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edudata

INSTRUÇÕES

Verifique se este caderno de prova contém um total de 120 questões, numeradas de 1 a 120.

Caso contrário solicite ao fiscal da sala um outro caderno completo.

Para cada questão existe apenas UMA resposta correta.

Você deve ler cuidadosamente cada uma das questões e escolher uma resposta.

Essa resposta deve ser marcada na FOLHA DE RESPOSTAS que você recebeu.

VOCÊ DEVE:

Procurar, na FOLHA DE RESPOSTAS, o número da questão a que você está respondendo.

Verificar no caderno de prova qual a letra (A, B, C, D) da resposta que você escolheu.

Marcar essa letra na FOLHA DE RESPOSTAS fazendo um traço bem forte no quadrinho que aparece abaixo dessa letra.

ATENÇÃO

Marque as respostas com caneta esferográfica de tinta azul ou preta.

Marque apenas uma letra para cada questão, mais de uma letra assinalada implicará anulação dessa questão.

Responda a todas as questões.

Não será permitida qualquer espécie de consulta, nem o uso de aparelhos eletrônicos.

Você terá 4h (quatro horas) para responder a todas as questões e preencher a Folha de Respostas.

"Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem autorização prévia".

FMRP-USP

TESTE DE PROGRESSO INTERINSTITUCIONAL SETEMBRO/2016

COMENTÁRIOS E REFERÊNCIAS

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2 Teste de Progresso – setembro/2014

1. A - O enunciado da questão esclarece que a proteína Ki-67

não é expressa em células em G0. Portanto, ao analisar o elevado índice Ki-67 do tumor em questão, o aluno poderia concluir que se trata de um tumor de crescimento rápido. Com base nesse conhecimento, já descartaria as alternativas B eC, que mencionam crescimento lento do tumor ou o predomínio de células em fase não-proliferativa. O simples reconhecimento de que necrose e apoptose são diferentes tipos de morte celular também levaria à exclusão da alternativa B. Noções sobre fagocitose seriam suficientes para que o aluno descartasse a alternativa D, já que a fagocitose não explicaria a observação de áreas de necrose.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Carvalho HF, SM Recco-Pimentel. A Célula. 3ª Edição. Editora Manole, 2013.

Alberts B, Johnson A, Lewis J, Morgan D, Raff M, Roberts K, Walter P. Molecular Biologyofthe

Cell. 6th Edition. Garland Science (New York), 2014.

2. C - O MTX (metotrexato) inibe a síntese de nucleotídeos e,

portanto, impede a replicação do DNA, que ocorre na fase S do ciclo celular. Portanto, uma célula neoplásica exposta ao MTX tem seu ciclo celular bloqueado na fase S.

A vincristina impede a polimerização de microtúbulos e, dessa forma, impede a formação e atuação do fuso mitótico. Uma célula exposta à droga vincristina fica bloqueada na fase M do ciclo celular.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Alberts, B. et al. Molecular Biology of the Cell. Garland Publ. Inc., N. York & London, p. 779-800, 2008.

Carvalho, H.F.; Recco-Pimentel, S.M. A Célula. 3ª. Edição. Editora Manole, 2013.

3. A - O enunciado da questão é típico de portadora de

síndrome de Turner e essa alternativa explica o mecanismo correto para o cariótipo 45, X.

Falta de disjunção em cromossomos autossomos durante a meiose em um dos gametas resultando em cariótipo 47, XX, +21, se refere ao mecanismo para explicar a síndrome de Down. O enunciado não é compatível com síndrome de Down.

Mutação no gene FMR1 resultando em síndrome do X frágil tem sido relacionada mais frequentemente à infertilidade feminina. As mulheres portadoras dessa mutação apresentam infertilidade, mas não apresentam sinais neurológicos. O enunciado da questão não é compatível com essa mutação.

Falta de disjunção em cromossomo sexual durante a meiose em um dos gametas resultando em um cariótipo 45, XXX, síndrome do triplo Xse refere a uma triploidia, situação que habitualmente evolui para abortamento precoce.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Sadler TW. Langman - Embriologia Médica, 12ª. ed., Guanabara Koogan, 2013.

Moore KL, Persaud TVN, Torchia MG. Embriologia Clínica, 9ª. ed., Elsevier, 2013.

4. D - É no rim que ocorre a conversão da 25 vitamina D em

1,25 vitamina D, forma ativa da vitamina, devido a enzima renal 1 hidroxilase . O aumento da forma ativa da vitamina aumenta a absorção intestinal de cálcio

Hipocalcemia, hiperparatireoidismo e hipofosfatemia estimulariam a atividade da enzima 1-hidroxilase no rim formando assim uma quantidade maior de 1,25 vitamina D.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 857p.

BERNE, R. M.; LEVY, M. N. Fisiologia. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 864p. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 1151p.

5. C - Trata-se uma acidose metabólica por excesso de

cetoácidos com tentativa de compensação respiratória. O diagnóstico da acidose metabólica se faz pela queda do pH sanguíneo (acidose) associado a queda da concentração do bicarbonato (HCO3-) e do base-excess (BE). A tentativa de compensação respiratória é detectada pela queda do pCO2. A acidose metabólica pode ocorrer por perda de bicarbonato ou aumento da produção de ácidos, o principal parâmetro que diferencia essas duas situações é o hiato aniônico. Esse parâmetro mostra a relação de equilíbrio entre a quantidade de cátions e ânions circulantes. Valores normais do hiato aniônico sugerem que há perda de bicarbonato, enquanto valores elevados sugerem adição de ácidos, e seus ânions correspondentes, no sangue. No caso em questão, o hiato aniônico está aumentado, sendo que o diagnóstico é de acidose metabólica causada pela adição de cetoácidos, cetoacetato e beta-hidroxibutirato na circulação (cetoacidose).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais de Henry - 21ª edição. Autores: Richard A. McPherson e Mathew R. Pincus

Tietz. Fundamentos da Química Clínica - 6a edição. Autores:Carl A. Burtis, Edward R. Ashwood, David E. Bruns

6. B - O polimorfismo genético da tiopurina S-metiltransferase é

instrutivo da importância clínica da farmacogenética na medicina de precisão. Quando dosagens uniformes (padrão) sãoprescritos a pacientes homozigotos e heterozigotos para variantes de baixa atividade, ocorre a toxicidade grave da medula óssea. A enzima TPMT transfere um grupo metil para fármacos análogos de purinas, levando-o à sua inativação. Alelos deficientes levam ao acúmulo do substrato, sendo que indivíduos com genótipos deficientes requerem doses mais baixas destes medicamentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Nussbaum RL, McInnes RR, Willard HF. – Thompson & Thompson - 2008 - GenéticaMédica, 7a. Ed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, RJ, 525p (capítulo 17).

Strachan T, Read A. Genética Molecular Humana. – 2013 - 4a. Ed. ArtmedEditora LTDA, Porto Alegre, RS, 780p (capítulo 19).

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Teste de Progresso – setembro/2014 3

7. D - O tratamento bem-sucedido da fenilcetonúria permite que

os homozigotos acometidos levem uma vida independente e tenham perspectivas de maternidade/paternidade. Como previstos pelos princípios mendelianos, os filhos de casamentos entre um indivíduo normal e mãe acometida seriam heterozigotos. Assim, neste caso o fenótipo do bebê não decorre de seu genótipo, mas do efeito teratogênico dos níveis elevados de fenilalanina na circulação materna.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Nussbaum RL, McInnes RR, Willard HF. – Thompson & Thompson - 2008 - GenéticaMédica, 7a. Ed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, RJ, 525p (capítulo 12).

Strachan T, Read A. Genética Molecular Humana. – 2013 - 4a. Ed. ArtmedEditora LTDA, Porto Alegre, RS, 780p (capítulo 19).

8. A - A espessura aumentada da translucêncianucal relaciona-

se à trissomia do 21 ou Síndrome de Down. A trissomia dos autossomos ocorre com maior frequência à medida que a idade materna aumenta em decorrência de erros numéricos na disjunção meiótica dos cromossomos (meiose I ou II) durante a gametogênese, o que resulta em um gameta com 24 cromossomos (ao invés de 23) e na formação de um zigoto com 47 cromossomos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Sadler, T.W. Langman Embriologia Médica. 12.ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan. 2013.

Moore, K. L., Persaud, T.V.N., Torchia, M.G. Embriologia Clínica. 10.ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2016.

Nakadonari, E.K; Soares, A.A. Síndrome de Down: considerações gerais sobre a influência da idade materna avançada. ArqMudi. 10(2):5-9, 2006.

9. D - Os corpos celulares para os neurônios motores somáticos

que suprem os músculos esqueléticos de tronco e membros estão localizados nos cornos anteriores da medula espinal.

Os gânglios da cadeia simpática pertencem ao sistema nervoso visceral autônomo, não estando, portanto, relacionados ao controle voluntário do sistema esquelético.

Os gânglios da raiz posterior contêm corpos celulares que estão relacionados à sensibilidade do sistema neural somático.

Os cornos posteriores da medula espinal estão relacionados à sensibilidade do sistema neural somático.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Cosenza RM. Fundamentos de Neuroanatomia. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 2013.

Pezzi LHA, Correia JAP, Prinz RAD, Pessanha Neto S. Anatomia Clínica Baseada em Problemas. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 2013.

Moore KL, Agur AMR, Dalley AF. Fundamentos de Anatomia Clínica. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 2013.

10. B - Claudicação intermitente é decorrente de doença

vascular arterial periférica, na qual a presença de placas ateromatosas nas artérias diminui a perfusão tecidual. O aumento na perfusão é necessário quando há trabalho muscular e a incapacidade de fornecer oxigênio adequadamente, por esta redução do fluxo, produz isquemia e consequentemente dor.

A doença vascular venosa não ocasiona dor aos esforços musculares, pois os mesmos demandam maior suprimento de oxigênio, e este é a rede arterial que oferece.

A atrofia muscular por desuso não seria limitada apenas à região posterior da perna, além do que o sintoma primário seria fraqueza e dificuldade para caminhar e não dor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Cosenza RM. Fundamentos de Neuroanatomia. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 2013.

Pezzi LHA, Correia JAP, Prinz RAD, Pessanha Neto S. Anatomia Clínica Baseada em Problemas. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 2013.

Moore KL, Agur AMR, Dalley AF. Fundamentos de Anatomia Clínica. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 2013.

11. A - A ativação das células justaglomerulares, em virtude da

hipovolemia e redução da filtração glomerular, estimulará a produção da renina, enzima conversora de angiotensinogenio. O resultado final desta reação será o aumento da produção de angiotensina II, potente vasocontritor, que busca promover a estabilização da pressão arterial.

Em situações de hemorragia há o aumento da liberação do hormônio antidiurético, na tentativa de aumentar o volume circulatório, com consequente redução do volume urinário.

Durante os quadros de hipovolemia, a aldosterona é liberada com o intuito de elevar a retenção de sódio, com consequente retenção de água. Isto promoverá o aumento da volemia, porém a aldosterona só é produzida, em tais condições, mediante o estímulo da angiotensina e não por estímulo direto das células glomerulares.

A creatinina é um produto final do metabolismo muscular. É livremente filtrada no glomérulo e excretada na urina. Não é reabsorvida pelos túbulos renais, mas pode ser parcilamente secretada, o que pode superestimar o ritmo de filtração glomerular.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Berne & Levy - Fisiologia - 6ª Ed. Elsevier

Guyton& Hall - Tratado de Fisiologia Médica - 12ª Ed. Elsevier

12. D - Aumento de gonadotrofina coriônica, amenorreia

secundária, ausência de elementos embrionários e proliferação excessiva do trofoblasto é característico de mola hidatiforme completa;

Na mola hidatiforme incompleta ocorre a presença de elementos embrionários e proliferação excessiva do trofoblasto;

Ocoriocarcinoma apresenta células trofoblásticas com proliferação excessiva e atípica celulares características de malignidade;

O quadro clínico e anatomopatológico não é compatível com abortamento hidrópico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Bogliolo, Luigi. Patologia. 7. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

Robbins e Cotran. Bases patológicas das doenças. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

Rubi. Patologia: bases clinicopatológicas da medicina. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2006.

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4 Teste de Progresso – setembro/2014

13. B - A Doença de Hashimoto é uma doença autoimune na

qual anticorpos e linfócitos T ativados anomalamente contra antígenos tiroidianos levam a perda progressiva da função da tireoide.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Medical immunology, 9 ed Daniel P. Stites, Abba I, Terr, Tristram G. Parslow.

CellularandimmunologuCellularand Molecular Immunology, 8th Edition. Abbas, Elsevier.

