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Sabbath Blood Sabbath

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A gloriosa e caótica carreira do Black Sabbath permanece como a prova mais extrema da indestrutibilidade do rock britânico. Ozzy, Tony, Geezer e Bill sobreviveram contra todas as possibilidades, sempre respondendo a quaisquer que fossem os rumores de fim da banda – invariavelmente celebrando com mais um álbum estrondoso. Joel McIver revela a frenética história da banda maldita de Birmingham – incluindo os membros que entraram e saíram com o passar dos anos – bem como a relação instável que Ozzy manteve com basicamente qualquer pessoa que já tenha se envolvido com o grupo. Esta edição de Sabbath Bloody Sabbath inclui detalhes da criação do Heaven and Hell por Tony Iommi com Ronnie James Dio, Geezer e o baterista Vinnie Appice; os problemas de saúde e a triste perda de Dio em 2010, e o reencontro da banda, com novas entrevistas, análise das músicas e especulações sobre seu futuro com a ausência de Ronnie.

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Tradução:Teodoro Lorent

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Este livro é dedicado a Tom McIver, nascido no dia 29 de

junho de 2006.

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Nota do Editor Internacional:

Todos os esforços foram feitos para identificar os detentores dos direitos autorais das imagens neste livro, mas alguns não foram localizados. Agradeceríamos se os fotógrafos em questão entrassem em contato conosco.

Nota do Editor

A Madras Editora não participa, endossa ou tem qualquer autoridade ou responsabilidade no que diz respeito a transações particulares de negócio entre o autor e o público.

Quaisquer referências de internet contidas neste trabalho são as atuais, no momento de sua publicação, mas o editor não pode garantir que a localização específica será mantida.

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ÍNDICE

Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Parte UmInvocando o Demônio: 1948-1978

Capítulo 1 – Antes de 1968 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17Capítulo 2 – 1968-1969 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31Capítulo 3 – 1969-1970 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47Capítulo 4 – 1970 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59Capítulo 5 – 1970-1972 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74Capítulo 6 – 1972-1974 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89Capítulo 7 – 1974 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109Capítulo 8 – 1974-1976 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128Capítulo 9 – 1977-1979 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139Capítulo 10 – 1979 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151

Parte DoisCego Pelo Branco da Neve e Cercado: 1979-1992

Capítulo 11 – 1979-1980 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161Capítulo 12 – 1980-1981 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180Capítulo 13 – 1982-1984 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206Capítulo 14 – 1984-1985 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223Capítulo 15 – 1986-1987 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248Capítulo 16 – 1988-1989 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259Capítulo 17 – 1990-1991 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270Capítulo 18 – 1992 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282

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Parte TrêsRessuscitando a Besta: 1993-2006

Capítulo 19 – 1993-1994 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 297Capítulo 20 – 1995 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312Capítulo 21 – 1996 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 325Capítulo 22 – 1996-1997 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 344Capítulo 23 – 1997-1999 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 354Capítulo 24 – 2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 366Capítulo 25 – 2001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 378Capítulo 26 – 2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390Capítulo 27 – 2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 403Capítulo 28 – 2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 420Capítulo 29 – 2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 434Capítulo 30 – 2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 447Capítulo 31 – 2007-2011 e Além . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 475

Discografia Reino Unido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 494

Fontes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 498

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AGRADECIMENTOS

Agradecimentos a Carlos Anaia, Geoff Barton, Kat Bjelland, Mark Brend, Chris Charlesworth, Dave Clarke, Mat Croft, Becky Deayton, Karl Demata, Katon W. Depena, Bernard Doe, Malcolm Dome, John Doran, KJ Doughton, Jeff “Mantas” Dunn, Daryl Easlea, Darren Edwards, Gillian Gaar, Ian Glasper, Dorothy Howe, Glenn Hughes, Mirai Kawashima, Sharon Kelly, Killjoy, Bruce Lamond, Sarah Lees, Joe Matera, Bob Nalbandian, Mike Oldfield, Dennis Pepa, Thomas Pilhatsch, Martin Popoff, Ken Sharp, Garry Sharpe-Young no Rockdetector, Joe Shooman, Jim Simpson, Andy Sneap, Louise Sugrue, Carl Swann, Tommy Udo, Sarah Watson, Barry Winton, Mark Wirtz, Corky Nips, às equipes das revistas Acoustic, Bass Guitar, Bass Player, Classic Rock, DVD Review, Future Music, Metal Hammer, Record Collector, Total Film e Total Guitar, e ao pessoal da Universal, EMI, Roadrunner, Century Media, Peaceville, Union Square, Warners e BBC 6 Music, que nos ajudaram ao longo do caminho.

