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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDUC CURSO DE PEDAGOGIA VIOLÊNCIA ESCOLAR: CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOCENTES ANNA PAULA GOMES DE FARIA CAICÓ – RN 2016

VIOLÊNCIA ESCOLAR: CONHECIMENTOS E … · RESUMO O presente trabalho discute a violência escolar, mais conhecido como bullying . Discute os conhecimentos dos professores sobre o

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDUC CURSO DE PEDAGOGIA

VIOLÊNCIA ESCOLAR: CONHECIMENTOS E PRÁTICAS

DOCENTES

ANNA PAULA GOMES DE FARIA

CAICÓ – RN 2016

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ANNA PAULA GOMES DE FARIA

VIOLÊNCIA ESCOLAR: CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOCENTES

Monografia apresentada ao

Departamento de Educação do Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a para a obtenção do Grau em Pedagogia, sob a orientação da professora Drª Christiane Medeiros Cavalcante.

CAICÓ – RN 2016

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ANNA PAULA GOMES DE FARIA

VIOLÊNCIA ESCOLAR: CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOCENTES

Monografia apresentada ao Departamento de Educação do Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do Grau em Pedagogia, sob a orientação da professora drª Christiane Medeiros Cavalcante. Aprovada em _________________ de _______

Banca examinadora

______________________________________________________________ Profª DrªCHRISTIANE MEDEIROS CAVALCANTE (ORIENTADORA)

_______________________________________________________________

Prof. Me. DJANNI MARTINHO DOS SANTOS SOBRINHO CERES - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

_______________________________________________________________

Profª Esp. CÉLIA FONSÊCA DE LIMA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CERES

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Dedico essa monografia a minha família pela confiança. Aos meus amigos, que mesmo de longe, sempre estiveram me apoiando. A minha orientadora pela paciência demonstrada no decorrer da pesquisa. A todos aqueles tornaram a pesquisa um caminho mais fácil de ser percorrido.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me manter de pé nos momentos difíceis.

Ao meu Pai, que sempre me mostrou o valor da educação, e mesmo

depois de ter partido sempre o senti me apoiando.

A Mainha, pelo incentivo nos momentos difíceis.

A minha orientadora carinhosamente chamada de “Cris” por desde o início

ter abraçado o meu trabalho.

Aos meus amigos pelas palavras de ajuda nos momentos em que eu não

achava iria dar certo e que estiveram ao meu lado tornando essa jornada mais

agradável.

Aos professores, que tão atenciosamente responderam os questionários,

sem isso não teria sido possível dar andamento a pesquisa.

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SUMARIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 10

2 UMA CONVERSA SOBRE BULLYNG...................................................... 13

2.1 OBULLYING NA ESCOLA..................................................................... 20

2.2 PROJETOS ANTIBULLYING.................................................................. 23

2.3 CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING........................................................ 30

3 METODOLOGIA......................................................................................... 33

3.1 ANALISE DOS QUESTIONÁRIOS.......................................................... 36

CONCLUSÃO................................................................................................ 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 46

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Diferença entre conflito e violência..........................................15

Quadro 2 – Níveis de analise preventiva....................................................30

Quadro 3 – Abordagens da punição...........................................................40

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RESUMO

O presente trabalho discute a violência escolar, mais conhecido como bullying. Discute os conhecimentos dos professores sobre o fenômeno e suas práticas ao se depararem com este fenômeno no espaço escolar. Nossa discussão tomou como caminho metodológico, a pesquisa qualitativa, com aplicação de questionários. Nossos sujeitos foram professores da rede pública de ensino de Caicó/RN. O estudo nos mostrou que os professores encontram-se pouco preparados para lidar e intervir com o fenômeno bullying, se fazendo necessário um maior preparo desses profissionais, não somente na formação inicial, mas em outros momentos, capacitando-os a realizar um trabalho tanto de identificação como de intervenção.

Palavras-chave: Bullying. Violência na escola. Formação docente.

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ABSTRACT

The presentwork argues about school violence, as known as bullying. It argues about the teacher knowledge over the phenomenon and their practices when dealing with it in the school. Our discussion took as methodological way the qualitative research, with a quiz application. Our subjects were teachers from the public schools of Caicó/RN. The study has shown us that teachers find themselves low prepared to deal and intervene with the bullying phenomenon, being of need a higher preparation of these professionals , not only in their starter academic formation, but also in other moments, enabling them to realize an work of both identification and intervention.

Key-Words:Bullying. School violence. Educational formation.

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho discute o tema “Violência Escolar:

Conhecimentos e práticas docentes”. Tem como objeto de estudo os

conhecimentos e práticas docentes sobre a violência escolar, mais

especificamente o bullying.

Questionamos-nos: Como o professor compreende esse fenômeno?

Estão preparados para lidar com o bullying em sala de aula? O curso de

graduação proporcionou subsídios suficientes pra isso? Os docentes

compreendem o bullying por comportamentos gerados por um grupo, ou por

um indivíduo coma finalidade de atingir, prejudicar e constranger o alvo? Como

ele identifica sua presença entre os alunos? Identifica a agressão verbal como

um antecedente da agressão física. Sendo assim, um misto das duas

agressões? Quais métodos, práticas utiliza para solucionar esse problema?

Segundo FANTE1

O bullying é hoje, sem dúvida, um dos temas mais discutidos em todo o mundo, o que desperta crescente interesse nas diversas ciências e esferas sociais. Em meio às discussões, o que é natural, surge uma infinidade de opiniões, idéias, sugestões, estudos, publicações e etc., que tentam explicar o fenômeno e os motivos que leva um indivíduo ou grupo a agir de forma deliberada e, muitas vezes, tão cruel. (s/d, p. 01)

Sendo assim, a pesquisa tem o objetivo geral identificar os

conhecimentos e as práticas dos educadores ao perceber casos de violência

na sala de aula, refletindo sobre os resultados de suas ações na melhoria das

relações discentes. E como objetivos específicos: identificar a compreensão de

bullying pelo professor, relacionar os mecanismos utilizados pelos docentes

para identificar e classificar as situações de violência escolar e por último,

descrever as situações de bullying identificadas pelos professores e as práticas

para a resolução do problema.

1ARTIGO publicado e disponível em:< https://www.passeidireto.com/arquivo/5398732/artigo-bullyng ...sob o titulo “BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR”

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É um trabalho que trata sobre violência escolar, ou bullying e quais

caminhos os professores devem tomar ao se deparar com essa problemática

na sala de aula. É uma temática que nos atrai por permitir uma reflexão sobre o

entendimento dos professores diante esse fenômeno.

O estudo sobre as práticas docentes pode permitir um

aprofundamento sobre a atuação dos professores, quanto a questão do

bullying e da preparação adequada para lidar e intervir diante de casos de

violência, possibilitada pela formação inicial. Conforme Fante (2005, p. 169):

Os cursos de graduação devem focar sua atenção na necessidade de prevenção à violência. Para isso, devem oferecer aos futuros profissionais de educação os recursos psicopedagógicos específicos que os habilitem a uma atuação eficaz em seus locais de trabalho para que eles utilizem metodologias estimuladoras do diálogo como forma de resolução de conflitos; que promovam a solidariedade e a cooperação entre os alunos, criando com isso um ambiente emocional que incentive a aceitação e o respeito às diferenças inerentes a cada indivíduo; que promovam a tolerância nas relações interpessoais e socieducacionais.

O professor necessita identificar os atores desse bullying, para então

poder intervir. Quem são os espectadores, alvo e autores? E que o alvo

geralmente é uma minoria, uma garota bonita e/ou aluno novato. Alunos que

apresentam diferenças culturais, religiosas e étnicas. Por exemplo, um aluno

negro, ou uma aluna de cabelo cacheado ou crespo. Ou seja, aqueles que não

estão enquadrados nos padrões. E os autores, são na maioria dos casos,

alunos rebeldes, que buscam popularidade e obter uma boa imagem de si

mesmo. Aqueles que estão procurando se auto afirmar. Os espectadores são

aqueles que simplesmente assistem as agressões, não se manifestam por

medo de se tornarem futuras vítimas. Porém, nem toda brincadeira pode ser

classificada como bullying, existindo ainda uma deficiência quanto ao seu

diagnostico, apesar de ser um tema bem definido.

