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VIAGEM À HISTÓRIA DA MOEDA

VIAGEM À HISTÓRIA DA MOEDA - pmate.ua.ptpmate.ua.pt/educacaomais/downloads/historiaMoeda.pdf · dando origem às actuais notas. Ao contrário da moeda papel, o papel-moeda (as notas

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VIAGEM À HISTÓRIA

DA MOEDA

era uma vez...

Diariamente utilizamos dinheiro para comprar o

que desejamos ou precisamos, como alimentos,

roupa, jogos, gelados, bilhetes de cinema, livros e

muitas outras coisas…

Actualmente, se necessitamos de adquirir um bem

ou um serviço, basta dirigirmo-nos ao local onde ele

é vendido ou prestado e, obviamente, ter dinheiro

para efectuar o pagamento.

Mas nem sempre existiu o dinheiro tal como hoje o

conhecemos, isto é, em notas e moedas. Então, se

não havia dinheiro para pagar os alimentos ou as

roupas, como faziam as pessoas para efectuar as

compras?

O dinheiro tem uma longa história…

01

o dinheiroHá muitos anos atrás não havia dinheiro, e quando alguém necessitava de um produto que outro indivíduo detinha, estes efectuavam trocas entre si para poderem satisfazer as suas necessidades.

A este processo chama-se troca directa, e consiste numa troca de produtos por produtos.

... e tenho estes

dois peixes que

posso dispensar...

Preciso de

feijão...

...

Dou-te um saco

de feijão em troca

de um peixe!

E assim as pessoas iam adquirindo os

produtos que necessitavam!

Mas a troca directa colocava alguns

obstáculos...

Tenho esta ovelha

e queria trocá-la

por algum arroz...

Tenho esta

tigela cheia,

queres trocar?

02

O arroz que ofereces

não é suficiente. Aceito

trocar a minha ovelha pelo

dobro do arroz que tens

nessa tigela!

Mas só tenho este...

E se for esta tigela

em troca de metade

da tua ovelha?

Para isso tenho

de matar o animal...

Depois o que faço com

o que sobrar?

Iria

estragar-se...

Como podes imaginar esta situação era muito habitual, e

tornava-se difícil estabelecer alguns acordos no desenrolar dos

processos de troca...

Para resolver os problemas associados ao processo de troca

directa, a dada altura, o sal passou a funcionar como

instrumento de troca. Além do sal, também se utilizaram

cereais, peles de animais, conchas, entre outros … Tinha-se

chegado à época da moeda mercadoria.

03

Vou trocar

esta ovelha

por sal...

A seguir será mais

fácil trocar sal por

algum arroz. O sal é

sempre útil...

Porém a moeda mercadoria

continuava a suscitar dificuldades ao

desenvolvimento do processo, pois era difícil

encontrar pessoas interessadas em efectuar

determinadas trocas. Quando era necessário

percorrer longas distâncias para adquirir os

produtos necessários, tornava-se difícil

transportar grandes quantidades de moeda

mercadoria e, além disso, alguns produtos

podiam facilmente estragar-se

no caminho.

Perante as dificuldades inerentes à aplicação da troca

directa, houve necessidade de encontrar uma outra

forma de desenvolver o processo de troca. Nesta época o

metal começou a ganhar importância dada a sua

resistência e o seu elevado valor. Tal facto levou ao

surgimento da moeda metálica. Assim, e à medida que

se iam trabalhando os metais e desenvolvendo novas

técnicas para os manipular, iniciou-se a cunhagem de

moeda que passou a ter nela inscrito um valor que

correspondia ao seu peso.

O valor inscrito na moeda passou a ser aceite por todos,

pois o metal precioso que incorporava garantia-lhe o

seu valor facial. Foi assim que as pessoas passaram a

trocar os seus produtos por moedas, utilizando-as

depois para comprarem os produtos que

necessitavam.

