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Universidade Católica Portuguesa – Viseu Mestrado em Gestão de Negócios Macroeconomia e a Globalização dos Negócios Grupo Amorim Processo de Internacionalização Diogo Almeida | 470816003

Universidade Católica Portuguesa Viseu...rolhas de cortiça a nível mundial e aquele em quem os principais produtores de vinho confiam. Vende para mais de 15 mil clientes ativos

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Universidade Católica Portuguesa – Viseu

Mestrado em Gestão de Negócios

Macroeconomia e a Globalização dos Negócios

Grupo Amorim Processo de Internacionalização

Diogo Almeida | 470816003

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Grupo Amorim | Processo de Internacionalização

Índice

Introdução ........................................................................................................................ 4

A Corticeira Amorim ......................................................................................................... 5

Missão ........................................................................................................................... 7

Visão ............................................................................................................................. 7

Valores .......................................................................................................................... 7

Organograma ................................................................................................................ 7

Unidades de Negócio ........................................................................................................ 8

Matérias-Primas ........................................................................................................... 8

Rolhas ........................................................................................................................... 8

Revestimentos .............................................................................................................. 9

Aglomerados Compósitos ............................................................................................. 9

Isolamentos ................................................................................................................ 10

Presença Mundial ........................................................................................................... 11

A verticalização do negócio ........................................................................................ 12

Relatório Consolidado de Gestão ................................................................................... 13

Evolução Macroeconómica em 2015 ......................................................................... 13

Atividades Operacionais por Unidades de Negócio ................................................... 14

Performance Bolsista .................................................................................................. 19

Resultados Consolidados ............................................................................................ 20

Processo de Internacionalização .................................................................................... 22

Mercado da Cortiça .................................................................................................... 22

Internacionalização..................................................................................................... 23

Perspetivas Futuras .................................................................................................... 26

Conclusão........................................................................................................................ 27

Bibliografia ...................................................................................................................... 28

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Introdução

O Grupo Amorim deu inicio da sua atividade em 1870, quando António Alves de Amorim

fundou a primeira unidade industrial de rolhas de cortiça, no Cais de Gaia. Em 1922 foi

fundada a Amorim & Irmãos, Lda, com a primeira grande fábrica de rolhas pertencente

à família. Nos anos 30, eram já os maiores produtores do Norte do país, tendo assumido

desde cedo uma estratégia de integração vertical, comprando várias fábricas

responsáveis pela produção de inputs para o produto final da empresa.

Ao longo do trabalho será feito um enquadramento histórico do Grupo Amorim,

seguindo-se as principais Unidades de Negócio que atualmente o Grupo desenvolve à

escala mundial.

Será levada uma breve análise da presença a nível mundial, desde da produção de

matéria-prima até aos produtos acabados em cortiça e derivados.

Seguindo-se o enquadramento económico financeiro, com análise dos principais

indicadores do relatório de gestão e contas aprovado em 2016.

Concluindo depois com o Processo de Internacionalização, enquadrado numa linha

temporal e com o modelo de integração horizontal e vertical da cadeia de valor do

produto.

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A Corticeira Amorim

O Grupo Amorim teve origem no negócio da cortiça, em 1870, sendo hoje líder a nível

mundial do setor. Atualmente é uma das maiores empreendedoras e dinâmicas

multinacionais de origem portuguesa.

Com uma visão orientada para o crescimento sustentado, liderada desde 1952 pelo

empresário Américo Amorim, o Grupo tem apostado na diversificação da sua atuação,

através do investimento em setores e áreas geográficas com elevado potencial de

rentabilidade. Nos anos 60, iniciou um processo de verticalização do negócio da cortiça

e de internacionalização das atividades.

“Sob o lema "nem um só mercado, nem um só cliente,

nem uma só divisa, nem um só produto" o Grupo Amorim

ultrapassou fronteiras geográficas e condicionalismos

arriscados para a época, apresentou a cortiça ao mundo

e destacou-se em setores como o imobiliário, o

financeiro, as telecomunicações e o turismo.”

Mantendo o seu cunho familiar, o Grupo Amorim detém

hoje uma posição consolidada em dezenas de empresas nos cinco continentes e em

diversas áreas económicas. Desde a cortiça, através da Corticeira Amorim, ao têxtil,

através da centenária Gierlings Velpor - especializada em veludos e têxteis técnicos -, à

vitivinicultura e ao enoturismo. Corticeira Amorim (2017)

Analisando a evolução cronológica do Grupo Amorim desde a data da sua fundação até

aos dias atuais:

1870 A atividade da CORTICEIRA AMORIM inicia-se com a fundação de uma

fábrica de produção manual de rolhas de cortiça, de António Alves de Amorim,

no Cais de Vila Nova de Gaia.

