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Mobilidade Urbana - Uma Analise dos Modais e a Relação Com o Centro de Ipatinga.
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS
ARQUITETURA E URBANISMO
STÉFANY MORAIS MARTINS
MOBILIDADE URBANA
UMA ANALISE DOS MODAIS E A RELAÇÃO COM O CENTRO DE
IPATINGA
CORONEL FABRICIANO
2015
STÉFANY MORAIS MARTINS
MOBILIDADE URBANA
UMA ANALISE DOS MODAIS E A RELAÇÃO COM O CENTRO DE
IPATINGA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro
Universitário do Leste de Minas Gerais como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharelado.
Orientador: Alberto Guerra
CORONEL FABRICIANO
2015
AGRADECIMENTOS
A fé em Deus me fez acreditar que era capaz
de concluir mais um sonho, e é com imensa
alegria que agradeço a Ele primeiramente.
Agradeço também meus pais, pelo sacrifício,
amor, dedicação, paciência e por me ensinar a
enfrentar cada obstáculo com dignidade e
coragem. A minha irmã, por ser exemplo de
determinação e sucesso. E ao meu irmão por
estar presente em minha vida.
Agradeço a todos os professores que fizeram
parte da minha formação, e contribuíram para
meu crescimento e formação profissional e em
especial ao meu orientador pelo suporte no
pouco tempo que lhe coube, pelas suas
correções е incentivos.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram
parte da minha formação, о meu muito
obrigado.
RESUMO
O conceito de mobilidade urbana ainda é muito recente no país, pois o
mesmo foi adotado primeiramente na Europa, América do Norte e Austrália
(Richardson, 2005) e no Brasil esta concepção está sendo incorporada
gradativamente nas discussões dos Planos Diretores de Transportes e Mobilidade
(Silva et al., 2007), com isto os problemas a ele relacionados ainda não estão muito
claros para uma quantidade significativa da população. Tais problemas afetam
diretamente a qualidade de vida das pessoas, com efeitos negativos na condição do
transporte e, também, o desempenho financeiro das atividades urbanas. Mais do
que isso, sistemas de mobilidade ineficientes pioram as desigualdades sócio-
espaciais e comprime as frágeis condições de equilíbrio ambiental no espaço
urbano, o que demanda a adoção de políticas públicas niveladas com o objetivo de
se estabelecer uma mobilidade urbana eficiente do ponto de vista igualitário,
econômico e ambiental. Diante dessa importância do tema, procurou-se desenvolver
um estudo abordando as principais transformações da mobilidade urbana ocorrida
na cidade de Ipatinga, destacando-se leis, técnicas e obras análogas de
requalificações feitas no ambiente urbano; uma analise sobre os modais urbanos, as
calçadas, as ciclovias e as ruas; e por fim, procurou-se discutir como se faz
necessário a redução dos efeitos negativos do trânsito e ao mesmo tempo
proporcionar a busca por um ambiente seguro, tranqüilo e agradável a população.
Palavras Chave: Mobilidade Urbana, veículos, transporte coletivo, infraestrutura,
cidades.
LISTA DE IMAGENS
Figura 1 - Plan Voisin.................................................................................................15
Figura 2 - Via de Mercúrio, Pompéia, Itália................................................................17
Figura 3 – Exemplo de ciclovia...................................................................................19
Figura 4 – Exemplo de ciclofaixa................................................................................19
Figura 5 - Exemplo de espaço compartilhado............................................................19
Figura 6 – Exemplo de rua.........................................................................................21
Figura 7- Mapa RMVA................................................................................................22
Figura 8- Inicio de Ipatinga ........................................................................................24
Figura 9 – Placa para construção da Usiminas..........................................................24
Figura 10 - Exemplo de via Arterial conforme diretrizes de Ipatinga..........................28
Figura 11 - Desenho de Vias Coletoras conforme diretrizes de Ipatinga...................28
Figura 12 - Desenho de Via Local..............................................................................28
Figura 13 – Desenho de Via Rural.............................................................................28
Figura 14 - Fotos da rua Oscar Freire (antes e depois).............................................32
Figura 15 - Proposta de intervenção na rede elétrica da Rua Oscar Freire ..............33
Figura 16 - Proposta de intervenção nas calçadas da Rua Oscar Freire..................34
Figura 17- Proposta de intervenção nas esquinas da Rua Oscar Freire...................34
Figura 18- Fotos da Rua Oscar Freire........................................................................35
Figura 19 – Aplicação de técnica – TrafficCalming....................................................37
Figura 20 – Exemplo de “woonerf”.............................................................................38
Figura 21 – Tabela com modelos de alterações feitas no perfil viário.......................41
Figura 22 – Lombada bairro Ferroviario – Ipatinga/MG.............................................42
Figura 23 - Passagem elevada bairro Bom Retiro – Ipatinga/MG .............................43
Figura 24 - Sonorizador bairro Horto – Ipatinga / MG................................................44
Figura 25 - Sonorizador bairro Horto – Ipatinga / MG................................................44
Figura 26 - Estreitamento das vias bairro Ideal – Ipatinga / MG................................44
Figura 27- Estreitamento das vias bairro Canaã – Ipatinga / MG .............................44
Figura 28- Rotatória entre bairro Ideal e bairro Iguaçu – Ipatinga /MG......................45
Figura 29 - Imagem da aplicação dos recursos arrecadados em SP.........................46
Figure 30 - Exemplo de construção que excede o potencial construtivo...................47
Figura 31- Priorização do Transporte Público ...........................................................47
Figura 32 - Ciclovia ...................................................................................................48
Figura 33 - Modais de Transporte..............................................................................48
Figura 34 - Eixos de Estruturação da Transformação Urbana .................................49
Figura 35 - Situação Urbana de SP ilustrada ...........................................................50
Figura 36 - Imagem mostrando os 10% da área dos empreendimentos...................51
Figura 37 – Mapas de Ipatinga e do bairro Centro.....................................................54
Figura 38 - Levantamentos: ciclovia e sistema viário ................................................55
Figura 39 – Principais comércios...............................................................................56
Figura 40 – Público.....................................................................................................56
Figura 41 - Mapa mostrando a Rua 28 de Abril, Centro - Ipatinga............................57
Figura 42 – Foto Ponto 1............................................................................................58
Figura 43 - Foto Ponto 2.............................................................................................58
Figura 44 – Foto Ponto 3............................................................................................58
Figura 45 - Foto Ponto 4.............................................................................................58
Figura 46 – Foto Ponto 5............................................................................................59
Figure 47 – Foto Ponto 6............................................................................................59
Figura 48- Foto Ponto 7..............................................................................................59
Figura 49 – Foto Ponto 8............................................................................................59
Figura 50 – Banner Semana Integrada......................................................................60
SUMÁRIO
1 Introdução .................................................................................................................8
1.1 Objetivo .................................................................................................................9
1.2 Justificativa ..........................................................................................................10
1.3 Metodologia .........................................................................................................11
2 Referencial Teórico sobre a Mobilidade Urbano ....................................................12
2.1História sobre a Mobilidade Urbana .....................................................................12
2.2 Calçadas, Ciclovias e Ruas .................................................................................16
3 Cidade.....................................................................................................................22
3.1 Localização e Aspectos Gerais da Cidade de Ipatinga .......................................22
3.2 Contextualização do surgimento da cidade..........................................................23
3.3 Lei de uso do solo e PDDI ...................................................................................27
3.4 Lei n° 12.587 ......................................................................................................29
4 Obras Análogas.......................................................................................................31
4.1 Requalificação da Rua Oscar Freire - São Paulo.................................................31
4.2 Traffic Calming ....................................................................................................36
4.3 Plano Diretor de São Paulo..................................................................................45
5 Proposta de Trabalho de Conclusão de Curso II....................................................52
6 Semana Integrada...................................................................................................60
7 Conclusão................................................................................................................61
8 Referências Bibliográficas ......................................................................................68
8
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, um dos principais desafios enfrentados pela maioria das cidades
no Brasil é a busca pela mobilidade urbana. O deslocamento dos habitantes no
espaço geográfico se depara com vários problemas como, por exemplo, o grande
volume de carros nas ruas devido ao privilégio da população em ter transportes
individuais, maior tempo de deslocamento, desperdício de combustível, problemas
ambientais, ocupação do espaço público e a crescente demanda de pedestres nos
aglomerados urbanos, devido ao crescimento desordenado das cidades.
Sabe-se que a sociedade vem aos poucos, se conscientizando sobre a
importância da participação de toda população em busca de soluções para tais
problemas. Neste caso, ter acesso à educação, moradia, lazer, trabalho, transporte
e caminhar tranquilamente no meio urbano são direitos essenciais de todos nós. Um
espaço adequado para circulação, como as calçadas, fazem parte da infraestrutura
básica de um local e sua importância é tão grande que afeta de forma quase que
direta todas as outras áreas de uma vida social. Ou seja, para que os pedestres
possam ter maior mobilidade, as vias da cidade devem estar perfeitamente definidas
e segregadas dos demais veículos, garantindo-lhes maior segurança e conforto em
seus deslocamentos, uma vez que existem indivíduos com características distintas.
Diante desta realidade, antes que o uso do automóvel acabe por tornar as
intervenções no meio urbano ainda mais complexas e onerosas, as cidades buscam
soluções para a mobilidade urbana, sendo elas, prioridade para o transporte coletivo
públicos, incentivo ao uso de transporte não motorizado e por fim, não menos
importante a melhoria na vias destinadas aos pedestres, já que são eles que
possuem maior participação na circulação viária.
Por isso, o tema proposto para o “Trabalho de Conclusão de Curso I (TCC I)”
partiu das observações no deslocamento das pessoas, do direito de ir e vir e a falta
de acessibilidade no cotidiano urbano da região do Vale do Aço, especificamente da
cidade de Ipatinga.
9
1.1 Objetivos
O Brasil foi um dos países que se urbanizou mais rápido em todo o mundo.
Em 50 anos o Brasil deixou de ser um país rural e se transformou em um país
urbano (Ribeiro, p.19). Porém devido à falta de políticas de urbanização, tal
urbanização trouxe consigo problemas como uso e ocupação do solo, trânsito e
transporte. A difusão dos núcleos residenciais e as zonas industriais e comerciais
tornaram a mobilidade urbana complexa e de difícil solução.
Tendo em vista este cenário, pode-se dizer que apesar do objetivo principal
do desenvolvimento social e econômico continuar sendo o de melhorar a qualidade
de vida das pessoas, torna-se crescente a preocupação com o direito de ir e vir
livremente, de forma rápida e eficiente dos habitantes nas áreas urbanas.
“A política de mobilidade urbana tem, deste modo, objeto mais amplo que
os serviços de transportes urbanos: trata-se, na verdade, da relação dos
deslocamentos de pessoas e bens com a própria cidade e de seu
planejamento para o desenvolvimento de suas funções sociais,
proporcionando o acesso universal dos cidadãos às oportunidades que a
vida na urbe oferece.” (Ipea, 2008)
O presente trabalho, por tanto, tem como objetivo, descrever sobre o tema
mobilidade urbana, calçadas, ciclovias e ruas, informando o papel que estes modais
desempenham na qualidade de vida das pessoas e no contexto urbano.
Objetivou-se investigar, entender e levantar dados sobre a cidade escolhida,
analisar e caracterizar algumas ruas, por meio de levantamento fotográfico,
mapeamento e analises de dados. Analisar trabalhos e pesquisas sobre mobilidade
urbana, fazer uma síntese da evolução das cidades com o intuito de promover uma
compreensão do processo de criação das vias, tudo isso com o intuito de
desenvolver um pensamento crítico com relação às possíveis falhas que
comprometem a eficiência da mobilidade urbana da cidade.
