Upload
lamkhue
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Propriedades antimicrobianas e anti-biofilme de Lactobacillus
spp contra Candida albicans isolados de microbiota vaginal
Camilla Itapary dos Santos
2016
Camilla Itapary dos Santos
Propriedades antimicrobianas e anti-biofilme de Lactobacillus
spp contra Candida albicans isolados de microbiota vaginal
Dissertação apresentada ao programa de
Pós-Graduação em Biologia Parasitária
da Universidade CEUMA para obtenção
do título de Mestre em Biologia Parasitária
Área de concentração: Microbiologia
Orientador: Profa. Dra. Cristina de
Andrade Monteiro
Co-Orientador: Prof. Dr. Valério Monteiro
Neto
São Luís
2016
Nome: Camilla Itapary dos Santos
Título: Propriedades antimicrobianas e antibiofilme de Lactobacillus
spp contra Candida albicans isolados de microbiota vaginal.
Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em
Biologia Parasitária da Universidade CEUMA para obtenção do título
de Mestre em Biologia Parasitária.
Aprovado em: ____/____/____
Banca Examinadora
Profa. Dra. Cristina de Andrade Monteiro
Instituição Universidade CEUMA
Assinatura ____________________________________
Profa. Dra. Andrea de Souza Monteiro
Instituição Universidade CEUMA
Assinatura ____________________________________
Prof. Dr. Luís Cláudio Nascimento da Silva
Instituição Universidade CEUMA
Assinatura ____________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Assunção de Holanda
Instituição Universidade CEUMA
Assinatura ____________________________________
Santos, C.I. Propriedades antimicrobianas e antibiofilme de
Lactobacillus spp contra Candida albicans isolados de microbiota
vaginal [dissertação]. São Luís. Universidade CEUMA; 2016.
Resumo
Leveduras do gênero Candida são encontradas normalmente na
microbiota vaginal e quando algum fator interfere no equilíbrio
mantido por fatores do hospedeiro e micro-organismos como
lactobacilli, ocorre a manifestação da doença, denominada
candidíase vulvovaginal (CVV), que pode estar relacionada à
capacidade de Candida formar biofilme, podendo levar à resistência
aos antifúngicos utilizados. Este trabalho teve como objetivo avaliar
a atividade antagonista entre Lactobacillus spp e Candida albicans
isolados de mulheres saudáveis e daquelas com sugestivas para
CVV, verificando se Lactobacillus spp interfere no processo de
adesão e formação de biofilme de C. albicans. Para tanto foi
realizado ensaio de antagonismo através da técnica de overlay e
verificada a produção de biossurfactante por Lactobacillus. Os
biossurfactantes foram testados no processo de adesão e formação
de biofilme de C. albicans. O ensaio para avaliar a citotoxicidade dos
biossurfactantes foi feito em queratinócitos humanos através do
teste de Alamar blue. O ensaio de antagonismo mostrou que 15 das
19 amostras de Lactobacillus, incluindo cinco linhagens de
referência, tiveram efeito inibitório contra C. albicans com halos
variando de 9,5 a 28,5 mm, onde a linhagem clínica L. paracasei
LV11 foi capaz de formar a maior zona de inibição, entre os isolados
clínicos. Em relação à produção de biossurfactantes, 7 das 19
amostras testadas foram produtoras, incluindo três linhagens
clínicas. O biossurfactante produzido por L. gasseri LV17, além de
aumentar a formação de biofilme, também aumentou a viabilidade
celular no ensaio de citotoxicidade com queratinócitos humanos.
Este trabalho sugere que as linhagens destacadas possam ter
utilidade probiótica no combate a infecções por C. albicans e
possam ser úteis no tratamento de pele e mucosas.
Palavras-chave: Candida albicans; Lactobacillus spp; antagonismo,
biossurfactante; biofilme.
Santos, C.I. Antimicrobial and anti-biofilm properties of Lactobacillus
spp against Candida albicans isolated from vaginal microbiota. São
Luís, Universidade CEUMA. 2016
Abstract
Candida yeasts are usually found in the vaginal microbiota and when
any factor interferes with the balance maintained by the host factors
and microorganisms such as lactobacilli, manifestation of the disease
known as vulvovaginal candidiasis (VVC) occurs. It may be related to
Candida capacity to form biofilm, which may lead to resistance to
antifungal agents used. This study aimed to evaluate the antagonistic
activity of Lactobacillus spp and Candida albicans isolated from
healthy women and those with suggestive for VVC, checking if
Lactobacillus spp interfere in the adhesion process and biofilm
formation by C. albicans. To verify was, antagonism assay was
performed by overlay technique and verified biosurfactant production
by Lactobacillus. The biosurfactants were tested in the adhesion
process and C. albicans biofilm formation. The test for evaluating the
cytotoxicity of biosurfactants was made in human keratinocytes using
the Alamar Blue test. Antagonism assay showed that 15 of 19
Lactobacillus samples, including five strains of reference, had
inhibitory effect against C. albicans with zones varying from 9.5 to
28.5 mm, where clinical L. paracasei LV11 strain was able to form
the largest zone of inhibition among clinical isolates. In the
production of biosurfactants, 7 of 19 samples were tested producers,
including three clinical strains. The biosurfactant produced by L.
gasseri LV17, increased both biofilm formation and cell viability in the
cytotoxicity assay with human keratinocytes. This work suggests that
strains can be detached probiotic utility in combating infections with
C. albicans and may be useful in the treatment of skin and mucous
membranes.
Key-words: Candida albicans; Lactobacillus spp; antagonism,
biosurfactant; biofilm.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1| Iniciadores utilizados na PCR multiplex para identificação
das espécies de Candida, com suas respectivas sequências e
tamanhos de amplicon. .................................................................... 67
Tabela 2| Identificação dos micro-organismos isolados da microbiota
vaginal de pacientes assintomáticas e sugestivas para CVV,
atendidas em hospital da rede pública na cidade de São Luís – MA.
......................................................................................................... 68
Tabela 3| Ensaio de antagonismo entre Lactobacillus spp e C.
albicans, com valores referentes aos diâmetros dos halos de inibição
seguido do desvio-padrão. ............................................................... 69
LISTA DE FIGURAS
Figura 1| Quantificação da biomassa de biofilme das amostras de C.
albicans, após o período de 48h. ..................................................... 70
Figura 2| Avaliação do crescimento dos Lactobacillus produtores de
biossurfactante por meio de mensuração do peso seco (A), OD de
inóculo diluído 15 vezes (B) e produção de biossurfactante por meio
do teste do diâmetro da gota (C), durante o período de 48h em
intervalos de 12h. ............................................................................. 71
Figura 3| Avaliação da produção de biossurfactante por meio da
atividade emulsificante, mensuradas em após 24h, em dois
solventes: hexano (A) e tolueno (B). ................................................ 72
Figura 4| Ensaio de interferência do biossurfactante na adesão de
Candida albicans. ............................................................................ 73
Figura 5| Ensaio de interferência do biossurfactante no processo de
formação de biofilme, realizado através do experimento de co-
incubação (A) e pré-incubação (B). ................................................. 74
Figura 6| Ensaio utilizando Alamar Blue para verificar a
citotoxicidade dos biossurfactantes produzidos por linhagens de
referência (A) e isolados da cavidade vaginal (B). ........................... 75
Sumário
1. Introdução .................................................................................... 22
2. Material e métodos ...................................................................... 25
2.1. Pacientes e aspectos éticos da pesquisa .............................. 25
2.2. Isolamento e identificação dos micro-organismos ................. 26
2.3. Identificação das espécies de Candida por multiplex PCR .... 27
2.4. Identificação dos isolados de Lactobacillus por MALDI-TOF
MS ................................................................................................ 29
2.5. Identificação dos isolados de Lactobacillus por
sequenciamento parcial do rDNA da subunidade 16S ................. 30
2.6. Micro-organismos utilizados .................................................. 31
2.7. Teste de antagonismo ........................................................... 31
2.8. Seleção dos isolados de C. albicans produtores de biofilme . 32
2.9. Produção de biossurfactante por Lactobacillus spp............... 33
2.10. Interferência do biossurfactante na adesão e formação de
biofilme ......................................................................................... 35
2.11. Citotoxicidade do biossurfactante ........................................ 37
Cultura de células ...................................................................... 37
Ensaio de viabilidade celular (Alamar blue)............................... 38
2.12. Análise estatística ................................................................ 38
3. Resultados ................................................................................... 39
3.1. Isolamento e identificação dos micro-organismos ................. 39
3.2. Teste de antagonismo ........................................................... 39
3.3. Formação de biofilme por C. albicans ................................... 40
3.4. Ensaios para produção do biossurfactante ............................ 41
3.5. Interferência do biossurfactante na adesão de C. albicans ... 42
3.6. Interferência do biossurfactante na formação do biofilme de C.
albicans ........................................................................................ 43
3.7. Ensaio de viabilidade celular ................................................. 44
Capítulo 1
Artigo a ser submetido na revista Frontiers in Microbiology
22
Propriedades antimicrobianas e anti-biofilme de Lactobacillus 1
spp contra Candida albicans isolados de microbiota vaginal. 2
3
1. Introdução 4
5
Leveduras do gênero Candida são encontradas normalmente na 6
microbiota vaginal, mas nem sempre levam à manifestação de 7
sintomas (Beigi et al, 2004). Este fato se deve ao equilíbrio gerado 8
por mecanismos de defesa do hospedeiro e outros micro-9
organismos da própria vagina, como lactobacilli (Ferrer, 2000). 10
Quando algum fator interfere nesse equilíbrio, ocorre a manifestação 11
da doença, denominada candidíase vulvovaginal (CVV), cujos 12
principais sintomas são a presença de leucorréia, prurido, 13
dispaurenia, eritema, edema e fissuras (Sobel, 2005). A CVV é uma 14
doença de grande importância para a saúde da mulher, tendo em 15
vista que causa grande desconforto, levando à baixa autoestima, 16
ansiedade, e podendo prejudicar a vida profissional, sexual e afetiva 17
dessas mulheres (Sobel, 2007). CVV também pode aumentar a 18
susceptibilidade à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana 19
(HIV) e se não for tratada pode levar à infertilidade, doença pélvica 20
inflamatória, gravidez ectópica, aborto espontâneo e desordens 21
menstruais (Røttingen et al., 2001; Nwadioha et al., 2010). 22
23
Sabe-se que quadros de CVV podem estar relacionados à 24
capacidade de leveduras do gênero Candida formar biofilme no 25
23
epitélio vaginal e em dispositivos intra-uterinos (DIU) (Chassot et al, 26
2008; Lal et al, 2008; Harriott et al, 2010). A problemática em torno 27
da formação de biofilme consiste no fato de que essas células 28
adquirem características fenotípicas diferentes das células 29