A pesquisa também possibilitará uma reflexão sobre a formação

inicial de professores, refletindo e se os mesmos receberam subsídios

suficientes para poder agir diante tal situação.

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Nosso percurso metodológico firmou-se numa abordagem

qualitativa, se utilizando na coleta de dados um processo de questionários e,

posteriormente, analise sem interferir neles. Com a intenção de desenvolver

todos os objetivos que foram citados acima.

Em linhas gerais, este trabalho organizou-se em torno do

entendimento e compreensão dos docentes sobre o bullying, fenômeno

bastante recorrente especialmente no ambiente escolar. Lugar esse em que os

alunos, sobretudo, os do Ensino Fundamental, percebem suas primeiras

mudanças e diferenças físicas. Alguns alunos passam a violentar, seja de

forma física, psicológica ou verbal os colegas que aparentemente são mais

fracos que eles. Agindo de forma repetitiva e intencional coagindo os colegas.

Na organização do trabalho primeiro encontramos a base teórica,

onde discorremos sobre os estudiosos do bullying, seus estudos, seus

conceitos e possíveis soluções para o fenômeno. Em seguida, apresentamos a

avaliação dos questionários e por ultimo, as conclusões do trabalho.

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2 UMA CONVERSA SOBRE BULLYNG

Atualmente, o tema violência escolar tem sido bastante discutido

dentro da esfera escolar, principalmente pelos educadores, que em sua maioria

anseiam por soluções com a intenção de resolver situações de conflito

vivenciadas no ambiente, não particularmente na sala de aula, mas em todo o

ambiente escolar.

Dentro do conceito de violência escolar podemos enquadrar o

bullying, fenômeno que no Brasil, tem um estudo que pode ser considerado

recente. Por isso, necessitamos ter um cuidado ao analisar um acontecimento

do tipo.

Todo cuidado é pouco, pois se trata de uma realidade complexa e multidimensional. O tema requer um conjunto de medidas, ações integradas e de iniciativas articuladas implementadas de acordo com um plano. Não há soluções mágicas, mas é possível avançar muito na prevenção desses eventos e na educação para convivência. (ELIAS, 2011 p, 10).

Após realizar algumas leituras percebemos que o termo bullying é

bem definido, porém o que se nota é que ainda existe algum desencontro

quando parte para sua identificação- o que é ou não bullying.

Apesar da clareza da definição do termo bullying, ainda há divergências em sua aplicabilidade, talvez, em decorrência dos estudos serem recentes, na maioria dos países, e da carência de estudos mais aprofundados que avaliem seus impactos ao longo do tempo. Tais divergências são percebidas nas declarações entre os especialistas no tema, profissionais da comunicação social, da educação, da saúde, do direito e até mesmo em legislações em vigor em diversos países. (FANTE, s/d, p. 012)

2ARTIGO publicado e disponível em:< https://www.passeidireto.com/arquivo/5398732/artigo-bullyng ...sob o titulo “BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR

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A opinião da autora vai de encontro com a afirmação de outro

estudioso do fenômeno, Aramis Antonio Lopes Neto (ANO, 2005, p. 82) , ao

relatar que durante suas observações nas escolas a carência de intervenção

de alguns profissionais:

Outro grande desafio das escolas é a forma como os professores e funcionários intervém efetivamente sobre os atos de bullying. Além das dificuldades para a identificação, o pessoal pode falhar no uso de recursos apropriados para resolver os conflitos à medida que surgem.

Esse desencontro de informações acaba dificultando o trabalho dos

profissionais que lidam com o bullying, que são não necessariamente somente

os da educação, que muitas vezes terminam por fazerem atendimentos,

encaminhamentos e procedimentos equivocados. Esse equivoco acabou

condicionando alguns estudiosos a definirem o bullying e aplicá-lo somente

quando ocorre na relação entre

pares (estudantes), seja no ambiente escolar ou virtual. O que acaba

ocorrendo é que mesmo com o termo bem delineado alguns profissionais ainda

confundem algumas agressões com o bullying.

Apesar dessa preocupação quanto ao conceito, indivíduos e instituições vêm atribuindo muitas das ações agressivas entre os estudantes, como bullying, quando na verdade, são atitudes deintolerância, discriminação, preconceito. (FANTE, s/d, p. 02)

É importante destacar a diferença entre o que é conflito e violência:

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Quadro 01 – Diferença entre conflito e violência.

O conflito é: A violência é:

Próprio da convivência e inevitável. Inato do ser humano, ou seja, o sujeito já nasce com esse comportamento.

Construída e evitável. Algo que é aprendido e construído. O sujeito sofre alguma influencia e acaba adquirindo esse comportamento.

Fonte: Interpretação da autora

A autora Elias, na Série Educação em Ação, destaca que existe

uma linha teórica que diz que a agressividade é inata, enquanto a violência é

socialmente construída, algo que é aprendido. No âmbito escolar e da saúde

trabalha-se com essa distinção, entendendo-se que o impulso agressivo possui

raízes na natureza, já a violência está inserida no âmbito cultural, sendo

culturalmente aprendida. Segundo a autora a prevenção escolar deve levar em

consideração o que é próprio da convivência e o que é construído.

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, a autora Cléo Fante em

seu livro Fenômeno Bullying (2005. p, 154), diz que “para entendermos as

causa determinantes do comportamento agressivo ou violento, é imprescindível

conceituar os termos violência e agressividade”.

Pode-se dizer que há violência quando alguém, voluntariamente, usa

da força para obrigar uma pessoa ou grupo a agir de forma contrária à sua

vontade, ou quando alguém é impedido de agir de acordo com a sua própria

intenção, ou, ainda, quando é privado de um bem.

Fante (2005. p, 157) destaca que “É imprescindível que o

profissional de educação, ao qualificar qualquer aluno como violento ou

agressivo, considere inúmeros fatores que recaem sobre suas relações

interpessoais”.Trazemos agora a definição do termo bullying desses mesmos

estudiosos.

Bullying é o termo utilizado para designar um abuso sofrido de forma

repetida e intencional. A violência escolar ou bullying é um fenômeno que nos

últimos anos tomou ampla atenção devida graves consequências “[...]

negativas imediatas e tardias sobre todos os envolvidos [...]” (LOPES NETO

2005, p. 165).

A palavra bullying, segundo Fante (2005) tem origem inglesa e

significa “brigão”, “valentão”. Caracterizada por ocorrer em pares, podendo ser

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tanto uma agressão física, verbal ou psicológica. São identificados três agentes

no bullying. Alvo, são as vitimas da agressão, geralmente é excluído ou sofrem

alguma pressão por serem considerados “diferentes” de seus colegas.

Agressores, jovens que procuram se auto afirmar e se tornarem populares, se

divertem com o constrangimento que causa as vitimas. Testemunhas, são os

que simplesmente assistem a agressão, não tomam nenhuma atitude diante a

situação por medo de futuramente se tornarem alvos. Todos são os atores

dessa situação, de alguma forma, são atingidos segundo, afirma Lopes Neto

(2005, p. 168) “Alvos, autores e testemunhas enfrentam consequências físicas

e emocionais de curto e longo prazo, as quais podem causar dificuldades

acadêmicas, sociais, emocionais e legais”.

Outro conceito sobre o termo bullying que pode ser citado é da Lei

Federal 13.185/2015 que no Artigo 1º é definido como

§ 1º No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

O bullying recebe duas classificações, direta e indireta, como afirma

Lopes Neto (2005, p. 166):

São considerados bullying direto os apelidos, agressões físicas, ameaças, roubos, ofensas verbais ou expressões e gestos que geram mal estar aos alvos [...] O bullying indireto compreende atitudes de indiferença, isolamento, difamação e negação aos desejos, sendo mais adotados pelas meninas.