Fonte: www.amorim.com (2017)

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Grupo Amorim | Processo de Internacionalização

1908 Família Amorim abre nova oficina em Santa Maria de Lamas, para alargar

a produção.

1930 «A maior fábrica de rolhas do norte de Portugal» é um marco que passa

a estar inscrito no cartão-de-visita da Amorim & Irmãos, Lda. que conta então

com 150 operários.

1944 Em 21 de março um incêndio destrói por completo as instalações da

empresa de Santa Maria de Lamas.

1963 Criação da Corticeira Amorim, uma unidade industrial vocacionada para

a produção de granulados e aglomerados de cortiça.

1966 No período entre 1966 e 1969 verifica-se a aquisição e criação de várias

empresas, em Portugal e no estrangeiro.

1978 Criação da Portocork Internacional, S.A.

1982 Constituição da Champcork Rolhas de Champanhe, S.A.

1991 Fundação da Academia Amorim.

2001 António Rios de Amorim, com 34 anos, sucede a Américo Ferreira de

Amorim.

Fonte: http://www.amorim.com/corticeira-amorim/marcos-cronologicos/?f_p=2010+-+2013 (2017)

Ao longo destes 147 anos de existência o Grupo Amorim, na sua evolução adquire

bastantes empresas nacionais e internacionais, de forma a reforçar o seu

posicionalmente nos mercados onde se insere.

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Missão

“Acrescentar valor à cortiça, de forma competitiva, diferenciada e inovadora, em perfeita harmonia com a Natureza.” Corticeira Amorim (2017)

Visão

“Remunerar o capital investido de forma adequada e sustentada, com fatores de diferenciação a nível do produto e do serviço e com colaboradores com espírito ganhador.” Corticeira Amorim (2017)

Valores

Orgulho

Ambição

Iniciativa

Atitude

Sobriedade

Corticeira Amorim (2017)

Organograma

Sendo um grupo empresarial do tipo familiar, os principais acionistas do grupo são os

familiares da família Amorim, sendo que neste momento já se encontra na 4ª geração.

As empresas relacionadas com a cortiça e os seus derivados, atualmente organizam-se

em seis organizações que se agrupam depois na Corticeira Amorim, SGPS. Sendo esta

SGPS detida pela Amorim Investimentos e Participações, SGPS.

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Unidades de Negócio

Matérias-Primas

"A Unidade de Negócios Matérias-Primas possibilitou a criação

de um perímetro de qualidade, fundamental para dar resposta

às exigências do mercado."

Para o Grupo Amorim as matérias-primas representa o inicio

para a política de gestão global e integrada da cadeia de

valor, que se estende a toda a empresa. É fundamental para potenciar sinergias entre

as várias unidades, assim como para garantir a otimização do fluxo de matérias-primas.

Nesta componente do processo produtivo o Grupo adotou uma política de

diversificação das fontes de aprovisionamento, no sentido de assumir uma intervenção

proativa em todas as regiões de produção de cortiça, estando para o efeito concentrada,

além de Portugal, em Espanha, na Argélia, na Tunísia, em Marrocos e na Sardenha.

Corticeira Amorim (2017)

Rolhas

"A minha filosofia enquanto produtor de vinho estende-se à

escolha da rolha. Quero um produto natural de qualidade e a

Corticeira Amorim assegura-o há 25 anos."

Ron Laughton, Jasper Hill, Austrália

A Corticeira Amorim é o maior produtor e fornecedor de

rolhas de cortiça a nível mundial e aquele em quem os principais produtores de vinho

confiam. Vende para mais de 15 mil clientes ativos em 82 países, incluindo as caves mais

conceituadas do mundo. Graças a uma experiência de cerca de século e meio de

Fonte: www.amorim.com (2017)

Fonte: www.amorim.com (2017)

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atividade nesta área e uma postura enraizada de inovação, garante uma segurança única

no fornecimento de produtos de qualidade. Corticeira Amorim (2017)

Revestimentos

"Sempre considerei a cortiça um excelente material, tanto que

a utilizei em muitas obras idealizadas por mim. Sempre que

usei cortiça tive bons resultados e, do ponto de vista

económico, é também uma opção muito interessante."

Jordi Bonet i Armengol, arquiteto responsável Sagrada

Família, de Antoni Gaudí

Ao nível dos Revestimentos a Corticeira Amorim é líder mundial na produção e

distribuição de revestimentos com cortiça. Presente em mais de 50 países, é

internacionalmente reconhecida pela qualidade e inovação dos seus produtos. Ao

combinar métodos tradicionais de produção com a mais recente tecnologia, a Amorim

Revestimentos desenvolve produtos distintos, elegantes, resistentes e confortáveis, e

com benefícios ambientais comprovados. Corticeira Amorim (2017)

Aglomerados Compósitos

"Incorporando tecnologia de ponta e um know how único, a

UN Aglomerados Compósitos desenvolve compósitos de

cortiça para algumas das indústrias mais exigentes do

mundo."

