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Sessão IV. A Circulação em uma economia de mercado Departamento de Economia (UFPR)

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Sessão IV. A Circulação em uma economia de mercado

Departamento de Economia (UFPR)

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1 – O Processo de Circulação• CIRCULAÇÃO: etapa da atividade econômica em que

o fluxo real de bens e serviços (Produto) e o fluxo nominal de rendimentos (Renda) se encontram

• ECONOMIA MODERNA: circulação é regulada pelos PREÇOS e baseada na MOEDA– PREÇOS: termo de relação de troca entre as

mercadorias– MOEDA: meio de troca que permite à economia

transformar o dinheiro na base do câmbio entre as mercadorias

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• PREÇO ABSOLUTO: montante de dinheiro (unidade monetária) que se dá em troca de determinada mercadoria, ou seja, a expressão monetária do valor de um bem ou serviço.– Ex: a laranja custa 3 reais

• PREÇO RELATIVO: relação estabelecida entre pares de preços, ou seja, um preço de um produto/bem em relação ao outro

• Ex: laranja (R$ 3)/ banana (R$ 1) = preços laranja-banana da ordem de 3:1

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Fluxo Circular de Renda

Mercado de bens e serviços

Empresas

Mercado dos fatores de produção

Famílias

FLUXO REAL

FLUXO MONETÁRIO

1

2

3

4

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• ECONOMIA MODERNA: a todo fluxo real corresponde um fluxo nominal que se dá em sentido inverso– Ato da Venda: fluxo real (saída de mercadorias) e

fluxo nominal (entrada de dinheiro)– Famílias: cedem os fatores de produção em troca

de uma remuneração– Empresas: sua produção será trocada no mercado

de bens e serviços de consumo, baseada no sistema de preços, pela renda das famílias

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• Sistema Econômico se mantém ativo pela constante troca que se dá entre o fluxo real e o nominal– A aquisição dos bens e serviços por parte das

famílias permite que se inicie um novo ciclo produtivo

– FAMÍLIAS: iniciam o processo circulatório (oferta de serviços de fatores) e o finalizam (demandando bens e serviços)

– Empresário: contratará novamente fatores de produção

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2 – Os condicionantes da circulação

A. FUNÇÃO DE PRODUÇÃO: condicionante que se insere no aparelho produtivo– A escolha de determinada Função de Produção

induz a demanda da empresa pelos fatores de produção

– GRANDE PROBLEMA: a disparidade entre a oferta de fatores de produção e a sua demanda por parte do aparelho produtivo

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• PAÍSES DESENVOLVIDOS: equilíbrio muito mais próximo entre oferta e procura de fatores de produção, quando comparado com as nações subdesenvolvidas

• PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS: EXCESSO DE MÃO-DE-OBRA E ESCASSEZ DE CAPITAL

• “...quanto mais escassa for a oferta de um bem em um dado mercado, maior nível absoluto e relativo atingirá o seu preço, e, em sentido inverso, quanto mais abundante sua oferta, menor será seu nível de preço” (p. 72)

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• PAÍSES DESENVOLVIDOS: detentores de tecnologia e, portanto, do controle econômico– Geram as funções técnicas de produção calcadas em

suas próprias disponibilidades de fatores de produção, em sua tecnologia e em seus preços

• PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS: sofrem duplamente ao ter que se sujeitarem às funções de produção avançadas tecnologicamente (condicionante externo), e, também, com a baixa disponibilidade de capital (condicionante interno)

• Ademais, OS TERMOS DE INTERCÂMBIO TENDEM A AGRAVAR A CONDIÇÃO DOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS

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B. MERCADO DE SERVIÇOS DE FATORES: conta com duas entidades– Famílias: ofertando os serviços de fatores de

produção (ex., o trabalho)– Empresário: demanda os serviços de fatores uma

vez escolhida sua função de produção• Geralmente, a oferta de trabalho é maior que

a demanda, sobretudo de trabalho não-qualificado

• Característica dos países subdesenvolvidos, mas que se vê atualmente nas nações ricas

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• Trabalho qualificado: cada vez mais requisitado na economia moderna, criando uma clivagem no interior do mercado de trabalho

• TRABALHADORES QUALIFICADOS (altos salários) x TRABALHADORES NÃO-QUALIFICADOS (baixos salários e desemprego)

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• Governos e Empresas: investimentos em Educação Técnica para aumentar a oferta de mão-de-obra qualificada

• Brasil: precarização do trabalho– Grande oferta em determinadas funções leva

estes profissionais qualificados a exercerem outros ofícios para se inserirem no mercado de trabalho