planctônicas, incluindo resistência a agentes antifúngicos (Donlan e 30
Costerton, 2002). Tem sido descrita uma diminuição da 31
susceptibilidade aos antifúngicos fluconazol, miconazol e itraconazol 32
por C. albicans durante o período de 8 anos. Resistência ao 33
antifúngico fluconazol, mais comumente utilizado no tratamento de 34
CVV, aumentou de 2.4% em 2006 para 55.4% em 2012, diminuindo 35
para 8.9% em 2013 (Wang et al, 2016). Adicionalmente, tem sido 36
descrita a pesquisa de novos antifúngicos e novos mecanismos que 37
sejam capazes de impedir a formação de biofilme ou destruir o 38
biofilme já formado, além de agir sobre o crescimento do micro-39
organismo. 40
41
Espécies de Lactobacillus também são consideradas colonizadores 42
normais do corpo humano, fazendo parte da microbiota residente e, 43
portanto, não causam danos ao hospedeiro. Essas bactérias podem 44
inibir a adesão, crescimento e proliferação de outros micro-45
organismos mediante diferentes mecanismos que incluem: formação 46
de biofilme, secreção de ácidos orgânicos, produção de substâncias 47
antimicrobianas (peróxido de hidrogênio, bacteriocinas e 48
biossurfactantes), competição por nutrientes e por receptores de 49
adesão (Lepargneur e Rousseau, 2002). 50
24
51
Os micro-organismos são capazes de sintetizar vários tipos de 52
compostos ativos de superfície (CAS) que podem ser classificados 53
em três grupos: os de baixo peso molecular, comumente 54
denominados de biossurfactantes, os que possuem alto peso 55
molecular com uma região hidrofóbica em uma extremidade da 56
molécula, neste caso a terminologia mais adequada utilizada é 57
“polímeros anfifílicos” e por fim, os polímeros polifílicos são aqueles 58
que possuem regiões hidrofóbicas ao longo de toda a molécula 59
polimérica (Neu, 1996). Biossurfactantes apresentam atividade 60
surfactante e emulsificante e, portanto, possuem a capacidade de 61
diminuir a interface entre duas fases de um sistema heterogêneo 62
(Rodrigues et al, 2006). Entre suas funções pode-se destacar o 63
aumento da área de superfície e disponibilidade de substratos 64
hidrofóbicos insolúveis em água, ligação com metais pesados, 65
formação de biofilme e patogenicidade bacteriana (Singh e 66
Cameotra, 2004). 67
68
Probióticos são micro-organismos vivos que quando administrados 69
na quantidade adequada conferem benefícios à saúde do 70
hospedeiro (FAO/WHO 2002). Vários estudos relatam o potencial 71
uso de biossurfactantes produzidos por bactérias produtoras de 72
ácido lático (LAB) na saúde pública e processamento de alimentos 73
(Velraeds et al. 1996; Heinemann et al. 2000; Rodrigues et al. 2004; 74
Rodrigues et al. 2006, Thavasi et al. 2011; Gudiña et al. 2010; 75
25
Sharma et al. 2014; Sharma et al. 2015). Além disso, probióticos 76
são conhecidos por seu potencial em diminuir adesão e 77
desenvolvimento de biofilme de patógenos em estruturas biológicas 78
(células epiteliais do trato urogenital e intestinal) e inanimadas 79
(processamento de alimentos, superfícies biomédicas e 80
equipamento alimentícios) (Reid et al. 2001; Saharan et al. 2011; 81
Sharma et al. 2015). A interferência de LAB na colonização de 82
patógenos ocorre por meio de diferentes mecanismos e a produção 83
de biossurfactantes parece ser um deles (Santos et al. 2013). 84
Recentemente, esses micro-organismos têm atraído a atenção da 85
comunidade médica principalmente devido ao efeito antagonista 86
contra inúmeros patógenos humanos, fazendo com que sejam vistos 87
como potenciais terapêuticos ou profiláticos para o tratamento contra 88
algumas doenças infecciosas (Chew et al, 2015). Este trabalho teve 89
por objetivo avaliar a atividade antagonista de Lactobacillus spp. 90
sobre Candida albicans isoladas de mulheres saudáveis e daquelas 91
com quadro clínico sugestivo de CVV, verificando também se as 92
diferentes espécies de Lactobacillus interferem no processo de 93
adesão e formação de biofilme de C. albicans. 94
95
2. Material e métodos 96
2.1. Pacientes e aspectos éticos da pesquisa 97
98
O projeto foi previamente aprovado pelo comitê de ética da 99
Universidade CEUMA sob o parecer Nº: 813.402/2014. As amostras 100
26
foram coletadas de 50 pacientes atendidas no Hospital da Mulher, 101
São Luís-MA, para realização de testes preventivos de câncer de 102
colo uterino (colpocitologia-Papanicolau), após a assinatura do 103
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e mediante 104
questionário com perguntas referentes a hábitos diários, nível de 105
escolaridade e estado civil. O critério de exclusão estabelecido foi a 106
não participação de mulheres que tenham feito uso de medicação 107
antifúngica (oral e/ou vaginal) ou antibióticos nos últimos 30 dias ou 108
que tenham doenças que acometam o sistema imunológico. 109
110
2.2. Isolamento e identificação dos micro-organismos 111
112
A coleta da amostra cervicovaginal foi realizada com swab estéril, 113
mergulhados em três tubos estéreis contendo salina, BHI (Brain 114
Heart Infusion - Difco Laboratories Inc., Detroit, EUA) e MRS (Man, 115
Rogosa and Sharpe broth – Difco Laboratories Inc., Detroit, EUA). 116
As amostras coletadas em salina foram inoculadas imediatamente 117
em SDA (Sabouraud Dextrose Agar - Difco Laboratories Inc., Detroit, 118
EUA) e MRS ágar, enquanto as amostras coletadas em BHI e MRS 119
caldo foram colocadas em estufa a 37 °C por 24h e posteriormente 120
semeadas em meio MRS agar e SDA por 48h. As placas de MRS 121
ágar foram incubadas em atmosfera de anaerobiose para isolamento 122
de Lactobacillus spp. A identificação de C. albicans foi realizada 123
presuntivamente em CHROMagar Candida (Difco Laboratories Inc., 124
Detroit, EUA). Adicionalmente, os isolados foram identificados 125
27
através sistema automatizado VITEK 2 (BioMeriéux, França) e pela 126
técnica de Reação em Cadeia da Polimerase com múltiplos 127
iniciadores específicos (PCR multiplex). 128
129
2.3. Identificação das espécies de Candida por PCR multiplex 130
131
Para a identificação dos isolados de Candida, foi realizada a 132
extração de DNA pelo método proposto por Barros et al. (2015). 133
Colônias isoladas em SDA foram adicionadas em 600 µL de tampão 134
STES (25 mM EDTA 0,5M; 200 mM Tris 2M; 100 mM NaCl 5M; 1% 135
SDS 10%), agitadas em vortex por 2 minutos e aquecidas em 136
banho-maria a 65,5 °C por 10 minutos, sendo esse processo 137
repetido 1 vez. Logo após foram adicionados 500 µL de CIA (24 mL 138
de clorofórmio: 1 mL álcool isoamílico) e amostras centrifugadas a 139
9000 rpm por 5 minutos. O sobrenadante foi transferido para novos 140
microtubos aos quais foram adicionados 500 µL de álcool absoluto 141
gelado e incubados a -20 °C por 16h. As amostras foram 142
centrifugadas a 9000 rpm por 5 minutos e todo o álcool foi removido. 143
Foram adicionados 500 µL de álcool 70% gelado e amostras 144
submetidas a centrifugação a 9000 rpm por 5 minutos. Logo após, o 145
álcool foi removido, as amostras deixadas para secar e 146
ressuspendidas em tampão TE (Tris-Cl 1M, pH 7,6; EDTA 0,5M, pH 147
8,0) 148
149
28
A identificação das espécies de Candida foi feita de acordo com 150
protocolo seguido por Luo e Mitchell (2002), com modificações. 151
Inicialmente foi feita a identificação utilizando iniciadores específicos 152
do gênero Candida desenhados à partir da região ITS, chamados de 153
ITS1 e ITS4. A identificação em nível de espécie foi feita com os 154
seguintes iniciadores: CALB1 e CALB2 para C. albicans; CTR1 e 155
CTR2 para Candida tropicalis; CPA2 e CPA3 para Candida 156
parapsilosis; CGL1 e CGL2 para Candida glabrata; CKR2 and CKR3 157
para Candida krusei (Tabela 1). As espécies foram distribuídas em 158
dois painéis de multiplex PCR. O primeiro contendo iniciadores para 159
identificação de C. glabrata, C. tropicalis e C. parapsilosis, e o 160
segundo com os iniciadores para identificação de C. albicans e C. 161
krusei. Cada mix de reação continha 2 µL (~1 ng) de DNA genômico, 162
20 mM Tris-HCl (pH 8.4), 50 mM KCl, 1.5 mM MgCl2, 0.2 mM de 163
cada deoxirribonucleotídeo trifosfato, 0.5 U of Taq DNA polimerase 164
(Invitrogen Life Technologies, Carlsbad, Calif.), 0.5 µM primers ITS1 165
e ITS4, 0.7 µM primers CGL1 e CGL2, 0.4 µM primers CTR1 e 166
CTR2, 0.6 µM primers CPA1 e CPA2 e 0.4 µM primers CKR2 e 167
CKR3, totalizando 20 µL de volume de reação. As condições para 168
amplificação por PCR foram 5 min de desnaturação a 96°C, seguido 169
de 40 ciclos de 94°C por 30 s, 58°C por 30 s, e 72°C por 30 s e 170
passo final de extensão a 72°C por 15 min. Uma alíquota de 10 µL 171
do produto final foi utilizada para eletroforese em gel de agarose a 172
2% com brometo de etídeo por 2 a 3h. Bandas de DNA foram 173
visualizadas em transluminador UV. 174
29
175
2.4. Identificação dos isolados de Lactobacillus por MALDI-TOF 176 MS 177
178
A identificação das linhagens de Lactobacillus foi realizada através 179
da técnica de “Matrix-assisted laser desorption/ionization time-of-180
flight mass spectrometry” (MALDI-TOF MS). As bactérias foram 181
cultivadas em MRS agar a 37 °C por 48h, em condições de 182
anaerobiose. Para a análise, colônias isoladas foram selecionadas 183
com auxílio de uma alça descartável e aplicadas a uma placa de aço 184
de 24 pontos (Bruker Daltonics, Bremen, Germany). Após a 185
secagem, as amostras foram cristalizadas com a matriz (1 µL de 186
solução saturada de α-ciano-4-hidroxicinamico matriz ácida (HCCA; 187
Bruker Daltonics, Bremen, Germany) em 50 % acetonitrilo/2,5 % 188
ácido trifluoroacético (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO). Espectro de 189
massa foi adquirido no modo refletor positivo em um sistema 190
MicroFlex LT (Bruker Daltonics) utilizando as recomendações do 191
fabricante. Espectros capturados foram analisados utilizando 192
sistema automatizado MALDI Biotyper e software Bruker Biotyper 193
2.0 softwares (Bruker Daltonics, Bremen, Germany). Os critérios de 194
identificação usados para análise foram: pontuação ≥2.000 195
(identificação a nível de espécie); pontuação de 1.700 a 1.999 196
(identificação a nível de gênero), e pontuação <1.700 (nenhuma 197
identificação bacteriana ou que não se encontra no banco). Para 198
30
análise da espectrometria, a linhagem de referência Escherichia coli 199
ATCC 8739 foi utilizada como controle positivo. 200
201 2.5. Identificação dos isolados de Lactobacillus por 202 sequenciamento parcial do rDNA da subunidade 16S 203
204
A extração de DNA das bactérias foi realizada à partir de colônias 205
isoladas em meio BHI ágar, seguindo protocolo descrito por Pitcher 206
et al (1989). A concentração e a pureza do produto obtido foram 207
quantificadas em espectrofotômetro NanodropTM 1000 a 260 e 280 208
nm. A amplificação das sequências parciais de rDNA 16S, foi 209
realizada através dos iniciadores universais para bactérias 8F 210
(5′AGAGTTTGATCCTGGCTCAG-3′) e 907R (5′-211
CCGTCAATTCCTTTRAGTTT-3′) (Stackebrandt & Goodfellow, 212
1991). A amplificação foi realizada em termociclador (Applied 213
Biosystems) sob as seguintes condições: desnaturação inicial a 94 214
ºC por 5 minutos, seguido por 21 ciclos com desnaturação a 94 ºC 215
por 1 min, anelamento a 57 ºC por 1 min nos primeiros três ciclos 216
com queda de 1 ºC a cada dois ciclos até uma temperatura de 49 ºC 217
nos dois últimos ciclos e extensão a 72 ºC por 3 min, finalizando com 218
uma extensão final a 72 ºC por 10 min (Marchesi et al., 1998). A 219
concentração e a pureza do produto da amplificação foram 220
quantificadas em espectrofotômetro NanodropTM 1000 a 260 e 280 221
nm e a integridade do fragmento, de aproximadamente 900 pares de 222
bases, analisada por eletroforese em gel de agarose 1%. A reação 223
31
de sequenciamento da região do rDNA 16S foi realizada utilizando 224
BigDye® Terminator v3.1 Ready Reaction Mix (Life Technologies 225