Os Aglomerados Compósitos é a mais tecnológica do

universo da Corticeira Amorim. Referência internacional na pesquisa, desenvolvimento

e produção de novas soluções de compósitos de cortiça, tem entre os seus principais

clientes algumas das indústrias mais exigentes do mundo em termos de qualidade.

Fonte: www.amorim.com (2017)

Fonte: www.amorim.com (2017)

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Isolamentos

"A cortiça isola melhor, é mais durável e amiga da natureza"

Nuno Graça Moura, arquiteto

Isolamentos dedica-se à produção de aglomerados de

isolamento acústico e térmico, totalmente naturais e com alto

desempenho técnico. Detém uma sólida posição no

mercado europeu, resultante de um rigoroso empenho no cumprimento dos padrões

de qualidade e exigência requeridos, sobretudo, pelo setor da construção sustentável.

Corticeira Amorim (2017)

Em suma são estas cinco principais atividades que compõem o core-business do Grupo

Corticeira Amorim, fazendo com que se posicione a nível mundial com uma quota de

35% da produção de cortiça e os seus derivados, esta estratégia de incorporação total

da cadeia de valor do produto, desde da matéria prima até ao cliente final, faz que a

empresa apresente valor acrescentado nos seus produtos e vantagens comparativas

perante os seus concorrentes.

Fonte: www.amorim.com (2017)

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Presença Mundial

Ilustração 1 – Mapa de presença mundial do Grupo Amorim

Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

Atualmente o Grupo Amorim está representado a nível mundial, com presença nos cinco

continentes. Contando com 11 Unidades Industriais de Matérias-Primas distribuídas

por: 5 em Portugal, 3 em Espanha, 1 na Argélia, 1 em Marrocos e 1 na Tunísia.

Ao nível das Joint Ventures contabilizam-se 11 a nível mundial, com localização: 2

parcerias no Chile, 1 na China, 1 na Argentina, 1 na Dinamarca, 1 em Espanha, 1 nos

Estados Unidos da América, 1 em França, 1 na Polónia, 1 na Tunísia e por fim com mais

uma parceria na Turquia.

Relativamente às Unidades Industrias de Soluções de Cortiça, localiza 14 unidades em

Portugal, 2 em Espanha, 1 na Argentina e uma nos Estados Unidos da América.

As 44 Empresas de Distribuição, estão divididas da seguinte forma: 9 localizadas em

França, 7 nos Estados Unidos da América, 4 em Espanha, 3 na Alemanha, 3 em Itália, 2

na Austrália, 2 no Chile, 2 em Portugal, as restantes 12 encontram-se dividias por outros

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tantos países. Nas Empresas de Distribuição é possível verificar um padrão na sua

localização, verificando-se a sua presença em países industrialmente desenvolvidos.

Analisando por fim os 258 Principais Agentes, apenas referindo aqueles países que

tenha números a 2 dígitos. O país com mais agentes é a Alemanha contando com 29,

segue-se a França com 24, seguido da Espanha com 19 agentes, na Polónia localizam-se

16 agentes com relações ao Grupo, a Coreia do Sul contabiliza 12 agentes, o Reino Unido

regista 10, e por fim a dois dígitos temos a Suíça com 10. Os restantes 138 agentes

encontram-se distribuídos por 62 países a nível mundial.

A verticalização do negócio

O Grupo Amorim apresenta 10 indicadores que contribuem para o sucesso:

1. 146 anos de liderança no setor

2. 35% de transformação mundial de cortiça

3. 3.500 colaboradores

4. 22.000 clientes

5. 605 Milhões de euros, de volume de negócios anual

6. 7,5 Milhões de euros, investidos anualmente em I&D

7. 34 unidades com certificação FSC

8. 46 patentes submetidas a registo nos últimos anos

9. 8.000.000 m2 de revestimentos vendidos anualmente

10. 4.200.000.000 de rolhas vendidas anualmente

Corticeira Amorim (2017)

Sendo estes 10 indicadores identificados pela empresa como a chave do sucesso à escala

Mundial, tendo em conta que os objetivos sejam de anualmente rever em alta os mesmo

em busca de maiores e melhores resultados.

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Relatório Consolidado de Gestão

Evolução Macroeconómica em 2015

Analisando a Evolução Macroeconómica do ano 2015, através do relatório de Gestão e

Contas em vigor, foi um ano que surpreendeu ao registar um nível de crescimento

inferior ao observado no ano precedente: estima-se que o ritmo de expansão tenha

rondado os 3,1%. A atividade manteve-se deprimida. O ritmo de crescimento nos países

Emergentes foi, pelo quinto ano consecutivo, menor. Terá sido, inclusive, o mais baixo

desde a crise financeira de 2008-09, e em torno de 4,0%; as Economias Desenvolvidas,

por seu turno, progrediram a um ritmo mais elevado.

