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Page 1: Diário Económico Nº 5117 DE 17 FEVEREIRO 2011

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5117 DE 17 FEVEREIRO 2011 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

Yuriko

Nakao

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Tecnologias e geografiajuntam-se para apoiar

as empresas

sistemas de informação

◗ Sector público é o maior cliente dos SIG

◗Os projectos portugueses inovadores

GEOGRÁFICA

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II DiárioEconómico Quinta-feira 17Fevereiro2011

Sector público é oprincipal cliente dos SIG

COM O PLACEBOOK pode localizar-se, num mapa, ainformação sobre os utilizadores darede social facebook. Oprojecto começou na República Checa, mais concrectamentena NACIS, uma competição de estudantes de geografia naUniversidade de Masaryk. O mapa foi assim por Zdenek Hyneke por Martin Pulicar. Para conhecer melhor este projecto, vá ahttp://www.geographics.cz/socialMap/index.php.

Fundadordageografiamoderna

portuguesa, fez ontem 100 anos que

Orlando Ribeiro nasceu emLisboa, onde

viria amorrer, em 1997. Em 1943, fundou

o Centro de Estudos Geográficos (CEG)

da Universidade de Lisboa, a que

presidiu até à década de 70. É no CEG

que está a colecção de cerca de 11mil

imagens do geógrafo. Para saber um

poucomais sobre Orlando Ribeiro, fique

atento à edição do documentário

Orlando Ribeiro - Itinerâncias de Um

Geógrafo, que passou na RTP2 no

passado sábado.

JORGE HORTA

Director-geral da Autodesk

“O crescimentodas soluções SIGem ‘OpenSource’na AdministraçãoCentral serve“para identificaruma fortetendência quevaleria a penaregulamentar,com bom sensoe sem cair emexcessos.

RUI ANDRADECEO da Novageo Solutions

“Muitos projectose investimentosforamcongelados,também forade Portugal.

Gerir dados através dos Sistemas de Informação Geográfica tem vindo aconquistar adeptos quer sejam câmaras municipais ou empresas do Estado.DÍRCIA LOPES

[email protected]

ada vez mais os Sistemas deInformação Geográfica (SIG)estão presentes no dia-a-diae as suas soluções podem serintegradas em qualquer tipode empresa. Em Portugal estaárea conta com várias empre-

sas que no terreno estão envolvidas em projec-tos que vão desde a defesa, infra-estruturas –em que se inclui telecomunicações, rede rodo-viária e ferroviária –, gestão de redes de gás ouágua, logística, entre outros. Exemplos decomo os SIG estão presentes no quotidiano nãofaltam, mas é o sector público que se destacacomo principal cliente desta área de negócio. AEsri Portugal é uma das empresas que se assu-me como líder deste mercado garante que osector público representa entre 60% a 70% donegócio. Gonçalo Magalhães Collaço, admi-nistrador da empresa, destacou vários projec-tos em que tem como parceiro o sector empre-sarial do Estado, como por exemplo o realizadoem conjunto com a Ferbritas para o cadastrodo património da REFER, a discussão do novoPDM para a Câmara Municipal de Lisboa, oPortal do Investimento da Câmara Municipalde Arcos de Valdevez, os contratos com a Es-tradas de Portugal ou com o Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias.Jorge Horta, director-geral da Autodesk Por-tugal, confirma também a preponderânciadas empresas públicas como destinatários dassoluções de SIG, já que tem várias câmarasmunicipais e projectos de infra-estruturasviárias ainda em desenvolvimento na carteirade clientes. No entanto, salientou que “o cen-tro do nosso negócio situou-se no domínio dagestão da informação GeoEspacial do sectorprivado”. Para dinamizar o sector, o direc-tor-geral da Autodesk, lembra que basta ana-lisar o crescimento que as soluções SIG em‘OpenSource’ têm vindo a ter na Administra-ção Central, “para identificar uma forte ten-dência que valeria a pena regulamentar, ob-viamente com bom senso e sem cair em ex-cessos”. Para Jorge Horta, o ‘OpenSource’ emPortugal é uma realidade indiscutível em al-guns domínios dos SIG, representando umforte contributo para economias do Estado epara o desenvolvimento do conhecimentogenuinamente nacional neste domínio.A Novageo Solutions tem estado envolvidaem projectos na administração central e localem Portugal e em Angola. Rui Andrade, CEO

C da Novageo, afirmou que é neste segmentoque se encontram os maiores clientes da em-presa com projectos como a Carta de Ocupa-ção e Uso de Solos de Portugal Continentalconcluído em Dezembro de 2010 ou o WebSIGna Câmara Municipal de Guimarães, umexemplo de implementação integrada degeorreferenciação de processos urbanísticos.Esta solução foi desenvolvida com base emtecnologia própria e software OpenSource.Na Edisoft os mercados com maior importân-cia para soluções e serviços em SIG são insti-tuições nacionais da administração central einternacionais como a Comissão Europeia.Dirk Tilsner, gestor da área de sistemas deci-sionais de base geográfica da empresa, expli-cou que estas entidades “utilizam informaçãogeográfica para os mais diversos fins, in-cluindo organismos ligados à área do am-biente, à defesa e segurança pública bemcomo alguns mercados privados, com algumdestaque para as telecomunicações”.Questionados sobre os constrangimentos queeste sector ainda enfrenta, os vários protago-nistas são unânimes em apontar o facto de emPortugal não existir, ainda, tal como não existena Europa, e apesar dos esforços dos projectosINSPIRE e outros, uma verdadeira política pú-blica respeitante aos dados espaciais ou à in-formação geográfica. Para o administrador daEsri Portugal, a ausência dessa política é quepoderá constituir-se numa condicionante paraquem está no terreno. Rui Andrade, da Nova-geo, destacou a lentidão da modernização nosector público, enquanto Jorge Horta salientouque a integração entre tecnologias de informa-ção nesta área ainda está pouco explorada.Esta área de actividade tem sofrido os efeitos dacrise, já que o arranque de vários projectos ficoupendente. Gonçalo Magalhães Collaço, admi-nistrador da Esri Portugal, afirmou que as con-tas de 2010 ainda não estão fechadas, mas prevêque a facturação se situe nos 7,6 milhões de eu-ros, quase o mesmo valor de 2009. Para o cor-rente ano espera uma melhoria considerávelporque “as pessoas inteligentes investem sem-pre em momentos de crise em ferramentascomo o SIG, porque lhes permitem um substan-cial ganho de eficiência e eficácia quase imedia-tos”. Rui Andrade, CEO da Novageo, espera re-tomar em 2011 o nível de crescimento de 2009,na altura foi de 35%, depois de “termos muitosprojectos e investimentos congelados, tambémfora de Portugal”. ■

“ExportamosPortugal começa a ser visto como um parceiroem vários projectos internacionais relaciona-dos com SIG, por exemplo, nos PALOP.

Em Portugal os SIG encontram-se massificadostantono sector público comonoprivado?Massificados, não estão certamente. Existe já,ao nível das instituições públicas com respon-sabilidades directas no ordenamento do terri-tório (municípios, CCDR sobretudo) ou sobreinformação geográfica (INE, IGeoE, IGP, IM,INAG, IA, etc.) uma integração dos SIG no seutecido organizacional e funcionamento for-mal. Essa integração nota-se, quer ao nível daaquisição e armazenamento da informação,quer ao nível análise e divulgação da informa-ção geográfica (WebSIG). Todavia, os SIG têmvindo a adquirir cada vez mais funcionalida-des e interoperabilidade com outras platafor-mas, o que implica remodelação e expansãodos SIG para outros domínios, logo longe deestarem massificados. No privado, a sua exis-tência, quer parte dos utilizadores, quer por

ENTREVISTA A PAULO MORGADO,

S ISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

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Quinta-feira 17Fevereiro2011 DiárioEconómico III

plo EUA, Inglaterra, Índia, entre outros.

No mercado empresarial, que sectores de acti-vidade mais recorrem aos SIG? O Geomarketing e o designado GeographicBusiness Intelligence têm, sobretudo nosEUA, mas também nalguns países do Norte daEuropa e Brasil, mostrado a importância dainformação geográfica na decisão e gestãoempresarial. Por esta via, os SIG têm tido apli-cações em sectores de actividade como: ban-ca, seguros, indústria farmacêutica, comérciogrossista, imobiliário, campanhas políticasentre outras. Actualmente, em Portugal, tal-vez as infra-estruturas de transportes e as te-lecomunicações sejam os sectores com maiorfatia de mercado para os SIG.

