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EDUARDO DE ALMEIDA LOPEZ-MOREIRA SEITAS JUDAICAS

Seitas Judaicas

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EDUARDO DE ALMEIDA LOPEZ-MOREIRA

SEITAS JUDAICAS

CURITIBA

2004

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EDUARDO DE ALMEIDA LOPEZ-MOREIRA

SEITAS JUDAICAS

Pesquisa realizada para a disciplina

panorama do novo testamento no

Curso de Bacharel em Teologia da

Faculdade Teológica da Assembléia

de Deus em Curitiba - FATADC

CURITIBA

2004

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Introdução

Para descrever o contexto histórico e características das diversas seitas

judaicas que se desenvolveram no período interbíblico foram usadas diversas fontes

históricas que relatam a forma de vida, o caráter, as crenças, os costumes e

tradições do povo judeu; e suas diversas linhas de pensamento que ocasionaram

juntamente com o contexto político e histórico que os judeus se dividissem em

grupos político religiosos.

Dentre os grupos que serão citados estão os Fariseus e os Saduceus que

tiveram grande influencia no tempo de Jesus Cristo e que são mencionados na

Bíblia com freqüência, também serão citados os Essênios, Herodianos e Zelotes que

também tiveram grande importância histórica e cultural tanto para os judeus como

para os cristãos.

Estes grupos estão relacionados entre si devido ao fato de pertencerem ao

mesmo povo, de terem crenças similares em alguns aspectos e diferirem em outros

devido a interpretações da lei mosaica, serem afetados de forma diferente pelos

governos invasores e suas culturas e a influencia que este conjunto de situações

teve na espiritualidade, costumes, crenças e tradições do povo judeu.

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Contexto histórico

Devido à antiguidade dos fatos históricos é difícil obter-se uma data precisa

de todos os acontecimentos e também comprovar em sua plenitude os fatos

relatados pelos historiadores, tem-se assim de acordo com a compilação das fontes

históricas que a provável origem das seitas judaicas se deve ao fato de que o povo

judeu foi influenciado cultural e espiritualmente pelos povos que exerceram seu

domínio sobre a Palestina, gerando assim diversas linhas de pensamento com

relação à política, religião e costumes no povo Judeu.

Dentre os governos que influenciaram o povo judeu tiveram maior importância

o período Persa (536 a 333 a.C.) com o retorno do exílio babilônico decretado por

Ciro que fez o remanescente do povo judeu voltar à região da Judéia, o período

Grego (333 a 323 a.C.) com Alexandre (O Grande) e seus generais Ptolomeu e

Seleuco que subseqüentemente à morte de Alexandre deram origem ao período,

Egípcio (323 a 204 a.C.) e Sírio (204 a 165 a.C.) respectivamente com o qual foi

disseminado o helenismo por todo o Oriente Médio, período Macabeu (165 a 63

a.C.) onde a Palestina teve um breve tempo de independência e o período Romano

(a partir de 63 a.C.) que foi o período no qual Jesus e seus discípulos viveram.

Estes períodos e seus nomes têm como base o domínio sobre a Palestina e

não as próprias origens em si, pois como exemplo tem-se o império romano que

teve origem em 2000 a.C. com os italiotitas sendo que a monarquia romana

começou em 753 a.C. mas somente em 63 a.C. ocorre o domínio romano sobre a

Palestina tendo assim a origem do período de governo romano sobre a Palestina.

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Origens e desenvolvimento

Devido ao fato de que durante exílio babilônico o povo, que ainda era idolatra

em sua maioria com exceção dos profetas e uma pequena minoria, começou a

perceber, em primeiro lugar que seus deuses de nada serviam e que por outro lado

às profecias feitas pelos profetas do Senhor, que eles em sua maioria rejeitavam, se

cumpriam pois viram e comprovaram de acordo com os fatos profetizados nas

escrituras; também havia a crença de que o exílio sobreveio sobre eles devido ao

fato de terem se afastado de Deus e abandonado a Lei, passando assim a haver

entre o povo uma busca intensa das verdades contidas nas escrituras, entre elas a

promessa de restauração e a vinda do Messias que dava ao povo um novo animo.

