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Sara Costa Sílvia Andrade Sílvia Diniz Sofia Reis Sofia Lemos Sofia Talambas Suheila Patel Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Bioquímica II 2009-2010

Sara Costa Sílvia Andrade Sílvia Diniz Sofia Reis Sofia Lemos Sofia Talambas Suheila Patel

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Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Bioquímica II 2009-2010. SO 22 Miopatia. Sara Costa Sílvia Andrade Sílvia Diniz Sofia Reis Sofia Lemos Sofia Talambas Suheila Patel. 1.Explicar o caso clínico com fundamentos bioquímicos. - PowerPoint PPT Presentation

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Sara CostaSílvia AndradeSílvia DinizSofia ReisSofia LemosSofia TalambasSuheila Patel

Faculdade de Medicina da Universidade de CoimbraBioquímica II

2009-2010

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• 1.Explicar o caso clínico com fundamentos bioquímicos.

• 2.Explicar os mecanismos bioquímicos subjacentes às alterações encontradas.

• 3.Analisar a disfunção miopática neste contexto clínico e as suas consequências.

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Idade: 55 anos

Sexo: Masculino

Antecedentes patológicos:

•Hipertensão;

•Duas discectomias lombares (remoção de hérnias discais);

•Dores crónicas lombares associada a dores nos membros inferiores.

Terapêutica:

•81 mg/dia ácido acetilsalicílico (aspirina);

•5 mg/dia de ramipril (indicado para hipertensão arterial);

•0,4mg/h penso de nitroglicerina (indicado para angina de peito);

•100 mg/dia atenolol (indicado para doenças cardiovasculares e hipertensão;

•25 mg/dia clortalidona (indicado para a hipertensão);

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No decorrer de uma investigação de doença coronária foram realizadas:

•Angiografia• Detectada uma doença em dois vasos, posteriormente tratada.

• Avaliação lipídica:•Colesterol total:10,8 mmol/L;

•LDL: 8,5 mmol/L;

•HDL e triglicerídeos: normais

Destes valores resultou o diagnóstico de dislipidémia (hipercolesterolémia isolada) primária.

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• Primárias – Origem Genética-Hipercolesterolémia familiar (HF)-Dislipidémia familiar combinada (DFC)-Hipercolesterolemia poligénica-Hipertrigliceridémia familiar-Síndrome da quilomicronémia

•Secundárias – devido a outras doenças ou uso de medicamentos-Hipotiroidismo-Diabetes mellitus (DM)-Síndrome nefrótica-Insuficiência renal crónica-Obesidade-Alcoolismo-Icterícia obstrutiva-Uso de doses altas de diuréticos, beta-bloqueantes, corticosteróides, anabolizantes.

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Iniciada uma terapia com Rosuvastatina (estatina), pelo cardiologista, de modo a corrigir os níveis lípidicos.

O que são estatinas?

✔Inibidores da hidroximetilglutaril-coenzima-A (HMG-CoA) redutase

que cataliza a síntese de colesterol endógeno e de lipoproteínas no

fígado, prevenindo assim complicações cardiovasculares.

✔Em geral, as estatinas são muito bem toleradas, mas alguns pacientes

podem desenvolver toxicidade hepática e/ou muscular (resultantes da

sua metabolização), em graus variados.

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Aproximadamente 4 semanas após o início do

tratamento o doente começa a sentir dor nas extremidades

inferiores e câimbras mas desprezou esse facto atribuindo-o

à sua doença lombar crónica.

1. Como pode ser justificado este desconforto muscular?

Estes sintomas persistiram durante 3 meses o que

conduziu à avaliação dos níveis de creatina cinase

plasmática pelo médico de família. Estes encontravam-se

muito elevados, 4517 U/L, sendo os níveis normais entre 55

e 170 U/L.

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2. O que nos indicam os níveis elevados de

proteína cinase?

Foi então diagnosticada miopatia severa induzida por estatinas.