Immunology, Kuby, Macmillan

14. C - As demais alternativas não explicam de forma clara

porque ocorrem variações nos níveis séricos de C3 do complemento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Murphy K. Imunobiologia de Janeway. 8a ed. Porto Alegre: ArtMed, 2014.

15. A - Devido a dengue ser uma doença que pode levar ao

óbito, todos os casos suspeitos desta patologia devem ser tratados como se fossem até um diagnóstico que exclua esta doença. Como o paciente apresenta uma contagem de plaquetas muito baixa ele deve ser encaminhado a um centro especializado para acompanhamento.

Embora ausência de febre e conjuntivite sejam achados frequentes em Zika, não pode se afastar a presença desta doença em casos febris.

Dores articulares podem ocorrer em todas as doenças citadas no enunciado

Em dengue secundaria (como mostra o IgG do paciente) o NS1 pode dar falso negativo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Zika virus (ZIKV) Surveillance in the Americas: Recommendations for laboratory detection and diagnosis; 2016 (disponível em: http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=7917&Itemid=270&lang=pt)

Zika Virus.Musso D, Gubler DJ. ClinMicrobiol Rev. 2016 Jul;29(3):487-524.doi: 10.1128/CMR.00072-15.

16. D - O município de Araçatuba foi a primeira cidade do

Estado de São Paulo a apresentar casos de leishmaniose visceral, tendo se dispersado pelo centro oeste paulista. Desta forma considerando a origem do paciente, o quadro clínico e o laboratorial os exames para o diagnóstico de leishmaniose é a alternativa mais correta.

O quadro clínico não é compatível com doença de Chagas aguda e os antecedentes epidemiológicos são muito frágeis, além do fato que o xenodiagnóstico não é a conduta mais correta.

Da mesma forma, a região não é endêmica para esquistossomose e o quadro clínico também não é compatível.

O H1N1 é uma doença viral aguda e não se estenderia por 30 dias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Parasitologia Humana, 12º edição. David Pereira Neves. Livraria Atheneu, 2011.

- Parasitologia, 4º edição. Luis Rey. Guanabara Koogan, 2013.

- Doenças Infecciosas e Parasitárias. Sylvia Lemos Hinrichsen. GuanabaraKoogan, 2013.

17. B - O atenolol acumula-se em pacientes com insuficiência

renal e a furosemida causa efeitos deletérios da função renal com uso prolongado.

IECA pode ser usado com creatinina alta (disfunção renal)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRUNTON, L. L.; CHABNER, B.A.; KNOLLMANN, B.C..As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. 12ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012.

18. C - Doenças renais que levam a reduções na filtração

glomerular podem reduzir a excreção de fármacos na urina, levando ao aumento da sua biodisponibilidade e à incidência de potenciais efeitos tóxicos. Os níveis plasmáticos de creatinina e ureia são indicadores da taxa de filtração glomerular e, consequentemente, da função renal. A digoxina é um exemplo de fármaco excretado na sua maior parte pela urina por filtração glomerular e, em menor grau, por secreção tubular. No caso acima, a disfunção renal do paciente levou àredução excreção da digoxina e ao aumento de suas concentrações plasmáticas, com o consequente aparecimento dos efeitos tóxicos do fármaco. Portanto, é correto afirmar que “as elevações séricas de ureia e creatinina indicaram redução da taxa de filtração glomerular, o que contribuiu para a redução da excreção e aumento da meia-vida plasmática da digoxina.”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DE LUCIA, R; OLIVEIRA-FILHO, RM; PLANETA, CS; GALLACCI, M; AVELLAR, MCW (eds.) Farmacologia integrada, 3.ed., Rio de Janeiro: Revinter, 2007. 701p.

BRUNTON, LL; CHABNER, BA; KNOLLMAN, BC (eds). Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Mc Graw Hill, 2012. 2112p.

GOLAN, DE; TASHJIAN, AH; ARMSTRONG, EJ; ARMSTRONG, AW.Princípios de Farmacologia – A base fisiopatológica da terapêutica, 3. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012, 972p.

19. B - Primeiramente, é cabível destacar que são comuns

episódios de hipoglicemia em pacientes insulino-dependentes. Por outro lado, a literatura relata que os fármacos β-bloqueadores modificam o metabolismo dos carboidratos, sobretudo, porque bloqueiam as ações das catecolaminas (substâncias contrarreguladoras) sobre os receptores β2-adrenérgicos que aceleram a glicogenólise. Dessa forma, a mobilização da glicose em resposta à hipoglicemia pode ser prejudicada sob a ação dos β-bloqueadores. Além disso, os principais sinais indicativos de hipoglicemia, como o tremor e a taquicardia, podem ser mascarados pela ação dos fármacos β-bloqueadores. Neste sentido, pacientes insulino-dependentes que utilizam fármacos β-bloqueadores podem ter menor percepção da hipoglicemia e prejuízo nos mecanismos mediados pelo sistema nervoso autônomo simpático (SNAS) envolvidos no restabelecimento da glicemia. Logo, a resposta correta é "Este fármaco pode dificultar a mobilização de glicose em resposta à hipoglicemia, além de mascarar os sinais e sintomas de uma eventual hipoglicemia".

O bloqueio de receptores β-adrenérgicos (particularmente beta3) reduz, ao invés de acelerar, a lipólise.

O SNAS, através dos receptores β-adrenérgicos (particularmente β-2) estimula o SRAA. Logo, o bloqueio de receptores β-adrenérgicos tende a reduzir a atividade do SRAA.

O bloqueio dos receptores β-adrenérgicos presente nos vasos produz uma ligeira vasoconstrição o que "tende" a reduzir, e não elevar, os níveis circulantes de insulina após sua administração.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman 12º. Edição. Laurence L. Bruton.

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20. D - A preocupação ética está em torno dos avanços

nabioetecnologia terem como princípio a justiça, a responsabilidadee a consideração sobre a dignidade humana, isso implica nadiscussão sobre o valor da vida e sua mercantilização. A bioéticaimprime na discussão da tecnociência o dever em relação aosavanços científicos, não apenas as possibilidades de avanço.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Pessini L. &Barchifontaine C.P. Problemas atuais em bioética. 5ª.Ed. Ed. Loyola, São Paulo, 2000.

21. A - O caso clinico é sobre com paciente com Insuficiência

cardíaca (IC) possivelmente desencadeada por uma isquemia (devendo-se excluir outras causas com exames e história mais completa). A presença no ECG de onda T apiculada em paciente que usa iECA, é idoso e refere redução de diurese levanta forte hipótese de hipercalemia, levando ao uso obrigatório (mesmo antes do resultado do exame) de gluconato de cálcio, objetivando estabilizar membrana e evitar progressão para arritmia mais grave e possível PCR. É importante saber que essa medicação não reduz potássio, mas evita a piora do quadro permitindo o tempo adequado para instituir medidas para reduzir o potássio.

A furosemida é uma importante medicação na IC descompensada, principalmente se potássio alto. Apesar da importância e do uso obrigatório, ela deve ser utilizada após o gluconato.

A dosagem da troponina seria importante para avaliar isquemia como causa de descompensação, se no ECG houvesse sinais de isquemia.

O trombolítico só seria utilizado se houvesse supradesnivelamento no ECG, mesmo antes da troponina.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

. Suporte Avançado de Vida em Insuficiência Cardíaca: SAVIC. Ed. Canesin MF, Oliveira Jr MT, Pereira-Barretto AC. 3a edição, São Paulo: Editora Manole Ltda, 2014, pp 37-44.

Emergências Clínicas: abordagem prática. Ed. Martins HS, Brandão Neto RA, Scalabrini Neto A, Velasco IT. 9a edição: Editora Manole Ltda, 2014, pp 1130-1135.

22. C - A associação de anemia microcítica com plaquetose é

uma manifestação clássica da deficiência de ferro e dos quadros de sangramento crônico, que devem ser reconhecidos pelo clínico. O quadro apresentado é típico, e o RDW aumentado reforça esta hipótese. Quanto às demais, a informação sobre anemia do idoso é incorreta e a avaliação medular só seria indicada após a exclusão da deficiência de ferro. A anemia tanto no mieloma quanto na trombocitemia essencial é em geral normocítica. É muito importante que o médico saiba que anemias microciticas no adulto devem suscitar a pesquisa de uma fonte de perda. A plaquetose associada só reforça esta hipótese

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Tratado de Hematologia – Editora Atheneu – Zago, Falcão, Pasquini – 2014

23. D - Na LRA pré-renal em geral ocorre aumento

desproporcionado dos níveis séricos de ureia e creatinina, sendo a relação 30-40:1 superada (exemplo, ureia 150 mg/dL, creatinina 2 mg/dL: relação 75:1), além de concentração urinária (> 500 mOsm/L). O diagnostico principal é sepse por foco pulmonar, e não há elementos para sustentar o diagnóstico de pielonefrite aguda. A classificação de AKI apresentada revela que a LRA já está instalada e é grave

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://www.uptodate.com/contents/overview-of-the-management-of-acute-kidney-injury-acute-renal-failure

24. B - O carcinoma basocelular é o câncer de pele mais

prevalente, é associado a foto exposição crônica, predomina nas áreas expostas ao sol, como os dois terços superiores da face. A forma nodular sólida é a mais comum e caracteriza-se por pápula eritematosa com telangiectasias e brilho e, na sua evolução, pode ulcerar. O carcinoma esclerosante é uma variante, um tumor mal delimitado com aspecto atrófico e cicatricial, por vezes com área de ulceração e, à histologia, mostra células fusiformes, infiltrativas, com mais risco de recidiva após tratamento. O tumor pequeno, de até 1cm, com diagnóstico muito claro, pode ser tratado com excisão total e margem de segurança entre 3 a 5mm. O tumor mal delimitado ou quando há dúvida do diagnóstico, requer uma biópsia parcial para definir diagnóstico e orientar tratamento. A cirurgia micrográfica é uma modalidade de tratamento que permite a análise de todas as margens do tumor por congelação no momento intraoperatório, diminuindo risco de recidiva do tumor. Sua principal indicação é o carcinoma basocelular esclerosante e/ou recidivado, ou de áreas de risco e onde grandes perdas teciduais podem trazer perdas funcionais ou deformidades. Ouros tumores podem ser tratados com cirurgia micrográfica também. Tumores com diferenciação sebácea podem ser marcadores cutâneos de neoplasias sistêmicas, como na síndrome de Muir-Torres. O estudo do linfonodo sentinela náo é recomendado no tratamento do carcinoma basocelular, que é tumor de malignidade local com mínimo potencial de metástases locorregionais

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. Dermatologia. Sampaio &Rivitti, 3ª Ed., 2008. Ed. Artes Médicas, pg 1165.

2. Chinem VP, MiotHA. Epidemiologia do carcinoma basocelular. AnBrasDermatol. 2011;86.

25. C - Nesse caso, o melhor teste laboratorial para o

diagnóstico de hipercortisolismo é o teste de supressão de ACTH com dexametasona, 0,5mg de 6/6 horas. A dosagem basal de manhã ou no período da tarde não é utilizada para o diagnóstico de hipercortisolismo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Costenaro F, Rodrigues TC, Rolin GAF, Czepielewski MA. Avaliação do eixo hipotálamo hipófise adrenal no diagnóstico e na remissão da doença de Cushing. Arq. Bras. Endverinol Metabol. 2012; 56 (3): 159-67.

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6 Teste de Progresso – setembro/2014

26. A - Idade avançada e corticoterapia sistêmica são os

principais fatores de risco para fraturas vertebrais osteoporóticas. A presença no radiograma de fratura vertebral lombar tipo acunhamento com hipertransparência dos corpos vertebrais só reforça a hipótese de osteoporose.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Lindsay R, Cosman F. Osteoporosis. In: Kasper D, Fauci A, Hauser S, Longo D, Jameson J, Loscalzo J. eds. Harrison's Principles of Internal Medicine, 19e. New York, NY: McGraw-Hill; 2015

27. B - Deve-se destacar que a rigidez de nuca não é um sinal

precoce da hemorragia meníngea, pois se trata de processo inflamatório induzido pelo sangue. O edema de papila também não é verificado na primeira hora do aumento da pressão intracraniana secundária ao sangramento intracraniano. Comumente, nos casos mais graves de ruptura de aneurisma intracraniano, ocorrem arritmias cardíacas e é verificada no exame do fundo de olho a hemorragia sub-hialóide

A encefalopatia hipertensiva não ocorre de forma súbita com perda da consciência e comumente é verificado o edema de papila. Na hemorragia ou isquemia da ponte, as pupilas são puntiformes e ocorre tetraplegia ou tetraparesia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL NETO J. P.; TAKAYANAGUI O.M. Tratado de Neurologia da Academia Brasileira de Neurologia. São Paulo; Elsevier, 2013.

