, mas também houve flores e falou-se de paz. Mesmo que hoje esta pos-tura não se mostre mais com tanta força, a atitude rock n’ roll ainda ainda existe, ainda que seu discurso de amor ou lendas épicas pareça ultrapassado diante de tanta tecnolo-gia e da correria de nossos dias. Além do gosto pelas motos, a paixão pelo bom e velho rock n’roll é um dos elementos essenciais que contribuem para a união de motoclubes em todo o mundo. Esse estilo musical exerce um processo social de com-partilhamento de significado que vai muito além dos clubes em si. Com os Dead Cowboys, essa paixão não poderia ser diferente. Pedro Ivo, membro do motoclube, não consegue imaginá-lo sem esse som. “Sem a batida do rock não existe encontro, não existe viagem. O rock nos influencia em todos os pontos possíveis,

foi por ele que eu comecei a gostar do estilo dos motoclubes e tudo o mais. O rock n’ roll nos inspira pra todas as atividades que rea-lizamos com o grupo”, diz. Cilton Pontarolo, também membro dos Dead Cowboys, acha que a música é funda-mental nas viagens e reuniões do grupo. E para ele, não pode ser qualquer música, tem que ser o rock, porque esse estilo combina com a prática que envolve as motos, combi-na com as viagens, com a cerveja gelada e a conversa nos bares. “O rock nos influencia e inspira. É nossa trilha sonora”, afirma. Há quem diga que a música tem a mes-ma função de uma fotografia: eternizar uma época, ou um simples momento. Cilton concorda. “Nossos encontros acontecem a base do bom e velho rock n’ roll dos anos 60 e 70, e parece que nos fazem viver aquela época que já passou, que muitos de nós nem éramos nascidos. A música tem esse poder. É por causa dela que ainda existem grupos como o nosso”, diz.

Rock sobre duas rodasA música como inspiração nas viagens e encontros

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De segunda a sexta Fernando Morozini tra-balha com cálculos, papéis e a responsabili-dade de cuidar das finanças de uma empre-sa. Porém, nos finais de semana o rapaz de 24 anos substitui os números por duas rodas, a tensão do ambiente empresarial pela des-contração do motoclube, os colegas de tra-balho pelos encontros bem humorados com aqueles que compartilham a mesma paixão. E foi justamente a paixão pela liberdade e pelas motos que o fizeram procurar o Dead Cowboys. A escolha não foi por acaso. Além da moto modelo custom que possui, Fernando en-controu no hobby o que tanto esperava, se identificou com o pensamento do grupo e principalmente com a ideia de viajar, sair sem rumo, sem direção com a possibilidade de encontrar surpresas na estrada. Apesar de ter realizado somente uma viagem com os integrantes para a cidade de Pitanga, tal

experiência bastou para encantá-lo e foi o suficiente para que o grupo também se iden-tificasse com ele.Fernando participa há um mês do motoclube. Em pouco tempo ele já cativou os membros mais experientes, os quais não poupam elo-gios ao jovem contador. Segundo Pedro Ivo Strugal que está há cinco meses no Dead Cowboys, Fernando é o iniciante simpático que se inseriu com êxito ao grupo. O jovem não é o estilo de motoqueiro que se espera encontrar, a não ser a barba por fazer. Ao contrário dos demais, ele segue uma linha de vestimenta comportada. Tênis, calça jeans e camisa xadrez, compõe o look, não muito diferente de qualquer rapaz de sua idade. O que o torna semelhante aos outros integrantes é o gosto pela liberdade, o amor pelo modelo custom. Entre uma e outra jogada de sinuca, entre vários copos de cerveja, Fernando demostra do que realmente gosta: rock, e antigo. Em baixo da camisa xadrez está uma outra, cor preta com a estampa de uma banda e a in-scrição Rock and roll. Ele sorri em intervalos curtos e parece familiarizado ao ambiente, interage com os demais e faz brincadeiras com naturalidade. Não só parece, mas todos concordam que Fernando se adaptou muito bem ao pensa-mento do motoclube, o jeito livre e desim-pedido o atraiu ao Dead Cowboys e o mesmo oferece a ele refúgio do dia a dia “O moto-clube para mim é uma terapia, na verdade uma mototerapia” afirma Fernando.