Corporation, Califórnia, USA) e os iniciadores 8F e 907R nas 226
concentrações de 5 µmol/L. O produto da reação foi purificado e 227
ressuspendido em formamida Hi-Di™ (Applied Biosystems, 228
Califórnia, USA) para ser analisada no sequenciador 3730xl DNA 229
Analyzer (Applied Biosystems, Califórnia, USA). As sequências 230
obtidas foram editadas utilizando-se o programa Sequencher 4.1.4 e, 231
quando possível, o produto das reações utilizando os diferentes 232
iniciadores foram alinhados para geração da sequência consenso 233
para então serem comparadas com sequências depositadas no 234
banco de dados GenBank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/genbank/) 235
através da ferramenta BLASTn. Os isolados foram considerados da 236
mesma espécie da sequência do banco de dados que apresentou 237
maior identidade com a sua, quando este valor foi maior que 97%. 238
239
2.6. Micro-organismos utilizados 240
241
Neste estudo foram utilizados, além dos isolados clínicos, as 242
linhagens de referência: L. debrueckii ATCC 9645, L. rhamnosus 243
ATCC 9595, L. acidophilus ATCC 4356, L. fermentum ATCC 23271, 244
L. paracasei ATCC 335, E. coli ATCC 8739. 245
246
2.7. Teste de antagonismo 247
32
248
O teste de antagonismo foi feito pelo método de overlay, seguindo 249
protocolo de Chew et al (2015) com pequenas modificações. 250
Culturas de Lactobacillus spp. foram incubadas em condições 251
anaeróbicas a 37 °C por 24 h em MRS caldo suplementado com L-252
cisteína 0,25% (Sigma, St Louis, MO). As amostras bacterianas 253
foram padronizadas a 1.0 em OD600 nm e em seguida 10 µL de cada 254
amostra foram depositados em placas contendo MRS agar com L-255
cisteína 0,25% e incubadas novamente nas mesmas condições. 256
Após esse período foi adicionada uma fina camada de SDA (2 mm 257
de altura) e feita a semeadura do inóculo de C. albicans obtido a 258
partir de cultura de 48 h em SDA. Colônias isoladas foram 259
adicionadas em RPMI para crescimento 16 h a 37 °C. As células 260
foram centrifugadas a 3600 rpm por 10 minutos, lavadas 2 vezes 261
com PBS e ressuspendidas em PBS (Phosphate Buffer Saline pH = 262
7.0). A turbidez do inóculo foi ajustada em espectrofotômetro para 263
0.38 (1 x 107 células/mL) a OD520 nm. As placas das culturas foram 264
incubadas a 37°C por 24 h em condições de aerobiose e 265
posteriormente foi realizada a mensuração dos halos de inibição. 266
Todos os ensaios foram realizados em duplicata. 267
2.8. Seleção dos isolados de C. albicans produtores de biofilme 268
269
Para o ensaio de formação de biofilme 200 µL do inóculo 270
padronizado em YNB suplementado com 100 mM de glicose foram 271
33
adicionados a placas de 96 poços de fundo chato. O teste foi feito 272
com oito repetições e como controle foram utilizados poços contendo 273
apenas meio de cultura. As placas foram incubadas por 90 minutos. 274
Após esse período as células foram lavadas com PBS para remoção 275
de células não aderidas, seguido da adição de 200 µL de meio novo 276
e incubação por 48 h a 37 °C, trocando-se o meio a cada 24h. A 277
quantificação do biofilme foi feita pelo método do cristal violeta. 278
Inicialmente foi retirado todo o meio e os poços lavados uma vez 279
com PBS. Logo após, as células foram fixadas com etanol 80% 280
durante 15 minutos e após remoção, as placas foram deixadas secar 281
à temperatura ambiente. Foram adicionados 200 µL de cristal violeta 282
por 20 minutos e após esse período o corante foi removido e a placa 283
lavada uma vez com PBS. Para solubilizar o cristal foram 284
adicionados 200 µL de ácido acético glacial 33%, a solução foi 285
homogeneizada e 150 µL foram transferidos para uma nova placa a 286
fim de realizar a leitura em leitor de Elisa a 550 nm. 287
288
2.9. Produção de biossurfactante por Lactobacillus spp 289
290
Inicialmente foi realizado um cultivo em pequena escala (screening) 291
seguindo metodologia proposta por Gudina et al (2010), com 292
algumas modificações, entre todas as linhagens bacterianas clínicas 293
(n = 15) e as linhagens de referência L. debrueckii ATCC 9645, L. 294
rhamnosus ATCC 9595, L. acidophilus ATCC 4356, L. fermentum 295
34
ATCC 23271, L. paracasei ATCC 335 para determinar as produtoras 296
de biossurfactante. Posteriormente foi feita a produção em larga 297
escala de biossurfactante seguindo a mesma metodologia. Para 298
realização do ensaio uma colônia isolada foi adicionada em 10 mL 299
de MRS suplementado com L-cisteína 0,25% e incubada 16 h a 300
37°C, em condições de anaerobiose (pré-cultura). Uma alíquota de 4 301
mL da pré-cultura foi inoculada em 400 mL de MRS suplementado 302
com L-cisteína 0,25% e incubado por 48 h a 37°C em condições 303
anaeróbicas. Após o período de incubação as amostras foram 304
centrifugadas, lavadas e as células ressuspendidas em PBS (15 mL 305
de PBS para cada 100 mL de cultura). A suspensão de células foi 306
agitada em vortex por 2 minutos e centrifugada (10000 rpm, 15 307
minutos). O sobrenadante foi filtrado utilizando microfiltro 0,22 µm. 308
Durante o período de 48h de incubação foram retiradas alíquotas a 309
cada 12h para mensuração do peso seco, OD640 nm e realização do 310
teste do colapso da gota e atividade emulsificante, descritos a 311
seguir. O peso seco foi avaliado de forma que um microtubo vazio foi 312
pesado e em seguida adicionado 1 mL das amostras. Os microtubos 313
foram centrifugados e as células foram secadas em estufa e 314
pesados novamente. Os valores de peso seco foram obtidos pela 315
equação: ps = Mf – Mi, onde ps (peso seco); Mf (peso final do 316
microtubo); Mi (peso inicial do microtubo). O teste de colapso da 317
gota foi realizado em triplicata e como controle foi utilizado PBS, 318
seguindo recomendações propostas por Tahmourespour et al. 319
(2011). Foram adicionados 10 µL do biossurfactante em uma placa 320
35
de poliestireno e realizada mensuração do diâmetro da gota com o 321
auxílio de papel milimetrado. A atividade emulsificante (E24) do 322
biossurfactante foi verificada de acordo com protocolo descrito por 323
Gudina et al. (2015). Foram adicionados 2 mL de tolueno ou hexano 324
para mesmo volume de amostra e agitado em vortex por 2 minuto. 325
Após 24 h foi realizada a mensuração da camada emulsificante com 326
o auxílio de uma régua milimetrada. O valor da atividade 327
emulsifcante (E24) foi calculado pela porcentagem da altura da 328
camada emulsificante (mm) dividido pela altura da camada total 329
(mm). 330
331
2.10. Interferência do biossurfactante na adesão e formação de 332
biofilme 333
334
Para verificar a interferência do biossurfactante na adesão de C. 335
albicans foi utilizado o procedimento descrito por Sharma et al 336
(2015), no qual 200 µL de biossurfactante foram adicionados a 337
microplacas de 96 poços de fundo chato e incubadas por 16h a 4 °C. 338
Após esse período as placas foram lavadas duas vezes com PBS 339
seguido da adição de 200 µL do inóculo de C. albicans (0.38 em 340
OD550 nm) e incubação por 4 horas a 4 °C. O teste foi realizado em 341
triplicata. Para quantificação da adesão foram realizadas as etapas 342
de lavagem e coloração com cristal violeta de acordo com o subitem 343
2.5. A leitura foi realizada em leitor de microplaca utilizando o 344
comprimento de onda de 550 nm. 345
36
346
O ensaio de inibição do biofilme foi realizado de acordo com 347
Fracchia (2010), com pequenas modificações. O teste foi feito de 348
duas formas: pré-incubação e co-incubação. Para o experimento de 349
pré-incubação foi feita uma sensibilização prévia da microplaca de 350
96-poços de fundo chato adicionando 200 µL do biossurfactante e 351
incubando por 24 h a 37°C. Após esse período as placas foram 352
lavadas duas vezes com PBS para remoção de biossurfactante não 353
aderido. Foram adicionados 200 µL do inóculo de C. albicans. As 354
placas foram incubadas a 37 °C por 3 horas. Após esse período foi 355
realizada lavagem dos poços com PBS, sendo esse processo 356
executado duas vezes, e adição de 200 µL de meio novo. A 357
incubação foi feita por 48h a 37°C, com mudança de meio a cada 358
24h. 359
360
Nos experimentos de co-incubação o inóculo de C. albicans foi 361
colocado junto com o biossurfactante na proporção de 1:1 e 362
incubado nas mesmas condições anteriores. Após esse período o 363
processo de lavagem foi o mesmo, porém os poços foram 364
preenchidos com meio novo e biossurfactante na mesma proporção. 365
As condições de incubação foram mantidas. A produção do biofilme 366
foi quantificada pelo método do cristal violeta descrito no subitem 367
2.5. Para ambos os testes foram feitas 3 réplicas e o controle sem 368
interferência do biossurfactante. 369
370
37
2.11. Citotoxicidade do biossurfactante 371
372
Cultura de células 373
374
O ensaio de citotoxicidade dos biossurfactantes foi avaliado pelo 375
método de cultura de células descrito por Masetti (2016), utilizando 376
uma linhagem de queratinócitos humanos (HaCaT:0341), cedidas 377
pelo Banco de Células do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. O cultivo foi 378
feito em meio de cultura Dulbecco’s Modified Eagle’s Medium 379
(DMEM) suplementado com 10% de soro fetal bovino (SFB) e 1% de 380
solução antibiótica e antimicótica (10.000 µg/mL de penicilina G, 381
10.000 µg/mL de estreptomicina e 25 µg/mL de anfotericina), 382
mantido em estufa com 5% de CO2, à temperatura de 37ºC e 383
ambiente com umidade controlada. Células foram cultivadas até 384
atingirem confluência de 90%, lavadas com solução PBS 1X e 385
removidas com solução de tripsina (0,05%)/EDTA (0,53 mmol/L), 386
seguida por centrifugação com 400 x g por 5 minutos. As células 387
foram, posteriormente, ressuspendidas em meio de cultura e 388
replaqueadas. O meio de cultura foi renovado a cada dois dias. A 389
contagem de células foi feita em câmara de Neubauer, adicionando 390
o corante Azul de Tripan, adicionadas na quantidade de 1,0 x 104 391
células/poço em placas estéreis de 96 poços e incubadas em estufa 392
a 37 °C contendo CO2 a 5% por 24 horas. Após este período, foram 393
adicionadas aos poços fatores de diluição dos biossurfactantes, 394
sendo as placas incubadas novamente nas mesmas condições. O 395
38
experimento foi feito com cinco réplicas e como controle negativo foi 396
utilizado somente meio DMEM suplementado com 10% de soro fetal 397
bovino (SFB) e 1% de solução antibiótica-antimicótica. Seguidas as 398
24 horas, foi realizado o teste de citotoxicidade. 399
400
Ensaio de viabilidade celular (Alamar blue) 401
402
Após 24h de crescimento celular tanto em meio de teste e controle, 403
20 μL de Alamar blue foi adicionado em cada poço. As placas foram 404
incubadas por 4h a 37 °C em 5% CO2. Após o período de incubação 405
o conteúdo de cada poço foi transferido para nova placa e a leitura 406
foi realizada em Fluoroskan Ascent FL (Lab Systems) com um filtro 407
de 544 nm de emissão e 590 nm de transmissão. 408
409
2.12. Análise estatística 410
411
Os dados foram analisados através do programa IBM SPSS 412
Statistics 20 (2011). Inicialmente para se avaliar a associação das 413
espécies de Lactobacillus e Candida presentes na microbiota vaginal 414
de mulheres saudáveis e com CVV foi feito o teste de qui-quadrado 415
de independência (2). Posteriormente, foi feito o teste de 416
normalidade de todas as variáveis numéricas (halo de inibição, 417
biofilme, produção do biossurfactante, biossurfactante na adesão, 418
biossurfactante no biofilme, citotoxicidade e viabilidade celular) 419
através do teste de Shapiro Wilk, seguido dos testes paramétricos 420
39
(ANOVA, Tukey, ANCOVA, Correlação de Pearson). Para se avaliar 421
a citotoxicidade e a viabilidade celular foi feito a Análise de 422
Covariância e depois avaliou-se pela ANOVA o efeito da espécies de 423