Com todo amor, a Emma, Alice, Robin e Abi, Dad, John e Jen, Parr, Houston-Miller, Everitt-Bossmann, famílias Sendall e Tominey, Phil e Kate, Vinay e Ren, Dave e Dawn, Woody e Glynis, Simone, Quinn, Amy e Anden Harrington, Christof e Anja, Big Alice e a família Knight, Frank, Raddion, Ian Salsbury, Wyrd, Dora, Winter Sprite e aos Barnes, Ellis, Johnston e aos guerreiros do metal Legerton e Maynard.

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INTRODUÇÃO

O HEAVY metal é um circo – ridículo, cômico e chamativo, mas viciante e atrativo. A música é alta e irada; os intérpretes variam

do estilo homicida irritado ao sincero transtornado; e essa imagem ab-surda é dissecada por psicólogos e por aqueles que não estão envolvidos na brincadeira. Eles a consideram estúpida, antiquada, preconceituosa, ignorante, intolerante e, pior de tudo, totalmente ultrapassada.

Será que estão tão equivocados assim?O Black Sabbath se encaixa em todas essas descrições, e vai além.

Rotulado pela maioria como a primeira banda heavy metal do mundo, classificado por muitos outros como pertencente à categoria do hard rock e venerado por milhões que não ligam para uma coisa nem outra, em sua trajetória, essa formação mutante extasiou centenas de palcos e dezenas de turnês, recolheu uma pilha de discos de ouro, superou manchetes de quase todas as bandas respeitáveis desde 1970, inspirou uma legião de bandas de metal influenciadas pelo Sabbath e – crucial-mente – viu seu cantor errante transcender suas raízes do rock e se tornar uma das celebridades mais reconhecidas do mundo. Apesar de outros ídolos do rock terem trocado o camarim pelo horário nobre da TV – Gene Simmons do Kiss e Steven Tyler do Aerosmith são os que vêm à mente –, Ozzy Osbourne é o único selvagem do metal que teve a honra de receber um comentário bem-humorado durante o discurso de um presidente norte-americano, ao se apresentar por anos a fio em um programa de TV não musical e a ser elogiado (ao invés de castigado) por sua batalha incessante com as drogas. Inacreditavelmente, Ozzy é um cara legal e o Sabbath esteve sempre com ele.

Alguns leitores deste livro talvez não saibam dos 30 anos que Ozzy batalhou como músico antes que o sucesso o levasse a milhões de

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casas no horário nobre da TV. Como outros, talvez, também não reco-nheçam o enorme poder criativo que o Black Sabbath representou nos anos 1970, como eles lutaram para se projetar nos anos 1980 e como fi-nalmente alcançaram o topo de respeitabilidade no círculo comercial na década de 1990 e além. Sabbath Bloody Sabbath nos conta uma história única sobre uma banda da cidade de Aston, distrito de Birmingham, que sacudiu o mundo – e que sobreviveu para contar a história.

Uma história épica, intensa e de cores vivas como esta só funciona se os protagonistas envolvidos na trama apresentarem suas próprias ver-sões, portanto, você contará neste livro com entrevistas que eu mesmo conduzi nos últimos anos com os membros da banda do Sabbath Tony Iommi, Geezer Butler, Bill Ward, Glenn Hughes, Ian Gillan, Ronnie James Dio, Bobby Rondinelli e Bob Daisley. Seu primeiro manager, Jim Simpson, também ajudou a esclarecer muitas coisas. Outros íco-nes da música que partilharam suas opiniões comigo sobre o Sabbath incluem: Ritchie Blackmore, Leo Lyons (Ten Years After), Tom Araya e Kerry King (Slayer), John Lydon, Ian “Lemmy” Kilmister, King Diamond, Nikki Sixx (Mötley Crüe), Bill Gould (Faith No More), Yngwie J. Malmsteen, Dave Mustaine (Megadeth), Stephen O’Malley e Greg Anderson (Sun O), Geddy Lee (Rush), Zakk Wylde (Black Label Society/Ozzy Osbourne), Paul Allender (Cradle of Filth), o falecido “Dimebag” Darrell Abbot (Pantera/Damageplan), Ice-T, Joey Jordison e Mick Thompson (Slipknot), Bobby Ellsworth (Overkill), Jeff Becerra (Possessed), Conrad Lant e Jeff Dunn (Venom), John Bush (Armored Saint/Anthrax), Katon W. DePena (Hirax), Mikael Akerfeldt (Opeth), Phil Fasciana (Malevolent Creation), Sean Harris (Diamond Head) e Rob Halford (Judas Priest). Um grupo extraordinário de estrelas, e tenho certeza de que vocês concordarão: essas pessoas oferecem um verdadeiro panorama sobre toda a história do Sabbath.