– Ex: Grande número de universitários que trabalham nos bancos

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• Profissionais não-qualificados: ainda em pior condição por não terem alternativas de emprego– Formam o Exército Industrial de Reserva– Atualmente: terceirização, informalização

crescente, queda da jornada de trabalho, perda de poder de barganha junto aos capitalistas e o governo

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Brasil: taxa de desemprego, março 2002-março 2012 (%) – Fonte: IBGE

ANOS DESEMPREGO2002 12,92003 12,12004 12,82005 10,82006 10,42007 10,12008 8,62009 92010 7,62011 6,52012 6,2

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BRASIL - EVOLUÇÃO DO EMPREGO POR SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA – Saldo – Fonte: MTE/SPPE/DES/CGET - CAGED Lei 4.923/65

ANOS 2002 2004 2005 2007 2009 2010 2011Extrativa Mineral 5.583 10.337 9.530 9.762 2.036 16.343 17.836

Indústria de Transformação 161.170 504.610 177.548 394.584 10.865 485.028 174.674

Serviços Industriais de

Utilidade Pública 5.277 4.566 13.533 7.752 4.984 17.854 7.670

Construção Civil -29.425 50.763 85.053 176.755 177.185 254.178 148.960

Comércio 283.261 403.940 389.815 405.091 297.157 519.613 368.570

Serviços 285.797 470.123 569.705 587.103 500.177 864.250 786.347Administração

Pública 10.204 -382 21.599 15.252 18.075 5.627 11.498

Agricultura 40.579 79.274 -12.878 21.093 -15.369 -25.946 50.488

TOTAL 762.414 1.523.276 1.253.981 1.617.392 995.110 2.136.947 1.566.043

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• CAPITAL: fator de produção que condiciona a circulação

• JUROS e LUCROS: 2 taxas que determinam as remunerações ao capital

• JUROS: remuneração paga ao capital de terceiros

• LUCROS: remuneração paga ao próprio capital• Lucro e Juros: taxas que determinam o

investimento

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• RECURSOS NATURAIS: fator de produção que tem seu preço e valor atrelado à sua utilidade e escassez– Brasil: latifúndio colocou grandes porções de

terras nas mãos de poucos homens• Subiu o valor da terra

– Cidades: especulação imobiliária

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• A soma dos rendimentos pagos aos FP (lucros, juros, salários e aluguéis) equivale à Renda do Sistema Econômico– Renda Bruta: se inclusa a depreciação– Renda Líquida: se a depreciação tiver sido abatida

• Classificação da Renda: Repartição Funcional da Renda– Renda do Trabalho (trabalhadores)– Renda da Propriedade (proprietários)

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• C. ESTRUTURA DA PROPRIEDADE: outro condicionante da circulação– FAMÍLIAS: detentoras dos fatores de produção, mas

que apresentam diferenciações intra-classe– Tipificação das famílias de acordo com o tipo e a

quantidade de fatores de produção que possuem– Classes Alta, Média e Baixa– As classes mais elevadas (A e B) detêm maior parcela

do capital, maior parte dos recursos naturais, maior parte do trabalho qualificado

– Automaticamente, apropriam-se da maior parte da Renda gerada pelo sistema econômico (tem maior poder de compra)

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• A estrutura da propriedade, aliada ao aparelho produtivo e aos preços dos fatores de produção, determinam a Distribuição Pessoal da Renda entre as famílias

• A Demanda da Economia é afetada diretamente pela Distribuição Pessoal da Renda

• Por sua vez, a Oferta tende a se voltar a esta demanda, como no caso do Brasil

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• Mesmo sendo balizadas pela Demanda, de fato são as Empresas (Oferta) que controlam o mercado– Determinam os produtos a serem elaborados e

seus preços– Formam Monopólios (único vendedor), Oligopólios

(poucos vendedores), trustes, cartéis, pools

• SISTEMA DE PREÇOS: mecanismo que distribui o Fluxo Real entre as famílias, de forma desigual

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BRASIL E A DESIGUALDADE (Índice de Gini)

• Índice de Gini: mede o grau de desigualdade na distribuição pessoal da renda, especialmente no rendimento do trabalho, e da participação do rendimento do trabalho na renda nacional.– varia de zero a um, sendo um o grau maior de desigualdade possível

• Brasil 1960: Gini era de 0,5367• Brasil 1990: Gini desigualdade aumentou com um Gini de

0,6091• Brasil 2010: desigualdade caiu ao menor nível já visto, com um

Gini de 0,5304• Países Ricos com baixa desigualdade: 0,400