Em um ataque direto, a vitima vê o seu agressor; em um ataque

indireto, a vitima é ferida, mas nem sempre sabe a quem culpar.

Aramis Lopes Neto, médico pediatra estudioso sobre o fenômeno,

define o bullyingcomo ”atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que

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ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra

outro(s)” (OP. CIT, p.21).

Lopes Neto ainda cita algumas características fundamentais pra que

o acontecimento possa se enquadrar como bullying “atos repetitivos,

comportamentos danosos e deliberados, existindo sempre uma assimetria de

poder entre o agressor e sua vitima” (LOPES NETO, 2005, p. 22).

O médico ainda vai além, identificando a conjuntura em que os

sujeitos precisam estar inseridos “o bullying só ocorre se houver um contexto

social onde os indivíduos estejam envolvidos em relacionamentos duradouros,

como acontece no ambiente escolar, quando a convivência é cotidiana”

(LOPES NETO, 2011, p. 22).

Sem esse panorama caracterizar os atos agressivos torna-se um

pouco difícil, mesmo quando os sujeitos de forma indireta, como por exemplo,

através de meios tecnológicos - internet, celulares e afins. Deve-se entender

que se trata de uma forma de relacionamento que precisa estar estabelecida

em um determinado espaço de tempo e com uma assiduidade também

definida.

Cléo Fante também traz seu conceito sobre bullying dizendo que “a

definição de bullying é compreendida como um subconjunto de

comportamentos agressivos, sendo caracterizado por sua natureza repetitiva e

por desequilíbrio de poder” (FANTE 2005 p. 28).

A autora vai além quando afirma que:

é uma forma de violência que ocorre na relação entre pares, sendo sua incidência maior entre os estudantes, no espaço escolar. É caracterizado pela intencionalidade econtinuidade das ações agressivas contra a mesma vítima, sem motivos evidentes, resultando danos e sofrimentos e dentro de uma relação desigual de poder, o que possibilita a vitimação.

Percebe-se que o termo está bem definido em todos os conceitos

que foram citados acima. Havendo uma concordância entre os mesmos.

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Saber identificar e classificar o bulliying é um dos pontos principais

para a prevenção. A agressão que antes só acontecia presencialmente -

durante a aula e na escola, passa a acontecer também com difamação fora do

ambiente escolar - através do uso de meios tecnológicos.

Com a repercussão desse fenômeno na atualidade tem chamando a

atenção não somente dos profissionais da educação, mas também dos

profissionais da saúde como médicos e psicólogos.

A sua prevalência e gravidade compelem os pesquisadores a investigar os riscos e os fatores de proteção, associados com a iniciação, manutenção e interrupção desse tipo de comportamento agressivo” (LOPES NETO 2005, p. 170).

Os estudos sobre o bullying tiveram início nos anos de 1970, pelo

cientista Dan Olweus, cientista Norueguês. Desenvolveu os primeiros critérios

para detectar o problema de forma especifica, permitindo diferencia-lo de

outras possíveis interpretações, como incidentes e gozações ou relações de

brincadeiras entre iguais, próprias do processo de amadurecimento do

individuo. Olweus, além dos estudos que realizou na época, propôs um projeto

de intervenção, que tinha, dentre elas, algumas características: alcançar um

envolvimento ativo por parte dos professores e dos pais e aumentar a

conscientização do problema para eliminar mitos sobre o bullying.

Porém percebemos que, as verdadeiras preocupações se

manifestaram a partir de 1990, quando nessa época surgiram diversas

campanhas e alguns programas que conseguiram identificar e reduzir os

comportamentos violentos nas escolas, principalmente no Continente Europeu.

Posteriormente, os estudos então foram iniciados em outros países, para

então, esses estudos chegarem ao Brasil, por volta dos anos 2.000. A partir de

então, nota-se que há mais estudos, pesquisas, artigos voltados para essa

área.

Antes disso o comportamento agressivo entre os estudantes eram

tido como algo, até então, normal.

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O comportamento agressivo entre os estudantes foi por muito tempo considerado como um “rito de passagem benigno”, sugerindo tratar-se de um fator importante na formação do caráter de crianças e adolescentes, e essencial para a construção de uma vida adulta saudável. Hoje se sabe que esse entendimento é totalmente falso. (LOPES NETO. 2011 p. 22)

Deve receber a devida atenção de quem observa, por na maioria

das vezes parecer, apenas uma brincadeira, mas não é isso que Fante (2005,

p. 29) nos leva a pensar:

[...] é um comportamento cruel e intrínseco das relações interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais frágeis em objetos de diversão e prazer, através de brincadeiras que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar.

Portanto não deve ser ignorado nem tido por algo natural, como

afirma Lopes Neto (2005, p. 165): “Trata-se de comportamentos agressivos que

ocorrem nas escolas e que são tradicionalmente admitidos como naturais,

sendo habitualmente ignorados ou não valorizados, tanto por professores

quanto pelos pais.”.

Por ser um fenômeno que ocorre em sua maioria, no ambiente

escolar, muitas vezes é confundido com indisciplina. Merece uma atenção

especial de todos que estão inseridos no ambiente escolar, como volta a

defender Lopes Neto (2005, p. 169).

O envolvimento de professores, funcionários, pais e alunos é fundamental para a implementação de projetos de redução do bullying. A participação de todos visa estabelecer normas, diretrizes e ações coerentes. As ações devem priorizar a conscientização geral.

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Nessa perspectiva se percebe a importância da percepção para que

ocorra a intervenção através de praticas pedagógicas adequadas. Todos os

sujeitos que estão inseridos no ambiente escolar devem tomar alguma

iniciativa, mas cabe ao professor ser o principal mediador, principalmente em

sala de aula, procurando sempre dialogar, promovendo o respeito, como afirma

Pavan (2007, p. 45).

[...] o papel do professor é de extrema importância para se obter na sala de aula um clima de respeito mútuo, fazendo com que os alunos entendam a importância de se respeitar o colega, de se dialogar ao invés de ofender e brigar é fundamental ao educador e futuro educador.

O educador, como mediador dessas situações entre seus alunos

podem desenvolver práticas que envolvam também seus educandos:

Deve-se encorajar os alunos a participarem ativamente da supervisão e intervenção dos atos de bullying, pois o enfrentamento da situação pelas testemunhas demonstra aos autores que eles não terão o apoio do grupo. Treinamentos através de técnicas de dramatização podem ser úteis para que adquiram habilidade para lidar de diferentes formas. (LOPES NETO 2005, p. 169)

A importância da intervenção do bullying na escola merece destaque

atualmente por ser um local onde os alunos passam muito tempo, em alguns

casos mais tempo do que na sua própria casa. Os pais procuram boas escolas

para seus filhos, pois é nesse ambiente que os jovens iram manter contato

social, além de desenvolver o processo de ensino/aprendizagem. Os jovens,

por sua vez, iram conviver com outras pessoas diferentes do que a sociedade

enquadra como padrão, sendo importante para o jovem aprender a respeitar a

diversidade, estabelecendo vínculos com pessoas de diversos biótipos.

2.1 OBULLYING NA ESCOLA

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A instituição escolar precisa ser um lugar acolhedor, seguro, onde o

aluno sinta prazer e vontade de permanecer, que desenvolva o bem estar do

educando. Local que serve para formação de personalidade, caráter, valores

que os mesmos iram levar para o resto da vida. Todos os sujeitos que estão

envolvidos na escola precisam ter essa consciência, promovendo a instituição

escolar como um ambiente que passe confiança para o aluno. E é então que

aparece o professor, como sujeito que na maioria das vezes o aluno passa

maior parte do seu dia, ate mesmo do que seus próprios pais. Infelizmente

aparenta ser um sujeito despreparado para detectar e intervir o fenômeno,

como afirma Fante (2005 p. 68).

O despreparo dos professores ocorre porque, tradicionalmente, nos cursos de formação acadêmica e nos cursos de capacitação, são treinados com técnicas que unicamente os habilitam para o ensino de suas disciplinas, não sendo valorizada e necessidade de lidarem com o afeto e muito menos com os conflitos e com os sentimentos dos alunos.