Lactobacillus. Em todos os testes o nível de significância (α) foi de 424
5%. 425
426
3. Resultados 427
428
3.1. Isolamento e identificação dos micro-organismos 429
430
Amostras de secreção vaginal foram coletadas de pacientes, com 431
idades entre 18 e 79 anos, atendidas para coleta de colpocitologia, 432
em hospital de rede pública de São Luís-MA. Foram isoladas 16 433
amostras de Candida e 15 de Lactobacillus das pacientes (Tabela 434
2). De algumas pacientes foi possível o isolamento tanto de Candida 435
como de Lactobacillus, a partir da mesma amostra. As espécies 436
mais comumente isoladas foram C. albicans, seguida por C. 437
glabrata. Não foi encontrada diferença entre as espécies de Candida 438
encontradas em pacientes assintomáticas e aquelas com sintomas 439
de (CVV). O mesmo foi observado para as espécies de 440
Lactobacillus, sendo L. gasseri a espécie mais isolada nos grupos de 441
pacientes, de acordo com a identificação feita pelo MALDI-TOF MS. 442
443
3.2. Teste de antagonismo 444
445
40
O ensaio de antagonismo mostrou que 15 das 20 amostras de 446
Lactobacillus, incluindo cinco amostras de referência, tiveram efeito 447
inibitório contra C. albicans com halos variando de 9,5 a 28,5 mm 448
(Tabela 3). Entre as linhagens com capacidade antagonista, L. 449
acidophilus ATCC 4356, L. rhamnosus ATCC 9595 e a amostra 450
clínica L. paracasei LV11, foram capazes de inibir todas as linhagens 451
de Candida. A avaliação por meio do teste estatístico de Tukey 452
mostrou que a capacidade de inibição depende tanto das linhagens 453
de Candida como de Lactobacillus testadas. 454
455
3.3. Formação de biofilme por C. albicans 456
457
A capacidade de formação de biofilme de C. albicans foi avaliada em 458
meio de cultura YNB suplementado com 100 mM de glicose, durante 459
o período de 48h. A quantificação por meio da coloração com cristal 460
violeta revelou que todas as amostras testadas se mostraram boas 461
formadoras de biofilme (Figura 1), entretanto a capacidade de formar 462
biofilme variou de acordo com a linhagem. A amostra com maior 463
capacidade de formação de biofilme neste teste foi a C. albicans 464
CV8, com valor da média de OD550nm igual a 2,823. A linhagem C. 465
albicans CV2 obteve a média de DO mais baixa de biofilme, com 466
valor de 1,523. As amostras C. albicans CV8, C. albicans CV25 e C. 467
albicans CV21 obtiveram os valores mais altos de OD550 nm e, 468
portanto, foram selecionadas para os ensaios de interferência do 469
biossurfactante na adesão e formação de biofilme. 470
41
471
3.4. Ensaios para produção do biossurfactante 472
473
A avaliação da produção de biossurfactante foi feita por meio da 474
atividade emulsificante (E24). As amostras nas quais foram 475
observadas a formação de uma camada emulsificante após 24h, 476
foram consideradas produtoras de biossurfactante. Entre as 20 477
amostras de Lactobacillus testadas, quatro das cinco linhagens de 478
referência se mostraram produtoras e dos 15 isolados clínicos, três 479
foram capazes de produzir biossurfactante. Estas foram produzidas 480
em larga escala e testadas contra formação de biofilme de C. 481
albicans. 482
483
A mensuração do peso seco, feita a partir do auxilio de um 484
microtubo mostrou que todas as amostras tiveram aumento do peso 485
até às 36h, seguido de um declínio, exceto a amostra de L. 486
fermentum ATCC 23271, que começou a declinar após 24h (Figura 487
2A). A quantificação dos valores de DO mostrou que quatro 488
linhagens apresentaram maiores valores nas primeiras 24h, sendo 489
elas, L. crispatus LV1, L. gasseri LV17, L. rhamnosus ATCC 9595 e 490
L. acidophilus ATCC 4356, com início de decréscimo logo depois. No 491
caso da linhagem L. crispatus LV1, os valores se mantiveram 492
praticamente estáveis após as primeiras 24h. As linhagens L. 493
paracasei LV11, L. debrueckii ATCC 9645 e L. fermentum ATCC 494
42
23271 apresentaram maiores valores de DO ao tempo de 36h 495
(Figura 2B). 496
497
O teste do colapso da gota mostrou que após as 48h de cultivo, 498
todas as amostras obtiveram os valores do diâmetro da gota maiores 499
que o controle, no qual foi usada uma gota de PBS. Os maiores 500
valores encontrados foram obtidos em 24h, onde a linhagem L. 501
debrueckii ATCC 9645 apresentou o maior valor (0,7 cm) (Figura 502
2C). 503
504
Em relação à atividade emulsificante as maiores porcentagens foram 505
obtidas com o solvente tolueno (Figura 3) e não apresentaram 506
diferenças estatísticas de acordo com os tempos, somente de 507
acordo com as linhagens, onde L. crispatus LV1 foi diferente de 508
todas as linhagens com exceção de L. rhamnosus ATCC 9595 e L. 509
gasseri LV17. As linhagens se comportaram de maneiras diferentes 510
em relação aos valores de E24, onde apresentaram valores mais 511
altos em diferentes tempos de mensuração, não havendo um padrão 512
para todas as espécies. As únicas variáveis que obtiveram 513
diferenças significativas em relação aos diferentes tempos de 514
mensuração foram peso seco e os valores de OD. 515
516
3.5. Interferência do biossurfactante na adesão de C. albicans 517
518
43
O ensaio para verificar a interferência do biossurfactante na adesão 519
de C. albicans mostrou que todos os biossurfactantes, com exceção 520
do produzido por L. acidophilus ATCC 4356, foram capazes de 521
aumentar significativamente a adesão da linhagem C. albicans 522
CV25. Já em relação à linhagem C. albicans CV21 apenas os 523
biossurfactantes obtidos à partir dos isolados clínicos foram capazes 524
de aumentar a adesão desta. A linhagem C. albicans CV8 teve sua 525
adesão aumentada pelos biossurfactantes produzidos por L. 526
rhamnosus ATCC 9595, L. paracasei LV11 e L. crispatus LV1 527
(Figura 4). 528
529
3.6. Interferência do biossurfactante na formação do biofilme de 530
C. albicans 531
532
No ensaio de pré-incubação, no qual a placa é sensibilizada 533
previamente com o biossurfactante, a amostra produzida por L. 534
gasseri LV17 foi capaz de aumentar a produção de biofilme das 535
linhagens C. albicans CV25 e C. albicans CV8, em 82% e 54%, 536
respectivamente (Figura 5A). 537
538
No experimento de co-incubação, onde o biossurfactante é colocado 539
junto com o inóculo de C. albicans, pode-se perceber que houve um 540
aumento significativo da produção de biofilme pela linhagem C. 541
albicans CV21 quando cultivada na presença de todos os 542
biossurfactantes, com excessão do produzido por L. acidophilus 543
44
ATCC 4356. Em relação à linhagem C. albicans CV8, os 544
biossurfactantes produzidos por L. gasseri LV17 e L. acidophilus 545
ATCC 4356 foram capazes de aumentar e diminuir, 546
respectivamente, a quantidade de biomassa de biofilme produzido. 547
L. acidophilus ATCC 4356 diminuiu em 19,1% o biofilme formado 548
(Figura 5B). 549
550
Pode-se observar também que as linhagens cultivadas com 551
biossurfactante no ensaio de co-incubação apresentaram maiores 552
valores de biomassa quando comparados aos valores obtidos no 553
ensaio de pré-incubação. 554
555
3.7. Ensaio de viabilidade celular 556
557
A fim de determinar se os biossurfactantes apresentam algum efeito 558
citotóxico para as células, foi realizado um ensaio de citotoxicidade 559
utilizando queratinócitos humanos (HaCaT: 0341) com posterior 560
avaliação do metabolismo celular por meio do teste Alamar Blue. 561
562
Apesar de não apresentarem significância estatisticamente, alguns 563
biossurfactantes, quando testados na diluição ½, foram capazes de 564
aumentar a viabilidade celular quando comparados com o controle 565
positivo. Tal fato foi observado em relação aos biossurfactantes 566
produzidos por L. gasseri LV17, L. crispatus LV1, L. acidophilus 567
ATCC 4356 e L. fermentum ATCC 23271 (Figura 6A e 6B). 568
45
569
O ensaio mostrou que apenas o biossurfactante produzido por L. 570
fermentum ATCC 23271 foi considerado citotóxico quando testado 571
nos fatores de diluições de 1/16 e 1/32. Nestas diluições, o 572
biossurfactante foi capaz de diminuir a viabilidade celular em 26% 573
(Figura 6B). 574
575
4. Discussão 576
577
A partir das amostras coletadas no presente trabalho, pode-se 578
perceber que a espécie C. albicans foi a mais isolada, seguida de C. 579
glabrata. Outros estudos realizados no Brasil e em outros países 580
também apontam C. albicans como a espécie fúngica mais 581
frequentemente isolada da cavidade vaginal, seguida de C. glabrata 582
(Ahmad e Khan, 2009; Gamarra et al., 2014; Moreira et al., 2014; 583
Fornari et. al, 2016; Wang et al., 2016). No presente trabalho, L. 584
gasseri foi a espécie com maior frequência, que se encontra entre as 585
espécies mais isoladas, apesar de não ser a mais frequente na 586
maioria dos trabalhos. L. crispatus tem sido relatada como a espécie 587
de Lactobacillus predominante da microbiota vaginal (Martinez et al., 588
2008; Brolazo et al., 2009; Zhou et al., 2009; Mousavi et al. 2016; 589
Lepargneur , 2016). A diferença da microbiota vaginal de mulheres 590
pode estar relacionada com grupos étnicos, além de hábitos e 591
práticas diárias, incluindo higiene pessoal, métodos 592
anticoncepcionais, atividade sexual (Zhou et al., 2007; Schwebke, 593
46
2009; Zhou et al., 2009). A microbiota dominada por outras espécies 594
de Lactobacillus, que não L. crispatus, pode apresentar valores mais 595
altos de pH variando de 4.4 a 5 (Ravel et al., 2011). 596
597
Lactobacillus são responsáveis pela manutenção do ambiente 598
vaginal saudável, fornecendo uma barreira para a colonização de 599
organismos patogênicos e inibindo o crescimento exacerbado de 600
microrganismos comensais (Borges et al, 2014). O teste de 601
antagonismo mostrou que algumas linhagens de Lactobacillus, entre 602
elas linhagens de referência e isolados clínicos, foram capazes de 603
inibir o crescimento de C. albicans. Entre as amostras, L. acidophilus 604
ATCC 4356, L. rhamnosus ATCC 9595 e a amostra clínica L. 605
paracasei LV11, foram capazes de inibir todas as linhagens de C. 606
albicans testadas. Estudos in vitro têm reportado o potencial 607
antimicrobiano de Lactobacillus spp contra Candida (Kassaa et al., 608
2014; Chew et al., 2015; Parolin et al., 2015). Micro-organismos 609
probióticos são capazes de produzir vários compostos 610
antimicrobianos como bacteriocinas, ácidos orgânicos, peróxido de 611
hidrogênio, diacetil, substâncias antimicrobianas de baixo peso 612
molecular e biossurfactantes, que podem prevenir o crescimento de 613
potenciais patógenos (Pascual et al. 2008; Merk et al. 2005; Ceresa 614
et al. 2015). 615
616
Biossurfactantes apresentam potencial para serem utilizados para 617
aplicações industriais, principalmente no campo de recuperação e 618
47
processamento de óleos e médicas, devido à sua capacidade de 619
modificar a hidrofobicidade de uma superfície, dificultando a adesão 620
de micro-organismos, além se sua atividade antimicrobiana (Banat et 621
al., 2010). Biossurfactantes produzidos por Lactobacillus podem ser 622
capazes de reduzir a adesão de micro-organismos a vidro, cateter 623
de silicone, implantes cirúrgicos (Sharma et al, 2015). 624
625
Um dos testes utilizados para determinação da produção de 626
biossurfactante foi o da atividade emulsificante (E24), no qual os 627
valores mais altos foram obtidos para o solvente tolueno. A maioria 628
dos biossurfactantes é específica a um tipo de substrato, 629
apresentando diferentes taxas de solubilização ou emulsificação de 630
diferentes hidrocarbonetos (Ilori e Amund, 2001). Essa 631
especificidade também foi observada por outros autores (Barros et 632
al. 2008; Ilori et al. 2005) 633
634
Os ensaios para verificar o potencial de inibição do biossurfactante 635
na adesão e formação de biofilme mostraram que os mesmos foram 636
capazes de aumentar a adesão das linhagens de C. albicans 637