04

Todavia, e com o passar do tempo, o transporte

de grandes valores em moeda também se veio a

tornar complicado face ao seu peso. Essa

dificuldade foi resolvida com a intervenção dos

ourives e dos artesãos, que trabalhavam com

ouro e outros materiais valiosos, e tinham bons e

seguros cofres para guardar os seus bens. Os

ourives e os artesãos assumiram assim a função

de guardadores das moedas, tendo passado a

emitir, contra o recebimento da moeda, um

certificado com a indicação do valor das moedas

recebidas – um certificado de depósito.

Este começou a funcionar como se fosse dinheiro, e quando as

pessoas precisavam de pagar uma dívida, em vez de irem ao

ourives levantar as moedas depositadas, podiam endossar o

certificado de depósito à pessoa a quem deviam, passando

esta a ser a legítima detentora das moedas depositadas.

Surgiram assim as primeiras formas de moeda-papel, que ao

longo do tempo vieram a evoluir para as notas actuais – o

designado papel-moeda.

Os certificados de depósito constituem então a

moeda-papel representativa, assim designada por

existir uma reserva de ouro (ou outro metal precioso)

equivalente ao valor de todos os certificados de

depósito em circulação, e que eram convertíveis a

qualquer momento.

05

Com o decorrer dos anos os ourives e os artesãos passaram a

dedicar integralmente o seu tempo a receber e guardar os

valores das pessoas. Tinha-se dado início à actividade bancária.

Juntamente com o seu aparecimento surgiram as primeiras

emissões de moeda de papel a descoberto (primeiras notas de

banco) – dado o valor da emissão de moeda ser superior ao

valor do metal precioso que se encontrava em reserva.

Desta forma evoluiu-se da moeda representativa para a moeda

fiduciária (do latim, fidúcia – confiança), que era aceite porque

as pessoas confiavam no banco emissor e acreditavam que, a

qualquer momento, podiam ser reembolsadas em moeda

metálica, pois o banco continuava obrigado a converter todas

as notas em metal precioso, sempre que o cliente o exigisse.

06

Mais tarde muitos Estados decidiram retirar a

possibilidade de conversão da moeda papel em metal

precioso, e os certificados de depósito passaram a ser

impressos previamente com um valor determinado,

dando origem às actuais notas. Ao contrário da moeda

papel, o papel-moeda (as notas actuais) não tem uma

reserva equivalente de ouro ou outros metais preciosos.

Diz-se que o papel-moeda é inconvertível (porque não

é possível trocá-lo por um valor equivalente de metal

precioso) e de curso forçado (já que é

obrigatoriamente aceite por força de lei.)

Hoje em dia, além de existirem muitos estabelecimentos

comerciais onde as pessoas podem efectuar compras, é

também possível recorrer a outras formas de pagamento

diferentes das notas e moedas – como as transferências

bancárias ou os cartões bancários. Com estes instrumentos

a realização de pagamentos de bens e serviços torna-se

mais fácil e cómoda, exigindo-se contudo a titularidade de

uma conta num banco para a utilização desses meios de

pagamento.

06

A moeda veio simplificar as nossas vidas, e este facto

pode ser explicado pelas funções económicas que

desempenha, nomeadamente:

1. Meio de pagamento ou instrumento geral de

troca, deixando de existir a necessidade de realizar

trocas directas.

2. Unidade de conta ou medida de valor, ao ser

utilizada para expressar o valor dos bens e serviços.

3. Reserva de valor. A moeda veio permitir a detenção

de valor ao longo do tempo, ao poder ser guardada

para utilizar no futuro. Nas economias de troca directa a

constituição de poupanças tornava-se difícil, já que era

necessário consumir os bens antes que eles se estragassem.

A moeda possibilita a poupança pois a sua utilização

imediata não é imprescindível, e a sua não aplicação

imediata em consumo representa o uso da moeda enquanto

reserva de valor.

O Projecto Matemática Ensino/Universidade de Aveiro, em parceria com a Caixa Geral de Depósitos desenvolveram o projecto EDUCAÇÃO +, que visa contribuir para a Literacia Financeira das mais variadas faixas etárias.