A Zona Euro, por sua vez, terá registado uma expansão em torno de 1,5%, acelerando

face ao ritmo de 2014. Ficou, ainda assim, aquém das expectativas iniciais.

Os Estados Unidos terão registado um crescimento em torno de 2,5%, marginalmente

acima do observado em 2014.

O Japão terá registado crescimento superior ao verificado em 2014, estima-se que

próximo de 0,6%, confrontado com sinais de abrandamento na China e na restante Ásia.

O Reino Unido terá registado em 2015 um crescimento em torno de 2,2%, evidenciando

um abrandamento por comparação com o ritmo de 2,9% observado em 2014.

A Austrália terá observado uma desaceleração do ritmo de crescimento para 2,4%.

A nível das Economias em Desenvolvimento e Emergentes, observou-se nova

diminuição da taxa de crescimento e para um nível estimado em torno de 4,0%

A China prosseguiu com a alteração estrutural no padrão de crescimento que iniciou em

2013, tendo evidenciado um maior abrandamento na 2ª metade do ano.

Estima-se que tenha crescido em torno de 6,9%; a Índia, por sua vez, terá observado

ritmo de expansão similar a 2014, em torno de 7,3%; o Brasil, tal como a Rússia,

registaram contração económica acentuada e próxima de 4,0%.

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Atividades Operacionais por Unidades de Negócio

Matérias-Primas

As vendas da Unidade de Negócios Matérias-Primas ascenderam a 135,4 milhões euros,

mais 3,1% que em 2014, enquanto o EBITDA se fixou em 17 milhões euros, um valor

2,9% inferior ao registado em 2014. A diminuição do EBITDA está em grande medida

relacionada com a campanha de compra de cortiça de 2014 que, por ter sido mais

reduzida, colocou uma maior pressão sobre os preços de compra desse ano.

Gráfico 1 - Vendas e EBITDA de Matérias-Primas 2013-2015

Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

Analisando o Gráfico 1, é possível

concluir que as vendas seguiram uma

evolução positiva entre os períodos de

2013 a 2015, tendo registado a maior

subida entre 2013 e 2014, com valores

percentuais de 18,23%, o que em

valores monetários representou 20.253

milhares de euros.

No indicador EBITDA registou-se um

valor médio de 16.769,70 milhares de

euros, com destaque para a ligeira

descida do ano de 2014 para 2015,

2,88%. Relativamente à comparação das

vendas com o valor do EBITDA em termos percentuais registou-se uma descida continua

ao longo dos períodos, onde de 2013 para 2014 baixa cerca de 0,9% e no período

seguinte 2014 para 2015 desce cerca de 0,8%.

Valores justificados pelo Grupo, através da sequência das conclusões de projetos de I&D

e de investimentos realizados em 2014, reforçou-se a qualidade sensorial dos produtos

entregues aos clientes da Unidade de Negócios, abrindo boas perspetivas para um

melhor aproveitamento qualitativo da matéria-prima.

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Rolhas

O mercado vitivinícola global tem registado uma interessante dinâmica: as exportações

mundiais duplicaram nos últimos 20 anos, com a Europa a manter a liderança,

exportando 58% da sua produção anual; os países do novo mundo vinícola (Nova

Zelândia, Chile, Austrália e África do Sul) aumentaram seu volume de exportação em

370%.

Gráfico 2 – Vendas e EBITDA de Rolhas2013-2015

Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

Relativamente ao Gráfico 2, é possível

conclui de forma geral que este setor de

atividade evoluiu no período em análise,

pois apresenta ambos indicadores em

evolução continua.

Ao nível das vendas registou uma subida

de 2013 para 2015 de 59.168 milhares

de euros o que a nível percentual

representa uma subida de 17,03% em 2

anos.

Perante o indicador EBITDA verifica-se

No período de 2013 para 2014 uma subida percentual de 13,08% o que em termos

monetários significa um aumento de 5.416 milhares de euros. No ano de 2014 para 2015

foi onde se verificou a maior subida, cerca de 34% traduzidos em 15.923 milhares de

euros.

Perante o EBITDA em % sobre as vendas, registou-se também uma tendência positiva

no período, registando uma subida de 3,6% de 2013 a 2015.

Valores justificados pela crise económica e o aumento do preço do vinho tiveram um

forte impacto no consumo de vinho na Europa, levando os viticultores europeus a

adotar uma estratégia mais global de atingir outros continentes, principalmente a Ásia

e a América do Norte. As exportações de vinho, que correspondem a 35% de toda a

produção mundial, quase duplicaram durante os últimos 20 anos. O aumento do valor

das exportações ao longo deste período (87%) ultrapassou o aumento do volume (63%).