A conduta do professor por muitas vezes vai servir de base de

comportamento para seus alunos, por isso é tão importante que o mesmo

promova a igualdade, respeito a diferenças e leve seu aluno a refletir sobre o

quão negativo é a pratica do bullying.

Sua postura pode muitas vezes sentenciar o indivíduo e suas atitudes; assim, para uma melhor conduta e um melhor aprendizado é necessário que haja no ambiente escolar uma perspectiva deve ser trabalhada, de forma positiva, em sala de aula, fazendo com que o aluno reflita sobre o problema, evitando que as diferenças possam gerar conflitos e, posteriormente, sejam potencializados em forma de agressão. (MEOTTI; PERÍCOLI, 2013 p. 75).

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Cléo Fante, uma das autoras citadas acima, e uma das principais

estudiosas sobre esse fenômeno no país, destaca como é importante a

conscientização de todos os sujeitos que estão inseridos na instituição escolar

sobre o bullying para que possam ser desenvolvidas estratégias de intervenção

e prevenção.

Para que se possam desenvolver estratégias de intervenção e prevenção ao bullying em uma determinada escola, é necessário que a comunidade escolar esteja consciente da existência do fenômeno e, sobretudo, das consequências advindas desse tipo de comportamento. (FANTE, 2005, p. 91).

Entendendo-se que a escola deve estimular o ensino e o

desenvolvimento de atitudes que valorizem a prática da tolerância e da

solidariedade.

Porém, da mesma forma em que a autora destaca a importância da

consciência da comunidade escolar, ela destaca o quanto difícil é a

identificação do fenômeno.

Dessa forma, sensibilizar e envolver toda a comunidade escolar na luta pela redução do comportamento bullying torna-se tarefa imprescindível, uma vez que o fenômeno é complexo e de difícil identificação, principalmente por manifestar-se de maneira sutil e velada e por garantir sua propagação através da imposição da lei do silencio.

Fante (2005) defende que a para os profissionais poderem identificar e

intervir de forma correta, os mesmo precisam ser preparados para isso.

Acreditamos, portanto, que a prevenção ao bullying deve começar pela capacitação dos profissionais de educação, a fim de que saibam identificar, distinguir e diagnosticar o fenômeno,

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bem como conhecer as respectivas estratégias de intervenção e de prevenção hoje disponíveis. (p. 92).

Acreditando nisso, Fante desenvolveu um projeto denominado

“Programa Educar para Paz” baseado na sua longa experiência na educação,

mais precisamente, no magistério e após anos de pesquisa nessa área. No

próximo item discutiremos um pouco sobre os projetos antibullyng.

2.2 PROJETOS ANTIBULLYING

O projeto é baseado numa proposta psicopedagógica de intervenção

e prevenção do bullying e de fácil adaptação a realidade de diversas escolas.

Elias (2011p. 56) destaca a importância de um projeto de

intervenção que inclua todos os sujeitos “Um projeto de prevenção da violência

deve oferecer condições para que todos os envolvidos, de professores e alunos

a membros da comunidade, sejam educados para não violência”.

O “Programa Educar para Paz” tem como objetivo possibilitar aos

responsáveis pelo desenvolvimento socioeducacional, a conscientização e a

identificação do fenômeno por meio de sua caracterização especifica; o

diagnostico do fenômeno por meio do conhecimento da realidade escolar,

obtido pelos instrumentos de investigação utilizados; e as estratégias

psicopedagógicas de intervenção e prevenção, de fácil aplicabilidade entre os

alunos, que podem ser adaptadas conforme as necessidades de cada escola.

A condição básica para que o bullying seja reduzido nas escolas é que sejam adotadas politicasantibullying pautadas no desenvolvimento de um trabalho continuado. Ações que podem ser incluídas no cotidiano das escolas, sem que novas atividades sejam acrescidas à grade curricular, mas inserindo o bullyingcomo um tema transversal e permanente em todos os momentos da vida escolar. (LOPES NETO. 2011 p. 63)

O Brasil baseado em outros países, como por exemplo, Noruega,

Portugal, Canada e Estados Unidos, tenta colocar em vigor alguns projetos de

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lei. Sendo o Estado da Paraíba o primeiro estado brasileiro e o segundo, Santa

Catarina que aprovou a seguintelegislação, aprovando a lei 14.651/2009. Essa

lei classifica o fenômeno de acordo com algumas práticas:

Art. 3º O “bullying” pode ser classificado, conforme as ações praticadas: I) verbal: insultos, xingamentos e apelidos pejorativos; II) moral: difamação, calúnia, disseminação de rumores; III) sexual: assédio, indução e/ou abuso; IV) social: ignorar, isolar e excluir; V) psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar,dominar, manipular, chantagear e infernizar; VI) físico: socar, chutar, bater; VII) material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem; VII) virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social

A lei propõe que sejam efetivados programas antibullying nas

escolas de Santa Catarina sejam elas privadas ou públicas. A partir da criação

de uma equipe multidisciplinar contando a participação de professores, alunos,

pais e voluntários.

Art. 5º São objetivos do Programa: I - prevenir e combater a prática de bullying nas escolas; II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema; III - incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no Conselho de Escola, regras normativas contra o bullying; IV - esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem o bullying; V - observar, analisar e identificar eventuais praticantes e vítimas de bullying nas escolas; VI - discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e o que é bullying; VII - desenvolver campanhas educativas, informativas e de conscientização com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e audiovisual; VIII - valorizar as individualidades, canalizando as diferenças para a melhoria da auto-estima dos estudantes;

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IX - integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os meios de comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao bullying; X - coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e qualquer outro comportamento de intimidação, constrangimento ou violência; XI - realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com ensinamentos que visem a convivência harmônica na escola; XII - promover um ambiente escolar seguro e sadio, incentivando a tolerância e o respeito mútuo; XIII - propor dinâmicas de integração entre alunos e professores; XIV - estimular a amizade, a tolerância, o respeito às diferenças individuais, a solidariedade, a cooperação e o companheirismo no ambiente escolar; XV - orientar pais e familiares sobre como proceder diante da prática de bullying; eXVI - auxiliar vítimas e agressores.

É relevante destacar esses artigos dessa Lei, pois o Artigo 3º traz a

classificação do bullying conforme os abusos praticados. O que pode auxiliar o

docente a classificar e diagnosticar o fenômeno. Por sua vez, o Artigo 5º

propõe a criação de um programa antiviolência. O mesmo tem na sua

elaboração todos os elementos necessários para a criação e execução do

programa, os objetivos e quais sujeitos devem estar inclusos. São artigos que

se os professores tiverem conhecimento vão ajudar bastante tanto na

prevenção como na solução do fenômeno.

Podemos observar outros exemplos de projetos antibullying que se

fazem efetivos, como por exemplo, a ONG Plan no estado do Maranhão que

está implantando o programa “Educar para a Paz” em oito escolas Municipais.

Não há projeto antibullying bem-sucedidos sem o envolvimento de toda a comunidade escolar, professores, funcionários, pais e estudantes. Para o entendimento da importância da implantação desses programas nas escolas, a primeira medida deve ser a de conscientizar os professores sobre a natureza social do bullying e sobre a necessidade do estabelecimento de estratégias proativas, voltadas à sua prevenção, dentro do currículo, e reativas, que definam as condutas adotadas diante incidentes identificados. (LOPES NETO, 2011. P, 63)

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Vale à pena destacar que todas essas medidas são relativamente

simples e de baixo custo, em sua maioria compostas por ações continuadas,

com a finalidade de conscientizar a necessidade de se combater a violência e

criar meios para a proteção e, sobretudo, assistência tanto às vitimas como

agressores. Lopes Neto (2011, p. 63) destaca a importância desses programas

bullying e como se faz importante a participação e comprometimento de toda a

comunidade nessas ações.

Os programas antiviolência implantados nas escolas determinaram significativas reduções nas taxas de bullying, que variam de 20% a 80%. O sucesso obtido foi diretamente proporcional à participação ativa de alunos, professores, gestores, funcionários e pais.