10
1.2 Justificativa
A expansão do carro trouxe vários benefícios ao desenvolvimento tecnológico
e econômico das cidades, introduzindo mudanças expressivas na linha de produção
e no mercado de trabalho (fordismo), cujas conseqüências - positivas e negativas -
são sentidas até hoje. Esses fatores fizeram que os investimentos no setor se
tornassem constantes, como forma de garantir sua crescente expansão.
No Brasil, em especial, foi dada a preferência ao transporte rodoviário a partir
da Constituição de 1934, com o direcionamento dos esforços para construção de
rodovias no país. Em 1956, tivemos a chegada da indústria automobilística,
acompanhada, desde então, por políticas públicas de apoio aos veículos
automotores, em especial ao carro e à motocicleta.
Essas políticas de incentivo, que persistem até hoje, no entanto, fizeram que,
o uso do automóvel (antigamente uma solução) se tornasse um problema sério nos
grandes centros urbanos, devido aos impactos sociais, ambientais e de saúde
provocados pelo uso excessivo de um modal no transporte de pessoas.
Atualmente, mais de 50% dos domicílios do Brasil já têm um automóvel ou
uma moto em suas garagens e nos últimos dez anos, conforme o DETRAN, o
número de automóveis na cidade de Ipatinga cresceu 113%, enquanto a população
teve expansão de apenas 14% no mesmo período. Possuir um carro, no entanto, é
apenas a ponta do problema da mobilidade nas grandes cidades, agravado pela
utilização cotidiana e exagerada do veículo. Prova disso é que, apesar de Nova York
ter uma das maiores taxas de motorização do mundo, é em São Paulo que as
pessoas gastam mais tempo no deslocamento casa-trabalho (Ipea, 2003).
O tempo não é a única coisa que as pessoas, e especialmente os brasileiros,
perdem nos congestionamentos. Perde-se também saúde, dinheiro e, em alguns
casos, até a vida. O Brasil possui taxas super elevadas de acidentes de trânsito,
chegando a ter 22,5 mortes a cada 100 mil pessoas (DETRAN).
Os números apresentados deixam claro que a solução para o transporte com
carros envelheceu e que seus efeitos negativos já são tantos que chegam a superar
seus benefícios, por isso voltamos a sonhar e a discutir uma solução de mobilidade
que nos ajude.
11
Sendo assim, as soluções são conhecidas e variadas, algumas mais simples
que outras, e envolvem a realização de um planejamento que englobe e considere
todos os atores da mobilidade, feito de forma participativa e capaz de transformar
efetivamente a forma como as pessoas se deslocam pela cidade.
1.3 Metodologia
A metodologia de pesquisa proposta para o presente trabalho foi à realização
de pesquisa bibliográfica sobre o tema em livros, legislações, artigos, manuais,
tendo a mobilidade urbana como foco principal e estudo.
O trabalho está estruturado em 6 capítulos. No capitulo 1, é feita uma breve
introdução, salientando os objetivos e justificativa do tema escolhido. No capitulo 2,
é apresentado o contexto histórico sobre a Mobilidade Urbana, calçadas, ruas e
ciclovias. O capitulo 3, é feita uma contextualização da cidade de Ipatinga /MG, do
bairro Centro e as legislações que regem o tema escolhido. A seguir, no capitulo 4, é
apresentada referências, obras análogas de reurbanização e técnicas para melhoria
dos modais no Brasil. O capitulo 5, contém o referencial teórico e definição da
proposta arquitetônica para realização do trabalho de conclusão de curso II (TCC II).
E por fim, o capitulo 6 trás as conclusões obtidas nesta pesquisa.
Por tanto de forma resumida, essa pesquisa, os dados coletados e os
direcionamentos apresentados, buscam estimular ao leitor e ao profissional a ver
como se faz necessário a redução dos efeitos negativos do trânsito e ao mesmo
tempo proporcionar a busca por um ambiente seguro, tranqüilo e agradável aos
habitantes e freqüentadores do Bairro Centro fazendo a integração dos modais
urbanos, que será apresentado em um projeto futuro (TCC II).
12
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO SOBRE A MOBILIDADE URBANA E AS
CALÇADAS
2.1. História sobre a Mobilidade Urbana
A mobilidade urbana, de forma resumida, segundo Silva (2013) nada mais é
que condições que uma cidade oferece e garante para que as pessoas circulem
livremente entre as diversas áreas. Esse tema tem se tornado um dos maiores
desafios não só no Brasil, mas em outros países, pois com o aumento do número de
veículos individuais e o crescente número populacional concentrados nas grandes
cidades e em áreas com maior índice de emprego e serviços, tem dificultado a
locomoção dos veículos e principalmente dos pedestres (SILVA, 2013).
Para que haja mobilidade é necessária que todos os modais de transporte
tenham suas funções e infraestruturas adequadas à necessidade dos fluxos.
Existem os seguintes meios de transporte: Aeroviário, Aquaviário, Ferroviário e
Rodoviário (SILVA, 2013).
O transporte Aeroviário é um dos mais recentes, pois sua criação foi após a
Segunda Guerra Mundial. Com o aumento da diversidade de transportes, mudanças
nas necessidades da população e crescimento da economia no país nos anos de
1920, surgiram na segunda metade da década o setor de transporte aéreo no Brasil,
que eram dominados por duas empresas estrangeiras Compagnie Générale
Aéropostale e a Condor Syndikat. Já no início da década de 1960 o setor começou a
sentir fortemente a crise, o que gerou um endividamento das companhias e um
aumento elevado nos valores dos serviços aéreos (BIELSCHAWSKY E CUSTÓDIO,
2011).
Após a crise e com o restabelecimento financeiro do setor, este se tornou
uma referencia em agilidade de transporte. O Transporte Aeroviário é responsável
por deslocamento de produtos com grande valor e urgência de entrega, sendo
utilizadas em diversas áreas, como na saúde, tecnologia, empresas de vários
segmentos e indústrias de modo geral, além de ser um meio comercial de transporte
de passageiros que gera uma receita elevada anualmente. Porém, atualmente a
situação que transporte aéreo brasileiro se encontra é de crise, pois o aumento da
demanda de passageiros e a má infraestrutura de seus aeroportos, não estavam
13
dando conta de oferecer serviços de forma adequada, às necessidades dos
passageiros e das empresas que utilizavam desse modal para transportar cargas
comerciais. (BIELSCHAWSKY E CUSTÓDIO, 2011).
Já o transporte aquaviário se movimenta através das águas, e é usado pelos
homens desde a antiguidade nos rios, lagos e pelos mares. O modal aquaviário é
um dos mais econômicos e que na história era muito utilizado para transporte de
pessoas e pesca. Ao longo dos séculos XV, XVI e XVII com o desenvolvimento
econômico na Europa, que promoveu uma revolução comercial, fora essa
modalidade também utilizada para transporte de grandes mercadorias e a longas
distâncias.
O transporte marítimo atualmente faz-se muito importante para o comércio
internacional. Em termos de recursos hídricos o Brasil é um dos países mais
privilegiados em algumas áreas em destaque como o Sul e Sudeste, em outras
regiões é preciso que haja estruturação intermodal de modo a conectar os
corredores de exportação com as demais malhas viária (NETO, 2010).
O transporte ferroviário no Brasil tem um contexto que se inicia através de D.
Pedro II, em 1854 na cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro, cuja primeira
locomotiva percorreu uma extensão de 14 km. A primeira estrada de ferro brasileira
recebeu inicialmente o nome de D. Pedro II e posteriormente Central do Brasil. Em
1980 o seu uso se intensificou ainda mais, porém, alguns trechos ferroviários
ficaram abandonados durante anos, por motivo de austeridade fiscal1. Em 2011 após
planos e estudos sobre a necessidade de resolver problemas de logística, foi
validada a Lei 12.379, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Viação (SNV),
trabalhando com o Programa de Aceleramento Ferroviário (PAC Ferroviária), este
tem por objetivo expandir e melhorar a malha já existente que tem aproximadamente
30.000 quilômetros de extensão. Esse modal é utilizado para transporte de
passageiros, mineiro, cargas de médio e grande porte, pois é um meio de transporte
seguro e eficiente (BATISTA, BARBOSA E GODOY, 2012).
Por último temos o modal de transporte rodoviário, que teve no Brasil suas
primeiras vias, ou seja, estradas, rodovias e ruas, as quais ainda não eram
asfaltadas, a partir do século XIX, porém essa modalidade cresceu e se tornou umas
das principais vias de escoamento de passageiros e cargas do país. No governo
1 Austeridade fiscal – Rigor Teórico dos gastos, requerida quando os déficits públicos são
considerados insustentáveis, fazendo necessário implementar corte de despesas.
14
Vargas por volta de 1937 foi criada o Departamento Nacional de estradas de
Rodagem (DNER), assim, os estados começaram a receber verbas destinadas
especificamente para a construção, conservação e melhoria das estradas, desse
modo, esse departamento contribuiu para o desenvolvimento rodoviário, pois em
cada estado foi criado um departamento de estradas e rodagem, que recebem
verbas do governo federal. Já na segunda metade dos anos de 1950 houve uma
enorme ampliação das indústrias automobilísticas, o que acelerou ainda mais o
processo de ampliação das rodovias (OLIVEIRA, 2011).
A partir do movimento Urbanismo do Modernismo, que o modal rodoviário
começou a ser pensado visando à integração dos pedestres, carros e ciclistas. Este
movimento começou no período entre guerras, em um momento de avanço de
tecnologias, dos movimentos sociais, ciências e maquinas, além de vir em oposição
ao urbanismo formal, que “seria caracterizado pela utilização de traçados clássicos,
de quadrículas, praças e perspectivas... em impressionantes desenhos que fixavam
ordenamento visual.” (Lamas, 1993; p 259) estando este classicismo “ presente nos
projetos dos membros da SFU, (sociedade francesa de urbanistas), como Agache,
Jaussely e Prost.” (Bruant, 1996).
Na Europa existia o urbanismo formal, porém com alguns traços do
modernismo. Foi a partir de 1950 que algumas cidades da Europa, precisaram se
reestruturar de forma urgente, com menores custos e oferecendo condições de vida
melhores e novas para a população, assim, buscaram-se projetar essas cidades
através de um sistema independente (vias, infraestrutura, prédios, equipamentos),
desse modo, as vias de circulação tiverem uma melhor estrutura, bem como os
edifícios foram implantados em locais mais apropriados e áreas vazias foram
utilizadas para ligação das vias de acesso aos prédios (PONTUAL, PEREIRA,
2011).
15
Figura 1 – Plan Voisin Fonte: BOESIGER, W; GIRSBERGER, H. Le Corbusier: 1910-1965. Barcelona: Gustavo Gili, 1971.
A imagem acima ilustra o Plan Voisin em Paris, projetado por Le Corbusier
(1925) e traz a perspectiva de sua visão para Paris, seguindo diretrizes e soluções
para uma cidade moderna. Assim, nela pode se observar algumas características
que uma cidade moderna deveria ter, como separação entre usos, altas densidades,
unidades de vizinhos, separação entre veículos e pedestre, além de grandes áreas
livres.