Nada do Ozzy e da Sharon, então? De fato, não. Foi impossível penetrar na trincheira da patroa do Ozzy em que as fontes são livros ofi-ciais enchendo as prateleiras. Mas isso não me importa: como indiquei em meu livro Justice For All: The Truth About Metallica (também pu-blicado pela Omnibus, 2004), o acesso às estrelas significa estar sempre algemado ao que há de positivo sobre eles – e eu não acho que você, como leitor, eu como autor e a banda como o assunto seríamos bem servidos com um livro que não fosse objetivo. Nos momentos em que o Black Sabbath se desvia dos caminhos da integridade ou do bom senso, eu conto em letras garrafais para todos verem.

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Introdução 13

Como na biografia do Metallica, eu interrompo de vez em quan-do o fluxo cronológico da narrativa para discutir vários aspectos da história do Sabbath que careciam de maiores pesquisas. Há algumas questões sérias que devem ser respondidas e muitas conclusões que precisam ser determinadas. Isso é, acima de tudo, um assunto úni-co, que exige um pouco de análise. Se parece ser algo muito sério, lembre-se apenas de que estamos lidando aqui com morcegos decapi-tados e pontas de dedos cortadas – há também um lado engraçado da história...

Mas não se sinta desencorajado. Como o próprio Sabbath, estamos aqui para cair no rock. Desfrute do passeio, e não hesite em me contatar quando terminar de ler o livro.

Joel McIver, primavera de [email protected]

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PARTE UMInvocando o demônIo: 1948-1978

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CAPÍTULO 1

Antes de 1968

Em todo nível imaginável, em 1948, Aston, subúrbio de Birmin-gham, era um mundo completamente diferente de hoje.Quando John Michael Osbourne nasceu no dia 3 de dezembro

e foi levado para casa por seus pais, Jack e Lillian, que moravam no endereço 14 Lodge Road, nada podia indicar que um dia ele se torna-ria o residente mais famoso daquela região. Seus pais trabalhavam na indústria automotiva local, o pai enfrentava o turno da noite e a mãe era empregada na fábrica de fiação elétrica da empresa de energia Lucas. O bairro de Aston estava lentamente se recuperando do bombardeio que sofrera durante a Segunda Guerra Mundial, apenas quatro anos antes, e a pobreza que a maioria das famílias enfrentava era visível em todas as casas geminadas onde eles viviam – a maioria agrupada em quintais comunitários e designadas à demolição assim que a área se recuperasse no período do pós-guerra. Enquanto isso não acontecia, a maioria da população proletária de Aston se via confinada a condições de vida que aos olhos de observadores modernos remeteria aos contos de Charles Dickens. John, seus irmãos Paul e Tony, suas irmãs Jean, Iris e Gillian e seus pais eram forçados a viver em um espaço tipicamente apertado naquele bairro.

“Tínhamos apenas três quartos e havia seis crianças... Minha mãe e meu pai ficavam no quarto da frente, e nós costumávamos nos empilhar no quarto dos fundos”, lembra-se John, que desde então passaria a ser conhecido mundialmente como “Ozzy”, baseado em seu sobrenome. “Mantivemos um pinico debaixo da cama – uma porcaria de um balde

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de plástico para urinar – durante meses”, acrescentou. “Nunca tínhamos lençóis limpos, e usávamos nossos sobretudos como lençóis. Juro por Deus que isso é verdade.”