Indicam a existência de uma lesão celular

provavelmente em tecido muscular por ser nestes tecidos

particularmente abundante.

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•Afecção do sistema muscular, em especial afecção degenerativa dos músculos, com diversas localizações. •É geralmente familiar e hereditária.•Está associada a níveis elevados de creatina cinase.

O que é a miopatia?

Factores de risco reconhecidamente associados à miopatia induzida pelas estatinas:

•Idade avançada;•Hipotiroidismo;•Insuficiência renal; •Obstrução biliar;•Diabetes;•Trauma recente.

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Esta relação não está perfeitamente esclarecida, mas colocam-se várias hipóteses:

•Redução da small guanosine 5’-triphosphate-binding protein (GTP)•Redução da síntese de colesterol provocando a instabilidade membranar dos miócitos esqueléticos.•Indução da apoptose celular•Alteração dos canais de condução do cloro dentro dos miócitos.

4. Qual a relação entre a administração de estatinas e a miopatia?

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O exame clínico foi completado com uma avaliação dos níveis

de hormona estimulante da tiróide (TSH) que se verificou

estarem elevados (114 mU/L sendo os normais entre 0.3 e 4.2

mU/L) e dos níveis de tiroxina livre (hormona tiróideia) que se

encontravam baixos (2 pmol/L sendos os valores normais entre

8 e 21 pmol/L).

3. O que nos sugerem estes valores de TSH e de tiroxina livre?

Sugerem que este doente sofra de hipotiroidismo apesar

de na sua história clínica negar ter alguma vez experienciado

sintomas desta doença.

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Acumulação de lípidos

plasmáticos

TSH

Receptores LDL

Hipotiroidismo

TSH

Receptores LDL

LDL plasmático

Sendo conhecida a relação entre hipotiroidismo e dislipidémia concluímos tratar-se, neste caso, de uma dislipidémia secundária induzida pelo hipotiroidismo.

Expressão da UCP

Expressão da UCP

De que forma é que este diagnóstico se sobrepõe ao anterior diagnóstico de dislipidémia primária?

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.

Interrompeu-se a administração do

rosuvastatina que foi substituída

por ezetimiba. Foi igualmente

administrada levotiroxina (hipotiroidismo).

Apesar de não ter tido sintomas de

hipotiroidismo o doente verificou

melhorias significativas na sua

qualidade de vida.

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Numa nova avaliação dos níveis lipídicos e da TSH estes

encontravam-se consideravelmente melhores tendo sido

suspensa a medicação com estatinas.

Em avaliações posteriores os níveis lipídicos não

corresponderam à evolução esperada. Foi iniciada um

tratamento com pravastatina de baixa dosagem, mas

voltaram a surgir dores musculares sendo este último

medicamento substituído por fluvastatina (ao qual o doente

respondeu positivamente).

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A prescrição de estatinas tem como objectivo a redução da

síntese de colesterol. Neste doente não era esse o problema, mas

sim a metabolização inapropriada do colesterol por acção das

hormonas tiroideias.

Uma vez que as estatinas não estão a actuar sobre a causa real

da dislipidémia tornam-se ainda mais tóxicas para o organismo.

5. Porque é que num doente com hipotiroidismo a associação entre administração de estatinas e miopatia é mais grave?

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6. Qual seria a complicação mais grave se o doente não fosse correctamente diagnosticado atempadamente?

Rabdomiólise - Degenerescência

do músculo esquelético levando à

libertação de produtos das células

musculares na corrente sanguínea.

Alguns destes produtos conduzem a

uma situação de insuficiência renal

aguda por obstrução tubular.

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Dislipidémia primária

Dislipidémia secundária induzida por hipotiroidismo

Hipotiroidismo

Avaliação da TSH e tiroxina livre

Miopatia induzida por estatinas

Avaliação da creatina cinase

Administração de estatinas

Dor muscular

Levotiroxina e estatinas menos

agressivas

Grande desconforto

Rabdomiólise – potencialmente fatal

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