Após a 2ª Guerra Mundial até a década de 70, houve uma reestruturação das
cidades e dos conceitos para habitações, conseqüentemente os movimentos dos
pedestres, ciclistas e carros, nos bairros e cidades, além de focarem também na
reestruturação dos centros de grande fluxo. Desse modo, começou a se pensar em
conjuntos habitacionais, salubridade e higiene dos espaços em comum, áreas
verdes entre os blocos e melhoria e adequação do sistema viário (PONTUAL,
PEREIRA, 2011).
As questões do planejamento urbano encontram-se associadas de forma
essencial a aspectos de transporte, isto é, o crescimento das cidades influencia e é
influenciado pelos meios de transporte disponíveis à sua população. Mais ainda, a
forma como se dá o processo de circulação urbana interfere diretamente na
demanda por transportes. O crescimento urbano desordenado, provocado pelo
espalhamento espacial, o aumento excessivo no uso do automóvel, a falta de infra-
estrutura urbana, a poluição do meio ambiente, entre outras, são questões que
interferem na qualidade de vida da população. Estes fatores têm contribuído para
16
que gestores, governantes, urbanistas busquem novas formas de minimizar, discutir
e encontrar soluções para estas questões urbanas.
O processo de planejamento tradicional, em que cada problema urbano deve
ser resolvido separadamente, não pode mais ser utilizado para solucionar os atuais
problemas urbanos, uma vez que é hoje de conhecimento de todos que há fortes
inter-relações entre os diversos problemas urbanos. Para contrapor-se a este
sistema de planejamento que não atende mais às necessidades urbanas e da
população, disseminou-se mundialmente um processo de planejamento mais
integrado, onde as questões de uso do solo e transporte são entendidas de uma
forma mais ampla, um exemplo forte em nossa região é o Plano Diretor de
Desenvolvimento Integrado (PDDI) da Região Metropolitana do Vale do Aço,
importante instrumento que irá consolidar políticas públicas integradas. Neste caso,
o PDDI daqui da região, abordará as funções públicas de interesse comum divididas
em seis eixos temáticos: (I) ordenamento territorial, (II) mobilidade, (III) meio
ambiente, recursos hídricos e saneamento, (IV) desenvolvimento social, (V)
desenvolvimento econômico e (VI) arranjo institucional. A antiga denominação do
planejamento de transportes passa a incorporar um conjunto de novos conceitos,
entre eles o da mobilidade urbana incorporando as visões de infra-estrutura,
circulação e transporte público associados a questões de uso do solo, meio
ambiente, entre outros aspectos.
2.2. Calçadas, Ciclovias e Ruas
A mobilidade urbana não restringe somente ao transito dos veículos
motorizados, mas também demanda as calçadas, sendo essas em bom estado
físico, confortáveis, niveladas, sem buracos e obstáculos. Pois, uma grande parte
das viagens realizadas nos cetros urbanos do Brasil é feito a pé ou em cadeiras de
rodas (AGUIAR, 2003).
Segundo o Dicionário da Língua portuguesa de Michaelis (2000) a palavra
calçada significa passeio empedrado, atijolado ou cimentado, faz importante a
descriminação também da palavra passeio que é utilizada no senso comum para
discriminar as calçadas. Segundo Michaelis (2000), passeio são lugares onde se
passeia; descolamento a algum lugar, com finalidade de se divertir.
17
Para Yásigi (2000) calçada é uma palavra de origem latina “calcatura” que
significa ação de pisar, lugar por função de andar. Assim, a calçada atualmente é
determinada em um espaço entre o meio fio e o lote sendo construída com 15
centímetros em media das vias urbanas.
Segundos os historiadores as primeiras calçadas que se tem registro, teve o
surgimento no final do século IV a. C. em Pompéia na Itália, a qual ainda pertencia à
Grécia. Alguns escavadores e arqueólogos descobriram nas ruínas da cidade sinais
de como eram organizado as ruas e havia demarcações que permitiam que os
pedestres cruzassem as ruas sem pisar no esgoto que era a céu aberto, além de
redutor de velocidade para as carroças. Essas demarcações eram conhecidas como
travessias para pedestres e passeios elevados, que eram feitos com grandes pedras
com intervalos entre elas. Assim, podemos verificar que nessa época já havia uma
preocupação com lugares reservados para os pedestres nas ruas (AGUIAR, 2003).
Figura 2 – Via de Mercúrio, Pompéia, Itália
Fonte: http://www.flickr.com
Foi em 1953 no país do México que surgiu a primeira lei urbana que
mencionava as calçadas, sendo essa parte importante para o planejamento urbano,
essa lei baseava-se nos conceitos mediáveis e na cultura renascentistas, o que
demonstrava ser algo restrito as questões mais importantes para a época como o
transporte de alimentos, combustíveis e locais que os cidadãos poderiam caminhar a
pé (FREITAS, 1988).
18
Somente em meados do século XIX que foram implantadas as calçados no
Brasil, porém, essas implantações ocorrem apenas nas principais cidades do país
como uma forma de melhorar o tráfego intenso de pedestres e criar uma separação
desses com as outras vias. Mas, podemos também destacar uma evolução no
conceito de planejamento com a construção de Brasília, pois seu projeto se baseia
em um conceito de unidade de vizinhança e superquadras, ou seja, buscou-se criar
vias de acesso que proporcionam conforto e facilidade para os serviços de bem e
consumo, sendo esse acesso seguro (REIS FILHO, 1987).
Durante muitos anos as necessidades de espaços adequados aos pedestres
foram ignoradas, mas é sabido que andar a pé é um modo de transporte
indispensável nas cidades, pois, auxilia na manutenção do fluxo em relação ao uso
de outros meios de transportes complementares a esse (AGUIAR 2003).
A calçada ideal é aquela que proporciona um caminhar seguro, confortável,
livre e com acessibilidade para todos os cidadãos. A construção, manutenção,
dimensão e fiscalização sobre essas devem ser parte do projeto de planejamento de
transporte e trânsito. Pois, nos sistema de transporte o pedestre é considerado
prioritário, assim, é importante que se tenha avaliações e controles da qualidade dos
espaços utilizados por eles (AGUIAR, 2003).
Além, das calçadas existem as ciclovias que foi um espaço construído no
início do século vinte, para o conforto dos ciclistas é um espaço especialmente
destinado para pessoas utilizado bicicletas, existem vários tipos de ciclovias, como o
tráfego compartilhado em que não existe uma delimitação por faixas para
automóveis e bicicleta, as ruas são somente alargadas para que ambos possam
circular. Além desta existe também as ciclofaixas que geralmente são no mesmo
sentido de direção dos automóveis, sendo na maioria do lado direito e em mão
única, essa é separada um por faixa de via de tráfego, e na sua maioria, não existem
separadores físicos ou e alguns casos blocos de concreto para delimitação do
espaço. Por ultimo temos as ciclovias que é separa do tráfego de automóveis de
forma física, podendo ser dos dois sentidos ou um sentido só sendo essas
construídas em locais próprios fora do espaço das ruas e junto ou próximo das
calçadas (SILVA, 2014).
19
Figura 3 - exemplo de ciclovia Figura 4 – exemplo de ciclofaixa
Fonte: http://vadebike.org/2011/05/ciclovia-ciclofaixa-ciclo-rota-e-espaco-compartilhado/
Figura 5 – exemplo de espaço compartilhado
Fonte: http://vadebike.org/2011/05/ciclovia-ciclofaixa-ciclo-rota-e-espaco-compartilhado/
As primeiras ciclovias foram construídas pela prefeitura de Paris em 1862,
como sendo um caminho diferente nos parques para os velocípedes, separando-os
das charretes e carroças. Porém foi na Alemanha durante a Nacional Socialista que
o uso e construção dessa via foi intensificada e sendo construídas como uma forma
de expandir o tráfego motorizado. Porém, a partir dos anos 1930 as ciclovias se
tornaram de uso obrigatório, pois alegavam ser para a segurança dos próprios
usuários (BRIESE, 1994).
Estas primeiras ciclovias não foram construídas seguindo diretrizes e padrões
do governo, em Bremem, Hamburgo e Lüneburg, por exemplo, estas vias eram no
20
inicio espaços da própria rua, que passaram por melhorias para o uso dos ciclistas.
Entre os anos de 1926 e 1928, houve inúmeras reivindicações para que as ciclovias
fossem retiradas das ruas e tivesse um local próprio, isso foi possível através do livro
que servia como um guia para construção de ciclovias denominado “Tráfego
Cicloviário: seu significado econômico e a construção de ciclovias”, sua publicação
foi em 1926 pelo oficial da Construção Urbana da Cidade Magdeburg, chamado Dr.
Henneking (BRIESE, 1994).
Através desse livro foram criadas as diretrizes para a criação das ciclovias
pelo Grupo de Estudo para a Construção de Ruas para Automóveis, em 1927 na
Alemanha. Mesmo tudo isso acontecendo em um regime Nazista, todas foram
apoiadas pelo governo, sendo utilizadas como uma propaganda para um progresso
do tráfego motorizado. No "Regulamento do Tráfego nas Ruas do Reich", implantado
em 1º de outubro de 1934, o direito dos ciclistas, cavaleiros e pedestres de usarem
as ruas foi consideravelmente restringido. Se uma rua é destinada a um tipo
particular de tráfego (calçadas, ciclovias, pista para cavalos), então este tráfego fica
restrito àquela parte da rua atribuída a ele (BRIESE, 1994).
As Ciclovias são planejadas baseando se no objetivo de incentivar o uso
deste meio de transporte alternativo, visando proporcionar segurança nas vias que
são de uso coletivo. São usados como parâmetros para a construção da infra-
estrutura estudo da rede viária e monitoramento dos cruzamentos, além de tipo de
piso ideal para circulação. Porém, para que se entenda melhor o porquê da
necessidade de separação entre vias, faz-se importante falar sobre as ruas.
A criação das cidades está ligada diretamente aos aspectos humanos sendo
esses, sociais, culturais, econômicos e políticos, mas também aos aspectos físicos
relacionados às regiões, ruas, rios, arquiteturas. Assim, as cidades são formadas
com a junção desses dois aspectos. A história de cada cidade se relaciona ou é
confundida com a história de suas ruas.
A palavra rua conforme Ferreira (1986) vendo latim "ruga", que mais tarde foi
denominada de "sulco” que significa caminho. A definição de rua está relacionada a
um espaço urbano que permite a circulação de pessoas e veículos, proporcionando
o acesso a moradias, empresas e instituições. Durante a colonização no Brasil, as
ruas não eram pavimentadas, mas apenas espaços apertos de terra para passagem
de pessoas e carroças, nelas eram lançados os lixos das residências e até mesmo
21
os escravos mortos atirados em montes de lixos e quando chovia sua situação era
agravada, pois, enchiam as ruas de lama (DAROS, 2007).
As ruas são compreendidas pela presença de duas ou mais calçadas
destinadas ao trânsito de pedestres, além de um ou mais leito de tráfego de veículos
popularmente automóveis e motocicletas. A rua geralmente é vista como um vazio
configurado pelas construções presentes em cada um de seus lados. Já as ruas que
possuem grandes dimensões transversais que as proporcionam suportar maiores
quantidades de tráfego e são chamadas de avenidas, embora este título oficialmente
varie de acordo com a legislação local (OLIVEIRA, 2011).
Atualmente as ruas são pavimentadas ou possuem blocos de pedra ou
concreto para evitar problemas com lama e, além disso, diferenciar o espaço urbano
do rural. Abaixo das ruas, existem instalações de uso coletivo como água, luz,
serviços telefônicos e de gás. Assim, as ruas são caminhos que proporciona o ir e vir
de um lado a outro da população. Esta é um espaço público e livre de circulação.