NITRINI, R.; BACHESCHI, L. A neurologia que todo médico deve saber. 2a ed. São Paulo: Atheneu, 2007.

ROWLAND, Lewis P. Merrit, Tratado de neurologia. 11a ed Rio de Janeiro; Guanabara Koogan,., 2007.

28. D - Á história bastante sugestiva de pneumonia se junta

uma imagem de condensação pulmonar, cujas características semiológicas estão adequadamente descritas na alternativa A. Esta questão mostra a relevância da semiologia pulmonar para o diagnóstico clínico da Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC), que quando bem realizada prescinde o Radiograma de tórax.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

PORTO, C. Semiologia Médica, 7ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan: 2013.

29. B - Embora todos os elementos citados das demais

alternativas possam também ser deficientes em pacientes etilistas crônicos, as manifestações clínicas neuropsiquiátricas apresentadas são típicas da síndrome de Korsakoff, caracterizada pela deficiência de tiamina (vitamina B1). O objetivo da questão é realçar a importância da referida vitamina em sua associação com alcoolismo, pois o quadro demencial de Korsakoff é grave, frequente nessa população e a tendência é não ser reversível. Não se trata de um quadro de delirium porque os sintomas não são agudos e não há prejuízo no nível de consciência.

Os sintomas clínicos das demais deficiências citadas são mais caracterizados por:

- zinco: hipogonadismo, oligospermia, alopecia, alterações de gustação, disfunção imunológica, cegueira noturna, lesões de pele e dificuldades de cicatrização de feridas

- cálcio: tetania, espasmos, convulsões, sintomas depressivo-ansiosos, sinais de Trousseau e Chvostek, hipotensão, alterações eletrocardiográficas.

- magnésio: hiperexcitabilidade neuromuscular (tremor, tetania, convulsões), fraqueza, apatia, delirium, coma, anormalidades do metabolismo do cálcio e do potássio, alterações eletrocardiográficas.

- fosfato inorgânico: alterações ósseas e renais, hipercalciúria, rabdomiólise, encefalopatia metabólica aguda, com possível delirium, convulsões, coma

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://www.uptodate.com/contents/

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 2a edição – Porto Alegre: Artmed, 2008

30. C - Epidemiologicamente não existe antecedente de uso de

drogas endovenosas para pensar em estafilococo. Não existe referência de válvula tricúspide para pensar em estafilococo. Oxacilina é uma droga dirigida para estafilocococos e não especificamente para estreptococos. Embora exista terapia com betalactamico e gentamicina associada como sinergismo, a oxacilina não é a melhor opção. Penicilina cristalina é uma excelente opção por ser bactericida. Entretanto, o efeito inóculo (concentração bacterina mais elevada na vegetação que no inóculo do antibiograma) leva ao uso de aminoglicosídeo como efeito sinérgico. Portanto Penicilina isolada não é a melhor alternativa. Ampicilina pode ser uma alternativa para tratamento de estreptococos, é betalactâmico e é uma excelente escolha para enterococo, porém é necessário o uso de aminoglicosídeo para efeito sinérgico e não existe nenhum dado clínico que sugira algum transtorno gastrointestinal para pensar em enterococos. A alternativa correta reune todas as qualidades para antibioticoterapia ideal, betalactâmico, bactericida, cobertura exclusiva de estreptococos de cavidade oral e composição de duas drogas documentadas com efeito sinérgico na literatura. A maioria dos guias no mundo recomendam esta associação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AMERICAN HEART ASSOCIATION: Infective Endocarditis in Adults: Diagnosis, Antimicrobial Therapy, and Management of Complications. A Scientific Statement for Healthcare Professionals Circulation. 2015;132:1435-1486.

BRAUNWALD, S. Heart Disease: A Textbook of Cardiovascular Medicine, Single Volume: Expert Consult Premium Edition - Enhanced Online Features and Print, 9e 9th Edition. Chapter 64. Infective endocarditis.

MANDELL, D. Bennett's Principles and Practice of Infectious Diseases. Chapter 18. Principles of anti-infective therapy.

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Teste de Progresso – setembro/2014 7

31. C - A ausculta cardíaca descrita é característica de

estenose mitral. A doença, mesmo moderada a importante pode se apresentar sem sintomas. Entretanto, durante a gestação, em particular no segundo trimestre, pela barreira causada pela estenose mitral e pelo aumento da volemia e da frequência cardíaca, o esvaziamento atrial é menor com aumento da pressão do átrio esquerdo e consequente congestão pulmonar. A gravidez é uma das condições que podem exacerbar ou desencadear os sintomas da estenose mitral; o principal deles é a dispneia. O antecedente de artrite não define o diagnóstico de febre reumática com cardite, mas sugere possível etiologia reumática, a causa mais frequente de estenose mitral em nosso meio. O tratamento inicial consiste no uso de betabloqueadores e diuréticos. Intervenção deve ser considerada se não for possível controlar os sintomas com medicação.

A insuficiência aórtica tem características do exame físico diferentes das apresentadas no caso; há pulsos amplos com aumento da diferença entre a pressão da sistólica e diastólica. O sopro, embora diastólico é um caráter aspirativo e melhor audível na borda esternal esquerda ou em foco aórtico. A estenose da valva tricúspide é doença pouco frequente, raramente tem a dispneia como sintoma; o sopro é diastólico, também em ruflar, mas aumenta com a inspiração, característica não descrita no caso. A insuficiência da valva pulmonar também produz sopro diastólico aspiratico, mas melhor audível no foco pulmonar e pode ser acompanhado de sopro sistólico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CARVALHO, MAV; LANNA, CCD; BERTOLO,MB & FERREIRA, GA. Reumatologia: Diagnóstico e tratamento. Editora Guanabara, 4ª Edição – 2013, 752 páginas.

32. A - As lesões de pele descrias são bastante características

da sífilis secundária, cuja hipótese diagnóstica é reforçada pela faixa etária e localização das lesões em palmas e plantas de pé.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

NYATSANZA, F & TIPPLE, C. Syphillis: presentations in general medicine. Clin. Med. (Lond) 2016; 16:184-8

33. D - A tempestade tiroidiana, ou crise tirotóxica, é

caracterizada por sinais/sintomas de hipertiroidismo extremo com envolvimento de órgãoes e sistemas que colocam em risco a vida do paciente. Há alguns critérios que adotam escores para pontuar o grau de envolvimento sistêmico (por exemplo, critérios de Burch e Wartovsky), mas o diagnóstico de ser eminentemente clinico e, na presença de sinais/sintomas típicos de hipertiroidismo aliada à fibrilação atrial e o quadro de agitação psicomotora apresentado, a suspeita dessa entidade deve ser prontamente feita, devido ao alto risco de mortalidade e não for instituído tratamento adequado rapidamente. O paciente deve ser mantido em ambiente hospitalar, preferencialmente em unidade de cuidados intensivos, tratado com antitiroidianos (o propiltiouracil teria vantagem ao metimazol devido ao fato do primeiro bloquear a conversão periférica de T4 em T3, que é o hormônio ativo), betabloqueadores, corticosteroides (pelo risco de insuficiência adrenal auto-imune subclínica, além do corticoide também bloquear a conversão de T4 em T3) e, se possível, o uso de iodo frio (lugol, solução saturada de iodeto de potássio, contrastes iodadso), que deve ser administrado apenas após o início do anti-tiroidiano, o qual contribui para reduzir a síntese de novo hormônio tiroidiano (pelo efeito de Wolff-Chaikoff), além de também diminuir a conversão de T4 em T3. Apesar de o diagnóstico mais provável ser realmente hipertiroidismo por doença de Graves (opção A), o quadro não pode ser tratamento ambulatorialmente nesse momento devido à complicação cardíaca e o risco aumentado de morbimortalidade dessa forma de apresentação. Feocromocitoma e síndrome do pânico são improváveis, pois não se associariam com bócio e às alterações laboratoriais apresentadas pela paciente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

NAYAK, B & BURMAN, K. Thyrotoxicosis and thyroid storm. Endocrinol Metab Clin N Am 2006, 35:663-686

34. B - A síndrome do intestino irritável é a causa mais comum

de diarreia crônica em todo o mundo. Sua fisiopatologia, apesar de não completamente conhecida, está relacionada a alterações de sensibilidade e motilidade intestinais, levando à associação de dor abdominal e mudança no ritmo da evacuação, com quadros de diarreia ou constipação. Não apresenta sinais de alarme, que poderiam invalidar essa hipótese, como: emagrecimento importante, sangramento nas fezes, esteatorreia, dor abdominal incapacitante, edemas, ou aparecimento em idade superior a 50 anos. Seu diagnóstico é baseado em critério clinico chamado critério de Roma, e não necessita de exames subsidiários para ser feito. Todas as outras hipóteses apresentadas se mostrariam com algum dos sinais de alarme descritos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

LACY, BR. Diagnosis and treatment of diarrhea-predominant irritable bowel syndrome. Int J Gen Med. 2016 Feb 11;9:7-17.

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8 Teste de Progresso – setembro/2014

35. C - Na prática, o diagnóstico da uretrite tem por base a

presença de corrimento uretral purulento ou mucopurulento e, quando disponível no momento da consulta, o exame bacterioscópio do corrimento com coloração pelo Gram pode diferenciar entre os dois agentes etiológicos mais frequentes: Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoea. Quando o exame não é disponível, o tratamento deve incluir antibióticos que tenham atividade contra ambos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

WORKOWSKI, KA.; BOLAN, GA et al. Sexually transmitted diseases treatment guidelines, 2015.

MMWR Recomm Rep 2015;64(3):51-3 http://www.cdc.gov/std/tg2015/tg-2015-print.pdf

Centro de Referência e Treinamento em DST/AIDS. São Paulo, Manual para o manejo das doenças sexualmente transmissíveis em pessoas vivendo com HIV, São Paulo 2011. Pag 33. http://www3.crt.saude.sp.gov.br/iec/manual_manejo_dst.pdf.

36. D - O caso comentado na vinheta trata-se, provavelmente,

de uma dispepsia funcional tipo ulcerosa, acentuada por AINE, não investigada e atendida em nível primário de saúde.

Como a prevalência de dispepsia funcional e de H.pylori é alta na população brasileira, e a paciente não apresenta sinais de alarme (anemia ferropriva, hemorragia gastrointestinal, disfagia, perda ponderal, vômitos persistentes, massa abdominal) na sua avaliação clínica, está recomendado suspender, primeiramente, o uso de AINE, com prescrição de inibidores de bomba de prótons com período variável de 4 a 8 semanas e avaliação de resposta ao tratamento. Caso persista com o quadro, o mais indicado é “testar e tratar” para H. Pylori. Não há indicação, nesse momento, para a solicitação de EDA uma vez que a incidência de câncer gastresofágico é baixa e estimada em 2%. Estima-se, ainda, que apenas 10% de pacientes com dispepsia, nas unidades básicas de saúde, apresentarão algum sinal de alarme, mas somente 4% terão achado endoscópico de malignidade. Ainda, deve-se levar em consideração que os sinais de alarme em maiores de 55 anos apresentam alto valor preditivo negativo (99,8%). O tratamento inicial, mais indicado, é amoxicilina, claritromicina e omeprazol, devendo ser realizado após medidas da assertiva A. O tratamento com antiácidos como o hidróxido de alumínio e de magnésio não estão indicados como tratamento inicial para a dispepsia funcional. Deve-se suspender os fatores irritantes gástricos, como o AINE, prescrever os inibidores de prótons, avaliar resposta ao tratamento e realizar a erradicação de H.pylori, em caso de persistência, referenciar ao especialista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GUSSO, G & LOPES, JMC. Tratado de Medicina da Família e Comunidade – Princípios, Formação e Prática - Porto Alegre: Editora Artmed, 2012, pp 1329-1333.

37. A - A doença de Von Willebrand é a coagulopatia

hereditária mais frequente, e caracteriza-se por sangramento cutâneo-mucoso como epistaxes e metrorragia. Sua forma mais frequente não causa sangramentos espontâneos, mas sim pós procedimentos. No entanto, os partos são momentos em que há aumento deste fator fisiologicamente, de modo que não costuma haver sangramentos. O TTPa pode ser normal ou ligeiramente alterado, de modo que não há inconsistências no fato de o teste ter sido normal em outra ocasião. Trombopatias não causam prolongamento do TTPa e são mais raras que DVW. Por fim, o fato de os sangramentos serem bilaterais, e de haver também sangramento menstrual aumentado sugere causa sistêmica, e não local.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ZAGO, MA; FALCAO, TP & PASQUINI, R. Tratado de Hematologia – São Paulo: Atheneu 2014.