testadas, destacando-se as linhagens clínicas L. paracasei LV11 e L. 638
crispatus LV1, que aumentaram a adesão de todos isolados de C. 639
albicans. Na formação de biofilme foi constatado aumento da 640
biomassa das linhagens de C. albicans em contato com o 641
biossurfactante produzido por L. gasseri LV1, tanto no experimento 642
de co-incubação como pré-incubação. Já o biossurfactante 643
48
produzido por L. acidophilus ATCC 4356 foi capaz de diminuir o 644
biofilme de C. albicans CV8 durante o experimento de co-incubação. 645
646
A interferência de L. acidophilus ATCC 4356 na formação do biofilme 647
de C. albicans já havia sido demonstrada anteriormente por Vilela et 648
al (2015). Em seu trabalho foi observado que o sobrenadante filtrado 649
como a cultura de células de L. acidophilus ATCC 4356 foi capaz de 650
inibir a formação de biofilme de C. albicans ATCC 18804. Trabalhos 651
sugerem que biossurfactante interfere na formação de biofilme, 652
modulando a interação com a superfície, diminuindo a 653
hidrofobicidade e dificultando o processo de adesão. Ao ser 654
adsorvido a superfícies hidrofóbicas, o surfactante normalmente 655
direciona o grupo hidrofóbico para a superfície e expõe o grupo polar 656
à água. A superfície torna-se hidrofílica e a tensão interfacial entre a 657
superfície e a água é reduzida (Araújo e Freire, 2013). 658
659
O presente estudo mostrou que o ensaio de formação de biofilme 660
feito na forma de co-incubação obteve valores mais altos que no 661
ensaio de pré-incubação. Tal resultado pode ter relação com o fato 662
de que biossurfactantes interagem com a superfície, de forma que 663
as moléculas orgânicas da fase não-sólida são imobilizadas na 664
superfície sólida, formando um filme que altera as propriedades da 665
superfície e pode influenciar a interação com os micro-organismos 666
(Noeb e Neihof, 1975). As propriedades do substrato irão determinar 667
a composição e orientação das moléculas durante a primeira hora de 668
49
exposição. Após 4h é alcançado um certo grau de uniformidade do 669
material adsorvido e este se torna independente do substrato (Noeb 670
e Neihof, 1975; Nakagawa et al., 1984; Little, 1985; Neu e Marshall, 671
1990). Este fato pode sugerir que no experimento de pré-incubação 672
já havia sido concretizada a adsorção do material orgânico, fato que 673
dificultaria a formação do biofilme. 674
675
Bactérias produtoras de ácido lático (LAB) interferem na colonização 676
de patógenos por meio de vários mecanismos, entre eles a produção 677
de biossurfactante, que interferem no processo de adesão. A 678
competição por sítios de aderência juntamente com a secreção de 679
biossurfactantes são mecanismos bem conhecidos para dificultar o 680
estabelecimento de patógenos vaginais (Sharma et al., 2016). A 681
redução da colonização de patógenos por meio de biossurfactantes 682
produzidos por LAB tem sido descrita em várias superfícies incluindo 683
vidro (Velraeds et al., 1996), silicone e próteses de voz (Busscher 684
and Van der Mei, 1997; Velraeds et al., 1998; Van Hoogmoed et al., 685
2006; Rodrigues et al., 2004; Rodrigues et al., 2006) metal 686
(Meylheuc et al. 2006), e outras superfícies (Heinemann et al. 2000; 687
Gudiña et al. 2010; Fracchia et al.2010). Devido à sua estrutura 688
anfipática, biossurfactantes também pode se ligar à membrana e 689
aumentar a permeabilidade celular, levando à lise e destruição 690
celular. 691
692
50
Para avaliar se os biossurfactantes utilizados em nosso trabalho 693
possuíam atividade citotóxica, foi realizado teste de viabilidade 694
celular utilizando queratinócitos humanos (HaCaT:0341). O resultado 695
mostrou que quatro dos sete biossurfactantes foram capazes de 696
aumentar a porcentagem de viabilidade celular. Alguns 697
biossurfactantes, como os soforolipídeos, têm sido utilizados como 698
terapia para tratamento de pele, atuando como agentes de 699
fibrinólise, cura, descamação, de despigmentação, e activação de 700
macrófagos (Maingault, 1999). Ramnolipídeos, outro tipo de 701
biossurfactante, são utilizados em baixas concentrações (0,1%) para 702
o tratamento de úlceras e queimaduras (Piljac, A. et al., 2008; 703
Stipcevic, T. et al. 2006). Os resultados do nosso trabalho sugerem 704
que os biossurfactantes aqui utilizados, possam ter uso semelhante, 705
sendo necessários novos testes para corroborar tal fato. 706
707
Pode-se concluir então, que os Lactobacillus spp utilizados no 708
presente trabalho possuem capacidade de inibir o crescimento de C. 709
albicans, com destaque para a linhagem L. paracasei LV11, que 710
além de apresentar as maiores zonas de inibição do teste de 711
antagonismo, foi capaz de produzir biossurfactante. Entretanto tal 712
capacidade inibitória não pode ser atribuída à produção de 713
biossurfactantes, tendo em vista que os mesmos foram capazes de 714
aumentar a formação de biofilme e a viabilidade celular no ensaio de 715
citotoxicidade com queratinócitos humanos. Este trabalho sugere 716
que a inibição do crescimento de C. albicans pode estar relacionada 717
51
a produção de outros metabólitos, sendo necessários mais estudos 718
para determinar esses compostos. 719
720
721
722
723
724
725
726
727
728
729
730
731
732
733
734
735
736
737
REFERÊNCIAS 738
739
Ahmad, A., & Khan, A. U. (2009). Prevalence of Candida species 740
and potential risk factors for vulvovaginal candidiasis in Aligarh, 741
52
India. European journal of obstetrics & gynecology and reproductive 742
biology, 144(1), 68-71. DOI:10.1016/j.ejogrb.2008.12.020 743
744
Al Kassaa, I., Hamze, M., Hober, D., Chihib, N. E., & Drider, D. 745
(2014). Identification of vaginal lactobacilli with potential probiotic 746
properties isolated from women in North Lebanon. Microbial ecology, 747
67(3), 722-734. DOI: 10.1007/s00248-014-0384-7 748
749
Banat, I. M., Franzetti, A., Gandolfi, I., Bestetti, G., Martinotti, M. G., 750
Fracchia, L., Thomas J. Smyth. & Marchant, R. (2010). Microbial 751
biosurfactants production, applications and future potential. Applied 752
microbiology and biotechnology, 87(2), 427-444. DOI: 753
10.1007/s00253-010-2589-0 754
755
Barros, F. F. C., Quadros, C. P. D., and Pastore, G. M. (2008). 756
Studies of emulsifying properties and stability of the biosurfactant 757
produced by Bacillus subtilis in cassava wastewater. Food Science 758
and Technology (Campinas), 28(4), 979-985. DOI: 10.1590/S0101-759
20612008000400034 760
761
Beigi, R. H., Meyn, L. A., Moore, D. M., Krohn, M. A., and Hillier, S. 762
L. (2004). Vaginal yeast colonization in nonpregnant women: a 763
longitudinal study. Obstetrics & Gynecology, 104(5, Part 1), 926-930. 764
DOI: 10.1097/01.AOG.0000140687.51048.73. 765
53
766
Borges, S., Silva, J., and Teixeira, P. (2014). The role of lactobacilli 767
and probiotics in maintaining vaginal health. Archives of gynecology 768
and obstetrics, 289(3), 479-489. DOI: 10.1007/s00404-013-3064-9. 769
770
Bougnoux, M. E., Dupont, C., Mateo, J., Saulnier, P., Faivre, V., 771
Payen, D., and Nicolas-Chanoine, M. H. (1999). Serum is more 772
suitable than whole blood for diagnosis of systemic candidiasis by 773
nested PCR. Journal of clinical microbiology, 37(4), 925-930. 774
775
Busscher, H. J., & Van der Mei, H. C. (1997). Physico-chemical 776
interactions in initial microbial adhesion and relevance for biofilm 777
formation. Advances in dental research, 11(1), 24-32. DOI: 778
10.1177/08959374970110011301. 779
780
Ceresa, C., Tessarolo, F., Caola, I., Nollo, G., Cavallo, M., Rinaldi, 781
M., & Fracchia, L. (2015). Inhibition of Candida albicans adhesion on 782
medical‐grade silicone by a Lactobacillus‐derived biosurfactant. 783
Journal of applied microbiology, 118(5), 1116-1125. DOI: 784
10.1111/jam.12760 785
Chassot, F., Negri, M. F., Svidzinski, A. E., Donatti, L., Peralta, R. M., 786
Svidzinski, T. I., and Consolaro, M. E. (2008). Can intrauterine 787
contraceptive devices be a Candida albicans reservoir?. 788
54
Contraception, 77(5), 355-359. 789
DOI:10.1016/j.contraception.2008.01.007. 790
791
Chew, S. Y., Cheah, Y. K., Seow, H. F., Sandai, D., and Than, L. T. 792
L. (2015). Probiotic Lactobacillus rhamnosus GR‐1 and Lactobacillus 793
reuteri RC‐14 exhibit strong antifungal effects against vulvovaginal 794
candidiasis‐causing Candida glabrata isolates. Journal of applied 795
microbiology, 118(5), 1180-1190. DOI: 10.1111/jam.12772. 796
797
Donlan, R. M., and Costerton, J. W. (2002). Biofilms: survival 798
mechanisms of clinically relevant microorganisms. Clinical 799
microbiology reviews, 15(2), 167-193. DOI: 10.1128/CMR.15.2.167-800
193.2002. 801
802
Ferrer, J. (2000). Vaginal candidosis: epidemiological and etiological 803
factors. International Journal of Gynecology & Obstetrics, 71, 21-27. 804
DOI:10.1016/S0020-7292(00)00350-7. 805
806
55
Fornari, G., Vicente, V. A., Gomes, R. R., Muro, M. D., Pinheiro, R. 807
L., Ferrari, C., Herkert, P. F. , Takimura, M. , de Carvalho, N. S. 808
and Queiroz-Telles, F. (2016). Susceptibility and molecular 809
characterization of Candida species from patients with vulvovaginitis. 810
Brazilian journal of microbiology, 47(2), 373-380. 811
DOI:10.1016/j.bjm.2016.01.005. 812
813
Fracchia, L., Cavallo, M., Allegrone, G., and Martinotti, M. G. (2010). 814
A Lactobacillus-derived biosurfactant inhibits biofilm formation of 815
human pathogenic Candida albicans biofilm producers. Appl 816
Microbiol Biotechnol, 2, 827-837. 817
818
Gamarra, S., Morano, S., Dudiuk, C., Mancilla, E., Nardin, M. E., de 819
los Angeles Méndez, E., and Garcia-Effron, G. (2014). Epidemiology 820
and antifungal susceptibilities of yeasts causing vulvovaginitis in a 821
teaching hospital. Mycopathologia, 178(3-4), 251-258. DOI: 822
10.1007/s11046-014-9780-2 823
824
Goodfellow, M., & Stackebrandt, E. (1991). Nucleic acid techniques 825
in bacterial systematics (Vol. 5). J. Wiley. 826
827
Gudiña, E. J., Fernandes, E. C., Teixeira, J. A., & Rodrigues, L. R. 828
(2015). Antimicrobial and anti-adhesive activities of cell-bound 829
56
biosurfactant from Lactobacillus agilis CCUG31450. RSC Advances, 830
5(110), 90960-90968. DOI: 10.1039/C5RA11659G 831
832
Gudiña, E. J., Rocha, V., Teixeira, J. A., & Rodrigues, L. R. (2010). 833
Antimicrobial and antiadhesive properties of a biosurfactant isolated 834
from Lactobacillus paracasei ssp. paracasei A20. Letters in applied 835
microbiology, 50(4), 419-424. DOI: 10.1111/j.1472-836
765X.2010.02818.x 837
838
Gudina, E. J., Teixeira, J. A., and Rodrigues, L. R. (2010). Isolation 839
and functional characterization of a biosurfactant produced by 840
Lactobacillus paracasei. Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, 841
76(1), 298-304. DOI:10.1016/j.colsurfb.2009.11.008 842
843
Harriott, M. M., Lilly, E. A., Rodriguez, T. E., Fidel Jr, P. L., and 844
Noverr, M. C. (2010). Candida albicans forms biofilms on the vaginal 845
mucosa. Microbiology, 156(12), 3635-3644. DOI: 846
10.1099/mic.0.039354-0 847
848
Heinemann, C., van Hylckama Vlieg, J. E., Janssen, D. B., Busscher, 849
H. J., van der Mei, H. C., & Reid, G. (2000). Purification and 850
characterization of a surface-binding protein from Lactobacillus 851
fermentum RC-14 that inhibits adhesion of Enterococcus faecalis 852
57
1131. FEMS microbiology letters, 190(1), 177-180. DOI: 853
10.1111/j.1574-6968.2000.tb09282.x 854
855
Ilori, M. O., Amobi, C. J., and Odocha, A. C. (2005). Factors affecting 856
biosurfactant production by oil degrading Aeromonas spp. isolated 857
from a tropical environment. Chemosphere, 61(7), 985-992. 858
DOI:10.1016/j.chemosphere.2005.03.066 859
860
Ilori, M. O., and Amund, D. I. (2001). Production of a 861
peptidoglycolipid bioemulsifier by Pseudomonas aeruginosa grown 862