Além disso, existem pessoas que utilizam a rua como local de trabalho informal ou
moradia. As ruas possuem além de pavimentação, iluminação pública coleta de lixo,
espaços utilizados pra o estacionamento de automóveis e motocicletas (DAROS,
2007).
Figura 6 – exemplo de rua pavimentada, com iluminação pública, espaços para o
estacionamento de automóveis e calçadas
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Botafogo_(bairro_do_Rio_de_Janeiro)
22
3. CIDADE
3.1 Localização e Aspectos Gerais da Cidade de Ipatinga
O nome Ipatinga tem sua origem na linguagem indígena (tupi) e tem por
significa“Pouso de Água Limpa”. Trata-se de um município brasileiro do interior do
Estado de Minas Gerais. Estando localizado a nordeste da capital Belo Horizonte,
distando-se desta cerca de 220 quilômetros. Ocupa uma área de 165,509 km²,
sendo que 22,9245 km² estão em perímetro urbano, sua população foi estimada em
239177 habitantes pelo IBGE no ano de 2010, classificando-se assim como o 10º
município mais populoso do estado de Minas Gerais e o 1º de sua microrregião,
apresentando uma densidade populacional de 1.445,09 habitantes por km².
A cidade é banhada pelo rio Piracicaba e está localizada próximo ao encontro
desse rio com o rio Doce. O clima é caracterizado, segundo o IBGE, como tropical,
tendo temperatura média anual de 21,6 °C com invernos secos e amenos
(raramente frios) e verões chuvosos com temperaturas moderadamente altas. O
município faz parte da Região Metropolitana do Vale do Aço, que ultrapassa os
451.351 habitantes. Além das quatro principais cidades (Coronel Fabriciano,
Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo), há outras 22 no colar metropolitano.
Figura 7 – Mapa RMVA
Fonte: https://ensfundamental1.wordpress.com/805-2/
23
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é considerado
elevado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), sendo
que seu valor é de 0,806. O desenvolvimento urbano do município deve-se às
grandes empresas da região, principalmente por conta da Usina Siderúrgica –
Usiminas. O município conta com água tratada, energia elétrica, esgoto, limpeza
urbana, telefonia fixa e telefonia celular. Das ruas da área urbana, 82% são
pavimentadas e 70% possuem sistema de drenagem.
3.2 Contextualização do surgimento da cidade
A região onde hoje é localizado o município de Ipatinga foi colonizada pelo
Imperador Dom Pedro I, que tinha por objetivo catequizar os nativos que vivem na
região. Porém, foi durante a construção da estrada de ferro que liga Vitória a cidade
de Itabira/MG, que a região foi se tornando mais conhecida. No ano de 1934 um
grupo da Companhia Belgo Mineiro, que era liderada pelos Engenheiros Barboson e
Louis Ensch, chegou a até o município de Ipatinga com finalidade de explorar na
região a extração de carvão vegetal, para abastecer os altos fornos da usina da
cidade de João Monlevade. Assim, a cidade foi crescendo em número de pessoas e
construindo pequenas e ainda poucas casas, porém, ainda era uma região quase
desconhecida (VASCONCELLOS, 2014).
Já Década de 50, um grupo de idealizadores percebeu a importância das
indústrias siderúrgicas para o mundo e começaram a se articular para a implantação
da primeira grande usina de siderurgia de Minas Gerais. Em 25 de abril de 1956 é
fundada a Usina Siderúrgica de Minas Gerais (USIMINAS), no Horto de Nossa
Senhora, atual Ipatinga.
24
Figura 8 – Inicio de Ipatinga
Fonte: Coletânea "IPATINGA - Cidade Jardim" (José Augusto Moraes)
O cenário político da época era de otimismo e desenvolvimento no governo
de JucelinoKubtschek. A USIMINAS foi fundada com uma empresa estatal, tendo
apoio tecnológico e financeiro japonês. Assim, em 1958 é iniciada a construção da
siderúrgica e nessa época começou a chegar novos moradores antes mesmo das
instalações da indústria. Com isso, fez-se necessário um planejamento urbano para
acomodação dos novos moradores e empregados da USIMINAS
(VASCONCELLOS, 2014).
Figura 9 – Placa para construção da USIMINAS
Fonte: Site Eu Amo Ipatinga, 2013.
Muitos empregados foram acomodados em acampamentos improvisados por
toda extensão do município, outros construíram barracos formando vilas e
aglomerados. Em 1962 foi então inaugurada à usina em Ipatinga e a partir de então
25
começou a ser planejado no município vilas e bairros, para construção das casas e
alojamentos para os trabalhadores da usina de modo a separar os operários dos
engenheiros e especialistas da siderúrgica. Bairros como o Castelo foram
planejados para os diretores, já os bairros Cariru, Águas e Usipa, são bairros
planejados para engenheiros e especialistas da siderúrgica, os bairros, Novo
cruzeiro, Vila Ipanema, Bela Vista, Bom Retiro, Ideal e Ferroviário, foram planejados
também próximosà indústria, mas para receber os alojamentos e casas para os
operários e suas famílias. Conforme Mendonça (2006):
O plano urbanístico implantado visava atender às demandas da reprodução
coletiva da força de trabalho. A USIMINAS arcou com a construção inicial
das unidades habitacionais e da infraestrutura básica, bem como a
construção de vários equipamentos sociais coletivos: escolas, clubes,
supermercado e hospital (p.31).
Durante o período de implantação do plano urbanístico, o engenheiro
arquiteto Raphael Hardy Filho, foi e ainda é considerado o “Homem que projetou
Ipatinga”. Hardy Filho nasceu em Viçosa/MG e seguiu a mesma profissão do pai. A
construção do núcleo urbano da cidade, está intimamente ligada a criação da
USIMINAS. Pois, antes havia um pequeno vilarejo com alguns moradores e com o
desenvolvimento das obras da siderúrgica, a vila começou a crescer em tamanho,
formação e habitantes. Assim, com o intuito de construir um lugar que atendesse
tanto a demanda da empresa como dos funcionários, a USIMINAS selecionou o
arquiteto para que o mesmo criasse o plano urbanístico de Ipatinga (PREFEITUR
MUNICIPAL DE IPATINGA, 2013).
O trabalho de Hardy Filho foi pautado nos fundamentos do urbanismo
modernista, utilizando-se dos recursos financeiros da siderúrgica e direcionando a
tipologia de seu trabalho com a idéia de direcionar um desenvolvimento futuro,
conforme as hierarquias funcionais que surgiriam na empresa.
Em 1958 quando já se falava e vivenciava em outros locais do país os
conceitos modernistas, o Plano Urbanístico apresentado por Hardy Filho já veio com
idéias inovadoras que visava atender no somente a questão habitacional, mas a vida
social dos funcionários da Usina. O projeto foi de tão importância tanto para o
arquiteto como para a cidade, que Hardy Filho, resolveu abrir mão de trabalhar na
26
construção de Brasília que aconteceria no mesmo período e estava sobre o
comando dos arquitetos Lucio Costa e Oscar Niemeyer.
Ele juntamente com arquiteto Marcelo Bhering desenvolverem o projeto de
Ipatinga. Desse modo, pode-se compreender a importância de Raphael Hardy Filho
para a fundação e desenvolvimento da cidade e como sua visão de futuro e de
aplicação do urbanismo modernista, foram empregadas de forma satisfatória e bem
elaboradas (PREFEITUR MUNICIPAL DE IPATINGA, 2013).
Já em 29 de abril de 1964 ocorre a emancipação de Ipatinga juntamente com
a de Timóteo, sendo decretada por José de Magalhães Pinto e foi quando a cidade
deixou de ser um distrito com sede em Coronel Fabriciano, passando a ter sua
própria comarca e administração (MENDONÇA, 2006).
A partir da emancipação de Ipatinga em 1964, o município começou a sofrer
com alguns problemas de estruturação para acomodar tanto a mão-de-obra ativa na
construção da USIMINAS como a mão-de-obra que já havia sido desempregada.
Assim, a cidade foi crescendo ao redor da usina e dos bairros planejados de forma
desordenada, não planejada e com um índice de pobreza elevado.
Muitos bairros e área central de Ipatinga foram tomando suas próprias
características, como é o caso do bairro Centro, que acabou sendo ocupado mais
por pontos comerciais, se tornando um local de referência mais econômico do que
residencial. Mesmo sem muito planejamento para a implantação urbana da área
central, a mesma foi se adaptando ao movimento do comercio prioritariamente
terciário.
Porém, com o baixo planejamento esse também se tornou um local de difícil
movimento de veículos automotores, por possuir ruas apertadas e dividir o mesmo
espaço com ambulantes e pedestres. Além disso, as construções são em sua maior
parte horizontal o que possibilitou o surgimento de beco e vielas, que são ocupadas
por comercio ilegal, e no caso as ruas mais afastados dos comércios, foram sendo
ocupadas por residências de baixo status social (OLIVEIRA e BELTRAME,2005).
3.3 Lei de uso do solo e PDDI
A lei de uso e ocupação do solo urbano vem como uma forma de estabelecer
as normas para o planejamento e controle da ocupação, construção e uso do solo
27
no meio urbano dos municípios e cidades, objetivando o uso e apropriação dos
espaços urbanos de forma adequada e ordenada. Esta se utiliza de parâmetros que
buscam determinar o uso e densidades, corretas de acordo com a necessidade e
suporte da infraestrutura do Município, seguindo como base sempre o Plano Diretor.
Porém que varia de acordo com a sociedade e sua necessidade e nível de
desenvolvimento. Pois, essa lei é um modo do Estado intervir na organização
espacial em relação ao planejamento urbano.
O uso do solo é definido como um conjunto de processos de produção e
reprodução de uma comunidade ou sociedade sobre um espaço urbano individual,
seguindo as regulamentações espaciais, ou seja, o uso do solo é a reestruturação
social no espaço urbano (PREFEITURA MUNICIPAL DE IPATINGA, 2014).
Desse modo, a LEI Nº 3.408 de uso do solo que entrou em vigor em 27 de
novembro DE 2014, dispõe sobre a ocupação, parcelamento e uso do solo urbano
no Município de Ipatinga, essa estabelece três categorias para o uso do solo no
Município, sendo eles o residencial, não residencial, sendo essas para serviço de
uso coletivo ou institucional, comercial, industrial e ambiental, além do uso misto em
que há edificações residenciais e não residenciais (PREFEITURA MUNICIPAL DE
IPATINGA, 2014).
Dentre vários conceitos e normas que a lei do uso do solo traz, iremos nos
atentar os referentes às vias, na sessão II no art. 47 o qual apresenta que, para a
implantação de loteamentos faz-se necessário a ligação desses através de vias,
respeitando o sistema viário oficial, pois estes devem estar de acordo com o projeto
aprovado pelo Município de Ipatinga, além de estar em conformidade com a
topografia do espaço. Já na sessão III no art. 55, estabelece sobre a construção do
sistema viário, incluindo logradouros públicos ou reestruturação das vias existentes,
devendo seguir as seguintes determinações: em vias artérias deve-se obedecer a
largura de 34,00m com declive na rampa de 10% a 12%. Já nas vias coletoras a
largura mínima deve ser de 20,00m com declive na rampa entre 10% a 15%; em
vias locais ou de acesso a largura mínima devera ser de 12,00m e decline na rampa
de 15% a 20%; e por fim em vias rurais largura mínima de 10, 00m e rampa com
20% de declive máximo e afastamento das edificações de 3, 00m no mínimo
(PREFEITUR MUNICIPAL DE IPATINGA, 2014.