Seguindo o exemplo do Estado de Santa Catarina, o Brasil sanciona

sua primeira lei antibullying que em seu texto, além de trazer a definição do

tema, determina que seja realizada a capacitação tanto de docentes como da

equipe pedagógica.

Art. 4º Constituem objetivos do Programa referido no caput do art. 1o: I - prevenir e combater a prática da intimidação sistemática (bullying) em toda a sociedade; II - capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema; III - implementar e disseminar campanhas de educação, conscientização e informação; IV - instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores; V - dar assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores; VI - integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e a sociedade, como forma de identificação e conscientização do problema e forma de preveni-lo e combatê-lo; VII - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de uma cultura de paz e tolerância mútua; VIII - evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil; IX - promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência, com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação sistemática (bullying), ou constrangimento físico e

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psicológico, cometidas por alunos, professores e outros profissionais integrantes de escola e de comunidade escolar.

Vale a pena ressaltar que nenhuma instituição tem respostas

prontas para alguma dificuldade que venha a surgir, assim como não existe

nenhum modelo padrão que sirva para lidar com todos os meios de violência

que possam vir a ocorrer. Contudo, existem alguns princípios que devem ser

analisados por todos que tenham a intenção de criar um programa antibullying

transformador e eficiente. Sendo algumas delas destacadas por Lopes Neto

(2011, p. 64)

• As ações de prevenção individuais não podem ser consideradas suficientes. • As intervenções individuais bem-sucedidas dependem de estratégias mais amplas nas salas de aula e na escola como um todo. • Esse fenômeno deve ser amplamente discutido na escola e as regras contra atos de bullying definidas com clareza, para que todos as conheçam e que sejam adotadas universalmente. • A meta final é a de promover a amizade, prevenir o isolamento, encorajar as ações solidarias e valorizar a diversidade. • Os autores e bullying devem ser induzidos a interromper seu comportamento agressivo e a controlar seus impulsos de agressividade. • Os professores devem intervir de maneira consistente e regular. • A escola ou cada turma deve criar regras de convivência, que promovam o entendimento entre todos e estabeleçam as formas de intervenção contra atos agressivos.

Essas ações antibullying surtem mais efeito se forem analisados os

aspectos do atores desse fenômeno de forma individual. Lembrando que as

instituições devem passar por algumas mudanças, passando a ser um

ambiente receptivo e, sobretudo, solidário.

As instituições que desenvolveram programas que estimularam a participação dos estudantes obtiveram resultados mais positivos quando comparadas com as que optaram por projetos

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conversadores, que preservaram a estrutura hierárquica e não possibilitaram o dialogo e a troca de percepções entre os diferentes segmentos da comunidade escolar. (LOPES NETO, 2011 p.70)

Antes de se aplicar qualquer intervenção, deve ser avaliada de onde

e como surgiu o incidente e a ação só deve de fato ser efetivada se a escola

dispuser de uma equipe treinada e capacitada para essa finalidade.

A violência por ser aprendida pode ser desconstruída e prevenida

baseada em uma convivência intercalada entre a negociação e o dialogo. É

algo que necessita, porém, de fundamentação e planejamento, diferindo muito

da atitude punitiva.

O autor ainda destaca três grupos de estratégias, sendo elas: “as

voltadas à escola, as utilizadas nas salas de aula e as medidas individuais

direcionadas aos estudantes alvos e autores”.(Lopes Neto 2011. p, 70) Ele

também enfatiza algumas ações que podem ser aplicadas, mas destaca que

deve ser considerada a organização do plano de trabalho das escolas.

Punições, disciplina assertiva, caixas de comentários, conselho antibullying, aconselhamento, aconselhamento pelos colegas, mediação, abordagem sem culpados, sistema de registros, espaços de segurança, telefones de ajuda.

São algumas das sugestões do autor

Todas essas ações são grande valia para as Instituições, porém,

algumas delas são mais fáceis de serem aplicadas, como por exemplo:

• Caixa de comentários: é um método simples, em que as crianças e adolescentes colocam as suas preocupações, denuncias, queixas ou criticas em caixas como as de correio ou em urnas, distribuídas pela escola.”

• “Mediação: trata-se de um processo de negociação entre as duas partes envolvidas (alvo e autor), mediadas por uma terceira pessoa, que pode ser um adulto ou outro estudante.”

• “Abordagem sem culpados: é uma forma de intervenção precoce sem a preocupação de encontrar culpados, quando as dificuldades

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enfrentadas pelos alvos de bullying são colocadas diante de um grupo de estudantes e pergunta-se sobre as possíveis soluções.

Podemos a partir de isso refletir que as ações que incentivam e

promovem a participação dos alunos se tornam muito mais eficazes e ativas

por facilitar a reflexão sobre o bullying e suas conseqüências.

A autora Elias na Serie Educação em Ação também orienta os

docentes e todos os profissionais que lidam com os jovens a elaborar um

programa antibullying, sendo que por sua vez, mais voltado para a prevenção

do que intervenção. A autora afirma que “são inúmeros os equívocos quando o

assunto é definir violência” (2011, p. 57). E relata que os projetos que não tem

um conceito adequado do termo para orientar suas atividades são fadados ao

fracasso. Pois desse conceito é que vamos pode fazer a identificação e refletir

sobre uma forma de intervenção. Dessa forma a mesma relata que é

importante trabalhar com as referencias, teóricas e praticas, como algumas que

foram citadas anteriormente. Elias também elenca alguns importantes, tais

como:

• Sensibilização: a elaboração do projeto de prevenção da violência escolar começa com atividades de sensibilização, nessa fase o objetivo é chegar a um conceito de violência mais abrangente.

• Diagnostico: nessa etapa é realizado um levantamento sobre quais violências ocorrem, como são sentidas, quais seriam suas causas, consequências e possíveis soluções.(op. Cit)

A mesma também traz uma prevenção dividida em três níveis,

começando por um levantamento do contexto social em que os jovens

estudantes estão inseridos, a prevenção secundária começa a analisar a

instituição e a terciária já passa a analisar o bullying e os sujeitos que nele

estão envolvidos.

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QUADRO 02 – Níveis da analise preventiva.

Prevenção primária Prevenção secundária Prevenção terciária

Visa à otimização das condições sociais gerais em que vivem as crianças e adolescentes.

Ação escolar ou desde a escola, direta, ajudando os em situação de risco.

Trabalho direto com escolares que já estão envolvidos em fenômenos da violência.

(FONTE ELIAS 2011. P, 59)

E salienta que (ELIAS, 2011, p.57) “um projeto de prevenção da

violência deve oferecer condições para que todos os envolvidos, de

professores e alunos a membros da comunidade, sejam educados para não

violência”.

De todos os projetos citados acima, estão incluídos a participação de

todos os sujeitos da comunidade escolar, pois um dos papeis da escola é

estimular o dialogo e o respeito à diversidade, incentivando diferentes formas

de manifestação, inclusive a representação discente. É preciso que os alunos

percebam que a escola se preocupa com essas formas de violência entre

iguais, tanto como em outro tipo de manifestação de violência escolar. A

participação, principalmente dos alunos, permite que os mesmos fiquem

cientes do que é o fenômeno, e quão prejudicial pode ser para os que estão

envolvidos.

2.3 CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING

Os efeitos e conseqüências do bullying em sua maioria são pouco

evidentes ou notados tanto pelos pais como pelos professores. Essa

dificuldade é gerada porque em alguns casos, na maioria deles, o sujeito

internaliza seus efeitos.

É importante que se entenda que qualquer sujeito, independente da

idade, é passível de exercer ou sofrer atos de violência.

“Os efeitos do bullying são raramente evidentes, sendo pouco provável que a criança ou adolescente seja levado ao pediatra com a clara compreensão de que seja autor ou alvo de bullying. No entanto, é possível identificar os pacientes de risco, aconselhar as famílias (...) e incentivar a implantação de programa antibullying nas escolas”. (LOPES NETO. P, 107)

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A identificação de algumas queixas dos jovens pode ser um fator

que indica algum maltrato exercido por algum colega ou um grupo,

demonstrando necessário um olhar atento dos profissionais que lidam

diretamente com esses jovens.

