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31 | 3586 2511 www.teiadetextos.com.br www.ufmg.br/ciencianoar [email protected] Projeto realizado com o apoio do PROEXT 2010 - MEC/SESu. teia de textos Aqui você vai encontrar importantes informações do curioso mundo da Ciência. Contamos com sua ajuda para conservar este texto, que também está disponível em nosso site. 35 ROSA DE HIROSHIMA Os versos da canção Rosa de Hiroshima relembram, de forma melancólica, a tragédia da bomba atômica ocorrida em 1945, no Japão. A cidade de Hiroshima ainda guarda cicatrizes profundas. Além dos abalos emocionais e psicológicos, os sobreviventes da bomba, os chamados hibakusha, sofrem várias doenças por terem sido expostos à radiação. Os efeitos imediatos da radiação são queimaduras na pele e danos mais profundos aos tecidos do corpo. A radiação também chega ao núcleo da célula, causando mudanças no material genéco, com consequências que podem ser vistas somente a longo prazo, como o câncer. Cerca de 120 mil sobreviventes da bomba de Hiroshima parcipam de estudos da Fundação de Pesquisa para os Efeitos da Radiação. Nesses estudos, mostrou-se que inflamações leves podem persisr por mais de 50 anos. Também acredita-se que as células irradiadas mantêm o poder de causar quebras nos cromossomos de novas células. Ainda não se sabe como isso ocorre, mas os pesquisadores acham que as células podem produzir substâncias que provocam oxidação e inflamação. Os hibakusha connuam contribuindo com a humanidade, parcipando de estudos cienficos e contando suas tristes histórias. Tanta dor e tantas canções para nos lembrar que não há nada mais sublime do que a paz. Texto originalmente escrito por Adlane Vilas-Boas para o programa Ritmos da Ciência, da Rádio UFMG Educava FM 104,5, e adaptado por Yuri Fernandes. Pensem nas meninas cegas inexatas Pensem nas feridas como rosas cálidas Mas, oh, não se esqueçam da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária Vinicius de Moraes e Gerson Conrad

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31 | 3586 2511www.teiadetextos.com.brwww.ufmg.br/[email protected] realizado com o apoio do PROEXT 2010 - MEC/SESu.teia de textos

Aqui você vai encontrar importantes informações do curioso mundo da Ciência. Contamos com sua ajuda para conservar este texto, que também está disponível em nosso site.

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ROSA DE HIROSHIMA

Os versos da canção Rosa de Hiroshima relembram, de forma melancólica, a tragédia da bomba atômica ocorrida em 1945, no Japão. A cidade de Hiroshima ainda guarda cicatrizes profundas. Além dos abalos emocionais e psicológicos, os sobreviventes da bomba, os chamados hibakusha, sofrem várias doenças por terem sido expostos à radiação.

Os efeitos imediatos da radiação são queimaduras na pele e danos mais profundos aos tecidos do corpo. A radiação também chega ao núcleo da célula, causando mudanças no material genético, com consequências que podem ser vistas somente a longo prazo, como o câncer.

Cerca de 120 mil sobreviventes da bomba de Hiroshima participam de estudos da Fundação de Pesquisa para os Efeitos da Radiação. Nesses estudos, mostrou-se que inflamações leves podem persistir por mais de 50 anos. Também acredita-se que as células irradiadas mantêm o poder de causar quebras nos cromossomos de novas células. Ainda não se sabe como isso ocorre, mas os pesquisadores acham que as células podem produzir substâncias que provocam oxidação e inflamação.

Os hibakusha continuam contribuindo com a humanidade, participando de estudos científicos e contando suas tristes histórias. Tanta dor e tantas canções para nos lembrar que não há nada mais sublime do que a paz.

Texto originalmente escrito por Adlane Vilas-Boas para o programa Ritmos da Ciência, da Rádio UFMG Educativa FM 104,5, e adaptado por Yuri Fernandes.

Pensem nas meninas cegas inexatas Pensem nas feridas como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária

Vinicius de Moraes e Gerson Conrad