28
Figura 10 – Exemplo de via Arterial conforme diretrizes de Ipatinga
Fonte: Autora
Figura 11 - Desenho de Vias Coletoras conforme diretrizes de Ipatinga
Fonte: autora
Figura 12 - Desenho de Via Local Figura 13 - Desenho de Via Rural
Fonte: Autora Fonte: Autora
De modo ajudar no escoamento da água da chuva, determina - se através
dessa lei, que toda via deve possuir declive mínimo de 0,5%. Já os passeios
deverão ter um oitavo ou mais de largura do total da via ou no mínimo 2,50m. Além
dessas determinações existe no Vale do Aço o PDDI - Plano Diretor de
Desenvolvimento Integrado. Que consiste em auxiliar junto a lei de uso do solo e do
29
Plano Diretor, a ordenação do território, meio ambiente e seus recursos hídricos e de
saneamento, mobilidade, desenvolvimento social, arranjo institucional e
desenvolvimento econômico.
O PDDI do Vale do Aço vem com o intuito de uma produção participativa e
para que as construções ganhem legitimidade social e consistência técnica. Pois,
nota-se um aumento significante no aumento da frota de veículos em relação ao
crescimento populacional, o que poderá se tornar um problema em curto prazo.
Desse modo, o PDDI visa uma faixa de fluxo viário que aproveitaria as vias
existentes, proporcionando segurança, melhora e aumento da capacidade do fluxo
de tráfego, para que isso possa acontecer uma alternativa seria o desdobramento
das faixas e reduzindo a largura das mesmas, o que proporcionaria um fluxo mais
rápido (ASSUNÇÃO, 2014).
3.4 Lei n° 12.587 – Lei que Institui as diretrizes da Política Nacional de
Mobilidade Urbana
Em abril de 2012, entrou em vigor a Lei 12.587/2012, que instituiu as
diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), a qual é resultado de
uma longa discussão no Congresso que começou em 1995.
A Lei estabelece princípios, diretrizes e instrumentos para orientar os
municípios a planejar o sistema de transporte e de infraestrutura viária para a
circulação de pessoas e cargas, capaz de atender à população e contribuir para o
desenvolvimento urbano sustentável. Para isso, prevê mecanismos para garantir
preços acessíveis no transporte coletivo, vias exclusivas para ônibus e bicicletas,
restrição de circulação de veículos privados em determinados horários e cobrança
de tarifa para utilização de infraestrutura urbana, como estacionamentos públicos.
Constituem infraestruturas de mobilidade urbana, de acordo com o § 3 do
Artigo 3°:
I – vias e demais logradouros públicos, inclusive metroferrovias, hidrovias e
ciclovias;
II – estacionamentos;
III – terminais, estações e demais conexões;
30
IV – pontos para embarque e desembarque de passageiros e cargas;
V – sinalização viária e de trânsito;
VI – equipamentos e instalações; e
VII – instrumentos de controle, fiscalização, arrecadação de taxas e tarifas e difusão
de informações.
O PMU prevê em seu Artigo 24, a contemplação dos princípios, objetivos e as
diretrizes desta Lei, assim como:
I – os serviços de transporte público coletivo;
II – a circulação viária;
III – as infraestruturas do sistema de mobilidade urbana;
IV – a acessibilidade para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade;
V – a integração dos modos de transporte público e destes com os privados e os
não motorizados;
VI – a operação e o disciplinamento do transporte de carga na infraestrutura viária;
VII – os polos geradores de viagens;
VIII – as áreas de estacionamentos públicos e privados, gratuitos ou onerosos;
IX – as áreas e horários de acesso e circulação restrita ou controlada;
X – os mecanismos e instrumentos de financiamento do transporte público coletivo e
da infraestrutura de mobilidade urbana; e
XI – a sistemática de avaliação, revisão e atualização periódica do Plano de
Mobilidade Urbana em prazo não superior a dez anos.
Municípios com mais de 20 mil habitantes devem elaborar o PMU em até 3
(três) anos, de forma integrada ao Plano Diretor previsto pelo Estatuto da Cidade.
Até então, apenas municípios com mais de 500 mil habitantes tinham essa
obrigação.Quem não apresentar o plano no prazo ficará impedido de receber
recursos Federais destinados à mobilidade urbana.
Em Ipatinga, conforme Diário do Aço de 25/03/2015, o plano irá envolver todo
o sistema de transporte de trânsito da cidade, desde o pedestre, transporte coletivo,
de veículos particulares, táxis, ciclovias e etc. Porém a única coisa que tinha sido
feita ate a data da reportagem, foi a reforma da ciclovia da Avenida Macapá e
monitorizarão das outras tarefas, para ver o que tem de ser feito de intervenção, ou
seja, muita pouca coisa foi feita ate hoje.
31
4. OBRAS ANÁLOGAS
4.1 Requalificação da Rua Oscar Freire - São Paulo
A Rua Oscar Freire está localizada na Zona Oeste de São Paulo, no bairro
Cerqueira César, região dos Jardins. É conhecida internacionalmente e antes
mesmo de passar pelo processo de reurbanização, era considerada a 8º rua mais
luxuosa do mundo, além de ser uma das ruas comercial mais importante, onde
encontram-se restaurantes, hotéis e 220 lojas das mais importantes marcas do Brasil
e do mundo.
O Espaço público nesta rua ate sua intervenção apresentava obstáculos para
a livre circulação das pessoas, não havia uma organização para o conflito entre
pedestres e automóveis, considerando desde a parte de calçadas e travessias,
quanto aos locais de estacionamentos, além de possuir grande poluição visual, pelo
grande número de cabos elétricos. Foi então que em 2006, através de uma parceira
entre a Associação de Lojistas com a Prefeitura Municipal de São Paulo, que o
espaço público (dos principais quarteirões da Rua Oscar Freire)foi totalmente
requalificado com o projeto proposto pelo Hector Vigliecca & Associados,
resolvendo-se os problemas como acessibilidade, iluminação,enterramento de fios e
cabos, falta de mobiliário urbano nas calçadas e paisagismo.
O projeto foi iniciado pelo desenvolvimento do estudo da área de intervenção,
que deu uma direção para as definições projetuais descritas passo a passo. No
caso, este estudo foi feito por fases, sendo: estudos da área de intervenção,
compostas por análise da situação existente, análise da legislação incidente,
levantamentos de topografia, cadastro por lote e tipo de uso do solo e pesquisa de
referências de reurbanização de espaços públicos no Brasil e no mundo.
Etapa 1: Análise da situação existente
Nos cinco quarteirões onde seria realizada a intervenção, entre duas ruas,
havia 40 postes de concreto abrigando as redes elétricas e telefônicas, o que
diminuía em 30% a passagem livre dos passeios. A arborização se encontrava em
más condições, perdendo seu valor paisagístico, de coloração, forma e
sombreamento. A pavimentação não tinha condições de recuperação. Haviam
ressaltos, declividades, tampas de bueiros totalmente fora dos padrões de
32
segurança e nenhum acesso aos deficientes. O espaço urbano estava ainda
desprovido de equipamentos urbanos como bancos, lixeiras e comunicação visual
apropriada.
Figura 14 – Fotos da rua Oscar Freire (antes e depois)
Fonte: http://abdulcorretorlopes.blogspot.com.br/2013/02/conhecendo-configuracao-de-um-
sistema_1.html
Etapa 2: Legislação
Foram verificadas legislações e normas técnicas, a fim de que o projeto de
requalificação fosse desenvolvido de acordo com a regulamentação existente.
Foram analisadas as seguintes legislações: Mobiliário urbano: Decreto Nº 39.982
(20/10/2000), Acessibilidade - NBR9050, Calçadas: Decreto Nº 45.904,
(19/05/2005) e Cartilha do programa Passeio Livre da Prefeitura Municipal de SP.
Etapa 3: Levantamentos
Levantamento Topográfico, levantamento semi-cadastral por lote, uso do solo,
levantamento da vegetação existente.
Etapa 4: estudo de referências
Através de referências de espaços públicos de Barcelona, na Espanha, e do
Rio de Janeiro, no Brasil, foram identificadas boas soluções para a pavimentação
dos pisos, rampas de acessibilidade, canaletas de drenagem, iluminação e
mobiliário urbano e para a redução do conflito entre pedestres e automóveis.
Sendo assim os arquitetos projetaram um bulevar para a Rua Oscar Freire
com um passeio livre de obstáculos, plenamente acessível e sem desenhos
33
decorativos, onde o pedestre pudesse caminhar livremente sobre um piso bem
construído que valorizasse a arquitetura e as vitrines, conferindo unidade para toda
a rua. O Paisagismo, a Iluminação e o Mobiliário Urbano foram também projetados
como peças da requalificação.
Para garantir todos os conceitos do projeto era imprescindível a substituição
do sistema de postes e redes aéreas para redes subterrâneas, mais seguras e de
tecnologia mais avançada para o caso de queda de tensão ou cortes de energia.
Foram previstas também, nas tubulações subterrâneas, espaços livres para futuras
conexões e novas redes de modo a ser evitado que o pavimento sofresse
constantes reparos. As sub-estações de energia, construídas em concreto pré-
moldado, seriam locadas sob as áreas destinadas às vagas de estacionamentos, de
modo a reduzir o impacto na circulação de pedestres em caso de reparos e ainda
evitar a quebra da pavimentação das calçadas.
Figura 15 – Proposta de intervenção na rede elétrica da Rua Oscar Freire
Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/oscar-freire-street#tech_chart
A solução construtiva para a pavimentação das calçadas partiu da diretriz de
utilização de um material único e monocromático, sem desenhos decorativos,
oferecendo a resistência mecânica adequada ao trânsito de pedestres, ao acesso de
veículos aos estacionamentos, e visando sempre um baixo custo de manutenção e
simplicidade na eventual substituição. Neste caso, os arquitetos desenvolveram uma
placa de concreto pré-fabricada específica para o projeto, a ser aplicada sobre
contra-piso de concreto armado, com desenho rugoso que permitisse maior
segurança ao pedestre, granulometria específica que garantisse maior durabilidade
e cor pensada para sujar menos e reduzir a manutenção.
34
Figura 16 - Proposta de intervenção nas calçadas da Rua Oscar Freire
Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/oscar-freire-street#tech_chart
A pavimentação geral obedece às exigências padronizadas para atender os
deficientes físicos e visuais. Contudo, o projeto propôs que as rampas de
acessibilidade usuais fossem substituídas pelo rebaixamento de toda a esquina, e
protegidas do sistema viário por mourões de concreto, solução adequada à ruas de
grande circulação de pedestres. Neste caso, a drenagem se daria por canalização
subterrânea a fim de impedir a concentração das águas de chuva nas esquinas.
Próximo às esquinas foi proposto passeios mais largos adequados para a
ocupação de mobiliário móvel que não interrompesse o fluxo de pedestres,
garantindo desta forma um maior conforto.
Figura 17 - Proposta de intervenção nas esquinas da Rua Oscar Freire
Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/oscar-freire-street#tech_chart
Como se trata de um local onde o andar a pé é uma condição básica, o verde
proposto é sempre aéreo, descartando de vez todo tipo de jardineiras. A espécie de
árvore selecionada foi o Ipê Roxo nativo do Brasil, com copa pouco densa, para não
impedir a visualização das lojas, e de floração marcante que criam em uma época
do ano uma identidade inequívoca para São Paulo. Foi proposta uma concentração
35
de ipês no centro das quadras e espécies de menor volumetria, como palmeiras, nas
áreas próximas às esquinas, unificando a paisagem. As árvores seriam protegidas
por grelhas de ferro fundido apoiadas sobre anéis de concreto armado, niveladas
com o piso para garantir a circulação livre de obstáculos e o respiro necessário para
a vegetação arbórea.