Mototerapia:

Refúgio para a liberdadeA paixão pelos números e pela moto

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Estilo Arretado:

Da Bahia direto para o Rota XO amor pela velocidade não tem local nem parada cer ta

Antes mesmo de entrar para um motoclube, Gilberto Alves já era aventureiro ou “desgar-rado” como ele prefere definir e o encanto pelas motos foi gerado bem cedo. O perito de seguros, 63 anos é apaixonado pelas máquinas desde os quinze, e apesar da inacreditável resistência que demonstrou no início, quando foi convidado para fazer parte do Rota X, a paixão cultivada desde a adoles-cência tornou a entrada inevitável. Gilberto mora em Guarapuava há mais de 20 anos. Após tanto tempo na cidade seu so-taque ainda permanece marcante. As frases cantadas denunciam o local de origem. Ele é da Bahia e ainda quando morava no nordeste, não participava de motoclubes, mas Gilberto já utilizava a moto para trabalhar - costume que se mantém até hoje - e é claro, para via-jar. O baiano afirma que já rodou o Brasil in-teiro, tanto acompanhado do Rota X, quanto sozinho. A fiel companheira de Gilberto na estrada é a música, não é difícil descobrir qual a banda preferida pois a inscrição no colete deixa claro a escolha: The Beatles, é a companhia em todas as andanças pelo país. Começou a participar do Rota X há dois anos. E deixa claro que pretende perman-ecer por muito tempo. Além de aventureiro, Gilberto tem três netos e quatro filhos. Foi casado por três vezes, mas as uniões ante-riores não prosperaram e agora ele está a caminho do quarto matrimônio, isso se o rel-acionamento perdurar, pois Gilberto brinca, que se a namorada não acompanhá-lo nas viagens, prefere deixá-la e ficar com a moto.

Aos olhos de Gilberto o motoclube é igual a ele, os integrantes são alegres, o clima de harmonia reina, a família é valorizada e há boa medida de emoção e euforia, a maior realização do baiano é estar entre amigos, é fazer parte de um grupo que ri de suas brincadeiras, que aceita e compreende seu jeito amável e descontraído. Quando os in-tegrantes cruzam a sua frente, ele não hes-ita em dizer: “Esse cara é doido, rapaz, esse cara é maluco, mas é meu amigo”, e os cum-primenta. Para ter conversa com Gilberto não precisa se esforçar, as palavras e risadas fluem naturalmente, são espontâneas assim como ele, tirar fotos então, nem se fala, ele mesmo pede para ser fotografado e gosta dessa atenção, da agitação, do calor humano e principalmente de fazer amigos. A conversa tem início e final com a expressão que ele repete inúmeras vezes, em caso de surpresa. Você gosta de participar do moto-clube? “Oxente, misericórdia, mas é claro”.

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Companheiros de estrada:“O bom mesmo é estar na estrada”Amizade sem data para acabar

Motoqueiro nasce com esse destino. Quan-do ele conhece a primeira moto, é amor à primeira vista. Após esse “encontro”, tudo muda, e não demora muito para que ele en-contre seu grupo de amigos que compartil-hem do mesmo gosto. Pedro Ivo, de 53 anos, encontrou no Dead Cowboys a parceria que buscava, com companheiros dispostos e am-izades sinceras. Seu primeiro contato com ela foi na juven-tude (apesar dele ainda ser um jovem de espírito) aos 18 anos. Desde então, a moto tornou-se uma paixão a qual ele não con-segue se desfazer. Já participou de outros grupos, como o Máquinas da Liberdade, mas não sentiu-se sintonizado com a ener-gia da turma. Por causa de uma antiga am-izade, logo foi convidado para participar do Dead Cowboys (antigo Cowboys from Hell),