Muitas são as consequências apresentadas e identificadas por

vários estudiosos do fenômeno. Entre as quais podemos destacar: danos de

ordem psicológica, além de distúrbios sociais. E esses sintomas afetam tanto

os alvos como os autores.

De acordo com Lopes Neto (2011, p. 109).

A avaliação psiquiatra e ou psicológica pode ser necessária e deve ser garantida nos casos em que as crianças ou adolescentes apresentem alterações de personalidade, intensa agressividade e distúrbios de conduta ou se mantenham, por longo período, na figura de alvo, autor ou alvo/autor.

O autor destaca que os autores podem passar por alguns fatores

que possam contribuir para o desenvolvimento da agressividade como, por

exemplo: maus-tratos, vulnerabilidade genética e experiências traumáticas. O

tratamento indicado para o autor deve ser voltado para controlar a sua

irritabilidade, expresse sua raiva e frustação. E que de forma apropriada, seja

responsável por suas ações e se torne consciente das consequências dos

abusos por ele aplicado.

Entre os sintomas que os alvos podem apresentar se destacam:

depressão, relato de medo, tristeza, mau rendimento escolar, alteração do

sono, e duas que possivelmente são as mais notáveis: resistência em ir à

escola e insegurança quando estiver nesse ambiente.

Os sujeitos que se encontram na categoria de alvo/autor apresentam

manifestações como hiperatividade, déficit de atenção, desordem de conduta,

depressão, dificuldades de aprendizado, agressividade, além de todas as

demais que já foram citadas.

A estudiosa CleoFante (2005), seguindo o raciocínio de Lopes

Neto(2005), afirma que o bullying afeta todos os envolvidos em todos os níveis.

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Porem destaca a vitima, que pode continuar a sofrer os efeitos negativos do

bullying além do período escolar, afetando o sujeito na vida adulta, em suas

relações de trabalho. A não-superação do trauma poderá desencadear

processos prejudiciais ao seu desenvolvimento psíquico, uma vez que a

experiência traumática orientara seu comportamento, mesmo que de forma

inconsciente.

Já o agressor experimenta a sensação de consolidação de suas

condutas autoritárias. Tendo como resultados: o distanciamento e a falta de

adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como forma

de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para futuras condutas

delituosas, pois cresceu com a crença de que é impondo-se com violência que

conseguirá obter o que se quer na vida.

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3 METODOLOGIA

É através da metodologia que organizamos a pesquisa, os caminhos

traçados para chegar ao resultado assim como os procedimentos utilizados.

Por isso, é importante destacar o método utilizado na pesquisa, que se inicia a

partir da inquietação de um sujeito, que começa a buscar respostas para suas

dúvidas. Sendo assim, pesquisar é buscar uma solução para alguma coisa,

possibilitando uma aproximação e um entendimento da realidade a ser

investigada.Mas para realizar uma pesquisa, devemos ir além da nossa

vontade.

Para Prodanov e Freitas (2013, p. 14)

Metodologia é a aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser observados para construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade.

Tartuce (2006) aponta que a metodologia científica trata de método

e ciência. É, portanto, o caminho em direção a um objetivo; metodologia é o

estudo do método, ou seja, é o corpo de regras e procedimentos estabelecidos

para realizar uma pesquisa.

Primeiramente, é necessário ter o conhecimento do assunto

pesquisado, além de serem necessários alguns recursos, como por exemplo:

recursos financeiros, materiais e humanos. Assim, esta pesquisa é de

abordagem qualitativa, pois permite o contato direto com o campo – escola, e

com os sujeitos - professores e alunos. Segundo afirma Prodanov e Freitas

(2013, p. 70).

Na abordagem qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte direta dos dados. O pesquisador mantém contato direto

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com o ambiente e o objeto de estudo em questão, necessitando de um trabalho mais intensivo de campo.

A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade

numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo

social, de uma organização, etc. Centrando-se na compreensão e explicação

da dinâmica das relações sociais.

A utilização desse tipo de abordagem difere da abordagem quantitativa pelo fato de não utilizar dados estatísticos como o centro do processo de análise de um problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar ou medir unidades. Os dados coletados nessas pesquisas são descritivos, retratando o maior número possível de elementos existentes na realidade estudada. (PRODANOV E FREITAS 2013, p. 70)

Para Silveira e Córdova (2009, p. 32):

Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores eas trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação) e se valem de diferentes abordagens.

Dentre as características da pesquisa qualitativa, podemos destacar:

(...) objetivação do fenômeno; hierarquização das ações de descrever, compreender, explicar, precisão das relações entre o global e o local em determinado fenômeno; observância das diferenças entre o mundo social e o mundo natural; respeito ao caráter interativo entre os objetivos buscados pelos investigadores (SILVEIRA E CÓRDOVA2009, p. 32)

A pesquisa será de caráter descritivo, pois se pretende a partir da

observação, registrar e expor os fenômenos coletados, sem neles interferir.

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Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador. Procura descobrir a frequência com que um fato ocorre, sua natureza, suas características, causas, relações com outros fatos. Assim, para coletar tais dados, utiliza-se de técnicas específicas, dentre as quais se destacam a entrevista, o formulário, o questionário, o teste e a observação. (PRODANOV E FREITAS 2013, P. 52).

Portanto, essa linha de estudo tem como objetivo descrever os fatos

e fenômenos de uma determinada realidade. Particularmente, pretendemos

verificar e analisar a compreensão dos professores sobre o bullying,

descrevendo suas percepções e alguns episódios vivenciados pelos sujeitos.

Também, quais iniciativas os mesmos utilizam ao identificar a ocorrência desse

fenômeno.

Nas pesquisas descritivas, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles, ou seja, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador.(PRODANOV E FREITAS 2013, P. 52).

O procedimento técnico utilizado para desenvolver o estudo parte da

pesquisa bibliográfica, em materiais já publicados, nos quais foram realizadas

leituras livros, revistas, artigos e materiais digitais encontrados em sites. Isso

permitiu um contato direto com elementos já escritos sobre o assunto da

pesquisa, além da aplicação do questionário.

Outro elemento que compôs a pesquisa foi à realização de um

questionário com os sujeitos. Este foi composto por seis (6) questões abertas,

descritas a seguir:

1- Ouviu falar sobre bullying? O que você entende sobre esse fenômeno? 2- Sabe que tipo de violência ele pode envolver?

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3- Como professor, se sente preparado para prevenir, controlar e intervir um possível caso de bullying? 4- Na sala de aula em que leciona, já aconteceu algum caso de bullying? 5- Já realizou alguma prática pedagógica diante um caso de bullying? 6- Em sua opinião, a escola está preparada pra lidar com o bullying?

O questionário também perguntava o nível de formação dos docentes,

quanto tempo o mesmo estava em sala de aula, qual turma lecionava. Foi

escolhida essa modalidade de coleta de dados por permitir a análise do

conhecimento e percepção dos professores sobre o bullying. Possibilitando

acumular informações sobre fatos que não poderiam ser obtidos através de

uma observação. O questionário foi usado durante três semanas, sendo

entregue aos docentes e recolhido posteriormente.

O questionário foi aplicado aos professores das escolas do Ensino

Fundamental Municipal e Estadual da cidade de Caicó/RN. A escolha do

Ensino Fundamental para aplicação do questionário se baseia por ser uma fase

mais propensa a ocorrer mais casos de bullying. E ser uma etapa em que os

alunos estão passando por diversas transformações. Os sujeitos escolhidos

foram professores e alunos, por serem os que na maioria das vezes estão

ligados diretamente ao fenômeno. A escolha da instituição escolar como ponto

de coleta de dados deve-se ao fato de ser um local onde os alunos estão em

constante convivência, e por ser nesse ambiente que em sua maioria o

fenômeno se manifesta.