Para lograr este fim o povo começou a ter a necessidade de ler e interpretar

as escrituras, coisa que não era tão simples pois muitos já não conheciam bem o

hebraico pois a maioria só entendia o aramaico que herdaram dos anos no exílio.

Com o decreto do rei Ciro II (Império Persa) os Judeus foram autorizados a

voltar à terra de seus antepassados com isto teve inicio a volta do remanescente do

povo judeu que foram ao redor de cinqüenta mil pois devido a muitos fatores uma

grande parte do povo não voltou a sua terra natal optando por ficar onde estavam.

Assim, com estes novos interesses surgindo no povo pelas escrituras sob a

orientação de Esdras e Neemias começaram a ocorrer reformas no aspecto

espiritual e civil, mas devido ao fato que a maioria do povo falava somente aramaico

e as escrituras estavam em hebraico, começou a pratica de tradução, interpretação

e leitura da Lei de Moisés com o qual surgiram os escribas (sopherim em hebraico)

que eram homens dedicados à tradução e interpretação das escrituras; Esdras era

reconhecido como um escriba versado na lei de Moisés.

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Começou desta forma a propagação em grande escala das sinagogas, que

consistiam em congregações que se reuniam para a leitura e interpretação da Lei de

Moises , surgindo assim neste mesmo contexto um sistema elaborado de

interpretações, ampliações e regulamentações adicionais que resultaram em uma

massa de regras e tradições que ofuscava o verdadeiro espírito vivo da Lei,

formando-se assim o que se chamou de Lei oral, que acabou por causar em adição

a outros aspectos culturais a exteriorização religiosa e a perda da espiritualidade;

este conjunto de leis orais com o tempo deu origem ao Mishna e a Gemara que em

seu conjunto formaram o Talmude.

Com o declínio do Império Persa causado pelas conquistas de Felipe II e seu

filho Alexandre (o grande), teve inicio o período Grego e a difusão da cultura grega

com o helenismo, neste período houve uma certa tranqüilidade para o povo Judeu

pois a política de Alexandre o grande para com os judeus era favorável permitindo

assim que estes tivessem os mesmos direitos que um cidadão grego alem de

permitir que eles vivessem de acordo com as suas leis e crenças, causando assim

uma grande simpatia na maioria dos Judeus.

Logo após a morte prematura de Alexandre o grande seu reino foi dividido

entre seus quatro generais (Cassandro, Lísimaco, Ptolomeu e Seleuco) dos quais

somente Ptolomeu e Seleuco tiveram domínio sobre a Palestina; com isto teve

origem dois períodos de domínio sobre a Palestina, em primeiro lugar o período

egípcio sob os Ptolomeu e em segundo período sírio sob os Seleucidas.

Sob os Ptolomeu houve uma grande influencia grega nos judeus, muitos

foram para a Alexandria e ali formaram uma colônia, sob pedido de Ptolomeu

Filadelfo foi feita à tradução do Pentateuco passando-o do hebraico ao grego que

obteve o nome de septuaginta (LXX).

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Com a decadência do império dos Ptolomeu os Seleucidas tomaram a

Palestina que nesta época foi divida em cindo províncias (Judéia, Samaria, Galiléia,

Peréia e Traconites) iniciando assim o período Sírio o qual não foi favorável para os

Judeus apesar de ainda tinham permissão de viver sob suas leis.

Durante este período notasse mais intensamente uma separação de linhas de

pensamento no povo, por um lado os que apoiavam a política helenista e por outro

lado os que eram nacionalistas ou assim chamados hasidim (os piedosos), neste

período surge Antíoco IV Epifânio (deus manifesto) que desencadeia uma

perseguição intensa ao judaísmo ele mandou extirpar o judaísmo e em seus intentos

para isto chegou ao extremo de sacrificar uma porca no altar dos sacrifícios do

templo; causando assim um movimento de revolta e resistência iniciada pelo

sacerdote Matatias do povoado de Modim, este movimento foi continuado por seu

filho Judas que foi chamado também de Judas Macabeu que significa martelo em

hebraico, tendo inicio desta forma o declínio do domínio Sírio sobre a Palestina e o

começo do período Macabeu.