38. C- Hipertensão arterial descompensada poderia levar a

anasarca no contexto de uma insuficiência cardíaca congestiva. A presença de urina espumosa sugere proteinúria franca, que não é vista em quadros de ICC.

A GN membranosa cursa com síndrome nefrótica (SN) e é uma causa frequente da mesma, nessa faixa etária. Porém, a história de cegueira (retinopatia diabética), amputação (vasculopatia diabética) e uso de insulina sugerem DM de longa data, mal controlado, como causa da SN. A hiperplasia prostática obstrutiva cursa com histórico de sintomas de prostatismo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://www.uptodate.com/contents/overview-of-diabetic-nephropathy

39. B - O quadro clínico é sugestivo de Lupus Eritematoso

Sistêmico em fase inicial, onde a presença de um FAN positivo reforçaria em muito este diagnóstico. Não tem sintomas de AR, portando não se deve solicitar Fator Reumatoide. O quadro clínico não sugere febre do Chikungunya. VHS e PCR são inespecíficos e sozinhos somente confirmariam inflamação sistêmica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

HAHN, B. Systemic Lupus Erythematosus. In: Kasper D, Fauci A, Hauser S, Longo D, Jameson J, Loscalzo J. eds. Harrison's Principles of Internal Medicine, 19e. New York, NY: McGraw-Hill; 2015.

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Teste de Progresso – setembro/2014 9

40. C - A regulamentação da Publicidade Médica determina que

o médico poderá anunciar somente as especialidades que realmente possua e que estejam registradas no CRM, com seu respectivo Registro de Qualificação de Especialista (RQE). Este, por sua vez, somente será efetivado se a especialidade for reconhecida pelo Conselho Federal Medicina, de acordo com a Resolução CFM 1634/2002. No caso abordado, Medicina Estética não é uma especialidade médica, motivo pelo qual não poderá ser anunciada pelo médico. Por fim, a publicidade médica é limitada em 2 especialidades e 2 áreas de atuação, conforme Decreto-Lei 4.113/1942.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- RESOLUÇÃO CFM Nº 2.149/2016. Dispõe sobre convênio de reconhecimento de especialidades médicas firmado entre o Conselho Federal de Medicina CFM, a Associação Médica Brasileira – AMB e a Comissão Nacional de Residência Médica –CNRM.

- Resolução CFM 1974/2011. Estabelece os critérios norteadores da propaganda em Medicina, conceituando os anúncios, a divulgação de assuntos médicos, o sensacionalismo, a autopromoção e as proibições referentes à matéria.

- Manual de Publicidade Médica – Conselho Federal de Medicina,

2011.

41. D - A coleta do material do fundo de saco vaginal não

melhora a acurácia do exame para o exame citopatológico.

O exame não é contra-indicado em grávidas, nem mesmo a coleta endocervical, embora deva ser feito com cuidado.

A fixação do material na lâmina precisa ser imediata e com etanol, não deve ser feito com formol.

Mulheres que mantém o colo do útero precisam ser submetidas à coleta do exame citopatológico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Diretrizes para o Rastreamento do Câncer de Colo Uterino- INCA 2016

file:///C:/Users/joana/Downloads/Diretrizes%20para%20o%20Rastreamento%20do%20c%C3%A2ncer%20do%20colo%20do%20%C3%BAtero_2016.pdf acessado em agosto 2016.

42. A - Os métodos de progestagênio isolado podem ser

iniciados logo após o parto (com exceção do injetável trimestral, que é recomendado após 6 semanas) em lactantes e não lactantes, sendo importante estratégia de redução de gestações não planejadas e aumento do intervalo intergestacional. Os métodos combinados devem ser iniciados após 6 meses do parto se a mulher for lactante, caso não esteja amamentando, se tiver fator de risco para trombose (como obesidade), deve-se iniciar métodos combinados apenas após 6 semanas do parto. O DIU de cobre pode ser inserido até 48 horas do parto ou após 4 semanas, independente da amamentação. O intervalo intergestacional ideal é 18 a 24 meses.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Medical eligibility criteria for contraceptive use. 5Th ed. Geneva: World Health Organization. 2015.

Disponível em: http://www.who.int/reproductivehealth/publications/family_planning/MEC-5/en/

43. C - A endometriose é considerada uma das doenças mais

multifacetadas em ginecologia. Com diferentes apresentações e manifestações clínicas o aspecto mais importante da investigação e do seguimento concentra-se na individualização dos casos. Pacientes oligossintomáticas ou assintomáticas podem se beneficiar de acompanhamento clínico em unidades de atendimento de baixa complexidade (tratamento expectante), não necessitando de seguimento específico em centros especializados. Nestes casos a avaliação ginecológica deverá ser realizada através de anamnese estruturada, com revisão periódica das queixas da paciente, e exame ginecológico minucioso a procura de achados físicos que possam indicar uma alteração relacionada com a doença. Na presença de queixas clínicas (principalmente dor, neste caso), a investigação deverá proceder em função da sintomatologia específica apresentada, sendo que muitas destas pacientes necessitarão de acompanhamento em centros de referência que possam oferecer atendimento multiprofissional especializado

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Schorge, JO et al. Endometriose. In: Ginecologia de Williams. John O. Schorge et al. Porto Alegre, Artmed, 2011. cap 10. pp 225-243.

44. D - Não há contraindicação para uso esporádico dos

contraceptivos hormonais de emergência, segundo a OMS. Os estudos mais recentes mostram que apesar da bula referir uso até 72 horas, pode ser usado até 120 horas. Não há redução da eficácia com uso repetido do contraceptivo de emergência e em caso de uso após a ovulação, o contraceptivo de emergência de levonorgestrel não funciona mais, não tendo nenhum efeito na nidação ou na gestação em curso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

-Society for Adolescent Health and Medicine. Emergency Contraception for Adolescents and Young Adults: Guidance for Health Care Professionals. J Adolesc Health. 2016 Feb;58(2):245-8. doi: 10.1016/j.jadohealth.2015.11.012.

-World Health Organization Department of Reproductive Health and Research (WHO/RHR) and Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health/ Center for Communication Programs (CCP), INFO Project. Family Planning: A global handbook for providers (2011 Update). Baltimore and Geneva: CCP and WHO, 2011.Availableat: http://www.who.int/reproductivehealth/publications/family_planning/9780978856304/en/index.html.

45. B - O Ministério da Saúde recomenda coleta de

Papanicolau a cada três anos,desde que se tenha dois anteriores normais nos últimos dois anos.

As diretrizes para o rastreamento de câncer de colo de útero no Brasil orienta faixa etária de 25 a 64 anos, com intervalo trienal após dois exames consecutivos normais com intervalo de um ano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

-Cadernos de Atenção Básica-Controles do Câncer de colo e da mama-Segunda edição-2013

- Diretrizes para o Rastreamento do Câncer de Colo Uterino- INCA 2016

file:///C:/Users/joana/Downloads/Diretrizes%20para%20o%20Rastreamento%20do%20c%C3%A2ncer%20do%20colo%20do%20%C3%BAtero_2016.pdf acessado em agosto 2016

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10 Teste de Progresso – setembro/2014

46. C - Como médico generalista, o aluno deve saber

reconhecer situações nas quais a via de prescrição de TH deve ser não-oral. Neste caso, a mulher é obesa e apresenta hipertrigliceridemia. Além disto, por ter útero, a TH tem que ser combinada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

-North American Menopause Society. Estrogen and progestogen use in postmenopausal women: 2012 position statement of The North American Menopause Society. Menopause. 2012; 19(3):257-71.

47. D - A incontinência urinária de esforço pode ser por

hipermobilidade do colo vesical (ao estudo urodinâmico pressão de perda maior que 90 cm de água) ou por lesão da musculatura intrínseca da uretra (pressão de perda menor que 60 cm de água).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

-BEREK, NOVAK. Tratado de Ginecologia. 15a. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014

-LIMA, G.R.; GIRÃO, M.J.B.C.; BARACAT, E.C. Ginecologia. Barueri: manole, 2009

-PIATO, S. Ginecologia: diagnóstico e tratamento. Barueri: Manole, 2008

QUESTÃO:

48. B - Mulher jovem com parente de primeiro grau com câncer

de mama, a mamografia, dentre as alternativas propostas, deve ser o exame inicial para diagnóstico de lesão palpável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

-Cadernos de Atenção Básica-Controles do Câncer de colo e da mama-Segunda edição-2013

- Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil – INCA 2015.

Disponível em: http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/livro_deteccao_precoce_final.pdf

-Tratado de Ginecologia- Berek& Novak -15ª- Edição-Guanabara Koogan

49. A - Quase a totalidade dos cistos simples menores de 8cm

em mulheres na idade reprodutiva são lesões funcionais, sem risco de se tornarem malignas ou de indicarem risco aumentado;

Não há indicação de punção de massas anexiais, mesmo se houver suspeita de doença neoplásica benigna ou maligna;

O exame ultrassonográfico deve ser repetido para confirmar a regressão do cisto ou a manutenção das características benignas, de preferência na primeira fase do ciclo.

Não indicação de realização de dosagem de CA-125 nesses casos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_primaria_29_rastreamento.pdf

Rotinas em ginecologia / editores Rui Alberto Ferriani, Carolina Sales Vieira, Luiz Gustavo Oliveira Brito. -- São Paulo : Editora Atheneu, 2015.

50. C - Em mulheres com queixa espontânea de corrimento

vaginal, realizar anamnese incluindo os critérios de risco para identificação daquelas com maior possibilidade de infecção cervical por gonococo ou clamídia. Nesses casos, mesmo na ausência dos sinais clínicos para cervicite, a paciente será considerada como portadora assintomática e deve receber o tratamento. A presença de qualquer critério é suficiente para indicar tratamento.

Critérios de risco para infecção cervical (WHO.RTI 2004):

• Parceiro com sintomas

• Paciente com múltiplos parceiros, sem proteção

• Paciente acredita ter se exposto a DST

• Paciente proveniente de áreas de alta prevalência de gonococo (> 10%) e clamídia (> 20%)

Se houver mucopusendocervical ou colo friável ou dor à mobilização do colo

ou presença de algum critério de risco, recomenda-se otratamento como cervicite (gonorréia e clamídia) Ceftriaxone 250mg IM e Azitromicina 1g VO dose única.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis DST MS 2005

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_doencas_sexualmente_transmissiveis.pdf

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Infecções Sexualmente Transmissíveis MS 2015

http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2015/Relatorio_PCDT_IST_CP.pdf

51. D - Tem como provável causadora destes sintomas a ação

da progesterona epossível piora gradativa da constipação intestinal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Zugaib, obstetrícia / editor Marcelo Zugaib. Barueri,SP: Manole 2008.

52. B - O traçado exposto mostra desacelerações variáveis da

frequência cardíaca fetal, cuja fisiopatologia é a compressão de cordão umbilical, relacionada à contração uterina. Nesse caso, a rotura de membranas é fator de risco importante para ocorrência dessas alterações. Porém, essas desacelerações não são indicativas de resolução da gestação, quando tem recuperação rápida, se a variabilidade da FCF é normal e se houver acelerações no início e término da desaceleração (sinais de bom prognóstico). Apenas orientam a necessidade imediata de manobras que melhorem as condições fetais intrauterinas como a mudança de decúbito materno, a suspensão de ocitócicos e a amnioinfusão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Neme Obstetrícia Básica - 3ª edição - Sarvier, 2005.

Zugaib, M. Distócias. In: Obstetrícia-1ª edição - Manole, 2008.