Outra família de Aston, os Ward, que moravam na Witton Lodge Road, tinha um filho, William, que havia nascido no dia 5 de maio de 1948, sete meses antes de Ozzy. Bill uma vez descreveu Aston como “um lugar muito simples. Era um bairro muito antigo e barra-pesada da cidade que foi bombardeado durante a guerra. Na época em que eu estava crescendo, tínhamos lampião a gás; a paisagem foi toda bombar-deada pelos alemães. E eu presenciei tempos difíceis, muitos esfaquea-mentos, homens saindo dos bares e literalmente caindo mortos, e coisas desse gênero. Havia muitos vagabundos, mas ao mesmo tempo a cidade tinha uma beleza incrível. Para mim, era tudo o que eu conhecia”.

A carcaça que sobrou de Aston começava a dar sinais de recu-peração durante a infância de Ozzy e Bill, mas continuava sendo um lugar perigoso para conviver, como explicou Ward: “Birmingham está semelhante a Pittsburgh ou Detroit. Está repleta de indústrias. Eles fa-zem carros, armas, munições e todos os tipos de coisas feitas de metal. É um lugar industrial realmente enorme. Durante a Segunda Grande Guerra, os alemães sabiam o que estava acontecendo em Aston, então a atacaram violentamente. Quando cresci em Aston, havia vários prédios destruídos que não foram demolidos. Saía para caminhar da porta de minha casa e via todos aqueles terrenos, por dois ou três quarteirões, cheios de entulhos que haviam sido deixados da guerra... O povo de Aston era muito forte. Eles valorizavam muito a aparência de suas ca-sas. As portas de entrada eram imaculadamente polidas. No entanto, em um determinado sábado à noite, qualquer astoniano que se preza viria em sua direção e lhe daria uma surra. A coisa era muito feia mesmo”.

Como qualquer área urbana em condições precárias – e especial-mente após a guerra –, as ofertas de emprego eram limitadas, mas a solução encontrada pelos jovens que não conseguiam trabalho na in-dústria era ingressar nas Forças Armadas. A família Butler que morava na vizinhança – cujo filho caçula, Terence Michael Joseph, nasceu no dia 17 de julho de 1949 – viu dois de seus filhos se alistarem no Exér-cito. Isso viria como uma experiência rica e reveladora para os recrutas criados em Birmingham, que forjavam suas amizades com soldados que vinham de regiões tão longínquas, como Londres. Terence se lem-bra: “Dois irmãos meus serviam o Exército, e havia muitos rapazes de Londres servindo no mesmo regimento que eles – e costumavam chamar todo mundo de ‘velhaco’ [‘geezer’]. Então, assim que meus

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irmãos voltaram para casa, passaram a chamar todo mundo de velhaco. Logo, é claro, adotei o termo e quando fui para a escola passei a chamar todo mundo assim”.

Desse modo, Terence perdeu seu sobrenome e logo foi perma-nentemente apelidado de “Geezer”. Suspirou e disse: “Fui amaldiçoado com esse nome desde então”.

“Costumava chamar todo mundo de geezer, sempre apontando o dedo para as pessoas e dizendo ‘este geezer’ ou ‘aquele geezer’... E o termo pegou. Não vou contar como chamávamos Bill”, disse, com ironia, referindo-se a Ozzy, muito tempo depois.

Não demorou muito para que os garotos se metessem em en-crencas: não de natureza criminosa, por enquanto, mas envolvendo estripulias que poderiam facilmente resultar em ferimentos ou até na morte. Como Ward se lembra: “Para fazer parte de uma gangue quando éramos crianças, uma das iniciações era caminhar agachado no esgoto. Era uma coisa totalmente assustadora para um jovem. Levava cerca de meia hora para atravessar. Eu fui iniciado na gangue depois que com-pletei o percurso lá embaixo. O rio que corria junto era muito rápido também. Era uma coisa muito estúpida de se fazer. Era um breu total lá embaixo”.

A escola não oferecia muito respeito a nenhum deles, pelo me-nos para Ozzy, que frequentava a King Edward VI Grammar School, na Frederick Road, em Aston. Ele se lembra: “Sou um palhaço nato. Quando era criança, na escola, se via pessoas tristes ao meu redor, eu fazia umas loucuras do tipo pular portões, qualquer coisa para animá--las – enforcar-me, qualquer coisa, porque odiava ver rostos tristes”.

