Tipografia Vernacular

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Pesquisa e análise da tipografia vernacular brasileira

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HISTRICO DE TRABALHO GARAMOND

CENTRO UNIVERSITRIO FIEO UNIFIEO CURSO BACHARELADO EM DESIGN DIGITAL SEGUNDO SEMESTREANDR GUSTAVO PAVELOSKI

DANILO CHAVES

JOO VICTOR DEUSDAR

WESLEY DOS SANTOS SOUZA

TIPOGRAFIA VERNACULAROSASCO

2014

ANDR GUSTAVO PAVELOSKI

DANILO CHAVES

JOO VICTOR DEUSDARWESLEY DOS SANTOS SOUZA

TIPOGRAFIA VERNACULARTrabalho interdisciplinar apresentado no curso de graduao em Design Digital no Centro Universitrio FIEO.

OSASCO

2014

SUMRIO

1. INTRODUO......................................................................................................3

1a BREVE APRESENTAO DO TEMA.................................................................3

1b JUSTIFICATIVA..................................................................................................3

1c OBJETIVOS.........................................................................................................4

1c1 OBJETIVO GERAL............................................................................................4

1c2 OBJETIVOS ESPECFICOS..............................................................................4

2. O DESIGN BRASILEIRO.....................................................................................5

2.1 HISTRICO DO DESIGN NO BRASIL...............................................................5

2.2 AMEAAS AO OFCIO DE LETRISTA...............................................................5

2.3 INFLUNCIA LOCAL NA TIPOGRAFIA BRASILEIRA.......................................5

2.4 O PAPEL DO DESIGNER NA SOCIEDADE ATUAL..........................................6

3. A TIPOGRAFIA VERNACULAR..........................................................................7

3.1 TIPOGRAFIA VERNACULAR NA PAISAGEM URBANA..................................7

3.2 OS LETREIRAMENTOS POPULARES.............................................................7

3.3 O OFCIO DE LETRISTA...................................................................................8

3.4 PINTURA DE CARTAZES..................................................................................84. ANLISE SEMITICA DO PAINEL...................................................................10

4.1 FOTO DO PAINEL............................................................................................10

4.2 PRODUO DO PAINEL.................................................................................104.3 PONTO DE VISTA QUALITATIVO-ICNICO..................................................11

4.4 PONTO DE VISTA SINGULAR INDICATIVO...................................................11

4.5 PONTO DE VISTA CONVENCIONAL-SIMBLICO.........................................115. ENSAIO FOTOGRFICO...................................................................................136. FONTE CRIADA................................................................................................187. CONSIDERAES FINAIS...............................................................................19REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS......................................................................20

1. INTRODUO1a BREVE APRESENTAO DO TEMAVivemos numa sociedade rodeada de informaes tipogrficas. Dentro desse contexto esto as construes vernaculares, constitudas por caracteres excntricos e ausentes de formalidade, j que normalmente so feitas por leigos, pessoas sem qualquer formao na rea. Alm disso, as construes vernaculares no exigem materiais especficos, materiais simples podem ser usados. So solues grficas, publicaes e sinalizaes ligadas aos costumes locais, produzidas fora do discurso formal.1b JUSTIFICATIVA

O nosso trabalho tem como foco realar a importncia do texto, a importncia da tipografia vernacular nos dias atuais, uma arte antiga que dura at hoje. Grande parte do espao urbano tomado por caracteres feitos de forma rudimentar, feitos por pessoas sem nenhum tipo de formao acadmica, os chamados letristas. Como presente no cotidiano e se relaciona com o nosso curso, torna-se necessrio realizar um estudo da tipografia vernacular.

A escolha do grupo em explorar a tipografia vernacular baseada na realidade dos supermercados, explica-se pela exacerbada presena da tipografia vernacular como fonte de divulgao na busca pelo ganha po, promovendo uma grande quantidade desta pratica nas ruas, e principalmente em mercados, exigindo uma grande elegncia no ato de divulgar informalmente.1c OBJETIVOS

1c1 OBJETIVO GERAL

O objetivo do trabalho relacionar a tipografia vernacular s matrias de histria do design grfico, fotografia, teoria da comunicao e tipografia de modo que se possa analisar e desenvolver o tema a partir das diversas perspectivas que essas matrias trazem acerca do tema. 1c2 OBJETIVOS ESPECFICOS

Apesar de no ser um tema muito recorrente, a tipografia vernacular est presente no nosso cotidiano e, portanto, seu estudo torna-se necessrio pelos estudantes de design.