Em que novas áreas é que um sistema geográfi-co de informação poderá ser útil e que aindanão temaplicação?Áreas que trabalhem à escala do indivíduo. Jáexistem alguns exemplos, como sejam os siste-

OPINIÃO: ????????????????????????????????????????????????

É uma das mais reconhecidas e antigas sociedadesportuguesas. Trata-se da Sociedade Portuguesa de Geografia,sedeada em Lisboa (na foto). Ser antiga não significa que nãoseja actual. As suas conferências são constantes e sobreos mais diversos temas ligados à Geografia. O próximo, arealizar no dia 23, será sobre a Protecção Civil e oOrdenamento do Território.

A COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA LEZÍRIA DO TEJOestá a funcionar com o projecto WebSIG. Os 11 municípios queintegram esta comunidade desde cedo começaram a utilizaros SIG nos seus processos de gestão e intervenção noterritório. As aplicações desenvolvidas pela NovageoSolutions permitem a consulta dos Planos DirectoresMunicipais, a emissão de Planos de Localização, entre outros.

Fotocedida

pelaRTP

muitos serviços, aplicações e pessoas especializadas”VOGAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE GEÓGRAFOS (APG)

parte das empresas produtoras, existe aindamuito mercado por explorar.

Quais sãoos grandesdesafios do sector?A interoperabilidade, nomeadamente com aInternet e plataformas móveis. E também o‘OpenSource’. E isto tem de ser conseguido aomesmo tempo que se produz e introduz algo-ritmia para análise espacial mais avançada ese produz interfaces de utilizador cada vezmais ‘simpáticos’.

Portugal já é uma referência a nível internacio-nalnestaárea?Uma referência não sei, mas é com certezaum parceiro, quer a nível académico (ensi-no e investigação), quer a nível empresarial,de reconhecido mérito e qualidade dos seustrabalhos e dos seus cientistas e técnicos.Exportamos muitos serviços, aplicações epessoas especializadas, sobretudo para ospaíses lusófonos, mas também temos par-cerias com os mais competitivos, por exem-

mas de emergência de evacuação em edifícios,mas existem muitos outras áreas a explorar, in-clusive na medicina, ao nível do corpo humano.

Estaéumaáreaemque jáexiste trabalhode inves-tigaçãoeparceriaentreuniversidadeseempresas?Existe alguma, mas devia existir bastantemais, sobretudo a nível de trabalho de investi-gação e inovação. O que se verifica é sobretudouma ‘prestação de serviços’, havendo aindapouca parceria ao nível de trabalho de pesqui-sa, investigação, inovação e desenvolvimento.

Quais foram as novidades mais representativasque surgiramnomercadoem2010?Não teve data de nascimento de 2010, mascontinuam a ser os acontecimentos tecnológi-cos, que maior impacto tiveram na sociedadeao trazer a geografia para o nosso quotidiano:o Google Maps, o Google Earth (o VirtualEarth, na Microsoft) e o crescimento dos pro-gramas SIG gratuitos OpenSource, que já co-meçam a ser concorrenciais.■ D.L.

PAULO MORGADO

Vogal da APG que reúne 1100 associados

“Os SIG têm vindoa adquirir cadavez maisfuncionalidades.

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IV DiárioEconómico Quinta-feira 17Fevereiro2011

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alar de sistemas de in-formação geográfica éfalar de algo que mui-tas vezes não se vê.Como Rui Dias, vogalda USIG – Associação

dos Utilizadores de Sistemas de Informa-ção Geográfica explicou, em entrevista,ao “Diário Económico”, “encontramosSIG em todos os níveis de governação dosector público e em cada vez mais áreasdo sector privado. Podem nem sempreser visíveis para o público em geral, masestão presentes muitas vezes noBackOffice.”

Quais são os SIGmais conhecidos da gene-ralidade dos portugueses, enquanto utili-zadores finais? Continua a falar-se muitono Google Earth, Google Maps ou SAPOMapas…háoutrosde referência?Os três serviços referidos ajudaram a de-mocratizar o acesso à informação geo-gráfica (IG) e chamaram a atenção para aimportância que é ter IG com qualidade.Indirectamente, os “GPS” dos nossoscarros ou dos nossos telemóveis tambémcontribuíram para essa democratização.Localmente, os SIG de muitos municípiossão para os seus munícipes uma referên-cia pela ajuda.

Hoje em dia em Portugal os SIG encon-tram-semassificados tanto no sector públi-co como privado? Ou ainda há um cami-nho a percorrer em termos de implemen-taçãodeSIGnasorganizações?Eu não diria que estão massificados, masque estão mais abrangentes. Hoje encon-tramos SIG em todos os níveis de gover-nação do sector público e em cada vezmais áreas do sector privado. Podem nemsempre ser “visíveis” para o público emgeral, mas estão presentes muitas vezesno “BackOffice”, dando suporte ao negó-cio e às estratégias de muitas empresas eactividades. No entanto há sempre uma

Actualização e qualidade de informaçãocontinuam a ser o grande desafioRepensar a dependência económica é outra das metas que o sector dos SIG tem de conquistar. Em tempo de crise,projectos que nascem e crescem voltam rapidamente à estaca zero quando não há disponibilidade financeira.

ANA CUNHA ALMEIDA

[email protected]

Fotocedida

porRuiD

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ENTREVISTA RUI DIAS, VOGAL DA USIG - ASSOCIAÇAO DOS UTILIZADORES DE SISTEMAS DE INFORMAÇAO GEOGRÁFICA

“Se antigamentea informação geográficasó estava acessível a quemtinha o mapa, e depoisa quem tinha a capacidadede aceder a umcomputador comdeterminado software,hoje em dia ela estáem todo o lado, nos maisdiversos suportes, comopapel, telemóvel, iPad, TV.”

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

RuiDias, fotografado na Patagónia. Para

este especialista, um sistema geográfico

de informação pode ser útil para todas

as áreas onde factor localização seja

essencial.

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Quinta-feira 17Fevereiro2011 DiárioEconómico V

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parcerias com outras universidades eempresas fora de Portugal.

Coma vulnerabilidade cada vezmaior queo território português tem em termos decatástrofes naturais, os actuais SIG estão àalturaparaprever estes acontecimentos?Regra geral as catástrofes naturais, porocorrerem devido a episódios extremos eexcepcionais, são difíceis de prever. Amontante os SIG podem ajudar a mini-mizar e prever alguns desses aconteci-mentos e a jusante, se bem utilizados,constituem uma ferramenta poderosa deresposta e auxilio à catástrofe (veja-se o

exemplo da ajuda do projecto OpenS-treetMap no auxilio ao Haitihttp://wiki.openstreetmap.org/wiki/WikiProject_Haiti).

Emque novas áreas é que um sistema geo-gráfico de informação poderá ser muitoútil e queaindanão temasuaaplicação?Em qualquer área onde o factor localiza-ção seja essencial.

Portugal já éumaboa referência anível in-ternacional nesta área? O trabalho feito anível nacional já é replicado noutros mer-cados?Portugal tem sido uma boa referêncianesta área ao longo dos anos. A nível eu-ropeu, Portugal implementou em 1992 aprimeira infra-estrutura de informaçãogeográfica (SNIG – Sistema Nacional deInformação Geográfica) que recente-mente comemorou 20 anos e que ganhouum prémio de melhores práticas em IDEeuropeias (http://www.esdi-netplus.eu/). O trabalho feito a nível na-cional é acompanhado internacional-mente e é cada vez mais feito em parceriae de forma integrada, acompanhando astendências e orientações europeias (ex:Directiva Inspire http://inspi-re.jrc.ec.europa.eu/). A própria USIGtem participado em diferentes projectoseuropeus e tem procurado contribuirpara a divulgação dos projectos portu-gueses além-fronteiras. ■

margem de progressão, quer no que dizrespeito a uma maior integração com arestante estrutura da organização, querna sua utilização como ferramenta de de-cisão em novas áreas do conhecimento.

No mercado empresarial, que sectores deactividade mais recorrem aos SIG? Quaisos que estão sempre atentos para, assim,iremmelhorandoo seunegócio?Logística, infra-estruturas e telecomuni-cações, sector bancário, imobiliário, dis-tribuição, etc.

Quantosassociados têm?Presentemente temos cerca de 400 sóciosentre colectivos (englobando o sectorpúblico e privado) e individuais.