Essa referência sobre se enforcar não era brincadeira. Como ex-plicaria, ele tentou isso em 1962, com apenas 14 anos de idade: “Tentei me enforcar uma vez. Queria saber como era ser enforcado. Na Ingla-terra, temos essas casas com terraços e umas coisas que eles chamam de entradas – espécie de becos – e umas barras nessas entradas. Isso é a pura verdade, juro por Deus. Então peguei o fio do varal de minha mãe, fiz o nó da forca, prendi na barra da entrada do terraço, pulei da cadeira e segurei a corda. Pensei que, se eu fosse morrer, soltaria a corda e ficaria tudo bem”.

Tal comportamento teve seu preço, pago por Ozzy ao seu austero pai Jack: “Meu pai saiu da casa, pegou-me no ato e me deu a maior sur-ra. Pensei naquela hora, que merda, deveria ter feito aquilo de verdade”.

Além das surras, os pais de Ozzy transmitiram a ele certas habi-lidades que colocaria em uso mais tarde em sua vida, como se lembra:

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“Meu pai era uma pérola. Peguei esse aspecto dele, e minha voz veio de minha mãe... ele costumava voltar do clube dos trabalhadores, um bar no qual costumava beber, e eles o atiravam para fora do ônibus todos os dias. Minha mãe era uma cantora amadora... ela costumava frequentar shows de calouros”.

Como muitos pais de sua geração, Jack Osbourne acreditava categoricamente na disciplina e a aplicava de forma física em seus fi-lhos. Ozzy se lembra de que apanhou “muito”, mas acrescenta: “Fazia parte da vida naquela época. Eram os bons tempos, cara”. De qualquer modo, as palmadas não faziam com que o jovem Osbourne parasse de acumular uma verdadeira sequência de comportamento inadequado, começando aos 11 anos de idade, quando atacou o gato de sua tia com uma faca. Ao visitar sua família em Sunderland (“Foi a primeira vez que vi o mar. Caí aos prantos. Eu tinha uma tia, merda, como era o nome dela? Elsie? Ada? Tia Ada! Ela tinha um marido que parecia o monge da vila”), explica Ozzy: “Esfaqueei seu gato no quintal, quan-do tia 11 anos, enquanto minha mãe tomava banho de sol. Apanhei feio na casa...”.

Ele continua: “Uma vez taquei fogo em minha irmã. Não gostava dela. Joguei gasolina em sua saia e toquei fogo nela. Apanhei pela casa toda, como sempre... Tentei estrangular meu irmão caçula porque eu o odiava... Outra vez meus amigos deram a ele uma camisinha usada falando que era um balão... Ele entrou na casa a assoprando. Meu pai lavou a boca dele com sabão”.

A breve passagem de Ozzy pela escola foi igualmente repleta de ocorrências (“Bati em meu professor uma vez com uma barra de ferro... Ele foi despedido por pegar no meu pé”) e, mais notório ainda, por sua relação de inimizade com um garoto agressivo e bom de briga chamado Frank Anthony Iommi, oito meses mais velho que Ozzy, nascido no dia 19 de fevereiro de 1948 e que também morava em Aston, na Park Lane. “Sofria bullying de Tony Iommi o tempo todo na escola”, reclamou Ozzy mais tarde e com razão – Iommi era um sujeito violento e com grande força física para apoiar seu temperamento. “Tony era sempre o cara malvado que saía batendo em todo mundo. Hoje, amadureceu completamente”, ironizou Geezer.

A vocação de Iommi à resistência física ia além de uma mera presença casual, como ele relembra: “Minha primeira ambição quando pequeno era tentar artes marciais, boxe, esse tipo de coisa, e achava que iria conseguir algo nesse tipo de negócio. Ia sempre ao ginásio de três a quatro vezes por semana naquela época, e era um fanático

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naquilo. Então, comecei a ouvir música e, eventualmente, toda aquela fascinação física desapareceu. Mas nunca imaginei que fosse acabar tocando guitarra, nunca. Tinha vários sonhos quando era jovem sobre estar em cima de um palco, mas jamais havia imaginado que seria como um guitarrista. Acho que em minha cabeça seria algo como o caratê ou em um ramo parecido”.