O design divide-se em duas interessantes correntes, devido seu cenrio poltico e scio-econmico atual: o design global e o design local. Por um lado, opta-se seguir uma linguagem visual universalista. Por outro lado, opta-se uma linguagem visual com influncias. Ambas correntes so usadas pelo designer, porm interessante perceber que cada uma delas tem o momento certo de ser utilizada.

Na corrente local encontramos as composies vernaculares, caracterizadas por seus estilos excntricos e por suas simples produes. Apesar da tipografia vernacular no seguir um padro, possvel identificar caractersticas peculiares e classificar seus diferentes usos.2. O DESIGN BRASILEIRO2.1 HISTRICO DO DESIGN NO BRASILNa dcada de 1960 iniciaram-se as atividades de ensino superior de design no Brasil, com o surgimento da Escola Superior de Desenho Industrial no Rio de Janeiro. A partir da a sociedade reconheceu o design (ento denominado desenho industrial) como uma nova profisso.

As primeiras escolas de design do Brasil tinham a matriz modernista (importada da Europa) como referncia. Apesar disso, antes da dcada de 1960, as produes informais de design no Brasil possuam solues projetuais prprias, algo que poderamos identificar como um design brasileiro mais autntico, com bases criativas mais prximas da cultura e hbitos locais. Muitos ofcios antigos advindos dessas solues projetuais prprias desapareceram, outros, no entanto, ainda coexistem com as atividades do design formal.2.2 AMEAAS AO OFCIO DE LETRISTAUm ofcio antigo que perdura at os dias atuais o trabalho dos letristas populares. A instituio de novas leis que visam reduo da poluio visual em algumas capitais do Pas - como a Lei Cidade Limpa instaurada em So Paulo - e o surgimento de novas tecnologias de impresso digital, colocam em risco a existncia do ofcio do letrista popular. Ao andar em grandes centros urbanos pode-se perceber a disputa entre os letreiros populares e impresses digitais.

Por outro lado, a era digital estimulou o desenvolvimento de projetos baseados em transposies estticas, do passado para o presente, do meio analgico para o virtual.2.3 INFLUNCIA LOCAL NA TIPOGRAFIA BRASILEIRA

O universo brasileiro passa por um processo de deslocamento e traduo para os meios digitais, onde pode-se observar uma tendncia ao desenvolvimento de projetos tipogrficos com inspirao na linguagem grfica vernacular.

Grande parte das fontes brasileiras remete cultura local2.4 O PAPEL DO DESIGNER NA SOCIEDADE ATUALCom o fenmeno da globalizao e as transformaes intensas que ela traz ao mundo, observa-se que as tradies e costumes tm se perdido em meio vasta quantidade de informaes em que estamos imersos, num crescente processo de homogeneizao cultural.

Em meio a essa tendncia, o designer surge com o papel de encontrar um ponto de equilbrio entre o design global e o design local, de forma que no se perca a originalidade de cada cultura e, ao mesmo tempo, permitir que o design seja influenciado pela globalizao de forma que haja uma rica troca de experincias entre as particularidades de cada povo.