Quais são os grandes desafios que se colo-camaeste sector?Um dos maiores desafios da IG (e indi-rectamente dos SIG) é o mesmo desdesempre: actualização e qualidade da in-formação. Se antigamente a informaçãogeográfica só estava acessível a quem ti-nha o mapa, e depois a quem tinha a ca-pacidade de aceder a um computadorcom determinado softwa re, hoje em diaela está em todo o lado, nos mais diversossuportes (papel, telemóvel, ipad, tv,etc.). São milhões e milhões de utilizado-res que a todo o momento confirmam, ounão, a localização de um restaurante, adirecção certa de um percurso, a fluidezdo trânsito. Como tal, eu diria que ogrande desafio continua a ser o represen-tar, com qualidade, a realidade do mo-mento. Outro desafio é naturalmente odesafio económico. Há projectos quenascem e crescem se e enquanto há dis-ponibilidade financeira, mas que voltamquase à estaca zero quando esta acaba.Repensar esta dependência económica éum desafio sempre presente, sobretudoem tempos de crise.

Quais foramasnovidadesmais representa-tivas que surgiram no mercado em 2010?Alguma que esteja prevista ser lançadaeste ano?As novidades de 2010 vieram sobretudoconfirmar algumas tendências que já seadivinhavam no passado: maior disponi-bilização de serviços de mapas (e nãotanto de dados em bruto), maior integra-ção entre sistemas e tecnologias (ex. comGoogle maps/Bing maps), crescimentosustentado do mercado Open Source,quer a nível de projectos, quer a nível de“massa crítica” e recursos humanos,transformação/evolução dos SIG para In-fra-estruturas de dados espaciais (IDE).

Esta éumaárea emqueexistemuito traba-lhode investigaçãoeparceria entreuniver-sidades e empresas? Ou deveria existirmais estapartilhade conhecimento?Existe algum trabalho de investigação eparceria entre universidades e empresasmas que nunca é suficiente. Obviamenteque é uma área que importa desenvolveraté porque o futuro dos SIG também de-pende dos quadros que as universidadesformarem nesta área. Nunca é demaislembrar que algumas das primeiras em-presas que trabalharam nesta área surgi-ram do meio académico, logo essas par-cerias são fundamentais, assim como

“O futuro das SIG tambémdepende dos quadros queas universidades formaremnesta área. Nunca é demaislembrar que algumasdas primeiras empresasque trabalharam nestaárea surgiram o meioacadémico.”

Aos 35 anos, Rui Dias é actualmentePresidente do Conselho Fiscal da USIGe Presidente da Comissão Organizadorados ESIG, fazendo parte do corpo dirigentehá já seis anos. É igualmenterepresentante nacional no projectoeuropeu eSDI-Net+.Licenciado em Geografia e PlaneamentoRegional - FCSH/UNL; e com um mestradoem Estatística e Gestão de Informação(especialização: SIG) pelo ISEGI/UNLRui Manuel Dias começou a suaexperiência profissional em 1998 enquantoTécnico Superior, especialista SIGna CCDR-LVT/Observatório das NovasTravessias do Tejo. Um cargo quedesempenho até 2000. Desde esse anoaté hoje passou pelo cargo de TécnicoSuperior Geografia (gabinete SIG) naCâmara Municipal de Odivelas; Gestorde Metadados e responsável pelodesenvolvimento da IDE de Odivelas;Delegado Regional para o municípiode Odivelas nos Censos 2011, ainda emcurso. Nos tempos livres gosta de praticarfutebol, orientação, corrida em estradae ‘sketching’.

Perfil

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VI DiárioEconómico Quinta-feira 17Fevereiro2011

Especialistas discutem visão unívocaO encontro está agendado para os primeiros dias de Março que conta com 90 oradores durante dois dias.

RAQUEL CARVALHO

[email protected]

á vai na 9ª edição e o cresci-mento anual de presenças ron-da os 23%. Trata-se do maiorevento realizado em Portugalsobre as novas tecnologias apli-cadas à geografia pela empresa,ESRI Portugal, intitulado EUE -

Encontro de Utilizadores ERSI. Ana Rita Ben-tes, do departamento de Marketing Operacio-nal da ESRI Portugal e responsável pela orga-nização do encontro diz que na edição desteano, que terá lugar nos próximas dias 2 e 3 deMarço, no Centro de Congressos de Lisboa, onúmero previsto de participantes ronda os1.200. De referir, que no ano de estreia, em2002, o encontro conseguiu reunir apenas 75participantes e o que permitiu um crescimen-to anual de 23%.Este ano, o tema central é a ‘Visão Unívoca’,escolhido “pelo seu paralelismo intrínsecocom os Sistemas de Informação Geográfica,no sentido em que os SIG nos oferecem, atra-vés da conjugação dos diversos planos da rea-lidade e do mundo, a visão dessa mesma reali-dade como nunca a tínhamos visto antes”,explica Ana Rita Bentes.O EUE é considerado “O evento de Sistemasde Informação Geográfica em Portugal” e sur-giu “da necessidade que a ESRI Portugal sen-tiu em mostrar e partilhar os projectos desen-volvidos pelos seus clientes”. Durante dois

NunoCa

rrancho/ES

RI

ANA RITA BENTES, marke-

ting operacional da ESRI

“Durante dois diaso EUE tem comoobjectivo reuniros utilizadoresde SIG para quepossam partilharconhecimento,trocarexperiências, vero que há de novonesta área e oque as outrasempresas andama fazer.

AESRIPortugal investe entre 500

e 600mil euros em I&D. A empresa

temdesenvoolvido deste o início da

sua actividade soluções em

tecnologia SIG, como é o caso do

InfraSIG - Gestão de Infra-Estruturas

de redes; oMuniSIG - Plataforma de

disponibilização e Gestão de

Informação Geográfica para a

Administração Local, entre outros.

Já a ESRI Internacional, com receitas

anuais a rondar os 794milhões de

dólares, investe 20%em I&D, todos

os anos.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

J dias, a empresa tem como objectivo “reunir osutilizadores de SIG, no mesmo local, para quepossam partilhar conhecimento e trocar ex-periências e ver o que há de novo nesta área eo que as outras empresas andam a fazer”, ex-plica Ana Rita Bentes, que não tem dúvidas emafirmar que “o balanço é bastante positivo”.A responsável diz que “não há um EUE igualao outro”, frisando que “a tecnologia estámais madura”, que o evento cresceu e que osprojectos apresentados “são cada vez maisinovadores”. Aliás, o EUE é o espelho das ten-dências de SIG em Portugal e no Mundo, peloque as soluções apresentadas mostram quantoos SIG “são cada vez mais abrangentes, maissofisticados, mais fáceis de utilizar, mais ami-gáveis, incorporando novas dimensões”.E porque esta é de facto, uma área em cons-tante crescimento, não é de estranhar havernovidades em cada edição. Este ano não é ex-cepção e as muitas as novidades a apresentar“farão do EUE 2011 um momento único einesquecível”. A começar, a presença de ClintBrown, Director de Produtos e Software daESRI, “uma das figuras mais influentes na de-finição do futuro dos SIG”, e que terá a res-ponsabilidade de “mostrar as tendências e aestratégia da tecnologia”. A presença desteespecialista é considerada um dos “momentosaltos do EUE 2011”. Porém, “não será o úni-co”, uma vez que durante dois dias, o Centro

de Congressos de Lisboa receberá 90 apresen-tações, das quais Ana Rita Bentes destaca ain-da, as apresentações do Ministério da Econo-mia, com o projecto GeoSIMEID, da Ferbritascom o projecto Sistema de Informação Cadas-tral, da Galp Energia com o projecto SIGÁS, eda Câmara Municipal de Loulé com o projectoGeoLoulé, “todas com um papel fundamentalno desenvolvimento dos SIG em Portugal.Da agenda do primeiro dia, a responsável desta-ca ainda a apresentação do Professor BorgesGraça, que levará a sua visão “Entre o Mar e aTerra: Inteligência Competitiva para o Futuro dePortugal”. O primeiro dia de trabalho será en-cerrado pelo Ministro da Administração Interna.O segundo dia é, exclusivamente dedicado àsapresentações dos utilizadores e clientes daESRI que tem como parceiros desta iniciativa,empresas de renome como a Microsoft, a IBM,a SAS, o Inforflow, a LG, a Navteq, a NLS, en-tre outras.

Novidades na edição de 2012A próxima edição está repleta de novidadesque, nesta fase, estão no “Segredo dos Deu-ses”, informa Ana Rita Bentes que partilha, noentanto, o facto da edição de 2012 “marcar os25 anos da ESRI Portugal e, consequentemen-te, 10 anos de EUE, pelo que será um ano mui-to especial para a ESRI Portugal e para os seusutilizadores”. ■

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VIII DiárioEconómico Quinta-feira 17Fevereiro2011

Tecnologias ao serviço da prevenção rodO projecto DRIVE-IN permite a comunicação entre veículos, como por exemplo taxis, através de um carPC,de um GPS e de comunicação sem fios. Evitar o congestionamento é um dos objectivos.