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Teste de Progresso – setembro/2014 11

53. C - Não há um conceito padrão sobre o período do

intervalo interpartal, mas váriosestudos têm mostrado que um bom intervalo interpartal é aquele entre 18 amais de 23 meses. A Organização Mundial de Saúde e a United NationsChildren‟sFund (UNICEF) aceitam e recomendam 24 meses de intervalointerpartal.No pós-parto a orientação é para a utilização de métodos de alta eficácia comoo Dispositivo Intrauterino, implante, hormonais contendo apenasprogestágenos.Os métodos hormonais combinados devem ser evitados até o 6 mês,inicialmente pelo maior risco de trombose venosa e depois pela interferência noaleitamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Rutstein O. Effectofprecedingpregnancyintervalon fetal and perinatalmortality: multivariate cross-country analyses. In: TechnicalConsultationandReviewoftheScientificEvidence for BirthSpacing. Geneva, Switzerland: WorldHealth Organization; 2005

54. A - Paciente com crise hipertensiva na gestação deve ser

internada para avaliação dos exames de comprometimento sistêmico pela hipertensão e tratamento com medicação anti-hipertensiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Neme, B. Obstetrícia Básica, 5ª edição, 2000

Zugaib, M. Obstetrícia. Editora Revinter, 2007

Duarte G, et al. Protocolos de Conduta em Gestação de Alto Risco

55. D - Mais que 20% das glicosimetrias do controle semanal

estão fora da meta que é de jejum:90 e 1 h pós-prandial de 130 pela NICE e jejum 95, 1h 140 e 2 h 120 aceito pela ADA. Como já cumpria dieta e atividade física, e já está com 31 semanas, quando a resistência à insulina está aumentada para tratar a hiperglicemia na gravidez, a insulina é o tratamento de escolha. Não se pode só manter dieta e atividade física, pois em vários momentos apresenta hiperglicemia no jejum e na medida pós-prandial. Não se deve interromper a gestação em período tão prematuro, deve-se corrigir a glicemia, para minimizar os agravos sobre o feto. Por enquanto, não parece haver macrossomia ou polidrâmnio pois a altura uterina não está muito maior que o esperado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes 2015. Diabetes Care. January 2015 Volume 38, Supplement 1

Diabetes in pregnancy: management of diabetes and its complications from preconception to the postnatal period. NICE guideline. February 2015

56. B - No quadro de aborto incompleto infectado a paciente

deve ser encaminhada para realização de esvaziamento uterino.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Neme, B. Obstetrícia Básica, 5ª edição, 2000

Zugaib, M. Obstetrícia. Editora Revinter, 2007

Duarte G, et al. Protocolos de Conduta em Gestação de Alto Risco

57. C - Trata-se de diagnóstico de trabalho de parto pré-termo

em fase ativa da dilatação em paciente multípara 31 semanas e feto em apresentação pélvica, sendo a melhor conduta tocolíticos e corticosteroides, na tentativa de inibir o trabalho de parto, para que, com o corticoide se consiga amadurecimento pulmonar fetal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Camano, L. ET AL. Guia de medicina ambulatorial e hospitalar - UNIFESP. ED: Manole 2003

Duarte G. Protocolos de Gestação de Alto Risco. Ribeirão Preto, SP, FUNPEC Editora, 2003.

58. A - A infecção pelo Zika vírus durante a gestação está

associada a microcefalia e outras alterações do desenvolvimento fetal como abortamento, restrição de crescimento, hidropisia fetal e óbito fetal. Considera-se que aproximadamente 80% das infecções sejam assintomáticas. Nas regiões endêmicas da doença é recomendado ás gestantes medidas de proteção individual para evitar o contato com o mosquito transmissor do vírus como roupas adequadas, telas domiciliares, combate a focos de mosquito e o uso de repelentes durante toda a gravidez. A transmissão sexual tem sido considerada possível e desta maneira o uso de preservativos pelo companheiro deve ser recomendado. A ultrassonografia morfológica deve ser realizada no primeiro e segundo trimestres, associados a ultrassonografia convencional no segundo e terceiros trimestres. Nas gestantes sintomáticas ou na vigência de alterações morfológicas, os exames devem ser individualizados. No momento, os recursos laboratoriais para o diagnóstico da infecção pelo Zika vírus são escassos e inespecíficos, particularmente a sorologia. O diagnóstico viral através do PCR deve ser solicitado apenas na fase aguda.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Update.com: Interim Guidance for Health Care Providers Caring for Women of Reproductive Age with Possible Zika Virus Exposure - United States, 2016.

- Petersen EE, Polen KN, Meaney-Delman D, Ellington SR, Oduyebo T, Cohn A, Oster AM, Russell K, Kawwass JF, Karwowski MP, Powers AM, Bertolli J, Brooks JT, Kissin D, Villanueva J, Muñoz-Jordan J, Kuehnert M, Olson CK, Honein MA, Rivera M, Jamieson DJ, Rasmussen SA. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016 Apr 1;65(12):315-22. doi: 10.15585/mmwr.mm6512e2

59. C - A desaceleração tardia ou DIP II indica alteração da

vitalidade fetal e exige conduta obstétrica imediata. Como tem 3 cm de dilatação cervical e a apresentação está alta, o parto por via vaginal demoraria algumas horas e isso poderia determinar sofrimento com consequências para o concepto. A via mais rápida é a operação cesariana.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ACOG. ACOG Practice Bulletin No 106: Intrapartum fetal heart rate monitoring: nomenclature, interpretation, AND GENERAL MANAGEMENT PRINCIPLES. ObstetGynecol 2009; 114(1):192-202.

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12 Teste de Progresso – setembro/2014

60. A - Pelo Código Penal Brasileiro não se pune o aborto em

duas situações: se a gravidez é resultante de estupro e se não há outro meio de salvar a vida da gestante, situações nas quais não é necessária autorização judicial. O STF, em julgamento de 2012, declarou que não há crime de aborto no caso de interrupção da gestação de fetos anencéfalos, motivo pelo qual, a partir do julgamento, também não é mais necessária autorização judicial para o procedimento. Não há limitação quanto à idade gestacional nestes casos; apenas para gestações resultantes de estupro e naquelas com risco à vida da mãe há o limite de 20 semanas para a interrupção. Não há possibilidade de utilização dos órgãos do anencéfalo para transplante, conforme Resolução CFM 1949/2010. Não é necessário repetir exame ultrassonográfico para diagnóstico de anencefalia. O consentimento por escrito da gestante é condição sinequa non para a realização da interrupção da gestação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Resolução CFM 1989/2012

- Portaria Ministério da Saúde 1508/2005

- Julgamento do STF – ADPF 54

61. A - A história em questão é compatível com lactente vítima

de maus tratos/violência doméstica (negligência e violência física). O atraso vacinal e a falta de acompanhamento pediátrico de rotina na Unidade Básica de Saúde já sinalizam negligência da família no acompanhamento do lactente. A mãe só procurou a Unidade Básica de Saúde para atualização da vacinação, devido à sua obrigatoriedade para inclusão em programa redistributivo de renda. O lactente também mostra sinais indicativos de negligência: desnutrição e sinais de má-higiene em região perianal e importante dermatite de fraldas. As lesões de pele com escoriações e hematomas/equimoses em áreas não expostas do corpo (geralmente cobertas pela roupa) e com diferentes colorações indicam lesões recentes e antigas, sendo fortes indicadores de violência física. Além disso, há nítida incompatibilidade da história da mãe sobre as lesões com o exame físico.

A internação por broncopneumonia e diarreia prévias provavelmente decorrem da associação da desnutrição-infecção. Ter tido 1 episódio de broncopneumonia e 1 episódio de diarreia não preenche critérios de imunodeficiência. O lactente não demonstra indícios de leucemia na infância, considerando que não apresenta outros sinais clínicos associados (hepatoesplenomegalia ou linfadenomegalias), bem como considerando a característica dos hematomas/equimoses. A hipótese de púrpura não se aplica considerando as características dos hematomas/equimoses, bem como os outros sinais evidentes de maus tratos contra criança e ausência de história/evidência de outros sangramentos.

O profissional de saúde, em parceria com equipe de saúde da instituição, é obrigado a notificar ao Conselho Tutelar todo caso de suspeita e/ou confirmação de maus tratos contra criança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

-Pediatria- Diagnóstico e Tratamento. Mauro Batista de Morais/Sandra de Oliveira Campos e Maria Odete Esteves Hilário. Manole, Barueri, SP, 2013 (1ª ed). Seção 22- A criança vitimizada: 258- Conceito e características da violência doméstica contra crianças e adolescentes (Tatiana Savoia Landini e Soraia Tahan); 259-Violência física (Renato Nabas Ventura); 261- Negligência e Violência Psicológica (autores: Teresa Helena Schoen e Maria Sylvia de Souza Vitalle); 262- Conduta em casos suspeitos e confirmados de violência doméstica (Soraia Tahan e Valéria Cristina Antunes Lisboa).

62. C - Trata-se de caso clínico típico de escarlatina. Na doença

de Kawasaki, geralmente, observa-se conjuntivite bilateral, edema duro de palmas e plantas e febre que se estende em média por 12 dias. O exantema súbito acomete principalmente crianças de 6 meses a 3 anos, observando-se, após o desaparecimento da febre, presença de exantema maculopapular. O exantema da escarlatina é micropapular, o que confere aspecto de lixa. Não há na história relato de uso de qualquer medicação que possa sugerir a hipótese de mononucleose infecciosa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Santos VP. Estreptococcias. In: Infectologia Pediatrica. Farhat CK, Carvalho LHFR, Succi RC. 3a. Edicao. Atheneu, 2007.

63. A - A criança teve crescimento intrauterino restrito,

secundário à hipertensão arterial que a mãe apresentou durante a gestação. O crescimento até os dois anos de vida é influenciado, predominantemente, pelo ambiente intrauterino e condições ambientais (ex: alimentação).

Peso e estatura seguem abaixo do percentil 3 ou escore -2, reflexo do comprometimento intrauterino. Entretanto, o índice de peso/estatura (que é uma medida de proporcionalidade) está adequado. O canal de crescimento da criança é constante e não houve desaceleração.

O perímetro cefálico é o indicador que mostra melhor crescimento, já que foi o menos afetado do ponto de vista intrauterino e já mostra alguma recuperação extrauterina o que se relaciona com melhor prognóstico de desenvolvimento neuropsicomotor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da Criança: Crescimento e Desenvolvimento/ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.- Brasilia: MS, 2012. 272p.: il – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33).

64. D - Trata-se de um RN a termo, que apresenta um quadro

típico de Icterícia Fisiológica, ou Hiperbilirrubinemia própria do RN, que se caracteriza por aumento da bilirrubina indireta após as 24 horas de vida, com pico no terceiro dia e resolução espontânea até o final da primeira semana.

Os dados fornecidos descartam a possibilidade de problemas relacionados à baixa ingestão, uma vez que o RN está em bom estado geral e com peso esperado para idade.

A possibilidade de icterícia pelo leite materno é mínima, pois está fora da idade típica e, ainda que se pensasse nesta hipótese, a conduta não seria a suspensão da amamentação.

O nível clínico da icterícia (região mamilar) que o RN apresenta, corresponderia a um valor de bilirrubina indireta em torno de 6 a 7 mg/dL, valores que não indicam fototerapia.

Portanto, diante do diagnóstico mais provável de Hiperbilirrubinemia própria do RN, recomenda-se simplesmente o acompanhamento rotineiro desse RN com pediatra para puericultura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Tratado de Pediatria-SBP 2014, 3ª edição. Icterícia Neonatal. Cap. 7

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Teste de Progresso – setembro/2014 13

65. C - Crianças de até cerca de 8 anos podem ter a vegetação

adenoidiana aumentada, o que é uma frequente causa de roncos noturnos. Somado a esta situação, a criança usou chupeta por tempo prolongado, o que acentuou a respiração oral (mordida aberta).Não tem história de rinite alérgica e nem de apnéia do sono.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Nelson – Tratado de Pediatria. Kiegman RM et al. 18ª ed. RJ: Elsevier, 2009

66. A - A hipótese diagnóstica mais provável é anemia por

carência de ferro. É um lactente com desaceleração do ganho de peso e fatores de risco para deficiência de ferro (desmame precoce com introdução de leite de vaca (baixa quantidade e baixa biodisponibilidade de ferro),ausência de introdução profilática de sais de ferro e recusa de dieta sólida. A OMS define anemia como Hb abaixo de 11g/Dl (menores de 5 anos de idade). Os índices hematimétricos com diminuição do VCM (microcitose) e da HCM e CHCM (hipocromia) associados a RDW aumentado (anisocitose) caracterizam a anemia ferropriva. A anemia é microcítica (VCM diminuído) e não megaloblástica. A anemia perniciosa está incorreta por se tratar de anemia macrocítica, diferentemente do caso descrito.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Tratado de Pediatria-SBP 2014, 3ª edição

67. D- As manifestações clínicas da meningite em lactentes

jovens são inespecíficas, predominando febre, irritabilidade e alterações do nível de consciência, sendo que convulsões podem ocorrer, ocasionalmente com abaulamento de fontanela. Diante deste quadro, meningite é o diagnóstico mais provável e para confirmação diagnóstica é fundamental o exame de líquor.

Convulsão febril está errada porque não há descrição de que a crise tenha ocorrido em vigência de febre apesar das demais características lembrarem tal diagnóstico: ocorreu em lactente jovem, no 1º dia de doença, foi tônico-clônica generalizada, e fugaz. Mas este é um diagnóstico de exclusão sendo que exames como liquor< EEG< TC são para descartar outras doenças de base.

Epilepsia é uma doença crônica caracterizada por crises recorrentes. E esta é a primeira crise descrita para a criança. Pode ser sim, um diagnóstico diferencial mas não é a primeira hipótese. O diagnóstico de epilepsia deve ser feito com EEG inter-crise.