Neste período após vários anos de batalhas para expulsar os Sírios Judas

Macabeu foi derrubado em uma batalha e seu irmão mais novo Jônatas assume o

controle e torna-se também sacerdote unindo assim a autoridade civil e religiosa em

uma única pessoa como já era costume no período Persa porem agora de forma

independente e com isto se da inicio a linhagem dos sacerdotes hasmoneus assim

chamada por causa do tataravô dos irmãos Macabeus que se chamava Hasmon.

Pouco tempo depois Jônatas foi traído e assassinado, logo após o fato seu

irmão Simão assumiu a liderança sendo também assassinado junto com dois de

seus filhos por um genro que ambicionava o poder do sumo sacerdócio.

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Porem quem assumiu o cargo foi outro filho de Simão chamado João Hircano

que também deu continuidade com o pensamento nacionalista ortodoxo; assim com

ele surge pela primeira vez o nome fariseu que significa (separatista) devido a sua

rígida observância à lei e a que se opunham ao pensamento helenista heterodoxo

de um grupo de sacerdotes chamados saduceus que se tem como descendentes de

Zadoque que era um sacerdote dos tempos de Davi.

Com o desenvolvimento destes dois partidos e a constante ambição de obter

o poder surgem varias disputas e formasse uma oposição mutua que acaba gerando

um sentimento de ódio entre estas duas seitas político religiosas, o que com o

passar do tempo acabou por suscitar uma guerra civil na Judéia.

Ocorre então um enfraquecimento do povo na Judéia o que facilitou a entrada

do general Pompeu na Judéia, alem do fato de que em busca de obter poder

Antípater busca apoio para seu irmão Hircano porem seu outro irmão Aristóbulo

desafiou Roma causando assim o cerco a Jerusalém que acabou com a tomada da

cidade por Pompeu terminando com isto o período Macabeu com João Hircano,

passando o sumo sacerdócio a perder completamente seus poderes reais e se

limitando às funções sacerdotais começando assim o período Romano de governo

sobre a Palestina em 63 a.C..

Passou o governo a ser exercido por Antípater que foi nomeado procurador

da Judéia em 47 a.C. e seu filho Herodes com apenas 15 anos foi nomeado

governador da Galiléia que mais tarde com o apoio romano ganhado através de

astúcias conseguiu a coroa de Judéia em 40 a.C., visto que era um político de

grande habilidade para obter poder através de maquinações, é justificada sua

tentativa de agradar o povo Judeu de diversas maneiras o que deu origem a um

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grupo especial de Judeus chamados herodianos que eram a favor da política de

Herodes.

Neste contexto nasce Jesus Cristo, sob o domínio romano sobre a Judéia

com Herodes sendo o rei e os Herodiandos dando seu apoio à coroa , os saduceus

no controle do templo sendo apoiados pela aristocracia, os fariseus nas sinagogas

tendo alto prestigio com o povo em geral , os essênios apartados da comunidade

vivendo em monastérios e os zelotes tendo aparições esporádicas e causando

revoltas.

Assim vemos a complexidade política nos tempos de Jesus, e como isto e o

conjunto de interesses das diversas linhas de pensamento político e religioso afetou

de forma significativa o povo.

Devido a que Jesus durante o seu ministério que durou aproximadamente três

anos ensinava com autoridade a sã doutrina e realizava vários milagres o povo

começou a segui-lo em grandes massas, isto despertou o interesse e a curiosidade

dos fariseus e saduceus que começaram a fazer perguntas a Jesus com respeito à

lei de Moisés. Nestas ocasiões Jesus sempre falava com a verdade, expondo assim

a hipocrisia deles pois davam maior importância às tradições do que ao amor, com

isto os fariseus e saduceus em sua maioria começaram a odiá-lo buscando meios

para apanhá-lo em alguma heresia e assim poder condená-lo.