RAQUEL CARVALHO

[email protected]

este momento todos os cercade 450 táxis da RadiTáxis doPorto já estão equipados comcarPCs. Um Sistema de In-formação Geográfica desen-volvido pelo Instituto de Co-municações (IC), pela Facul-

dade de Ciências da Universidade do Porto(FCUP) e pela Carnegie Mellon University quequer aumentar a segurança rodoviária, contri-buindo na diminuição da sinistralidade, no au-mento da eficiência no tráfego e na diminuiçãodo congestionamento. No fundo, a ideia é des-envolver comunicação digital entre veículos, deforma a facilitar o conhecimento de informa-ções que contribuam para estes três factores.No caso da componente de aumento da eficiên-cia do tráfego, ao qual Michele Ferreira, princi-pal investigador do projecto, diz ter sido dado“maior ênfase”, “as comunicações veículo-a-veículo criam condições para fazer uma esco-lha de rotas informada, até mesmo colaborati-va, permitindo evitar zonas congestionadas eexplorar mais eficientemente a rede rodoviá-ria”. O responsável sublinha ainda que permi-tem “desenhar mecanismos de controlo detrânsito muito mais eficientes, ou criar pelotõesde veículos em auto-estradas, medidas estasque aumentam também o fluxo de tráfego”.O Projecto DRIVE-IN permitiu desenvolver acomunicação inter-veículos, “abordando-se

Fotos:BrunoBa

rbosa

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

N desde os aspectos mais teóricos que estão nabase destas comunicações, até às aplicaçõesque podem ser desenhadas para estas redes degrande mobilidade”, explica o investigadorque informa haver uma componente impor-tante do projecto, “a simulação em larga esca-la de uma tal rede de comunicação, que servede ferramenta para apoiar a concepção e vali-dação de muitos dos protocolos em questão”.O projecto implica um investimento total de700 mil euros, sendo que 50% já foi executadoe que grande parte do orçamento é dedicada àcontratação de bolseiros de investigação.Apesar de parecer complicado, Michel Ferrei-ra diz que a aplicação do DRIVE-IN é simples equem nem foi preciso dar formação especificaaos taxistas que aderiram à tecnologia. “Ostáxis levam um carPC (um computador dese-nhado para ser instalado num carro), um re-ceptor GPS para localização e capacidade decomunicação sem fios”, explica, acrescentan-do que “neste momento esta comunicaçãoainda é feita através de uma rede infraestrutu-rada (rede celular), mas será em breve imple-mentada a comunicação via IEEE 802.11p”,que está actualmente a ser testada e que seráaplicada inicialmente a um subconjunto de100 veículos, prevendo-se a sua instalação atéao Verão. No final do projecto, previsto para2012, a ideia é alargar a rede veicular sobreIEEE 802.11p nos 450 taxis.

Actualmente também já estão a ser realizadasexperiências de navegação informada “usan-do uma versão avançada do navegador NDri-ve, que é parceiro industrial deste projecto”,informa Michel Ferreira, para que no final doprojecto esteja disponível, assim como todauma série de outras aplicações assentes nestascomunicações. Outra das mais-valias asso-ciadas ao projecto é a possibilidade de “ter jo-gos multi-jogador entre passageiros em táxisdiferentes, uma aplicação que também temsido desenhada no âmbito do projecto, co-brindo a área de entretenimento”.Michel Ferreira garante que “a instalação é re-lativamente simples, envolvendo a ligação docarPC à alimentação do carro, ao taxímetro(para saber se está ocupado ou não) e ainda aum botão de emergência camuflado, ligado àcentral, para aumentar a segurança dos taxis-tas”. O sistema de despacho montado em cadacarro ronda um investimento de cerca de 1000euros, um valor que Michel Ferreira diz ter re-torno “em muito poucos meses, em função doaumento de serviço e da redução de custos decirculação em vazio”. É que, alerta, “com estesistema o atendimento é mais rápido na cen-tral”, além de que “o sistema recomenda acada táxi as praças de táxis para onde este sedeve dirigir, em função do número de carrosem cada uma e das estatísticas de pedidos detáxi que são monitorizadas a cada segundo”.

Projecto alargadoa outras frotas

O projecto Drive-In foisubmetido a uma chamadapara projectos deinvestigação no âmbito doPrograma Carnegie MellonPortugal, envolvendo 30investigadores divididosentre a Carnegie MellonUniversity, nos EstadosUnidos, a Faculdade deCiências e a Faculdade deEngenharia da Universidadedo Porto, a Universidade deAveiro, e o Instituto deTelecomunicações.

Actualmente, o projecto está limitado a 450 táxis da RadiTáxis doPorto, “mas o objectivo é que 500 táxis da cidade tenham esteequipamento, estando também em cima da mesa desenvolver esteprojectos em frotas profissionais, nomeadamente na indústriafarmacêutica, na área da logística e da mobilidade de mercadorias oumesmo em empresas de distribuição alimentar”, admite MichelFerreira, investigador principal do projecto, na fotografia à direitajunto de Luis Damas, outro investigador responsável pelo Drive-In.

>> PROJECTO EXTENSÍVEL A OUTRAS FROTA

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Quinta-feira 17Fevereiro2011 DiárioEconómico IX

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Combate ao ‘phishing’e à falta de privacidade na InternetA Carnegie Mellon University é uma universi-dade privada de investigação norte-america-na que, em parceria com algumas universida-des nacionais, desenvolve o Programa Carne-gie Mellon Portugal, financiado pela Fundaçãopara a Ciência e a Tecnologia e que abrangemais de 22 projectos inovadores em áreas fo-cadas de tecnologias de informação.No âmbito deste programa, está também a serdesenvolvido o projecto WESP – Web Securityand Privacy pelo Centro de Ciência e Tecnolo-gia da Madeira, Universidade da Madeira,Universidade do Minho, o Instituto SuperiorTécnico e que tem como objectivo principal,combater o ‘phishing’ e habilitar os utilizado-res para gerirem a sua privacidade e desenvol-ver serviços fidedignos.Com um investimento total de 382 mil euros,este projecto pretende dar aos utilizadoresferramentas que lhes permitem gerir a sia pri-vacidade, e a forma como a sua informação edados são disponibilizados e acedidos na web.É um projecto multidisciplinar que, entre ou-tras tecnologias, utiliza SIG, tendo um impac-to a nível humano, mas também empresarial,uma vez que permite uma navegação segura econtrolada na Internet e salvaguarda infor-mação relevante.São parceiras deste projecto a PT e a Sapo. ■

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X DiárioEconómico Quinta-feira 17Fevereiro2011

IGP aposta em projectos inovadoresPortugal está na linha da frente em projectos inovadores na área de SIG, onde o I&D abrande várias actividades.

RAQUEL CARVALHO

[email protected]

Instituto Geográfico Portu-guês (IGP) possui compe-tências ao nível da I&D,que desempenha, sempreque possível, em parceriacom outras instituições,tanto em Portugal, funda-

mentalmente através de projectos financiadospela Fundação para a Ciência e Tecnologia(FCT), como na Europa, integrando redes deinvestigação e beneficiando de co-financia-mento comunitário. Os SIG requerem uma in-vestigação contínua para que a inovação sejafrequente. E no caso do IGP, “o I&D abrangeactividades nos domínios de especializaçãoambiente, ordenamento do território e ciên-cias sociais e humanas, assim como em dadosobtidos por satélites de observação da Terra”,diz Carlos Mourato Nunes, presidente daqueleinstituto, que explica ter como objectivo “odesenvolvimento de novas metodologias etecnologias, a criação de novos serviços e pro-dutos, e a descoberta de novas áreas de explo-ração e utilização”.

SNIGSão muitos os projectos onde o IGP está envol-vido, mas Carlos Mourato Nunes destaca a im-plementação do Sistema de Nacional de Infor-mação Geográfica (SNIG), materializando a es-colha “na conínua inovação de que se tem re-

PauloAlexandreCo

elho

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

O vestido, o carácter pioneiro que lhe é mundial-mente reconhecido, a atempada adequação aorespectivo contexto de desenvolvimento e amanifesta actualidade reforçada pela entradaem vigor da Directiva INSPIRE”. Por tudo isto, opresidente do IGP não tem dúvidas de que oSNIG é “um exemplo a distinguir”. Enquantoinfra-estrutura nacional de dados espaciais,“permite pesquisar, visualizar e explorar a in-formação geográfica sobre o território nacionalproduzida pelas entidades oficiais e também porprivados”, afirma, referindo que “actualmente,o conceito assenta na oferta de uma plataformatecnológica que, baseada numa lógica de servi-ços distribuídos acessíveis na Internet, permitea pluralização do acesso à informação geográfi-ca, em que o Geoportal do SNIG constitui oponto de entrada privilegiado”.