O sexo era um prazer precoce – e um fardo também – para o jovem Ozzy, que explicou, como de costume, nos mínimos detalhes: “Havia uma vizinha que morava ao lado de casa. Ela tinha 63 anos de idade e eu costumava ir lá e transar com ela. Juro por Deus. Eu transava com ela quando era criança. Ela morava em uma casa colada à nossa e costuma-va sair para o trabalho às 7 horas. Eu costumava ir até lá e roubá-la. A casa era como se a guerra tivesse acabado no dia anterior, e já estávamos em 1964! Seus filhos morreram durante um ataque aéreo e seu marido morreu em Dunkirk, ou em algum lugar parecido. Seu mundo havia parado naquela época... Trabalhou durante anos a fio em uma fábrica acreditando que sua família ainda estava ao seu redor. Ela conversava com seus filhos que não estavam mais lá, e me assumia como sendo seu marido. Acho que se chamava Joseph, ou algo parecido. E ela era totalmente insana”.

Enquanto a vida sexual de Ozzy enveredava pelo incomum, o lado psicológico voltado à masturbação – o eterno consolo dos adolescentes – era mais estranho ainda. “Eu me lembro de uma vez que estava do-ente. Estava muito doente... deitado na cama e me masturbando. Sabe, quando você é jovem, pensa em algo para se masturbar, fecha os olhos e pensa em um objeto, uma pessoa, ou algo que o estimule. E a perspec-tiva do objeto começa a surgir – poderia ser grande, pequeno, redondo, comprido – e poderia ser qualquer coisa. Eu costumava entrar fundo naquilo: ia à loucura. Rasguei as fotos dos Beatles da parede e ateei fogo nelas e outras maluquices.”

Em outra ocasião, recorreu à masturbação para aliviar um desejo homicida: “Lá estou eu deitado no sofá... todas as crianças haviam ido dormir, veja... e veio uma coisa em minha cabeça: ‘Mate sua mãe! Le-vante-se e mate-a – ela é má!’. Juro por Deus, pulei do sofá e comecei a correr sem parar. Parei de correr, passei direto pela cozinha, fui até o banheiro e me masturbei por quatro horas”.

Embora não gostasse da escola – onde seus colegas o apelida-vam de “Ozzy” ou “Oz-brain” [“Cérebro de Oz”] –, mostrava seus primeiros sinais de talento artístico nas produções das óperas cômicas de Gilbert e Sullivan, tais como A Moça que Amou um Marinheiro,

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O Mikado e Os Piratas de Penzance. No entanto, Ozzy abandonou a escola na primeira oportunidade que teve, aos 15 anos. As escabrosas travessuras pueris começam a entrar em uma fase mais séria, à medida que imigra do parque infantil ao mundo adulto do trabalho. Seu pri-meiro emprego foi de aprendiz de ferramenteiro, em que os acidentes de trabalho eram comuns, como lamenta: “Abandonei a escola aos 15 anos, fui trabalhar e cortei meu dedão já no primeiro dia. Costuraram de volta no lugar”. Percorrendo uma série de empregos sem futuro, incluindo abate de rebanho em um abatedouro, acabou montando bu-zinas de carro em uma fábrica. “Se você passar o dia todo em uma sala com dez caras regulando buzinas de automóvel”, explicou, “você volta para casa feito um lunático.”

Anos depois, ao que tudo indica, Ozzy relembraria de Aston com um pouco de nostalgia. “Birmingham não era e não é uma região muito rica. Era um tanto pavorosa e todos em minha família trabalhavam nas fábricas, tipos de trabalho que não exigiam esforço mental algum e que eram fisicamente exaustivos. Meu pai, minha mãe, minhas irmãs, todos eles trabalhavam em fábricas em Birmingham, e meu pai achava que eu poderia me tornar um comerciante para ter a chance de melhorar um pouco de vida e sair das fábricas, você entende? Então, quando terminei a escola tentei me tornar um encanador. Não deu certo, não para mim. Então, tentei como pedreiro. Não deu certo. Então, tentei ser um operário da construção civil: mesma história. Tudo o que eu tentava parecia que estava fadado a não dar certo. Odiava aquilo, fiquei cansado daquilo tudo muito rápido.”

Em 1965, Ozzy tentou se alistar no Exército, como muitos ou-tros jovens desiludidos de Aston haviam feito antes dele, na tentativa de fugir das fábricas. “Eu tinha 17 anos e estava muito puto da vida”, contou à escritora Sylvie Simmons. “Queria ver o mundo e capturar o máximo de pessoas possível – o que não é muito diferente em estar em uma banda nos dias atuais, pelo menos no mundo rap. Até onde consegui chegar? Cerca de uns três metros para dentro da porta. Eles simplesmente me disseram para cair fora. Disseram-me: ‘Queremos su-jeitos, não objetos’. Eu tinha os cabelos compridos, uma torneira de pia presa em um cordão pendurada em meu pescoço como bijuteria, vestia uma camisa de pijama como jaqueta, meu traseiro aparecia e não tinha tomado banho durante meses. E meu pai sempre dizia: ‘Você tem de aprender o ofício dos negócios’ – ele era ferramenteiro. Achei que me alistar no Exército seria algo que o agradaria.”