Após a ressurreição de Jesus, os seus discípulos começaram a formar a

Igreja primitiva, dando assim origem ao cristianismo propriamente dito; porem

durante o crescimento da Igreja primitiva e o cristianismo, houve já desde o começo

problemas gerados pela influencia das seitas judaicas na igreja, muitas pessoas

ainda estavam impregnadas com os costumes e tradições antigos. Estas pessoas

que agora professavam a fé em Cristo ainda praticavam a circuncisão e discutiam

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sobre genealogias. Ocorria também à perseguição por parte dos fariseus, um dos

maiores perseguidores que houve na época era Saulo que após a sua conversão

passou a se chamar Paulo.

Esta era uma época de muita agitação na Palestina e os zelotes cada vez

mais esgotavam a paciência do governo romano com a sua política de expulsar os

invasores, com isto em aproximadamente 70 d.C. os romanos destruíram o templo e

com isto desapareceram os zelotes, os fariseus, os herodianos e os essênios.

Ocorreu nesta época o começo da expansão da igreja primitiva, com as

viagens dos apóstolos, também a transformação gradual dos fariseus no judaísmo

moderno.

Atualmente existem no meio evangélico varias nuances e formas de

pensamento que refletem claramente as seitas judaicas na época de Jesus; o que

realmente é alarmante e nos pede uma profunda reflexão com respeito a nossas

crenças e atitudes, para que não venhamos a cair no mesmo erro de dar maior

importância as nossas tradições e costumes do que ao amor que sempre foi a lei de

Deus.

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Características, crenças, costumes e peculiaridades das Seitas

Fariseus

Eram confrarias de artesãos, de leigos pobres e burgueses modestos. Muitos

escribas e doutores da lei mas poucos sacerdotes. Herdeiros dos hassidim (os

piedosos) que com o tempo por sua política separatista foram chamados de os

separados (perusim) pois não apoiavam o helenismo.

Acreditavam que todo o antigo testamento era a palavra de Deus e davam

destaque aos profetas, acrescentaram a tradição oral vinda dos antigos a qual

tinham como legitimamente inspirada; aceitavam os anjos, a ressurreição dos

mortos e o juízo, também acreditavam na imortalidade da alma, na predestinação,

no livre arbítrio e na onipresença de Deus; em termos teológicos cristãos e fariseus

concordavam em alguns aspectos.

Mantinham-se afastados dos pecadores para não serem contaminados,

porem gozavam de grande prestigio entre o povo, observavam tão rigidamente a lei

de Moisés que com o tempo passou a ser um fardo muito pesado que eles mesmos

não conseguiam cumprir passando assim a serem hipócritas pois nem eles

conseguiam cumprir o que ensinavam; seus ensinamentos eram mais éticos que

religiosos.

Fiscalizavam de certa forma os sacerdotes para que se apliquem às regras

dos sacrifícios, davam grande importância ao culto nas sinagogas. Não contestavam

a legitimidade dos sacerdotes porem não os consideravam suficientemente

piedosos.

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Faziam parte da resistência passiva contra o helenismo e a romanização, era

o judaísmo ortodoxo, assumiam uma atitude intermediaria entre os saduceus e os

essênios. Estes grupos rivalizavam entre si porem se uniam quando o assunto era

de comum acordo, como por exemplo a condenação de nosso Senhor Jesus Cristo.

Com o tempo o farisaísmo passou a ser o judaísmo moderno que vemos nos

dias de hoje com algumas mudanças porem são descendentes espirituais dos

fariseus.

Saduceus

Surgiram juntamente com os fariseus pois eram linhas de pensamento

opostas, seu nome deriva provavelmente do sumo sacerdote Zadoque dos tempos

do rei Davi.

Organizaram-se no período da dinastia asmoneia, onde havia prosperidade

política e econômica, eram as elites da nação proveniente de famílias de alta

hierarquia sacerdotal.

Não aceitavam qualquer lei oral pois se guiavam somente pela lei escrita,

rejeitando assim tradições mais novas uns dos motivos pelo qual rivalizavam com os

fariseus. Outro motivo era a sua política helenista que não estava de acordo com os

pensamentos separatistas dos fariseus.