3. A TIPOGRAFIA VERNACULAR3.1 TIPOGRAFIA VERNACULAR NA PAISAGEM URBANANo meio urbano, possvel perceber que existe uma srie de interferncias tipogrficas que convivem no dia a dia das pessoas na cidade, seja em fachadas de estabelecimentos, placas indicativas de ruas, propagandas em muros, pichaes, entre outras. Essas paisagens tipogrficas urbanas revelam um pouco dos hbitos e costumes da regio, elementos de sua cultura visual, moldadas por variveis sociais, econmicas, educacionais e tecnolgicas.Parte dessas interferncias tipogrficas so desenvolvidas por designers ou publicitrios e geralmente produzidas por sistemas de impresso digitais. J outra parte, desenvolvida por cidados comuns, atravs de processos manuais, que ocupam de forma aleatria os espaos pblicos da cidade.Pode-se dizer que a tipografia vernacular surge do intermdio entre a necessidade de transmitir algo e a carncia de conhecimento mais apurado.Como o nmero de informaes tipogrficas grande, possvel classificar em diferentes formas a tipografia na cidade, como a Tipografia Arquitetnica, de Registro, Normativa, Comercial, entre outras. Dentre essas classificaes, a tipografia vernacular encontra-se com mais frequncia na Tipografia Comercial, aquelas presentes em pontos comerciais, de maneira informal, j que so feitas em sua grande maioria por processos manuais e por pessoas no especializadas.

3.2 OS LETREIRAMENTOS POPULARES

Classificao dos letreiramentos populares nas paisagens tipogrficasEntende-se por letreiramento popular uma tcnica que inclui todo e qualquer desenho de letras, independente da ferramenta, mtodo ou suporte utilizado para sua reproduo. Porm, ao mesmo tempo que o termo possui um significado to abrangente, especfico quanto ao seu carter vernacular.

Dentro da tipografia comercial informal, pode-se perceber dois grupos diferentes: os manuscritos populares e os letreiramentos populares. O primeiro grupo caracteriza-se por uma produo mais espontnea e ingnua, geralmente produzida por pessoas comuns ou os donos dos prprios estabelecimentos de maneira improvisada. J o segundo grupo caracterizado por uma produo por pessoas especializadas, que apesar de no ter nenhum curso no ofcio de desenhar letreiros, trabalham profissionalmente com esta atividade.Caractersticas dos letreiramentos populares- Predominncia de maisculas;- Mistura ou alternncia de variaes de corpo, peso ou caixas altas e baixas;- Recursos decorativos: sombras, contornos, simulao de volume;- Preferncia por fontes sem serifa;- Disposio de textos em curva, na vertical ou inclinados;- Elementos esquemticos: fios, bales, setas, molduras, etc.

3.3 O OFCIO DE LETRISTA

As pessoas que fazem parte do grupo dos letreiramentos populares, ou seja, as que trabalham profissionalmente com esta atividade, formam um grupo bastante heterogneo: alguns trabalham na rua, outros em casa ou oficinas. Alguns aprenderam sozinhos e outros foram aprendizes de letristas.

Os estilos de letras pintadas geralmente carregam um estilo prprio, um trao pessoal definido pela prtica de cada um. s vezes, as letras so projetadas na hora e seu estilo se adequa a proposta de cada projeto.

Eles geralmente usam ferramentas como tintas, pincis, rguas, entre outros instrumentos de trabalho. O uso do computador acontece de forma indireta, pois grande parte destes profissionais no domina as novas tecnologias, mas pedem auxlio a terceiros quando necessitam de tomar como referncia algum layout gerado digitalmente.

3.4 PINTURA DE CARTAZESA pintura de cartazes a mais utilizada nos supermercados, a temtica escolhida pelo grupo. O quadro a seguir mostra os principais materiais usados na produo dos cartazes e como se d o processo de produo.

4. ANLISE SEMITICA DO PAINEL4.1 FOTO DO PAINEL

4.2 PRODUO DO PAINEL

Os cartazes e mica cards que compe o painel foram produzidos a partir de ideias expostas pelos integrantes do grupo. Foi decidido que toda arte do cartaz seria produzida a partir da mesclagem entre cartazes de supermercado, aougues e frutarias, possuindo o estilo grfico do designer Saul Bass, estudado em Histria do Design Grfico.4.3 PONTO DE VISTA QUALITATIVO-ICNICO

- Cores e imagens:

Nos cartazes buscou-se manter as principais caractersticas dos cartazes encontrados em supermercados. O contraste das cores: branco, vermelho e amarelo, causam um alto contraste, chamando a ateno instantaneamente. A cor preta vem com a funo de informar o produto a ser vendido e tambm de ilustrar com desenhos os cartazes. O azul juntamente com a cor preta e com a cor roxa, usados ao redor dos cartazes e em um mica card, est presente em diversas obras do designer Saul Bass.- Forma