onde encontrou seu lugar e desde isso já se passaram 5 meses. Pedro é a exceção do grupo, tendo uma moto semi-esportiva num grupo de motos custom. “Estou bem louco para vender a minha moto e comprar uma custom” diz animado. O homem que nasceu dentro da oficina já foi bancário, auxiliar de escritório, mas ao fim acabou voltando as origens e hoje tra-balha na oficina que era de seu pai. Apesar de trabalhar com carros, não esconde sua diversão por mexer em motos. “Tinha uma CB 400, e guardava dentro de um freezer 4 motores do modelo dela”, e sua moto ele mesmo que conserta. Seu fiel escudeiro é seu filho, que o acom-panha em muitas viagens e compartilha das emoções e surpresas desse costume. Para ele, todas as viagens e encontros chamam a atenção, pelas novas amizades que são conquistadas. Pessoas que jamais imaginam transformam-se em amigos, e ver que a pes-soa é do mesmo estilo é muito bom. Mas deixa bem claro que o grupo sempre está em primeiro lugar: “É gostoso estar nos encon-tros. Mas o bom mesmo é estar na estrada. Só que na estrada é ruim estar sozinho, en-tão a gente prefere andar em grupo porque qualquer coisa que aconteça temos compan-heiros que vão parar ali te ajudar” afirma. Como um bom Dead Cowboy, não poderia deixar de ouvir um rock, som sempre pre-sente na sede, e é estilo que mais gosta “é a música que sou chegado desde a época de piá. É a batida que inspira a viagem, estar aqui, tudo”, finaliza.

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Observe um motociclista. O jeito como ele age, como ele se porta perante os outros veículos. A força e o equilíbrio são elemen-tos indispensáveis, e você pensa como esse homem tem qualidades para poder fazer isso. Em dado momento a moto pára. Ele desce, tira o capacete... Mas espere, é uma mulher! Algo tão comum hoje, mas que antes era raro, a mulher sobre duas rodas gera um fas-cínio. Há quem critique, há quem ame. A ver-dade é que isso não é nada espantoso, pois as mulheres já provaram serem capazes de tudo. O que chama a atenção neste momen-to é a forma como a beleza delas contrasta com esse meio tão perigoso. É como uma flor no penhasco. Hoje, as mulheres utilizam a moto para trabalhar, passear, competir (sim, competir!) e por quê não participar de um motogrupo? Elas também apreciam esse estilo. Engana-se também quem ainda usa o ter-mo “moto de mulher”. Elas estão chegando com customs, motos esportivas, of-roads... Quem acha que mulher só anda de scooter “bis” não sabe da missa a metade. A beleza dessas mulheres parece ser enal-tecida em cima de uma moto. A vaidade é a mesma, ou até maior do que a das as mul-heres “comuns” (até porque ela necessita ter cuidados especiais). Seus cabelos voam junto com a liberdade de estar na estrada, e seus olhos delineados são vistos pelo ca-pacete com um brilho sem igual. A presença feminina as vezes conquista os olhares até dos que não simpatizam com elas.

Combinação perfeita:A bela e a motoA relação entre mulher e motocicleta já é íntima

Independente de como ela seja, uma ruiva tatuada, uma moça bem vestida com jeito de menina, uma mulher independente que transpira força e feminilidade, não importa, se depois da viagem ela vai para o bar beber uma cerveja ou para casa abraçar os filhos e dizer que estava com saudade. Independen-te de estereótipos, elas são mulheres fasci-nantes, pois obtiveram muitas conquistas no mundo, e uma delas é estar em uma moto.

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Estrada para o inferno

Vivendo fácil, vivendo livreUm bilhete para a temporada, numa viagem só de idaSem pedir nada, me deixe em pazPegando tudo em meu caminhoNão preciso de razão, não preciso de rimaNão tem nada que eu prefira fazerDescendo, hora da festaMeus amigos vão estar lá também

Estou na estrada para o infernoNa estrada para o infernoEstrada do infernoEstou na estrada para o inferno

Sem sinais de "pare", sem limites de velocidadeNinguém vai me fazer reduzir a velocidadeComo uma roda, vou rodarNinguém vai me sacanearEi Satã, paguei minhas dívidasTocando em uma banda de rockEi mamãe, olhe para mimEstou no meu caminho para a terra prometida

Highway To Hell

Living easy, livin’ freeSeason ticket, on a one, way ride

Asking nothing, leave me beTaking everything in my stride

Don’t need reason, don’t need rhymeAin’t nothing I would rather do

Going down, party timeMy friends are gonna be there too

I’m on the highway to hellOn the highway to hell

Highway to hellI’m on the Highway to hell

No stop signs, speedin’ limitNobody’s gonna slow me down

Like a wheel, gonna spin itNobody’s gonna mess me ‘round

Hey Satan! Paid my duesPlayin’ in a rockin’ bandHey Mama! Look at me

I’m on my way to the promise land. Uau!

AC/DC