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A sequência de trabalhos que destroem a alma foi interrompida em 1966 por uma temporada na prisão por invasão de domicílio, na qual, meio a contragosto, Ozzy havia se envolvido como uma tentativa de fugir da implacável monotonia que assolava sua vida. Era famoso por ser um ladrão incompetente, pego uma vez usando luvas com os dedos cortados quando arrombou uma loja de roupas chamada Sarah Clarke. Embora tivesse recebido uma pena alternativa de 25 libras (o equivalente a duas semanas de salário médio nas fábricas), o despro-vido Osbourne foi obrigado a servir seis semanas de uma sentença de três meses na prisão Winson Green em Birmingham, uma instituição vitoriana assustadora construída em 1849. Lá, Ozzy cumpriria sua se-gunda pena pela burrice de ter dado um murro na cara de um policial. Saiu determinado a nunca mais voltar a ser preso de novo, apesar de ter aliviado um pouco o tédio durante sua estadia, tatuando O-Z-Z-Y no dorso de sua mãos esquerda com uma agulha de costura.

A situação era péssima. O jovem Osbourne, desprovido de sua renda criminosa e sem estímulo, enfrentava um futuro de trabalhos forçados e pobreza – como acontecia com todos os adolescentes da região. Sua agressão corria descontrolada, como admitiu posterior-mente: “De onde eu vim, era matar ou morrer. Eu sou um lunático! Atravessei a vitrine de uma loja brigando com três caras. Meu braço foi praticamente arrancado, sabia? Fiquei tomando glicose por 12 ho-ras, tive de receber litros de sangue em meu corpo. Tinha acabado de sair da prisão... roubo”.

A situação não era fácil para os outros jovens também. Como Bill Ward expôs, “Éramos todos destinados a trabalhar nas fábricas... Não sabia se acabaria me matando, teria um emprego, iria parar na cadeia ou qualquer coisa. E nenhum de nós queria aquilo... abandonei a escola quando tinha 15 anos e trabalhei por exatos seis meses em uma fábrica. Sai na época do Natal e consegui trabalhos de meio período e alguns bi-cos. Mantinha os empregos de meio período até não aguentá-los mais”.

Uma coisa os mantinha vivos: a música. Quando os Beatles lança-ram “Love Me Do”, no dia 13 de outubro de 1962, adolescentes como Ozzy, Tony, Geezer e Bill estavam na faixa dos 13 e 14 anos – a idade perfeita para acompanhar o novo ritmo da música inglesa e que iria atingi-los de frente. Eles já conheciam o rock‘n’roll americano e inglês, é claro, especialmente Bill, que já havia começado a aprender a tocar bateria desde a pré-adolescência. Como ele se lembrou, “A luz que me guiava era Elvis Presley. Meu irmão é quatro anos mais velho que eu, então ele foi a principal influência em minha vida quando eu era

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ainda muito jovem... Eu ouvia Little Richards, Elvis e todos os outros. Também gostava muito do tipo de música que meu pai e minha mãe ouviam, que era a música das grandes orquestras americanas... Quando ouvi ‘Jailhouse Rock’, senti que algo se conectou comigo. Algo me atraiu como uma espécie de ímã. Eu sabia que queria cantar e tocar em uma banda de rock‘n’roll.”

O fato de crescer em uma família de músico significou que não demoraria muito para que fosse estimulado a compor suas próprias can-ções. “Eu já tocava bateria”, afirmou. “Comecei a tocar bateria quando tinha 5 anos de idade. Minha mãe tocava piano e meu pai cantava, então o baterista que morava na esquina levava seu set nos fins de semana e fazíamos uma festa.”