Para a iluminação foram propostas luminárias que estabelecessem
“ambientes”, criando condições adequadas de iluminação para os pedestres e
automóveis, com o intuito de valorizar a iluminação própria das vitrines e criando
uma atmosfera qualificada para o passeio.
O mobiliário urbano compreendeu bancos, quiosques, lixeiras e outros
elementos que complementasse o uso adequado do espaço público. Os arquitetos
desenharam bancos e lixeiras em aço, exclusivas para a Rua Oscar Freire. Os
postes semafóricos, além de sua função, deveriam servir como suporte para todas
as indicações de trânsito de veículos, pedestres, etc, procurando, ao máximo,
reduzir o número de postes e, conseqüentemente, a poluição visual. Nas esquinas
das ruas transversais com a Rua Oscar Freire foram propostos a instalação de
painéis digitais como suporte publicitário e informativo.
E por fim, as vagas foram locadas juntamente ao perfil mais estreito da
calçada, no centro das quadras, deixando as áreas próximas às esquinas com
espaço ampliado para a instalação de mobiliário urbano, instalação das mesas e a
criação de áreas de estar. Desta forma as vagas de estacionamento foram reduzidas
de 600 para 340 vagas.
Figura 18 - Fotos da Rua Oscar Freire
Fonte :http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/oscar-freire-street#tech_chart
36
O processo de requalificação dos espaços públicos no Brasil, como a de uma
rua comercial, independente do seu padrão e localização, enfrenta dois grandes
desafios: a qualidade da execução e a manutenção após a obra. No caso da
Requalificação da Rua Oscar Freire, o projeto foi bem executado, garantindo o seu
principal objetivo que era melhorar as condições de circulação do pedestre. Já a
manutenção pós-obra requer um cuidado redobrado dos proprietários dos imóveis e
de uma entidade fiscalizadora, seja a Associação, no caso da Oscar Freire, seja o
poder público. Em um cenário onde a responsabilidade das calçadas recai sobre o
proprietário do imóvel, que deve seguir normas estabelecidas pela municipalidade, o
desafio é ainda maior, pois o ideal é que o passeio público tenha um projeto
unificado para se manter acessível, e não ser feito lote a lote.
4.2 Traffic Calming
Trata-se de uma tendência mundial que pode ser assim definida como uma
técnica (ou um conjunto delas) para reduzir os efeitos negativos do trânsito e ao
mesmo tempo proporcionar um ambiente seguro, tranqüilo, agradável e atraente. A
proposta busca mudar o volume do tráfego e a conduta dos motoristas, que passam
a conduzir seus veículos de maneira mais lenta e apropriada às condições locais,
em vez de se querer adaptar a cidade e ruas às exigências do tráfego motorizado.
Sabemos que o transporte tem a “função” de fornecer mobilidade a pessoas e
bens, além de acessibilidade a locais e atividades, possibilitando a circulação nas
áreas urbanas e entre cidades. Contudo, apesar destes efeitos ambientais positivos,
o transporte gera problemas ao meio urbano. Um dos aspectos mais críticos neste
processo refere-se ao volume e velocidade (e comportamento de um modo geral) do
tráfego e ao uso intensivo de veículos particulares. Assim, conforme mencionado no
capitulo 2, é impossível negar o desejo por mobilidade e a necessidade de ter
acesso aos locais, fatos que formam um aspecto fundamental na qualidade de vida
dos indivíduos e das sociedades. Contudo, a forma como esta mobilidade é
exercitada, em função do patamar tecnológico como o transporte é
operacionalizado, pode fazer uma grande diferença na relação que as pessoas têm
com o ambiente onde vivem.
37
Neste contexto, a utilização de técnicas de Traffic Calming tem um papel
importante para a formulação de uma estratégia (Hass-Klau, 1987). Embora tenha o
foco voltado basicamente para atuação em uma área mais local, sua adoção pode
surtir efeitos mais extensivos desde que considerada dentro de uma visão mais
ampla. Além disso, a partir do que se pode observar nos exemplos em países
europeus, acaba por alcançar o apoioda população e se permite a aplicação em
áreas residenciais como também nos centros urbanos e áreas de comércio mais
intenso. Sua efetividade deve ser considerada como parte de uma estratégia
abrangente de gestão das cidades.
Figura 19 – Aplicação de técnica – Traffic Calming
Fonte: http://www.cicloativismo.com/mobilidade-urbana/trafic-calming/
Essa técnica (Traffic Calming) tem sido aceita, principalmente em países da
Europa, porém recentemente vem se disseminado nos Estados Unidos, Austrália e,
de maneira ainda lenta e gradativa, no Brasil. Entende-se que ela é capaz de
resguardar as áreas urbanas dos efeitos negativos do tráfego de veículos, desde
que seja pensada e usada de forma adequada na estrutura urbana. Foram
desenvolvidas condições para melhorar a segurança nas vias e seus efeitos
ambientais podem ser considerados positivos. Isto aconteceu não somente porque a
38
segurança viária é hoje considerada um importante aspecto ambiental, mas também
por causa das possíveis diminuições de outros impactos.
Desde a década de 60, na cidade de Delft, na Holanda, surgiram idéias
envolvendo esta técnica, quando planejadores urbanos, destinados a melhorar a
qualidade de vida dos moradores, perceberam que não bastava a hipótese de ações
voltadas para o aperfeiçoamento das residências. Assim, sugeriram medidas para
redução da velocidade dos veículos através do uso de determinados dispositivos e
de alterações nos design das vias, sendo uma forma de atuar no ambiente externo.
Desta forma, eles estabeleceram um novo espaço urbano chamado woonerf ou
"quintal comunitário” onde pedestres e veículos dividiam a mesma superfície (Hass-
Klau et al., 1992).
Figura 20 - Exemplo de “woonerf”
Fonte: http://www.procaveblog.com.br/woonerf-uma-via-publica-dedicada-aos-pedestres/
De um modo geral, os espaços foram tratados com mobiliário urbano e
tratamento paisagístico na tentativa de criar um ambiente local e agradável. O
tráfego de passagem foi desencorajado a utilizar a via, os veículos motorizados,
mesmo locais, tiveram que se adaptar ao ritmo dos pedestres e estes passaram a
poder usar o espaço de maneira até mesmo a eventualmente obstruir o tráfego
(apesar da foto não mostrar nenhum pedestre circulando). A experiência foi
considerada bem sucedida e ganhou status legal, sendo regulamentada em 1976
(Hass-Klau et al., 1992).
39
Assim, de forma resumida os principais objetivos desse dispositivo foram:
melhorar a segurança viária, reduzir o tráfego de passagem, reduzir a velocidade
dos veículos e criar mais espaço para os pedestres, moradores locais e visitantes.
Tais objetivos serviram de experiência e foram sendo adaptadas e hoje são
conhecidos como técnicas de Traffic Calming. Empregada inicialmente, da mesma
forma que a experiência holandesa, como uma forma de reduzir a os diversos tipos
de acidentes de trânsito, através do controle da velocidade dos veículos, o conceito
e objetivo, ganhou uma abrangência que atingiu outros aspectos ambientais (Hass-
Klau et al. 1992; Jarrat, 1994a, 1994b).
Traffic Calming pode ser assim definida como uma técnica (ou um conjunto de
técnicas) para reduzir os efeitos negativos do trânsito ao mesmo tempo em que cria
um ambiente seguro, calmo, agradável e atraente. A abordagem vai mais no sentido
de mudar o volume do tráfego e o comportamento dos motoristas, que passam a
conduzir seus veículos de maneira mais lenta e adequada às condições locais do
que adaptar o ambiente às exigências do tráfego motorizado (DevonCountyCouncil,
1992). As ruas, com a utilização da técnica passam a ser mais seguras, calmas,
ecológicas e a pertencer novamente aos moradores e visitantes do local e não de
forma predominante aos fluxos de veículos e de tráfego.
Pode ser ainda observado que medidas para “acalmar o trânsito” acabam por
requalificar de maneira positiva o ambiente e, por melhorar também a qualidade de
vida dos moradores e visitantes da unidade de vizinhança urbana. De certa forma
pode ser considerada uma nova abordagem na visão e uso dos espaços públicos
das cidades.
A utilização de técnicas de Traffic Calming, contudo, não se constitui de uma
aplicação fechada e concreta contra todos os resultados negativos ocasionados pelo
tráfego (Hass-Klau et al., 1992; Banister, 1991). Trata-se de uma técnica que só
pode ter o sucesso desejado em determinadas condições e situações e, mesmo
assim, combinadas, com outras medidas de planejamento e desenho urbano,
gerenciamento do tráfego, políticas de restrições ao uso de veículos, mudanças
culturais.
O uso de medidas com o sentido de eliminar ou segregar o tráfego de
veículos motorizados em áreas mais sensíveis, embora obtenha alguns níveis
40
aceitáveis de sucesso, não pode ser considerada uma solução generalizada já que
nem sempre é possível de ser implementada.
O acesso destes veículos aos diversos ambientes da cidade é necessário, na
grande maioria dos casos e o que precisa ser encontrada, nestes casos, é uma
maneira de realizar esta circulação, de maneira mais calma e civilizada, com o
mínimo de transtornos possível, especialmente onde o contato entre o fluxo de
pedestres e estes veículos é mais intenso, aumentando o conflito e o risco de
acidentes (DevonCountyCouncil, 1991).
Considerando-se que se trata do uso de diversos dispositivos e ações, a
combinação exata destas medidas vai depender das características específicas da
área a ser tratada e do problema a ser solucionado. Áreas residenciais e comerciais
(além de áreas de uso misto) requerem a adoção de diferentes soluções. O aumento
na incidência de ruído, associado ao uso de determinados dispositivos, pode tornar
um projeto inadequado para utilização próximo a residências, embora não tenha
qualquer inconveniência frente a outros usos do solo.
Da mesma forma, quando da utilização das técnicas em áreas históricas, a
questão do aumento da ocorrência de vibrações deve ser considerada como um
aspecto mais sensível. A dimensão visual pode tornar-se um fator sensível em todos
os casos, mas principalmente em áreas de valor cultural mais pronunciado.
Existem diversas ferramentas para a implementação das medidas do
TrafficCalming, como: lombadas, plataformas, almofadas, platôs, estacionamentos
na diagonal, mudança do sentido da via de mão-única para mão-dupla, alargamento
das calçadas, estreitamento das vias, chicanas, barreiras eletrônicas, rotatórias,
ilhas circulares, canteiros centrais elevados, esquinas com raios menores, entre
outras. Abaixo segue alguns modelos:
41
Figura 21 – Tabela com modelos de alterações feitas no perfil viário
Fonte: Esteves, Ricardo (1996b)
A utilização de alterações verticais do perfil viário (lombadas, platôs e
almofadas antivelocidade) tem o objetivo primordial de melhorar as condições de
42
segurança na via, reduzindo a velocidade dos veículos. Contudo, o uso de platôs
apresenta a vantagem adicional de permitir o estabelecimento de um canal para a
travessia da via por pedestres, principalmente pessoas com mobilidade
reduzida(gestantes, obesos, idosos, portadores de deficiências, crianças, pedestres
com carrinhos de bebês, etc).
Abaixo algumas técnicas usadas na cidade de Ipatinga.
Lombadas
As lombadas correspondem a partes elevadas da via com perfil circular e
colocadas em ângulo reto em relação à direção do tráfego. Podem ser construídas
de um meio fio ao outro ou serem afiladas nas pontas para facilitar a drenagem.