Negavam a autoridade da tradição oral e olhavam com suspeita qualquer

revelação posterior a lei de Moisés. Não acreditavam na ressurreição, na existência

de anjos ou espíritos, na onipresença de Deus, na imortalidade da alma, rejeitavam

também a doutrina da recompensa e retribuição, não acreditavam na vida após a

morte, acreditavam que não havia destino, que o homem podia escolher entre o bem

e o mal e que a sorte era derivada de suas ações portanto se eles eram ricos era

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porque estavam sendo abençoados por Deus. Eram extremamente rígidos na

observância do dia sábado.

Eles eram grosseiros e descorteses incluso entre eles, não eram bem vistos

pelo povo em geral mas tinham graça aos olhos dos ricos e influentes, eram mais

severos em seus juízos que os outros judeus.

Seus membros eram sacerdotes e aristocratas da alta sociedade, só

realizavam seus cultos no templo, predominavam no senedrio e eram mais políticos

que religiosos. Detinham grande riqueza e poder proveniente do comercio e de suas

terras.

Devido ao fato que eram da alta sociedade e detinham o controle do senedrio,

os romanos os tinham em alta estima. Desapareceram com a destruição do templo

pelos romanos em 70 d.C.

Herodianos

Formavam mais um partido político que um movimento religioso, eram

pessoas que apoiavam a família de Herodes, daí vem o seu nome. Julgavam que a

lei de Moises podia ser violada para agradar os romanos permitindo a construção de

templos de adoração aos seus deuses, eram uma espécie de mistura entre judaísmo

e romanismo.

Apoiavam a política e o governo da família dos Herodes especialmente

durante o reinados de Herodes Antipas. Acreditavam que os melhores interesses

judeus estavam na cooperação com os romanos.

Eram a favor dos impostos que Roma exigia do povo, acreditavam que o

governo intermediário dos Herodes era melhor do que a autoridade direta dos

romanos.

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Zelotes

Grupo religioso com caráter militarista e revolucionário que surgiu no primeiro

século depois de Cristo, se opunha à ocupação romana da Palestina. Eram

conhecidos também como cicários devido ao punhal que levavam escondido e com

o qual atacavam seus inimigos.

Provinham das camadas mais pobres da sociedade e no começo foram

confundidos com ladrões e assassinos, tinham um papel ativo no período da guerra

judaica pois se recusavam firmemente a reconhecer o domínio romano sobre a

Palestina.

Respeitavam o Templo da lei mas opunham-se firmemente ao helenismo

difundido por muitos sacerdotes saduceus, professavam um messianismo radical e

acreditavam em um governo teocrático .

Viam na luta armada o único caminho para enfrentar os inimigos e assim

obter justificação perante Deus. Condenavam os ricos, eram fanáticos pela

circuncisão, do primeiro mandamento e seu messias deveria de ser um guerreiro e

rei poderoso.

Proibiam o uso de imagens e moedas com esfinges, não toleravam os

impostos pagos aos romanos, acreditavam que Deus redimiria ao povo somente

quando os romanos fossem expulsos.

Tiraram seu nome do zelo mostrado pelos macabeus quando expulsaram os

sírios, alguns acreditam que os zelotes tentaram estimular a Jesus a chefiar uma

revolta contra os romanos e que Barrabas era um deles.

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Essênios

Viviam apartados da sociedade em comunidades ou grupos isolados, se

dedicavam a agricultura básica e passavam muito tempo juntos fazendo estudos e

interpretações dos livros sagrados.

Todas as suas propriedades eram mantidas em comum, seguiam um

elaborado sistema de rituais para manter a pureza, rejeitavam o casamento devido

ao fato de que acreditavam que as mulheres não eram fies e que não contribuíam

para o descanso da vida.

Acolhiam viúvas e órfãos os quais tratavam como se fossem seus próprios

filhos, desprezavam as riquezas e todos os seus bens eram comuns; quando

alguém abraçava a seita deveria de se despojar de todas as suas poses, faziam isto

para evitar a vaidade das riquezas para assim poder poupar os demais da vergonha

da pobreza.

Não toleravam a unção com óleo o que julgavam como se fossem manchas,

tudo o que faziam era de forma ritual, tinham um cronograma bem organizado para

as tarefas do dia a dia.

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