A tomografia está indicada previamente ao liquor caso haja sinais de hipertensão intracraniana, papiledema ou sinais neurológicos focais para exclusão de lesão expansiva ou abscesso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Tratado de Pediatria-SBP, 2010, 2ª edição, “Infecções bacterianas do Sistema Nervoso Central; pág 1191, 1192,1579,1584.

68. B - Trata-se de quadro de pneumonia comunitária (sugerido

pela presença de febre de mais de 38,5 graus associada a taquipneia) em uma criança hígida, sem comorbidades (sem desnutrição inclusive, o que é evidenciado pela afirmação do z-score +1 no gráfico de IMC para idade) e sem sinais de insuficiência respiratória.

Não é necessário realizar o radiograma de tórax para o diagnóstico de pneumonia, devendo-se iniciar o tratamento baseando-se apenas em dados clínicos. É recomendadoo retorno em 48-72 horas para reavaliação, ou mais precocemente se houver piora clínica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria – 2007. J BrasPneumolo. 2007; 33 (Supl 1): S31-S50

69. A - Nesta questão está descrito caso de um paciente com

quadro clínico típico de asma, que pode evoluir de forma fatal (três exacerbações em um mês) e, acrescido ao fato de ter mãe possivelmente asmática, merecendo iniciar tratamento com corticoide inalatório (beclometasona), além de eliminar fatores de risco que colaborem para manutenção do quadro ou que possibilitem a recorrência das agudizações (no caso, a mãe tabagista, que deve ser orientada a cessar o tabagismo e direcionada para grupo de apoio pertinente). No tratamento da crise, o aluno deve atentar-se que neste caso é necessário iniciar o corticoide oral, devido à recorrência das crises (inclusive com necessidade de procurar pronto atendimento) em um mês, e realizar medicação de alívio (beta-2 adrenérgico de curta duração – salbutamol) por três vezes em uma hora com reavaliação uma hora após a última nebulização (devido ao risco de persistência da exacerbação). Após a resolução da crise e alta para domicílio, o paciente e familiares devem ser orientados sobre sintomas de crise e como agir em tais casos (plano de ação) para diminuir o risco de evolução fatal antes de chegar ao atendimento médico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para Manejo da Asma – 2012. J BrasPneumol. 2012; 38 (supl.): S1-S46

70. C- A mononucleose, causada pelo vírus Epstein Barr, tem

as características clínicas descritas acima, além do achado de aparecimento de exantema associado à utililização de antibioticoterapia que é frequente nesta patologia. Não há tratamento específico e o diagnóstico de certeza se faz pela coleta anticorpo tipo IgM contra o antígeno do capsídeo do vírus Epstein-Barr.

A escarlatina é doença exantemática provocada pela infecção pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A que em geral aparece após infecção cutânea ou orofaríngea e que deve ser tratada com antibioticoterapia. Entretanto em seu quadro clínico não encontramos a descrição de esplenomegalia e também o “rash” costuma ser universal e não localizado.

O sarampo apresenta-se inicialmente com um quadro de síndrome gripal, com tosse, coriza e conjuntivite associados à queda do estado geral e o exantema associado a ele que vem a seguir é maculopapular migratório, aditivo.

Dengue apresenta-se com quadro de dores musculares intensas, artralgias, cefaleia e dor retro-orbitária, além de febre alta e persistente. Pode apresentar erupção e sangramentos em alguns casos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Tratado de Pediatria-SBP 2010, 2ª edição, “Infecções virais sistêmicas, páginas: 1185,1183, 2028

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14 Teste de Progresso – setembro/2014

71. B - O diagnóstico de AIJ é clínico, com 6 ou mais semanas

de sintomas de artrite, na ausência de infecção ou neoplasias. A presença de uveite anterior corrobora o diagnóstico e é mais frequente em meninas com AIJ pauciarticular FAN +.

Fator Reumatóide e FAN não fazem parte do diagnóstico e o quadro clinico não é sugestivo de febre reumática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

EulartextbookofRheumatology

72. D - Toda criança que apresentar icterícia progressiva após a

segunda semana de vida precisa ser investigada. A investigação inicial com melhor custo-benefício é a dosagem das bilirrubinas (total e frações). A presença de colestase é sempre patológica. A causa mais comum de icterícia obstrutiva em crianças é a atresia de vias de biliares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

NELSON TEXTBOOK OF PEDIATRICS, (20th Edition). By Robert M. Kliegman, MD, Bonita M.D. Stanton, MD, Joseph St. Geme, MD and Nina F Schor, MD, PhD. Imprint: Elsevier, 2016. ISBN-13: 978-1-4557-7566-8

73. A - Síndrome nefrótica apresenta pico de incidência aos 3

anos de idade, mais frequente no sexo masculino (2M:1F), com quadro clínico de edema progressivo a anasarca, diagnóstico laboratorial com proteinúria ehipoalbuminemia (definição da síndrome nefrótica na criança). O tratamento específico é a administração da prednisona oral. A administração de albumina intravenosa e diurético furosemida é indicada nos casos de hipoalbuminemia importante (em geral < 1,5) em paciente com anasarca e diurese reduzida.

Síndrome nefrítica ocorre na faixa etária de escolar a adolescente, com edema de aparecimento súbito, não tão intenso como na síndrome nefrótica, após 2 semanas de um quadro infeccioso de vias aéreas superiores ou 4 a 6 semanas após piodermite. A hipertensão é frequente (50-90%). O exame laboratorial evidencia hematúria em 90% dos casos, redução do C3 em 80-90% dos pacientes e a pesquisa de ASLO elevada confirma contato com o estreptococo. A doença é autolimitada, com desaparecimento dos sintomas entre 1 a 2 semanas. A fisiopatologia envolve quadro de hipervolemia e o tratamento consiste em medidas conservadoras de restrição hidrossalina, diurético furosemida e ocasionalmente anti-hipertensivo.

Pacientes com lesão renal aguda apresentam-se edemaciados, oligúricose habitualmente com pressão arterial elevada. O estado geral é comprometido (“fácies de doente”, impressão geral de que o paciente não está bem). A dosagem laboratorial de creatinina sérica caracteriza a disfunção renal e a de ureia informa o grau de catabolismo proteico. O tratamento depende do grau de disfunção renal.

Síndrome hemolítica urêmicaé uma das causas mais comuns de lesão renal aguda e usualmente ocorre após episódio de diarreia por E coli enterotoxigênica. É definida pela presença de insuficiência renal aguda, anemia hemolítica e plaquetopenia (SHU típica). Ocorre principalmente em lactentes. Ao exame físico o paciente se apresenta em REG/MEG, pálido, descorado e hipertenso. Os exames laboratoriais revelam elevação importante de creatinina e ureia séricas. Em consequência da anemia hemolítica os exames laboratoriais apresentam reticulócitos elevados, haptoglobina reduzida e presença de esquizócitos. Plaquetas estão diminuídas. O tratamento é para lesão renal aguda (suporte)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Livro PediatricNephrology, 2016

74. D - Trata-se de adolescente com diagnóstico nutricional de

obesidade, de acordo com a curva de índice de massa corporal (IMC) da Organização Mundial de Saúde. Apresenta ainda o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica estágio 1, uma vez que há três aferições realizadas em momentos diferentes alteradas. Lembrar que considera-se pré-hipertenso o indivíduo que apresentar níveis pressóricos entre o percentil 90 e 95 da curva de pressão arterial para idade e percentil de estatura; hipertenso estágio 1, entre os percentis 95 e 99 + 5mmHg; e hipertenso 2, acima do percentil 99th + 5mmhg. Para classificação considerar a maior aferição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://www.who.int/growthref/who2007_bmi_for_age/en/

American Academy of Pediatrics. The Fourth Report on the Diagnosis, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure in Children and Adolescents. Pediatrics2004;114:555-75.

75. B - Trata-se de quadro clínico e laboratorial de cetoacidose

diabética em paciente diabética do tipo 1. A desidratação, acidose metabólica e hiperglicemia caracterizam o quadro. Quanto ao tratamento, preconiza-se iniciar com a hidratação com SF0,9% e, a partir da 2ª hora associar insulina regular. Assim que a glicemia atingir valores em torno de 250 mg/dL, a hidratação passa a ser SF 0,9%, SG 5% na proporção 1:1.

A correção de bicarbonato não deve ser realizada, a não ser que a acidose metabólica seja grave e não responda à hidratação (pH < 6,9 ou HCO3< 5 mEq/L na 1ª hora) ou se choque.

A reposição de K na hidratação após a 2ª hora deve ser realizada mesmo se K estiver inicialmentenormal, já que à medida que a acidose metabólica é corrigida, ocorre queda nas concentrações deste ion.

O manitol e a hiperventilação são utilizados no tratamento do edema cerebral, que é uma complicação rara, porém temida do tratamento da cetoacidose diabética. O edema cerebral ocorre, em geral, nas primeiras horas após o início da hidratação, quando esta é realizada de maneira intempestiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

-Dunger DB, Sperling MA, Acerini CL et al; ESPE; LWPES. ESPE/LWPES consensus statement on diabetic Ketacidosis in children and adolescentes. Pediatrics, 113: 133-40, 2004.

76. C- Trata-se de uma convulsão febril, de ocorrência

principalmente dos 6 meses aos 6 anos de idade, geralmente generalizada, tônico-clônica, de curta duração (< 15 minutos). Uma vez que não apresenta nenhum sinal de irritação meníngea ou acometimento do SNC, não há necessidade de exames laboratoriais. Nesse caso, o diagnóstico é clínico, uma vez que a crise foi típica, não há nenhum antecedente pessoal ou familiar que faça supor outras causas para essa convulsão e o quadro atual da criança evidencia a possibilidade de uma infecção viral, acompanhada de febre alta (39º.C).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Tratado de Pediatria- SBP, 2010 2 ed.

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Teste de Progresso – setembro/2014 15

77. B - A ausência de onda p e a FC > 220 bpm não são

compatíveis com taquicardia sinusal e sim com taquicardia supraventricular. Além disso, não há motivo para expansão volêmica, pois a história é de quadro súbito, não havendo qualquer dado que sugira hipovolemia.

O formato estreito do QRS e a FC > 200 bpm não sugerem taquicardia ventricular e sim taquicardia supraventricular. Não há indicação de cardioversão sincronizada no momento, pois a criança está estável hemodinamicamente (perfusão preservada e PA normal para idade).

ECG e quadro clínico clássicos de taquicardia supraventricular. Como a criança está estável hemodinamicamente, a conduta terapêutica mais adequada é a infusão rápida de adenosina IV.

Diagnóstico correto, mas, como já comentado acima, a cardioversão não é a conduta mais adequada neste caso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Part 14: Pediatric Advanced Life Support 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation 2010.

-2015 American Heart Association Guidelines Update for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation 2015.

78. C - O lactente apresenta choque séptico de foco abdominal,

por provável intussuscepção e desidratação. Como se encontra com sinais clínicos de choque em acidose metabólica, a primeira medida é a ressuscitação volêmica com cristaloides.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Emergência e Terapia Intensiva Pediátrica. 3ª Ed. Carvalho, WB.; Souza, N.; Sousa, RL. Editora Atheneu 2015.

79. A - A presença de sudorese, taquicardia, hipertensão

arterial e de dor intensa com vômito caracterizam o acidente como moderado e impõe soroterapia com 2-3 ampolas por via endovenosa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. 2ª. Edição, 2001.

80. D - As decisões médicas podem ser compartilhadas com a

família, mas há a necessidade, para o exercício da autonomia, de informações suficientes para este compartilhamento, sem nunca ferir os cuidados técnicos corretos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. Rego, S., Gomes, A.G.,Siqueira-Batista, R. : Bioética e Humanização como Temas Transversais na Formação Médica - Revista Brasileira de Educação Médica32 (4) : 482 – 491:2008.

2. Loch, J. A. - Princípios da Bioética. Uma introdução à Bioética. Temas de Pediatria Nestlé, n.73. 2002 p 12-19.

81. B - Ferida limpa: Ferida cirúrgica não infectada, sem

inflamação, sem violação de tratos gastrointestinal, urinário ou respiratório. São fechadas primariamente.

Ferida limpa-contaminada: Feridas em que os tratos digestivos, urinários ou genital são penetrados em condições controladas e sem contaminação grosseira. São fechadas primariamente.

Ferida contaminada: Feridas traumáticas abertas, recentes. Operações com quebra de técnica asséptica ou contaminação grosseira por extravasamento do trato gastrointestinal, e incisões nos quais se depara com inflamação aguda não purulenta. Uma ferida contaminada recente pode, em certas circunstâncias, ser convertida em ferida limpa, e assim tratada com síntese primária.