Esse tipo de medida é eficaz na redução da velocidade, além de possuir fácil
instalação, já que não precisa reconstruir ou repavimentar a via e pode ser aplicada
na maioria dos locais.
Figura 22 – Lombada bairro Ferroviário – Ipatinga/MG
Fonte: autora
43
Plataformas
As plataformas são construídas de um meio-fio ao outro e possui rampas que
são seções inclinadas de acesso às plataformas. Ademais, permitem que pedestres
e cadeiras de roda atravessem a via sem qualquer mudança de nível, além de
proporcionar maior segurança com a redução da velocidade. Em nossa região tais
plataformas são mais conhecidas como passagem elevada de pedestre.
Figura 23 – Passagem elevada bairro Bom Retiro – Ipatinga/MG
Fonte: autora
Sonorizadores
Os sonorizadores são pequenas áreas elevadas de um lado ao outro da via
para alertar os motoristas e induzi-los a desacelerar em virtude de uma situação
perigosa. Esse dispositivo provoca forte vibração e ruído para o motorista e
passageiro através do veículo. Considerando-se que essa medida não requer a
reconstrução da via, a mesma possui fácil implantação e é mais adequada na
entrada de áreas mais adensadas, como shoppings e escolas. Granito e concreto,
divididos em partes e aplicados em séries, são os materiais utilizados na construção.
Entretanto, vale ressaltar o aumento de ruídos e vibrações em áreas residenciais, a
baixa aderência e o fato de não serem bastante eficazes na redução da velocidade.
44
Figura 24 e 25 – Sonorizador bairro Horto – Ipatinga / MG
Fonte: autora
Estreitamento das vias
Os estreitamentos das vias, o alargamento das calçadas e as linhas de
tráfego são medidas que proporcionam, de maneira flexível, a recuperação de
espaços nas ruas para uso diverso do motorizado e redução da velocidade.
Figura 26 – Estreitamento das vias bairro Ideal Figura 27 - Estreitamento das vias bairro Canaã
Ipatinga /MG
Fonte: autora
Rotatória
O uso de rotatórias, de várias dimensões, visando disciplinar o conflito entre
tráfegos cujos fluxos se cruzam. Redução do raio nas junções de vias, com o
objetivo de provocar redução na velocidade de conversão dos veículos.
45
Figura 28 - Rotatória entre bairro Ideal e bairro Iguaçu – Ipatinga /MG
Fonte: autora
A conclusão então que pode ser feita é que a utilização da técnica pode
produzir um efeito importante na solução de problemas causados pelo tráfego de
veículos motorizados, pode melhorar o ambiente urbano e pode contribuir para uma
solução ambiental global respeitante ao transporte de pessoas e bens por áreas
urbanas. Pode até reduzir veículos em circulação. Entretanto sua efetividade
depende da sua utilização estar inserida numa estratégia abrangente para lidar com
problemas de transporte.
4.3 Plano Diretor de São Paulo
São Paulo é imensa, em todos os sentidos. Abriga em sua generosidade o
Brasil e o mundo inteiro e por isso já soma 20 milhões de habitantes, que vivem em
uma das 10 maiores metrópole do mundo. E por isso se depara com seu maior
desafio: Como fazer uma SP mais humana, acessível e eficiente?
A cidade já esta mudando desde 31 julho de 2014, quando aprovou seu plano
diretor estratégico com ampla participação popular. Milhares de pessoas
participaram da inauguração do plano através de fóruns, audiências púbicas e
votações na internet.
O plano contempla 5 dimensões que se integram: dimensão social, ambiental,
imobiliária, econômica e cultural. E o principal objetivo é garantir o direito universal a
46
moradia e a mobilidade urbana de qualidade. Isso significa buscar o equilíbrio entre
edifícios, espaços livres e zonas verdes. Prevê também o incentivo á atividades
econômicas geradoras de emprego e renda e meios que estimulem a produção
cultural e criativa, responsáveis pela identidade e memória da cidade.
Pretende-se então distribuir de maneira mais justa os ganhos da produção de
SP. Redirecionar para a população os recursos arrecadados com potencial
construtivo da cidade.
Figura 29 – Imagem da aplicação dos recursos arrecadados em SP.
Fonte: Unloop Filmes >https://vimeo.com/124266848
Por exemplo: cada terreno tem direito de construir ate 1X (uma vez) o
tamanho de sua área. As construções que excederem este limite vão gerar uma
contra partida social em forma de melhorias urbanas. Também serão criados
instrumentos que estimulam o uso de propriedades ociosas e abandonadas.
47
Figura 30 – Exemplo de construção que excede o potencial construtivo
Fonte: Unloop Filmes >https://vimeo.com/124266848
A construção de uma cidade mais equilibrada passa pela questão da
mobilidade urbana, dessa forma priorizar o transporte público é a saída para que as
pessoas voltem a circular sem enfrentar os longos congestionamentos diários.
Figura 31 – Priorização do Transporte Público
Fonte: Unloop Filmes >https://vimeo.com/124266848
Para isso o plano prevê a ampliação dos corredores de ônibus e as linhas de
trens e de metrô, neste contexto a bicicleta ganha papel de destaque. Ciclovias
integradas com outros modais de transporte vão permitir ao ciclista um
deslocamento rápido e seguro.
48
Figura 32 – Ciclovia Figura 33 – Modais de Transporte
Fonte: Unloop Filmes >https://vimeo.com/124266848
Além de toda a mudança na mobilidade urbana, o plano vai orientar o
desenvolvimento da cidade para perto dos eixos de transporte publico, isso diminuirá
os grandes deslocamentos entre moradia, trabalho e lazer, resultando em mais
tempo livre e mais qualidade de vida.
Os Eixos de Estruturação da Transformação Urbana articulam mobilidade e
desenvolvimento urbano com o objetivo de reverter o modelo de estruturação urbana
e ampliar o direito da população à cidade, reequilibrando a distribuição entre
moradia e emprego. Trata-se de uma estratégica clara de otimização da
infraestrutura existente que visa potencializar o aproveitamento do solo urbano ao
longo da rede de transporte coletivo de média e alta capacidade, bem como buscar
a integração territorial das políticas públicas de transporte, habitação, emprego e
equipamentos sociais.
Estes eixos são definidos pelas quadras inseridas na faixa de 150 metros de
cada lado dos corredores de ônibus, bem como no raio de 400m ao longo das
estações de metrô e trem, porém os mesmos só serão ativados após o início de
implantação desses novos eixos de transporte coletivo (obras aprovadas e
licenciadas), e os lotes integrantes ao eixo urbanístico terão que otimizar o
investimento de infraestrutura e contarão com benefícios para tanto.
49
Figura 34 – Eixos de Estruturação da Transformação Urbana
Fonte: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-eixos-de-estruturacao-da-transformacao-
urbana/
A idéia é incentivar a construção de habitações para as diversas faixas de
renda, o uso misto, a implantação de equipamentos e usos institucionais e a
ampliação dos espaços públicos.
Além disso, os usos privados que dinamizem a relação entre passeio público
e o térreo das edificações e propiciem a circulação de pedestres e ciclistas serão
incentivados como usos não computáveis por meio de fachadas ativas e fruição
pública dos pavimentos térreos.
A obrigação de vagas de garagem mínimas hoje existentes na cidade deixa
de existir. Como estão junto à infraestruturas de transporte público coletivo, as vagas
de garagem terão parâmetros máximos, desincentivando o uso do carro para que a
população use o transporte público.
50
Figura 35 – Situação Urbana de SP ilustrada
Fonte: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-eixos-de-estruturacao-da-transformacao-
urbana/
As áreas próximas ao sistema de transporte público coletivo serão, portanto,
locais estratégicos para transformação urbana, o que permite resguardar mais
tranqüilidade para os bairros situados entre os eixos dessa rede.
O Projeto de Lei do Plano Diretor Estratégico estabelece também, o sistema
hidroviário como um dos elementos que estruturam o sistema de mobilidade
urbana do município, além de colaborar com o desenvolvimento urbano da cidade,
especialmente por meio da requalificação da orla dos canais e lagos navegáveis.
Para a realização dos serviços de transporte de cargas e passageiros se faz
necessário que sejam garantidas as condições de navegabilidade das hidrovias.
Para priorizar o direito a moradia digna para quem mais precisa, o plano
duplicou as chamas ZEIS (zonas especiais de interesse social), para atender a
população com renda familiar de ate 3 salários mínimos. Ou seja, a criação de
habitação social em loteamentos irregulares, lotes subutilizados, imóveis
subutilizados, lotes em mananciais e lotes vazios.
A cota de solidariedade destina 10% (dez porcento) da área de todos os
empreendimentos para promoção de moradia social. Essas novas diretrizes
permitiram o desenvolvimento de uma cidade mais democrática e plural.
51
Figura 36 – Imagem mostrando os 10% da área dos empreendimentos.
Fonte: Unloop Filmes >https://vimeo.com/124266848
Com dinâmicas urbanas mais equilibradas a cidade reduzirá as
desigualdades entre as regiões, articulando e conectando os vários municípios da
metrópole. A criação de parques tecnológicos e zonas de desenvolvimentos
econômicas, permitiráa criação de empregos mais próximos às moradias.
As dimensões culturais e ambientais estão presentes em todo o plano e são o
fio condutor para fazer de São Paulo, uma cidade mais humana e sustentável. A
criação e ampliação de espaços culturais, afetivos e simbólicos, aproximam os
habitantes da cidade, sua historia e identidade.Parques, praças e equipamentos de
convívio social, tem papel fundamental na ordenação do município, por isso o plano
vai garantir a construção e promover esses espaços de convívio.
Os recursos para por em prática o plano diretor vem do potencial construtivo
da cidade e serão geridos pelo FUNDURB (Fundo de Desenvolvimento Urbano), de
forma democrática e transparente, por meio da participação popular, os habitantes
poderão decidir e monitorar a aplicação desses recursos. Todos os aspectos do
plano, tem uma única primícia: melhorar a qualidade de vida de seus habitantes.
O novo plano diretor é a ferramenta criada por sua própria população para
transformar e construir uma cidade mais humana, democrática e igualitária. Esse
plano já esta em curso e fará de SP uma cidade ainda mais grandiosa.
52
5. PROPOSTA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
A proposta desenvolvida para o projeto de Trabalho de Conclusão de Curso
II, foi baseada nos estudos e obras análogas apresentado nos capítulos anteriores,
tendo como foco principal a mobilidade urbana.
“Os espaços urbanos revelam, na sua natureza artificial, a marca que
identifica um modo de vida, de habitar, de trabalhar, uma forma de
recreação e de deslocação que deixa, no desenho da cidade e em cada
época, o retalho da sua utopia!” (SOCIEDADE LEIRIAPOLIS, 2007, p. 21).
Diante as observações, optou-se por fazer um projeto de requalificação de
uma rua ou avenida, baseando-se primeiramente no fato de se ter uma convivência
respeitosa entre carro, pedestre e ciclista e em seguida que esta rua servisse de
teste, para futuras modificações nas demais ruas da cidade escolhida.
A diretriz principal do projeto será priorizar o pedestre através de melhorias da
infraestrutura do local. Assim, o projeto contemplará:
- analise para ampliação e reforma das calçadas que precisam atender
normas de acessibilidade e, tornar o caminhar mais seguro e agradável;
- implantação de mobiliário urbano (bancos, lixeiras e totens), de forma a
oferecer maior conforto;
- melhoria na pavimentação da via para induzir os veículos à diminuição da
velocidade e torná-la mais segura;
- reforma dos cabos de energia elétrica e telefonia, tornando a paisagem mais
bela e atrativa;
- adequação da iluminação pública;
- proposta de arborização.