3.1 ANALISE DOS QUESTIONÁRIOS

Como foi dito, o questionário foi aplicado a 05 (cinco) professores e

ao analisa-los, identificamos que apenas dois professores possuíam pós-

graduação em nível de especialização, e um deles ainda estava cursando. Os

demais eram apenas graduados.

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Quanto à questão inicial, “Ouviu falar sobre bullying? O que você

entende sobre esse fenômeno?” Pudemos expor que a compreensão do

bullyng foi de ser uma forma de violência intencional e repetitiva que ocorre

entre pares que podem causar danos físicos e psicológicos as vitimas.

Observemos as respostas dos sujeitos ao questionário.

Professor 1- “É a pratica de atos violentos, intencionais, e repetidos, contra uma pessoa indefesa, que podem causar danos físicos e psicológicos as vítimas”. Professor 2- “Compreendo que o bullying pode se caracterizar pela agressão, seja física ou verbal, feita de maneira repetitiva por certos alunos (ou crianças) com outros colegas”. Professor 3- “Bullying é quando alguém age de forma discriminatória contra outras pessoas, não aceitando a sua forma de ser, de pensar e/ou de agir”. Professor 4- “O bullying é um ato de violência que ocorre na linguagem verbal e corporal, em que o individuo que se acha mais forte humilha e agride quem não está de acordo com estereótipo programado pelo seu grupo, como muito gordo, feio, magro, pobre...”. Professor5- “É um fenômeno que está diretamente relacionado com a prática de atos de violência física ou psicológica sendo intencional e continuada, praticadas por um individuo com outro individuo indefeso”.

Ao iniciarmos nosso processo reflexivo, observamos que as

respostas estavam muito bem arrumadas, e procuramos suas fontes, algumas

estavam bem parecidas com informações que encontramos pela internet.

Consideramos isso, um ponto frágil na aplicação de questionário, o fato de que

o tempo para resposta pode levar a um falso dado. Porém, partimos da ideia

que os professores buscaram ajuda para melhor organizar seu pensamento e

que de alguma maneira o levantamento de informações contribuiu para seu

enriquecimento intelectual. Percebemos nas respostas acima que, mesmo

parecendo retiradas de um site de busca, todos os professores tem o

fenômeno bem delineado e definido. Porém não foi citada em nenhum

momento a violência velada. Como afirma Cléo Fante (2005, p.51)

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Ficamos muito impressionados com a pouca conscientização da realidade do fenômeno nos meios educacionais e com o despreparo dos profissionais desse setor para lidarem com a violência, especialmente a velada.

Podemos observar também que em apenas uma das respostas foi

citado um ato repetitivo e intencional.

Quanto à questão numero dois: “Sabe que tipo de violência ele pode

envolver?” Os cinco professores citaram que o bullying envolvia somente a

violência física e verbal, apenas em dois questionários foram citadas a

violência psicológica. Como segue abaixo

Professor 1- “Violência física, verbal e psicológica”. Professor 2- “O bullying pode envolver violência física ou verbal”. Professor 3- “Violência física, moral... Uma criança que demonstra comportamento configurado como homossexual, pode ser discriminado por alguém que cometa o bullying, e poderá ser xingado e até apanhar, por exemplo”. Professor 4- “Humilhação verbal, violência corporal” Professor 5- “O bullying envolve atos de violência física, verbal e psicológica com o intuito de intimidar ou agredir outra pessoa”

Um dos entrevistados reconheceu sua falta de preparo para lidar

com a situação, conforme está descrito em sua resposta para a pergunta

três“Como professor, se sente preparado para prevenir, controlar e intervir um

possível caso de bullying”?

Respondeu o Professor 5-

Como professora não me sinto totalmente preparada para prevenir, controlar e intervir um caso de bullying, pois estamos expostos diariamente a diversas situações em sala de aula como, por exemplo, uma turma numerosa de 30 ou 40 alunos....

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O Professor 4 reconheceu seu despreparo, porém não justificou.

Respondendo apenas: “Não”.

Outros, por sua vez acreditavam estar preparados. Vejamos

Professor 1- “Sim, pois como nenhuma sala de aula está livre de acontecer algo desse tipo, se faz necessário que estejamos sempre atentos aos nossos alunos para poder intervir no momento certo”. Professor 2- “Como professora de uma turma de alunos com 7 anos, acredito que possa estar preparada para intervir nessa situação. A prevenção acontece diariamente, quando os ensinamos o respeito para com os colegas”. Professor 3- “Acredito que sim, pois sempre, a partir do primeiro dia do ano letivo até o ultimo, lembro aos meus alunos que devemos respeitar a todos, independente das peculiaridades de cada um. Inclusive, esse é um dos combinados da turma”.

Na pergunta 4: “Na sala de aula em que leciona, já aconteceu algum

caso de bullying”?Obtivemos como respostas, que os casos de bullying

mencionados nas respostas colhidas estão ligados a questões de orientação

sexual e outros a questões físicas do aluno, como por exemplo, os que estão

acima do peso. Como foi citado nas respostas a essa questão:

Professor 1- “(...) o ano passado, havia dois alunos na minha turma que sofriam bullying, não dos amigos da sala, mas de outras turmas. Os colegas os discriminavam por um estar acima do peso, e o outro, por ter comportamento sexual” Professor 2-“Sim, um aluno sempre chamava de gorda baleia”.

Professor 3- “... Ano passado, havia dois alunos na minha turma que sofriam bullying, não dos amigos da sala, mas de outras turmas. Os colegas os discriminavam por um, estar acima do peso, e o outro, por ter comportamento sexual”.

Professor 4- “Sim, um aluno sempre chamava o colega de gorda baleia.” Professor 5- “Já presenciei sim, em sala de aula, como por exemplo, aluno apelidar outro de gordo, orelhudo, piolhento... esses apelidos são os maiores causadores de bullying deixando a vítima na maioria das vezes envergonhada ou até mesmo vingativa...”

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Quanto às práticas de intervenção diante o fenômeno, elemento da

pergunta 5:“Já realizou alguma pratica pedagógica diante um caso de

bullying”?Todos citaram o diálogo em sala de aula e a importância de promover

o respeito diante as diferenças como fator importante para conscientização dos

seus alunos. Inclusive, realizando uma sequência didática.

Professor 3- Li bastantes livros tratando sobre o assunto, realizei rodas de conversas explicando e esclarecendo duvidas, e até trabalhei uma sequencia didática intitulada “Diga não ao Preconceito”, juntamente com as outras professoras dos 3ºs anos.

Já por sua vez outro docente, citou a punição como forma de

solução para o acontecimento na sala de aula, relatando que deixou um dos

alunos algumas sem recreação.Professor 4- “e a punição como consequência,

não participou das aulas de recreação por duas semanas, o caso foi resolvido”.

Nos casos acima relatados cabe refletir sobre os dois tipos

diferentes abordagens que o educador tomar diante os casos de violência.

Como sugere Elias (2011, p. 39).

QUADRO 03 – Abordagens da punição.

Abordagem Punitiva: Abordagem Mediadora:

Castigar e também passar a bola

adiante.

Integrada à pedagogia do conflito.

(FONTE: Elias 2011. p, 39)

Essa abordagem mediadora se torna muito mais eficaz, pois tem um

aspecto dinamizador, e deve se apoiar no lado criativo do conflito para gerar

aprendizado. A abordagem mediadora necessita de fundamentação e

planejamento, diferindo da abordagem punitiva.

Apelidos e brincadeiras podem gerar várias situações de conflito

como um docente relatou em uma das suas respostas.

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Na Pergunta 4:“Na sala em que leciona, já aconteceu algum caso de

bullying”? O professor 5 relatou:

... um simples apelido quando o outro não gosta pode tornar o fato mais sério chegando até uma agressão física. Já tive que entrar no meio de brigas para apartar a agressão física gerada a partir de um apelido pejorativo.

A resposta do docente vai de encontro com a afirmação de

Fante(s/d, p.02)“Porém, quando não mediados ou mal resolvidos, tendem

a gerar desentendimentos e discussões, podendo resultar em agressões

ou violência, geralmente pontuais”.

