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Theatres des Vampires

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Page 1: Theatres des Vampires
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Terminaram recentemente as gravações do

vosso novo disco, «Moonlight Waltz». O que

nos podes adiantar sobre esta nova

proposta?

Acabámos as gravações muito recentemente e aindatenho algum álcool a correr nas veias depois da festaprivada que tivemos com alguns amigos íntimos paracelebrar o final desta dura tarefa. Estamos muitosatisfeitos com ele. É um grande álbum, provavelmenteum dos nossos melhores de sempre. O «MoonlightWaltz» é 100% Theatres Des Vampires e umacombinação perfeita de momentos góticos eorquestrais com a sonoridade melancólica do violinoao longo de todo o disco, que faz lembrar o primeiroperíodo da banda e a enorme energia e sonoridade forteque criámos ao longo dos últimos anos. Em suma, o«Moonlight Waltz» é um álbum de verdadeiro metalgótico criado por vampiros. Vai ser editado em Janeirode 2011 numa luxuosa primeira edição limitada queincluirá um DVD especial bónus com o vídeo-clip dotema «Carmilla» e algum outro material vídeo exclusivocomo o “making of” do disco, entrevistas e outras coisas.

Há alguns convidados especiais no álbum. Quais

foram os critérios para os convites – os vossospróprios gostos ou o que as músicas “exigiam”?Sim, temos alguns convidados ilustres como o SnowyShaw dos Therion e Notre Dame, a Eva dos Laibach ea Cadaveria. Aprecio muito trabalhar com diferentesartistas e deixá-los interpretar as nossas músicas domodo como querem. É muito interessante, foi umenorme prazer e é uma experiência importante tê-loscomo convidados. Gostamos do trabalho e atitude decada um deles e é esse o principal motivo pelo qual osconvidámos. Fizeram todos um excelente trabalho ecompreenderam na perfeição a atmosfera negra do«Moonlight Waltz». O Snowy Shaw é um grandeartista, com uma intuição musical incomparável e, aomesmo tempo, um executante perfeito. Coloca a almaem tudo aquilo que faz e é um profissional com umapersonalidade especial e espantosa. Pessoalmente,adoro todos os projectos musicais dele.

Existe algum arrependimento da vossa parte,por não terem o tipo de som bombástico ebrilhante que este disco tem nos anteriores?Regravariam alguns desses álbuns – ou, pelo

menos, algumas músicas – ou preferemconcentrar-se em material novo?Não podemos voltar a ser as mesmas pessoas queéramos há alguns anos e a nossa música cresceconnosco dia após dia, sem no entanto perdermos anossa sonoridade. Ainda mantemos a mesmaatmosfera de encanto e horror que é a nossa imagemde marca desde 1994, embora os arranjos sejamdiferentes. Somos o que tocamos, a nossa música é anossa alma, com todos os sentimentos e mudanças quenos acompanham na vida. Adoramos o nosso passado,presente e futuro. Gravámos este álbum e fizemo-lo hojepor causa do que fizemos ontem, com grande esforço epaixão. Iniciámos um novo capítulo há alguns anos,optando por ter uma banda com voz feminina emudando a sonoridade para metal gótico porqueprecisávamos de expressar a nossa atitude esentimentos de outra forma e não era possível regressarao passado. Éramos pessoas diferentes, com pontos devista diferentes para mostrar e coisas diferentes paradizer. Temos muito orgulho dos nossos fãs, porquesempre nos apoiaram em todas as decisões.

Existe no disco uma versão dos Mecano, dotema «Figlio Della Luna». Porquê esta banda eporquê esta canção?Sempre adorei esse tema. As letras, a música… é tudoperfeito. É um conto de fadas com final cruel, quefala da lua, por isso decidimos dar a nossa própriainterpretação dele. O resultado é incrível… É belo eé a primeira música que canto inteiramente emitaliano. Deu-me um grande prazer gravá-la.

O «Moonlight Waltz» desenvolve ainda mais avossa abordagem sinfónica ao metal gótico e,desta vez, trabalharam inclusivamente com umdirector de orquestra. O que é que o LucaBellanova vos permitiu fazer, que não teriampossibilidade de fazer sem ele?Foi a primeira vez que decidimos colaborar com ummaestro e estamos muito satisfeitos com os resultadosque obtivemos. É extremamente complicado comporas partes e arranjos para os diversos instrumentosclássicos e a melhor coisa a fazer é ter à mão umapessoa dotada, que trabalhe connosco e que aprecie anossa música e estilo. O Bellanova é um grandemaestro e amigo nosso antes de mais nada, por issodecidimos juntar ideias, trabalhar arduamente todosos dias e o resultado foi… o «Moonlight Waltz».

A vossa imagem é muito forte e profundamenteligada ao vampirismo. Essa é, neste momento,a imagem de marca dos Theatres Des Vampiresou poderá haver no futuro um disco da bandacom outros temas líricos e uma imagemcompletamente “normal”?As coisas mudam muito rapidamente na vida e não seio que poderemos fazer amanhã, assim como não sei osignificado exacto da palavra “normal”. Tenho a certezaque sou mais “normal” que muitas das pessoas“normais” à minha volta. Faremos sempre aquilo quenos apetecer e que sentirmos na nossa alma… e a nossaalma é negra como o inferno… e sangra.

Depois da mudança que operaram na vossasonoridade – do black metal para um metal maismelódico e gótico – alguma vez vos ocorreumudarem de nome, de modo a “separarem” opassado e o futuro?Somos como somos e vamos sempre ser os TheatresDes Vampires. Não vai haver outro nome. Temos umahistória de quinze anos atrás de nós. Uma história feitade sacrifícios, alegrias, lágrimas e emoções e estamosmuito orgulhosos de tudo o que fizemos durante esselongo período. Se decidirmos optar por um novo nomeserá apenas para um projecto a solo, que caminharásempre lado a lado com os Theatres Des Vampires.

F e r n a n do R e i s