SINErGICMas existem outras inovações dignas de regis-to. O SINErGIC é uma delas. Este sistema deinformação é um sistema partilhado entre oIGP, o Instituto dos Registos e do Notariado, aDirecção-Geral de Impostos e as autarquias,“que se constituirá como a plataforma para agestão da informação cadastral e, assim, dis-ponibilizar a informação predial única atravésda caracterização espacial, jurídica e fiscal dosprédios existentes em território nacional”,explica Carlos Mourato Nunes, que refere ser

“expectável que, ainda no primeiro semestrede 2011 sejam iniciadas as operações de exe-cução do cadastro predial em três municípios:Loulé, Oliveira do Hospital e Paredes”. Estasserão as primeiras operações realizadas noâmbito do projecto, “às quais se seguirão SãoBrás de Alportel, Tavira, Oliveira do Hospital,Seia, Paredes e Penafiel, as quais já se encon-tram igualmente contratualizadas”, informa.Mourato Nunes frisa ser importante que a in-formação seja gerida de forma integrada e semantenha actualizada, pelo que se “encontraa decorrer um concurso público internacionalpara a implementação do núcleo do Sistemade Informação do SiNErGIC”.

INSPIREQuanto à Directiva INSPIRE, transposta para oregime jurídico Português em 2009, e quecriou o Conselho de Orientação do SNIG e ins-tituiu o Registo Nacional de Dados Geográfi-cos, Mourato Nunes lembra que o ano de 2010“impunha o primeiro momento de Monitori-zação & Reporte”, cuja data de submissão àComissão Europeia era de 15 de Maio, e que“foi cumprida por Portugal através do IGP, en-quanto Ponto de Contacto Nacional”, frisa,sublinhando que “Portugal foi o segundo Es-tado-membro a reportar o maior número deConjuntos de Dados Geográficos, imediata-mente a seguir à Espanha”. ■

I&D cresce acimade 50% no IGP

A actividade de I&D do IGPé medida através de umíndice que, “em 2010,registou um crescimentoacima dos 50%, emboratal corresponda a umaconjuntura na obtençãode resultados, cujo ritmode crescimento não seráfacilmente mantido”, refereCarlos Mourato Nunes.Para além destedesempenho, verificou-seem 2010 “o arranque dealguns projectos relevantesde I&D no domínio dacartografia temáticae do acesso a Conjuntose Serviços de DadosGeográficos”, afirma,acresentando que em 2011“é já possível registar comsucesso o início de umprojecto co-financiado pelaUnião Europeia (UE)relacionado com amonitorização harmonizadada ocupação e uso do solo,e outro financiado pela FCTpara a modelaçãogeográfica de corredorespara a vida selvagem”.

OprogramaSINErGIC, do IGP, presidida por Carlos Mourato Nunes

(na foto), vai fazer o levantamento da informação predial única

através da caracterização espacial, jurídica e fiscal dos prédios

existentes em território nacional.

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XII DiárioEconómico Quinta-feira 17Fevereiro2011

Tomar banho. A água que chega atésua casa é, dependendo do municípioem que vive, controlada através de umSIG. Se faltar a água ou houver umaruptura na sua rua e resolver ligarpara a empresa para comunicar asituação, o mais provável é que jáestejam a par da mesma. A Águasdo Porto é um bom exemplo de umaempresa municipal que utiliza aspotencialidades dos SIG aplicadas àgestão de redes de distribuição deágua. Em tempo real, a empresa sabeo que precisa de saber para agilizarmelhor o seu dia-a-dia.

ONDE OS SIG ESTÃO PRESENTES

Cada dia que passa parece queas redes sociais ganharam umanova potencialidade. Nestasúltimas semanas, os maisinteressados e atentos pelosacontecimentos no Egiptopuderam usar o serviço quea Google desenvolveu emparceria com o Twitter.Tal projecto permitiu aosegípcios ligarem para umnúmero de telefone e alideixarem uma mensagemde voz. Transformadaautomaticamente num ficheiroaudio. E desta forma, qualquerpessoa em qualquer parte domundo pôde assistir em temporeal ao que se passava nãosó nas ruas da capital, comonoutros pontos do país. Umserviço tecnológico que nãopodia ter mais a ver com osSIG.

Informação

Água

Basta recordar os últimos dois anos para perceberque Portugal sofreu períodos de cheias que muitoprejudicaram sobretudo as zonas litorais. Para não falarnas derrocadas que assolaram o arquipélago da Madeira.É possível prever situações destas a partir de um SIG.“A capacidade de previsão dos SIG é medida em funçãodos algoritmos de cálculo que têm” explica PauloMorgado, vogal do Associação Portuguesa de Geógrafos(APG). Tal significa que é possível um programa de SIGmais comercial, com os seus métodos de análisee de simulação, identificar áreas de grande, médiae baixo risco, acrescenta o mesmo responsável.

Catástrofes naturais

Quando pensa em férias, pensa em quê?Qual a primeira coisa que faz? Bem, maistarde ou mais cedo, certamente que fazuma pesquisa na Internet sobre aquelaviagem que quer fazer. Se quiser ir a Paris,por exemplo, uma rápida busca permite-lhe perceber que os SIG fazem parte dosroteiros turísticos. Vá aumentando aescala e pode planear em frente aocomputador onde vai comer os melhores‘croissants’, onde comprar bilhetes paravisitar o museu do Louvre, ou tratar já do‘transfer’ de comboio para outra cidade.

Viagens

É também através de um SIG que a EMAC - Empresa deAmbiente de Cascais controla vários serviços em too oconcelho de Cascais. Faz a georeferenciação de espaços verdese parques infantis; de equipamentos de deposição de resíduos(contentores, ecopontos, ilhas, papeleiras, dispensadores desacos, sanecans) ou até a georeferenciação de circuitos devarredura manual e mecânica e de pinheiros alvo de tratamento.

Reciclagem

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Potencialidades de um SIGDesde as infra-estruturas até ao estudo do corpo humano, esta é uma ferramenta que já ninguém prescinde.

ANA CUNHA ALMEIDA

[email protected]

SIG significa Sistema de Informação Geográfica. E pormais que não pense todos os dias, todas as horas, todosos minutos nestas três letras juntas, é caso para dizerque há mais nos SIG do que você imagina. A sua utili-zação atingiu a escala planetária. Hoje, os SIG estãomassificados, quer seja através da vulgarização dossistemas de navegação, quer seja na procura de locaisde interesse em mapas digitais. E se há um interesse

cada vez maior por parte de cada um de nós, enquantocidadãos comuns, o interesse das empresas tambémaumenta porque é preciso alguém que desenvolva eprojecte estes sistemas. Sempre com o objectivo máxi-mo de tomar melhores decisões estratégicas para o seunegócio.Nos últimos anos, como alerta Carlos Mourato Nunes,presidente do Instituto Geográfico Português, tem-se

vindo a verificar “uma alteração do paradigma centra-do nos sistemas e nos dados para outro, em que a ne-cessária harmonização e interoperabilidade permite oconsumo de serviços de informação com um enormepotencial para incorporar valor acrescentado.” Porisso, desde que se levanta até regressar a casa depois deum dia de trabalho, já pensou quantos SIG lhe passa-ram pelas mãos sem dar conta? ■

Começa a ser “a excepção à regra”quem não tem um GPS instalado noseu automóvel. Oferta destesequipamentos não falta no mercadoportuguês e os ‘softwares’ sãoconstantemente actualizados porempresas como, por exemplo, aportuguesa Ndrive. Quer seja para oauxiliar num percurso que desconheceou para definir o caminho mais rápidoaté ao seu destino, as vantagenssão várias, desde que esteja sempreactualizado com a última versãodo sistema de navegação que usa.

GPS

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Quinta-feira 17Fevereiro2011 DiárioEconómico XIII

Antes de qualquer cliente apostar numa acção depublicidade ou marketing é preciso conhecer bemo ‘target’, vulgo clientes a atingir.As empresas de estudos de mercado, audiências e dados debase já trabaçlham com SIG; de forma a conseguirem omáximo de informação de apoio a estes serviços demarketing.

ONDE OS SIG ESTÃO PRESENTES

Também na área financeira há muito que um SIG pode fazer. Épossível agilizar uma rede de balcões. Gonçalo Magalhães Collaço,administrador da Esri Portugal, fala de um caso concreto. “Temoso exemplo do Montepio e do projecto de Geomarketing a partir doqual se torna possível determinar com muito maior rigor, eficiênciae eficácia, os objectivos de cada balcão da sua vasta rede debalcões.”