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Revestimentos

Em 2015, as vendas totais da Unidade de Negócios Revestimentos atingiram os 109,8

milhões euros, o que representa um decréscimo de 5,6% face 2014. O EBITDA cifrou-se

em 8,2 milhões euros com uma relevante redução face ao valor registado em 2014 (15,5

milhões de euros

Gráfico 3 – Vendas e EBITDA de Revestimentos 2013-2015

Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

Perante a análise do Gráfico 3 é possível

verificar uma tendência descendente

nos valores dos indicadores

apresentados da componente de

Revestimentos.

A tendência das vendas é transversal em

todo o período em análise, verificando

uma queda global de (12.166) milhares

de euros, cerca de 10,23%.

Relativamente ao EBITDA este registou

um valor médio de 12.956,7 milhares de

euros, no período em análise,

2013 a 2015, com uma forte queda entre 2014 e 2015, registando valores negativos de

53,66%.

Perante o EBITDA em percentagem sobre as vendas existe uma ligeira recuperação de

2013 para 2014 de cerca de 0,9%, seguido de uma forte queda na análise de 2014 para

2015 com valores negativos de (5,9%).

Valores esses justificados pelo decréscimo das vendas de produtos nos mercados de

Europa de Leste, com especial incidência na Rússia, que é explicado pelo contexto

político adverso, e também nos EUA. O crescimento verificado noutros mercados, como

a Escandinávia e a Alemanha, apesar da sua relevância, não foi suficiente para contrariar

a tendência provocada pela quebra registada nos mercados russo e americano.

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Aglomerados Compósitos

Em 2015 o volume de negócios de Aglomerados Compósitos atingiu os 100 milhões de

euros, o que representa um crescimento de 18,6%, face ao valor registado no ano

anterior. O EBITDA corrente registou uma evolução muito positiva em 2015, tendo-se

situado nos 14,6 milhões de euros, 88,2% acima do registo de 2014, registo para o qual

contribui decisivamente a evolução das vendas.

Gráfico 4 – Vendas e EBITDA de Aglomerados Compósitos 2013-2015

Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

Analisando o Gráfico 4 de forma geral é

possível verificar um crescimento

global.

Perante o indicador das Vendas no

período de 2013 para 2014, verifica-se

uma retração de (14.161) milhares de

euros, o que em termos percentuais se

traduz em (14,34%). No período

seguinte, verifica-se uma recuperação

de 18,63% que cobre a desaceleração

anteriormente registada.

Analisando o EBITDA é possível contatar

uma evolução continua em terrenos positivos, sendo que em termos globais de 2013

para 2015 verificou-se um aumento de 7.859 milhares de euros.

A valorização do dólar norte-americano, comparativamente a 2014, foi responsável por

uma parte muito significativa do acréscimo de vendas (cerca de 45%), mas o

crescimento do volume de negócios não se esgotou nesta componente.

Geograficamente, as vendas para o mercado norte-americano registaram um

crescimento assinalável. Nos mercados emergentes a evolução também foi globalmente

positiva. A conquista e retenção de novos clientes continuou a ser uma prioridade e,

mais uma vez, os resultados foram extremamente positivos.

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Isolamentos

No exercício em apreço, as vendas da Unidades de Negócio, Isolamentos ascenderam a

10 milhões de euros, um aumento de 0,3% face ao ano anterior.

A margem bruta do exercício registou um crescimento superior a 11% face a igual

período do ano anterior.

Gráfico 5 – Vendas e EBITDA de Isolamentos 2013-2015

Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

Perante o Gráfico 5 é possível verificar

que os Isolamentos em termos de

Vendas, verificou-se uma subida em

valores no período em análise, com uma

variação em valor de 1.920 milhares de

euros entre o ano de 2013 e de 2015, o

que em termos percentuais representa

uma subida de 23,59%.

Relativamente ao indicador económico

EBITDA existem subidas e descias, sendo

o ano de 2014 que se verifica o pico da

oscilação, cifrando valores de 1.653

milhares de euros, em termos médios o EBITDA no período de 2013 a 2015 resultou em

1.414,33 milhares de euros. Com uma subida de 2013 para 2014 de 22,54% e uma

descida no período seguinte de 2014 para 2015, com valores percentuais negativos de

(7,51%).

O EBITDA em percentagem perante as vendas seguiu uma tendência negativa em todos

os anos, sendo que de 2013 para 2014, foi uma pequena variação de (1%), nos anos de

2014 para 2015 existiu uma variação de (4,1%).

Esta variação deve-se ao aumento da atividade em produtos de maior valor

acrescentado, acompanhado por um efeito cambial positivo, e pela ausência de vendas

de triturado.

Esta evolução encontra-se significativamente associada à constituição de imparidades

de dívidas a receber em dois mercados. Expurgando este efeito, o EBITDA seria de 1,9

milhões de euros, o que representaria um aumento de 15%.