Para inserção do projeto foi escolhido o município de Ipatinga, interior de
Minas Gerais, onde a construção da cidade foi moldada na industrialização e o carro
foi um dos protagonistas deste espaço.
Apesar de se querer uma necessidade de adequação de vários pontos da
cidade, se faz necessário a seleção de um ponto para estudo e proposta. Tal
escolha foi realizada a partir de observações preliminares, in loco e levantamento de
dados.
53
Assim, percebeu-se a necessidade de recriar uma nova “estética” em função
do desenho já existente no Bairro Centro, devido a fatores como:
Importância do mesmo para a economia da cidade;
A proximidade com a BR 458, que faz acesso a outros municípios;
Ligação direta a outros bairros, como Veneza 1, Veneza 2, Novo Cruzeiro e
Vila Ipanema, e indiretamente a outros bairros;
Fluxo de pessoas e de veículos intenso e durante todo o dia;
Pólo comercial e facilidade de acesso das cidades da RMVA
O centro de Ipatinga oferece inúmeros serviços, que por muitas vezes são
usados pelos municípios vizinhos, pois carecem de infraestrutura local;
Fácil acesso por diversos meios de transporte.
54
Figura 37 – Mapas de Ipatinga e do bairro Centro
Fonte: autora
Bairro Cetro
458
55
A seguir serão apresentados alguns levantamentos realizados, sobre o bairro Centro, mostrando detalhes dos modais e cenários urbanos encontrados atualmente.
Figura 38 - Levantamentos: ciclovia e sistema viário
Fonte: Autora
Neste levantamento (Fig. 38) buscou-se apontar os lugares onde possui
ciclovias no bairro Centro e a classificação das ruas, para uma analise mais
criteriosa das necessidades de requalificação desses modais e pensar no TCC II
numa forma de estimular o uso de vias internas do bairro como rotas alternativas
dos ciclistas, onde o tráfego é menos intenso e mais seguro.
56
Figura 39 - Principais comércios
Fonte: Autora
Com o levantamento dos principais comércios (fig. 39) foi possível descobrir
os tipos de pessoas que freqüentam o bairro e quais os tipos de lojas que atraem o
maior numero de indivíduos, ou seja, locais que possui grande fluxo.
Figura 40 - Público
Fonte: Autora
Na figura acima pode-se perceber que o bairro é movimento durante todo dia
por diferentes tipos de público e que em alguns horários, o fluxo de pessoas é
57
intenso. Usou-se classificar os tipos de pessoas freqüentadoras do Centro, o horário
e o tipo de transporte utilizado para se deslocar ate o bairro.
Portanto, após analise de tais levantamentos, foi selecionada, a Rua 28 de
Abril no bairro Centro, para a requalificação, em face a sua relevância para o
comércio local e regional, e que mesmo possuindo infraestrutura básica de
pavimentação, calçadas, iluminação publica, possui uma série de problemas
relativos à mobilidade dos usuários, que por sua vez reflete diretamente no impacto
econômico da região.
Ao escolher o local, foi levado em consideração: espaço físico de pedestres e
veículos em algumas áreas; dimensionamento das vias de rolamento; pavimentação
inadequada; publicidade interferindo na visibilidade; falta de identificação das vias;
sinalização sem padronização.
Então, através do mapeamento do Centro pode-se reafirmar a viabilidade da
escolha, assim como mostra o mapa relacionado às fotografias a seguir.
Figura 41 – Mapa mostrando a rua 28 de Abril, Centro - Ipatinga
Fonte: Google mapa
1
3
2
4
6 5
7 8
58
Figura 42 – Foto Ponto 1 Figura 43 – Foto Ponto 2
Fonte: Autora Fonte: Autora
As calçadas que são vias destinadas à circulação dos pedestres nas cidades
quase nunca são ideais. Na figura 42 é possível verificar tipos diferentes de
pavimentação da calçada e um usuário cadeirante que como em vários outros
lugares encontra “barreiras” em seu caminho (figura 43).
Figura 44 – Foto Ponto 3 Figura 45 – Foto Ponto 4
Fonte: Autora Fonte: Autora
Ao longo das calçadas é possível observar ainda que o revestimento do
calçamento encontra-se em condições inadequadas por conterem piso tátil já
deteriorado e revestimento soltos, sem falar nos equipamentos de sinalização e
lixeiras que dificultam a passagem dos transeuntes (fig.44).
59
Na figura abaixo (fig.45) pode-se observar a grande quantidade de carros e
motos estacionados ao longo da via, o que significa o grande fluxo de automóveis no
centro. E por conta desta movimentação intensa, as calçadas acabam por não
suportar a quantidade de transeuntes, nos quais na maioria das vezes, preferem
andar nas ruas, entre um veiculo e outro (fig.46).
Figura 46 – Foto Ponto 5 Figura 47 – Foto Ponto 6
Fonte: Autora Fonte: Autora
É possível ainda ver vários outros problemas, ao caminhar pela principal rua do
bairro. Poucos são os lugares que contem mobiliário urbano e arvores paras os
usuários usufruírem do espaço publico. E a iluminação deixa a desejar em vários
pontos, sem falar no emaranhado de fios que polui visualmente as ruas (fig. 47, 48 e
49).
Figura 48 – Foto Ponto 7 Figura 49 – Foto Ponto 8
Fonte: Autora Fonte: Autora
60
6. SEMANA INTEGRADA
No curso de Arquitetura e Urbanismo todo semestre acontece a semana
integrada (S.I), uma semana repleta de oficinas, palestras, exposições e muito
aprendizado, onde todos os alunos podem participar e trocar experiências.
Este ano a S.I aconteceu no mês de Setembro/2015 na Unileste – MG e com
o intuito de apresentar e discutir um pouco mais sobre meu tema de TCC I, realizei
um seminário com apresentação de um documentário.
O filme escolhido foi Urbanized de Gary Hustwit que conta um pouco sobre os
problemas e as estratégias por trás do Desenho Urbano, através da visão de alguns
dos arquitetos (como Oscar Niemeyer, Rem Koolhaas, Norman Foster),
planejadores, políticos, construtores e pensadores do mundo.
Gary tenta inserir a problemática do rápido crescimento demográfico e a
concentração das populações nas grandes cidades, em oposição ao quase
desaparecimento de outras. Expõe sobre a importância do design urbano e das
conseqüências e influências do urbanismo no dia a dia dos cidadãos em diferentes
cidades e países. Ele marca uma discussão global sobre o futuro das cidades.
Finalizando o seminário, fizemos uma mesa redonda comum bate papo com
alunos de diversos períodos do Curso de Arquitetura e Urbanismo, onde debatemos
e expomos opiniões diferenciadas sobre influencia da mobilidade urbana no
desenho das cidades e a ligação com a qualidade de vida das pessoas.
Desta forma o seminário ajudou na organização das idéias para a escrita da
monografia e fez com que eu aprimorasse o entendimento sobre o tema aqui
apresentado.
Figura 50 – Banner Semana
Integrada
Fonte: Autora
61
7. CONCLUSÃO
Diante dos estudos pesquisados reforçasse a necessidade de implantação de
medidas que restrinjam ou desestimulem, direta ou indiretamente, o uso do carro na
área analisada. Sabe-se que isso terá que vencer certa resistência por parte de
alguns cidadãos. Sobretudo porque a melhoria geral do transporte coletivo - que
facilitará a restrição ao carro - não virá por completo no curto prazo.
Deste modo, com a elaboração da monografia aprofundei no assunto sobre
mobilidade urbana tornando possível adquirir e conhecer ferramentas para se propor
um Desenho Urbano harmonioso, pensado e voltado para as pessoas. Encontrei
problemas que podem ser solucionados e supridos com projetos urbanos de
qualidade e que visam a participação popular, pois um bom projeto é aquele que é
pensando para o bem estar de seu usuário.
Não existem soluções mágicas para problemas complexos, pois hoje,
diferente do vivido há cem anos, não dependemos mais de uma invenção
tecnológica para sair dos congestionamentos. As soluções são conhecidas e
variadas, algumas mais simples que outras, e envolvem a realização de um
planejamento que englobe e considere todos os atores da mobilidade e priorize os
transportes não motorizados e coletivos, feito de forma participativa e capaz de
transformar efetivamente a forma como as pessoas se deslocam pela cidade.
Devolver à cidade o seu direito de circulação e aos cidadãos o seu direito à
cidade, faz parte da profissão – Arquiteto e Urbanista. No entanto, o impacto da
construção de uma cidade mais justa será, inegavelmente, positivo para todos. É
essa percepção que pretendo mostrar e que precisa ser construída e trabalhada por
todos nós.
62
8. REFERÊNCIAS
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São Carlos: UFSCar, 2003. 111p.
ASSUNÇÃO, R.B. PDDI: eixo mobilidade. Ipatinga. 2014.
BATISTA, F. de A.; BARBOSA, L. S.; GODOY, M. M. Transportes, modernização e
formação regional: subsídios a história da era ferroviária em Minas Gerais,
1870-1940 – Belo Horizonte : UFMG/CEDEPLAR, 2012. 40 p.
BIELSCHOULSKY, P; CUSTÓDIO, M. C.A Evolução do Setor de Trasnporte
Aéreo Brasileiro. Revista Eletrônica Novo Enfoque, ano 2011, v.13, n.13, p.72 – 93.
BOESIGER, W; GIRSBERGER, H. Le Corbusier: 1910-1965. Barcelona: Gustavo
Gili, 1971.
BRIESE, V. Ciclovias para expansão do tráfego motorizado.ADFC Allgemeiner
Deutscher Fahrrad-Club Forschungs Dienst Fahrrad - FDF 218 –1994.
DAROS, E. J. Moderação e Ordenação do trânsito Urbano.Disponível em:
<http://www.pedestre.org.br/downloads/MODERACaO%20E%20ORDENACaO%20
DO%20TRANSITO%20URBANO.pdf>. Acesso em: 20 out. 2015.
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de
Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 525.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (Ipea). Impactos sociais e
econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras.
Brasília: Ipea, 2003, 2008.
63
LEI Nº 3.408, DE 27 DE NOVEMBRO 2014. Dispõe sobre o parcelamento, a
ocupação e o uso do solo urbano no Município de Ipatinga. Disponível
em:<file:///C:/Users/meganote/Downloads/Lei_No_3408,_de_27_de_novembro_2014
_Parcelamento,_a_ocupacao_e_o_uso_do_solo_urbano_no_municipio_de%20(1)%
20(1).PDF>. Acesso em: 05 nov. 2015.
MENDONÇA, R. S.R. de. O urbanismo modernista em Minas Gerais: o caso
‘Ipatinga’. [235] f, 2006. Dissertação (Mestrado)– Escola de Arquitetura,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.
NETO, A. F. da C. e S. O conceito de desenvolvimento e seu reflexo na política
externa brasileira. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão. Cadernos do IPRI,
n. 2, 1989, p. 133.
PREFEITURA MUNICIPAL DE IPATINGA. Histórias dos Bairros. Disponível
em:<http://www.euamoipatinga.com.br/>. Acesso em: 28 out. 2015.
OLIVEIRA, G. M. Logística: uso, tipos de modais e a importância da logística
para a região de Franca. Portal de Periódicos Eletrônicos UNIFACEF. v.3 n. 1,
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