Banca

Publicidade

Os delegados de informação médicatêm a árdua tarefa de sensibilizaros médicos para a importância dedeterminados medicamentos notratamento das mais diversasdoenças. Nesta área, um SIG podeajudar a determinar a definir otrabalho promocional. Portugal étrabalhado com base numa grelhaque inclui vários parâmetros, comopopulação, serviços de saúde,profissionais em presença.

Farmacêuticas

Na Medicina já existem aplicações dos SIG, por exemplo “nosestudos de epidemiologia, na modelação espacial da capacidadeadaptativa de espécies invasoras como espécies de mosquitos comcapacidade de transmissão de doenças (dengue ou malária) ouainda em modelos espaciais para controlo de difusão da doença egestão do processo de vacinação da população”, como concretizaPaulo Morgado, vogal do APG. Mas ao nível do corpo humano émundo ainda por descobrir. Embora existam certezas. “Éperfeitamente possível desenvolver um SIG com métodosestocástios e de inteligência artificial para cartograr ecompreender o comportamento humano”, assegura o especialista.

Corpo Humano e medicina

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XIV DiárioEconómico Quinta-feira 17Fevereiro2011

1.MarcoPainhoé especialista emSIG e

professor na área do ISEGI.

2.CidáliaFonteé docente e coordenadora

de formação emSIG da FCTUC.

3.AnaAmorimé fundadora e coordenadora

do Curso de Especialização Tecnológica em

SIG e docente das cadeiras de SIG da

licenciarura emestrado emgeografia e

desenvolvimento da Lusófona.

Formação continua em crescimentoRecém-licenciados ou trabalhadores, são cada vez mais os que procuram aperfeiçoar conhecimentos em SIG.

RAQUEL CARVALHO

[email protected]

rescimento na procura e naoferta. É este o panorama daformação na área de Sistemasde Informação Geográfica(SIG). Ainda não há licencia-turas na área, mas são muitosos mestrados e pós-gradua-

ções centrados nesta temática. E a apostanão é assim tão recente. Na Faculdade deCiências e Tecnologias da Universidade deCoimbra (FCTUC) é dada formação na áreados SIG há 15 anos, “com um incrementogradual na percentagem de licenciados que ofrequentam”, diz Cidália Fonte, docente eresponsável por formação SIG na FCTUC. Aformação começou no âmbito da licenciatu-ra em Engenharia Geográfica em 1995, e estáincluída actualmente no Mestrado em Enge-nharia Geográfica. Nesta faculdade são ain-da leccionados cursos intensivos de SIG,maioritariamente frequentados por licen-ciados em engenharia e geografia pós-Bolo-nha “que já se encontram no mercado de

C trabalho e que pretendem completar a suaformação nas áreas relacionadas com o posi-cionamento e informação geográfica”, diz.Também na Escola Superior de Tecnologias eGestão de Águeda (ESTGA) não se esqueceua temática dos SIG. Esta escola, que pertenceà Universidade de Aveiro, lecciona desde1997 o Bacharelato em Engenharia Geográfi-ca, “que em 2007 foi adequado a Bolonhacomo ramo de especialização da licenciaturaem Tecnologias de Informação”, explica Es-tima de Oliveira, director da ESTGA. Esta é aformação mais antiga na instituição. Porém,o “crescimento mais acentuado aparece comos cursos de Especialização Tecnológica To-pografia e Desenho Assistido por Computa-dor, desde 2006/07 e SIG, desde 2008/09.Também já é antiga a abordagem de SIG noInstituto Superior de Estatística e Gestão daInformação, da Universidade Nova de Lisboa(ISEGI – UNL), que tem registado nos últimosdez anos “uma crescente procura pelas pós-graduações e mestrados na área da Ciência e

SIG”, assegura Marco Painho, professor da-quele instituto, que registou “um aumento naprocura do mestrado à distância e manteve aprocura no mercado internacional”, bemcomo um “aumneto oriundo dos PALOP”, diz.Segundo o responsável, “os alunos provêm depraticamente todos os sectores de actividade,de empresas privadas, públicas, da adminis-tração central, regional e local do Estado.Já na Universidade Lusófona “os perfis sãodistintos face à oferta, frisa Ana Amorim,Fundadora e Coordenadora do Curso de Espe-cialização Tecnológica (CET) em SIG e Docen-te das Cadeiras de SIG da Licenciatura e Mes-trado em Geografia e Desenvolvimento da-quela Universidade. Se nos CET “de uma for-ma geral, há alunos que adiama entrada noensino superior e procuram uma alternativaque os aproxime rapidamente ao mercado detrabalho”, explica, a licenciatura é frequenta-da “por profissionias que já trabalham emáreas relacionadas e que procuram uma for-mação académica superior para progressão na

Formaçãoalternativa

A Geopoint é um centrode formação na área de SIG,que pode ser umaalternativa à formaçãooferecida em Universidades.Segundo Francisco Costa,director, é notório “umaumento da oferta formativaem sistema e-learning e emsoftware open source”,e uma maior procura por“acções muito específicas”.O responsável garante queeste ano, se verifica “umamenor procura e menosconcretizações de acçõesde formação”, e acreditaque no futuro, haveránecessidade de alargara oferta formativa, comsoluções muito amigáveise interactivas”.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

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Quinta-feira 17Fevereiro2011 DiárioEconómico XV

carreira”, refere Ana Amorim. A responsávelressalva “a tendência de crescimento na últi-ma década por cursos na área”, notando-seum impulso “por ocasião da reestruturação dalicenciatura de Geografia e Desenvolvimento esua adaptação ao regime de Bolonha”, com aintrodução “de mais horas de tecnologias deinformação geográfica e novas disciplinas re-lacionadas com a temática”.Quem também oferece cursos nesta área é aUniversidade do Algarve, nomeadamente omestrado em geomática e o curso de Pós-gra-duação em SIG, desde 2008/09, “estando empreparação a abertura da 4ª edição no próximoano lectivo”, informa José Rodrigues, profes-sor e um dos coordenadores do Mestrado deGeomática do Instituto Superior de Engenha-ria da Universidade do Algarve. Aqui, os açu-nos são na sua maioria trabalhadores-estu-dantes, e oriundos de “engenharia, ciênciasda terra e do mar e geografia e território”, diz.De referir ainda que a Universidade de Évoraem parceria com a Associação de Municípiosde Évora tem um centro de Formação ESRIcom formadores acreditados, onde dá forma-ção em SIG, temática abordada também em li-cenciaturas e mestrados. No último ano lecti-vo, a instituição criou um curso de especiali-zação Técnica em SIG aplicados às Geociên-cias, para atrair técnicos de nível médio e pro-fissionais da área, e prevê criar um curso deSIG para a gestão vitícola e cursos de ánaliseespacial aplicada na modelação da paisagem ena modelação geográfica avançada.

Tendências actuais na formação em SIGPara José Rodrigues, “a notável evolução tecno-lógica nos últimos anos no domínio dos SIG e amassificação do acesso a informação georrefe-renciada constituem duas tendências que se re-flectem na formação”. Já Março Painho, do ISE-GI, acredita sentir-se “um maior interesse naárea do software livre e também no desenvolvi-mento e personalização de aplicações”. Segundoo especialista, “mantém-se o interesse nosoftware comercial, nomeadamente da famíliaARCGIS, e também na utilização da CSIG em es-tudos de análise espacial”.Também Cidália Fonte da FCTUC acredita que osoftware livre desperta grande interesse por par-te dos alunos, referindo também, “um cresci-mento nas áreas de investigação no âmbito dosSIG, “sendo muitas delas áreas fortemente inter-disciplinares”, frisa.Outra tendência que Cidália Fonte destaca é acada vez maior necessidade em introduzirformação de base informática. Uma opiniãopartilhada por Estima de Oliveita da ESTGAque diz ser essencial que a formação não se li-mite apenas a ensinar os profissionais a operara informação geográfica, mas também que osajude a “enquadrar adequadamente os dadoscom a informação global de uma determinadainstituição”. Já Ana Amorim acredita que nosúltimos anos a formação se tornou mais técni-ca, “mais operacional e menos académica”,revelando “cada vez mais heterogeneidade nopúblico-alvo” e uma “base mais alargada decasos de estudo e aplicações pela crescentematuridade dos SIG no contexto nacional”. ■

A inovaçãotecnológicanos domíniosda aquisição dedados espaciaise a utilizaçãoda internet comoplataformade divulgaçãoe acesso àinformaçãogeorreferenciadavão marcaro futuro naformação de SIG.