on hydrocarbon. Zeitschrift für Naturforschung C, 56(7-8), 547-552. 863
DOI: 10.1515/znc-2001-7-812 864
865
Lal, P., Agarwal, V., Pruthi, P., Pereira, B. M., Kural, M. R., and 866
Pruthi, V. (2008). Biofilm formation by Candida albicans isolated from 867
intrauterine devices. Indian journal of microbiology, 48(4), 438-444. 868
DOI: 10.1007/s12088-008-0054-x 869
870
Lepargneur, J. P. (2016, August). Lactobacillus crispatus as 871
biomarker of the healthy vaginal tract. In Annales de biologie clinique 872
(Vol. 74, No. 4, p. 421). 873
874
58
Lepargneur, J. P., and Rousseau, V. (2002). Protective role of the 875
Doderlein flora. Journal de gynecologie, obstetrique et biologie de la 876
reproduction, 31(5), 485-494. 877
878
Little, B. (1985). Factors influencing the adsorption of dissolved 879
organic material from natural waters. Journal of colloid and interface 880
science, 108(2), 331-340. 881
882
Luo, G., and Mitchell, T. G. (2002). Rapid identification of pathogenic 883
fungi directly from cultures by using multiplex PCR. Journal of 884
Clinical Microbiology, 40(8), 2860-2865. DOI: 885
10.1128/JCM.40.8.2860-2865.2002 886
887
Maingault, M. (1999). U.S. Patent No. 5,981,497. Washington, DC: 888
U.S. Patent and Trademark Office. 889
890
Marchesi, J. R., Sato, T., Weightman, A. J., Martin, T. A., Fry, J. C., 891
Hiom, S. J., & Wade, W. G. (1998). Design and evaluation of useful 892
bacterium-specific PCR primers that amplify genes coding for 893
bacterial 16S rRNA. Applied and environmental microbiology, 64(2), 894
795-799. 895
896
Martinez, R. C. R., Franceschini, S. A., Patta, M. C., Quintana, S. M., 897
Nunes, Á. C., Moreira, J. L. S., Anukam, K.C., Reid, G. and De 898
59
Martinis, E. C. P. (2008). Analysis of Vaginal Lactobacilli from 899
Healthy and Infected Brazilian Women . Applied and Environmental 900
Microbiology, 74(14), 4539–4542. DOI: 10.1128/AEM.00284-08 901
902
Masetti, P. (2016). Biocompatibilidade de resinas acrílicas para base 903
e reembasamento de próteses após períodos de imersão em 904
soluções desinfetantes: análise do metabolismo celular. 905
906
Merk, K., Borelli, C., & Korting, H. C. (2005). Lactobacilli–bacteria–907
host interactions with special regard to the urogenital tract. 908
International journal of medical microbiology, 295(1), 9-18. DOI: 909
10.1016/j.ijmm.2004.11.006 910
911
Meylheuc, T., Methivier, C., Renault, M., Herry, J. M., Pradier, C. M., 912
& Bellon-Fontaine, M. N. (2006). Adsorption on stainless steel 913
surfaces of biosurfactants produced by gram-negative and gram-914
positive bacteria: consequence on the bioadhesive behavior of 915
Listeria monocytogenes. Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, 916
52(2), 128-137. DOI: 10.1016/j.colsurfb.2006.04.016 917
918
Moreira, D., Auler, M. E., da Silva Ruiz, L., da Silva, E. H., Hahn, R. 919
C., and Paula, C. R. (2014). Species distribution and antifungal 920
susceptibility of yeasts isolated from vaginal mucosa. Rev Patol Trop, 921
43, 48-56. DOI: 10.5216/rpt.v43i1.29371 922
60
Mousavi, E., Makvandi, M., Teimoori, A., Ataei, A., Ghafari, S., 923
Najafian, M., Ourang, Z. & Samarbaf-Zadeh, A. (2016). In vitro 924
adherence of Lactobacillus strains isolated from the vaginas of 925
healthy Iranian women. Journal of the Chinese Medical Association. 926
DOI: 10.1016/j.jcma.2016.04.007 927
928
Nakagawa, Y., Tawaratani, T., Kourai, H., Horie, T., and Shibasaki, I. 929
(1984). Adsorption of Escherichia coli onto insolubilized lauryl 930
pyridinium iodide and its bacteriostatic action. Applied and 931
environmental microbiology, 47(1), 88-93. 932
933
Neu, T. R. (1996). Significance of bacterial surface-active 934
compounds in interaction of bacteria with interfaces. Microbiological 935
reviews, 60(1), 151. 936
937
Neu, T. R., and Marshall, K. C. (1990). Bacterial polymers: 938
physicochemical aspects of their interactions at interfaces. Journal of 939
biomaterials applications, 5(2), 107-133. DOI: 940
10.1177/088532829000500203 941
942
Nwadioha, S. I., Egah, D. Z., Alao, O. O., and Iheanacho, E. (2010). 943
Risk factors for vaginal candidiasis among women attending primary 944
health care centers in Jos, Nigeria. Journal of clinical medicine and 945
research, 2(7), 111-113. 946
61
Parolin, C., Marangoni, A., Laghi, L., Foschi, C., Palomino, R. A. Ñ., 947
Calonghi, N., Cevenini, R. and Vitali, B. (2015). Isolation of vaginal 948
lactobacilli and characterization of anti-Candida activity. PloS one, 949
10(6), e0131220. DOI: 10.1371/journal.pone.0131220 950
951
Pascual, L. M., Daniele, M. B., Giordano, W., Pájaro, M. C., & 952
Barberis, I. L. (2008). Purification and partial characterization of novel 953
bacteriocin L23 produced by Lactobacillus fermentum L23. Current 954
microbiology, 56(4), 397-402. DOI: 10.1007/s00284-007-9094-4 955
956
Piljac, A., Stipčević, T., Piljac-Žegarac, J., and Piljac, G. (2008). 957
Successful treatment of chronic decubitus ulcer with 0.1% 958
dirhamnolipid ointment. Journal of cutaneous medicine and surgery, 959
12(3), 142-146. DOI: 10.2310/7750.2008.07052 960
961
Pitcher, D. G., Saunders, N. A., and Owen, R. J. (1989). Rapid 962
extraction of bacterial genomic DNA with guanidium thiocyanate. 963
Letters in Applied Microbiology, 8(4), 151-156. DOI: 10.1111/j.1472-964
765X.1989.tb00262.x 965
966
Ravel, J., Gajer, P., Abdo, Z., Schneider, G. M., Koenig, S. S., 967
McCulle, S. L., Karlebach, S., Gorle, R., Russell, J., Tacket, C.O., 968
Brotman, R.M., Davis, C.C., Ault, K., Peralta, L. & Forney, L.J. 969
(2011). Vaginal microbiome of reproductive-age women. 970
62
Proceedings of the National Academy of Sciences, 108(Supplement 971
1), 4680-4687. 10.1073/pnas.1002611107 972
973
Reid, G., Zalai, C., & Gardiner, G. (2001). Urogenital lactobacilli 974
probiotics, reliability, and regulatory issues. Journal of Dairy Science, 975
84, E164-E169. DOI: 10.3168/jds.S0022-0302(01)70211-1 976
977
Rodrigues, L., Banat, I. M., Teixeira, J., & Oliveira, R. (2006). 978
Biosurfactants: potential applications in medicine. Journal of 979
Antimicrobial Chemotherapy, 57(4), 609-618. DOI: 980
10.1093/jac/dkl024 981
982
Rodrigues, L., Van der Mei, H., Teixeira, J. A., & Oliveira, R. (2004). 983
Biosurfactant from Lactococcus lactis 53 inhibits microbial adhesion 984
on silicone rubber. Applied microbiology and biotechnology, 66(3), 985
306-311. DOI: 10.1007/s00253-004-1674-7 986
987
Røttingen, J. A., Cameron, D. W., and Garnett, G. P. (2001). A 988
systematic review of the epidemiologic interactions between classic 989
sexually transmitted diseases and HIV: how much really is known?. 990
Sexually transmitted diseases, 28(10), 579-597. 991
992
63
Saharan, B. S., Sahu, R. K., & Sharma, D. (2011). A review on 993
biosurfactants: fermentation, current developments and perspectives. 994
Genetic Engineering and Biotechnology Journal, 2011(1), 1-14. 995
996
Santos, D. K., Rufino, R. D., Luna, J. M., Santos, V. A., Salgueiro, A. 997
A., & Sarubbo, L. A. (2013). Synthesis and evaluation of 998
biosurfactant produced by Candida lipolytica using animal fat and 999
corn steep liquor. Journal of Petroleum Science and Engineering, 1000
105, 43-50. DOI: 10.1016/j.petrol.2013.03.028 1001
1002
Schwebke, J. R. (2009). New concepts in the etiology of bacterial 1003
vaginosis. Current infectious disease reports, 11(2), 143-147. DOI: 1004
10.1007/s11908-009-0021-7 1005
1006
Sharma, D., Saharan, B. S., & Kapil, S. (2016). Biosurfactants of 1007
Probiotic Lactic Acid Bacteria. In Biosurfactants of Lactic Acid 1008
Bacteria (pp. 17-29). Springer International Publishing. DOI 1009
10.1007/978-3-319-26215-4_2 1010
1011
Sharma, D., Saharan, B. S., Chauhan, N., Bansal, A., & Procha, S. 1012
(2014). Production and structural characterization of Lactobacillus 1013
helveticus derived biosurfactant. The Scientific World Journal, 2014. 1014
DOI: 10.1155/2014/493548 1015
1016
64
Sharma, D., Saharan, B. S., Chauhan, N., Procha, S., and Lal, S. 1017
(2015). Isolation and functional characterization of novel 1018
biosurfactant produced by Enterococcus faecium. SpringerPlus, 4(1), 1019
1. DOI: 10.1186/2193-1801-4-4 1020
1021
Singh, P., and Cameotra, S. S. (2004). Potential applications of 1022
microbial surfactants in biomedical sciences. TRENDS in 1023
Biotechnology, 22(3), 142-146. DOI: 10.1016/j.tibtech.2004.01.010 1024
1025
Sobel, J. D. (2005). Genital candidiasis. Medicine, 33(10), 62-65. 1026
DOI:10.1383/medc.2005.33.10.62 1027
1028
Sobel, J. D. (2007). Vulvovaginal candidosis. The Lancet, 369(9577), 1029
1961-1971. DOI:10.1016/S0140-6736(07)60917-9 1030
1031
Stipcevic, T., Piljac, A., and Piljac, G. (2006). Enhanced healing of 1032
full-thickness burn wounds using di-rhamnolipid. Burns, 32(1), 24-34. 1033
DOI: 10.1016/j.burns.2005.07.004. 1034
1035
Tahmourespour, A., Salehi, R., & Kermanshahi, R. K. (2011). 1036
Lactobacillus acidophilus-derived biosurfactant effect on gtfB and 1037
gtfC expression level in Streptococcus mutans biofilm cells. Brazilian 1038
Journal of Microbiology, 42(1), 330-339. 1039
1040
65
Thavasi, R., Jayalakshmi, S., & Banat, I. M. (2011). Application of 1041
biosurfactant produced from peanut oil cake by Lactobacillus 1042
delbrueckii in biodegradation of crude oil. Bioresource technology, 1043
102(3), 3366-3372. DOI: 10.1016/j.biortech.2010.11.071 1044
1045
Van Hoogmoed, C. G., Dijkstra, R. J. B., Van der Mei, H. C., & 1046
Busscher, H. J. (2006). Influence of biosurfactant on interactive 1047
forces between mutans streptococci and enamel measured by 1048
atomic force microscopy. Journal of dental research, 85(1), 54-58. 1049
DOI: 10.1177/154405910608500109 1050
1051
Velraeds, M. M., Van de Belt-Gritter, B., Van der Mei, H. C., Reid, G., 1052
& Busscher, H. J. (1998). Interference in initial adhesion of 1053
uropathogenic bacteria and yeasts to silicone rubber by a 1054
Lactobacillus acidophilus biosurfactant. Journal of medical 1055
microbiology, 47(12), 1081-1085. DOI: 10.1099/00222615-47-12-1081 1056
1057
Velraeds, M. M., Van der Mei, H. C., Reid, G., & Busscher, H. J. 1058
(1996). Inhibition of initial adhesion of uropathogenic Enterococcus 1059
faecalis by biosurfactants from Lactobacillus isolates. Applied and 1060
environmental microbiology, 62(6), 1958-1963. 1061
1062
Vilela, S. F., Barbosa, J. O., Rossoni, R. D., Santos, J. D., Prata, M. 1063
C., Anbinder, A. L., Jorge, A. O. C. and Junqueira, J. C. (2015). 1064
66
Lactobacillus acidophilus ATCC 4356 inhibits biofilm formation by C. 1065
albicans and attenuates the experimental candidiasis in Galleria 1066
mellonella. Virulence, 6(1), 29-39. DOI: 1067
10.4161/21505594.2014.981486 1068
1069
Wang, F. J., Zhang, D., Liu, Z. H., Wu, W. X., Bai, H. H., and Dong, 1070
H. Y. (2016). Species Distribution and In Vitro Antifungal 1071
Susceptibility of Vulvovaginal Candida Isolates in China. Chinese 1072
medical journal, 129(10), 1161. DOI: 10.4103/0366-6999.181964 1073
1074
Zhou, X., Brown, C. J., Abdo, Z., Davis, C. C., Hansmann, M. A., 1075
Joyce, P., Foster, J.A. & Forney, L. J. (2007). Differences in the 1076
composition of vaginal microbial communities found in healthy 1077
Caucasian and black women. The ISME journal, 1(2), 121-133. 1078
DOI:10.1038/ismej.2007.12 1079
1080
Zhou, X., Westman, R., Hickey, R., Hansmann, M. A., Kennedy, C., 1081
Osborn, T. W., and Forney, L. J. (2009). Vaginal microbiota of 1082
women with frequent vulvovaginal candidiasis. Infection and 1083
immunity, 77(9), 4130-4135. DOI: 10.1128/IAI.00436-09 1084
1085
1086
1087
1088
67
Tabela 1| Iniciadores utilizados na PCR multiplex para identificação 1089
das espécies de Candida, com suas respectivas sequências e 1090
tamanhos de amplicon. 1091
1092
Iniciadores Sequência Amplicon Referências
Gênero Candida
F: 5’-TCC GTA GGT GAA CCT GCG G-3’ R: 5’-TCC TCC GCT TAT TGA TAT GC-3’
Variável (500 – 874 pb)