O espírito de grupo durante ataques aéreos que uniram muitas co-munidades nas décadas anteriores ainda estava vivo e presente na época do início dos anos 1960, como ele se recorda: “Todos se juntavam nos sábados à noite e se divertiam muito. Havia vários barris de bebida. Eles ainda estavam celebrando o fim da guerra. Havia uma verdadeira proximidade entre as famílias e os amigos porque havíamos perdido muita gente. No dia seguinte, todo mundo ainda estava bêbado ou de ressaca, então eu descia as escadas mais cedo e começava a aprender a tocar bateria. Esse foi meu verdadeiro aprendizado na bateria. Quando cheguei aos 8 ou 9 anos de idade, eu já tinha algo definido dentro de mim. Eu sabia que iria ser baterista”.

Antes do movimento beat e do rock‘n’roll se apossarem da cons-ciência de Ward, ele já havia adquirido um pouco de conhecimento sobre o cenário do jazz e do swing importados dos Estados Unidos – um indicador importante do desenvolvimento de seu estilo de tocar que se manifestaria posteriormente. Como ele disse: “Havia algumas músicas clássicas que eu gostava, mas nasci em 1948. Então, como uma crian-ça crescendo logo após a Segunda Guerra Mundial, minha mãe e meu pai foram influenciados de alguma forma por aquilo que era chamado na época de ‘GI music’ ou música americana... Minha mãe e meu pai tinham vários discos que eles tocavam das big bands americanas, tais como Count Basie, Benny Goodman, Glenn Miller... Foi isso que me influenciou quando era pequeno”.

Entretanto, todo tipo de música atraía Bill: “Há algo dentro de mim que me atrai à música, como a mariposa é atraída pela luz, ima-gino. Não sei o que é isso, apenas um instinto. Até onde consigo me lembrar, desde quando eu era bem pequeno, sempre fui muito atraído pela música”.

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Não era apenas Bill. A nova explosão beat também atraiu Ozzy, que – como era típico dele – roubou o Love Me Do assim que apareceu nas lojas. “Eu costumava roubar discos. Eu nunca os comprava... Eu acho que foi Love Me Do. Eu era o ladrão de lojas mais clássico que você jamais encontrou em sua vida. Casaco sobre o braço, ‘Perdão, senhor’ – bingo! Já estava longe. Eu sou um rebelde do rock‘n’roll.” O impacto que o quarteto de Liverpool causou em Osbourne foi profundo, como ele diria mais tarde: “Quando saí da escola, queria ser encanador. Quando ouvi os Beatles, queria me tornar um Beatle”. Mais revelador ainda, ele admitiu: “Os Beatles me deram tudo. Especialmente Paul McCartney. Eu o adorava”.

Os Beatles se tornariam uma influência em Ozzy por toda a sua vida, e ele nunca parou de idolatrar o altar dos Fab Four, mesmo mui-to tempo depois em sua própria carreira: “Eu era uma criança quando os Beatles surgiram, e fiquei completamente estarrecido. Os Beatles eram mágicos... Inclusive hoje, seus discos são eternos. Você coloca Sgt. Pepper para tocar, ‘A Day In The Life’, é simplesmente brilhante. Ele o leva em uma jornada. ‘Strawberry Fields Forever’ é simplesmente mágica. Até hoje, passo horas tentando entender como eles conseguiram aqueles sons, e como conseguiram que isso se interligasse com aquilo, e não consigo compreender. Os Beatles tiveram um efeito enorme em minha vida, em toda a minha estrutura, em todo o meu ser. Meu quarto era coberto com coisas dos Beatles; eu viajava uns 40 quilômetros para conseguir um pôster dos Beatles”.

Longe de ser um mero fã, Ozzy obviamente tinha consciência do quanto os Beatles mudaram a sociedade em que eles viviam: “Era algo mágico, quase uma experiência espiritual para mim. Meu pai os odiava, é claro. Naquela época, os Beatles eram revolucionários e a música deles era revolucionária. Sabe, eles eram considerados uma péssima influência porque davam ideias para os jovens, ideias para que fizessem algo diferente com suas vidas em vez de desperdiçá-las nas fábricas ou se tornando encanadores. Para os adultos, isso era uma coisa perigosa. Mas, para nós, eles eram heróis”.

Em algum lugar em Aston, Tony Iommi era também picado pelo mosquito da música pop e despejava seus esforços aprendendo a tocar guitarra – como milhares de jovens, impressionados com a facilidade dos solos de Hank Marvin e Duane Eddy, que estavam fazendo a mesma coisa. Como Iommi se lembraria mais tarde, “Minhas primeiras influências foram os The Shadows... Eles basicamente me animaram a