>> Estabilização é a palavra de ordem quantoà formação de SIG nos próximos anos. Mas nofuturo, a formação nesta área tenderá aseguir aquilo que o mercado procura.

>> Docentes na área destacam algumas dastendências futuras na formação:

>> Os aspectos que envolvem a gestão dainformação geográfica por parte dasinstituições, não descurando a sua integraçãonos fluxos de informação ;

>> A integração crescente dos SIG com umgrande número de outras áreas;

>> Geomarketing baseado em SIG;

>> Absorção ou integração de outrasplataformas;

>> Democratização do uso da informaçãogeográfica com a crescente disponibilizaçãoda mesma e de aplicações robustas e combase em Open Source;

>> A evolução não será tanto pelo aumento daquantidade da oferta mas mais pelaqualidade e aposta em matérias e temáticascada vez mais específicas, avançadas eadaptadas às tendências tecnológicas;

>> Com a consciencialização e sensibilizaçãocrescentes relativamente à componente Geoe Localização, cada vez mais profissionais deáreas muito diversificadas procuramformaçao em matérias relacionadas com SIG.

Tendências futuras

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XVI DiárioEconómico Quinta-feira 17Fevereiro2011

Iluminação sustentável em PortalegreProjecto nasceu da AREANATejo, em colaboração com a CIMAA, EDP Distribuição e Novageo Solutions.

ANA CUNHA ALMEIDA

[email protected]

o Norte do Alentejo há umprojecto que está a revolu-cionar o conceito de ilumi-nação pública e que preten-de torná-la mais eficiente.Chama-se ILUPub – Efi-ciência Energética na Ilu-

minação Pública e a sua aplicação no terrenosó é possível graças a um sistema de informa-ção geográfica.Conseguir reduzir a factura energética nosmunicípios de Portalegre é o grande objectivodesta iniciativa. Mas para isso acontecer foipreciso fazer trabalho de campo. Foi precisopercorrer as ruas, literalmente.O primeiro passo deste projecto da AREANA-Tejo – Agência Regional de Energia e Ambien-te do Norte Alentejano e Tejo, em conjuntocom a CIMAA, EDP Distribuição e NovageoSolutions, foi fazer o levantamento ao nível deconsumo energético junto dos municípios dodistrito de Portalegre, associados à AREANA-Tejo. Depois, recorrendo-se à cartografia di-gital à escala 1:2000 já desenvolvida pela CI-MAA e municípios e ao Geoportal, desenvol-vido pela empresa Novageo Solutions, está aser caracterizada a rede de IP dos aglomeradosurbanos. É nesta fase que se fica com um ca-dastro completo dos municípios em relação aeste tema do consumo energético. Um traba-lho que também não seria possível sem a arti-

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TIAGO GAIO

Director técnico do projecto

“Recorrendoà utilizaçãode um ‘software’SIG paradispositivosmóveis (PDA)foram jácaracterizados,em cerca de 320horas de trabalhode campo,cerca de 14.500pontos de luze 210 postos detransformação.

Estãoaser implementadas lâmpadas LED emvários

locais estratégicos doAlentejo. A sua aplicação no

terreno só é possível devido a umSIG.

N culação com a EDP Distribuição, como expli-cou ao “Diário Económico”, Tiago Gaio, di-rector técnico da AREANATejo. A caracteriza-ção dos postos de transformação (código dainstalação, tipo construtivo, potência instala-da e tensão de serviço), a identificação e ca-racterização dos vários circuitos de IP, a tipo-logia e caracterização dos equipamentos ins-talados (poste, luminária, balastro, tipo e po-tência da lâmpada) e a função a que se desti-nam (decorativa, via pública) são apenas al-gumas das informações conseguidas nestecadastro.No âmbito da primeira medida do projecto jáforam instaladas 62 luminárias LED em quatromunicípios do Norte Alentejo, nomeadamenteCastelo de Vide, Marvão, Portalegre e Sousel.E a segunda medida consiste na instalação desistemas de regulação do fluxo luminoso. Es-tes serão instalados nos 15 municípios do dis-trito de Portalegre, num total de 24 instala-ções, abrangendo aproximadamente 2.400pontos de luz.

Quanto se conseguirá pouparUma medida que permitirá reduzir anual-mente 360.000 kWh (1,5% do consumo totalcom IP); o que equivale a uma redução de cer-ca de 36 mil euros na factura anual de energiaeléctrica”, avança Tiago Gaio.Este projecto, que dispõe de um investimento

total elegível de 480 mil euros e que é co-fi-nanciado em 70%, tem tido “enorme aceita-ção por parte da população.” Afinal “estáconsciente que o futuro passa pelo melhoraproveitamento dos recursos energéticos”,refere o director técnico.Questionado sobre se as respectivas autar-quias tiveram de instalar de raiz novos can-deeiros e luminárias no espaço público paraintegrar este projecto, Tiago Gaio explica quetudo dependeu das medidas de implementa-ção. Quando se fala da instalação de tecnolo-gia LED, “foi feita a substituição directa dasluminárias existentes, equipadas com lâm-padas de vapor de sódio de 150 W, por lumi-nárias de tecnologia LED com 80 W”, exem-plifica o director técnico do projecto. Jáquando se fala da instalação de sistemas deregulação do fluxo luminoso já não é neces-sário substituir nenhum equipamento, “umavez que estes sistemas ficarão anexados àrede de IP.”O objectivo da AREANATejo para este ano éconseguir ter cerca de 80% dos pontos deconsumo da IP caracterizados e georeferen-ciados. Os responsáveis do ILUPub tambémpretendem atingir a totalidade dos 15 conce-lhos do distrito de Portalegre no que diz res-peito à instalação de sistemas com regulaçãodo fluxo luminoso, o que contempla 24 ins-talações. ■

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

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Quinta-feira 17Fevereiro2011 DiárioEconómico XVII

Montijo lança dois novossistemas mais intuitivosA Câmara do Montijo lançou dois novos projectos na área dos SIG.

IRINA MARCELINO

[email protected]

omeçou por ser “apenas” umprojecto integrado na candida-tura da autarquia do Montijo aosimplex autárquico, mas agoraos dois sites de informaçãogeográfica estão disponíveis atoda a gente. Lançados no final

de Janeiro, demoraram quatro meses a desen-volver pela empresa Esri e pela equipa da autar-quia do Montijo. “A grande diferença em rela-ção aos sites mais tradicionais prende-se com oambiente gráfico mais fácil de utilizar e intuiti-vo. Uma outra vantagem desta tecnologia é avelocidade e qualidade dos serviços de mapasfornecidos”, explica Francisco Cardoso, do ga-binete de sistemas de informação geográfica daCâmara Municipal, que coordenou este projec-to de SIG. Actualmente, ainda não existem da-dos sobre os acessos e a utilização dos mapaspelo público em geral, mas uma conclusão cu-riosa já foi tirada: têm sido amplamente ace-

FRANCISCO CARDOSO

Câmatra Municipal do Montijo

“Uma outravantagem destatecnologiaé a velocidadee qualidade dosserviços de mapasfornecidos.

C didos pelos utilizadores internos da autarquia.Para que se peerceba um pouco melhor do quese trata estes sites, o primeiro é um mapa inter-activo, que presta informação generalista. Atra-vés deste serviço pretende dar-se a conhecer oterritório municipal recorrendo a fotografiasaéreas e cartografia municipal. Este site dispõeainda de ferramentas que permitem localizarequipamentos colectivos, consultar informa-ções sobre a população residente. Está ainda in-tegrada com a aplicação Street View, da Google,e pode ser visitada em http://mtgeo.mun-montijo.pt/mapainteractivo/#.Por outro lado, o PDM interactivo é uma apli-cação onde o utilizador pode consultar o Pla-no Director Municipal do Montijo em “forma-to ‘raster’ e vectorial, assim como as medidaspreventivas do Novo Aeroporto de Lisboa e daRede Ferroviária de Alta Velocidade”. Poderáser visitado em http://mtgeo.mun-monti-jo.pt/pdminteractivo/#. ■

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PauloFigueiredo

Page 18: Diário Económico Nº 5117 DE 17 FEVEREIRO 2011

XVIII DiárioEconómico Quinta-feira 17Fevereiro2011

Mais rapidez na resposta aos problemasA utilização de SIG, associado a uma “revolução” electrónica, permitiu a Matosinhos agilizar processos. E seantes o fornecimento de uma planta topográfica a um munícipe demorava mais de um mês, hoje é imediato.RAQUEL CARVALHO

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Sistema de InformaçãoGeográfica (SIG) da Câma-ra Municipal de Matosi-nhos permitiu reunir nosite da autarquia na Inter-net (www.cm-matosi-nhos.pt) toda a informa-