Ferida suja: Feridas traumáticas com áreas desvitalizadas e infecções existentes ou vísceras perfuradas.Não são fechadas primariamente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Sabiston. Tratado de Cirurgia 18 ed. Capítulo 14: Infecções cirúrgicas e escolha de antibióticos.

Goffi. Técnica Cirúrgica. 4ª edição. Capítulo 18: Ferimentos das partes moles e cicatrização.

82. C - Quadro clínico típico de invaginação intestinal, com dor

abdominal tipo cólica, vômitos inicialmente reflexivos a dor e posteriormente biliosos (obstrução intestinal), e massa palpável no hipocôndrio direito. A conduta diagnóstica inicial é fazer um ultrassom de abdome, o qual irá mostrar a imagem característica decorrente da invaginação (imagem em alvo ou de pseudo-rim).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MAKSOUD JG, Cirurgia Pediátrica. 2ª Ed., Rio de Janeiro, Manole, 2003.

HOLCOMB III GW & MURPHY JP, Ashcraft‟s Pediatric Surgery, 5th Ed., Philadelphia, Saunders, 2010.

83. B - Este paciente apresenta uma hérnia inguinal que há 2

dias, após esforço físico, encarcerou e, após algumas horas, tornou-se estrangulada com sinais de perfuração local (hiperemia, dor local e enfisema).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Sabiston, Tratado de Cirurgia / Courtney M. Townsend ... [et al]; tradução Debora Rodrigues Fonseca .. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. pg 1085

Clínica Cirúrgica do Colégio Brasileiro de Cirurgiões / editor Andy Petroianu. São Paulo: Atheneu Editora, 2010 pg 193.

84. A - Neoplasia maligna do estômago é mais frequente em

homens idosos e comumente diagnosticada quando ocorrem sinais de doença avançada com síndrome consumptiva, anemia e obstrução gástrica. O caso em questão apresenta sinais e sintomas clínicos de mau esvaziamento gástrico por provável tumor antralestenosante.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Lourenço LG, Arasaki CH, Del Grande JC, Forones NM. Capítulo 27 – Câncer Gástrico. In: Lopes AC, Ward LS, Guariento ME. Medicina Ambulatorial. São Paulo: Atheneu; 2006. p. 337-41. ISBN 85-7379-826-2.

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16 Teste de Progresso – setembro/2014

85. D - Relato de paciente com alteração do ritmo intestinal

(constipação) de caráter progressivo com emagrecimento, evoluindo com obstrução intestinal baixa cujo Radiograma mostra distensão de intestino grosso sem ar em alças de intestino delgado e ausência de ar na ampola retal. Tem como provável etiologia um processo neoplásico intra abdominal (pélvico) sugerido pelo achado de massa palpável ao exame físico. Questão com objetivo de exigir conhecimento da história clínica do abdômen agudo e sua correlação com exame radiológico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Sabiston – Tratado de Cirurgia – 2 Volumes – 18ª Ed.Beauchamp; Townsend; Courtney, Mary. Elsevier / Medicina Nacionais

86. B - Correlacionar história clínica com exames radiológicos.

Paciente com história de disfagia rapidamente progressiva, caráter evolutivo, tabagista, etilista com imagem radiológica sugestiva de neoplasia esofágica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Sabiston - Tratado de Cirurgia - 2 Volumes - 18ª Ed.Beauchamp; Townsend; Courtney, MaryElsevier / MedicinaNacionais.

87. D - A presença de colecistopatia calculosa anterior, em

paciente que evolui com icterícia levantam a suspeita para coledocolitíase. A evolução com febre, dor e icterícia caracteriza a tríade de Charcot, presente em cerca de 70% dos pacientes com colangite.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

José Cesar Assef et. Al. Emergências cirúrgicas traumáticas e não traumáticas. Condutas e algorítimo. Capítulo 24. Colangite aguda.

88. A - Paciente com quadro típico de apendicite aguda cujo

diagnóstico é clínico, não havendo necessidade de realização de exames de imagem para confirmar o diagnóstico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Sabiston, Tratado de Cirurgia / Courtney M. Townsend ... [et all]; tradução Debora Rodrigues Fonseca .. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Pg 1108

Clínica Cirúrgica do Colégio Brasileiro de Cirurgiões / editor Andy Petroianu. São Paulo: Atheneu Editora, 2010 pg 263.

89. B - A síndrome de dumping apresenta as características

descritas e pode ocorrer em gastrectomizados, sendo desencadeado por ingestão de alimentos hiperosmolares como, por exemplo, sacarose.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Lourenço LG, Arasaki CH, Del Grande JC, Forones NM. Capítulo 27 – Câncer Gástrico. In: Lopes AC, Ward LS, Guariento ME. Medicina Ambulatorial. São Paulo: Atheneu; 2006. p. 337-41. ISBN 85-7379-826-2.

90. C - A reposição volêmica é fundamental em um quadro

como esse, mas não se deve esperar seus efeitos se há grande risco e lesão em órgãos sólidos, como o baço no caso descrito, e o paciente mostra evidentes sinais de instabilidadee piora clínica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Primeiros atendimentos ao traumatizado. Adriano Dias Trajano et al. Reposição volêmica. Flávia Veras Lisboa. In: Protocolos de Condutas em Terapia Intensiva / Editores: DesankaDragosavac& Sebastião Araújo, Editora Atheneu, São Paulo, 2014.

91. B - Quadro clínico típico de escroto agudo decorrente de

torção de cordão espermático, diagnóstico que pode ser feito clinicamente e, se estiver disponível, pode ser confirmado por uma ultrassonografia com doppler.Não há menção de aumento de volume da região inguinal, que seria evidente num caso de hérnia inguinal ou inguino-escrotal.A dor mencionada no quadrante inferior direito refere-se à irradiação da dor originada no escroto decorrente da torção do cordão espermático.Torção de cordão espermático requer diagnóstico e intervenção rápidos, preferencialmente antes de 6 horas de evolução.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MAKSOUD JG, Cirurgia Pediátrica. 2ª Ed., Rio de Janeiro, Manole, 2003.

HOLCOMB III GW & MURPHY JP, Ashcraft‟s Pediatric Surgery, 5th Ed., Philadelphia, Saunders, 2010.

Drlik M, Kocvara R; Tosion of spermatic cord in children: A review. JournalofPediatricUrology, 2013, 9, 259-266.

92. A - Na presença de hematúria macroscópica importante há

necessidade de sondagem uretral com irrigação para evitar a formação de coágulos intravesicais. Após o clareamento se faz a investigação diagnóstica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

URGÊNCIAS EM UROLOGIA, José Cury, Rogério Simonetti e Miguel Srougi.1999. EDITORA SARVIER.

93. C - Pacientes claudicantes não limitantes devem realizar o

tratamento clínico com cilostazol, controle dos fatores de risco e deambulação antes de qualquer exame de imagem. O diagnóstico e estadiamento da obstrução arterial crônica são clínicos. Angiografia estaria indicada se a paciente estivesse com claudicação para curtas distâncias, dor de repouso ou lesão trófica.Os anticoagulantes não têm efeito benéfico nos pacientes com claudicação. Não há necessidade de se realizar o ultrassom para classificar ou estadiar a doença arterial obstrutiva periférica.Angiotomografiaestaria indicada se a paciente estivesse com claudicação para curtas distâncias, dor de repouso ou lesão trófica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Manual Prático de Angiologia e Cirurgia Vascular. Piccinato, Joviliano, Takachi. Editora Atheneu

Cirurgia Vascular. Brito, Carlos José. 2 edição. Editora Revinter.

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Teste de Progresso – setembro/2014 17

94. B - As fraturas expostas devem ser exaustivamente lavadas

com solução estéril, recobertas com curativo estéril e encaminhadas para tratamento definitivo pelo ortopedista. A analgesia parenteral e a tala gessada ajudam a minimizar a dor e a profilaxia do tétano deve sempre ser verificada e atualizada se necessário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Ortopedia e Traumatologia: Conceitos básicos, Diagnóstico e Tratamento. Centro de Estudos e Pesquisas Waldemar de Carvalho Pinto Filho. Editora Roca 1ª edição – 2004- Capítulo 19 Fraturas Expostas – pg 241

95. C - A imagem côncavo-convexa hiperdensaextra-axial é

típica de hematoma subdural.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

(ATLS Edição 9 - Manual do Curso de Alunos. 2012).

96. A - A catarata é complicação frequente no trauma contuso,

com aparecimento, em geral, gradual após algumas semanas do trauma.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Oftalmologia Geral. Daniel Vaughan, Taylor Asbury e Paul Riordan-Eva. 15ª edição. Editora Atheneu. Capítulo 8 – Cristalino, pg 162.

97. D - O exame clínico indica que a protuberância é um nódulo

palpável da tireoide. A maioria dos pacientes é clinicamente eutiroideana e tem a exames da função tireoidana normais. A punção aspirativa por agulha fina tem sensibilidade e especificidade elevadas para distinguir nódulos benignos dos malignos. A limitação principal da punção aspirativa por agulha fina está em diferenciar o adenoma folicular (benigno) do câncer folicular (maligno). A cintilografia fornece uma avaliação funcional do nódulo da tireoide, que pode ser classificado como morno, frio ou quente. A maioria dos nódulos solitários da tireoide é frio, com um risco do câncer em torno de 20%. A tomografia não é indicada para avaliação de nódulo tireoidano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

100 CASES in Surgery - ISBN 978 0 340 94170 6

2008 James A Gossage, BijanModarai, ArunSahai and Richard Worth

98. B - Os opióides podem apresentar como grave complicação

depressão respiratória, pois diminuem a resposta dos centros respiratórios à hipercapnia e hipóxia, especialmente em pacientes hipovolêmicos. As reações anafiláticas podem ser acompanhadas de alterações respiratórias importantes, porém são em geral de início e evolução rápidos, com alterações da permeabilidade vascular generalizadas. Morfina é o fármaco adequado para tratamento de dor intensa, encontrando-se a meperidina em desuso, pela maior possibilidade de efeitos adversos como os relacionados ao sistema nervoso autônomo. A principal via de administração de fármacos no pós-operatório imediato é a intravenosa, devido a alterações do trânsito intestinal e da perfusão tecidual.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CANGIANI, LM. Et al. Tratado de Anestesiologia 7ª edição - 2 vol - SAESP.

CAVALCANTI, IL; GOZZANI, JL. Dor Pós-Operatória. 1 ed. Rio de Janeiro: Sociedade de Anestesiologia do Estado do Rio de Janeiro. 2004.

99. D - Pelos dados da história clínica e exame físico, o

candidato deve ser capaz de reconhecer a presença da queimadura e aplicar os conhecimentos do atendimento inicial ao paciente queimado. Nesse atendimento, é de fundamental importância a reposição volêmica adequada, com objetivo de tratar a hipovolemia decorrente do aumento da permeabilidade capilar e extravasamento do líquido intravascular para o interstício, o que gera o edema característico as queimaduras. Nesse contexto, o melhor preditor da adequação da reposição volêmica é o DÉBITO URINÁRIO, que deve estar por volta de 30-50ml/h ou 0,5-1,0ml/kg/h.As outras alternativas apresentam parâmetros que não correspondem ao melhor preditor de um adequado débito urinário. Além disso, tais parâmetros podem até estarem inalterados no paciente com queimadura, dependendo da extensão e da profundidade das lesões.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Tratado de Queimaduras no Paciente Agudo. Editora Atheneu. 2008. Capítulo 11, pg 102.

Fundamentos de Cirurgia Plástica. Editora Thieme. 2015. Capítulo 9, pg 62.

Tratado de Cirurgia Plástica, Volume 2: Queimaduras. 2014. Capítulo 4, pg 35.

100. A - O hospital deve fornecer somente a cópia do

prontuário. Nunca o original. O próprio paciente pode requerer a cópia do prontuário, sem intermediação de advogado. O Código de Ética Médica diz que: É vedado ao médico: Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada,bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros; Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa

- § 1º Quando requisitado judicialmente o prontuário será disponibilizado ao perito médico nomeado pelo juiz.

- § 2º Quando o prontuário for apresentado em sua própria defesa, o médico deverá solicitar que seja observado o sigilo profissional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Código de Ética Médica – Art 88 e 89.

101. D - As demais alternativas contêm conceitos, definições,

afirmações equivocadas ou que não são apoiados pelos dados expostos. Houve um nítido aumento na demanda por postos e centros de saúde com ampliação expressiva do acesso aos serviços de saúde (universalidade). Houve um aumento nos investimentos de muitos municípios na Atenção Básica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- The Lancet. Health in Brazil. 2011 May 9. Disponível em: http://www.thelancet.com/series/health-in-brazil

- Giovanella L, Escorel S, Lobato, LVC, Noronha JC, Carvalho AI, organizadores. POLÍTICAS E SISTEMAS DE SAÚDE NO BRASIL. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/Centro Brasileiro de Estudos de Saúde; 2012. 1100p.