Luo e Mitchell, 2002
CALB ½
F: 5’-TTTATCAACTTGTCACACCAGA-3’ R: 5’-ATCCCGCCTTACCACTACCG-3’
274 pb Luo e Mitchell, 2002
CGL ½
F: 5’-TTATCACACGACTCGACACT-3’ R: 5’-CCCACATACTGATATGGCCTACAA-3’
430 pb Luo e Mitchell, 2002
CPAR 3/2
F: 5’-GCCAGAGATTAAACTCAACCAA-3’ R: 5’-CCTATCCATTAGTTTATACTCCGC-3’
297 pb Luo e Mitchell, 2002
CTR ½
F: 5’-CAATCCTACCGCCAGAGGTTAT-3’ R: 5’-TGGCCACTAGCAAAATAAGCGT-3’
355 pb Luo e Mitchell, 2002
CKR 2/3
F: 5’-ACTACACTGCGTGAGCGGAA-3’ R: 5’-AAAAAGTCTAGTTCGCTCGG-3’
360 pb Bougnoux, 1999
1093
1094
1095
1096
1097
1098
1099
68
Tabela 2| Identificação dos micro-organismos isolados da microbiota vaginal de pacientes assintomáticas e 1100
sugestivas para CVV, atendidas em hospital da rede pública na cidade de São Luís – MA. 1101
AMOSTRA SITUAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO
SITUAÇÃO CHROMagar
MULTIPLEX PCR
VITEK MALDI-TOF MS
SEQUENCIAMENTO (% identidade)
CVV C.C. CVV C. parap/glab C. glabrata C. glabrata
F.J.F. CVV C. parap/glab C. glabrata C. albicans
M.R.S.M. CVV C. albicans C. albicans C. albicans L. gasseri L. gasseri (100%)
C.M.L.S. CVV C. glabrata C. glabrata C. glabrata
E.O.S. CVV C. albicans C. albicans C. albicans
F.C.S.O. CVV C. glabrata C. glabrata C. glabrata
V.L.A.G. CVV C. albicans C. albicans C. albicans
C.A.S. CVV C. albicans C. albicans C. albicans
S.S. CVV L. gasseri NI
M.A.M. CVV L. gasseri NI
C.F.D.S. CVV C. glabrata C. glabrata C. glabrata L. vaginalis e
L. gasseri L. vaginalis (99%) e NI
J.P.A. CVV C. albicans C. albicans C. glabrata L. vaginalis L. vaginalis (100%)
M.R.S. CVV L. crispatus L. crispatus (100%)
A.G.V. CVV L. crispatus L. paracasei/L. casei
(99%)
ASSÍNTOMÁTICAS M.L.B.P. SAUDÁVEL L. crispatus NI
M.J.N.O.P. SAUDÁVEL C. parap/glab C. glabrata C. glabrata L. gasseri L. paracasei/L. casei
(100%)
E.J.L.M. SAUDÁVEL L. vaginalis L. vaginalis (99%)
V.L.F.A.c SAUDÁVEL C. albicans C. albicans C. albicans L. rhamnosus L. rhamnosus (100%)
M.P.D.O. SAUDÁVEL L. paracasei L. paracasei/L. casei
(100%)
N.M.M. SAUDÁVEL C. albicans C. albicans C. albicans
M.M.F.A. SAUDÁVEL L. gasseri L. gasseri (100%)
G.J.F.D. SAUDÁVEL C. glabrata C. krusei C. krusei
R.C.L. SAUDÁVEL C. glabrata C. parapsilosis C. parapsilosis
N.S.C. SAUDÁVEL L. gasseri NI
L.M.S. SAUDÁVEL C. albicans C. albicans C. albicans
Legenda: CVV – Sugestivo para candidíase vulvovaginal; NI – não identificado 1102
69
Tabela 3| Ensaio de antagonismo entre Lactobacillus spp e C. albicans, com valores referentes aos diâmetros dos 1103
halos de inibição seguido do desvio-padrão. 1104
Lactobacillus Amostras de Candida albicans
CV2a CV 25
c CV8
bc CV14
bc CV12
bc CV9
c CV13
abc CV21
ab
L. acidophilus ATCC 4356abc
21,5 ± 2,12 19,5 ± 0,70 16 ± 0 15,5 ± 6,36 21,5 ± 2,12 13 ± 1,41 17 ± 2,82 15,5 ± 0,70
L. debrueckii ATCC 9645d - 11,5 ± 0,70 - 13 ± 1,41 - - - -
L. fermentum ATCC 23271cd
17 ± 1,41 14,5 ± 3,53 16 ± 1,41 12 ± 1,41 - 13 ± 0 15 ± 4,24 12,5 ± 0,70
L. rhamnosus ATCC 9595a 22,5 ± 0,70 19,5 ± 0,70 20 ± 0 19,5 ± 0,70 21 ± 4,24 18,5 ± 0,70 20 ± 0 25 ± 7,07
L. paracasei ATCC 335abc
28,5 ± 2,12 16 ± 1,41 17,5 ± 0,70 17,5 ± 3,53 - 15 ± 5,65 17,5 ± 0,70 15,5 ± 0,70
L. vaginalis LV21bcd
18,5 ± 2,12 14,5 ± 2,12 - 15,5 ± 2,12 12,5 ± 0,70 13,5 ± 3,53 15,5 ± 0,70 15,5 ± 0,70
L. paracasei LV11ab
26 ± 1,41 16 ± 1,41 19,5 ± 0,70 21,5 ± 4,94 13,5 ± 3,53 18,5 ± 2,12 17 ± 8,48 19,5 ± 2,12
L. crispatus LV1d 15,5 ± 0,70 - - 14 ± 1,41 10,5 ± 0,70 - - -
L. crispatus LV23d - 11 ± 0 13 ± 1,41 - - 11,5 ± 0,70 - -
L. paracasei LV24bcd
9,5 ± 0,70 11 ± 0 13 ± 1,41 13,5 ± 0,70 15 ± 0 11 ± 1,41 - -
L. gasseri LV16abc
- 11,5 ± 0,70 15,5 ± 0,70 13,5 ± 0,70 - - 20,5 ± 2,12 16 ± 0
L. vaginalis CV7cd
- 16,5 ± 4,94 16 ± 1,41 20 ± 0 19,5 ± 2,12 16 ± 0 22,5 ± 3,53 17 ± 1,41
L. paracasei LV4d - 13,5 ± 0,70 12,5 ± 0,70 14 ± 1,41 - 16 ± 1,41 14 ± 1,41 -
L. gasseri LV22d - - - - - - 12,5 ± 0,70 -
L. vaginalis LV191d 10 ± 0 - 12 ± 1,41 - - 12,5 ± 0,70 11 ± 0 -
L. gasseri LV192 - - - - - - - -
L. gasseri LV17d - - - - 13 ± 0 - - -
a,b,c,d Letras diferentes significa p < 0,05 1105
70
CV8
CV25
CV21
CV13
CV9
CV12
CV14
CV2
0
1
2
3
4
***
Amostras de Candida albicans
O.D
.5
50
nm
Figura 1| Quantificação da biomassa de biofilme das amostras de C.
albicans, após o período de 48h.
71
0.000
0.005
0.010
0.015
0.020L. gasseri LV17
L. paracasei LV11
L. crispatus LV1
L. acidophilus ATCC 4356
L. debrueckii ATCC 9645
L. rhamnosus ATCC 9595
L. fermentum ATCC 23271
12h 24h 36h 48h
Tempo
Peso
seco
(g
)
0
5
10
15L. gasseri LV17
L. paracasei LV11
L. crispatus LV1
L. acidophilus ATCC 4356
L. debrueckii ATCC 9645
L. rhamnosus ATCC 9595
L. fermentum ATCC 23271
12h 24h 36h 48h
Tempo
OD
64
0n
m
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8L. gasseri LV17
L. paracasei LV11
L. crispatus LV1
L. acidophilus ATCC 4356
L. debrueckii ATCC 9645
L. rhamnosus ATCC 9595
L. fermentum ATCC 23271
12h 24h 36h 48h
Tempo
Diâ
metr
o d
a g
ota
(m
m)
(A)
(B)
(C)
Figura 2| Avaliação do crescimento dos Lactobacillus produtores de
biossurfactante por meio de mensuração do peso seco (A), OD de
inóculo diluído 15 vezes (B) e produção de biossurfactante por meio
do teste do diâmetro da gota (C), durante o período de 48h em
intervalos de 12h.
72
L. gas
seri L
V17
L. par
acas
ei L
V11
L. crisp
atus
LV1
L. aci
dophilus
ATC
C 4
356
L. deb
ruec
kii A
TCC 9
645
L. rham
nosus
ATC
C 9
595
L. fer
men
tum
ATC
C 2
3271
0
10
20
30
40
50
60
70 12h
24h
36h
48h
Biossurfactantes
E24 (
%)
L. gas
seri L
V17
L. par
acas
ei L
V11
L. crisp
atus
LV1
L. aci
dophilus
ATC
C 4
356
L. deb
ruec
kii A
TCC 9
645
L. rham
nosus
ATC
C 9
595
L. fer
men
tum
ATC
C 2
3271
0
10
20
30
40
50
60
70 12h
24h
36h
48h
Biossurfactantes
E24 (
%)
(B)
(A)
Figura 3| Avaliação da produção de biossurfactante por meio da
atividade emulsificante, mensuradas em após 24h, em dois
solventes: hexano (A) e tolueno (B).
73
CV25
CV21
CV8
0
1
2
3L. acidophilus ATCC 4356
L. rhamnosus ATCC 9595
L. fermentum ATCC 23271
L. debrueckii ATCC 9645
L. gasseri LV17
L. crispatus LV1
L. paracasei LV11
S/BS
*
**
Linhagens de Candida albicans
O.D
.5
50
nm
*
Figura 4| Ensaio de interferência do biossurfactante na adesão de
Candida albicans.
74
CV25
CV21
CV8
0
1
2
3
4L. acidophilus ATCC 4356
L. rhamnosus ATCC 9595
L. fermentum ATCC 23271
L. debrueckii ATCC 9645
L. gasseri LV17
L. crispatus LV1
L. paracasei LV11
S/BS
* *
Linhagens de Candida albicans
O.D
.5
50
nm
CV25
CV21
CV8
0
2
4
6L. acidophilus ATCC 4356
L. rhamnosus ATCC 9595
L. fermentum ATCC 23271
L. debrueckii ATCC 9645
L. gasseri LV17
L. crispatus LV1
L. paracasei LV11
S/BS
*
*
*
Linhagens de Candida albicans
O.D
.5
50
nm
(A)
(B)
Figura 5| Ensaio de interferência do biossurfactante no processo de
formação de biofilme, realizado através do experimento de co-
incubação (A) e pré-incubação (B).
75
C-
C+
1/2
1/4
1/8
1/16
1/32
0
50
100
150
200L. acidophilus ATCC 4356
L. debrueckii ATCC 9645
L. rhamnosus ATCC 9595
L. fermentum ATCC 23271
* *
*
Fatores de diluição
Via
bil
idad
e c
elu
lar
(%)
C-
C+
1/2
1/4
1/8
1/16
1/32
0
50
100
150
200L. gasseri LV17
L. crispatus LV1
L. paracasei LV11
*
Fatores de diluição
Via
bil
idad
e c
elu
lar
(%)
(A)
(B)
Figura 6| Ensaio utilizando Alamar Blue para verificar a
citotoxicidade dos biossurfactantes produzidos por linhagens de
referência (A) e isolados da cavidade vaginal (B).
Anexos
Regras para publicação na revista: Frontiers in Microbiology
Title
The title is written in title case, centered, and in 16 point bold Times
New Roman font at the top of page.
The title should be concise, omitting terms that are implicit and,
where possible, be a statement of the main result or conclusion
presented in the manuscript. Abbreviations should be avoided within
the title.
Witty or creative titles are welcome, but only if relevant and within
measure. Consider if a title meant to be thought-provoking might be
misinterpreted as offensive or alarming. In extreme cases, the
editorial office may veto a title and propose an alternative.
Authors should try to avoid, if possible:
Titles that are a mere question without giving the answer.
Unambitious titles, for example starting with "Towards", "A
description of", "A characterization of", "Preliminary study on".
Vague titles, for example starting with "Role of...", "Link between...",
"Effect of..." that do not specify the role, link, or effect.
Include terms that are out of place, for example the taxonomic
affiliation apart from species name.
Authors and Affiliations
All names are listed together and separated by commas. Provide
exact and correct author names as these will be indexed in official
archives. Affiliations should be keyed to the author's name with
superscript numbers and be listed as follows: Laboratory, Institute,
Department, Organization, City, State abbreviation (USA, Canada,
Australia), and Country (without detailed address information such as
city zip codes or street names).
Example: Max Maximus, Department of Excellence, International
University of Science, New York, NY, USA.
The Corresponding Author(s) should be marked with an asterisk.
Provide the exact contact email address of the corresponding
author(s) in a separate section.
Correspondence:
Max Maximus
If any authors wish to include a change of address, list the present
address(es) below the correspondence details using a unique
superscript symbol keyed to the author(s) in the author list.
Headings and Sub-headings
Except for special names (e.g. GABAergic), capitalize only the first
letter of headings and subheadings. Headings and subheadings
need to be defined in Times New Roman, 12, bold. You may insert
up to 5 heading levels into your manuscript (not more than for
example: 3.2.2.1.2 Heading title).
Abstract
As a primary goal, the abstract should render the general
significance and conceptual advance of the work clearly accessible
to a broad readership. In the abstract, minimize the use of
abbreviations and do not cite references. The text of the abstract
section should be in 12 point normal Times New Roman. See
Summary Table for abstract requirement and length according to
article type.
For Clinical Trial article types, please include the Unique Identifier
and the URL of the publicly accessible website on which the trial is
registered.
Keywords
All article types: you may provide up to 8 keywords; at least 5 are
mandatory.
Text
The body text is in 12 point normal Times New Roman. New
paragraphs will be separated with a single empty line. The entire
document should be single-spaced and should contain page and line
numbers in order to facilitate the review process. Your manuscript
should be written using either LaTeX or MS-Word.
Nomenclature
The use of abbreviations should be kept to a minimum. Non-standard
abbreviations should be avoided unless they appear at least four
times, and defined upon first use in the main text. Consider also
giving a list of non-standard abbreviations at the end, immediately
before the Acknowledgments.
Equations should be inserted in editable format from the equation
editor.
Gene symbols should be italicized; protein products are not italicized.
Chemical compounds and biomolecules should be referred to using
systematic nomenclature, preferably using the recommendations by
IUPAC.
We encourage the use of Standard International Units in all
manuscripts.
Life Science Identifiers (LSIDs) for ZOOBANK registered names or
nomenclatural acts should be listed in the manuscript before the
keywords. An LSID is represented as a uniform resource name
(URN) with the following format:
urn:lsid:::[:]
For more information on LSIDs please see Inclusion of Zoological
Nomenclature section
Sections
Your manuscript is organized by headings and subheadings. For
Original Research Articles, Clinical Trial Articles, and Technology
Reports the section headings should be those appropriate for your
field and the research itself.