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Performance Bolsista

Atualmente, o capital social da Corticeira Amorim cifra-se em 133 milhões de euros,

representado por 133 milhões de ações ordinárias de valor nominal de 1 euro, que

conferem direito a dividendos.

No final do ano em apreço, a cotação das ações da Corticeira Amorim atingia os 5,948

euros, o que representa uma valorização de 97,0% face ao fecho de 2014. Foram

transacionadas em bolsa cerca de 12,7 milhões de ações (+264,6% que em 2014), em

8875 negócios (+103,7% que em 2014) que ascenderam, no seu conjunto, a

aproximadamente 56,8 milhões de euros (+481,7% que em 2014).

Em 2015, a cotação média de transação foi de 4,34 euros por ação (2,85 euros em 2014);

a máxima atingida foi de 6,29 euros por ação, e registou-se no dia 22 de dezembro; a

mínima foi de 2,99 euros e

ocorreu em 2 de janeiro; a

amplitude percentual

cifrou-se em 110,37%.

Gráfico 6 – Transação e cotação em mercado regulado (2015) Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

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Resultados Consolidados

Embora o ritmo de crescimento da economia mundial deva ter sofrido algum

abrandamento durante 2015, os mercados mais importantes da Corticeira Amorim

apresentaram uma evolução positiva, ainda que modesta, das respetivas taxas.

De salientar o sexto ano consecutivo de crescimento da economia norte-americana,

mercado número um da Corticeira Amorim. E com taxas que, embora não fulgurantes,

estão bem acima do crescimento modesto verificado na União Europeia, região onde se

concentram os mercados imediatamente mais importantes.

Perante a Tabela 1 é possível verificar que a

Unidade de Negócio do Grupo Amorim que

mais evoluiu positivamente foi a

componente de Compósitos de Cortiça com

um crescimento de 17%. No lado inverso a

Unidade de Negócios de Revestimentos foi a

única que apresentou resultados

consolidados negativos, com um decréscimo de (5,2%) relativamente ao exercício

anterior.

Relativamente às Vendas Consolidadas

verifica-se mais de metade do volume

representado pelas Rolhas que significam

64,2% das vendas totais consolidadas do

Grupo Amorim, estas acompanharam a

tendência de crescimento com uma variação

de 3,1% relativamente ao exercício anterior.

De notar que esta Unidade de Negócios não

beneficiou de qualquer efeito cambial.

Relativamente ao valor percentual mais baixo o das Matérias-Primas com cerca de 1,2%

do total das vendas consolidardes, valor este justificado pelo fato de as Matérias-Primas

serem incorporadas em 95% nos produtos desenvolvidos. Esta incorporação quase total

da produção deve-se à orientação de cadeia de valor do produto.

Tabela 1 – Cientes Finais em % (2015)

Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

Gráfico 7 Vedas Consolidadas por Unidade de Negócio (2015)

Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

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Sendo a União Europeia um conjunto de

países, estes em conjunto representaram

cerca de 54,4% das vendas consolidadas do

Grupo Amorim. Os Estados Unidos

reforçaram a sua condição de número um.

Sendo que o efeito cambial não justifica a

totalidade desse reforço. O crescimento em

volume, o mix de vendas e o continuado

esforço para tirar o melhor proveito de tão

rico mercado estão também por detrás da

crescente importância deste destino de vendas. A atividade das Unidade de Negócio

Rolhas e Compósitos é bem a prova da mais-valia deste mercado.

Em suma, perante as Contas Consolidadas do Grupo Amorim, através da Ilustração 2 é

possível verificar que as maiores evoluções registaram-se no Resultado Líquido com uma

variação positiva de 53,9%. Relativamente ao Resultado por ação também existiu uma

variação de 51,3% sustentada pelo bom desempenho do Grupo Amorim no período do

exercício em análise.

De frisar também que a componente da Dívida Remunerada Líquida sofreu uma

diminuiução em termos globais, reduzido cerca (3.662) milhares de euros.

Ilustração 2 - Principais Indicadores Consolidados (2015) Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

Gráfico 8 – Vendas Consolidadas por Área Geográfica (2015)

Fonte: Relatório e Contas 2015, Amorim (2016)

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Grupo Amorim | Processo de Internacionalização

Processo de Internacionalização

Mercado da Cortiça

O negócio da cortiça é característico da área do mediterrâneo, por aí se encontrarem as

árvores que originam o produto: o montado de sobro. Portugal possui a maior

percentagem de montado de sobro existente no mediterrâneo, cerca de 34%, seguido

de Espanha com 27%. Em termos de geografia nacional, a área que detém maior

concentração desta árvore é o Alentejo (84,1%), sendo que o Norte apenas possui 2%.

No entanto, é nesta área geográfica que se concentra a quase totalidade das empresas

que trabalham a cortiça. A fileira da cortiça reveste-se de grande importância para a

economia nacional, por ser o único sector em que Portugal é líder mundial.