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18 Teste de Progresso – setembro/2014

102. C - São necessárias ações públicas que visem à

transformação do perfil dos futuros trabalhadores da saúde com estratégias no campo da formação e desenvolvimento dos profissionais, construídas à luz dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Haddad, A. E. (2014). Política nacional de educação na saúde. Revista Baiana de Saúde Pública, 32, 98.

103. D - As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos

organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. A sua implementação aponta para uma maior eficácia na produção de saúde, melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e contribui para o avanço do processo de efetivação do SUS.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/anexos/anexos_prt4279_30_12_2010.pdf. Acesso em: 24 abr 2016.

104. B - O gráfico mostra uma série temporal da dengue

apresentando a taxa de incidência por 100.000 durante os últimos 15 anos. Trata-se de uma doença aguda, melhor descrita por taxas de incidência. A prevalência é usada para descrever doenças de evolução crônica. A densidade de incidência é sinônimo de taxa, estaria correta se não fossem as demais respostas da alternativa (c). O governo brasileiro declarou uma Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), não pode declarar Emergência Internacional. A estratégia de controle adotada pelo governo para controle do Aedes é o controle do vetor por meio de uso de pesticidas (larvicidas e inseticidas). Não há vacina contra o dengue e nem contra o Zika. A análise do comportamento epidemiológico da dengue permite prevê fracasso no controle da transmissão do Zika vírus com aumento do número de casos de microcefalia no Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. PORTARIA Nº 1.813, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2015

- Declara Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN) por alteração do padrão de ocorrência de microcefalias no Brasil.

- Augusto et al. Aedes aegypti control in Brazil. www.thelancet.comVol 387 March 12, 2016.

105. A - As demais alternativas contêm conceitos, definições,

afirmações equivocadas ou que não são apoiados pelos dados expostos. Houve uma evidente inversão nos gastos com as necessidades básicas da população em detrimento dos encargos com a dívida pública.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- CAMPOS, G.W.S.; MINAYO, M.C.S.; AKERMAN, M.; DRUMOND JR., M.; CARVALHO, Y.M. (Orgs.). Tratado de Saúde Coletiva . 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/Centro Brasileiro de Estudos de Saúde; 2012

- SOARES, Adilson; SANTOS, Nelson Rodrigues dos. Financiamento do Sistema Único de Saúde nos governos FHC, Lula e Dilma. Saúde em debate [online]. 2014, vol.38, n.100,

pp.18-25. ISSN 0103-1104. http://dx.doi.org/10.5935/0103-104.20140002

- Brasil, Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Medida Provisória nº 726 de 12 de maio de 2016. Acesso em 1 de junho de 2016: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Mpv/mpv726.htm

106. D - A experiência brasileira de ESF pode ser considerada

como um modelo coletivo de atenção primária, com a peculiaridade de ser construído no âmbito de um sistema de saúde público e universal.

A ESF nasce como uma política nacional de saúde num contexto rico de influências institucionais determinantes para que a sua incorporação fosse prioritária para o Estado brasileiro.

A construção da ESF foi consequência de um processo lento e contínuo de tensão com o modelo hegemônico à saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Campos GWS, et al. Tratado de Saúde Coletiva. 2ª edição. 2013. Atenção Primária e Estratégia Saúde da Família. P.845-902.

107. B - As medidas de promoção de saúde e prevenção

primária seriam, respectivamente, aquelas destinadas a promover um melhor estado de saúde e prevenir o aparecimento de doenças (p. ex., taxação da venda de cigarros, vacinação). Medidas de prevenção secundária seriam aquelas envolvidas no diagnóstico e tratamento precoce de doenças (p.ex., diagnóstico precoce do AVC pelo acrônimo SAMU-sorria, abrace, música, urgente). A prevenção terciária é feita por meio da reabilitação, quando do estabelecimento de defeito ou invalidez. Evitar iatrogenia envolve o conceito de prevenção quaternária.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

LEAVELL Hugh R.; CLARK, Edwin G. Medicina Preventiva. SP, McGraw-Hill do Brasil, RJ FENAME, 1978

- NORMAN, Armando Henrique; TESSER, Charles Dalcanale. Prevenção quaternária na atenção primária à saúde: uma necessidade do Sistema Único de Saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 25, n. 9, p. 2012-2020, Sept. 2009

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108. D - A taxa de mortalidade de 2014 foi de 2,1 óbitos por 100

mil habitantes, abaixo dos 2,8 óbitos por 100 mil habitantes registrados em 2004.

A descentralização do tratamento para a Atenção Básica pode ser apontada como uma das causas da redução nos índices da doença.

As populações mais vulneráveis são: população em situação de rua, população privada de liberdade, pacientes vivendo com HIV/Aids e povos indígenas.

O número de casos novos diminuiu. Em 2004 foram 77.694 e em 2014 foram 68.467 casos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Brasil. Ministério da Saúde. Portal Saúde. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/741-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/tuberculose/11485-situacao-epidemiologica-dados>. http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/tuberculose/index.php?p=6316

- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: <http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/TB/mat_tec/manuais/MS11_Manual_Recom.pdf>. Acesso em 12 de abr. de 2016.

- São Paulo. Secretaria Municipal de Saúde. Tuberculose. Disponível em: < http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/tuberculose/index.php?p=6316>. http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/tuberculose/index.php?p=6316

109. A - A transição epidemiológica se refere às modificações,

a longo prazo, dos padrões de morbidade, invalidez e morte que caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem em conjunto com outras transformações demográficas, sociais e econômicas.

Na população brasileira o processo engloba três mudanças básicas:

- substituição, entre as primeiras causas de morte, das doenças transmissíveis (doenças infecciosas) por doenças não transmissíveis;

- deslocamento da maior carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens (mortalidade infantil) aos grupos mais idosos;

- transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra em que a morbidade (doenças crônicas) é dominante.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Medronho RA, Carvalho DM, Bloch KV, Luiz RR, Werneck GL. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2006.

110. D - De acordo com o Protocolo do MS para o diagnóstico

laboratorial, as amostras devem ser coletadas ate o 5odia de

inicio de sintomas para sangue , soro ou plasma ou 8o dia para

urina ( Ministério da Saúde, abril 2016).

Os óbitos devem ser exaustivamente investigados. Todos os serviços estaduais e municipais devem notificar compulsoriamente os suspeitos de ZIKA.

A produção de vacina implica em tecnologia a ser desenvolvida a longo prazo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/22145-ministerio-da-saude-investiga-3-852-casos-suspeitos-de-microcefalia-no-pais

http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/marco/29/Protocolo-SAS-versao-3.pdf

111. B - O teste trata de uma simples comparação, sob

aspectos epidemiológicos, entre uma doença crônica não transmissível (DM tipo 2) e uma aguda transmissível. Exige que o estudante saiba que a medida de prevalência descreve mal a frequência das doenças agudas, que as curvas de sobrevida aplicam-se mais às doenças que tendem a persistir no tempo (crônicas), que os diagramas de controles são utilizados para caracterizar a existência ou não de epidemias, mais utilizados nas doenças transmissíveis, além de saberem o significado das siglas CIEVS e Vigitel.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Conhecimento epidemiológico básico e relativa atualização quanto aos CIEVS na Vigilância Epidemiológica e aos inquéritos Vigitel.

112. A - São fatores de risco para a gravidez na adolescência:

início precoce da atividade sexual, inadequação da educação sexual (falta de diálogo familiar e na escola), baixa escolaridade (da mãe e da adolescente), baixo nível socioeconômico, dificuldade de acesso a métodos anticoncepcionais.

A gravidez na adolescência é considerada como gravidez de risco e portanto, a mãe e o bebê estão mais sujeitos a complicações.

O Programa de Humanização do Pré-natal e do Nascimento fundamenta-se no direito à humanização da assistência obstétrica e neonatal como condição primeira para o adequado acompanhamento do parto e do puerpério. Não há recomendação da realização de exames no pós-parto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Cadernos de Atenção Básica, 32)

113. C - O Projeto Terapêutico Singular é um conjunto de

propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio matricial se necessário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Brasil. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes do NASF. Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

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114. D - A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do

Homem foi formulada para promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos, alinhada com a Política Nacional de Atenção Básica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (princípios e diretrizes). Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/ Port2008/PT-09-CONS.pdf

115. C - A sensibilidade de um teste diagnóstico é definida

como sendo a porcentagem dos indivíduos sabidamente doentes que terão resultado positivo para essa doença. No caso 98% dos indivíduos doentes terão resultado positivo e 2% dos indivíduos com a doença terão resultado negativo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Weiss, N S. Clinical Epidemiology. In: Rothman KJ, organizador. Modern Epidemiology. 3o. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2008. p. 641.

116. B - As Unidades Não-Hospitalares de Atendimento às

Urgências e Emergências devem funcionar nas 24 horas do dia e estar habilitadas a prestar assistência correspondente ao primeiro nível de assistência da média complexidade (M1). Pelas suas características e importância assistencial, os gestores devem desenvolver esforços no sentido de que cada município sede de módulo assistencial disponha de, pelo menos uma destas Unidades, garantindo assistência às urgências com observação até 24 horas para sua própria população ou para um agrupamento de municípios para os quais seja referência.Estas Unidades, integrantes do Sistema Estadual de Urgências e Emergências e de sua respectiva rede assistencial, devem estar aptas a prestar atendimento resolutivo aos pacientes acometidos por quadros agudos ou crônicos agudizados.

São estruturas de complexidade intermediária entre as unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família e as Unidades Hospitalares de Atendimento às Urgências e Emergências, com importante potencial de complacência da enorme demanda que hoje se dirige aos pronto socorros, além do papel ordenador dos fluxos da urgência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2048, de 5 de novembro de 2002. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

- Campos GWS, Carvalho YM, Minayo MCS, Drumond Junior M, Akerman M. Tratado de Saúde Coletiva – revista e aumentada. São Paulo: Hucitec, 2012.

117. A - Segundo recomendações do Ministério da Saúde, o

diagnóstico e tratamento da tuberculose pulmonar deve ser feita na Atenção Básica, inclusive a condução dos casos em que ocorra reações adversas menores, em que não é necessária a suspensão do medicamento antiTB. Por se tratar de doença negligenciada e de elevada incidência e prevalência no Brasil, é fundamental que o profissional médico saiba conduzir clinicamente os casos na Atenção Básica, bem como as indicações para encaminhamento aos serviços de referência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2011, p.61/65

118. C - A definição de saúde envolve a garantia de boas

condições de trabalho, moradia, lazer, transporte, saneamento, alimentação e educação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Huber Machteld, Knottnerus J André, GreenLawrence, Horst Henriëtte van der, Jadad Alejandro R, Kromhout Daan et al. Howshouldwe define health? BMJ 2011; 343

119. A - O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) deve

atuar dentro de algumas diretrizes relativas à Atenção Primária à Saúde (APS), a saber:

- ação interdisciplinar e intersetorial,

- educação permanente em saúde dos profissionais e da população,

- desenvolvimento da noção de território,

- integralidade, participação social, educação popular,

- promoção da saúde e humanização.

Não é o responsável pela gestão do cuidado e do território, a qual é responsabilidade da equipe de referência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.

Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde,

2009. 160 p.: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos

de Atenção Básica; n. 27).

120. B - PARTE I - destinada a anotacao da causa que provocou

a morte (causa terminal – linha a) e dos estados morbidos que produziram a causa registrada na linha a (causas antecedentes ou consequenciais – linhas b e c , e a causa basica – linha d). E fundamental que, na ultima linha , o medico declare corretamente a causa basica, com um diagnostico apenas, para que se tenham dados confiaveis e comparaveis sobre mortal idade segundo a causa basica ou primaria.

PARTE II - destinada a anotacao de outras condicoesmorbidas significativas que contribuiram para a morte e que , porém, não fizeram parte da cadeia definida na Parte I.Nesta parte deve ser registrada qualquer doenca ou lesao que , a juizomedico , tenha influido desfavoravelmente, contribuindo assim para a morte , não estando relacionada com o estado patologico que conduziu diretamente ao obito . As causas registradas nesta parte sao denominadas causas contribuintes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Brasil. Ministério da Saúde . Secretaria de Vigilancia em Saude . Departamento de Analise de Situacao de Saude . Manual de Instruções para o preenchimento da Declaração de Obito / Ministério da S aúde, Secretaria de Vigilancia em Saude , Departamento de Analise de Situacao de Saude . – Brasilia: Ministério da Saúde, 2011.