ção relativa ao concelho, como planos de ur-banização, planos de pormenor, Plano Direc-tor Municipal, entre outros. Graças ao SIG, oscidadãos passaram a ter acesso na hora àsplantas topográficas quando, anteriormente,este processo demorava cerca de um mês emeio. Parece insignificante, mas não o é. Apartir deste sistema, articulado com o CitizenRelationship Management (CRM), que consis-te numa base de dados, onde todos os pedidosdos munícipes ficam registados, dando à Au-tarquia uma ‘visão unificada do cidadão’ ecom toda a rede informática, foi desenvolvidoo projecto SIMPLIFICAR-ME, que permitiu àcâmara poupar anualnente cerca de dois mi-lhões de folhas de papel, 36 mil visitas, 720mil quilómetros de deslocações.Este projecto tinha um objectivo natural: sim-plificar a vida aos munícipes, aumentando ograu de satisfação; simplificar a vida aos cola-borares, fomentando a produtividade; simpli-ficar a vida à administração, facilitando a to-mada de decisões.Tudo isso foi possível fazendo uma autêntica

Fotocedida

porPrém

ioBo

asPráticas

noSector

Público

O revolução na base de dados da autarquia. Seantes, a resolução dos processos era muito bu-rocrática e lenta, feita sem haver qualquer tipode conhecimento dos munícipes, tendo estesque se dirigir à autarquia, agora, as pessoaspodem fazer pedidos e saber como se encon-tra o seu processo, através da Internet.A Câmara Municipal de Matosinhos é mesmoa primeira edilidade do país a criar condiçõespara eliminar por completo o papel. Desdedia 1 de Julho, que os munícipes podem en-tregar em formato digital todos os pedidosrelacionados com operações urbanísticas,quer presencialmente na Loja do Munícipequer na Loja do Munícipe Online. E desde 1 deSetembro que pedidos de informação préviasobre construção ou loteamentos, pedidos deedificação, demolição e loteamento, bemcomo licenças de utilização, passaram a darentrada obrigatoriamente em formato digitalnos Serviços da Autarquia, tornando o pro-cesso mais rápido, mais eficaz e mais trans-parente.Com toda esta revolução digital, é dada a pos-sibilidade aos munícipes de optarem por en-tregar os seus pedidos de urbanismo num CDou numa pen-drive presencialmente ou viaInternet, uma vez que a Autarquia instalou aaplicação e-paper.De referir que os pedidos de urbanismo repre-sentam 80% dos pedidos que dão entrada dia-

riamente na câmara e que rondam, em média,os 150.A Câmara Municipal de Matosinhos disponibili-za também uma nova funcionalidade que visadar acesso online à criação e/ou consulta de pe-didos/processos aos representantes mandatadospara o efeito. Assim, está disponível na Loja doMunícipe Online um pedido de ‘Nomeação deRepresentante’ e minutas de mandatos de repre-sentação que poderão utilizar para submeter pe-didos em representação de outrem. Para isso,poderá recorrer à assinatura digital.Aos munícipes será ainda disponibilizado umGateway de pagamento, permitindo o paga-mento de qualquer taxa por multibanco, sejanuma caixa ATM seja por homebanking.De frisar que a Loja do Munícipe, inaugurada a5 de Novembro de 2008, concentra num únicoespaço todo o atendimento aos cidadãos, egraças à implementação de um sistema degestão documental, permitiu à autarquia eli-minar a circulação do papel, uma vez que todaa correspondência é digitalizada e tramitadaelectronicamente. Além disso, ao contrárioque acontecia anteriormente, o mesmo pro-cesso poderá ser consultado simultaneamentepor 10 pessoas ou mais e tudo é resolvido emmuito menos tempo. E tudo porque a imple-mentação de um SIG revolucionou a relação daautarquia com os munícipes, revolucionandoa resolução dos problemas. ■

NunoOliveira, vice-presidente da Câmara Municipal

de Matosinhos, tem a seu cargo o Pelouro das Finanças,

Modernização Administrativa e Desenvolvimento

Estratégico, Promoção Social e Saúde, sendo responsável

pelo projecto Simplificar-me.

Simplificarprocessos

O projecto simplificar-mecomeçou a ser desenhadohá cinco anos, quandoGuilherme Pinto, presidenteda Câmara Municipal deMatosinhos ganhou aseleições autárquicas. Ea ideia era simples: fazeruma revolução ao nívelda democratizaçãoe desburocratização dosprocessos, identificar quaisas solicitações maisfrequentes dos munícipes,de forma a agilizar o tempode resposta, bem comoeliminar o papel.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Page 19: Diário Económico Nº 5117 DE 17 FEVEREIRO 2011

Quinta-feira 17Fevereiro2011 DiárioEconómico XIX

SOLUÇÕES GPS TRIMBLE SIG

Precisão <10 cm (em Pós Processamento); <30 cm (em Tempo-real)Sistemas de Coordenadas LocaisCartografia Raster e VectorMemória 1 GB + Slot estanque para cartão SDConectividade Wireless LAN e Bluetooth®

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PEDRO SANTOS, Lda

Censos de 2011 com novas tecnologiasA recolha dos dados estatísticos terá por base um SIG que permite georreferenciar os edíficios censitários.

DÍRCIA LOPES

[email protected]

O Instituto Nacional de Es-tatísticas (INE) tem esteano a tarefa de realizar osCensos 2011, para os quaisvai contar com uma novatecnologia baseada em Sis-temas de Informação Geo-

gráfica (SIG). Fonte oficial do INE afirmou quea utilização do SIG, no âmbito da operaçãoCensos2011, “possibilitou a edição de umgrande conjunto de dados geográficos que su-portou a construção de toda a cartografia cen-sitária”. A mesma fonte explicou que esta in-fra-estrutura irá possibilitar que no decorrerdos trabalhos de campo dos Censos 2011, to-dos os recenseadores georreferenciem os edi-fícios censitários, com recurso a uma aplica-ção SIG a que acedem através de um browserWEB. Este trabalho permitirá ao INE pela pri-meira vez, no âmbito dos censos, recolher ascoordenadas geográficas dos edifícios censi-tários e efectuar a divulgação de um conjuntode informação estatística censitária para este

PauloAlexandreCo

elho

O

OSistema de InformaçãoGeográfica do INE é cada vez mais

uma Infraestrutura de suporte à produção e divulgação

de informação estatística oficial georreferenciada.

nível de detalhe. Com a disponibilização dosresultados da operação, esta ferramenta pos-sibilitará ainda a criação de um conjunto deserviços de mapas ‘OpenSource’ para o gran-de público para visualização dos indicadoresao nível de subsecção estatística.Assim a Base Geográfica de Referenciação de In-formação (BGRI2011) vai reflectir as transfor-mações do parque habitacional ocorridas na úl-tima década – a existência de novos quarteirõesou de novos lugares e a expansão ou extinçãodos lugares existentes – adequando a geografiadas Secções, das Subsecções Estatísticas e dosLugares da BGRI à actual realidade territorial.

Rigor na recolha de dadosOs motivos para recorrer aos SIG são variados.Desde logo, segundo o INE, porque a constru-ção da cartografia censitária é uma das activi-dades mais críticas de qualquer operação cen-sitária. O rigor na definição das secções esta-tísticas, áreas de trabalho dos entrevistadores,e a qualidade da sua representação num mapa

têm um impacto crucial na qualidade dos da-dos recolhidos.Por isso, a mesma fonte salientou que a utili-zação dos Sistemas de Informação Geográficapara a construção da cartografia censitária, édesde há muito tempo, uma recomendaçãodas Nações Unidas. Outro motivo prende-se“com a grande qualidade e robustez da infra-estrutura tecnológica que suporta o SIG, com aqualidade dos conjuntos de dados geográficosque o Instituto tem vindo a compilar desde osCensos 91, e as competências científicas exis-tentes na equipa”. Segundo a mesma fonte, ogrande desafio a partir de agora será possibili-tar que além da difusão ou dos censos, outrasáreas do INE ligadas à produção de informaçãoestatística, possam integrar esta Infraestrutu-ra de Dados Espaciais nos seus processos esta-tísticos. “Está na altura de alterar o paradigmada produção estatística, focalizando cada vezmais, o Instituto na produção de estatísticasadministrativas com recurso às fontes admi-nistrativas”, adiantou a fonte oficial do INE. ■

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O grande desafioserá possibilitarque além doscensos, outrasáreas do INEligadas àinformaçãoestatística,possam integrarestaInfraestrutura deDados Espaciaisnos seusprocessos.

Page 20: Diário Económico Nº 5117 DE 17 FEVEREIRO 2011

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