For Original Research Articles, it is recommended to organize your
manuscript in the following sections or their equivalents for your field:
Introduction
Succinct, with no subheadings.
Material and Methods
This section may be divided by subheadings. This section should
contain sufficient detail so that when read in conjunction with cited
references, all procedures can be repeated. For experiments
reporting results on animal or human subject research, an ethics
approval statement should be included in this section (for further
information, see here)
Results
This section may be divided by subheadings. Footnotes should not
be used and have to be transferred into the main text.
Discussion
This section may be divided by subheadings. Discussions should
cover the key findings of the study: discuss any prior art related to
the subject so to place the novelty of the discovery in the appropriate
context; discuss the potential short-comings and limitations on their
interpretations; discuss their integration into the current
understanding of the problem and how this advances the current
views; speculate on the future direction of the research and freely
postulate theories that could be tested in the future.
For further information, please see Additional Requirements for
specific article types including Focused Reviews, General
Commentaries, Case Reports and Data Reports amongst others or
you can check the descriptions defined in the journal’s "Article
Types", which can be seen from the "For Authors" menu on any
Frontiers journal page.
Conflict of Interest Statement
Frontiers follows the recommendations by the International
Committee of Medical Journal Editors
(http://www.icmje.org/recommendations/browse/roles-and-
responsibilities/author-responsibilities--conflicts-of-interest.html)
which require that all financial, commercial or other relationships that
might be perceived by the academic community as representing a
potential conflict of interest must be disclosed. If no such relationship
exists, authors will be asked to declare that the research was
conducted in the absence of any commercial or financial
relationships that could be construed as a potential conflict of
interest. When disclosing the potential conflict of interest, the authors
need to address the following points:
Did you or your institution at any time receive payment or services
from a third party for any aspect of the submitted work?
Please declare financial relationships with entities that could be
perceived to influence, or that give the appearance of potentially
influencing, what you wrote in the submitted work.
Please declare patents and copyrights, whether pending, issued,
licensed and/or receiving royalties relevant to the work.
Please state other relationships or activities that readers could
perceive to have influenced, or that give the appearance of
potentially influencing, what you wrote in the submitted work.
References
All citations in the text, figures or tables must be in the reference list
and vice-versa. The references should only include articles that are
published or accepted. Data sets that have been deposited to an
online repository should be included in the reference list, include the
version and unique identifier when available. For accepted but
unpublished works use "in press" instead of page numbers.
Unpublished data, submitted manuscripts, or personal
communications should be cited within the text only, for the article
types that allow such inclusions. Personal communications should be
documented by a letter of permission. Website urls should be
included as footnotes. Any inclusion of verbatim text must be
contained in quotation marks and clearly reference the original
source.
The following formatting styles are meant as a guide, as long as the
full citation is complete and clear, Frontiers referencing style will be
applied during typesetting.
SCIENCE, ENGINEERING, and HUMANITIES: For articles
submitted in the domains of SCIENCE, ENGINEERING and
HUMANITIES please apply Author-Year system for in-text citations.
Reference list: provide the names of the first six authors followed by
et al and doi when available.
In-text citations should be called according to the surname of the first
author, followed by the year. For works by 2 authors include both
surnames, followed by the year. For works by more than 2 authors
include only the surname of the first author, followed by et al.,
followed by the year. For Humanities and Social Sciences articles
please include page numbers in the in-text citations.
Article in a print journal:
Sondheimer, N., and Lindquist, S. (2000). Rnq1: an epigenetic
modifier of protein function in yeast. Mol. Cell. 5, 163-172.
Article in an online journal:
Tahimic, C.G.T., Wang, Y., Bikle, D.D. (2013). Anabolic effects of
IGF-1 signaling on the skeleton. Front. Endocrinol. 4:6. doi:
10.3389/fendo.2013.00006
Article or chapter in a book:
Sorenson, P. W., and Caprio, J. C. (1998). "Chemoreception," in The
Physiology of Fishes, ed. D. H. Evans (Boca Raton, FL: CRC Press),
375-405.
Book:
Cowan, W. M., Jessell, T. M., and Zipursky, S. L. (1997). Molecular
and Cellular Approaches to Neural Development. New York: Oxford
University Press.
Abstract:
Hendricks, J., Applebaum, R., and Kunkel, S. (2010). A world apart?
Bridging the gap between theory and applied social gerontology.
Gerontologist 50, 284-293. Abstract retrieved from Abstracts in
Social Gerontology database. (Accession No. 50360869)
Patent:
Marshall, S. P. (2000). Method and apparatus for eye tracking and
monitoring pupil dilation to evaluate cognitive activity. U.S. Patent No
6,090,051. Washington, DC: U.S. Patent and Trademark Office.
Data:
Perdiguero P, Venturas M, Cervera MT, Gil L, Collada C. Data from:
Massive sequencing of Ulms minor's transcriptome provides new
molecular tools for a genus under the constant threat of Dutch elm
disease. Dryad Digital Repository. (2015)
http://dx.doi.org/10.5061/dryad.ps837
Theses and Dissertations:
Smith, J. (2008) Post-structuralist discourse relative to
phenomological pursuits in the deconstructivist arena.
[dissertation/master’s thesis]. [Chicago (IL)]: University of Chicago
For examples of citing other documents and general questions
regarding reference style, please refer to the Chicago Manual of
Style.
Frontiers Science Endnote Style
Frontiers Science, Engineering and Humanities Bibstyle
HEALTH, PHYSICS AND MATHEMATICS: For articles submitted in
the domain of HEALTH or the journal Frontiers in Physics and
Frontiers in Applied Mathematics and Statistics please apply the
Vancouver system for in-text citations.
Reference list: provide the names of the first six authors followed by
et al and doi when available.
In-text citations should be numbered consecutively in order of
appearance in the text – identified by Arabic numerals in the
parenthesis for Health articles, and in square brackets for Physics
and Mathematics articles.
Article in a print journal:
Sondheimer N, Lindquist S. Rnq1: an epigenetic modifier of protein
function in yeast. Mol Cell (2000) 5:163-72.
Article in an online journal:
Tahimic CGT, Wang Y, Bikle DD. Anabolic effects of IGF-1 signaling
on the skeleton. Front Endocrinol (2013) 4:6. doi:
10.3389/fendo.2013.00006
Article or chapter in a book:
Sorenson PW, Caprio JC. "Chemoreception,". In: Evans DH, editor.
The Physiology of Fishes. Boca Raton, FL: CRC Press (1998). p.
375-405.
Book:
Cowan WM, Jessell TM, Zipursky SL. Molecular and Cellular
Approaches to Neural Development. New York: Oxford University
Press (1997). 345 p.
Abstract:
Christensen S, Oppacher F. An analysis of Koza's computational
effort statistic for genetic programming. In: Foster JA, editor. Genetic
Programming. EuroGP 2002: Proceedings of the 5th European
Conference on Genetic Programming; 2002 Apr 3–5; Kinsdale,
Ireland. Berlin: Springer (2002). p. 182–91.
Patent:
Pagedas AC, inventor; Ancel Surgical R&D Inc., assignee. Flexible
Endoscopic Grasping and Cutting Device and Positioning Tool
Assembly. United States patent US 20020103498 (2002).
Data:
Perdiguero P, Venturas M, Cervera MT, Gil L, Collada C. Data from:
Massive sequencing of Ulms minor's transcriptome provides new
molecular tools for a genus under the constant threat of Dutch elm
disease. Dryad Digital Repository. (2015)
http://dx.doi.org/10.5061/dryad.ps837
Theses and Dissertations:
Smith, J. (2008) Post-structuralist discourse relative to
phenomological pursuits in the deconstructivist arena.
[dissertation/master’s thesis]. [Chicago (IL)]: University of Chicago
For examples of citing other documents and general questions
regarding reference style, please refer to Citing Medicine.
Frontiers Health Endnote Style
Frontiers Health and Physics Bibstyle
Supplementary Material
Frontiers journals do not support pushing important results and
information into supplementary sections. However, data that are not
of primary importance to the text, or which cannot be included in the
article because it is too large or the current format does not permit it
(such as movies, raw data traces, power point presentations, etc.)
can be uploaded during the submission procedure and will be
displayed along with the published article.
The Supplementary Material can be uploaded as Data Sheet (word,
excel, csv, cdx, fasta, pdf or zip files), Presentation (power point, pdf
or zip files), Supplementary Image (cdx, eps, jpeg, pdf, png or tif),
Supplementary Table (word, excel, csv or pdf), Audio (mp3, wav or
wma) or Video (avi, divx, flv, mov, mp4, mpeg, mpg or wmv).
Supplementary material is not typeset so please ensure that all
information is clearly presented, the appropriate caption is included in
the file and not in the manuscript, and that the style conforms to the
rest of the article. For Supplementary Material templates (LaTex and
Word) see Supplementary Material for Frontiers.
Studies involving human subjects
Frontiers endorses the Helsinki declaration and the guidelines of the
International Committee of Medical Journal Editors. Studies involving
human participants must be performed in accordance with relevant
institutional and national guidelines, with the appropriate institutional
ethics committee's approval and informed written consent from all
human subjects involved in the study. For manuscripts reporting
studies involving human subjects, authors must clearly state the
relevant ethics committee approving the study and confirm that study
subjects have granted their written informed consent. Manuscripts
reporting clinical trial data need to include the name of the public
registry under which the clinical trial has been registered, and the
number of the trial. For most article types, the information should
appear in the Materials and Methods section.
For example: This study was carried out in accordance with the
recommendations of 'name of guidelines, name of committee' with
written informed consent from all subjects. All subjects gave written
informed consent in accordance with the Declaration of Helsinki.
Should the study be exempt from this requirement, authors need to
clearly state the reasons in the cover letter and manuscript. For
incompetent patients (e.g. young children, unconscious patients)
some form of consent, such as from family members, is needed.
4. Figure and Table Guidelines
General Style Guidelines for Figures
The maximum number of figures and tables for all article types are
shown in the Summary Table. Frontiers requires figures to be
submitted individually, in the same order as they are referred to in the
manuscript, the figures will then be automatically embedded at the
end of the submitted manuscript. Kindly ensure that each table and
figure is mentioned in the text and in numerical order.
For graphs, there must be a self-explanatory label (including units)
along each axis. For figures with more than one panel, panels should
be clearly indicated using labels (A), (B), (C), (D), etc. However, do
not embed the part labels over any part of the image, these labels
will be added during typesetting according to Frontiers journal style.
Please note that figures which are not according to the guidelines will
cause substantial delay during the production process.
Permission must be obtained for use of copyrighted material from
other sources (including re-published/adapted/modified/partial figures
and images from the internet). It is the responsibility of the authors to
acquire the licenses, to follow any citation instructions requested by
third-party rights holders, and cover any supplementary charges.
Frontiers takes concerns regarding image manipulation seriously. We
request that no individual features within an image are modified (eg.
enhanced, obscured, moved, removed or added). Where images are
grouped together, for example, parts of gels are lined up, this must
be clearly explained in the figure or in the figure text. Any change in
brightness, contrast or color balance must be applied to every pixel in
the image and the changes should not alter the information illustrated
in the figure. Any concerns raised will be investigated and the
authors will be asked to provide the original images.
General Style Guidelines for Tables
Tables should be inserted at the end of the manuscript. If you use a
word processor, build your table in word. If you use a LaTeX
processor, build your table in LaTeX. An empty line should be left
before and after the table.
Please note that large tables covering several pages cannot be
included in the final PDF for formatting reasons. These tables will be
published as supplementary material on the online article abstract
page at the time of acceptance. The author will notified during the
typesetting of the final article if this is the case. A link in the final PDF
will direct to the online material.
Figure and Table Legends
Figure and table legends are required to have the same font as the
main text (12 point normal Times New Roman, single spaced).
Legends should be preceded by the appropriate label, for example
"Figure 1" or "Table 4". Figure legends should be placed at the end
of the manuscript (for supplementary images you must include the
caption with the figure, uploaded as a separate file). Table legends
must be placed immediately before the table. Please use only a
single paragraph for the legend. Figure panels are referred to by bold
capital letters in brackets: (A), (B), (C), (D), etc.
Image Size
Figure images should be prepared with the PDF layout in mind,
individual figures should not be longer than one page and with a
width that corresponds to 1 column or 2 columns.
All articles are prepared using the 2 column layout: 2 column articles
can contain images 85 mm or 180 mm wide.
Format
The following formats are accepted:
TIFF (.tif) TIFF files should be saved using LZW compression or any
other non-lossy compression method.
JPEG (.jpg)
EPS (.eps) EPS files can be uploaded upon acceptance
Color Image Mode
Images must be submitted in the color mode RGB.
Resolution Requirements
All images must be uploaded separately in the submission procedure
and have a resolution of 300 dpi at final size. Check the resolution of
your figure by enlarging it to 150%. If the resolution is too low, the
image will appear blurry, jagged or have a stair-stepped effect.
Please note saving a figure directly as an image file (JPEG, TIF) can
greatly affect the resolution of your image. To avoid this, one option
is to export the file as PDF, then convert into TIFF or EPS using a
graphics software. EPS files can be uploaded upon acceptance.