As formas utilizadas do cartaz combinaram o estilo prprio da tipografia vernacular e de suas imperfeies nas letras e o estilo de Saul Bass, conhecido por trabalhar com recorte e formas geomtricas. No cartaz principal foram utilizadas faixas com o intuito de separar os cartazes menores e como adorno.- Distribuio dos elementos no espaoQuanto a distribuio de elementos, foram feitos rascunhos antes da aplicao final. A melhor opo foi trabalhar com um grid de trs cartazes A3 juntamente com mais trs em baixo, o que posicionaria de forma mais agradvel toda a arte produzida. Os mica cards foram inseridos no painel atravs de dois cartazes, de forma que ocupassem a mesma rea que os cartazes, mantendo o painel visualmente equilibrado.4.4 PONTO DE VISTA SINGULAR INDICATIVO

Nos cartazes, foi utilizado o papel contact, uma soluo grfica encontrada pelo grupo para a produo. A cor amarela do cartaz, por ser uma cor forte, tem sem dvida um papel decisivo na busca de chamar ateno de um observador. Alm disso a forma como trabalhou-se a forma no explicita o contedo de forma to clara, deixando ao observador o gosto de descobrir o que est ilustrado, caracterstica das obras de Saul Bass.

4.5 PONTO DE VISTA CONVENCIONAL-SIMBLICOAs fontes utilizadas nos cartazes foram totalmente produzidas pelo grupo. Com o fim da produo possuir carter criativo, fez-se o uso de um trocadilho: a palavra pantone faz aluso ao panetone, produto usado intencionalmente pelo grupo por ser muito vendido nos supermercados nesta poca do ano. Nos quatro primeiros cartazes, de se notar uma padronizao em questo de diagramao, onde a ilustrao sempre aparece ao meio do cartaz e o preo ou os nmeros sempre aparecem abaixo. Alm disso, na parte superior sempre aparece um ttulo que gere ateno e faa referncia ao tema do cartaz, como: Oferta, Promoo e Caixa rpido.

5. ENSAIO FOTOGRFICO

Ensaio fotogrfico mostrando a presena da tipografia vernacular no espao urbano.

6. FONTE CRIADA

7. CONSIDERAES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo explorar o mundo da tipografia vernacular, mostrando em que contexto cultural ela se encaixa, o ofcio daqueles que a produzem e as ameaas recorrentes de extino que este ofcio sofre.

A princpio, houve certa dificuldade, pois, apesar do tema j ter sido trabalhado na matria de tipografia, no sabia-se de qual maneira ele seria desenvolvido. Porm, atravs de uma pesquisa sistemtica, encontrou-se boas referncias que serviram de base para a realizao do trabalho.

Ao longo do trabalho foram explorados temas que compreendem desde o nascimento do design no Brasil, at a influncia que a cultura local exerce sobre a tipografia brasileira. Compreende-se atravs desses temas o papel importante que designer possui na sociedade atual e como este concilia as correntes do design global e do design local. Alm disso, pode-se ver a influncia da cultura local no design brasileiro desde os seus primrdios e os constantes riscos de extino que ela sofre, visto o crescente uso da tecnologias digitais e leis que regulam representaes visuais no meio urbano.

Posteriormente realizou-se uma anlise semitica da produo do grupo, dando nfase ao tema de supermercado, o qual utiliza diversos artifcios para chamar a ateno do cliente. Por fim foi apresentado o ensaio fotogrfico que teve como objetivo mostrar a presena, ainda que de forma discreta, da tipografia vernacular no meio urbano.REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS

FINIZOLA,Ftima.Tipografia Vernacular Urbana .So Paulo: Editora Blucher,2010. 107p. SANTAELA,Lucia. Semitica Aplicada: Anlise Semitica Compativa Embalagem de Duas Marcas de Shampoo. So Paulo: Editora Pioneira , 2002. 177p.