No que diz respeito ao preparo da escola sobre o bullying, alguns

docentes reconheceram o preparo tanto da instituição, quanto da equipe

pedagógica.

Professor1- Certamente, sempre nas reuniões pedagógicas podemos conversar com a coordenação e direção sobre fatos ocorridos em sala de aula e ambas as partes buscam meios que nos auxiliem na resolução de problemas. Professor 2- Acredito que sim, a escola conta, com além de profissionais preparados, parceiros importantes como o Conselho Tutelar e psicólogos aptos a intervirem em situações mais complexas. Professor 3-Em partes (...) acredito que seria necessário um trabalho que envolvesse toda a comunidade escolar concomitantemente, um projeto no qual culminasse com apresentações teatrais, cartazes, exposição de textos produzidos pelos alunos, depoimentos de vitimas do bullying e etc. Isso inclusive foi colocado em pauta na semana pedagógica da escola, por mim.

Professor 4- Não, pois não há preparação para os funcionários, inclusive os professores. E a violência, falta de limite e respeito cresce a cada dia, aumentando a demanda da escola.

Professor 5-Não sinto a escola preparada para lidar de maneira mais significativa e concreta com a problemática do bullying, pois acontecem casos que todos nós ficamos preocupados, mas sem encontrar uma solução.

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Merece destaque a resposta do professor 3, o mesmo citou tudo que

é necessário para um projeto de prevenção e intervenção de violência na

escola. Um projeto pedagógico que não envolve apenas os sujeitos que estão

inseridos no ambiente institucional, mas inclui toda a comunidade escolar. Não

tivemosacesso ao fato de, se a escola chegou a colocar em prática o projeto

sugerido pelo professor, mas que se posto em ação seria de grande valia para

a escola, considerando que possui todos os aparatos que os estudiosos

propõem que estejam incluídos em um projeto antibullying.

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CONCLUSÃO

Após os estudos realizados com a pesquisa fizemos um

levantamento de uma sequência lógica, que a violência é um fenômeno que

acompanha os jovens tanto na infância como na fase da adolescência e

envolve não somente os jovens, mas sim todos os sujeitos que convivem com

eles direta ou indiretamente: a família, professores e comunidade escolar. E

ainda poderia citar não somente o espaço real, mas também o virtual.

O espaço real, esclarecendo, seria o escolar, o qual passa a gerar

interesse, pois é um ambiente no qual se podeencontrar um grande

contingente de crianças e adolescentes que passam ali a maior parte do tempo

desacompanhadas, buscando formar sua identidade e estabelecer relações

sociais.

É fato notório que a violência continua sendo um fenômeno cada vez

mais existente entre a população jovem. Fazendo com que haja uma

necessidade quase que urgente de um trabalho de intervenção e prevenção

realmente eficaz e conjunto – família e escola.

Concluímos diante da pesquisa realizada que o bullying é um

fenômeno presente nas escolas, e combate-lo não é algo fácil. Por isso, é

interessante que o trabalho de conscientização e intervenção com as crianças,

comece o quanto antes.

Pois a violência, não somente a escolar, é um fenômeno complexo

com vários determinantes e causas. Aonde sempre iremos encontrar um

sujeito, ou vários que sejam prejudicados, pela forma repetitiva como ocorre.

Acredito que é possível o seu combate, desde que haja antes de tudo

conscientização, planejamento, atitude e acima de tudo, responsabilidade.

Diante de todos os fatos levantados e construídos, reflexões acerca

da opinião da base teórica e analise dos questionários, pudemos concluir que

realmente os professores encontram-se pouco preparados para lidar e intervir

com o fenômeno bullying, comprovando os textos escritos pelos estudiosos. Se

fazendo necessário um maior preparo desses profissionais, não somente os da

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educação, pelos cursos de graduação, capacitando os mesmos a realizar um

trabalho tanto de identificação como de intervenção.

O que encontramos ao aplicar os questionários foram alguns

professores muito prestativos e que se comprometeram a ajudar com a

pesquisa, foram atenciosos ao responder cada pergunta do questionário.

Porém, encontramos outros que se negaram a responder alegando que não

tinham tempo para isso, e outros falaram que não ocorria o fenômeno na sala

de aula que lecionava. Esses por sua vez, já cansados do tempo de serviço e

não acreditarem que seja possível combater a violência no ambiente escolar.

Ou se quer saibam como ocorre o fenômeno em sala de aula.

Os objetivos foram alcançados com a pesquisa, ou seja identificar e

interpretar como os professores caracterizam, identificam e intervêm quando

ocorre o fenômeno o que possibilitou uma reflexão sobre as práticas que os

mesmos realizam.

Isso não é um trabalho isolado, a família também pode começar a

identificar se seu filho está sendo envolvido no bullying, seja alvo ou autor,

basta um olhar minucioso diante do comportamento do seu filho. Não existem

dúvidas de que a família é realmente o berço da formação e educação do

indivíduo e que nenhuma instituição pode substitui-la.

Por isso que a participação de todos da comunidade escolar nos

projetos antiviolência foi por várias vezes citado. Pois conscientizar toda a

comunidade é tão importante, não sendo apenas uma responsabilidade do

professor, apesar desse ser o sujeito que estar mais próximo dos jovens

alunos. Tal comportamento violento pode ser em alguns casos, reflexo dos

abusos sofridos dentro do próprio seio familiar. Geralmente os jovens que são

os autores do bullying são aqueles que procuram se auto afirmar através de ver

o sofrimento do outro.

É inegável que é através da educação que começa a

conscientização dos jovens sobre o que é violência e suas consequências,

tanto para quem pratica como para quem sofre. Primeiramente, deve-se

promover a educação pacifica na escola, ambiente esse que em geralmente

são notados os primeiros comportamentos violentos, e depois partir para o

trabalho com a comunidade escolar.

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Os recursos que os profissionais possuem para poder realizar um

bom trabalho de intervenção são inúmeros, porém os mesmos precisam ter

conhecimento, e acima de tudo, acesso. Podemos destacar os programas

antiviolência que trabalham com a prevenção e intervenção do bullying, é

importante que haja um estudo e após uma adaptação desse projeto para

realidade da escola que deseje aplica-lo. Além de algumas leis que classificam

o fenômeno.

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REFERÊNCIAS

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FANTE, Cléo. BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR. Disponível em <http://inov.org.br/site/artigos/9.pdf>. Acesso em 26 de abril de 2016.

FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2 ed rev. e ampl. Campinas, SP: Verus Editora, 2005.

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. 1º ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

LEI Nº 14.651, de 12 de janeiro de 2009. Disponível em <http://www.leisestaduais.com.br/sc/lei-ordinaria-n-14651-2009-santa-catarina-fica-o-poder-executivo-autorizado-a-instituir-o-programa-de-combate-ao-bullying-de-acao-interdisciplinar-e-de-participacao-comunitaria-nas-escolas-publicas-e-privadas-do-estado-de-santa-catarina>. Acesso em 25 de abril de 2016.

Lei que obriga escolas e clubes a combaterem bullying entra em vigor. Disponível em <http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/02/lei-que-obriga-escolas-e-clubes-combaterem-bullying-entra-em-vigor.html>. Acesso em 25 de abril de 2016.

LOPES NETO, Aramis Antonio. Bullying: saber identificar e como prevenir. São Paulo: Brasiliense, 2011.

MEOTTI, Juliane Prestes; Perícoli, Marcelo. A POSTURA DO PROFESSOR DIANTE DO BULLYING EM SALA DE AULA. Revista Panorâmica On-Line. Barra do Garças – MT, vol. 15, p. 66 - 84, dez. 2013. ISSN - 2238-921-0. Disponível em <http://revistas.cua.ufmt.br/index.php/revistapanoramica/article/viewFile/518/155>. Acesso em 07 de novembro de 2015.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, de Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico – 2. ed. – Novo Hamburgo: Feevale, 2013. Disponível em: <http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf>. Acesso em 26 de outubro de 2015.

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