Gráfico 9 - Quotas das Exportações de Cortiça (%)

Fonte: List of exporters for the selected product, ITC, (2015)

Gráfico 10 - Balança Comercial de Portugal de Produtos de Cortiça (em Milhares de Euros)

Fonte: List of exporters for the selected product, ITC, (2015)

As exportações de cortiça representavam em 2012, 2% do total das exportações

portuguesas. Quanto às importações, Portugal situava-se, em 2012, no quarto lugar,

com uma quota de 9,7%, sendo que a maioria dos produtos que importa são

transformados em produtos finais para exportação. Em 2013, subiu para o terceiro lugar

em importações, com uma quota de 10,1%. A balança comercial é claramente positiva,

tendo registado em 2014 um excedente de 717,721 milhares de euros.

61,6% 62,4% 64,0% 63,8%

15,2% 16,1% 15,8% 16,2%

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

2010 2011 2012 2013

Quotas das Exportações de Cortiça (%)

Portugal Espanha

658643670232

710736699199

717721

620000

640000

660000

680000

700000

720000

740000

2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4

Balança Comerc ia l de Portugal de Produtos de

Cort iça

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Internacionalização

A terceira geração da família (1953) incluiu o empresário Américo Amorim, um dos

principais responsáveis pela grande expansão da empresa. A Corticeira Amorim, S.A

surgiu em 1963; em 1991 tornou-se numa holding do grupo, passando a designar-se de

Corticeira Amorim SGPS, S.A, e a representar a empresa mãe do Grupo Corticeira

Amorim. Atualmente o grupo está organizado em 5 Unidades de Negócio.

Foi nos anos 60 que a estratégia de integração vertical foi aliada à diversificação do

produto e à integração horizontal, compraram empresas que produziam os mesmos

produtos de cortiça.

O Processo de Internacionalização iniciou-se com a compra da empresa marroquina

Comatral, em 1972, e da espanhola Samec, em 1976. Em simultâneo, a Corticeira

Amorim abriu vários escritórios fora de Portugal, de forma a controlar o processo de

distribuição.

Nos anos 80 e 90, esta estratégia foi consolidada, tendo a empresa adquirido os

principais produtores da região do mediterrâneo, nomeadamente em Espanha, país que

inicialmente era o líder no sector da cortiça. O capital utilizado nestas aquisições foi

conseguido no mercado de ações, tendo a Corticeira Amorim e outras empresas do

grupo começado a ser cotadas na Bolsa em 1991.

O processo de internacionalização pode ser dividido em quatro grandes fases:

1. A primeira fase de aquisições, que consolidou a posição da empresa como maior

produtor e exportador mundial de produtos de cortiça, pode ser considerada a

primeira fase do seu Processo de Internacionalização.

2. A segunda fase relaciona-se com o empreendimento de vários projetos de

Investigação e Desenvolvimento, tendo a empresa expandido as suas

infraestruturas pela região e criado marcas nacionais e internacionais, através da

respetiva participação no capital de empresas estrangeiras. Foi este processo

que possibilitou a criação de uma rede de distribuição própria, passando o Grupo

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Amorim a ser considerado uma multinacional, com presença em todos os

principais mercados vinícolas do mundo.

3. Com a quarta geração da família por volta do ano de 2001, surgiu a terceira fase

do Processo de Internacionalização, que consistiu na estratégia de integração

vertical total (backward e forward). A produção de rolhas de cortiça foi

autonomizada e Espanha tornou-se um mercado estratégico, por ser abundante

em matéria-prima e próximo dos principais mercados de vinho da Europa. Esta

fase foi também marcada por novas lideranças em diferentes dimensões, que se

vinham a consolidar desde as primeiras fases. A dimensão da inovação é uma

aposta presente no negócio do Grupo Amorim, utilizada como estratégia no

aumento das quotas de mercado da empresa. Atualmente o valor gasto em I&D

é cerca de 7,5 milhões de euros anuais.

4. Quanto à dimensão do desenvolvimento sustentável, pode ser vista como a

quarta fase do Processo de Internacionalização, sendo a aposta mais recente,

tem sido igualmente uma área crescente, na medida em que a empresa tenta

implementar em todos os estádios de produção, processos mais ecológicos. A

preocupação pela inovação e sustentabilidade ambiental têm conferido à

empresa um estatuto de elevada responsabilidade e singularidade no meio

internacional.

Os fatores mais importantes para o sucesso no Processo de Internacionalização, foram

a networking familiar e a Inovação, tanto no produto como no processo produtivo. A

estratégia de internacionalização da Corticeira Amorim seguiu uma lógica

incrementalista, a nível de distâncias e de recursos: iniciando-se em países mais

próximos a nível físico e psicológico, passavam posteriormente para distâncias mais

longas; o conhecimento que adquiriam nas primeiras experiências aumentava o nível de

compromisso com os mercados exteriores, bem como os recursos utilizados na

estratégia.

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A empresa também revelava vantagens como as de localização, por se situar num país

detentor da maioria da matéria-prima, e numa região próxima do mercado vinícola

nacional, e também de fácil acesso ao mercado vinícola europeu. A produtividade da

empresa também parece ter ajudado ao sucesso da exportação, na medida em que se

desenrola mais na direção da produtividade para as exportações e não o contrário.

Um dos pontos mais importantes para o sucesso do Processo de Internacionalização da

Corticeira Amorim foi a estratégia simultânea de integração horizontal e vertical, através

da qual a empresa procedeu a inúmeras aquisições de empresas (concorrentes e

complementares), no sentido de controlar a rede de distribuição do produto. Este

elemento-chave tornou possível à Corticeira Amorim ser líder mundial no sector.

A expansão da empresa baseou-se igualmente numa boa rede de contactos,

principalmente através de famílias estrangeiras com negócios em cortiça. A

componente familiar foi determinante para o sucesso do Processo de

Internacionalização, não podendo deixar de ser referida.

A liderança e a inovação do produto e processo produtivo são considerados elementos

chave do sucesso do Grupo Amorim.

Em suma todo o Processo de Internacionalização da Corticeira conta com mais de 60

anos de estratégia, que tem dado os resultados pretendidos, pois o Grupo Amorim é

líder mundial no setor da cortiça e derivados, fato esse só é possível através da

internacionalização dos produtos e dos processos, pois o mercado nacional era bastante

pequeno para as aspirações de líder mundial.

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Perspetivas Futuras

Segundo a Corticeira Amorim poderá enfrentar um ano mais difícil que o que foi

encerrado há pouco. Ainda há referir, como sempre, o risco resultante da forte

exposição ao câmbio USD. A recente desvalorização desta divisa poderá ser um

indicador de que o ciclo de valorização terá terminado.

A empresa estima-se que a Unidade de Negócios Rolhas continuará a acompanhar o

crescimento do mercado dos vinhos, dos espumantes e dos espirituosos. Para tal, estão

consolidadas bases sólidas que potenciam essa trajetória: oferta diversificada, de

superior e consistente qualidade e performance; melhoria e desenvolvimento contínuos

do portefólio; rede comercial dinâmica, presente em todos os mercados.

Para o Grupo Amorim também a Unidade de Negócio Aglomerados Compósitos assume

o desafio de suplantar o excelente registo de 2015. Graças a mudanças organizacionais

implementadas em 2015, a Unidade de Negócio conta com uma nova visão e estrutura

de acompanhamento dos mercados capaz de colocar, com êxito, os novos produtos e

soluções desenhados para segmentos em crescimento, como é o caso da Construção,

do Retalho e de áreas técnicas mais diversificadas e exigentes.

A Unidade de Negócio Revestimentos deverá empenhar-se em encontrar alternativas

ao mercado russo e afirmar definitivamente o Hydrocork como o novo produto bandeira

da Unidade de Negócio. Corticeira Amorim (2017)

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Conclusão

É possível concluir que a Estratégia de Internacionalização do Grupo Amorim é um caso

de sucesso à escala mundial, pois atualmente são detentores de 35% da quota mundial

de produção de cortiça e derivados, resultado esse só possível através do processo de

internacionalização que a empresa desenvolveu.

A aquisição de diversas industrias de cortiça, quer em Portugal, quer um pouco

espalhado pelo globo, permitiu desenvolver integrações verticais e horizontais no setor

da cortiça. A entrada em novos mercados através da aquisição direta permite ter acesso

a novos mercados e processos, com valor acrescentado, pois no país de origem já

existem equipas e processos desenvolvidos para os mercados onde estão inseridos.

Logo quando o Grupo Amorim adquire empresas na área em outros países, não só

aumenta o mercado possível de exportação, como também permite o acesso a novos

processos e tecnologias.

Em suma o Grupo Amorim é um exemplo de claro sucesso de um projeto de

internacionalização bem-sucedido. O desenvolvimento de uma cadeia de valor para o

produto permite a empresa oferecer aos mercados onde se insere, produtos

competitivos e com grande valor acrescenta.

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Bibliografia

Amorim (2015). Relatório e Contas 2015 – CORTICEIRA AMORIM, SGPS., S.A. Mozelos

Amorim (2014). Relatório e Contas 2014 – CORTICEIRA AMORIM, SGPS., S.A. Mozelos

Corticeira Amorim, Líder Mundial Setor Cortiça (2017). Disponível em:

http://www.amorim.com/

International Trade Center (2017). List of exporters for the selected product: 45 Cork

and articles of cork. Disponível em: http://www.trademap.org/(X(1)S(jg23bgmnc3ketx

45modssp45))/Country_SelProduct_TS.aspx